Capítulo 9

Breve reencontro com a democracia (1945-1964)

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01 Além de ser um grupo de teatro, o Teatro Experimental do Negro (TEN) tinha o objetivo de empreender uma ação social. Procurava, por meio de suas peças, discutir os pro-blemas enfrentados pelos negros na sociedade brasileira, desenvolvia projetos de alfabetização e buscava resgatar e evidenciar os valores da cultura afrodescendente por meio da arte e da educação.

02 Dutra pôs em prática uma política econômica liberal. Mos-trou-se favorável à entrada de capital estrangeiro no país, favoreceu a importação de produtos e entregou à inicia-tiva privada a tarefa de comandar o desenvolvimento eco-nômico do Brasil.

Vargas, por sua vez, retomou sua política nacionalista, dei-xando ao Estado a tarefa de cuidar do desenvolvimento do país. Chegou a anunciar investimentos de até 1 bilhão de dólares na indústria de base, no setor energético e na área de transportes. Criou também a Petrobras em 1953 e, em 1954, aumentou o salário mínimo em 100%.

03 Em 1954, eram grandes as críticas feitas pela imprensa ao governo do presidente Getúlio Vargas. Elas partiam, principalmente, do jornalista Carlos Lacerda, deputado federal eleito pela UDN. O governo era acusado de cor-rupção, prática de nepotismo e de � nanciar jornais para fazer propaganda positiva de Vargas. A crise se agravou quando Lacerda foi vítima de um atentado e as investiga-ções apontaram que o mandante do crime foi o guarda--costas de Getúlio Vargas. Pressionado para renunciar ao mandato, Vargas se suicidou.

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01 A política de industrialização do governo de Juscelino Kubitschek se baseava no tripé formado pelas indústrias privadas brasileiras, pelas multinacionais e pelas estatais. Ao mesmo tempo em que o governo construiu hidrelétri-cas e siderúrgicas, também estimulou a entrada de multi-nacionais, principalmente a indústria automobilística, que se instalou sobretudo em São Paulo.

02 O desenvolvimento do Brasil no período de 1930 a 1960 foi motivado pela aceleração do processo de industrialização. Porém, esse processo concentrou-se principalmente na Região Sudeste, que se desenvolveu muito mais do que as outras regiões do país. Devido a isso, foi grande a migração de pessoas para o Sudeste em busca de emprego. Muitas dessas pessoas eram trabalhadores rurais que esperavam

conseguir melhores salários nas fábricas. Porém, os baixos salários e a falta de formação da maioria da mão de obra acabaram levando muitas dessas pessoas a viver em péssi-mas condições, primeiro em cortiços e depois em favelas.

03 As Ligas Camponesas reuniam trabalhadores rurais que lutavam pela implantação da reforma agrária no país, por melhores condições de trabalho e de vida para os campo-neses e pela extensão dos direitos trabalhistas aos traba-lhadores rurais.

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01 Em 1961, o presidente Jânio Quadros renunciou à pre-sidência, devendo em seu lugar assumir o vice, João Goulart. Os parlamentares de direita, entretanto, não que-riam que Jango se tornasse presidente, pois o conside-ravam comunista. Mas a ideia de impedir sua posse não se viabilizou, e os parlamentares acabaram aprovando uma emenda constitucional que tornava o Brasil um país de regime parlamentar. Dessa maneira, Jango seria presi-dente, mas o poder estaria concentrado, de fato, nas mãos de um primeiro-ministro.

02 As reformas de base eram um conjunto de medidas para promover mudanças sociais e econômicas no Brasil. Entre essas medidas estavam a implantação de um projeto de reforma agrária, a extensão do direito de voto aos anal-fabetos e militares de baixa patente, a nacionalização de algumas empresas e a criação de um imposto progressivo, proporcional à renda do trabalhador (quem ganhasse mais, pagaria mais). A oposição era contrária a essas medidas, pois, para muitos, tratava-se de uma tentativa de Jango implantar o comunismo no Brasil.

03 O golpe de 1964 foi resultado de uma ação conjunta envol-vendo militares das Forças Armadas, lideranças políticas, empresários, representantes das classes médias urbanas, entre outras lideranças de direita.

SIMULADO

01 D

Ligado à União Democrática Nacional (UDN), Jânio Qua-dros assumiu a presidência da República tendo como vice--presidente João Goulart, ligado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Tais partidos antagonizavam projetos polí-ticos distintos, sendo o primeiro ligado às elites políticas e econômicas nacionais, e o segundo atrelado às cama-das populares e trabalhadoras. Propagando um discurso moralizador ainda na campanha política, Jânio defendeu a higienização do Estado brasileiro e o combate à corrupção com o lema “varre, varre, varre, vassourinha”.

Resoluções Resoluções

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HISTÓRIA

02 C

A experiência parlamentarista brasileira, iniciada após a renúncia de Jânio Quadros, representou uma manobra política e conservadora liderada pela União Democrática Nacional (UDN) e ensejada por setores da sociedade civil e grupos militares. O objetivo com tal ação era impedir que João Goulart, vice-presidente identi� cado com as esquerdas nacionais, assumisse o executivo nacional. O parlamentarismo foi de� nido como proposta limitadora para o exercício de poder presidencialista de João Goulart e, entre setembro de 1961 e janeiro de 1963, o parlamenta-rismo brasileiro contou com três primeiros-ministros: Tan-credo Neves, Brochado da Rocha e Hermes Lima.

03 A

No Comício da Central do Brasil, realizado em 13 de março de 1964, João Goulart sinalizou a sua disposição em colocar em curso as reformas de base, dentre as quais ganhou destaque a reforma agrária. Reclamada havia tem-pos pelos movimentos sociais do campo e da cidade, a reforma agrária era combatida pelas classes políticas e econômicas ligadas à terra.

04 A

Para as classes conservadoras da sociedade brasileira, a disposição de João Goulart em estender o voto aos analfabetos se con� gurava como uma estratégia política e como uma ameaça. A garantia de direito de voto aos analfabetos, parte expressiva da população brasileira na época, con� gurava-se como uma importante causa para a a� rmação de direito político necessário ao exercício da cidadania.

LEIA E ANALISE

01 a) O Última Hora tem uma visão favorável à greve dos ope-rários, considerando justas as reivindicações, mas, ao mesmo tempo, traz um alerta do governo dizendo que a greve não deve se desviar de suas funções, pois isso poderia acarretar consequências funestas. Já o Tribuna da Imprensa revela-se contrário à greve, a� rmando que ela havia sido organizada por comunistas com o obje-tivo de criar uma rebelião de massa e que bene� ciava o governo, que poderia usá-la como pretexto para dar um golpe de Estado.

b) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que os veículos de comunicação não mantêm um discurso imparcial, como, muitas vezes, alegam. Não raro, sua posição não está explicitada apenas no editorial, mas também na abordagem que dedica às reportagens. Se julgar pertinente, apresente aos alunos o site Manchetômetro, que analisa como os grandes veículos da imprensa abordam os principais fatos do país: <http://www.manchetometro.com.br>.

c) Debate. Tomando como ponto de partida as respostas

dos alunos, pode-se discutir a importância de analisar informações de diferentes fontes para, com isso, desen-volver e apurar o senso crítico.

02 a) De acordo com o texto, a construção de Brasília não bene� ciou a todos igualmente. Foi boa para o “sul e o leste”, mas nada mudou para o Nordeste, que con-tinuou na miséria. O poeta conclui que Brasília é boa para os ricos, mas não para os pobres.

b) Na segunda estrofe, o cordelista a� rma que a constru-ção de Brasília (indicada pelas expressões “Edifícios gigantescos” e “Obras arquiteturais” não solucionou a crise do país, que continuava aumentando. Em sua opinião, para resolver a crise, o governo deveria investir na agricultura.

03 a) A charge, feita em 1962, refere-se à época em que o Brasil havia se tornado uma República parlamentarista.

b) Em uma monarquia parlamentar, o rei ou a rainha são apenas chefe de Estado. A che� a do governo está nas mãos do primeiro-ministro, que detém, de fato, o poder do país. Ao representar João Goulart como uma rainha, o cartunista está dizendo que Jango, embora seja o presidente, não detém o poder efetivo do país, podendo ser comparado, portanto, à rainha da Ingla-terra, cuja imagem aparece no quadro atrás do presi-dente e ele vê re� etida no espelho que segura. Jango não se conforma com esse papel � gurativo, desejando deter o poder de fato.

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HISTÓRIA