de juscelino a jango

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Professora Elaine

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Page 1: De Juscelino a Jango

Professora Elaine

Page 2: De Juscelino a Jango

Na mesma manhã do suicídio de Vargas, João Café Filho foi empossado como presidente da República.

Café Filho manteve-se no cargo até 3 de novembro de 1955, quando um distúrbio cardiovascular levou à sua substituição por Carlos Coimbra da Luz, presidente da Câmara dos deputados.

Poucos dias após ser nomeado presidente provisório, Carlos Luz foi acusado de articular um golpe de Estado com a ajuda de Carlos Lacerda e de uma parcela do setor militar.

Nereu Ramos, presidente do Senado, foi indicado pelo Congresso Nacional como novo presidente provisório.

Café Filho (1954-1955)

Ramos governou sob estado de sítio até a posse do presidente eleito em 3 de outubro: Juscelino Kubitschek (PSD – PTB).

Page 3: De Juscelino a Jango

Kubitschek foi eleito com 36% dos votos, recebendo pouco mais de 3 milhões de votos.

Sua estratégia nacional-desenvolvimentista pautava-se no discurso de progresso para o país, na certeza de que o Brasil tinha todos os elementos necessários para se destacar no cenário mundial.

O presidente afirmava que o “destino” do país era o desenvolvimento econômico através da modernização e da expansão do parque industrial.

O carisma de Kubitschek e a intensa utilização dos meios de comunicação para divulgar suas ideias acabou dando resultado. A popularidade do presidente estava em alta e a população demonstrava confiança e valorizava o contexto democrático.

Page 4: De Juscelino a Jango

Mandar parente a jato pro dentistaAlmoçar com tenista campeãTambém poder ser um bom artista,Exclusivista,Tomando com o DilermandoUmas aulinhas de violão.Isso é viver como se aprovaÉ ser um presidente bossa nova,Bossa nova, muito novaNova mesmo, ultranova".

Bossa nova mesmo é ser presidenteDesta terra descoberta por Cabral.Para tanto basta ser tão simplesmenteSimpático, risonho, original.E depois desfrutar da maravilhaDe ser o presidente do Brasil.Voar da Velhacap pra Brasília,Ver a alvorada e voar de volta ao Rio.

Voar, voar, voarVoar, voar pra bem distanteAté Versailles, onde duas mineirinhas,Valsinhas dançam como debutantesInteressante.

Juca Chaves

Page 5: De Juscelino a Jango

“Cinquenta anos em cinco” foi slogan de Juscelino desde o início da campanha eleitoral. Nos cinco anos de seu governo o Brasil passaria por alterações que normalmente demorariam meio século.

A maior parte dos investimentos foi direcionada para os setores de transportes

e geração de energia, conferindo ao país a infra-

estrutura necessária à industrialização. Aproveitou a

conjuntura internacional favorável para atrair

investimentos estrangeiros diretos na produção de bens de

consumo duráveis, implantando a indústria

automobilística.

Page 6: De Juscelino a Jango

Energia (1 a 5)Energia elétricaEnergia nuclear

CarvãoProdução

Refino de petróleo

Indústrias de base (19 a 29)Alumínio

Metais não ferrososÁlcalis

Papel e celuloseBorracha

Exportação de ferroIndústria de automóveisIndústria de

construção navalMáquinas pesadasMaterial elétrico.

Alimentação (13 a 18)

TrigoArmazenagem e silos

FrigoríficosMatadouros

Tecnologia no campoFertilizantes

Educação (30)

Brasília (31)

Transportes (6 a 12)Reativar estradas de ferro

Estradas de rodagemPortos

BarragensMarinha mercante

Aviação

Page 7: De Juscelino a Jango

O Plano de Metas teve pleno êxito, pois no transcurso da gestão governamental a economia brasileira registrou taxas de crescimento da produção industrial em torno de 80%.No entanto, o plano foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista.

O sucesso do Plano de Metas dependia do apoio do capital internacional. Os empréstimos foram tomados da Inglaterra, da França, da Alemanha, do Japão e posteriormente, dos Estados Unidos.

Cerca de 2,18 bilhões de dólares entraram no país entre 1956 e 1961, e 95% dessa verba foi aplicada em iniciativas estabelecidas pelo Plano.

Page 8: De Juscelino a Jango

O Cruzeiro, n.27, 16 abr. 1960

Durante o governo Kubitschek, caminhões e carros passaram a ser fabricados no Brasil pelas empresas Willys e General Motors (EUA), Simca (França), Toyota (Japão) e DKW e Volkswagen (Alemanha).

Em 1956, Kubitschek instituiu o GEIA (Grupo de Executivos para a Indústria Automobilística.

Em 1955 começou a ser produzida a Romi-Isetta, primeiro veiculo automotor de

produção nacional.

A maior parte das empresas

se estabeleceu

no ABC paulista.

                                                                                                

                                 O verdadeiro carro urbano, dois lugares, simplicidade e economia

Page 9: De Juscelino a Jango

A nova capital foi projetada pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

Valendo-se de intensa propaganda, a Novacap, empresa responsável pela construção de Brasília, atraiu para a região mais de três mil operários que ficaram conhecidos como candangos.

Foi inaugurada em 21 de janeiro de 1960.

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A dívida externa do Brasil passou de 87 para 310 milhões de dólares.

Juscelino definiu-se como um político de centro: puniu e beneficiou as esquerdas e a direita.

Seu governo foi constantemente ameaçado pelo fantasma do golpe militar que encontrava apoio na UDN.

As greves eram freqüentes, motivadas pelo aumento da inflação. Kubitschek manteve rígido controle das organizações sindicais, punindo os rebeldes que agiam sob a bandeira do Partido Comunista.

Nesse período foram criadas as Ligas Camponesas sob a liderança do advogado e deputado estadual pelo Partido Socialista, Francisco Julião. A situação no campo era tensa. A queda nos preços do café, a seca e o descaso do governo com os trabalhadores rurais aumentou o desemprego e o êxodo rural. Os camponeses receberam apoio dos comunistas e da Igreja Católica que pressionava o poder público para que a reforma agrária fosse realizada.

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Em 1959, o presidente Kubitschek criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e nomeou Celso Furtado para a presidência do órgão. O objetivo da Sudene era promover o desenvolvimento econômico do Nordeste modernizando a agricultura e instalando empresas visando a geração de empregos.

A resistência das elites locais e a falta de interesse dos investidores dificultou a ação da Sudene.

Prédio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste- Sudene, Recife

O governo JK ficou gravado na memória dos brasileiros como um período bom. Foi um tempo de liberdade e de grande atividade cultural. O salário mínimo atingiu seu maior valor e havia pouco desemprego devido ao surto desenvolvimentista. Em 1960 houve eleições para a escolha do sucessor de Juscelino.

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Em 31 de janeiro de 1961, Juscelino entregou a faixa presidencial para Jânio Quadros, eleito com 6 milhões de votos (48%), a maior votação até então obtida por um candidato a presidente.

Apoiado por um conjunto de partidos liderados pela UDN, Jânio utilizou como símbolo de campanha a vassoura para ilustrar a promessa de “varrer” a corrupção e a imoralidade no país.

O vice-presidente eleito foi João Goulart, conhecido como Jango e considerado como afilhado político de Vargas.

Adotou medidas polêmicas como proibir as mulheres de usarem biquíni nas praias e impedir brigas de galo.

Page 13: De Juscelino a Jango

Adotou medidas polêmicas como proibir as mulheres de usarem biquíni nas praias e impedir brigas de galo.Para resolver o problema da inflação, Jânio adotou uma política econômica que diminuiu investimentos e provocou desemprego.

Condecorou o guerrilheiro Ernesto Che Guevara e prometeu reatar relações diplomáticas com a União Soviética como forma de manter uma política externa independente.

Sofrendo forte oposição do Congresso e

sem apoio das camadas

populares, Jânio Quadros agiu de forma impulsiva e renunciou em agosto de 1961.

Page 14: De Juscelino a Jango

Por ocasião da renúncia de Jânio Quadros, João Goulart estava em viagem à China e a presidência foi ocupada provisoriamente pelo deputado Ranieri Mazzilli.Jango era considerado pelos militares e conservadores, um aliado dos comunistas.

Por essa razão, setores da direita resolveram se organizar para impedir sua posse.

Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Goulart, formou a Rede da Legalidade e através de emissoras de rádio liderou uma campanha para garantir a posse de Jango.

Page 15: De Juscelino a Jango

O Congresso decidiu o impasse alterando as regras do jogo: Votou uma emenda à Constituição, adotando o parlamentarismo que seria votado em plebiscito no ano de 1965, para confirmar ou não o sistema.

Jango antecipou essa consulta para 1963 e o presidencialismo saiu vitorioso concedendo maiores poderes ao presidente da República.

O governo de Goulart foi um período de muitas agitações políticas.

Progressistas e conservadores mediam forças lutando por ideais opostos: os

primeiros eram operários, estudantes, intelectuais, militares e setores das

classes médias que exigiam mudanças significativas; já os conservadores queriam manter os privilégios dos grandes proprietários rurais e dos empresários. Eram apoiados por

setores médios.

Trancredo Neves foi nomeado como primeiro-ministro mas logo foi substituído.

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Apoiado pelos progressistas, Jango tentou fazer as chamadas Reformas de Base: reforma agrária, educacional e bancária; nacionalização de setores da economia controlados por capitais estrangeiros.

No entanto, os conservadores sentiram-se ameaçados. Acharam que as reformas eram “coisa de comunista” e passaram a fazer forte oposição ao governo.

Com as reformas, o presidente pretendia ampliar o mercado consumidor, melhorando a qualidade de vida da população e fortalecendo o capitalismo brasileiro.

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Em 1963,Jango sancionou a lei do Estatuto do Trabalhador Rural estendendo aos trabalhadores do campo os mesmos direitos do operariado urbano.A grande imprensa fazia forte oposição ao governo de Jango valorizando a quantidade de greves realizadas nos últimos tempos, chamando de “baderna” a movimentação estudantil da UNE (União Nacional dos Estudantes). Jornais como O Estado de São Paulo e O Globo eram implacáveis.Os analistas norte-americanos viam João Goulart como um presidente fraco, incapaz de enfrentar a instabilidade econômica e política gerada com a organização e o avanço dos comunistas.

No mês de outubro, o presidente enviou ao

Congresso um anteprojeto de reforma constitucional que possibilitaria o início das discussões acerca das

reformas de base. A UDN e o PSD posicionaram-se contra

as reformas.

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A autoridade do presidente era questionada tanto pela direita quanto pela esquerda. Os primeiros denunciavam a esquerdização do país e a desordem provocada pelo governo e pelas forças subversivas. A esquerda, mesmo procurando vincular-se ao presidente, reclamava da omissão de Goulart em relação a algumas questões concretas que poderiam ser decididas sem passar pelo parlamento.

Isolado, Jango encaminhou o pedido de estado de sítio para a apreciação do Congresso. Três dias depois, o pedido foi retirado e a crise política se agigantava.

Manifestações e greves tomavam conta das grandes cidades brasileiras. A política deixava de ser um privilégio dos parlamentares e estendia-se às universidades, às escolas, às fábricas, aos quartéis e às áreas rurais. A intensa movimentação política incendiou também as camadas subalternas das Forças Armadas.

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Os estudantes, divididos em diversos agrupamentos de esquerda, defendiam a formação de uma aliança com os operários e os camponeses. Foi criada a Frente de Mobilização Popular (FMP) que procurava congregar a UNE, o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), as Ligas Camponesas e setores da Igreja Católica como a Juventude Operária Católica (JOC) e a Juventude Universitária Católica (JUC)

O Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) recebia

dólares dos EUA e financiava as campanhas de candidatos conservadores e udenistas

enquanto o Instituto Brasileiro de Pesquisas Sociais (IPES)

planejava propagandas atacando os comunistas, os

nacionalistas e o presidente João Goulart.

À direita surgiu uma série de movimentos empenhados em frear o avanço das reivindicações populares e destituir Jango da presidência.

Page 20: De Juscelino a Jango

Os comandantes militares brasileiros que defendiam a intervenção no governo, seguiam os princípios da DSN – Doutrina de Segurança Nacional, divulgada pela ESG – Escola Superior de Guerra (Sorbonne) que tinha à frente o general Golbery do Couto e Silva

Nos primeiros meses de 1964, Jango regulamentou a Lei de Remessas de Lucros ao exterior e propôs a formação de uma frente política que congregasse desde o PSD até o PCB capaz de implementar as reformas e a revisão constitucional.

No dia 13 de março de 1964, Jango realizou o famoso comício da Central do Brasil onde o presidente anunciou as primeiras ações concretas das reformas de base.

Jango prometeu ainda tabelar os aluguéis e promulgar uma nova Constituição. Era a cartada definitiva do regime populista.

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A Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi realizada em São Paulo e contou com a liderança de empresários, proprietários rurais e a Igreja Católica, com apoio de oficiais das Forças Armadas.

Rapidamente a UDN, unindo-se ao PSD e contando com a gradativa adesão de militares deu a resposta.

O grito dos manifestantes: “Verde amarelo sem foice nem martelo; Deputados patriotas,

o povo está com vocês; Brizola: playboy de

Copacabana; Reformas só dentro da Constituição; Basta

de palhaçada, queremos Governo honesto; Queremos

governo cristão; A melhor reforma é o respeito à lei;

Senhora Aparecida iluminai os reacionários".

Page 22: De Juscelino a Jango

Em 31 de março, o general Olímpio Mourão Filho, iniciou o deslocamento de tropas para o Estado da Guanabara. Em outras regiões do país seguiram-se movimentações de destacamentos militares contra o governo. Havia receio, por parte dos Estados Unidos, de que o golpe falhasse ou que as forças que apoiavam Goulart - inclusive militares - ensaiassem algum tipo de resistência.

Nada disso, porém, aconteceu. Jango

voou de Brasília para Porto Alegre. De lá

percebeu que a resistência agiria até o derramamento de sangue e optou pelo

exílio no Uruguai.

Page 23: De Juscelino a Jango

A operação secreta “Brother Sam”, levada a cabo pela Marinha dos Estados Unidos, em apoio aos chefes militares brasileiro dava indícios da eminência de uma guerra civil.

A operação movimentou agentes da CIA e incluiu o deslocamento para a

costa do Brasil de uma infra-estrutura bélica composta por 100 toneladas de

armas leves e munições, navios petroleiros, uma esquadrilha de aviões

de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e

armamento completo, um porta-aviões classe Forrestal, seis destróiers, um encouraçado, além de um navio de

transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico.

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