resolução conselho nacional de educação câmara de educação básica (ceb) nº 1

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Resolução Conselho Nacional de Educação - Câmara de Educação Básica (CEB) nº 1, de 5 de julho de 2000 Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, de conformidade com o disposto no Art. 9º, § 1°, alínea "c", da Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o Parecer CNE/CEB 11/2000, homologado pelo Senhor Ministro da Educação em 7 de junho de 2000, RESOLVE: Art. Esta Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação. Art. 2º A presente Resolução abrange os processos formativos da Educação de Jovens e Adultos como modalidade da Educação Básica nas etapas dos ensinos fundamental e médio, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em especial dos seus artigos 4º, 5º ,37, 38, e 87 e, no que couber, da Educação Profissional. § 1º Estas Diretrizes servem como referência

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Page 1: Resolução conselho nacional de educação   câmara de educação básica (ceb) nº 1

Resolução Conselho Nacional de Educação - Câmara de

Educação Básica (CEB) nº 1, de 5 de julho de 2000

Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e

Adultos

 

         O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, de

conformidade com o disposto no Art. 9º, § 1°, alínea "c", da Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961,

com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o Parecer

CNE/CEB 11/2000, homologado pelo Senhor Ministro da Educação em 7 de junho de 2000,

         RESOLVE:

         Art. 1º Esta Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de

Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes

curriculares de ensino fundamental e médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente,

por meio do ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos

diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação.

         Art. 2º A presente Resolução abrange os processos formativos da Educação de Jovens e

Adultos como modalidade da Educação Básica nas etapas dos ensinos fundamental e médio, nos

termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em especial dos seus artigos 4º, 5º ,37,

38, e 87 e, no que couber, da Educação Profissional.       

         § 1º Estas Diretrizes servem como referência opcional para as iniciativas

autônomas que se desenvolvem sob a forma de processos formativos extra-escolares na sociedade

civil.

         § 2º Estas Diretrizes se estendem à oferta dos exames supletivos para efeito de certificados de

conclusão das etapas do ensino fundamental e do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos.

          Art. 3º As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental estabelecidas e vigentes

na Resolução CNE/CEB 2/98 se estendem para a modalidade da Educação de Jovens e Adultos no

ensino fundamental.

            Art. 4º As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio estabelecidas e vigentes na

Resolução CNE/CEB 3/98, se estendem para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos no

ensino médio.

         Art. 5º Os componentes curriculares conseqüentes ao modelo pedagógico próprio

da educação de jovens e adultos e expressos nas propostas pedagógicas das unidades educacionais

obedecerão aos princípios, aos objetivos e às diretrizes curriculares tais como formulados no

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Parecer CNE/CEB 11/2000, que acompanha a presente Resolução, nos pareceres CNE/CEB 4/98,

CNE/CEB 15/98 e CNE/CEB 16/99, suas respectivas resoluções e as orientações próprias dos

sistemas de ensino.

         Parágrafo único. Como modalidade destas etapas da Educação Básica, a

identidade própria da Educação de Jovens e Adultos considerará as situações, os perfis dos

estudantes, as faixas etárias e se pautará pelos princípios de eqüidade, diferença e proporcionalidade

na apropriação e contextualização das diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um

modelo pedagógico próprio, de modo a assegurar:

         I - quanto à eqüidade, a distribuição específica dos componentes curriculares a fim de

propiciar um patamar igualitário de formação e restabelecer a igualdade de direitos e de

oportunidades face ao direito à educação;

         II- quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade própria e inseparável

dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, da valorização do mérito de cada qual e do

desenvolvimento de seus conhecimentos e valores;

         III - quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos componentes

curriculares face às necessidades próprias da Educação de Jovens e Adultos com espaços e tempos

nos quais as práticas pedagógicas assegurem aos seus estudantes identidade formativa comum aos

demais participantes da escolarização básica.

         Art. 6º Cabe a cada sistema de ensino definir a estrutura e a duração dos cursos da Educação

de Jovens e Adultos, respeitadas as diretrizes curriculares nacionais, a identidade desta modalidade

de educação e o regime de colaboração entre os entes federativos.

         Art. 7º Obedecidos o disposto no Art. 4º, I e VII da LDB e a regra da prioridade para o

atendimento da escolarização universal obrigatória, será considerada idade mínima para a inscrição

e realização de exames supletivos de conclusão do ensino fundamental a de 15 anos completos.

         Parágrafo único. Fica vedada, em cursos de Educação de Jovens e Adultos, a

matrícula e a assistência de crianças e de adolescentes da faixa etária compreendida na escolaridade

universal obrigatória ou seja, de sete a quatorze anos completos.

         Art. 8º Observado o disposto no Art. 4º, VII da LDB, a idade mínima para a inscrição e

realização de exames supletivos de conclusão do ensino médio é a de 18 anos completos.

         § 1º O direito dos menores emancipados para os atos da vida civil não se aplica para o da

prestação de exames supletivos.

         § 2º Semelhantemente ao disposto no parágrafo único do Art. 7º, os cursos de Educação de

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Jovens e Adultos de nível médio deverão ser voltados especificamente para alunos de faixa etária

superior à própria para a conclusão deste nível de ensino ou seja, 17 anos completos.

         Art. 9º Cabe aos sistemas de ensino regulamentar, além dos cursos, os procedimentos para a

estrutura e a organização dos exames supletivos, em regime de colaboração e de acordo com suas

competências.

         Parágrafo único. As instituições ofertantes informarão aos interessados, antes de cada início de

curso, os programas e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos

professores, recursos didáticos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as

respectivas condições.

         Art. 10. No caso de cursos semi-presenciais e a distância, os alunos só poderão ser avaliados,

para fins de certificados de conclusão, em exames supletivos presenciais oferecidos por instituições

especificamente autorizadas, credenciadas e avaliadas pelo poder público, dentro das competências

dos respectivos sistemas, conforme a norma própria sobre o assunto e sob o princípio do regime de

colaboração.

         Art. 11. No caso de circulação entre as diferentes modalidades de ensino, a matrícula em

qualquer ano das etapas do curso ou do ensino está subordinada às normas do respectivo sistema e

de cada modalidade.

         Art. 12. Os estudos de Educação de Jovens e Adultos realizados em instituições estrangeiras

poderão ser aproveitados junto às instituições nacionais, mediante a avaliação dos estudos e

reclassificação dos alunos jovens e adultos, de acordo com as normas vigentes, respeitados os

requisitos diplomáticos de acordos culturais e as competências próprias da autonomia dos sistemas.

         Art. 13. Os certificados de conclusão dos cursos a distância de alunos jovens e adultos

emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com instituições

sediadas no Brasil, deverão ser revalidados para gerarem efeitos legais, de acordo com as normas

vigentes para o ensino presencial, respeitados os requisitos diplomáticos de acordos culturais.

         Art. 14. A competência para a validação de cursos com avaliação no processo e a realização

de exames supletivos fora do território nacional é privativa da União, ouvido o Conselho Nacional

de Educação.

         Art. 15. Os sistemas de ensino, nas respectivas áreas de competência, são co-responsáveis

pelos cursos e pelas formas de exames supletivos por eles regulados e autorizados.