resgatar o poder da sombra – análise teórica

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www.emidiocarvalho.com 1 Resgatar O Poder Da Sombra – Análise Teórica As nossas histórias servem para nos identificar como únicos. Servem ainda para limitar as nossas possibilidades. Mantêm‐nos afastados dos outros apesar de desejarmos fazer parte do todo, de um qualquer grupo. As nossas histórias roubam‐nos energia vital, deixando‐nos cansados, desmotivados e enfraquecidos. Quando vivemos dentro das nossas histórias limitamo‐nos a repetir hábitos e comportamentos repetitivos. As conclusões que tiramos das nossas histórias transformam‐se nas crenças da Sombra. Ao aceitarmos e vivermos dentro das nossas histórias estamos na verdade a ser vítimas num jogo viciado. Mas se nós não somos as nossas histórias, quem é que somos?... Temos medo que ao deixar partir os nossos dramas iremos perder a nossa identidade. E, se perdermos a nossa identidade, somos nada. Um vazio. Só conseguimos sair das nossas histórias pessoais depois de aceitar que somos Tudo e Nada ao mesmo tempo. Vemos a nossa história como um velho amigo. Sentimos o seu apoio, segurança e conforto. É aqui que a Sombra começa a intervir. A nossa Sombra sabe que podemos ser muito mais! Há um Eu Falso por detrás de cada pedaço da nossa história. Ele acredita ser o herói ou vilão, a vítima ou o predador. É assim que conseguimos manter a nossa história intacta e obter uma paz temporária na previsibilidade da história. Só que ao acreditarmos na nossa história perdemos o contacto com o Divino. Podemos intelectualizar que somos Um com a Vida. Mas nos cantos mais escuros do subconsciente não acreditamos porque nunca sentimos, a partir do coração, a união com o Todo. É importante saber que as nossas histórias têm um propósito divino. São uma parte essencial da nossa evolução. Escondida nos nossos dramas há informação valiosa! As nossas histórias contêm todos os ingredientes para sermos o melhor que podemos ser. Quais são os ingredientes?... Dor; Sofrimento; Triunfo; Alegria; Falhas; Vitórias... É importante manter presente que a nossa dor tem um propósito. Serve para nos ensinar, guiar e dar‐nos a sabedoria que necessitamos para oferecer o nosso dom

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Resgatar O Poder Da Sombra – Análise Teórica

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Resgatar O Poder Da Sombra – Análise Teórica 

 

As nossas histórias servem para nos identificar como únicos. Servem ainda para limitar  as  nossas  possibilidades.  Mantêm‐nos  afastados  dos  outros  apesar  de desejarmos fazer parte do todo, de um qualquer grupo. 

As  nossas  histórias  roubam‐nos  energia  vital,  deixando‐nos  cansados, desmotivados    e  enfraquecidos.  Quando  vivemos  dentro  das  nossas  histórias limitamo‐nos a repetir hábitos e comportamentos repetitivos. 

As conclusões que tiramos das nossas histórias  transformam‐se nas crenças da Sombra.  Ao  aceitarmos  e  vivermos  dentro  das  nossas  histórias  estamos  na verdade a ser vítimas num jogo viciado. 

Mas se nós não somos as nossas histórias, quem é que somos?... 

Temos  medo  que  ao  deixar  partir  os  nossos  dramas  iremos  perder  a  nossa identidade. E, se perdermos a nossa identidade, somos nada. Um vazio. 

Só conseguimos sair das nossas histórias pessoais depois de aceitar que somos Tudo e Nada ao mesmo tempo. 

Vemos a nossa história como um velho amigo. Sentimos o seu apoio, segurança e conforto.  É  aqui  que  a  Sombra  começa  a  intervir.  A  nossa  Sombra  sabe  que podemos ser muito mais! 

Há um Eu Falso por detrás de cada pedaço da nossa história. Ele acredita ser o herói ou vilão, a vítima ou o predador. É assim que conseguimos manter a nossa história intacta e obter uma paz temporária na previsibilidade da história. 

Só  que  ao  acreditarmos  na  nossa  história  perdemos  o  contacto  com  o  Divino. Podemos intelectualizar que somos Um com a Vida. Mas nos cantos mais escuros do subconsciente não acreditamos porque nunca sentimos, a partir do coração, a união com o Todo. 

É  importante  saber que  as nossas histórias  têm um propósito divino.  São uma parte essencial da nossa evolução. Escondida nos nossos dramas há informação valiosa! 

As  nossas  histórias  contêm  todos  os  ingredientes  para  sermos  o  melhor  que podemos ser. Quais são os ingredientes?... 

‐ Dor; ‐ Sofrimento; ‐ Triunfo; ‐ Alegria; ‐ Falhas; ‐ Vitórias... 

É importante manter presente que a nossa dor tem um propósito. Serve para nos ensinar, guiar e dar‐nos a sabedoria que necessitamos para oferecer o nosso dom 

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ao  mundo.  Mas  enquanto  não  fizermos  as  pazes  com  a  nossa  história  nunca estaremos livres para avançar. 

O que conta a nossa história? Simples: 

‐ Ninguém gosta de mim; ‐ Eu não pertenço em lado nenhum; ‐ Eu sou estúpido; ‐ Eu sou incompetente; ‐ Eu não sou bem‐vindo; ‐ Eu não sou especial; ‐ Eu não sou merecedor; ‐ Eu sou um inadaptado; ‐ Eu sou insignificante; ‐ A minha vida não conta para nada; ‐ Eu sou um Zé‐ninguém; ‐ Eu não presto; ‐ Eu sou um erro; ‐ Eu sou mau; ‐ Eu sou incompleto; ‐ Eu não mereço ser amado; ‐ Eu sou um falhanço; ‐ Ninguém gosta de mim; ‐ Eu não posso confiar em ninguém. 

Todas estas histórias têm como tema de fundo apenas um destes cenários: 

‐ Não sou suficientemente bom; ‐ Eu não sou importante; ‐ Há algo de errado comigo. 

Claro que cada um deles serve apenas para afirmar o tema da história colectiva da humanidade, que é precisamente: coitadinho de mim! 

Temos  que  possuir  a  humildade  suficiente  para  saber  que  na  verdade  não sabemos que experiências precisamos para sermos o ser completo e divino que reside dentro de nós. 

Com cada experiência negativa temos que nos perguntar: 

‐ Porque preciso desta experiência? ‐ O que posso aprender com esta experiência? ‐ De  que  maneira  posso  ser  útil  a  outros  agora  que  passei  por  esta 

experiência? 

Uma coisa podes aceitar já como garantida: é nos ingredientes negativos da tua história que se esconde a tua sabedoria. 

Começa por aceitar o facto de que a tua história não é má. Antes pelo contrário! Mas é sempre limitadora. 

 

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As crenças sobre nós próprios... Encontram‐se nos eventos negativos das nossas vidas, principalmente na nossa infância. Visita agora a tua infância e recorda‐te das situações negativas. O que aprendeste com cada uma? Qual a lição escondida e  limitadora  de  cada  um  dos  eventos?  O  que  decidiste  sobre  ti  com  cada  um destes  eventos?  Talvez  que  não  és  merecedor  de  amor.  Ou  que  não  és importante. 

Podes ter a certeza de uma coisa, quando vives dentro da tua história é normal sentir um dos seguintes sentimentos: 

‐ Resignação; ‐ Sensação de que falta algo; ‐ Privação; ‐ Ressentimento; ‐ Vitimização; ‐ Solidão; ‐ Raiva; ‐ Culpa; ‐ Vergonha; ‐ Desespero; ‐ Falta de esperança; ‐ Tristeza; ‐ Medo; ‐ Inveja; ‐ Arrependimento; ‐ Pena de si mesmo; ‐ Ódio de si mesmo. 

Uma das mensagens mais repetidas, na nossa história, é: “Se apenas...” 

Como podes  saber  se  estás  a  viver dentro da  tua história? Observando os  teus pensamentos,  o  teu  diálogo  interno.  A maior  parte  das  pessoas  passa  a maior parte do tempo a estar onde não está. O nosso corpo está no momento presente, no eterno agora, mas a mente está no passado ou no futuro. 

Se estiveres a contemplar o futuro podes ter a certeza que estás a viver dentro da tua história. E quando estamos dentro da nossa história os nossos pensamentos podem  ir  do  mórbido  –  se  o  meu  marido  morre  a  caminho  da  reunião  num acidente...  –  até  ao mais  absurdo  –  o  cão do meu  vizinho  ladra  sempre que  eu entro em casa! 

Quando  estamos dentro das  nossas  histórias  nunca pensamos um pensamento uma  única  vez.  Nunca  pensamos  “gostava  de  ter  uma  relação  amorosa  com alguém especial” e ficamos por aí. Não! Pensamos mais algo como: “Era tão bom que ela fosse parecida com a Angelina Jolie, e que tivesse muito tempo livre para podermos  passear  todos  os  dias.  E  se  ela  fumar?...  Não,  não  fuma!  Nem  bebe álcool, excepto nas festas que iremos dar aos nossos amigos!... E se os pais dela não gostarem de mim?...” 

 

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A caixa da Sombra 

Esta  caixa  está  cheia  de  todos  os  juízos,  todos  os  pensamentos,  sofrimentos emocionais e crenças que suprimos, negámos e rejeitámos. E é a voz desta caixa a que damos ouvidos milhares de vezes ao longo do dia! E ouvimo‐la sem cessar! E continuamos a ouvir, dando valor ao que esta voz nos diz! 

Qual  o  benefício  real  desta  voz,  que  aparentemente  nos  deita  abaixo  e  nos  diz que não prestamos, não merecemos, não podemos? O grande benefício é o aviso que representa! Avisa‐nos que estamos completamente dentro da nossa história! 

Qual  o  tema de  fundo  da  tua  história? Que  eventos  te marcaram? Talvez  foste ignorado  pelos  adultos  à  tua  volta...  Ou  sentiste  que  não  prestavas...  O  que aprendeste  com cada evento da  tua vida? Aquilo que aprendeste  será  repetido até à exaustão pela voz da Caixa da Sombra. 

O nosso medo de mudar é o que nos mantém presos à vida que experienciamos agora. Mas será que estamos assim tão seguros dentro das nossas histórias?... 

A  resistência  à mudança  surge  sempre que decidimos que nós,  os outros,  ou o mundo  estão  errados.  A  crença  interna  é:  “Não  deveria  ser  assim!”  –  isto  é  o mesmo que não aceitar Aquilo Que É. O que está na realidade a acontecer agora, neste momento. 

O maior  problema  é  que  aquilo  a  que  resistimos  irá  persistir.  Queremos  tanto que a nossa vida mude, que os outros mudem, que eliminem os seus defeitos, que sejam pessoas mais simpáticas... Mas a primeira coisa que temos que fazer para que a mudança surja nas nossas vidas é aceitar Aquilo Que É. 

Só  quando  perdermos  a  esperança  de  poder  mudar  a  nossa  história  é  que começamos  a  ficar  livres  dela.  Infelizmente,  agarramo‐nos  instintivamente  à própria esperança! 

Formas como manifestamos a (falsa) esperança: 

‐ “Depois da tempestade vem a bonanza!”; ‐ “O que não mata, engorda!”; ‐ “Sem sofrimento não há crescimento!”; ‐ “Há uma razão para tudo o que acontece...”; ‐ “Deus não me daria nada que eu não fosse capaz de aguentar...”; ‐ “Isto faz parte um processo...”; ‐ “Acontecem milagres todos os dias...”; ‐ “É tudo uma ilusão.”; ‐ “Também isto irá passar.”; ‐ “Há sempre alguém pior do que eu...”; ‐ “Se eu mantiver uma atitude de gratidão...”; ‐ “Faz aquilo que amas e o dinheiro virá...”; ‐ “Tudo tem solução.”; ‐ “O importante é desfrutar da caminhada!”; ‐ “O tempo cura todas as feridas.”; ‐ “Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida...”. 

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Cada uma destas expressões é adicionada à história da nossa vida. Muitas vezes tentamos  ‘consertar’  a  nossa  história  a  partir  da  própria  história! Mas  a  única maneira de reparar a nossa história é saindo dela. E para sair da nossa história é importante primeiro sentir a dor que ela nos causa. Sentir a dor e fazer o luto. 

A  questão  básica  é  simples:  porque  queremos  tanto  alterar  a  nossa  história?... Porque no fundo queremos regressar a um estado de plenitude, a um sentirmo‐nos completos. E sabemos que é possível! 

O maior obstáculo para sair da nossa história é a nossa mente. A mente nunca nos poderá levar onde o coração precisa de ir. A nossa mente procura respostas fora de nós, mas é no coração que se encontram todas as respostas. 

A mente quer saber, conhecer e compreender qual o caminho a percorrer. Mas percorrer (ser) esse caminho não é a mesma coisa. Compreender é o prémio de consolação  que  nunca  nos  libertará  da  nossa  história.  O  compreender  vive  na nossa mente. O ser vive no nosso coração. 

Para ser o que eu sou tenho que desistir do ser que eu conheço, que ‘sei’ que sou. Na verdade tenho que desistir de tudo o que sei sobre quem sou. Mas o ego tem uma necessidade de saber quem é que eu sou. E não apenas para saber quem é mas, sobretudo, para se sentir superior, ou inferior, aos outros. 

Não vale a pena  tentarmo‐nos  livrar do ego. Ele existe e é necessário. E  jamais nos  conseguiremos ver  livres dele. Da mesma  forma que nunca conseguiremos ver‐nos  livres  da  nossa  história.  Ambos  são  ingredientes  essenciais  da  receita divina a chamo “Eu”. 

O que é que nos mantém presos nas nossas histórias? 

A nossa necessidade de saber e compreender, de controlar, de ter razão e de ser ‘alguém’.  Se  nos  livrássemos  das  nossas  histórias  nunca  descobriríamos  quem somos ao nível mais profundo do nosso ser. 

A  pergunta  que  temos  então  que  fazer  é:  quem  é  que  eu  seria  sem  a  minha história?... E se porventura ficarmos com medo da resposta, o que é natural, isto deveria  ser  uma  indicação  para  abraçar  a  excitação  de  não  sabermos  quem somos! Bem‐vindo! 

Temos  que  começar  por  admitir  que  somos  vítimas  das  nossas  histórias.  A história  da  vitimização  diz‐nos  que  algures  na  nossa  vida  alguém  nos  fez mal, errou. E esses erros são a causa do nosso sofrimento. Esta história irá limitar‐nos enquanto acreditarmos nela. 

O pior tipo de vitimização é ser vítima de si mesmo. E é precisamente isto que os Egos Espiritualizados dos nossos dias fazem: “isso aconteceu‐te porque o atraís‐te a ti... Porque não abres o teu coração... Tens que destruir o ego...” 

Assim só mudamos a perspectiva da nossa história. Em vez de culpar os outros, culpamo‐nos a nós mesmos! 

Enquanto estivermos a obter benefícios das nossas histórias  jamais  iremos sair delas. Sem nos apercebermos, ganhamos muito quando culpamos outros. Há uma 

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satisfação interior ao culpar, apontando o dedo ao que está errado. Conseguimos ficar com a razão do nosso lado. 

Juntamente  com  a  razão  abraçamos  o  ressentimento.  E  ao  carregar  o  pesado fardo do ressentimento nos nossos corações iremos criar mais sofrimento. 

Enquanto formos vítimas iremos encontrar sempre formas de nos sabotar, para podermos justificar o nosso ressentimento. 

Qual a saída?... Responsabilidade! 

O  problema  é  que  ao  aceitarmos  a  responsabilidade  total  por  tudo  o  que  nos aconteceu é como se deixássemos fugir o culpado do nosso sofrimento sem um julgamento, sentença e castigo. Aceitar esta responsabilidade é um processo que se faz por camadas. 

Começamos por aceitar que somos co‐criadores da nossa vida. Depois temos que extrair os benefícios de todos os eventos que julgámos, de todas as pessoas que nos magoaram. Temos que abraçar o ressentimento que carregamos em relação aos nossos pais,  irmãos,  amigos,  colegas.  Só depois de perdoar na  totalidade,  a partir do coração, todas estas pessoas é que estamos livres para continuar este processo de sair das nossas histórias. 

A  culpa  e  o  ressentimento  são  as  emoções  tóxicas  que  nos  mantêm  presos  à nossa história. 

Sabotamos  a  nossa  vida  continuamente  por  forma  a  podermos  agarrar‐nos  ao ressentimento. Todas as vezes que falhamos na nossa vida conseguimos provar que temos razão e que os outros são culpados pelo que nos aconteceu. A quem é que aponta o dedo de cada vez que algo corre mal na sua vida? 

Ao  sabotarmos  a  nossa  vida  estamos,  inconscientemente,  a  punir,  a  castigar, aqueles  que  nos  magoaram  na  infância.  Directa  ou  indirectamente  afirmamos algo como: “Vês como sou um falhado?! Vês como destruíste a minha vida?!” 

Podes  ter  a  certeza de uma  coisa:  se não  estás  a  viver  a  vida dos  teus  sonhos, estás agarrado ao ressentimento provocado pelos “erros” dos outros. 

Sempre que apontamos o dedo, sempre que culpamos outros estamos em toda a verdade a validar as nossas desculpas. Como humanos somos mestres a inventar desculpas para justificar as nossas limitações. O problema é que vemos as nossas justificações como a verdade, em vez da desculpa que de facto é. 

Quais são as tuas desculpas? 

‐ “Não sou capaz.”; ‐ “Isso nunca vai acontecer...”; ‐ “Não sou suficientemente esperto...”; ‐ “Sou demasiado velho/jovem...”; ‐ “Não sou capaz de decidir.”; ‐ “Não consigo evitar ser assim.”; ‐ “Não sei como é que hei‐de fazer...”; ‐ “Não tenho energia suficiente.”; 

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‐ “Quando souber mais...”; ‐ “Amanhã começo!”; ‐ “Já há outros a fazer o que eu quero fazer.”; ‐ “Preciso de ajuda.”; ‐ “Se disser o que penso, as pessoas fogem de mim!”; ‐ “Já fiz tudo o que podia hoje!”. 

Os  nossos  dramas,  sofrimentos,  descontentamentos,  tornam‐se  nas  nossas desculpas para não manifestarmos o Ser Magnificente que há dentro de nós. 

Aceitarmos  total  responsabilidade  pela  nossa  vida  coloca‐nos  sempre  numa posição de poder. Quando tomares uma decisão, para saber se é uma desculpa, uma  forma de  te  culpares  ou  culpar  outros,  pergunta‐te:  “isto  dá‐me poder  ou está a enfraquecer‐me?” 

Iremos  permanecer  nas  nossas  histórias  até  termos  extraído  todas  as  lições  e sabedoria que precisamos para poder oferecer o nosso dom ao mundo. Para tal temos  que  examinar  e  expor  cada  evento  da  nossa  vida  onde  nos  sentimos feridos,  incompletos,  presos.  Enquanto  tentarmos  evitar  a  dor  iremos  apenas perpetuar os nossos dramas. 

O  processo  de  fazer  as  pazes  com  a  nossa  história  exige  de  nós  identificar, compreender,  aceitar  e  abraçar  tudo  aquilo  que  no  nosso  passado  nos  causou dor.  As  feridas  emocionais  por  sarar  são  o  que  nos  previne  de  abandonar  as nossas limitações. São também a cola que mantém a nossa história coesa. 

Antes de podermos sair da nossa história temos que primeiro aprender a amá‐la, honrá‐la  e  aceitá‐la  por  todas  as  formas  que  ela  contribuiu  para  o  nosso crescimento.  Temos  que  aprender  ainda  a  perdoar‐nos.  Uma  mente  culpada espera  continuamente  ser  punida.  A  culpa  irá  levar‐te  a  atrair  pessoas  e situações que validem os teus pensamentos de culpa. 

Resgatar o Dom 

Para descobrir o teu dom tens que estar preparado para utilizar tudo aquilo por que passaste na tua vida e que pode ser de benefício a outros. Podes começar por pedir a coragem para crescer para além da tua história. 

Se a tua vida é feita de pessoas que abusaram da tua confiança, que te magoaram e enganaram, o que é que aprendeste com todas essas lições e que podes ensinar a outros?... 

Contempla  a  seguinte  questão:  o  que  precisarias  de  fazer  para  te  sentires deliciosamente feliz, contribuir para um mundo melhor, ajudar aqueles que amas e criar a vida dos teus sonhos? 

Quando começamos a fazer uso de tudo aquilo que sabemos, tudo aquilo que já fomos,  e  tudo  aquilo  que  somos,  alinhamo‐nos  com  a  Inteligência  Infinita  do Universo  e  com  a  expressão mais  elevada  de  quem  somos.  A  nossa  atenção  e energia deixa de estar focada na nossa história, nos nossos dramas. 

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Cada  um  de  nós  viveu  experiências,  e  passou  por  lições,  que  mais  ninguém experienciou. A nossa experiência torna‐nos especialistas. E o mundo aguarda de braços abertos aquilo que temos para oferecer. 

A nossa especialidade surge do nosso sofrimento. A nossa especialidade permite‐nos usar as nossas histórias, em vez de sermos usados por elas. 

Ao  vivermos  fora  da  nossa  história  deixa  de  haver  necessidade.  Há  apenas  a crença profunda de que tudo é exactamente como deveria ser. 

Fora  da  nossa  história  os  nossos  pensamentos  dizem:  “Eu  confio  no  Universo para  que me  leve  onde  eu  preciso  de  ir.  Eu  amo  a  vida.  Tudo  acontece  numa verdadeira  ordem  divina.  Eu  tenho  mais  que  suficiente.  Eu  sou  mais  que suficiente.  Eu  sou  abençoado.  Eu  sou  capaz.  Eu  acredito  em mim.  Eu  sou  uma pessoa boa. Como é que lhe posso ser útil?” 

Fora  da  nossa  história  sentimos  entusiasmo,  excitação,  alegria,  abundância, liberdade,  abertura,  confiança,  gratidão,  admiração,  intuição,  auto‐estima, apreciação, respeito, amor incondicional e uma energia ilimitada. 

Para sabermos se estamos dentro ou fora da nossa história basta prestar atenção ao diálogo interior. Em vez de dar ouvidos à vozinha que diz como tudo está mal, e  sermos  a  estrela  do  espectáculo  da  nossa  história,  podemos  simplesmente afirmar:  “Oh!  Cá  estou  eu  na  minha  história!”  E  depois  saltar  para  fora  da história!  Como?...  Respira  fundo,  volta  a  respirar...  E  ri‐te!  Ri‐te  dos  teus pensamentos! 

Torna‐te um observador atento dos teus diálogos interiores. De cada vez que dás atenção aos dramas da tua história estarás a dar‐lhe poder. 

De cada vez que te apanhares com pensamentos da tua história afirma qualquer coisa  como:  “Oh,  que  pensamento  tão  lindo! Mas  prefiro  pensar  em  algo mais positivo e verdadeiro, obrigado!” 

Se deixares de dialogar  com a  tua história,  eventualmente  ela  vai deixar‐te  em paz. 

Dedica  algum  tempo  a  descobrir  pensamentos,  hábitos,  emoções  e comportamentos que te são característicos quando estás dentro da tua história. Depois descobre quais os pensamentos, hábitos, emoções e comportamentos que tens quando não estás na tua história. Deixo‐te um exemplo: 

Quando estou dentro da minha história: 

‐ Telefono aos meus amigos a contar o péssimo dia que tive; ‐ Como muito chocolate; ‐ Vejo televisão; ‐ Preocupo‐me com as contas para pagar; ‐ Discuto com a minha companheira; ‐ Faço filmes em que sou atraiçoado; 

 

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Quando não estou dentro da minha história: 

‐ Admiro a beleza do dia; ‐ Sinto que a minha vida faz uma diferença no mundo; ‐ Como alimentos saudáveis; ‐ Arranjo todos os dias uns minutos para fazer meditação; ‐ Digo aos meus amigos que gosto deles. 

Ao  perguntarmo‐nos,  várias  vezes  ao  dia,  “Estarei  dentro  da minha  história?”, começamos a  tomar consciência do nosso envolvimento. A  todos os momentos tens que estar preparado para deixar partir o Eu da tua história e abraçar o Eu com o potencial ilimitado para ser o melhor que podes ser. 

Uma  forma de pôr um  fim à nossa história, de a arrumar de vez, é expondo os nossos segredos. Aqueles segredos que temos medo ou vergonha que os outros descubram. Quando  expomos os nossos  segredos  e  revelamos  aquilo  que mais medo temos que outros descubram, a nossa história termina. Mas este não é um processo  fácil.  Na  verdade  não  aconselho  ninguém  a  fazer  isto  sem  o  apoio apropriado. 

Quando expomos os nossos segredos ficamos completamente desprotegidos e à mercê dos juízos dos outros. Corremos ainda o risco de os outros atirarem para cima de nós as suas sombras. 

No curso Educação Emocional todos os participantes irão ter uma oportunidade, e irão conseguir, de expor os seus segredos. 

Para terminar, começa por identificar cinco actividades diárias em que te possas envolver e te diga que estás fora da tua história! Assim, todos os dias darás mais um passo para sair da tua história. 

 

 

Tenho  dedicado  os  últimos  tempos  a  tentar  desvendar  o  motivo  porque  a maioria  das  pessoas  não  está  interessada  em  colocar  na  prática  todo  este trabalho da sombra... E hoje sei o motivo: o trabalho da sombra, de descobrirmos quem somos de verdade, obriga‐nos a uma honestidade brutal à qual não fomos educados. 

Queremos  técnicas,  ferramentas,  exercícios,  para  sermos  pessoas  boas  que ajudam  outros.  Queremos  ser  apreciados  por  aqueles  que  nos  rodeiam  e queremos pensar que fazemos uma diferença no mundo. 

Mas  isto  não  é  possível  sem  primeiro  conseguirmos  ganhar  a  coragem  de confrontar  o  Eu  Completo  e  Total  que  vive  escondido  na  penumbra  da  nossa mente. Sermos honestos ao ponto de aceitar as mil e uma maneiras em que nos enganamos e enganamos os outros. Honestos ao ponto de aceitar que cada um dos defeitos que vemos nos outros está na verdade em nós, camuflado.  

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O desafio é que enquanto o problema estiver  fora de nós, nos outros, podemos continuar a  julgar, a emitir opiniões e a sentirmo‐nos superiores, ou  inferiores. Um  trabalho  perfeito  para  o  ego.  A  partir  do  momento  que  não  julgamos  os outros,  as  situações  e  os  eventos  dramáticos  das  nossas  vidas  e  das  vidas  dos outros,  deixamos  de  poder  considerar‐nos  melhores  ou  piores  que  os  outros. Iguais. E o ego odeia ser igualzinho aos outros egos à sua volta. 

Mas  a  verdadeira  liberdade  só  é  atingida  quando deixarmos  de  rejeitar Aquilo Que É. Abraçar Aquilo Que É, estar em paz com o que acontece à nossa volta, sem julgar, sem emitir uma opinião, sem querer que seja diferente, é um trabalho que exige muita honestidade interior. Esta honestidade não tem nada que ver com o não  mentir  ou  ocultar  a  verdade.  É  a  honestidade  de  acreditar,  a  partir  do coração,  que  somos  inteiros,  completos,  perfeitos.  Somos  falsos  e  verdadeiros, bons e maus, bonitos e feios, egoístas e altruístas, criativos e destrutivos. Somos tudo.  

Isto é o que significa ser honesto. E senti‐lo a partir do coração e nunca da mente. O trabalho da mente é quase sempre um trabalho do ego.  

Desengane‐se se acredita que é capaz de sentir quem é de verdade sem a ajuda e o apoio de outros que já tenham percorrido o caminho que quer percorrer. Este caminho  é  apenas  para  os  corajosos,  para  os  que  querem  enfrentar  os  seus fantasmas, olhos nos olhos, e abraçar cada um com amor e gratidão. E isto, meu querido amigo, só é possível a partir do coração. 

Obrigado por teres tirado tempo do teu dia para me ler. A tua vida já está num processo de mudança pelo simples facto de ler isto. Abençoado!