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RESERVA VISITÁVEL Museu Nacional do Desporto: um novo rumo adaptado à Realidade Portuguesa e à Responsabilidade do Estado pelo Património Desportivo Português. Pedro Manuel-Cardoso, 25agosto2016 1 RESERVA VISITÁVEL Museu Nacional do Desporto: um novo rumo adaptado à Realidade Portuguesa e à Responsabilidade do Estado pelo Património Desportivo Português Proposta de Pedro Manuel-Cardoso em 2016 1. Objetivo 2. Justificação 3. Metodologia 4. Caracterização e Exigências Técnicas 5. Decisão e Concretização

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Museu Nacional do Desporto: um novo rumo adaptado à Realidade Portuguesa e à Responsabilidade do Estado pelo

Património Desportivo Português.

Pedro Manuel-Cardoso, 25agosto2016

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RESERVA VISITÁVEL

Museu Nacional do Desporto: um novo rumo adaptado à Realidade Portuguesa e à Responsabilidade do Estado pelo Património Desportivo Português

Proposta de Pedro Manuel-Cardoso em 2016

1. Objetivo 2. Justificação 3. Metodologia 4. Caracterização e Exigências Técnicas 5. Decisão e Concretização

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1 – OBJETIVO

1.1 – Conseguir um Espaço para colocar o Património Desportivo Português resolvendo o grave problema de armazenamento e salvaguarda. 1.2 – Possibilitar o acesso do público/visitantes a essa Reserva. 1.3 – Um Espaço e uma Infraestrutura que garanta, no presente e futuro, a responsabilidade pela conservação do Património Desportivo Português, evitando as perdas e os danos causados pelas mudanças e pela dispersão das coleções. 1.4 – Este Projeto não pretende substituir ou interferir nos projetos públicos e privados. Serve, outrossim, para acrescentar uma segurança efetiva para a salvaguarda do Património Português face a eventuais mudanças que o coloquem em perigo no presente e futuro. É um Projeto que concretiza na prática a Responsabilidade do Estado pelo Património Desportivo Português e Redefine um novo rumo para a missão do Museu Nacional do Desporto numa perspetiva de cooperação e complementaridade, tendo em consideração também a escassez de recursos do Estado.

2 – JUSTIFICAÇÃO

2.1 – A criação legal do Museu Nacional do Desporto ocorreu há trinta anos através do Decreto-Lei n.º 295/85, de 24 Julho 1985. Passadas estas três décadas o Museu Nacional do Desporto não conseguiu atingir os Objetivos que a sua criação justificava. Em 2016 verifica-se que o Património Desportivo Português continua disperso por várias instituições, arquivos, bibliotecas e museus sem que haja uma correta gestão museológica e patrimonial que consiga dar coerência e sistematicidade a esse valioso património que é crucial para a Identidade e a Sociedade Portuguesa. 2.2 – O projeto iniciado em 1985 falhou. Em temos práticos, e sem quaisquer outras motivações que não sejam a verificação empírica dos factos e os benefícios para Portugal, esta é a realidade. Basta uma análise objetiva à situação atual, desde que isenta de motivos político-partidários ou benesses de cargos, para o constatar. 2.3 – Várias vezes tivemos a oportunidade de confrontar os responsáveis políticos e a Administração Pública para esta situação. A última das quais ocorreu a Convite da Assembleia da República em 19 abril 2016 (ver Quadro adiante). Nessa ocasião propusemos a criação de um Grupo de Trabalho para estudar e gizar uma solução, Proposta que foi aceite pelo Coordenador do Grupo de Trabalho do Desporto da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto. O conteúdo da nossa intervenção encontra-se disponível nos Arquivos da Assembleia da República. 2.4 – O problema exige uma solução prática e concreta. A Proposta que apresentamos é essa solução. Uma solução que garante a sustentabilidade, a complementaridade, e a justificação

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para a continuidade do Museu Nacional do Desporto a curto, médio e longo-prazo, e salvaguarda a responsabilidade do Estado pela Gestão do Património Desportivo Português.

PEDRO MANUEL-CARDOSO

Conferência: “DESPORTO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE – Conferência Parlamentar – Assembleia da República – Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto – “Alto rendimento desportivo, projeto Olímpico e Paralímpico Rio 2016, e desafios para os próximos ciclos olímpicos” – Integrada nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2016, subordinado ao tema “Desporto, Um Património Comum” – Auditório do Novo Edifício da Assembleia da República – Lisboa, 19 abril 2016 – 9h30/13h.

Senhora Presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, Senhor Coordenador do Grupo de Trabalho do Desporto, Senhora Diretora-Geral do Património, Representantes dos Grupos Parlamentares, Senhor Presidente do Comité Olímpico de Portugal Senhor Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Senhor Presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Presidentes e Representantes do Movimento Associativo, Prestigiados Atletas e Técnicos presentes neste auditório, Senhoras e Senhores, Importa começar pela realidade atual e pelas soluções concretas.

O Património do Desporto é atualmente propriedade de clubes, federações, instituições privadas e de pessoas, e está protegido por direitos-de-autor e de propriedade. Alguns desses clubes são hoje «sociedades anónimas cotadas em Bolsa», e possuem museus que competem entre si. No caso do Olimpismo existe legislação que protege a propriedade e os símbolos olímpicos (Decreto-lei n.º 155/2012, de 18 de julho 2012).

O Estado jamais poderá pretender gerir o património do desporto através de um único «museu», como foi decretado em 24 de julho de 1985 (Decreto-lei n.º 295/85, de 24 de julho 1985). Esse tempo desapareceu, e já não volta. Não há recursos nem sustentabilidade para um caminho isolado e solitário como o Estado pretendia fazer até surgir a crise global de 2008. A responsabilidade do Estado pela Gestão do Património do Desporto tem que ser realizada através de diversos museus, trabalhando em rede e complementaridade.

Foi por essa razão que no passado dia 5 de março o Comité Olímpico apresentou a Casa da Cultura do Olimpismo ao Governo.

PORQUÊ?

Porque falta efetivamente um local que conte a História da Participação de Portugal nos Jogos Olímpicos, e ofereça às Pessoas e à Sociedade a Compreensão do Olimpismo de modo competente e credível. Era o mesmo que dizer: «o Estado não está disposto a contribuir para que os Atletas e as Figuras Relevantes do Desporto Olímpico fiquem na Memória das gerações vindouras».

Sem a Casa da Cultura do Olimpismo o Museu Nacional do Desporto não consegue cumprir a sua missão, nem o Estado consegue assumir a sua Responsabilidade pelo Património Desportivo Português.

É importante discursar sobre o Significado e a Utilidade do Património do Desporto, mas mais importante é resolver os problemas concretos. Essa é que seria a verdadeira Comemoração. O Património não são apenas os Objetos e as Coisas, é o Valor e a Relevância que através delas se quer transmitir às gerações futuras. Portanto nesta Conferência vale a pena explicitar a razão pela qual o Desporto é Património:

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A parte mais visível dessa razão mostra que o Desporto permite construir a identidade e a pertença de muitas comunidades; promove o diálogo intercultural à escala do Mundo; move capitais, e gera emprego; ajuda à paz quando todas as outras instituições falham; e é imprescindível para a compreensão do Ser-Humano e das Sociedades.

Basta estudar a história das modalidades desportivas para perceber que o Desporto se faz em todos os sítios e lugares da Terra, com todos os utensílios e objetos que houverem ou forem inventados. Essa história é a história do agir humano e da sua diáspora. Logo, para classificar um Monumento ou um Sítio específico do Desporto era preciso classificar Todo-o-Mundo.

No Desporto é necessário compreender as transformações mentais e sociais que mudaram os modelos de praticar o Corpo. Desde um modelo baseado na potência e na força, a um modelo baseado na produção e no rendimento, depois um modelo baseado na vertigem e na destreza atlética. E a seguir um modelo que miscigenou os outros.

Logo, o Desporto é um Objeto que não permite o erro de separar material de imaterial, como se tornou moda fazer hoje, havendo até departamentos para uma coisa e para outra. No Desporto ninguém conseguirá gerir o Património… …Se separar a bola… do modo de a jogar; …Se separar os prémios… da competição e da reação do público; …Se separar os resultados… da intencionalidade e da premeditação; …Se separar o atleta… do treinador e da formação;

No Desporto “o corpo é o principal utensílio” (M. Mauss). É “a intencionalidade que dá forma à motricidade” (Hugues Saint-Victor). E qualquer “objecto só tem existência no gesto que o torna tecnicamente eficaz” (Leroi-Gourhan).

Para Gerir o Património do Desporto:

É necessário que a Gestão se faça através do Índice Matemático de Patrimonização [IP=Fx(iP+iD+iC/cT+cR)], fazendo a convergência científica e técnica entre a museologia, a arquivologia, a biblioteconomia, e documentação.

É necessário acrescentar à habitual Museologia da Memória a Museologia da Compreensão, alterando o modo tradicional de gerir o Serviço Educativo que passa a ser a própria Exposição Permanente.

Para ter competência para Gerir o Património do Desporto todos e quaisquer objetos que lhe pertençam é preciso, a nível científico e técnico, saber como o Corpo e o Cérebro transformam a Motricidade em Atividade Física e Jogo, e depois em Desporto.

E porque são necessárias estas competências?

Porque o Desporto está a Mudar. E essa mudança não é captável pelas pedras, pelos lugares, ou pelos edifícios. O Valor e a Relevância do Desporto mantêm-se, mas agora começa a ser transmitida por outros objetos patrimoniais.

Mas... o que distingue o Desporto das outras atividades humanas?

Não foi a Intencionalidade nem a Transcendência. Foi a Decisão de limitar o agir a uma ética construída socialmente (em que quaisquer que sejam os resultados anteriores os praticantes e os atores sociais não alteram

o seu estatuto e a sua paridade nas relações futuras e nos sucessivos confrontos que inventou o Desporto. E isso ocorreu há 2791 anos.

O Desporto tal como o entendemos hoje existe desde o Olimpismo. Recorrer à lógica social do séc. XIX para o explicar foi um erro científico e factual. Era o mesmo que dizer que o Sol e a Vida só começaram quando lhes demos os nomes.

O Desporto consegue compatibilizar as capacidades e habilidades dos Vencedores com as capacidades e habilidades dos Vencidos, já que mantém ambos numa sucessão infinita de disputas sem que uma parte destrua a outra, ou impeça a invenção de uma solução de vitória diferente e melhor, logo, mais Adaptativa em termos Evolutivos.

Ora não é isso que acontece com as outras atividades fora do Desporto. E há até outros tipos de éticas, que não são reguladoras do viver humano em sociedade. Na Ética Desportiva é a Competição que testa se o vencedor e o derrotado aceitam relacionar-se novamente sem quebrarem os laços humanos que os ligam. No Desporto a relação humana não é corrompida, quaisquer que sejam os resultados e as consequências dos

actos. É a Competição da Pessoa, consigo mesma, e com as Outras assim limitada.

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É essa submissão ao limite ético que exige todas aquelas qualidades que se costumam dizer que o Desporto forja no carácter humano. A atividade física, os jogos, o vencer, o «mais longe/mais rápido/mais forte» só são Desporto se estiverem dentro desse limite ético. Fora desse limite não são Desporto, apesar de formalmente em termos da biomecânica e da motricidade terem a mesma aparência. Para as fazer não era necessário ter sido inventado o Desporto.

O Desporto realiza e constrói uma Ética. Sempre. Não há Ética Desportiva fora do acto desportivo. A

Ética Desportiva faz-se com a Competição, com organização dos Quadros Competitivos com o Fazer-

Desporto e jamais com a atividade física, com Planos Éticos, ou com uma Moral vinda de fora feita de palavras e de panfletos.

Foi a capacidade de pôr esse limite ao agir que transformou o Desporto num dos mais eficazes sistemas de regulação do comportamento humano e simultaneamente de invenção de novas motricidades. No Desporto, ao contrário de outros sistemas, o limite cria e inventa. A Seleção não restringe; provoca a Diversidade. Em termos antropológicos há um salto evolutivo profundamente Relevante para a espécie humana.

É POR CAUSA DISSO QUE O DESPORTO É PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE

Mas qual é a utilidade do Património para os Desafios dos Próximos Ciclos Olímpicos? Uma primeira utilidade tem a ver com a Política Pública de Desporto. Por exemplo:

Ninguém compreenderá o Desporto se dissermos que é: “qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte num gasto energético relativamente à taxa metabólica de repouso”. Ou é: “melhorar a capacidade do sistema neuromuscular para estabilizar o corpo através de contrações dinâmicas e isométricas”. Ninguém compreenderá o comportamento desportivo se dissermos que o Corpo Humano é: “um sistema químico autónomo capaz de seguir uma evolução darwiniana… que surgiu a partir de matéria inerte através de processos de auto-catálise e de auto-organização”.

Mas também ninguém compreenderá o Desporto se dissermos que resulta de histórias e mitos, gregos e romanos, antigos, cujo sentido está na etimologia das palavras, nas fábulas, nas pedras, e noutras hermenêuticas transcendentais do mesmo tipo.

O Património do Desporto é útil para afastar estes estereótipos e mal-entendidos, ao permitir Fazer o Inventário rigoroso das diferentes concepções e modelos de compreensão. E isso também ajuda a Política de Desporto. Um exemplo torná-lo-á perceptível:

O Património permite compreender que hoje a questão do Desporto já não é entre Monismo e Dualismo: se o Desporto se faz com o Corpo ou com o Espírito; se se é uma Máquina ou uma Existência. Nem entre «o que é» de Descartes, T. Hobbes e dos outros Materialistas; e o «quem é» de Espinosa, Leibniz, Heidegger, e dos partidários da Fenomenologia. Ou dito de outro modo, a questão já não é a que opôs Phillipe Tissié a Pierre de Coubertin no Congresso Olímpico de 1897. A mesma que 19 anos depois foi retomada no Congresso

de Educação Física organizado pelo Ginásio Clube Português em 1916 faz agora precisamente 100 anos… Entre, de um lado, os que eram motivados pela Educação e Ciência, e do outro lado os que eram motivados pelos Excessos do Desporto.

A questão já não é entre: Por um lado, um modelo de educação física e motricidade prescrito de modo científico com base na fisiologia, desenvolvido em Portugal após a Guerra Civil de 1820-1834, dirigido por médicos, professores e militares, com objetivos higiénicos, pedagógicos e de saúde pública, institucionalizado por lei nos programas dos Liceus em 4 de novembro de 1905, e defendido por Furtado Coelho em 1907… E do outro lado, uma prática desportiva espontânea e popular impulsionada pelo associativismo, pelo prazer coletivo do espetáculo e da competição, ajudada pelo restabelecimento dos Jogos Olímpicos em 1896.

Mas o Património também permite compreender que o Desporto não se reduz à questão agonística da competição, ou à pretensa ritualização da violência e da guerra… Em que o Desporto serviria “para o agressor se ver no agredido, que de rival passaria a semelhante, através de um mecanismo psicológico de identificação cognitivo-emocional com os congéneres”.

Portanto, o Património mostra que é crucial acabar com este impasse e esta desavença. Porque o Desporto, ao ser uma Ética através da Competição, é já em si mesmo uma Pedagogia; logo, essa cisão é um erro de compreensão sobre aquilo que o Desporto é e sobre aquilo que beneficia as Pessoas e a Sociedade. Que hoje a questão é conciliar a Educação Física e o Desporto nos conteúdos curriculares do Ensino Básico e Secundário, para que os resultados possam aparecer a jusante. E não, como na atual Política, uma coisa à parte, prescindível, pasme-se, colocada nas

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atividades extra-curriculares em vez de fazer parte do Projeto Educativo de cada Escola e do Sistema de Educação. Foi isso que escrevi no Programa de Governo. O Património oferece às Pessoas e à Sociedade este Exercício de Inventário. Que serve não apenas para orientar o Presente mas também para antecipar o Futuro. Um exemplo torná-lo-á evidente:

Em 2013, uma equipa da Universidade de Pittsburgh fabricou um coração com células estaminais retiradas da pele. Em 2015, no Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest nos EUA, uma bio-impressora 3D conseguiu imprimir estruturas ósseas e musculares que se converteram em tecido vivo funcional. Em 2016, na Universidade de Sidney “começaram a experimentar medicamentos que substituem os efeitos fisiológicos do exercício físico no corpo humano”.

Ou seja… da pele fizemos um coração. Com uma bio-impressora fizemos tecido vivo. De proteínas refizemos a memória. Com a bioquímica substituímos os efeitos da atividade física feita com as pernas e os braços. Isto é, estamos a re-fabricar o Corpo, esse utensílio que o Desporto usa. Afinal Descartes tinha razão, não é na motricidade que está o autor. Este facto provoca um problema científico e lógico relativo ao Corpo Humano, cujo Debate está marcado para o dia 3 de Dezembro deste ano, na Fundação Engenheiro António de Almeida no Porto, a Convite da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, sob o título “O Corpo em Mutação”.

O Património oferece a consciência desta Mudança, e antecipa-a. Portanto, o Património não serve apenas para o Desporto viver do Passado. Assim:

Para os Desafios dos próximos Ciclos Olímpicos, um bom Projeto de Património diria hoje ao Desporto para não ficar obsoleto. E ir-se preparando para incluir nas suas competências científicas e profissionais o digital e a

robótica molecular. Porque um dia, talvez já amanhã com os novos medicamentos, e com os tecidos e

cartilagens bio-imprimidas alguém terá que preparar os quadros competitivos, validar os resultados desportivos, e preparar o treino verificando essa exigência. Mas também para não continuar a justificar-se apenas pela luta contra a obesidade e o sedentarismo, ou pelo mero divertimento e lazer hedonista. Não é isso que os Atletas são nem nunca foram … desde que surgiu a palavra atleta há mais de 2700 anos.

Há quem confunda a atividade física e os jogos com o Desporto. Espera-se por isso que neste Dia dos Monumentos e Sítios não confundam as corridas romanas, o circo, e outras práticas lúdicas com a Comemoração do Desporto. É por isso que necessitamos da Casa da Cultura do Olimpismo.

Permitam que conclua dizendo o seguinte:

A Compreensão do Desporto beneficia as Pessoas e a Sociedade. E é um esforço que exige rigor científico e uma responsabilidade partilhada. Todavia essa Compreensão também ajuda a Mudar e a Desenvolver. Também ajuda à necessária e urgente Reforma da Política Pública de Desporto, cujo Plano Estratégico já foi apresentado em 2005 no QREN, em 3 de abril de 2012, e em 20 de maio de 2015.

Muito Obrigado. Pedro Manuel-Cardoso

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3 – METODOLOGIA

3.1 – Conceber, definir e concretizar uma Reserva Visitável para o Museu Nacional do Desporto. 3.2 – Criar um Grupo-de-Trabalho para estudar e propor medidas para dar um novo rumo ao Museu Nacional do Desporto, e orientar a Responsabilidade do Estado na Gestão do Património Desportivo Português (ver no Quadro adiante o ponto-de-situação):

Projeto de Resolução n.º…/XIII/1ª Recomenda ao Governo que defina uma estratégia de Responsabilidade do Estado na Gestão do Património Desportivo Português Exposição de motivos O Desporto é um fenómeno sociocultural, interdependente com o contexto físico, ideológico, social, científico, tecnológico, económico, inscrito na história. O Desporto permite construir a identidade e a pertença de muitas comunidades, promover o diálogo intercultural à escala do Mundo, mover capitais. O Desporto é reconhecido por todos como uma atividade que gera emprego, ajuda à paz e é imprescindível para a compreensão do Ser-Humano e das Sociedades. A sua história é tão longínqua como as mais antigas culturas do mundo e poderá esclarecer-nos sobre as práticas sociais e a forma como o ser humano desenvolveu certas competências e aptidões físicas, sociais, intelectuais e emocionais. O Património desportivo compreende toda a memória material e imaterial associada à prática desportiva e ao fenómeno desportivo. Desenvolvendo-se desde a origem da humanidade, o Património do Desporto deixou testemunhos da diversidade de instalações e de equipamentos relacionados com a sua prática, alguns dos quais representam valores excecionais ligados à evolução da arquitetura, da arte e das técnicas. E, apesar de a maior parte dos desportos serem hoje em dia praticados e divulgados a nível universal, observamos que a musealização do património desportivo continua a refletir fortemente a cultura desportiva e as identidades e especificidades nacionais, regionais e locais. À semelhança de vários países da União Europeia, em Portugal a prática desportiva assenta maioritariamente numa tradição associativa e benévola. O seu desenvolvimento remonta à segunda metade do século XIX, com a primeira coletividade desportiva oficializada em 1856 – a Real Associação Naval de Lisboa, atual Associação Naval de Lisboa. Após abril de 1974, ambos, desporto e associativismo, passam a integrar as Leis Constitucionais e Civis, processo que permitiu (substituía originou) a criação de mais de metade das associações desportivas que existem hoje no país. De acordo com dados da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), existem cerca de 3000 associações desportivas sem fins lucrativos, espalhadas pelo país e cujo objetivo único é fomentar a atividade física e hábitos de uma cidadania ativa a cerca de 2 milhões de praticantes. Como polos de agregação de pessoas, as associações desportivas portuguesas apresentam um património material e imaterial incomensurável. Os edifícios e o seu recheio contam a sua história e das comunidades que lhe deram origem, desde a fundação à atualidade. Devido às obrigatoriedades legais de infraestruturas, equipamentos e espaços desportivos, os clubes e associações são presentemente confrontados com várias barreiras à sua manutenção, tais como a guarda e conservação dos seus bens.

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A não conservação pode eventualmente levar ao desaparecimento e degradação de troféus, medalhas e outros objetos, mas também de fotografias, livros, recortes de jornal, entre outros testemunhos, motivados por mudanças de instalações, por encerramento, mas também por alteração dos seus quadros sociais. O Património do Desporto, para além obviamente das construções edificadas durante os períodos da cultura clássica (Greco-Romana), que chegaram até ao presente, insere-se nesta dinâmica da evolução do próprio conceito de património cultural, uma vez que os valores que se procuram ver reconhecidos hoje não derivam apenas da sua natureza Clássica, mas antes de novas sociabilidades ou da reabilitação de paradigmas desportivos, reafirmados, fundamentalmente, a partir de finais do século XIX, onde o desporto ganha um novo fôlego, procurando-se mais tarde aumentar sua democratização. O reconhecimento cultural das mais recentes estruturas desportivas, como os grandes estádios ou piscinas, coloca novos desafios à sua salvaguarda, excedendo a preservação da ruína clássica. Entre a classificação como bem cultural, a manutenção do uso, a eventual reutilização ou a elaboração de um plano de gestão dos valores culturais em presença encerram, entre outros, alguns dos reptos que se colocam no presente ao património do desporto. Os direitos-de-autor e de propriedade protegem o Património do Desporto, propriedade de clubes, federações, instituições privadas e de pessoas. Não obstante, existe uma premente necessidade de se delinear e definir estratégias e métodos que permitam minimizar os riscos de perda ou deterioração do património histórico e cultural do desporto nacional, muitas vezes, único, pois a perda deste património significa perda da a história de um país. O Museu Nacional do Desporto de Portugal criado pelo Decreto-Lei 295/85 de 24 julho de 1985, e re-inaugurado no dia 12 de Julho de 2012, ano em que Portugal comemorou os 100 anos de participação nos Jogos Olímpicos, representa um novo rumo na gestão do património do desporto em Portugal, e uma importante mudança de estratégia, no sentido da preservação e qualificação do património. Este Museu situa-se no Palácio Foz, um edifício de prestígio do Estado, situado numa zona nobre da cidade de Lisboa, capital do país, para testemunhar à sociedade portuguesa e internacional o património, a história do desporto contada diretamente pelos seus protagonistas. Este espaço alberga também a Biblioteca Nacional do Desporto que conta com um acervo de cerca de 60 000 itens registados onde se podem encontrar importantes documentos bibliográficos sobre desporto desde o séc. XVII à atualidade com particular relevância história. De destacar o trabalho da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio e de várias Associações de Defesa do Património sobre os Jogos Tradicionais e Populares em Portugal, ao qual acresce o contributo do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHT) da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa para a História dos Jogos em Portugal através do projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). De salientar ainda que o Comité Olímpico de Portugal tem vindo a fazer um esforço no tratamento e difusão do seu espólio documental, sob o princípio orientador de valorizar socialmente o desporto e sensibilizar a sociedade civil para a importância educativa, social e cultural do desporto e aproximar o Movimento Olímpico dos cidadãos, de que se destaca a organização e disponibilização na Internet do seu Arquivo Histórico. No passado dia 5 de março, o Comité Olímpico apresentou a Casa da Cultura do Olimpismo ao Governo. Trata-se de um projeto museológico e arquitetónico que irá proporcionar aos visitantes uma perspetiva integral das diversas dimensões do desporto e do olimpismo. Nestes termos, ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, os Deputados abaixo

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assinados, do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, apresentam o presente Projeto de Resolução: A Assembleia da República resolve, nos termos do disposto do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição da República Portuguesa, recomendar ao Governo que:

1) Defina uma estratégia de Responsabilidade do Estado na Gestão do Património Desportivo Português;

2) Crie um Grupo-de-Trabalho para estudar, avaliar, e propor as orientações estratégicas e as medidas que definissem a Responsabilidade do Estado na Gestão do Património Desportivo Português, nomeado por um ano e constituído por: o Um representante da Direção-Geral do Património Cultural; o Um representante do Museu Nacional do Desporto; o Um representante do Comité Olímpico de Portugal; o Um representante do Comité Paralímpico de Portugal; o Um representante da Confederação do Desporto de Portugal; o Um representante da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e

Desporto; o Dois Representantes do meio académico relacionados com as áreas do desporto,

designados pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos;

o Um Representante da Instituição Militar; o Dois representantes das autarquias Locais, designados pela Associação Nacional de

Municípios Portugueses e pela Associação Nacional de Freguesias. Palácio de S. Bento, 27 de abril de 2016

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4 – CARACTERIZAÇÃO E EXIGÊNCIAS TÉCNICAS 4.1 – CARACTERIZAÇÃO

RESERVA VISITÁVEL [5.500m²]

Outros Serviços

[500 m2]

Exposição Permanente / Reserva Visitável

[3000 m²]

(exposição permanente visitável com coleções, objetos, e documentos)

Reserva Sistemática

[2000 m²]

4.2 – EXIGÊNCIAS TÉCNICAS 4.2.1 – Reserva Visitável

Área total estimada: 5000 m² com pé-direito de 3/4 metros. Designação: Reserva Visitável (visitar os Documentos e as Coleções guardadas). Objetivo/Função: Espaço para instalar o Património e as Coleções. Espaço para guardar o Património cumprindo as normas e requisitos museológicos e patrimoniais em vigor a nível nacional e internacional. Garantir o futuro do Museu enquanto instituição de referência para a gestão do património desportivo português. Ligações funcionais diretas: Acesso ao estacionamento (cargas e descargas). Acesso aos “Serviços Administrativos” e aos “Serviços Técnicos”. Requisitos regulamentares específicos: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (Estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do Património Cultural). Lei-

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Quadro dos Museus Portugueses (Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto de 2004). Despacho Normativo n.º 3/2006, de 25 de Janeiro de 2006. E a legislação entretanto publicada. Caracterização Geral/condicionantes: O acervo e os bens culturais — em trânsito devido a exposições, ou à guarda da Reserva Visitável do Museu Nacional do Desporto — colocarão problemas de compatibilidade e integração de tipologias muito diversas de materiais, dimensão e pigmentos (por exemplo, equipamentos desportivos, trajes em tecido, documentos em papel, gravuras e materiais orgânicos, obras de arte, etc.). Por outro lado, a realidade desportiva desenvolve-se a um ritmo que exigirá uma capacidade permanente de renovação e ampliação. Pretende-se que uma parte significativa da Reserva seja concebida no conceito de “Reserva Visitável”. O que exigirá não apenas um espaço de grandes dimensões com acesso à circulação dos visitantes, como exigirá condições de controlo e monitorização das condições-ambiente, segurança e vigilância (carta psicométrica, coeficiente de transmissibilidade térmica, luz, UV, temperatura, humidade relativa, circulação de ar, poluição interna, etc.) baseadas nos mais atualizados avanços científicos e tecnológicos ocorridos na museologia e gestão do património. Desse modo, exigirá um equipamento adequado para os diferentes tipos de bens culturais (por exemplo, a utilização de painéis de rede para a pinacoteca; prateleiras metálicas anti-fungo para os livros, tecidos e pequena cerâmica; armários de gaveta para desenhos originais, gravuras e livros muito raros; suportes de rolo para os têxteis; etc.). A iluminação deverá ser zenital, devendo proporcionar as melhores condições de conservação e preservação do acervo tendo em consideração as melhores soluções técnicas de racionalidade/economia da gestão energética.

4.2.2 – Serviços Administrativos e Salas de Trabalho

Área total estimada: 200 m² com pé-direito de 3 metros. Dimensionado para cerca de 12 pessoas. Designação: Serviços Administrativos e Salas de trabalho. Objetivo/Função: Gerir e administrar a Reserva Visitável. Descrição: Gabinetes para os Gestores de Coleção e Técnicos, salas dos serviços administrativos, salas de reunião e trabalho. Ligações funcionais diretas: Acesso à zona de “Entrada principal, recepção/acolhimento”. Acesso às Reservas. Acesso aos “Serviços Técnicos”. Acesso ao estacionamento. Requisitos regulamentares específicos: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (Estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do Património Cultural). Lei-Quadro dos Museus Portugueses (Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto de 2004). Despacho Normativo n.º 3/2006, de 25 de Janeiro de 2006. E a legislação entretanto publicada. Caracterização Geral/condicionantes: Tendo o objetivo deste espaço a iluminação poderá ser natural devendo proporcionar condições de segurança e conforto ambiental.

4.2.3 – Serviços Técnicos

Área total estimada: 300 m² com pé-direito de 3 metros. Designação: Serviços Técnicos e Oficinas. Função: Gestão, monitorização, manutenção e controlo dos equipamentos, infraestruturas, atividades e bens culturais da Reserva Visitável. Descrição: Entre os vários necessários ao cumprimento das funções museológicas consagradas na Lei-Quadro dos Museus Portugueses, destacamos ainda:

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Sala de Registo de Entrada e Saída de Obras e Documentos – Controlo e registo permanente da circulação dos documentos do acervo por motivo de exposição, empréstimo, restauro. Deverá localizar-se num local de fácil acesso por viaturas e elevadores devendo ser isolada e independente do acesso do público visitante. Garagem para cargas e descargas. Armazém dos Materiais de Exposição e Embalagem – Função de acondicionamento, embalagem e de arrumo dos materiais de exposição (projetores, plintos, peanhas, vitrinas, molduras, etc.). Deverá localizar-se num local de fácil acesso por viaturas e elevadores, devendo ser isolada e independente do acesso do público visitante. Oficina de Restauro e Câmara Expurgo – Manutenção de um serviço mínimo de restauro e conservação, sobretudo com vocação preventiva, assegurando a colaboração técnica com os institutos de restauro e firmas especializadas. Oficinas de Carpintaria, Serralharia e Electricidade – Trabalhos oficinais relacionados com exposições, cenografia, embalagem, com o serviço de animação e acção pedagógica e com a manutenção geral do equipamento e das instalações. Ligações funcionais diretas: Acesso ao estacionamento (cargas e descargas). Acesso à Reserva. Acesso aos “Serviços Administrativos”. Requisitos regulamentares específicos: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro (Estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do Património Cultural). Lei-Quadro dos Museus Portugueses (Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto de 2004). Despacho Normativo n.º 3/2006, de 25 de Janeiro de 2006. E legislação entretanto publicada. Caracterização Geral/condicionantes: Tendo o objetivo deste espaço a iluminação poderá ser natural ou zenital devendo proporcionar condições de segurança e conforto ambiental.

4.2.4 – Riscos Especiais a considerar

Atendendo à probabilidade e ao consequente impacto dos riscos provenientes de desastres naturais há que considerar a ocorrência das seguintes situações:

Sismos – O edifício estará localizado numa zona de elevada probabilidade de ocorrência de um sismo, podendo atingir graus de intensidade elevados na escala de Mercalli modificada. O edifício deve possuir uma estrutura calculada para o referido impacto sísmico.

Cheias – A remodelação do edifício existente provavelmente necessitará de uma intervenção em pisos no subsolo que poderão encontrar uma zona de forte probabilidade de ocorrência de um aumento do nível freático.

Ciclones – O edifício estará localizado numa zona de média probabilidade de ocorrência de ciclones; cujo impacto será sentido na cobertura.

Incêndios – A estrutura do edifício deve ter uma forte resistência ao fogo e dispor de compartimentação corta-fogo, e de evacuação de calor e fumos. O acesso à água e à respetiva bombagem, assim como as saídas de emergência e os caminhos de evacuação, devem ser ponderados.

4.2.5 – Condições Especiais a considerar

4.2.5.1 – Acessibilidades. A Reserva Visitável do Museu Nacional do Desporto deverá cumprir as disposições sobre o acesso a pessoas com deficiência constantes da Lei n.º 9/89, de 2 de Maio, do Decreto-Lei n.º 123/97, de 22 de Maio, e das Resoluções do Conselho de Ministros n.º 96/99 e n.º

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97/99, de 26 de Agosto e n.º 110/2003, de 12 de Agosto. E ainda a “Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia”, aprovada na Cimeira de Nice em Dezembro de 2000; a “Carta Comunitária dos Direitos Sociais”, aprovada no Conselho Europeu de Estrasburgo em Dezembro de 1989; e as “Normas sobre Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência”, Resolução do Conselho de Ministros de Dezembro de 1996. Devendo servir de referência o Documento publicado em 2004 pelo actual Instituto dos Museus e da Conservação intitulado “Museus e Acessibilidades”. E a legislação e normas entretanto publicadas.

4.2.5.2 – Controlo das condições-ambiente / Condições de conservação preventiva e de eficiência energética das instalações. A Reserva Visitável do Museu Nacional do Desporto deverá a nível da construção permitir, no que se refere às condições-ambiente e aos respetivos valores médios de referência no seu interior, uma clara preponderância das soluções passivas e preventivas sobre as soluções activas baseadas no funcionamento electro-mecânico. Devendo para isso, para além do cumprimento da legislação em vigor, adequar os valores de referência médios no interior do edifício às características particulares do acervo. Através de uma construção que tenha em consideração as características geo-climáticas do local onde se instalará a Reserva Visitável sendo condição de adjudicação a eficiência energética, o coeficiente térmico do edifício, a inércia e a qualidade dos materiais utilizados na construção.

Pretende-se garantir, através de uma solução passiva, um coeficiente de transmissão térmica que assegure um intervalo de variação que evite o aparecimento de condensação à superfície das paredes (“pontos de orvalho”), “pontes de frio” e “infiltrações”, exatamente através da qualidade de construção das estruturas e fundações do edifício.

Pretende-se, através de uma definição dos elementos arquitetónicos exteriores e interiores, garantir uma correta circulação e renovação de ar através da filtragem dos poluentes externos e internos (por exemplo pelo “carvão ativado” e pela “sílicagel”, ou outros mais eficientes e tecnologicamente atualizados), mas também pela “utilização de ar forçado”.

Pretende-se, novamente através de uma solução passiva com base nos elementos exteriores de construção associados ao design interior, a possibilidade de uma monitorização do controlo da quantidade de luz média que incidirá nos objetos, tanto no espaço de exposição como no de Reserva, de modo a possibilitar a gestão e o controlo da carga potencial de iluminância e o tempo de exposição em lux.hora que os objetos irão sofrer. O que também influenciará a concepção das vitrinas, visto saber-se pela investigação científica que uma vitrina bem concebida e construída, na qual a estanquicidade permita uma renovação de ar de cerca de 0,1/24 horas (Metro e Grywacz, 1992), e onde a compatibilidade entre materiais de construção permita a remoção dos poluentes internos pela filtragem, o ambiente interno na vitrina tem tendência a situar-se na média das condições de ambiente que ocorrem no seu exterior (sem ser necessário o recurso a qualquer outro equipamento).

Pretende-se o tratamento diferenciado das condições de conservação dos diversos bens que ocuparão os diferentes espaços, bem como a utilização de equipamentos de correção, tais como humidificadores, desumidificadores, filtros UV, proteção solar nas janelas, e outros;

Pretende-se monitorizar em permanência os níveis de humidade relativa nos espaços onde estiverem os bens culturais (exposições e Reserva) com recurso a termo-higrógrafos, datalogger ou outro equipamento afim.

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4.2.5.3 – Segurança e vigilância Serão necessários equipamentos de segurança, designadamente: i) deteção e alarme contra incêndio e intrusão; ii) vigilância e sistema de registo de imagens; iii) deteção de metais; iv) controlo de visitantes.

4.3 – SUGESTÕES PARA A LOCALIZAÇÃO E INFRAESTRUTURA

4.1 – Por exemplo, uma Escola desativada na Cidade de Lisboa ou do Porto. 4.2 – Por exemplo, um edifício do Estado ou da Câmara que necessite de reabilitação e

dinamização cultural. 4.3 – Em Lisboa, uma localização próxima do «Eixo: Expo94-Sta. Apolónia-24Julho-Belém-

Algés». 5 – DECISÃO E CONCRETIZAÇÃO Tomar uma decisão concreta no prazo de três meses após a apresentação do Programa Preliminar, do Estúdio Prévio e do Caderno de Encargos.

À Consideração de V. Exa., Pedro Manuel-Cardoso

Museu Nacional do Desporto, Palácio Foz, Lisboa, em 25 de agosto 2016.

NOTAS BIOGRÁFICAS E BIBLIOGRAFICAS MANUEL-CARDOSO, Pedro (2016). “Antropologia: O Corpo em Mutação”. Conferência a convite da Sociedade

Portuguesa de Antropologia e Etnologia, Fundação Eng.º António de Almeida, 3dez2016, Porto. MANUEL-CARDOSO, Pedro (2016). “Desporto Património da Humanidade”. Lisboa: IGAC. MANUEL-CARDOSO, Pedro (2015). “A Matriz e a Equação Antropológica do Agir Humano”. Lisboa: IGAC. MANUEL-CARDOSO, Pedro (2015). “Compreensão e Relevância: o caminho Impronunciável” (Início da Museologia

Compreensiva, e repercussões de um novo conceito de Compreender/Compreensão aplicado ao Património), Lisboa: IGAC.

MANUEL-CARDOSO, Pedro (2015). “O que é a Museologia e o Património?”. Programa curricular do Curso de Doutoramento em Museologia e Património, e metodologia das Arguências para os Júris de doutoramentos e mestrados. Lisboa: IGAC.

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MANUEL-CARDOSO, Pedro (2014). “Concepção Heptadimensional de Objeto/Coisa e de Realidade”, Lisboa: IGAC. MANUEL-CARDOSO, Pedro (2013). “O destino do Corpo no Olimpismo”, in Comité Olímpico de Portugal –

http://comiteolimpicoportugal.pt/artigo-de-opiniao-de-pedro-manuel-cardoso/ MANUEL-CARDOSO, Pedro (2013). “Projeto de investigação e de musealização dos comportamentos humanos gestuais utilizados

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«Problemáticas da Antropologia: Para uma antropologia crítica - realidades, processos e agentes». Trabalho apresentado em 9/01/2012 no Curso de Doutoramento em Antropologia, Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

MANUEL-CARDOSO, Pedro (2012). "Antropologia: Os heterónimos do Mesmo em viagem pelo Outro" (20 págs), in

«Problemáticas da Antropologia: Disrupções na Antropologia depois do Colonialismo». Trabalho apresentado em 20/01/2012 no Curso de Doutoramento em Antropologia, Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

MANUEL-CARDOSO, Pedro (2012). "Métodos em Antropologia: Em busca do Fio de Ariane" (41 págs). Trabalho

apresentado em 27/01/2012 no Curso de Doutoramento em Antropologia, Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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MANUEL-CARDOSO, Pedro (2001). “Pequeno contributo para um balanço do Desporto no século XX”. Revista Desporto

n.º 21, Março/Abril - 2001, Lisboa, Centro de Estudos e Formação Desportiva, 6 -15. MANUEL-CARDOSO, Pedro (1998). “Um Comité Internacional do Desporto no seio do Conselho Internacional dos Museus

ICOM/UNESCO”. Documento da intervenção na “18.ª Conferência Geral do Internacional Council of Museums (ICOM)”, Melbourne, Melbourne Convention Centre, 12 de Outubro de 1998.

MANUEL-CARDOSO, Pedro (1998). “Património Desportivo enriquecido”. Revista Desporto n.º 5/Abril, Lisboa,

Centro de Estudos e Formação Desportiva, 6 -15. MANUEL-CARDOSO, Pedro (1989). “Desporto, Museologia e Comunicação”. Documento da intervenção proferida na

“II.ª Reunião Mundial de Directores de Museus de Desporto”, Lausanne, 1989

Pedro Manuel-Cardoso é Pós-Doutorado pela Universidade de Lisboa. Antropólogo e Museólogo. Investigador e Docente Universitário. Participou em Júris de Doutoramento e Mestrado na qualidade de presidente, arguente e vogal. Desempenhou funções de consultoria e assessoria em Gabinete Ministerial tendo obtido louvor público. Desempenhou os cargos de Diretor de Serviços e Chefe de Divisão na Administração Pública. Participou em Comissões de Avaliação Técnica. Foi nomeado oficialmente para vários projetos interministeriais, dos quais destaca a Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar (MDN/PCM). No domínio da Antropologia: Deteta a simetria isomórfica como comportamento invariante em práticas humanas ritualizadas (1986). Verifica empiricamente a ocorrência de um algoritmo de quatro operações (FRSI) transversal e resiliente à generalidade dos comportamentos e transformações ditas «culturais» (1986). Autor da descoberta da Estrutura da Relevância (2008), uma codificação no cérebro humano transversal aos diferentes contextos sócio-históricos que retém e fornece a priori os critérios para as decisões sobre a Relevância permitindo compreender melhor o processo de transmissão de sistemas de comportamentos sociais entre diferentes épocas. Indica três novos tipos de comportamentos humanos capazes de produzirem variação no processo evolutivo (2011). Formula a hipótese de ser necessário acrescentar uma quarta variável à teoria darwiniana para estabelecer melhor a relação entre a Seleção Natural e a Variação no processo evolutivo e incluir o fator cognitivo, que designou por Transformação (2012). Formula um modelo para descrever com mais rigor científico os objetos materiais e imateriais, que designa por Conceito Heptadimensional da Realidade (2014). Formula a Matriz Antropológica do Agir Humano e a respetiva Equação, conseguindo descrever com mais rigor o comportamento humano, e até antecipar o seu cálculo estabelecendo perfis para cada acção e para cada época (2015). Em 2015 deteta os cinco níveis cognitivos em redor dos quais se organiza o comportamento especificamente antropológico. Formula a hipótese da existência de um Corpo do Ser Humano diferente do Corpo Humano, definindo-o como Uma Física com a Propriedade Química de Decisão originado a partir da vida eucariote, propondo uma metodologia científica para o investigar (2015). Formula a hipótese da existência de um código ao nível da física anterior ao ARN e ADN, implicando a tese de que há uma sucessão de codificações entre a física, a biologia e a cultura. No domínio da Hermenêutica e da Arte deu origem ao Impronuncialismo (LxFactory, 2012). No domínio da Museologia e Património, é co-fundador do Museu da Gestualidade (1994). Em 2013 obtém o registo de direitos-de-autor do Projeto de Investigação Científica e de Musealização da Gestualidade Humana. Autor dos projetos museológicos «Museu Nacional do Desporto» (1999 e 2008) e «Casa da Cultura do Olimpismo – Comité Olímpico de Portugal» (2016).