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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS UFMG Curso: Ciências Socioambientais Disciplina: Economia e Ecologia Professora: Aline Magalhães Aluno (a): Thaires Patrícia Cardoso A insustentável utopia do desenvolvimento VEIGA, J. E. A insustentável utopia do desenvolvimento. in: LAVINAS, Lena, Liana M.F. Carleial, Maria Regina Nabuco (orgs). Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil, S.Paulo: ANPUR-HUCITEC, 1993, pp.149-169. José Eli da Veiga, Professor Titular da FEA-USP desde 1983, é especialista em desenvolvimento sustentável, desenvolvimento territorial, desenvolvimento rural e economia ecológica (USP, 2015). Em seu artigo, o economista analisa historicamente como o termo desenvolvimento sustentável vem sendo utilizado. Primeiramente é esclarecido o significado de utopia e desenvolvimento, e do ponto de vista econômico, apresenta as consequências do conceito de desenvolvimento sustentável. O tema central o texto é como se pode haver um desenvolvimento sustentável. Se isto é realmente possível ou se é uma meta inviável de ser cumprida, mas ao mesmo tempo um ponto de refúgio para a consciência ambiental que se faz presente desde meados do século XV. Inicialmente, a humanidade não via a natureza como uma esfera a ser cultuada, e sim como um meio de sobrevivência e que estava a sua mercê. Segundo Keith Thomas (1988), naquela época havia o predomínio do homem sobre o mundo natural. Mas ao mesmo tempo em que essa consciência ambiental era introduzida, fazia-se valer o crescimento econômico e consequente ganância de riqueza e poder. Tais sentimentos são contrários a este desenvolvimento sustentável.

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Page 1: RESENHA ECONOMIA.pdf

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG

Curso: Ciências Socioambientais

Disciplina: Economia e Ecologia

Professora: Aline Magalhães

Aluno (a): Thaires Patrícia Cardoso

A insustentável utopia do desenvolvimento

VEIGA, J. E. A insustentável utopia do desenvolvimento. in: LAVINAS, Lena, Liana M.F. Carleial, Maria Regina Nabuco (orgs). Reestruturação do espaço urbano e regional no

Brasil, S.Paulo: ANPUR-HUCITEC, 1993, pp.149-169.

José Eli da Veiga, Professor Titular da FEA-USP desde 1983, é especialista em

desenvolvimento sustentável, desenvolvimento territorial, desenvolvimento rural e

economia ecológica (USP, 2015). Em seu artigo, o economista analisa

historicamente como o termo desenvolvimento sustentável vem sendo utilizado.

Primeiramente é esclarecido o significado de utopia e desenvolvimento, e do ponto

de vista econômico, apresenta as consequências do conceito de desenvolvimento

sustentável.

O tema central o texto é como se pode haver um desenvolvimento sustentável. Se

isto é realmente possível ou se é uma meta inviável de ser cumprida, mas ao mesmo

tempo um ponto de refúgio para a consciência ambiental que se faz presente desde

meados do século XV.

Inicialmente, a humanidade não via a natureza como uma esfera a ser cultuada, e

sim como um meio de sobrevivência e que estava a sua mercê. Segundo Keith

Thomas (1988), naquela época havia o predomínio do homem sobre o mundo

natural.

Mas ao mesmo tempo em que essa consciência ambiental era introduzida, fazia-se

valer o crescimento econômico e consequente ganância de riqueza e poder. Tais

sentimentos são contrários a este desenvolvimento sustentável.

Page 2: RESENHA ECONOMIA.pdf

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento

capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade

de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não

esgota os recursos naturais para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão

Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para

discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico

e a conservação ambiental. (WWF-Brasil, 2015).

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: SOCIAL, ECOLÓGICO E ECONÔMICO.

Figura 1: Wikipédia, 2015.

Mas como extrair petróleo sem contaminar rios e terras? Como alimentar a

população sem o constante desmatamento de terras para cultivo agropecuário?

Como distribuir alimentos suficientes á população se a cada dia que passa esta se

torna maior e nem a produção atual supre essa demanda?

A premissa da Economia se baseia no estudo dos bens escassos e em como geri-

los. Se os bens são escassos a tendência é de que quem os detém ou detêm meios

de produzi-los irá arrecadar riquezas em seu próprio benefício. O mundo hoje é

predominantemente capitalista. É a realidade que se estabelece. Todos querem sua

fatia no “bolo”. E geralmente, não se importam muito em como isso irá alterar

ecologicamente o meio ambiente.

Os recursos naturais são, em sua maioria, considerados bens livres. Não se pode

mensurar seu preço. Desta forma, como se inibir empresários de destruí-los, se não

se pode cobrar deles por tal usufruto?

A meu ver, o desenvolvimento sustentável é sim uma utopia, não se pode querer

avançar sem destruir percalços em seu caminho. O que se pode é minimizar ao

máximo os impactos provocados por esse progresso. Mas para isso vem a questão:

Quanto se está disposto a investir, em valores financeiros, para este

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desenvolvimento quase sustentável? Partindo da premissa que o mercado financeiro

quer é ganhar e não gastar dinheiro, vejo poucas empresas que espontaneamente

disponibilizariam verbas para tanto.

O que falta nas políticas mundiais é a obrigatoriedade e fiscalização de medidas que

preservem os patrimônios ambientais. Mas frente a isto existem outros impasses:

Quem arcaria com essas medidas? Consumidor ou fornecedor/produtor? Quantos

estariam dispostos a comprar por maior preço, pelo bem do meio ambiente?

O mundo só está começando a entender a realidade desse novo paradigma. Só se

adentrarão nesse novo dilema, quando bens livres se tornarem escassos e

consequentemente bens econômicos. Mas aí poderá ser tarde para toda uma

biodiversidade, que estará comprometida se medidas emergentes não forem

tomadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. São Paulo: Cia das Letras, 1988. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP. Perfil de José Eli da Veiga. Disponível em: <http://www.fea.usp.br/feaecon/perfil.php?u=60>. Acesso em: 17 de abril de 2015. VEIGA, J. E. A insustentável utopia do desenvolvimento. in: LAVINAS, Lena, Liana M.F. Carleial, Maria Regina Nabuco (orgs). Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil, S.Paulo: ANPUR-HUCITEC, 1993, pp.149-169. WIKIPÉDIA. Desenvolvimento sustentável. Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel.svg/250px-Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel.svg.png> Acesso em: 17 de abril de 2015. 1figura. WWF-BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável? Disponível em: <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/> Acesso em: 17 de abril de 2015.