resenha de o erro ortográfico nas redações de vestibular

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  • 7/25/2019 Resenha de O Erro Ortogrfico Nas Redaes de Vestibular

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    O erro ortogrfico nas redaes de vestibular, de Daiani de Jesus Gracia e

    Ana Ruth Moresco Miranda

    Resenhado por Fernanda Maria da Serra Costa1

    O artigo trata de uma pesquisa de cunho qualitativo que foi realizada

    na Universidade Federal de Pelotas, contendo um corpusde 1 disserta!"es

    retiradas aleatoriamente#do Processo Seletivo de $er%o de #&, cu'o o('etivo

    era fazer um levantamento dos tipos de erros ortogr)ficos conforme a

    categoriza!%o proposta por Morais *#++-

    .o princ/pio do artigo, os autores fazem considera!"es oportunas

    so(re o ensino da l/ngua materna no tocante 0 negligncia em rela!%o ao

    ensino da correta nota!%o da l/ngua escrita e tam(2m 0 forma como os

    professores avaliam os erros ortogr)ficos, por caracterizarem3nos apenas

    como (em ou mal sucedidos, sem realizarem, em sua maioria, uma adequada

    refle4%o e, consequentemente, ela(orarem propostas de interven!%o-

    5ntes de entrar propriamente nos resultados, o te4to a(orda

    historicamente a Ortografia, lem(rando que esta 2 uma inven!%o mais ou

    menos recente, pois 6rasil e Portugal determinaram normas referentes 0

    escrita das palavras somente no s2culo 77, e mencionando que leigos e

    estudiosos tratavam o aprendizado da ortografia como modalidade (aseada

    essencialmente na mem8ria- .o entanto, os autores, em(asados em pesquisas

    na perspectiva da Psicologia e da Psicolingu/stica, demonstram que a

    aprendizagem da ortografia 2 um processo comple4o influenciado por

    caracter/sticas das palavras de cada l/ngua, por fatores vinculados a

    ha(ilidades do aprendiz e tam(2m pelas oportunidades deste de conviver com

    a norma escrita que est) aprendendo-

    15luna do programa de p8s3gradua!%o Mestrado Profissional em 9etras:Prof9etras daUniversidade Federal do Cear)

    2Significa que n%o houve controle de vari)veis tais como curso pretendido, n/velsocioecon;mico, escolaridade dos pais etc-

    3Morais, 5-tica, #+, o(racondutora do em(asamento te8rico da pesquisa-

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    Para conduzir sua an)lise do corpus, a teoria3(ase utilizada foi a de

    Morais *#+ para as diferentes rela!"es entre fonemas e grafemas- Sua

    divis%o se d) em erros regulares, que s%o os ocasionados pela n%o

    o(serv?ncia de regras conte4tuais, como o uso, por e4emplo, do d/grafo rr, e

    erros irregulares, que s%o os de casos em que n%o se pode definir conte4to

    para o uso de determinado grafema e h), no m/nimo, duas op!"es dispon/veis,

    em(ora apenas uma se'a definida pela norma- Sua classifica!%o 2 feita em

    quatro grupos, conhecidos a seguir-

    O primeiro 2 o das Correspondncias fonogr)ficas regulares diretas,

    que 2 o das palavras cu'a grafia pode ser prevista, pois h) uma rela!%o direta

    entre o som e a letra que o representa, como 2 o caso de p, (, t, d, f, v- .%o

    e4iste nenhuma letra competindo com o :p: para grafarpato, por e4emplo- @sse

    tipo de troca 2 comum entre as crian!as porque os sons s%o muito parecidos

    em sua realiza!%o articulat8ria diferenciando3se em sonoras ou

    surdas*vi(ra!%o ou n%o das cordas vocais-

    O segundo, das Correspondncias fonogr)ficas regulares

    conte4tuais, que considera o conte4to em que aparece a rela!%o direta letra3

    som- Sua compreens%o *do conte4to pode gerar a grafia correta sem a

    necessidade de memoriza!%o- Como e4emplo, tem3se o r forte 4 r fraco- Sons

    de r forte= rosa *no in/cio da palavra, tenro e (arro *precedidos de consoante 4

    caro!o *r fraco por estar entre vogais-

    O terceiro, Correspondncias fonogr)ficas morfol8gico3gramaticais,

    cont2m os casos que permitem inferir um processo gerativo- Por e4emplo, os

    ad'etivos que indicam lugar de origem sempre s%o escritos com Aesa, como

    francesa e portuguesa- 5 intui!%o lingu/stica nos faz agrupar certas palavras

    sem, no entanto, as classificarmos-@, por fim, o quarto 2 o das Correspondncias fonogr)ficas

    irregulares, em que n%o h) regra que a'ude o aprendiz, tendo este necessidade

    de memoriza!%o, uso de estrat2gias e recorrida ao dicion)rio- O principal

    e4emplo 2 a grafia do :s: *seguro, cigarro, au4/lio- B mostrado nesse grupo que

    2 preciso e4por o aprendiz 0 escrita correta das palavras irregulares atrav2s de

    te4tos diversos, chamando sua aten!%o para isso, permitindo3lhe a

    memoriza!%o da imagem visual-

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    5p8s a apresenta!%o dos dados das reda!"es e da categoriza!%o

    dos erros nos quatro grupos, chega3se 0 conclus%o, que mostra para que serve

    um estudo desse tipo= 2 preciso entender o funcionamento do sistema

    ortogr)fico para que se possa sa(er interpretar o erro- .as palavras de 6agno

    *#, os profissionais da l/ngua fazem uma grande confus%o entre erro de

    ortografia e erro de portugus, e s%o dois sa(eres diferentes, pois n%o sa(er a

    ortografia das palavras *que 2 algo inventado, artificial n%o desa(ilita uma

    pessoa a conhecer sua l/ngua, sua gram)tica, sua compreens%o *que s%o

    naturais, aprendidos espontaneamente-

    Direcionando o que foi e4posto no artigo para nossa pr)tica docente,

    'ulgamos oportuno mencionar o que os autores e4puseram na se!%o do te4to

    intitulada O lugar da ortografia na aula de lngua portuguesaso(re o que dizem

    os estudos de 9ingu/stica 5plicada- Fundamentalmente, esta afirma que o

    ensino da l/ngua deve ser funcional, promovendo o desenvolvimento da

    competncia comunicativa, que 2 a capacidade do usu)rio de empregar

    adequadamente a l/ngua nas diversas situa!"es de comunica!%o- Para isto, 2

    imperativo que a escola proporcione atividades de gradativa incorpora!%o das

    ferramentas necess)rias ao pleno uso da l/ngua, sendo necess)rio, portanto,

    tra(alhar a leitura, a escrita, a interpreta!%o, a produ!%o te4tual e o ensino

    sistem)tico da ortografia, despertando o aluno para sua cuidadosa aquisi!%o

    ao longo de todo o ensino fundamental e m2dio- Finalizamos, assim, com as

    palavras de Eravaglia *#&, evidenciando a necessidade do ensino da norma

    culta padr%o, visto sua import?ncia pol/tica, econ;mica, cultural e tam(2m

    como instrumento de mo(ilidade social para os cidad%os-