resenha critica hans kelsen

Upload: geison-amboni-luiz

Post on 22-Feb-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    1/9

    Teoria Pura

    do DireitoKELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Traduo Joo Baptista Machado. 6 Ed. !So Pau"o# Martins $ontes, %&&'. (SBN ')*))6*+')6*.

    -na aro"ine $arias /o0es

    )1 se0estre, 0atutino

    2/M# %)34&+*&

    Bras5"ia, 3 de sete0ro de 3+%7

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    2/9

    onsiderado u0 dos 0aiores 8uristas do s9cu"o ::, Hans Ke"sen nasceu e0%% de outuro de %''% na cidade de Pra;a. Estudou direito na iena, receendo o seu t5tu"o de doutor e0 %&+6. Entre suas consa;radasoras ?ue so i"ias para di=ersas areas, o 8urista contriui ta090 de @or0are=o"ucionaria na e"aorao da constituio da Austria e0 %&3+, re;ida sosua inspirao, e"e ino=ou introduindo no direito positi=ista o conceito deconstro"e concentrado da constituio.

    C positi=is0o 8ur5dico 9 restrito aos @atos e s "eis ?ue os re;e0, isto 9, nadade ape"ar para a 0eta@5sica, rao ou re"i;io. Tendo a teoria pura dodireito, co0o pice do desen=o"=i0ento dessa doutrina. Ke"sen, co0opositi=ista cr5tico, de@endeu a tese de ?ue a teoria ;era" do direito, at9 a?ue"e0o0ento, no podia ser considerada u0a teoria Fcient5@icaG, 8 ?ue, ao

    @or0u"ar os conceitos @unda0entais de di@erentes ra0os do direito, ainda seprendia s consideraes 9tico*po"5ticas. Ento ressa"=a ?ue o intuito dateoria pura do direito 9 e"aorar u0a teoria do direito "i=re de ?ua"?uerespecu"ao eItra8ur5dica se8a @i"os@ica, 9tica ou po"5tica.

    Para Ke"sen o direito 9 restrito ao direito positi=o, ad0itindo a possii"idade de8usti@icar o direito apenas co0 noes 8ur5dicas, tornando*o assi0, autno0odas de0ais cincias. -de0ais, a teoria Oe"seniana considera o direito u0con8unto de nor0as co0inado co0 a a0eaa de sanes, na ?ua" a nor0a8ur5dica 9 o ato de =ontade do "e;is"ador, escapando de toda 8usti@icao

    raciona". Ke"sen 9 ciente de ?ue o direito de u0 Estado 9 todo hierar?uiado,na ?ua" a onstituio 9 a nor0a superior. E0 conse?ncia, todas as outrasnor0as "he de=e0 oedincia.

    2e8eitando o direito natura", Ke"sen a@ir0a ?ue o @unda0ento de =a"idade daonstituio se situa e0 outra nor0a, no escrita, de carter hipot9tica,suposta pe"o pensa0ento 8ur5dico, cha0ada nor0a @unda0enta". Esta nor0ano possui conteQdo e no pertence a direito naciona" a";u0, 0as 9i0pens=e" conceer o direito se0 e"a. E0 outras pa"a=ras, a nor0a@unda0enta" prescre=e o de=er de oedecer autoridade, se8a e"a autoritria

    ou de0ocrtica. o0 isso, 8usti@ica*se ?ua"?uer orde0 8ur5dica, trans@or0andoo direito e0 0ero instru0ento do poder po"5tico.

    Ke"sen @a"a ainda sore a orde0 socia" e a orde0 8ur5dica, a pri0eira 9de@inida por e"e co0o u0a orde0 nor0ati=a ?ue re;u"a a conduta doindi=5duo na 0edida e0 ?ue e"a est re"acionada co0 outros indi=5duos, ouse8a, no 0eio socia", 8 ao aordar a Q"ti0a, o autor ressa"ta ?ue de=e sede@inir o ?ue 9 Direito, para isso de=e0*se co0parar as concepes do ?ueseria o8eto do Direito, nas di@erentes sociedades e 9pocas, resu"tando ?ue

    e0 todas e"as e"e se apresenta co0o orde0 de conduta hu0ana, sendo u0aForde0G u0 siste0a de nor0as, ?ue se, @undado na 0es0a nor0a

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    3/9

    @unda0enta" de deter0inado ordena0ento te0 a 0es0a =a"idade deste,sendo as nor0as de u0a orde0 8ur5dica as ?ue re;u"a0 a conduta hu0ana.

    Ke"sen @a"a ainda sore a orde0 socia" e a orde0 8ur5dica, a pri0eira 9

    de@inida por e"e co0o u0a orde0 nor0ati=a ?ue re;u"a a conduta doindi=5duo na 0edida e0 ?ue e"a est re"acionada co0 outros indi=5duos, ouse8a, no 0eio socia", 8 ao aordar a Q"ti0a, o autor ressa"ta ?ue de=e sede@inir o ?ue 9 Direito, para isso de=e0*se co0parar as concepes do ?ueseria o8eto do Direito, nas di@erentes sociedades e 9pocas, resu"tando ?uee0 todas e"as e"e se apresenta co0o orde0 de conduta hu0ana, sendo u0aForde0G u0 siste0a de nor0as, ?ue se, @undado na 0es0a nor0a@unda0enta" de deter0inado ordena0ento te0 a 0es0a =a"idade deste,sendo as nor0as de u0a orde0 8ur5dica as ?ue re;u"a0 a conduta hu0ana.

    C Direito e a incia so os te0as do terceiro cap5tu"o. Ke"sen di ?ue o8etoda cincia 8ur5dica so as nor0as 8ur5dicas, e a conduta hu0ana s 9 ta090o8eto desta cincia na 0edida e0 ?ue e"a se constitui de nor0as 8ur5dicas.- esttica 8ur5dica 9 tratada no ?uarto cap5tu"o. Na teoria da esttica 8ur5dica, o?ue so ana"isados so os conceitos e estruturas das nor0as. oncentra*seseu estudo sore as nor0as e0 =i;or, ?ue so re;u"adoras da condutahu0ana, e estuda a pessoa co0o su8eito 8ur5dico, a capacidade 8ur5dica, are"ao 8ur5dica, o de=er, a sano, a responsai"idade, os direitos su8eti=ose as conse?ncias. -o @a"ar sore dinR0ica no cap5tu"o cinco, o terico

    aorda a hierar?uiao das nor0as e conse?ente0ente a criao de no=asnor0as, tornando necessria a eIistncia de u0a nor0a @unda0enta", ?ue@iIa todas as outras nor0as. Ke"sen a@ir0a ?ue o @unda0ento de =a"idade deu0a orde0 nor0ati=a, 9 a nor0a @unda0enta".

    No seIto cap5tu"o o 8urista aorda o Direito e o Estado,Hans Ke"sen conceeo Direito e o Estado co0o u0a orde0 coerciti=a da conduta hu0ana,ino=ando por desacreditar na eIistncia de u0 Estado ?ue no corresponda personi@icao da orde0 8ur5dica. No 9 o Estado ?ue se suordina ao Direitopor e"e criado, 0as si0 os indi=5duos cu8a conduta 9 re;u"ada pe"o Direito.

    Ke"sen concee tanto o Direito ?uanto o Estado, co0o u0a orde0 coerciti=ada conduta hu0ana. E no s9ti0o discorre sore o Direito (nternaciona".Se;undo o prprio autor, Estado e Direito constitue0*se e0 u0 s e 0es0osiste0a de coao. caracter5stico do positi=is0o a ne;ao do carter8ur5dico do Direito (nternaciona". Pois, para esta corrente, o Qnico Direitorea"0ente ="ido 9 o Direito Positi=o do Estado, ?ue no pode entrar nuncae0 con@"ito co0 u0a orde0 superior.C ?ue i0porta, para Ke"sen, nestecap5tu"o de sua ora, 9 saer se o co0p"eIo de nor0as cha0adas Direito(nternaciona" possui o 0es0o sentido ?ue o Direito Estata" e se pode ser

    o8eto de u0a cincia 8ur5dica.

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    4/9

    Para e"e, o Direito (nternaciona" 9 Direito, soretudo por?ue h u0 ato de@ora socia"0ente or;aniado, autoriado pe"a co0unidade 8ur5dica0undia".-to tradu5=e" principa"0ente pe"as repres"ias e pe"as ;uerras. Uuerdier, ?uando u0 Estado te0 seus interesses o@endidos por u0 outro Estado,o pri0eiro est autoriado a estae"ecer u0a situao ?ue, e0 circunstRnciasnor0ais, no seria per0itida. Pode, portanto, rea;ir =io"ao perpetrada poroutro Estado. Se;undo Ke"sen, a =io"ao dos interesses entre os Estadosconstitui*se de"ito internaciona". - reao ao de"ito, 9 u0a sano, cu8aap"icao 9 @eita pe"o prprio Estado o@endido, por @a"tar na co0unidadeinternaciona" u0 r;o ?ue se8a encarre;ado dessa tare@a, co0o oseIistentes nas ordens 8ur5dicas nacionais.

    C Direito (nternaciona" 9 u0a orde0 nor0ati=a das condutas hu0anas,

    ori;ando pessoas, 0ediata ou i0ediata0ente. (sso acontece ?uando oDireito (nternaciona" i0pe de=eres aos Estados.

    No Q"ti0o cap5tu"o, o terico do Direito, @a"a a respeito da (nterpretao. Epara e"e ?uando o Direito 9 ap"icado por u0 r;o 8ur5dico, este precisa @iIar osentido das nor0as ?ue =ai ap"icar, te0 ?ue interpretar estas nor0as. -interpretao seria nesse sentido u0a operao 0enta" ?ue aco0panha oprocesso da ap"icao do Direito desde o seu esca"o superior at9 o in@erior.

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    5/9

    - ;rande i0portRncia e atua"idade do cap5tu"o >((( da Teoria Pura do Direito, ondeKe"sen discorre sore a interpretao das nor0as 8ur5dicas.

    ontrariando o per@i""e;a"ista e conser=ador atriu5do a e"e pe"a 0aior parte dos 8uristas, Ke"sen criouu0a teoria da interpretao ?ue esta=a, de certo 0odo, @rente de seu te0po.C8eti=ando de0onstrar a 0udana ocorrida no 0odo co0o se porta0 osap"icadores*int9rpretes do direito, e contriuir co0 no=as id9ias para esse ca0poi0portant5ssi0o da rea 8ur5dica, ?ue 9 a interpretao nor0ati=a.

    Ke"sen pontua ?ue, F- interpretao 9, portanto, u0a operao 0enta" ?ueaco0panha o processo da ap"icao do direito no seu pro;redir de u0 esca"osuperior para u0 esca"o in@eriorG. Essa pro;resso se d se0pre ?ue ocorre aap"icao do Direito, ou se8a, no 0o0ento e0 ?ue se cria nor0a in@erior, "i0itada@or0a"0ente e 0ateria"0ente por u0a nor0a de ;rau superior. Esse instante de

    criao*ap"icao do Direito prota;oniado pe"o "e;is"ador ou 8ui, =e0 se0preaco0panhado da interpretao, ?uer e"e ocorra no pice da pirR0ide nor0ati=a ounu0a esca"a in@erior.

    Mas, ta090, os indi=5duos, ?ue de=e0 portar*se de acordo co0 a "ei, precisa0co0preender e, portanto deter0inar o sentido das nor0as 8ur5dicas ?ue por e"es hode ser oser=adas. Do 0es0o 0odo os doutrinadores ?ue descre=e0 u0 direitopositi=o, t0 de interpretar nor0as 8ur5dicas. Da5 in@ere*se a distino entre duasesp9cies de interpretao do Direito# a?ue"a ?ue 9 rea"iada pe"o r;o ?ue o ap"icaVe a outra, ?ue 9 rea"iada no por u0 r;o 8ur5dico, 0as si0, por u0 cidado, e,

    especia"0ente, pe"a cincia 8ur5dica. - pri0eira deno0ina*se interpretao autntica,9 dotada de ori;atoriedade e 9 criadora de direito, sendo, portanto, @onte @or0a" doDireitoV a se;unda deno0ina*se no*autntica, no 9 ori;atria e no cria direito,sendo @onte 0ateria" do Direito.

    - nor0a superior deter0ina ou =incu"a a nor0a in@erior de duas 0aneiras# a@or0a"0ente, pois di ?ua" o processo ?ue de=e ser se;uido para a produo danor0a in@eriorV 0ateria"0ente, ?uando deter0ina o conteQdo sore o ?ue podetratar a nor0a in@erior, ou pro5e*"he ?ue re;u"e u0a deter0inada 0at9ria. Essadeter0inao, por90, no 9 co0p"eta. - nor0a superior, no podendo re;u"ar

    tota"0ente o ato in@erior, @unciona co0o u0 ?uadro ou 0o"dura, dentro do ?ua" esta es@era de ao da nor0a in@erior.

    Essa indeter0inao pode ser intenciona", ou se8a, @aer co0 ?ue o r;o ?ue aeditou eIp"i?ue*a. - indeter0inao do ato 8ur5dico pode ta090 ser conse?nciano intenciona" da prpria constituio da nor0a 8ur5dica a ser ap"icada pe"o ato e0?uesto. (sso corre ?uando h u0a discrepRncia entre =ontade e eIpresso.

    E0?ua"?uer dos dois casos de indeter0inao, 9 o ap"icador do direito, atra=9s de u0ato =o"untar5stico, ?ue esco"he ?ua" ser a a"ternati=a ?ue ser ap"icada e tornar*se* direito positi=o.

    - 0o"dura interpretati=a 9 a 0aior criao do pensa0ento Oe"seniano nessa 0at9riae @oi e"aorada para so"ucionar os casos de indeter0inao das "eis. Ke"sen

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    6/9

    considera ?ue a nor0a superior @or0a u0a 0o"dura deter0inante de u0 ca0po deao para a nor0a in@erior, onde h =rias possii"idades "e;ais de ap"icao dodireito. Pode*se =isua"iar a 0o"dura co0o u0a @i;ura ;eo09trica, dentro da ?ua"cae ao r;o ap"icador do direito esco"her dentro das possii"idades o@erecidaspre=ia0ente pe"a nor0a superior. - 0o"dura 9 deter0inada atra=9s de u0 atoo8eti=o do r;o ap"icador, co0 a @ina"idade de conhecer a 0o"durar e asa"ternati=as ?ue "he so o@erecida, assi0 s posterior0ente, ou se8a, no 0o0ento deesco"her ?ua" dos ca0inhos a ?ua" de=e se;uir ?ue a esco"ha se trans@or0a e0direito positi=o, 9 ?ue o int9rprete rea"iaria u0 ato =o"untar5stico de cartersu8eti=o.

    Cu se8a, nu0 pri0eiro 0o0ento o int9rprete per0anece neutro, rea"iando u0 ato0era0ente co;nosciti=o para conhecer a 0o"dura e as possii"idade de sua ao.

    Da5 se eItrai ?ue a esco"ha entre as a"ternati=as 9 @eita de acordo co0 u0 crit9riopo"5tico*su8eti=o, se0 caer cincia do direito ana"isar ?ua" dentre as so"uesintra0o"duradas esco"her, 8 ?ue todas so "o;ica0ente poss5=eis.

    - posio de Hans Ke"sen a respeito do pape" do cientista do Direito 9 aseada nasua distino entre interpretao autntica e no*autntica, pois ?ua"i@ica o estudiosodo Direito co0o u0 int9rprete no*criador de direitos. Por outro Rn;u"o de =iso, o0estre austr5aco atriui doutrina o de=er de aso"uta neutra"idade, de=endo opes?uisador ser tota"0ente i0parcia", "i0itando*se a interpretar o8eti=a0ente anor0a atra=9s de u0 ato de inte"eco raciona".- concepo Oe"seniana de

    neutra"idade do cientista do Direito 9 eIpressa na passa;e0 transcrita a se;uir# F-interpretao cient5@ica 9 pura deter0inao co;nosciti=a do sentido das nor0as8ur5dicas.

    E0 outro trecho, Ke"sen eIp"ica ?ue o estudioso do Direito 9 int9rprete no*criadordo Direito, por rea"iar interpretao no*autntica# F- interpretao 8ur5dico*positi=ano pode @aer outra coisa seno estae"ecer as poss5=eis si;ni@icaes de u0anor0a 8ur5dica. o0o conheci0ento do seu o8eto, e"a no pode to0ar ?ua"?uerdeciso entre as possii"idades por si 0es0a re=e"adas, 0as te0 de deiIar ta"deciso ao r;o ?ue, se;undo a orde0 8ur5dica, 9 co0petente para ap"icar o

    Direito. C indi=5duo ?ue rea"ia interpretao no*autntica ou no*criadora dedireito, atra=9s de atos 0era0ente co;nosciti=os de carter o8eti=o e i0parcia"Va"is, esse ar?u9tipo idea" de cientista neutro se encaiIa co0 per@eio na Fusca depureaG o8eti=ada pe"a Teoria Pura do Direito.

    Todas as cr5ticas teoria da interpretao aseia0*se na nossa concepo do atointe"ecti=o, ato o ?ua" conhece0os as coisas, ?ue 9 di@erente da concepoOe"seniana. Se;undo Ke"sen, o ato co;nosciti=o te0 u0 carter de o8eti=idade esua @uno 9 Fdeter0inarG as coisas, se0 inter@erncia do a;ente. u0a apreensoo8eti=a da coisa eIa0inada.

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    7/9

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    8/9

    Ke"sen separa a interpretao autntica e0 dois 0o0entos# a deter0inaoo8eti=a, por 0eio de u0 ato co;nosciti=o, da 0o"dura pre=ista na nor0a superior, esco"ha su8eti=a, por 0eio de u0 ato de =ontade, de u0 das poss5=eis opesapresentadas pe"a nor0a superior para trans@or0ao e0 direito positi=o. Ha=eria,se;undo Ke"sen, portanto, en=o"=i0ento su8eti=o ap"icador* criador do Direito no atode interpretao nor0ati=o, 0as esse "ia0e inti0ista entre int9rprete e nor0asuperior ocorreria apenas no se;undo 0o0ento, ou se8a, no instante de opo=o"iti=a do int9rprete. C pri0eiro 0o0ento seria apenas de carter o8eti=o, ondeno caeria @a"ar de =ontade do int9rprete, 0antendo*se e"e neutro perante a nor0asuperior.

    E0 todo percurso traado do processo de interpretao h ideo"o;ia do indi=iduo,pois todo ato interpretati=o 9 oriundo do ser hu0ano e isso se a@ir0a pe"a "ar;a

    ?uantidade de 8urisprudncia sore a interpretao de u0a "ei, ou de u0 arti;o?ua"?uer, ou 0es0o de u0a si0p"es pa"a=ra ?ue ;era para di@erentes tipos depessoa u0a deter0inada interpretao, isso =ai depender da ideo"o;ia de cadaindi=iduo e do seu con8unto de crenas.

    Entende0os, portanto, ?ue o 8ui, ?uando interpreta e 8u";a, no 9 neutro perante anor0a superiorV e"e interpreta a nor0a de acordo co0 sua ideo"o;ia e suas crenas. i0portante perceer ?ue 0es0o ?ue no @aa isso intenciona"0ente, o int9rpretese0pre usa suas id9ias ?uando 8u";a.

    -t9 no caso do int9rprete ser partidrio da i0parcia"idade do ap"icador do Direito, e"e8 estar a5 usando de sua prpria ideo"o;ia para 8u";ar. (sso nos "e=a a id9ia de ?uecada int9rprete d 0o"dura u0 si;ni@icado especia". Direcionando*nos conc"usode ?ue a 0o"dura no est ri;orosa0ente predeter0inada pe"a nor0a superior. -0o"dura interpretati=a 9 0ut=e" e 9 dotada de certo ;rau de @"eIii"idade, 9 "i0itada,0as, e"a se ad9?ua a cada situao, tornando*se assi0 0ais 8usta a todos os casosonde 9 ap"icada.

    E0 conc"uso, @oi poss5=e" eItrair ?ue no s os ato de =ontade, 0as ta090 os atosinte"ecti=os esto i0pre;nados do su8eti=is0o e da ideo"o;ia do int9rprete. Todos

    os atos de interpretao, se8a do int9rprete autntico ou no*autntico, 9 u0 ato decarter ideo";ico. Da5 dedu*se ?ue o ato de interpretao do cientista do Direitota090 est preenchido de ideo"o;ia, restando pre8udicada a concepo Oe"senianada neutra"idade pura ou purea do cientista de Direito.

    - 0o"dura interpretati=a no 9 deter0inada o8eti=a0ente pe"a nor0a superior, 9i0prescind5=e" a interao da ideo"o;ia do int9rprete co0 a nor0a superior para a@or0ao da 0o"dura. Da5 dedu*se ?ue a 0o"dura no pode ser r5;ida e her09tica,sendo 0a"e=e" e aerta para assi0 pode se en?uadrar per@eita0ente nos casosconcretos @a=orecendo a 0e"hor ap"icao da nor0a e0 todo ca0po 8ur5dico e c"aro

    para a 0e"hor ad0inistrao do cientista de Direito.

  • 7/24/2019 Resenha Critica Hans Kelsen

    9/9

    C direito e=o"ui per0anente atra=9s dos atos cont5nuos de interpretao e co0opro=a disto te0os a 8urisprudncia dos triunais, ?ue no nosso siste0a 9 astanteco0p"eIa e acess5=e" a todos interessados, e da doutrina ?ue 9 eIposta de di=ersas@or0as co0 di@erentes "in;ua;ens para ?ue todos tenha0 u0 conheci0ento 0aior e0ais aerto. Nesses dois ca0pos h se0pre =arias posies contrapostas, ?uere@"ete0 di@erentes ideo"o;ias =i;entes na sociedade, e contriue0 para o a=ano doDireito e para a usca da 8ustia.

    necessrio en@atiar a i0portRncia de u0a 0o"dura 0a"e=e" e @"eI5=e" para ae=o"uo do Direito e para a concretiao da 8ustia. Ke"sen esta=a 0uito a"90 doseu te0po e 0es0o assi0, desen=o"=eu teorias ?ue @ora0 eItre0a0ente Qteis paraa @or0ao de toda or;aniao dos triunais e de u0a 8ustia 0ais 8usta, arindoassi0 o ca0po do Direito para receer contriuies das 0ais di@erentes 0aties

    ideo";icas para o seu processo de per0anente e=o"uo e para aspirar u0a=erdadeira usca de e?uidade.