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RESENHA

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RESENHA

Page 2: RESENHA. Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato

• Como um gênero textual, uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc.

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• O objetivo da resenha é guiar o leitor pelo emaranhado da produção cultural que cresce a cada dia e que tende a confundir até os mais familiarizados com todo esse conteúdo.

• Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal.

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• No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”.

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• 1. Definições•

Resenha-resumo:     É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor.

Resenha-crítica:     É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.

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O que deve constar numa resenha

• Devem constar: • O título • A referência bibliográfica da

obra • Alguns dados bibliográficos do

autor da obra resenhada • O resumo, ou síntese do

conteúdo • A avaliação crítica

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O título da resenha • O texto-resenha, como todo texto, tem título,

e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir:

• Título da resenha: Astro e vilãoSubtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael JacksonLivro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995

Título da resenha: Com os olhos abertosLivro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995

Título da resenha: Estadista de mitraLivro: João Paulo II - Bibliografia (Tad Szulc) - Veja, 13 de março, 1996

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A referência bibliográfica do objeto resenhado

• Constam da referência bibliográfica:

• Nome do autor • Título da obra • Nome da editora • Data da publicação • Lugar da publicação • Número de páginas • Preço

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O resumo do objeto resenhado •  O resumo que consta numa resenha apresenta

os pontos essenciais do texto e seu plano geral.

     Pode-se resumir agrupando num ou vários blocos os fatos ou idéias do objeto resenhado.

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Como se inicia uma resenha

• Pode-se começar uma resenha citando-se imediatamente a obra a ser resenhada. Veja os exemplos:

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•       "Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (L&PM, 1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de idéias que subvertem a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veementemente, o ensino da gramática em sala de aula.

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•   "Michael Jackson: uma Bibliografia Não Autorizada (Record: tradução de Alves Calado; 540 páginas, 29,90 reais), que chega às livrarias nesta semana, é o melhor perfil de astro mais popular do mundo". (Veja, 4 de outubro, 1995).

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• Outra maneira bastante freqüente de iniciar uma resenha é escrever um ou dois parágrafos relacionados com o conteúdo da obra.

     Observe o exemplo da resenha sobre o livro "História dos Jovens" (Giovanni Levi e Jean-Claude Schmitt), escrita por Hilário Franco Júnior (Folha de São Paulo, 12 de julho, 1996).

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• O que é ser jovem•

Hilário Franco Júnior•

     Há poucas semanas, gerou polêmica a decisão do Supremo Tribunal Federal que inocentava um acusado de manter relações sexuais com uma menor de 12 anos. A argumentação do magistrado, apoiada por parte da opinião pública, foi que "hoje em dia não há menina de 12 anos, mas mulher de 12 anos".

     Outra parcela da sociedade, por sua vez, considerou tal veredito como a aceitação de "novidades imorais de nossa época". Alguns dias depois, as opiniões foram novamente divididas diante da estatística publicada pela Organização Mundial do Trabalho, segundo a qual 73 milhões de menores entre 10 e 14 anos de idade trabalham em todo o mundo. Para alguns isso é uma violência, para outros um fato normal em certos quadros sócio-econômico-culturais.

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• Há, evidentemente, numerosas outras maneiras de se iniciar um texto-resenha. A leitura (inteligente) desse tipo de texto poderá aumentar o leque de opções para iniciar uma recensão crítica de maneira criativa e cativante, que leva o leitor a interessar-se pela leitura.

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A crítica •  A resenha crítica não deve ser

vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estr presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram.

     O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo, etc.

     Deve ser lembrado que os resenhistas - como os críticos em geral - também se tornam objetos de críticas por parte dos "criticados" (diretores de cinema, escritores, etc.), que revidam os ataques qualificando os "detratores da obra" de "ignorantes" (não compreenderam a obra) e de "impulsionados pela má-fé".

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Resenha de um anúncio publicitário na TV

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Opinião do resenhista

sobre o anúncio em questão

Filme da campanha do agasalho acentua apartheid

O aparthed social brasileiro está no ar e não em imagens de telejornal. O comercial da campanha do agasalho, promovida pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado, reforça sob as boas intenções a distância que os abastados procuram manter dos miseráveis. Distância, anote-se, que ultrapassa os limites de prudência.

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No filme, um menino de classe média vai pela calçada, acompanhado de mãe, quando depara com um garoto pobre, sujo e tiritando de frio. O carente aparece em preto e branco a acentuar sua lastimável condição. Os dois se olham por breve instante e é só. Na cena seguinte, o primeiro aparece em seu quarto. Sua atenção é despertada para um barulho que vem da rua. Ele corre até a janela e espia o que acontece lá embaixo, na frente do seu prédio.

Trata-se de um minipasseata em prol da campanha do agasalho, composta por jovens saudáveis e ricos. Em contribuição, o me nino joga pela janela um moletom vermelho. A imagem final mostra o garoto pobre do início, vestido com o agasalho atirado pelo menino. Antes em preto e branco, agora o pequeno miserável é apresentado com todas as cores. Cores da felicidade, que não bateu à sua porta, mas despencou do alto.

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No filme, um menino de classe média vai pela calçada, acompanhado de mãe, quando depara com um garoto pobre, sujo e tiritando de frio. O carente aparece em preto e branco a acentuar sua lastimável condição. Os dois se olham por breve instante e é só. Na cena seguinte, o primeiro aparece em seu quarto. Sua atenção é despertada para um barulho que vem da rua. Ele corre até a janela e espia o que acontece lá embaixo, na frente do seu prédio.

Trata-se de um minipasseata em prol da campanha do agasalho, composta por jovens saudáveis e ricos. Em contribuição, o me nino joga pela janela um moletom vermelho. A imagem final mostra o garoto pobre do início, vestido com o agasalho atirado pelo menino. Antes em preto e branco, agora o pequeno miserável é apresentado com todas as cores. Cores da felicidade, que não bateu à sua porta, mas despencou do alto.

O autor descrevedetalhadamenteo anúncio de tal

maneira que mesmo uma pessoa

que não o tenha visto consigavisualizá-lo.

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É caso de verificar que tipo de solidariedade e caridade o comercial vende. Ou melhor, é caso de perguntar se o filme realmente retrata um ato solidário, caridoso. Tudo leva a crer que não, ao contrário do que imaginam seus criadores e patrocinadores.

Solidariedade ou caridade implicam vínculo. Somos solidários quando tomamos como nossas causas alheias, as dificuldades de um concidadão. Somos caridosos quando, ao imaginar a dor do próximo, oferecemos conforto, calor. Nada disso está no filme. Não existe contato algum entre os dois garotos. Eles Não estão, não são próximos em nenhum momento. Ao jogar seu moletom pela janela, o menino de classe média parece fazê-lo apenas como forma de integração com seus iguais.

Aqui, o rese-nhista discute o conceito desolidariedade

relacionando-ocom o

anúncio.

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A pobreza de um não “contamina” a riqueza do outro. A distância higiênica é mantida, a consciência dos bem-nascidos é apaziguada. O calor da fibra sintética substitui o calor humano. E tudo podia ser tão simples, bastava um gesto. Mas esse gesto não existe mais. (SABINO, Mário. O Estadode S. Paulo)

No último parágrafo, o jornalista conclui o texto retomando a sua opinião já emitida

no parágrafo introdutório.

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