república de angola ministério das finanças gabinete da ... · micro, pequenas e médias...

28
semestre de 2014 Boletim Estatístico Contratação Pública Angolana República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da Contratação Pública Abril / 2015 Rigor e Transparência nas Aquisições Públicas da

Upload: truongliem

Post on 03-Dec-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

2º semestre de 2014

Boletim EstatísticoContratação PúblicaAngolana

República de AngolaMinistério das Finanças

Gabinete da Contratação Pública

Abril / 2015

Rigor e Transparência nas Aquisições Públicas

da

Page 2: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

BECPA

Boletim EstatísticoContratação PúblicaAngolana

da

2º semestre de 2014

Page 3: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

Page 4: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

Ficha TécnicaTítulo:Edição:Coordenação:Supervisão/GCP:Direcção Institucional:

Morada:Telefone:Email:Site:

Rua Kwamne N´krumah, 217 – 221, Edifício Metrópolis, 3º Andar, Maianga-Luanda, Caixa Postal n.º 6869(+) 244 917 269 025 / 942 642 [email protected]

Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)

Boletim Estatístico da Contratação Pública Angolana (BECPA) – 2º Semestre de 2014Gabinete da Contratação Pública (GCP) Rosária Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do GCPLeonel da Silva, Secretário de Estado do TesouroArmando Manuel, Ministro das FinançasMINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MINFIN)

Page 5: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

Introdução

Caracterização do Mercado da Contratação Pública

Análise dos Procedimentos de Contratação Pública

Perpectivas da Contratação Pública

Considerações Finais

Anexos

1

2

3

4

5

6

7

8

10

23

24

25

Aspectos Gerais e Legislativos

Principais Constatações e Tendências

Enquadramento na Despesa Pública

Procedimentos de Contratação Pública

Fornecedores do Estado

Micro, Pequenas e Médias Empresas

Visão por Província dos Principais Indicadores da Contratação Pública Angolana

Processo de Confirmação de Contratos

Legislação Relevante sobre a Contratação Pública até

1º Semestre 2014

Legislação Relevante sobre a Contratação Pública até

2º Semestre 2014

8

9

10

11

14

17

21

22

25

26

Page 6: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

123456789

1011

12131415

16

17181920212223

2425

GráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráfico

GráficoGráficoGráficoGráfico

Gráfico

GráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráficoGráfico

GráficoGráfico

Execução das despesas (globais) orçamentadas por natureza Execução das despesas (âmbito LCP) orçamentadas por natureza Departamentos ministeriais por valor total cabimentado e número de PCP comunicados Governos provinciais por valor total cabimentado e número de PCP comunicados Distribuição das MPME por Província Principais áreas de actividade das MPME Estados de cadastramento das MPME na DNPE-MINFIN Relação entre MPME cadastradas e não cadastradas por número de cabimentações emitidas Relação entre MPME cadastradas e não cadastradas por valor de cabimentações emitidas

12345678

9

1011131417181717

17

TabelaTabelaTabelaTabelaTabelaTabelaTabelaTabela

Tabela

Evolução de abertura de PCP durante o período de 2011 a 2014 Despesa total orçamentada e valores executados – ano 2014 Despesas em bens, serviços e despesas de capital até final do 2º semestre 2014 Número de procedimentos lançados e concluídos - 2014 Distribuição por tipos de procedimento - 2014 Distribuição dos procedimentos adoptados por objecto Distribuição pcp por categoria de EPC – Visão geral no ano 2014 Distribuição dos PCP por departamentos ministeriais - ano 2014 Distribuição dos PCP por governos provinciais no final do 2º semestre 2014 Distribuição dos PCP por outras EPC até final do 2º semestre 2014 Número de fornecedores por estado de cadastramento no final do 2º semestre de 2014

Evolução de fornecedores cadastrados versus fornecedores não cadastrados Análise da evolução de fornecedores por estado de cadastramento Evolução do número de fornecedores cadastrados até final do 2º semestre de 2014 Principais áreas de actividade dos fornecedores cadastrados até final do 2º semestre de 2014 Relação entre fornecedores cadastrados e não cadastrados em termos de cabimentações emitidas até final do 2º semestre de 2014 Percentagem de despesas cabimentadas a fornecedores cadastrados Distribuição das MPME por província Principais áreas de actividade das MPME Distribuição das áreas de actividade das MPME Número de MPME por estado de cadastramento no final do 2º semestre de 2014 Distribuição dos estados de cadastramento das MPME Relação entre MPME cadastradas e não cadastradas em termos de cabimentações emitidas até final do 2º semestre de 2014 Contratos submetidos para confirmação por EPC Estado dos contratos submetidos para confirmação

Índice de Tabelas

910101212121213131415

15151516

16

17171818191920

2222

Page 7: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 2014

MINFINMINJUSDH

MINPDTMINSA

MINTRANSMINUHA

MIREXMPME

MTTIOGEPCPPIBPIP

SIGFESIGPESIPIPSNCP

TCTPEUO

USDUTN

Ministério das FinançasMinistério da Justiça e dos Direitos HumanosMinistério do Planeamento e Desenvolvimento TerritorialMinistério da SaúdeMinistério dos TransportesMinistério do Urbanismo e HabitaçãoMinistério das Relações ExterioresMicro, Pequenas e Médias EmpresasMinistério das Telecomunicações e Tecnologias de InformaçãoOrçamento Geral do EstadoProcedimento de Contratação PúblicaProduto Interno Bruto Programa de Investimento PúblicoSistema Integrado de Gestão Financeira do EstadoSistema Integrado de Gestão Patrimonial do EstadoSistema Informatizado dos Programas dos Investimentos PúblicosServiço Nacional da Contratação Pública Tribunal de ContasTitular do Poder ExecutivoUnidade OrçamentalDólar Norte-americanoUnidade Técnica de Negociação

Abreviaturas, Siglas e Acrónimos

AKZBD

BNACGPDIV

CNEDAD

DNPEDP

EPCGCP

GTARCGTRUCS

IGAEINAPEM

LCPMATMED

MINAGRIMINAMBMINARS

MINCONSMINCULT

MINEA

KwanzasBase de DadosBanco Nacional de AngolaComissão de Gestão do Polo de Desenvolvimento Industrial de VianaComissão Nacional EleitoralDespesa de Apoio ao DesenvolvimentoDirecção Nacional do Património do EstadoDecreto PresidencialEntidade Pública ContratanteGabinete da Contratação PúblicaGabinete Técnico para Implementação e Gestão do Plano Director da Área Residencial do CamamaGabinete Técnico de Reconversão Urbana do Cazenga e SambizangaInspecção Geral da Administração do EstadoInstituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias EmpresasLei da Contratação PúblicaMinistério da Administração do TerritórioMinistério da EducaçãoMinistério da AgriculturaMinistério do AmbienteMinistério da Assistência e Reinserção SocialMinistério da ConstruçãoMinistério da CulturaMinistério da Energia e Águas

Page 8: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

7Abril / 2014

Introdução

um mundo globalizado, os contratos públicos são instrumento privilegiado das tarefas de regulação, no contexto actual de redefinição do papel do Estado.N

1A abordagem anual justifica-se uma vez que no 3º capítulo deste Boletim, toda a informação estatística da Contratação Pública é “cruzada” com a execução orçamental (Procedimentos de Contratação Pública – Cabimentado por Unidade Orçamental – Cabimentado por Fornecedor), sendo que o relatório “Saldo da Cabimentação por Beneficiário” pode ser extraído do SIGFE ao longo do ano e até uma data de fecho, mas por razões intrínsecas à plataforma electrónica, não é possível extrair dados a partir do dia 1 de Julho de 2014, ou seja relativamente ao 2º Semestre 2014.

1

1

Os contratos públicos representam importantes oportunidades económicas para as empresas e têm como objectivo a aquisição de bens e serviços, assim como a realização de obras, por uma entidade pública, nomeadamente uma administração nacional, uma autoridade local ou um organismo que delas dependa. Um contrato feito sob o modelo concorrencial dinamiza o crescimento económico, estimula as empresas a serem mais competitivas e a premiar as melhores. Por outro lado, quando, de facto, abrimos uma compra à concorrência, quando facultamos a todos a oportunidade de tirarem partido de contratos públicos, a factura certamente se reduz, aumentando o nível de poupança que serviria para novos investimentos. Esta constatação exige a adopção de medidas conducentes à implementação de maior rigor no ciclo de contratação, assegurando-se a observância dos princípios estruturais da contratação pública.

O Boletim Estatístico da Contratação Pública Angolana (BECPA) é um instrumento desenvolvido pelo GCP para a divulgação de informações estatísticas, referentes ao mercado da contratação pública e estímulo à adopção das melhores práticas em todas as fases do processo de aquisições públicas.

Esta 2ª edição do BECPA apresenta um resumo do desempenho da Contratação Pública no 2º semestre, e também uma perspectiva anual, sendo que os dados estatísticos apresentados serão os dados globais do ano 2014 .

Inicialmente, efectua-se uma abordagem aos aspectos relevantes constatados no mercado da contratação pública, no período de Julho à Dezembro 2014, seguidamente, faz-se uma análise dos Procedimentos de Contratação Pública (PCP) conhecidos e registados pelo Gabinete da Contratação Pública (GCP), do Processo de Cadastro e Certificação dos Fornecedores do Estado, bem como dos níveis de concretização dos apoios institucionais às Micros Pequenas e Médias Empresas (MPME). Procede-se, de igual modo, a uma análise do processo de Confirmação de Contratos pelo Ministro das Finanças e as perspectivas da contratação pública para o ano de 2015.

Page 9: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 20148

2

2.1 Aspectos gerais e legislativos

Caracterização do Mercado da Contratação Pública

O 2º semestre de 2014 ficou marcado pela dinâmica do mercado da contratação pública nacional, quer no âmbito material ou legislativo, quer do ponto de vista institucio-nal. No primeiro, destaca-se a emanação de actos legisla-tivos com implicações para a forma de condução e gestão das aquisições públicas e melhoria do ambiente de negócios a nível das MPME e outros fornecedores do Estado. Do ponto de vista institucional, destacamos as actividades desenvolvidas pelo GCP que possibilitaram o diagnóstico da situação actual da Contratação Pública no país e a identificação de tendências desse importante mercado para o crescimento sustentável da economia angolana.

Os mais relevantes actos normativos emitidos durante o segundo semestre consubstanciaram-se no seguinte: Melhoria do ambiente de negócios

O ambiente de negócios pode influenciar directamente a competitividade que se espera do mercado da Contratação Pública, se entendermos que as empresas ficam menos oneradas na realização das suas actividades, possibilitan-do a prática de preços competitivos na realização de emp-reitadas de obras públicas e no fornecimento de bens e serviços.

Neste contexto foi publicada, a Lei n.º 16/14, de 29 de Setembro, sobre a Redução dos Encargos Legais Aplicáveis à Constituição de Sociedades Comerciais, visando dinami-zar o surgimento de novas empresas e melhorar o ambi-ente de negócios, reduzindo os encargos na criação destas sociedades que passam para um valor mínimo fixo de AKZ 10.000,00, (Dez Mil Kwanzas), para as sociedades unipes-soais, pluripessoais por quotas e sociedades em nome colectivo e em comandita simples e para as sociedades unipessoais e pluripessoais anónimas e de sociedades em comandita por acções são devidos emolumentos de AKZ 40.000,00 (Quarenta Mil Kwanzas), contrariamente ao regime anterior, cujos emolumentos variavam em função do capital social.

Acresce-se que, ao abrigo desta lei passam a ser gratuitas certidões, fotocópias, informações e outros documentos de carácter probatório. O mesmo ocorre com o acesso e consultas as bases de dados dos serviços dos registos e do notariado, solicitadas pela Direcção Nacional dos Impostos, hoje incorporada na Administração Geral Tributária.

Registou-se também a reforma fiscal do sector não petrolífero, com a alteração dos principais códigos fiscais angolanos, nomeadamente o Código do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, Código Geral Tributário, o Código do Imposto Industrial e o Código das Execuções Fiscais, como um passo na modernização do sistema fiscal angola-no, adaptando-o à nova realidade económica e social do país.

Destaca-se a amnistia fiscal parcial de algumas dívidas fiscais anteriores a 31 de Dezembro de 2012 (não abrange as dívidas do imposto de consumo e das contribuições sociais), isto é, abrange as dívidas dos impostos sobre o rendimento, incluindo o valor do imposto, bem como os juros e multas devidos. A sua vigência iniciou no dia subse-quente ao da publicação da Lei n.º 20/14, de 22 de Outubro, Lei que aprova o Código das Execuções Fiscais.

Também relevante foi a publicação do Decreto Presiden-cial n.º 292/14 de 21 de Outubro, que aprova o Programa Executivo Integrado de Implementação de Medidas de Potenciação do Crédito, liderado pelo Ministério da Econo-mia e integrando o Ministério das Finanças, BNA e Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, que tem como objectivo criar as ferramentas e facilitadores do acesso ao crédito, concebendo os instrumentos para facili-tar a legalização e actualização da propriedade, criar opções às garantias reais de crédito, avaliar as alternativas à hipoteca e melhoria dos processos e legislação para a execução das mesmas, bem como a instauração de uma central de registo para as garantias.

Nomeação da Direcção da UTN e início de funções

Assistiu-se a nomeação da Direcção da Unidade Técnica de Negociação (UTN) pelo Decreto Presidencial n.º 223/14 de 20 de Novembro e as autorizações habituais para a celebração de contratos públicos pelo Titular do Poder Executivo (TPE) e, por outro, como inovação, houve a constituição de comissões de avaliação no seio da UTN para a condução de procedimentos de contratação pública, cuja competência para autorização da referida despesa, nos termos da legislação vigente, esteja sob a alçada do TPE.

Page 10: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

9

1

2.2 Principais constatações e tendências

Do gráfico apresentado acima, constata-se que de 2013 para 2014, houve um aumento de 228% no número de Procedimentos de Contratação Pública (PCP) conhecidos (acréscimo de 655 PCP). Esta variação é resultante do esforço do GCP, como órgão supervisor do mercado, no aumento do número de formações ministradas (palestras, seminários, visitas as EPC, etc.), que gerou uma maior sensibilidade das EPC na partilha de informação.

Fonte: GCP - 2014

2De acordo com o Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, publicado no Decreto Presidencial n.º 299/14, de 4 de Novembro, estando ainda por aprovar o Estatuto Orgânico do SNCP. Por esta razão ao longo do presente documento utilizaremos a designação GCP. 3Estão abrangidas nesta fase o Ministério da Construção, da Energia e Águas e das Finanças.

Actividades do GCP

No que concerne às actividades do Gabinete da Contratação Pública, realçamos a realização da avaliação do estado actual do sistema da contratação pública nacio-nal. Com vista a inteirar-se das práticas em uso nas Entidades Públicas Contratantes (EPC), compilar os dados conducentes à adopção de boas práticas, ao apuramento dos conhecimentos das EPC relativamente à Lei da Contratação Pública (LCP) e aos principais intervenientes na sua aplicação, foram efectuadas visitas e acções de formação.

Em paralelo, do ponto de vista institucional constatou-se ainda a alteração da designação do Gabinete da Contratação Pública para Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)2 , mantendo-se as suas atribuições.

Nesta edição, destaca-se também o lançamento do Portal da Contratação Pública, como um vector de transparência no processo de realização da despesa pública, que repre-senta para todos os intervenientes no processo uma fonte privilegiada e reportório de informação estatística da contratação pública nacional.Por fim, importa realçar o início da 2.ª fase3 do processo de confirmação de contratos pelo Ministro das Finanças, nos termos do Decreto Executivo n.º 155/14, de 27 de Maio.

As constatações das EPC e do Gabinete, convergiram no sentido de dar enfoque à necessidade de(o):• GCP continuar a ministrar acções de formação aos técnicos das EPC, para melhorar o nível de conhecimento das normas e procedimentos que regem a contratação pública angolana;• Todas as EPC dotarem-se de meios e sistemas de tecnologia de Informação, necessários a curto e médio prazo, para assegurar a conformidade com a legislação de contratação pública e adequados para atingir objectivos futuros;• Fornecimento de conteúdos e acesso às infor-mações do Portal da Contratação Pública, como uma ferra-menta integrada, focada na divulgação de toda infor-mação relevante sobre o sistema de contratação pública angolana, agregando legislação, documentação, manuais, formulários e dados estatísticos nacionais, podendo ser um facilitador das actividades das EPC e outros actores

interessados, nomeadamente fornecedores do Estado; • Divulgação e difusão deste Boletim como um conjunto de informações e interpretações críticas dos dados e indicadores estatísticos relacionados com a contratação pública angolana, sendo um relatório útil à promoção da sensibilização de todos os intervenientes no sistema.Das constatações efectuadas, e visando aproximar cada vez mais a contratação pública dos padrões de referência internacional, com recurso a ordenamentos jurídicos que nos são próximos ou países cuja similitude sócio económi-ca cria um paralelo no modus operandi a nível da contratação pública, sendo aqueles, referenciados pelas organizações internacionais, impõe-se um trabalho entre as entidades intervenientes no sistema com o objectivo de:• Racionalizar as despesas e aumentar a eficiência através da melhoria dos processos;• Melhorar a transparência e o rigor nas aquisições públicas, promovendo a responsabilização das EPC e seus Agentes; • Promover os apoios às MPME e, incentivar as compras sustentáveis e a promoção de inovação no sector privado, bem como diversificar a economia nacional, e consequentemente aumentar as receitas não petrolíferas.Desde a entrada em vigor da LCP até a presente data, o mercado da contratação pública, com base na informação disponibilizada e recolhida, tem conhecido variações significativas, com particular destaque para o ano de 2014, conforme o gráfico seguinte.

Gráfico 1 - Evolução de abertura de PCP durante o período de 2011 a 2014

Page 11: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

Abril / 201410

3 Análise dos Procedimentos de Contratação Pública

3.1 Enquadramento na despesa pública

Apresenta-se abaixo a distribuição da despesa global por natureza / categoria económica.

4Cf. n.º 3 do art.º 59.º da LCP5Cf. n.º 1 do art.º 102.º da LCP6Fonte: vide Tabela 7, da Lei nº 3/15 de 9 de Abril

7Com excepção dos casos previstos no artigo 5º (“Regime de exclusão”) da LCP

Gráfico 2 - Despesa total orçamentada e valores executados – Ano 2014Gráfico 3 - Despesas em bens, serviços e despesas de capital até final do 2º Semestre 2014

fONTE - SIGFE, Dezembro 2014(mil milhões AKZ) (DNCP – 23/4/2015)a) Foram utilizados os valores liquidados por não estarem disponíveis os valores oficiais cabimentados para 2013

Tabela 1 - Execução das Despesas (Globais) Orçamentadas por Naturezao 2014

Fonte: SIGFE, Dezembro 2014 (DNCP – 23/4/2015) Fonte: SIGFE, Dezembro 2014 (DNCP – 23/4/2015)

Nesta segunda edição, e à semelhança da primeira, não se dispõe de elementos estatísticos globais referentes à utilização de PCP para a realização de todas as despesas orçamentadas. Assim, os dados a seguir reportados seguem o mesmo exercício da primeira edição, ou seja aferiu-se sobre um valor aproximado dos contratos a partir das despesas inscritas no OGE, o seu grau de execução ao longo do segundo semestre e a partir dos valores liquida-dos obteve-se os valores celebrados / executados dos contratos.

Neste capítulo, salienta-se a necessidade das EPC procederem regularmente a comunicação da abertura dos procedimentos concursais ao GCP, mediante o envio do Anúncio4 e da comunicação das adjudicações que result-em de propostas de valor superior a noventa e um milhões de Kwanzas5 , para obtenção do número e montante dos contratos celebrados à luz da LCP com maior precisão.

Com base nas contas fiscais de 2014, o peso das despesas públicas no PIB foi avaliado em 40,7% (dados preliminares de 20146 ), estas por sua vez constituem um pressuposto para os PCP.

Os valores das despesas orçamentadas, assim como a respectiva execução orçamental, verificados em 2014, são apresentados no gráfico que se segue.

De acordo com a legislação, as despesas sujeitas ao regime da LCP são as despesas em “Bens e Serviços” e “Despesas de Capital”7 . As despesas excluídas do âmbito da LCP são as despesas com as rubricas “Pessoal”, “Reservas”, “Transferências” (capital, subsídio a preço, subsídios operacionais, etc.), entre outras.

Limitando o foco da análise às categorias de despesa que estão sujeitas à LCP, os valores referidos anteriormente traduzem-se de acordo com o ilustrado no gráfico seguinte:

Page 12: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

11

1

De realçar que o montante da despesa infra pode não coincidir exactamente com os valores dos contratos celeb-rados e dos procedimentos lançados, por várias razões, entre elas:• Em algumas situações previstas na lei, a celebração de contratos pode estar isenta de seguir o regime da LCP (Acordos ou Convenções Internacionais, Defesa e Segurança Nacional, entre outros); • Os contratos podem ser plurianuais e, como tal, as cabimentações realizadas no ano em curso podem refer-ir-se a contratos celebrados em anos anteriores.No entanto, considerando o referido, os valores das notas de cabimentação podem dar uma noção das despesas sujeitas ao regime da contratação pública e permitir a comparação com os procedimentos adjudicatórios disponibilizados pelas EPC. Relativamente ao mesmo período do ano anterior, confir-ma-se o aumento tanto do valor orçamentado como do valor liquidado, conforme espelha a tabela abaixo.

Ou seja o gap entre àquelas duas variáveis, passa de 15 p.p. para 20 p.p., chegando-se a conclusão que:• O nível de execução das despesas restringido à luz da LCP, é mais baixo, que o nível de execução geral;• O valor total pago para as despesas sujeitas à LCP, comparado com o valor liquidado é reduzido, criando potenciais situações de pagamentos atrasados, situação esta que ao nível do que está legislado8 , deverá ser cumprido de forma mais rigorosa.

3.2 Procedimentos de Contratação Pública

A informação constante no presente segmento, dedicado aos PCP, resulta da análise realizada pelo GCP aos anúncios de procedimentos publicados no Diário da República, Jornal de Angola e enviados pelas EPC de acordo com os requisitos legais definidos na LCP, ou seja, de informar ao GCP (enquanto órgão oficial de fiscal-ização e supervisão, da contratação pública angolana), relativamente aos novos procedimentos lançados.Apesar de terem sido recolhidos 942 PCP ao longo de 2014, número mais elevado que nos anos passados, cabe ressaltar que não representam o universo total de procedimentos de contratação pública abertos em Angola.

Nível de execução dos procedimentos

Os Procedimentos de Contratação Pública lançados em 2014, conhecidos e registados pelo GCP, totalizaram 942; denota-se uma variação de 393% (+751 PCP) do 1º semestre para o 2º semestre 2014.Dos 942 PCP, em termos de estado de avaliação pelo GCP, temos 53% (496) concluídos e 46% (430) em curso, sendo o restante 1% (16) repartido em Pendentes e Anulados.

Concentrando a análise ao nível das categorias com mais investimentos e suas variações, verificamos que no cômputo geral a variação do valor orçamentado para as Despesas com Bens e Serviços de 2013 para 2014 foi de -8,6% (-143 mil milhões AKZ), que foram compensadas por um aumento nas Despesas de Capital na ordem de 12% (+220 mil milhões AKZ), tendência esta verificada igualmente em termos dos valores liquidados, cuja variação para as mesmas categorias passou de -9,6% e +27%.

Este crescimento nas despesas de capital, nomeadamente na rubrica Investimentos implicaria o respectivo acréscimo no número de anúncios de abertura de PCP.Ainda neste capítulo da execução, uma nota deverá ser feita ao diferencial entre o “Valor total liquidado / Valor orçamentado” e o “Valor total pago / Valor orçamentado”, naquilo que atestam os mapas da despesa total geral e o que é reflectido no mapa das despesas afectas à LCP.

8Cf. n.º 6, do art.º 33.º da Lei nº 12/13, Lei de alteração à Lei n.º 15/10, de 14 de Julho

a) Foram utilizados os valores liquidados por não estarem disponíveis os valores oficiais cabimentados para 2013

fONTE - SIGFE, Junho 2014 (mil milhões AKZ) (DNCP – 23/4/2015)

Tabela 2 - Execução das Despesas (âmbito LCP) Orçamentadas por Natureza

Page 13: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

12Abril / 2014

Com base nos dados recolhidos podemos concluir que o GCP pode ter alguma percepção do valor estimado dos contratos (em fase pré-contratual) e o valor real contra -tualizado, o que possibilita uma visão aproximada do nível de poupança, que se apresentará em futuras edições do Boletim.

Distribuição dos procedimentos lançados por tipologia

Dos quatro tipos de procedimentos definidos na LCP, os mais utilizados pelas EPC ao longo de 2014, segundo os dados recolhidos e analisados pelo GCP, são o Concurso Limitado sem Apresentação de Candidaturas (CLSAC) e o Concurso Público (CP) representando, respectivamente, 36% e 32% num total de 942 PCP, o que pode ser observa-do através do gráfico seguinte.

Distribuição dos procedimentos pelas Entidades Públicas Contratantes

Visão geral

Para efeito de análise de procedimentos, as EPC foram agrupadas em três categorias: Departamentos Ministeri-ais, Governos Provinciais e Outras EPC.Considerando o total de procedimentos de contratação lançados ao longo de 2014, é notório o volume de PCP lançados pelas Entidades Ministeriais, com um peso de 52%, o que se pode justificar pelo número e âmbito nacio-nal.

Distribuição dos procedimentos adoptados por objecto

Num total de 942 PCP registados ao longo de 2014, constatou-se que as “Empreitadas de Obras Públicas” e a “Aquisição ou Prestação de Serviços” foram os objectos mais contratados com 43% e 29%, respectivamente.

Gráfico 4 - Número de procedimentos lançados e concluídos - 2014

Gráfico 5 - Distribuição por tipos de procedimento - 2014

Fonte: GCP

Gráfico 6 - Distribuição dos procedimentos adoptados por objecto

Fonte: GCP

Fonte: GCP

Gráfico 7 - Distribuição PCP por categoria de EPC – visão geral no ano 2014

Fonte: GCP

14

2

46 12 942

22

Page 14: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

13

1

Na categoria “Outras EPC” são consideradas as entidades que não se enquadram nos Departamentos Ministeriais ou nos Governos Provinciais, como a UTN, a CNE, BNA, entre outros.

Visão detalhada

Pretende-se, neste ponto, apresentar uma visão detalhada dos procedimentos de Contratação lançados ao longo de 2014, relativa às três categorias supra mencionadas.

Departamentos Ministeriais9

Nesta categoria apresenta-se um menor desequilíbrio em termos de participação dos Departamentos Ministeriais ao longo de 2014, uma vez que no 1º semestre evidencia-vam-se apenas 3 Ministérios em termos de PCP regista-dos, ao passo que no 2º semestre destacam-se 5 Departa-mentos Ministeriais (Ministério das Finanças, Ministério da Juventude e Desportos, Ministério da Energia e Aguas, Ministério da Administração do Território e Ministério do Interior) com maior número de PCP, representando um peso de 61% do total.

A tabela abaixo ilustra o valor total cabimentado e o respectivo número de procedimentos conduzidos pelos Departamentos Ministeriais com maior valor de despesa cabimentada. Nesta senda, destaca-se a existência de uma redução de número de entidades sem procedimentos comunicados, ou seja, houve um aumento da participação e comunicação das entidades sobre os PCP lançados ao longo do ano 2014.

A tabela seguinte ilustra o valor total cabimentado e o respectivo número de procedimentos conduzidos pelos Governos Provinciais. Destaca-se a existência de um elevado número de entidades sem procedimentos comu-nicados, permanecendo as mesmas entidades que comu-nicaram no 1º semestre de 2014, com excepção do Gover-no Provincial de Luanda.

Governos Provinciais

A mesma análise pode ser efectuada para os Governos Provinciais. Nesta categoria destacamos pela positiva o Governo Provincial da Huíla que, por si só, representa 65% do total de procedimentos lançados e comunicados ao longo de 2014, apesar de não ser a província com maior valor cabimentado.

Gráfico 8 - Distribuição dos PCP por Departamentos Ministeriais - Ano 2014

Fonte: GCP

Gráfico 9 - Distribuição dos PCP por Governos Provinciais no final do 2º Semestre 2014

Fonte: GCP

Tabela 3 - Departamentos Ministeriais por valor total cabimentado e número de PCP comunicados

fONTE - SIGFE, Dezembro 2014 (milhões AKZ)

Page 15: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

14Abril / 2014Abril / 2014

Importa referir que os 3 Governos Provinciais (Luanda, Moxico e Cuando Cubango) com maiores valores cabimentados, apresentam um fraco contributo em termos de PCP comunicados, o que não permite uma comparação real entre Cabimentação versus PCP lançados.

Em resumo, a análise detalhada dos anúncios de abertura de PCP (comunicações directas ao GCP, Diário da República e anúncios publicados no Jornal de Angola), permite verifi-car que, apesar de se encontrar definida na LCP (Cf. n.º 3 do art.º 59º) a obrigatoriedade das mesmas comunicarem a decisão de abertura de procedimentos concursais ao GCP, para efeitos da publicação no Portal da Contratação Pública, o número de PCP recolhidos ainda não reflecte o esperado.

3.3 Fornecedores do Estado

No âmbito do Processo de Cadastramento e Certificação de fornecedores do Estado pelo Ministério das Finanças (MIN-FIN), através da Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE), visando constituir um repositório fidedigno de fornecedores, verificou-se o mesmo cenário dos meses anteriores, mantendo um crescimento a um ritmo lento.Até 31 de Dezembro de 2014, a base de dados registava um total de 3.240 fornecedores, que comparado com o total existente no 1º semestre verifica-se um acréscimo de 96 fornecedores.Os fornecedores registados foram distribuídos pelos sete estados11 que classificam o processo de cadastramento.

Outras EPC

Nesta categoria temos apenas 22 PCP abertos e comunica-dos por seis entidades. De realçar que o Gabinete Técnico de Reconversão Urbana do Cazenga e Sambizang (GTRUCS) para os efeitos deste Boletim, foi incorporado no Governo Provincial de Luanda10 . Ainda no 2º Semestre de 2014, tem-se a UTN, enquanto órgão de apoio à Casa Civil da Presidência da República para condução de PCP.

Gráfico 10 - Distribuição dos PCP por Outras EPC até final do 2º Semestre 2014

Fonte: GCP

10O GTRUCS ao nível da sua dotação orçamental, depende do Governo Provincial de Luanda (Órgão do Governo).

11Estados de cadastramento:Enviado: considerado quando o fornecedor apresen-ta a documentação Recebido: quando a DNPE acusa a recepção da documentação Em Análise: quando o processo está em análise pela DNPE Pendente: documentação obrigatória em falta ou irregularidade na sua apresentaçãoCadastro Parcial: cadastrado, condicionado à apresentação de outros documentos Cadastro Completo: cadastro finalizadoNegado: cadastro rejeitado

Tabela 4 - Governos Provinciais por valor total cabimentado e número de PCP comunicados

fONTE - SIGFE, Dezembro 2014 (milhões AKZ)

Page 16: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

15Abril / 2014

1

Dos fornecedores registados, 53% encontram-se cadastra-dos, sendo 960 com Cadastro Parcial, representando 30% do total e 765 com Cadastro Completo, representando 23%, respectivamente. Os restantes estados representam 47% dos fornecedores, conforme análise no diagrama seguinte.

No ano de 2012, verifica-se um crescimento de ambas rubricas, sendo o cadastrado completo maior que o cadas-trado parcial; a partir do 1º semestre de 2013, denota-se um crescimento acentuado de fornecedores com cadastro parciais, originando em Maio de 2013 uma intersecção12 das duas curvas, resultando numa mudança de cenário, isto é, houve mais cadastro parcial do que cadastro completo.

Analisando a evolução de Fornecedores Cadastrados no segundo semestre versus primeiro, constata-se ainda uma tendência de crescimento. Relativamente ao Cadastro Parcial e Cadastro Completo verifica-se no gráfico acima uma variação positiva de 5% e 4%, respectivamente. Em relação aos Outros estados de cadastramento (Em Análise, Recebido e Negado) não se observa nenhuma variação significativa.

No gráfico seguinte, pode-se observar a tendência de crescimento para o número de Cadastros Completos e Parciais, desde o lançamento desta iniciativa até ao final do segundo semestre de 2014.

Registou-se um crescimento de 0,8% de Fornecedores Cadastrados no 2º semestre versus 1º semestre, conforme gráfico acima. No gráfico subsequente apresenta-se o detalhe da evolução do processo de cadastramento.

Gráfico 11 - Número de fornecedores por estado de cadastramento no final do 2º semestre de 2014

Fonte: MINFIN - DNPE

Gráfico 13 - Analise da evolução de fornecedores por estado de cadastramento

Fonte: MINFIN - DNPE

Gráfico 14 - Evolução do número de fornecedores cadastrados até final do 2º semestre de 2014

Fonte: MINFIN - DNPE

Gráfico 12 - Evolução de fornecedores cadastrados versus fornecedores não cadastrados

Fonte: MINFIN - DNPE

Page 17: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

16Abril / 2014Abril / 2014

Classificação por Actividades Económicas

As primeiras seis posições na classificação das actividades económicas, com maior incidência registadas na Base de Dados de Fornecedores, foram confirmadas no 2º semes-tre como mostra o gráfico abaixo. Cabe ainda ressaltar que a Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura subiram uma posição comparativamente ao semestre anterior. Houve também um crescimento de aproximadamente 50% nas Outras Áreas de Actividades13 , podendo indicar uma tendência à diversificação da economia.

Cadastro de Fornecedores versus Valor Cabimentado

Como descrito acima, verifica-se um ligeiro crescimento de Fornecedores Cadastrados no período em análise, ao passo que no gráfico seguinte regista-se uma redução acentuada de cabimentações emitidas aos Fornecedores Cadastrados tanto em número de Notas de Cabimentação como em valor Cabimentado.

No total de 19.932 cabimentações emitidas a 2.827 beneficiários pelas UO examinadas14 , até o final do segun-do semestre, constatou-se que apenas 13,2% (2.640 cabimentações) foram efectuadas a 247 Fornecedores Cadastrados.

Por outro lado, do valor global das cabimentações realiza-das pelas UO examinadas (992.647 milhões de kwanzas), apenas 8,7% (86.007 milhões de kwanzas) foram efectua-das à Fornecedores Cadastrados, confirmando novamente que as cabimentações emitidas aos Fornecedores Cadas-trados são mais baixas que as de Fornecedores Não Cadas-trados.

No gráfico seguinte verifica-se que, até 31 de Dezembro de 2014, as entidades com maior incidência em termos de cabimentações emitidas para Fornecedores Cadastrados, são as mesmas observadas no 1º semestre – Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial (MINPDT), Ministério da Saúde (MINSA), e Ministério das Finanças (MINFIN) – apesar de terem registado um reduzido cresci-mento de valores cabimentados no 2º Semestre de 2014.

12Neste período, de forma a tornar o processo mais viável, a DNPE mudou a exigência de documentação necessária para o estado Cadastro Parcial dos fornecedores, ou seja, atenuou alguma documen-tação, nomeadamente a certidão negativa de divida ao fisco e a certidão contributiva da segurança social.13Nesta rubrica estão agrupadas 36 categorias, como por exemplo, Fabricação de mobiliário; Indústria da madeira e da cortiça e suas obras; Produção e distribuição de electricidade, de gás, de vapor; Fabricação de têxteis, etc.

14Para o 2º Semestre/2014, as 8 (oito) UO analisadas foram: G.P. Luanda, MINCONS, MINEA, MINSA, MINFIN, MINPDT, MINUHA, MINTRANS.

Gráfico 15 - Principais áreas de actividade dos Fornecedores Cadastrados até final do 2º semestre de 2014

Fonte: MINFIN - DNPE

Gráfico 16 - Relação entre fornecedores cadastrados e não cadastrados em termos de cabimentações emitidas até final do 2º semestre de 2014

Fonte: SIGFE e MINFIN - DNPE

Page 18: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

17

Número de MPME cadastradas pelo INAPEM

A 31 de Dezembro de 2014, encontravam-se certificadas pelo INAPEM 9.547 empresas, das quais correspondem 68% Micro, 19% Pequenas e 14% Médias Empresas.

Em termos de distribuição geográfica, Luanda é a província com o maior número de MPME, concentrando 47% do total.

Por outro lado, destacam-se em termos de variação positi-va, ou seja, rápido crescimento de valores cabimentados no 2º Semestre de 2014, as seguintes EPC:• Ministério dos Transportes (MINTRANS), com 2,4%;• Ministério da Construção (MINCONS), com 1,5%; e• Governo Provincial de Luanda (GPL), com 0,5%.

3.4 Micro, Pequenas e Médias Empresas

À semelhança da primeira edição do Boletim Estatístico, fazemos uma incursão à participação das MPME na Contratação Pública. Relembra-se, entretanto, a publi-cação durante o 1º semestre de 2014 do Decreto Executivo Conjunto do Ministério da Economia e Finanças n.º 157/14, de 4 de Junho, que na sequência da Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas (Lei 30/11, de 13 de Setem-bro), surgiu por um lado, para o fomento do empresariado Nacional e por outro, para a promoção do emprego, a desburocratização de procedimentos e a preferência às MPME na Contratação Pública.

Fonte: INAPEM

Gráfico 17 - Percentagem de despesas cabimentadas a fornecedores cadastrados

Fonte: SIGFE e MINFIN - DNPE

Gráfico 18 - Distribuição das MPME por Província

Tabela 5 - Distribuição das MPME por Província

fONTE - INAPEM

Page 19: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

18Abril / 2014Abril / 2014

Quanto às áreas de actividade, verificou-se que o “Comér-cio a Retalho” é a categoria com maior representatividade, com 46% do total, destacando-se também as áreas de Prestação de Serviços com 16%, Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura 10% e a Indústria Transformado-ra com 5%. Em resumo, as 5 áreas de actividade acima descritas, concentraram 85% do total das MPME, como demostram a tabela e os gráficos seguintes.

Número de MPME cadastradas pela DNPE

A DNPE é o departamento adstrito ao MINFIN com a responsabilidade de, entre outras, efectuar o cadastra-mento das empresas candidatas a fornecedores do Estado.Neste âmbito verificou-se que, das 9.547 empresas certifi-cadas pelo INAPEM, apenas 9% (849 empresas) encon-tram-se registadas junto da DNPE. Importa realçar que

Gráfico 20 - Distribuição das MPME por Província

Fonte: BD do INAPEM

Fonte: BD do INAPEM

Fonte: BD do INAPEM

Gráfico 19 - Principais áreas de actividade das MPME

Tabela 6 - Principais áreas de actividade das MPME

Page 20: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

19

1

1

deste número, somente 59% (505 empresas) têm o estado Cadastro Completo ou Cadastro Parcial, como dem-ostram os gráficos e a tabela seguintes.

Do total de 19.932 cabimentações emitidas no período em análise, as MPME tiveram uma participação na ordem dos 6,3%, traduzidas em 1.247, que comparado com o semes-tre anterior se constata que a situação se mantém inalterada.

Em relação ao valor cabimentado no montante de AKZ 992.647 milhões, as MPME beneficiaram de 1,7% do valor (16.918 milhões), o que representa um ligeiro aumento na ordem dos 0,02 pontos percentuais, como demonstrado na tabela acima.

Entretanto, focando-se apenas nas MPME e comparando os dois períodos, chega-se a conclusão que tanto em termos de número como de valor, as cabimentações emit-idas às MPME cadastradas sofreram um ligeiro decréscimo, como representado no gráfico seguinte.

Participação das MPME na Contratação Pública

Para a análise da participação das MPME na Contratação Pública, comparou-se o peso destas no número total de cabimentações emitidas pelas EPC até ao final de 2014, com a Base de Dados de Fornecedores, contante do Siste-ma Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE) e a Base de Dados da DNPE, sendo possível verificar os resul-tados na tabela seguinte.

Fonte: MINFIN – DNPE e INAPEM

Fonte: MINFIN – DNPE e INAPEM

Gráfico 21 - Principais áreas de actividade das MPME

Fonte: MINFIN – DNPE e INAPEM

Gráfico 22 - Principais áreas de actividade das MPME

Tabela 7 - Estados de cadastramento das MPME na DNPE-MINFIN

Tabela 8 - Relação entre MPME cadastradas e não cadastradas por número de cabimentações emitidas

Tabela 9 - Relação entre MPME cadastradas e não cadastradas por valor de cabimentações emitidas

Fonte: SIGFE, MINFIN – DNPE e INAPEM

Fonte: SIGFE, MINFIN – DNPE e INAPEM

Page 21: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

20

1

Tendo em conta as 8 UO analisadas, à data de 31/12/2014, o número de MPME que constam do SIGFE como fornecedores do Estado é de apenas 214 empresas, isto é, 25% (do total de 849 MPME) das empresas regista-das pela DNPE. Das 214 apenas 42 empresas (5% do total de 849 MPME) têm o cadastrado efectuado pela DNPE.

Face ao exposto relativamente as MPME, no presente ponto, importa destacar as seguintes considerações:• Dos dados acima apresentados, nota-se ainda uma fraca adesão no registo das MPME como fornecedores do Estado (91% não estão registadas);• Existe uma elevada concentração de MPME no sector de comércio a retalho, com um peso de 46% das MPME cadastradas, em detrimento de outros sectores directamente ligados ao sector produtivo como agricultu-ra, agro-pecuária, pescas e indústrias transformadoras;• Forte concentração das MPME em Luanda, com valores em torno de 46%.

Assim, entre os incentivos previstos, na Lei das MPME inclui-se a preferência a favor destas nos Procedimentos de Contratação Pública (concursos públicos, limitados e procedimentos de negociação), em face das empresas não detentoras desse estatuto, quer em caso de empate, quer quando as primeiras apresentem propostas que excedam até 10% o valor de propostas apresentadas por empresas fora do seu âmbito, pelo que, se deve fomentar a certifi-cação das empresas naquela categoria e garantir o cumpri-mento do estipulado na Lei das MPME.

Fonte: SIGFE, MINFIN – DNPE e INAPEM

Gráfico 23 - Principais áreas de actividade das MPME

Page 22: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

21

3.5 Visão por Província dos principais indicadores da Contratação Pública Angolana

Ao efectuarmos uma visão da distribuição geográfica pelas províncias dos players da contratação pública, no que diz respeito (i) à sua participação no valor total cabimentado (âmbito da LCP) no OGE/2014, (ii) a percentagem de fornecedores cadastrados, (iii) a percentagem de MPME e (iv) a percentagem dos PCP lançados e informados, verificamos que se destacam as províncias de Luanda, Benguela e Huíla, conforme ilustra o mapa abaixo.

Page 23: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

22

1

Como se pode verificar no gráfico acima, durante o ano de 2014 as EPC demostraram um fraco desempenho no que concerne ao envio de contratos para Confirmação, com destaque para o MINCONS com um total de 9 contratos no 1º semestre tendo reduzido para 5 contratos no 2º semes-tre. De referir, que o MINCONS foi a única EPC a enviar contratos para Confirmação no 2º semestre de 2014.

Em relação ao grau de cumprimento do estipulado no Decreto Executivo acima referido, denota-se uma fraca adesão das EPC em fase de confirmação de contratos, nomeadamente os Ministérios da Energia e Águas e da Construção.

Do ponto de vista da execução da análise interna a nível do GCP podemos considerar, que foi satisfatória, uma vez que no 2º semestre foram analisados e concluídos 74% dos processos se comparado com 36% concluídos no 1º semestre. Não obstante a evolução positiva, deve-se salientar que o grau de execução não atingiu o 100% em ambos os períodos, por os processos submetidos não disporem de informação completa para análise e conclusão, tendo sido, entretanto, solicitada às respectivas EPC.

3.6 Processo de confirmação de contratos

No âmbito dos procedimentos e critérios de confirmação de contratos regulamentados pelo Decreto Executivo n.º 155/14, de 27 de Maio, durante o ano do 2014 foram submetidos ao GCP um total de 19 contratos para análise e confirmação. Dos 19 (dezanove) contratos, 14 (catorze) foram analisa-dos e confirmados pelo Ministro das Finanças durante o 1º semestre, sendo que 5 (cinco) foram analisados somente no 2º semestre, por que se encontravam pendentes por falta de documentação ou informação adicional.No gráfico abaixo espelha-se a distribuição de contratos por EPC remetidos ao GCP:

Fonte: GCP

Gráfico 24 - Contratos submetidos para Confirmação por EPC Fonte: GCP

Gráfico 25 - Estado dos contratos submetidos para Confirmação

Page 24: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

23

A complexidade dos contratos públicos, demanda o aprofundamento da pesquisa dos diplomas relevantes sobre a matéria, a análise crítica da execução actual dos procedimentos de contratação pública em uso no país, sem descurar as orientações doutrinárias modernas e a jurisprudência dos Tribunais sobre a matéria.

Havendo constatado a existência de relações transversais, entre as entidades intervenientes no sistema da contratação pública nacional, dada as sobreposições de funções chave neste processo e a necessidade de comple-mentaridade entre as actividades essenciais para o cumprimento do processo, é crucial a celebração de Protocolos de Cooperação entre as mesmas entidades, definindo-se claramente, o modo, os parâmetros de actuação e a exacta definição dos papéis individuais, com o objectivo de aprimorar a integração deste processo.

Tendo em conta o acima exposto, elenca-se abaixo alguns itens, que consideramos ser as perspectivas do mercado da contratação pública para o ano 2015, nomeadamente:

4 Perspectivas da Contratação Pública

• A queda internacional do preço do barril do petróleo implicou um corte no montante das despesas públicas o que o se reflectirá numa fraca actividade de contratação pública;• A execução de medidas tendentes à diversifi-cação da economia poderá levar ao aumento da oferta nacional, o que por si, poderá contribuir para a prática de preços mais competitivos no mercado da contratação pública;• Os principais agentes implicados no mercado afiguram-se sintonizados para uma revisão urgente das bases legislativas da contratação pública;• Estão em curso trabalhos sobre a criação de uma base de dados para o registo e monitorização de todos os contratos administrativos a partir do SIGFE;

• Estão igualmente em curso trabalhos para maior interacção entre os operadores do mercado da contratação pública, por intermédio do lançamento da segunda fase do Portal da Contratação Pública;• No plano da gestão de dados no SIGFE prevê-se a curto prazo a criação de facilitadores para extracção automática de informações inerentes ao grau de poupança;• Perspectiva-se um reforço na adopção de medi-das de fiscalização e monitorização da despesa em Bens e Serviços, em estrita verificação da observância rigorosa a LCP e a realização de acções de auditoria/inspecção; • Promover mudanças sociais, através do maior incentivo à participação das MPME em particular e das empresas nacionais em geral, no fornecimento ao Estado, bem como aquisições e compras sustentáveis alinhadas com os planos estratégicos nacionais.

Page 25: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

24

1

• Após a publicação da primeira edição do BECPA, esta segunda edição fica marcada pela mudança do cenário económico nacional, com descida do preço do petróleo no mercado internacional a partir do 3º trimestre de 2014, onde preço do barril de petróleo Brent reduziu de USD 111,97, em Junho de 2014, para um preço médio de USD 63,26, em Dezembro de 201415 ; este facto, alerta o país para uma maior prudência nos gastos públicos, avaliando a possibil-idade de priorizar os investimentos e optimizar as despesas e, por outro lado, ressaltar a necessidade urgente de diversificação da economia, hoje dependente das receitas petrolíferas

• Todavia, já se vislumbram políticas com vista a apoiar o desenvolvimento do sector privado e a criação de emprego, para fomentar a inclusão financeira, melhorar o processo de constituição de empresas nacionais e do acesso das MPME ao crédito, promovendo uma maior transparência e concorrência.

• O Diagnóstico efectuado pelo GCP, para aferir o estado actual da contratação pública nacional, quer no que tange ao conhecimento da legislação e regulamentos, quer ao entendimento das EPC relativamente aos dispositivos legais e a definição das atribuições e competências dos distintos órgãos intervenientes no processo, evidencia a necessidade da expansão das acções de formação, com objectivo de garantir uma contratação pública nacional mais eficiente e eficaz.

• Na presente edição, registou-se um aumento significativo do número de anúncios recolhidos pelo GCP, comparativamente ao semestre anterior, sendo de 942 ao longo de todo ano 2014 e consequentemente, um aumen-to de 751 no número de procedimentos concursais (Julho a Dezembro de 2014), o que objectiva uma maior sensibili-dade das EPC para a comunicação atempada dos procedimentos ao GCP (supervisor do processo), necessária para permitir uma melhor concorrência e maior transparência na contratação pública.

• Mantem-se a elevada participação dos Departamentos Ministeriais no processo de contratação pública, com um peso de 52% da percentagem registada ao longo de todo o ano 2014.

• Constata-se um aumento do número de Fornecedores Registados (nos vários estados de cadastramento), perfazendo até 31 Dezembro de 2014, o total de 3240.

• Augura-se assim, sob o pressuposto de estarem realizadas as bases jurídico-legais do mercado da contratação pública, uma performance estatística crescente e com melhorias qualitativas.

5 Considerações Finais

15Fonte: GERI, MINFIN (com base na Bloomberg)

Page 26: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

25

1

6 Anexos

6.1 Legislação relevante sobre a Contratação Pública - Até 1º semestre 2014

Page 27: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

26

1

6.2 Legislação relevante sobre a Contratação Pública - 2º semestre 2014

Page 28: República de Angola Ministério das Finanças Gabinete da ... · Micro, Pequenas e Médias Empresas Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação Orçamento Geral

1

1

Serviço Nacional daContratação Pública