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39" III - N.- 174 - JUNHO - BE 1972 - PRE<;O : 1$00 UNI - VOS! de lodos os " BOlETIM DO COMlrE eENTPM !)O COMUNISTA PORTUGUES "- ALGUMAS EXPERIEMCIAS - DUMA GRANDE o 15 de Abril no Porto Foi ao apclo do Partido Comunista qlle no dia 15 de Abril mais de 40.000 pessoas enehe- ram a da Liberdade, Avenida dos Alia- dos c paraprotestal' contra a vida c rcclamar mcios pant a en- frenla , r, ou s cja, aumcnto de salarios c medidils ericientes para pOl' urn traviio a alta dos pre_ ,os. Esta grandiosa manifesta,iio constituiu uma importantc vitoria politica do Partido COlTlullisla e das massas populares. governQ fascista mobilizou as suas fon;as policiais para fmpedir que a manifesta,iio se 'l'ealizasse, intensificando e multiplicando as formas de vigilancia, particularmente a partir do dia 10 de Abril, prendendo no dia 1!1, " preventivamcnte» com fins intimidativos, . cerea de uma dezena de pelisoas e montanclo urn espectacular aparclho reprcssivo no local da manifestacao com 0 intuito de fazc . Ja gorar antes do seu come,o. A rnanifesta,iio rompeu, nllma verdadeira delTlonsira,ao de coragem dos seus activistas e das massas populares. Quando se ergueu a bandeira nacional e. de yarios lados, foram levantados cartazcs c lan- milhares de tarjetas com as pala'\'\'as de OJ'dem da manifesta\,'iio, as fon;as po\iciais ( PI DE. PSP, legion.irios e caes poli"ias ) lan,aram-se barbaramente sobre os manifcs- t:mtes, espancanuo, ferindo, prendendo. Toda a violencia c os do Jnimigo nan conseguiram impedir que os objcctiYOS lIa manif'esta,ao {ossem plenamentc alcanc;a- { los: Q. governo fascista sentiu pela frente a fQrca (las massa'! em luta contI'a a sua polltica c le 'elql)ora<;ao dos tmhalhadores, de coloniais, aos monop6Hos undo- nais e Quanto as mllSSaS populares. ganharam m ;t i', confianC;i\ nali suas propria!! for<;as, maiO!' con s- ciencia do paractcr QP faseismo (e, concrct :'l - mente. das verdadeiras causas que accionam a alta dos pre<;os), compl'eenderam melhor " necessidade de se ao combate ein defesa dos seus interesses c darem continui- dade a lula contra a carestia da vida cpOI' aumento de salarios, . Duma desta envergadura " e importi'lllcia p·pUti.:a muitos cnsinamentos e condusoes ha it tirar. objectives e subjectives A escalada do custo de vida que. tal coni o ° Partido alertara em .Janeiro de 1971, sofre ll a partir de entao urn brutal agravamento, ill> mcsmo tempo que 0 governo deixava hem dal'a a sua intel,<;ao de conter ferreament e 0'> allmen tos de sahirios atravcs do dc s encadea - mento, durante todo 0 ana de 1971. duma (e - roz reprcssao contra as Illtas reivindica ti v:'l s dos tI'abalhadores c contra 0 movimento Sill ' dica l, f'aziam preyer '.Jm crescente descol)t c n- tamento clas massas populares ' C o' tornava m prement.c a necessidade de chama-Jas ilh]' ta para impcdir 0 agrayamcnto da sua Assim, ja em Outubro de 1971 a D.O.H,),\, decidiu qlle a luta contra a carestia da ' '' i fb deveria ser uma das qllatro dire c( ;oes , fundH- mcntais do trabalho para os pr(n.;imos me, '5.t s c que posteriorm.cntc tal dire de · traba!h o passasse a considerar . -se prioritaria ate il 1'>08- Bircl de uma . manifesta&-iio cO.lllrii a

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~~g 39" III S~RIE - N.- 174 - JUNHO - BE 1972 - PRE<;O : 1 $00

UNI -VOS! ~ ~~_~e~~J~ de lodos os P~Jsel,

" ~11lililwn& BOlETIM DO COMlrE eENTPM !)O PAR'fl~O COMUNISTA PORTUGUES

"-

ALGUMAS EXPERIEMCIAS -DUMA GRANDE MANIFESTA~AO o 15 de Abril no Porto

Foi ao apclo do Partido Comunista qlle no dia 15 de Abril mais de 40.000 pessoas enehe­ram a Pra~a da Liberdade, Avenida dos Alia­dos c il1ledia~6es, paraprotestal' contra a care~tia d~ vida c rcclamar mcios pant a en­frenla,r, ou scja, aumcnto de salarios c medidils ericientes para pOl' urn traviio a alta dos pre_ ,os. Esta grandiosa manifesta,iio constituiu uma importantc vitoria politica do Partido COlTlullisla e das massas populares.

O· governQ fascista mobilizou as suas fon;as policiais para fmpedir que a manifesta,iio se 'l'ealizasse, intensificando e multiplicando as formas de vigilancia, particularmente a partir do dia 10 de Abril, prendendo no dia 1!1, " preventivamcnte» com fins intimidativos, . cerea de uma dezena de pelisoas e montanclo urn espectacular aparclho reprcssivo no local da manifestacao com 0 intuito de fazc . Ja gorar antes do seu come,o.

A rnanifesta,iio rompeu, nllma verdadeira delTlonsira,ao de coragem dos seus activistas e das massas populares.

Quando se ergueu a bandeira nacional e. de yarios lados, foram levantados cartazcs c lan­~' adas milhares de tarjetas com as pala'\'\'as de OJ'dem da manifesta\,'iio, as fon;as po\iciais ( PI DE. PSP, G~n, legion.irios e caes poli"ias ) lan,aram-se barbaramente sobre os manifcs­t:mtes, espancanuo, ferindo, prendendo.

Toda a violencia c os esfor~os do Jnimigo nan conseguiram impedir que os objcctiYOS lIa manif'esta,ao {ossem plenamentc alcanc;a­{los: Q. governo fascista sentiu pela frente a fQrca (las massa'! em luta contI'a a sua polltica cle 'elql)ora<;ao dos tmhalhadores, de gllcrra~ coloniais, ~~ protec~ao aos monop6Hos undo-

nais e c~trangeiros, Quanto as mllSSaS populares. ganharam m ;t i',

confianC;i\ nali suas propria!! for<;as, maiO!' con s­ciencia do paractcr QP faseismo (e, concrct :'l ­mente. das verdadeiras causas que accionam a alta dos pre<;os), compl'eenderam melhor " necessidade de se lan~arom ao combate ein defesa dos seus interesses c darem continui­dade a lula contra a carestia da vida cpOI' aumento de salarios, .

Duma manifeshl~iio desta envergadura " e importi'lllcia p·pUti.:a muitos cnsinamentos e condusoes ha it tirar.

Condi~5es objectives e subjectives

A escalada do custo de vida que. tal conio ° Partido alertara em .Janeiro de 1971, sofre ll a partir de entao urn brutal agravamento, ill> mcsmo tempo que 0 governo deixava hem dal'a a sua intel,<;ao de conter ferreamente 0'>

allmentos de sahirios atravcs do dcsencadea ­mento, durante todo 0 ana de 1971. duma (e ­roz reprcssao contra as Illtas reivindicat iv:'l s dos tI'abalhadores c contra 0 movimento Sill '

dica l, f'aziam preyer '.Jm crescente descol)tcn­tamento clas massas populares ' Co' tornava m prement.c a necessidade de chama-Jas ilh]'ta para impcdir 0 agrayamcnto da sua situa~,~o,

Assim, ja em Outubro de 1971 a D.O.H,),\, decidiu qlle a luta contra a carestia da '''i fb deveria ser uma das qllatro direc(;oes , fundH­mcntais do trabalho para os pr(n.;imos m e,'5.t s c que posteriorm.cntc tal dire ~~'iio de ·traba!h o passasse a considerar.-se prioritaria ate il 1'>08-Bircl realiza~ao de uma. manifesta&-iio cO.lllrii a

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2._' _____________________ O_" _~ __ 1iLit AN_,i_'i E_, __ ~~~Ci~;eWLs~' ~' , --,._,---,~-.--,~,~-"~~d cal'cs ti~ : It pal'li l' d ~ cn[;}o , prcstoll- ~e pal ii- a ma,il ifcs, :1~iio nu m s<\bado. opto~- s~ po;: cular at enc.flO i,s condicocs objectivas 0 s b b- <1~! I {' la de 1 pa ra 15 de Abl' il, 0 quc pci'mi t iu , jcclivas que, PL'rJil i t ir ia m bn"a l'. co m (:xito ; a q pe r atray-e s de 110",as di scllssoes, quel' atra-a pala\Til de ()!'delll de manit'estac.ao. ves do en t,usi asrno Hlle a r ea lizac.ao do traba-

" I ilo p"{,li c,'.o ia sl\seitan do, ga nhal' q u aso t oda ai ~~o d~ll' i . ~ jl' 3 ~~ l1nl~l das cond i<;C)cs ob - '" -,-- . . , , . a ol'gani,.zasao para a id e ia d(l manifc s ta~ao~

;ect ivas':':"a s it lI ,, ;; ii,o CUl1 creta das massas-hOL;: condi ,'ao que ,i D;O. H.;'\. co nsi"ie rav a absolu-'ve 11t11, a,:-'~m,P D, an.(l ;(u~{d n t,· d Ilcnnanente cia si-tua - .

~ la me nte imprescindivel pa ra oseu eXlto. c.iio qilel' at raves do esludo clos dados oficiai s POI' Qulro lad o, 0 gn,lnde a,sce nso das Ij.\,' .la s sobre a evolll , ~'io d o , indices de p!' e,:o s, quc!' -, ;1trav d da ohserva(',lo dil'ec ta dos a lllncn tos reiv in clicativas n os prirneiros meses ,c1~ 1972

, ," ' , , no Norte, d e que a g't-eve da Gr undig foi" 'l"ex-de ijre,os clos p I'od utos Pl'inci pai s; que r atnt- u "

yeS da ,aus c lIllaciio cia s ituac.ao clos trabalha: pressao m;txim?, H1 os tJ'<lva 0 descont,enlamen-dores. Em fa ce da previ sao de h;\ unl anoatni.s to e clet e l'lnin ac.5 ? das rnassas , PQP,l!);lf es , as

.' I ' I " ' suas potencialid ,\des pa ra se ~a n c.ilrem n,urna e n,\ cpmpal'a(';lo ~om osda( os entao CO,llldos, lut i\ superior com o vir ia a SO l' d g r ande mani-coricl i,1iu -se ' i ll C a situa~Jo sc ag ra \'ara r ad i.. f" - • d < - 1 \.b ,I ' calnien te: e~tf1~ao 0 it) (e I rl . o" ~ J ~! n i

} .~ '-. ~ ! ' " . • '" , \

bJ - Estc agr~ \" an1 cnto da s itn aGao. Jil}~~lH e n­c iava dec is ivam c ntc outra co ndi ,iio oq,),ec;p'v.\, i rnpor,tan te que , ncs te caso,. era 0 ~stado de espi r ito das massas e(!1 I;clac.ao its s u as cres ­ce nt es di ficuhbcles cconomicas.

, Qi.l~~i,o,il g;; coU;,; ~i~ cla41; pe n so u , se inic ia l­

ment t:li)C> HieS de Dezem bl'o d,e 197 1 para a rea li i~;:ao U" n'1ani fes tacao: Na \'~rdade, a es­

'" ca lad~ ()rut~L.((0' iinn, 1 e r,ito dOjclist,o d e " id a nos ldt imos quat ro m eses d,o , lQ7 ~ <;r iav£l condic.oes favor(tveis pa ra a manifesta~aq. Mas I: ess£l al­t ura j fins d e Dczcmbro I: se UIl1<\ dus condi-nies obj ec t i,'as .iit cslay" cri ada (sitl1ac.iio con­.: reta das mas'as), a out r a I cs tado de es pirito das massas) nao <"lava ainda sufici entemente madu ra . Tamb01l1 a ma is ill1porlante condi c;ao 'iubj cd iva (organ izal;:lO do Partido capaz de levaI; para a i'rente as muItiplas tarefa s qu e a manife1\(ilc.ao i m punha) niio ' estava ainda no p onto d~sej{\ve 1.

Pre vj}l; ,se entiio fJue. co m as mccliclas nessa nltura t QlTiadas. estas dua s contlic:;oes se r eali­za ri am s imultaneall1cn'le. Iii pai'a fins de Mar­( 0 , pa ra 0' qlle iri a influ il' a inte nsificac.ao das lu tas rHh',i,ndicativa s. tl a p rop:,ganda e do tr'a ­balho, Q,rg:~nizal iv() do Pa l,tido.

ElT\ ,f:<l r1 for mid ade com t a l previsao d cc idiu­-seelll ,;taneiro pil!' ,'1 disCllssiio ,i<. o l'gani za¢aQ G pr,q.po~ta d e rea l iza~'a o cle Uffi3 manifestac.ao contra a cares t ia de .vida no dia 1 d e Abl'il. O uvifas ors Opi!liii es. tla organiza c.iio verifieou­-se n ut; ul'na ,Parte 1 m pOl'tante do,; cal'\'1araclas apoi<) \' a a ,da,t,i) propos ta, m;k~ h a yia 'linda que g'anhal' .v{,ri'os quadros pa l'jl a ideiada m ani­te'sta,iio , v,i s t o qlle ,a ace itavam sem gTan d e co'nviC\;ao. ou dela rJ iscQI;(j'lva m. AlguT\s" mili­taptes ~ lI ll,'erirar(l (j rii;\ 2~) do Abr'i] c at4 0 10

de ~L, i o; M,~,? gst a's datas l in})a 111 , e l1t I'f~O ll tr;os . o"irico,}s!!n i,c nlc de dil ui r' 9 ,o bjecti\'o ce n'tra l da 'planife st,,\t'6() t ('ontra a.,(:an~~t i a da: ,vida ) '10 cOJ,1tell llq f! u ~ e [li'()prio' ao ,l° ,Jle, l"l aio.

po'i,\,d'<il:a(~q~ e;; te ;j \l oulros fa"I Qr es e tendo, em conta (iuc scriamais cOl1vcnien te realizat

, Vemos, pois , qu e a escolha do conte lldo po!i ­tipo e da dala da mJnifestavao nfio foi ar bit r a ria , \uites I'csldiou da an~lise da silua~ !l: o cO llcr et~ ; ~~s op in ioes d~ ()r~ anit? ~ao do Partido e da di s­clissao colcctlv a riG S problem as.

Ter em t8~ ta 0 inimigb

Q utro factor d c(: is ivo do exito de q ualqu er luta ~ aobsen'a~50 das f.orc.as do inimigo, d a, sua disposic;ao e possibilidades de emprega,r essas for'c.as . Ora lim ,dos as pectos que se pon­d el'ou foi 0 facto das forc;as repress ivas esta­rem a preparar,sc para uma forte r'epressiio a uma posshel manifesta<;;ao~ n o ! ~,clc; , ~Ia iQ, ( )'::s;, ta previsao veio , cqlno s,e A\l~ewa cpnfirmal'-s e plenamente e co nt ri,buju ,<;lc,eel'to para (j inexi , to das t entatjvas de manifes tal;ao em Li sboa o Moscav icl e )" : ' " ", ,

r\ao foi estn ,atjpic;q;a,p'i,O pela qual se de ci -. d iu naofaze r ,l.!ni !l . n;J,il o.,i~es ta c.ao no 10 de Maio no Porto: ~l as' cla"pesou fortemente na idei,\ de antecipar a 111a n ifesla,ao contra a caresti il, d e pelo ,men os duas se manas ' em ' rela, ao 'ac)' l Ode i\laio.

" Ale m de se evital', ass im , urn embate qu e t eri a sido £linda mais viol ento, esta antecipa­c.ao pel'miliu tnmbem surpree nder 0 inim igo '

, no que respci fa ~' ag ital;ao e r:;ealiz{,-Ia, quaso toda antes que ele th'esse tomado rrtedidas c speciai s de vigilHncia.

E feet ivamente, ' eontando 0 Inlmigo que a l1~anifesta<:ao sC I'caliza-se no l Ope .l)1aio, s Ur jJoria, qu e 0 gTOSSO da agitac.a6se : ~faetu1\ss c, d epois d e 15 de Abri I. Ol'a, nodia 9, qua n d o 0

in imigo tomou conhecimento dil"d a...t,~ ,real d a mani festa c.ao (peJas tarjetas la,wa)las nesse dia), .iii t ~dosos manifes tos tinh~m sido ,4i!l" tr,ibui dos. A DiI l'[i r dessa data, a ' mudanc:;;a ' (\,1 fOl'ma princi ral, d ~, agi t al;iio surpree.ndeu d e n o vo 0 inimigo: r ebentamcnt o de caixas co rn tarj etas qua ndo as b ri gadas de agitac;ao j ,\ es ­tanm lO,(lge. Tu Llo ~ s t o p e rmi.ti~ qlle lIma.yo­lu mosa agi,t;:t ~;io (mais de 2(jO.OOO docurri en tos

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e tarj das) ti,'csse siclo <,,,ccntada SClill uma (;. nica h ai xa.

Mobili~ac;:ao, agitat;:80 e orgeni4a(:BD

da m a ni fe$ta(:~o

~ ,\dCf' de tratar de (lSpcctos da r:gita<: ilo, q ll erCn10S salicntm' desde .iii qne mes l:nn uma b oa ngita~ao quanto a contelldo politico e q uanto a volutne c fOflnas de agita\'aQ, J1ft.O

c h cgflr1a p"ra gat"llntil· Q uxito dUln:l Inani­festa(;iio c!este tipo.Sen~pre tanto on H1nis im­portante do q ue uma hoa agital,'ilo t' a mobiii­:/:af;a o fe!la por via ol' ganica do Part id u e de organiza~~6es legais c selni·legais.

Asp ectos de defesa impedem a o.; plicita(;ao cio que £e Ie ;.: ne~te capitulo. ).la~ eOl1sl'IJuiu .sc de fa cto que ccntena~ de p essoas fos sem aeli­vistas cia ll1obilizaQao directa de m n.ssas para n m ;ln ifesta<;ao e que 0 problema cia carestia da yid;l e sUaS causas fosse agitado oral mente em f<ihricas e outros locais de trabaiho, em nlUllio es publicas c ate num mercaclo, em es­colrl~ e faculdades, etc. Por- exem[llo, um abai ­xo- assi nado de protes lo contra" subida do;; pre~os eireulon em v;'lrias f;iLrieas e faculdade s.

= Contuclo, mesmo clepois duma boa Inob ili­za<;a o oTga n ica e de uma boa agila<;i'io terem co nseg"uluo un1a grande concentnl(!aQ de ma~­sas ilum d-ia e local pr-evia e criter-i osamente escolhidos, a manii'e sta,.ao pode gorar-se se nao tiver havido um trabalho de j'jl anl ncayllo Il orga niza!iiio da propria mani festa~ao. A esco­Ih a do pOllto ou pontos de arran que. da hora e forma;; de arrnnque , clos lipo~ de ngitaGao a fazer durante a manifes ta<,:ao. a responsabi l i­za(;ao de activislas pela re al izaGao de todos estas e outra;; tare fas como "s cle pro tecGao de cerlos quatiros, de dire('~'iio da manifes!a­,ao e tc., constituem um conju l1!o co mp Jexo de quest6es que podem ser decisivas para a cxilo de uma m<lnifesta~,ao. ...:.. No que diz respeito ,\ agi!ar;ao, [oram eon­

siclerados varios faclores, entre de,:

a)-Os as pec;tos politi cos , b)-Os <lspectos t eenicos

a) .-.:N 0 aspecto politico havia, em pri meiro lugar, que detenninar 0 contellclo politico da agi ta<;ao . Deveria ser mnis larg'o ( foea ndo " 'l­rios p1-oblemns), Oll rna is restri to ;' Optou -se pelo rilais restl'ito--l.u ta co n tra a cal'c,,\"i a d" vida.:..-e1'l1bora ciancio scm pre a expli ('ae,'io <1" ., SU;lS tausas. Partiu-sc do p r incfpi u qUt·~ se h;l s i t\la~oes em que som ;l!:''';'lI-i as jliJ !;I'.','a s de ordcm [lode lnlllliplic:ar 0 mimero d e ,\{ies')('~ a lima milllifesta<;iid, 'ha sihr3<;'ocS (e-es ta era uma delas) em que somar mnitas !Ja]avras de

QrdCill afashlr~~ g nqu ::1 nto foear ~lpenaG um unico probl lllnn flror\1ndallH~ilte scntid o pelas massas populares cham ill-ia il rl1anifesta ­g;10 mais amplas e yariadas P1\ll1ad a s, mesm o a parte menos poliiizada da popplil<:f:o. E fni o qlle acollleeeu . Com a Yiln\;'gem de, cenlra ­li~ il!1c1o a propag<lllda no aumento do custo d e "ida, suas razoes e im pI ieaG{'cs, ter-se conse­g uido, na base desse problema con creto e im e ­diato, Ulna ll1Uito lllaior conscit'nciali~il~:ao da "; cil madas menos politilarias,

() eontel!d o da agitil(:ao foi porianto deter " minado em fUll<;ao do objeetivo politico deci­didp pal-a a l11anii'cstaGao,

Dentro dessa o]"icnta~ao, inicioP-!ie em fin q d e .Jilnciro a ilgita \, ao do problemi\ com 0 ma ­nifesto (a prop{)sito dO!1 de Fevereiru) sobre a~\ gllcrrfls coion!:1is, apontcl11<io- ilS CQrno prin ". cipal C,1l1sa do ::1l1ll1l'nto do cpsto de vida, a que en, dado j,i pa rti cul;lI- renlce. Em Feverei-1"0 foi agitaclo 0 manifl'l"to!« COn(l'a 0 illunen! ;) do custo de "ida intensific,\!- a luta PO!' maiore ~ sa Jarios». Em 1I1an;o fui lan(;ilclo 0 doc umento : « Uniclos, iev'ln temo-nos contra a carestia ci a vida »: em fins desse mes ale 4 de Abril foi dislribuido 0 !T!:<nifesto ao « Povo do Porto;) que, sinteti zando 0 conteudo dos anteriol-es, cxortava j<'l ern ternl0S gerais ;t Ulna tnanifes ­ta<;50 de t11 ;1SSaS contra a carcsti Cl,

Quanto ,1S t::trj ctas convo(';:'l!~'~rias aa 1113ni­festa~'ao todas ('las apc)avam para tIma mani­feslac;ao contn-l (1 c:il·cstia dfl vida. i\lgnrn,l.!"O; delas acreseentavam apenas a pala,,!"a de Of­

clem de luta pOl' <lumentn de salilt-ios e outras (CITI lTI uit o 1l1CnOr ntlmero) inci tavan1 it lub't por fer iado no lOde "'laio, '

Em sum", prAticamente tod;) a propaganda e agitaGao q ue vi s o\} a lTIopiliz;) cao para a rn:-t'­ni fes laGao '"e centi'oll nil ca re stia cia "ida. E s, ', no dccur~o eln pl'o-prirl rnnnife ~ !;H,;~ao Se proeu­I-OU ,dargilr () ~P ll ('ont e ~l do politico com 0

l an~a1'l1ellto d e 10_000 tarjetas de politiza(;ao da Inanifes ta qao £las quais se npelaYLl para que o povo grita ssc:

-« Aba ixo a carestia da vida! Aumento de salarios: Feriado no lOde Majo! Abaixo as guerras coloniais, a r e prcssao · e () fascis ni 0 !»)

b)-Quan to aDs aspectos tecnic()!l cia agita­eao, alcm da agita<;ao \'crhal, jJoclemos clividi­-Ia em: -

Ag it acao de documcnlos c tarjc t<1s relo" Pl-OCCS :"; O<:O nor nl ais C de for-n,;\ C'spect~l ­eul:, !" (n..' h('ntan) f> nto· (~t' c a i:\("ls c orll ccn': \ de {)GO I ;" .i l ! (a s .1 :

('o J o{"~1cri() (lc cad;i"zc"s:"dc PIlI1(; de 1.:; ;),' JH d< I ll '!el(o ~

Pichh ge+1S c r-ilscri r; <.-'c s . _ " _ . D csempenhararn'se\lest;ls tiircfa s; com gran:

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~le iitidiicia ~ iniciatid;dbzenas de hrig'adas de agitar;'iio elfl que pai-tiCipar,am oper<lrio~, jo-y¢ns trabalhadores c estl1dantes, mullicrt:s, - , i ri telecluais. etc.. Vadds , otjtras ~xpericneias s~ pad ed1 ~ dc -

'J) e ve 'rcf~rir-se que tflda fI, agitar;a\> .foj m e' vem tira.; ,<,lesta luta,sobl-ctudo iio qll~ toea a Hculosamente planeada quanto a loea is; ho1'a8, deficicncias e ej'ros prati~ados, nias ifio,p pcr ­~; I:c., e que () rebentaUH~nto das eaixa~ por meip mitindo o . espar;o disponiv,el~ . ol?,tb il- se pOl'

dry pequenas .bomba~, que,tevc e,~ tr~ordillA~id foc:,r apen~~ alguns aspectos c(~s?, nei~\~.. : impado sobre ;t pqp ula,r;aq, me,r:c<;;elj pma pa,- •. A O.Q . B. i I)1 ~ publieara brevelillfhl:,e 1+m\r~la­i iCldar aten~ao d os organismos respons;i- t61~Q em que todos cstes aspectos serao abor-v~is. ''''''~~~~'''''.''~~~''''"_.'''''''''''': _~~~;'' ""'!-.~>'~~'':~~~. '.- . c~m.:" '-;~,~ " . " :~_~~f."':~""-'

QcJEsrlJ'Es DE O~fjANizftt;~fj No MBvIMftitro DfMot~;t Tteb

, \.. : I ,:. I: \. ~ • f ~

\ .. As qnestues de organ~7.ar;;iip t~m , coils.H­hiido das mais serias dificuldades internas com que 0 movimento democratico SC " tern defrontado desde a burla elcitoral de 196!). u:r.Ja em ~laio de 1970, (documento,.« R,ara l:ma nova ofcnsiva contra 0 fascismo, ~J, ' b C. C. do nosso Partido, dando-se con-ta '. doe (rue problemas' organizativos es!avam a t ransformal--se n um d os principais entraev,cs ao dcsenvolvimento~lo movimento, nfiI,ll1a~ :i;a: «0 movimnn..to , democratico tcm ql!el eil1'£a~ rar de frente as!dificuldades com que estara irope1;ar no domin',il' da organizaCfio. As foi-­mas de organizat;:lIll S'ao um in s trumento cuja validade sc mede pel a eficacia. »

« Basism~ ~ ~ « cN/i9'rsrm~ :. " Na critica a qile ,shbmeteu , , ~ s eoncep\,:ocs oSubjacentcs a algumas , dflslsolu~6'e!l' organi­,zativas preconizlldaS"n>al.lalhil:a, 0 C.C. apon~ 'lava (no mesmo documento) como> parti­'C'ularmente prejudieiais · aque ficou conbe­'cida pela designa9;lo" de .,i( basismo» Ie ,oufTa que se Ihe eontraput1ha ease cl1a~nou , entao « cupulismo», «topismo)) ou « dirigisino i~" '"

Heferindo-se a primeira, 0 C.C.; 'c:,.ara,c!te­r izava-a como ' COticepy:1o anarquizaritecbjos 't,'3905 pri'n c'i'pai~' rcsidiam: na siste:miti.ca eontesta<;ao e despromo(,'ao de quaisquer « personalidadcs )),',' 'ml ' 'nega~ao da neeessi­dade de organismbs COl'll responsabilidade de direc9ao, no roral'lvi3mo~~rjgido em sis­'tc'hla geraJ.« Tal cOl1cep~!O'teride ~afftmt'Va o C.c. - a privar {i movill1'll'"lo 'dO's instrumelt­'t(l's de pronta decisao e intciativa,' partitular­(mente necessarios ap6s a budae'feitoral, fruma 'Ililva' fase da luta; em -que 'se iotnain; txtreri)a:­tn enie'maihi dificeis":a;s' r~11t11oe'~ e: 'asftl'llbHltas e as resolu~iies resultantes de urn jlrllcesso

,ht . \~n Ht, ~:~ .. ~ '; delampla dlscussllo. ~ 1"'" " . ', , '!'-

, Ref~rindo- sera ls;eg,und~~ , 0 ~~.C\, ~aracteri~ zava-a como concepcilo sectaria; cujO"1 tra~io_~ principais residiam na defesa, de .\lm R eS,tru " tut'a\,:ao em mbldes rigidos4" .i~ diJ-i g ist.as )J , cestraJizado,ire.s, sem represen.f'lCa~ ad equada I1I}1> , oq~·anismos\.guperidr.e! dos dClegados das oli'garuz'flq.6!ts~!. !l;1a< .. «,eontra~ia':';'" afjr.mav~l ' o C.G. -ill, 'Uin.imicl!" do movimento e a . indispenr savel maliabilidad e d'lf sua organizli~:l1! e .. :lo ~orresponde a ~iversidad,e poliW:a . dll di,strito tfIa.ra distrito, nem aos diferent~s niv~is de ac­Cll'.·. Ii orgahizaCllo dOli varios !lectores.» , .

,Teoricamente deubtadas . nos deb,.tes qu~ tiveran,\, .. ,jugar ,na altura, .qper ~ a nivel dis ­td,tal quet! ·atRiv.el naeio{lal , ttstas .,duascon­c~p~&ell nao ,de.ixaranl, ,mo en tanto, de con­tinuar a exercer"urn,a imfluencia negati"a c p.odem, sem exagero, odnsidell'l.t:-se em boa medida resportsaveis pela paralisal;ao fol dec 'ilarticula~iio de algumas das estruturas do mo;vimentp'il'" . , '. . " ' ., . , "

.0 ,« basisinl)"!'{ 'CoRtinubu , i\ , ·lnallifestar,~ c em ~,solu~oes orgal\izatiV!lsi\que foram -, sen,dh) adoptadas, I,!m certos distritos, surgindo de mo&o · ,tip.i<;:o na,qui}o a" q(Je u.~e ehamoi.l.,·o .(, bicefalismo I), em\ que \'B. form«\~.ao ". !le dois organismos paralelos com l"e~pbnS8bilidades de diree~ao e', <wm campos de \·aoqi'io mal .d,efi-niolos conduziu \'fl .lut", tJ.l.e compctcn.cia entre urn e outro e ICVOl! a paralis:t~ao rec i-proca. 5;;~ u ; ~~ :, ;! 't , i

.0 « basismo)) eon t~nua a luanifestar-se nl\ 'fl~ficuldade'dm encaran ad'ol-mar;iio , dO ' ()l\ga~ 'ui!hnos coort'lenadores eS~Aveis que, 'em.bora pOdeo.do ter U1l1 .eaniet'e r provisorio\' r.espon­d.nm \.,It,s necessidilde's 'de ent>rela'~amento , Qja 'acttyida:de \de 'dif.cn:n tes comiss(jeS" <eS\ped­'Heas; assegurbm um, I!'ontado ;,cstreitoe ac­tiy6 l co'm as bases, 'garantam a . solu\ao d e problemas tccnicos, tomem ill iciativ:ts intcr-

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distt' itai s', . ,p i, dirig ismll D I ,cot\ iillUf!lt :I j'nfhlel\ciar :1

"ida , ~I e v.il'ias' da,s ,eih uluras distl'itllis do md" i,n1e~! ~() dem ocr; .. ti co.; ~I ss~lmindo em il1-1;1lItias. ~ieLI~ a fl)n na de , cacHl uisrno », 0 'IU!! c(jridii~:i u ., ao ,,:lbandono do trab~\J.\19 ol'gani­ZHdo'j com a conseqlle nte d~sl!rt ~(; iJla riio lias cpmi s so.~s ,H e . basc e 0 isolalli~l1t o . (Jos , Il .. u­(*qs d ldg e l}tcs. , N q pla no llaGiotl fll ;JS .teh­(j 'eu cia,s « liii'igistas » . \reixara'1\; • do cui-t~ p,~hpqo em que P5edomiparam;.!U1l);t cerra s~ ~p ei9fio CqI ~ rcla&:iio \.a "form'\s ~e coorde­na gao i1a~i<\n~l;. ql\e quahu o , t:t;~lizadas em moJdes fi exivcls .. s.e Jinha,m rc,yeJa,do, antes, n~q !;i~) ilic;l..ispel}.sav'e~;' Pflr'~ ;l cOIl ~ ij:'P do m 0-

Yiln~n to n o S.SP cqnJ~\1 t~ rri.,!s \t all~.bel,l1 in­<;~1l1~1 .,\a doras do pro pno o 'ab:1lho dl s tntal e d~ \b a s e . , . • •

.9 « dirigil$.{I:J'o» eontin,ua a matlifeslar-se n~~ <lifi'cuJ~:r,cle.s com ,~u~ ~~ .. erycaram, em a.Ig\~ns aistrito1\, ,as reul},i~~s ).i.hiplas e aber­t~~ 9u~ de,fi,nam ~emocratlp~.merite ~s)ibjcc-

• J\V OS gel-aIS, ,, <!~ .. g randes .1 1 \\113.s de ac~ao, as Xo rmall,de, orga~lizas;ao, estim,'y lc!ll a l:~orga­I\i~:;t~ao da!; bases c a sua pa rticipa9ao nas dc·c'is'6es'.

i ", '-1~, '-:'~, 1· (" ~ ,~ ~ ~ ~/ .. ,;;;.. \­Incornpreensoes politlcas

" ;", r :i~ f," ;,

. r\B, o~igem das , {..~ ~"'" - r.;..;; · ~t, ~ t/' ;;",,-.

dlficuldades o rganicas . \ -~ "\, ", ~ "t .'"' :I.

,{\!l ., difi~~lldadcs reve1l1qas" Belo 1110vlmehtb ,Q.~mocnitico quando se tratou de encontrar,

, ... : ~. t. ' .: ..

no periodo que .s,c s~~u.iu , .a burla cleitoral, so.lus6es , a,d~qiJa~ ~s Iwr" os , problemas de or~~niia.fio)\~.o d e vcW l no, c~ltanto, scI' iso­ladas" do ,. conjuntt> dp~ ,out ~.o s problemas il\~eplp~; ,. , ~(;)Jn", qu.e 9, movi,IPent~ se dcfro,n,­

, ~Ptu e muito Hle(Ii Q~ .a,t ribuidas ,~ uma cong~­,11i;~ incapacldade organizativa aos sells acti-

'vi s;t~~'~: L'. :,,' -'t. ' t . , p \ ,_ . " '. /,' .It ·dli l 1.,_

. A ;e~te, r~lipei tq~orlvem r ecQr4ilr ,a f()~,Iil!l ,ppsi f 'l a , como 0 C.C; ap reciou ,0 ll,l(lwimento das ,CDE DO dOCUl~~9Io {l. PJ\~,u ro,a n.ova o~ns.l~ . R.~t*a .J'\! fa~ci~m.~1> . ,o.i SS.l,!~;O ,c. c. : «A ct' ia~ap!, '1IIn" ,p",~ cps, meses, dO ,va~to ' !l10vi: ,mlln\n,L o,rg~n~zado das eDE, iJm ; @u~ 'oi )dete~ · miilante 0 papel da class~ 0Pilrarji a e lfa jllven­~w.~,e,ea , ac~ao dirig.e.n te "de , amplascomis­,!i¥,es . ,de larga representatividade, constitulram uma .gl'ande realizaClio e uma experieitcia com profundas repercusslles para todo 0 diiseitvol­vimento ulterior da luta antifascista ».

As dificuldad n izatiV:1fl que se mani4 festarl\H~ :aplls a hurJa elcitQral cxpti 'miram il~con1ijr'C 'eri~ue,s sohl'c 0 (lapcl Ja orgllriiza ~ ~ao, mas rcfl ctiram de mod o J)<1l"t i cu l~ r i~l ­~om preeihues sobre 0 papel do movlthe ntb; nomeada~entc sobre a possibilidade c a nc­cess\ dadc 'd'~ <1c<;.lo politica l<>gal c sem i-lega l nu m pcriod'o cm que a Tepressao fascist'a comec;;ava a i'ntensificar- se.

Os debates 'j'ntermin:,vci s c dcslllor alizado ­res sobre .;, prinCipios de organiza~iio » defini- . dos el~ abs't'I~a'~to tern as mesmas raizes do s di~ba'tes de iliu'ais caractcristicas que tiveram hl~'~r, ~a alt'u ra', ;'obrc longos programas po­li\icos de 'car;\'Glcr partidario. Tal como bar­r~varti <> c;lIiiihho a inkiaiiva poJitica e de~­viavamo ,riov'imcnto da ac~iio em lorno d~ objectivo;' cO~lcretos , estes dcbates niio podia; conduzi.' a solu,ao correcta dos problem'as de organiza~ao'. Eles assinalam 0 predomi'Mo , num dado ' momento, das con'~~!woe~ q'u c (expressamente ou nao ) acentavam na des ~ . \ crenc;;a das possibilidades de acc;;iio pohtica legal e semi-legal e tendiam, cntiio, a enca­minhar 0 movimento para a pal'alisac;;iio, () desmembramento ou a ilcgalizaGao volun " taria.

Estas concepc;;ocs nao fo ram '~ompletamen ­te vencidas. Elas continuam a manifes ta r-sc; a eada pas~o, de mistura cp~ outras ' incom­preenso~s sob~~ 0 papel do fu ovimen lo demo­

cr{lti~o q'uer c,11\ ideias de desviar 0 movi ­ment6 . para actividades « para-politicas j) , .

culturais e sllcio-profissi bnais, quer em pro~ 1\9.~t~~ ~4e objectivos de :'~FC;5.O qu e omitem a hi,ta pelas liberdades del:P,?cnHicas e .~denun " cia do fascismo, quer e p,. o.pinioes que apon " tam a luta cori~r.a lJ.. I;u,erra colonial como o obje~\ i ,:p ~\fhSiVp 40 movimento, quel' na defesa dq" u so dc un~a linguagem aparen~,

t~me.nte .radical e violenta que, scm nad a a'c~csceni~ l- ao esc1arecimento dos problc~ m~s, ~;i faceis Pretextos a repressiio; ,A luta antifascista nao pode rcduzir-s{' ;

:~vidcrttemente, ao aprovcitamento das possi ­bilidades legais e semi-Iegais de aq;ao po!it"l'" ca. Na rl!uniiio de Maio de 1972, 0 C,C. do . nosso Partido (doculnento « Tarefas ,(In.da.- '; Inentais da situa~ao politica actual ) ) sublinhou que 0 movimcnto a ntifascista ",', pode avan!;ar na sua perspccfiya rcyolucion{l-

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na sc se pusere m de pc enlaces e outras for" H! aS de COOjwra<;llo climdest [nas. D iz-g'e no d OC Llmento: « A coopsf"a<:io regular e r.-esponsavel eni're os varios sectores Doiiti cos nun'iiilJ base bilaferal e multi .. ~a~e!'al e cOlTipleme,n~o indispensavel dB? formas de cooperacao legais e semi-Iegais es~abelecidas numa base IlJnitaria sem eX:iP'iic::ita~oes dos secto­Il"es politicos des pai'ticipan~es.;>

;'vla s 0 desen vo]vimento da luta antifascista nao potle concebel--se, como 0 nosso Partido r epe li da mente tem afirma do, scm 0 aprovei. ia me nto . h~tbil c persistentc, d e torias as po~" ~ibiiid ades d e esclarecime n to, a('<;;10, reuniao, Ol'ganiz:".; iio politi cas no terre no legal e semi­-ieg,aI, refol-<;a ndo pOl' essa fo!-ma a Iiga<;ao da \'anguarda COll1 as ITI ,} SSa s , fazendo reverter para a ac<;iio poiitica 0 desco nte n tamento po­p ul ar e as fOl'c;'as dcspcrtadas J1out:'as h-enlcs de l ub.

Pal-tindo desla compreens3o, experiencias rcce ntes confirmam a poss ibi lidade de luta p o Uti ca no t e rreno 1ega l e senli~lega1, corn .. provam a possib i Iidade de cxistencia de urn 11lOVl i11cnto d en1oc nltico C0l110eXpressao orga­nizada dcsta lu ta , rcvclam a capaciclacle das e:~t!· t1 tu!·as demoeraticas para cn contrar for­rnas de aC9ao c d e o l'ga nizay~o que cs tao a pC!· luit ir ret ol11ar a inic ia tiva politica, unir na aec;fto un1 nutneI·o cada vez Inais jargo de ac­t i \' istas dCtnocraticos, rcanirnar a s bases.

Reforc;::ar a organiza c;:: ao ~ larefa capItal

Ali ce l'<; iln cl o no a polo popular de que des­i'ru ta 0 movimento democni tico tern sido capaz, apesar das d ebilidades mani festadas, d e resistir as t e n tativas d o fas cismo para 0 divi­,lir, desadicula r. s ilenciar, c i legalizar com­pletamcntc e « rniU'Item -como salientou 0 C.C. na reu nia o de l\Iaio d e 1972-estrutu­I"BlS mai1::a'J'ais, que s a estilo reani­!1!HHHbO !lOS m<1lis impo !,,~il!Jntes distritos, cO!'1lserv<lI C <t:an§cter IJ n Hil rio, anima mcvimcnt,!;ls c om obiee~ivcs concra­!'os de <1lc~ao, !'OMi!l i nic:l.Hivas dive~'­sas .;:;inda qtH~ ir~egiUh3lres ( ... ) e, de­sel'lvoivemdc Q se em bases lI'eg ionais com call'i3c~ei'i~icas muUo diferencia ­das, cel<'.ltim.la voUada l3ar<li ill coepe­!'I:'l~ao in !'e r-2"egioni!l i e I'liillcion,,!.»

o movim c nio democratico t em manifes ta do capacidadc pan!. conti n ua l' a d esc nyo]vcl- am­pLh aer;:6cs pol itieas de car:lclel' lega l c ~cmi­-legal e ty,m forc,a bas tante pllra se lan,a:- na prepar;i~~a6 de u ma gTamle ba l:irh<l politica {~ Onl larga 111o hilizay'ao das Inassas popularcs pOl' altura d as proximas « eiei<;ocs) fasc is tas

dc 1 !In. :\ par do <llal'gamcnto cia unidade, do d€sc n­

yolvimento da ac.;ao em lorn a dq objceti\'os concretos c imediatos (como a b itfaIha d o I'C­

ccnseamento, 0 desmas~aramcnto cia ndllrc za do fascismo e das « eleicues » fas cistas. d a c,,; i­gcncia c imposi c,ao dc- possibiIidade's leg-a is dc reuniao, organizac,ao c pl-opaganda). , o r c ­for~'.o da organizaGao demo c r;itica e, n o m o ­mento prese nte, uma tarefa capItal,

Al-mado com a experiencia dos ult imos an os, o movimento democrilti lw csta, actualmentc. cm condi,ues dc cyitar os falsos caminhos para onde aponta m a s conccp<;ijes" basistas» c ({ di­rigistas» e possu i cnsinamentos basta ntes paUl impedir que as sua estI-uturas se afogu e m em debates interminaveis sohre « pl-incipios d e organiza.;ao» consici e nldoll e m "bstracto c dcs­li gados das neccssidad es cia nCGao,

o moviment o democratico esta em cond i. c,oes de r e tomar os m e todos e as ca ractcri s ti ­cas essenciais que estiveram n a base dos seu s sucessos em 1969. No plano da organ izac,iio essa expericncia recomencla: a estnltu l-a<;'ao de uma base populal' , 0 que implica ptil' de pc (r~a l1imando ou criando) uma vasta r ed c de com issues de ha se , de caractcr local ou pro­fi ss ional, dinamicas, a gue rridas, cs tl-eita lllentc ligadas ao povo, com iniciativa e vida politica intcrn3 , com objecti\'os defin idos d e traha­Iho ; a forma Qiio de comissoes de iniciativa \'01-

tadas panl questues especificas que reunam os activistas mais prontos e devotados c ilSSC­

g'urem 0 desenvolvimento de actividacl es nu­rna larga frente; a realiza<;30, sempre qu o possivel, de ampJas reunioes, assembleias ou plenarios dish-itais onde as bases d o m ovi men­to estejam largamente representadas e S05,1I11

decididas democrilticamente toclas as grandes questocs de orienta<:iio, de ac,ao, de Ol-gani­zaGiio; a elei<;iio de o rganismos coordenadorcs e dirigentes a nivel distrital que assegurem a coesao int e rna do movimento e a pronta res posta aos acontecimentos polit:cos; 0 esta ­belecimento de fo rm as flexlveis d e eoorde n :\­.;ii.o n acional c inter- distrital.

Em Maio de 1970 0 C.C. do BOSSO Partido afirmava : «0 problema cflpita! que 0 movim8n io demo cnitico def r olltn no cioimnio da ol·g 8.r.izaya o e 0 de associar urn funciona men lo amp!amell12 democratic o, a in t er lle nyao de mi lhal'es de a cti­vistas das com issoes de base, a mal iabiiidaci e que tenn a em conta a diversidade !las s itllay iies reg ionais e a comple :ddade tia semi-Iega!id'adc, com a cri al( i'i o dos organism()s estaveis e pres­tigiados de ceol'dena9ao e inioiat iva, que sejam a emanag1!. o do propr io movim enic e aos quais este con fi ra (sob adequado con tra lo) resp onsa/Jilida­de c pOder de deciS1io.» ~~as s uas l i nh ~ls esscn­dais c sta orienta<;ao continu a a r cspondcl- il OS problemas pres el1 tes.

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1 0 ~o 17'1 de« 8 Mllitante» deu urn resu­~. mo das iileias de Trotski. Nao referiu,

porem~ as manifestal(lles actuais do trulskisnlo. e Elilretanto, 0 Partido classif.iea de «trotskizantes» cerlas concp90es do radicalis, mil Ilequeno-burgues de fachada socialista. Sc­ria im po rta nte. para a nossa iuta politica e ideo logica, que fossem apontados aspectos 0011-

c~etos em que 0 tr otskismo se man ifestapre­sentemenle em Portugal. Nao poderia isso ser feilD, mesmo deforma abreviada, nessa secl(ao?

'R~ " . ~1 qllcsMotcm foda a (araO de SC!'dR fllais que llma 'loJ.f!lglwta; Eo ellllllCUl 0 de IlTl,Ia ~fliportallte tarera l1a batallla ideo/6};rica .• ,

, ' l\"lio '-seroe(lse {file Oi reavivar actll(ll d'as con-cep­rDes iro ts/?is'tas resa,ltoll de qua/que/" I).italidade que lfles'seja ~rterelltil Oil de qua/qlle; comproua­f da que ~enharn ellcontrado na v ida. Ess# reavivar [ ('Ill OlJtras causas" , a: agudiFar<io da bata/ha ideo­/dgica , eatu 0 ' socja/islllo e 0 imperialismo: a existencia no t rotskismo de elellzentos t{picos do radicalismo p~qlleflo~bllrgues; a entrada no luta (!llti-iJT!perialis ta de /arnplas cG/nadas ,uio ~ prole .. farias, clljas; uaci/ar:ves e impaciencia as tornam Idcil presa do ver/wlismo pselldo·revolllcioncirio: CZ elciOfJ';:lio rio ·llltra·revolucionarismo. pelos di­rig ent(! s 'cliilleses . .

Teria particlllar interesse laic-r a apro.rima(:cio entre 0 trots!dSlI1u e 0 maoismV'. Este 'Coincide cQm aqlfele em tantos aspectos que-lido aaria [Ofl­!!!P da oecdade dicer que 0 Inaoisf!lO e 0 trots f-l is­';n o dos iwssos 'dias. E' esc!arecedor 0 (acto de que d • IV IlIteniaciol1aL ' (trotskista,!, logo qlle os tfir-igentes chirwses apresentaram a Sila p/atafor. nUl contra 0 flluvilnento COtnllflista internaciolllll, os ,salldoll e(llsiuamentP. Em Setl'flibro de 1900, fzurna carta dirigiria ao CC do PC ria China, a IV Jllternaciolwl sllb/inhaua com raFao que as COn ­cepr6es' chinesas, no rim de cOlltas, r elo/n ara llt as co ncep(1)es trotskistas. 0

Anote·se tambeltl que a pro{Jaganda · burg llcsa antiCOrtlllnista -utilie-ll larganle"llte (lS ide ias,' con . sigrzas e " argll!llefltos u trotskistcs na l ata contra a CR5S e a comllllida(je socialista. . ;, , '

r:.-m Po r t u{!a I , n. unca houve q!ltJ.!ql1er .gn!{Jo lro .. ts i2ista orgflfti:cado. P eio lli.enos. n.inglle flt dCll por .,l e. As concpv6es e f!uitodo8 trotskistas (/Je/Jidos j'Jelos ITlais diversos cGrzais j r1pflreCerrl~ €n'l ',v,rllpu s e circlJ/os "'pr(j · ch ineses ·." ern cotl·teS'tatfirios de tf i versos l!:'o t iE'cs. eN! desagregadorcs pscurio -r (!l.'o. Juc ionarios (', dum a. trUlll l? ira gera/~··t?rn ·t o((O.5 os esq!u?tfiistlls, c llja platafo r tn a 'com{ll7! e 0 anti· -sooi e tismo e a Illta contra 0 PCP;

Assim;

7

1. i: caracteristico de .todas esses <;squerdista.'l o anti-sovietismo, a luta contra o,s partirios co' munistas, a Lllta con t r a 0 PCP. Nuns [ermos Oi! noutros, todos aCllsam 0 PC US e oUtl:OS par-tidc:' irm<ios de terem deixado de ,ser·partuios reco ill­ciondrios~ de terem. adoptado /Josip.Des «bllrgll {,~ sas», ·de sa terem tornafio partidos ,« rt!f.orll~is[as ". A [g!lns', lEomo e sabido , aCllsam 0 PC US de ·t l' T «blo'q!i!.eado:r. 0 processo reuuluciona'rio mUlldl(jl.t' o PCP de «bloquear» 0 processo revol uc lonaru.J em portugal. . ,

L'ssas ideias e aCllsa,oes sao apr(!selltadas COII! O «descobertas. recentes , que cada quai arribai a sf proprio. 0 certo eqlle todas elas,v€em de Tro­tski e do trotsllismo, na maio;· parte dos casos precisamente com as mesmas pa/avras e as mes­nzas «provas \). ,

2 . E: caracteristico de todos ps esqucrdistas a afirmar,:ao de que it URSS cabel'ia levar a revo­lu!(ao aos oulros paises. Por lido faze-Io, acu­saln· na de ter «traido» a ,«-revoll/rao mandial '>,

Sempre que uma outra {orca revoluciollaria est,i em di(icuLdades IIUIlI OIL noittro.pais, logo «exi­.<;fem· que a URSS illt.ervefiha, ,indo au' a guerra 'contra 0 ilnperialismo , se nece:Jsario. IJe harmo­nia com esta pasir;iio, os esql[(J,rliistas prOIlIW" ciam-se contra a coexisliincia pacifiea (pe/o m e · nos ate a viagem de Ni ron' a Peqllim,j, que cor!­trap6em a luta revoluciolulria e dmsifleram Itrn a capitu/arao ante 0 imperialismo. MUitos dos sell s ataques a URSS, ao mODimento cOfT!anista, an PC P, partern dessas posiroes. -'

Todas estas ideias sao t/picas do trotskismo e /igadas a clwmada • t eoria da reoo/ur;<io penna ­"ente-. Trotslzi contraplw/ra a reooltr rdomull dio ! a reDo[UraO em cada pais. LJescrente da possibili­dade de constrllir 0 sooilliismo num s6 paiS, pre­terulia {file a URSS se lallr;asse na «guerra reuo/a­c.ionciria·. Para e/fY a 'Coexistencia paciiica era /lma pOlitica de «pacifistas atemorizados » e ' /lma «refllincia ci reDolu(]Go tnundial». "

3 . l~ caracteristico de todos esses esauerdistas a afirmar:lio de qae, por toda a parte. designada­mellte efT! Portugal, esluq r{laduras as condir:6es. para a r,~evlllu!(ao Soc.1.aHsia. Atacam a de(inirliu p elo PCPda actual etapa da r('co/ur:do e prOIl!!;/'-' ciam~se .. contra 0 (:;tao isnlo» e pela « reVO lll~(iu sOCialista' imediata. " .c

Trata-se,de ideias tipicas do trotski.5fT!o tambem ligadas a cOifJcepriio , da "revoillrcio'pprmalwnte ", segundo a qua l , para a / reu(!JIIl9tlO, (l'tio e necessd ~ riiz a « p r e{Jarardo '" das";TI!(Jssa s , pudendo ' Qi:(/tl Bi­mar-se etapas' pelo voiwztarismo etos cheies reDvll1ciolldrios.

\ , ' J

4. E' caracteristica de todos esses esqlf'i?rtlistas a arirmaraQ ~' de que '0 moo/mento reoaluc/antirio portugues nao (lUaTlr:CI p o r ( alta de clirigentes CCl-

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Page 8: Reprodução ~ ~~ ~e~~J~ BE P~Jsel, UNI- ~11lililwn& · ~~g 39" III S~RIE - N.- 174 - JUNHO - BE 1972 - PRE

o MIL}TANTB ~'

PCP

'lazes. Se a rel1o)IIf:OO noD SC. lil'~ (finda em Porta­~al, isso deoe-se a tUlIO < c,areMia de direcylio I"evolucio naria:t, mais concretamente, Ii inr.;apa ­

,cidade do c;{recrtio do PCP. Todo>$, os, esquerqis­t as, inimigos do PCP, teo.riQa.m ,s9,@re a « buro­cratizar:do' do aparelho partldan()' e procuram ('stabelecer uma dlstinroo entr e 0 partido e a sua fi irecroo. di zendo estar apenas contra est~ e 11(10 ,:ontra aqllele. A traves desta acrdo «co,r;.tra a d irecrdo. e' «contra as dirigelltes', procuram (' /es naturalmente impr'Jr-se como tal.

Aqlli lambem aparecem a sobrestimarfio do fac­f or subjectivo e C!lltras concepr!5es e processos tl­v icos de Trotskl e dos tro~sklst_as. Trotskl e as trotskistas contestaram a dlrecrao do PCUS e do l nternaciona! Comunista, promooeram a luta • contra a aparelho» e a «bllrocracia » do PCUS (' dos partidos irmdos, procural1am ooitar os mem­/)ros dos partidos contra as direcrues resfJectivas, fentando naturalmente atraves dessa actividade ,Tanhar a chefia do movimento e criar e illlp6r a , ',roprio aparelho burocratico.

5 . Soo caracteristicos dos grupos ('squerdistas " 5 processos antidemocra.:: ~08 mascarados com II glorificar:do verbal da dernocracia; as proccs. 308 de in1imida~llo, ndo contra as (ascistas, m"s contra as comullistas; a IltilizllraO do mentira, da Gahlnia, mesmo de metodos provocatorios, que " do ate Ii dentincia dos comllnistq" que apon-

, t.am como c revisionistas» para que a PIDE" as Ideflti(ique. No movimento estudantil (em asselll­Meias, eleirues, votaraes, etc.) sao diarios as c.remplos de tal comportamento.

Tudo isso e tipico de Trotski edo trotskismo. Tro­t ,ki compreendia a direcrdo polltica como urn co­mando militar. Procllrou introdluirnopartido bol­chevique as proces.~os admillistrativos. Defendia a militar izarao do trabalho. Os trotskistos, onde o ller que actllam, procuram criar lUll clima de aressoo, de chantage, de persiglliroes, de malldo 'a bsoluto de tipo militar. Os apelos e lisolljas, que por veEes (azem cis • bases", slio processos dema­gogicos pqra abrire,!, .cqmintzo Ii imposi(Jao duma cilefia rtg/da, autontana e lIltolerante.

6'. Certos acolltecimentos sucedidos em organi­,,-ar;oes revoluciollarias, operarias, democraticas c estudalltis podem aillda ser citados.

Tala caso da t entativa de organizayllo de fra­'i lles, grupos de pressllo, de «complotn, cons­pira~iies golpes e cislles contra 0 PCP e da for. mardo de « blocos» e « aliaTlras» de grupos e grll­pinhos esquerd/stas. tendo como plataforma a l uta contra a PCP. Tambem e de estudar atellta­mente a eventual responsabilidade de elementos esquerdistas sabotadores da lllta de massas lIa e/abora,do de algulls documelltos que, sem lIada adiantarem 110 processo de luta, deram prete.rto 1l0gOlJerno para med/das repressivas contra os r espectivos sectores.

Todos esses processos sao tipicos do trotskistno. o proprio Trotski tentou repetidamell te ( Iii 12, [926·27) (ormar biocos de todos as grupos de ofJosirao contra a partido bolcllev/que. U « entris· lila» (au seja, a entrada de trotskistas nas argo­.,l1izarues revolucionarias para ten tar mind·las par dentro ; all a permanencia nos partidos de

, eiementos qTle , .te1l,l ' dipcrgencias, mesmo que t e­nham de calar estas fJara realiEar um trabal/tO de sao'a) (oi abertamente aconselhado pefa IV Inter­nacional (trotskista). Os actos prooocatr5r/os

. "Ura· esql(erdistas rIO , decurso das lutas de massas

. sao a pratica trotskistd em todo 0 malido.

----- --7. Poderia cont i nuar-se l q.rgam ell t e a exposir<Jp,

de concepCI)es e processos dos esqur!rdistas j}O h tuglleses tla qctualidade {ftle se illspiram 110 tro· tskismo: 0 m e1lospreEO, ({uando lIao a lIeqardo, do papel reooluci p.wjrio da cjasse operaria; p des.~ prezo pelas m~.s:~aS PfJpl{lare.;;, ; a combate a pol~­tlca d e llllidaa!jt (to PC;;P; a tentatlVa de atrall; demagogicameiitfl as Sf.r;tW¢s lido pro/etario:; mais radicalizadps e elemenfos marginais: 0 cos­mopoli lismo: a associar4o dp eBlelismo ao mais illtolerante dogmatismo: a mqa<lflra de atiltldes segundo a s conveni~flcias; p ~ascaramento da sua essen cia oportunista de dire/to par detrds de lima (raseolagia pseudo.revolucionaria csqllerdis­ta.

No cimbito d esta secrdo "'io fJodemos, porem, if fIlais 10flge . Os aspectos referi dos sao su{iciente. mente eillcidativos.

Dq maior parte etas eSqllerdistas portllgueses anticomunistas ndo s,e pode diFer que sejam « tro­tskistas ., pais nem eles, s(lbem donde lh es vem « ideologia'. par isso Se fem /Jtilizado, em relar:Go aal/(/Jinail d(lss,ual; OO(fcppr6es e processos, a pa. lavr" « trp t skiz(1!lt(J ', 70dos merecem cntretffn­EQ qUf' l i;('s s, f' jq(ll dif iflJdas as pa/avras que LlJ(li. li e diriglq qQS trQ/$(f/$t(lS:

• No VOSSQ Papel ollieQtlvo sols um instrumef!fo da prolJocardo imperiglista. A vossa« mentali­dade» sull/ectiva Ii a q(J urn (re(letico pequeno­-burgues· (Ob. Campi, ed, ingl, v. 27, p . .1iI)

P Chegou·me agora as mllos 0 numero de 31 de Mar~o de 1971 do jornal «Semana

• Portuguesu, que se publica em S. Pau· 10, no Brasil. Ai e apresentado Albcrto do Ama­ral como sendo uma das <grandes vitimas do salazarismo) , Sao dadas nolas biograficas, que indioam tratRrolle dum velho militante. Como nunca ouvi falar em tal nome, Qostaria de saber mais alguma coisa a seu respelto. "

R Alberto tlo Amaral" esse novo « heroi» da historia da /uta anti(ascista, era .0

• pseudonimo de Armando Maga/haes, da Marinha Grande. suieito qlle se tornoll

tristemente celebre .10 anos atrtis, porque, telldo militado ItO movimento operario e tendo tido /liT! certo destaqlle no sindicato dos vidreiros, traiu os seus camaradas quando preso em 1939 e, de­pols de desenvolver uma activ/dade de in(riga e pro()oca,oo, acaboll por se ir instalar no Brasil, a tratar da v ida.

f; pelo menos estranho que, 30 an os depois. a « Ilistoriador» da « Semalla Porluguesa 0 diga que Magalhoes (oi vitima do lllta pe/a chefia (? I ) e que saiu da cadeia «sem Perder a dlgnida"de: dc cabera bem erguida» ( ?! / I).

A memoria do movimento opertirio P, porPfII, file­/llOr do que alguns pellsam. 0 nome de Armalldo Magalhdes - Alberto do Amaral, a ser lembrado, Ii como 0 de /lfll traidor e lido como a de 11111 a das «grandes vitimas do sala~arismo " .

Nillguem !leda, aoshomefls que erraram, 0 ca­mill/tO da rrabilitareio. atraves de lWI esfor~o r eal , tena?, prolongado, que cOTlVenra pelos actos. Mas procurarei malller-se viva a memoria do movlmen­to revoillcioneirio para que traidores lIC:o veTlhaTjI /lfTl dia contar a hist6ria cl slIa maneira, ressusci­tando do passado com um {also (Jcrnie de cam v a- , r entes scm indc/lla. . ,<'. '. '. '0,

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