repressão política arapongagem - sindicato dos ... · caminho de volta à 4ª divisão do...
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Jornal Regional de Barretos
www.redebrasilatual.com.br barretos
nº 18 Abril de 2013
DistribuiçãoGratuita
jornal brasil atual jorbrasilatual
UPA está pronta há sete meses, mas prédio continua inoperante
Pág. 6
saúde
não funciona
O Touro do Vale faz o caminho de volta à 4ª divisão do paulista
Pág. 7
futebol
de mal a pior
Educação: vereador Adilson busca apoio de Marcolino, líder do PT
Pág. 2
Política
bela parceria
educação
Edmar faz Ciências Sociais, Vanessa, Engenharia e Agenor formou-se em Som e Imagem
Pág. 4-5
Pobres, negros e índios estão na universidade
O que a ditadura vigiava em Barretos e o que José Maria Marin tinha com isso
rePressão
araPongagemoPerárias da anglo trabalhadores rurais
estudanteselisa branco
2 Barretos
expediente rede brasil atual – barretoseditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Aquino José, Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800 Tiragem: 6 mil exemplares distribuição Gratuita
editorial
O período da ditadura militar, de 1964 a 1985 – golpe apoiado pela mídia comercial brasileira, conhecida hoje como PIG, o Partido da Imprensa Golpista – vigiou, prendeu e ar-rebentou muita gente pelo país. Barretos não passou ao largo. Pessoas e organizações da cidade – estudantes, sindicatos pa-tronais e de trabalhadores, setores da Igreja e os notórios co-munistas, caso entre nós de Elisa Branco – ficavam sob vigi-lância do Estado. Muitos foram mortos, e um dos casos mais escabrosos aconteceu com o jornalista Vladimir Herzog, em 1975, nas dependências do II Exército, em São Paulo. Muita gente contribuiu com isso. José Maria Marin foi um deles.
Em 1980, nos extertores da exceção, Marin, mandava ver no governo paulista e já carregava consigo a mancha de servir e servir-se dos militares. O tempo passou e o mesmo homem, já octogenário, assumiu a presidência da Conferação Brasi-leira de Futebol (CBF), em 2012 – em lugar de outro sujeito suspeito, Ricardo Teixeira, que foi morar em Miami. Mas a lama veio à tona. Do passado, Marin é acusado de perseguir o jornalista Herzog. Do presente, de surrupiar medalhas de joga-dores e de superfaturar em compras de salas para a entidade.
Enredado até o pescoço, Marin encontra amigos por aqui, como já os tinha em 1980 quando virou um cidadão barretense. A mancha maior foi tingida este mês pela Câmara Municipal, que aprovou uma moção de apoio do vereador Juninho Leite, do PTB, contra as “falsas declarações de que é vítima” tão excelsa figura. Durma-se com um barulho desses. É isso. Boa leitura!
outonovereador pede apoio a líder do Pt Por mais escolas, professor Adilson vai a Marcolino
Política
O vereador professor Adilson Ventura (PT) este-ve no gabinete do deputado Luiz Claudio Marcolino, líder do PT na Assembleia Legislativa, buscando apoio para a construção da Escola Estadual (do 6º ano do en-sino fundamental ao 3º ano do ensino médio), no bair-ro Luiz Spina – conhecido como Predinhos Novos –, de um Centro Estadual de Educação de Jovens e Adul-tos (CEEJA) e para que se denomine Escola Estadual
Professora Maria Helena Scannavino o colégio que será construído no bairro Zequinha Amêndola, em Barretos II. O professor Adilson pleiteou
também a construção de uma base da Polícia Militar no bairro Luiz Spina.
Marcolino colocou--se à disposição das rei-vindicações de Barretos, comprometendo-se a lutar nas secretarias estaduais para que os pedidos da ci-dade sejam atendidos. No ano passado, o líder pe-tista foi autor de emenda parlamentar que destinou R$ 150 mil para a compra de instrumental cirúrgico para a Santa Casa da cidade.
dilma: 63% de avaliação positivaGoverno da presidenta tem avaliação melhor que o de Lula
Pesquisa
Segundo o Instituto Bra-sileiro de Opinião e Estatísti-ca (Ibope), em março, Dilma Rousseff bateu novo recorde e atingiu 63% de bom ou ótimo – maior percentual desde mar-ço de 2011, quando começou a pesquisa. Outros 29%, dos 2002 entrevistados em 143 municípios brasileiros, con-sideram o governo regular e 7% afirmam que ele é ruim ou péssimo. A aprovação do modo de governar subiu 1%, alcançando 79%, contra 17% dos que desaprovam. A con-fiança na presidenta subiu de 73% para 75%. E o otimismo para os próximos 16 meses de
mandato cresceu três pontos, chegando aos 65%. Três fato-res possibilitaram a manuten-ção da avaliação positiva do governo Dilma: baixa taxa de desemprego aliada à manuten-ção da renda familiar, os pro-
gramas sociais e a personali-dade e o carisma da presidenta da República.
A pesquisa revela ainda que 61% dos brasileiros con-sideram o governo de Dilma igual ao do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Mas, pela primeira vez, aumentou o número de favoráveis a Dil-ma frente a Lula. Dessa vez, 20% da população conside-rou o atual governo melhor do que o anterior, que ficou com 18%. Em dezembro, a pesqui-sa mostrava que 21% dos bra-sileiros viam o governo Lula como melhor, enquanto 19% optavam pela presidenta.
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adilson e marcolino: na luta
3Barretos
câmara aprova moção de apoio a José maria marin
deoPs vigiou pessoas e organizações na cidade
Presidente da CBF é acusado de estar metido em embrulhadas e ser algoz da ditadura
Acervo na internet revela quem esteve sob vigilância do governo durante a ditadura militar
cidadão barretense
rePressão
O octogenário José Ma-ria Marin, ex-governador do Estado e presidente da Confederação Brasileira de Futebol, está envolvido em negócios nebulosos que vão da compra superfaturada de salas para a entidade, no Rio de Janeiro, até ser um pró-cer da ditadura militar.
Porém, na madrugada de 9 de abril, a Câmara de Bar-retos aprovou moção do ve-reador Juninho Leite (PTB)
O 1º Encontro dos Traba-lhadores Rurais de Barretos, realizado no Centro Comuni-tário do Jardim Califórnia, que discutiu as reivindicações da categoria, foi monitorado pelo Departamento Estadual de Or-dem Política e Social (Deops), conforme registro de 15 de fevereiro de 1985. Da mesma forma uma reunião, realizada em 14 de maio de 1985 pela Associação Rural de Barre-tos, em que os sojicultores manifestavam desagrado com o preço da soja no mercado e marcavam um protesto.
Em outubro de 1989, o De-ops registrou uma notícia do jornal O Estado de S. Paulo, cuja manchete – “Juiz conde-na vereadores a devolver ver-ba” – anunciava que os 17 ve-readores de Barretos teriam de devolver aos cofres públicos parte dos subsídios que rece-
beram. A decisão do juiz Cláu-dio Marques da Silva atendia a uma ação popular impetrada havia um mês. O protesto es-tudantil da Fundação Educa-cional de Barretos, de 2 agosto de 1983, também está registra-do nos arquivos do Estado, as-sim como o ambiente de tran-quilidade em que foi realizada uma reunião, no dia 5, entre os alunos e o presidente do Con-selho da Fundação, na qual foi
mantido reajuste de 49,5% nas mensalidades.
Outro episódio que consta dos arquivos é o movimento dos apanhadores de laranja de Barretos, em 16 de março de 1984. “Houve reunião no Sindicato entre trabalhadores e empreiteiras, tentando um acordo” – diz a ficha de 16 de maio de 1984. Da mesma for-ma, a notícia de que operários do Frigorífico Anglo lutavam
contra a jornada de 16 horas. “O Sindicato tentou negociar a pauta de reivindicações tirada em assembleia, mas a empresa foi para a mesa-0redonda sem qualquer proposta”. Já em ju-lho de 1986, o Diário de Bar-retos anunciava que a CUT re-gional, a Comissão Pastoral da Terra e o Sindicato dos Traba-lhadores Rurais elaboravam uma cartilha que seria distri-buída entre os apanhadores de
laranja, contendo informações sobre as principais reivindica-ções para o acordo coletivo da categoria.
Por fim, a “comunista de projeção” Elisa Branco Ba-tista, nascida em Barretos em dezembro de 1912, não po-dia estar fora do alcance da repressão. pois ela atuou po-liticamente em Barretos, na capital, em Santos e, pior, foi homenageada em Moscou. Elisa, já morta, é a barretense que possui prontuário de des-taque no Deops.
<www.arquivoestado.sp.gov.br/memoriapolitica>
de apoio a Marin, “contra a falsidade de declarações a ele atribuídas na morte do jorna-lista Vladimir Herzog”. A mo-
ção teve votos contra do pro-fessor Adilson (PT), Carlão do Basquete (PTB), Kiko Mizia-ra (PV), Paula Lemos (PCB)
e Thalles do Samu (PSDB). O presidente da Casa, Leandro Anastácio (PTB), pediu que Juninho retirasse a proposta de apoio, mas ele justificou a posição afirmando que Marin é “homem humilde, que aju-dou muito o Barretos Esporte Clube”. E lembrou que “ele é cidadão barretense desde 1980, título concedido pelo então vereador Gidrão Mefle Gidrão”.
Preocupado com a exposi-
ção da Câmara, o presidente Leandro Anastácio referiu--se a Marin como uma fi-gura ligada à ala radical da ditadura. Já Kiko Miziara (PV) sustentou que Marin é “um safado de mão-cheia, que participou da ditadura e é um ladrão de medalha” – disse, referindo-se ao fato de Marin ter embolsado uma medalha, que seria entregue a um jogador do Corintians, na Copa São Paulo de 2012.
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marin ganhou o apoio de Juninho – e da câmara da cidade
estudantes, pessoal do frigorífico anglo e a comunista elisa: vigiados
4 Barretos
Pobres, negros e índios chegam pela porta da frente
Por uma nova cultura. e bota cultura nisso
62% da população apoia política de cotas, que revoluciona o ensino superior no país Por Cida de Oliveira
educação
Voltar à escola e ter um trabalho longe da rotina exte-nuante do canavial. O sonho do índio terena Agenor Cus-tódio, que dos 12 aos 18 anos
cortava cana em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, foi conquistado aos 39 anos, ao se formar em Imagem e Som pela Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar). Agora, ele pode passar na seleção do programa de mestrado da ins-tituição e disputar uma vaga na área de audiovisual ou na carreira acadêmica. A 230 km da capital, a UFSCar é uma das dez melhores universida-des do país, segundo o Minis-tério da Educação.
Agenor teve dificuldades para estudar. Adolescente, lar-gou a escola para trabalhar. Aos 21 anos matriculou-se no ensino médio, que só concluiu aos 28 – mesmo assim, en-trou na Faculdade de Turismo numa universidade pública de seu Estado. Estava no tercei-ro ano, mas parou por falta
de dinheiro para alimentação, moradia e transporte. Mas o sonho não morreu. Em 2008 ingressou na UFSCar graças à cota para indígenas; em mar-ço, ele colou grau. “De outra forma seria impossível entrar numa universidade pública, gratuita, prestigiada, estudar, pesquisar e ter a chance no mestrado” – diz.
Sua vizinha de república, Vanessa David de Campos, 23 anos, aluna de Engenharia de Produção, tem grandes expec-tativas. Ingressou na UFSCar em 2008, na cota dos negros. Primeira universitária da famí-lia, a futura engenheira cresceu na periferia pobre de Taubaté
(SP). Estudou em escola públi-ca e, até o ensino médio, acre-ditava que toda faculdade era paga. Aprendiz numa indústria de autopeças, Vanessa fez mo-delação industrial – um curso técnico no Senai, junto com o colegial –, para entrar mais cedo no mercado de trabalho. Nos fins de semana, tinha aulas num cursinho popular.
Aos 18 anos, viajou sozi-nha pela primeira vez e se ma-triculou em São Carlos. Sem computador portátil e com dinheiro que mal dava para o xerox, enfrentou dificuldades. “Tive muitas desilusões. Em-bora não seja declarado, o ra-cismo existe” – afirma.
Ex-metalúrgico, Edmar Neves da Silva, 21 anos, do terceiro semestre de Ciên-cias Sociais, entrou na fa-culdade por meio da cota para oriundos da escola pública. Cursou a primeira metade do ensino funda-mental na rede municipal de Mogi-Guaçu (SP), depois seguiu na rede estadual até o ensino médio. “A formação foi muito ruim” – lembra o estudante, que queria chegar ao ensino superior público, gratuito e de qualidade.
O que o ajudou a suprir as falhas foi uma bolsa de um curso pré-vestibular par-ticular, que ganhou em 2010, quando trabalhava de dia e estudava à noite e nos fins de semana. Dirigente do di-
retório acadêmico da UFSCar, Edmar é o segundo da família numa faculdade. A irmã mais velha cursou Administração com bolsa integral do Progra-ma Universidade para Todos (ProUni) e faz pós-graduação em Marketing. Os pais não con-cluíram o ensino fundamental.
Porém, ainda há gente que paga colégios caros para os filhos chegarem às universida-des públicas, que se incomo-dam de vê-los dividir salas de aula com negros, indígenas e estudantes pobres – antes da adoção de cotas, em 2004, eles não estariam ali. Esse incômo-do acabará quando a elite se conscientizar de que as boas escolas públicas são mantidas pelos impostos de todos.
Há também casos como o
da fisioterapeuta Sílvia Marti-nez, que pagou boa escola par-ticular para a filha que ficou na lista de espera da Universida-de de Brasília (UnB). “Se não houvesse vagas reservadas
para as cotas, ela teria entrado. É uma mudança de mentalida-de, que leva gerações para ser assimilada. Mas é uma ques-tão de justiça social, vale a pena” – opina.
Um estudo dos pesqui-sadores Jacques Velloso e Claudete Batista Cardoso, da UnB – a primeira a adotar cotas para negros e pardos, em 2004 –, verificou que as cotas mais que dobraram as chances desses candidatos. Para completar, em agosto de 2012, a presidenta Dilma sancionou a lei de ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. O prazo é de quatro anos para que as instituições reservem metade das vagas para estudantes do ensino médio de escolas públicas. Desse percentual, metade é para estudantes de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita.
graças às cotas, vanessa, edmar e agenor chegaram lá
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a voz da elite branca como vencer o preconceito
Por meio da imprensa con-servadora, os porta-vozes da classe social que o ex-gover-nador paulista Cláudio Lembo batizou de “elite branca” es-palham uma visão enviesada, segundo a qual as cotas ferem a igualdade e o mérito acadê-mico, são ineficazes porque o problema está na péssima qualidade do ensino básico público, e não na má distribui-ção de renda, rebaixam o nível acadêmico, desfavorecem os brancos mais pobres em de-trimento dos negros e prejudi-cam essa população ao estig-matizá-la como incompetente.
Todos esses mitos vão sendo derrubados. Em 2006 e 2008, pesquisas do institu-to Datafolha indicavam que mais de 80% da população aprovava as cotas. Em feve-reiro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma pesquisa do Ibope que mostra que 62% dos entrevistados – dois em cada três brasileiros – apoiam cotas em universidades públi-cas para alunos negros, pobres e estudantes da escola pública.
A pesquisa foi realizada em todas as regiões brasileiras e
constatou que é maior (77%) o apoio às cotas para os de baixa renda, seguido por 64% de aprovação às baseadas em critério de raça. A oposição é maior entre os entrevistados brancos, das classes A e B, mo-radores das capitais, nas regiões Norte e Centro-Oeste. E menor entre os que estudaram da 5ª à 8ª série, emergentes da classe C, nordestinos e moradores do interior. Segundo o jornal, os que buscam ascensão social e econômica são mais simpáticos a políticas que aumentem suas chances de chegar à faculdade. A pesquisa mostra que, em to-das as camadas sociais, o apoio é maior que a contrariedade.
“De 2004 a 2011, a pro-porção de pessoas pertencen-tes à faixa de menor renda aumentou no ensino superior, passando de 0,6% para 4,2%. No mesmo período, a inserção dos negros saltou de 5% para 8,8% e dos pardos, de 5,6% para 11%” – diz o professor João Feres Júnior, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da Uni-versidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Na ava-liação de frei David Raimundo dos Santos, 60 anos, diretor da
ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes (Educa-fro), a aprovação das cotas é fruto dos argumentos sólidos dos defensores da medida. “Com humildade, sabedoria e vigor, as pessoas esclare-cem à opinião pública, o que não ocorre com os críticos que estão em 90% das repor-tagens contrárias publicadas nesses 10 anos” – diz.
O juiz f e d e r a l W i l l i a m D o u g l a s , 45 anos, do Rio de Janei-
ro, era contrário às cotas dos negros, mas passou a defendê-las. Branco, filho de pai lavrador e mãe ope-rária, ele não crê mais em “heroísmo”. “Minha filha estuda em colégio caro, de professores bem pagos e óti-ma estrutura, mas a maioria das crianças pobres estuda em escolas sem professores, carteiras ou banheiros. Não é justo exigir o mesmo de-sempenho na hora de entrar na universidade” – diz.
As cotas valem apenas para o ingresso na facul-dade. A permanência e a conclusão são por conta do aluno. Com o mesmo grau de exigência nos cursos, os cotistas superam as de-ficiências do ensino básico e rendem igual ou melhor
que os não cotistas. Em 2008, o desempenho acadêmico dos cotistas negros era de 6,41 e dos vindos de escolas públicas 6,56, acima do 6,37 dos não cotistas. Além disso, a taxa de conclusão dos cursos era maior.
Embora as universida-des estaduais paulistas não adotem o sistema de cotas, a Unicamp concede pontos adi-cionais na nota do vestibular dos egressos da rede pública. A comissão para o vestibular constatou que a nota média desses alunos beneficiados foi mais alta que a dos demais.
Outra resposta ao discurso de que a política de cotas seria demagógica e os beneficiados abandonariam o curso vem de um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A maioria dos cotistas já cum-prira a maior parte dos cré-ditos das disciplinas e o seu desempenho estava entre os mais altos em cursos como Matemática, Física, Engenha-ria Elétrica, Ciências Biológi-cas, Odontologia, Farmácia,
os negros na universidade são uma novidade nas aulas
Filosofia, Comunicação, Nutrição, Psicologia e Di-reito. Os cotistas também estavam menos sujeitos a reprovação por faltas.
Primeiro aluno a ingres-sar na UFBA por meio de cotas, Icaro Vidal formou-se em Medicina em 2011. Negro e oriundo da escola pública, viu graduarem-se inúmeros grupinhos de es-tudantes brancos, formados nas melhores escolas parti-culares de Salvador. Nunca fez parte de nenhum deles, tampouco sentiu na pele preconceito por ser cotista. Mas sabe que existia, de for-ma velada.
Médico do Programa de Saúde da Família da Prefei-tura de Salvador e servidor estadual num instituto de cri-minalística, Icaro torce pela educação brasileira. “As cotas facilitam a entrada na faculdade, mas não são tudo. É preciso melhorar a escola pública. Atendo adultos e crianças de 12 anos que não sabem ler nem escrever.”
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flagrante: o doutor icaro atende seus pacientes
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6 Barretos
uPa está pronta há sete meses e ainda não funciona
rede de atenção psicossocial
atender bem não é favor
Faltam equipamentos mas Ministério da Saúde informa que já mandou R$ 2 milhões
saúde
Ainda este ano, Barretos, Bebedouro e Olímpia po-derão contar com a Rede de Atenção Psicossocial para atender pacientes com pro-blemas mentais e dependen-tes de álcool e drogas. Assim, a região garantirá a interna-ção dessas pessoas no Centro
A UPA (Unidade de Pron-to Atendimento) de Barre-tos está pronta há 7 meses e nunca funcionou por falta de equipamentos. O assunto foi denunciado em reuniões do Fórum Popular da Saúde, pela imprensa local e foi debatido na Câmara Municipal. O Mi-nistério da Saúde informa que enviou 2 milhões de reais para a construção do imóvel e seu equipamento. A administração anterior, do prefeito Emanoel Carvalho, PTB, diz que gas-tou a verba com a construção de um prédio melhor.
Em recente contato com o ministro Alexandre Padi-lha, o prefeito Guilherme de Ávila foi informado de que o Ministério da Saúde já enviou dinheiro para a obra completa e não disporá de mais recur-sos para a compra de equipa-mentos. Enquanto o impasse continua, a população fica sem atendimento. O vereador Adílson Ventura (PT) alerta que se demorar muito para a UPA funcionar, o prédio terá de passar por reformas em vir-tude de desgaste natural, sem nunca ter sido utilizado.
“Atender bem na saúde não é favor, é direito. O SUS é para todos e ninguém pode ser barrado” – diz o médico Francisco Morgado, o dou-tor Chicão, que participou do seminário sobre atenção bási-
ca, em 13 de abril, na Escola João Ferreira Lopes, na Vila Rios. Ele pregou que as pes-soas se organizem nos bairros e exijam do poder público um atendimento de qualidade na saúde, lembrando que a nos-sa cultura política é muito autoritária. “Os poucos que reivindicam e confrontam são malvistos, considerados barra-queiros, mas se o atendimento na saúde não vai bem, organi-zem-se, façam passeata, pro-
testem, cobrem à Prefeitura, à Câmara, em busca de uma solução” – afirma.
O médico também colo-ca em dúvida a “epidemia do crack”, que está na mídia. Ele salienta que há gente séria nas Comunidades Terapêuticas, mas também há muita pica-retagem, com muita gente lu-crando com isso. “O álcool é uma droga lícita, que traz mais problemas que o crack e nin-guém fala disso” – alerta.
de Convivência, após o perío-do de desintoxicação. A reve-lação foi feita pela enfermei-ra Maria Francisca Moreira Pires, da Diretoria Regional de Saúde (DRS), no Seminá-rio sobre Atenção Básica, do Fórum Popular de Saúde da Região de Barretos.
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7Barretos
barretos retorna à 4ª divisão do futebol paulistaBEC foi rebaixado depois de fracassada campanha em 2013, causando irritação na torcida
futebol
O Touro do Vale teve três vitórias, dez derrotas e seis empates em 19 jogos disputa-dos. O ataque marcou 19 gols. A defesa sofreu 32 tentos. Na classificação geral, o time so-mou 15 pontos e foi o 19º co-locado (vice-lanterna) em seu grupo. Geime Rotta, André
Oliveira e Sérgio Caetano fo-ram os técnicos que dirigiram o time na temporada. Na últi-ma partida da competição, dia 14 de abril, o Touro do Vale empatou em 1 gol com o São Bento de Sorocaba, sob o co-mando do ex-jogador Reinal-do Simão. Com o BEC caíram
o União São João de Araras, Palmeiras B e São Vicente.
O presidente do BEC, Juni-nho Leite, afirmou que pretende manter as atividades no clube mesmo com o encerramento do campeonato. A ideia é re-forçar o trabalho das categorias de base (Sub-15, Sub-17 e Sub-20), visando a formação de atle-tas. A intenção é formar pratas da casa, para que o Barretos não fique nas mãos de profissionais sem nenhum vínculo e compro-metimento com a cidade. Rei-naldo Simão, atual coordenador das categorias de base do BEC, também entende que está na hora do Barretos acreditar nos jogadores da cidade.
a formação de atletas de ponta para as olimpíadasCentro de Excelência forma pessoal de alto rendimento; objetivo é 2016, no Rio de Janeiro
basquete
O Centro de Excelên-cia fica no Cemep, no bairro América. Os treinos são diá-rios, das 14 h às 18 h para as meninas, e das 18 h às 22 h, para os meninos. O projeto é coordenado pelo diretor da Associação Amigos do Espor-te, Jesus de Oliveira.
Para descobrir novos ta-lentos do basquete, a meta do núcleo de formação é realizar peneiras todos os meses para atletas da região. Em 2013, o time masculino participa-rá dos Jogos da Juventude, da Copa São Paulo e da Liga Regional de Ribeirão Preto. O Campeonato Paulista de 2014 também está nos planos da ga-rotada. Já o time feminino dis-
puta há 10 anos o Campeonato Paulista de Basquete, nas ca-tegorias Sub-15 e Sub-17. No segundo semestre, Barretos também vai competir nas ca-tegorias Sub-19 e adulto. “Vá-rias atletas de Barretos se des-tacam no cenário do basquete
A Associação Amigos do Esporte conseguiu sua certificação para captação de recursos pela Lei Paulis-ta de Incentivo ao Esporte – ela prevê que empresas repassem até 3% do valor que recolhem de ICMS à instituição. Dois projetos já estão autorizados para a captação e ambos traba-lham com adolescentes e pré-adolescentes. Um deles incentiva a prática do espor-te, o outro identifica novos talentos no basquete femi-nino.
em maio, a várzeaO Campeonato Varzeano
da Liga Barretense de Fute-bol começa dia 5 de maio. Segundo a tabela, a primei-ra rodada da Série A prevê os seguintes jogos: Mutirão Santa Cecília x Camarões, no Paulo Prata; Inter-Marí-lia x CSU, no Frigorífico; Barretos II x Vila Diva, no Rochão; Mutirão Gomes x Predinhos, no Cavalgando para o Futuro; ADPM x Ha-bitar Brasil, na ADPM. São Bento x Nadir Kenan, no São Bento. A primeira fase
da competição vai até 4 de agosto. Nas outras séries os jogos começam dia 12 de maio. O grupo B1 terá parti-das nas manhãs de domingo. A terceira divisão amadora, B2, vai jogar no período da tarde. O presidente do Bar-retos Esporte Clube, Juni-nho Leite, disse que está em entendimento com a Liga Barretense de Futebol para que os principais jogos da várzea sejam disputados no Estádio Antônio Gomes Martins, o Fortaleza.
brasileiro” – lembra Jesus de Oliveira. “Fernanda Balbiano, do Ourinhos, foi eleita no ano passado a melhor jogadora da Liga Nacional. Naira,da equi-pe de São José dos Campos e Joyce Coelho, do Guarulhos também são barretenses.”
o apoio de empresas
“A captação de R$ 320 mil, autorizados pelo gover-no do Estado, pode ter su-cesso. A entidade tem uma carta de intenções de doação da Usina Guarani, uma das empresas que mais pagam ICMS na região” – revelou o diretor Jesus de Oliveira.
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foto síntese – revivendo elisa branco Palavras cruzadasPalavras cruzadas
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As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.
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horizontal – 1. Quem faz pesquisa 2. Sigla do Rio Grande do Sul; Nome das plantas que causam irritação na pele 3. Que contém ópio; Liga Oficial Pokémon 4. Quadro-negro; Radical NO2, que torna mais ácida a molécula da qual faz parte 5. A letra R; Visto que 6. Tribunal Administrativo Tributário; Classe de compostos orgânicos com um radical hidroxila ligado a um núcleo de benzeno 7. Tornar mais fino 8. Sorri; Indica a pessoa que fala e funciona como sujeito da oração; Bashar Hafez al-, dirigente sírio 9. Cidade do Ceará; As três primeiras letras do alfabeto; Music Theatre International 10. Lugar com água e vegetação no meio de um deserto; Designa orelha.vertical – 1. Trabalhador que vive apenas de seu salário 2. Casual, fortuita 3. Tenda, ou abrigo subterrâneo dos povos nômades do centro da Ásia; Símbolo do ósmio 4. Por pouco; Fonema correspondente à letra L 5. Nome de um bairro carioca; Plural de água 6. Que não tem bom sabor, insípido 7. Comuna da Suíça, localizada no Cantão Valais; Antônimo de forte 8. Símbolo de prata; Pau-d’arco, árvore de madeira muito resistente 9. Distúrbio da visão que impede a percepção de cores 10. Sobrenome do general que é patrono da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro; Antigo Testamento 11. Trecho musical que se executa depois de uma cerimônia.
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