repórter do marão

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LAURA TORRES investigadora da UTAD aplica o conceito da biodiversidade nos vinhedos do Douro MOUTINHO PEREIRA docente da UTAD estuda a aplicação de caulino nas vinhas para travar o stress Prémio GAZETA Nº 1268 | outubro ' 12 | Ano 29 | Mensal | Assinatura Nac. 40€ | Diretor: Jorge Sousa | Edição: Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | t. 910 536 928 | Tiragem média: 20 a 30.000 ex. | OFERECEMOS LEITURA PEDRO GARCIAS jornalista, crítico e produtor viaja com mala carregada de vinhos repórter do marão RITA MARQUES FERREIRA, enóloga e produtora OUTUBRO ’ 12 + norte

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Revista Mensal de Informação. Tiragem média de 20 a 30 mil exemplares. Distritos do Porto, Vila Real e Bragança e parte dos de Viseu, Aveiro e Braga. Regiões do Douro, Tâmega e Sousa, Trás-os-Montes

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Page 1: Repórter do Marão

LAURA TORRES

investigadora da UTAD aplica o conceito da biodiversidade nosvinhedos do Douro

MOUTINHO PEREIRA

docente da UTADestuda a aplicação de caulino nas vinhas para travar o stress

As paixões do vinho

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RITA MARQUES FERREIRA, enóloga e produtora

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Elas começam a granjear respeito numa fileira que, tradicionalmente, não lhes estava destinada. O seu toque de elegância e sensibilidade acrescentam valor às suas competências técnicas. Sejam empresárias, produtoras ou enólogas, elas conhecem o caminho e sabem bem onde querem chegar.

RITA MARQUES FERREIRA, enóloga e criadora dos vinhos CONCEITO

“Não me imagino a fazer mais nada que não fosse vinho”

Patrícia Posse | [email protected] | Fotos | J.S.

Depois de uma primeira experiência em 2003, Rita conseguiu ver Conceito, o seu vinho de marca lançado em 2005 e nascido nas suas vinhas de Cedovim [Vila Nova de Foz Côa], recolher elogios da crítica e boa aceitação. “Quando comecei a tomar conta das vinhas, deixámos de usar herbicidas. Fazemos uma agricultura muito mais sustentada e ecológica, o que acaba por se refletir nos vinhos.”

Aos 30 anos, Rita tem já investidos mais de 700 mil euros na sua própria ade-ga, mas mantém-se firme e confiante. “Não estou arrependida, até porque neste momento não me imagino a fazer mais nada que não fosse vinho.”

Enologia como alternativaO gosto pela vinha e pelo vinho foi quase uma herança gené-

tica, pois a sua progenitora era proprietária das vi- nhas. “Fiz dois anos de engenharia mecânica, mas não gostei do curso e, natural-mente, mudei para enologia.” Natural de Coim- bra, Rita confes-sa que quando era mais nova nunca “ligou muito mas depois houve um clique”.

A família não abraçou a ideia de âni- mo leve, pois eno-logia “ainda era visto como um curso de menor reputação”. Embora a maioria dos seus colegas de faculdade não es-tejam a trabalhar na área, Rita acredita que ainda há bas-tante saída profissional, ressalvando que se trata de um trabalho “relativamente duro, que ocupa muitas horas, principalmente durante a vindima”. “Há muita gente que pensa que um enólogo vai a uns jantares e prova uns vinhos. Depois, têm um choque quando saem da uni-versidade e percebem que não é bem assim.”

É no tempo das vindimas que a sua escolha parece ga-nhar mais sentido. “É muito stressan- te, mas também é o culmi-nar de todo um ano de trabalho na vinha.” Raras são as exceções à rotina de chegar à adega pelas 8h30 e sair de madrugada. Daí que um vinho seja “quase

São longas as maratonas de trabalho, tanto na vinha como na ade-ga. Tudo em prol das suas obras-primas, que têm conquistado os mercados além-fronteiras. Rita Marques Fer- reira (criadora da marca Conceito e que falou ao RM ), Sandra Tava- res da Silva (que lançou a marca Pintas) e Gabriela Canossa (con- sultora em enologia e que trabalhou em grandes empresas na região duriense) são alguns dos nomes que elevam a qualidade dos vinhos que germinam no Douro.

É de empenho e de amor vo- tado ao vinho que são fei-tos os dias de Rita Marques Fer- reira, uma enóloga for-mada em 2005 na Universida- de de Trás-os-Montes e Alto Douro. “O fundamental, por- que me guio sempre, é que os vinhos traduzam o sítio onde nascem, para que quan-do uma pessoa beber um vi- nho meu, reconheça esta zona do Douro. É isso que marca a diferença.”

Durante o seu percur- so académico, a jovem colecio-nou vindimas no Dou- ro, na Califórnia e em Bordéus. “França é o país onde se aprende sempre imenso, porque tem toda a história e as pessoas pensam um vinho de uma forma mais profissional”, considera.

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RITA MARQUES FERREIRA, enóloga e criadora dos vinhos CONCEITO

“Não me imagino a fazer mais nada que não fosse vinho”

Rita Marques Ferreira é responsávelpor mais de 80 hectares de vinhas no Douro Superior

como um filho”, pela atenção constante e acompanhamento que exige. “Nos vi-nhos, há uma margem enorme para melhorar, sempre”, sublinha.

Findo o ciclo das vindimas, Rita viaja pelo mundo, o que “ajuda sempre, mes-mo que seja só para abrir horizontes”. “Trabalhei com enólogos muito bons, fui bebendo e conhecendo culturas de vinho diferentes da nossa, o que enriquece.”

98% dos vinhos são exportadosApesar de o setor dos vinhos continuar a ser “um mundo de ho-

mens”, Rita destaca que “há uma percentagem de mulhe- res que começa a ser elevada”. “Há mais produtores do que havia e, natu-ralmente, aparecerão mais mulheres.” O sucesso na área não se compadece com questões de género, mas o mes- mo já não se aplica à idade. “É mais difícil por se ser novo do que por se ser mulher, porque estamos num país que não dá muitas oportunidades às pessoas novas e que as olha um boca-do de soslaio.”

Quando vai negociar com um distribui- dor no es-trangeiro, a enóloga diz-se “tratada como igual”, en-quanto que, dentro de portas, se olha “sem- pre com des-confiança para um projeto de gente nova”.

Para fazer face a alguns desses obstácu- los, Rita juntou-se a cinco jovens enólogos de diferentes re- giões do País, for-mando os Young Winemakers. A ideia prin- cipal é desenvol-ver um trabalho conjunto na promoção e nas vendas. “É uma espécie de grupo de amigos que reúne a parte profissional. Passa por dividir custos, usar as sinergias, trocarmos ideias, juntarmo-nos para provar vinhos.”

Estados Unidos, Brasil, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Angola são os principais apreciadores dos vinhos de Rita, sen-do que só 2% da produ- ção é absorvida por garrafeiras, res- taurantes e al-

guns hotéis em Portugal. “O mercado nacional só seria suficiente se escoasse a nossa produção, por isso a aposta foi a exportação.”

Este ano, os 83 hectares de vinhedos, dispersos por três quintas, renderam cerca de 400 toneladas de uva. A expectativa de Rita Marques passa por dupli-car a produção no prazo de 8 a 10 anos: “a ideia é chegarmos às 300 a 350 mil garrafas”.

Ainda que tenha sido “mais simples” entrar nos vinhos DOC, Rita produz cinco mil garrafas de um Porto Vintage, mas “tem de ser um bocadinho mais devagar, porque a concorrência é muito grande”.

“Faz todo o sentido para um novo produtor do Douro ter, também, um Vi-nho do Porto no portefólio. Já temos um Vintage e, agora, vamos ter um LBV”, adianta.

Desafios internacionaisTodos os anos, Rita reserva um mês para produzir 25 mil

garrafas na Nova Zelândia. “Compro as uvas, alugo a adega, faço o vinho e uma pequena parte fica lá e outra é escoada pela nossa rede de distribuição.”

Na bagagem, a enóloga procurou le- var uma perspe-tiva de enologia do Velho Mundo para o Novo Mundo. “Tentei fazer um vinho que fosse típi- co da Nova Zelân-dia, mas que, ao mesmo tempo, fos- se uma visão mais Velho Mundo, ou seja, que fosse um vinho menos mani-pulado, com um volume de boca maior, mais gastronó-mico”, explica.

Este ano, Rita lançará o seu pri- meiro vinho tinto feito na África do Sul em 2010, uma pro- dução de cerca de seis mil garrafas. Já em novembro, voará até aos Estados Unidos, Brasil e Canadá para promover os seus vinhos. Na próxima década, a certeza de Rita é só uma: “estabelecer as marcas no mercado”.

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Concluídos os estudos liceais, Pedro Garcias trocou Alijó, sua terra-berço, pelo Porto para tra-balhar como vendedor. Aos 22 anos, regressa ao torrão natal e compra um restaurante, que man-tém durante dois anos. Já casado, ingressa na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, obtendo a licenciatura em Ensino Básico. Porém, nunca viria a experimentar o ambiente de sala de aula no papel de professor, pois a vocação pelo jornalismo estava encoberta, já nos tem-pos da sua meninice. “Desde pequenino que lia o jornal todos os dias e gostava muito da parte desportiva”, recorda. Um dia, acordou “com von-tade de ser jornalista”, comprou um gravador e

foi para Chaves: “ia haver um jogo com o Spor-ting e andei a fazer uma investigação para saber o impacto no desenvolvimento do comércio.”

A primeira oportunidade para publicar sur-giu n’ O Primeiro de Janeiro, com honras de abertura de secção. “Fiquei todo entusiasmado e comecei a fazer mais”, confessa. No seguimen-to, acabaria por ver o seu nome impresso nas páginas d’ O Público, jornal do qual foi corres-pondente em Vila Real e editor do suplemento Fugas, no Porto. Depois de cinco anos a cruzar o Marão diariamente, Pedro queria “uma vida mais calma”. “Tinha filhas pequeninas e só pensava vir para Vila Real para ficar mais perto e poder apos-

tar no meu projeto agrícola.” Desde 2009, Pedro é não só jornalista, como crítico de vinhos, viti-cultor e, mais recentemente, produtor de azei-te. “Ser agricultor é a minha salvaguarda. Quan-do vou para as vinhas é um escape, liberto-me e desanuvio.”

Vinhos: uma descoberta demorada

“Na minha família, era o único que não gosta-va de vinho. Passados muitos anos, sou o único que está ligado aos vinhos”, conta Pedro. Tanto no jornalismo como na viticultura, tudo acon-teceu de uma forma “muito casual e casuística”, quase como se houvesse “qualquer coisa pre-destinada”.

A meio do percurso n’ O Público, o jornalista resolveu comprar uma vinha em Muxagata [Vila Nova de Foz Côa]. “Comecei a gostar muito da-quela zona agreste, pouco habitada, mas com

“O que vai dar sustentab ilidadeé ter vinho com perfil”O percurso de Pedro Garcias é prova de que o acaso não acontece por acaso. Desde cedo, aprendeu a conciliar estudos com experiências profissionais e hoje, aos 49 anos, mostra-se empenhado em apostar no seu projeto agrícola e no jornalismo, duas paixões que reconhece como viciantes.

PEDRO GARCIAS, jornalista, produtor, crítico de vinhos

Fotos: D.R., J.S. e Arquivo: F.V./Lusa

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um mosaico agrícola muito engraçado, com oli-vais, amendoais, vinhas.” Viria a apaixonar-se por uma pequena quinta à beira-rio. “Durante cinco dias nem dormi a pensar na forma de conseguir comprá-la. Entretanto vendi-a e recomprei ter-renos: de 7 passei para 30 hectares. Hoje, tenho duas quintas em Muxagata”, explica.

Critico de vinhose azeites

Em 2008, Pedro apresentou a sua candida-tura à direção da Casa do Douro, um intento que não ultrapassou os 17 dias. “Fi-lo com von-tade e acreditava piamente que havia uma so-lução”, sublinha. Neste momento, a Casa do Douro “perdeu todas as funções”, mas não é in-viável porque “as dívidas equivalem ao valor dos stocks”.

Depois do ambiente de redação, Pedro for-taleceu a sua ligação telúrica. Em 2009, lançou

o seu primeiro vinho, Mapa. “Nos últimos tem-pos, passei para os azeites e agora faço crítica de vinho e azeites n’ O Público.” Contudo, quem faz um vinho ou um azeite está “sempre inse-guro e insatisfeito”. Só quando o reconheci-mento chega daqueles que não se conhecem é que se percebe que “se calhar, vale a pena”.

Pedro considera que a globalização “ho-mogeneizou muito os gostos, de modo que os vinhos estão tecnológicos”. “Em contrapar-tida, a globalização criou um novo fenómeno, que é o advento do regionalismo. As pesso-as têm cada vez mais vontade de procurar o que é diferente”, sustenta. Por isso, há todo um novo mercado que se abre para os vinhos de caráter, vincadamente singulares. “Há um se-tor de produção que tem necessidade de fa-zer vinhos mais apetecíveis para o mercado e há outros que percebem que o que vai dar sustentabilidade no futuro é ter um perfil, que o demarque do outro.”

Atualmente, a produção de Garcias che-ga às seis mil garrafas de brancos e tintos. “Po-dia fazer 50 ou 70 mil garrafas, porque tenho área para isso, só que sempre fui empreende-dor, mas não sou aventureiro. Avanço sempre devagarinho”, conclui.

Aprendizagens bidirecionais

Pedro não tem dúvidas de que a experiên-cia como viticultor e jornalista beneficia o de-sempenho em ambas as áreas.

“Da agricultura para o jornalismo trazemos esse conhecimento real do País, que é terrí-vel, porque a agricultura é muito difícil, é dura,

é de um povo que ain-da acredita que a últi-ma saída para eles é a terra.”

Assistir ao ciclo da vinha, desde a poda até à transformação das uvas, deixa Pedro extasiado. O maior fascínio está “na li-bertação e no mila-gre da criação, quando chega a primavera e se veem as coisas a surgir”.

Mala carrega sempre vinhosPara estreitar a sua relação com a Natureza,

Pedro não descura o apuramento dos sentidos. “Se tivermos conhecimento enológico e viní-cola, mais exigentes nos tornamos e, aí, vamos começando a valorizar.”

Na sua essência, um bom néctar tem de ser equilibrado. “Os vinhos para terem alguma pia-da têm de ser frescos, com alguma acidez e ta-ninos que nos tornam a boca mais adstringen-te e nos fazem vibrar. Isso tudo aprende-se com o tempo.”

Homem das letras e dos aromas báquicos, Pedro encontra nas viagens uma forma de con-jugar interesses. No momento de escolher o destino, tem sempre em mente a preocupação de optar por lugares com tradições vinícolas ou de somar-lhes experiências vínicas. Por isso é que já saboreou vinho do Douro em lugares tão exóticos como a Amazónia. “Levo sempre vinho na mala e faço sempre o inverso. Aonde vou trago sempre vinhos”, confidencia Pedro Garcias. P.P.

“O que vai dar sustentab ilidadeé ter vinho com perfil”

PEDRO GARCIAS, jornalista, produtor, crítico de vinhos

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Juntam à experiência académica, o gosto de ir para o terreno experimentar novas técnicas, sempre com o fito na descoberta de tributos para a viticultura. Laura Torres e José Moutinho Pereira, professores e investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), coordenam projetos que prometem fazer a diferença no Douro.

As pragas afligem muitos dos viticultores da região, mas o comba-te pode ser feito com recurso à vegetação autóctone ou à técnica de confusão sexual. “Queremos construir uma rede de corredores ecoló-gicos (com sebes, rosas bravas, madressilvas), que terá como primeiro objetivo a proteção contra as pragas, nomeadamente a traça-da-uva. Esta rede terá de ser multifuncional, contribuindo para o embeleza-mento da paisagem e garantindo os habitats de aves, mamíferos ou répteis”, sintetiza Laura.

Em paralelo, é aplicada a confusão sexual, que consiste em disse-minar um odor similar ao das fêmeas para que o macho não consiga encontrá-las e concretizar o acasalamento. Contudo, o declive do Dou-ro é um obstáculo, porque “a nuvem de odor não está estabilizada e desloca-se”. Portanto, a investigadora refere que um segundo objetivo passará pela constituição de um sistema de difusão de longa duração, colocado nos pontos em que os ataques são maiores.

A conservação da biodiversidade é crucial para a sustentabilidade dos ecossistemas agrá-rios, conduz a uma redução dos tratamentos da vinha e é um forte contributo ao nível da manu-tenção da paisagem e do seu potencial turísti-co. “A nossa ideia, mais a longo-prazo, é que se tenha uma certificação verde (green label), pas-sando a informação para o consumidor.”

Iniciado em 2011, o projeto Maximização dos Serviços do Ecossistema na Vinha da Re-gião Demarcada do Douro está a ser desenvolvi-do em seis quintas durienses, num total de 700 hectares.

Apostar noenrelvamento

A intensificação vinícola causou alguns im-pactos negativos, mas sobraram ainda manchas

de vegetação. Porém, a sua dispersão pela paisagem torna urgente os já referidos corredores ecológicos.

“A partir da altura em que formos revestir o solo com vegetação nossa, as infestantes já começam a sofrer a competição e começam a deixar de causar problemas.”

É com assertividade que Laura defende que o enrelvamento é es-sencial para a fertilidade do solo, pois diminui os ataques de traça e a podridão dos cachos. “Vamos trabalhar muito com enrelvamento, pre-venção da erosão, recuperação da matéria orgânica e da vida do solo, que depois vai reduzir a utilização de fertilizantes.”

Com término previsto em 2014, o projeto coordenado por Laura “em Portugal e na vinha será uma prática inovadora”. “O Douro é uma área onda o investigador se sente realizado, porque representa um de-safio constante e a possibilidade de encontrar quem valorize o nosso trabalho.” P.P.

Quando a Ciência cuida desde a cepa

Fotos: J.S. | Trabalhos de campo: Cristina Carlos (ADVID) e Guilhermina Marques (ADVID)

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Page 7: Repórter do Marão

Sob a alçada de José Moutinho Pereira, que coordena uma equipa de nove investigadores, está a ser levado a cabo o projeto “Estratégias de curto-prazo para mitigação das alterações climá-ticas na viticultura mediterrânica”. Por um lado, procura-se, atra-vés de modelos matemáticos, perspetivar o clima nos próximos 50 anos e, por outro, encontrar medidas de curto-prazo que pos-sam ajudar as videiras a adaptarem-se melhor às condições de calor e secura. “As medidas que estamos a estudar têm como ob-jetivo ajudar a que as folhas tenham maior capacidade de refletir o excesso de sol, evitando o escaldão.”

As folhas, através da produção de fotoassimilados, vão alimen-tar os cachos, logo uma menor superfície foliar a fotossintetizar tem repercussões diretas na quantidade e na qualidade das uvas. Assim, o investigador e a sua equipa têm testado os efeitos do caulino, uma argila totalmente inerte que é dissolvida em água e pulverizada sobre as folhas, deixando-as com um tom esbranqui-çado. “No trabalho de campo, verificou-se que as partículas pre-sentes sobre as folhas reduziam a sua temperatura e evitavam o escaldão.”

A proteção da superfície foliar traduz-se, também, num uso eficiente da água. ” Se a folha estiver mais fresca, a planta vai fazer uma melhor gestão da perda de água. Por outro lado, vai fotos-sintetizar melhor e durante mais tempo.”

Rega deficitáriaA vinha no Douro sempre se desenvolveu em condições de algum

stress hídrico, porém, o estudo de estratégias de rega deficitária podem elevar os padrões qualitativos da uva. José Moutinho Pereira assegura que, no ensaio feito numa quinta no limite entre o Cima Corgo e o Dou-ro Superior, havia plantas não regadas, bem regadas e com rega defici-tária, concluindo-se que estas últimas apresentaram “benefícios muito significativos no comportamento das plantas e, consequentemente, na qualidade da uva”.

Como a Região Demarcada do Douro não é só constituída por vinhas delimitadas pelo rio, a rega “técnica e economicamente é muito compli-

cada”. Daí a insistência do investigador nas medidas de mitigação e de adaptação para ajudar as plantas a atravessar o período mais crítico do verão, sem recurso à rega.

Todavia, o investigador considera que no Douro Superior “se não fo-rem adotadas medidas, nomeadamente na rega, na escolha de castas e porta-enxertos, nos sistemas de condução ajustados a um clima com estas características de maior severidade, provavelmente a viabilidade económica da cultura pode estar em causa”.

A motivação de José Moutinho Pereira para fazer investigação na área da viticultura é indissociável das suas raízes familiares. Quando foi con-vidado para lecionar, em 1987, foi-lhe incutido o espírito de desenvol-ver estudos com utilidade para a região. Depois, foi só conciliá-lo com o “amor” que tem pela vinha: “foi através da vinha que os meus pais con-seguiram que me formasse, por isso, achei que deveria prosseguir a vida profissional ligado à fisiologia da vinha”. P.P.

Stress estival combatido com banhos de caulino

Viabilidade da cultura da vinha no Douro Superior pode estarcomprometida se não forem tomadas medidas de mitigação

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Fotos: J.S. | Trabalhos de campo: José Moutinho Pereira (UTAD)

Page 8: Repórter do Marão

O escritor António Lobo Antunes vai apresentar o seu novo livro "Não é Meia Noite Quem Quer" na edição de 2012 do Festival Literário Escritaria, em Penafiel, que começa dia 26. O escritor português será ho-menageado na quinta edição do evento literário.

De acordo com a organização, o evento vai "tomar conta durante três dias – de 26 a 28 de outubro –, das artérias da cidade, através do te-atro, arte de rua, colóquios e inúmeras atividades em torno da obra lite-rária de António Lobo Antunes".

A apresentação do novo livro de Lobo Antunes será feita por Ana Paula Arnaut.

O Escritaria homenageou nas edições anteriores os escritores Urba-no Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís e Mia Couto.

António Lobo Antunes (1942-), um nome diversas vezes apontado ao Nobel, foi distinguido em 2007 com o Prémio Camões, o mais impor-tante prémio literário de língua portuguesa. Recebeu em 2008 as insíg-nias de Comendador da Ordem das Artes e das Letras Francesas.

“Não é Meia Noite Quem Quer”

O enredo do livro desenvolve-se em três dias, sexta-feira, sábado e domingo. Uma mulher com perto de cinquenta anos vai passar um fim--de-semana na casa de férias da família, numa praia não identificada. A casa, modesta, foi vendida e ela quer despedir-se dela, mas também re-lembrar tudo o que ali se passou (...).

António Lobo Antuneshomenageado em Penafiel

escr

itar

ialetras & artes

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Foto: Arquivo / Lusa

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Amarante Rua Agostinho Gonçalves de Abreu, Recta de Ramos, Telões - Tel. 255 420 504Bragança Alto das Cantarias - Zona Industrial - Tel. 273302170Felgueiras Cabeça da Porca - Zona de Industrial de Sendim - Tel. 255 310 111 Vila Real Av. da Europa 4 - Tel. 259 301 905Marco de Canaveses Rua 1º de Maio, 34 - Tel. 255 538 050 www.mcoutinho.pt

MCoutinho

As freguesias adversárias da reforma administrativa e terri-torial pretendem manifestar-se, a 27 de outubro, em várias ci-dades do país, contra a medida preconizada pelo Governo e pela Troika. A Plataforma Nacional Contra a Extinção de Fre-guesias, um dos organizadores desta concentração, realçou que esta ação pretende mobilizar tanto a população como as autoridades locais.

Apenas cerca de um terço dos municípios apresentaram propostas de agregação das autarquias, tendo sido aprovadas as propostas nas respetivas assembleias municipais. Os que não apresentaram qualquer proposta de extinção ou de agre-gação não o fizeram por ‘questões políticas’, sobretudo por dis-cordarem da imposição governamental.

O secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Júlio, contudo, assegura que a Unidade Técnica que apoia o processo está preparada para avançar de imediato com a reorganização de todos os municí-pios que não se pronunciaram.

"Cerca de mil juntas de freguesia vão desaparecer “sem dúvida nenhuma” até ao final do ano", garante.

Segundo o governante, o processo de fusão de freguesias, será concluído a tempo de os partidos poderem preparar as eleições autárquicas de outubro de 2013.

Numa entrevista recente à agência Lusa, o secretário de Estado afirmou que uma unidade técnica para a reorganização administrativa junto da Assembleia da República fará a reorganização administrativa relativamente aos municípios que não o fizeram por iniciativa própria. “Daqui resultará, sem nenhuma dúvida, a redução de cerca de mil juntas de freguesia em Portugal”, completa.

Uma grande parte dos autarcas do país está descontente com as políticas do Governo para a administração local. Recentemente, o presidente do Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses sugeriu que os autarcas se

juntem num protesto em Lisboa, entregando as chaves das câ-maras municipais ao Governo.

Todavia, alguns municípios apresentaram propostas. No Marco de Canaveses, a assembleia municipal aprovou, após muitas horas de discussão e alguma contestação por parte de alguns populares, a redução das atuais 31 para 16 fregue-sias. Após a decisão da AM, alguns populares de Manhuncelos voltaram a protestar contra a agregação proposta (com Pare-des de Viadores), preferindo juntar-se a outra freguesia (Freixo) com a qual dizem ter mais afinidades.

Em Penafiel, os 45 votos da Coligação Penafiel Quer, maio-ria PSD/CDS, foram os suficientes para aprovar a redução de 10 freguesias, passando o município a contar com 28. Foi consti-

tuído um grande núcleo urbano na sede do concelho, que será formado pelas atuais freguesias de Penafiel, Milhundos, Marecos, Novelas, Santa Marta e Santia-go de Subarrifana, que adotará a designação da antiga vila de Arrifana de Sousa.

O concelho de Paredes também aprovou a redução do total de freguesias (tem 24), criando uma grande freguesia urbana, designada Paredes, com cerca de 20 mil habitantes. São agregadas sete freguesias: Castelões de Cepeda, Mou-riz, Besteiros, Madalena, Gondalães, Vila Cova de Carros e Bitarães.

Em Baião, a assembleia municipal pronunciou-se contra a agregação – tem atualmente 20 freguesias.

Por seu turno, as assembleias municipais de Amarante, Lousada, Felguei-ras e Celorico de Basto não se pronunciaram sobre a extinção de freguesias, sujeitando-se, agora, aos cortes que vierem a ser impostos pelo Parlamento.

Nos distritos transmontanos, a AM de Bragança reduz 10 das 49 autarquias, Chaves aprovou a extinção de 12 das 51 atuais e Vila Real propôs ficar com 20 das 30 freguesias. Macedo de Cavaleiros reduziu de 38 para 30, enquanto Mi-randela aprovou a extinção de sete, passa de 37 para 30. A Assembleia Munici-pal de Lamego também aprovou a redução de 24 para 18 freguesias.

Governo insiste em cortar mais de mil freguesiasMaioria dos Municípios não acata recomendação da troika

regiões

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22 outubro'12 | repórterdomarão

agenda | crónica

22 outubro'12 | repórterdomarão

MARCO DE CANAVESES: DOLMEN - Alameda Dr. Miranda da Rocha, 266 | T. 255 521 004

No passado dia 28 de setembro, no auditório munici-pal de Gondomar, o Centro Distrital do Porto do ISS, IP, Entidade Coordenadora da Plataforma Supracon-celhia do Tâmega atribuiu à DOLMEN o PRÉMIO de BOAS PRÁTICAS pelo desenvolvimento do projeto “PROVE – Promover e Vender” inserido na temáti-ca “Desenvolvimento Sustentável”. A atribuição deste prémio aconteceu na sequência da apreciação de um conjunto de candidaturas, tendo a Dolmen apresen-tado a sua através da Rede Social de Baião. Este sistema de comercialização de proximidade de produtos agrícolas, através da entrega direta do ca-baz PROVE, possibilita que os pequenos produtores agrícolas escoem produtos excedentários da sua ex-ploração a preço de mercado, obtendo assim um ren-dimento adicional e, por outro lado, permite que os consumidores adquiram produtos da terra e de quali-dade, desenvolvidos com base em técnicas de agricul-tura tradicional. Estiveram presentes na mencionada entrega de pré-mios, uma produtora e uma consumidora que teste-munharam o conjunto de vantagens associadas a este projeto. Amélia Freitas, enquanto produtora afirmou ter “muito gosto em ser produtora PROVE”, dizen-do que agora consegue “escoar o excedente da pro-dução, o que antes não acontecia”. Florbela Ferreira, enquanto consumidora PROVE considerou que com esta metodologia de proximidade se sente “confortá-vel na relação com os produtores, o que permite trans-mitir a opinião relativamente aos produtos, esclarecer determinadas dúvidas, indo o cabaz cada vez mais de encontro às necessidades da família”. Atualmente, há quatro núcleos de produtores PRO-VE no território “Douro Verde”. O primeiro núcleo foi criado em Baião em dezembro de 2010 e continua a proceder à entrega de cabazes todas as sextas-fei-ras. O núcleo do Marco de Canaveses surgiu em mar-ço de 2011, e para além da entrega semanal de caba-zes dedicou-se à entrega de cabazes ao domicílio no concelho de Vila Nova de Gaia, o que tem contribuído para que os produtores aumentem as suas produções. Há cerca de um ano, surgiu o núcleo de produtores de Amarante que adotou o mesmo sistema de entregas de Baião. Desde maio do corrente ano, um outro gru-po de produtores de Baião organizou-se no sentido de entregar cabazes na Área Metropolitana do Porto, à terça-feira (Núcleo Cochêca – Douro Verde).

– Prémio de Boa Prática atribuído à Dolmen

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BAIÃO: DOLMEN - Centro de Promoção Produtos Locais | Rua de Camões, 296 | T. 255 542 154

Produção editorial da responsabilidade da DOLMEN

Casa dos Lenteirões (Doces do Freixo) expande negócioA empresa marcuense Doces do Freixo,

cuja fundação remonta a 1819, alargou o seu tradicional negócio de doces ao vizinho con-celho de Penafiel e promete a criação de mais pontos de venda, nomeadamente no Porto.

Foi constituída uma nova empresa – Típico Segredo, Lda. – e o primeiro balcão de venda foi criado em Casais Novos, S. Mamede de Re-cezinhos, que originou a criação de dois novos postos de trabalho.

Segundo o promotor do projeto, que foi apoiado pelo PRODER – teve um incentivo de 37.005 euros para um investimento elegível de 111.116,07 – o investimento "permitiu criar uma microempresa no ramo da pastelaria e casa de chá, onde se vende o famoso e tradi-cional "Doce do Freixo".

A comparticipação apoiou a execução de obras no espaço de venda e a aquisição de equipamento administrativo e de informática e uma viatura para transporte da doçaria.

A nova empresa foi constituída entre um sócio gerente, Paulo Mendes e mais duas só-cias não gerentes (descendentes das fundado-ras da Casa dos Lenteirões-Doces do Freixo).

A doçaria da "Casa dos Lenteirões-Doces do Freixo" é produzida e comercializada desde 1819 e ocupa um lugar primordial na doçaria tradicional do território Douro Verde.

Este novo ponto de venda dos tradicio-nais Doces Conventuais do Freixo – que abriu ao público no final de agosto de 2011 – está localizado numa freguesia do concelho de Pe-nafiel que integra a zona de intervenção da Dolmen.

As expectativas do promotor, que já inves-tiu cerca de 70 mil euros, não foram defrauda-das. Na candidatura apresentada, projetava um volume de vendas diárias de mais de 20 quilos dos principais produtos tradicionais da casa: fa-tias de doces do Freixo, bolo de gema (cava-cas), pão de ló húmido, biscoitos de doces do Freixo, bolos de xila, bolos de arroz e queques.

Segundo o próprio, as vendas estão "den-tro das previsões" e, nesse sentido, não exclui a abertura de novos pontos de venda no Marco de Canaveses (no centro da cidade) e no Porto.

CANDIDATURAS ABERTAS3.º CONCURSO

MEDIDA 3.2. – Melhoria da Qualidade de Vida

Ação 3.2.1- Conservação e Valorização do Património Rural

De 15 de Outubro a 20 de Novembro de 2012

Consulte os Avisos de Concurso e respetivos Regulamentos no nosso site www.dolmen.co.pt

Informações Adicionais:

GAL Dolmen – Cooperativa de Formação, Educação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega, CRL

Marco de Canaveses

Alameda Dr. Miranda da Rocha, n.º 266 Fornos – 4630-200 Marco de Canaveses

Tel: 255 521 004 Fax: 255 521 678

Baião

Rua de Camões nº 294, Campelo – 4640-167 Baião

Tel: 255 542 154

email: [email protected]

UNIÃO EUROPEIAFundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento RuralA Europa investe nas zonas rurais

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22 outubro'12 | repórterdomarão

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22 outubro'12 | repórterdomarão

Portugal tem vindo a fazer um esforço significativo de investimento público de I&D, de apoio à formação avançada de re-cursos humanos e de criação de grupos de investigação com reconhecimento in-ternacional, sendo reconhecido o pa-pel da ciência e inovação no desenvol-vimento económico e o garante de uma recuperação sustentável a longo prazo. É conhecido que o país ocupa uma po-sição relevante em diversos indicadores no domínio da ciência (caso do número de novos doutorados e de estudantes de doutoramento, do nível de investimento público em I&D, do capital de risco e do número de PMEs inovadoras), embora ain-da se registe um desempenho débil em in-dicadores de patentes e no emprego em atividades com utilização intensiva de co-nhecimento.

É consensual que a economia portu-guesa revela um claro retrocesso ao nível da competitividade, assumindo contornos preocupantes na região Norte, comprova-da pela curva descendente do peso rela-

tivo da região para o PIB, da divergência do PIB per capita em relação à média na-cional e da produtividade da região, que continua em trajetória de divergência re-lativamente à média nacional. Os indica-dores de atratividade económica, do ren-dimento dos habitantes, da educação e emprego, comprovam o empobrecimen-to da região, sendo prioritário inverter esta tendência com novas opções estra-tégicas.

As políticas públicas centradas nos apoios da União Europeia tornaram o in-terior menos estigmatizado, embora as di-nâmicas de despovoamento não tenham sido alteradas. A modernização da socie-dade e a sua exposição a formas mais in-tensas de concorrência internacional, têm gerado novos fatores indutores de assi-metrias entre as regiões, uma situação que tem conhecido sucessivos agravamentos que se traduziram no crescimento urba-no e na desertificação das zonas rurais. O litoral contrasta com a ausência de mas-sa crítica do interior, um fator que inibe o

dinamismo económico e o acesso a servi-ços avançados. Este quadro de crescente esvaziamento populacional deve ser tra-vado através de uma mudança de para-digma de desenvolvimento, na qual se en-quadra a criação do parque de ciência e tecnologia de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro, com pólos em Bragança (Brigantia Eco-Park) e em Vila Real (Régia-Douro Park), envolvendo os municípios de Bragança e de Vila Real, a UTAD, o IPB e a rede Por-tusPark.

A criação do parque é desafio de uma enorme amplitude e exigência e consti-tui uma oportunidade única na promoção de uma cultura de inovação e de compe-titividade nos territórios do Douro e do Alto Trás-os-Montes, visando a captação de projetos de investimento com ativida-des de valor acrescentado e que requei-ram mão-de-obra qualificada. O parque pode ainda potenciar a atração de novas empresas comprometidas com a qualida-de dos produtos e serviços e a sustenta-bilidade e manutenção dos recursos na-

Régia-Douro Park – Um desafio para a região

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dinamismo económico e o acesso a servi-ços avançados. Este quadro de crescente esvaziamento populacional deve ser tra-vado através de uma mudança de para-digma de desenvolvimento, na qual se en-quadra a criação do parque de ciência e tecnologia de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro, com pólos em Bragança (Brigantia Eco-Park) e em Vila Real (Régia-Douro Park), envolvendo os municípios de Bragança e de Vila Real, a UTAD, o IPB e a rede Por-tusPark.

A criação do parque é desafio de uma enorme amplitude e exigência e consti-tui uma oportunidade única na promoção de uma cultura de inovação e de compe-titividade nos territórios do Douro e do Alto Trás-os-Montes, visando a captação de projetos de investimento com ativida-des de valor acrescentado e que requei-ram mão-de-obra qualificada. O parque pode ainda potenciar a atração de novas empresas comprometidas com a qualida-de dos produtos e serviços e a sustenta-bilidade e manutenção dos recursos na-

turais, bem como o desenvolvimento de projetos de I&D e a prestação de servi-ços de assistência científica e tecnológi-ca. Permitirá ainda a disponibilização de infraestruturas de elevada qualidade, que ofereçam condições qualificadas para a promoção de start-ups tecnológicos e spin-offs, nomeadamente em áreas emer-gentes do agro negócio, casos da biotec-nologia, do ambiente e sistemas de in-formação, do setor agroalimentar e das ciências florestais.

Nesta perspetiva as instituições de en-sino superior do interior Norte merecem ser apoiadas para reforçar a sua missão no desenvolvimento regional, mesmo ten-do como pano de fundo as dificuldades persistentes do país, contribuindo de for-ma mais pró-activa nos novos desafios da economia do conhecimento, permitindo alcançar um novo paradigma de desenvol-vimento.

Régia-Douro Park – Um desafio para a região

Fontainhas FernandesDiretor da PortusPark

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Aos 30 anos, Elmano Sancho é considerado um dos atores por-tugueses com maior projeção internacional, tendo já pisado pal-cos em Paris, Nápoles e Mérida e estudado em Madrid e São Paulo. Alternando entre Lisboa e Paris, o ator lamenta a situação “caótica e desgovernada” em que vive Portugal mas acredita que o espaço para a cultura será aquele que for criado pelos artistas, independen-temente dos apoios.

O homemO nome é um anagrama para Manuel e terá sido recordado de um

poema de Bocage enquanto se procurava algo de diferente. Diferente foi também o percurso que começou numa licenciatura em Economia pela Universidade do Porto, depois de sair de Valpaços, sua terra na-tal, de onde guarda memórias de “uma bela infância e adolescência”.

Terminado o 12.º ano, Elmano Sancho achou que ainda era cedo, que o teatro teria de esperar mais um pouco e dar vez aos números, apesar de estes o irem convencendo, conta a conta, que o caminho pas-sava por outro lado. Talvez por isso, enquanto os números se perfilavam em sebentas, Elmano juntou-se ao Teatro Universitário do Porto e ia treinando a voz enquanto guia intérprete nas caves de vinho do Porto.

Acabado o curso, rumou a Lisboa para fazer as provas da Escola Su-perior de Teatro e Cinema onde começou, em definitivo, a sua formação de ator. A “curiosidade” e a capacidade de falar várias línguas fizeram-no dar o salto de Portugal para escolas em Madrid, São Paulo e Paris que serviram de catapulta para os palcos de Espanha, França, Itália, Bélgica, Brasil, Irão, Japão e Turquia. Em 2008, foi um dos três portugueses sele-cionados para integrar a primeira Companhia Teatral Europeia e entre 2009 e 2010 pertenceu ao elenco da Comédie-Française.

E se no início a vontade era a de “viajar e partilhar experiências com

Situação do país é“caótica e de sgovernada”

elm

ano CRise tAMBéM AFetA As ARtes

BINome: Elmano SanchoData de Nascimento: 25 de dezembro de 1981Habilitações Literárias: Licenciado em Economia pela FEP/UP;Licenciado em Formação de Atores pela ESTC/IPL; Licenciado em Tradução pela FSCH/UNL.

PRÉMIOSNomeação na categoria

de teatro para melhor ator com a peça Não se Brinca com o amor para os prémios SPA/AUTORES 2012.

Nomeação na categoria de teatro para melhor ator com a peça Não se Brinca com o amor para os prémios Globos de Ouro 2012.

14 outubro'12 | repórterdomarão

Liliana Leandro | lleandro.tamega [email protected] | Fotos D.R.

perfil

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novas pessoas”, atualmente mantém-se o propósito ao qual procura juntar “contactos de forma mais consciente com novos profissionais em busca de novas e mais oportunidades e experiências de trabalho”.

O atorSer considerado um dos atores portugueses com maior projeção

internacional significa para Elmano que tenta “trabalhar também lá fora enfrentando outras dificuldades acrescidas às que são inerentes à área, seja aqui ou no estrangeiro”. Luta, persistência, trabalho, esforço, enorme dedicação são as palavras-chave para quem dos palcos procu-ra viver e sobreviver.

De Portugal diz que a situação é “caótica, desgovernada”, tornando--se mesmo “revoltante”. Ainda que “fragilizado”, o espaço que existe para a cultura será, para o ator, aquele que os próprios artistas conseguirem criar, fruto do seu trabalho e independentemente de eventuais apoios.

Do seu percurso destaca o papel “mais difícil” de Herodíades, do es-critor italiano Giovanni Testori, com encenação de Jorge Silva Melo, le-vado a cena em Lisboa pelos Artistas Unidos. A “complexidade “ do tex-to levou a uma “pesquisa intensa” que o permitisse enfrentar sozinho o palco. Em curso tem atualmente três peças: A estalajadeira de Carlo Gol-doni com encenação de Jorge Silva Melo, O campeão do mundo ociden-tal de John Millington Synge com encenação de Jorge Silva Melo e WCT de David Hare com encenação de Bruno Freyssinet.

E o que é para Elmano Sancho ser ator?, ousamos perguntar. “Sig-nifica ser um elo de ligação sensível entre um autor, e o seu texto, a vi-são do encenador e o público”. Subir ao palco, conta, é por vezes “quase transcendental” mas também consegue ser “difícil e doloroso”. Restam as pessoas com quem partilha a vida e os livros como escape do dia-a--dia da “pessoa atenta, curiosa e persistente” que é Elmano Sancho.

Situação do país é“caótica e de sgovernada”

sanch

o CRise tAMBéM AFetA As ARtes

NO CINEMAAs Linhas de torres, de Raúl Ruiz e Valéria Sarmiento. Clap Films. (2012)A Morte de Carlos Gardel, de Solveig Nordlung . Longa-metragem. (2011)Marginais, de Hugo Diogo. Longa-metragem.(2010)sentimentos em direto, de F.M.M. Curta-metragem. (2007)J´appelle dans le vide, de Keren Ben Rafael. Curta-metragem. (2007)entre Parenthèses, d'Odile Brook. Média-metragem.(2007)ego, de Catarina Vidigal. Curta-metragem. (2006)Rui e Filipe, de Tiago Almeida. Curta-metragem. (2005)

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Liliana Leandro | lleandro.tamega [email protected] | Fotos D.R.

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ra um campo de terra, um espaço pequeno sem nome à altura da dimensão minúscula. Chamar-lhe “campo de terra” é só por jeito da escrita. Esse espaço de que escrevo,

ficava no meio da cidade. De uma cidade grande, tão grande, que também as palavras fogem à realidade, pois nenhuma é conhecida que albergue tamanho espaço. Na cidade “grande” as casas e os carros confundiam-se na multidão. Tudo, absolutamente tudo, era feito em muitos números. Por exemplo, uma fila para ir aos Correios, era uma fila de milhares de pessoas. Uma fila para pagar nos mega-hiper-mercados, geralmente dava a volta a dois quarteirões e demorava mais de um dia a resolver-se. Nessa cidade gigante as pessoas tinham elas próprias dimensões acima dos percentis conhecidos como aconselháveis. As mãos eram do tamanho de metade dos braços, para que pudessem pegar em mais coisas ao mesmo tempo, as pernas o dobro do tamanho a que estamos geralmente habituados – para um cidadão de 1m70 – para que pudessem chegar mais rápido. E chegavam. Chegavam de um lado ao outro, sem se deslocarem. Sem se moverem. Nem precisavam. Chegavam onde queriam sem precisarem de esforço. Era só esticar uma perna, um pé, o dedo grande. E já estava. Já estavam. Chegavam só de esticar o braço - que dava duas voltas ao corpo – de esticar a mão, os dedos em jeito de tenazes. Todos se davam bem sem se darem. Não será por isso de estranhar, que um “campo de terra” minúsculo, mais pequeno que o próprio milímetro, passasse despercebido entre os homens desta cidade. Muitas das vezes, não passava só despercebido, como passava escondido, espezinhado, por baixo de um pé número 54. Assim era a lei dos grandes. Assim nasciam e morriam muitos dos homens sem que nada de extraordinário lhes acontecesse, sem que os movimentos – parcos - os levassem a algum lado. Acontece porém – porque às vezes acontece – que um dia os homens começaram a ficar fracos. Sem força para dar o passo. Sem força para esticarem os braços. Sem força para abrirem os dedos para segurar. Sem força para darem a volta ao quarteirão, para darem a volta às voltas que os braços davam enrolados no próprio corpo por falta de outros corpos. Alarmados os médicos, logo surgiram as hipóteses

de cura em anúncios de televisão. Os mega comprimidos tomados ao deitar não ajudavam. Não que a culpa fosse dos comprimidos, mas parece que de um momento para o outro, a noite tinha esticado tanto quanto os homens e nunca mais chegava o dia. Os homens tinham pesadelos atrás de pesadelos e quando finalmente o dia acordava, as forças tinham ido com a escuridão e os homens levantavam-se amorfos. Os que conseguiam levantar-se. Nesta como em todas as cidades do mundo feita de gente grande, há sempre um ou outro adulto que não cresce tanto. E foi o adulto

mais pequeno desta cidade grande que começou a desvendar o mistério da falta de força. Por ser mais pequeno mexia-se melhor, olhava mais perto, aproximava-se mais, via mais o pormenor. Dava passos e mexia-se. Como as pernas eram mais pequenas, precisava deslocar-se, andar, para ir de um lado ao outro. Foi numa dessas caminhadas que parou a meio – um pouco cansado – e pousou ao de leve a mão curta sobre o peito estreito. Sentiu um minúsculo coração ofegante pelo esforço. O coração dançava a um ritmo acelerado. Os dedos pequenos do adulto mais pequeno da cidade grande, conseguiam senti-lo, quase tocar-lhe, quase acaricia-lo, sentir-lhe o peso e o tamanho. E era muito pequeno. Ágil e veloz, desperto, enérgico. O coração. Nesse momento o pequeno grande adulto levantou-se recomposto e com o coração agitado. Correu em direção aos outros homens - sim, conseguia correr – e colocou-lhes a pequena mão sobre o tronco, o peito, enorme, quase sem vida. E sentiu entre os dedos o bater tímido de um coração pequeno, tão pequeno para a dimensão dos homens grandes. Percebeu nesse momento o que se passava: os homens tinham crescido, tinham assumido dimensão de gigantes, mas o coração que lhes batia no peito continuava humano. Continuava no tamanho certo. Talvez nada estivesse perdido, pensou. Como fazer os homens voltar ao tamanho dos homens? Como fazer que os dedos voltassem às mãos normais? Os pés aos passos certos? Nesse deambular de pensamentos, o pequeno homem olhou em volta. Nem um espaço, nem um pequeno espaço vazio para poder repousar os seus minúsculos pés que cada vez mais lhe pareciam menos grandes. Até que no meio de tamanha dimensão viu um pequeno espaço. Ajeitou os olhos ao tamanho do que via e viu melhor. Era um pequeno campo de terra. Terra solta. O homem aproximou-se. Tocou-lhe. Afastou com os dedos o pó que cobria uma pequena tabuleta: Rua da Utopia. Achou o pequeno homem que não podia ser verdade o que via, pois sempre julgou que a utopia – por definição – não estaria em lado algum. No entanto, estava. Ali, cheia de pó. O pequeno homem deixou-se ficar. Acreditando que dali a nada os enormes olhos dos homens gigantes iam olhar e ver o pequeno espaço, que afinal talvez não fosse assim tão pequeno. Tinha a dimensão exata de um coração humano.

Eduarda Freitas

Na rua da utopiaE

Foto: http://vi.sualize.us

crónica

16 outubro'12 | repórterdomarão

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A terceira edição da Bienal da Pedra, organização que é partilhada pela Câmara do Marco de Canaveses, Junta de Freguesia de Alpendurada e Confraria do Gra-nito, constituiu mais um exemplo da dinamização do setor de granitos e pedras ornamentais, que continua a ter grande peso económico entre o tecido empre-sarial do Município.

Segundo os últimos elementos diviguldados por responsáveis do setor, as em-presas de extração e transformação de granitos sediadas na zona do baixo conce-lho do Marco de Canaveses, dão trabalho diretamente a quatro mil operários e in-diretamente a cerca de 16 mil.

Anualmente são extraídas ou transformadas mais de dois milhões de toneladas de granito, 750 mil das quais destinadas à exportação.

A centena e meia de empresas de granitos gera um volume de negócios supe-rior a 250 milhões de euros.

A bienal da pedra, realizada entre 12 e 14 de outubro, constitui, segundo os promotores, “um evento que se afirma como uma mais-valia para a divulgação, promoção e expansão desta atividade”.

A terceira edição do evento, que teve lugar em Al-pendurada, juntou cerca de sete dezenas de exposi-tores ligados à transformação e comercialização de granitos, além de empresas ligadas ao comércio de ferramentas, máquinas e acessórios.

O evento proporcionou aos visitantes da bienal a oportunidade de ver alguns artífices [artesãos] a transformar o granito tosco em peças de arte. Os melhores trabalhos foram premiados.

Bienal da Pedra dinamiza setor dos granitos em Marco de Canaveses

Cenários deEnvelhecimento

Cláudia Moura

eNVeLHeCiMeNtO AtiVO:Um triunfo e um Desafio

Para atingir a compreensão e atuação junto da população idosa, é decisivo compreender o idoso e estabelecer com ele, uma prática

eficaz, garantido assim a construção de boas práticas de intervenção.

[email protected] Professora Universitária e Investigadora na área da Gerontologia.

DEIXO-VOS A PENSAR … No âmbito da comemoração do Ano Europeu do Envelhecimento Ati-

vo e da Solidariedade Entre as Gerações. É pretendido no decorrer do ano de 2012, sensibilizar para a importância do envelhecimento ativo, com vis-ta a criar melhores oportunidades aos mais velhos no combate à exclusão social fomentando a participação ativa na sociedade. Afinal, o envelheci-mento ativo constitui igualmente um instrumento eficaz de luta contra a pobreza na velhice.

Como consequência deste horizonte, torna-se urgente capacitar as pessoas mais velhas para a contribuição ativa no mercado de trabalho e à comunidade permitir-lhe lidar com o novo desafio demográfico de for-ma sustentável.

Sendo, o envelhecimento demográfico um fenómeno social atual, a evolução demográfica deve ser encarada como uma oportunidade, que pode trazer soluções inovadoras para muitos dos atuais desafios.

Diante do quadro representado, é de referir que este é um processo sério que mergulha profundamente na pessoa humana. Tal, implica otimi-zar as oportunidades nas esferas sociais, permitindo, que as pessoas mais velhas possam ter um papel ativo na sociedade, sem descriminação, parti-cipando na sociedade de acordo com as suas necessidades e capacidades, ao mesmo tempo que é garantida a proteção adequada, segurança e cui-dados de assistência.

A Evolução demográfica constitui simultaneamente um desafio e uma oportunidade.

Considerando que o envelhecimento da população vai aumentar a necessidade de contratação de pessoal para os serviços sociais e de cuida-dos destinados às pessoas idosas, podendo provisoriamente ser compen-sado na próxima década pela subida das taxas de emprego.

Projeções recentes indicam que, embora a população ativa comece a diminuir a partir de 2010, o número total de pessoas com emprego con-tinuará a aumentar até 2017. As evoluções positivas esperadas em maté-ria de emprego tendem a criar uma janela de oportunidade que permita avançar com reformas antes que se façam sentir os efeitos plenos do en-velhecimento. Mas o aumento das taxas de emprego só provisoriamente pode atenuar os problemas e a longo prazo a mudança demográfica terá importantes consequências.

O envelhecimento da população pode mesmo constituir uma opor-tunidade para aumentar a competitividade da economia europeia.

É oportuno oferecer aos agentes económicos europeus as melhores condições para que aproveitem as oportunidades das mudanças demo-gráficas em termos de criação de novos mercados de bens e serviços adap-tados às necessidades dos mais velhos. Um primeiro passo nesta direção será o incentivo à criação de apoios que favoreçam a qualidade de vida, tal diz respeito, a domínios como as infraestruturas necessárias ao bem-estar do idoso. Estas medidas, são urgentes de forma a completar o novo para-digma de família, sendo que atualmente as casas são mais pequenas, as fa-mílias menos disponíveis para assumir o papel de cuidadores, o que impli-ca a necessidade de recorrer a repostas sociais, que garantam o equilíbrio nas relações interfamiliares.

crónica | regiões

18 outubro'12 | repórterdomarão

Page 19: Repórter do Marão

A proposta final de reorganização do mapa judiciário apresentada pelo Mi-nistério da Justiça atendeu os protestos dos operadores judiciários na região in-terior do Distrito do Porto, que culmina-ram com manifestações, nomeadamen-te em Amarante. As oito comarcas do Tâmega e Sousa mantêm os tribunais, fi-cando Penafiel como a sede da nova Co-marca do Porto Este (estarão ali sedia-dos o juiz-presidente e o administrador judiciário). O documento prevê ainda que as secções de competência espe-cializada fiquem distribuídas pelos oito municípios – Penafiel, Paredes, Felguei-ras, Lousada, Paços de Ferreira, Baião, Amarante e Marco de Canaveses.

Ao tribunal de Amarante caberá a sec-

ção central de comércio, com três juízes, enquanto Lousada ficará com a execu-ção (dois juízes). No Marco de Canave-ses ficará com a instrução criminal (dois juízes) e em Paredes será instalada a sec-ção de família e menores (três juízes).

Cada uma das oito comarcas terá uma instância com secção de competência genérica e em sete dessas comarcas ha-verá uma secção cível e outra criminal. Em Baião, a mais pequena das comarcas do Porto interior, será instalado apenas um juiz para a secção criminal.

A anterior proposta gerou protestos no Tâmega e Sousa porque previa Gon-domar como sede da Comarca do Por-to Este, obrigando população e opera-dores judiciários a grandes deslocações.

Tribunais: Protestos atendidos no Tâmega e Sousa

regiões

repórterdomarão | outubro'12 19

PAREDES – Continente Modelo | Intermarché | Casa do Benfica | JCA | Câmara Municipal | Nosso Café | Bombeiros | Paredes Hotel Apartamento | JAP Renault | Mitsubishi - Mouriz | Galp (centro) | Hospital da Misericórdia | Lusodiesel | CTI Tractores | MCoutinho (Seat,Ford,Peugeot) | Esc. Secundária | Esc. Básica 2/3 | Pastelaria Cakes | Casa da Cultura | Padaria/Pastelaria Princezinha | Livraria GriffinPENAFIEL – Pingo Doce | Intermarché | BricoMar-ché | Roady | AKI | Hospital do Tâmega e Sousa | Câmara Municipal | Café Alvorada | Café Imperial | Mcdonalds | Café "O cantinho" | Pastelaria Nova Doce | Pastelaria Aliança | Pastelaria Aromas de Cafe - Sameiro (junto EB) | Pena Hotel | Real Fran-cesinhas | Bracalândia | Esc. EB 2,3 - A. Ferreira Go-mes | Esc. Secundária (Sameiro) | Esc. EB 2/3 Pena-fiel Sul | Esc. Secundária (Guilhufe) | Estação CP | Clinica Med. Arrifana de Sousa | Cafe Palla | Staples | PENAFIEL SUL: Ecomarché Termas de São Vicente Penafiel | Hotel e Termas de S. Vicente | Inatel En-tre-os-Rios | Restaurante Al-margem | Bombeiros | Restaurante Ponte da PedraPAÇOS DE FERREIRA – Continente Modelo | Pin-go Doce | Intermarché | Câmara Municipal | Clínica Radelfe | Biblioteca | Esc. Secundária | Grupo Mar-tins | FERRARA PLAZA: Continente Modelo | Lojas JCA+Freamunde | Loja IZILOUSADA – Pingo Doce | Continente Modelo | In-termarché | Piscinas Municipais | Esc. Preparatória | Esc. Secundária | Bombeiros | Espaço Artes | Câ-mara Municipal | Confeitaria Cascata Rosa | Con-feitaria Central | Café Paládio | Farmácia RibeiroFELGUEIRAS – Continente Modelo | Pingo Doce | Intermarché | Esc. Sup Tec. e Gestão | Central Ca-mionagem | Hotel Horus | ISCE | Biblioteca | Galp | McDonalds; LIXA: Continente Modelo | Esc. Secun-dária | Esc. C+S | Staples | BombeirosFAFE – Pingo Doce (Rotunda A7 e Montelongo) | Galp | Intermarché | Euronics | Continente Modelo | E.Leclerc | Hotel Confort Inn | Esc. EB 2,3 | Esc. Se-cundária | Central de Camionagem | Bombeiros | Hospital | Bar da Praça | Arcadia Café | Posto de Tu-rismo | Sãozinha Café | Câmara Municipal | Esc. EB 2,3 - Montelongo | Biblioteca | Teatro Municipal | Pavilhão Desportivo Municipal | JAP Renualt | Pos-to BP (Saída Guimarães) | FafeDieselAMARANTE – Pingo Doce | Intermarché | Conti-nente Modelo | Câmara Municipal | Quiosque da Alameda | Café Bar | Museu Amadeo de Souza Car-dozo | Hotel Casa da Calçada | Confeitaria da Pon-te | Esplanada Tílias | Casa da Juventude | Clínica e Café Cristal Center | Café da Manhã | Bombeiros | Momel (Loja Cepelos, Sede e Ponte Pego) | Loja Informática Microtâmega | Estação Rodoviária | Petrofregim | Papelaria Lena | Livraria Moruscla | Café Conde | Centro Pastoral | Galp | Biblioteca | FVform - Formação Profissional | Café/Restau-rante Príncipe | Café Conselheiro | Café Pardal (R. 5 Outubro) | Hosp. São Gonçalo | Café Grão Real | Café Seara | JAP Renault | Casa das Artes | Café Campo da Feira | Salão de chá Butterfly | Esc. Prof A. Lago Cerqueira | Pastelaria "O Moinho" | Esc. Se-cundária | Esc. EB 2,3 | Esc. EB 2,3 de Telões | Colé-gio de São Gonçalo | Esc. Básica da Sede | Papelaria Jorge Pinheiro (junto Biblioteca) | Chaimite (St. Lu-zia) | Alvescar (Opel) | Pastelaria Sonhos do Tâmega | P. Combustivel Pinheiro Manso (Ponte Pego)MARCO DE CANAVESES – Continente Mode-lo | Pingo Doce | Intermarché | Hosp. Rainha San-ta Isabel | Câmara Municipal | Assoc. Empresarial | Dolmen | Barbearia Correira | Café ETC | Esplanada Da Vinci | Biblioteca | Café Woodrock | Bombeiros | Esc. Secundaria | Esc. EB 2/3 | JAP Renault | Pastela-ria Café Copacabana | MCoutinho - Sede | Restau-rante Momentos | Santana | Standarte | Mitsubishi (Stand) | Repsol | Farmácia Couto Leite | Pastelaria Café Copacabana (R. Amália Rodrigues) | Publi-

graf | Padaria Marcoense | Restaurante Tanoeiro | Hemauto | Estação CP | MARCO SUL: Escola Pro-fissional de Agricultura Rosém | VILA BOA DO BIS-PO: Café Nascer do Sol | Bombeiros | Padarias Reu-nidas | Padaria A. Moreira | Café Entroncamento | ALPENDURADA: Café Desportivo | Padarias Reuni-das | Café Avenida | Café Caçador | Ecomarché | Mi-niPreço BAIÃO – MiniPreço | Intermarché | Câmara Muni-cipal | Bombeiros | Dolmen - Loja | Esc. Secundária | Pensão Borges | Gelataria Carioca | Café Gomes | Café Camões | Canastra Doce (1,2,3) | Café Snack Bar Fonte Nova | STA. M. ZÊZERE: Canastra Doce (1,2) | Galp | BombeirosCASTELO DE PAIVA – Intermarché | Supermerca-do Douro | Câmara Municipal | Centro de Saúde | Bombeiros | Hotel S. Pedro | Esc. EB 2,3 | Esc. Se-cundáriaCINFÃES – Intermarche | MiniPreço | Câmara Mu-nicipal | Museu Serpa Pinto | Hotel Porto Antigo | Restaurante Papilom | Churrasqueira Varanda | Salão de Chá Tentação | Café Central | Café Snack Bar Kibom | Bombeiros | Café Palhinhas RESENDE – MiniPreço | Supermercado Matias | Confeitaria Rabelo | Misericórdia | Café Churras-queira “O Imigrante” | Pastelaria Cavacas | Bom-beiros | Restaurante Cafe (Junto MiniPreço) | Esc. EB 2/3 | Esc. Secundária | CALDAS DE ARÊGOS: Cal-das Bar | Café Esplanada (junto Correios) | Rest. A Tília | Douro Park HotelMESÃO FRIO – Supermercado (R.Cerdeiras) | Su-permercado Queirós | Câmara Municipal | Bom-beiros | Santa Casa Misericordia | Café Avenida | Salão de Chá Neto do Fadinho | Cafe Art | Café Sna-ck Bar Rio Mira | Esc. EB 2,3PESO DA RÉGUA – Continente Modelo | Pingo Doce | Intermarché | Estação CP | Hotel Régua Dou-ro | Biblioteca | Posto de Turismo | Museu do Dou-ro | Pastelaria Sírios | Café Snack Bar “O Barquinho” | Esc. Sec. Dr. João de Araújo Correia | Esc. EB 2,3 | Esc. Prof. RodoLAMEGO – Pingo Doce | Central de Camionagem | Hotel | Postos Galp (R. Infantaria e Lg.Desterro) | Hospital | Bombeiros | Pastelaria da Sé | Casa de Chá | Pastelaria Sª Remédios | Pastelaria Solar Chá Espirito Santo | Café Esplanada ParqueVILA REAL – Continente | Jumbo | Intermarché | Pingo Doce (junto PSP e N. Sª Conceição) | Rodo-norte | McDonalds | UTAD (Biblioteca e Centro de Cópias) | Centro Hospitalar | Pastelarias Gomes (centro e junto RTP) | Pastelaria Nova Pompeia (1,2) | Padaria Confeitaria Serrana | Posto de Turis-mo | Hotel Miracorgo | Biblioteca | Galp | Teatro | Café-Concerto | Dolce Vita: Balcão de Informação, Posto de Turismo e Rádio Popular | MCoutinho (Peugeot e Mercedes) | Zona Industrial: Renault, Nissan, Ford e Corgobus VILA POUCA DE AGUIAR – Intermarché | Alber-garia da PenaCHAVES – Pingo Doce | Continente Modelo | McDonalds | Posto Turismo | Hotel Casino Solver-de | Hotel Forte S. Francisco | Hotel Aquae Flavie | Termas | HospitalBRAGANÇA – Continente Modelo | Intermarché | Pingo Doce | Café da Estação | Mercado Municipal | Hospital | CESPU | Politécnico de Bragança (IPB) | Café Chave D'Ouro | Café Flórida | Livraria Rosa d’Ouro | Restaurante Manel | Confeitaria Domus | Biblioteca | Centro de Arte Graça Morais | Pastela-ria Apolo 71 | Hotel Ibis | Hotel Turismo São Lázaro | Pousada S. Bartolomeu | MCoutinho (Mercedes/Audi, Fiat, Ford, Ocasião, BMW)MIRANDELA – Intermarché | Pingo Doce | Hotel D. Dinis | HospitalMACEDO DE CAVALEIROS – Intermarché | Mini Preço | Piscinas Municipais | Centro Cultural | Institu-to Piaget | Biblioteca | Câmara Municipal | Hospital

DISPONÍVEL EM 400 LOCAIS DE DISTRIBUIÇÃO

repórterdomarão+ no rte

O presidente da Câmara de Amarante anunciou que recebeu garantias do secre-tário de Estado da Saúde que o novo hospi-tal da cidade, concluído há um ano, vai abrir até ao final de dezembro, apesar de ainda es-tarem a decorrer os concursos para alguns equipamentos.

O autarca participou este mês numa vi-sita privada à nova unidade hospitalar, na

qual participaram o secretário de Estado Ma-nuel Ferreira Teixeira, o presidente da Admi-nistração Regional de Saúde do Norte, Cas-tanheira Nunes, a administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e o líder da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Jorge Magalhães.

Está previsto o hospital funcionar com uma urgência básica entre as 08:00 e as 22:00.

Amarante: hospital abre até fim do ano?

Page 20: Repórter do Marão

As próximas semanas ficarão marcadas pelo debate e votação do Orçamento do Estado (OE) para 2013, cujas linhas gerais, pelo menos do lado da receita fiscal, começam a ser conhecidas precisamente no momento em que escrevo estas linhas, após uma longa maratona para aprovação da proposta em Conselho de Ministros.

Palavras como terramoto e devastação foram de pronto usadas para classificar o agravamento fiscal que os portugueses vão sentir no próximo ano e que coloca o nosso país entre aqueles onde é maior a colecta fiscal por parte do Estado. Nada que não se esperasse depois dos anúncios “prometedores” do ministro Vítor Gaspar e das trapalha-das em que o Governo se enredou com as alterações na Taxa Social Única (TSU), em que se propunha reduzir as contribuições das empre-sas tendo como contrapartida o aumento de sete pontos percentuais nas contribuições dos trabalhadores.

O Governo, que viu o país manifestar-se nas ruas como há mui-to não sucedia, teve de recuar na medida e encetou uma fuga para a frente, aumentando os impostos de forma inaudita, ao arrepio de tudo aquilo que prometera. Contudo, não é apenas o potencial ganho com a TSU que é necessário compensar, mas sim a total incapacidade do executivo em conter a despesa pública em limites aceitáveis para a meta do défice orçamental. Aqui reside a raiz de todos os problemas.

O executivo de Passos Coelho não foi capaz de levar por diante as reformas necessárias para reduzir a despesa nos sectores mais sensí-veis da administração e, em alternativa, prosseguiu o caminho de cas-tigar os rendimentos do trabalho e as pensões, de reduzir os apoios sociais e de aumentar os impostos sobre o património. Estas sucessi-vas medidas de austeridade tiveram um efeito profundamente reces-sivo e contribuíram para que a economia nacional chegasse ao ponto em que se encontra.

Cresce o número de falências e insolvências, aumenta o desem-prego e o número de empresas que fecham por incapacidade de finan-ciamento e por ausência de mercado. Esta realidade deveria motivar o Governo a privilegiar alternativas que fomentem o apoio aos secto-res transaccionáveis da economia, promovendo o investimento e a ex-portação. O esforço de consolidação das contas públicas deveria incidir

mais sobre a penalização dos bens importados e não tanto sobre a di-minuição dos rendimentos, como parece ditar a cartilha governamen-tal. Assim, o país só pode continuar a definhar.

Vítor Gaspar tem insistido nas políticas recessivas, sem conseguir atingir os resultados a que se propusera. As metas orçamentais fixadas não foram alcançadas, as receitas fiscais têm ficado muito aquém do previsto e os limites do défice tiveram de ser renegociados com a troi-ka. Malgré tout, o Governo carrega na mesma tecla para 2013, testan-do os limites dos portugueses.

Entretanto, o país foi confrontado com sérias divergências entre os dois partidos da maioria, que têm alimentado um autêntico jogo do gato e do rato em torno de questões centrais da governação. Pau-lo Portas distanciou-se da proposta da TSU e não têm faltado sinais de que o CDS, o “partido do contribuinte”, quer distanciar-se das políticas recessivas que têm atingido de forma gravosa os rendimentos dos par-ticulares. Não faltaram mesmo vozes de actuais e antigos dirigentes do PSD e do CDS a admitirem que a coligação estava em causa.

Os sucessivos casos que foram manchando a reputação do execu-tivo contribuíram para o desgaste da imagem do primeiro-ministro e do Governo e não é certo que uma remodelação governamental baste para dar um novo fôlego à maioria. É verdade que não me recordo de ver uma liderança ter sido posta em causa tão cedo e de forma tão vee-mente como acontece com a de Passos Coelho, mas não creio que seja viável, como muitos propõem, o surgimento de uma nova liderança no PSD e a indicação de um outro primeiro-ministro sem recurso a elei-ções legislativas. Os mandatos devem cumprir-se e a maioria PSD/CDS tem a responsabilidade de assegurar essa estabilidade governativa.

A discussão do OE para 2013 vai ser um duro teste à maioria. As re-sistências provenientes dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos partidos da oposição, com o PS sem alternativa que não seja o voto contrário, vão dar voz ao descontentamento das populações e o Go-verno terá de provar que consegue vencer esse obstáculo e que é ca-paz de recuperar a confiança dos eleitores. Caso contrário, pode ficar em causa, definitivamente, a relação entre o executivo e os portugue-ses, o que resultaria numa crise política de contornos imprevisíveis.

O CAbO DAS TORMENTAS

José Carlos PereiraGestor

A VANTAGEM (?) DE SER SURDO...Beethoven que ultrapassou a injusta surdez que o vitimou a meio

da vida, conseguiu compor uma boa parte da sua magnífica obra e, mesmo assim, talvez a melhor de toda ela, inspirou-me uma forma de encarar o dia a dia. Mas, ao contrário dele, que imaginava os sons que os instrumentos fariam corresponder ao que ia escrevendo na pauta, aquilo que ouço pode não ser o que é dito mas o que gostava de ouvir.

Tem sido um exercício interessante, não ao ouvir obras dele e dos seus contemporâneos - os melhores de sempre – pois ninguém se atre-veria a mudar uma nota que fosse, mas ao ouvir os ditos responsáveis deste país e as suas comunicações políticas.

Facilitada a tarefa pois raro existe uma dicção atraente ou apela-tiva, e quantas vezes mortiça ou sonolenta e até «padreca», cala-se o som a «ouvir» anunciar aos mais de 300 mil desempregados sem qual-quer apoio social que a situação vai mudar. E aos outros, que ainda têm a sorte temporária de um subsídio, que o prazo será até arranjarem em-prego. É a maior vergonha social de Portugal.

Ouço depois outros dos ditos «responsáveis» comunicar solene-mente que os “direitos adquiridos” tanto o são para os que os vão per-dendo por serem poucos, e que serão iguais e perenes aos dos outros que os não perdem por serem grandes, muitos e até vários.

Resolve-se noutra comunicação o problema das casas em dívida à banca, respeitando a Constituição no direito à habitação. Também a que cada um construiu ou adquiriu, por que foi essa a política a que o induziram, é dele e não tem de pagar a IMI-tação de uma renda, mas sim um pequeno imposto razoável e proporcional a somar a tantos ou-tros que, com os que o Estado lhes caça do que recebem do trabalho ou reforma que antecipadamente pagaram, do que diariamente com-pram e gastam, e os que são alcavalados pelo estado com taxas, licen-ças, coimas, rendas, usos, disponibilidade, direito de passagem, de cir-culação, etc. etc. etc.

Folgam agora os doentes, pois decerto não é de sua livre vonta-de que o são, por que os abrangidos por qualquer medida de poupan-ça deixarão de o ser, a moderação passa a corresponder à designação, e os ameaçados de racionamento não sofrerão com a lembrança das

senhas do tempo da guerra pois a todos é garantido que terão tudo o que lhes for necessário.

Ouvi ainda a Justiça a recuperar a venda que a torna cega. Ar-ranjou uma balança electrónica que mede com igual rigor e equida-de. Tem um microscópio electrónico que descobre todos os detalhes e meandros em análise. Ganha rapidez não escolhendo casos. Os prazos não prescrevem, não arquiva sem justificação cabal, não rejeita ou in-venta processos sem indícios fortes ou accionados ou escondidos por graus de simpatia.

Vi um “lift” real e objectivo com as gorduras estatais. Desnudou-se em disformes enxúndias, pneus, estrias, celulites e outras obesidades, cortando até à anorexia. Foi-se ao que desapareceu por nunca ter apa-recido, ao que observa sem ter observado, ao que regulou sem regular, intermediou sem intermediar, arbitrou sem arbitrar, assessorou sem as-sessorar, e por aí fora na maior transparência e rigor.

E se estas vozes interferem negativamente nas nossas vidas, e mais do que nunca no futuro do país, há outras que, por inócuas nestas matérias, pois não concordar é fácil e bonito, dão-nos baile com medi-das como a diminuição de deputados.

O que eu ouço no meu síndrome beethoviano é que se quer dig-nificar o Parlamento para que as intervenções, em vez de diatribes in-consequentes em que cada um apenas quer “lixar” o outro, tenham pergunta e resposta, solução proposta e alternativa concreta e viável, sugestão para melhorar e não distorção para empatar. Do número, que indicia demagogia de poupança, pedem que se dignifique a função com escolhas de qualidade, consciência de serviço público e dedica-ção à causa, sem alcavalas ou acumulações, exigência de exclusivida-de que cada um tem de admitir para poder ser eleito. Ainda no nú-mero o critério da representatividade é fundamental, nomeadamente no pluralismo partidário dos círculos eleitorais, ligando e responsabi-lizando o eleito a quem o elege, sem o voto sindicalizado e caciquei-ro dos partidos.

Não foi isto que ouvi. Mas foi isto, ainda com a bênção de Beetho-ven, que eu ouvi pois era o que, sem ela, quereria ouvir...

Armando MiroJornalista

opinião

20 outubro'12 | repórterdomarão

Page 21: Repórter do Marão

diversos | crónica

A NÁUSEA

A.M.PIRES CABRAL

Eu bem não queria, mas é inesca-pável. Só um assunto me mobiliza neste momento de crise e angústia. Mobiliza-me a mim e mobiliza os portugueses em geral. Falo do Orça-mento de Estado e do IRS, é claro. E, como sobre eles já tudo foi dito, não poderei senão repetir coisas. Mas enfim, se as não disser, rebento.

Tem sido vasto e nutrido o fogo sobre o orçamento, com vocabulá-rio a condizer. Brutal, monstruoso, o diabo a quatro. O PCP, pela voz arrebatada de Bernardino Soares, falou em maremoto. Bagão Félix, homem mais cordato, falou em ter-ramoto de grau 7 ou 8 da escala de Richter. Em tsunami é que me parece que ninguém falou ainda, por isso falo eu. Esta coisa do IRS é um ver-dadeiro tsunami, que ameaça varrer de vez com a nossa economia e com o modo de vida a que nos tínhamos habituado.

Mas Bagão Félix usou outros ter-mos sugestivos: napalm, septicémia. Jorge Sampaio, por seu turno, pro-clamou que este orçamento rebenta com os portugueses, com Portugal, com a economia e pode mesmo re-bentar com a democracia. Não me parece isto exagero de monta, por-que os militares — aqueles a quem pertence rebentar com as ditaduras e com as democracias — estão dando mostras crescentes de inquietação. “Os militares não estão serenos”, ouvi hoje mesmo dizer na rádio um responsável sindical. Isto para não falar em apelos mais ou menos explí-citos que já se ouviram a Otelo Sarai-va de Carvalho e a Vasco Lourenço.

Vítor Gaspar, impávido e sereno, vai impingindo a sua monótona vul-gata e não há um diabo que o faça ver que, se a receita falhou até ago-ra, mais depressa falhará quando se aplica ao doente, em dose reforçada e cavalar, mais do mesmo.

Correndo o risco de ser juiz em causa própria, repugna-me parti-cularmente o tratamento que este orçamento assassino reserva para os reformados. Estes são gente que adiantou em devido tempo dinheiro ao Estado, para que o Estado lho de-volvesse depois, enquanto por cá an-dassem. Digamos pois que o gover-no está literalmente a saquear aquilo que não lhe pertence. Um governo que assim procede não é uma pes-

soa de bem. É um vulgar salteador e como tal terá de ser julgado pela his-tória, se o Tribunal Constitucional o não julgar antes.

Na minha página do Facebook, onde às vezes (raramente) lanço as minhas congeminações, fiz recen-temente um pouco de humor com a situação. Humor, imaginem! (Podem chamar-me masoquista.) Como nem todos os Leitores do Repórter do Marão são meus amigos no Face-book, aí deixo as linhas principais do textozinho.

Começava por considerar que se Vítor Gaspar fosse apenas autista, te-ria lá as suas ideias (as suas minhocas na cabeça) mas talvez os efeitos da sua acção não seriam tão devastado-res. Mas aparentemente interessa-lhe o sangue dos portugueses (o suor e as lágrimas já terão deixado de lhe interessar). E então eu procurava, entre os animais hematófagos, um símile para o ministro. Ocorreram--me, a princípio, três desses animais: a melga, a sanguessuga, o vampiro. Mas logo percebi que nenhum se ajeitava: a melga, porque se contenta com uma gota ou duas de sangue; a sanguessuga, porque, chupando em-bora mais sangue do que a melga, o faz mais lentamente; e o vampiro, porque pelo menos tem a amabilida-de de anestesiar a vítima antes de a chupar.

O texto não acabava aqui, mas não importa agora ir mais longe.

Importa sim uma última observa-ção sobre o ministro Vítor Gaspar. Ouvi com atenção as suas interven-ções e, palavra de honra, impres-sionou-me das duas vezes a frieza e impassibilidade com que anunciava notícias de uma dureza monstruosa. Podia haver uma inflexão de voz que traísse alguma compunção para com os que vão sofrer na carne e na alma os efeitos devastadores das medi-das que anunciava. Mas não senhor. Aquela voz indiferente, pausada, não foi feita para exprimir emoções. A gente desta laia, o sofrimento huma-no não diz rigorosamente nada; não é o negócio deles; o seu negócio são números. Arrepia.

Termino por aqui, Leitor amigo. A náusea não me deixa continuar. Des-culpará a fraqueza.

[email protected]

repórterdomarão | outubro'12 21

Nota: Este texto foi escrito com deliberada inobservância do Acordo (?) Ortográfico.

Quinze anos volvidos sobre o lançamen-to no mercado do primeiro automóvel híbri-do, pouco se alterou no panorama das pro-postas de veículos movidos com fontes de energia alternativas.

As soluções totalmente elétricas continu-am a debater-se com os problemas de au-tonomia e preço, enquanto propostas mais ousadas, como o hidrogénio, estão ainda a muitos anos (e a uma reeducação total na forma como conduzimos) de se tornarem uma realidade comercialmente viável.

Estes são, de facto, alguns dos argumen-tos que a marca japonesa Toyota utiliza para justificar a sua aposta nos veículos híbridos, algo que já faz há cerca de década e meia com o modelo Prius.

Parte motor de combustão, parte elétrico, o Prius tem sido uma das poucas ofertas em que um automóvel permite reduzir a sua “pegada ecológica” em termos das emis-sões, obter poupanças “palpáveis” em cus-tos de condução e maior autonomia.

Representada em Portugal pela Caetano Auto, a marca introduziu recentemente três novos modelos híbridos, numa clara apos-ta de expandir o conceito a diferentes ni-chos do mercado: o Prius Plugin, Prius+ e Yaris híbrido.

Prius Plugin: de longe o carro mais dese-jado durante o “drive-in” que a marca pro-porcionou à imprensa nacional em Aveiro, o

Plugin é o resultado de uma série de testes que a Toyota tem realizado ao longo dos últi-mos anos para dotar a plataforma de maior autonomia elétrica.

O Plugin permite o recarregamento da bateria de lítio a partir de uma tomada, o que torna possível a condução deste auto-móvel em modo totalmente elétrico em cer-ca de 25km.

Com o Prius+, o fabricante japonês ace-na ao nicho dos monovolumes com um au-mento do espaço interior de 445l para 782l, o que se traduz numa maior bagageira e ca-pacidade para transportar sete passageiros.

Por fim, o novo Yaris oferece todas as vantagens da plataforma híbrida num mo-delo mais compacto mas que em pouco alterou as dimensões do equivalente em combustão. É também o híbrido mais ape-lativo em termos de custo, com preços de venda ao público a partir dos 19.440 euros.

O consumo de combustível e autono-mia é bastante apelativo quando compara-do com soluções totalmente a combustão.

No topo da lista situa-se o Prius Plu-gin, que oferece cerca de 1240km de au-tonomia para um consumo de 3.7l/100km. Graças à sua menor dimensão, o Yaris con-segue um valor de 3.1l/100km de consu-mo enquanto o Prius+ gasta 4.1l/100km a partir de uma motorização de 136cv com-binada. Paulo Alexandre Teixeira

Toyota lançou três híbridos no mercado

Quando se completam três anos da renovação do Repórter do Marão e a escassos meses do 30º ani-versário da publicação surgimos este mês com nova “roupagem”. Avançamos para uma mudança de for-mato, mais consentâneo com o nosso perfil atual e que permite significativas melhorias na cor e na qua-lidade do papel.

Na conjuntura atual, devido à crise económi-ca mas também à prevalência da informação digi-tal, seja pelos canais tradicionais seja pelas redes so-ciais, faz cada vez mais sentido apostar na criação de produtos diferenciados, caminhada que vimos fazendo desde há dois anos quando enveredámos pela aposta na reportagem, na entrevista, no perfil e na aproximação às instituições, daí resultando tex-tos mais personalizados e sobretudo menos forma-tados.

Feito o balanço, o percurso a trilhar exige que não nos desviemos do trabalho dos últimos tempos, mais não seja pelo respeito e consideração que nos merecem aqueles que nos lêem mensalmente. Os leitores serão sempre a essência do jornalismo.

Percurso dos tempos

Page 22: Repórter do Marão

Cartoons de Santiagu

Frida Kahlo 2012 Pintora Mexicana

Fundado em 1984 | Jornal/Revista MensalRegisto ERC 109 918 | Dep. Legal: 26663/89

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Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota, Eduarda Freitas.Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu) Colunistas Permanentes e Ocasionais: José Carlos Pereira, Cláudia Moura, Alberto Santos, José Luís Carneiro, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Costa, Pedro Barros, Antonino Sousa, José Luís Gaspar, Armindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima, Pedro Oliveira Pinto, Mª José Castelo Branco, Lúcia Coutinho, Marco António Costa, Armando Miro, F. Matos Rodrigues, Adriano Santos, Luís Ramos, Ercília Costa, Virgílio Macedo, José Carlos Póvoas, Sílvio Macedo.

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A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

Esta edição foi globalmente escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. Porém, alguns textos, sobretudo de colaboradores, utilizam ainda a grafia anterior.

PUBLiCiDADe 910 536 [email protected]

Publicação da IV Série

repórterdomarão

[Pseudónimo de António Santos]

A CONCURSO AO PRéMiO DO PÚBLiCO do PortoCartoon 2012, que está disponível para a votação on-line no Museu Virtual do Cartoon http://www.cartoonvirtualmuseum.org/f_portocartoon_2012_vote.htm, uma iniciativa integrada no XIV PortoCartoon-World Festival, do Museu Nacional da Imprensa e está exposta no Brasil, no 39º Salão Internacional de Humor de Piracicaba e no 4º Salão de humor da Amazônia.

O olharde...

EdUARdO PInTO 1933-2009

Anos 60 A PASSAGEMAmarante

artes

22 outubro'12 | repórterdomarão

Page 23: Repórter do Marão

sUsANA e MÁRiOAi, meu irmão, a minha vida mu-

dou da noite para o dia. Assim, de repente, e eu a ver, e sem poder fa-zer nada.

Se me dissessem há meia dú-zia de anos, ou nem isso, que es-tava a ligar-te para te pedir ajuda, eu ria-me, e não acreditava. Sabes, Mário, quando fico aflita, lembro--me sempre das coisas mais boni-tas que me aconteceram.

Lembras-te do casamento da Eva? Foi tão bonito, não foi? Tan-ta gente, tanta alegria, tantas can-torias naquela quinta maravilhosa, nessa altura o pai dela ainda era vivo, e tão feliz que ele estava. E tu, como padrinho da noiva, também não destoaste. Lembras-te, Mário? Às vezes fecho os olhos e consi-go ver tudo, como se lá estivésse-mos agora mesmo. A minha Eva, tão bonita, tão elegante. E foi viver para uma casa nova, enorme, mo-bilada com tão gosto. E eu pensei: pronto, posso descansar.

Desculpa, Mário, eu sei que já te contei isto muitas vezes, estou sempre a dizer a mesma coisa, a tua irmã Susana é uma chata. Eu sei que o casamento já foi há mais de quinze anos. Depois nasceu o Rodrigo e a Ana Teresa, que netos tão lindos e tão perfeitinhos, luzes da minha alma. E não tenho nada a apontar ao Diogo. Sempre me respeitou, foi sempre muito aten-cioso.

Do que está a acontecer en-tre eles já não posso eu falar, eles é que sabem. Nunca perguntei nada, embora não faltasse a vonta-de. Tudo isto me entristece muito.

De modo que, de repente, a roda da minha vida desatrelou. Bastaram dois anos, repara bem, dois anos, para que tudo mudasse. Tudo começou no mês em que o Diogo passou de patrão a desem-pregado. Ele não aguentou aque-le embate, ficou um homem muito calado, os nervos e o álcool passa-ram a tomar conta dele. A Eva que-ria que o pai dos meus netos fosse a um psiquiatra, mas ele não quis. Disse que não estava maluco e não queria gastar dinheiro em médi-cos e remédios. A Eva, coitada, é que teve de tomar conta de tudo.

Mãe, eu não sei se aguento, es-tou a chegar ao limite, qualquer dia estoiro, dizia-me ela.

E eu, para a animar: aguenta, Eva, aguenta minha filha. As mu-lheres nasceram para consertar o mundo. Se não fossemos nós, o mundo já tinha acabado há mui-to tempo.

Ouve, Mário, ouve o resto. Dei-xa-me falar, tu nem sabes como isto me faz bem. Um dia, deitei--me mais cedinho e já estava no primeiro sono quando o telemó-vel começou a tocar, a tocar, nun-ca se calava.

Quem morreu? – pensei, e o meu coração começou a dar pu-nhadas no peito. Fiquei com o cor-po mais frio que o gelo, as pernas começaram a tremer. O telemóvel caiu para debaixo da cama e foi o cabo dos trabalhos para o conse-guir apanhar porque a minha anca e o meu joelho esquerdo estão gastos, como sabes.

Era a Eva a ligar-me: não se afli-ja, mãezinha, sou eu. Já estavas a dormir? Ainda não são dez da noi-te, pensei que estivesses a ver a te-lenovela.

E eu: Porque é que ligaste a esta hora?

E ela: vou apanhar um táxi para ir ter consigo. Não demoro.

E sabes, Mário, sabes meu ir-mão, o que aconteceu? A Eva tam-bém perdeu o emprego há meses, e não me disse nada. Deixaram de pagar a prestação da casa e o ban-co ia tomar conta dela. Entrega-ram o carro e têm dívidas por todo o lado. Estão falidos e eu sem des-confiar de nada.

A minha casa é pequenina, só tem dois quartos, nunca precisei de mais. Agora está toda atravan-cada, mais cheia que um ovo.

A Eva voltou para o quarto dela, o Rodrigo, coitadinho, dorme na sala num saco cama, e a Ana Tere-sa dorme comigo. Mas está sem-pre a resmungar. Diz que eu res-sono muito e falo sozinha a noite inteira. Já viste, Mário, anda gente a fazer bem, e em troca, recebe in-gratidões. Bem, tenho de desligar, porque devo estar a ficar sem saldo.

Mário, tu não me podes empres-tar quinhentos euros? Eu pago, juro que pago, e com juros, se for preciso.

António Mota

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A exposição Internacional “Art on Chairs”, inserida no projeto Paredes Polo do Design de Mobiliário, estará patente na cidade até ao dia 18 de no-vembro. Este evento mundial de arte e design associado à cadeira reúne 76 protótipos produzidos por empresas de mobiliário do concelho e 150 peças de muitos designers nacionais e internacionais.

O programa inclui várias iniciativas como exposições, concursos, espé-taculos de artes performativas, workshops, ações de formação, concertos, filmes, um mercado, entre outros.

Esta mostra, com entrada gratuita, pode ser visitada na Estação de Ca-minhos de Ferro, na Casa da Cultura e no antigo Pavilhão Gimnodesporti-vo de Paredes, entre as 10h e as 19h de domingo a quinta feira e das 10h às 23h à sexta e sábado.

Segundo os organizadores do evento, a “Art on Chairs” é "um momen-to para pensar o design e o desenvolvimento das melhores soluções para o futuro da indústria de mobiliário da região".

Art on Chairsem Paredes

agenda | crónica

repórterdomarão | outubro'12 23

Para assinalar os 90 anos de Agustina Bessa-Luís – nasceu em Vila Meã, Amarante a 15 de outubro de 1922 –, a família, amigos e especialistas da sua obra criaram um círculo literário dedicado à escritora.

Mónica Baldaque, filha de Agustina, lança uma sugestão para quem nunca leu as obras da mãe: “Dentes de Rato”, um livro infantil onde se pode encontrar todo o imaginário de vida de Agustina.

A criação do círculo literário Agustina Bessa-Luís tem como objetivo promover as obras da autora para que, segundo Mónica, a obra da mãe "não caia no esquecimento".

Círculo Literárionos 90 anos de Agustina

Vila Real recebe a festa dos estudantes universitários de 25 a 31 de ou-tubro, com a Semana do Caloiro 2012 da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), evento que se realiza junto à Biblioteca Municipal.

Jim Dungo, Os Azeitonas, Boss AC, Mastiksoul ft. Rita Guerra, entre ou-tros, são nomes que compõem o cartaz deste ano.

A festa começa com a Serenata (dia 25) e termina, dia 31, com a já co-nhecida Latada pelas ruas da cidade. A noite fecha com José Malhoa.

Semana do Caloiro em Vila Real

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