repertorio de politica externa

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  • 7/25/2019 Repertorio de Politica Externa

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    Repertrio de Poltica Externa

    20152016

    ltima atualizao: 5/1/2016

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    SumrioDiplomacia e Poltica Externa BrasileiraAspectos Gerais .......................................................... 7

    Princpios e objetivos da Politica Externa Brasileira ................................................................. 7

    Regionalismo / Universalismo na Poltica Externa .................................................................... 9

    O Brasil e a Ordem Mundial .................................................................................................... 10

    Relao entre a Poltica Externa e a Poltica Interna / Papel do Itamaraty / Acesso

    informao .............................................................................................................................. 12

    Poltica Externa e Identidade Brasileira .................................................................................. 14

    Democracia ................................................................................................................................. 21

    Direitos Humanos ........................................................................................................................ 26

    Direitos Humanoscasos especficos..................................................................................... 30

    Crises Humanitrias ................................................................................................................. 35

    Refugiados ............................................................................................................................... 36

    DesenvolvimentoDimenso Social .......................................................................................... 38

    Educao ................................................................................................................................. 40

    Cincia, Tecnologia e Inovao ............................................................................................... 41

    Questes de Gnero ............................................................................................................... 42

    Segurana Alimentar ............................................................................................................... 43

    DesenvolvimentoDimenso Econmica .................................................................................. 45

    Organizao Mundial do Comrcio (OMC) ............................................................................. 45

    Comrcio Internacional / Acesso a Mercados ........................................................................ 47

    Promoo Comercial ............................................................................................................... 53

    Crise Econmica Internacional ................................................................................................ 54

    Investimentos .......................................................................................................................... 57

    Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) .............................. 59

    DesenvolvimentoDimenso Ambiental e de Recursos Naturais ............................................. 60

    Mudana do Clima .................................................................................................................. 62

    Energia ......................................................................................................................................... 67

    Desastres Naturais ...................................................................................................................... 68

    Cooperao Internacional ........................................................................................................... 70

    Cooperao entre pases em desenvolvimento ...................................................................... 71

    Cooperao Bilateral ............................................................................................................... 72

    Governana da Internet .............................................................................................................. 73

    Espionagem ................................................................................................................................. 75

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    Megaeventos Esportivos ............................................................................................................. 76

    Problema mundial das drogas ..................................................................................................... 78

    Migraes .................................................................................................................................... 79

    Paz e Segurana Internacional .................................................................................................... 80

    Desarmamento e no proliferao ......................................................................................... 83

    Terrorismo ............................................................................................................................... 85

    Uso da fora e interveno ..................................................................................................... 92

    Operaes de Paz .................................................................................................................... 94

    Organismos Multilaterais ............................................................................................................ 95

    Naes Unidas ......................................................................................................................... 96

    Reforma do Conselho de Segurana ....................................................................................... 99

    Reforma das Organizaes Econmico-Financeiras Internacionais ...................................... 102

    Organizao dos Estados Americanos (OEA) ........................................................................ 103

    Mecanismos Inter-regionais ...................................................................................................... 105

    BRICS ..................................................................................................................................... 105

    ASA (Cpula Amrica do Sul-frica) ...................................................................................... 107

    ASPA (Cpula Amrica do Sul-Pases rabes) ....................................................................... 109

    Amrica do Sul, Central e Caribe ............................................................................................... 110

    Integrao Regional ............................................................................................................... 113

    Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) .................................................................................. 115

    Unio das Naes Sul-Americanas (UNASUL) ....................................................................... 121

    Integrao de infraestrutura ................................................................................................. 123

    Integrao fronteiria ............................................................................................................ 124

    Associao Latino-americana de Integrao (ALADI) ............................................................ 125

    Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) ..................................... 126

    Cpula CELAC-Unio Europeia .............................................................................................. 128

    Foro CELAC-China .................................................................................................................. 129

    PARLATINO ............................................................................................................................ 130

    Aliana do Pacfico ................................................................................................................ 131

    Argentina ............................................................................................................................... 132

    Bolvia .................................................................................................................................... 133

    Chile ....................................................................................................................................... 134

    Colmbia ............................................................................................................................... 135

    Cuba ...................................................................................................................................... 138

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    Guiana ................................................................................................................................... 141

    Haiti ....................................................................................................................................... 142

    Mxico ................................................................................................................................... 144

    Paraguai ................................................................................................................................. 145

    Suriname ............................................................................................................................... 146

    Uruguai .................................................................................................................................. 147

    Venezuela .............................................................................................................................. 150

    Estados Unidos .......................................................................................................................... 155

    Europa ....................................................................................................................................... 157

    Unio Europeia ...................................................................................................................... 157

    Alemanha .............................................................................................................................. 158

    Blgica ................................................................................................................................... 161

    Dinamarca ............................................................................................................................. 162

    Espanha ................................................................................................................................. 163

    Finlndia ................................................................................................................................ 164

    Frana .................................................................................................................................... 165

    Gergia .................................................................................................................................. 166

    Irlanda ................................................................................................................................... 167

    Itlia ....................................................................................................................................... 168

    Noruega ................................................................................................................................. 169

    Polnia ................................................................................................................................... 170

    Portugal ................................................................................................................................. 171

    Reino Unido ........................................................................................................................... 172

    Rssia .................................................................................................................................... 173

    Sucia .................................................................................................................................... 174

    Turquia .................................................................................................................................. 175

    frica ......................................................................................................................................... 176

    Angola ................................................................................................................................... 179

    Arglia ................................................................................................................................... 181

    Burundi .................................................................................................................................. 182

    Burkina Faso .......................................................................................................................... 183

    Cameroun .............................................................................................................................. 184

    Chade .................................................................................................................................... 185

    Gana ...................................................................................................................................... 186

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    Guin-Bissau .......................................................................................................................... 187

    Lbia ....................................................................................................................................... 188

    Malui.................................................................................................................................... 189

    Mali ........................................................................................................................................ 190

    Moambique ......................................................................................................................... 191

    Nigria ................................................................................................................................... 192

    Qunia ................................................................................................................................... 193

    Repblica Democrtica do Congo ......................................................................................... 194

    Somlia .................................................................................................................................. 195

    Tunsia ................................................................................................................................... 196

    Unio Africana ....................................................................................................................... 197

    sia e Oceania ........................................................................................................................... 198

    Afeganisto ........................................................................................................................... 199

    China ...................................................................................................................................... 200

    Filipinas .................................................................................................................................. 203

    Ilhas Cook .............................................................................................................................. 204

    Indonsia ............................................................................................................................... 205

    Japo ..................................................................................................................................... 206

    Myanmar ............................................................................................................................... 208

    Nepal ..................................................................................................................................... 209

    Paquisto ............................................................................................................................... 210

    Pennsula da Coreia ............................................................................................................... 211

    Repblica da Coria ............................................................................................................... 212

    Tailndia ................................................................................................................................ 213

    Vanuatu ................................................................................................................................. 214

    Oriente Mdio ........................................................................................................................... 215

    Arbia Saudita ....................................................................................................................... 217

    Imen .................................................................................................................................... 218

    Ir .......................................................................................................................................... 219

    Iraque .................................................................................................................................... 221

    Israel ...................................................................................................................................... 222

    Lbano .................................................................................................................................... 223

    Palestina ................................................................................................................................ 224

    Sria ........................................................................................................................................ 226

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    Brasileiros no Exterior / rea Consular ..................................................................................... 230

    ItamaratyFuncionamento do Ministrio e Aspectos Administrativos .................................. 233

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    Diplomacia e Poltica Externa Brasileira Aspectos Gerais

    Princpios e objetivos da Politica Externa Brasileira

    Nossa insero soberana na poltica internacional continuar sendo marcada pela defesa dademocracia, pelo princpio de no interveno e respeito soberania das naes, pela soluonegociada dos conflitos, pela defesa dos Direitos Humanos, e pelo combate pobreza e sdesigualdades, pela preservao do meio ambiente e pelo multilateralismo. Insistiremos naluta pela reforma dos principais organismos multilaterais, cuja governana hoje no reflete aatual correlao de foras global. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, duranteCompromisso Constitucional perante o Congresso Nacional, Braslia, 1/1/2015).

    O Itamaraty deve continuar a praticar uma poltica externa de resultados concretos para odesenvolvimento econmico, social e cultural do Brasil. Seguindo a orientao da PresidentaDilma Rousseff, elegemos prioridades, como a consolidao da Amrica do Sul como espao de

    estabilidade e integrao; o reforo da agenda comercial de nossa diplomacia econmica emsuas vertentes bilateral e multilateral; a nfase na cooperao internacional como instrumentodo progresso econmico e tecnolgico do Brasil; a defesa dos cidados brasileiros no exterior;o fortalecimento das nossas relaes com o BRICS, a frica, os Estados Unidos, a UnioEuropeia, e com parceiros novos e tradicionais dentro da vocao global de nossa polticaexterna. (Ministro das Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira, por ocasio da possedo Secretrio-Geral, Braslia, 20/1/2015).

    Nossa misso clara: desenvolver as relaes do Brasil com outros pases de forma ecumnicae universalista, colocando nfase na ampliao ou consolidao de parcerias estratgicas parao Brasil em toda a sua regio e no mundo, sem exclusivismos, mas com sentido de prioridade;

    participar de forma engajada e intensa nas negociaes e organizaes internacionais eregionais de relevncia para os interesses brasileiros, com viso pragmtica e o espritoconstrutivo e conciliador que a marca da nossa poltica externa; perseguir, com clareza efirmeza de intenes, o fortalecimento do MERCOSUL e da integrao sul-americana e aomesmo tempo adotar ou coadjuvar acordos e iniciativas que facilitem o acesso brasileiro aoutros mercados e fornea um marco jurdico capaz de proteger e promover adequadamenteos interesses brasileiros; ser um instrumento ativo da poltica comercial brasileira, procurandoabrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possvel do Brasil a todos os mercadosdo mundo, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro; projetar, enfim, em todosos tabuleiros das relaes internacionais em que atuamos, os valores da democracia, da paz,da incluso social e dos direitos humanos, elementos indissociveis da nossa identidade

    nacional (Secretrio-Geral do Ministrio das Relaes Exteriores,Embaixador Srgio Danese,Discurso de Posse, Braslia, 20/1/2015).

    O Itamaraty conta com uma clara definio constitucional dos princpios que regem nossa aoexterna. O art. 4, inciso II, da Constituio estabelece, entre eles, a prevalncia dos direitoshumanos, a no interveno, a igualdade entre os Estados, a defesa da paz e o repdio aoracismo e ao terrorismo. A interlocuo com o Congresso Nacional nos oferece, portanto,importantes elementos para esse trabalho. (Ministro das Relaes Exteriores, EmbaixadorMauro Vieira, em Audincia Pblica na Comisso de Relaes Exteriores e Defesa Nacionaldo Senado Federal, Braslia, 28/5/2015).

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    We must address those problems by conceiving an overarching strategy based on thecombination of diplomacy and peacebuilding efforts. (). It should be noted that the commontrait to all those situations is the international communitys failure in dealing with the

    underlying causes of conflicts. As long as we disregard poverty and the fragility of nationalinstitutions as drivers of armed conflict, there will no lasting solution in sight. (). Diplomacy,

    cooperation and multilateralism should guide us in the quest for a more stable and peacefulMiddle East and North Africa. This Council has the primary responsibility in encouragingpolitical dialogue and in addressing the root causes of conflicts. It is our duty to restore theCouncils capacity to fulfill its duties in upholding international peace and security. (Ministrodas Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, por ocasio do Debate Aberto noConselho de Segurana das Naes Unidas: "Soluo de Conflitos no Oriente Mdio e Norteda frica e combate ameaa terrorista na regio, Nova York, 30/9/2015).

    Enche-nos de orgulho o resgate do papel histrico e institucional que cabe ao Itamaraty comoprincipal rgo de assessoria da Chefe do Estado na poltica externa e rgo executor centraldessa poltica. (Secretrio-Geral do Ministrio das Relaes Exteriores, Embaixador Srgio

    Danese, por ocasio dos cumprimentos de fim de ano ao Ministro de Estado, Braslia,9/12/2015).

    http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12179:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-3&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12179:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-3&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12179:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-3&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12179:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-3&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456
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    Regionalismo / Universalismo na Poltica Externa

    De acordo com nossa tradicional linha de ao, a um tempo regional e universalista,trataremos de consolidar a Amrica do Sul como espao de integrao em todos os mbitos e

    ampliar esforos no mesmo sentido com o restante da regio; os laos com o mundodesenvolvido Estados Unidos, Unio Europeia e Japo; as relaes com os BRICS e com ospases emergentes; com nossos irmos da frica e do Oriente Mdio, em especial com ospases de lngua portuguesa; com todos os membros da comunidade internacional. (...)Seguiremos um princpio bsico, o de que nossos interesses so geogrfica e tematicamenteuniversais e, portanto, no apresentam contradies entre si, nem aceitam exclusivismos. Noh, para o Brasil, dicotomias nem contradies de interesses nas nossas relaes com os pasesdesenvolvidos, emergentes ou em desenvolvimento, como no h contradies nemdicotomias em perseguirmos uma ampla agenda econmica, social, humanitria e de direitoshumanos nos planos multilateral e regional. (Ministro das Relaes Exteriores, EmbaixadorMauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    Insisto que, para o Brasil, no h dicotomias, nem contradies de interesses das nossas

    relaes com os pases desenvolvidos, emergentes ou em desenvolvimento, como no h

    contradies, nem dicotomias em perseguirmos uma ampla agenda econmica, social,

    humanitria e de direitos humanos nos planos multilateral e regional. Nossos interesses so

    geogrfica e tematicamente universais e, portanto, no apresentam contradies em si, nem

    admitem exclusivismos. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, em

    Audincia Pblica na Comisso de Relaes Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal,

    Braslia, 24/3/2015).

    No mundo globalizado, fundamental diversificar parcerias. O Brasil no pode virar as costas

    para regies e continentes que tm experimentado notvel dinamismo econmico, e com os

    quais frequentemente convidado a cooperar. Isso ocorre sem prejuzo de suas relaes com

    o mundo desenvolvido, s quais o governo da presidenta Dilma Rousseff atribui igualmente

    grande prioridade. (...) O Brasil um ator global. Mantm relaes diplomticas com todos os

    Estados-membros da ONU, possui uma capacidade nica de interlocuo no concerto das

    naes e tem assumido as responsabilidades que lhe cabem pela manuteno da paz mundial.

    A presena diplomtica ao redor do mundo habilita o pas a obter informaes em primeira

    mo e a atuar diretamente nos tabuleiros onde se tomam as decises polticas, econmicas ouambientais que causam impacto sobre a vida dos cidados brasileiros. (Artigo do Ministro das

    Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, As embaixadas e a diplomacia de

    resultados, publicado na Folha de S. Paulo, 11/6/2015).

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    O Brasil e a Ordem Mundial

    O apelo por uma sociedade mundial mais justa e coesa, menos hierrquica, corresponde lutado Brasil e de tantas naes por criar, dentro de suas prprias fronteiras, uma sociedade

    democrtica e participativa. Esse sempre foi e continuar sendo o sentido do engajamento doBrasil para ajudar na busca de uma frmula que viabilize a reforma do Conselho de Segurana,de modo a torn-lo mais representativo e legtimo e, portanto, mais eficiente. (Ministro dasRelaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    A ONU sempre reconheceu que deveria beneficiar a comunidade internacional como um todo,e as pessoas em particular, porque a Carta da ONU comea com as palavras Ns, os povos.Ento, os Estados, ao exercerem sua soberania, tm a responsabilidade, conformemencionado hoje em nosso debate, em relao a seus cidados de prover o melhor padro devida possvel, acesso justia, direitos civis, polticos, bem como econmicos, sociais eculturais. Eu acredito que a ONU j deu significativa contribuio ao mundo ao estabelecer

    padres, normas e superviso sobre o que ocorre no mundo. (Entrevista concedida peloRepresentante Permanente do Brasil junto ONU, Embaixador Antnio Patriota, ao GlobalObservatory, Nova York, 4/3/2015).

    As duas guerras mundiais que ocorreram no sculo XX foram iniciadas por incidentes empases menores, mas a razo pela qual elas foram to destrutivas que elas opuseram naesque eram economicamente e militarmente poderosas. Dessa forma, no devemos negligenciaresse aspecto da paz e segurana internacionais, ao mesmo tempo, claro, que acompanhamosatentamente a Repblica Centro-Africana, o Sudo do Sul, etc., mas, especialmente, sendobem atentos para a necessidade de coordenao mais eficiente, compreenso e respeito aodireito internacional entre as grandes potncias. (Entrevista concedida pelo Representante

    Permanente do Brasil junto ONU, Embaixador Antnio Patriota, ao Global Observatory.Nova York, 4/3/2015).

    Juntamente com todos os Estados-membros e o corpo de funcionrios da OEA, o futuroSecretrio-Geral desempenhar papel fundamental para que a Organizao encontre umespao renovado e atualizado. Isso especialmente importante num cenrio internacionalcaracterizado pela crescente diversidade de interesses, pela maior simetria na relao entreEstados e pela consolidao de mecanismos regionais e sub-regionais de dilogo e integrao.(Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, XLIX Assembleia-GeralExtraordinria da OEA, Washington, 18/3/2015).

    Na ltima dcada, o mundo vem sofrendo uma paulatina transio para alm da clarahegemonia de uma nica superpotncia. O sistema internacional se caracteriza por umacrescente multipolaridade, que precisa ver-se cada vez mais refletida em um crescentemultilateralismo. nesse novo cenrio que o Brasil no pode se furtar a atuar altura da suaimportncia geoestratgica, econmica e poltica. (Ministro das Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira, em Audincia Pblica na Comisso de Relaes Exteriores eDefesa Nacional do Senado Federal, Braslia, 24/3/2015).

    Hoje, nossos soldados dedicam sua coragem e tenacidade a operaes de paz patrocinadaspela ONU, pelas Organizaes das Naes Unidas. Porque os pracinhas, nossos soldados deontem, ajudaram a por um ponto final na guerra e em seus horrores. Se isso no tivesse

    ocorrido, no haveria Organizao das Naes Unidas. Nossos valores e nossos princpiospermanecem os mesmos pelos quais os pracinhas lutaram. Queremos um mundo regido por

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    normas e instituies democrticas, no qual prevalea a tolerncia. Um mundo em que aconstruo de uma ordem mais justa e mais prspera seja responsabilidade compartilhadaentre as naes e onde as sementes de liberdade floresam, oferecendo s prximas geraesos frutos da paz. Sabemos que construir esse mundo difcil. to difcil quanto se dizia napoca, que no se acreditava que seramos capazes de enviar uma fora expedicionria para

    combater na Itlia, que era muito difcil fazer uma cobra fumar. E, finalmente com ospracinhas, a cobra fumou e isso nos lembra o lema que foi o lema da Fora Expedicionria. H70 anos mostramos nossa capacidade de realizar o que parecia impossvel. Cultivemos,portanto, a confiana em ns mesmos, pois assim, construiremos um futuro melhor para oBrasil e para o mundo. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante cerimnia deComemorao dos 70 anos do Dia da Vitria, Braslia, 8/5/2015).

    Vivemos uma nova configurao da ordem internacional na qual, aps dcadas de umabipolaridade paralisante, o mundo caminha para uma crescente multipolaridade, que constituiuma oportunidade para que os pases em desenvolvimento possam ter voz mais ativa. Ospases da Amrica Latina e do Caribe tm sido unssonos na defesa de uma ordem

    internacional mais democrtica, que reflita a diversidade de perspectivas e na qual pases emdesenvolvimento tenham a maior participao nos processos decisrios. (Secretrio-Geral,Embaixador Srgio Danese, por ocasio do XLV Perodo Ordinrio de Sesses da AssembleiaGeral da OEA, Washington, 15/6/2015).

    A prevalncia dos direitos humanos econmicos, sociais, polticos e culturais - , a um stempo, condio e consequncia do desenvolvimento e da paz. , portanto, parte constitutivada viso de futuro que o Brasil prope para a ordem internacional. Outra caractersticaessencial da ordem que queremos o multilateralismo. Este se assenta na multipolaridade emgestao, mas vai alm, pois deve gerar instncias decisrias internacionais condizentes com arealidade geopoltica e os imperativos ticos prprios de nossa era. (Ministro das RelaesExteriores, Embaixador Mauro Vieira, por ocasio da cerimnia de formatura da TurmaPaulo Kol (2013-2015) do Instituto Rio Branco, Braslia, 12/8/2015).

    O ex-Chanceler Joo Augusto de Arajo Castro, cujo falecimento completar, em breve, 40anos, nos lembra que no podemos permitir-nos a apatia e a indiferena e que em qualquerordem mundial do futuro, o Brasil ter de reclamar o lugar que corresponde a suas imensaspotencialidades. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, por ocasioda cerimnia de formatura da Turma Paulo Kol (2013-2015) do Instituto Rio Branco, Braslia,12/8/2015).

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    Relao entre a Poltica Externa e a Poltica Interna / Papel doItamaraty / Acesso informao

    A inter-relao entre os assuntos internos e os internacionais cada vez maior. O mundo

    globalizado diluiu as fronteiras entre a poltica externa em sua concepo clssica e as outrasesferas da ao estatal, criando uma interconexo entre as dimenses domstica einternacional. Em cada grande tema da poltica externa, administrar essa interconexo nodepende apenas do Itamaraty. Mas cabe fundamentalmente ao Itamaraty operar em sintoniacom as diferentes reas do Governo, gerando as sinergias que reforaro a ao e a posionegociadora do Brasil no mundo. O Itamaraty tem papis muito claramente definidos nombito do Governo e perante a sociedade brasileira. Como fazem todas as diplomacias nomundo, somos a primeira linha de representao e de negociao do pas l fora. Temostambm uma vocao especial para ajudar a sociedade e os agentes econmicos e sociaisbrasileiros a melhor compreender o mundo, nossos interesses e a prpria agenda diplomticabrasileira. So, sem dvida, tarefas extremamente complexas. A elas esta Casa tem-se

    dedicado historicamente, adaptando-se aos novos desafios quando foi necessrio. Assimcontinuaremos a operar. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira,Discurso de Posse Braslia, 2/1/2015).

    A transparncia e o dilogo amplo com o Congresso Nacional e os demais rgos do Governoe da sociedade civil so princpios caros ao Itamaraty. Hoje, os temas de poltica externa so deinteresse dos mais diversos setores da sociedade brasileira. E, como reflexo disso, nunca houvetanta interlocuo do Ministrio das Relaes Exteriores com outros atores do Estado e dasociedade brasileira. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, em

    Audincia Pblica na Comisso de Relaes Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal,Braslia, 28/5/2015).

    relativamente comum a crtica de que o Brasil tem embaixadas demais, que so carasdemais. De acordo com essa viso, o aumento da presena diplomtica brasileira na frica, noCaribe, na sia e no Oriente Mdio no teria trazido ganhos concretos para o pas. saudvelque uma sociedade como a brasileira, que, apesar dos avanos recentes, ainda temsignificativos desafios sociais e econmicos a superar, acompanhe com ateno a forma comoa poltica externa emprega os recursos de que dispe. O exame dos resultados da expanso darede de embaixadas e consulados nos ltimos anos parte do debate necessrio e bem-vindosobre a insero internacional do Brasil. Ainda que possa surpreender os mais cticos, aanlise dos nmeros comprova o acerto da deciso de ampliar a rede diplomtica e consulardo pas. A partir de 2003, o Brasil abriu novas representaes em 44 pases. Desde ento, o

    valor das exportaes para esses destinos cresceu 186%, ndice superior ao do crescimentototal das exportaes no perodo, que foi de 133%. (Artigo do Ministro das RelaesExteriores, Embaixador Mauro Vieira, As embaixadas e a diplomacia de resultados,

    publicado na Folha de S. Paulo, 11/6/2015).

    Os nmeros que atestam a ampliao do atendimento a brasileiros no exterior so igualmentesignificativos. Ao longo da dcada passada, 18 consulados-gerais do Brasil foram abertos naAmrica do Norte, na Europa Ocidental, na frica Subsaariana, na Amrica Latina, no OrienteMdio e na sia. Em 2014, esses novos consulados emitiram quase 104 mil vistos, 53 mildocumentos de viagem e 122 mil atos notariais e de registro civil, o que reflete a grandedemanda de comunidades brasileiras no exterior e de estrangeiros por servios consulares. Em

    situaes de crise, como no recente terremoto no Nepal, o valor da existncia de umarepartio diplomtico-consular no pas inestimvel. A atuao da embaixada em Katmandu,

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    criada em 2010, permitiu assistir com presteza os mais de 300 nacionais afetados. (Artigo doMinistro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, As embaixadas e a diplomaciade resultados, publicado na Folha de S. Paulo, 11/6/2015).

    (...) o apoio a empresas e promoo de exportaes de bens e servios uma atribuio da

    diplomacia brasileira desde seus primrdios, regulamentada por instrumentos como a Lei n4.669, de 8 de junho de 1965, e incorporada ao regimento interno do Servio Exterior. Atuarcom o objetivo de criar as melhores condies possveis para a insero de empresasbrasileiras em mercados estrangeiros no constitui mera opo de trabalho para a diplomaciabrasileira no exterior, mas obrigao a ser observada pelos diplomatas no exerccio cotidianode suas funes de defesa dos interesses nacionais. O cumprimento dessa obrigao d-secom observncia estrita do dever de apoiar do Governo brasileiro em relao a suas atividadesno exterior. (...) O Ministrio das Relaes Exteriores, por meio de sua rede de 227 Postos e102 Setores de Promoo Comercial no mundo, tem como clientela um universo de cerca de20 mil micro, pequenas, mdias e grandes empresas brasileiras cadastradas, alm deassociaes empresariais de classe, e atende, de forma no discriminatria, a qualquer

    empresrio brasileiro que busque apoio s suas atividades no Exterior. Essa atuao cotidianaresultou no ano passado, entre outras iniciativas, na participao de 1.804 atividadesrelacionadas a misses comerciais e em 5.334 seminrios, eventos, rodadas de negcios, feirase mostras, para citar dois exemplos. H 50 anos, o Ministrio das Relaes Exteriores incumbe-se das atividades de promoo comercial do Brasil no exterior. Nenhuma outra instituiobrasileira, pblica ou privada, conta com estrutura nessa rea to ampla quanto a doItamaraty, que atua em colaborao estreita com o setor privado e com os Ministrios edemais rgos pblicos que apoiam a projeo internacional dos interesses brasileiros nocampo econmico-comercial. A realizao de contatos governamentais e empresariaisconstitui parte essencial da atuao da diplomacia brasileira na rea de promoo comercia e,muito especialmente, do apoio internacionalizao das empresas brasileiras. Nenhumadiplomacia relevante no mundo atua de forma diferente. (...) Esse esforo conjunto dossetores pblico e privado busca propiciar maior acesso a mercados internacionais de bens eservios. Concorrentes estrangeiros no mercado internacional contam com o decidido apoiooficial de seus Governos. Cabe ao Governo brasileiro continuar atuando no mesmo sentido,por meio de uma ativa e agressiva diplomacia comercial. Trata-se de ferramenta indispensvelde abertura e ampliao de mercados, de incremento da competitividade da economiabrasileira e, em ltima anlise, de desenvolvimento e maior bem-estar para o povo brasileiro.(Nota imprensa n 226. Nota de Esclarecimento, 18/6/2015).

    O sigilo das comunicaes diplomticas constitui prtica internacional e, no caso brasileiro, mantido pelo Itamaraty em estrita observncia legislao nacional. A razo para o sigilo, nostermos da lei, a proteo, no caso em questo, da estratgia comercial de empresasbrasileiras e, naturalmente, do prprio Governo. A divulgao do apoio dado pelo Ministriodas Relaes Exteriores e sua rede de Postos s empresas do Pas no exterior apenas revela, econtinuar a revelar, o empenho dos diplomatas brasileiros em defesa do interesse nacional.Os expedientes recentemente difundidos publicamente, a pedido de veculos de comunicaoe nos termos da Lei de Acesso Informao, demonstram esse empenho no apoio ao comrciode bens e servios brasileiros, do qual dependem centenas de milhares de empregos e defamlias cujos integrantes trabalham em empresas brasileiras com vocao exportadora eatuao internacional.(Nota imprensa n 226. Nota de Esclarecimento, 18/6/2015).

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    Poltica Externa e Identidade Brasileira

    Na economia, temos com o que nos preocupar, mas tambm temos o que comemorar. OBrasil hoje a 7 economia do mundo, o 2 maior produtor e exportador agrcola, o 3 maior

    exportador de minrios, o 5 pas que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7 pas emacmulo de reservas cambiais e o 3 maior usurio de internet. Alm disso, importante notarque a dvida lquida do setor pblico hoje menor do que no incio do meu mandato. Asreservas internacionais esto em patamar histrico, na casa dos US$ 370 bilhes. Osinvestimentos estrangeiros diretos atingiram, nos ltimos anos, volumes recordes. (Presidentada Repblica, Dilma Rousseff, durante Compromisso Constitucional perante o CongressoNacional, Braslia, 1/1/2015).

    O Brasil no ser sempre um pas em desenvolvimento. Seu destino ser um pasdesenvolvido e justo, e este destino que estamos construindo e buscando cada vez mais,com o esforo de todos, construir. Uma nao em que todas as pessoas tenham as mesmas

    oportunidades: de estudar, trabalhar, viver em condies dignas na cidade ou no campo. Umpas que respeita e preserva o meio ambiente e onde todas as pessoas podem ter os mesmosdireitos: liberdade de informao e de opinio, cultura, ao consumo, dignidade, igualdade independentemente de raa, credo, gnero ou sexualidade. (Presidenta daRepblica, Dilma Rousseff, durante Compromisso Constitucional perante o CongressoNacional, Braslia, 1/1/2015).

    Orgulhamo-nos de ser os instrumentos da ao internacional de um grande pas que encara omundo e seus parceiros com uma viso de cooperao, de ajuda recproca, de compromissocom o desenvolvimento social e humano e, portanto, de compromisso com o aprimoramentodas instituies da governana global e regional no melhor interesse dos povos. (Ministro das

    Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    Essa agenda internacional impe hoje ao Brasil grandes desafios. Devemos enfrent-los comdeterminao, com criatividade e, sobretudo, com a conscincia plena da nossa identidade denao-continente e de pas sul-americano, com uma histria de dedicao paz e aodesenvolvimento econmico e social em todo o mundo uma histria da qual podemos nosorgulhar cada vez mais e de que o Itamaraty sente-se guardio. Os Governos do PresidenteLula e da Presidenta Dilma Rousseff tm sido fundamentais na reafirmao dessa identidade edo prprio do Brasil, dessa aspirao de sermos grandes, respeitados, influentes, sem perderde vista, jamais, a viso do outro, nica forma de agir com equilbrio e sabedoria diante dosdesafios. (Discurso de Posse do Ministro das Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira,

    Braslia, 2/1/2015).

    De fato, as vitrias que o Brasil tem obtido, internamente, nos campos da igualdade e daincluso social, credenciam-nos ainda mais a propugnar por esses mesmos valores no planointernacional. A consolidao desses avanos fortalece o poder suave do Brasil (...). (Ministrodas Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    O Brasil continuar a exercer seu papel de ator global, pois esse papel corresponde suarealidade e s aspiraes profundas do seu povo. (Ministro das Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    Vou amparar-me nas melhores tradies desta Casa, no apoio e no engajamento de todos osseus funcionrios, no patrimnio diplomtico que j construmos e na memria que dele

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    guardamos - no projeto permanente, enfim, que sempre animou a diplomacia brasileira:definir e projetar no mundo a identidade do Brasil, identificar e defender os interesses do Pasem meio a um universo crescente de oportunidades, desafios e riscos. (Ministro das RelaesExteriores,Embaixador Mauro Vieira, Discurso de Posse, Braslia, 2/1/2015).

    Com todos eles [antigos chefes] aprendi a admirar a maneira pela qual expressam seucompromisso inalienvel com o Brasil, conduzindo o Itamaraty na funo de Estado que estaCasa exerce desde a sua criao: identificar, recolher, sintetizar, interpretar, promover eproteger as mais altas e legtimas aspiraes e interesses nacionais, em permanente interaocom o mundo exterior. (...) Mesmo em meio a dificuldades e frustraes, o trabalho cotidianode todos ns, no Brasil e no exterior, jamais deixou de ter o sentido ltimo que nos fez optarpor uma profisso singular, que nos movimenta constantemente pelas paisagens do mundo contribuir, pela melhor articulao do Pas com a sua regio e o mundo, para engrandecer aNao, para tornar o Brasil real cada vez mais parecido com o pas sonhado por ns. Somosherdeiros orgulhosos daqueles que ajudaram a fundar a nossa soberania, a consolidar a nossaIndependncia, a definir o nosso territrio e a projetar cada vez mais a nossa presena no

    mundo. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, Discurso de PosseBraslia, 2/1/2015).

    Em seu discurso de posse perante o Congresso Nacional, ontem, a Senhora Presidenta traouas linhas gerais da poltica externa que deseja ver executada em seu segundo mandato. Maisque isso, a Presidenta traou as linhas gerais das polticas pblicas que pretende desenvolver,deixando claro para a diplomacia brasileira que papel dever desempenhar para coadjuvar osesforos do Governo no plano interno, para fazer das relaes internacionais do Brasil uminstrumento de apoio e impulso a essas polticas, a comear pela poltica macroeconmica. (...)As relaes exteriores constituem um campo fundamental para alcanar o desenvolvimentonacional entendido no sentido mais amplo, o sentido que lhe d a Presidenta Dilma Rousseff,um conceito onde se conjuga o crescimento econmico, a justia social, o respeito aos direitoshumanos, o acesso educao e aos servios bsicos, o direito ao trabalho digno, em suma: aparticipao de todos os brasileiros na tarefa de construir esta Nao e nos frutos dessa tarefacomum. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, Discurso de PosseBraslia, 2/1/2015).

    importante lembrar alguns nmeros para que a gente tenha noo do tamanho do nossopas. Somos hoje a 7 economia do mundo, o 2 maior produtor e exportador agrcola, o 3maior produtor e exportador de minrios, o 5 que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7em acmulo de reservas cambiais e o 3 maior usurio de internet. Para as senhoras ministras,(...) eu lembro que somos o primeiro mercado de cosmticos do mundo. (Presidenta daRepblica, Dilma Rousseff, Abertura da Reunio Ministerial da Presidenta da Repblica,Dilma Rousseff, Braslia, 27/1/2015).

    As medidas sero suportveis porque alm de sermos um governo que se preocupa com apopulao, temos hoje um povo mais forte do que nunca. O Brasil tem hoje mais qualificaoprofissional, mais infraestrutura, mais oportunidades de estudar e mais empreendedores.Somos a 7 economia do mundo. Temos 371 bilhes de dlares de reservas internacionais. 36milhes de pessoas saram da misria e 44 milhes foram para a classe media. Quase dezmilhes de brasileiras e brasileiros so hoje micro e pequenos empreendedores. Econtinuamos com os melhores nveis de emprego e salrio da nossa histria. (Presidenta daRepblica, Dilma Rousseff, Pronunciamento Nao por ocasio do Dia Internacional daMulher, Braslia, 8/3/2015).

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    O Brasil uma terra generosa. Uma terra que no deve aceitar jamais ser a terra daintolerncia e do preconceito. A intolerncia e o preconceito so as sementes dos pioresmales, dos piores sentimentos, das piores ideologias. Suscitam, inclusive, guerras. Aintolerncia e o preconceito a semente do racismo, da xenofobia e do autoritarismo.Infelizmente, ainda existe racismo no Brasil, assim como existe uma herana secular de

    interdio do poder aos negros, que continuam ainda alijados ou minoritrios nasuniversidades, nas empresas e nos postos de comando. Infelizmente, existe violncia contra apopulao LGBT no Brasil, fruto do preconceito que se manifestam por meio de humilhaes,agresses fsicas e assassinatos. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante cerimniade sano da lei de tipificao do feminicdio, Braslia, 9/3/2015).

    A importncia da frica um elemento definidor e incontornvel para o Brasil. Nosso pas inconcebvel sem a herana africana, motivo de orgulho e fundamento para a construo deum futuro que queremos mais justo. (...) O engajamento brasileiro no continente africano uma poltica de Estado e reflete os anseios dos mais variados setores da sociedade brasileira.Fato mais do que natural em um pas onde 51,4% da populao se declara afrodescendente.

    (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, durante almoo comEmbaixadores do Grupo Africano residentes, Braslia, 20/3/2015).

    Eu gostaria de dizer que a poltica externa brasileira tem objetivos de Estado permanentes, e,nesse sentido, seja agora neste perodo, seja nos perodos dos anos anteriores, o objetivo ainsero internacional do Brasil e a defesa dos interesses do Brasil no mundo. O Brasil umator global, um pas de dimenses continentais, um pas com uma grande economia, a stimaou oitava economia do mundo, com uma grande populao, um pas que sempre estevepresente em todos os grandes acontecimentos da vida internacional, desde a sua vidaindependente, e que, no sculo XX, participou de todos os grandes acontecimentos quemarcaram esse sculo, e tambm atualmente continua. O Brasil tem uma presenauniversalista e interesses universais, alm de interesse e engajamentos regionais. (Ministrodas Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, em Audincia Pblica na Comisso deRelaes Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Braslia, 24/3/2015).

    Devemos estar atentos ao desempenho econmico e produtividade de setores industriais,sem que isso implique abrir mo das conquistas na rea social. Depois de 12 anos de polticasde incluso social, o Brasil , hoje, um pas melhor. Um pas no qual 40 milhes de brasileirosascenderam classe mdia, consolidando mercado consumidor de classe mdia de mais de100 milhes de pessoas. Um pas com milhes de novos estudantes do ensino fundamental universidade. Um pas com milhes de novas pequenas empresas e empreendedoresindividuais. Um pas com milhes de novos trabalhadores no mercado formal, com melhoriaconstante em seu nvel qualificao. Um pas com mais crdito tanto para as empresas quantopara os consumidores. importante pr em evidncia essas conquistas - sem ignorar asdificuldades -, pois sei o quanto os avanos sociais, o crescimento do emprego, o aumento darenda no Brasil tm tido impacto direto e positivo sobre o comrcio e os investimentos. OBrasil continua sendo uma economia continental, uma economia diversificada, um grandemercado interno, com empresas e trabalhadores habilidosos, versteis, e ns estamoshabilitados a aproveitar as oportunidades que temos diante de ns. S lembrando algunsnmeros para que a gente tenha noo do tamanho do Brasil: somos hoje a 7 economia domundo, o 2 maior produtor e exportador agrcola, o 3 maior produtor e exportador deminrios, o 5 que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7 em acmulo de reservascambiais e o 3 maior usurio de internet. Por isso, o Brasil continua sendo um pas comgrandes oportunidades de negcios. O Brasil continua sendo um pas com instituies slidas,com regras estveis, uma sociedade livre e democrtica. (Vice-Presidente da Repblica,

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    Michel Temer, durante encerramento do seminrio empresarial Brasil-Espanha: Rumo a umaNova Aliana Empresarial, Madri, 22/4/2015).

    O Brasil um pas que trabalha para que nosso continente continue sendo um espao de paz.O fato de o Brasil no se envolver num conflito militar em nossa regio h mais de 140 anos

    atesta a primazia que conferimos diplomacia e ao dilogo. (Ministro das Relaes Exteriores,Embaixador Mauro Vieira, na abertura do XIII Curso para Diplomatas Sul-Americanos,Braslia, 11/5/2015).

    De Tnis Cidade do Cabo, de Dacar a Mogadscio, a frica um continente de grandediversidade e riqueza cultural e civilizatria. No Brasil, sentimo-nos muito afortunados porsermos herdeiros de parte dessa riqueza, que se v em cada canto do nosso territrio, que sesente no sangue e na vibrao do nosso povo, que marca distintiva da nossa identidadenacional.Esses importantes elos humanos, culturais e histricos que ligam, desde o sculo XVI,as duas margens do Atlntico, so testemunho e tambm garantia de uma parceria fraternalde enormes potencialidades. Porque no s a frica que est na alma e no corpo do Brasil. O

    Brasil tambm est presente na frica desde o alvorecer da sua luta contra o colonialismo e daindependncia africana. (Secretrio-Geral, Embaixador Srgio Danese, por ocasio da NoiteGastronmica em celebrao ao 52 aniversrio da Unio Africana, Braslia, 22/5/2015).

    Ns no seremos jamais um poder regional com o porrete na mo. Para ser um poder regionalno precisa ser um interventor, voc tem que ser capaz de entender as sociedades e lutarpelas transformaes de uma forma que no seja a interveno. O mundo ficou muitoacostumado com intervenes militares. Eu no creio que isso tenha levado estabilidade dasregies. O Brasil tem que ser uma ponte para o dilogo, para o entendimento, contra todos osprocessos de intolerncia. Obviamente, em relao a rupturas democrticas, ns teremossempre uma posio muito firme de rejeio. Ns no aceitaremos rupturas democrticas,golpes na oposio ou golpes depondo governos. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff,entrevista coletiva empresa de radiofuso alem Deutsche Welle, Braslia, 9/6/2015).

    Sem prejudicar se desenvolvimento tecnolgico, nossos pases [Brasil e Japo] optaram porrenunciar as armas nucleares. Devemos contribuir para a paz e estabilidade internacional peloscaminhos da diplomacia e da cooperao e no pelo poder de destruio. (Artigo do Ministrodas Relaes Exteriores Embaixador Mauro Vieira, Desarmamento nuclear, um dever para ahumanidade, publicado no Asahi Shimbun, 10/6/2015).

    Cifras e nmeros respaldam uma diplomacia de resultados. sobre essa base que se constriuma poltica externa de qualidade. (...) Respeitabilidade e influncia nas relaesinternacionais nem sempre so mensurveis, mas as perspectivas que uma diplomacia atuanteabre para o desenvolvimento econmico e social so fceis de identificar. Poltica externaexitosa pressupe ao diplomtica robusta. A avaliao dos resultados da poltica deincremento da presena global da diplomacia brasileira aponta para uma maior capacidade deinfluncia, mais comrcio e brasileiros mais bem assistidos. A nica ideologia que nos guia adefesa do interesse nacional. (Artigo do Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador MauroVieira, As embaixadas e a diplomacia de resultados, publicado na Folha de S. Paulo,11/6/2015).

    Sabemos que nosso mercado interno, o nosso mercado domstico um diferencial quetemos, principalmente quando se trata da forma pela qual os outros pases do mundo nosolham. Mas justamente por isso que para ns o mercado interno pode nos conduzir agarantir uma plataforma para acordos exportadores. (...) O Brasil tem, de fato, um dos maioresmercados internos do planeta. Ns sabemos que mercados internos fazem a diferena;

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    funcionam como ncora, mas funcionam tambm como plataformas de lanamento.(Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante cerimnia de lanamento do PlanoNacional de Exportaes, Braslia, 24/6/2015).

    O Brasil, que possui grande diversidade tnica e racial, incluindo a maior populao

    afrodescendente do mundo, reitera seu compromisso com a promoo da igualdade racial emtodas as esferas da vida pblica e privada. (Nota imprensa n 265. Adoo de Resoluosobre Incompatibilidade entre Democracia e Racismo, 3/7/2015).

    Eu queria reiterar para todos vocs que o Brasil est convencido que o MERCOSUL no apenas um acordo de cooperao. O MERCOSUL parte essencial do projeto nacional doBrasil, de desenvolvimento. Faz parte desse projeto o compartilhamento com o MERCOSUL detodas as iniciativas, no sentido do avano comercial, de investimentos e tambm ocompartilhamento de valores comuns, valores democrticos, de respeito democracia, aosdireitos humanos, defesa de uma ordem institucional forte e tambm de uma ordeminternacional mais justa. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante almoo em

    homenagem aos Chefes dos Estados-Partes do MERCOSUL e Estados Associados, Braslia,17/7/2015).

    Nosso povo trabalhadores, empresrios, cientistas, estudantes, artistas ergueu uma dasnaes mais diversas, tnica e culturalmente, com capacidade criativa, amabilidade esolidariedade. Construmos uma vigorosa cultura de paz e de trabalho. (Presidenta daRepblica, Dilma Rousseff, por ocasio da cerimnia de celebrao de 1 ano para os JogosOlmpicos Rio 2016, Rio de Janeiro, 5/8/2015).

    Quase 52% dos brasileiros identificam ali suas razes mais profundas, o que torna o Brasil opas com a maior populao de afrodescendentes fora da frica. A valorizao da vertenteafricana de nossa identidade nacional traduz-se numa busca de maior conhecimento da frica.No mbito acadmico, por exemplo, h um aumento expressivo no nmero de publicaessobre temas africanos. Na dcada de 1980, nas nove principais universidades brasileiras, foramapresentadas apenas 20 teses e dissertaes sobre a frica. J na primeira dcada destesculo, 337 teses e dissertaes sobre o continente africano foram defendidas nessas mesmasuniversidades. Esse fenmeno reflete um saudvel nimo de encontro do Brasil com suaprpria histria. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, por ocasio daabertura do V Curso para Diplomatas Africanos, Braslia, 10/8/2015).

    O Estado nacional brasileiro s respeitado no mundo na medida em que, em nossoterritrio, se exerce e se respeita plenamente a soberania popular. Esta soberania significasubmisso vontade geral, expressa nas urnas. Dela depende o cumprimento do programaeconmico, social e poltico de mudanas que a sociedade escolhe sistematicamente de quatroem quatro anos. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, por ocasio da cerimnia de

    formatura da Turma Paulo Kol (2013-2015) do Instituto Rio Branco, Braslia, 12/8/2015).

    O legislador-constituinte de 1988, quando iniciamos o atual ciclo democrtico do Pas, teve apreocupao de registrar em nossa Carta Magna que a poltica externa brasileira, alm do focona Amrica Latina, deveria reger-se pelos princpios e aqui eu cito: da independncianacional, da prevalncia dos direitos humanos, da autodeterminao dos povos, da nointerveno, da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da soluo pacfica de conflitos,do repdio ao terrorismo a ao racismo, da cooperao entre os povos para o progresso dahumanidade e da concesso do asilo poltico. Esses princpios orientam nossa poltica externa.So eles que tm feito do Brasil um incansvel defensor da paz e da soluo diplomtica dosconflitos, sejam eles na Palestina, na Sria, na Lbia ou na Ucrnia. So esses princpios que nos

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    fazem saudar o recente acordo sobre temas nucleares feitos com o Ir e, mais ainda, celebrar aaproximao dos Estados Unidos com Cuba, que s ser completa quando se levantar oembargo econmico que ainda pesa sobre a ilha. Nesta mesma linha, temos sidointransigentes defensores dos direitos humanos, evitando que sua promoo se faa de formaseletiva, indevidamente politizada, o que invariavelmente penaliza os pases em

    desenvolvimento e emergentes. Mas o pleno exerccio desses valores, to caros nossapoltica externa e to necessrios para a vigncia do multilateralismo, esbarra, e esbarra forte,na fragilidade das Naes Unidas, justamente agora, quando festejamos os 70 anos de suacriao. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, por ocasio da cerimnia de formatura daTurma Paulo Kol (2013-2015) do Instituto Rio Branco, Braslia, 12/8/2015).

    O Brasil, por exemplo, tem a quinta maior populao, o quinto maior territrio e a stimamaior economia do planeta. Tem uma populao e uma cultura diversificadas. Dispe degrandes reservas de recursos naturais. Tem atuao destacada nos vrios foros multilaterais,como a ONU e a Organizao Mundial do Comrcio. Somos parte de agrupamentos polticosdotados de capacidade de reformar a governana global, como o BRICS, IBAS, o BASIC, o G-4 e

    os G-20 econmico-financeiro e comercial. Somos um tradicional e importante contribuinte detropas para operaes de manuteno da paz e o pas que, ao lado do Japo, mais vezes foieleito membro no permanente do Conselho de Segurana. (...) Na viso de futuro quepropomos, a ordem internacional deve fundar-se no binmio paz e desenvolvimento, compleno respeito aos direitos humanos. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador MauroVieira, por ocasio da cerimnia de formatura da Turma Paulo Kol (2013-2015) do InstitutoRio Branco, Braslia, 12/8/2015).

    O Brasil hoje a stima maior economia do mundo e tornou-se, ao longo da ltima dcada,um pas predominantemente de classe mdia, por meio de um grande esforo do Governo eda sociedade para a reduo da pobreza e das desigualdades sociais. Hoje atravessamos um

    perodo de transio, com ajustes internos voltados para a promoo do equilbrio fiscal e apronta retomada das condies para um crescimento robusto e sustentvel. (Secretrio-Geral, Embaixador Srgio Danese, por ocasio do 33 Encontro Econmico Brasil-Alemanha.

    Joinville, 22/9/2015).

    Respeitoso dos direitos humanos, o Brasil terra do acolhimento. Alm das populaesoriginrias, o povo brasileiro composto de muitos imigrantes. Milhes de irmos africanosvieram para c forados, quando imperou o vergonhoso trfico de escravos. A presena deindgenas, europeus, africanos e asiticos formou a nao brasileira. Quando grandes crises seabateram sobre a Europa e sobre o Oriente, as portas do Brasil estiveram abertas para todos.Temos conscincia da importncia dessas contribuies para nossa formao histrica e

    cultural. Ns nos orgulhamos de ser um povo formado pela diversidade. por isso que atolerncia e o respeito pelas diferenas so marcas da nossa identidade. (Artigo da Presidentada Repblica, Dilma Rousseff, Os refugiados e a esperana, publicado na Folha de S. Paulo,10/9/2015).

    O Brasil, em especial, lar da mais numerosa comunidade da dispora rabe, o que fomenta aligao entre nossas sociedades e assegura slida base para nosso esforo de cooperaobirregional. A presena rabe no Brasil no uma exceo. Somos um pas multitnico,construdo a partir do respeito s diferenas e da capacidade de integrar indivduos das maisdiversas origens. (Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, Discurso na

    plenria da IV Cpula Amrica do Sul-Pases rabes (ASPA), Riade, 11/11/2015).

    http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12368:discurso-do-ministro-mauro-vieira-por-ocasiao-do-almoco-em-homenagem-a-suas-altezas-imperiais-principe-e-princesa-akishino-do-japao-brasilia-6-de-novembro-de-2016&catid=194&lang=pt-BR&Itemid=454http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12368:discurso-do-ministro-mauro-vieira-por-ocasiao-do-almoco-em-homenagem-a-suas-altezas-imperiais-principe-e-princesa-akishino-do-japao-brasilia-6-de-novembro-de-2016&catid=194&lang=pt-BR&Itemid=454http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12368:discurso-do-ministro-mauro-vieira-por-ocasiao-do-almoco-em-homenagem-a-suas-altezas-imperiais-principe-e-princesa-akishino-do-japao-brasilia-6-de-novembro-de-2016&catid=194&lang=pt-BR&Itemid=454http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12368:discurso-do-ministro-mauro-vieira-por-ocasiao-do-almoco-em-homenagem-a-suas-altezas-imperiais-principe-e-princesa-akishino-do-japao-brasilia-6-de-novembro-de-2016&catid=194&lang=pt-BR&Itemid=454http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=11874:discurso-do-secretario-geral-sergio-danese-por-ocasiao-do-33-encontro-economico-brasil-alemanha-joinville-22-de-setembro-de-2015-2&catid=203&lang=pt-BR&Itemid=456
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    Democracia

    O Governo brasileiro acompanha com grande preocupao a evoluo da situao naVenezuela e insta todos os atores envolvidos a trabalhar pela paz e pela manuteno da

    democracia. O Brasil reitera seu compromisso em contribuir, sempre que solicitado, para aretomada do dilogo poltico amplo e construtivo na Venezuela e, nesse sentido, sada oanncio do Secretrio-Geral da Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL) sobre a preparaode visita Venezuela da Comisso de Chanceleres da UNASUL formada pelos Ministros deRelaes Exteriores de Brasil, Colmbia e Equador.(Nota imprensa n 47. Sobre a situaona Venezuela, 20/2/2015).

    O Ministro Embaixador Mauro Vieira destacou a importncia das garantias recebidas dasautoridades competentes venezuelanas de que as eleies legislativas sero convocadas embreve e de que o pleito contar com a participao de misso de acompanhamento eleitoralda UNASUL desde seus estgios iniciais. (Nota imprensa n 70. Reunio do Conselho de

    Chanceleres da UNASUL sobre a Venezuela, 20/3/2015).

    O Conselho de Chanceleres da UNASUL reafirmou o apoio realizao das eleiesparlamentares previstas para o segundo semestre deste ano e a disposio de enviar missopara acompanhar o processo eleitoral desde seus estgios iniciais. Existe o compromisso deque a data das eleies ser marcada em breve pelo Conselho Nacional Eleitoral, entidaderesponsvel pela organizao de eleies de acordo com a Constituio venezuelana. Ao finaldo encontro, os Pases Membros da UNASUL divulgaram Comunicado em que, a pedido doGoverno venezuelano, renovam o mandato da Comisso de Chanceleres, para assessorar,acompanhar e apoiar o dilogo poltico na Venezuela, com pleno respeito ao Estado de Direito,aos direitos humanos, ordem institucional e aos mecanismos democrticos previstos na

    Constituio do pas. A celebrao das prximas eleies parlamentares essencial para amanuteno da ordem constitucional democrtica, princpio fundamental da UNASUL. OsChanceleres debateram tambm as repercusses da Ordem Executiva do Governo dos EstadosUnidos da Amrica relacionada com a Venezuela, divulgada no ltimo dia 4 de maro eaprovaram um segundo comunicado, no qual reforam a defesa do princpio de nointerveno em assuntos internos de outros Estados e reiteram a importncia de que sejamavaliadas alternativas de dilogo entre os Governos dos Estados Unidos e da Venezuela. (Nota imprensa n 70. Reunio do Conselho de Chanceleres da UNASUL sobre a Venezuela,20/3/2015).

    O bom momento das relaes hemisfricas j no admite medidas unilaterais e polticas de

    isolamento em geral, e sempre, contraproducentes e ineficazes. Por isso, rechaamos a adoode sanes contra a Venezuela. O atual quadro nesse pas irmo pede moderao, pedeaproximao de posies de todas as partes. com esse propsito que a Unasul trabalha paraacompanhar e apoiar o dilogo poltico entre o governo e a oposio na Venezuela, buscandocontribuir para o pleno respeito, por todos, ao Estado democrtico de direito, ao direito dedefesa e Constituio do pas. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante a VIICpula das Amricas, Cidade do Panam, 11/4/2015).

    O Governo brasileiro congratula a Guiana, pas vizinho e amigo, pela realizao das eleiesgerais e regionais no ltimo dia 11 de maio, nas quais o senhor David Granger foi eleitoPresidente da Repblica. Misses de observao internacionais, entre elas a enviada pela

    Unio das Naes Sul-Americanas (UNASUL), que contou com a participao de doisrepresentantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, acompanharam a evoluo

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    tranquila do processo eleitoral. O Governo brasileiro transmite ao Presidente Granger suasmais calorosas saudaes e reitera o compromisso de seguir aprofundando as iniciativasbilaterais e a parceria estabelecida no contexto regional com a Guiana, pas membro daUNASUL e da Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica (OTCA) e Estado Associado doMERCOSUL. (Nota imprensa n 167. Eleies na Guiana, 16/5/2015).

    Coincidimos na preocupao com a situao da Venezuela e na avaliao de que seu legtimogoverno e as diferentes foras polticas venezuelanas devem buscar solucionar, pacifica edemocraticamente, no marco constitucional do pas, os conflitos as dificuldades e os desafiosexistentes. A UNASUL, cuja presidncia pro tempore desempenhada pelo Uruguai e queconta com a firme atuao do secretrio-geral [Ernesto] Samper que tem papel fundamentala cumprir: estimula a moderao, o dilogo e o respeito s instituies. O entendimento entreos venezuelanos interessa ao conjunto dos latino-americanos. (Presidenta da Repblica,Dilma Rousseff, aps encontro com o presidente do Uruguai, Tabar Vzquez, Braslia,21/5/2015).

    Essa parceria [entre Mxico e Brasil] no foi iniciada agora: o Mxico esteve na vanguarda damudana histrica latino-americana, no incio do sculo 20, perodo de vertiginosastransformaes no mundo. A Revoluo Mexicana inaugurou uma era de conquistas sociais epolticas fundamentais para toda regio. Lderes como aqueles que admiramos ao longo danossa juventude, e que marcaram a formao e a conscincia poltica dos nossos pases, comoZapata, Villa e, mais tarde, Lzaro Crdenas, entre outros. Por suas ideias e por suas aes,deixaram marcas indelveis, foram capazes de articular princpios essenciais para aemancipao e a democracia moderna, a liberdade, a justia social e a soberania, integram opatrimnio da Amrica Latina. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, durante sessosolene da Comisso Permanente do Congresso da Unio, Cidade do Mxico, 27/5/2015).

    O processo de integrao tem aportado vrios benefcios para o Brasil, tanto do ponto de vistacomercial, como, por exemplo, no mbito da integrao fsica, energtica e da coordenao econcertao poltica. No entanto, a despeito dessas virtudes mais tangveis da integrao,nosso objetivo mximo outro: consolidar a democracia e assegurar a plena observncia dosdireitos humanos em nossa regio. No por acaso, os dois principais mecanismos deintegrao de que somos parte a Unasul e o Mercosul contam com a chamada clusulademocrtica, cuja meta fundamental a estabilidade poltica e a observncia dos direitoshumanos em nosso continente, inclusive no que respeita ao combate s desigualdades sociais.A chamada clusula democrtica original do Mercosul o Protocolo de Ushuaia, adotado em1998. Nos termos do seu art. 3, ser acionada em caso de ruptura da ordem democrtica emum dos Estados-partes. No final de 2011, reforamos ainda mais a clusula democrtica com aadoo do Protocolo de Montevidu, tambm chamado de Ushuaia II. Segundo seu art. 1, opresente Protocolo ser aplicado em caso de ruptura ou ameaa de ruptura da ordemdemocrtica, de uma violao da ordem constitucional ou de qualquer situao que ponha emrisco o legtimo exerccio do poder e a vigncia dos valores e princpios democrticos. O art. 3do Protocolo de Montevidu prev que os Estados-partes, em nvel de presidentes e ministrosdas relaes exteriores, devem acionar bons ofcios e gestes diplomticas para promover orestabelecimento da democracia no pas afetado, por meio de comisses de apoio, cooperaoe assistncia tcnica especializada. Como se nota, a contribuio da clusula democrtica doMercosul est em dissuadir rupturas ou ameaas de ruptura da ordem democrtica entre ospases-membros, como nos casos de tentativa de derrubada, pela fora ou por outros meiosno constitucionais, de governos democraticamente eleitos. Procedimentos anlogos soprevistos num quadro mais amplo da Unasul, por meio do Protocolo Adicional ao TratadoConstitutivo, que estabeleceu o compromisso coletivo com a democracia. (Ministro das

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    Relaes Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, em Audincia Pblica na Comisso deRelaes Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Braslia, 28/5/2015).

    O Governo brasileiro congratula o Governo e o povo do Suriname pela conduo das eleiesgerais no dia 25 de maio correte em ambiente de paz e tranquilidade. O processo eleitoral, que

    contou com o acompanhamento de misses de observao da Organizao dos EstadosAmericanos (OEA) e da Unio das Naes Sul-Americanas (UNASUL), ofereceu aos cidadossurinameses valiosa oportunidade para manifestar livremente sua vontade e exercer complenitude os direitos polticos prprios de uma democracia. O Governo brasileiro reitera seucompromisso em seguir promovendo e aprofundando a cooperao e o dilogo com oSuriname, importante parceiro bilateral e regional, Estado associado ao MERCOSUL e membroda Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica (OTCA) e UNASUL, e tambm pas deresidncia de expressiva comunidade de nacionais brasileiros. (Nota imprensa n 196.Resultado das eleies gerais no Suriname, 29/5/2015).

    O Governo brasileiro recebeu com satisfao o anncio da Presidenta do Conselho Nacional

    Eleitoral da Repblica Bolivariana da Venezuela, Tibisay Lucena, que fixa o calendrio eleitorale determina o dia 6 de dezembro deste ano para a realizao das eleies para a AssembleiaNacional daquele pas. O Governo brasileiro sada particularmente a confirmao do conviteoficial para que misso de observao da Unio de Naes Sul Americanas (UNASUL)acompanhe o processo eleitoral ao longo do perodo que culminar com o pleito do dia 6. Aoagradecer o convite e reiterar sua disposio de contribuir para que a futura misso daUNASUL cumpra plenamente seus objetivos, o Governo brasileiro transmite ao povo e aoGoverno da Venezuela os melhores votos de xito nessa jornada. (Nota imprensa n 239.Eleies na Venezuela, 23/6/2015).

    Somos uma regio que sofreu muito com as ditaduras. Hoje somos uma regio onde ademocracia floresce e amadurece. No ano passado, tivemos eleies gerais no Uruguai e noBrasil. Este ano a vez da Argentina e da Venezuela. A realizao peridica e regular dessespleitos demonstra capacidade de lidar com diferenas polticas, por meio do dilogo, dorespeito s instituies e da participao cidad. Temos de persistir neste caminho, evitandoatitudes que acirrem disputas e incitem a violncia. No h espao para aventurasantidemocrticas na Amrica do Sul, na nossa regio. (Presidenta da Repblica, DilmaRousseff, na abertura da 48 Cpula do MERCOSUL, Braslia, 17/7/2015).

    O Governo brasileiro congratula-se com o Governo haitiano pelo bom andamento daorganizao das eleies presidenciais, parlamentares e locais, previstas para os meses deagosto, outubro e dezembro deste ano. O Governo brasileiro tambm cumprimenta oSecretrio-Geral da Organizao dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pela designaodo ex-Ministro das Relaes Exteriores e da Defesa do Brasil, Embaixador Celso Amorim, comochefe da misso de observao da OEA s eleies presidenciais e municipais no Haiti, queocorrero em 25 de outubro, em primeiro turno, e 27 de dezembro, em segundo turno, casonecessrio. Nessa importante tarefa de observao eleitoral, a OEA e o Embaixador CelsoAmorim contam com o pleno apoio do Governo brasileiro. (Nota imprensa n 30. Eleies noHaiti, 20/7/2015).

    O Estado nacional brasileiro s respeitado no mundo na medida em que, em nosso territrio,se exerce e se respeita plenamente a soberania popular. Esta soberania significa submisso vontade geral, expressa nas urnas. Dela depende o cumprimento do programa econmico,social e poltico de mudanas que a sociedade escolhe sistematicamente de quatro em quatroanos. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, por ocasio da cerimnia de formatura daTurma Paulo Kol (2013-2015) do Instituto Rio Branco, Braslia, 12/8/2015).

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    Eu acredito que a Amrica Latina j tenha dado passos enormes em direo democracia. Hturbulncias, claro, mas hoje todos os presidentes da regio foram eleitos democraticamente.No faz muito tempo, as ditaduras militares dominavam o continente, colaboravam entre si,assassinando os opositores. Ns temos um passado violento e sangrento. Ns todos

    alcanamos a democracia mais ou menos na mesma poca. Todos estes pases possuem suaprpria histria, sua prpria velocidade para faz-lo. Na Amrica Latina, cada pas tem quecaminhar sozinho. No se pode impor um ritmo aos outros pases. (Presidenta da Repblica,Dilma Rousseff. O Brasil ainda est estvel. Entrevista concedida ao jornal alemo Neue

    Zrcher Zeitung, 28/8/2015).

    Graas plena vigncia da legalidade e ao vigor das instituies democrticas, ofuncionamento do Estado tem sido escrutinado de forma firme e imparcial pela Justia e portodos os Poderes e organismos pblicos encarregados de fiscalizar, investigar e punir desvios ecrimes. O Governo e a sociedade brasileiros no toleram a corrupo. A democracia brasileirase fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como o seu prprio limite. Ns, os

    brasileiros, queremos um pas em que a lei seja o limite. Muitos de ns lutamos por isso,justamente quando as leis e os direitos foram vilipendiados durante a ditadura. Queremos umpas em que os governantes se comportem rigorosamente segundo suas atribuies, semceder a excessos. Em que os juzes julguem com liberdade e imparcialidade, sem presses dequalquer natureza e desligados de paixes poltico-partidrias, jamais transigindo com apresuno da inocncia de quaisquer cidados. Queremos um pas em que o confronto deideias se d em um ambiente de civilidade e respeito. Queremos um Pas em que a liberdadede imprensa seja um dos fundamentos do direito de opinio e a manifestao de posiesdiversas direito de todos os brasileiros. As sanes da lei devem recair sobre todos os quepraticaram atos ilcitos, respeitados o princpio do contraditrio e da ampla defesa. Que fiqueconsignado que no abriremos mo das conquistas pelas quais o povo brasileiro tanto

    lutou. (Presidenta da Repblica, Dilma Rousseff, por ocasio da Abertura da 70 AssembleiaGeral das Naes Unidas, Nova York, 28/9/2015).

    A Organizao dos Estados Americanos tem experincia e excelncia na promoo dademocracia e no apoio a processos eleitorais em todo o Hemisfrio. Ao lado do pilar dosDireitos Humanos, representado pelo Sistema Interamericano de Direitos Humanos, essadimenso da atuao da OEA reveste-se de uma importncia singular no processo deconsolidao da democracia em todo o Hemisfrio. (...) Todos os pases membros de nossaOrganizao tm realizado eleies regulares, permitindo sua cidadania a escolha livre deseus governantes. (...) Porque a Carta Democrtica reconhece de forma indiscutvel que ademocracia e o desenvolvimento econmico e social so interdependentes e se reforammutuamente, importante que a atuao da OEA se concentre tambm nos desafios queainda enfrentam muitos pases americanos, ou regies dentro deles, no campo dodesenvolvimento sustentvel com incluso social e democracia. Afinal, a pobreza e a falta deoportunidades so a principal causa estrutural das ameaas que enfrentamos para aconsolidao da democracia e do seu instrumento mais evidente, as eleies livres e justas.(...) O Brasil tem participado ativamente em esforos da OEA para prestar servios deobservao eleitoral, cuja qualidade tcnica reconhecida internacionalmente. Desde 1962,realizaram-se, sob os auspcios da OEA, mais de 200 misses de observao eleitoral em 27pases do continente, consolidando a Organizao como foro de promoo da estabilidadedemocrtica regional. O Brasil sempre se engajou na utilizao da observao eleitoral quandoessa foi a vontade manifesta dos pases que as solicitaram e as acolheram, no marco do seuprprio fortalecimento democrtico e institucional. (Secretrio-Geral, Embaixador SrgioDanese, na condio de Ministro interino das Relaes Exteriores, por ocasio da aberturada X Reunio Interamericana de Autoridades Eleitorais, Rio de Janeiro, 19/11/2015).

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    O Governo brasileiro acompanhou de perto as eleies legislativas de ontem, 6 de dezembro,na Venezuela, e congratula o povo, as foras polticas e as autoridades venezuelanas pelaforma ordeira e pacfica em que transcorreu a jornada eleitoral. A normalidade do processo,tal como atestado pelas diferentes misses de acompanhamento eleitoral, entre as quais a daUNASUL, o alto nvel de comparecimento dos eleitores e o reconhecimento dos resultados por

    todas as partes constituem uma vitria expressiva da democracia, para a Venezuela e para aregio. O Governo brasileiro ressalta a importncia do pleno respeito vontade popularexpressa nas urnas e reitera sua disposio de continuar trabalhando com a Venezuela paraaprofundar as relaes bilaterais e contribuir para o dilogo, a estabilidade democrtica, odesenvolvimento e a prosperidade daquele pas vizinho e amigo, scio no MERCOSUL e atorfundamental no processo de integrao latino-americana. (Nota imprensa n 493. Eleiesna Venezuela, 7/12/2015).

    [O] Governo brasileiro confia que ser plenamente respeitada a vontade soberana do povovenezuelano, expressada de forma livre e democrtica nas urnas. Confia, igualmente, quesero preservadas e respeitadas as atribuies e prerrogativas constitucionais da novaAssembleia Nacional venezuelana e de seus membros, eleitos naquele pleito. No h lugar, na

    Amrica do Sul do sculo XXI, para solues polticas fora da institucionalidade e do maisabsoluto respeito democracia e ao Estado de Direito. (Nota imprensa n 1. Inaugurao da

    Assembleia Nacional Venezuelana, 5/1/2016).

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    Direitos Humanos

    O Brasil tem sido um pioneiro, por exemplo, a parceria atual com a Alemanha, em examinar odireito privacidade na era digital. Trata-se de resposta direta s revelaes de EdwardSnowden, e, no fosse pelo foro que as Naes Unidas so para discusses, para examinar

    solues consensuais, para o desenvolvimento normativo ou mesmo para a execuo ecumprimento de acordos existentes e entendimentos, eu acredito que ns estaramos emposio muito pior. (Entrevista concedida pelo Representante Permanente do Brasil junto ONU, Embaixador Antnio Patriota, ao Global Observatory, Nova York, 4/3/2015).

    Ns acreditamos que a moratria da pena de morte, com a perspectiva de sua abolio,contribui para o fortalecimento dos direitos humanos e para promoo de sociedadesinclusivas, ao mesmo tempo em que fomenta uma cultura de paz e o Estado de Direito.Recordamos que no existe evidncia emprica estabelecendo nexo causal entre a pena demorte e o efetivo controle do crime. (...) Reafirmamos a importncia do Segundo ProtocoloFacultativo ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Polticos. Saudamos os pases que so

    partes do tratado e apelamos queles que ainda no o so para que adiram a eleimediatamente. (Representante Permanente do Brasil junto ao Conselho de DireitosHumanos das Naes Unidas, Embaixadora Regina Dunlop, na 28 sesso do CDH. Genebra,4/3/2015).

    No contexto da 28a sesso do Conselho de Direitos Humanos da ONU, atualmente em cursoem Genebra, o Brasil copatrocinou, juntamente com mais de 60 pases, declaraointerregional proferida hoje, 13 de maro, em plenrio, intitulada Defendendo os direitoshumanos de cristos e outras comunidades no Oriente Mdio. O apoio do Brasil reflete apreocupao com a gravidade das violaes aos direitos humanos de cristos e outrasminorias, grupos religiosos e nacionais diversos, que vm sendo vtimas de intolerncia,

    discriminao e violncia naquela regio. Aps a leitura de declarao conjunta, a delegaobrasileira proferiu interveno reiterando a preocupao com as violaes que tambm vmsendo cometidas contra outras minorias religiosas, tnicas e grupos nacionais no OrienteMdio, inclusive comunidades muulmanas vtimas de violncia sectria na regio. (Nota imprensa n 72. Declarao Inter-regional sobre os direitos humanos de cristos e outrascomunidades no Oriente Mdio, 13/3/2015).

    O Governo brasileiro registra, com satisfao, a adoo hoje, em Genebra, por consenso, peloConselho de Direitos Humanos das Naes Unidas (CDH), de resoluo de iniciativa do Brasil eda Alemanha, juntamente com ustria, Liechtenstein, Mxico, Noruega e Sua, sobre o direito privacidade na era digital. A resoluo cria relatoria especial sobre o direito privacidade

    para lidar com os desafios decorrentes da era digital. A resoluo contou com um total de 58pases copatrocinadores. A relatoria especial, com mandato inicial de trs anos, tercompetncia para reunir informaes relevantes sobre o direito privacidade, identificarobstculos sua promoo e proteo, tomar medidas com vistas conscientizao sobre anecessidade de promover e proteger o referido direito, bem como relatar violaes esubmeter ateno do CDH situaes de maior gravidade, entre outras funes. (Nota imprensa n 94. Criao da Relatoria Especial sobre O Direito Privacidade na Era Digital,27/3/2015).

    A poltica externa em direitos humanos uma ferramenta importante para a projeo dosvalores do Brasil no mundo. A promoo e a proteo dos direitos humanos nos planos interno

    e externo esto associadas. So nossos valores internos que fortalecem o nosso discursoexterno. Da mesma forma, nossas posies externas, os compromissos assumidos

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    internacionalmente reforam o propsito de realizar os direitos humanos internamente. Aimbricao entre essa dimenso externa e interna est consagrada na prpria ConstituioFederal, cujo ar