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RENDIMENTO
DA SOJA:
Chegamos ao
máximo?
JOSÉ ANTONIO COSTA
UFRGS, Porto Alegre-RS
E-mail: [email protected]
ROTAÇÃO SOJA/MILHO NO PLANTIO DIRETO
Piracicaba-SP, Julho 10-12, 2002.
SIMPÓSIO
SOBRE
OBJETIVO
Propor alternativas de manejo para a cultura
da soja a partir da estimativa do potencial
de rendimento
CONCEITOS
Rendimento potencial (RP): rendimento
obtido pelo funcionamento pleno de todos os genes
da planta, sem limitações.
Potencial de rendimento (PR): fração do
rendimento potencial resultante da interação
genótipo x ambiente, em condições em que os
estresses bióticos e abióticos são minimizados.
COMPARAÇÃO DE TIPOS DE RENDIMENTO
Rendimentopotencial (RP)
Potencialrendimento (PR)
Rendimentopesquisa
Rendimentolavoura
Ren
dim
en
to r
ela
tivo
RP
PR
Ciclo
Rendimento potencial (RP) e
Potencial de rendimento (PR)
EXEMPLOS DE MODELOS
MATEMÁTICOS
Loomis & Williams (1963) Incidência do fluxo de fótons.
Hay & Walker (1989) Interceptação da radiação, conversão da
energia química e partição da massa seca.
Sinclair (1993) Fatores de tempo e energia para produção
de fitomassa.
EXEMPLOS DE MODELOS
MATEMÁTICOS
Modelos PR calculado
(t/ha)
Loomis & Williams (1963) 38,4
Sinclair (1993) 16,5
Hay & Walker (1989) 16,45
PLANTA
(CULTIVAR)
AMBIENTE
(CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS, EDÁFICAS E BIÓTICAS)
MANEJO
(SOLO E CULTURA)
FATORES QUE DETERMINAM O RENDIMENTO
INTERAÇÃO DINÂMICA
PROVÁVEIS CAUSAS DA VARIABILIDADE DO RENDIMENTO
76
NÍVEL DE PRODUTIVIDADE (kg/ha)
FATORES QUE DEFINEMPotencial Genético
CO2
RadiaçãoTemperatura
FATORES QUE LIMITAMÁgua
Nutrientes
FATORES QUE REDUZEMPragas
DoençasPlantas Daninhas
+
+
RENDIMENTO MÉDIO ATUAL
PG - PR - BR - Mundo
RENDIMENTO ATUALMENTE ATINGÍVELEnsaios de PesquisaConcursos de Produtividade
Recordes
POTENCIAL DE RENDIMENTO MÁXIMO (?)Loomis & Williams (?)
C
O
N
D
I
Ç
Ã
O
A
M
B
I
E
N
T
A
L
PIOR
ALTO
N
Í
V
E
L
DE
M
A
N
E
J
O
BAIXO
MÍNIMA
POSSIBILIDADE
DE
CONTROLE
MELHOR
MÁXIMA
Ambiente Favorável
Manejo Adequado
Ambiente Ótimo
Manejo Ideal
Fonte: Adaptado de Wageningen University (http://www.wau.nl/beng/quasi/disciplines/agronomy/examples/pl.html)
MÉTODOS DE ESTIMATIVA
DO PR NA SOJA
FASE VEGETATIVA:
- plantas/m2, estatura, no de ramos, massa seca...
FASE REPRODUTIVA (final do ciclo):
- plantas/m2 x legumes/planta x grãos/legume x peso
do grão da cultivar
Estimativa do potencial de rendimento
R2
flores
R5
flores e legumes
R8
legumes 0,1,2 e 3 grãos
+
peso de 100 grãos
Rendimento
R8
Potencial de
rendimento
R2
Potencial de
rendimento
R5
CICLO
Pires et al. (2000)
1
Flores R2
Flores+
legumes R5
% legumes
0,1,2,3 grãos
R8
Peso 100
grãos
legumes
1,2,3 grãos
2
Flores R2
Legumes R5
% legumes
1,2,3
grãos R8
Peso 100 grãos
legumes
1,2,3 grãos
3
Flores R2
Flores+
legumes R5
Grãos/legumes
de acordo com a
cultivar
Peso 100 grãos
de acordo com a
cultivar
4
Flores R2
Legumes R5
Média de
grãos/
legumes
Média de
peso de
100 grãos
EXEMPLO DE VARIAÇÕES DO MÉTODO
CICLO
RP
PR
PR
Estimativa do PR
Vn
Rn
ONDE PRETENDEMOS CHEGAR?
AÇÕES DE MANEJO PARA MAXIMIZAR
O POTENCIAL DE RENDIMENTO:
- antecedendo a instalação da lavoura;
- na instalação da lavoura;
- durante o desenvolvimento vegetativo;
- durante o desenvolvimento reprodutivo;
- para a próxima safra.
0
10
20
30
40
50
60
Trigo Aveia
branca
Pousio
Inoculado
Não
inoculado
Cél
ula
s d
e B
. ja
pon
icu
m
x 1
03, n
o/g
solo
Figura 2. No de células de B. japonicum em
cereais, com e sem inoculação
Domit et al., 1990
Cereais Não
inoculado
Cereal
inoculado
Soja
inoculada
Inoculação
dupla
kg/ha
Trigo 2.714 2.969 2.982 2.878
Aveia branca 3.037 3.675 3.176 3.336
Aveia preta 2.862 3.205 2.953 3.033
Médias 2.871 B 3.283 A 3.037 AB 3.082 AB
Tabela 1. Rendimento da soja em resposta à
inoculação de culturas antecessoras
Domit et al., 1990
VARIABILIDADE ENTRE PLANTAS
REPRESENTAÇÃO DA
POSIÇÃO DE CADA
PLANTA NA ÁREA
Y
X
1,03
VARIABILIDADE
Potencial de Rendimento
Temporal, induzida pelo manejo
Cultivares
Geoestatística
Espacial e temporal
Comunidades
Determina
Variabilidade no Potencial
de Rendimento
Variabilidade na produção
de grãos
Rendimento de grãos
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
R2 R4 R5 R8
BRS 137
BRS 138
Maehler (2000)
Figura 5. Estimativa do PR, EEA/UFRGS, 1998/99.
a a
a
a
b
b
b b
Estádios
Adaptado de Navarro Júnior (1998)
Figura 6. Estimativa do potencial de rendimento,
EEA/UFRGS, 1996/97.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
R2 R5 R6
FT- 2003
RS 7 - Jacuí
RS 9 - Itaúba
CEP 20 - Guajuvira
Estádios
Ren
dim
ento
de
grã
os
(t/h
a)
b a a a a
b a
b b a
b b c
1996/97
1999/2000 2000/2001
Estimativa do Potencial de Rendimento
0
4000
8000
12000
16000
20000
R2 R5 R8 R8 parcela
FT Saray
IAS 5
IAS 4
FT Abyara
RS 10
0
4000
8000
12000
16000
20000
R2 R5 R8 R8 parcela
FT Saray
IAS 5
IAS 4
FT Abyara
RS 10
0
4000
8000
12000
16000
20000
R2 R5 R8 R8 parcela
FT Saray
IAS 5
IAS 4
FT Abyara
RS 10
Fotoperíodo (% do máximo), floração (%) e enchimento de grãos (%)
Mês15
/jun
15/ju
l
15/ag
o15
/set
15/ou
t
15/no
v15
/dez
15/ja
n15
/fev
15/m
ar15
/abr
15/m
ai
15/ju
n_
Foto
perío
do
60
70
80
90
100
Porc
enta
gem
0
20
40
60
80
Fotoperíodo Floração Enchimento
DESENVOLVIMENTO x FOTOPERÍODO
Meses (subdivididos em decêndios)
N1 N2 N3 D1 D2 D3 J1 J2 J3 F1 F2 F3 M1 M2 M3 A1 A2 A3
Radi
ação
(cal
.cm
-2.d
ia-1
)
0
100
200
300
400
500
600
Médias de 20 anos
R5 R7R2
RADIAÇÃO SOLAR x DESENVOLVIMENTO
NOVO CALENDÁRIO DE SEMEADURA
DA SOJA PARA O RS
Figura 7. Estimativa do PR da cultivar
OCEPAR 14, EEA/UFRGS, 94/95.
0
5
10
15
20
R2 R5 R8
20 cm
40 cm
a
b
a
a
b
b
Ventimiglia et al. (1999) Estádios
Nível de desfolhamento (%)0 33 67 100
Ren
dim
ento
de
grão
s (kg
/ha)
0
1000
2000
3000
4000
5000
20cm y = 4175,37 + 15,11x - 0,27x 2 r2 = 0,97
40cm y = 3358,24 + 7,97x - 0,165x2 r 2 = 0,90
Rendimento de grãos (kg/ha), da soja em dois espaçamentos entre fileiras e quatro níveis de desfolhamento, na média dos três estádios de desenvolvimento, EEA/UFRGS, 2000/01.
88%
Figura 2. Controle de doenças de final de ciclo
na soja no RS e SC, 1999
Balardin (1999)
1000
1400
1800
2200
2600
R5.1 R5.1+R5.4 R5.4 Testemunha
a
Estádios
a
b b
bab a
a
cb b a
3000
3300
3600
3900
4200
T Kumulus Priori Score/Score +
Priori
kg
/h
a
0
40
80
120
160
200
240
g
RENDIMENTO MMG
RENDIMENTO - MASSA DE 1.000 GRÃOS
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
- na época normal
- após o florescimento da soja?
- Qual é o objetivo do controle?
- O controle resultará em efeito positivo
sobre o rendimento?
- Qual produto usar?
Figura 3. Estimativa do potencial de rendimento,
EEA/UFRGS, 1998/99.
Maehler (2000)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
R2 R4 R5 R8
Irrigado
Não irrigado
a
a
a
a
b
b
b b
Estádios
FATORES QUE CONTROLAM A FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO
Cultivar
Rhizobium
Adaptado de Chris van Kessel & Cristopher Hartley / Field Crops Research 65 (2000) 165-181.
Força de demanda por N
Clima
Água
População de plantas
Ocorrência de doenças e pragas
Estresses do solo Preparo do solo
Índice de colheita de N
Balanço de N no solo N disponível
Nutrientes disponíveisSolo
S
O
J
A
APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM
COBERTURA
- Aplicação de N em R3 sob irrigação.
- Soja com boa nodulação.
- Aumento de 7 sc/ha ou 11,8%.
Wesley et al. (1998)
Tabela 1. Rendimento da soja x aplicação
de micronutrientes
Tratamentos Sem
calcário
Com
calcário
Zn, B, Mo, Co 2.670 a 3.050
Molibdênio + zinco 2.494 a 3.185
Molibdênio 2.668 a 3.087
Testemunha 2.196 b 3.153 ns
Rubin et al. (1995)
PRINCIPAIS FATORES RESPONSÁVEIS PELAS DIFERENÇAS DE RENDIMENTO
A - REGIÕES DISTINTAS B - MESMA REGIÃO
Obs.: Considerando a semeadura da mesma cultivar de milho
EXEMPLO: AGRICULTOR DE SUCESSO
Adubação: 15% superior à exportação dos grãos
- 1 kg de adubo produz 10 kg de grãos
- Custo de 1,2 kg de grãos = + 8,8 kg de grãos
- uso de micronutrientes (Zn, B, Mo e Co)
- mapeamento da variabilidade da área
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Ano
kg
/ha
RS Cornélis
RENDIMENTO DA SOJA NO PERÍODO 1990-2001
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01
Pesquisa Cornélis
RENDIMENTO DA SOJA NO PERÍODO 1990-2001
PRÓXIMA SAFRA
ESTIMATIVA DO PR PRÁTICAS DE MANEJO
DURANTE O CICLO
CICLO
RP
PR
CICLO
RP
PR
Qual o tipo de planta para obter rendimentos elevados?
2.000 kg/ha 5.000 kg/ha 8.000 kg/ha
FINALIZANDO,
- a estimativa do PR constitui-se numa
ferramenta importante para identificar os
fatores limitantes à expressão do PR;
- a estimativa do PR durante a ontogenia da
soja permite que este seja modificado, por meio
de práticas de manejo, durante o mesmo ciclo
desta cultura.
Qualidade, tanto da matéria-prima como da
execução de todas as etapas de manejo
O potencial atual de uma área de produção foi
determinado nos anos anteriores
Conhecimento e domínio na determinação dos
estádios de crescimento
Presença constante e permanente, durante todo o
ano, nas áreas cultivadas
Saber onde se pode chegar
A rotação de culturas, fator fundamental na
(re)construção do potencial de uma área, deve
ser a mais simples possível
O manejo das interações é a chave para a
maximização do potencial de rendimento
A maximização do potencial de rendimento é
economicamente impossível sem a adoção do
plantio direto