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COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXV SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS SALVADOR, 12 A 15 DE OUTUBRO DE 2003 1 T94 - A03 REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO ATINGIDA PELO RESERVATÓRIO DO APROVEITAMENTO MÚLTIPLO DE MANSO – MT Dionésio Werner Júnior Adão Sérgio Gomes José de Souza Júnior Ricardo Thadeu G. da Luz Deise da Silva Torres Souza FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S/A. RESUMO Este artigo técnico apresenta as ações implementadas por Furnas, para o remanejamento da população atingida pelo reservatório do Aproveitamento Múltiplo de Manso, no município de Chapada dos Guimarães, estado de Mato Grosso. ABSTRACT This tecnical paper presents the actions implemented by Furnas for the relocation of the people affected by the reservoir of the Manso Multiple Utility, in the Chapada dos Guimarães municipality, in the state of Mato Grosso. 1 – INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é descrever as obras de infra-estrutura executadas na área do reservatório do Aproveitamento Múltiplo de Manso, que proporcionaram não só uma ação indenizatória, mas principalmente ações para a melhoria da qualidade de vida da população atingida pelos impactos da formação do reservatório de 427 km 2 .

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COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXV SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS SALVADOR, 12 A 15 DE OUTUBRO DE 2003

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T94 - A03 REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO ATINGIDA PELO RESERVATÓRIO DO APROVEITAMENTO MÚLTIPLO DE MANSO – MT

Dionésio Werner Júnior Adão Sérgio Gomes

José de Souza Júnior Ricardo Thadeu G. da Luz

Deise da Silva Torres Souza

FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S/A.

RESUMO Este artigo técnico apresenta as ações implementadas por Furnas, para o remanejamento da população atingida pelo reservatório do Aproveitamento Múltiplo de Manso, no município de Chapada dos Guimarães, estado de Mato Grosso. ABSTRACT This tecnical paper presents the actions implemented by Furnas for the relocation of the people affected by the reservoir of the Manso Multiple Utility, in the Chapada dos Guimarães municipality, in the state of Mato Grosso. 1 – INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é descrever as obras de infra-estrutura executadas na área do reservatório do Aproveitamento Múltiplo de Manso, que proporcionaram não só uma ação indenizatória, mas principalmente ações para a melhoria da qualidade de vida da população atingida pelos impactos da formação do reservatório de 427 km2.

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2 – LOCALIZAÇÃO O Aproveitamento Múltiplo de Manso está localizado no Município de Chapada dos Guimarães, Estado de Mato Grosso, no Rio Manso, logo após a foz do Rio Casca. O acesso, partindo de Cuiabá, é feito através da Rodovia MT-251 (17 km), seguindo pela MT-351 (75 km), e estrada de acesso permanente à Barragem (11 Km), até ao local das Obras, totalizando 103 Km. O rio Manso é um dos principais afluentes do rio Cuiabá, responsável por aproximadamente 60% de sua vazão. A Figura 1 apresenta a localização do APM-Manso. 3 – HISTÓRICO Os estudos para implantação da usina hidrelétrica de Manso foram iniciados em 1975, após uma grande enchente ocorrida no rio Cuiabá em 1974, que inundou principalmente as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. A maior cheia registrada nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande no período de 1931 a 1981, ocorreu em março de 1974 e atingiu uma vazão de 3.060 m3/s. O empreendimento foi concebido dentro do conceito de uso múltiplo do reservatório e da água, tendo como objetivos principais a proteção das cidades de Cuiabá e Várzea Grande contra as cheias mais freqüentes do rio Cuiabá e a melhoria das condições de navegação deste rio, a jusante da cidade de

FIGURA 1 – Localização da Área

A P M- M A N S O

Mato Grosso

A P M- M A N S O

Mato Grosso

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Cuiabá, principalmente durante as estiagens. Como objetivo secundário, foi considerada a geração de energia elétrica, a partir de uma casa de força com 100 MW de potência instalada, a ser construída em uma segunda etapa da obra. Diante dos seus benefícios diretos e indiretos, o empreendimento foi denominado Aproveitamento Múltiplo de Manso: APM-Manso. Após a reformulação do empreendimento, a geração de energia elétrica passou também a ter caráter prioritário, juntamente com o controle de cheias de até 50 anos de recorrência nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e demais cidades do vale da baixada Cuiabana, evitando assim os prejuízos verificados na cheia de 1974. A potência instalada passou a ser de 210 MW, e a obra passou a ter também outros benefícios indiretos. As obras, que estiveram paralisadas de outubro/89 a janeiro/98, foram retomadas em fevereiro/98. Para a gestão do empreendimento foi formado o consórcio APM-MANSO, composto pela PROMAN (consórcio privado) e FURNAS, ficando a primeira responsável pelas obras civis, montagem eletromecânica e sistema de transmissão associado e a segunda pelo controle de qualidade dos serviços executados pela PROMAN, bem como pelos programas ambientais e ações fundiárias. 3.1 - POPULAÇÃO DA ÁREA DO RESERVATÓRIO A área onde se formaria o reservatório era uma região de ocupação antiga, com predomínio de grandes propriedades rurais, inexploradas pelos proprietários. A população residente era basicamente constituída de agregados – pessoas com autorização de residência na terra, sem vínculo empregatício e com direito a cultivar determinada área, e de colonos – os assalariados rurais com direito à moradia. A densidade demográfica era de 2,6 hab./km² , numa população de cerca de 1.000 habitantes. Na área a ser ocupada pelo futuro reservatório foram identificados 109 imóveis rurais, quatro escolas, duas igrejas, e três pequenas unidades comerciais locais, todas rurais e sem núcleos urbanos. Dos chefes de família, cerca de 65% eram originários da própria região e, desses, 50%, viviam no local de nascimento. A grande maioria dos moradores entrevistados desejava continuar cultivando a terra e que seus filhos permanecessem nas fazendas onde residiam. Grande parte da população não possuía qualquer nível de instrução, o que poderia ser explicado pela falta de escolas e precariedade das vias de acesso e dos meios de transporte. A necessidade de utilização da mão-de-obra infantil nas atividades econômicas era outro fator que contribuía para a não freqüência escolar. 3.2 – ATIVIDADES ECONÔMICAS A principal atividade econômica era a lavoura de subsistência (56,4%), calcada no trabalho familiar, seguida da pecuária de cria e, em menor escala, do garimpo e agricultura. Os principais produtos da lavoura de subsistência eram a

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mandioca, o arroz e o milho, que compunham a dieta alimentar básica, acrescidos do feijão e da banana e, a jusante do local da barragem, do peixe. A caça era realizada esporadicamente e não tinha caráter predatório. Era expressivo o número de pequenos proprietários que vendiam parte de sua produção, inversamente aos agregados, parceiros e colonos que, pela própria relação de produção estabelecida, não produziam excedentes. Na área do reservatório, o garimpo era praticado nas margens dos rios Casca e Quilombo. No município de Chapada dos Guimarães, havia ocorrido aumento considerável no garimpo manual de diamantes no rio Quilombo, atraindo um contingente maior de homens sem a presença da família, apesar de ainda predominarem os garimpeiros com dependentes. As transações comerciais nessas áreas de garimpo eram realizadas nas fazendas e a presença do proprietário da terra e/ou do administrador tornava-se imprescindível para supervisionar as atividades, autorizar a concessão de licenças, controlar a entrada de novas pessoas e garantir a percentagem que lhe era devida. 3.3- INFRA-ESTRUTURA Cada unidade residencial correspondia à família elementar (pai, mãe e filhos) e, em geral, eram casas de pau-a-pique (66,6%), conforme a Figura 2, possuindo três cômodos, em média. Inexistiam instalações sanitárias dentro e fora das residências e uma parcela reduzida utilizava fossas (17,6%) e valas (1,9%) para o depósito de dejetos. Na maior parte dos casos (80,5%), o lixo era jogado nos arredores, e as poucas unidades dotadas de energia elétrica dispunham de gerador próprio. Apenas 40% das famílias utilizavam a água dos rios (Casca, Manso, Quilombo e Palmeiras) para abastecimento doméstico; as demais recorriam aos córregos e nascentes. Em ambos os casos, apenas a metade da população filtrava a água antes de usá-la. Próximo aos imóveis rurais, havia pequenos estabelecimentos comerciais (bolichos e/ou tendinhas), nos quais 56,5% das famílias se abasteciam. As que não recorriam a esse comércio, alegavam a escassez e o alto preço das mercadorias, adquirindo-as na cidade de Cuiabá. O acesso era por estradas carroçáveis que interligavam os imóveis rurais e serviam o escoamento da produção, inclusive de regiões circunvizinhas.

FIGURA 2 – Casa de pau-a-pique de um dos agregados

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4 – PROGRAMA DE REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO Os objetivos principais do programa foram orientar a população afetada pelo enchimento do reservatório, para compor seus quadros de vida, com resultados justos às várias categorias sócio-econômicas envolvidas; e subsidiar os estudos de cadastro fundiário, os processos de desapropriação e as indenizações. Os procedimentos do programa foram: • Atualizar o diagnóstico sócio-econômico da população a ser afetada pelo

empreendimento; • Efetuar análise motivacional, identificando as expectativas da população,

para subsidiar as ações inerentes aos remanejamentos; • Definir procedimentos e tratamentos a serem observados no processo de

remanejamento, considerando os diversos grupos sociais identificados, resultando em indenizações e/ou remanejamentos;

• Liberar as áreas necessárias à formação do reservatório, com o

remanejamento da população e a indenização de seus bens e direitos; e • Avaliar o nível de satisfação da população. O anteprojeto de relocação da população da área do reservatório consistiu em: Formalização de convênios e protocolos de intenções com o Incra, Intermat,

Famato/Senar, Empaer, prefeituras municipais, sindicatos e associações envolvidas diretamente ao projeto de construção do APM-Manso;

Aquisição de áreas adjacentes à cota máxima de inundação, necessárias à

implantação das parcelas rurais que deveriam possuir uma superfície variável entre 25 a 30 ha cada;

Elaboração de projetos e demarcação física dos loteamentos e parcelas

rurais para abrigar a população relocada; Elaboração de projeto e implantação da rede viária, do abastecimento de

água potável, e de energia. Elaboração de projeto, preparo e correção de solo de áreas com superfícies

de 5 (cinco) ha em cada parcela rural dos projetos de relocações; Elaboração de projeto e implantação das unidades habitacionais que

deveriam ter 54,32 m2 de área construída; Indenização dos bens e direitos pertencentes aos ocupantes identificados

nas áreas alagadas, com conseqüente e imediata relocação da população atingida;

Relocação total da população atingida para as unidades rurais implantadas.

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Os estudos para composição fundiária estabeleceram categorias de pessoas atingidas pelo reservatório, totalizando 619 famílias cadastradas, conforme discriminado a seguir: • Proprietário: Todo aquele que tinha o registro de sua propriedade no

Cartório de Registro de Imóveis ou que estava em condições de obtê-lo. Foram identificadas 99 famílias.

• Posseiro: Todo aquele que não tinha documento, estando na posse direta

do imóvel, comprovadamente de boa fé e sem contestação pelo lapso de tempo legal. Foram identificadas 128 famílias.

• Ocupante: Todo aquele que era detentor apenas das benfeitorias no

imóvel, tais como construção e cultura. Foram identificadas 252 famílias. • Parceleiro: São os moradores da Comunidade Bom Jardim, e da

Comunidade P.A. Quilombo, assentada pelo Instituto de Terras do estado de Mato Grosso (Intermat), onde foram identificadas 140 famílias. Todos os parceleiros localizavam-se em Chapada dos Guimarães e foram indenizados.

• Domínio: Áreas pertencentes a qualquer órgão da administração federal,

estadual ou municipal. Na categoria, foi identificado apenas um imóvel, localizado em Chapada dos Guimarães, indenizado em outubro/1999, além de 10 domínios que foram relocados.

5 – AQUISIÇÃO DE TERRAS Os estudos e as ações para aquisição de terras para o remanejamento da população foram iniciados na etapa de projeto básico, quando se definiu a área mínima de desapropriação para implantação dos loteamentos. O processo de desapropriação seria efetuado em três etapas. Primeira compreenderia a área mínima, adquirida em 1987 e necessária à implantação das obras, incluindo canteiro, áreas de empréstimo, estoques, bota-fora, acessos e caminhos de serviço. A segunda etapa compreenderia a área inundável quando do desvio do rio Manso, delimitada em função da elevação 250,00 m, que corresponde aproximadamente à cota da ensecadeira principal de montante, deduzida a parcela incluída na primeira etapa. A área correspondente à terceira etapa compreenderia as terras situadas entre as elevações 250,00 e 290,80 m, deduzidas as parcelas inundáveis incluídas na primeira e segunda etapa (a última elevação corresponde a 1 m acima do nível máximo maximorum do reservatório).

No período de paralisação das obras (1989/1997), a área prevista para reassentamento da população, situada entre os rios Casca e Quilombo, foi ocupada pelo Projeto de Assentamento Quilombo – P.A. Quilombo, implantado pelo Incra. Em acréscimo, ocorreu uma maior ocupação da área a ser coberta pelo reservatório, condição que motivou o empreendedor a elaborar novo

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levantamento cadastral. O Plano Remanejamento da População e de Relocação da Infra-estrutura na Área do APM-Manso, consolidou os estudos do programa e permitiu ao empreendedor estabelecer a estratégia de aquisição das terras e as ações de remanejamento. A maior dificuldade em selecionar as áreas para reassentamento da população residiu na carência, em nível regional, de terras com características adequadas para uso agrícola e em extensão suficiente para atender às necessidades do plano de remanejamento. As áreas propostas para o remanejamento da população apresentavam baixo nível de ocupação e de exploração, sendo aproveitadas principalmente para pecuária e constituídas quase que integralmente de solos arenosos, considerados moderadamente aptos para pastagens plantadas e, marginalmente, aptos para lavouras. Na área de 443.000 ha em torno do reservatório não havia, em extensão e qualidade, terras com melhores condições em comparação com as áreas propostas. Apesar das limitações, as áreas ofereciam condições para atender à subsistência da população, sob práticas de manejo primitivo e intermediário e com a aplicação de medidas conservacionistas para evitar ou minimizar os riscos de erosão e redução da fertilidade. Esses níveis de manejo dispensam ou reduzem substancialmente a aplicação de grandes recursos econômicos e tecnológicos, tendo como base a mão-de-obra familiar e o aproveitamento das condições naturais na produção de culturas de subsistência, práticas comumente utilizadas por grande parte da população que seria relocada. Para o estudo de remanejamento das unidades familiares que seriam alagadas, o parcelamento das áreas buscou transferir as pessoas para locais próximos aos de sua residência e manter as relações de vizinhança originais. Houve um novo estudo de parcelamento das áreas, que resultou na implantação dos cinco loteamentos. Foram desapropriadas terras, localizadas às margens direita e esquerda dos rios Quilombo e Casca, onde ficaram os loteamentos Bom Jardim, Campestre, Mamede Roder e PA Quilombo. A disposição seguiu o critério de cada lote ter uma linha limítrofe com a cota de desapropriação, na margem do reservatório, de forma que todos os lotes tivessem acesso direto ao lago. No loteamento Água Branca, foi acordado entre a comunidade relocada, Furnas e Fema que alguns lotes não seriam localizados junto ao reservatório, a fim de permitir a utilização de terras com melhores aptidões agrícolas. Em função das características dos solos e das benfeitorias existentes nas áreas propostas para a relocação, foi estimado o custo de aquisição das terras, com base em transações imobiliárias, valores de oferta e demanda e informações de agências bancárias regionais. A aquisição dos 50.093,52 ha totalizou R$ 16.061.555,44, com valor médio de R$ 320,63/ha (preço de 1998). Após a aquisição das terras, procedeu-se à demarcação dos lotes, através da locação, medição e fixação dos marcos físicos necessários à identificação no terreno, da área da construção das casas. 6- POPULAÇÃO BENEFICIADA

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6.1- CRITÉRIOS DE SELEÇÃO Foi considerado o perfil sócio-econômico na identificação e seleção das 422 famílias beneficiadas no plano de remanejamento da população. Foram cadastradas cerca de 652 famílias (33 na área do canteiro de obras e 619 na área do reservatório), entre proprietários e ocupantes, sendo 59 famílias optantes pela auto-relocação e 182 excluídas por não preencherem um dos pré-requisitos estabelecidos. De acordo com os critérios estabelecidos no plano, para cada uma das 422 famílias contempladas, foram determinados os seguintes benefícios: • Doação de 15 ha a cada uma das famílias; • Preparo e correção do solo em área de 2 ha em cada lote, com quatro

preparos sucessivos para cada lote ( em um ano ou em até oito anos subseqüentes ao reassentamento ) ;

• Construção de casa em alvenaria, com área de 54,32 m², composta de sala,

dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço; • Instalações de energia elétrica rural para as residências, esgoto (fossa

séptica) e água potável; • Titulação do lote em nome do assentado; • Transporte de bens e utensílios dos remanejados; • Construção de estradas de acesso aos lotes. Também foi prevista a modalidade de auto-relocação, onde o expropriando e relocando beneficiário, caso fosse de sua preferência e da conveniência da empresa expropriante, poderia permutar os benefícios sociais especificados no plano pelo recebimento do valor de R$ 12.700,00 (preço de 1998) o que correspondeu a cerca de 60% do valor aplicado, por lote, em obras e serviços reconhecidos como indispensáveis ao melhoramento das questões econômicas da população remanejada. Na auto-relocação, exigiu-se, em contrapartida, que o expropriado ou relocando promovesse, com seus próprios recursos financeiros, ou mesmo com os oriundos da desapropriação de seus bens e os da auto-relocação, a aquisição de outro bem imóvel, em local que melhor lhe conviesse, providenciando, em tempo pré-estabelecido pelo empreendedor, a relocação de todos os seus bens para a sua moradia. A alternativa somente foi concretizada após a formalização dos instrumentos jurídicos adequados, onde o expropriando teve que dar plena quitação e insenção ao empreendedor, de qualquer responsabilidade futura. Na categoria, foram cadastradas 59 famílias. 6.2 – CRITÉRIOS DE INDENIZAÇÃO

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Com base na caracterização sócio-econômica da população diretamente atingida, as famílias foram agrupadas em três categorias (proprietários, posseiros A e posseiros B), visando a estabelecer os critérios indenizatórios: • Proprietários - aqueles com domínio e posse do imóvel e com condições

de auto-relocação. O critério de indenização foi o de pagamento em dinheiro, referente aos itens indenizáveis apurados na identificação e avaliação do local, como também a indenização em dinheiro pelos custos relativos a aluguel de pasto e relocação de gado. Foram indenizados 100% das terras e benfeitorias;

• Posseiros A – aqueles com posse do imóvel e com condições de auto-

relocação. O critério de indenização foi o de pagamento em dinheiro, referente às culturas e benfeitorias, como também a indenização em dinheiro, pelos custos relativos a aluguel de pasto relocação de gado. Foram indenizados 50% do valor da terra inundável e 100 % do valor das benfeitorias;

• Posseiro B e outras categorias – aqueles que, com ou sem a posse do

imóvel, não teriam condições de auto-relocação. O critério utilizado foi o mesmo dado aos posseiros A. Porém, aos mesmos foi dispensado o tratamento de beneficiários do plano social.

7- IMPLANTAÇÃO DOS LOTEAMENTOS Em cada um dos cinco loteamentos implantados, cuja localização se encontra na Figura 3, foi instalado um pólo comunitário com a construção de um centro comunitário, um armazém e uma escola, exceto nos loteamentos Mamede Roder e Campestre, onde aproveitou-se a infra-estrutura das localidades vizinhas de João Carro e Água Fria, com ampliação da escola existente para atender à nova demanda dos loteamentos Bom Jardim, Água Branca e PA Quilombo. Foram também implantados cemitérios.

Conforme estabelecido no plano de remanejamento, os loteamentos dispõem de rede de energia elétrica, rede viária e abastecimento de água em todas as edificações.

As edificações tiveram como partido arquitetônico a construção popular, visando diminuir o custo e preservar hábitos culturais e climáticos.

Tal critério foi adotado tendo como referência a observação e o levantamento fotográfico realizado em campo.

As edificações obedeceram, de modo geral, a um mesmo padrão, sendo construídas em alvenaria, com até 3m de altura, e fechamento de vão até a cobertura em treliças moduladas colocadas em diversos sentidos, na intenção de provocar maior ventilação e movimento nas fachadas. As paredes foram emboçadas e caiadas e o piso, quando indicado foi cimentado de vermelhão ou cimentado áspero, com junta de dilatação em material plástico a cada 2,00 m. As portas e janelas utilizadas foram feitas em madeira e a cobertura, em telha

FIGURA 3 – Localização dos Loteamentos

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cerâmica. As paredes dos sanitários foram azulejadas a meia altura em azulejo branco de 15x15 cm. Imediatamente após a sua construção, as edificações comunitárias passaram para o patrimônio público municipal, mediante transferência dominial sem ônus ao erário público. A administração municipal assumiu a conservação e manutenção dessas edificações, ficando Furnas exonerada de qualquer responsabilidade sobre as mesmas. As características principais das edificações comunitárias implantadas e das unidades habitacionais estão descritas a seguir. • Centro Comunitário DDeessttiinnaaddoo aaoo aatteennddiimmeennttoo bbáássiiccoo ddee ssaaúúddee ee aa aattiivviiddaaddeess ddee ccuunnhhoo ssoocciiaall ddaa ccoommuunniiddaaddee.. SSuuaa ssiittuuaaççããoo aanntteerriioorr ee aattuuaall ppooddee sseerr vveerriiffiiccaaddaa nnaa FFiigguurraa 44.. CCoonnssttiittuuii--ssee ddee uummaa áárreeaa ccoobbeerrttaa,, ccoomm dduuaass ssaallaass ffeecchhaaddaass ppaarraa aatteennddiimmeennttoo mmééddiiccoo// ooddoonnttoollóóggiiccoo,, ccoommppoossttaass ddee iinnffrraa--eessttrruuttuurraa hhiiddrrááuulliiccaa,, uummaa ssaallaa ddee aaddmmiinniissttrraaççããoo ee ccoonnjjuunnttoo ssaanniittáárriioo ffeemmiinniinnoo ee mmaassccuulliinnoo,, ttoottaalliizzaannddoo 111177,,5500 mm²²..

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• Escola As escolas rurais seguiram as especificações do Ministério da Educação e Cultura (MEC), fornecidas pela Prefeitura de Chapada dos Guimarães e foram construídas com seis salas de aula, totalizando 614,25 m², conforme a Figura 5 mostra.

FIGURA 4 – Situação anterior e atual do Centro comunitário Bom Jardim

FIGURA 5 – Situação anterior e atual da Escola no loteamento Bom Jardim

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• Galpão de Armazenagem Área destinada ao armazenamento da produção agrícola da comunidade. Consiste em galpão coberto, com área livre para utilização de acordo com as necessidades de cada povoado, portanto, sem fechamento lateral por paredes, totalizando 123,47m². • Centro Ecumênico

PPrrééddiioo ddee aapprrooxxiimmaaddaammeennttee 112233 mm²²,, ddeessttiinnaaddoo aa eevveennttooss eeccuummêênniiccooss..

• Cemitério Foi projetado com uma área para contemplar o translado fiel das sepulturas existentes nos cemitérios originais que foram inundados pelo reservatório, além de uma área para atender aos óbitos que viessem a ocorrer na respectiva comunidade relocada. O cemitério continha um cruzeiro e uma área coberta para abrigo de pessoas. Seus limites foram definidos por cerca de mourão de concreto e arame liso, com cerca viva plantada junto à mesma, tendo seção quadrada com 2.500 m² de área cercada e 36 m² de área coberta. • Unidade Habitacional Em cada lote de família relocada, foi implantada uma unidade habitacional representada por casa em alvenaria, com área de 54,32 m², composta de sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço, conforme mostrado na Figura 6. Todas as casas foram posicionadas na parte anterior do lote, ou seja, junto à estrada de acesso, para serem servidas por transformadores compartilhados, em geral um para cada duas casas, exceto em condições particulares do parcelamento dos lotes, quando cada casa foi atendida por um transformador. O remanejamento das famílias e comunidades foi realizado através da entrega de lotes em forma individual, executando-se logo em seguida, os serviços de preparo do solo, numa área de 4 ha (inicialmente prevista em 2 ha) para cada lote, que foram entregues prontos para o plantio. Para cada expropriando/relocando, após a implantação total do projeto de remanejamento, seria transferido pelo

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empreendedor, sem qualquer ônus para o beneficiário, o domínio pleno do imóvel a ele destinado, inclusive com todos os acessórios implantados e incorporados pela empreendedora. Da categoria de posseiro ou de ocupante de terras públicas particulares, os beneficiários passaram à condição de proprietário. Quanto aos ocupantes parceleiros do Projeto de Assentamento Quilombo, a responsabilidade de titulá-los ficou para o Incra, uma vez que o domínio do imóvel pertence à União. Já as obras e demais acessórios previstos no plano de remanejamento da população foram transferidos aos parceleiros do PA Quilombo sem qualquer ônus para os beneficiários. 7.1 - CONVÊNIOS E ACORDOS Em 23 de novembro de 1999, foi firmado acordo em audiência na Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, promovida pela Comissão de Terras e; Meio Ambiente da Assembléia, com representantes de Furnas e das comunidades atingidas pelo reservatório, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapada dos Guimarães, Federação dos Trabalhadores Rurais de Mato Grosso (Fetragri), sendo a mediação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Comissão Pastoral da Terra de Mato Grosso (CPT-MT). No acordo, ficaram estabelecidos os seguintes termos: • Entrega para cada reassentado de uma área preparada com solo

corrigido de no mínimo 4 ha, em vez dos 2 ha anteriormente propostos; • Fornecimento de uma patrulha mecanizada para cada comunidade,

composta por um trator, uma grade e uma carreta; • Fornecimento de um caminhão para cada núcleo ou pólo de

reassentamento; • Fornecimento de um kit irrigação para cada duas famílias reassentadas; • Prestação de assistência técnica agronômica para cada uma das famílias

reassentadas, pelo período de dois anos; • Fornecimento para cada uma das famílias reassentadas, durante 24

meses (inicialmente 12), de produtos de alimentação ou crédito para comprá-los (ticket alimentação, cesta básica) no valor equivalente a um salário mínimo mensal, sendo a administração do fundo de recursos realizada por uma comissão, associação ou cooperativa que representasse todos os núcleos de reassentamento;

• Destinação de terras excedentes dos loteamentos às comunidades de

cada núcleo.

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Em 31 de outubro de 2000, foi assinado convênio entre Furnas, a Secretaria Estadual de Agricultura e Assuntos Fundiários de Mato Grosso (SAAF/Empaer-MT) e a Prefeitura Municipal de Chapada dos Guimarães-MT, firmando a Assistência Técnica e Extensão Rural às famílias reassentadas. Para execução deste convênio foi apresentado um plano de trabalho de ações da ATER (Assistência Técnica de Extensão Rural) visando a viabilização das propriedades e melhorias do bem estar dos produtores e suas famílias. Apresentou-se o plano de trabalho e as especificações dos equipamentos que seriam adquiridas pela SAAF/Empaer-MT e famílias envolvidas, em função do tipo de cultura a ser desenvolvida, bem como as estratégias abordadas e as diretrizes para estruturação de uma unidade operativa local. As ações adotadas no plano de trabalho visavam ao planejamento do sistema produtivo; à condução do sistema de plantio; às técnicas de combate às pragas e doenças; às colheitas; e à comercialização. Foi montado um corpo técnico composto de 3 (três) agrônomos, 2 (dois) técnicos agrícolas, 1 (um) motorista e auxiliares de campo e escritório. A assistência técnica consiste na transferência de tecnologia agropecuária e gerencial aos assentados, de forma a orientá-los quanto ao melhor aproveitamento de suas terras, na condução e comercialização de suas produções, nas opções das alternativas de culturas, e na viabilização de sua propriedade. 7.2 - REDE VIÁRIA O impacto do reservatório do APM Manso sobre a infra-estrutura da região implicou medidas compensatórias para a reorganização da rede viária, tais como relocação de alguns trechos de estradas e a implantação de novas para atender à demanda resultante da relocação da população.Dentre as estradas afetadas pelo reservatório, foram recolocadas as seguintes: • Rodovia MT-020, estadual, nos trechos de transposição dos rios Casca e

Manso; • Trecho inicial da estrada que permitia a ligação da MT–351 com as

localidades de Marzagão, a partir da ponte existente no local do APM Manso, no sentido norte;

• Ligação entre esta última estrada e a rodovia MT-020 Contorno do rio

Palmeiras, pela margem direita do rio Manso; • Ligação da MT-020 com a MT-351, no segmento de acesso ao Porto

Taperão.

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Foram mantidas as características técnicas da rede viária original. Entretanto, para todas as estradas, exceto nos acessos aos lotes de relocação, foi introduzida uma melhora técnica com a adoção de revestimento primário com materiais procedentes de cascalheiras. Para subsidiar os projetos e a execução das estradas, realizaram-se estudos geológico-geotécnicos de 30 cascalheiras, formadas basicamente de concreções lateríticas. Para evitar o isolamento do distrito de João Carro, foi necessária a implantação de um trecho que, integrado à rede viária remanescente, permitiu o acesso à rodovia MT-020. No traçado da relocação da rodovia MT-020, procurou-se combinar os seguintes fatores: menor extensão das transposições dos rios Casca e Manso, com o menor custo de implantação quanto aos aspectos de fundações das pontes e de adequação ao traçado horizontal e vertical; menor extensão de desenvolvimento do novo traçado a implantar e do traçado total resultante; e maior aproveitamento possível da rede viária existente. Durante o projeto executivo da rede viária, visando a evitar a construção de três obras-de-arte especiais de grandes dimensões, foi previsto o sistema de balsas para travessia dos rios Manso e Casca (passagem da Sebastiana), do rio Quilombo, e Passagem do Mamão, na estrada entre as localidades de Água Fria e João Carro. Foi construída uma ponte em concreto apenas na travessia do rio Quilombo, na MT-020. Também se previu a implantação de estradas de acesso aos lotes das novas comunidades, bem como a criação de trechos para acesso ao interior dessas comunidades. Foram implantados cerca de 93 km de estradas de acesso aos lotes. As estradas têm pavimento primário em cascalho, plataforma de rodagem de 5 m e faixa de servidão de 12 m. A rede viária de acesso aos loteamentos consistiu na construção de 20 km de estradas para o P.A.Quilombo (em setembro/1999), 21 km de estradas para o Bom Jardim (em novembro/1999), 20 km para o Mamede Roder (em outubro/1999), 15,8 km para o Campestre (em julho/2000) e 16,5 km para o Água Branca (em novembro/2000). Ao todo foram construídas 150,52 km de estradas vicinais, 162,96 km de estradas municipais e 54 km de estaduais, perfazendo um total de 367,48 km de estradas construídas. Além dessas estradas, para atender as comunidades que tiveram seus acessos comprometidos pelo lago do APM-Manso, Furnas forneceu três conjuntos de balsas com rebocadores para atender algumas localidades com difícil acesso. Cada balsa tem um comprimento de 20 m por 8 m de largura, com espaço suficiente para acomodação de 40 (quarenta) passageiros, 1 (uma) carreta e 8 (oito) carros utilitários. 7.3 - SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Para a reorganização da rede elétrica, havia duas alternativas de fornecimento de energia à área de influência do reservatório. A alternativa I consistia no recondutoramento da LT existente, enquanto a alternativa II compreendia a implantação da nova LT 34,5 kV SE Chapada dos Guimarães - LT PCH Casca II - Água Fria.

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A análise dos custos envolvidos, as vantagens técnicas e o atendimento às normas e legislações vigentes apontaram a alternativa II como a mais adequada. Com 26,5 km de extensão a LT foi construída em estrutura de concreto, sem condutor pára-raios e com condutores de 2 AWG(CAA). Foram projetados também ramais para atender às comunidades dos loteamentos. A rede elétrica dos loteamentos consistiu de 145,4 km, sendo 54,3 km para o P.A Quilombo ( em novembro/1999), 44,3 km para o Bom Jardim ( em novembro/1999), 17,5 km para o Mamede Roder (em novembro/1999), 19,3 km para o Campestre ( em setembro/2000 ); e 10 km para o Água Branca ( em fevereiro/2001 ). Ao todo foram construídas 464 km de redes elétricas considerando os troncos principais, os ramais para os loteamentos e a rede de jusante. 7.4 - SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Os estudos realizados para o abastecimento de água da população remanejada e para os pólos comunitários foram iniciados por reconhecimento hidrogeológico, que permitiu identificar as fontes potenciais na área de interesse, representadas por surgências d’água nas encostas das rochas sedimentares e seus solos de cobertura e por exploração de água subterrânea em poços rasos (cacimbas) e/ou em poços tubulares. O projeto considerou a contratação de empresas especializadas em exploração de água subterrânea, para detalhar os estudos hidrogeológicos e propor, para cada loteamento, o sistema de captação a ser utilizado, através de surgências, de poços rasos ou de poços tubulares. As empresas seriam remuneradas pela quantidade de edificações efetivamente atendidas pelo abastecimento d’água. Na fase de implantação dos loteamentos, o empreendedor contratou as empresas especializadas apenas para a execução de poços tubulares, remunerando-as por metragem de poço perfurado e por serviços adicionais (revestimentos, filtros, bombas etc.). Foram então construídos diversos poços tubulares, com profundidades entre 100 e 150 m, os quais apresentaram vazões muito baixas, considerando que os aqüíferos são formados por rochas sedimentares, predominantemente arenosas, com valores entre 0,6 e 12,98 m³/s. Diversos poços apresentaram-se secos. Através de bombas submersíveis, a água obtida no poço ia até os reservatórios verticais, com capacidade de 10.000 m³, e depois era distribuída por gravidade através das redes principais em tubo PVC do tipo PBA, com diâmetro variável de 40 a 60 mm, fazendo-se então, a ligação domiciliar. A implantação da rede de abastecimento de água para os loteamentos foi realizada em duas etapas. A primeira consistiu na construção de cerca de 20,7 km de ramais para o P.A. Quilombo, de 16,72 km para o Bom Jardim e de 15,27 km para o Mamede Roder (todos em novembro/1999); de 11 km para o Campestre (em setembro/2000); e 10 km para a Água Branca (em fevereiro/2001), totalizando de 73,7 km de ramais. Foram previstos, na segunda etapa, mais 12,4 km de ramais principais para o loteamento Água Branca.

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Para abastecer de água potável a fazenda próxima ao reservatório foi prevista a implantação de 21 poços escavados manualmente (cisterna), dois poços tubulares profundos, uma captação através de roda d’água ou carneiro hidráulico e uma captação de água por gravidade a partir de uma nascente. Ao todo foram construídas em torno de 100 km de rede (principais/secundárias) de abastecimento de água, 14 reservatórios e 12 poços.

7.5 - PREPARO DO SOLO Furnas promoveu a partir de 1999 as atividades do preparo e correção do solo, que consistiram no desmatamento da vegetação e enleiramento (1º ano), aplicação de calcário na quantidade desejada (1º e 3º anos) e gradagem durante os quatro anos; deixando as áreas aptas para o plantio. 7.6 - MUDAS FRUTÍFERAS AAttrraavvééss ddee rreeuunniiõõeess rreeaalliizzaaddaass ccoomm ooss aasssseennttaaddooss,, ddiissccuuttiiuu--ssee qquuaaiiss sseerriiaamm aass eessppéécciieess ffrruuttííffeerraass mmaaiiss aaddeeqquuaaddaass,, aallgguummaass ddeellaass iinnddiiccaaddaass ppeellaa FFEEMMAA,, oouuttrraass iiddeennttiiffiiccaaddaass nnoo lleevvaannttaammeennttoo ssóócciioo--eeccoonnôômmiiccoo,, ccoommoo aass mmaaiiss ppllaannttaaddaass nnaa áárreeaa ddoo rreesseerrvvaattóórriioo.. FFoorraamm ddiissttrriibbuuííddaass 115500 mmuuddaass ppoorr ffaammíílliiaa,, sseennddoo 5500 ppoorr aannoo.. PPaarraa oo ppllaannttiioo ddeessssaass mmuuddaass,, ffoorraamm mmiinniissttrraaddaass aauullaass pprrááttiiccaass ppeellaa eeqquuiippee ttééccnniiccaa ddaa EEMMPPAAEERR..

Também foram repassadas sementes e insumos para a cultura de subsistência, tais como arroz, milho e algumas olerícolas, bem como fertilizantes para sua manutenção. 8- CONCLUSÃO Dentre os 21 (vinte um) Programas Ambientais desenvolvidos para o Aproveitamento Múltiplo de Manso visando minimizar os impactos ambientais, o Remanejamento da População foi um dos que mais demandaram uma gestão conjunta de diversas áreas de Furnas, como também de diversos órgãos governamentais e representantes das comunidades. Na Tabela 1 a seguir apresentamos resumidamente as quantidades dos serviços desenvolvidos para viabilizar o remanejamento da população:

TABELA 1: Quantidade dos serviços desenvolvidos Serviços desenvolvidos Quantidade

Construção de 343 Unidades Habitacionais Área de casa: 54,32m2 Construção de Centros Comunitários 05 unidades

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Construção de Escolas (614m2 cada uma) 03 unidades Construção de armazéns / galpões de armazenagem 04 unidades

Construção de cemitérios 03 unidades Rede Viária e arruamentos 400 km

Rede elétrica 464 km Rede de abastecimento d’água 100 km

Preparo do solo para plantio 1372 ha

Ainda como conclusão apresentamos, resumidamente, o cronograma executivo das principais obras realizadas para a completa efetivação do remanejamento populacional da população do entorno do reservatório do APM-Manso:

TABELA 2: Cronograma Executivo de Manso

9 - AGRADECIMENTO Os autores agradecem a Superintendência de Obras de Geração de Furnas pelo apoio na elaboração deste artigo técnico e congratulam os Departamentos de Meio Ambiente e Patrimônio Imobiliário de Furnas que contribuíram para que os serviços mencionados fossem um sucesso. 10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL; SONDOTÉCNICA. Usina

Hidrelétrica Manso: Relatório de Impacto Ambiental – Rima. [Brasília] nov. 1987. 5v. N. do doc.: MAN-10-3545 RE. Conteúdo: v.1- Síntese; v.2- Descrição técnica do empreendimento; v.3- Diagnóstico ambiental; v.4- Prognóstico ambiental; v.5- Gerenciamento ambiental.

J F MAMJ J A SON DJ F MA MJ J AS OND J F MAMJ J A S ON DJ F MA MJ J A S OND J F MA MJ J A

Figura 8 - Cronograma Executivo16 Rede de Água: 2ª Etapa15 Rede de Água: 1ª Etapa14 Constr. rede de abastecimento de água km 100

13 Rede Elétrica: 2ª Etapa12 Rede Elétrica: 1ª Etapa11 Construção da rede elétrica km 46410 Rede Viária: 3ª Etapa9 Rede Viária: 2ª Etapa8 Rede Viária: 1ª Etapa7 Construção da rede viária km 4006 Edificações: 2ª Etapa5 Edificações: 1ª Etapa4 Casas e edificações comunitárias Un. 3573 Aquisição de terras ha 71472 Cadastramento das famílias 732fam1 OBRAS INFRA-ESTRUTURA APM-MANSO

2002id Nome da tarefa Un. Qtde.

1998 1999 2000 2001

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2. ___;___. Área mínima de desapropriação para implantação do canteiro, vilas e obras: memorial descritivo, textos e plantas-chave. [Brasília] 1987. V.1. N. do doc.: MAN39-2302 MD.

3. ___;___. Plano de desapropriação do reservatório e de relocação. [Brasília]

1986. N. do doc.: MAN-39-2009 RE. 4. CONVÊNIO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ASSUNTOS

FUNDIÁRIOS DO ESTADO DE MATO GROSSO / PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADA DOS GUIMARÃES / FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS. Implantação do projeto de assistência técnica e extensão rural às famílias reassentadas do APM-Manso. [Cuiabá] out.2000.

5. FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS; SONDOTÉCNICA. Plano de

remanejamento da população e de relocação da infra-estrutura na área do APM-Manso. [Cuiabá] fev.1999. N. do doc.: MAN-40-0419 RE.

6. FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS. Divisão Técnica de Manso. Relatório

gerencial nº 01 a 25: junho/1999 a outubro/2001. [Cuiabá] jun.1999 a out.2001. N. do doc.: DTMA.T 001.99 a 025.01.

7. ___. APM-Manso: memória técnica. Rio de Janeiro, 2002. 1.072p.