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RELEXÕES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO E A PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA TERCEIRA IDADE Jorge Luiz Knupp Rodrigues, Gleyciane Ovidio Mendes, Jessyca Peccin Abelha Rodrigues Rodrigues, Márcia Regina de Oliveira (Universidade de Taubaté - SP) Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a participação dos profissionais da terceira idade no atual mercado de trabalho, discutir os benefícios em se contratar essas pessoas, e os desafios enfrentados por esse grupo de indivíduos. Com o avanço da ciência a expectativa de vida vem aumentando a cada ano, dados estimativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do censo demográfico de 2010 mostram o crescente número de pessoas acima de 60 anos que correspondem a 7,4% do total da população brasileira. Com isso nos vimos indagados sobre como o mercado de trabalho e as pessoas da terceira idade estão se relacionando, em como a participação desses indivíduos tem se expressado frente ao crescimento e os desafios do mundo atual. A participação desse grupo vem se mostrando cada vez mais efetiva em varias pesquisas e estudos que tentam mensurar, definir e analisar o papel do idoso na sociedade em geral. Este trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica exploratória, com livros, artigos, estudos e monografias para uma ampla visualização e concretização das respostas procuradas. A relevância deste trabalho dá-se em entender o comportamento social sobre a participação dos idosos no mercado de trabalho, bem como, ampliar o conhecimento das autoras sobre o tema e favorecer a prática profissional. Nestes estudos vemos que vários são os fatores que influenciam a terceira idade em continuar no mercado de trabalho, são eles sociais, econômicos e psicológicos. Quando não há qualificação assumem trabalhos de pouca exigencia, enquanto que os mais qualificados aumentam suas chances de recolocação profissional. Vemos que a sociedade ainda possui uma visão preconceituosa para com o idoso, no entanto com as novas expectativas de vida, fazem a sociedade e as empresas repensarem suas atitudes e olharem com outros olhos esse grupo de pessoas que tem muito a oferecer. Palavras-chaves: Mercado de trabalho. Terceira idade. Idoso ISSN 1984-9354

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RELEXÕES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO E A PARTICIPAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA TERCEIRA IDADE

Jorge Luiz Knupp Rodrigues, Gleyciane Ovidio Mendes, Jessyca Peccin Abelha

Rodrigues Rodrigues, Márcia Regina de Oliveira (Universidade de Taubaté - SP)

Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a participação dos profissionais da terceira idade no atual mercado de trabalho, discutir os benefícios em se contratar essas pessoas, e os desafios enfrentados por esse grupo de indivíduos. Com o avanço da ciência a expectativa de vida vem aumentando a cada ano, dados estimativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do censo demográfico de 2010 mostram o crescente número de pessoas acima de 60 anos que correspondem a 7,4% do total da população brasileira. Com isso nos vimos indagados sobre como o mercado de trabalho e as pessoas da terceira idade estão se relacionando, em como a participação desses indivíduos tem se expressado frente ao crescimento e os desafios do mundo atual. A participação desse grupo vem se mostrando cada vez mais efetiva em varias pesquisas e estudos que tentam mensurar, definir e analisar o papel do idoso na sociedade em geral. Este trabalho utilizou-se de pesquisa bibliográfica exploratória, com livros, artigos, estudos e monografias para uma ampla visualização e concretização das respostas procuradas. A relevância deste trabalho dá-se em entender o comportamento social sobre a participação dos idosos no mercado de trabalho, bem como, ampliar o conhecimento das autoras sobre o tema e favorecer a prática profissional. Nestes estudos vemos que vários são os fatores que influenciam a terceira idade em continuar no mercado de trabalho, são eles sociais, econômicos e psicológicos. Quando não há qualificação assumem trabalhos de pouca exigencia, enquanto que os mais qualificados aumentam suas chances de recolocação profissional. Vemos que a sociedade ainda possui uma visão preconceituosa para com o idoso, no entanto com as novas expectativas de vida, fazem a sociedade e as empresas repensarem suas atitudes e olharem com outros olhos esse grupo de pessoas que tem muito a oferecer.

Palavras-chaves: Mercado de trabalho. Terceira idade. Idoso

ISSN 1984-9354

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Introdução

Frente ao crescimento do numero de pessoas acima de 60 anos no Brasil, dados do Instituto

Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) da sinopse do censo demográfico de 2010 apontam

que os indivíduos acima de 60 anos de idade, chegaram a 7,4% do total da população brasileira.

Somos em um total de 190.732.694 de pessoas e desses mais de 14.000.000 têm mais de 60 anos

(LAURIANO e DUARTE, 2011).

Diante disso é importante saber que os anos de trabalho permitem a

acumulação de uma experiência profissional que facilita, muitas vezes, a

execução de tarefas. Assim sendo, dá-se a impressão de que o trabalho

ideal para os idosos, envolveria gestões mais participativas e não apenas

realização de tarefas (PEREIRA, 2002 apud NASCIMENTO, ARGIMON,

LOPES 2006, p. 2).

Contudo, o mercado atual, ainda tímido e frente a vencer preconceitos com este público,

apresenta-se como uma nova oportunidade e vantagens para esse ''novo empregado''. Estudos

mostram que essa classe tem muito a oferecer em diversos âmbitos profissionais, trazendo consigo

vários fatores positivos tais como competência, maturidade, responsabilidade e experiência que é

uma das qualidades mais visadas.

Segundo Argimon; Nascimento e Lopes (2006) é por meio do trabalho, uso verdadeiro da

força humana, que o individuo se desenvolve e também contribui para o desenvolvimento da

sociedade da qual faz parte. Se por um lado, os jovens acreditam que possuem o conhecimento,

por outro, o idoso tem a experiência a seu favor, como um diferencial para a sua contratação, além

de que o retorno, que a empresa contratante tem com este profissional é quase que imediata, pois

em alguns casos, não é necessário ensinar-lhe o trabalho a ser feito.

Assim é o envelhecimento, um fenômeno que atinge a todos os seres vivos, inclusive o

ser humano e está relacionado diretamente com as condições de vida e trabalho. É do senso

comum que as pessoas vivem, acumulam mais experiência contudo, pode se fazer uma ligação

entre as questões relacionadas ao envelhecimento com as questões relacionadas a experiência

(STELL, 2003 apud ARGIMON; NASCIMENTO e LOPES, 2006 ).

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Normalmente, para todos chegará a terceira idade e com o avançar dos tempos e a

globalização, o profissional idoso estará cada vez mais presente no mercado e trabalho. A

premissa dessa pesquisa é analisar a participação de profissionais da terceira idade no mercado

de trabalho e seu beneficio para as organizações atualmente.

Pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ano?)

mostram o crescente aumento das pessoas maiores de 60 anos e ainda fazem projeções mais

longas para 10, 20 anos que estão por vir. Com isso, observa-se uma tendência de aumento da

contratação deste tipo de mão-de-obra que pode oferecer, não só a larga experiência, mas

também outros fatores que não são encontrados com tanta facilidade em pessoas mais jovens.

Problema

O mercado de trabalho é receptivo ao profissional da terceira idade?

Objetivo

Analisar a participação do profissional da terceira idade no mercado de trabalho,

verificando os benefícios de se contratar um profissional da Terceira Idade e em qual setores

estes profissionais são alocados nas organizações.

Metodologia

Para realização desse trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica exploratória, a

pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa que segundo Gil (2002), grande parte dos estudos

exploratórios visam obter uma familiaridade maior com o problema e podem ser definidos como

pesquisas bibliográficas. Conforme Vergara (2005) o método bibliográfico caracteriza-se pelo

estudo sistematizado, desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas jornais,

redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.

Conceito de trabalho e emprego

O trabalho é uma necessidade natural e eterna da raça humana, sem o qual o ser humano não

poder existir. Além disso, é um dos aspectos que difere o homem dos animais irracionais, os quais

passivamente adaptam-se ao meio ambiente, enquanto o homem atua sobre ele ativamente,

obtendo os bens materiais necessários para sua existência com seu trabalho, inclusive fabricando

os instrumentos adequados para realização das atividades laborais (RODRIGUES e INOCENTE,

2010).

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A história do trabalho parece ter início quando o homem procurou buscar meios para

satisfazer suas necessidades. Essa busca pode ser vista em toda história, nas ações humana, o que

contribui para que o homem continue sobrevivendo. Alcançando a satisfação, as necessidades são

ampliadas, inclusive, para outros homens, gerando as relações sociais que determinam a condição

histórica do trabalho. Assim, o trabalho é subordinado a determinadas formas sociais

historicamente limitadas e a correspondentes organizações técnicas, determinando o modo de

produção. Desta forma, o modo de produção dominante, relacionado com outros modos de

produção subordinados, forma a organização e a execução dos processos do trabalho, vistos como

produtos de relações sociais, segundo Oliveira (1993).

É visível que a civilização estruturou-se principalmente em função do trabalho humano. No

decorrer dos tempos, em vários momentos, e em sociedades distintas, o executor do trabalho,

desenvolveu diferentes papéis em sua existência: o de usuário de energia física, depois operador

de ferramentas, passando por organizador da produção, para que na Era Pós Industrial, ser um

sintetizador da energia mental, favorecendo a abstração e criatividade (ALBUQUERQUE, 2008).

Após o advento da Revolução Industrial, a relação capitalista teve a necessidade de

desenvolver e organizar projetos como grupo de pessoas, instrumentos e processos, essa ideia deu

origem a palavra emprego na qual sempre teve uma relação estável e pouco duradoura diante da

empresa e o empregado, desta forma a relação de emprego e trabalho acabaram se mistificando

(PUPO, 2007). Segundo Albuquerque (2008, p. 1) o trabalho tem vários significados pela história

humana tais como:

Na pré-história: Uma atividade lúdica; Na Antiguidade: Maldição divina ou do

vencido e escravizado; Nos primórdios do cristianismo: Forma de expiação do

pecado original e meio de compaixão; No cristianismo da idade média: Remédio

para as tentações; Com a reforma luterana: Um direito e dever ou um meio para a

salvação; Na revolução industrial: Expressão da criatividade humana; No início do

século XX: A maior obsessão...

Friedmann e Naville (1973 apud SANTOS, 2011, p. 18) comentam que o trabalho também

difere da atividade, porque ele é específico, sugere a produção de valores, isto é, de bens, de

serviço, de troca e de consumo. O emprego seria o “exercício do trabalho remunerado”. A

maneira, na qual, a maioria das pessoas se refere ao trabalho, como emprego remunerado, é a

forma como melhor entendem o real sentido de estar empregado.

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É fundamentado que o trabalho é o combustível que move o mundo, se ele não existisse os

países estariam paralisados e faltaria praticamente tudo, principalmente os aspectos essenciais e

necessários a vida, tais como: água, comida, remédio, roupa, objetivamente faltaria recursos para

manter a sobrevivência. Por isso quando um cidadão fica desempregado é muito difícil para ele

lidar com a autoestima e consequentemente, com a falta de recursos para se manter, essa é a parte

negativa do trabalho, o desemprego.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o mundo tem hoje 27

milhões de trabalhadores desempregados, segundo tabela 183 de Junho de 2012. Sobre a taxa de

desocupação dos brasileiros, maiores de 50 anos, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE 2010) observa-se que nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São

Paulo, somam um percentual de 5,4% do numero total de habitantes. Desta forma o trabalho e o

seu aliado emprego são fundamentais para que um país se desenvolva e se reequilibre, diminuindo

o número de desempregos a aumentando o de vagas acessíveis (PORTO, AMARAL E BACON,

2011).

A relação de emprego ao longo dos anos tem se mantido estável, ela mostra uma falsa

condição de conforto, pois o empregado além de assinar a carteira se sente cômodo pelos

benefícios que tem direito, como FGTS, 13o salário além de férias e outros, mas essa zona não é

somente ligada a conforto, de forma que nela deve se atentar para as obrigações exigidas, como

cumprir ordens e regras que a empresa impõe, bater o cartão, estar empre disposto e disponível,

quando receber ordens e tantas outras exigências. Com o passar do tempo o conforto que era tão

enunciado passa a ser cada vez mais entediante, pois as empresas estão em mutuas e avançadas

mudanças se tornando cada vez mais competitivas, e a relação com o emprego cada vez mais

acirrada (PUPO, 2007).

Destaca-se, que muitas são as definições de Trabalho como sinônimo de Emprego, isto

parece estar relacionado a uma questão de cultura social brasileira, que associa a palavra trabalho

ao sentido de emprego. Verifica-se que trabalho é atuação, esforço físico e mental dispensado em

qualquer atividade que seja realizada, já o emprego é o exercício de toda atuação mais elementos

específicos como qualificação para execução de funções em troca de remuneração.

A evolução do trabalho ao longo dos tempos até os dias atuais passou por várias

transformações de conceitos e valores agregados, por órgãos responsáveis e também pelos

próprios trabalhadores que lutaram para que a mudança fosse real. Hoje, verifica-se os

comparativos que muitos estudiosos fazem ao longo dos anos, entre a era pré industrial e era pós

industrial para a definição dos conceitos de emprego e trabalho.

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Mercado de trabalho

“O mercado de trabalho real pode ser considerado a soma das oportunidades atuais e das

que serão criadas pelas pessoas empreendedoras e criativas de uma certa área” (FRAIMAN, 2008,

p.1). Inicialmente o mercado de trabalho está ligado ao numero de vagas de empregos disponíveis

para trabalhadores formados em determinada área, esse mercado é amplo, as variedades de vagas

de emprego são imensas, mas para inserir-se nele de forma a ter um bom salário, além de boa

formação, é necessário também um ótimo conhecimento e competências na área que quer atuar.

Segundo o IBGE (2010) ocorreram grandes transformações no mercado de trabalho do

Brasil, desde a implantação da pesquisa Emprego – Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que

nada mais é do que a avaliação conjunta do trabalho junto à população em idade ativa, a

implantação dessa pesquisa visa captar, mais adequadamente, as qualidades e características do

trabalhador e de sua melhor inserção no mercado de trabalho.

Engels (1876 apud PERES, 2006) afirma que o trabalho é a condição mais simples e

concreta de toda a vida do ser humano. Em certo grau afirma que o trabalho criou o próprio

homem. Sustentando o pensamento de Engels, Antunes (2006 apud PERES, 2006) classifica o

trabalho como um momento único de realização do ser humano, no qual a condição da sua

existência é algo ideal para sua vida como trabalhador.

O mundo caminha rapidamente, as mudanças no mercado são inevitáveis e necessárias,

independente da profissão, que você escolheu ou vai escolher, o mercado de trabalho busca um

profissional competente, que se mantenha em constante processo de atualização, por meios de

leituras de livros, revistas, ligado a internet para saber as novidades.

Segundo Battisti (2002) vive-se na era da velocidade da informação, para o mercado de

trabalho já não é o bastante ser especialista em uma única área, ou seja, é necessário saber e ter

bons conhecimentos dos assuntos que foram aprendidos ontem e daqueles que estão sendo

aprendidos hoje, pois o mercado seleciona as pessoas mais preparadas e que saibam aplicar seus

conhecimentos em benefícios da empresa para gerar os resultados esperados. Diante disto, pensar

que depois de fazer um curso ou uma faculdade, você encontra-se totalmente ‘livre’ dos estudos, é

decretar a morte para sua carreira e vida profissional, apesar de boa parte da população,

infelizmente, pensar desta forma, o que contribui para uma maior dificuldade de uma colocação no

mercado de trabalho.

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Este mercado é manuseado pelas ofertas e procuras de empregos. Sendo assim, quanto

maior for o numero de empresas e organizações em uma determinada área ou região, que estejam

procurando candidatos para suas vagas disponíveis, maior serão as ofertas de empregos que

existirão em determinado local, isso é chamado de fenômeno da oferta de empregos. Já nos

últimos anos, o Brasil vem apresenta-se em situação de oferta, são poucas as vagas com

disponibilidades apresentadas pelas organizações, deste modo é maior o nível de exigência no

mercado e menores são as remunerações fornecidas, em consequência disto, o famoso índice de

desemprego fica cada vez mais alto.

Apesar do desemprego, relacionar-se a demanda de vagas que oscilam conforme o

aquecimento do mercado de trabalho, as crises econômicas são flutuantes, você deve conhecer

várias pessoas que estão empregadas e que tem sucesso profissional, estão ganhando dinheiro e

tendo reconhecimento, isso acontece por que estsas pessoas não deixam de acreditar nas suas

capacidades, continuam investindo em si mesma sem perder as esperanças, isso não quer dizer que

nem todos os desempregados deixaram de investir em si mesmos, a crise está ai e não deve ser

inorada, mas o que não se pode fazer é ficar parado e desistir.

Todas estas mudanças estimulam a criação de um mundo imprevisível e incompreensível,

no qual o trabalhador vai continuar sofrendo impactos, e Governo e Estado pouco irão fazer por

este tal individuo (SEVCENKO, 2001 apud PERES, 2006). Contudo, o mundo é imenso, as

oportunidades também, algumas empresas continuam fechadas, falidas, por que não souberam

lidar com as crises, seus empregados estão ociosos ou desamparados, alguns ainda desempregados

alimentando suas inercias, seu comodismo, outros estão indo a luta e conseguindo superar cada dia

mais, apesar das dificuldades encontradas no mercado de trabalho.

Terceira idade ou conceito de idoso

Desde a origem da vida, a evolução acontece de tal forma que a idade cronológica

relaciona-se diretamente com o tempo que se passa, o qual representa uma eternidade

quantificada, ou seja, uma cota. Desta forma o homem e o tempo se influenciam mutuamente,

produzindo profundas mudanças nas subjetividades e diferentes representações que lhes

permitem lidar com a questão temporal (GOLDFARB, 1998 apud ALMEIDA 2008).

Normalmente, quase todos sabem identificar ou reconhecer um idoso, bastando para isso

observar alguns referenciais biológicos relacionados a aparência as doenças consideradas como

clássicas para este período da vida, ou seja, cabelos brancos, rugas, osteoporose, hipertensão,

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perdas de memória, cardiopatias, dentre outros, porém, em alguns casos, estes sinais costumam,

muitas vezes, se manifestar bem antes que uma pessoa possa ser definida como idosa ou em

processo de envelhecimento, também a ciência contemporânea conta com novos recursos que

eliminam a maioria destes sinalizadores de idade avançada, assim, estes não servem mais para

definir a velhice, afirma Almeida (2008) para completar a o pensamento de Goldfarb (1998).

Segundo Camarano e Pasinato (2004, p. 2) são considerados como idosos todos os

indivíduos que compõe a população de 60 anos ou mais tal como definido pelo marco legal da

Política Nacional do Idoso e pelo Estatuto do Idoso.

Admite-se a existência de um conjunto bastante amplo de critérios e

opiniões para a definição do que venha ser um “idoso”, o mais usual

baseia-se no limite etário, podemos ver por exemplo, a definição da

Política Nacional do Idoso (Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994) e também o

Estatuto do Idoso ( Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003) confirma essa

definição. Há também a Organização Mundial da Saúde que estima como

idosas pessoas com 60 anos ou mais caso residam em países em

desenvolvimento e acima de 65 anos os que residem em países

desenvolvidos (CAMARANO, 2004, p. 2).

O conceito de idoso, parte do principio etário e também está associado ao processo de

declínio biológico natural das capacidades físicas, ligam-no também as novas fraquezas

psicológicas e comportamentais (CAMARANO, 2004). Observa-se que a palavra “idoso” está

fortemente ligada a questões da idade e situação biológica que um individuo venha apresentar.

Porém Camarano (2004) comenta que idosos não são os indivíduos em determinado ponto do

ciclo de vida biológico, mas também em determinado ponto da vida social, pois a classificação de

“idoso” permeia os indivíduos em vários âmbitos da vida social, como trabalho, família, etc.

Rodrigues e Soares (2006, p. 5) analisam que “a forma de conceber e viver o

envelhecimento depende do contexto histórico, dos valores e do lugar que o idoso ocupa na escala

classificatória dessa sociedade, que ao final serão os responsáveis pela construção social do

envelhecer e da velhice”.

As opiniões sobre o conceito envolvem muitas facetas sejam elas históricas, sociais,

biológicas, entre tantos outros âmbitos a serem estudados e mesmo o tempo futuro, que trará

consigo uma maior expectativa de vida, que segundo o Censo Demográfico de 2010 do IBGE é de

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73 anos, 25,4 anos a mais do que na década de 60, e esse numero tende a aumentar com a

evolução da ciência e medicina, o próprio IBGE tem uma estimativa de que em 2050 a expectativa

de vida será em torno de 81,29 anos.

Os adultos acima de 60 anos fazem parte da chamada terceira idade, termo relacionado a

determinada cultura, na qual não há uma definição em completo para ele. Todas as definições

estão baseadas em faixas etárias ou mesmo no declínio físico da pessoa idosa, porém bserva-se

que algumas opiniões convergem e outras em pequenas partes divergem, mas todas levam em

consideração o meio em que se está inserido bem como a cultura de cada lugar. Entende-se,

portanto, que Idoso ou Terceira Idade são sinônimos, pois Idoso é toda pessoa que tem acima de

60 anos e a Terceira Idade corresponde aos indivíduos que tem acima de 60 anos.

Mercado de trabalho e o idoso

A maioria das pessoas costuma dizer que ter uma idade avançada, é um fator que acaba

pesando na colocação profissional. Pessoas da Terceira Idade, que são demitidas logo após os 40

anos, alegam que encontram dificuldades na procura de uma vaga no mercado de trabalho. Porém,

esse não parece ser um fato que possa ser generalizado, pois, em diversas áreas observam-se

trabalhadores com idade mais alta, sendo que a maioria deles trabalha em comercio,

supermercados, restaurantes, atividades domésticas, motoristas, jardineiros, jornalistas, atores de

televisão, dentre outros.

Essa realidade demonstra que algumas organizações estão abrindo um espaço maior para o

trabalhador idoso, dentro de seu quadro de empregados e estão reconhecendo que o idoso com sua

experiência profissional e de vida, aliadas ao seu conhecimento adquirido com o passar dos anos,

um diferencial de sua organização e de suas atividades. Segundo Miranda (2009) existem alguns

motivos que não permitem o idoso parar de trabalhar após a sua aposentadoria, um dos principais

é a necessidade de complementação da própria renda, já que normalmente o valor da

aposentadoria costuma ser menor do que o salário que recebia quando exercia sua profissão e o

outro fator é a necessidade de se sentir socialmente mais ativo e produtivo.

Conforme Miranda (2009) é possível constatar que alguns idosos já sentem que a

aposentadoria é um modo de dizer que o indivíduo está velho demais para trabalhar, que acabou

ali a sua vida economicamente produtiva e que dará inicio a uma vida completamente

improdutiva, mas isso não atinge a todos da maior idade, alguns acostumaram a trabalhar, criaram

um amor e um grande apreço pelo que fizeram em toda sua vida, não cabe a eles imaginar sem o

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seu trabalho, não pensam em mais nada para matar seu tempo livre além de seu trabalho, uma

verdadeira paixão. No mundo industrial, falta o vínculo entre o trabalho e o resto da vida, assim

muitas vezes são separados totalmente o trabalho do prazer, da renovação, do preenchimento e da

satisfação” (ALBORNOZ 2004 apud GONTIJO, FARIA E SILVA 2010, p.1).

De acordo com Gontijo, Faria e Silva (2010) o mercado de trabalho mostra-se

preconceituoso, pois acaba por limitar a ocupação de determinados cargos dentro das

organizações, com isso o idoso é obrigado a conviver com alguns problemas de inserção e

recolocação no mercado, o qual de certa forma valoriza mais os jovens. A partir dessa e outras

dificuldades, foram criados meios para melhor atender as necessidades da Terceira Idade, um

exemplo é o Estatuto do Idoso no qual estão divulgados os direitos e benefícios dos indivíduos de

maior idade.

O idoso é um cidadão como todos os demais, precisa ser respeitado, o envelhecimento não

deve ser visto como uma etapa inferior da vida, pois ele é inevitável e irá atingir a toda sociedade.

Algumas organizações ainda não atentaram para a importância do idoso e que a participação do

mesmo no trabalho é considerável, não somente no índice de população economicamente ativa,

mas também no que se refere a qualidade de vida. O conceito de velho precisa ser reavaliado e

como dito por Gontijo, Faria e Silva (2010) é preciso reestruturar setores produtivos para

proporcionar aos idosos maiores oportunidades de renda que possam lhe permitir uma boa

segurança econômica e qualidade de vida.

Participação do idoso brasileiro no mercado de trabalho

A análise da participação do idoso no mercado de trabalho vem para complementar todo este

estudo, tentar mensurar, classificar de forma a apresentar o perfil do idoso brasileiro

profissionalmente ou não ativo nas atividades econômicas, bem a participação nos dados

relevantes das pesquisas. Segundo Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. ( 2004, p. 543):

[...] embora sejam os indivíduos pior posicionados na escala

socioeconômica os que mais participam do mercado de trabalho, à medida

que eles envelhecem as melhores chances de permanecer ativos pertencem

aos mais bem qualificados, aos de melhor escolaridade e, sobretudo, aos

que não estão envolvidos em atividades manuais.

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O Gráfico 1 apresenta o declínio da participação masculina, com maior intensidade nos

anos 1990, já a participação feminina manteve-se estável nos 10% da participação efetiva da

pesquisa (WAJNMAN,OLIVEIRA A.M. e OLIVEIRA A.L.,2004). Em compensação, Wajnman,

Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004) analisam que do ponto de vista das tendências demográficas

aqui apresentadas, a faixa etária do PEA (População Economicamente Ativa) no Brasil, torna-se a

cada ano mais velha, o que significa que a taxa relativa da população idosa tende a aumentar

continuamente pelas décadas que virão.

Gráfico1 – Tendência Temporal das Taxas de Participação dos Idosos – 1977 a 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 1977 a 2002.

No Gráfico 2 observa-se que a tendência de aumento nos anos que estão por vir é efetiva,

isso só demonstra o quanto o mercado de trabalho tende a aquecer nos próximos anos e como ele

também terá que se adaptar a nova realidade que está por vir.

Gráfico 2 – Proporção de Idosos na PEA Total: Valores Observados e Projetados. Fonte: IBGE/PNADS de 1977 a 2002.

Já no Gráfico 3 pode-se observar a taxa de atuação por sexo dos idosos economicamente

ativos.

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Gráfico 3 – Taxas de Atividade dos Idosos por Sexo e Idade. Fonte: IBGE/PNADS de 2002.

No Gráfico 3 verifica-se que o ápice da taxa de participação está entre os 60 e 69 anos de

idade para homens e mulheres e o declínio da participação acontece a partir dos 70 anos de idade

para ambos os sexos. Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004, p. 457) comentam o gráfico

para complementar a visão da seguinte forma ‘‘em termos de proporções, os idosos de 60-64 anos

de idade, respondem por 45% da PEA de 60 anos e mais, o grupo de 65-69, por 25% e os acima de

70, pelos demais 30%’’.

O Gráfico 4 e 5 expõem o comportamento diferenciado das taxas de atividade segundo as

regiões do país, em grande medida essas diferenças revelam a estrutura setorial de cada região

(WAJNMAN, OLIVEIRA A.M. E OLIVEIRA A.L.,2004, p. 458).

Gráfico 4 – Taxas de Atividade dos Homens Idosos Segundo Regiões – Urbano – 1981-2002. Fonte: IBGE/PNADS de 1981 a 2002.

Pode-se observar nos Gráficos 4 e 5 que os homens idosos são efetivamente mais ativos do

que as mulheres, bem como em relação aos homens a pesquisa aponta pequena disparidade entre

as regiões, enquanto as mulheres não apresentam muita diferença de região para região.

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Gráfico 5 – Taxas de Atividade das Mulheres Idosas Segundo Regiões – Urbano – 1981-2002. Fonte: IBGE/PNADS.

Os Gráficos 6 e 7 exibem a distribuição setorial do emprego,nos quais observa-se:

[...] 57% dos homens e 84% das mulheres estão ocupados no setor de

serviços. No entanto, é interessante observar que, entre os idosos do sexo

masculino, mesmo entre os residentes em domicílios urbanos, há uma

parcela nada desprezível dos que se ocupam de atividades agrícolas (22%

em 2001), certamente pelo fato de essas atividades serem bastante

compatíveis com o trabalho do idoso (WAJNMAN, OLIVEIRA A.M. E

OLIVEIRA A.L.,2004, p. 464).

Gráfico 6 – Ocupação dos Homens Idosos Segundo Ramos de Atividade Urbano e Rural - 2001 Fonte: IBGE/PNADS de 2001.

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Gráfico 7 – Ocupação das Mulheres Idosas Segundo Ramos de Atividade Urbano e Rural - 2001 Fonte: IBGE/PNADS de 2001.

Para a compreensão da inserção do idoso por situação de ocupação, os Gráficos 8 e 9,

ilustram as principais diferenças entre os idosos homens e mulheres da zona urbana e rural, bem

como seu posicionamento na ocupação (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004).

Gráfico 8 – Ocupação dos Homens Idosos Segundo Situação na Ocupação - Urbano e Rural - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002.

Os Gráficos 8 e 9 demonstram a disparidade entre os homens da zona urbana e rural, bem

como sua situação ocupada que nos chama atenção para os que ocupam a posição de conta-própria

tanto entre os homens bem como das mulheres. Outra observação importante são os empregados

sem carteira os homens ocupam 22% desse meio enquanto as mulheres posicionam-se em 31% do

total (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004). Isso demonstra o quanto os idosos procuram

continuar trabalhando e serem ativos profissionalmente, com carteira assinada ou não, sendo

donos do próprio negócio e até mesmo sem remuneração. O importante é que sejam por motivos

financeiros ou sociais, o idoso se mantenha ativo e possa sentir-se bem com isso.

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Gráfico 9 – Ocupação das Mulheres Idosas Segundo Situação na Ocupação - Urbano e Rural - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002

Nos Gráficos 10 e 11 verifica-se a taxa de participação dos idosos no mercado de trabalho

conforme os anos de estudo.

Gráfico 10 – Taxas de Atividades dos Homens Idosos por Anos de Estudo - Urbano - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002

Gráfico 11 – Taxas de Atividades das Mulheres Idosas por Anos de Estudo - Urbano - 2002 Fonte: IBGE/PNADS de 2002

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Observa-se por meio do Gráfico 10 que os homens possuem uma taxa elevada de atividade

devido aos anos de estudos maior do que as mulheres em comparação com Gráfico 11, bem como

as mulheres com 11 anos ou mais de estudos são mais ativas do que os homens na mesma

situação. Wajnman, Oliveira A.M. e Oliveira A.L. (2004, p. 459) comentam o resultado dos

Gráficos 10 e 11 da seguinte maneira:

[...] observamos haver uma distribuição em forma de U para o emprego

segundo a escolaridade; ou seja, são os analfabetos, os com primário

incompleto e os com 11 anos e mais de estudo que têm o maior nível de

participação. Essa evidência parece significar que, se por um lado a

qualificação é um fator importante para a inserção do idoso no mercado de

trabalho, aqueles de nível educacional extremamente baixo tendem a

aceitar qualquer tipo de trabalho precário, de forma a atender às suas

necessidades de renda.

Por outro lado, o aumento da idade e a decadência das taxas, dos que detêm mais anos de

estudos, demonstram que ficam ativos por mais tempo compensando assim a perda da capacidade

laborativa que vem associada ao envelhecimento (WAJNMAN, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2004).

Dentre as diversas pesquisas realizadas verifica-se a tendência do aumento da participação das

pessoas idosas no mercado de trabalho, pois a globalização, o aumento da expectativa de vida e as

pesquisas demográficas contribuem para este crescimento. Muitas são as noticias divulgadas na

televisão, internet, radio destacando a importância do tema.

Valorização do idoso no mercado de trabalho

Vive-se em um País, no qual, o preconceito é alvo de muitos conflitos e desvalorização,

apesar de ser um crime. Muitas pessoas rotulam o outro como forma de diminui-los diante a

sociedade, ou até mesmo obter vantagem sobre o outro. Segundo Marques (2010) até a década de

1950, ser jovem era pouco considerável, sempre duvidavam de suas experiências e habilidades

para conseguire realizar grandes feitos e ocupar cargos de comando nas organizações. Todavia,

com o surgimento do movimento "hippie" e alguns outros, ligados à juventude, como o

desenvolvimento do Cinema e o surgimento da Televisão, desde então, valoriza-se a beleza, a

sensualidade e distingue-se padrões de beleza, ou como eram chamados, padrões universais, tanto

masculinos como femininos.

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A partir destes feitos o idoso começou a sofrer uma série de restrições em todos os

aspectos, alguns deles atingiam principalmente sua vida social, seguindo os pensamentos de

Marques (2010, p.1) ele não concorda quando é citado que "idoso é todo aquele que ultrapassa os

60 anos de idade", essa politica pode ser algo que não se adequa, pelo fato de estimular os

sexagenários sentirem-se necessitados de proteção e envelhecidos.

Segundo Normanha Filho (2011), é um fato concreto que o mercado de trabalho possui

algum preconceito com o fator idade, principalmente com o idosos. Mas o Brasil esta crescendo

em ritmo acelerado e se continuar assim deixará de ser um Pais de jovens, “preparado para

absorver esse contingente de idosos que deseja e necessita permanecer produtivo?” (PAVANI,

2002, p. 188 apud NORMANHA FILHO, p. 1, 2011). Normanha Filho (2010) expressa sua

opinião dizendo que uma das soluções mais coniventes para a valorização do idoso, é que a

aposentadoria compulsória passe para 75 anos, isso iria facilitar seu reaproveitamento no mercado

de trabalho com uma carga de trabalho mais reduzida.

De acordo com Del Pozzo (2010), algo que não deve continuar acontecendo por parte da

sociedade, que subestima a capacidade da terceira idade de contribuir para o meio social,

condenanda a uma certa inatividade compulsória, tornando assim inativos e com sérios problemas

de saúde. O papel da cidadania não pode deixar de valorizar os direitos dos idosos, a inteligência e

experiências valem mais que uma forma física boa, mais jovem, não que isso queira dizer que os

mesmos queiram voltar a forma física de antigamente, mas, isso não justifica o comportamento da

sociedade diante o idoso. No Brasil os idosos foram presenteados com muitas leis, decretos e

portarias. Todas em conjunto almejam a melhoria na qualidade de vida da terceira idade, contudo

surge a pergunta de quando essas leis formadas e geradas serão introduzida realmente com

valorização na vida dos idosos? Decretar, Legislar e colocar no papel é muito mais fácil do que

inserir isso à realidade. Os idosos continuam se deparando com muitas barreiras e por mais que

tenham leis, a sociedade civil finge não perceber e ignorar tais atitudes.

De acordo e seguindo os pensamentos de Del Pozzo (2010) após 20 anos de luta, os

resultados são poucos e modestos, em vista disso muitos precisam repensar sobre a sua forma de

exigir seus direitos e garantias. Portanto, todo ser humano incluído na sociedade deve continuar

respeitando as leis, e tendo como ideia formada de que todos são iguais, independente de raça, cor,

idade e sexo.

Considerações finais

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Diante de todo o cenário de crescimento mundial, globalização, avanço da ciência, novos

padrões de vida, algumas perguntas e curiosidades estimulam a busca de conhecimentos sobre

como o profissional da terceira idade relaciona-se com o mercado de trabalho. Com a busca

incessante de respostas observa-se que a chamada Terceira Idade ou o grupo de pessoas acima dos

60 anos, tendo saúde, é efetivamente ativo e busca sempre ocupação do seu tempo. Alguns destes

indivíduos por questões econômicas e, às vezes, sociais procuram estar empregados ou exercendo

alguma atividade remunerada para complementar sua renda. Porém, não é só o dinheiro que é

visto como um atrativo para que estas pessoas buscarem o trabalho é extremamente importante

para elas, se sentirem úteis. Isso pode ser um beneficio psicológico que gera um ganho emocional

altamente benéfico para estas pessoas.

Contudo, observa-se também que infelizmente ainda há uma certa resistência do mercado

para com estas pessoas, para certos tipos de trabalhos, as empresas buscam pessoas mais jovens,

aparentemente mais interessantes, ou mesmo apenas pelo vigor físico, porém, em alguns casos

observa-se que essa visão muda a cada ano que passa, a cada expectativa de vida aumentada, o

idoso toma seu lugar frente a sociedade que às vezes, não faz jus a experiência oferecida por estes

senhores e senhoras tão empenhados no bem estar deles e do próximo.

Um dos benefícios que a terceira idade oferece como diferencial frente aos mais jovens

para as empresas, está relacionado ao tempo de vida, ou seja, a experiência é o maior diferencial, o

investimento em tempo para treinamentos e aperfeiçoamentos dos mais jovens, normalmente, não

é necessário aos idosos que já possuem experiência. A paciência deles com atendimento, por

exemplo, também é algo que as empresas preocupadas com a inclusão social destas pessoas levam

em consideração. Os idosos apesar da decadência física e às vezes, psicológica trocam benefícios

com as empresas que lhes empregam, oferecendo empenho, dedicação, experiência, vontade no

trabalho e de fazer a diferença frente à sociedade preconceituosa, o que pode contribuir os ganhos

das organizações que empregam estas pessoas.

Vive-se na era da informação, da tecnologia, e às vezes esquece-se daqueles que não são

desta geração, mas foram eles que contribuiram para todo o aperfeiçoamento de técnicas, de

produtos, e de tantos outros aspectos necessários hoje em dia. Apesar das pessoas se aposentarem

elas continuam sendo seres humanos com várias necessidades que somente a aposentadoria não

pode suprir. As pesquisas também revelaram os setores, nos quais os idosos estão inseridos no

mercado de trabalho, conforme o Gráfico 6 demonstra o setor que mais emprega os homens na

área urbana que é o de serviços que dispara em relação aos outros 2 setores, agrícola e indústria

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que ficam quase empatados, já na área rural destaca-se o setor agrícola que detém a maior parte da

pesquisa e que os setores de serviços e indústria tem pouca expressão.

Já o Gráfico 7 demonstra que com as mulheres idosas ocorre quase que o mesmo na área

urbana, pois quem detém o maior índice é o setor de serviços, já os setores agrícola e indústria

possuem pouca expressão, e na área rural o setor agrícola detém expressiva porcentagem frente

aos outros 2 setores. O setor de serviços é o que mais emprega pessoas acima de 60 anos na área

urbana e na área rural é o setor agrícola que predomina, vagas como telemarketing, atendimento

ao cliente, vendas são vistas constantemente sendo oferecidas ao público idoso.

Conclui-se que a participação dos profissionais da terceira idade no mercado de trabalho é

efetiva e crescente. Pesquisas, relatos e estudos demonstram o quanto o mercado de trabalho

mudou nas últimas décadas e em como vai mudar nos anos que virão, a crescente perspectiva de

vida que só tende a aumentar, para as pessoas idosas é um dos principais motivos e razão da

mudança do mercado, da sociedade, das pessoas em um modo geral sempre visando o melhor para

esse grupo de pessoas que ainda é vítima de preconceito, mas que a cada dia cobram por seus

direitos e lutam para que os seus deveres sejam respeitados.

Portanto, essa expressiva participação pode ser notada por meio de noticias que são

veiculadas constantemente na tv, radio e em reportagens de conceituadas revistas, mostrando

assim que a ação para a mudança esta ocorrendo, alguns estudiosos e especialistas no assunto

como Ana Amélia Camarano que pesquisou sobre o tema para também embasar e exemplificar a

participação do idoso no mercado de trabalho e que foi fonte de pesquisa desse estudo, acreditam

que ainda há sim muito por se fazer em prol destas pessoas. A terceira idade tende ainda vencer

desafios relacionados ao governo e também a outras áreas como a saúde, pois sem eles nada

poderão fazer, o idoso necessita de alguns cuidados especiais por se tratar de uma pessoa mais

velha e um pouco mais frágil, porém, isso não quer dizer que ela não seja capaz de disputar certas

vagas de igual para igual com outras pessoas, bem como atuar em diversas áreas do mercado de

trabalho.

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