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ANO 7 - Número 1514 Brasília-DF, sexta-feira, 16 de setembro de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 6 7 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS A CPMI dos Correios (foto) já analisou os registros de mais de 300 mil movimentações ban- cárias e quase 3 milhões de cha- madas telefônicas. Os números foram divulgados ontem, duran- te a apresentação de relatórios parciais das investigações. A par- tir dessa análise, o sub-relator de Relatório parcial contesta empréstimos de Valério ao PT A obrigatoriedade de transmissão do programa Voz do Brasil, no horário das 19 às 20 horas, foi ponto de diver- gência entre parlamentares e representantes de emissoras de rádio e televisão, durante au- diência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, na quarta-feira.Os deputados Gil- berto Nascimento, Angela Guadagnin e Almir Moura defenderam a retransmissão obrigatória, argumentando o caráter de cidadania e a im- parcialidade do programa. Para eles, na Voz do Brasil, os assuntos do Legislativo são di- Deputados defendem obrigatoriedade de transmissão da Voz do Brasil vulgados de forma abrangente, o que não acontece na progra- mação normal das emissoras. Para o presidente da Abert, José Inácio Pizani, a retransmissão obrigatória repre- senta “um resquício de autori- tarismo que se contrapõe ao es- pírito da liberdade democráti- ca”. Ele defendeu a flexibiliza- ção do horário de retransmissão do programa. Também o depu- tado José Rocha, relator de pro- jeto da deputada Perpétua Al- meida nesse sentido, disse que chegou o momento de se repen- sar a obrigatoriedade de o programa ser transmitido entre as 19 e as 20 horas. Dois projetos tra- mitam em conjunto com essa proposta: projeto do deputado Medeiros, que per- mite a retransmissão do pro- grama entre as 20 horas e a meia-noite nas regiões que es- tiverem em situação de emer- gência ou em estado de cala- midade pública; e proposta do deputado Ivan Ranzolin, que autoriza a transmissão do pro- grama em qualquer horário a partir das 19 horas. Página 7 Deputados de vários partidos lançaram, on- tem, a Frente Parlamen- tar Pró-Orgânico, com o objetivo de aperfeiçoar a legislação sobre a ma- téria. O café da manhã foi solicitado pelo depu- tado Eduardo Barbosa, vice-presidente da Co- missão de Seguridade Social e Família e faz parte dos eventos da Semana Nacional do Alimento Orgânico. Pró-orgânicos Página 8 movimentações financeiras, de- putado Gustavo Fruet, foi taxa- tivo ao afirmar que não houve empréstimo de Marcos Valério de Souza ao Partido dos Traba- lhadores, justificativa dada pelo empresário para o repasse de R$ 55 milhões ao PT. Tam- bém na reunião de ontem, o pre- sidente do Tribunal de Contas da União, Adilson Mota, entregou à CPMI um relatório prévio e si- giloso sobre as auditorias feitas em 33 órgãos governamentais. O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral, anunciou que espera encerrar os trabalhos da CPMI até 15 de dezembro. CÉLIO AZEVEDO - AGÊNCIA SENADO Página 3 Em reunião, ontem, na residência oficial da Câmara, a Mesa Diretora decidiu conceder cinco sessões aos deputados acusados pelas CPMIs dos Correios e da Compra de Votos para se defenderem na Corregedoria da Casa. À saída da reunião, o quarto- secretário da Mesa, deputado João Caldas, disse que a hipótese da licen- ça do presidente da Câmara, Severi- no Cavalcanti, está descartada. Na Câmara, o PSDB, o PPS, o PDT, o PV, o grupo suprapartidário Pró-Congresso (Movimento Brasil Verdade) e a liderança da Minoria de- cidiram estabelecer o prazo de dez ses- sões para que a Corregedoria da Câ- mara ouça os deputados que obtive- ram liminares ou entraram com man- dado de segurança no Supremo Tri- bunal Federal (STF) pela suspensão de processos disciplinares. Termina- do o prazo, os partidos entrarão com representação contra esses parla- mentares diretamente no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o que acaba com a exigência de avaliação prévia pela Corregedoria. Mesa concede cinco sessões para defesa de deputados Página 4 Eliseu Resende alerta para falta de investimentos em energia e transportes INFRA-ESTRUTURA Parlamentares destacam 188 anos da emancipação de Alagoas SOLENE

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ANO 7 - Número 1514Brasília-DF, sexta-feira, 16 de setembro de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

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ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

A CPMI dos Correios (foto)já analisou os registros de maisde 300 mil movimentações ban-cárias e quase 3 milhões de cha-madas telefônicas. Os númerosforam divulgados ontem, duran-te a apresentação de relatóriosparciais das investigações. A par-tir dessa análise, o sub-relator de

Relatório parcial contestaempréstimos de Valério ao PT

A obrigatoriedade detransmissão do programa Vozdo Brasil, no horário das 19 às20 horas, foi ponto de diver-gência entre parlamentares erepresentantes de emissoras derádio e televisão, durante au-diência pública da Comissãode Ciência e Tecnologia, naquarta-feira.Os deputados Gil-berto Nascimento, AngelaGuadagnin e Almir Mouradefenderam a retransmissãoobrigatória, argumentando ocaráter de cidadania e a im-parcialidade do programa.Para eles, na Voz do Brasil, osassuntos do Legislativo são di-

Deputados defendem obrigatoriedadede transmissão da Voz do Brasil

vulgados de formaabrangente, o que nãoacontece na progra-mação normal dasemissoras.

Para o presidenteda Abert, José Inácio Pizani, aretransmissão obrigatória repre-senta “um resquício de autori-tarismo que se contrapõe ao es-pírito da liberdade democráti-ca”. Ele defendeu a flexibiliza-ção do horário de retransmissãodo programa. Também o depu-tado José Rocha, relator de pro-jeto da deputada Perpétua Al-meida nesse sentido, disse quechegou o momento de se repen-

sar a obrigatoriedadede o programa sertransmitido entre as19 e as 20 horas.

Dois projetos tra-mitam em conjunto

com essa proposta: projeto dodeputado Medeiros, que per-mite a retransmissão do pro-grama entre as 20 horas e ameia-noite nas regiões que es-tiverem em situação de emer-gência ou em estado de cala-midade pública; e proposta dodeputado Ivan Ranzolin, queautoriza a transmissão do pro-grama em qualquer horário apartir das 19 horas. Página 7

Deputados de váriospartidos lançaram, on-tem, a Frente Parlamen-tar Pró-Orgânico, com oobjetivo de aperfeiçoara legislação sobre a ma-téria. O café da manhãfoi solicitado pelo depu-tado Eduardo Barbosa,vice-presidente da Co-missão de SeguridadeSocial e Família e fazparte dos eventos daSemana Nacional doAlimento Orgânico.

Pró-orgânicos

Página 8

movimentações financeiras, de-putado Gustavo Fruet, foi taxa-tivo ao afirmar que não houveempréstimo de Marcos Valériode Souza ao Partido dos Traba-l h a d o r e s , j u s t i f i c a t i v a d a d apelo empresário para o repassede R$ 55 milhões ao PT. Tam-bém na reunião de ontem, o pre-

sidente do Tribunal de Contas daUnião, Adilson Mota, entregouà CPMI um relatório prévio e si-giloso sobre as auditorias feitasem 33 órgãos governamentais. Opresidente da comissão, senadorDelcídio Amaral, anunciou queespera encerrar os trabalhos daCPMI até 15 de dezembro.

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Em reunião, ontem, na residênciaoficial da Câmara, a Mesa Diretoradecidiu conceder cinco sessões aosdeputados acusados pelas CPMIs dosCorreios e da Compra de Votos parase defenderem na Corregedoria daCasa. À saída da reunião, o quarto-secretário da Mesa, deputado JoãoCaldas, disse que a hipótese da licen-ça do presidente da Câmara, Severi-no Cavalcanti, está descartada.

Na Câmara, o PSDB, o PPS, oPDT, o PV, o grupo suprapartidárioPró-Congresso (Movimento BrasilVerdade) e a liderança da Minoria de-cidiram estabelecer o prazo de dez ses-sões para que a Corregedoria da Câ-mara ouça os deputados que obtive-ram liminares ou entraram com man-dado de segurança no Supremo Tri-bunal Federal (STF) pela suspensãode processos disciplinares. Termina-do o prazo, os partidos entrarão comrepresentação contra esses parla-mentares diretamente no Conselhode Ética e Decoro Parlamentar, o queacaba com a exigência de avaliaçãoprévia pela Corregedoria.

Mesa concede cincosessões para

defesa de deputados

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Eliseu Resende alertapara falta de

investimentos emenergia e transportes

INFRA-ESTRUTURA

Parlamentaresdestacam 188 anos da

emancipaçãode Alagoas

SOLENE

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Brasília, 16 de setembro de 200522

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: Ademir Malavazi (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e RosalvaNunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores:(61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho , José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Severino Cavalcanti (PP-PE)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PMDB-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE),Geraldo Resende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

AGENDA

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www2.camara.gov.br/agendacd

Sexta-feira, 16/9/2005

SAIBA MAIS

Caixinhas de coleçãoA mostra da artista plástica Margareth Serzanisck

é uma instalação de um laboratório com um gabinete

Advogado vê inconsistência na acusaçãoEduardo Alckmin, advogado do presi-

dente da Câmara, Severino Cavalcanti, dis-se, ontem, que as acusações contra seucliente são inconsistentes. Em entrevista co-letiva concedida no Salão Verde da Câma-ra, Alckmin voltou a afirmar que o empre-sário Sebastião Buani, dono do restauranteFiorella, apresenta, a cada momento, ver-sões diferentes para o suposto pagamentode “mensalinho” a Severino Cavalcanti.

O advogado destacou que, num pri-meiro momento, Buani disse que pro-varia o pagamento do “mensalinho”com a apresentação de um chequedescontado supostamente pelo moto-rista de Severino Cavalcanti, em2003, mas, na última quarta, o empre-sário, que era concessionário de umrestaurante na Câmara, apresentouum cheque de 2002 descontado poruma secretária de Severino.

Para o advogado do presidente daCâmara, as versões contraditórias indi-cam que Buani está mentindo. “Com re-lação ao cheque, quero acentuar que,antes de mais nada, ele mostra a menti-ra das versões do senhor Buani. É neces-sário ressaltar que, antes, havia uma his-tória à busca de prova. Hoje, temos pro-va em busca de história”, destacou.

de curiosidades feito para abrigar caixinhas com coleçõesnada comuns - animais e plantas modificados genetica-mente misturados a produtos químicos, montados emdelicadas lâminas de microscópio em composições fe-chadas. De 20 a 30 de setembro, no Hall da Taquigrafia.

Ilha do BananalUma pequena mostra das fotografias que compõem o

livro Ilha do Bananal: O Encontro de Ecossistemas e Cul-turas poderá ser vista, de 19 a 23 de setembro, no Espa-ço Mário Covas. A obra é composta por fotos e textos dediversos autores envolvidos nos projetos realizados peloInstituto Ecológico Divaldo Rezende e Stefano Merlin.

Pássaros na CâmaraO EcoCâmara está promovendo a exposição Pássa-

ros na Câmara dos Deputados, com fotos de Pedro Car-neiro, funcionário do Departamento de Polícia Legislativa(Depol). Espaço do Servidor, de 19 a 30 deste mês.

Oitavo DiaO Oitavo Dia, do diretor Jaco Van Dormael, será

exibido ao meio-dia, no Auditório Nereu Ramos. Si-nopse: Georges acaba de ser abandonado por suamulher. Deprimido, ele sai dirigindo de forma suicidae atropela um jovem órfão portador da Síndrome deDown. Georges resolve levar o rapaz para casa, dan-do início a uma comovente amizade.

Título original: Le Huitième Jour (FRA/ING/BEL/1996) Elenco: Daniel Auteuil, Pascal Duquenne,Miou-Miou, Duração: 118 min. Censura: 12 anos

Violinista e baixistaA TV Câmara mostra o talento do violinista Pau-

lo André Tavares e do baixista Oswaldo Amorim, ex-alunos e hoje professores da Escola de Música deBrasília. Neste sábado, às 22 horas, com reapre-sentações no domingo, às 14 e 19 horas, e na se-gunda-feira, à meia-noite.

Quórum IINo período de 21

de setembro a 14 deoutubro, o Corredor deAcesso ao Plenário daCâmara dos Deputa-dos exibirá a exposi-ção Quórum II, quereúne pinturas, gravu-ras e esculturas de ar-tistas nacionais. A mostra, inaugurada em 2003, é ree-ditada neste ano e agrega a diversidade de estilos etécnicas. Promovida pelo Espaço Cultural, com o apoiodo SESC, a exposição contará com a participação deartistas como Antônio Poteiro e Yara Tupynambá.

Eduardo Alckmin reafirmou a expli-cação de que o cheque descontado pelasecretária de Severino Cavalcanti, Ga-briela Kênia, serviu para pagar a campa-nha do filho do presidente da Câmara,Severino Cavalcanti Júnior, a deputadoestadual por Pernambuco em 2002. Se-gundo o advogado, o presidente nãomencionou esse cheque antes, porquenão se lembrava do fato. Eduardo Alck-min lembrou, ainda, que o cheque temuma anotação no verso com o valor deR$ 600,20, o que, segundo ele, aponta

indícios de cobrança de juros. Poderia ser,portanto, um empréstimo.

O advogado ressaltou que essa ver-são precisa ser apurada pela Polícia Fe-deral, porque o filho de Severino morreuem agosto de 2002, antes das eleições.Por isso, não houve necessidade de pres-tação de contas de campanha. Alckminnão acha estranho que Severino Caval-canti Júnior mantivesse relações compessoas que prestavam serviços à Casa,como o empresário Sebastião Buani. “Ofilho do deputado freqüentava, com ha-bitualidade, a Câmara. Tinha suas ati-vidades políticas, tanto que era candida-to a deputado estadual no seu estado. Co-nhecia as pessoas da Câmara, era umapessoa afável. O deputado não tem con-trole sobre todos os passos dos seus filhos.Então, sobre isso, realmente só se ele esti-vesse aqui para dar declarações”, disse.

Como advogado de Severino Caval-canti, Eduardo Alckmin disse que devereunir argumentos contra as inconsis-tências jurídicas das denúncias. Falou,ainda, que a defesa de Severino dará en-trada em um processo criminal contra oempresário Sebastião Buani por calúniae também com uma ação patrimonialcontra ele por danos morais.

DEFESA DE SEVERINO CAVALCANTI

O deputado Fernando Gonçal-ves (PTB-RJ) retomou, ontem, àCâmara no lugar do ex-deputado Ro-berto Jefferson, que foi cassado naquarta-feira (14). Gonçalves é médi-co, tem 49 anos e já havia sido depu-tado federal de 1995 a 2003. Ele dis-se que está substituindo um amigo eprometeu lutar, na Câmara, pelos in-teresses dos municípios da BaixadaFluminense.

Fernando Gonçalvesassume no lugarde Jefferson

Severino Cavalcanti

Fernando Gonçalves

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Brasília, 16 de setembro de 2005 3

O sub-relator de movimen-tações financeira da CPMI dosCorreios, deputado GustavoFruet (PSDB-PR), acredita quenão houve empréstimo de Mar-cos Valério de Souza ao Partidodos Trabalhadores, justificativadada pelo empresário para o re-passe de R$ 55 milhões ao PT.Para Gustavo Fruet, há duas hi-póteses a serem investigadas: “Oempréstimo foi feito para justi-ficar a retirada de dinheiro dosbancos e a outra hipótese que oMinistério da Justiça está inves-tigando é de que possa haveruma operação de dinheiro noexterior repassado para o Dudae para justificar a transferênciade recursos: simulam-se os em-préstimos para liberar o dinhei-ro em real”, explicou.

Para saber a verdadeira ori-gem dos recursos, Fruet defen-de uma análise aprofundada nacontabilidade das empresas deMarcos Valério, com o auxílioda Polícia Federal. Segundo osub-relator, para dificultar ras-

Sub-relator descarta tese deempréstimos de Valério ao PT

Reunião da CPI Mista dos Correios

Parlamentares de di-versos partidos analisa-ram ontem a decisãodo Plenário de aprovaro parecer favorável àperda de mandato doex-deputado RobertoJefferson. Tarcísio Zim-mermann (PT-RS)considera a cassação deJefferson “um marco im-portante para recuperara credibilidade da classe política”.O deputado espera que os even-tuais envolvidos do seu partidotambém sejam punidos. Para ele,a votação de ontem permitiu aperda de mandato de um deputa-do que sempre esteve ao lado dosque desrespeitam a ética. Segun-do ele, Roberto Jefferson semprefoi um bom orador, mas apeloupara o corporativismo na tentati-va de salvar seu mandato. Na opi-nião de Zimmermann, as lideran-ças partidárias devem tomar ini-ciativas para reformar a legislaçãopolítica e eleitoral.

Gilmar Machado (PT-MG) disse que “ao cassar omandato do ex-deputado Ro-

Deputados avaliam decisão da Câmara sobre Jefferson

treamentos, o empresário de-senvolveu um confuso sistemacontábil, distribuído em 76 con-tas em nove bancos diferentes.

RastreamentoO Ministério da Justiça tra-

balhará no rastreamento decontas no exterior, principal-mente a do empresário DudaMendonça, no Bank Boston emMiami. Mas segundo a coorde-nadora geral de recuperação deativos do ministério, WanineLima, essa operação deve de-

morar. “Nós estamos encami-nhando pedidos de cooperaçãojurídica internacional e isso en-volve a análise pelas autorida-des dos outros países sobre a in-vestigação, a compatibilidadedos crimes com a legislação des-ses países. Além de tudo isso,os bancos serão intimados paralevantar os sigilos e há um tem-po que esses bancos requerempara a produção desses docu-mentos. Portanto há que seimaginar que o tempo de dura-

ção da CPMI não será sufici-ente para que entreguemos es-ses materiais”, argumentou.

Relatório do TCUAinda na reunião de ontem,

o presidente do Tribunal deContas da União, AdilsonMota, entregou à CPMI umrelatório prévio e sigiloso so-bre as auditorias feitas em 33órgãos governamentais. Tam-bém foi apresentado um rela-tório parcial sobre os sigilos te-lefônicos quebrados, que mos-tram contatos constantes en-tre representantes do Gover-no, do PT e de empresas deMarcos Valério em datas pró-ximas aos saques feitos nascontas do empresário.

A CPMI vai quebrar os si-gilos bancário, fiscal e telefôni-co de 20 sacadores. Existemsuspeitas de uso de laranjaspara a retirada do dinheiro, queseria feita por indicação do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soa-res, totalizando R$ 32 milhões.

berto Jefferson, a Câmaracumpriu com sua missão eagora deve retomar as vota-ções que a sociedade brasilei-ra tanto espera”. Na sua opi-nião, a aprovação do Fundebdeve ocorrer até o final doano, com algumas modifica-ções, como a inclusão dascreches para crianças de 0 a3 anos de idade. Ele enten-de que as comissões não po-dem atrasar os prazos cons-titucionais. O deputado es-pera que a Comissão Mistade Orçamento de f ina a ssub-relatorias até a próximasemana, para que a peça or-çamentária seja aprovada

até dezembro com aprevisão de investi-mentos nas obrasestruturais do País.

Luiz Couto (PT-PB) rebateu as críticasdo ex-deputado Rober-to Jefferson, que antesde perder o mandato“ofendeu o presidenteda República e destra-tou o próprio Legisla-

tivo”. Na sua opinião, não sepode dar crédito a um réu con-fesso. Couto disse estar preocu-pado com o andamento das CP-MIs, pois “uma acaba investi-gando o que deveria ser investi-gado por outra”. Além disso,avaliou, pessoas que não têmnada a ver com os fatos, mas sãoimportantes para o Governo, sãochamadas sem justificativas.

Waldemar Moka (PMDB-MS) comunicou seu voto favo-rável à punição de Jefferson,mesmo entendendo que eleprestou um relevante serviço aoPaís quando denunciou o es-quema de favorecimento ilícioinstalado no Congresso. O de-

putado lembrou que a perda domandato foi baseada no seu en-volvimento no esquema e de-fendeu a mesma punição paraos demais envolvidos no esque-ma de corrupção.

Na visão de Marcondes Ga-delha (PTB-PB), a perda demandato de Roberto Jeffersone a eventual punição de outrosparlamentares não vão satisfa-zer as expectativas da socieda-de. Para ele, é necessário alte-rar a legislação eleitoral paraimunizar a vida pública e o es-tado contra a corrupção. Gade-lha lamentou que a Mesa daCâmara ainda não tenha se ma-nifestado sobre a votação daReforma Política. O deputadolembrou que a reforma deve servotada até 30 de setembro, por-que a legislação estabelece pra-zo mínimo de um ano para queas leis eleitorais entrem em vi-gor. Segundo o parlamentar,a lei atual facilita a corrup-ção, porque leva muitos candi-datos a buscarem recursos le-gais e ilegais para fazer frenteàs despesas de campanha.

PINGA-FOGO

EDSON SANTOS

LAYCER TOMAZ

O vice-líder do Governo,deputado Beto Albuquer-que (PSB-RS), afirmou, on-tem, no plenário, que umaeventual sucessão do pre-sidente Severino Cavalcan-ti deve se basear numa can-didatura suprapartidária, fru-to de amplo entendimentopolítico na Casa.

“Antes de discutir nomes,é preciso definir o perfil dopossível candidato: deve seruma pessoa equilibrada, compropostas viáveis, alta capa-cidade de diálogo e capaci-dade de fazer uma articula-ção sem subserviência comos demais Poderes”, afirmouele, em discurso no Plenário.

Esses requisitos, de acor-do com Albuquerque, serãofundamentais para “resgatar aimagem e a credibilidade daCâmara e levar a atual legisla-tura até o fim com dignidade”.

Segundo o deputado ZéGeraldo (PT-PA), os parla-mentares que elegeram Seve-rino Cavalcanti para a presi-dência da Casa deveriam con-vencê-lo a renunciar ao cargo.

“Temos de eleger um pre-sidente que conduza a Câma-ra com firmeza; assim, pode-remos trabalhar e votar asmatérias de interesse do Bra-sil”, afirmou.

Para o deputado WalterPinheiro (PT-BA), uma even-tual saída de Severino daPresidência não seria motivode comemorações. “Isso nãonos alegraria, mas não pode-mos esperar – é necessárioproduzir uma mudança paraque o Parlamento volte a an-dar com pujança e serieda-de”, afirmou.

O deputado Marco Maia(PT-RS) pediu uma investiga-ção sobre o empresário Se-bastião Buani, concessioná-rio do restaurante do AnexoIV da Câmara. “Caso sejamverdadeiras as acusaçõesque ele fez contra o presiden-te desta Casa, ele deve sertratado como corruptor, comoalguém que se aproveitou deuma situação para obter van-tagem”, afirmou.

Maia disse estar indigna-do com o comportamento deBuani e com o espaço queele vem recebendo na mí-dia. “Parece-me que o em-presário poderia estar sen-tado no banco dos réus; suavida deve ser investigada,para saber se existem ou-tros esquemas de corrupçãopatrocinados por esse cida-dão”, ressaltou.

Deputados debatemsituação dopresidente da Câmara

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Brasília, 16 de setembro de 20054

A Mesa Diretora da Câma-ra, reunida ontem na residên-cia oficial com o presidente Se-verino Cavalcanti, decidiu con-ceder cinco sessões aos deputa-dos acusados pelas comissõesparlamentares mistas de inqué-rito (CPMIs) dos Correios e daCompra de Votos para se defen-derem na Corregedoria da Casa.

A decisão obedece aosprazos do Regimento Internoe é uma conseqüência da li-minar concedida pelo Supre-mo Tribunal Federal (STF) desuspender a tramitação do pe-dido de abertura de processode perda de mandato de setedeputados petistas. O pri-meiro-vice-presidente da Câ-mara, deputado José ThomazNonô (PFL-AL), já haviaexplicado antes da reuniãoque, no entendimento daMesa, a instância adequadapara a defesa dos acusados era

Mesa dá prazo para defesa de deputados

José Thomaz Nonô

o Conselho de Ética, apesarde considerar legítimos tan-to o recurso do PT quanto adecisão do Supremo, e queessa decisão seria acatada.

ReuniõesAs declarações do primei-

ro-vice-presidente da Câma-ra foram feitas logo após reu-nião com representantes doPPS, do PDT, do PV, do Gru-

po Pró-Congresso (Movimen-to Brasil Verdade) e da lide-rança da Minoria. Os repre-sentantes dos partidos e dogrupo parlamentar estiveramreunidos para discutir a limi-nar do STF e decidiram soli-citar à Mesa Diretora umamanifestação contra a deci-são do ministro Nelson Jo-bim, que concedeu a liminar.José Thomaz Nonô afirmouque não considera a decisãodo STF uma interferência no

Legislativo, mas que a Mesadiscutiria a questão.

Esses partidos, o grupo suprasuprapartidário e a liderança daMinoria querem um prazo de dezsessões para que a Corregedoriada Câmara ouça os deputadosque obtiveram liminar ou entra-ram com mandado de seguran-ça no STF pela suspensão deprocessos disciplinares. Termi-nado o prazo, os partidos entra-rão com representação contraesses parlamentares diretamen-

O ex-presidente doPT José Genoino defen-deu ontem, ao depôr noConselho de Ética, quea Câmara analise fatosconcretos antes de de-cidir sobre a perda demandato de parlamenta-res, pois a afirmação deque a Casa faz julga-mentos políticos basea-dos em critérios subje-tivos “embute perigo”.Citando o caso do ex-deputado Ibsen Pinhei-ro, inocentado pela Jus-tiça depois de ter sidocassado pela Câmara,Genoino disse que ojulgamento político é“uma faca de dois gu-mes” e lembrou que oregime militar adotavaessa prática, partindodo pressuposto de que oréu era culpado. “A par-tir daí, eram construí-dos os processos, e nãoo oposto”, afirmou.

NegativasGenoino, que depôs

como testemunha dedefesa no processo con-tra o deputado JoséDirceu (PT-SP), vol-

Genoino alerta para riscos de julgamento político

te no Conselho de Ética, o queacaba com a exigência de avali-ação prévia pela Corregedoria

Mais prazoPor causa da liminar, a

Mesa Diretora também con-cedeu prazo de cinco sessõespara que os outros parlamen-tares acusados de receber re-cursos das contas do empre-sário Marcos Valério possamrecorrer ao STF. O prazoserá contado a partir da no-tificação de cada deputado.

O presidente do Conselho de Ética, depu-tado Ricardo Izar (PTB-SP), marcou para se-gunda-feira (19) a abertura do processo con-tra sete deputados citados nos relatórios daCorregedoria da Câmara e das comissões par-lamentares mistas de inquérito dos Correios eda Compra de Votos. Os relatores devem serdesignados no mesmo dia. No entanto, paraque os processos sejam iniciados, o Conselho

Abertura de processodepende da decisão do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) sobre os mandados de segurança,com pedido de liminar, impetrados pelos de-putados José Borba (PMDB-PR), José Jane-ne (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), PedroHenry (PP-MT), Vadão Gomes (PP-SP) e Wan-derval Santos (PL-SP). Apenas o deputadoRoberto Brant (PFL-MG) não entrou ainda como pedido no STF.

tou a negar qualquer envol-vimento com o empresárioMarcos Valério, acusado deser o operador do supostomensalão, afirmando que oex-tesoureiro Delubio Soarestinha autonomia para tomarempréstimos e escolher ava-listas, pois não cabe ao presi-dente do partido cuidar de fi-nanças. “O meu trabalho erasobre a agenda política”, ga-rantiu, explicando que cabiaà Executiva Nacional decidira que legendas aliadas conce-der recursos e os valores a se-rem transferidos.

Além disso, afirmou quenunca foi ou telefonou à sededo Banco Rural ou ao BMG,o que, segundo ele, pode sercomprovado pela quebra deseus sigilos bancário e tele-fônico, abertos voluntaria-mente no depoimento dado àCPMI da Compra de Votos,na terça-feira (13).

Confiança irrestritaEm relação aos dois em-

préstimos, no BMG e no Ban-co Rural, tomados com seuaval, Genoino ressaltou que,como presidente, assinava ascontas em confiança irrestri-ta ao tesoureiro. O conheci-

O ex-presidente do PT, José Genoino, durante depoimento ao Conselho de Ética

mento sobre a situação des-ses empréstimos chegou aoDiretório Nacional do PT,afirmou, somente na presta-ção de contas, e não na to-mada dos empréstimos.

Genoino disse ainda quenunca tratou de questõesf inance i ra s com o entãoministro -chefe da Casa Ci-vil José Dirceu e que seupartido construiu a maioriano Congresso sem nuncate r d i scut ido a t roca deapoio por dinheiro.

AutonomiaAo negar o repasse de R$

4 milhões ao PTB, conformedenúncia do deputado cassa-do Roberto Jefferson, e a exis-

tência de um grupo paralelodentro do PT, Genoino frisouque o PT, diferentemente deuma empresa, não é hierarqui-zado e verticalizado.

O funcionamento do PTfoi comparado a “um sambado crioulo doido, no qualcada um fazia o que queria”pelo deputado Júlio Delga-do (PSB-MG) , relator doprocesso contra Dirceu noconselho, mas Genoino re-futou a afirmação, dizendoque todos os partidos têmseus problemas.

Portugal TelecomAo deputado Chico

Alencar (PT-RJ), José Ge-noino disse que a avaliação

sobre as relações do PTcom o Governo Lulaainda está em aberto,mas admitiu que talvezseja necessário um dis-tanciamento maior en-tre partido e governo.

Em resposta ao de-putado Antonio CarlosMendes Thame(PSDB-SP), o ex-pre-sidente do PT negouqua lquer de legaçãodada a Marcos Valériopara representar o par-tido em negociações naPortugal Telecom.

MilitânciaGenoino disse que

conheceu Dirceu há 37anos, em uma manifes-tação do movimento es-tudantil na rua MariaAntônia, no centro deSão Paulo. Ele lembrouque foi preso e ambos fo-ram processados. Em1980, participaram dafundação do PT. Para oex-presidente do partido,José Dirceu é uma pessoa“corajosa e transparen-te”, e ambos mantêmuma relação de “confian-ça, franca e respeitosa”.

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Brasília, 16 de setembro de 2005 5

Processo eleitoralEduardo Valverde (PT-

RO) ressaltou que a CPI daCompra de Votos tem identi-ficado as elevadas despesasno processo eleitoral comoparte dos problemas de cor-rupção no País. Segundo odeputado, as campanhas elei-torais acabam sendo financi-adas por recursos que nãosão contabilizados pelos par-tidos. Valverde reclamou departidos que visam limitar asinvestigações aos fatos ocor-ridos no governo atual.

De acordo com o repre-sentante de Rondonia, o trá-fico de influência não é umfato novo, e há exemplos am-plamente divulgados relacio-nados ao governo anterior. Odeputado fez referência, ain-da, à realização, em PortoVelho, de debate sobre edu-cação e direitos humanos,considerando de grande im-portância a inclusão, nos cur-rículos escolares, de temasrelacionados aos direitos doscidadãos.

Crise políticaDaniel Almeida (PCdoB-

BA) disse que a populaçãoestá acompanhando as de-núncias políticas que são fei-tas em Brasília. O deputadolembrou que nunca na histó-ria do País foram instauradosprocessos disciplinares con-tra tantos parlamentares. Eleressaltou que as discussõessobre a crise política tambémse refletem em seus conta-tos com a sociedade, nas es-colas, nos bairros e nas enti-dades. Daniel Almeida afir-mou que o Congresso tem aresponsabilidade de apuraras denúncias e conceder àsociedade as explicações ne-cessárias.

PINGA-FOGODeputado critica Super-Receita epede urgência na Reforma PolíticaO deputado Reinaldo Betão

(PL-RJ) apontou contradiçõesna reforma administrativa refe-rentes à implantação da Recei-ta Federal do Brasil, a Super-Receita, que está na propostaenviada ao Congresso pelo Po-der Executivo e representa aunificação das secretarias daReceita Federal e da Receita daPrevidência. Na opinião do par-lamentar, é estranho o Gover-no apoiar uma iniciativa quevem sendo sugerida pelo FundoMonetário Internacional hácinco anos. “A fusão vai provo-car um grande problema admi-nistrativo, uma vez que não háracionalidade na incorporaçãodas secretarias, pois o Governonão fez uma análise profunda dosistema tributário brasileiro parapropor as mudanças”, garantiu.

Outra crítica do parlamen-tar direcionada a essa reformafoi a incapacidade das propos-tas apresentadas de coibir oprincipal problema tributáriobrasileiro: a sonegação de im-postos. O deputado consideranecessária uma discussão mais

aprofundada do tema, por setratar de medidas que modifi-cam os fundamentos do regimeprevidenciário, afetando direta-mente a população com menosrecursos. “A sociedade deve exi-gir do Executivo a manutençãoe o aperfeiçoamento dos benefí-cios concedidos pelo Estado, enão sua eliminação”, defendeu.

Reinaldo Betão garantiuainda que há suspeitas de que aintenção da reforma rdministra-

tiva seja aumentar o volume derecursos destinados ao paga-mento dos juros da dívida ex-terna, o que eqüivale, a seu ver,a desviar recursos dos benefí-cios previdenciários para o su-perávit primário. Deve haverainda, para Reinaldo Betão,uma diminuição da máquinaburocrática, que hoje contacom 23 ministérios e quatrosecretarias especiais.

A Reforma Política tambémfoi abordada durante o discur-so. O aspecto destacado pelodeputado foi o consenso entrepolíticos, cientistas e comenta-ristas políticos na defesa da fi-delidade partidária. “Só na Câ-mara, do início desta legislatu-ra, em fevereiro de 2003, atéhoje, praticamente um terçomudou de sigla partidária. Há de-putados na Casa que já mudaram13 vezes de partido”, constatou.Betão disse que outro consenso éa cláusula de barreira, só haven-do divergência de opinião com re-lação à porcentagem de votos queos deputados devem atingir.“Com essa medida, elimina-se

aquelas pequenas siglas chamadasde aluguel”, garantiu.

RefinariaEle aproveitou para parabe-

nizar a Petrobras, por intermé-dio de seu novo presidente, Sér-gio Gabrielli, pela decisão de ins-talar mais uma refinaria de pe-tróleo no Rio de Janeiro. “Issose deve a descoberta de gigan-tescas reservas de gás natural epetróleo leve, de excelente qua-lidade, encontradas a uma pro-fundidade de 6.407 metros, emárea do Oceano Atlântico loca-lizada em frente a Parati”, regis-trou.

Outra notícia publicada naimprensa, destacada pelo par-lamentar, é que o estado do Riode Janeiro vai ser beneficiado, em4 anos, com 7.380 empregos di-retos e indiretos no segmento detransformação plástica com aabertura de 11 empresas e a am-pliação de outras 4. “Para nossaalegria, o município de Guapimi-rim será o maior beneficiado,com 8 companhias, das quais 6ocuparão o galpão de uma em-presa desativada”, enfatizou.

A Comissão de Fiscalização Fi-nanceira e Controle e o GovernoFederal vão trabalhar para esten-der o sistema de pregão eletrônicopara as compras feitas por estadose municípios. O assunto foi discu-tido na quarta-feira em audiênciada comissão com o ministro do Pla-nejamento, Paulo Bernardo.

Desde julho, depois de um de-creto presidencial, o Governo Fe-deral está obrigado a realizar pre-gões eletrônicos (feito pela Inter-net) para todas as compras de bense serviços que sejam quantificá-veis, como medicamentos epassagens aéreas. Antes, amodalidade era facultativa.

Em agosto, o Governo esten-deu os pregões também às com-pras de estados e municípios fei-tas com recursos de convênios coma União. Segundo Paulo Bernar-do, a medida começará a funcio-nar pelas capitais, em outubro. Jáa utilização do pregão eletrônicopara todas as compras de estados emunicípios, de acordo com o mi-nistro, ainda está sendo estudada

pela Casa Civil.Na Câmara tramita um proje-

to de lei (PL 5.421/05), do deputa-do Eduardo Valverde (PT-RO),que determina que todas as licita-ções da administração pública fe-deral sejam feitas por meio de pre-gão eletrônico.

Rapidez e economiaDe julho para cá, o Governo ob-

teve alguns resultados positivos.“Em janeiro deste ano, nós tínha-mos feito 80 pregões eletrônicos. Emagosto, segundo mês da obrigato-riedade, fizemos 1.392 pregões. Es-tamos economizando no preço e noprocedimento porque é muito maisrápido. Em média, demoramos 17dias para fazer uma compra que poroutras modalidades levaria 60 dias,às vezes até mais”, explicou PauloBernardo aos parlamentares.

O ministro informou ainda que,em janeiro deste ano, foram adqui-ridos R$ 3,7 milhões em bens e ser-viços por pregão eletrônico. Emjunho, esse valor foi de R$ 42,1milhões. Em agosto, após a mudan-ça, foram R$ 61 milhões.

Na opinião do presidente da Comissão de Fis-calização Financeira e Controle, deputado Ale-xandre Cardoso (PSB-RJ), o Sistema Único deSaúde (SUS) já pode utilizar o pregão eletrônico.Segundo o deputado, nada impede o ConselhoNacional de Saúde de tomar essa decisão, mes-mo sem uma legislação específica. A medida, dis-se, ajudaria a economizar R$ 2 bilhões por ano.“Nós estamos dizendo que a verba de Saúdepode aumentar de 8% a 10%”, calculou.

Pregão eletrônico nos estados e municípios

Alexandre Cardoso diz que SUS pode economizar R$ 2 bilhões

Reinaldo Betão

OTÁVIO PRAXEDES

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Deputado Alexandre Cardoso (E) e ministro Paulo Bernardo

No pregão eletrônico, a relação dos produtos eos nomes dos fornecedores ficam disponíveis naInternet e qualquer pessoa pode conferir como o di-nheiro público está sendo aplicado. É possível acom-panhar como o Governo gasta pelo endereçowww.comprasnet.gov.br. Na próxima semana, segun-do Alexandre Cardoso, a comissão lançará uma carti-lha ensinando o cidadão a acompanhar a prestaçãode contas das despesas públicas e a denunciar aosórgãos competentes as suspeitas de irregularidade.

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Brasília, 16 de setembro de 20056

PINGA-FOGO Eliseu Resende pede mais recursospara energia e área de transportes

Em audiência pública so-bre o reajuste de preços dosprodutos agropecuários, rea-lizada na quarta-feira (14), odeputado Luis Carlos He-inze (PP-RS) informou quea Comissão de Agricultura,Pecuária, Abastecimento eDesenvolvimento Rural ten-tou sem sucesso obter recur-sos com o Governo para atu-alizar os preços dos produtosagrícolas. “A agricultura nãotem a proteção que deveriareceber do Governo”, protes-tou, dizendo que a equipeeconômica impõe a baixa depreços a qualquer custo.

Heinze foi o autor do re-querimento para a realizaçãoda audiência pública que de-bateu o custo de produção ea metodologia utilizada parao cálculo dos novos preçosmínimos dos produtos agro-

Eliseu Resende

Atualmente, não há infra-estrutura de energia e de trans-portes capaz de sustentar o cres-cimento da economia e o pro-grama de integração nacional,avaliou o deputado Eliseu Re-sende (PFL-MG). Para ele, nosúltimos três anos, não houve ini-ciativa do Governo Federal parapromover a exploração indiretanesses setores. O parlamentarlembrou o “apagão” de 2002, des-tacando que, na época, o Gover-no concluiu que a oferta de ener-gia elétrica era insuficiente e queseria necessária a promoção, pelaAgência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel), de novas rodadas delicitação. “Três anos depois doapagão, não tivemos uma inicia-tiva sequer por parte do GovernoFederal para ofertar um megawattadicional sequer no campo daenergia”, constatou.

Para Resende, o Brasil estámais preocupado com a prote-ção da moeda do que com a pro-teção do desenvolvimento daeconomia. Ele acrescentou queo País tem uma das maiores car-gas tributárias e a maior taxa dejuros do mundo, que impede ocrescimento da economia nos

níveis dos países emergentes.“Se viéssemos a ter um cresci-mento da economia tal como odos outros países, particular-mente os emergentes, segura-mente esse crescimento seriaimpedido pela falta de uma in-fra-estrutura de transporte e deenergia”, reafirmou.

O parlamentar informou queapenas 25% das estradas brasilei-ras estão em condições normais edisse que esse fato é um entravepara o desenvolvimento econômi-

co do País. O representante mi-neiro salientou que o Brasil des-perdiça 25% do consumo de óleocombustível, de óleo diesel e degasolina, devido à má-conserva-ção das rodovias e aos congestio-namentos nas áreas metropolita-nas por falta de uma oferta detransporte público eficiente.

Para Resende, uma possívelsolução seria não contigenciarrecursos da Contribuição de In-tervenção no Domínio Econô-mico (Cide). “É praticamenteimpossível o contingenciamen-to desses recursos. Deve-se par-

tir para um processo gradativode transferência de todas as es-tradas para os estados. Por fim,é necessário privatizar o quefor viável e introduzir o proces-so de concessão por intermédioda atuação ativa das agênciasnacionais de transporte para quehaja associação do investimen-to privado com o investimentopúblico”. Na análise do deputa-do, se essas medidas forem to-madas, as estradas terão pedá-gios menores do que a reduçãodo custo operacional dos moto-ristas que as utilizam.

Comissão de Agricultura debate preço mínimoLAYCER TOMAZ

O vice-presidente da comissão, deputado Luis Carlos Heinze (E), conduziu os debates sobre uma nova metodologia para os preços agrícolas

Dívida das prefeiturasWalter Pinheiro (PT-BA)

comentou sua participação nareunião da União dos Municí-pios Baianos, realizada no dia11. Segundo o deputado, osmunicípios enfrentam uma gra-ve crise, principalmente porconta dos compromissos her-dados dos antigos prefeitos.Ele cobrou a edição de umamedida provisória ampliandoos prazos para o pagamento dedívidas dos municípios com aPrevidência e a aprovação daproposta que aumenta em 1%os repasses do Fundo de Par-ticipação dos Municípios. Parao deputado, a Câmara vive ummomento desgastante, poisnão tem votado as matérias im-portantes para o País.

Moradias popularesWasny de Roure (PT-DF)

registrou a manifestação domovimento Coalizão pela Mo-radia, que recebeu o apoio dosgovernos federal e estadual,para a construção de moradi-as populares por meio de umconvênio sobre habitação. Odeputado disse que cerca de 3mil lotes no Riacho Fundo, emBrasília, já estão asseguradose outros poderão ser obtidospor meio dos entendimentoscom o Ministério das Cidadese o Governo do Distrito Fede-ral (GDF). Wasny explicou que,além dos lotes, ficou acertadaa promoção, por parte do GDF,de projetos de habitação a par-tir da parceria com esta coali-zão de entidades. “Quando háo bom senso das autoridades,a população, sobretudo osmais carentes, é beneficiada”,avaliou.

pecuários, que não tiveram rea-juste nas últimas duas safras.

O diretor do Departamentode Abastecimento Agropecu-ário do Ministério da Agricul-tura, José Maria dos Anjos,justificou que o Governo nãopode fixar um preço muito alto

Econômico da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária doBrasil (CNA), Getúlio Per-nambuco, afirmou que o Go-verno não tem como corrigiro preço mínimo. “Foram des-tinados, no Orçamento des-te ano, R$ 526 milhões parao setor, quando seriam neces-sários R$ 2 bilhões. A soja,por exemplo, está com o pre-ço abaixo do custo de produ-ção”, informou.

Para o presidente da Or-ganização das CooperativasBrasileiras (OCB), MárcioLopes de Freitas, é impor-tante agregar ao preço mí-nimo desses produtos oschamados “custos escondi-dos”, como seguro e custosde projeto. Esses gastos, se-gundo Freitas, não fazemparte da planilha de compo-sição do preço mínimo.

Ao afirmar que a centralização de recursos pelo Gover-no Federal tem prejudicado os municípios, Luiz Carreira(PFL-BA) exemplificou que, dos R$ 22 bilhões previstos noOrçamento para investimentos, pouco mais de R$ 1 bilhãoforam aplicados este ano. Carreira disse que a Conferên-cia de Fortalecimento do Movimento Municipalista Brasilei-ro, realizada no final de agosto, estabeleceu uma pauta parasocorrer os municípios que enfrentam dificuldades. O do-cumento deve ser apresentado nos dias 27 e 28 de setem-bro, em Brasília e, entre as principais reivindicações estãoa Reforma Tributária e o aumento no repasse do Fundo deParticipação dos Municípios (FPM).

para os produtos agropecuári-os, pois não teria recursospara comprar a produção. Se-gundo ele, o Governo deverácomprar neste ano pelo menos 2milhões de toneladas de arrozpara manter o preço do produto.

O chefe do Departamento

Carreira aponta prejuízos para os municípios

Crítica a ministroFrancisco Rodrigues

(PFL-RR) defendeu as substitui-ções do ministro do Desenvol-vimento Agrário, Miguel Rosse-to, e do presidente do Incra, RolfHackbart. Segundo o deputado,os projetos de assentamentoestão parados ou às vésperasda paralisação pela incompe-tência dos órgãos. Na sua visão,a falta de apoio aos agriculto-res assentados demonstra queo ministério e o Incra não pos-suem compromisso com o cres-cimento do País. O deputado re-clamou da falta de assistênciatécnica para o desenvolvimen-to dos núcleos rurais e apontouque os produtores sofrem comas dificuldades em obter crédi-to agrícola. Para ele, ainda nãoé tarde para o Governo mudara política de desenvolvimentoagrário.

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Brasília, 16 de setembro de 2005 7

A obrigatoriedade do progra-ma Voz do Brasil, no horário atu-al - das 19 às 20 horas - causoupolêmica entre parlamentares erepresentantes de emissoras derádio e televisão, durante audi-ência pública da Comissão deCiência e Tecnologia, Comuni-cação e Informática na quarta-feira (14). Para o deputado Gil-berto Nascimento (PMDB-SP)), a Voz do Brasil possibilitaque os assuntos do Legislativo,do Judiciário e do Executivo se-jam transmitidos com neutrali-dade. “É uma questão de cida-dania informar às pessoas sobreas ações dos políticos que ele-geram. Não dá para pensar só nolucro. As emissoras querem fa-turar, mas não querem levar in-formação”, afirmou, reclaman-do da falta de espaço na mídiapara a divulgação dos trabalhosparlamentares. “As boas açõesnão se tornam notícia”, avaliou.

Também elogiando o progra-ma, a deputada Angela Gua-dagnin (PT-SP) disse que os

SuframaA bancada federal do Ama-

zonas está reivindicando a li-beração de recursos para a Su-perintendência da Zona Fran-ca de Manaus (Suframa).Deacordo com Átila Lins (PPS-AM), o órgão desenvolve pro-jetos indispensáveis não ape-nas para o Amazonas, maspara os demais estados de suajurisdição. Os deputados e se-nadores reivindicam ao Minis-tério da Fazenda apenas a li-beração das receitas própri-as da Suframa, arrecadadasdas empresas que atuam naZona Franca. Segundo Átila Lins,só a receita contingenciada che-ga a R$ 450 milhões. Com os re-cursos, a Suframa pretende exe-cutar 270 projetos, no valor deR$ 235 milhões. Na expectativado deputado, o Governo poderáliberar os recursos ainda nesteano, a partir de negociações en-tre os ministérios da Fazenda edo Planejamento.

Dívidas em SergipeAo anunciar que a Comis-

são de Agricultura aprovou arealização de audiência públi-ca para debater o endivida-mento rural dos produtores deSergipe, Heleno Silva (PL-SE) disse que a agriculturanordestina está falida, commais de 1 milhão de produto-res devendo ao sistema finan-ceiro. Em Sergipe, de acordocom o parlamentar, o endivi-damento atinge 70 mil pesso-as. Lembrando que a agricul-tura familiar gera três em cadaquatro empregos no Nordes-te, Heleno Silva defendeu queo Governo Federal assuma aresponsabilidade na busca deuma solução para as dívidasdos agricultores, que chegama R$ 14 bilhões.

Segurança PúblicaJoão Campos (PSDB-

GO) elogiou o trabalho da Po-lícia Federal que, segundo ele,tem influenciado o desempe-nho das polícias estaduais,mas reclamou do tratamentodado pelo Comando do Exér-cito às pistolas ‘ponto 40’ paraos policiais civis e militares. Naavaliação do deputado, ape-sar das dificuldades, inclusiveestruturais, os agentes desegurança pública desenvol-vem seu papel constitucional.João Campos criticou ainda oslíderes partidários que apóiama votação da Reforma Política,mas não permitem que a maté-ria avance em sua tramitação.As novas regras devem ser vo-tadas até 30 de setembro paravigorar nas eleições de 2006.

PINGA-FOGOPlenário comemora aniversário daemancipação do estado de AlagoasOs 188 anos da

emancipação políticado estado de Alagoas,comemorados oficial-mente no dia 16 de se-tembro, foram homena-geados ontem em sessãosolene no plenário. Res-saltando que emancipa-ção, autonomia, inde-pendência e liberdadesão conceitos extrema-mente aproximados, oprimeiro-vice-presiden-te da Câmara, deputa-do José Thomaz Nonô(PFL-AL), que presidiu a ses-são, lembrou a contribuição doestado para a vida política ecultural do País. “Logo após seemancipar de Pernambuco, aolongo de quase dois séculos, anossa pequenina terra de Ala-goas deu muitas e significativascontribuições para o aprimora-mento da democracia no País,para o enriquecimento da suavida cultural, para a afirmaçãoperante a cidadania brasileirade muitos e tão ricos homens eeventos que orgulham a nossa

Obrigatoriedade da Voz do Brasil causa polêmicaeleitores lembramde seu trabalho naCâmara divulgadopela Voz do Brasil,mas não têm notí-cia disso na progra-mação normal derádio e televisão. Odeputado Almir Moura(PMDB-RJ) disse que o pro-grama não interpreta a notícia,mas a veicula de maneira impar-cial. “Os assuntos do Legislati-vo são divulgados no programade maneira mais abrangente, oque não acontece na programa-ção normal das emissoras.

AutoritarismoPara o presidente da Asso-

ciação Brasileira de Emissoras deRádio e Televisão (Abert), JoséInácio Pizani, a Voz do Brasil re-presenta um resquício de auto-ritarismo que se contrapõe aoespírito da liberdade democrá-tica. “Já não se admite que osveículos de comunicação sejamcalados por esse mecanismoanacrônico de cerceamento de

liberdades”, disse.Diante do apoio

dos parlamentaresao programa, Pizaniafirmou que não éintenção da Abertacabar com a Voz doBrasil, mas flexibili-

zar as regras atuais que obrigamo programa a ser transmitido portodas as emissoras no mesmohorário.

Na mesma linha, o represen-tante da Associação Brasileirados Radiodifusores (Abra), Ro-drigo Neves, afirmou que as in-formações oficiais dos poderesda República já são suficiente-mente divulgadas, o que dispen-saria a rigidez da transmissãoobrigatória do programa. Comoexemplo de divulgação oficial,ele citou os veículos de comu-nicação da Câmara dos Depu-tados, como o portal da Casa naInternet, a Rádio Câmara e aTV Câmara.

Projetos em análiseRelator do Projeto de Lei

595/03, da deputada PerpétuaAlmeida (PCdoB-AC), queflexibiliza o horário de trans-missão da Voz do Brasil e es-tende o programa à TV, o de-putado José Rocha (PFL-BA)afirmou que é preciso repen-sar a obrigatoriedade de o pro-grama ser transmitido entre as19 e as 20 horas. “Chegou omomento de elaborarmos umanova legislação sobre o assun-to”, disse o deputado, que so-licitou a audiência.

Dois projetos tramitam emconjunto com a proposta. OProjeto de Lei 5.123/05, do de-putado Medeiros (PL-SP),permite a retransmissão doprograma entre as 20 horas ea meia-noite nas regiões queestiverem em situação deemergência ou em estado decalamidade pública.

Já o Projeto de Lei 4.250/04, do deputado Ivan Ranzo-lin (SC), autoriza a transmis-são do programa em qualquerhorário a partir das 19 horas.

Parlamentares ressaltaram a história e a importância do estado de Alagoas

ELTON BOMFIM

história alagoana”, afirmou.Entre os alagoanos ilustres,

Thomaz Nonô citou os dois pri-meiros presidentes da Repúbli-ca, Deodoro da Fonseca e Flori-ano Peixoto, além de Zumbi dosPalmares, herói da resistênciacontra a escravidão. “Alagoastem o vulto emblemático da lutado povo brasileiro, corporizadona figura de Zumbi dos Palma-res”, ressaltou.

Avanço do turismoAutor do requerimento da

sessão solene, o deputado Gi-

valdo Carimbão (PSB-AL)fez um histórico dos quasecinco séculos de existência deAlagoas, destacando que o es-tado, um dos menores do País,vem demonstrando que temum povo “trabalhador, hones-to e sempre esperançoso”.Carimbão salientou que, apartir dos anos 60, Alagoaspassou por uma grande diver-sificação, beneficiada pelosprogramas da Sudene, a ex-ploração de sal-gema e pelosinvestimentos da Petrobras na

produção de petró-leo. Segundo ele,atualmente, osgrandes invest i-mentos têm vindodo turismo tanto nacapital , Maceió,quanto no interior.

“Alagoas e s tálocalizada em localabençoado noNordeste brasilei-ro, cercada de ri-quezas incontestá-veis e belezas na-turais” , af i rmou,

destacando o crescimentodo tur i smo na reg ião de“belas praias, variedade depaisagens e diversidade cul-tural e gastronômica”.

Também participaram dasessão os deputados Aldo Re-belo (PCdoB-SP), Beneditode Lira (PP-AL), HelenildoRibeiro (PSDB-AL), SandraRosado (PSB-RN), RogérioTeófilo (PPS-AL), ElimarMáximo Damasceno (Pro-na-SP) e o senador TeotônioVilela Filho (PSDB-AL).

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Brasília, 16 de setembro de 20058

PINGA-FOGO

A cassação de deputados en-volvidos em denúncias de cor-rupção não extinguirá o desejoda população por mais honesti-dade na condução dos negóciospúblicos. É preciso ir além dissoe aprovar uma reforma políti-ca profunda, que altere os cri-térios de financiamento dascampanhas eleitorais. É preci-so também desmascarar o jogopolítico da oposição, que restrin-giu a crise ao governo atual, es-quecendo-se dos casos de cor-rupção do Governo FernandoHenrique Cardoso. Essas de-clarações foram feitas pelo de-putado Jamil Murad (PCdoB-SP), que criticou a atuação doPSDB e do PFL na crise defla-grada após as denúncias domensalão, por estar passando aimagem de que só os governosdos dois partidos possuem ad-ministrações honestas.

Murad pede Reforma Políticae critica atuação de oposicionistas

Jamil Murad

“Tenho a convicção de queo que move os setores conser-vadores nesta crise, setoresque governaram o Brasil pordécadas e nada fizeram paramelhorar a vida do povo, nãoé a luta pela ética na políticae, sim, o vale-tudo pelo po-der”, afirmou Murad. Para ele,nenhuma das denúncias de

corrupção do governo passa-do foram apuradas até agora.

Murad ressaltou que o deba-te político que a oposição vemtravando passa ao largo da bus-ca de soluções para os proble-mas que levaram à atual crise.Os conservadores, na opiniãodo deputado, estão mais preo-cupados em tachar o PT e seusaliados de forma depreciativa.Ele citou o caso do prefeito deSão Paulo, José Serra (PSDB),que classificou o PT como umpartido patrimonialista-sindi-calista-bolchevique.

Jamil Murad acredita quea crise política dividiu o Paísem duas correntes. A primei-ra, da qual faz parte, defendea democracia, os direitos dopovo e o Governo Lula. A se-gunda, a bancada da oposição,tem como único objetivo der-rubar Lula e o seu projeto de

mudanças sociais.“Desde o começo da crise, o

alvo prioritário da oposição é opresidente da República”, sali-entou Murad. Para ele, os parti-dos oposicionistas estão maispreocupados em isolar Lula doque viabilizar uma reforma po-lítica. Sobre este assunto, elepropôs o financiamento públi-co das campanhas e a diminui-ção da cláusula de barreira de5% para 2% já para as eleiçõesem 2006. “É indispensável re-mover o criadouro da corrup-ção, que é o financiamento pri-vado das campanhas, que dis-torce gravemente a represen-tação do povo brasileiro noCongresso Nacional, ao trans-formar a elite conservadora emmaioria política no Parlamen-to, enquanto a representaçãodo povo é mantida como mi-noria”, desabafou Murad.

Foi lançada, ontem,durante café da manhãna Câmara, a FrenteParlamentar Pró-Orgâ-nico. Os integrantes domovimento anuncia-ram que trabalharãocom o objetivo deaperfeiçoar e regula-mentar a legislação daprodução e comercia-lização de produtos or-gânicos e seus insu-mos. Em outubro, en-trará em consulta pú-blica o texto da regu-lamentação da Lei10.831, sobre a produ-ção orgânica, sanciona-da em 2003.

O café da manhã,solicitado pelo deputa-do Eduardo Barbosa(PSDB-MG) em re-querimento aprovadopor unanimidade naComissão de Segurida-de Social e Saúde daFamília, faz parte doseventos da Semana Na-cional do Alimento Or-gânico. Eduardo Barbo-

Deputados lançam frente pró-orgânico

Parlamentares e convidados participaram do lançamento da frente na Câmara

sa afirmou que a Comissão deSeguridade Social, da qual évice-presidente, passará a apoi-ar, a partir de agora, todas as ini-ciativas para popularizar o con-sumo de produtos orgânicos.

O parlamentar também des-tacou a necessidade de se criarcondições para que os consu-midores de todas as faixas derenda tenham acesso a produ-tos orgânicos. Esses alimentosnão utilizam agrotóxicos, comofungicidas e herbicidas, e custamcerca de 30% e 40% a mais queos produtos convencionais.

O deputado Edson Duarte

(PV-BA) ressaltou a necessida-de de formalizar, rapidamente,a bancada pró-orgânico. “Hoje,a produção orgânica não é maisuma onda, um modismo. Deveser encarada como uma ques-tão de saúde pública e de umforte componente de exporta-ção”. Já a deputada LucianaGenro (RS) afirmou que o ali-mento orgânico deveria ser pri-orizado pelo Governo, ao invésdo estímulo às culturas exten-sivas, recordistas na utilizaçãode agrotóxicos. “Milhares depessoas sofrem, diariamente, osefeitos maléficos dos pesticidas

e defensivos agrícolas.E ninguém faz nadapara coibir, pelo contrá-rio”, disse a deputada.

BenefíciosO coordenador do

Programa de Agricultu-ra Orgânica da Ematerdo Distrito Federal, Ro-berto Guimarães, queparticipou do café damanhã, citou, entre osbenefícios dos produ-tos orgânicos, a pre-servação da saúde doconsumidor e do pro-dutor, que não mani-pula produtos quími-cos, o que tambémcontribui para evitar acontaminção do meioambiente. Outra van-tagem dos produtosorgânicos, segundoele, é que a certifica-ção dos produtos obri-ga os produtores acumprirem a legisla-ção trabalhista, o querepresenta benefíciospara as condições detrabalho na área rural.

OTÁVIO PRAXEDES

GILBERTO NASCIMENTO

Política econômicaSegundo Silvio Torres

(PSDB-SP), o Brasil vive mo-mento preocupante na econo-mia, porque não registra cresci-mento compatível com o desem-penho econômico mundial. O de-putado informou que o cresci-mento dos demais países serápraticamente o dobro do desen-volvimento nacional. Silvio Torresavalia que a economia poderiadar grande salto, mas o Gover-no trabalha contra o crescimen-to em função da maior taxa dejuros do mundo. Segundo ele, apolítica adotada condena a ju-ventude a ficar sem emprego. Odeputado destacou, no entanto,que, mesmo sem o apoio gover-namental, setores da economiaregistram bom desempenho.

Turismo na BahiaAlice Portugal (PCdoB-BA)

acusou a Secretaria da Fazendada Bahia de transferir recursosindevidos para a empresa de tu-rismo do estado. Segundo a de-putada, esses recursos acaba-ram numa agência de publicida-de ligada ao senador AntonioCarlos Magalhães (PFL-BA). Elanão acredita que o Tribunal deContas da Bahia investigue a de-núncia, pois a maioria dos minis-tros foram indicados pela famíliaMagalhães. De acordo com aparlamentar, o jornal da famíliapublicou reportagem para intimi-dar os deputados do PCdoB daBahia: o Correio da Bahia teriadivulgado matéria afirmando queos deputados do PCdoB recebe-ram recursos do empresário Mar-cos Valério. Por isso, Alice Por-tugal pediu que a Corregedoriada Câmara tome providênciascontra o jornal.

PEC do NepotismoA comissão especial que es-

tuda proposta de emenda àConstituição contra o nepotismoestá prestes a apresentar o rela-tório final. Segundo Manato(PDT-ES), a proposta, uma vezaprovada pelo Congresso Naci-onal, acabará com a prática donepotismo no País. O deputadoinformou que a proibição de con-tratação de parentes valerá nãoapenas para os Três Poderes,mas também para empresas pú-blicas. Também foi criada, segun-do o parlamentar, a quarentena –instrumento que restringirá a no-meação de parentes de ocupan-tes de cargos públicos. Manatodestacou que a comissão espe-cial foi criada no dia 31 de maio ecumpriu sua função, mesmo coma diminuição no ritmo de trabalhoda Câmara nos últimos meses,em conseqüência das denúnci-as de corrupção.