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RELATÓRIO E CONTAS 2003

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RELATÓRIO E CONTAS 2003

Orgãos Sociais

Eleitos para o triénio 2003-2005

Assembleia Geral

Presidente Montepio Geral, Associação Mutualista representada por Dr. António Pedro de Sá Alves Sameiro

1º Secretário G.C.P. – Sociedade de Gestão e Controlo de Participações Sociais, S.A.R.L. representada por Dr. Lucas Fazine Chachine

2º Secretário Lusitania, Companhia de Seguros, SA. representada por Dr. Gonçalo Ramos e Costa

Conselho de Administração

Presidente G.C.P. – Sociedade de Gestão e Controlo de Participações Sociais, S.A.R.L. representada por Dr. Hermenegildo Maria Cepeda Gamito

Vice-Presidente Montepio Geral, Associação Mutualista representada por Dr. Alberto Ramalheira

Vogal Caixa Económica Montepio Geral representada por Eng. José Joaquim Fragoso

Vogal Lusitania, Companhia de Seguros, SA representada por Dr. José António de Arez Romão

Vogal Instituto Nacional de Segurança Social representado por Dr. Guilherme Mavila

Conselho Fiscal

Presidente W&W – Consultoria e Investimentos, Lda representada por Dr. Teodoro de Andrade Waty

1º Vogal Grupo Visabeira – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. representada por Dr. Paulo José Lopes Varela

2º Vogal Banco Efisa, S.A. representado por Dr. Ernesto João da Costa Figueiredo Teixeira

Vogal suplente G.C.P. – Sociedade de Gestão e Controlo de Participações Sociais, S.A.R.L. representada por Armando Francisco Cossa

Comissão de vencimentos

Presidente Montepio Geral, Associação Mutualista representada por Dr. António Pedro de Sá Alves Sameiro

Vogal W&W – Consultoria e Investimentos, Lda. representada por Dr. Teodoro de Andrade Waty

Vogal Grupo Visabeira – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. representada por Dr. Paulo José Lopes Varela

Índice

Índice

I. Introdução.......................................................................................................................7

II. Enquadramento e Objectivos ......................................................................................7

1. Conjuntura macro-económica......................................................................................7

1.1. Economia Internacional ........................................................................................7

1.2. Economia de Moçambique .................................................................................10

1.3. Perspectivas.........................................................................................................11

2. O Mercado Segurador em Moçambique ....................................................................14

3. A MCS – Moçambique, Companhia de Seguros .......................................................16

III. Análise da Actividade................................................................................................17

1. Produção ....................................................................................................................17

2. Resseguro Aceite .......................................................................................................19

3. Sinistros......................................................................................................................20

4. Comissões e Custos por Natureza..............................................................................21

5. Resseguro Cedido ......................................................................................................22

6. Gestão de Investimentos ............................................................................................22

7. Situação Financeira....................................................................................................23

IV. Apreciação dos resultados ........................................................................................24

V. Proposta de aplicação de resultados..........................................................................24

VI. Notas Finais................................................................................................................25

Demonstrações Financeiras.............................................................................................27

Anexo às demonstrações financeiras..............................................................................32

Parecer do Conselho Fiscal .............................................................................................45

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Relatório do Conselho de Administração

Relatório e Contas

2003

Exmos. Senhores Accionistas,

No cumprimento da Lei e dos Estatutos, submetemos à vossa apreciação e aprovação o

Relatório e Contas da MCS – Moçambique, Companhia de Seguros, S.A.R.L., relativo ao

exercício findo em 31 de Dezembro de 2003.

I. Introdução

Ao finalizar o exercício, o segundo completo da actividade da empresa, apraz-nos registar

que se continua a manter a imagem de qualidade e rigor técnico que é, generalizadamente,

reconhecida à Moçambique, Companhia de Seguros, a qual se fica a dever ao esforço, à

dedicação e à competência dos seus trabalhadores.

Expressamos, igualmente, nesta nota introdutória, uma palavra de saudação ao Banco de

desenvolvimento e Comércio, SARL que, com idênticos padrões de qualidade e rigor,

tem vindo a consolidar a sua aceitação no mercado moçambicano.

II. Enquadramento e Objectivos

1. Conjuntura macro-económica

1.1. Economia Internacional

Em 2003, a actividade económica mundial iniciou uma recuperação gradual e sustentada,

confirmada na parte final do ano e que se deverá manter em 2004. A nível global, o

crescimento do produto acelerou, de 3%, em 2002, para 3,9%, em 2003 (Fundo

Monetário Internacional), apoiado por medidas de política macro-económica

expansionistas, em especial nos Estados Unidos e no Reino Unido, e condições

financeiras internacionais favoráveis ao aumento do Consumo e do Investimento, bem

como pelo restabelecimento dos níveis de confiança das famílias, dos empresários e dos

mercados.

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Não obstante, a retoma da actividade económica global manteve-se desigual entre as

várias regiões do mundo e com elevada dependência da economia norte-americana, o

principal motor do crescimento do produto mundial. Assim, para além dos EUA,

assistiu-se, igualmente, a uma evolução favorável no Reino Unido, no Japão, na China e

nas economias emergentes do sudeste asiático. No conjunto dos países da União

Europeia, observou-se uma retoma do crescimento económico, sobretudo no final do ano.

Nas restantes regiões do mundo, o fraco desempenho da maioria dos países da América

Latina contrastou com o dinamismo das economias da Europa Central e de Leste.

Num quadro de lenta retoma do crescimento económico, as pressões inflacionistas

permaneceram reduzidas no conjunto dos países industrializados, com a taxa de inflação a

situar-se em 1,9%, em 2003, que compara com 2,1%, em 2002. O preço internacional do

petróleo aumentou, em termos médios, de 25 para 28,5 USD por barril, de 2002 para

2003, reflectindo a descida das existências, o aumento da procura dos EUA e da Ásia e a

redução dos níveis de produção no Iraque, Nigéria e Venezuela. Deste modo, nos EUA e

no Reino Unido, a taxa de inflação aumentou ligeiramente, tendo diminuído na União

Europeia. No Japão, a deflação atenuou-se para valores próximos do zero.

De acordo com os últimos indicadores de actividade, a situação económica da Área do

Euro deverá ter iniciado uma recuperação, no segundo semestre do ano, em linha com o

surgimento dos primeiros sinais de retoma na maior economia europeia, a economia

alemã, que terá completado, em 2003, o segundo ano consecutivo de estagnação,

evidenciando algum dinamismo apenas no último trimestre do ano.

O PIB, na Área do Euro, cresceu uns modestos 0,4%, no conjunto do ano, por

comparação com 0,9%, em 2002. Esta evolução do produto ficou a dever-se,

fundamentalmente, ao contributo negativo das Exportações Líquidas, de cerca de -0,7%, e

à contracção do Investimento em equipamento, de cerca de -2,3%.

Os efeitos desta conjuntura desfavorável no emprego foram atenuados pela actual rigidez

do mercado de trabalho na Área do Euro, pelo que a taxa de desemprego aumentou

apenas 0,4%, face a 2002, situando-se em 8,8% da população activa, no final de 2003.

A taxa de inflação média, medida pela variação do Índice Harmonizado de Preços no

Consumidor (IHPC) foi de 2,1%, em Dezembro de 2003, o que compara com 2,2%, em

Dezembro de 2002, fixando-se no limite do objectivo de estabilidade de preços, definido

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pelo Banco Central Europeu (BCE). No sentido de estimular a economia e na ausência de

pressões inflacionistas, o BCE reduziu a sua taxa principal de refinanciamento por duas

vezes, durante o ano, num total de 75 p.b., para 2%.

Num quadro de abrandamento significativo do crescimento económico, a aplicação das

regras orçamentais definidas no Tratado de Maastricht tem vindo a ser alvo de

importantes discussões entre a Comissão Europeia e o Conselho de Ministros da

Economia e das Finanças (ECOFIN), na sequência da deterioração das contas públicas na

Alemanha e na França, que deverão registar défices públicos de 3,9% e de 4,1%,

respectivamente, ou seja, acima do limite de 3% estabelecido. No conjunto da Área do

Euro, o défice público deverá deteriorar-se, de 2,3%, em 2002, para 2,7%, em 2003, em

consequência, também, da deterioração orçamental acentuada na Itália, na Grécia e na

Holanda.

Em Portugal, o PIB contraiu-se cerca de 1,3%, em 2003, após um crescimento de 0,4%,

no ano anterior, por efeito do abrandamento da economia europeia e do ajustamento da

procura interna, associado ao elevado nível de despesa e de endividamento dos agentes

económicos nos últimos anos.

No Continente Africano, o crescimento da actividade económica acelerou de 3,5%, em

2002, para 4,1%, em 2003, em consequência dos significativos progressos de

estabilização económica, observados nos últimos anos, e da evolução positiva dos preços

dos bens primários não petrolíferos, que aumentaram cerca de 7,8%, em 2003. Na África

Sub-Saariana, o PIB manteve um crescimento de 3,5%.

Na grande maioria das economias africanas, a inflação está a um nível relativamente

baixo (no conjunto dos países, a taxa de variação homóloga foi de 10,3%, em 2003) e as

finanças públicas estão sob controle (o défice público reduziu-se de -2,5% do PIB em

2002, para -1,8%, em 2003). Os diferentes ritmos de crescimento entre os países da região

resultam, essencialmente, de condições climatéricas adversas, da instabilidade política e

da alta incidência do SIDA.

Na África do Sul, um dos principais parceiros comerciais de Moçambique, o ritmo de

crescimento da economia desacelerou de 3,6%, em 2002, para 1,9%, em 2003, reflectindo

as medidas restritivas de política monetária tomadas para conter as pressões

inflacionistas.

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Um dos principais constrangimentos ao crescimento dos países da região tem sido a crise

no Zimbabwe, que se acentuou em 2003, com o PIB a contrair-se 13,2%.

1.2. Economia de Moçambique

O ano de 2003 foi globalmente positivo para a economia moçambicana. O crescimento do

PIB manteve-se a um nível alto, embora desacelerando face a 2002, de 7,7% para 7%.

(FMI) O crescimento foi impulsionado pelos sectores dos Serviços (+15,6%), dos

Transportes e Comunicações (+9,6%) e do Comércio (+8,1%). (EIU)

A evolução da actividade económica em 2003 reflectiu os efeitos da conclusão dos

trabalhos relacionados com a expansão da fundição de alumínio Mozal e com a

construção do gasoduto para a África do Sul.

A produção agrícola foi, pelo segundo ano consecutivo, afectada por secas que ocorreram

no centro e no sul do país e motivaram o aumento dos preços dos bens alimentares. Esse

aumento, conjugado com a forte depreciação do metical face ao rand sul africano e com a

subida do preço internacional do petróleo, provocaram um aumento na taxa de inflação,

de 9,1% para 13,8%, de 2002 para 2003. (INE)

Evolução do PIB e da taxa de Inflação

02468

101214

1999 2000 2001 2002 2003

%

0

5

10

15

20

25%

PIB Inflação)

Fontes: Banco deNota: Os valores

(Escala da esquerda

Moçambique e FMI indicados do PIB são estima

(Escala da direita)

tivas divulgadas pelo FMI.

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O défice da balança corrente reduziu-se 26,7%, em 2003, de 712 para 522 milhões de

dólares. Para esta evolução contribuíram, positivamente, os saldos da balança de

mercadorias e da balança de rendimentos. As exportações aumentaram, em termos

nominais, 29,6% (de 679,3 para 880,2 milhões de dólares), impulsionadas pelo acréscimo

da produção da Mozal, e as importações apenas evoluíram +1% (de 1 215,7 para 1 228,2

milhões de dólares), reflectindo a diminuição da actividade do sector da construção. A

forte diminuição do défice da balança de rendimentos teve origem na redução dos

encargos com o serviço da dívida externa, no âmbito da iniciativa HIPC (Heavily

Indebted Poor Countries). (BM)

As reservas externas evoluíram favoravelmente, em 2003, para um valor correspondente a

6,5 meses de cobertura das importações de bens e serviços, por comparação com 6 meses

no ano anterior (de 640 para 760 milhões de dólares). (BM)

A redução do défice público tem sido uma das principais prioridades das autoridades, que

implementaram medidas para aumentar as receitas e para controlar as despesas públicas,

de que são exemplo a introdução de um novo imposto sobre o rendimento e a limitação ao

aumento dos salários dos funcionários públicos. O défice público diminuiu, de 7,9% do

PIB, em 2002, para 3,2%, em 2003. (FMI)

No âmbito do Programa de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA), foram

canalizados recursos de montantes significativos para as áreas prioritárias (cerca de 74%

das despesas previstas no orçamento de Estado EIU), tendo sido, no entanto, reconhecida

a impossibilidade de, sem recursos financeiros adicionais, atingir a meta definida nos

Millennium Development Goals, ou seja, de reduzir em 50% os níveis de extrema pobreza

até 2015.

1.3. Perspectivas

Moçambique deverá manter, em 2004, um elevado ritmo de crescimento (8,4%) (FMI),

suportado pela produção dos recém concluídos mega projectos (expansão da fundição de

alumínio Mozal e a construção do gasoduto para a África do Sul) e pelo investimento em

outros sectores, designadamente nas comunicações e infra-estruturas, assim como pela

recuperação do sector agrícola.

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No entanto, persiste o receio da economia estar a crescer a duas velocidades, com o

crescimento a ser sustentado pelos novos projectos que resultam do investimento directo

estrangeiro, enquanto se denota que não se estará a conseguir ultrapassar as dificuldades

estruturais nos sectores tradicionais da agricultura e das pescas.

A taxa de inflação deverá voltar a baixar para cerca de 9% (FMI), se os objectivos de

política orçamental e monetária estabelecidos para 2004 forem atingidos e se as condições

climatéricas favorecerem o ano agrícola.

As perspectivas para as contas externas vão no sentido de uma evolução positiva, com

uma previsão de crescimento para as exportações de cerca de 40% e de uma ligeira

redução das importações (FMI). A assistência externa programada deverá aumentar de

630 milhões de dólares (15% do PIB), em 2003, para 790 milhões de dólares (16% do

PIB), em 2004, sendo 75% na forma de donativos (FMI e EIU). Simultaneamente, o

Governo deverá prosseguir os esforços de redução do peso da assistência externa nos

gastos públicos, projectando uma diminuição para 48%, em 2004, o que compara com

cerca de 60%, nos últimos anos. (EIU)

Prevê-se que o défice orçamental observe um ligeiro aumento, para 4,1% do PIB (3,2%

em 2003) (FMI), em resultado da alteração de parte da ajuda internacional de donativos

para empréstimos, perspectivando-se que o processo de consolidação orçamental se

reforce nos anos seguintes.

As taxas de juro bancárias acompanharam a descida da taxa de permuta de liquidez entre

os bancos, embora lentamente, devido ao elevado peso do crédito mal parado e à forte

depreciação do metical. Assim, as taxas de juro das operações activas, em moeda

nacional, baixaram em todos os prazos, tendo as taxas de juro das operações a 30 dias e a

1 ano diminuído, entre Dezembro de 2002 e Dezembro de 2003, de 32% para 27% e de

37% para 28%, respectivamente. (BM)

Não obstante, em 2003, o metical apenas se ter depreciado 0,5% face ao dólar norte

americano, registou elevadas depreciações face ao rand (-31,8%) e face ao euro (-20,4%).

(BM)

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A pedido das autoridades moçambicanas, foi realizada uma avaliação do sistema

financeiro do país, por uma missão conjunta do Banco Mundial e do Fundo Monetário

Internacional (FSAP – Programa de Avaliação do Sector Financeiro).

Nas conclusões desta avaliação, foi enfatizado o elevado grau de dolarização do sistema

bancário (cerca de 50% dos depósitos estão denominados nessa moeda), em consequência

da elevada volatilidade das taxas de juro reais. Na sequência, foram assumidas algumas

reformas, com destaque para a melhoria da comunicação e para as acções a desenvolver

pelo Banco Central de Moçambique, incluindo a separação das operações de

open-market, destinadas a estabilizar as reservas bancárias diárias, e os leilões semanais

de Bilhetes do Tesouro de maturidades mais longas.

O sistema financeiro registou um desenvolvimento positivo, traduzido na melhoria dos

indicadores prudenciais e de risco e alguns desenvolvimentos no funcionamento do

mercado interbancário e no enquadramento legal, não obstante apresente, ainda, uma

reduzida dimensão e uma fraca diversificação das actividades, como sejam os seguros, o

leasing, a corretagem, os fundos de pensões e as sociedades de aquisições a crédito. (EIU)

No quadro da integração de Moçambique na SADC – sistema de pagamentos

internacionais, que envolve vários países da África Austral – foi alargada a compensação

electrónica a todo o país.

Em 2003, Moçambique foi admitido no General Data Dissemination System (GDDS), em

reconhecimento dos progressos efectuados na realização das estatísticas do sector real,

financeiro e da balança de pagamentos.

No âmbito das reformas em curso, destaca-se a revisão da Lei das Instituições de Crédito,

da Lei Cambial e da Lei sobre Falências, a aprovar pelo Governo. Adicionalmente, foi

efectuada a revisão do Regulamento do Serviço da Central de Registos de Crédito, que

passou a ser a base de dados da informação de crédito concedido pelo sistema bancário,

tendo sido ainda criada legislação de prevenção à lavagem de dinheiro.

Em 2004, o Banco de Moçambique deverá tentar conter as pressões inflacionistas,

mantendo um controlo apertado da massa monetária. O controlo da inflação deverá

permitir ao Banco de Moçambique baixar as suas taxas de intervenção e as dos Bilhetes

do Tesouro. Adicionalmente, haverá sequelas, que serão absorvidas a prazo, decorrentes

da crise por que passaram dois bancos oriundos do sector público, que influenciarão,

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entretanto, as opções de política monetária, atenta a necessidade de recapitalização desses

bancos.(EIU)

O metical deverá depreciar-se face ao dólar, em 2004, em virtude da perspectivada

recuperação da economia norte-americana. (EIU)

Em 2004, de acordo com as sugestões formuladas pelo Fundo Monetário Internacional e o

Banco Mundial, deverá ficar concluído um diagnóstico, aos quatro maiores bancos do

país, de avaliação da conformidade das práticas contabilísticas com as Normas

Internacionais de Contabilidade (NIC), efectuado por empresas de auditoria

internacionais. Com base nas deficiências diagnosticadas, o Banco de Moçambique

deverá tomar as medidas necessárias para preparar a transição das instituições para as

NIC.

No âmbito das reformas a introduzir no sistema financeiro, o Governo está a concluir a

regulamentação dos fundos de pensões e seguros, em particular o ramo vida. Será

também iniciado o processo de revisão da regulamentação, com destaque para o plano de

contas em vigor e a formação de recursos humanos. (BM)

2. O Mercado Segurador em Moçambique

A Indústria Seguradora continuou a evoluir positivamente em Moçambique, embora o

índice de penetração dos seguros na Economia continue a ser relativamente baixo. No

entanto, as reformas a introduzir no sistema financeiro, que o Governo, através da

Inspecção Geral de Seguros, está a concluir, nomeadamente a regulamentação dos fundos

de pensões e dos seguros, e em particular o ramo vida, bem como as já introduzidas no

decorrer de 2003, permitem antever a continuação desta evolução positiva a níveis mais

acelerados. Será, igualmente, iniciado o processo de revisão da regulamentação, com

destaque para o plano de contas em vigor e a formação de recursos humanos.

Não dispomos de informação recente quanto à evolução do mercado segurador

moçambicano, pelo que nos permitimos apresentar os valores referentes ao ano de 2001,

já que as conclusões, no nosso entender, não deverão ser muito diferentes das que valores

mais recentes permitiriam retirar. Assim, os prémios de seguro directo representam cerca

de 0,63% do PIB moçambicano e o prémio per-capita é de 26 741 meticais. Se apenas

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considerarmos os ramos reais, estes indicadores descem para 0,61% e 26 198 meticais,

respectivamente.

A indústria seguradora continua a ser constituída por cinco seguradoras: a MCS –

Moçambique, Companhia de Seguros, S.A.R.L.; a EMOSE, Empresa Moçambicana de

Seguros, maioritariamente detida pelo Estado Moçambicano; a Seguradora Internacional

de Moçambique, S.A.R.L., de capitais moçambicanos e portugueses, e que possui duas

marcas a operar no mercado (a SIM, vocacionada para a banca-seguros e a IMPAR,

vocacionada para o retalho); a CGSM, Companhia Geral de Seguros de Moçambique,

S.A.R.L., de capitais sul-africanos e moçambicanos e, finalmente, a Hollard

Moçambique, Companhia de Seguros, S.A.R.L., de capitais sul-africanos e

moçambicanos.

Os dados disponíveis, relativos a 2001, permitem verificar que o volume de prémios da

actividade seguradora cresceu, no triénio findo nesse ano, a um ritmo próximo de 17%.

Refira-se, quanto ao crescimento em 2002 e em 2003, que a nossa sensibilidade aponta

para a manutenção, ou mesmo uma melhoria, destas taxas de crescimento agregado.

Não temos percepção de alterações significativas no mercado moçambicano que nos

permitam antever uma alteração significativa na estrutura da carteira do mercado. A

estrutura da carteira do mercado era, em 2001, dominada pelo ramo Automóvel com

cerca de 53.59% do volume de prémios do mercado segurador não vida, seguido dos

ramos de Incêndio e de Acidentes, com 19,37% e 16,41%, respectivamente. A expressão

dos outros ramos, se considerados isoladamente, é inferior a 11%. O gráfico abaixo

representa a composição do mercado de seguros não vida em 2001.

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Composição do Mercado Seguradornão vida

Acidentes e doença16,41%

Incêndio e Outros Danos em Coisas

19,37%

Automóvel53,59%

Transportes1,21%

Diversos9,42%

No que respeita à sinistralidade, e por não dispormos de informação recente quanto à sua

evolução, permitimo-nos, igualmente, apresentar os valores referentes ao ano de 2001, já

que as conclusões, no nosso entender, não deverão ser muito diferentes das que

retiraríamos se tivéssemos dados mais recentes. É, no entanto, nossa opinião que a taxa de

sinistralidade do mercado se possa ter agravado, ainda que ligeiramente, em relação ao

ano de 2001. Neste ano a sinistralidade fixou-se em cerca de 36,64% dos prémios, quando

em 2000 a taxa havia sido de 70,86%. Para esta descida da sinistralidade contribuíram,

essencialmente, o ramo Incêndio e o ramo Marítimo Cascos. A sinistralidade no ramo

Automóvel situou-se nos 58,64% e a do Acidentes de Trabalho em 12,71%.

3. A MCS – Moçambique, Companhia de Seguros

Ao iniciar a apreciação da actividade e dos resultados deste exercício, cumpre referir que

2003 foi, na nossa perspectiva, o último ano de instalação e termo do processo de

arranque da empresa. Concluiu-se a adaptação da aplicação informática, em todas as suas

vertentes, nomeadamente quanto ao cálculo das diversas provisões de acordo com a

realidade moçambicana, bem como as demais tarefas administrativas inerentes ao

arranque da actividade. Os objectivos propostos e referentes à fase de instalação da

Companhia podem, pois, considerar-se totalmente alcançados.

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Em termos operacionais, fortaleceram-se as relações comerciais com os principais

corretores no mercado e consolidou-se a presença da Companhia junto das pequenas e

médias empresas moçambicanas, para além de se ter incrementado a presença junto de

algumas das principais empresas que operam em Moçambique. Manteve-se a rigorosa

política de selecção de riscos e orientou-se a acção comercial para a constituição de uma

carteira de seguros assente em riscos simples.

Caracterizadas as condições em que decorreu o exercício findo, há que identificar os

objectivos próximos e as perspectivas futuras.

A entrada em vigor da nova legislação, referente ao acesso à actividade seguradora e de

mediação e à lei do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel, associada

ao incremento da actividade reguladora da Inspecção Geral de Seguros, permite antever o

desenvolvimento de um enquadramento legal para a actividade mais consentâneo com as

necessidades do mercado moçambicano e mais adaptado à realidade do país.

Para o ano de 2004, assumem-se como principais prioridades: a consolidação da empresa,

através da manutenção de uma política de aceitação rigorosa, o crescimento do volume de

prémios, a preservação da imagem alcançada, o aumento da notoriedade da Companhia

fora do mercado segurador e o apoio à formação técnica do pessoal.

Prevendo-se o incremento, ainda que moderado, da economia moçambicana, a par da

intensificação da concorrência e da sua repercussão ao nível dos resultados técnicos, a

Companhia terá de redobrar esforços para consolidar a carteira e atingir níveis de

produtividade elevados, objectivo esse em que todos os trabalhadores da Moçambique,

Companhia de Seguros se encontram empenhados.

III. Análise da Actividade

1. Produção

A carteira de seguros directos da Companhia atingiu, em 31 de Dezembro de 2003, o

valor de 12 069 081 milhares de meticais, montante que fica cerca de 20% acima do

objectivo para o ano em análise.

17 / 46

Os valores alcançados reflectem, pelo lado positivo, o esforço dedicado ao crescimento e

consolidação da carteira da Companhia a que nos propusemos nesta fase de arranque.

Este crescimento foi, sobretudo, obtido através da intensificação da acção comercial junto

das pequenas e médias empresas moçambicanas, bem como do aprofundamento das

relações com os principais corretores do mercado.

De entre os principais clientes da Companhia destacam-se o Banco de Desenvolvimento e

Comércio, as Listas Telefónicas de Moçambique, a SOS – Sistemas de Operações e

Segurança, a PDM, a Imopar, a JAT Constrói, de entre várias outras empresas das mais

qualificadas no mercado nacional, facto que nos é grato registar.

Foram emitidas 278 novas apólices, quer em meticais, quer em dólares, quer, ainda, em

randes. O prémio médio por apólice ascendeu a 18,1 milhões de meticais, quando em

2002 esse valor era de 13,6 milhões de meticais.

A composição da carteira em vigor continua a evidenciar a já mencionada rigorosa e

prudente selecção de riscos, anotando-se que o ramo automóvel contribui com cerca de

34,52% dos prémios simples emitidos, valor que compara com a média do mercado que

ronda os 53%. A composição da carteira, em termos de prémios simples anuais e o

correspondente prémio médio por apólice, ficam ilustrados nos quadros e no gráfico

seguintes:

Carteira em Vigor em 31 de Dezembro meticais, ao câmbio de 31 de Dezembro de 2003

2002 2003 Ramo Qt. Prémio Simples

Anual Qt. Prémio Simples Anual

Prémio Médio 2003

Acidentes e Doença 82 587 373 348 78 795 812 718 10 202 727Incêndio e Outros Danos em Coisas 95 1 685 483 821 165 2 216 781 188 13 435 038Automóvel 100 1 260 012 792 196 2 832 145 088 14 449 720Transportes 79 545 824 372 2 1 807 701 438 903 850 719Responsabilidade Civil 3 24 452 732 5 185 059 505 37 011 901Diversos 5 834 634 002 8 365 881 678 45 735 210Total 364 4 937 781 067 454 8 203 381 615 18 069 123

18 / 46

Composição da Carteira em vigor31 de Dezembro de 2003

Incêndio e Outros Danos em Coisas

27,02%

Acidentes e Doença9,70%

Diversos4,46%

Responsabilidade Civil

2,26%

Transportes22,04%Automóvel

34,52%

Tratando-se do segundo exercício completo e o terceiro da breve história da Companhia,

consideram-se satisfatórios os valores alcançados. A taxa de crescimento da carteira

atingiu os 66,13%, valor que, se atendermos ao clima económico depressivo, se pode

considerar bastante positivo. Embora a orientação estratégica e a política de aceitação da

Companhia tenham sofrido ajustamentos no sentido do seu alargamento aos riscos em que

incorrem as pequenas e médias empresas moçambicanas, a carteira continuou a evoluir de

forma positiva e equilibrada no conjunto dos ramos, mantendo-se a tendência para os

riscos simples, de boa qualidade e para a preponderância do ramo Incêndio e Outros

danos, que representa cerca de 27% da carteira da Companhia e cujo volume cresceu

cerca de 32%. Os ramos que mais contribuíram para o crescimento da Companhia foram

a Responsabilidade Civil, os Transportes e o Automóvel, muito por via de se terem

concretizado vários negócios com empresas que operam no sector dos transportes.

2. Resseguro Aceite

Não existiram contratos em regime de Resseguro Aceite.

19 / 46

3. Sinistros

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2003, registámos a participação de vinte e oito

sinistros, mais dois do que em igual período do exercício anterior.

Os custos com sinistros atingiram os 917 milhões de meticais, sendo 900 milhões de

meticais referentes a montantes pagos e 17 milhões referentes a variação da provisão para

sinistros. Dos 60 processos de sinistro abertos durante o ano de 2003, 20 foram já

encerrados. No final de 2003, o número de processos de sinistro abertos era de 52, sendo

40 de 2003, 11 de 2002 e 1 de 2001.

O rácio de sinistralidade da Companhia fixou-se, assim, nos 7,60%, com o ramo

Automóvel a atingir os 19,10%. Refira-se que a sinistralidade do mercado ascendeu a

36,62%, em 2002, e a do ramo Automóvel a 58,64%. O quadro seguinte discrimina as

taxas de sinistralidade por ramo.

meticais

Ramo Prémios e Seus Adicionais

Custos com Sinistros Sinistralidade

Acidentes e Doença 1 577 514 774 74 630 122 4,73%Incêndio e Outros Danos em Coisas 3 933 422 018 155 694 939 3,96%Automóvel 3 570 338 970 681 855 556 19,10%Transportes 2 214 509 036 5 000 000 0,23%Responsabilidade Civil 240 737 696 0 0,00%Diversos 532 558 855 0 0,00%Total 12 069 081 349 917 180 617 7,60%

O quadro abaixo sintetiza a informação referente aos processos de sinistro do ano em

análise.

meticais

Ramo Qt Montantes Pagos Variação da

provisão para sinistros

Custos com sinistros 2003 Custo médio

Acidentes e Doença 22 50 781 658 23 848 464 74 630 122 3 392 278,27Incêndio e Outros Danos em Coisas 3 46 336 286 109 358 653 155 694 939 51 898 313,00Automóvel 50 803 479 420 -121 623 864 681 855 556 13 637 111,12Transportes 2 0 5 000 000 5 000 000 2 500 000,00Responsabilidade Civil 1 0 0 0 0,00Diversos 0 0 0 0 0,00Total 78 900 597 364 16 583 253 917 180 617 11 758 726,00

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4. Comissões e Custos por Natureza

O valor das comissões processadas, em 2003 e em função dos prémios, foi de 1 169 514

milhares de meticais, ou seja, 9,69% dos prémios e seus adicionais, contra 8,98%, em

2002. Este agravamento ligeiro que se verifica no rácio de comissões justifica-se pelo

natural incremento da produção oriunda dos correctores e a consequente redução nos

negócios directos.

Os custos com pessoal, incluindo as remunerações dos órgãos sociais, representaram

14,60% do total dos proveitos e os restantes, a considerar ainda na rubrica “custos por

natureza”, 24,71%. O total dos custos por natureza ascendeu, assim, a 39,32% do total

dos proveitos. O quadro abaixo discrimina esses custos por rubrica.

meticais

2002 2003 Designação Valor % Valor % Comissões (1) 576 690 808 8,98% 1 169 513 733 9,69% Despesas Gerais (2) 8 119 205 530 81,06% 8 226 657 287 39,32% . Despesas com o Pessoal 3 579 010 726 35,73% 3 055 618 652 14,60% . Outros custos 4 540 194 804 45,33% 5 171 038 635 24,71% . Fornecimentos e Serv. Ex. 2 999 144 191 29,94% 3 122 961 950 14,92% . Impostos e Taxas 33 107 302 0,33% 340 418 925 1,63% . Amortizações 1 283 160 366 12,81% 1 342 352 770 6,42% . Prov. Riscos e Enc. 224 782 945 2,24% 365 304 990 1,75% Total Prémios 6 421 295 108 12 069 081 349 Total dos Proveitos 10 015 968 824 20 924 776 880 (1) – Percentagem do total dos Prémios e seus Adicionais (2) – Percentagem do total dos Proveitos

Os indicadores apresentados revelam um desagravamento substancial, em relação aos

verificados no final de 2002, o que se justifica por o exercício de 2003 corresponder à

fase terminal de implementação do projecto, pela redução do quadro de pessoal

expatriado e pelo crescimento da carteira. Considera-se, assim, que os rácios apresentados

se podem classificar como ajustados.

O controlo dos custos por natureza continua a constituir uma das preocupações

dominantes do Conselho de Administração e de todos os trabalhadores da Companhia.

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5. Resseguro Cedido

O Resultado do Resseguro Cedido apresenta um saldo financeiro favorável aos

resseguradores de 2 241 190 milhares de meticais. Este valor decorre, essencialmente, da

baixa sinistralidade verificada e da composição da carteira, traduzindo de forma

inequívoca que a Moçambique, Companhia de Seguros considera como parceiros

privilegiados e essenciais os seus resseguradores. O quadro seguinte resume o movimento

com os resseguradores em 2002 e 2003.

meticais

Rubrica 2002 2003 Prémios de Resseguro Cedido 4 464 613 344 5 606 578 265Comissões e Participação nos Resultados 1 376 033 279 3 206 817 904Sinistros e Variação da provisão para sinistros 845 483 788 158 570 582Resultado para Resseguradores 2 243 096 277 2 241 189 779

6. Gestão de Investimentos

No que respeita à Gestão de Investimentos, deve salientar-se que a mesma se pautou por

critérios de prudência, próprios dos investidores institucionais, procurando conciliar a

rendibilidade com os riscos envolvidos, tendo presente os tipos de investimento

disponíveis no mercado moçambicano.

Durante o exercício de 2001, os investimentos realizados dirigiram-se para o mercado

imobiliário, tendo sido adquiridas as instalações da Companhia e vários imóveis para

rendimento, entre os quais se destacam os ocupados pelo Banco de Desenvolvimento e

Comércio de Moçambique. Já durante o exercício de 2002, os investimentos realizados

orientaram-se para a conclusão da instalação da Companhia e foram, portanto,

canalizados para equipamentos e para o sistema informático da empresa. No exercício de

2003, os investimentos realizados continuaram na linha do verificado para os exercícios

antecedentes tendo sido orientados, ainda que em menor percentagem, para a conclusão

do processo de instalação da Companhia, pelo que se verificou uma redução no volume

de depósitos.

22 / 46

No quadro abaixo apresentam-se os investimentos efectuados:

milhares de meticais

Tipo de Investimento 2002 2003 Depósitos a prazo 9 485 124 6 691 280 Imóveis 57 199 762 57 272 355 . de Rendimento 38 584 331 38 584 331 . de Serviço Próprio 18 615 431 18 615 431 TOTAL 66 684 886 63 963 635

Para além destes investimentos, e no âmbito da política de recursos humanos da

companhia, foram, ainda, realizados investimentos em diverso equipamento,

nomeadamente mobiliário social, que totalizaram 590 601 milhares de meticais.

7. Situação Financeira

O activo líquido totalizou 75 264 905 milhares de meticais, sendo 63 963 635 milhares de

meticais referentes a investimentos e 809 516 milhares de meticais referentes a depósitos

bancários e caixa.

A situação líquida da MCS atingiu 35 017 664 milhares de meticais, valor que compara

com os 34 959 573 mil meticais de 2002, e no passivo encontra-se registada a operação

de leasing efectuada com a BIM Leasing em 2001 e cujo valor, ao câmbio de 31 de

Dezembro de 2003, ascende a cerca de 28 425 275 mil meticais.

Importa, ainda, destacar a eficiência das cobranças da Companhia, que se situaram em

mais de 75% dos prémios emitidos no exercício, uma melhoria de cerca de 1% em relação

ao exercício anterior, estando em Dezembro contabilizados os continuados de Janeiro.

Desta forma, o montante referente a prémios em cobrança apenas atingiu os 3 507 581

mil meticais, depois de contabilizada uma provisão para prémios em cobrança de 1 133

855 mil meticais, correspondente a cerca de 24% do montante desses prémios.

O quadro abaixo resume a situação dos prémios emitidos, quanto às cobranças.

23 / 46

Prémios e seus adicionais % à Cobrança 25%Cobrados 75%Total 100%

A análise das diferentes rubricas do balanço demonstra, sem necessidade de comentários

adicionais, que a fase de instalação da Companhia está concluída e que importará, no

futuro próximo, prosseguir a fase de expansão e de consolidação da empresa.

IV. Apreciação dos resultados

Depois de efectuadas amortizações no valor de 1 342 352 770 meticais, de constituídas

provisões para prémios em cobrança e para riscos e encargos no valor de 1 007 932 305

meticais e de contabilizadas diferenças de câmbio negativas, realizadas e não realizadas,

no valor de 148 042 814 meticais, o resultado do exercício fixou-se num lucro líquido de

58 091 326 meticais. Foi constituída uma provisão para impostos sobre lucros de

12 322 402 meticais.

V. Proposta de aplicação de resultados

Considerando que a empresa se encontra em fase de consolidação, e com vista a reforçar

os fundos próprios, propõe-se a aplicação dos resultados apurados, no montante de

58 091 326 meticais, de acordo com o seguinte quadro:

meticais

Reserva Legal 2 905 000Reserva Estatutária 2 905 000Resultados Transitados 52 281 326Total 58 091 326

24 / 46

Após a aplicação de resultados nos termos propostos, a situação líquida da Companhia

será de 35 017 664 433 meticais.

VI. Notas Finais

Ao finalizar, apresentamos as nossas saudações e agradecimentos a todos quantos nos

ajudaram e apoiaram, contribuindo para o crescimento da empresa, nomeadamente:

. ao Governo de Moçambique e, em particular, ao Ministério do Plano e das Finanças,

pelo apoio dispensado à actividade da MCS;

. à Inspecção Geral de Seguros, pela forma como tem acompanhado o arranque da

empresa e a sua passagem à fase de cruzeiro;

. ao Conselho Fiscal pelo apoio sempre recebido e acompanhamento diligente nesta fase

crucial da vida da companhia;

. aos nossos Accionistas pelo apoio sempre recebido;

. ao Banco de Desenvolvimento e Comércio de Moçambique e aos seus trabalhadores

pela colaboração prestada;

. à Lusitania, Companhia de Seguros, S.A. pelo apoio técnico sempre disponível;

. aos nossos resseguradores pela acessibilidade e compreensão demonstradas;

. aos nossos corretores pela colaboração prestada;

. aos nossos clientes pela confiança demonstrada;

. aos nossos trabalhadores pelo esforço, competência e dedicação com que sempre

desempenharam as suas tarefas.

25 / 46

Maputo, 4 de Maio de 2003

O Conselho de Administração

Presidente G.C.P. – Sociedade de Gestão e Controlo de Participações Sociais S.A.R.L., representada por Dr. Hermenegildo Maria Cepeda Gamito

Vice-Presidente Montepio Geral, Associação Mutualista, representado por Dr. Alberto Ramalheira

Caixa Económica Montepio Geral, representada por Eng. José Joaquim Fragoso

Lusitania, Companhia de Seguros, S.A., representada por Dr. José António de Arez Romão

I.N.S.S. – Instituto Nacional de Segurança Social, representado por Dr. Luís Guilherme Mavila

26 / 46

Demonstrações Financeiras

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52

Anexo às Demonstrações Financeiras

Anexo às demonstrações financeiras

31 de Dezembro de 2003

A Moçambique, Companhia de Seguros, S.A.R.L., é uma sociedade anónima de

responsabilidade limitada, constituída em 20 de Julho de 2000 por tempo indeterminado,

tem a sua Sede em Maputo e rege-se pelos seus estatutos e demais legislação aplicável.

A Companhia tem por objecto o exercício da actividade de seguro e resseguro, em todos

os ramos reais e iniciou a actividade operacional em de 3 de Junho de 2001.

A Companhia beneficia de diversos incentivos aduaneiros e fiscais para a prossecução da

sua actividade, que podem resumir-se como segue:

i. Isenção de direitos de importação sobre os bens de equipamento constantes da classe

K da Pauta Aduaneira e destinados exclusivamente à implementação do projecto.

ii. Redução da taxa de Contribuição Industrial e do Imposto Complementar em 50%

durante o período de recuperação do Investimento efectivamente realizado, não

podendo este período exceder a duração de dez (10) anos contados a partir da data de

início de exploração da actividade.

iii. A possibilidade de dedução, no cálculo da Contribuição Industrial, das despesas

realizadas em programas de formação de trabalhadores moçambicanos até ao limite

máximo de 5% da matéria colectável.

iv. Isenção de impostos sobre capitais próprios e empréstimos efectivamente investidos

no Projecto e sobre os juros de empréstimos.

33 / 46

NOTA 1 – Valores Comparativos

Os valores do exercício de 2003 são comparáveis em todos os aspectos significativos com

os valores registados na coluna correspondente ao ano 2002 e encontram-se expressos em

milhares de meticais.

NOTA 2 – Forma de apresentação

As demonstrações financeiras foram preparadas com base nos livros e registos

contabilísticos da Companhia, mantidos em conformidade com a legislação específica e a

prática utilizada no sector de seguros em Moçambique.

As demonstrações financeiras foram preparadas segundo a convenção dos custos

históricos, na base da continuidade das operações e em conformidade os princípios

fundamentais da continuidade das operações, substância sobre a forma e materialidade.

NOTA 3 – Resumo das principais políticas contabilísticas

(a) Reserva garantida (Provisão para Riscos em Curso)

A reserva de garantia inclui a parte dos prémios e seus adicionais emitidos, relativamente

a cada um dos contratos em vigor, a imputar a um ou vários dos exercícios seguintes. Esta

reserva destina-se a garantir a cobertura dos riscos assumidos e dos encargos deles

resultantes durante o período compreendido entre o final do exercício e a data de

vencimento de cada um dos contratos de seguro.

(b) Títulos de crédito

Os títulos de crédito são registados ao valor de aquisição.

34 / 46

(c) Imóveis

Os imóveis são registados ao valor de aquisição ou de construção, ajustados dos

montantes das obras de benfeitorias entretanto realizadas.

(d) Reservas técnicas de resseguro cedido

A reserva matemática, a reserva de garantia e as quotas-partes de indemnizações a receber

correspondem à quota-parte da responsabilidade dos resseguradores nas responsabilidades

totais da Companhia, calculadas de acordo com os tratados em vigor, no que se refere às

percentagens de cedência e outras cláusulas existentes.

(e) Mobiliário e material

O mobiliário e material estão mostrados ao custo de aquisição deduzido das amortizações

acumuladas.

As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes de forma a

amortizarem o custo dos imobilizados durante o seu período de vida útil estimado, nos

seguintes anos:

Rubrica Anos Viaturas ligeiras 4 Mobiliário e utensílios de escritório 10 Equipamento informático 6 Outros equipamentos 7 a 10

(f) Contas a amortizar

As contas a amortizar incluem as despesas de constituição e de funcionamento até ao

início de actividade. As contas a amortizar são mostradas no Balanço pelo seu valor

líquido e são amortizadas no período de 3 anos.

35 / 46

(g) Provisão para prémios em cobrança

A provisão para prémios em cobrança destina-se a reduzir o montante dos recibos por

cobrar ao seu valor provável de realização e é calculada mediante a aplicação das

seguintes percentagens:

Antiguidade dos recibos % Até 60 dias 0 Entre 61 e 120 dias 25 Entre 121 e 180 dias 50 Mais 180 dias 100

(h) Transacções em moeda estrangeira

As transacções em moeda estrangeira são registadas ao câmbio das datas das respectivas

operações. Os saldos a receber ou a pagar em moeda estrangeira no final do exercício,

com excepção da rubrica prémios em cobrança, são actualizados pela aplicação das taxas

de câmbio oficiais em vigor naquela data. Os ganhos e perdas cambiais realizados e não

realizados são integralmente reconhecidos em resultados.

NOTA 4 – Valores de emprego das reservas e valores livres

2003 2002 Valores afectos Imóveis 23 475 037 23 402 445 Depósitos a prazo 3 823 252 4 742 562 27 298 289 28 145 007 Valores livres Imóveis 33 797 317 33 797 317 33 797 317 33 797 317 61 095 606 61 942 324

36 / 46

O saldo de depósitos a prazo refere-se às seguintes aplicações a prazo:

Banco Moeda Montante Valor em Meticais

Taxa de juro

Vencimento

BDC MZM 250 000 250 000 7,25% 28.01.04 BDC USD 150 000 3 573 252 1,10% 04.02.04

3 823 252

NOTA 5 – Mobiliário e material

O movimento ocorrido no exercício foi o seguinte:

Saldo em 01.01.03 Aumentos Abates Saldo em

31.12.03 Custo Viaturas ligeiras 1 238 475 - - 1 238 475Equipamento administrativo 304 263 - - 304 263Mobiliário de escritório 390 167 1 042 391 209Mobiliário Social - 569 081 - 569 081Equipamentos informáticos 2 674 243 - - 2 674 243Instalações interiores 5 400 - - 5 400Património Artístico - 18 979 18 979Outros 40 143 20 478 - 60 621Imobilizações em curso 199 810 - - 199 810 4 852 501 609 580 - 5 462 081Amortizações Viaturas ligeiras 557 983 309 618 - 867 601Equipamento administrativo 84 505 43 449 - 127 954Mobiliário de escritório 78 032 39 121 - 117 153Mobiliário Social - 56 908 56 908Equipamentos informáticos 741 114 445 529 - 1 186 643Instalações interiores 540 540 - 1 080Outros 8 030 6 062 - 14 092 1 470 204 901 227 - 2 371 431Líquido 3 382 297 3 090 650

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NOTA 6 – Devedores gerais

2003 2002 Co-Seguradoras 337 056 - Lusitania, Companhia de Seguros, SA 2 950 798 2 897 729 Devedores por cauções prestadas 71 411 82 995 Trabalhadores e outros - 10 462 Estado e outros Entes Públicos 978 934 - Custos diferidos 62 023 29 023 4 400 222 3 020 209

NOTA 7 – Prémios em cobrança

Em 31 de Dezembro de 2003, o saldo de prémios em cobrança repartia-se pelos seguintes

ramos:

2003 2002 Acidentes e doenças 267.098 94.650 Incêndio e outros danos em coisas 1.210.060 901.650 Automóveis 1.226.533 564.588 Transportes 1.609.890 375.104 Diversos 327.856 28.920 4.641.437 1.964.912

NOTA 8 – Depósitos em bancos

Compreende:

2003 2002 Depósitos à ordem: Moeda Nacional 170 562 127 490 Moeda Estrangeira 638 954 524 302

Depósitos a prazo: Moeda Nacional 200 000 Moeda estrangeira 2 668 028 4 742 562

3 677 544 5 394 354

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NOTA 9 – Contas a amortizar

O movimento ocorrido no exercício foi o seguinte:

Saldo em 01.01.03 Aumentos Abates Saldo em

31.12.03 Custo Despesas de constituição e instalação 1 323 112 - - 1 323 112

1 323 112 - - 1 323 112Amortizações Despesas de constituição e instalação 881 986 441 126 - 1 323 112

881 986 441 126 - 1 323 112Líquido 441 126 -

NOTA 10 – Reserva de garantia (Provisão para riscos em curso)

Seguro Directo Resseguro

Cedido Líquido

Acidentes e doenças 350 650 34 107 316 543Incêndio e outros danos em coisas 2 232 768 1 690 301 542 467Automóveis 1 850 096 8 551 1 841 545Transportes 206 593 147 178 59 415Diversos 232 892 172 751 60 141 4 872 999 2 052 888 2 820 111

O movimento ocorrido no exercício foi o seguinte:

Saldo em 01.01.03 Reforço Saldo em

31.12.03 Seguro directo 2 182 992 2 690 007 4 872 999 Resseguro cedido 1 469 944 582 944 2 052 888 Líquido 713 048 2 107 063 2 820 111

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NOTA 11 – Indemnizações a pagar / quotas partes de indemnizações a receber

Saldo em 01.01.03 Indemnizaç

ões Liquidações Saldo em

31.12.03 Seguro directo: Acidentes e doenças 21 000 74 630 48 042 47 588Incêndio e outros danos em coisas

- 155 695 46 336 109 359

Automóveis 809 181 681 856 751 578 739 459Transportes 10 000 5 000 - 15 000 840 181 917 181 845 956 911 406Resseguro cedido: Acidentes e doenças 14 700 - - 14 700Incêndio e outros danos em coisas

- 142 552 45 494 97 058

Automóveis 569 541 12 518 312 400 269 659Transportes 7 000 3 500 - 10 500 591 241 158 570 357 894 391 917 248 940 758 611 488 062 519 489

NOTA 12 – Credores gerais

Composição:

2003 2002 Co-seguradoras - 527 841 Lusitânia – Companhia de Seguros, SA 5 209 137 3 167 271 BIM Leasing 28 425 275 31 037 932 BDC – Banco de Desenvolvimento e Comércio - 1 704 239 Fornecedores e outros credores 1 041 788 1 066 433 Estado e outros entes públicos - 275 718 34 676 200 37 779 434

O saldo do BIM Leasing refere-se ao saldo do financiamento para aquisição de imóveis

em regime de locação financeira.

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NOTA 13 – Provisões diversas

Inclui as seguintes provisões e encargos a liquidar:

2003 2002 Provisão para prémios em cobrança 1 133 855 491 228 Imposto de selo de apólices 218 488 124 561 Provisão para sobretaxa 77 611 40 581 Imposto para serviços de incêndio 1 858 504 1 493 199 3 288 458 2 149 569

O movimento da provisão para prémios em cobrança e para imposto de serviços de

incêndio durante o exercício foi o seguinte:

Provisão para

prémios em cobrança

Imposto para

serviços de incêndio

Saldo em 1 de Janeiro 2003 491 228 1 493 199 Aumento 642 627 365 305 Saldo em 31 de Dezembro 2003 1 133 855 1 858 504

NOTA 14 – Capital social e prémios de emissão de acções

O capital da Moçambique, Companhia de Seguros, S.A.R.L., encontra-se integralmente

subscrito e realizado, estando representado por duzentas e quarenta mil (240.000) acções

nominativas de valor nominal de 100.000 meticais cada.

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% Capital 2003 GCP – Soc. de Gestão e Controlo de Part. Sociais 24,30% 5 832 000Montepio Geral – Associação Mutualista 18,00% 4 320 000Lusitania – Companhia de Seguros, SA 11,70% 2 808 000FINOLCO, CO.INC 10,00% 2 400 000Caixa Económica Montepio Geral 9,00% 2 160 000Banco Efisa, SA 4,50% 1 080 000Empresa de Tráfego e Estiva, SA 4,50% 1 080 000Grupo Visabeira, SGPS 4,50% 1 080 000Eng. Luís Marques dos Santos 3,60% 864 000INSS – Instituto Nac. De Segurança Social 3,60% 864 000Raminiklal Jamonadás 2,70% 648 000Dr. Hiteshkumar Raminiklal 1,80% 432 000W&W – Consultoria e Investimentos, Lda 1,80% 432 000 100,00% 24 000 000

O valor dos prémios de emissão de acções, no montante de 8 214 740 milhares de

meticais, resulta da diferença cambial registada entre o valor nominal de cada acção em

dólares americanos à data da subscrição, e o contravalor em meticais na data em que a

sociedade foi constítuida.

NOTA 15 – Ganhos e perdas de exercícios anteriores

2003 Saldo em 1 de Janeiro 2003 -Aplicação do resultado de 2002 (3 482 400)Aplicação para reservas -Saldo em 31 de Dezembro 2002 (3 482 400)

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NOTA 16 – Prémios e seus adicionais

2003 2002 Acidentes e doenças 1 577 515 740 739 Incêndio e outros danos em coisas 3 933 422 2 247 831 Automóveis 3 570 339 1 763 450 Transportes 2 214 509 1 639 728 Diversos 773 297 29 547 12 069 082 6 421 295

NOTA 17 – Resultados de resseguro cedido

Encargos Receitas Resultado Prémios Indemnizações Comissões Líquido Acidentes e doença 221 716 - 128 997 92 719Incêndio e outros danos em coisas 2 907 121 142 553 1 626 325 1 138 243Automóveis 348 527 12 517 196 483 139 527Transportes 1 524 357 3 500 896 759 624 098Diversos 604 857 - 358 254 246 603 5 606 578 158 570 3 206 818 2 241 190

NOTA 18 – Rendimentos

2003 2002 De depósitos à ordem 34 777 14 339 De depósitos a prazo 70 034 211 203 De imóveis 4 650 442 4 575 576 4 755 253 4 801 118

NOTA 19 – Amortizações

2003 2002 De mobiliário e material (Nota 4) 441 126 842 168 De contas a amortizar (Nota 8) 901 227 440 993 1 342 353 1 283 161

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NOTA 20 – Despesas gerais

2003 2002 Despesas de administração Pessoal 3 055 619 3 579 011 Material e pagamentos de serviços: Conservação e reparação 133 516 45 458 Rendas e alugueres 806 978 1 104 672 Comunicações 309 978 297 025 Deslocações e estadias 422 149 444 379 Vigilância e segurança 310 821 305 453 Trabalhos especializados 246 072 111 180 Outras 893 446 690 978 3 122 960 2 999 145 Impostos Emolumentos e taxas 340 419 33 107 6 518 998 6 611 263

NOTA 21 – Representação das provisões técnicas

Seguro directo Resseguro

cedido Líquido

Responsabilidades Reserva de Garantia (Nota 10) 4 872 999 2 052 888 2 820 111Indemnizações a pagar/ QPIR (Nota 11) 911 406 391 917 519 489 5 784 405 2 444 805 3 339 600Valores de emprego das reservas: Imóveis (Nota 4) 23 475 037Depósitos a prazo (Nota 4) 3 823 252 27 298 289Excesso/ (Insuficiência) 23 958 689

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Parecer do Conselho Fiscal

PARECER DO CONSELHO FISCAL 1. Em cumprimento das disposições legais e estatutárias, o Conselho Fiscal apreciou o

Relatório do Conselho de Administração, o Balanço e Contas, da Moçambique, Companhia de Seguros, SARL, referentes ao exercício de 2003.

2. No decurso deste exercício o Conselho Fiscal acompanhou, na oportunidade, os

negócios da Sociedade e congratula-se com os apreciáveis esforços desenvolvidos pelo Conselho de Administração e seus colaboradores.

3. Como resultado da análise efectuada aos documentos apresentados e do Relatório dos

Auditores, o Conselho Fiscal é de opinião que espelham a situação económico-financeira da Companhia, em 31 de Dezembro de 2003.

4. Assim, o Conselho Fiscal é de parecer que:

a) Sejam aprovados o Relatório, Balanço e Mapa de Demonstração de Resultados e demais documentação apresentados pelo Conselho de Administração;

b) Seja aprovada a proposta de aplicação do resultado do exercício; c) Seja endereçado um voto de louvor ao Conselho de Administração, pela criteriosa

e empenhada gestão e, aos seus colaboradores, pela dedicação e zelo com que têm servido a Companhia.

Maputo, 10 de Maio de 2004. O Conselho Fiscal, Dr. Teodoro Andrade Waty (Em representação da W&W - Consultoria e Investimentos, Lda) Dr. Paulo José Lopes Varela (Em representação do Grupo Visabeira, Sociedade Gestora de Participações Sociais, SA) Dr. Ernesto João da Costa Figueiredo Teixeira (Em representação do Banco Efisa, SA)