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M 2016-17 REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Farmácia dos Arcos Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar RELATÓRIO DE ESTÁGIO

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Page 1: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

M 2016- 17

REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADOEM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Farmácia dos Arcos

Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar

RELATÓRIODE ESTÁGIO

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia dos Arcos

Fevereiro de 2017 a Maio de 2017

Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar

Orientador: Doutora Isabel Cristina Fernando da Costa

_____________________________________

Co-Orientador: Doutor Hélder Fernando Pereira Rocha

_____________________________________

Tutor FFUP: Professora Doutora Susana Casal

_____________________________________

Outubro de 2017

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Declaração de Integridade

Eu, Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar, abaixo assinado, nº 201203224, aluna

do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste

documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes

dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a

outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso

colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de _______________ de _______

Assinatura: _________________________________

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Agradecimentos

Obrigada à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, a todos docentes que

contribuíram para o meu progresso com a formação que me ofereceram, à Comissão de Estágios

da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, principalmente à Professora Susana Casal,

sempre disponível.

Obrigada à Dr.ª Luísa Peixe, pela oportunidade que me deu de integrar o seu grupo de

investigação do Laboratório de Microbiologia e de desenvolver um projeto de investigação. À Dr.ª

Carla Novais e Dr.ª Ana Freitas que me guiaram, nos últimos anos deste curso, nesta viagem pelo

mundo dos “Enterococcus spp.”, sempre com uma palavra de encorajamento e dedicação exímia.

Obrigada aos meus velhos e novos amigos pelo apoio e tempos de lazer que

complementaram a vida académica, em especial à Bia, Carol, Daniela, Teresa, Verinha e Xana,

sempre presentes todos os dias nestes últimos 5 anos. Sem dúvida que a estas devo as minhas

melhores recordações destes tempos de estudante.

Obrigada aos meus pais, à minha irmã e restante família por me apoiarem

incondicionalmente e acreditarem, por vezes mais do que eu, que sou capaz de alcançar o que

desejo.

Obrigada Vasco, por me acompanhares nesta louca aventura que é farmácia. Por saberes

exatamente quando colocar um travão nos meus devaneios e quando alimentar o “bichinho”

farmacêutico. Obrigada por todas palavras de incentivo cruciais em diversos momentos desta etapa

da nossa vida.

Por fim, um grande agradecimento especial a toda a equipa da Farmácia dos Arcos que me

acolheu de braços abertos e me ajudou a crescer como futura farmacêutica. Obrigada à Dr.ª Isabel

pelos princípios, valores éticos e morais de um farmacêutico que me transmitiu, desde o primeiro

momento de estágio. Obrigada ao Hélder, ao Nuno e à Susana por me integrarem na equipa e

comunidade local, pelo excelente ambiente de estágio que promoveram, pelos conhecimentos

técnico-científicos que transmitiram, além das constantes dicas e sugestões, pela confiança que

depositaram em mim e, sobretudo, pela amizade.

A todos o meu mais sincero OBRIGADA!

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Resumo

O estágio curricular marca um primeiro encontro entre aluno de farmácia e o público geral,

permitindo o emprego dos conhecimentos e experiência adquirida ao longo dos 5 anos de estudo.

É nesta altura, quando nos apresentamos na qualidade de profissional de saúde aos nossos utentes,

que se compreende o que é, na prática, o papel do farmacêutico comunitário.

O relatório de estágio descreve, sucintamente, as atividades desenvolvidas neste período

para além da apresentação do desenvolvimento de temas adaptados à realidade do local de estágio.

Como tal, este relatório é estruturado em duas partes distintas. Na primeira parte é debatido

o quadro legal da farmácia comunitária em Portugal, atividades e conhecimentos da prática

farmacêutica que pude retirar da minha experiência em farmácia comunitária nas várias temáticas.

A segunda parte do relatório é constituída por dois temas propostos ao longo dos 4 meses

de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma

necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente na área. É destacado o impacto da

farmácia comunitária no aconselhamento destes produtos à população, de forma personalizada e

adaptada à situação, extensível a idosos, ou adultos, com malnutrição, frequência assídua no meu

local de estágio.

O segundo tema, sobre o papel do farmacêutico comunitário e intervenção farmacêutica em

ostomia, surgiu após um contacto pessoal com utentes ostomizados e participação numa ação de

formação acerca do novo perfil legislativo. Neste são desenvolvidos temas integrantes da vida de

um ostomizado e um guia de aconselhamento farmacêutico em transtornos menores mais

frequentes.

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Índice

Declaração de Integridade .................................................................................................................. ii

Agradecimentos.................................................................................................................................. iii

Resumo .............................................................................................................................................. iv

Índice de Figuras .............................................................................................................................. viii

Índice de Tabelas ............................................................................................................................. viii

Índice de Anexos .............................................................................................................................. viii

Lista de Abreviaturas .......................................................................................................................... ix

Parte 1 – Competências Adquiridas no Estágio ................................................................................. 1

1. Farmácia dos Arcos .................................................................................................................... 1

1.1. Localização e Horário de Funcionamento ...................................................................... 1

1.2. Recursos Humanos: Direção Técnica e Equipa ............................................................ 1

1.3. Espaços Físicos ............................................................................................................. 2

1.3.1. Espaço Físico Interior ............................................................................................. 2

1.3.2. Espaço Físico Exterior............................................................................................ 3

1.4. Enquadramento na Comunidade ................................................................................... 3

2. Gestão e Organização ................................................................................................................ 4

2.1. Sistema Informático ........................................................................................................ 4

2.2. Aquisição e Gestão de Existências ................................................................................ 4

3. Encomendas e Aprovisionamento .............................................................................................. 5

3.1. Fornecedores ................................................................................................................. 5

3.2. Elaboração de Encomendas .......................................................................................... 5

3.3. Receção de Encomendas .............................................................................................. 6

3.4. Armazenamento ............................................................................................................. 7

3.5. Controlo de Humidade e Temperatura ........................................................................... 7

4. Prescrição Médica e Planos de Comparticipação ...................................................................... 8

4.1. Prescrição Via Manual.................................................................................................... 8

4.2. Prescrição Eletrónica Médica ......................................................................................... 9

4.3. Receita Eletrónica Materializada .................................................................................... 9

4.4. Receita Eletrónica Desmaterializada ............................................................................. 9

4.5. Validação da Prescrição Médica .................................................................................. 10

4.6. Planos de Comparticipação ......................................................................................... 10

5. Dispensa de Medicamentos e Outros Produtos ....................................................................... 11

5.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ................................................................... 11

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5.1.1. Estupefacientes e Psicotrópicos .......................................................................... 11

5.1.2. Medicamentos Manipulados ................................................................................. 12

5.1.3. Produtos Destinados ao Autocontrolo da Diabetes Mellitus ................................ 12

5.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ............................................................ 13

5.2.1. MNSRM de Dispensa Exclusiva em Farmácia .................................................... 13

5.2.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Venda Livre .......................... 13

5.3. Outros Produtos de Saúde ........................................................................................... 13

5.3.1. Medicamentos Homeopáticos .............................................................................. 13

5.3.2. Produtos de Dermofarmácia, Cosmética e Higiene ............................................. 13

5.3.4. Nutracêuticos e Suplementos Alimentares .......................................................... 14

5.3.5. Artigos de Puericultura ......................................................................................... 14

6. Conferência de Receituário e Faturação .................................................................................. 15

7. Diário de Gestão ....................................................................................................................... 16

8. Aconselhamento Farmacêutico ................................................................................................ 16

9. Estratégias de Marketing .......................................................................................................... 16

10. Serviços Farmacêuticos Prestados na Farmácia dos Arcos ................................................ 17

10.1. Aconselhamento de Podologia ..................................................................................... 18

10.2. Aconselhamento Nutricional ......................................................................................... 18

10.3. Medição de Triglicerídeos, Colesterol Total e Glicemia ............................................... 18

10.4. Avaliação da Tensão Arterial ....................................................................................... 18

10.5. Equipamentos Específicos ........................................................................................... 19

10.6. Recolha de Radiografias .............................................................................................. 19

10.7. VALORMED ................................................................................................................. 19

10.8. Tratamento de Resíduos .............................................................................................. 19

11. Formações no Âmbito do Estágio ........................................................................................ 20

12. Considerações Finais ........................................................................................................... 20

Parte 2 – Temas desenvolvidos no decorrer do estágio .................................................................. 21

Tema I – Suplementação Nutricional Entérica Oral no Idoso .......................................................... 21

1. Introdução ................................................................................................................................. 21

2. Alimentos Dietéticos Destinados a Fins Medicinais Específicos ..................................... 22

2.1. Definição Legislativa ..................................................................................................... 22

2.2. Tipos de Intervenção Nutricional .................................................................................. 23

2.3. Impacto Suplementação Nutricional ............................................................................. 24

3. Idoso no Âmbito da Suplementação ........................................................................................ 25

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3.1. Etiologia da Subnutrição no idoso ................................................................................ 25

3.2. População Portuguesa ................................................................................................. 26

4. Tipos de Alimentos Dietéticos Destinados a Fins Medicinais Específicos .............................. 26

4.1. Suplementos Nutricionais Orais Completos ................................................................. 28

4.2. Suplementos Hiperproteicos e/ou Hipercalóricos ........................................................ 28

4.3. Fórmulas Modulares ..................................................................................................... 28

4.4. Alimentação Adaptada ................................................................................................. 29

4.5. Nutrição Oral Específica ............................................................................................... 29

5. Estratégias para Incentivar Adesão aos FSMP ........................................................................ 30

Tema II – Intervenção Farmacêutica em Ostomia ........................................................................... 31

1. Introdução ................................................................................................................................. 31

2. Papel da Farmácia Comunitária em Ostomia .......................................................................... 31

3. Novo Paradigma na Legislação................................................................................................ 32

4. Consulta de Estomaterapia ...................................................................................................... 33

5. Dispositivos Médicos em Colostomia ....................................................................................... 34

6. Aconselhamento na Resolução de Problemas Comuns em Ostomizados .............................. 34

6.1. Medicação .................................................................................................................... 34

6.2. Controlo de Atividade Intestinal .................................................................................... 35

6.3. Resolução de Problemas Menores em Ostomia .......................................................... 36

6.3.1. Gases ................................................................................................................... 36

6.3.2. Odor ...................................................................................................................... 36

6.3.3. Hérnias Intestinais ................................................................................................ 37

6.3.4. Foliculite ............................................................................................................... 37

6.3.5. Prolapso do Estoma ............................................................................................. 37

7. Resumo de Atividades após Cirurgia ....................................................................................... 38

7.1. Regresso ao Trabalho .................................................................................................. 38

7.2. Resumir Atividade Sexual ............................................................................................ 38

7.3. Resumir Atividade Desportiva ...................................................................................... 38

Bibliografia ........................................................................................................................................ 40

Anexo I – Ilustrações dos Espaços da Farmácia dos Arcos ............................................................ 45

Anexo II – Exemplo de Receita Médica Eletrónica Materializada .................................................... 48

Anexo III – Exemplos de Suplementos Nutricionais Entéricos Orais ............................................... 49

Anexo IV – Dispositivos Médicos de Uso em Colostomia................................................................ 56

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viii

Índice de Figuras

Figura 1 - Vias de nutrição clínica. ................................................................................................... 24

Figura 2 - Suplementos nutricionais expostos na FA da marca NestleHealthScience .................... 27

Figura 3 - Outros suplementos nutricionais expostos na Farmácia dos Arcos ................................ 27

Figura 4 - Ostomias mais comuns.................................................................................................... 31

Figura 5 - Antigo processo de aquisição de dispositivos médicos de ostomia ................................ 32

Figura 6 - Novo processo de aquisição de dispositivos médicos de ostomia .................................. 33

Figura 7 – Dispositivos médicos de colostomia. .............................................................................. 34

Figura 8 - Procedimento de irrigação. .............................................................................................. 35

Figura 9 - Exemplificação Espaços Interiores. ................................................................................. 45

Figura 10 - Balcões de atendimento. ............................................................................................... 45

Figura 11 - Espaço exterior. ............................................................................................................. 46

Figura 12 - Lineares dispostos para promoção de produtos de saúde. .......................................... 46

Figura 13 - Gôndola Promocional. ................................................................................................... 47

Figura 14 - Exemplo de comunicação entre farmacêutico e médico prescritor .............................. 48

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Formações/Palestras frequentadas durante o estágio curricular na FA ........................ 20

Tabela 2 - Exemplos de fórmulas comerciais de suplementos nutricionais orais completos .......... 49

Tabela 3 - Exemplos de fórmulas comerciais de suplementos hiperproteicos e hipercalóricos ..... 50

Tabela 4 - Exemplos de apresentações comerciais de fórmulas modulares .................................. 51

Tabela 5 - Fórmulas para alimentação básica adaptada, parte 1 .................................................... 52

Tabela 6 - Fórmulas para alimentação básica adaptada, parte 2 .................................................... 53

Tabela 7 - Fórmulas comerciais nutricionais específicas, parte 1 ................................................... 54

Tabela 8 - Fórmulas comerciais nutricionais específicas, parte 2 ................................................... 55

Tabela 9 - Dispositivos médicos utilizados em colostomia. ............................................................. 56

Índice de Anexos

Anexo I – Ilustrações dos Espaços da Farmácia dos Arcos ............................................................ 45

Anexo II – Exemplo de Receita Médica Electrónica Materializada .................................................. 48

Anexo III – Exemplos de Suplementos Nutricionais Entéricos Orais ............................................... 49

Anexo IV – Dispositivos Médicos de Uso em Colostomia................................................................ 56

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Lista de Abreviaturas

ANF: Associação Nacional de Farmácias

AVC: Acidente Vascular Cerebral

BDNP: Base de Dados Nacional de Prescrição

BPF: Boas Práticas Farmacêuticas

CCF: Centro de Conferência de Faturas

CNP: Código Nacional do Produto

FA: Farmácia dos Arcos

FSMP: Food for Special Medical Purposes

INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

MNSRM: Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MSRM: Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

PEM: Prescrição Eletrónica Médica

PV: Prazo de Validade

PVF: Preço de Venda à Farmácia

PVP: Preço de Venda a Público

SNS: Serviço Nacional de Saúde

SPMS: Serviços Partilhados do Ministério de saúde

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Parte 1 – Competências Adquiridas no Estágio

1. Farmácia dos Arcos

1.1. Localização e Horário de Funcionamento

A Farmácia dos Arcos (FA) situa-se na avenida Vasco da Gama, nº1781, em frente à estrada

nacional 222 em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia. A sua localização, no nível térreo de um

edifício habitacional, assegura fácil acessibilidade a todos os utentes permitindo ainda, aos que se

desloquem em veículos, estacionar à sua porta favorecendo a comodidade.

A FA encontra-se aberta ao público das 9h00 até às 20h00 todos os dias úteis, não

encerrando durante a hora de almoço. Adicionalmente, encontra-se em funcionamento aos sábados,

entre as 9h00 e as 13h00, e 24h nos dias em que está de serviço permanente, de acordo com o

regime de rotatividade definido pela Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.1. De acordo

com o definido pela Portaria nº 277/2012, de 12 de setembro, uma farmácia de oficina deverá

estabelecer um horário semanal mínimo de 44 horas, salvo ocasiões especiais, sendo que deve

garantir funcionamento em dias úteis das 10h às 13h e das 15 até às 19h, pelo que a FA vai de

encontro ao definido2.

Ao longo do meu período de estágio cumpri um horário que me permitiu acompanhar o dia

a dia na farmácia, numa média de 8h diárias, alternando ocasionalmente as horas de entrada e

saída, de forma a vivenciar todo o período de funcionamento da FA.

1.2. Recursos Humanos: Direção Técnica e Equipa

A direção técnica encontra-se a cargo da Dr.ª Isabel Costa. A sua equipa é constituída por

um farmacêutico substituto e dois técnicos, cumprindo o definido por lei3. Existe ainda uma

funcionária com o encargo de auxílio na manutenção das boas condições de higiene da farmácia e

gestão de arquivo morto.

Todos os membros integrantes, farmacêuticos e técnicos, possuem a responsabilidade de

garantir a concretização de tarefas diárias, como a realização e receção de encomendas,

atendimento ao público, conferência de receituário e outras tarefas de gestão ou organização

farmacêutica. Contudo, existem funções de exclusiva responsabilidade dos farmacêuticos.

Assim sendo, as tarefas diárias são distribuídas de acordo com a equipa em funções, de

forma a evitar que as atividades da sua competência fiquem em supenso, até que a equipa seguinte

entre ao serviço, promovendo eficiência no dia a dia. Para mim este facto é uma mais valia, uma

vez que ao longo do meu período de estágio pude exercitar todas as atividades, de uma forma

orgânica e sobretudo mais semelhante à vida ativa real do farmacêutico, o que me permitiu solidificar

os conhecimentos e aptidões que adquiri ao longo destes 4 meses.

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2

1.3. Espaços Físicos

1.3.1. Espaço Físico Interior

O espaço interior de uma farmácia deve primar por um ambiente calmo, profissional, em

que se privilegie a comodidade e privacidade do utente. Como tal, na FA durante o horário de

expediente existe música ambiente com nível sonoro adequado. Não existem obstáculos entre porta

de entrada e o local de atendimento, optando-se pela colocação de lineares e expositores contínuos

junto às paredes (Anexo I).

Zona Atendimento

A FA dispõe de 3 balcões de atendimento, distribuídos de forma a permitir atendimentos

simultâneos que não prejudiquem a natureza privada da comunicação com o utente. Cada posto

tem atribuído um computador, leitor de código de barras, impressora de receitas/talões e caixa. Para

o conforto dos utentes e seus acompanhantes existem sofás e um local de entretenimento para

crianças (Anexo I).

Área de Exposição Produtos de Venda Livre

A FA possuí vários lineares organizados por categorias e marcas, para além de alguns locais

para destaque de produtos junto dos balcões de atendimento. Os produtos disponíveis nestes locais

estão dispostos em secções e organizados por marcas, sendo que em cada marca as gamas

específicas estão bem identificadas (Anexo I).

Gabinete Serviços Farmacêuticos

De forma a proteger a privacidade dos utentes existe uma sala anexa ao local de

atendimento, destinada à realização de testes bioquímicos, medição da tensão arterial e prestação

de serviços de podologia e de aconselhamento nutricional, estes últimos em dias estabelecidos.

Para execução destas atividades o gabinete possui uma marquesa, mesa e cadeiras, um

esfingomanómetro e estetoscópio. Neste local estão expostos os dispositivos de medição de

glicémia disponíveis para utentes, bem como alguns produtos ortopédicos e dispositivos inalatórios

para demonstração da sua correta utilização.

Zona de Receção de Encomendas

Na FA existe uma área reservada à elaboração e receção de encomendas, equipada com

um computador e leitor scanner. Neste local também se realizam algumas tarefas diárias de gestão

farmacêutica como verificação de receituário, gestão de devoluções e procedimentos de faturação.

Este local é acedido através da zona de atendimentos e serve de passagem a outras divisões da

FA como laboratório, gabinete da direção e instalações sanitárias.

Laboratório

Há ainda uma área, próximo do local de receção de encomendas, destinada à preparação

de manipulados. No entanto, o carácter escasso deste tipo de solicitações determinava,

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frequentemente, a destruição das matérias primas. Como tal, os medicamentos manipulados são

solicitados a farmácias com produção diária satisfazendo os pedidos dos utentes com a maior

brevidade possível. Não obstante, a FA continua a dispor de todo o material necessário.

Atualmente são realizadas, neste local, as reconstituições de preparações extemporâneas.

Armazém

Na cave da FA existe um armazém, neste são mantidos produtos cujo stock excede o que

é possível manter no piso superior. Neste local é ainda armazenado material de escritório suplente

e expositores de campanhas anteriores. Existe ainda uma área, separada, destinada para refeições

dos funcionários.

As condições de iluminação, temperatura, humidade e ventilação adequadas aos

medicamentos e restantes produtos são asseguradas em ambos os pisos através do controlo dos

parâmetros dos termohigrómetros. É realizado um registo diário destes valores como definido nas

Boas Práticas Farmacêuticas (BPF)4.

A FA possui ainda um gabinete da direção técnica onde estão disponíveis as fontes de

informação que devem estar disponíveis para consulta4. Existem também instalações sanitárias

destinadas utentes e funcionários, bem como um quarto de resguardo.

1.3.2. Espaço Físico Exterior

O manual de BPF estabelece uma guia de apoio para uma fácil identificação das farmácias

comunitárias4. De acordo com estas orientações, a FA possui um letreiro com a inscrição do nome

da farmácia e respetiva direção técnica, para além da cruz verde que se mantém iluminada sempre

que a farmácia se encontra em funcionamento.

Junto à porta de entrada estão expostas informações relativas ao horário de funcionamento

da farmácia e identificação das farmácias de serviço no dia corrente, bem como a descrição da sua

localização e contactos (Anexo I)4. Além destes aspetos, existe ainda um dispensador de

preservativos e um postigo, utilizado em atendimento noturno, com comunicação entre o exterior e

espaço interior da farmácia.

1.4. Enquadramento na Comunidade

Apesar de se localizar à face de uma estrada com constante movimento, os utentes

habituais são os idosos locais, sobretudo os que necessitam de medicação para controlo de

patologias crónicas. Não obstante, jovens adultos e adultos também compõem uma porção

apreciável da população que se desloca diariamente à farmácia.

Ao longo do estágio, sobretudo durante o período em que realizei atendimentos, contactei

com utentes de diferentes estratos socioeconómicos. Com a prática e conselhos prestados pelos

funcionários da FA, aprendi a adaptar o meu discurso de acordo com o utente que atendia e a

manter-me focada em prestar um serviço que correspondesse ao desejado pelo mesmo.

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Ao longo dos seus 13 anos de serviço a FA conseguiu fidelizar um vasto número de utentes,

sobretudo de locais circundantes à farmácia. É com facilidade que se identifica o carinho que os

utentes habituais têm para com a farmácia e seus colaboradores, muitas destas relações

estabelecidas há anos. Esta foi uma das características que mais me sensibilizou ao longo destes

4 meses de trabalho. Junto destes clientes usuais senti uma maior confiança depositada no

aconselhamento farmacêutico.

2. Gestão e Organização

2.1. Sistema Informático

O sistema informático de suporte escolhido para utilidade diária é o SIFARMA 2000,

desenvolvido pela Glintt, de carácter intuitivo. Este software apresenta-se como uma ferramenta de

suporte à decisão e auxílio de logística, sendo evidentemente prático no atendimento, gestão e

demais atividades de farmácia comunitária. Este género de sistemas informáticos são, atualmente,

um componente essencial na farmácia.

Além de servir como interface de comunicação entre farmácia, distribuidores, Autoridade

Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P (INFARMED) e Serviços Partilhados do

Ministério da Saúde (SPMS), revelou-se como um meio indispensável na realização das atividades

diárias, seja na gestão de stock, nas encomendas, no atendimento ou na faturação.

Durante a realização do estágio tive oportunidade de executar diversas funções neste

software, pelo que pude constatar os benefícios que oferece. Com efeito, nas semanas que

antecederam o fim deste período de estágio, experienciei alguns dias em que existiram problemas

oscilantes com o sistema informático e SPMS, que tornaram impossível, por múltiplas vezes, a

dispensa de medicamentos mediante apresentação de receita médica eletrónica, evidenciando a

relação de dependência entre farmácias e SIFARMA ou outros programas semelhantes. Estes dias

serviram-me de exemplo sobre como lidar com falhas parciais, ou totais, do SIFARMA, bem como

da plataforma de comunicação com o Estado.

2.2. Aquisição e Gestão de Existências

A primeira atividade farmacêutica que realizei na FA, na qual desenvolvi aptidões práticas

e conhecimentos teóricos, foi no âmbito da gestão de stock, envolvendo a organização in loco,

aquisições, devoluções. Durante o estágio a equipa da FA demonstrou abertura para, com o seu

auxílio, reorganizar e otimizar o espaço de armazenamento de medicamentos e produtos de saúde.

Pude também, por iniciativa da equipa, participar na realização do inventário anual, tarefa me que

providenciou um treino extensivo na área de gestão de stock.

Na realização de compras, os critérios que se aplicam na requisição são sobretudo a procura

pelo produto e a média das vendas mensais. Outros critérios tidos em conta são a sazonalidade

produtos, prazo de validade (PV) associado ao produto (por exemplo, em produtos de alimentação

artificial o seu PV curto não justifica a aquisição de grandes quantidades), preço e altura do mês em

vigor.

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5

Existem diversas formas de realizar encomendas, seja presencialmente com um delegado

de uma empresa farmacêutica, via telefónica, via informática através do SIFARMA ou através de

gadgets de grossistas. Na FA pude conciliar os conceitos de gestão de existências e compras, tendo

a oportunidade de me tornar independente na realização de encomendas.

3. Encomendas e Aprovisionamento

3.1. Fornecedores

A FA colabora com diversas empresas de distribuição grossista, sendo que as mais

frequentes são a Empifarma/Magium, Cooprofar e Alliance Healthcare. Em alternativa, são

realizadas compras diretas a laboratórios. Estas advêm de protocolos que a FA estabeleceu, através

de delegados, com laboratórios como Ratiopharm, Sandoz, Alter, Sanofi-Aventis, Medinfar, Delta,

entre outros. Estas encomendas são realizadas via telefónica ao departamento de compras diretas

da Cooprofar, por correio eletrónico, diretamente aos laboratórios, ou presencialmente quando os

delegados se deslocam em representação do laboratório à farmácia.

3.2. Elaboração de Encomendas

Diariamente são efetuadas encomendas da parte da manhã, entre as 12h e 13h, e da parte

da tarde, entre as 15h e 16h e entre as 19h e 20h. Estas encomendas designam-se como “diária” e

“esgotados” e são geradas automaticamente pelo SIFARMA, em menu próprio, sendo analisadas

previamente ao seu envio.

A encomenda diária destina-se à manutenção do stock dos produtos que foram vendidos,

sendo que estes passam para a mesma de acordo com os valores de stock máximo e mínimo

predefinidos na ficha do produto. A encomenda de esgotados agrupa os produtos que são

identificados na receção de encomendas como esgotados e tem como intuito suprimir estas faltas.

Após o envio destes pedidos de encomendas, estabelece-se contacto com os serviços de

atendimento das empresas grossistas para verificação da situação dos produtos esgotados ou

sujeitos a rateio, uma vez que a faturação pode ser realizada a outros armazéns nacionais do

mesmo fornecedor.

Em situações excecionais assisti a requisições via Programa Via Verde, estabelecido em

2015. Este programa prevê o aprovisionamento necessário de medicamentos cuja exportação é

sujeita a comunicação prévia ao INFARMED. Para a realização de uma encomenda deste género é

necessário apresentar a receita médica que se pretende aviar. Em seguida, decorre a comunicação

via SIFARMA com o distribuidor aderente5. A encomenda irá ser apenas validada para satisfação

dessa receita.

Existe ainda a possibilidade de realizar encomendas instantâneas através do SIFARMA ou

gadgets de grossistas, neste caso da Cooprofar e Empifarma, especialmente utilizados em casos

de pedidos de utentes ao telefone ou ao balcão. Estes gadgets são aplicativos que permitem, em

tempo real, saber se o distribuidor possui em stock o produto em questão, qual o preço de venda à

farmácia (PVF) e preço de venda a público (PVP), providenciando um instrumento com utilidade

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fundamental para, no momento do atendimento, poder realizar pedidos para utentes que o

requeiram de forma célere.

3.3. Receção de Encomendas

Na FA são rececionadas encomendas diariamente, em três períodos diferentes: de manhã,

com a abertura da farmácia, entre as 15h e as 17h da tarde e ainda no fim da tarde, por volta das

19h. Esta última encomenda é fornecida pela Cooprofar e normalmente destina-se à satisfação de

pedidos de utentes.

As encomendas são entregues em contentores apropriados e devidamente identificados,

para um reconhecimento fácil do distribuidor e do tipo de produto entregue: se é de armazenamento

frio ou de controlo especial no caso dos psicotrópicos. Cada encomenda é entregue com fatura e

duplicado correspondente. No caso da Cooprofar é ainda entregue uma requisição com a descrição

dos estupefacientes e psicotrópicos entregues, caso a encomenda os contenha, para

preenchimento pelo farmacêutico. Mensalmente, os duplicados são reenviados para a Cooprofar.

No caso da Empifarma/Magium e da Alliance Healthcare é enviado um resumo mensal de assinatura

única.

As faturas dispõem de informações relativas à encomenda, tais como código nacional do

produto (CNP), quantidade pedida e fornecida, PVP, PVF, preço de venda autorizado, margem,

desconto, imposto sobre o valor acrescentado (IVA). São também identificados os produtos pedidos

não enviados, com devida justificação (esgotado, rateado ou retirado do mercado, por exemplo).

O processo de receção inicia-se com a verificação de que os volumes recebidos

correspondem aos referidos na nota de encomenda. Posteriormente, ao dar entrada de cada

produto, é analisado se existe algum dano físico da embalagem. O PV do produto é verificado e

caso seja inferior ao indicado pelo SIFARMA, este é atualizado. Ao proceder ao armazenamento

aplica-se a metodologia “first expired, first out”, ou seja, as embalagens cujo PV é mais curto são

dispostas de forma a serem as primeiras a serem dispensadas.

O PVP assinalado nos medicamentos é também conferido, especialmente em épocas de

alteração dos preços dos medicamentos referência 4. Durante o meu estágio tive a oportunidade de

presenciar a aplicação da revisão anual de preços e proceder à gestão de stock envolvida. Conforme

indicado pela circular informativa, foi atribuído um período de escoamento para armazenistas e para

farmácias6. Durante este período, os medicamentos que sofressem alterações de PVP eram

identificados com etiqueta adesiva, indicando o PVP da embalagem e caso existisse no stock

produtos marcados pelo preço prévio e atual em simultâneo, a ordem de escoamento,.

A tarefa de receção de encomendas foi a primeira a ser-me atribuída no estágio,

providenciando o primeiro contacto com diferentes medicamentos e produtos de saúde.

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3.4. Armazenamento

Numa farmácia comunitária, para uma boa gestão, é essencial uma organização adequada

do espaço físico disponível. Como tal, na FA a organização específica é prezada, o que facilita a

recolha de medicamentos ou outros produtos a dispensar.

Atrás dos balcões de atendimento e resguardado do local de atendimento, existe um armário

principal para armazenamento de medicamentos. Este está estruturado em diferentes secções,

sendo que cada uma se encontra ordenada por ordem alfabética. Foram definidas secções

diferentes para benzodiazepinas, comprimidos no geral (de venda livre e sujeitos a receita médica),

produtos de uso externo (como cremes, géis ou pomadas), produtos de uso nasal, produtos de uso

oftalmológico, preparações injetáveis, estupefacientes e psicotrópicos, gotas orais, produtos do

protocolo da diabetes (tiras, lancetas e agulhas), enemas, óvulos e supositórios. Além destas, as

gavetas inferiores possuem 5 secções distintas, xaropes, ampolas, produtos de higiene íntima,

efervescentes e pós para solução oral.

Existem também estantes para o armazenamento de reforço de medicamentos com

características de rotação e stock elevado. Nestas, o espaço é organizado por laboratórios, no caso

de medicamentos genéricos e por temas, como no caso de produtos de tratamento capilar e

medicamentos de venda livre ou exclusiva em farmácia.

No processo de armazenamento, como referido anteriormente, é sempre cumprindo o

critério “first expired, first out”.

3.5. Controlo de Humidade e Temperatura

Grande parte dos medicamentos e produtos de saúde que existem nas farmácias possuem

especificações de armazenamento, quanto às condições de temperatura e humidade.

A FA dispõe de termohigrómetros para controlo da temperatura e humidade das suas

instalações. O frigorífico possui um termómetro digital para controlo de temperatura, que emite um

sinal sonoro intermitente quando esta supera os 9ºC.

Diariamente, os valores registados pelos termohigrómetros não ligados ao sistema

informático são anotados, realizando-se também a emissão das listagens de registo informático

automático, obtidas pelo termohigrómetro digital, para avalização dos parâmetros.

Anualmente, efetuam-se avaliações destes aparelhos, do frigorífico e da balança analítica,

por empresas certificadas, deslocando-se um técnico à farmácia. Os relatórios emitidos nestas

avaliações são arquivados para consulta, sendo cumpridas as guidelines definidas pelas BPF4.

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4. Prescrição Médica e Planos de Comparticipação

A dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) decorre com a

apresentação de um modelo de receita, eletrónica ou manual, válida.

A era tecnológica em que vivemos possibilita a elaboração de um novo paradigma no

processo de prescrição, dispensa e faturação que permite uma maior segurança, sobretudo na

etapa do atendimento ao utente. Este novo modelo de dispensa assenta na implementação das

receitas eletrónicas.

As receitas são prescritas com a denominação comum internacional da substância ativa

(sendo que pode ainda ser incluído o nome comercial), descrição da forma farmacêutica, dosagem,

apresentação, quantidade e posologia7,8.

No processo da prescrição, o médico pode indicar, de forma clara, justificações técnicas

que impeçam a dispensa de medicamentos que não os prescritos. Estas estão definidas por lei e

identificam-se por alíneas, a), b) e c)8,9. A alínea a) está reservada para situações em que o

medicamento apresenta margem ou índice terapêutico estreito, a alínea b) para suspeitas

devidamente fundadas e comunicadas ao INFARMED sobre uma prévia intolerância ou reação

adversa a um medicamento com a mesma substância ativa mas com outra denominação comercial.

Por fim, a alínea c) atribui-se a situações em que se deve assegurar a continuidade do tratamento

com duração estimada superior a 28 dias8,9.

O farmacêutico deve informar o utente, no ato da dispensa, acerca do seu direito de opção

entre medicamento genérico ou original, caso este se aplique (ou seja, excetuando as situações

supracitadas)9.

De salientar que o Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto, refere que as farmácias devem

ter sempre para venda, no mínimo, 3 medicamentos de cada grupo homogéneo. Isto é, com a

mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, entre os que correspondem aos cinco PVP

mais baixos7.

4.1. Prescrição Via Manual

Apesar das prescrições eletrónicas terem como objetivo a substituição das receitas

manuais, na verdade, estas últimas ainda são presença frequente nas farmácias comunitárias.

Quando inicializei a tarefa de realização de atendimentos no estágio, observei a preponderância do

novo modelo de receita médica. Porém, o modelo antigo e suas especificações ainda tiveram um

papel relevante nesta atividade tendo um contacto assíduo com o mesmo.

As razões pelas quais o médico prescritor opta por este tipo de receita estão definidas na

legislação, sendo elas:

Falência do sistema informático;

Inadaptação do prescritor (que deve ser validada pela respetiva Ordem profissional);

Prescrição realizada no domicílio;

Quando são prescritas no máximo 40 receitas por mês8.

A dispensa destas receitas requer uma maior atenção, visto que não existe uma validação

informática que permita, com segurança, garantir a dispensa adequada da medicação.

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Para a validação destas receitas, é necessário certificar que a justificação pela qual a

prescrição é manual está assinalada e que nela constam o nome e identificação do Serviço Nacional

de Saúde (SNS) do utente, menção ao regime de comparticipação, vinheta, data, nome e assinatura

do médico prescritor10. Estas receitas não permitem a prescrição de mais de 4 medicamentos

diferentes, com limite máximo de 2 embalagens por medicamento, excetuando os casos em que as

embalagens são de dose unitária, existindo um limite de 4 embalagens por receita9.

4.2. Prescrição Eletrónica Médica

Em 2012, com a Lei nº 11/2012, de 8 de março, deu-se o impulsionamento da prescrição

eletrónica médica (PEM) centralizada no SNS11. Desde então, passaram a coexistir as prescrições

via eletrónica e via manual, a última utilizada em casos pontuais previstos na legislação como

descrito no ponto anterior.

A implementação deste género de prescrição fornece uma maior segurança no processo

de prescrição e de dispensa de medicamentos, existindo uma validação realizada pelo software no

momento do registo da receita pelo prescritor e na dispensa da mesma na farmácia9. Esta validação

diminui erros relacionados com estas etapas, evitando incorreções na escrita dos medicamentos

desejados e prevenindo a entrega de embalagens com dose ou forma farmacêutica distinta da

prescrita. Como exemplo de erros frequentes temos a troca entre comprimidos revestidos por

comprimidos de libertação modificada de dose e embalagem igual. Este erro pode ser evitado com

recurso a uma modalidade do SIFARMA, que permite verificação do produto dispensado pelo CNP.

Entre diversas vantagens que as PEM representam, temos a prescrição em simultâneo de diversos

medicamentos com diferentes planos de comparticipação e diferentes validades, sendo que o utente

pode gerir quando e em que farmácia pretende adquirir os medicamentos prescritos12.

Posteriormente, com a publicação da Portaria n.º 224/2015, de 27 de julho, ocorreu a

introdução das PEM desmaterializadas, com medidas de promoção descritas no Despacho nº2935-

B/2016, de 24 de fevereiro. Enquanto a total desmaterialização da prescrição não for possível,

coexistirão os dois tipos de PEM, impressa - ou materializada - e desmaterializada8,13.

4.3. Receita Eletrónica Materializada

O conceito de PEM materializada significa que a prescrição é impressa, sendo que esta

situação pode ocorrer de modo online, com validação e registo na Base de Dados Nacional de

Prescrição (BDNP), ou offline. Quando não é possível o acesso à rede para comunicação da

prescrição, esta é registada e posteriormente inserida na BDNP. Nestas situações não é possível

aceder à receita na farmácia, sendo que esta não pode ser dispensada eletronicamente9.

4.4. Receita Eletrónica Desmaterializada

Desde o dia 1 de abril de 2016 que é exigido por lei a prescrição via eletrónica na forma

desmaterializada em todo o SNS13. As receitas prescritas são guardadas na BDNP, desta forma

apenas a utilização do código de dispensa atribuído ao utente permite a recuperação desta para

validação da dispensa ao nível da farmácia comunitária.

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O acesso na farmácia a estas receitas pode ser realizado através da consulta do cartão de

cidadão, desde que sejam facultados o código de acesso e opção, ou por meio eletrónico com

consulta dos códigos, enviados para o telemóvel do utente, portal do cidadão ou email9.

4.5. Validação da Prescrição Médica

O novo plano de prescrição eletrónica, materializada ou desmaterializada, não carece de

verificação para validação por parte do farmacêutico ou técnico de farmácia durante o atendimento,

visto que a receita é identificada por um código que garante a autenticidade e validade da mesma e

dos medicamentos dispensados ao utente, através da comunicação do SIFARMA com o SPMS.

A validação das receitas manuais processa-se como citado anteriormente, com a verificação

das componentes obrigatórias como o nome e identificação do SNS do utente, local de prescrição,

menção ao regime de comparticipação, vinheta, data, validade, justificação da prescrição manual,

nome e assinatura do médico prescritos8,9. Além destes pontos, deve-se verificar que não foi

excedido o valor máximo de embalagens.

4.6. Planos de Comparticipação

Os utentes do SNS que pertençam ao regime geral, beneficiam de uma comparticipação do

Estado que paga uma percentagem do PVP dos medicamentos, representada pelo código 01. Além

do regime geral, um direito dos utentes do SNS, existe uma diversidade de regimes especiais que

se aplicam em situações específicas, de modo a abranger um grupo de indivíduos ou patologia9.

A comparticipação concedida pelo Estado através do SNS no regime geral é dividida em

escalões diferentes, de acordo com o grau de incapacidade ou relevância da patologia: no escalão

A, com medicamentos com comparticipação 90%, em seguida existe o escalão B com 69%, escalão

C com 37% e escalão D com 15% de comparticipação. A razão destes escalões também depende

da classificação farmacoterapêutica9,14,15.

Além deste plano, o Estado estabeleceu um regime especial, que acresce às

comparticipações supracitadas. Estas comparticipações são atribuídas em função dos beneficiários

(caso dos pensionistas), em função de patologias (como doenças autoimunes reumatismais), ou

grupos especiais de utentes9,15. De salientar que, para o utente poder beneficiar da comparticipação

concedida por regimes especiais, os diplomas que definem as indicações terapêuticas que

estabelecem a comparticipação devem estar indicados na receita, para uma correta dispensa9.

Presenciei situações em que não foi possível aos utentes beneficiar destas condições de

comparticipação, devido a uma indevida descrição das portarias nas prescrições médicas, causando

transtorno aos utentes, que tiveram de adquirir medicamentos sem o novo plano de

comparticipação, ou deslocar-se novamente a uma consulta da especialidade para nova requisição.

Existem ainda outros casos especiais de comparticipação, como no caso de medicamentos

manipulados, produtos para autocontrolo da diabetes mellitus, dietéticos com carácter terapêutico

ou ainda comparticipações especiais de laboratórios.

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Quando um medicamento comparticipado está incluído num grupo homogéneo, como no

caso dos medicamentos genéricos, a sua comparticipação irá depender do sistema de preço de

referência, nomeadamente da média dos 5 PVP mais baixos praticados no mercado nesse grupo16.

5. Dispensa de Medicamentos e Outros Produtos

5.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

A dispensa de MSRM é efetuada quando o utente apresenta uma receita válida.

De acordo com o Decreto-Lei 176/2006, de 30 de agosto, são inseridos na categoria de

MSRM os que se insiram numa das seguintes considerações:

a) Os que possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente,

mesmo que usados para o fim destinado, caso sejam utilizados sem vigilância

médica;

b) Os que possam constituir um risco, direto ou indireto para a saúde, quando

utilizados com frequência considerável para o fim ao qual se destinam;

c) Os que contenham substâncias, ou preparações à base destas, cuja atividade ou

reações adversas seja indispensável aprofundar;

d) Por fim, aqueles cuja via de administração é parentérica7.

5.1.1. Estupefacientes e Psicotrópicos

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, devido à natureza delicada do contexto

em que são utilizados, possuem um rigoroso controlo em todas as etapas, desde a sua receção na

FA até à finalização da dispensa ao utente.

Somente um farmacêutico, pode proceder ao atendimento pode aviar receitas que incluam

substâncias descritas no Decreto-Lei nº15/93, de 22 de janeiro, mediante apresentação de receita

médica especial. Em caso de extrema necessidade justificada, com o devido controlo e sob sua

responsabilidade, os farmacêuticos podem fornecer psicotrópicos na ausência de receita médica,

para uso imediato17. Durante a realização do meu estágio, relativamente a estes atendimentos em

específico, não foi necessário socorrer a esta via legislativa. A situação mais crítica ocorreu quando

um utente habitual requisitou um psicotrópico num dia em que ocorreu uma falha total do sistema

informático. No entanto, este optou por regressar mais tarde, de modo a conseguir adquirir o

medicamento comparticipado.

O controlo na dispensa deste género de medicamentos passa por uma identificação do

médico que prescreve, da pessoa à qual é feita a dispensa e do utente para o qual a medicação se

destina, mediante apresentação de documento legal válido.

As receitas devem ser prescritas de forma isolada com o tipo RE, sendo que no caso das

desmaterializadas, a linha de prescrição deve ser do tipo LE9.

No caso de receitas eletrónicas, como a faturação se processa de forma automática, apenas

é impresso um talão de identificação do utente dispensado e aviado que possui informações

pessoais tais como morada e data de nascimento.

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Caso seja apresentada uma receita manual na dispensa de psicotrópicos, é necessário

anexar o talão de identificação referido anteriormente a uma fotocópia da receita médica e enviar

uma digitalização dos mesmos para o INFARMED. A listagem das receitas aviadas e dados dos

adquirentes são enviados ao INFARMED todos os meses até ao dia 8 do mês corrente9.

Na FA pude acompanhar todo o ciclo a que os psicotrópicos são sujeitos, desde a sua

receção até ao término da dispensa e faturação, excetuando a realização do mapa de balanço anual.

De facto, fui surpreendida desde cedo com o volume de dispensa de psicotrópicos realizados e os

diversos contextos em que se aplicavam. Como vantagem, pude contactar com uma população

bastante heterogénea e adaptar o meu comportamento como profissional de saúde a cada situação.

5.1.2. Medicamentos Manipulados

Classifica-se como medicamento manipulado aquele cuja fórmula magistral, ou preparado

oficinal, é realizado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico. Entende-se como

fórmula magistral, o medicamento executado segundo receita médica que especifica o doente ao

qual o medicamento se destina, enquanto que preparado oficinal corresponde a um medicamento

preparado segundo as indicações de uma farmacopeia ou formulário, destinado à dispensa direta

aos utentes assistidos pela farmácia, ou serviço farmacêutico hospitalar em questão18. Apenas

poderão usufruir de comparticipação pelo SNS os manipulados que sejam prescritos pelos seguintes

motivos:

Inexistência no mercado de uma especialidade farmacêutica com igual substância

ativa e na forma pretendida;

Existência de lacuna terapêutica a nível dos medicamentos preparados

industrialmente;

Necessidade de adaptar doses, ou forma farmacêutica, ao utente em específico,

comum em pediatria ou geriatria19.

A comparticipação realizada pelo SNS é de 30% do valor do medicamento9.

Na FA, como mencionado anteriormente, não se realiza a preparação de medicamentos

manipulados. Estes pedidos são solicitados preferencialmente à farmácia Barreiros, ou à farmácia

Vitália, que possuem produção em grande escala deste tipo de medicamentos. Assisti,

ocasionalmente, a pedidos deste género de medicamentos e ao procedimento que se realiza para

a sua requisição. O transporte é realizado através da Cooprofar, grossista com o qual o fabricante

possui acordo.

5.1.3. Produtos Destinados ao Autocontrolo da Diabetes Mellitus

Com vista à promoção do autocontrolo e prevenção da diabetes, são diversos os produtos

que se encontram abrangidos num plano de comparticipação, entre tiras para determinação de

glicose, lancetas e agulhas20,21. A legislação define, no âmbito deste protocolo, um numerário

simbólico ou nulo a suportar pelos utentes. Tal como os medicamentos, obedecem às mesmas

regras de prescrição em termos de embalagens e validades da prescrição7,22.

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5.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Esta classe de medicamentos engloba os que não se inserem nas categorias previstas para

os MSRM, descritas no tópico anterior. A sua aquisição não carece da apresentação de prescrição

médica.

Os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) destinam-se ao alívio de

transtornos menores, sendo o seu uso pode ser recomendado por um profissional de saúde, como

farmacêutico. A dispensa destes é efetuada de acordo com protocolos estabelecidos23–25.

O INFARMED pode, de acordo com revisões que demonstrem uma alteração do perfil de

segurança, ou indicações terapêuticas, reclassificar MSRM em MNSRM de dispensa exclusiva em

farmácia ou vice-versa7.

5.2.1. MNSRM de Dispensa Exclusiva em Farmácia

Dentro dos MNSRM existe um grupo que, devido à natureza das patologias envolvidas e

para se decorra à promoção da correta utilização por um farmacêutico, a comercialização apenas

está disponível em farmácias. Estes classificam-se como medicamentos não sujeitos a receita

médica de dispensa exclusiva em farmácia.

A lista destes medicamentos encontra-se disponível na página do INFARMED, com os

respetivos protocolos de dispensa em www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamentos-

uso-humano/autorizacao-de-introducao-no-mercado/alteracoes_transferencia_titular_aim/lista_dci.

Estes protocolos são de fácil memorização, constituindo uma ferramenta de apoio valiosa

no atendimento ao utente.

5.2.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Venda Livre

Em 2005 ocorreu uma alteração na lei que permitiu a comercialização de MNSRM em

parafarmácias ou outros pontos de comércio, como supermercados, desde que cumpram a

regulamentação adequada. A dispensa destes medicamentos não deixa de depender de um

farmacêutico. No entanto, esta tarefa pode ser delegada a alguém sob a sua supervisão26,27.

5.3. Outros Produtos de Saúde

5.3.1. Medicamentos Homeopáticos

Da parte dos utentes da FA, denotei algum desconhecimento sobre o que a homeopatia

representa, bem como alguma aversão, por insegurança, a esta classe de medicamentos.

Estes medicamentos são obtidos a partir de matérias primas homeopáticas, obtendo-se um

produto final com diluições e dinamizações sucessivas, de acordo com um processo de fabrico

descrito na farmacopeia europeia ou uma outra oficial7,28.

5.3.2. Produtos de Dermofarmácia, Cosmética e Higiene

A FA dispõe de uma oferta de produtos cosméticos e de higiene corporal um pouco limitada.

Não obstante, ainda existem algumas gamas disponíveis. O motivo prende-se pela diminuta procura

destes produtos no seio da comunidade onde a FA se localiza. Ainda assim, a confiança depositada

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pelos utentes na FA, em específico nos seus profissionais de saúde, leva a que sejam pedidos

diversos conselhos nesta área, o que torna o aconselhamento em produtos de dermofarmácia

regular. De facto, após me sentir mais familiarizada com estes produtos, pude realizar um

aconselhamento mais personalizado.

5.3.3. Dispositivos Médicos

A definição de dispositivos médicos é ampla. O seu propósito é de prevenção, diagnóstico ou

tratamento de doença humana, sendo que para tal não devem ser dotados de ação farmacológica,

metabólica ou imunológica, distinguindo-os dos medicamentos29. Os dispositivos médicos com os

quais tive mais contato na FA foram os dispositivos utilizados em ostomia, fraldas de incontinência,

material de penso e dispositivos de contraceção.

5.3.4. Nutracêuticos e Suplementos Alimentares

O Decreto-lei nº74/2010, de 21 de junho, consagra como géneros alimentícios destinados a

uma alimentação especial “aqueles que, devido à sua composição especial ou a processos

especiais de fabrico, se distinguem claramente dos alimentos de consumo corrente, mostrando-se

adequados as necessidades nutricionais especiais de determinadas categorias de pessoas30.

5.3.5. Artigos de Puericultura

Na FA pude contactar com produtos de puericultura de marcas como Mustela, Mytosil, Chicco,

Dr. Brown, bem como gamas de produtos para aplicação em crianças de outras linhas de cosmética

como ISDIN ou Uriage. Os artigos de puericultura são, por exemplo, biberões, chupetas, hidratantes

corporais, definindo-se como produtos destinados a facilitar o sono, relaxamento, higiene,

alimentação e sucção31.

5.3.6. Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário

A utilização de medicamentos de uso veterinário contribui para a saúde pública, através da

prevenção de doenças transmissíveis a humanos e da promoção da saúde e bem estar animal32.

Tal como nas receitas para medicamentos de uso humano, neste género de receitas é

indispensável a vinheta do médico veterinário ou requisitante. Em situações em que seja

apresentada uma receita veterinária de um MSRM, é tirada uma fotocópia do mesmo como

justificativo da venda do produto sem receita médica convencional. Durante o estágio atendi um

cliente que apresentou uma receita válida, prescrita por um médico veterinário, para aquisição de

um medicamento antiepilético.

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6. Conferência de Receituário e Faturação

O processo de dispensa de receitas, sejam elas eletrónicas ou manuais, com medicamentos

ou produtos de saúde que sejam comparticipados, requere faturação às entidades correspondentes.

Diariamente realiza-se a conferência do receituário na FA. Deste modo, toda a informação

constante da faturação, impressa no verso das receitas manuais e eletrónicas materializadas de

dispensa manual, é analisada. Na fatura consta informação como: a entidade à qual é realizada a

faturação, número da receita dentro do respetivo lote, os medicamentos e número de embalagens

dispensados, CNP, PVP, valor a pagar pelo utente e valor da comparticipação pelo SNS.

Na eventualidade da deteção de inconformidades na prescrição, ou no processo de

dispensa, é explicada a situação ao utente. Caso o medicamento prescrito ou posologia suscite

dúvidas, é estabelecido contacto com o médico prescritor para elucidação. Este contacto pode ser

por via telefónica ou, caso o mesmo não seja possível, de forma escrita. De facto, tomei

conhecimento de um destes casos, decorrido durante uma noite de serviço, em que um utente se

dirigiu à FA com uma receita, vindo do centro de saúde. Na receita emitida vinha descrito um

medicamento cuja apresentação não se encontra comercializada. Após tentativa de estabelecer

contato com o médico prescritor, procedeu-se à venda suspensa de um medicamento com igual

princípio ativo mas embalagem diferente, redigindo uma justificação na receita médica, para

posterior regularização da venda suspensa (Anexo II).

Cada conjunto de 30 receitas de cada plano de comparticipação constitui um lote. Após se

completar um lote, é impresso o verbete de identificação de lote, através do SIFARMA, que identifica

a importância total do lote, organismo de comparticipação, farmácia, mês e ano correspondente,

para fecho do mesmo.

No último dia de cada mês é realizado o fecho da faturação de todos os lotes,

independentemente do número de receitas que os constitua. As receitas são agrupadas, de acordo

com o plano de comparticipação correspondente, sendo emitida a relação de resumo de lotes e uma

fatura final mensal. Posteriormente, até dia 8 do mês seguinte, as farmácias devem proceder ao

envio das receitas e documentos de faturação aos diferentes organismos à Associação Nacional de

Farmácias (ANF), sendo que o correspondente ao SNS é entregue no Centro de Conferência de

Faturas (CCF).

O CCF verifica o receituário recebido, determinando a sua validade, antes da compensação

da comparticição de medicamentos pelo SNS às farmácias. Na eventualidade da deteção de

receitas inválidas, por possuirem erros de prescrição ou em caso omissão de algum componente,

as receitas que possuam possibilidade de correção são devolvidas à farmácia.

A faturação das receitas eletrónicas desmaterializadas não carece desta tarefa, uma vez

que a faturação é enviada eletronicamente ao CCF.

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7. Diário de Gestão

Em diferentes ocasiões realizei horários de trabalho que me permitiram observar e realizar

tarefas de encerramento da farmácia. Após as 20h, cada funcionário deve confirmar o valor que

faturou, mantendo um fundo de maneio fixo e contabilizando o numerário restante. Após verificação

com o registo de faturação informático de todos os funcionários, é impresso o diário de gestão

(através do menu “consulta de caixa” no SIFARMA), o detalhe de vendas e talão recapitulativo, que

são arquivados numa capa específica para o efeito.

Por fim, as últimas tarefas incluem desligar os aparelhos eletrónicos (computadores,

impressora digital, tensiómetro, balança, entre outros). Em exceção, o computador de back-office é

mantido operacional uma vez que pode ser necessário proceder à atualização do sistema,

remotamente, através da Glintt, efetuadas na sua maioria à noite. É também neste computador que

se faz a segurança diária bem como a semanal no fim de cada semana, sempre no final de cada

dia de trabalho.

8. Aconselhamento Farmacêutico

O acesso fácil a diferentes fontes de informação, atualmente com a internet, expõe a

população a uma vasta informação não filtrada. Por vezes, esta acessibilidade predispõe os utentes

a tornarem-se mais interventivos nos seus cuidados de saúde, recorrendo à automedicação. A

minha perceção, após o estágio, é de que o utente procura cada vez mais investigar acerca do seu

problema de saúde antes de se deslocar à farmácia ou posto médico.

A automedicação é segura, desde que feita de forma responsável e educada, em casos de

distúrbios menores de saúde, cuja resolução possa decorrer com o recurso a MNSRM33. Como

consequência deste acesso facilitado e consulta de fontes não fidedignas, o consumidor pode

incorrer em atos prejudiciais à sua saúde. Cabe ao farmacêutico educar os utentes para a saúde e

nas atitudes corretas a seguir. Na FA pude assistir e efetuei diversos atendimentos nos quais os

utentes tinham a intenção de adquirir produtos de saúde cuja indicação não era a mais apropriada

para o seu problema. Nestes casos, se os utentes demonstrassem abertura, procedia-se ao

aconselhamento de outras alternativas terapêuticas.

9. Estratégias de Marketing

A farmácia comunitária prima pelas relações de proximidade que estabelece com a

comunidade que serve, sendo estas relações o pilar da integração e fator de diferenciação. Apesar

disso, hoje em dia, com a vasta oferta de farmácias, sobretudo no centro de cidades, a escolha da

farmácia à qual o utente recorre prende-se com fatores diferenciadores, principalmente de

marketing. Como tal, a FA dedica-se a estratégias de marketing que atraiam e promovam a

fidelização de novos clientes.

Site

A FA possui de uma página web própria, cujo endereço é http://farmaciadosarcos.pt. A partir

desta plataforma tecnológica são divulgadas várias informações relativas à FA, como campanhas

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existentes, serviços farmacêuticos disponíveis, contatos úteis na área da saúde (por exemplo linhas

de apoio à grávida, ao fumador, linha SOS SIDA…), entre outras.

Gôndola Promocional

Por norma, a adesão a produtos de venda livre, especialmente cosméticos, não permite um

escoamento rápido entre stock existente e aquisição de novos produtos. De forma a amortecer o

impacto de uma eventual perda de investimento nestes produtos e incentivar a compra dos mesmos,

a FA desenvolveu uma estratégia que passa por efetuar promoções em produtos selecionados,

numa gôndola, com destaque respetivo (Anexo I). Com carácter quinzenal, são revistos os produtos

em promoção, verificando-se se é justificável uma quebra de produto e avaliados os expostos nos

lineares, definindo-se uma eventual transferência para a gôndola.

Cartão Cliente

Como estratégia de fidelização, a FA implementou um cartão cliente, logo após ínicio da

sua atividade. Por este motivo, não aderiu ao cartão saúda das farmácias portuguesas, que surgiu

posteriormente, preferindo optar pelo software Pharmacard.

Com este cartão cliente, os utentes podem acumular 3% do valor monetário de cada compra

na sua conta. Posteriormente, podem descontar este valor em produtos de cosmética e

medicamentos de venda livre. Para um devido suporte do sistema, não é permitido acumular o

numerário de produtos em promoção, ou seja, não é possível utilizar o cartão na aquisição de

produtos que estejam com campanhas efetivas ou produtos existentes na gôndola. Outros produtos,

como os de uso veterinário, lancetas e tiras do protocolo da diabetes, produtos de nutrição artificial,

leites e papas de puericultura também não são acumuláveis em cartão. O motivo pelo qual estes

últimos não estão inseridos no plano deve-se à baixa margem de lucro definida pelo Estado, ou pela

FA, nos casos em que a margem é imposta pela farmácia.

O sistema Pharmacard (software de fidelização) permite, através da conexão que

estabelece no SIFARMA, guardar um histórico de compras do utente. Este pormenor facilitou por

diversas vezes os atendimentos que realizei, visto que os utentes regulares tendiam a não saber

identificar a embalagem do laboratório preferido para genéricos. Através desta plataforma é também

possível enviar mensagens telefónicas aos utentes com campanhas.

10. Serviços Farmacêuticos Prestados na Farmácia dos Arcos

As farmácias têm como dever a promoção da saúde e bem-estar da população que serve.

Dentro da diversidade de serviços que se podem prestar numa farmácia temos, como por exemplo,

determinação de peso e altura, teste bioquímicos de glucose, colesterol total e triglicerídeos, teste

gravidez, determinação tensão arterial, entre outros. Na FA tive oportunidade de observar e realizar

as determinações supracitadas.

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10.1. Aconselhamento de Podologia

Semanalmente encontra-se disponível na FA um serviço de aconselhamento de podologia.

A podologia tem como o objetivo prevenir, diagnosticar e tratar as alterações dos pés, prevenindo

consequências prejudiciais no resto do organismo34. No decorrer do estágio tive a oportunidade de,

em conjunto com a podologista, aconselhar tratamentos e advertir utentes para cuidados específicos

a ter com os pés.

10.2. Aconselhamento Nutricional

A FA colabora com o projeto Super Premium Diet®. Por marcação prévia e com carácter

quinzenal, a nutricionista Dr.ª Patrícia Ferreira realiza consultas de aconselhamento nutricional no

gabinete de serviços farmacêuticos da FA.

Este aconselhamento tem como objetivo deliniar um plano alimentar saudável e

personalizado. São consideradas as patologias dos utentes que requerem um cuidado na

alimentação como diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, entre outras. Durante a sua realização

é transmitida informação relevante, sendo definidas estratégias para concretização do plano, em

virtude do objetivo definido. Nestas sessões, ocorre a avaliação do histórico do utente e são feitas

medições de parâmetros como índice de massa corporal, peso, retenção de líquidos, metabolismo

basal, densidade mineral óssea, gordura visceral, a massa gorda e massa magra.

Este projeto fornece uma mais valia aos utentes disponibilizando um seguimento online, em

http://superpremiumdiet.com, onde estes podem colocar questões a diversos profissionais de saúde

incluídos no projeto, desde nutricionistas, psicólogos, médicos, cozinheiros e personal trainers, num

serviço disponível 24 horas.

Estas sessões de aconselhamento são uma vantagem para a FA, pois promovem a

fidelização dos utentes e fornecem uma oportunidade para a dispensa de suplementos

alimentares34.

10.3. Medição de Triglicerídeos, Colesterol Total e Glicemia

Dentro dos cuidados farmacêuticos aos quais os utentes podem recorrer nas farmácias,

temos a determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos como a glicemia, colesterol total,

triglicéridos, pressão arterial. Estas medições são realizadas no gabinete de serviços farmacêuticos

sendo que os custos associados, assim como da determinação de tensão arterial e peso corporal,

se encontram visíveis à entrada da FA.

10.4. Avaliação da Tensão Arterial

No gabinete de serviços farmacêuticos realiza-se, com maior privacidade, a determinação

da tensão arterial. Antes da mesma ser realizada, aproveitando um período para descontração do

utente, são realizadas questões quanto à existência ou não de historial de hipertensão, tipo de

medicação e alimentação que realiza e providenciados conselhos personalizados à situação.

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10.5. Equipamentos Específicos

A farmácia dispõe ainda, para utentes que o prefiram, um tensiómetro automático e uma

balança. O utente que deseje utilizar este equipamento é acompanhado, se for desejado, de modo

a que as medições sucedam corretamente.

10.6. Recolha de Radiografias

Em colaboração com a AMI – Assistência Médica Internacional, ANF e farmácias aderentes,

decorre anualmente uma campanha para recolha de radiografias com mais de 5 anos ou sem valor

de diagnóstico35. Este projeto, atualmente na 22.ª edição, tem como finalidade a proteção do meio

ambiente e recolha de fundos monetários para financiamento de projetos da AMI – Assistência

Médica Internacional. A FA colabora com esta iniciativa, promovendo a adesão junto dos seus

utentes.

10.7. VALORMED

VALORMED é uma sociedade sem fins lucrativos, sob a tutela da Agência Portuguesa do

Ambiente, que resulta de uma colaboração entre indústria farmacêutica, distribuidores e farmácias.

Tem como objetivo proceder à recolha e tratamento de resíduos de medicamentos fora de uso e

suas embalagens, tendo em conta a especificidade destes como resíduo. Desta forma é garantido

um processo de recolha e tratamento em prol da proteção ambiental36.

A FA é parte integrante deste projeto, possuindo em permanência dois postos de recolha,

um junto à porta de entrada e outro atrás dos balcões de atendimento.

Durante o meu estágio, tive oportunidade de realizar a substituição destes postos de recolha

de medicamentos fora de uso, por diversas vezes. Uma vez cheios, os contentores são selados e é

preenchido um formulário com indicação da farmácia, peso do contentor, data de recolha e rubrica

do responsável pelo fecho. Estes são entregues a empresas de distribuição que possuem protocolos

para a sua recolha e que posteriormente os encaminham para entidades que procedem à reciclagem

e incineração do seu conteúdo.

10.8. Tratamento de Resíduos

Da execução de práticas farmacêuticas, entre administração de vacinas da gripe,

determinação de parâmetros colesterol, triglicerídeos, glicose, ou outros, resultam resíduos que

requerem um tratamento específico. Estes integram a classificação de resíduos hospitalares de

grupo III - resíduos hospitalares de risco biológico e grupo IV – resíduos hospitalares específicos,

onde estão incluídos materiais cortantes e perfurantes37.

A FA possui um protocolo para tratamento destes resíduos de acordo com o regulamentado.

Deste modo, a farmácia possui um código APA, da Agência Portuguesa do Ambiente, atribuido pela

plataforma SILiAmb – Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente. Anualmente, a FA

preenche e submete o mapa integrado de registo de resíduos, enviado pela empresa que presta o

serviço de recolha e tratamento de resíduos hospitalares, Cannon Hygiene. Desta forma, a FA

demonstra a responsabilidade e sentido de dever de preservação da saúde pública e ambiente.

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11. Formações no Âmbito do Estágio

Ao longo do estágio curricular tive a oportunidade de participar em diversas formações ou

palestras com diferentes temáticas que contribuíram para a minha formação enquanto futura

farmacêutica e profissional de saúde. As mesmas encontram-se descritas na Tabela 1.

Tabela 1 - Formações/Palestras frequentadas durante o estágio curricular na FA

12. Considerações Finais

Ao terminar estes 4 meses de estágio, é-me possível compreender o valor do farmacêutico

na comunidade, a relevância desta proximidade e da fácil acessibilidade do utente a um profissional

de saúde apto a esclarecer questões pertinentes.

O farmacêutico contribui para o bem estar dos seus utentes, não apenas no papel de

dispensa de prescrições clínicas, mas também no aconselhamento de MNSRM, dispositivos

médicos, suplementos alimentares e produtos de ortopedia. O “saber ouvir" as queixas do utentes

torna-se essencial para determinar qual a melhor forma de auxílio, de acordo com os recursos

disponíveis.

A farmácia também deve desempenhar atividades que atuem na prevenção de atos

descurados de automedicação. O utente deve ser informado e educado relativamente ao produto

dispensado, promovendo-se desta forma um uso racional do medicamento. Esta matéria também é

passível de se realizar com colaboração, em iniciativas de sensibilização e promoção de saúde

pública,entre farmácias, distribuidores, ANF e SNS.

Por fim, o conhecimento do farmacêutico não é estanque, em virtude da natureza evolutiva

da área da saúde, este deve procurar manter-se atualizado com as constantes inovações, sejam

estas novos medicamentos, produtos de saúde ou terapias, procurando providenciar um serviço de

excelência.

Como Chegar Novo a Velho

Cross-selling e Up-selling

Deficiência em selénio - uma ameaça silenciosa

Q10: Energia para o Coração

Tema

Ostomia e Incontinência Urinária

Abordagem ao Tratamento de Feridas19/04/2017

18/05/2017

23/05/2017

Pharmanord®

Escola de Pós-Graduação em

Saúde e Gestão

Cooprofar

Dr. Manuel Pinto Coelho

Universidade GSK

Data

15/03/2017

30/03/2017

Responsável Formação/Palestra

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Parte 2 – Temas desenvolvidos no decorrer do estágio

Tema I – Suplementação Nutricional Entérica Oral no Idoso

1. Introdução

Um regime alimentar equilibrado e variado é capaz de fornecer nutrientes necessários e

suficientes para manutenção do bem-estar físico e psicológico. Em situações de malnutrição, em

específico, casos de subnutrição, em que, por via patológica ou não patológica, decorre um

processo de deterioração física, há aumento do risco de morbilidade e mortalidade38.

Na FA deparei-me frequentemente com utentes com um aspeto físico debilitado, sobretudo

de faixas etárias mais velhas, como provável resultado de situações compatíveis com uma

alimentação não adequada ou insuficiente. Vários estudos indicam que os idosos são uma

população com significativa prevalência de subnutrição quer por motivos patológicos, psicológicos

ou sociais38–41.

Por meio de aconselhamentos direcionados a estes utentes, pelos funcionários da FA, aos

quais pude assistir e participar, e da leitura de material providenciado por delegados de informação

médica, adquiri diversos conhecimentos sobre a área de suplementação nutricional oral. Considero

esta área de extrema importância, sobretudo no ambiente no qual a FA se insere, com uma

população local sobretudo idosa e com dificuldades na deglutição de alimentos, seja por

inadaptação a próteses dentárias, má saúde oral ou como consequência de outras patologias.

Atualmente existe, a nível de farmácia comunitária, uma diversidade de soluções para

suplementação que vão de encontro às necessidades nutricionais de indivíduos, especialmente

idosos, que necessitem de um apoio na alimentação. Estes produtos têm diversas apresentações e

o seu objetivo passa por fornecer quantidades adequadas de proteínas, hidratos de carbono,

vitaminas e minerais que completem as necessidades diárias de um indivíduo, de acordo com a

patologia associada.

Como esta é uma área de inovação no contexto das farmácias comunitárias e cujo

conhecimento pessoal não é extenso, surgiu a necessidade de um estudo aprofundado sobre o

respetivo tema, com o objetivo de promover uma formação interna. Neste contexto, procede-se ao

enquadramento legislativo desta classe específica de suplementos nutricionais, à caracterização do

público alvo e estabelecimento de paralelos com a população cliente da FA, à distinção das diversas

fórmulas e apresentação das ofertas atuais no mercado. Pretende-se que este trabalho seja

profícuo, de forma a fomentar o papel do farmacêutico em mais uma área das suas competências,

procurando sensibilizar e promover o bem estar nutricional dos utentes.

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2. Alimentos Dietéticos Destinados a Fins Medicinais Específicos

2.1. Definição Legislativa

Os suplementos nutricionais orais, em revisão no presente trabalho, são um género

alimentício destinado a uma alimentação especial. Concretamente, pertencem à classe “Alimentos

Dietéticos Destinados a Fins Medicinais Específicos”, em inglês “Food for Special Medical Purposes”

(FSMP), estando sujeitos a legislação própria e, salvo situações que a contrariem, à legislação dos

alimentos comuns42.

Desta forma, há um distanciamento deste género alimentício do termo convencional de

suplemento alimentar, grupo de produtos alimentares sujeitos a outra legislação.

De acordo com a legislação vigente, como definido no artigo n.º2 do Decreto-Lei

n.º216/2008 de 11 de Novembro, que consolida a matéria jurídica sobre os alimentos dietéticos

destinados a fins medicinais específicos e transpõe a Diretiva Europeia nº1999/21/CE, da Comissão,

de 25 de Março, estes produtos são designados como uma “categoria de géneros alimentícios

destinados a uma alimentação especial, sujeitos a processamento ou formulação especial, com vista

a satisfazer as necessidades nutricionais de pacientes e para consumo sob supervisão médica,

destinando -se à alimentação exclusiva ou parcial de pacientes com capacidade limitada, diminuída

ou alterada para ingerir, digerir, absorver, metabolizar ou excretar géneros alimentícios correntes ou

alguns dos nutrientes neles contidos ou seus metabólicos, ou cujo estado de saúde determina

necessidades nutricionais particulares que não géneros alimentícios destinados a uma alimentação

especial ou por uma combinação de ambos”43–45.

A nível da comunidade europeia foi publicado, em 2013, o Regulamento Europeu

nº609/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Junho de 2013, que revoga a Diretiva

1999/21/CE, sendo que a sua aplicação se tornou geral a 20 de Julho de 201643. Este regulamento

é ainda complementado pelo Regulamento Delegado Europeu 2016/128 da Comissão, de 25 de

setembro de 2015, que se torna aplicável a partir de 22 de fevereiro de 201946. Como se verifica, a

legislação aplicável a este grupo de alimentos ainda é recente.

Os FSMP têm como finalidade a satisfação das necessidades nutricionais especiais de

indivíduos que, por motivo de doença ou outra incapacidade, não as conseguem satisfazer por meio

de um regime alimentar normal. Devido à natureza, invariavelmente frágil, dos contextos em que se

aplicam, devem ser consumidos sob supervisão de profissionais de saúde habilitados 43–45.

Existem três categorias de FSMP, estes podem ser considerados como:

Produtos alimentares nutricionalmente completos, se possuírem uma fórmula

dietética padrão que possa constituir uma fonte única de alimentação, caso seja

consumido de acordo com o previsto pelo fabricante;

Produtos alimentares nutricionalmente completos com uma fórmula adaptada a uma

patologia específica que, se ingeridos conforme o definido, poderão constituir a

única fonte alimentar das pessoas às quais se destinam;

Produtos alimentares nutricionalmente incompletos, quando não são adequados

como fonte única de alimentação e possuem fórmula dietética padrão ou adaptada

a uma patologia44.

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Visto que este grupo de alimentos é destinado a indivíduos que sofram de patologias ou

distúrbios de saúde e o seu consumo deve ser realizado com supervisão médica, não é permitido o

uso de alegações de prevenção, tratamento ou cura na rotulagem, apresentação ou publicidade dos

produtos, como previsto no Regulamento Europeu 609/201343.

Os rótulos devem indicar a adequação destes produtos como fonte alimentar única e grupos

de indivíduos a que se destinam. Para além destes pontos, devem apresentar obrigatoriamente o

valor energético disponível, expresso em quilojoule e quilocaloria, bem como o seu teor em

proteínas, hidratos de carbono e lípidos por cada 100g ou 100mL, conforme a apresentação.

Opcionalmente, pode este teor ser expresso por porção, desde que conste na embalagem o número

de porções totais. De igual forma, se aplica a identificação da quantidade média de minerais e

vitaminas44.

2.2. Tipos de Intervenção Nutricional

A aplicação da intervenção nutricional passa por situações que, por motivo de doença ou

outra incapacidade, não consigam suprir as necessidades nutricionais mínimas desejáveis com

alimentação habitual. Estes produtos surgem como alternativas para colmatar falhas na ingestão de

nutrientes, ou para fornecer uma dieta completa através de nutrição artificial.

A suplementação nutricional por via oral, regime no qual se aplicam os suplementos em

revisão e de venda em farmácia comunitária, é a primeira opção se a ingestão de alimentos for

possível e realizada de forma segura. Esta suplementação deve fornecer uma fonte suficiente e

equilibrada de fibras, proteínas, calorias, eletrólitos, vitaminas e minerais47.

Em casos em que não é possível a nutrição oral, mas não existe um comprometimento do

aparelho gastrointestinal, como por exemplo após a ocorrência de um acidente vascular cerebral

(AVC), a via de nutrição alternativa é a entérica por sonda (casos de gastrostomia, jejunostomia,

sonda nasogástrica) (Figura 1). Nestas situações deve-se, quando possível, restabelecer a

alimentação por via oral 47. Em último caso, quando a alimentação via entérica não permite suprir

as necessidades nutricionais, por uma incapacidade de absorção de nutrientes via digestiva ou outro

impedimento, recorre-se à perfusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sistémica,

ou seja, à via parentérica, não fazendo uso de qualquer porção do sistema gastrointestinal47,48.

Na nutrição parentérica é fornecida água, macronutrientes essenciais como hidratos de

carbono, aminoácidos e lípidos, para além de micronutrientes48.

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2.3. Impacto Suplementação Nutricional

Estudos europeus de meta-análise demonstram que, tanto em contexto de comunidade

como hospitalar, o recurso a FSMP traz melhorias para o bem-estar da população, nomeadamente

em idosos49–51.

A população em que mais frequentemente se detetam casos de subnutrição é na geriátrica,

seja naqueles que se encontram institucionalizados, onde a prevalência varia entre 1 a 83%, ou nos

que vivem na comunidade, com uma prevalência de 2 a 32%. Especificando esta subnutrição como

uma deficiente alimentação em parâmetros proteicos, o cenário não altera muito, com uma

prevalência entre 30 e 65% em hospitalizados e entre 25 e 60% naqueles que vivem em

instituições52.

O uso destes suplementos, a nível hospitalar e em regime de “follow-up”, provou diminuir a

estadia hospitalar, bem como a ocorrência de úlceras de pressão, resultando num melhor

aproveitamento económico49,50,53,54. Ao nível da comunidade, especialmente em contexto de lares

de terceira idade, existem indicadores que revelam diversos benefícios, com impacto clínico

favorável. Os dados descrevem também uma menor incidência de infeções, complicações pós-

operatórias ou de limitações funcionais com uma clara melhoria de qualidade de vida51,55,56.

Apesar da introdução de FSMP na terapêutica de malnutrição acarretar maiores gastos, os

estudos, de diversos países, são unânimes na opinião de que esta abordagem possui uma

recomendável relação custo-benefício49–51,53–56.

Figura 1 - Vias de nutrição clínica.

Adaptado de: McFie J, (2001). Enteral versus parenteral nutrition. Nutrition.17:1-12.

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3. Idoso no Âmbito da Suplementação

O idoso representa uma população que por motivos fisiológicos, sociais ou patológicos, se

encontra especialmente vulnerável a défices nutricionais. Estes défices podem propiciar situações

de subnutrição, que culminam numa deterioração e consequentemente em aumento da morbilidade

e mortalidade. Devido às evidências atuais, a suplementação alimentar, com produtos dietéticos

orais apropriados, deve ser considerada em pessoas em risco ou com incapacidade de se

alimentarem de forma adequada.

3.1. Etiologia da Subnutrição no idoso

O envelhecimento humano envolve uma conjuntura de alterações, com impacto direto e

indireto na qualidade da alimentação.

A perda progressiva de função neuromuscular conduz a um estado de dependência, tendo

como consequência uma perda de músculo esquelético e aumento de massa gorda corporal.

O aumento de massa gorda, especialmente intra-abdominal, resulta de uma diminuição da

atividade física, da redução de secreção de hormonas de crescimento e sexuais e da redução do

metabolismo em repouso 39,41.

Como descrito anteriormente, o envelhecimento acarreta modificações fisiológicas naturais

com impacto na nutrição do idoso. Para além de uma maior propensão para doenças como diabetes

(devido a uma maior susceptibilidade para resistência à insulina), pancreatite, doenças hepáticas

ou oncológicas, ocorre uma neurodegeneração do sistema nervoso entérico, associada a

perturbações gastrointestinais como disfagia, refluxo gastrointestinal e obstipação39.

Não obstante, a causa de uma subnutrição pode resultar de processos patológicos ou ainda

sociológicos.

A nível social os idosos são o grupo etário mais propenso a isolamento social, vivem

sozinhos, em condições que se aproximam mais de pobreza, acabando por possuir um grau de

dependência em outros indivíduos cada vez maior ao longo da vida. Estas condições predispõem a

depressão e baixa motivação na vida. Em conjunto com alterações fisiológicas e doenças, com

frequente incidência na terceira idade, as restantes condicionantes referidas levam à criação de

maus hábitos de alimentação. Os idosos comem lentamente, com pouca frequência e a alimentação

é reduzida na variedade de nutrientes, resultando, em diversas situações, numa situação de

desnutrição 39.

A menor ingestão de alimentos não implica que haja uma situação de malnutrição ou

subnutrição, como a energia despendida nos idosos é inferior, a necessidade de ingestão de

alimentos também se torna menor. O problema surge quando a ingestão de nutrientes e calorias

não é suficiente para repor a energia despendida, o que leva a um estado de subnutrição 38,39,52.

Estudos indicam que a prevalência de subnutrição é, sem dúvida, maior na comunidade,

incluíndo casas de abrigo e lares de terceira idade, do que em hospitais, apesar de ser nestes

últimos onde se detetam, frequentemente, estas situações de malnutrição57. Posto isto, as

farmácias comunitárias, por serem para muitos utentes o primeiro local a que recorrem para auxílio

em questões de saúde, posicionam-se favoravelmente como locais de aconselhamento de FSMP.

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Deve também ser considerada a realização de ações de formação e de sensibilização,

especialmente em locais onde existem condições proprícias ao estabelecimento de um quadro de

desnutrição (nomeadamente lares de terceira idade), na área circundante à farmácia comunitária.

A FA, em virtude da sua rede de utentes maioritariamente idosa, com patologias crónicas

que proporcionam desnutrição, tem investido nesta área, dando a conhecer estes produtos valiosos

e promovendo a adesão à sua utilização.

3.2. População Portuguesa

A par da tendência Europeia de envelhecimento populacional, os índices demográficos

revelam que a população portuguesa é a quarta mais idosa da Europa, sendo que dados relativos

a 2015 demonstram que, por cada 5 pessoas, 1 possuí mais de 65 anos. A população portuguesa

apresenta uma idade média de 44 anos com um envelhecimento contínuo da sua população58.

A esperança média de vida referente ao período 2013 a 2015 é estimada em cerca de 80

anos, para ambos os sexos. Entre 2010 e 2015 registou-se um aumento de 164402 idosos, com um

decréscimo contínuo da população jovem, pelo que se verifica a manutenção da tendência de

envelhecimento da população58. Estes e outros índices demonstram que, sem implementação de

medidas de incentivo à natalidade que possuam efeito, o panorama de envelhecimento populacional

nacional irá agravar-se.

Projeções especulam que em 2060 a população portuguesa terá uma esperança média de

vida à nascença entre 85 (homens) e 90 (mulheres) 59. Sendo a população idosa a mais suscetível

a situações que promovam malnutrição ou subnutrição, é expectável um aumento do recurso a

FSMP em Portugal e outros países no futuro.

4. Tipos de Alimentos Dietéticos Destinados a Fins Medicinais Específicos

Os FSMP são produtos liquefeitos, de especial interesse em pacientes geriátricos que

demonstrem uma redução na ingestão de alimentos, particularmente em casos de disfagia, em

nutrição oncológica e pós-cirúrgica52,60,61. Podem ainda ser direcionados a outros casos específicos

como doença renal, fibrose cística, diabetes, caquexia ou doenças genéticas hereditárias62.

Diversos fatores inerentes aos alimentos afetam a adesão a uma nutrição equilibrada, tais

como o paladar, aspeto, o estado físico (se líquido, sólido ou semissólido) e viscosidade52. As

marcas que comercializam FSMP demonstram uma especial atenção a estes determinantes,

disponibilizando gamas diversificadas, com produtos com diferentes apresentações e sabores.

Dentro dos diversos FSMP nota-se que, na generalidade, são produtos similares a iogurtes

ou pudins. A razão pela qual diferentes marcas apostam sobretudo em alimentos líquidos ou

semilíquidos, é por o tempo de evacuação destes no organismo ser inferior ao dos alimentos sólidos,

o que contribui para um aumento da ingestão destes suplementos e,em consequência, de macro e

micronutrientes benéficos52.

De acordo com os propósitos a que se destinam, os suplementos nutricionais orais são

divididos em diferentes categorias, tendo em conta o suporte nutricional que oferecem, a sua

validade como fonte alimentar única e género de constituintes maioritários.

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Apesar do valor que acrescentam ao aconselhamento farmacêutico, os FSMP não são uma

visão frequente na maioria das farmácias comunitárias. Uma justificação para a reduzida oferta

destes produtos é o curto PV que lhes é atribuído, podendo ser percepcionado como um

investimento de algum risco. Ainda assim, tive a oportunidade de contactar com alguns produtos da

gama NestleHealthScience (Figura 2) e outras marcas (Figura 3), durante o meu estágio na FA.

Figura 2 - Suplementos nutricionais expostos na FA da marca NestleHealthScience

Figura 3 - Outros suplementos nutricionais expostos na Farmácia dos Arcos

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4.1. Suplementos Nutricionais Orais Completos

Os FSMP completos são aqueles que contêm, na sua formulação, todos os macro e

micronutrientes que permitem a satisfação das necessidades diárias de um indivíduo, na dose diária

adequada. Em determinadas situações, podem ser empregues como única fonte de nutrição63.

Estes suplementos podem ser enriquecidos em proteínas ou em teor calórico, sendo definidos como

hiperproteicos e hipercalóricos, correspondentemente. Alguns exemplos de fórmulas comerciais são

apresentados na Tabela 2 (Anexo III).

Especialmente indicados em situações de subnutrição ou na sua prevenção, por exemplo

em doentes oncológicos. A sua maioria não contêm glúten ou lactose, caso contrário terá de existir

uma referência a estes no rótulo64. As apresentações mais comuns são na forma de sumos,

“milkshakes”, iogurtes ou pudins61.

4.2. Suplementos Hiperproteicos e/ou Hipercalóricos

As fórmulas que não se adequem como única fonte de alimentação são classificadas como

hipercalóricas e/ou hiperproteicas. Estas fórmulas são destinadas a pacientes que não têm a

capacidade de alcançar necessidades energéticas e proteicas desejadas através dos seus hábitos

de alimentação65.

Existem fórmulas somente hiperproteicas ou hipercalóricas e fórmulas hiperproteicas e

hipercalóricas. As fórmulas hiperproteicas possuem mais de 20% do seu teor energético em

proteínas64. Por outro lado, as fórmulas hipercalóricas fornecem um valor de calorias superior a

1,2kcal/mL e são aconselhadas para situações de perda de peso ou apetite. Em contraste, uma

fórmula com nível calórico normal é capaz fornecer entre os 0,8 e as 1,2kcal/m 64. Exemplos de

fórmulas comerciais que se enquandram nestes parâmetros estão ilustradas na Tabela 3(Anexo III).

4.3. Fórmulas Modulares

Este género de FSMP caracteriza-se por fórmulas enriquecidas apenas um macronutriente,

ou sejam, em proteínas, fibras ou hidratos de carbono, sendo que se destina a indivíduos que não

consigam atingir necessidades diárias básicas desse macronutriente63,64. São usados como

suplemento à nutrição. Estas fórmulas têm a particularidade de se comercializarem sob a forma de

pó, com o objetivo de se adicionar a água, leite, sumos, iogurtes ou sopas61. Alguns exemplos de

apresentações comerciais encontram-se na Tabela 4 (Anexo III).

As fórmulas modulares proteicas possuem proteínas como por exemplo caseína, proteína

whey ou soroproteínas61,65,66. Estão indicadas para perda de massa muscular associada ao

envelhecimento, em queimaduras graves, anorexia, desnutrição, perda de peso involuntária ou em

dietas desequilibradas61. A procura deste género de módulos nas farmácias comunitárias não se

restringe apenas a casos de perda de massa muscular, mas também em situações em que se

pretende um ganho da mesma, nomeadamente por desportistas.

As fórmulas modulares energéticas são, na sua maioria, à base de maltodextrina, um hidrato

de carbono que enriquece a dieta, indicado em necessidades energéticas aumentadas ou ingestão

energética diminuída61,65.

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As fórmulas modulares enriquecidas em fibra possuem uma mistura de fibras solúveis e

insolúveis. São recomendadas em dietas que carecem deste nutriente e em situações que

requeiram a normalização da função intestinal61.

Existem ainda fórmulas modulares lipídicas, indicadas para satisfação das necessidades

nutricionais de indivíduos com deficiente absorção lipídica, como nos casos de fibrose quística, ou

doença hepática crónica em que seja necessário aplicar uma dieta cetogénica65. A energia total

destas fórmulas é constituída em 40% por lípidos64.

4.4. Alimentação Adaptada

As empresas que concebem fórmulas de FSMP dedicam-se também a outras áreas de

aplicação deste produto. Como tal, atualmente existe uma diversidade de produtos inovadores,

destinados a indivíduos com disfagia, ou seja, que apresentam dificuldades na deglutição. O cuidado

necessário para evitar a aspiração de alimentos nestes indivíduos, é facilitado com recurso a FSMP.

Existem diversas apresentações comerciais e fórmulas, alguns exemplos estão descritos na Tabela

5 e na Tabela 6 (Anexo III).

Nesta classe de FSMP, produtos com textura modificada, que facilitam a alimentação em

casos de AVC, Parkinson ou Alzheimer (nos quais é frequente a aspiração), podemos encontrar:

Água gelificada: com aparência de gelatina, facilita a hidratação sem recurso a líquidos por

ser resistente à amílase salivar;

Espessante: apresentam-se na forma de pós, à base de goma xantana, guar, amido de

milho modificado, entre outros. Os seus constituintes apresentam propriedades de

resistência à amílase salivar e existem com sabor neutro ou aromatizado. O objetivo destes

pós é serem adicionados a alimentos líquidos, por exemplo sopas, e semissólidos (papas,

purés, entre outros) de modo a prevenir da aspiração de alimentos e complicações que

possam daí advir;

Purés e papas: de consistência mole ou cremosa, são enriquecidos em macro e

micronutrientes61,65,67.

4.5. Nutrição Oral Específica

As empresas que desenvolvem estes suplementos alimentares têm investido no

desenvolvimento de novas fórmulas adaptadas a casos específicos, almejando novos alvos na

terapêutica com FSMP.

Como fruto deste esforço, temos agora acesso a fórmulas especialmente dirigidas a

situações como oncologia, diabetes, tratamento de feridas crónicas, insuficiência hepática, doenças

metabólicas, em pré-operatório e pediatria. Algumas desta fórmulas comerciais e situações a que

se destinam são descritas na Tabela 7 e na Tabela 8 (Anexo III).

Os FSMP direcionados para oncologia são enriquecidos em ácido eicosapentanóico e

fibras65,66. Os suplementos destinados a um suporte do diabético apresentam fórmula especialmente

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indicada para satisfazer as necessidades nutricionais de pacientes com diabetes mellitus ou

hiperglicemia.

Para suplementação em situações de risco de úlceras de pressão ou na sua ocorrência

temos suplementos hiperproteicos e hipercalóricos enriquecidos em micronutrientes que favorecem

a sua resolução como arginina, zinco, ferro, selénio, vitamina A, vitamina C e vitamina E65,66.

Em casos de doenças metabólicas genéticas, como fenilcetonúria ou fibrose quística,

existem também suplementos especialmente elaborados para conter mistura de aminoácidos

específicos adequada63.

5. Estratégias para Incentivar Adesão aos FSMP

O primeiro passo na implementação de estratégias para melhorar a alimentação de idosos

em situação de subnutrição, passa pela identificação de fatores que possam contribuir para este

estado.

Caso o utente apresente uma falta de apetite geral, este deve ser questionado quanto ao

tipo de medicação que faz, por ser uma possível reação adversa. Quando se verifique uma relação

e não seja possível a alteração da medicação, o utente deve ser encaminhado para sessões de

aconselhamento nutricional de modo a realizar adaptações que promovam a ingestão de alimentos.

A fraca alimentação também pode advir de dificuldades a nível de deglutição, seja esta

devida a uma utilização inadequada de fixadores de próstese, um mau cuidado dentário ou disfagia

resultante de doença neurológica. Nestes casos, e na eventualidade de existir um risco de aspiração

de alimentos, será preferível optar por comidas pouco sólidas, à base de purés (Tabela 6). Pode-se

também recorrer ao uso de espessantes, que se adicionam a alimentos líquidos ou semissólidos ou

águas gelificadas (Tabela 5). Em determinados casos, pode existir um benefício da prática de

terapia da fala ou a necessidade de aplicar uma alimentação por sonda38.

Algumas dicas podem ser fornecidas, como meios de auxílio no aumento da ingestão de

alimentos. Por exemplo, o uso de meios de distração, como comer enquanto assiste a programas

de televisão ou na companhia de outras pessoas, a existência de comida à disposição para saciar

impulsos alimentares e o estabelecimento de rotinas de alimentação (comer à mesma hora todos

os dias)52.

As marcas que comercializam FSMP estão sensibilizadas para a dificuldade de alimentação

no idoso em em determinadas patologias, implementando estratégias que promovam a adesão a

estes produtos. Deste modo, podemos verificar que cada fórmula pode oferecer uma variedade de

sabores para agradar aos diferentes gostos dos utentes. Estes sabores vão desde chocolate,

baunilha, menta, café, cappucino e variados frutos, até ao sabor neutro.

Em certos casos, para tornar os suplementos mais atrativos, pode ser recomendada o

congelamento dos suplementos para consumo na forma de gelado, ou um aquecimento ligeiro,

nunca fervendo, para se servirem como bebida quente. Pode-se ainda adicionar os suplementos,

com sabor neutro, do género de iogurtes ou milkshakes, a sopas ou gelatinas (substituindo as partes

de água descrita nas receitas com o suplemento), por exemplo68.

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Tema II – Intervenção Farmacêutica em Ostomia

1. Introdução

O processo cirúrgico designado por ostomia refere-se à criação de uma conexão de um

órgão interno com o exterior. O local no corpo onde é criada esta ligação designa-se por estoma.

Os processos mais comuns de ostomia são colostomia e jejunostomia, que se destinam a criar um

local de excreção de fezes, designado estoma abdominal, após remoção de porções do intestino.

Também são comuns as urostomias, que se destinam a desviar o fluxo de urina da bexiga, de igual

forma, para um estoma abdominal (Figura 4)69.

2. Papel da Farmácia Comunitária em Ostomia

No decorrer deste ano surgiram alterações na legislação, no âmbito da ostomia, que vieram

acrescentar valor a esta valência nas farmácias comunitárias. Até 2017 os utentes ostomizados

adquiriam, de forma gratuita, os dispositivos médicos específicos necessários nos centros de saúde,

sendo que apenas quando se esgotava esta disponibilidade se deslocavam às farmácias. A

aquisição nas farmácias comunitárias era uma desvantagem, uma vez que estes produtos são

dispendiosos e o reembolso se procedia de forma morosa. Desta forma, o contacto com esta

realidade, nas farmácias, era fortuito.

A nova legislação veio alterar este panorama, simplificando o processo de aquisição dos

dispositivos médicos para apoio aos ostomizados, nas farmácias. Como profissional de saúde

inserido no cicuito de distribuição destes produtos para utentes do SNS, o farmacêutico possui valor

imprescindível na promoção do seu bem estar e educação na saúde.

Durante o estágio usufrui da oportunidade de participar numa ação de formação, promovida

pela ANF com apoio do INFARMED, relativa ao tema de ostomia e com o objetivo de esclarecer

quanto ao novo panorama legislativo e à atualização do processo de dispensa de produtos de

ostomia.

Figura 4 - Ostomias mais comuns.

Retirado de: http://www.webmd.com/digestive-disorders/colostomy-irrigation-2

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Dado que senti alguma incompreensão deste novo plano, que terá como consequência um

aumento na afluência dos ostomizados às farmácias, e que a nível académico a formação na área

é residual, tomei a iniciativa de desenvolver um trabalho para providenciar informação pertinente na

área. Este trabalho incide no aconselhamento e apoio que o farmacêutico pode prestar em

problemas menores, bem como esclarecimentos sobre problemáticas inerentes, desmistificando e

simplificando esta nova condição de vida. São também referidos os dispositivos médicos disponíveis

para colostomia, ostomias de contacto mais frequente em farmácia comunitária.

3. Novo Paradigma na Legislação

Um ostomizado a partir do momento da intervenção cirúrgica, seja ela uma colostomia,

jejunostomia ou urostomia, passa a depender do uso de uma colectânea de produtos específicos.

Infelizmente o custo associado a estes dispositivos médicos é elevado, por este motivo as despesas

tornam-se em mais um incómodo para o utente que acaba por ser obrigado a mudar o seu estilo de

vida.

Previamente, um utente que apresentasse na farmácia uma receita manual (ou electrónica)

apenas tinha direito a receber 90% do valor dos produtos adquiridos somente após apresentação

da receita e respetiva fatura no centro de saúde (Figura 5).

A partir de dia 1 de abril de 2017, com a entrada em vigor da alteração à Portaria nº284/2016

de 4 de Novembro, pela Portaria 92-F/2017, os produtos de ostomia passaram a ser

comparticipados a 100% sendo que os utentes não necessitam de ir ao centro de saúde para serem

reembolsados, a dispensa é efetuada gratuitamente, no momento com apresentação de receita

médica válida (Figura 6) 70,71.

Esta alteração levantou diversas questões junto dos utentes na FA, principalmente ao nível

dos procedimentos para aquisição dos dispositivos médicos inseridos nesta categoria.

Figura 5 - Antigo processo de aquisição de dispositivos médicos de ostomia

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4. Consulta de Estomaterapia

Preferencialmente antes de um indivíduo ser submetido a qualquer intervenção cirúrgica

que possa resultar numa ostomia, deve passar por uma consulta de estomaterapia para ser

sensibilizado quanto ao impacto da mesma, preparando-o psicologicamente para esta possível

realidade.

Estas consultas são realizadas nos hospitais, por enfermeiros(as) especialistas na área de

ostomia que acompanham o utente no período pré e pós cirúrgico, tendo como objetivo facilitar a

transição para um novo estilo de vida. A adaptação a esta nova condição de vida envolve um

processo de aprendizagem cognitivo, afetivo e psicomotor, no qual é essencial a intervenção de

profissionais de saúde que forneçam apoio..

O ostomizado é acompanhado nestas consultas, nas quais são prestados cuidados de

saúde como tratamento de problemas menores, aconselhamento dietético, apoio psicológico bem

como ensino e treino de auto-cuidados na adaptação a esta nova realidade59.

Apesar do ostomizado usufruir do recurso a estas valências, pode sentir-se confortável

apenas confidenciando na sua farmácia de eleição algumas inseguranças sobre temáticas que a

ostomia condiciona. O mesmo é válido para pessoas relativas do ostomizado, que podem não sentir

abertura para questionar diretamente o ostomizado quanto à sua condição. De modo a confortar

algum receio dos utentes, oferecendo respostas às suas questões, o farmacêutico deve procurar

investir o seu conhecimento na área de ostomia, correspondendo às expectativas.

Figura 6 - Novo processo de aquisição de dispositivos médicos de ostomia

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5. Dispositivos Médicos em Colostomia

A colectânea de dispositivos médicos de uso em colostomia não se restringue à variedade

de género dos sacos de recolha. Existem produtos que vão desde cintos de suporte, niveladores de

placas, protetores cutâneos, entre outros, descritos em pormenor na (Tabela 9) (Anexo IV).

Para a recolha das excreções são utilizados bolsas, ou sacos, que se ajustam ao estoma.

Estas podem ser aplicadas como sistema de duas peças, constituído por um penso e bolsa, ou

como um sistema de peça única no qual o saco contém um penso incluído que se adapta ao

estoma72.

As bolsas podem ainda ser drenáveis ou fechados, para uso único (Figura 7). Existem

recomendações para cada tipo de colostomia (ascendente, transversal, descendente ou sigmóide)

mas a escolha sobre qual produto o ostomizado utilizada recai sobre ele.

6. Aconselhamento na Resolução de Problemas Comuns em Ostomizados

6.1. Medicação

Grande parte das substâncias ativas dos medicamentos são absorvidas para a corrente

sanguínea ao nível do intestino. Tendo em consideração esta informação, deve ser analisado com

cuidado o tipo de medicamento fornecido a ostomizados, especialmente com medicamentos

revestidos, fórmulas de libertação prolongada ou retardada que acabam por não surtir efeito, uma

vez que o medicamento acaba por ser expulso antes de ocorrer a sua desintegração. Como

consequência podem resultar problemas maiores como obstrução do estoma73. De igual modo, a

aplicação de supositórios é contraindicada visto que a absorção a nível do estoma não é

significativa.

Caso não exista alternativa poderá ser necessário pulverizar os comprimidos ingerindo com

água como se tratasse de um granulado para suspensão oral tem como desvantagem

características organolépticas desagradáveis73.

A medicação mais indicada para ileostomizados são comprimidos não revestidos e formas

orais líquidas (xaropes, granulados para suspensão oral)73.

Um ileostomizado não deve tomar laxantes sob risco de entrar num quadro de desidratação

severa. Quanto ao uso de contraceptivos orais, em ileostomias pode não ocorrer a necessária

absorção para total efeito, pelo que pode haver perda de circulação enterohepática pelo que pode

ser necessário alterar a forma de controlo concecional. É recomendável analisar o saco de ostomia

Figura 7 – Dispositivos médicos de colostomia.

Adaptado de United Ostomy Association. Colostomy Guide. United Ostomy Assoc Am Inc. 2004.

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em ileostomia para comprimidos que tenham sido expulsos sem que tenha ocorrido uma devida

degradação.

6.2. Controlo de Atividade Intestinal

Um dos maiores estigmas do ostomizado é o facto de se tornar incontinente. Existem

métodos que resultam numa maior regulação da atividade intestinal que podem ser sugeridos, como

a técnica de irrigação.

A irrigação num ostomizado consiste na realização de um enema, através do estoma, com

o intuito de obter um maior controlo sobre os movimentos intestinais 74. A aplicação desta técnica é

uma escolha pessoal e deve ser debatida com um médico da especialidade e estomaterapeuta.

Nem todos os géneros de colostomia são compatíveis com a sua execução, sendo somente

aplicável em colostomia sigmóide ou descendente.

O kit de irrigação é contemplado na lista de produtos comparticipados a 100% da Portaria

nº 264/2016. É constituído por um irrigador com controlo de fluxo, cone maleável, manga de despejo

e cinto de contenção (Figura 8)70.

Um estoma pode eliminar por dia um valor de matéria fecal entre 400 e 800mL. Valores

superiores a 1000mL poderão ser indicativo de algum problema, pelo que se deve referir ao

médico75. A introdução de água no intestino grosso promove a evacuação. Pressupõe-se que um

ostomizado, ao controlar o timing do seu output,, irá usufruir de umas horas sem atividade constante

do estoma. Desta forma, pode sentir um maior controlo sobre as suas dejeções optando pela

realização desta tarefa no fim ou início do dia sendo que não necessita de se preocupar com uma

fuga do conteúdo do saco de ostomia76.

Figura 8 - Procedimento de irrigação.

Adaptado de: http://www.webmd.com/digestive-disorders/colostomy-irrigation-2

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6.3. Resolução de Problemas Menores em Ostomia

6.3.1. Gases

A produção de gases pelo intestino é normal e varia de indivíduo para indivíduo. Num

ostomizado pode torna-se um incómodo, especialmente se o mesmo for acumulado na bolsa. O

ostomizado pode sentir-se retraído pela imagem visual do saco cheio de ar e, ainda mais incómodo,

há o risco do aumento da pressão no saco permitir fugas através da placa.

Alimentos que promovem produção de gases:

Bebidas alcoólicas,

Pastilhas elástica,

Brócolos;

Lacticínios;

Couve-flor, entre outros72,74,77

6.3.2. Odor

Das temáticas que mais causam constrangimento a um ostomizado releva-se o odor que se

pode sentir. A oferta atual a nível de sacos de colostomia previne que se emanem odores menos

agradáveis no entanto, o ostomizado é frequentemente intimidado pela possibilidade de outros

detetarem. Afeta mais as colostomias devido à maior abundância de flora intestinal no intestino

grosso. Num ileostomizado não há estagnação do conteúdo intestinal que permita degradação

bacteriológica dos resíduos alimentares, muito por possuir movimentos peristálticos quase

contínuos74. O esvaziamento ou troca de saco de ostomia deve ser realizado tão frequentemente

quanto o necessário de modo a evitar fugas, a aplicação da técnica de irrigação também ajuda a

tornar este odor mais discreto72.

Alimentos que promovem odores intensos:

Ovos;

Cebola;

Alimentos picantes;

Couves;

Peixe;

Brócolos;

Feijão Cozido;

Aspargos;

Alho;

Manteiga de amendoim;

Queijos fortes72,74,77.

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Alimentos que controlam produção de odor

Sumo de arando (cranberry);

Sumo de laranja;

Sumo de tomate;

Iogurte 73.

6.3.3. Hérnias Intestinais

Uma hérnia ocorre quando uma porção do intestino consegue penetrar uma fracção mais

frágil da parede intestinal, verificando-se uma protusão local. A cirurgia para construção de estoma

instestinal implica um enfraquecimento dos músculos intestinais uma vez que o estoma atravessa o

abdómen. Este enfraquecimento predispõe para esta ocorrência em torno do estoma. Algumas das

atividades que podem promover o surgimento de hérnias intestinais são o levantamento de pesos

pesados, tosse profusa ou a ocorrência de infeção local prévia72.

6.3.4. Foliculite

Foliculite é uma inflamação dos folículos de pelo que resulta de um processo traumático de

remoção do mesmo, ficando a pele sensível a uma proliferação de Staphylococcus aureus. A

ocorrência de foliculite é mais frequente em homens. Num ostomizado é frequente ocorrer na pele

que é coberta pela placa adesiva, caso a pele fique irritada após a retirada da placa existem pós

protetores de pele adequados para ostomizados ajudam na cicatrização.

Como evitar:

Para a prevenção de foliculites deve ser realizada depilação da zona circundante ao estoma

que permanece sob a placa adesiva. Caso exista receio de atingir o estoma neste procedimento

pode-se criar um escudo recorrendo a um rolo de papel higiénico72.

6.3.5. Prolapso do Estoma

O perfil do estoma difere ao longo do dia, podendo parecer mais ou menos retraído. No

entanto, convém distinguir o que são alterações normais ao perfil do estoma e um prolapso do

mesmo72.

Quando o estoma se encontra distendido além do habitual do abdómen, mais de 5 cm,

acompanhado de sintomas de dor, deve-se indicar ao utente a ida a ao hospital ou a uma consulta

de estomaterapia, na qual um(a) enfermeiro(a) especialista poderá avaliar que procedimentos

adotar para reversão72,77–79. Um estoma em prolapso é mais susceptível a danos físicos sendo que

a exposição da mucosa intestinal e ocorrência de trauma físico pode resultar em ulceração e

hemorragia79.

O tratamento do prolapso não implica cirurgia, por vezes recorrendo apenas a uma

reposição manual ou a técnicas de osmose com aplicação tópica de açúcar granulado, que resulta

numa diminuição do edema facilitando a resolução deste problema79. Para evitar esta ocorrência

podem ser utilizadas cintas na região lombar para suporte74.

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7. Resumo de Atividades após Cirurgia

Como consequência desta intervenção traumatizante um ostomizado, com dificuldades em

aceitar as alterações que necessita de implementar no seu estilo de vida, pode demonstrar

sentimentos de revolta e regredir para um isolamento social. O farmacêutico, devido à fácil

acessibilidade dos utentes e ao contacto mais próximo que passa a ter com o ostomizado, em virtude

da nova legislação, deve assumir um papel ativo, identificando estas situações e providenciando

apoio e aconselhamento de forma a melhorar a qualidade de vida.

7.1. Regresso ao Trabalho

Na generalidade, o ostomizado pode retornar ao trabalho sem problemas de maior. A

celeridade de recuperação da cirurgia depende de cada indivíduo, a não ser que o trabalho envolva

grande esforço físico e, como consequência, seja desaconselhado pelo médico ou estomaterapeuta,

o ostomizado pode, após se sentir fisicamente e psicologicamente capaz, regressar ao trabalho72,74.

7.2. Resumir Atividade Sexual

O estoma revela-se, frequentemente, como uma barreira psicológica ao restabelecimento

da intimidade e relações sexuais. Para o ostomizado e parceiro é imperativo existir uma abertura

comunicativa, de modo a que haja uma racionalização e desmistificação das alterações físicas que

ocorreram, de forma a que esta atividade se processe tranquilamente72,74,78.

Apesar destas indicações, o fator determinante acaba por depender da autoconfiança do

ostomizado.

Conselhos práticos:

Reconhecer os períodos de atividade do estoma;

Evitar alimentos que produzam gás ou odor desagradável;

Aplicar um saco de recolha opaco de pequena dimensão no momento, caso seja incómodo

o uso de saco normal;

Usar um cinto de ostomia para uma maior segurança;

Aplicar desodorizante no saco;

Colocar música em background de forma a evitar ruídos típicos que possam ser

constrangedores72,74.

7.3. Resumir Atividade Desportiva

Após cirurgiade ostomia devem ser tomados diversos cuidados em termos de exercício, de

forma a não forçar a região abdominal. A retoma de atividade física deve iniciar-se com caminhadas,

de forma a recuperar massa muscular perdida no período pós-cirúrgico. O restabelecimento desta

atividade tem como vantagem a estimulação dos movimentos peristálticos72,74.

Relativamente à prática de desporto, o estoma condiciona ligeiramente a escolha de

atividades. No entanto, desde que a atividade desejada não envolva contacto físico abdominal,

como artes marciais ou levantamento de pesos, não haverá problema em iniciar ou retomar tal

atividade72,74.

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O farmacêutico pode desempenhar um papel vital nesta e outras componentes da vida do

ostomizado. Como profissional de saúde, o farmacêutico deve promover a adaptação a esta nova

realidade, incentivar a prática de hábitos saudáveis e providenciar apoio psicológico, procurando

acompanhar o progresso do ostomizado e auxiliando na resolução de problemas.

Page 50: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

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Bibliografia

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45

Anexo I – Ilustrações dos Espaços da Farmácia dos Arcos

Figura 9 - Exemplificação Espaços Interiores.

Figura 10 - Balcões de atendimento.

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46

Figura 11 - Espaço exterior.

Figura 12 - Lineares dispostos para promoção de produtos de saúde.

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47

Figura 13 - Gôndola Promocional.

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48

Anexo II – Exemplo de Receita Médica Eletrónica Materializada

Figura 14 - Exemplo de comunicação entre farmacêutico e médico prescritor

Page 59: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

49

Anexo III – Exemplos de Suplementos Nutricionais Entéricos Orais

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Tabela 2 - Exemplos de fórmulas comerciais de suplementos nutricionais orais completos

Page 60: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

50

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Suplementos Hiperproteícos e/ou Hipercalóricos

7353128

7353136

7340513

7340497

7340505

7383794

7386110

7386102

Descrição

7332791

7332817

Resource HP/HC

CNP

7354712

7354720

7354738

7397364

7386128

7386136

Baunilha

Morango

7376863

7376871

Morango

Chocolate

Baunilha

Alperce

Resource Protein

Morango Silvestre

Chocolate

Baunilha

Fresubin Protein

Energy Drink

7332809

7352922

7353110

Pêssego-Manga

Morango

Café

Baunilha

Fortimel Compact

Protein

Frutos Silvestres

Chocolate

Café

Baunilha

Fortimel Creme

Baunilha

Chocolate

Morango

Fortimel

Banana

Produto Sabor Apresentação

Suplemento hiperproteico e hipercalórico, aconselhado em situações de geriatria,

perda de peso e apetite. Fornece um valor calórico de 300kcal e 18g de proteína,

em 200mL1.

Como suplemento: até 3 garrafas por dia, entre refeições.

Apresentação comercial: Pack de 4 garrafas de 200mL.

Suplemento hiperproteico e hipercalórico, com indicação de uso em patologias

oncológicas, perda de peso, ou apetite, e geriatria. O seu volume reduzido

favorece a adesão à terapêutica. Cada garrafa de 125mL fornece um valor calórico

de 300kcal, 18g de proteína por garrafa e 30g de hidratos de carbono2.

Como suplemento: entre 1-3 garrafas por dia

Apresentação comercial: Pack de 4 garrafas de 125mL.

Fórmula em pudim, hiperproteica e hipercalórica, recomendada em situações em

que seja desejada uma alteração na consistência do suplemento. Cada unidade de

125g fornece em 200Kcal e 12g de proteína3.

Como suplemento: entre 1-3 embalagens por dia

Apresentação comercial: Pack de 4 pudins de 125g

Suplemento hipercalórico e hiperproteico, fornece 1,5kcal/mL. Indicado em

geriartria, dificuldade em mastigar e perdas de apetite4.

Como suplemento: entre 2-3 garrafas por dia entre refeições

Apresentação comercial: Pack de 4 garrafas de 200mL.

Suplemento hiperproteico indicado em anorexia ou perda de peso. Por garrafa de

200mL são fornecidas 250kcal, 28g de hidratos de carbono e 19g de proteínas5.

Apresentação comercial: Pack de 4 garrafas de 200mL.

Suplemento hiperproteico e hipercalórico, indicado como suporte nutricional em

patologias oncológicas, anorexia, desnutrição e perda de peso. Por garrafa de 200mL

são fornecidas 320kcal, 32g de hidratos de carbono, 12,4g de lípidos e 20g de

proteínas6.

Como suplemento: entre 1-3 garrafas por dia

Apresentação comercial: Pack de 4 garrafas de 200mL.

Tabela 3 - Exemplos de fórmulas comerciais de suplementos hiperproteicos e hipercalóricos

Page 61: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

51

Tabela 4 - Exemplos de apresentações comerciais de fórmulas modulares

2 N

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.

Page 62: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

52

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e junho d

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e junho d

e 2

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e a

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ir.

Tabela 5 - Fórmulas para alimentação básica adaptada, parte 1

Page 63: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

53

Baunilh

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74

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, vitam

inas B

6, B

12

e f

onte

de

vitam

ina D

2.

Pre

para

ção

: ad

icio

nar

70

g d

e p

rod

uto

a 2

50

mL

de

ág

ua,

ag

itar

até

dis

so

lução

co

mp

leta

. Esp

era

r uns m

inuto

s

até

ob

ter te

xtu

ra d

ese

jad

a2.

Sup

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rote

ico

e h

ipe

rcaló

rico

so

b fo

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e p

uré

de

fru

ta. F

orn

ece

10

,2g

de

pro

teín

a e

20

6kcal (

1.4

kcal/g

), n

um

a e

mb

ala

ge

m d

e 1

50

g. I

se

nto

de

glú

ten e

lacto

se

. C

onté

m u

ma m

istu

ra

de

6 tip

os d

e fib

ras s

olú

ve

is e

inso

lúve

is4.

Co

mo

sup

lem

ento

: entr

e 1

-3 p

uré

s p

or d

ia, e

ntr

e a

s r

efe

içõ

es.

Sup

lem

ento

se

mis

sólid

o d

e a

lto

te

or p

rote

ico

e e

ne

rgé

tico

, co

m 2

kcal p

or m

l5.

Co

mo

sup

lem

ento

: entr

e 3

-4 e

mb

ala

ge

ns p

or d

ia, e

ntr

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s r

efe

içõ

es.

Die

ta s

em

issólid

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ara

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icio

nais

do

dia

tico

co

m d

ific

uld

ad

es e

m d

eg

lutir

(dis

fag

ia),

ap

ós a

cid

ente

vascula

r ce

ntr

al e

em

caso

s d

e p

ara

lisia

facia

l5.

Co

mo

sup

lem

ento

: entr

e 3

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nid

ad

es p

or d

ia.

Sup

lem

ento

nutr

icio

nal o

ral hip

erp

rote

ico

e h

ipe

rcaló

rico

so

b fo

rma d

e p

uré

de

fru

ta, co

m 1

0,2

g d

e p

rote

ína

e 2

06

kcal (

1.4

kcal/g

), n

um

a e

mb

ala

ge

m d

e 1

50

g. I

se

nto

de

glú

ten e

lacto

se

. Co

nté

m u

ma m

istu

ra d

e 6

tip

os d

e fib

ras s

olú

ve

is e

inso

lúve

is6.

Co

mo

sup

lem

ento

: entr

e 1

-3 u

nid

ad

es p

or d

ia, e

ntr

e a

s r

efe

içõ

es.

Tabela 6 - Fórmulas para alimentação básica adaptada, parte 2

Page 64: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

54

1 N

estléH

ealthS

cie

nce.

Resourc

e 2

.0.

Acessív

el em

: htt

ps:/

/ww

w.n

estlehealthscie

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as/r

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icao-e

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rica-o

ral-adultos/r

esourc

e-d

ieta

s-h

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ricas/r

esourc

e-2

-0,

consultado a

9 d

e junho d

e 2

017.

2 F

olh

eto

info

rmativo

"N

utr

ição E

nté

rica"

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l G

enéricos e

Fre

seniu

s K

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3 N

utr

icia

. F

ort

icare

. A

cessív

el e

m: http://w

ww

.nutr

icia

.pt/pro

duto

/128/fort

icare

, consulta

do a

9 d

e ju

nho d

e 2

017.

4 N

utr

icia

. D

iasip

. A

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pro

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9 d

e junho d

e 2

017;

5 N

estléH

ealthS

cie

nce.

Resourc

e D

iabet.

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w.n

estlehealthscie

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as/r

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icao-e

nte

rica-o

ral-adultos/r

esourc

e%

20die

tas-p

ara

-o-d

oente

-dia

betico/r

esourc

e-d

iabet,

consultado a

9 d

e junho d

e 2

017.

De

scri

ção

Pa

cks d

e 4

ga

rra

fas d

e

20

0m

L

Pa

cks d

e 4

ga

rra

fas d

e

20

0m

L

7356816

Mora

ngo

7359158

Cappuccin

o

7356824

Baunilh

a

Cappuccin

o7371732

7987198

Mora

ngo

Dia

be

tes

Re

sou

rce

Dia

be

tic

Pa

cks d

e 4

ga

rra

fas d

e

20

0m

LD

iasi

p (

Nu

tric

ia)

Fre

sub

in D

B D

rin

k

Baunilh

a7371716

7399501

Café

7987180

Baunilh

a

7388900

Pa

cks d

e 4

ga

rra

fas d

e

12

5m

LLara

nja

/Lim

ão

7388918

Pêssego/G

engib

re7388918

Baunilh

a7367565

Su

pp

ort

an

Cappuccin

o7370635

Fru

tos T

ropic

ais

On

co

log

ia

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sou

rce

2.0

Alp

erc

e7367540

7370643

Fo

rtic

are

Cappuccin

o

Pro

du

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or

CN

PA

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se

nta

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Nu

triç

ão

Ora

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ífic

a -

Pa

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1

Sup

lem

ento

ora

l co

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hip

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rico

no

rmo

pro

teic

o, a

de

quad

o e

m

ind

ivíd

uo

s c

om

pato

log

ias o

nco

lóg

icas

1.

Fo

rne

ce

tod

as a

s v

itam

inas,

min

era

is e

olig

oe

lem

ento

s n

ecessário

s p

ara

um

a

alim

enta

ção

co

mp

leta

co

m u

ma c

once

ntr

ação

caló

rica 2

kcal/m

l co

m 1

8 g

de

pro

teín

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or g

arr

afa

1.

Ind

icad

o p

ara

sup

rir

as n

ece

ssid

ade

s n

utr

icio

nais

de

do

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s e

m tra

tam

ento

onco

lóg

ico, d

oe

nça c

ata

lica c

rónic

a e

/ou c

aq

ue

xia

2.

Esp

ecia

lmente

ind

icad

o e

m s

ituaçõ

es d

e c

ancro

do

pâncre

as e

cancro

pulm

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s.

É u

m s

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lem

ento

nutr

icio

nal rico

em

ácid

o e

ico

sap

enta

ico, á

cid

os g

ord

os

óm

eg

a 3

, antio

xid

ante

s e

fib

ra2.

Ind

icad

o p

ara

satisfa

ze

r as n

ece

ssid

ad

es n

utr

icio

nais

de

pacie

nte

s o

nco

lóg

icos,

co

m o

u e

m r

isco

de

maln

utr

ição

. A

co

nse

lhad

o d

esde

os p

rim

eiro

s s

into

mas d

e

falta d

e a

pe

tite

, alte

raçõ

es n

o p

ala

dar

ou p

erd

a d

e p

eso

3.

Sup

lem

ento

nutr

icio

nal o

ral, c

om

ple

to, d

e a

lto

valo

r p

rote

ico

e e

ne

rgé

tico

, co

m

ácid

o e

ico

sap

enta

ico e

fib

ra, co

m 1

1,3

g d

e p

rote

ína e

1,6

Kcal/m

L p

or g

arr

afa

.

É a

ind

a ise

nto

de

lacto

se

e g

lúte

n3.

Pro

duto

s q

ue

ofe

recem

um

a d

ieta

co

mp

leta

para

dia

tico

s,o

u p

ara

hip

erg

licé

mic

os.

Ad

eq

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-se

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ece

ssid

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s n

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icio

nais

esp

ecífic

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a d

esnutr

ição

ou

caso

s d

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ssid

ade

s p

rote

icas a

um

enta

das, na d

iab

ete

s m

elli

tus o

u

hip

erg

lice

mia

2,4

,5.

Co

nsum

ir e

ntr

e 1

a 3

garr

afa

s e

ntr

e r

efe

içõ

es c

om

o s

up

lem

ento

.

Tabela 7 - Fórmulas comerciais nutricionais específicas, parte 1

Page 65: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

55

1 N

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Health

Scie

nce. R

esourc

e E

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y. A

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m: https://w

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ricas/r

esourc

e-e

nerg

y, c

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9 d

e ju

nho d

e 2

017.

2 N

utr

icia

. F

ort

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cessív

el e

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.nutr

icia

.pt/pro

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/137/fort

imelr-e

nerg

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onsulta

do a

9 d

e ju

nho d

e 2

017.

3 N

estlé

Health

Scie

nce. R

esourc

e A

rgin

aid

. A

cessív

el e

m: https://w

ww

.nestle

health

scie

nce.p

t/m

arc

as/r

esourc

e-n

utr

icao-e

nte

rica-o

ral-adulto

s/r

esourc

e-m

odulo

s-n

utr

icio

nais

/resourc

e-a

rgin

aid

, consulta

do a

9 d

e ju

nho d

e 2

017.

4 N

utr

icia

. C

ubita

n. A

cessív

el e

m: http://w

ww

.nutr

icia

.pt/pro

duto

/129/c

ubita

n, consulta

do a

9 d

e ju

nho d

e 2

017.

Em

bala

ge

m d

e

14

saq

ue

tas d

e

7g

Tra

tam

en

to d

e

Fe

rid

as C

rón

icas

Re

so

urc

e A

rgin

aid

74

79

53

5

Ba

unilh

a

73

61

47

7B

ana

na

Alp

erc

e7

34

05

13

Cho

co

late

Ba

unilh

a

73

83

79

4

73

40

50

5

 Packs d

e 4

garr

afa

s d

e

20

0m

l

Cho

co

late

73

56

80

8

Mo

rang

o7

35

67

90

Cu

bit

an

(Nu

tric

ia)

Ba

unilh

a7

35

67

82

73

66

33

6M

ora

ng

o

Pre

para

ção

Co

lon

osco

pia

Re

so

urc

e

En

erg

y

 Packs d

e 4

garr

afa

s d

e

20

0m

l

Fo

rtim

el

En

erg

y7

36

14

85

Mo

rang

o7

34

04

97

Nu

triç

ão

Ora

l E

sp

ec

ífic

a -

Pa

rte

2

Pro

du

toS

ab

or

CN

PD

escri

ção

Ap

rese

nta

ção

Sup

lem

ento

s e

sp

ecífic

os p

ara

o

trata

me

nto

e p

reve

nção

de

fe

rid

as

cró

nic

as, co

mo

úlc

era

s d

e p

ressão

3,4.

São

fórm

ula

so

rais

hip

erp

rote

icas,

enriq

ue

cid

as

em

arg

inin

a e

mic

ronutr

iente

s c

om

o z

inco

, vitam

ina

A,

vitam

ina C

evitam

ina E

3,4.

Suple

me

nto

snutr

icio

nais

ora

is i

ndic

ados

para

nutr

ição e

m t

odo o

perí

odo p

ré-

colo

noscopia

1,2

.

Um

a ve

z que n

ão g

era

m re

síd

uos,

são

suple

men

tos

apto

s para

consum

o

dura

nte

o p

erí

odo de r

estr

ição

alim

enta

r1,2

.

Recom

en

daç

ão

de t

om

a:

4-5

garr

afa

s

por

dia

, dura

nte

o p

erí

odo d

e

pre

para

ção para

exa

me.

Recom

en

daç

ão

de t

om

a:

até

3 g

arr

afa

s

por

dia

, com

o s

uple

me

nto

da d

ieta

;

Recom

en

daç

ão

de t

om

a:

até

3 g

arr

afa

s

por

dia

, com

o s

uple

me

nto

da d

ieta

;

Dose r

ecom

enda

da

em

pre

venção:

1-2

saqueta

s

por

dia

.

Em

fase a

guda:

2-3

saqueta

s

por

dia

.

Tabela 8 - Fórmulas comerciais nutricionais específicas, parte 2

Page 66: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

56

Anexo IV – Dispositivos Médicos de Uso em Colostomia

1 V

ancouve

r C

hapte

r of th

e U

nite

d O

sto

my

Associa

tion o

f C

anada.

A H

andbook for

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Osto

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atie

nts

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ifth e

diti

on, 2012.

2 F

olh

eto

info

rmativ

o “

Guia

de S

olu

ções, O

sto

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Care

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roduto

s d

a C

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Tec

3 F

olh

eto

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Pense m

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Pense B

rava

™”

de p

roduto

s d

a C

olo

pla

st

Dis

po

sit

ivo

s M

éd

ico

s e

m O

sto

mia

ab

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rven

te d

e h

um

idad

e

Ge

lifi

ca

nte

s

Niv

ela

do

res

Sis

tem

as

de

du

as

pe

ça

s

Cin

tos

Saco

s d

e r

eco

lha

Sa

co

s

fec

ha

do

s

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co

s

dre

ve

is

Sis

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as

de

pe

ça

ún

ica

Sa

co

s

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is

Sa

co

s

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do

s

Cu

idad

os d

a p

ele

Rem

oved

or

de a

desiv

oP

rote

tore

s c

utâ

neo

s

Sa

co

que

po

ssui

inco

rpo

rad

a a

pla

ca

que

se

co

loca

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bre

o e

sto

ma

. E

sta

s b

ols

as,

po

r p

ossuíre

m m

eno

s e

lem

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s,

torn

am

-se

ma

is le

ves e

dis

cre

tas p

od

end

o e

ste

se

r um

fa

tor

de

cis

ivo

na

esco

lha

entr

e o

s d

ois

sis

tem

as

1.

Sis

tem

as c

onstitu

ído

s p

or

pla

ca

, q

ue

fic

a p

osic

iona

do

entr

e o

esto

ma

e s

aco

, q

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ad

ere

à p

laca

co

loca

da

no

esto

ma

. P

erm

ite

m o

flu

xo d

e g

ase

s q

ue

po

ssa

m

de

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rre

r d

o p

roce

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de

dig

estã

o. co

mo

ta

l, ne

sta

s s

itua

çõ

es,

as b

ols

as n

ão

pro

voca

m u

m e

feito

ba

lão

. E

ste

sis

tem

a é

prá

tico

pa

ra q

ue

m p

refe

re a

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na

s

tro

ca

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ols

a,

se

m n

ece

ssita

r d

e r

eco

rre

r à

re

tira

da

do

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olo

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çã

o d

e u

m

no

vo,

o q

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ag

iliza

o p

roce

sso

. P

od

e-s

e r

eco

rre

r a

o u

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pla

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onve

xas,

ind

ica

da

s p

ara

esto

ma

s r

etr

aíd

os,

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orm

ais

, d

e a

co

rdo

co

m a

s a

ltera

çõ

es d

a

mo

rfo

log

ia d

o e

sto

ma

1.

Os s

aco

s d

rená

veis

o

reco

me

nd

ad

os p

ara

que

m n

ão

po

ssui

tra

nsito

inte

stina

l re

gula

r,

esp

ecia

lme

nte

num

a f

ase

s-

cir

úrg

ica

1.

Po

r o

utr

o l

ad

o,

os s

aco

s fe

cha

do

s s

ão

ma

is ind

ica

do

s p

ara

ute

nte

s q

ue

rea

liza

m a

cnic

a d

e i

rrig

açã

o, e

co

mo

co

nse

quê

ncia

po

ssue

m m

eno

r

ativi

da

de

inte

stina

l1.

Te

nd

o e

m c

onta

esta

s i

nfo

rma

çõ

es a

esco

lha

re

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bre

o u

tente

que

de

cid

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mo

de

lo d

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aco

lhe

é m

ais

co

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nie

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e

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rtá

vel

de

utiliz

ar.

Fa

cili

ta n

a r

em

oçã

o n

ão

tra

um

ática

do

sa

co

de

osto

mia

e r

esíd

uo

s d

e a

de

siv

o m

éd

ico

pre

venin

do

irri

taçã

o d

a p

ele

2,3

.

Co

me

rcia

liza

do

em

sp

ray

e to

alh

ita

s.

Pro

duto

s n

ão

irr

ita

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1.

Tabela 9 - Dispositivos médicos utilizados em colostomia.

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M 2016- 17

REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADOEM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Hospital Privado da Trofa

Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar

RELATÓRIODE ESTÁGIO

Page 69: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

i

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Julho de 2017 a Setembro de 2017

Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar

Orientador: Dr.ª Patrícia André Simões de Moura

_______________________________

Outubro de 2017

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ii

Declaração de Integridade

Eu, Sara Filipa Bezerra Monteiro de Aguiar, abaixo assinado, nº 201203224, aluna

do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste

documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes

dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a

outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso

colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de _______________ de _______

Assinatura: _________________________________

Page 71: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

iii

Agradecimentos

A concretização deste percurso académico deve-se ao esforço e empenho de pessoas que

colaboram com a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, com o objetivo de tornar os

futuros farmacêuticos que por si passam num profissional de saúde exímio.

Deste modo, quero agradecer à Comissão de Estágios, da qual o trabalho e dedicação

empregue na promoção de um estágio profissionalizante de excelência para os seus estudantes,

resultou no programa curricular que oferecem. Obrigada à Professora Doutora Irene Rebelo por

estabelecer uma ponte de contacto com o ambiente hospitalar nacional.

Obrigada ao Grupo Trofa Saúde por me providenciar a possibilidade de realizar deste estágio,

em especial à Dr.ª Patrícia Moura, pela simpatia com que me recebeu, pela preocupação

demonstrada em transmitir os alicerces da prática de farmácia hospitalar e por defender um estilo

de ensino com uma contextualização prática.

Um agradecimento especial ao Dr. Ricardo Carvalho, que me acompanhou em todo o meu

percurso de estágio no Hospital Privado da Trofa e que se tornou numa referência pessoal como

farmacêutico hospitalar. Obrigada pela amabilidade com que me recebeu, pela dedicação ao meu

estágio, mesmo em horas mais árduas, e por toda a confiança depositada em mim.

Obrigada à equipa do Hospital Privado da Trofa com que privei, pelo apoio, disponibilidade e

profissionalismo com que me trataram, fazendo-me sentir parte da equipa. Um obrigada especial ao

Enfermeiro Paulo e à D. Rosa pelo ambiente descontraído que proporcionaram nos períodos de

almoço e momentos de convivência.

A todos aqueles que contribuíram para o meu sucesso numa etapa final da minha vida

acadêmica, o meu mais sincero obrigada!

Page 72: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

iv

Resumo

Este período de estágio profissionalizante culmina com a passagem pelos serviços

farmacêuticos hospitalares do Hospital Privado da Trofa.

O estágio em ambiente hospitalar dota o futuro farmacêutico de ferramentas não só

específicas, como transversais às diversas atividades que o mesmo poderá executar na área da

saúde, estabelecendo um ponto de contacto entre mundo laboral e académico.

É, sem dúvida, uma experiência única, que permite vivenciar um mundo no qual a intervenção

farmacêutica desempenha um papel fundamental para que a passagem do doente pelo ambiente

hospitalar se proporcione da melhor forma. Embora a atividade farmacêutica possa não ser visível

na ótica do utente, é essencial para a operacionalidade de um hospital.

Neste estágio pude colaborar e participar de forma ativa nas diversas atividades inerentes

aos serviços farmacêuticos hospitalares do Hospital Privado da Trofa.

Durante este período pude beneficiar, em conjunto com os demais estagiários do Grupo Trofa

Saúde, da realização de uma visita à unidade hospitalar do grupo em Alfena, Hospital Privado de

Alfena (Valongo). Esta visita teve como intuito conhecer as instalações do armazém interno do

grupo, o GHT-Serviços, Lda., nas quais se realizam atividades de coordenação dos diversos

serviços hospitalares do grupo. Nesta deslocação tivemos também a oportunidade de visitar as

instalações dos serviços farmacêuticos hospitalares do Hospital Privado de Alfena, estabelecendo

paralelos de atividade entre os restantes serviços farmacêuticos do grupo e ver os locais destinados

à produção de citotóxicos, preparação de formas farmacêuticas estéreis e não estéreis, que se

realizam neste serviço.

Este relatório tem como propósito dar a conhecer as valências pessoais adquiridas,

abordando a orgânica das práticas inerentes ao circuito do medicamento a nível hospitalar. Ao longo

deste são descritas as atividades em que participei nos serviços farmacêuticos hospitalares do

Hospital Privado da Trofa, durante o período de dois meses de estágio, entre julho e setembro de

2017.

Page 73: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

v

Índice

Declaração de Integridade _________________________________________________________ ii

Agradecimentos ________________________________________________________________ iii

Resumo ______________________________________________________________________ iv

Índice de Figuras _______________________________________________________________ vii

Índice de Anexos _______________________________________________________________ vii

Lista de Abreviaturas ___________________________________________________________ viii

1. Introdução __________________________________________________________________1

1.1. Grupo Trofa Saúde Hospital _____________________________________________ 1

1.2. Hospital Privado da Trofa _______________________________________________ 1

2. Serviços Farmacêuticos Hospitalares do Grupo Trofa Saúde __________________________2

2.1. Recursos Humanos ___________________________________________________ 2

2.2. Recursos Informáticos _________________________________________________ 3

2.3. Serviços Farmacêuticos do Hospital Privado da Trofa ________________________ 4

2.3.1. Localização, Horário de Funcionamento e Organização ___________________ 4

2.4. Armazém de Distribuição Interna do Grupo Trofa Saúde ______________________ 5

3. Circuito de Medicamentos do Grupo Trofa Saúde ___________________________________5

3.1. Formulário Hospitalar do Grupo Trofa Saúde _______________________________ 5

3.2. Seleção e Aquisição de Produtos Farmacêuticos ____________________________ 5

3.2.1. Aquisição Produtos Extra-Formulário __________________________________ 6

3.2.2. Autorização Utilização Excecional ____________________________________ 6

3.3. Receção e Armazenamento de Medicamentos e Produtos de Saúde ____________ 6

3.3.1. Receção de Encomendas __________________________________________ 6

3.3.2. Armazenamento de Medicamentos e Produtos de Saúde__________________ 7

3.4. Controlo de Medicamentos _____________________________________________ 8

3.4.1. Temperatura e Humidade __________________________________________ 8

3.4.2. Inventário _______________________________________________________ 8

3.4.3. Controlo de Prazos de Validade ______________________________________ 9

4. Distribuição de Medicamentos e Produtos de Saúde ______________________________ 10

4.1. Distribuição Clássica _________________________________________________ 10

4.2. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária _____________________________ 10

4.3. Distribuição em Ambulatório ___________________________________________ 12

Page 74: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

vi

4.4. Distribuição de Sugamadex ____________________________________________ 13

4.5. Gases Medicinais ____________________________________________________ 13

5. Circuitos Especiais de Medicamentos Controlados ________________________________ 14

5.1. Estupefacientes e Psicotrópicos ________________________________________ 14

5.2. Medicamentos Derivados do Sangue e do Plasma Humano___________________ 16

6. Farmacotecnia ____________________________________________________________ 17

6.1. Preparações Farmacêuticas Estéreis ____________________________________ 17

6.1.1. Citotóxicos _____________________________________________________ 17

6.1.2. Nutrição Parentérica ______________________________________________ 18

6.2. Preparações Farmacêuticas Não Estéreis _________________________________ 18

6.3. Reembalamento e Fracionamento de Comprimidos _________________________ 18

7. Considerações Finais _______________________________________________________ 20

Bibliografia ___________________________________________________________________ 21

Anexos ______________________________________________________________________ 23

Anexo I – Impresso para Registo de Levantamento de Medicação _______________________ 23

Anexo II – Planificação da Farmácia Hospitalar do Hospital Privado da Trofa _______________ 24

Anexo III – Plano Operacional dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares __________________ 25

Anexo IV – Impresso para Justificação de Receituário de Medicamentos __________________ 26

Anexo V – Impresso para Requisição de Autorização de Utilização Excecional _____________ 27

Anexo VI – Documento de Atribuição de Autorização de Utilização Excecional ______________ 28

Anexo VII – Registos Informáticos de Temperatura e Humidade _________________________ 29

Anexo VIII – Fluxograma para Controlo de Prazos de Validade __________________________ 30

Anexo IX – Cronograma de Controlo de Prazo de Validade Interno _______________________ 31

Anexo X – Impresso para Justificação de Uso de Sugamadex ___________________________ 32

Anexo XI – Impresso de Registo Gases Medicinais ___________________________________ 33

Anexo XII – Impressos Próprios do Circuito de Estupefacientes e Psicotrópicos _____________ 34

Anexo XIII – Via Farmácia e Via Serviço da Requisição de Hemoderivados ________________ 35

Anexo XIV – Exemplo Ficha de Preparação na Produção de Manipulados _________________ 37

Anexo XV – Modelo Próprio de Registo de Reembalamento ____________________________ 38

Page 75: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

vii

Índice de Figuras

Figura 1 – Organograma dos Farmacêuticos Responsáveis dos Serviços Farmacêuticos do Grupo

Trofa Saúde ........................................................................................................................................ 3

Índice de Anexos

Anexo I – Impresso para Registo de Levantamento de Medicação ................................................ 23

Anexo II – Planificação da Farmácia Hospitalar do Hospital Privado da Trofa ............................... 24

Anexo III – Plano Operacional dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares ...................................... 25

Anexo IV – Impresso para Justificação de Receituário de Medicamentos ...................................... 26

Anexo V – Impresso para Requisição de Autorização de Utilização Excecional ............................ 27

Anexo VI – Documento de Atribuição de Autorização de Utilização Excecional ............................. 28

Anexo VII – Registos Informáticos de Temperatura e Humidade .................................................... 29

Anexo VIII – Fluxograma para Controlo de Prazos de Validade ..................................................... 30

Anexo IX – Cronograma de Controlo de Prazo de Validade Interno ............................................... 31

Anexo X – Impresso para Justificação de Uso de Sugamadex ....................................................... 32

Anexo XI – Impresso de Registo Gases Medicinais ........................................................................ 33

Anexo XII – Impressos Próprios do Circuito de Estupefacientes e Psicotrópicos ........................... 34

Anexo XIII – Via Farmácia e Via Serviço da Requisição de Hemoderivados .................................. 35

Anexo XIV – Exemplo Ficha de Preparação na Produção de Manipulados .................................... 37

Anexo XV – Modelo Próprio de Registo de Reembalamento .......................................................... 38

Page 76: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

viii

Lista de Abreviaturas

AIM: Autorização de Introdução no Mercado

AUE: Autorização de Utilização Excecional

CAUL: Certificado de Autorização de Utilização de Lote

CFT: Comissão de Farmácia e Terapêutica

COELL: Certificado Oficial Europeu de Libertação de Lote

DCI: Denominação Comum Internacional

DIDDU: Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

FHGTS: Formulário Hospitalar Grupo Trofa Saúde

GHT-Serviços: GHT-Serviços Lda.

GTS: Grupo Trofa Saúde

HdF: Hospital de Dia de Famalicão

HPAV: Hospital Privado de Alfena (Valongo)

HPB: Hospital Privado de Braga

HPBC: Hospital Privado de Braga Centro

HPBN: Hospital Privado da Boa Nova

HPG: Hospital Privado de Gaia

HPT: Hospital Privado da Trofa

INCM: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S.A.

INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

PV: Prazo de Validade

SFH: Serviços Farmacêuticos Hospitalares

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1

1. Introdução

1.1. Grupo Trofa Saúde Hospital

O Grupo Trofa Saúde Hospital (GTS) constitui uma rede integrada de hospitais privados, com

forte presença no norte do país. Em corrente expansão, assume um papel de referência no setor

hospitalar a nível nacional. Diferencia-se pelos seus objetivos e princípios, com um empenho na

promoção de cuidados de saúde diferenciados e de excelência, procurando acompanhar as

evoluções contínuas da medicina moderna1.

Os hospitais pertencentes ao GTS são o Hospital Privado de Alfena (HPAV), Hospital Privado

da Trofa (HPT), Hospital Privado da Boa Nova (HPBN), Hospital Privado de Braga Centro (HPBC)

e Hospital Privado de Braga Sul (HPB). Além destas unidades, o GTS possui hospitais de dia, o

Hospital de dia de São João da Madeira, Hospital de dia da Maia e Hospital de dia de Famalicão

(HdF). Nestes últimos são providenciados cuidados de saúde intermédios, entre internamento

completo e ambulatório, para a população local.

Em coordenação com as diferentes unidades do GTS, existe o armazém de distribuição

interno, GHT-Serviços Lda. (GHT-Serviços), também designado como armazém central. É através

do departamento farmacêutico deste fornecedor interno que decorre o aprovisionamento de

medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos de saúde referentes aos SHF nos diversos

hospitais do GTS.

1.2. Hospital Privado da Trofa

O HPT prima pela oferta e qualidade dos seus serviços clínicos, destacando-se por ser a

unidade berço do grupo.

Com especial enfoque nas áreas de especialização de ortopedia, medicina interna,

ginecologia, obstetrícia e otorrinolaringologia, este hospital disponibiliza ainda os mais variados

serviços clínicos, como urgência 24 horas de adultos e pediátrica, blocos operatórios, unidades de

neonatologia, maternidades com diversas salas de parto, medicina física e reabilitação, consultas

externas com mais de 45 especialidades clínicas, para além de dispor de meios complementares

de diagnóstico2.

Este projeto de saúde revela um empenho em acompanhar os avanços da medicina moderna.

Dotando-se da tecnologia médica mais inovadora, o corpo clínico e equipa do HPT procuram prestar

um cuidado de excelência, de acordo com os altos padrões de qualidade, sob a liderança do diretor

clínico Prof. Dr. Paulo Araújo e do administrador Dr. Miguel Batista.

A localização do hospital, nas proximidades do centro da cidade da Trofa, na Rua António Sá

Couto Araújo, beneficia de uma área envolvente calma e com diversos espaços verdes. As

instalações oferecem um amplo parque de estacionamento, para comodidade dos colaboradores,

utentes e visitantes.

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2

2. Serviços Farmacêuticos Hospitalares do Grupo Trofa Saúde

Os serviços farmacêuticos hospitalares (SFH) constituem um departamento responsável pela

promoção da utilização com segurança e eficácia de medicamentos e restantes produtos de saúde

afetos ao seu serviço3,4.

Em articulação com os demais profissionais de saúde hospitalares, os farmacêuticos

responsáveis devem garantir a qualidade do seu serviço, cumprindo com o dever da realização de

tarefas entre validação de prescrições, farmacovigilância, providenciar assistência técnica e

científica aos serviços hospitalares e promovendo ações de investigação e ensino3,4.

Os SFH são dotados de autonomia técnico-científica, encontrando-se sujeitos à orientação

do Conselho de Administração da unidade local4.

As atividades dos SFH compreendem preparação, verificação, armazenamento e distribuição

de medicamentos e outros produtos de saúde ou diagnóstico referentes aos diversos serviços

hospitalares4.

Ao longo deste estágio curricular adquiri um rol de competências específicas de farmácia

hospitalar, sob a orientação do Dr. Ricardo Carvalho, de acordo com o plano operacional semanal

estabelecido nos serviços farmacêuticos hospitalares (SFH) do Hospital Privado da Trofa (HPT).

2.1. Recursos Humanos

Os serviços de farmácia hospitalar presentes nas unidades hospitalares do GTS funcionam

sob a orientação da farmacêutica coordenadora e especialista em farmácia hospitalar, Dra. Patrícia

Moura, como representado na Figura 1.

Ao nível de cada unidade existe um farmacêutico, diretor técnico dos serviços farmacêuticos

hospitalares. No caso do HPT, meu local de estágio, este cargo pertence ao Dr. Ricardo Carvalho.

As relações de proximidade entre as diversas unidades do GTS refletem-se nos SFH do

grupo. Diariamente é estabelecido contacto entre os diversos farmacêuticos responsáveis do GTS

para coordenação interna e otimização dos serviços e recursos disponíveis.

Os hospitais de dia não possuem SFH locais pelo que se encontram sob a gestão do

farmacêutico da unidade hospitalar com SFH mais próxima, em coordenação com corpo clínico do

hospital de dia.

Durante o meu período de estágio tive a oportunidade de verificar como se processa esta

coordenação entre SFH e Hospitais de Dia, uma vez que a prestação de SFH ao HdF se encontra

sob a orientação do Dr. Ricardo Carvalho.

Page 79: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

3

2.2. Recursos Informáticos

Os SFH do GTS recorrem a 3 sistemas informáticos, PHC, CPC e Intranet para auxílio na

concretização de tarefas de gestão e prática farmacêutica necessárias diariamente em todo o

circuito do medicamento e produtos de saúde.

Destes três programas, o CPC foi o sistema informático com o qual lidei de forma mais

frequente ao longo do estágio obtendo a capacidade de me tornar autónoma nas diversas tarefas

inerentes à atividade de farmácia hospitalar. Este auxilia na gestão dos medicamentos e restantes

produtos de farmácia permitindo em tempo real determinar a quantidade física dos mesmos nos

diversos serviços dos hospitais do grupo, permite rececionar e satisfazer informaticamente pedidos

realizados aos SFH pelos serviços hospitalares bem como executar pedidos de encomenda à

empresa GHT-Serviços. O CPC é também o programa onde se procede à validação de prescrições

inseridas aquando do internamento de doentes, sendo uma ferramenta indispensável na prática de

farmácia clínica uma vez que é possível aceder ao histórico clínico do doente e dados pessoais

relevantes para validar com segurança a prescrição atribuída.

O programa PHC é utilizado sobretudo pela GHT-Serviços para a criação e receção de

encomendas de laboratórios. O meu contacto com este programa estabeleceu-se à base de

emissão de guias de transporte necessárias para envio de produtos afetos ao serviço entre hospitais

e o armazém central, estabelecendo um portal de comunicação com a Autoridade Tributária e

Aduaneira.

A Intranet estabelece uma plataforma de comunicação entre PHC e CPC. Dos três softwares

foi o que menos contacto usufruí, devido à natureza do seu intuito na plataforma informática do GTS.

É na Intranet que se encontram documentos relativos à qualidade de procedimentos internos, sendo

também através deste programa que a GTH-Serviços, Lda. envia as encomendas para o setor de

compras de forma a este emitir a nota de encomenda.

Saliento os conhecimentos teóricos e a prática que o Dr. Ricardo transmitiu e promoveu, que

culminaram na aquisição de um bom domínio das capacidades do CPC.

Figura 1 – Organograma dos Farmacêuticos Responsáveis dos Serviços Farmacêuticos do Grupo Trofa Saúde

Page 80: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

4

2.3. Serviços Farmacêuticos do Hospital Privado da Trofa

2.3.1. Localização, Horário de Funcionamento e Organização

De acordo com as guias do manual de farmácia hospitalar, a localização dos SFH deve ser

de fácil acesso interno e externo5. Como tal, no HPT, os mesmos localizam-se no piso -1, próximo

de acessos aos restantes serviços do hospital, exclusivos a pessoal interno, e junto ao local de

cargas e descargas de transportes. Os SFH do HPT possuem sala própria, com acesso destinado

apenas a pessoal afeto ao serviço.

Os SFH são dotados de autonomia técnico-científica, encontrando-se sujeitos à orientação

do Conselho de Administração da unidade local.

A direção técnica dos SFH do HPT pertence ao Dr. Ricardo Carvalho, cujo horário de trabalho

é compreendido entre as 9h e as 18h com uma hora de almoço, entre as 13h e as 14h. Em situações

em que seja necessário contactar com os SFH fora do horário de funcionamento, é estabelecido

contacto com a farmacêutica coordenadora, cujo número consta da lista de contactos de urgência

do hospital. Durante o período de estágio curricular o horário que cumpri, foi o de funcionamento

dos SFH do HPT, onde pude acompanhar e inclusive colocar em prática os conhecimentos

adquiridos.

Caso, na ausência do farmacêutico responsável e por motivos de urgência maior, seja

necessário recorrer à farmácia, esta deslocação é realizada pelo enfermeiro responsável no serviço

requisitante, acompanhado de uma segunda pessoa, com o conhecimento prévio do farmacêutico

e do enfermeiro coordenador. Para tal terá de preencher, nos SFH, um impresso próprio de registo

de levantamento da medicação. Neste impresso é detalhado qual o medicamento levantado,

identificado pela Denominação Comum Internacional (DCI), a quantidade, o serviço ou doente para

o qual foi requisitado, sendo assinado pelo enfermeiro que realiza o levantamento (Anexo I).

Os SFH do HPT são um espaço amplo, de fácil circulação, sem incidência de luz solar direta

para proteção dos medicamentos. O espaço está dividido em locais de trabalho, zona de receção

de encomendas e zona de satisfação de pedidos. Relativamente ao armazenamento de

medicamentos e produtos de saúde, este segue uma disposição lógica, em temos de forma

farmacêutica/produto de saúde e por ordem alfabética de acordo com a substância ativa. Durante o

estágio desenvolvi uma planificação da localização dos medicamentos e outros produtos na

farmácia para uso interno, como forma de auxílio na recolha de medicamentos ou produtos de saúde

(Anexo II).

As atividades dos SFH seguem um plano operacional diário e semanal, como forma de

otimizar a produtividade e promover a eficiência do serviço prestado. Este plano difere de hospital

para hospital, de acordo com as necessidades específicas.

O meu plano de estágio nos SFH do HPT iniciou-se com a aprendizagem e compreensão da

base da metodologia aplicada em cada uma das tarefas do plano operacional (Anexo III), evoluindo

ao longo do tempo, até que fosse capaz de ser independente na concretização destas mesmas

tarefas, sempre sob a orientação do farmacêutico responsável.

Page 81: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

5

2.4. Armazém de Distribuição Interna do Grupo Trofa Saúde

Os SFH do GTS trabalham em conjunto com um armazenista interno, GHT-Serviços, que

assegura a distribuição dos medicamentos e produtos que sejam desejados, sob direção técnica da

Dra. Patrícia Mourão.

O GHT-Serviços providencia serviços de consultoria e gestão às empresas e unidades

hospitalares do GTS, para além de disponibilizar aos SFH funções de aprovisionamento e

distribuição por grosso de medicamentos. Com instalações próprias adjacentes ao Hospital Privado

de Alfena, é aqui que se realiza a logística de receção e distribuição no departamento de farmácia

de todos os produtos referentes aos SFH.

Estas instalações foram devidamente planeadas, de forma a cumprir com os requisitos para

a produção de citotóxicos para ciclos de quimioterapia realizados nas diferentes unidades do grupo.

Neste local existe um cofre para armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos, um frigorífico

para armazenar produtos de frio e um local adequado para armazenamento de medicamentos de

quimioterapia.

3. Circuito de Medicamentos do Grupo Trofa Saúde

3.1. Formulário Hospitalar do Grupo Trofa Saúde

O GTS possui um formulário próprio, desenvolvido com base no Formulário Hospitalar

Nacional de Medicamentos e ajustado à medida do grupo, de acordo com as necessidades vigentes,

designado por Formulário Hospitalar do Grupo Trofa Saúde (FHGTS).

Este formulário interno foi desenvolvido pelos profissionais de saúde do GTS pertencentes à

Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT). Esta comissão reúne-se de 2 em 2 meses, para avaliar

a necessidade de realização de alterações ao formulário interno.

3.2. Seleção e Aquisição de Produtos Farmacêuticos

A responsabilidade da aquisição dos medicamentos que constam no FHGTS recai sobre o

GHT-Serviços. Anualmente são estabelecidos acordos com diferentes laboratórios para aquisição

de diversos medicamentos. É estabelecido também um segundo laboratório preferencial para cada

medicamento, caso exista rutura de stock no fornecedor principal.

Semanalmente, são realizadas encomendas por cada farmacêutico dos SFH das diferentes

unidades hospitalares à GHT-Serviços, com base nos stocks ideais predefinidos para cada

medicamento. O armazenista procede ao agrupamento de todos os pedidos e, por meio do

departamento de compras, procede ao envio das encomendas aos laboratórios.

Page 82: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

6

3.2.1. Aquisição Produtos Extra-Formulário

Caso um médico deseje prescrever um medicamento que não esteja incluído no FHGTS deve

iniciar o processo de requisição à CFT através do preenchimento do impresso de “Justificação de

Receituário de Medicamentos” (Anexo IV).

A CFT dá o seu parecer quanto ao requerimento e, na eventualidade de se justificar, procede

a uma adenda ao FHGTS.

3.2.2. Autorização Utilização Excecional

Em certos casos, surge a necessidade, por inexistência de uma alternativa terapêutica, de

recorrer à importação de medicamentos cujo fabricante ou responsável legal pela comercialização

não possua Autorização de Introdução no Mercado (AIM) atribuído em Portugal.

Em Portugal, apenas a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

(INFARMED) pode conceder a utilização de medicamentos que não possuem AIM nacional, com

justificação clínica devida que se enquadre dentro dos trâmites legais3,6. Estes pedidos devem ser

oficializados pelos meios adequados, durante o mês de setembro, por pedido único de Autorização

de Utilização Excecional (AUE), para efetividade no ano seguinte7.

Após a tomada de decisão desta via de aquisição de medicamentos, os SFH são

responsáveis pela requisição e gestão do AUE, caso o mesmo seja concedido. Para este efeito, é

necessário proceder ao preenchimento devido do impresso próprio para requisição ao INFARMED

(Anexo V).

Caso o AUE seja concedido, o INFARMED comunica a decisão ao requerente através da

emissão de um documento onde consta a identificação do medicamento, respetiva dose e forma

farmacêutica, a identificação do estabelecimento de saúde autorizado a utilizar o medicamento,

prazo de validade (PV) do AUE e quantidade autorizada para encomenda (Anexo VI). Este

documento é enviado, junto com a nota de encomenda, ao laboratório autorizado a comercializar o

medicamento de modo a despoletar o processo de aquisição do mesmo.

Os AUE possuem a validade de 1 ano, sendo que se deve proceder à sua revalidação anual,

caso se justifique. A documentação referente aos processos de AUE deve ser armazenada por um

período de 5 anos, devendo ser facultados ao INFARMED caso sejam requisitados3,7.

O HPT teve de recorrer a esta via de aquisição para determinados fármacos, incluindo para

a aquisição de triamcinolona na forma farmacêutica de solução injetável, medicamento da classe

dos anti-inflamatórios não-esteróides, cujo AIM não existe em Portugal.

3.3. Receção e Armazenamento de Medicamentos e Produtos de Saúde

3.3.1. Receção de Encomendas

No armazém de distribuição, GHT-Serviços, a receção processa-se com a conferência

qualitativa e quantitativa da encomenda, comparando com os valores descritos na nota de

encomenda.

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7

As encomendas aos laboratórios pelo GTS são realizadas de acordo com as necessidades,

sendo que são estabelecidos acordos anualmente para determinação do valor de compra ao

fornecedor. Para atingir patamares de compra mais favoráveis, pode ser necessário realizar uma

encomenda de quantidades superiores às necessárias no imediato, este stock extra é armazenado

nas instalações em Alfena.

Nos SFH de cada unidade hospitalar procede-se à receção das encomendas, realizadas às

sextas feiras à GHT-Serviços, ao longo da semana seguinte. O processo de receção implica a

verificação das quantidades enviadas, com registo dos lotes e prazos de validade de todos os

medicamentos ou produtos nas respetivas guias de transporte. Estas últimas são posteriormente

arquivadas numa pasta própria por ordem cronológica.

3.3.2. Armazenamento de Medicamentos e Produtos de Saúde

No processo de armazenamento, é seguida a norma “First Expired, First Out”, o que significa

que, dentro de um tipo de produto ou medicamento, aqueles cujos prazos de validade expiram

primeiro são os primeiros a serem distribuídos pelos serviços, ou atribuídos na dose unitária aos

doentes. Para facilitar a identificação dos medicamentos ou produtos com PV mais curto, coloca-se

a identificação no medicamento, gaveta ou, no local de armazenamento dos mesmos, uma etiqueta

com a designação “Usar 1º”.

O armazenamento é realizado em módulos de prateleiras ou gavetas, com uma disposição

espacial racional e intuitiva e nunca em contacto direto com o chão, de acordo com as guias

descritas no manual de farmácia hospitalar5.

Ao nível do armazém central, GHT-Serviços, o armazenamento de medicamentos e outros

produtos de farmácia hospitalar é temporário, uma vez que o stock fornecido pelos laboratórios é

distribuído, conforme os pedidos efetuados, aos diversos hospitais do grupo, após a receção.

Nos SFH do HPT estabeleceu-se uma distribuição lógica dos diversos produtos de farmácia

hospitalar, por ordem alfabética, com identificação por DCI e código interno. Desta forma há uma

distribuição em áreas distintas, com base em grupo farmacoterapêutico, na forma farmacêutica do

medicamento ou de acordo com a especificidade de determinados produtos para serviços internos,

como no caso da fisioterapia ou dentária (Anexo II).

Alguns tipos de medicamentos e produtos de farmácia requerem especificações no

armazenamento. Este é o caso dos estupefacientes e psicotrópicos, que são mantidos num cofre

nos SFH, devidamente identificados e rotulados. Nos diversos serviços onde possa ser necessário

recorrer com urgência ao uso deste tipo de medicamentos, incluindo urgência, bloco operatório,

internamento e carros de emergência, existe também um stock fechado. A explicação do

procedimento de reposição deste stock é detalhada no capítulo “5.1. Estupefacientes e

psicotrópicos”.

Nos serviços em que se justifica, existem carros de emergência com um stock de

medicamentos, incluindo estupefacientes e psicotrópicos, definido pelos SFH em conjunto com o

corpo clínico. Esta medicação encontra-se selada, pelo que, na eventualidade de necessidade de

recurso ao uso do carro de emergência, deve ser comunicada aos SFH, em registo apropriado, a

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8

informação relativa à medicação utilizada e a justificação da mesma, de forma a que se proceda à

requisição do stock do carro de emergência.

Os inflamáveis também requerem certas especificações no seu armazenamento, sendo

colocados num local destinado para o efeito com a existência de bacias de retenção.

Os medicamentos termolábeis são armazenados num frigorífico, nas condições de

temperatura adequadas, entre 2 a 8ºC.

O armazenamento de gases medicinais é efetuado numa sala própria, por razões de

segurança. Esta sala encontra-se no mesmo piso dos SFH, na proximidade dos serviços de

manutenção, que, em articulação com o farmacêutico responsável, coordenam o uso, receção e

saídas de garrafas.

No exterior das instalações do HPT, sob a responsabilidade dos SFH, encontra-se o tanque

de oxigénio medicinal.

Nos SFH do HPT não existe uma área reservada ao armazenamento dos citotóxicos, visto

que estes são produzidos no HPAV.

3.4. Controlo de Medicamentos

3.4.1. Temperatura e Humidade

Nos diversos locais do HPT onde se encontram produtos com especificações de temperatura

e humidade, às quais o seu armazenamento deve estar sujeito, existem termohigrómetros e

sensores de temperatura e humidade digitais, que enviam automaticamente medições das

condições para o serviço de manutenção.

Nos SFH, o ambiente deve encontrar-se a uma temperatura inferior a 25ºC e com humidade

inferior a 60%. No caso dos medicamentos e produtos termolábeis, armazenados no frigorífico, as

condições de armazenamento situam-se entre 2 a 8ºC. O controlo destes parâmetros é efetuado

por sondas presentes no local, com registo informático. Quando as sondas detetam valores fora do

intervalo definido, o sistema interno dá um alarme de aviso ao serviço de informática e aos SFH,

que devem determinar a causa e justificar os valores devidamente. Os SFH determinam se foi

comprometida a qualidade dos medicamentos e produtos no serviço afetado.

O serviço de manutenção é responsável por emitir registos diários semanalmente e por

remeter aos SFH os mesmos, em suporte informático (Anexo VII).

As sondas de determinação de temperatura e humidade são calibradas anualmente por uma

empresa externa ao GTS, como controlo externo.

3.4.2. Inventário

O inventário total dos produtos que constituem o stock dos SFH do HPT é realizado uma vez

por ano. Esta tarefa inicia-se nos últimos meses do ano, concluindo-se em dezembro, para fecho de

contas do serviço.

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9

3.4.3. Controlo de Prazos de Validade

O controlo do PV de medicamentos e produtos de saúde segue várias etapas, definidas em

conjunto para os SFH do GTS e, a nível local, no HPT.

Neste ponto detetam-se as mais valias do trabalho em grupo dos diferentes SFH, que

promovem a redução de perdas e gastos com medicamentos e outros produtos com PV atribuído.

Em cada serviço do hospital é atribuída a responsabilidade de verificação dos prazos de

validade dos produtos de farmácia. Esta pode ser exclusivamente dos SFH ou dos serviços,

conforme for definido.

No início de cada mês são identificados os medicamentos, cujo término do PV ocorre nos três

meses seguintes. A etapa subsequente consiste em estabelecer contacto com os SFH. Caso

existam medicamentos com PV superior nos SFH, é efetuada uma troca dos mesmos. Se não

houver possibilidade da ocorrência desta troca, mesmo entre diferentes unidades do GTS, é

estabelecido, entre farmacêutico e equipa de enfermeiros, quais os procedimentos a tomar: se o

produto se mantém no serviço ou é transferido para a farmácia. De uma forma ou outra, são

devidamente identificados fisicamente, de forma apelativa, como produtos com PV a terminar.

Estas orientações encontram-se descritas num fluxograma presente nos diversos serviços

hospitalares com armazenamento de fármacos e nos SFH (Anexo VIII).

A nível do stock interno dos SFH, são também impostos procedimentos para controlo do PV

dos medicamentos e restantes produtos afetos ao serviço.

No início de cada ano é feito um levantamento de todas as validades cujo PV termina nesse

ano e efetuado registo informático em formato Excel. É a partir desta listagem que, mensalmente,

são identificados, no local, as validades com prazo de término em 3 meses. Todos os medicamentos

que apresentem um PV nesta situação são identificados com etiquetas com a designação “Prazo

de validade a terminar”, nas quais se escreve a data de término do mesmo.

Não obstante, diariamente os SFH do HPT recebem encomendas provenientes do distribuidor

interno e de outros hospitais do grupo, pelo que existe a possibilidade de falha de registo do PV

destes produtos. Como tal, para eliminar qualquer possibilidade de falha de registo, na receção de

qualquer medicamento ou produto para armazenamento nos SFH, são verificados os prazos de

validade e identificados todos aqueles cuja validade termina no ano vigente, acrescentando-se o

seu registo ao documento informático. Desta forma, para diminuir a probabilidade de algum

medicamento com PV curto ser porventura rejeitado por término de prazo, existe um cronograma

mensal para reavaliação dos prazos de validades existentes no SFH (Anexo IX)

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10

4. Distribuição de Medicamentos e Produtos de Saúde

A distribuição dos medicamentos, atividade fundamental dos SFH, deve cumprir metodologias

impostas para assegurar a utilização segura, eficaz e racional do medicamento, em organização

estreita com os diversos serviços onde se procede ao uso do mesmo.

Em caso de urgência, os serviços clínicos podem requerer medicação ou produtos de saúde

via telefónica ou de forma presencial.

Ao nível do HPT, os SFH devem, através da implementação de uma distribuição segura e

racional, satisfazer as necessidades dos serviços de internamento, bloco operatório, bloco de

partos, imagiologia, urgência, fisioterapia e diversas especialidades de consulta3.

Para além da responsabilidade da distribuição de medicamentos e produtos de saúde aos

diversos serviços clínicos do HPT, os SFH desta unidade hospitalar são ainda responsáveis pela

distribuição de medicamentos para o HdF.

4.1. Distribuição Clássica

O sistema de circuito de medicamentos em distribuição clássica funciona com base num

sistema de reposição de stock nivelados. Entre o farmacêutico, a equipa médica e o enfermeiro

responsável de cada serviço clínico, é estabelecido um stock fixo de medicamentos, baseado nas

necessidades características do serviço. Este é designado como stock ideal e a sua distribuição

interna deve ser estar descrita em local visível3,5.

Este género de distribuição tem como objetivo agilizar o processo de acesso à medicação

pela equipa clínica, promovendo eficiência e não descurando a segurança do uso do medicamento

No HPT, a gestão deste tipo de distribuição depende de serviço para serviço. Na sua maioria,

os enfermeiros responsáveis emitem um pedido de stock interno via CPC, que recaí num menu

próprio designado “Satisfação de Pedidos”, ao qual os SFH acedem para proceder à validação e

aviamento. No entanto, em certos serviços, como no bloco operatório e no internamento, é da

responsabilidade do farmacêutico garantir que o stock local permanece de acordo com o pré-

definido, estabelecendo-se a periocidade de reposição em conjunto com a equipa clínica.

Como estagiária, pude participar em todas as etapas destes procedimentos, adquirindo

capacidades de racionalização de medicação com base nas necessidades específicas de cada

serviço.

4.2. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

A distribuição individual diária em dose unitária (DIDDU) tem como objetivo fundamental o

uso correto do medicamento, garantindo que o mesmo chega ao doente para o qual é destinado,

na dose certa e na forma farmacêutica mais adequada.

Esta forma de distribuição é a que garante maior segurança e eficiência, permitindo aos SFH

um acompanhamento da terapêutica do doente, diminuindo riscos de interações farmacológicas e

possíveis erros de prescrição, permitindo uma redução de gastos5,8.

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11

Como o nome indica, esta distribuição caracteriza-se pela distribuição, para um período de

24 horas, da medicação incluída na prescrição de doentes de internamento. No HPT determinou-se

em conjunto com os SFH e o corpo clínico, que a DIDDU corresponde à medicação com prescrição

atribuída a partir das 15h do primeiro dia até às 15h do dia seguinte.

Esta via de distribuição inicia-se com a interpretação e validação de prescrições referentes

ao serviço de internamento, via CPC, pelos SFH. Nesta etapa, os cuidados do farmacêutico passam

por analisar a terapêutica como um todo, determinando se é a adequada ao propósito do

internamento, pela determinação de possíveis interações farmacológicas. É analisado o princípio

ativo prescrito, a dose, a posologia, a quantidade necessária para satisfazer a prescrição por 24h,

a forma farmacêutica e a via de administração.

Caso a terapêutica suscita dúvidas, os SFH entram em contacto com o médico prescritor para

elucidação da prescrição. Se a terapêutica estabelecida estiver conforme a prescrição, é validada,

prosseguindo-se para a etapa posterior.

Os erros de prescrição mais comuns que pude identificar no sistema informático consistiam

na prescrição de formas farmacêuticas não adequadas à via de administração, à prescrição

concomitante do mesmo princípio ativo em diferentes formas farmacêuticas ou prescrição de doses

terapêuticas superiores às adequadas. A maioria destas situações devem-se à incorreta introdução

da prescrição no sistema informático, sendo que o farmacêutico hospitalar tem um papel

preponderante, alertando para possíveis fontes de erro na terapêutica.

Por decisão interna e por questões de logística, em conjunto com as equipas clínicas dos

serviços de internamento, foi tomada a decisão da não distribuição em modo DIDDU de

medicamentos como soluções orais, medicamentos de armazenamento no frigorífico,

estupefacientes, psicotrópicos e soros.

A reposição destes no serviço deve ser feita através de um pedido aos SFH, sendo que no

caso dos estupefacientes e psicotrópicos, deve-se proceder de acordo com os requisitos inerentes

a este tipo de medicamentos.

A etapa subsequente à validação das prescrições consiste em emitir um mapa de consumo

diário e na identificação de camas para distribuição da medicação em malas.

A cada serviço de internamento é atribuída uma mala de distribuição de DIDDU. Esta possui

gavetas individuais nas quais se colocam etiquetas de identificação de diversas camas, contendo o

nome, o número interno do processo do doente, o número de cama e o serviço de internamento em

que se encontra o doente.

A DIDDU procede-se com uma dupla verificação, pelo que o responsável pela preparação da

DIDDU entrega as malas nos serviços de internamento e, em conjunto com o enfermeiro de serviço

confere o conteúdo das malas de acordo com o perfil farmacoterapêutico estabelecido para cada

doente.

No momento de entrega das malas para o período de 24 horas efetivo são recolhidas as

malas da DIDDU do dia anterior.

Esta última tarefa permite ao farmacêutico ter um papel preponderante na terapêutica do

doente, com a verificação das malas para recolha de medicação não utilizada. Sempre que retorna

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à farmácia um medicamento que se encontre prescrito na terapêutica do doente, avalia-se o motivo

e, caso seja necessário, estabelece-se contacto com os enfermeiros, de forma a determinar a razão

pela qual o doente não fez a toma do medicamento em formato DIDDU. Estas situações ocorrem

sobretudo em medicamentos que são prescritos com posologia em SOS e não chega a ser

necessário recorrer à mesma.

À sexta-feira, as malas são preparadas em triplicado, para cobrir a medicação necessária

para esse dia, sábado e domingo, uma vez que os SFH não operam ao fim de semana.

Durante o estágio executei diariamente, sob supervisão do farmacêutico responsável, as

várias tarefas associadas ao método DIDDU, compreendendo as vantagens inerentes a este

procedimento.

4.3. Distribuição em Ambulatório

A prescrição em ambulatório é uma vertente pouco usual na realidade em que os SFH do

HPT operam. Não obstante, é um método de distribuição que deve ser referido.

A possibilidade da realização de medicação para tratamento de patologias, sobretudo

crónicas (como em oncologia), apresenta diversas vantagens para o doente, entre as quais a

redução de custos com gastos de internamento hospitalar, redução dos riscos inerentes a um

internamento como aquisição de infeções nosocomiais e a possibilidade de realizar o tratamento

em ambiente familiar5.

O fundamento pelo qual os SFH devem dispor deste serviço prende-se com a necessidade

de existir um controlo de parâmetros terapêuticos do uso de fármacos cuja margem de segurança

é estreita, pela necessidade de assegurar a manutenção da mesma, promovendo a adesão à

terapêutica, de forma a evitar a ocorrência de efeitos secundários nefastos5,8.

O médico que prescreva a medicação para uso em ambulatório deve transmitir a mesma aos

SFH. Apenas mediante a apresentação de prescrição médica válida, que deve incluir a vinheta do

médico e do local de prescrição, a identificação do doente e o número de beneficiário do Serviço

Nacional de Saúde, para além da informação referente à medicação, dose, forma farmacêutica e

quantidade a dispensar.

A dispensa não se concretiza sem antes o farmacêutico responsável esclarecer qualquer

dúvida que o doente possua, transmitindo toda a informação relativa ao tratamento, relevante para

o mesmo. É ainda entregue um suporte informativo ao doente no formato de boletim ou folheto

informativo sobre a medicação que irá realizar, utilização correta e importância da adesão à

terapêutica5.

O doente para o qual a medicação se destina, ou seu representante, assina um comprovativo

de entrega para registo interno nos SFH, arquivado junto com a prescrição.

Os SFH são responsáveis por garantir a disponibilidade da medicação de ambulatório,

mantendo registo das datas de dispensa e datas de previsão das seguintes prescrições.

Como referido anteriormente, não pude verificar presencialmente a ocorrência desta atividade

dos SFH, sendo que me foram transmitidos os trâmites legais sobre o qual a mesma se processa e

etapas constituintes.

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13

4.4. Distribuição de Sugamadex

Em cirurgias com recurso a anestesia geral são administrados princípios ativos promotores

de amnésia, analgesia, paralisia muscular e sedação.

No procedimento de intubação é necessário administrar bloqueadores neuromusculares para

obtenção de paralisia muscular. Dentro desta classe, o rocurónio e o vecurónio são as substâncias

com período de ação mais curto.

Para reversão do bloqueio neuromuscular induzido pelo rocurónio ou pelo vecurónio em

adultos, recorre-se ao uso de neostigmina, inibidor das colinesterases, geralmente em combinação

com um antagonista muscarínico, a atropina. Embora esta associação seja considerada segura e

efetiva, o processo de reversão do bloqueio neuromuscular não se processa de forma célere e está

associado a diversos efeitos secundários9.

Atualmente existe uma alternativa ao uso de neostigmina e atropina para reversão dos efeitos

dos bloqueadores neuromusculares: o sugamadex, uma gama ciclodextrina modificada. Este trata-

se de um agente de ligação seletivo dos relaxantes, estando o seu uso associado a uma reversão

rápida e completa, mais eficaz do que a alternativa9,10.

Apesar das suas vantagens terapêuticas, o custo associado ao uso deste medicamento é

significativamente superior às alternativas. Para evitar o uso indiferenciado deste fármaco foi

instituída a justificação do seu uso num impresso próprio para preenchimento pelo anestesista

(Anexo X). De acordo com este método, a reposição de stock do sugamadex no bloco operatório é

realizada mediante a entrega aos SFH da justificação de uso.

Em coordenação, os SFH do GTS promoveram um estudo para avaliação da introdução deste

procedimento, verificando-se, no período de um ano, um aumento do consumo de sugamadex com

uma adesão de cerca de 98% à metodologia inerente11.

4.5. Gases Medicinais

Os gases medicinais que, no dispor da legislação, se enquadrem na classificação de

medicamento (como o protóxido de azoto, oxigénio, dióxido de azoto e ar medicinal), são da

responsabilidade dos SFH6. Estes gases são armazenados em garrafas específicas. Estas podem

ser de 5L, existentes nos carros de emergência e também as que acompanham os doentes em caso

de transferência hospitalar, ou de 50L, armazenadas numa sala própria no HPT. O oxigénio

destinado ao uso pelos diversos serviços hospitalares, encontra-se num tanque externo.

No HPT, os SFH estão coordenados com a equipa de manutenção, sendo que cabe à última

a realização de encomendas, receção, manuseamento, controlo do uso de garrafas e do tanque de

oxigénio e devolução de garrafas vazias ou avariadas. Deste modo, deve ser registado por este

serviço, regularmente, os níveis de gases existentes nas diversas garrafas e no tanque de oxigénio,

realizando um pedido ao fornecedor quando necessário.

A manutenção deve reportar aos SFH as encomendas, entregando a guia de remessa para

arquivo. Deve também alertar para o início de utilização das garrafas.

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14

Aos SFH cabe a responsabilidade de garantir a qualidade e segurança dos gases medicinais,

devendo assegurar a rastreabilidade, com o registo relativo a lotes, PV, data de entrada do gás,

data de início de utilização, data de fim de uso e data de saída do HPT. Todas estas informações

são registadas num impresso próprio para o efeito (Anexo XI).

No HPT, as garrafas de 50L encontram-se armazenadas numa sala própria, de acordo com

as normas providenciadas pelas boas práticas12. Nesta divisão há uma distribuição dos gases pelo

espaço existente. Cada área destinada a um gás possui três rampas: a rampa direita, rampa

esquerda e rampa de emergência, que é utilizada na eventualidade de as outras garrafas não terem

sido repostas em tempo útil. A distribuição destes gases é garantida por um sistema fechado de

canalização interna.

5. Circuitos Especiais de Medicamentos Controlados

Nos procedimentos de distribuição de fármacos pelos SFH existem determinadas classes de

fármacos cujos procedimentos estão sujeitos a um controlo rigoroso. Estes fármacos apresentam

características farmacológicas que estão associadas a potencial de risco de uso. Este risco pode

advir da associação a dependência física e psíquica, pelos estupefacientes e psicotrópicos, ou pela

probabilidade de transmissão de doenças infeciosas, no caso dos medicamentos derivados do

sangue e do plasma humano.

5.1. Estupefacientes e Psicotrópicos

De forma a combater o uso indevido ou tráfico ilícito destes fármacos, foi instituída

nacionalmente legislação apropriada e restritiva.

Os SFH desempenham um papel central no circuito destes fármacos no hospital. O percurso

destes fármacos começa com a encomenda mensal realizada ao fornecedor do GTS, GHT-Serviços.

No início de cada mês, o farmacêutico responsável dos SFH deve proceder ao envio da encomenda,

qualitativa e quantitativa, para uso mensal, via CPC. Para além deste registo informático, deve ser

preenchido e enviado um impresso próprio, em duplicado, designado “Anexo VII”, modelo nº1506

da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S.A. (INCM) (Anexo XII). Este deve ser identificado com

número de nota de encomenda para arquivo posterior13.

A direção técnica da GHT-Serviços, ao receber o pedido em impresso próprio, preenche os

quadrantes a si destinados, relativos à quantidade fornecida, e procede ao envio dos medicamentos.

Após serem verificadas as quantidades para envio, é impresso, para anexo à nota de encomenda,

um comprovativo da transferência dos medicamentos. O original é enviado de volta para o SFH do

hospital requisitante, enquanto que o duplicado fica em arquivo na documentação do fornecedor.

Todas as entradas e saídas de estupefacientes e psicotrópicos devem ser registadas, sendo

encerrado o registo no final de cada ano, com a menção dos valores totais de armazenamento e

uso14.

No GTS, o registo de entradas e saídas de stock destes fármacos é efetuado via informática,

em Excel. Neste documento é registada a ordem sequencial dos anexos referentes à entrada e

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15

saída dos fármacos nos SFH, princípio ativo, dose, quantidade anterior e quantidade posterior e

identificado o farmacêutico responsável pela receção ou saída3.

Na receção destes fármacos, é averiguado se a encomenda e medicamentos estão de acordo

com o pedido em termos qualitativos e quantitativos. É registada a entrada de stock em Excel e

registadas as quantidades recebidas e o novo valor de stock nos SFH.

O armazenamento destes fármacos é realizado como descrito anteriormente, num cofre

devidamente estruturado internamente, com módulos de gavetas e espaços identificados com a DCI

e código interno do medicamento. Durante o estágio auxiliei na gestão e organização deste espaço,

de acordo com indicações do INFARMED para armazenamento, neste local, de medicamentos da

classe das benzodiazepinas.

Em cada serviço hospitalar que se justifique, existe um pequeno stock pré-definido de

estupefacientes e psicotrópicos, estabelecido entre responsável do serviço e farmacêutico. A

reposição deste stock decorre após a entrega nos SFH do impresso próprio, nomeado “Anexo X”,

modelo nº1509 da INCM (Anexo XII). É preenchido um impresso por cada estupefaciente ou

psicotrópico, em duplicado. Sempre que seja administrado a um doente um medicamento desta

classe, o ato é registado neste impresso, contendo informações como: identificação do serviço

requisitante, DCI, forma farmacêutica, dose, nome do doente, cama ou número de processo interno

e quantidade administrada. O enfermeiro que proceda à administração deve rubricar e assinar. Por

fim, a requisição é assinada pelo diretor do serviço, ou legal substituto, antes da entrega aos SFH

para pedido de reposição de stock.

O farmacêutico deve validar o impresso entregue, proceder ao registo sequencial da

requisição em Excel e completar o impresso, preenchendo os espaços destinados ao mesmo, com

a quantidade fornecida, por extenso e numerário. O modelo é assinado pelo farmacêutico, que

entrega pessoalmente os medicamentos no serviço requisitante.

No processo de entrega realizado entre farmacêutico e enfermeiro responsável há uma dupla

verificação das quantidades entregues fisicamente e descritas no modelo. Quem receciona deve

assinar o impresso, ficando o mesmo completo. O impresso original retorna aos SFH, enquanto que

o duplicado permanece em arquivo no serviço referente. Ambos são anexados com um

comprovativo de transferência de stock informático.

Durante o meu estágio decorreu uma situação de quebra acidental de ampolas de um

medicamento estupefaciente. A resolução desta ocorrência realizou-se com a verificação física feita

pessoalmente pelo farmacêutico responsável e pelo diretor do serviço, procedendo-se ao

preenchimento de um novo anexo para requisição de stock substituto, com a devida justificação

escrita.

O registo físico do circuito dos medicamentos estupefacientes e psicotrópicos é realizado

numa capa destinada a esse fim, onde as requisições são arquivadas, organizada por serviço clínico

referente e armazenadas por ordem sequencial.

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16

5.2. Medicamentos Derivados do Sangue e do Plasma Humano

Os hemoderivados, ou medicamentos derivados do plasma, designam-se, de acordo com o

estatuto do medicamento, como medicamentos preparados à base de componentes de sangue

como albumina, fatores de coagulação e imunoglobulinas de origem humana6.

O carácter de sensibilidade inerente a hemoderivados prende-se com a sua natureza e

possibilidade de transmissão de doenças infeciosas. Com o intuito de evitar a transmissão de

doenças infeciosas, devem ser adotadas as medidas constantes das farmacopeias portuguesa e

europeia relativas ao sangue ou ao plasma humanos, assim como as medidas adotadas pelo

Conselho da Europa e pela Organização Mundial de Saúde, nomeadamente em matéria de seleção

e controlo dos dadores de sangue e de plasma6.

Como tal, o ciclo de distribuição destes produtos submete-se a procedimentos altamente

controlados, desde a requisição clínico e distribuição aos serviços até à administração dos mesmos,

todos estes atos são registados num impresso próprio, modelo nº1804 da INCM (Anexo XIII)15,16.

Antes de ser autorizada a distribuição pelos laboratórios produtores, os produtos que se

enquadram na classe de hemoderivados - como albumina, imunoglobulina normal, imunoglobulina

Anti-D (Anti-Rhesus), fatores de coagulação (fator VIII e fator IX), complexo de protrombina e plama

humano inativado - devem possuir para cada lote um Certificado Oficial Europeu de Libertação de

Lote (COELL), de acordo com o estatuto do medicamento6,16,17.

O INFARMED, por integrar a rede europeia dos laboratórios oficiais de comprovação da

qualidade dos medicamentos, tem as competências para proceder à conceção de COELL para

libertação oficial de lotes de medicamentos de origem biológica, nos quais se inserem os

hemoderivados, com reconhecimento na União Europeia e Espaço Económico Europeu17.

Além do COELL, deverá ser ainda emitido um Certificado de Autorização de Utilização de

Lote (CAUL) pelo INFARMED, nas situações em que o COELL tenha sido emitido num outro país

por um laboratório com competências para o efeito18.

Estes medicamentos encontram-se nos SFH, sendo que, quando é necessário proceder à

administração dos mesmos, é preenchido o impresso supracitado e requisitado à farmácia

hospitalar. O modelo nº1804 é constituído por duas vias, “Via Farmácia” e “Via do Serviço”. Os SFH

são responsáveis por preencher o quadro C, com atribuição de um registo de distribuição

sequencial, descrição do hemoderivado entregue, quantidade, lote, laboratório de origem ou

fornecedor e com número CAUL atribuído pelo INFARMED16.

O farmacêutico procede à entrega do hemoderivado no serviço clínico requisitante, onde é

assinada a requisição, como comprovativo. A “Via Farmácia” retorna aos SFH, onde é arquivado

em pasta própria, por um período de 5 anos, e a “Via Serviço” é anexada ao processo clínico do

doente16.

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17

6. Farmacotecnia

A farmacotecnia diz respeito à área de farmácia hospitalar destinada à produção de

formulações de medicamentos necessários ao hospital cuja formulação não exista comercializada8.

As preparações relacionadas com este setor incluem a preparação de citotóxicos, de soluções

para nutrição parentérica, preparação de medicamentos que requeiram técnica asséptica, produção

de preparações magistrais e reembalamento de medicação em dose unitária8.

No GTS, a execução destas preparações é realizada no Hospital Privado de Alfena, pelo que

o contacto que tive com esta área do setor farmacêutico a nível de preparação dos mesmos

restringiu-se somente à visita que fiz a estas instalações.

6.1. Preparações Farmacêuticas Estéreis

6.1.1. Citotóxicos

Ao longo do meu período de estágio contactei diretamente com medicamentos citotóxicos

destinados a um doente de oncologia cujos ciclos de quimioterapia são realizados no HPT.

O médico prescritor, quando pretende dar início de um protocolo de quimioterapia, contata os

SFH. Estes acedem à prescrição, criando um mapa de produção de citotóxicos e procedendo à

requisição de fármacos que sejam necessários. Todos os procedimentos são sujeitos a uma dupla

verificação, desde a validação da prescrição, produção dos citotóxicos, receção dos fármacos e

administração.

O aval para a realização dos protocolos de quimioterapia é efetuado após verificação de

análises sanguíneas do doente pelo corpo clínico. Após ser dada indicação positiva para realização

do protocolo, os fármacos são preparados no HPAV, onde existem instalações devidamente

equipadas com câmara de fluxo laminar para preparação destas formulações estéreis.

No HPAV tive a oportunidade de visitar as instalações onde são preparados os medicamentos

de quimioterapia necessários para os ciclos de quimioterapia realizados nas diferentes unidades

hospitalares do GTS. Esta preparação decorre num local onde existe uma antecâmara de passagem

obrigatória, para acesso a uma sala limpa, devidamente equipada com câmara de fluxo laminar

vertical para proteção do operador, devido à toxicidade associada aos produtos com que trabalha.

Os citotóxicos são armazenados em local individualizado, somente destinado a estes. Existe

ainda um estojo para possíveis derrames que possam ocorrer aquando da preparação, de acordo

com as guias do manual de farmácia hospitalar5.

Após a preparação dos citotóxicos estes são rotulados e enviados aos SFH do hospital onde

se irá proceder à realização do ciclo de quimioterapia, num contentor apropriado destinado ao

transporte destes fármacos.

O farmacêutico responsável dos SFH requisitante do citotóxico confere se o rótulo do mesmo

está de acordo com a prescrição médica e entrega-o ao enfermeiro especialista que processa a

administração.

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18

6.1.2. Nutrição Parentérica

O GTS opta pela aquisição fórmulas parentéricas comerciais, pelo que não existe preparação

local das mesmas. Esta bolsas podem ser para administração via cateter periférico ou cateter

central, sendo comercializadas com compartimentos estanques. No momento de administração, são

quebrados os separadores dos diferentes compartimentos e o produto é administrado por perfusão

da bolsa, sem ocorrer qualquer violação externa da mesma.

À nutrição parentérica com recurso a bolsas comerciais pode acrescer a aditivação com

suplementos minerais e vitamínicos, prescritos pelo médico responsável. Os SFH entregam ao

serviço clínico as bolsas de nutrição e suplementos a aditivar. A administração destes é realizada

num sistema em paralelo, pelos enfermeiros, aquando da preparação da administração.

6.2. Preparações Farmacêuticas Não Estéreis

As preparações farmacêuticas não estéreis dizem respeito à preparação de fórmulas

magistrais, medicamentos manipulados.

No GTS a preparação dos manipulados é realizada também no HPAV, uma vez que o

laboratório, devidamente equipado com hotte e balança analítica, se localiza nestas instalações.

Semanalmente, os diversos SFH realizam o pedido de manipulados à GHT-Serviços, a

técnica responsável realiza a preparação destes, às terças, consoante os pedidos, no laboratório de

preparação de manipulados.

Para garantia da qualidade e segurança destes produtos, o seu fabrico decorre mediante o

preenchimento de uma ficha de preparação que contém informação relativa à forma farmacêutica,

dose, composição qualitativa e quantitativa das matérias primas, bem como registo do lote e do

fornecedor, técnicas envolvidas na preparação do manipulado e identificação do operador (Anexo

XIV). É ainda atribuído um lote e PV ao produto final.

A direção técnica aprova a execução dos manipulados em registo na ficha de preparação que

é arquivada.

Na deslocação que fiz ao HPAV, pude visitar as instalações onde se preparam as fórmulas

magistrais, sendo que foram explicados os diversos procedimentos inerentes. No entanto, não

houve a oportunidade de observar este ato ou de participar em etapas do mesmo.

6.3. Reembalamento e Fracionamento de Comprimidos

A distribuição individual em dose unitária requer, na maior parte das ocasiões, o

reembalamento e rotulagem de medicamentos. Este procedimento deve decorrer de forma a que

seja garantida a segurança, qualidade e rastreabilidade do medicamento em todo o seu circuito5.

No processo de receção de encomendas no armazém central, os medicamentos, na forma

farmacêutica de comprimidos, que não cumpram os requisitos de segurança e boas práticas

exigidos para a distribuição do género DIDDU prosseguem para reembalamento.

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19

Na etapa de reembalamento, os medicamentos são identificados quanto ao código interno do

medicamento, DCI, dose, lote e PV, com os respetivos dados registados em impresso próprio

(Anexo XV)3,5.

Para os comprimidos que sejam mantidos no blister, ou seja, no acondicionamento primário,

o PV mantém-se. Aos comprimidos cujo reembalamento implique a retirada do acondicionamento

primário é atribuída a validade de 6 meses desde a data de reembalamento, de acordo com as

normas de boa prática19.

Quando se verifica, no processo de receção de fármacos orais (comprimidos) pela GHT-

Serviços, que o acondicionamento primário não se encontra de acordo com os requisitos de

segurança e boas práticas estabelecidos pelo GTS, estes são direcionados para reembalamento de

acordo com as normas internas.

O fracionamento de comprimidos pelos SFH advém da gestão logística e financeira sobre as

suas operações. Devido à impossibilidade de aquisição de todas as dosagens disponíveis e

comercializadas e pela necessidade de realizar ajustes na posologia de um fármaco, é necessário

recorrer ao fracionamento de determinados comprimidos.

Nos SFH do HPT, o fracionamento e reembalamento que seja necessário efetuar decorre

numa área própria para o efeito. Antes do fracionamento é conferido se os comprimidos podem ser

sujeitos a este procedimento. O reembalamento e etiquetagem é realizado logo após o

fracionamento, sendo atribuído um novo PV correspondente a 6 meses desde a data de

fracionamento, desde que o PV do medicamento contido no acondicionamento primário seja

superior a esse período. Caso contrário, o PV atribuído à fração do comprimido permanece igual ao

descrito no acondicionamento primário. Estas operações são registadas em impresso interno, onde

se regista a data do fracionamento, identificação do comprimido a ser fracionado, lote, PV atribuído

às frações, quantidade de comprimidos utilizados e identificação do operador.

Os SFH do HPT procedem ainda, por uma questão de celeridade no processo de faturação,

à etiquetagem de diversos medicamentos para consumo no bloco operatório. Neste procedimento

deve-se ter o cuidado de não ocultar informação relativa ao lote e validade do produto.

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7. Considerações Finais

Os serviços farmacêuticos hospitalares desempenham um papel essencial no circuito do

medicamento. Este resulta de um processo integrado e articulado com o corpo clínico

multidisciplinar que assegura, no todo, a segurança, qualidade e eficácia dos planos terapêuticos.

A minha passagem por este setor de atividade farmacêutica permitiu-me compreender o

alcance e importância do papel do farmacêutico a nível hospitalar. Foi uma experiência gratificante,

onde pude contribuir nas diversas funções do âmbito dos serviços farmacêuticos e sobretudo

colaborar com equipa médica, enfermeiros, auxiliares e restantes participantes na promoção de um

estado de saúde ótimo do doente.

Sem dúvida que, apesar de se ter realizado num período curto, a vivência passada no Hospital

Privado da Trofa contribuiu para o meu desenvolvimento como farmacêutica, enriquecendo-me de

aptidões e competências que estabelecem um sólido suporte técnico-científico neste início de

carreira.

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Bibliografia

1. Grupo Trofa Saúde. Grupo Trofa Saúde: Quem Somos. Acessível em:

http://www.trofasaude.com/trofa-saude/quem-somos/. Consultado a 18 de agosto de 2017.

2. Grupo Trofa Saúde. Filosofia do Projeto: Hospital Privado da Trofa. Acessível em:

http://www.trofasaude.com/trofa/unidade/o-hospital/. Consultado a 18 de agosto de 2017.

3. Serviços Farmacêuticos Hospitalares Grupo Trofa Saúde (2015). Manual de Procedimentos

Serviços Farmacêuticos Grupo Trofa Saúde.

4. Ministério da Saúde. Decreto-Lei N.o 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962.

5. Brou MH, Feio JÁ, Mesquita E, Ribeiro RM, Brito MC, Cravo C, Pinheiro E, (2005). Manual Da

Farmácia Hospitalar. Março 2005. Execução Gráfica: Gráfica Maiadouro.

6. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. Decreto-Lei

n.o176/2006, de 30 de Agosto.

7. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. Deliberação N.o

1546/2015 - Diário Da República, 2.a Série - n.o152 - 6 de Agosto de 2015.

8. Crujeira R, Furtado C, Feio J, Falcão F, Carinha P, Machado F, Ferreira A, Figueiredo A, Lopes

J, (2007). Programa Do Medicamento Hospitalar. Março 2007.

9. Ozlem S, White PF, Tufanogullari B, Klein K. Sugammadex Reversal of Rocuronium-Induced

Neuromuscular Blockade : A Comparison with Neostigmine-Glycopyrrolate and Edrophonium-

Atropine. International Anesthesia Research Society.104:569-574.

10. Resumo das Características do Medicamento: Sugamadex. 2008.

11. Moura P, Azevedo A, Carvalho R, Leite A, Ribeiro MJ, Soares A, Mendes R (2015). Gestão Da

Utilização Do Sugamadex: Análise Comparativa 2014-2015. Em: Gonçalves EA, Oliveira CL, Costa

B, Marques NV, Caetano M, Freita AM, Catarino MH, Almeida PT, Madureira B, Oliveira C, Campos

C, eds. 25 Anos Juntos; 18 a 21 de Novembro de 2015;2015. p.47.

12. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P. Deliberação n.o

56/CD/2008, de 21 de fevereiro.

13. Ministério da Saúde. Portaria n.o 981/98, de 8 de junho - Diário da República, 2.a série - n.o 216

- 28 de setembro de 1998.

14. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.. Decreto

Regulamentar n.o61/94, de 12 de outubro.

15. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.. Despacho

conjunto n.o 1051/2000, de 14 de setembro.

16. Serviços Farmacêuticos Grupo Trofa Saúde. Manual de Procedimentos: Distribuição de

Hemoderivados.

17. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.. Libertação Oficial

de Lote. Acessível em: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamentos-uso-

humano/comprovacao-de-qualidade-de-medicamentos/libertacao-oficial-lote. Consultado a 10 de

setembro de 2017.

Page 98: RELATÓRIO DE ESTÁGIO · de estágio. O primeiro tema, sobre suplementação nutricional entérica no idoso, deriva de uma necessidade em adquirir conhecimento sobre a oferta corrente

22

18. INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.. Autorização de

Utilização de Lote. Acessível em: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamentos-

uso-humano/autorizacao-utilizacao-lote. Consultado a 10 de setembro de 2017.

19. Serviços Farmacêuticos Hospitalares Grupo Trofa Saúde. Procedimento Operacional

Reembalamento e Etiquetagem.

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Anexos

Anexo I – Impresso para Registo de Levantamento de Medicação

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Anexo II – Planificação da Farmácia Hospitalar do Hospital Privado da Trofa

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Anexo III – Plano Operacional dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares

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Anexo IV – Impresso para Justificação de Receituário de Medicamentos

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Anexo V – Impresso para Requisição de Autorização de Utilização Excecional

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Anexo VI – Documento de Atribuição de Autorização de Utilização Excecional

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Anexo VII – Registos Informáticos de Temperatura e Humidade

Data Hora Farm Ambiente H / (%) Farm. Ambiente T / (°C) Farm. Frig 1 / (°C)

09/09/2017 21:57:46 4.0

09/09/2017 21:49:31 53.7 21.8

09/09/2017 21:47:46 3.8

09/09/2017 21:37:46 3.8

09/09/2017 21:27:46 4.0

09/09/2017 21:17:46 3.8

09/09/2017 21:07:46 3.8

09/09/2017 20:57:46 4.1

09/09/2017 20:49:31 54.0 22.0

09/09/2017 20:47:46 3.8

09/09/2017 20:37:46 3.8

09/09/2017 20:27:46 4.0

09/09/2017 20:17:46 3.8

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Anexo VIII – Fluxograma para Controlo de Prazos de Validade

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Anexo IX – Cronograma de Controlo de Prazo de Validade Interno

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Anexo X – Impresso para Justificação de Uso de Sugamadex

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Anexo XI – Impresso de Registo Gases Medicinais

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Anexo XII – Impressos Próprios do Circuito de Estupefacientes e

Psicotrópicos

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Anexo XIII – Via Farmácia e Via Serviço da Requisição de Hemoderivados

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Anexo XIV – Exemplo Ficha de Preparação na Produção de Manipulados

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Anexo XV – Modelo Próprio de Registo de Reembalamento

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