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PROJETO CONHECER MONTANHA Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1 2016 ITÓRIA JUNHO / 2016

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Page 1: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

PROJETO CONHECER MONTANHA

Relatório de Dados Oficiais

RELATÓRIO 1

2016

ITÓRIA

JUNHO / 2016

Page 2: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

PROJETO CONHECER MONTANHA

Relatório da Base de Dados Oficiais

RELATÓRIO 1

VITÓRIA

JUNHO / 2016

Page 3: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

PROJETO CONHECER

Reitor do Ifes

Denio Rebello Arantes

Diretor do campus Montanha – Ifes

André dos Santos Sampaio

Coordenação geral

Lidiane Leite Vasconcelos (Cefor – Ifes)

Coordenação adjunta

Angélica Nogueira de Souza Tedesco (campus Vitória – Ifes)

Raoni Schimitt Huapaya (Retoria – Ifes)

Equipe técnica

Adriana da Costa Barbosa – (campus Nova Venécia – Ifes)

Alunos do Curso Técnico em Administração (Turmas I1 e I3 – campus Montanha).

Alisson Theobaldo Rezende (aluno geoprocessamento – campus Vitória)

André dos Santos Sampaio (campus Montanha - Ifes)

Cláudia Cunha Monte Oliveira (campus Montanha - Ifes)

Elizabeth Maria Andrade Aragão (Departamento de Psicologia - Ufes)

Everllin Grisostomo (aluna geoprocessamento – campus Vitória)

Fabíola Angela Ferrari (Geobases)

Felix Luiz Zanetti (campus Montanha – Ifes)

Gabriel Rosseto Amorim (aluno geoprocessamento – campus Vitória)

Gabriel Castro Javarini (aluno geoprocessamento – campus Vitória)

Gabriela Bispo (Montanha – ES)

Gláucio Gomes (Rummos/LabTec)

Jamile Roriz (Montanha – ES)

Joseline Corrêa Souza (aluna geoprocessamento – campus Vitória)

Josilene Cavalcante Corrêa (aluna geoprocessamento – campus Vitória)

Juarez Costa (Montanha – ES)

Page 4: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

Juliana Caetano dos Santos (aluna geoprocessamento – campus Vitória)

Ludmila Pereira Rocha (campus Montanha – Ifes)

Marcelo Mendonça Vieira (campus Montanha – Ifes)

Marilisi Salomão (aluna geoprocessamento – campus Vitória)

Raphael Raposo Machado Clark (aluno geoprocessamento – campus Vitória)

Regina de Marchi Lyra Oliveira (campus Piúma – Ifes)

Sheila Nogueira (Varal – Agência de Comunicação/LabTec)

Thais Gobbo (Varal – Agência de Comunicação)

Thiago Boldrini (campus Montanha – Ifes)

Yuri Paris (aluno letras – campus Vitória)

EQUIPE TÉCNICA – RELATÓRIO 1

Coordenação da equipe de Geoprocessamento

Angélica Nogueira de Souza Tedesco

Equipe de apoio à produção de dados Geobases

Fabíola Angela Ferrari

Ifes - Campus Vitória (LabTec / Geoprocessamento)

Joseline Corrêa Souza

Josilene Cavalcante Corrêa

Page 5: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

APRESENTAÇÃO

O Projeto de Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial do município de

Montanha, ES – o “Projeto Conhecer”, foi implementado pelo Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), por meio do Laboratório de

Estudos e Pesquisas em Tecnologia Social, Trabalho e Educação no

Contemporâneo (LabTec), com a participação de pesquisadores e alunos dos

campi Montanha, Vitória e do Centro de Referência em Formação e Educação à

Distância (Cefor) durante o período de 15 meses. A implementação do projeto

aconteceu em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o

Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (Geobases).

O projeto objetivou colaborar com a construção do reconhecimento e da análise

do município de Montanha - ES, construindo uma base de informação para ser

utilizada como ferramenta estratégica de consulta e de planejamento futuro para o

Ifes, campus Montanha.

O Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial do município de Montanha é

apresentado em cinco relatórios diferenciados e complementares. São eles:

O “Relatório 1 – Relatório de Dados Oficiais” consiste na apresentação do

panorama atual deste município, por meio de dados demográficos, econômicos,

sociais, culturais, ambientais, político-comunitários e de infraestrutura, oriundos da

manipulação de dados publicados por instituições oficiais e dados coletados em

campo.

O “Relatório 2 – Aspectos Históricos de Montanha” apresenta uma síntese histórica

do município, descrita a partir de pesquisas realizadas em fontes bibliográficas.

O “Relatório 3 – Relatório de Estudos sobre os Grupos Focais” apresenta a

percepção que os entrevistados possuem sobre o território que habitam e sobre os

serviços municipais que lhe são assegurados, assim como as expectativas que

possuem quanto ao Ifes campus Montanha.

Page 6: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

O “Relatório 4 - Mapeamento das Redes de Produção de Cultura em Montanha”

apresenta um mapeamento atual da cultura no município, a partir da produção de

dados primários. Os dados dizem respeito a: história e atividades, institucionalização

e parcerias, geração de renda, infraestrutura e planejamento, participação e

governança e formação.

Por fim, o “Relatório 5 – Considerações Finais e Recomendações” apresenta a

análise integrada de todos os resultados das pesquisas apresentadas nos relatórios

anteriores.

Page 7: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

ÍNDICE DE IMAGENS

Imagem 1 - Página de acesso à interface Ifes-Campus Montanha - Geobases. ............... 6

Imagem 2 – Interface de manipulação Ifes - Campus Montanha. ....................................... 7

Imagem 3 – Visita ao Viveiro Municipal de Montanha. Fase de Reconhecimento. ........... 8

Imagem 4 - Oficina de georreferenciamento no Ifes Campus-Montanha........................... 9

Imagem 5 - Alunos do Ifes de Montanha georreferenciando suas fotografias. .................. 9

Imagem 6 - Localização do município de Montanha. ............................................................ 12

Imagem 7 – Distritos e comunidades de Montanha. ................................................................ 17

Imagem 8 - Bairros de Montanha .................................................................................................. 18

Imagem 9 - Mapa da sede do município de Montanha. ....................................................... 19

Imagem 10 - Áreas sob perspectiva de expansão. .................................................................. 20

Imagem 11 - Áreas em expansão ................................................................................................. 20

Imagem 12 – Caracterização do clima....................................................................................... 24

Imagem 13 - Mapa do relevo ........................................................................................................ 25

Imagem 14 - Mapa de curvas de nível ........................................................................................ 26

Imagem 15 – Bacia do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha. ............................ 27

Imagem 16 - Bacia hidrográfica do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha. ..... 29

Imagem 17 - O Mapa de Uso do Solo da Região Litorânea Norte ....................................... 36

Imagem 18 - Uso do solo e cultivos ............................................................................................... 37

Imagem 19 - Edificações de ensino em Montanha. ................................................................. 57

Imagem 20 - Equipamentos de segurança pública. ................................................................ 61

Imagem 21 - Bairro Lajedo. Ocupações irregulares. ................................................................ 66

Imagem 22 - Exemplo de padrão de construção de moradias. ........................................... 67

Imagem 23 - Paisagem interna de uma residência.................................................................. 67

Imagem 24 - localidade em Lajedo suscetível a inundações ............................................... 68

Imagem 25 - Bairro Fundão. Residência sob risco de desmoronamento. ........................... 68

Imagem 26 - Mesma residência anterior vista por outro ângulo. .......................................... 69

Imagem 27 - Placa indicativa da Defesa Civil Municipal restringindo construções. ........ 69

Imagem 28 - Placa indicando restrição a construções. .......................................................... 70

Imagem 29 - Marcas na barragem indicam o baixo nível d’água. ..................................... 70

Imagem 30 - Leito seco de barragem na propriedade do pecuarista Hercules. ............. 71

Imagem 31 - Baixo nível da barragem dificulta a captação................................................. 71

Imagem 32 - Reabertura de poço semi-artesiano no Assentamento Bela Vista. .............. 72

Imagem 33 - Morte de animais devido a falta d’água na propriedade do. ..................... 72

Imagem 34 - Falta dágua provoca o abortamento e redução do peso dos côcos. ...... 73

Imagem 35 – Pontos de risco em área parcial de Montanha. .............................................. 74

Imagem 36 - Pontos de risco. Distrito de Montanha. ................................................................ 75

Page 8: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

Imagem 37 - Abastecimento de água. ....................................................................................... 76

Imagem 38 - Estação de Tratamento de Esgoto ....................................................................... 77

Imagem 39 - Coleta de lixo. ........................................................................................................... 79

Imagem 40 - Quantidades de equipamentos de saúde no município. .............................. 80

Imagem 41 - Quantidades de equipamentos de saúde. ....................................................... 81

Page 9: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

INDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Estratificação fundiária de Montanha. ................................................................... 22

Gráfico 2 – Médias mensais referentes à precipitação ........................................................... 23

Gráfico 3 – Participação dos setores econômicos no PIB ....................................................... 30

Gráfico 4 – Taxa de crescimento do PIB ...................................................................................... 31

Gráfico 5 – Taxa de desemprego ................................................................................................. 32

Gráfico 6 – Pessoas ocupadas ....................................................................................................... 32

Gráfico 7 – Admitidos e desligados .............................................................................................. 33

Gráfico 8 – Disribuição das 5 principais culturas ........................................................................ 34

Gráfico 9 – Distribuição dos 5 principais rebanhos.................................................................... 35

Gráfico 10 - Evolução da população residente em Montanha de 2000 a 2014. .............. 42

Gráfico 11 - Distribuição da população rural e urbana. ......................................................... 44

Gráfico 12 - Divisão da população por gênero. ....................................................................... 46

Gráfico 13 - Distribuição da população por cor ou raça. ...................................................... 48

Gráfico 14 – População residente por faixa etária ................................................................... 48

Gráfico 15 - Evolução do IDHM. .................................................................................................... 49

Gráfico 16 - Evolução do IDHM - Montanha .............................................................................. 51

Gráfico 17 - Taxa de analfabetismo distribuído por faixa etária em 2000 e 2010. ............ 53

Gráfico 18 - Taxa de escolaridade distribuída por faixa etária em 2000 e 2010. ............... 54

Gráfico 19 – Faixa etária no Cead/Ifes. ....................................................................................... 55

Gráfico 20 – Metas do IDEB ............................................................................................................. 56

Gráfico 21- Ocorrências registradas de 2006 a 2009 no município de Montanha............ 62

Gráfico 22 - Ocorrências por grupo. ............................................................................................ 63

Gráfico 23 - Comparativo entre ocorrências por grupo no Espírito Santo e Montanha. . 64

Page 10: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Perspectivas e impactos ............................................................................................. 39

Tabela 2 - Evolução da população residente de 2000 a 2014. ............................................. 43

Tabela 3 - População urbana e rural do município de Montanha e do estado. .............. 45

Tabela 4 - Distribuição da população por gênero. .................................................................. 45

Tabela 5- Distribuição populacional por gênero e faixa etária. ............................................ 46

Tabela 6 - Distribuição da população por cor ou raça. .......................................................... 47

Tabela 7 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Montanha-ES ....................... 50

Tabela 8 – Estabelecimentos de educação .............................................................................. 58

Tabela 9 - Taxa de evasão / desistência no ensino superior entre 2011 à 2014................. 59

Tabela 10 - Taxa atual de evasão / desistência no ensino superior. .................................... 59

Tabela 11 – Quadro das instituições de ensino .......................................................................... 60

Tabela 12 – Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal.............. 82

Page 11: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1

2 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 2

3 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO ........................................................ 11

3.1 Localização Geográfica ...................................................................................................... 11

3.2 Distância da capital .............................................................................................................. 13

3.3 Área Geográfica, divisão de distritos e comunidades ................................................. 14

3.4 Bairros ........................................................................................................................................ 17

3.5 Propriedades rurais ................................................................................................................ 22

3.6 Clima ......................................................................................................................................... 23

3.7 Relevo ....................................................................................................................................... 25

3.8 Hidrografia ............................................................................................................................... 27

4 ASPECTOS ECONÔMICOS ....................................................................................................... 30

5 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ................................................................................................... 42

5.1População total ...................................................................................................................... 42

5.2 População urbana e rural ................................................................................................... 44

5.3 População por Gênero ........................................................................................................ 45

5.4 População por Cor ou Raça .............................................................................................. 47

5.5 População por Faixa Etária ................................................................................................. 48

5.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) .............................................. 49

6. EDUCAÇÃO ............................................................................................................................... 52

6.1 Taxa de analfabetismo......................................................................................................... 52

6.2 Equipamentos de Educação .............................................................................................. 56

7. SEGURANÇA .............................................................................................................................. 61

7.1 Equipamentos de segurança ............................................................................................. 61

7.2 Ocorrências de crimes ......................................................................................................... 62

8. MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO .................................................................................. 65

9. SANEAMENTO ............................................................................................................................ 76

Page 12: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

9.1 Abastecimento de água .................................................................................................... 76

9.2 Esgoto ....................................................................................................................................... 77

9.3 Coleta de lixo.......................................................................................................................... 78

9.4 Saúde........................................................................................................................................ 79

10 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 83

11 APÊNDICES ................................................................................................................................ 86

Page 13: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

1

1. INTRODUÇÃO

Este relatório consiste em apresentar um panorama atual do município de Montanha, a

partir da análise e do levantamento de dados produzidos para o Projeto de

Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial – o “Projeto Conhecer”. Esses dados se

referem aos aspectos demográficos, econômicos, sociais, culturais, ambientais,

político-comunitários e de infraestrutura, os quais são apresentados na forma de

variáveis numéricas, mapas, índices ou indicadores, oriundos do processamento dos

dados coletados em campo e dos dados publicados por instituições oficiais.

Page 14: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

2

2. METODOLOGIA

A etapa de levantamento de dados oficiais relativos ao município de Montanha

consistiu em uma pesquisa e cruzamento de dados secundários produzidos por

instituições oficiais e disponíveis nos endereços eletrônicos dessas instituições. Além

disso, foram coletados em campo dados referentes a pontos de risco, saneamento,

divisão de bairros e comunidades, infra-estrutura e expansão urbana, gerando

também dados primários, os quais foram manipulados e analisados, produzindo novos

gráficos e mapas temáticos.

Esse trabalho foi realizado por alunos do Curso Técnico em Geoprocessamento do Ifes

Campus Vitória, sob a orientação e supervisão dos professores pesquisadores.

A execução do levantamento foi realizada em quatro fases descritas a seguir.

1ª fase: Alinhamento, Grupos de Estudos e Formação (GE)

Os grupos de estudo e formação (GE) envolveram todos os pesquisadores do projeto,

ou seja, docentes e discentes do Ifes Campus Vitória e Ifes Campus Montanha,

pesquisadores da Ufes e do Geobases. Os encontros eram essenciais para o

alinhamento das atividades e cronogramas previstos, bem como para o

aprofundamento de estudos teóricos, realização de atividades práticas, definição de

novas orientações, de roteiros e de instruções acerca dos próximos passos (APÊNDICE

I).

Nos encontros realizados foram implantadas algumas estratégias para o trabalho

colaborativo das equipes, dentre elas:

● Definição do local e cronograma de trabalho entre os membros, organização e

análise das informações e atividades realizadas e previstas;

Page 15: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

3

● Criação de uma pasta de arquivos compartilhados, visando garantir troca e

ampla divulgação e circulação de materiais entre as equipes.

● Leituras teóricas acerca de metodologias a serem trabalhados em campo,

principalmente no que se refere a pesquisas qualitativas e quantitativas, bem

como a organização e análise dos dados.

● Treinamento para uso da interface Geobases- Ifes Montanha, visando a

preparação para a Oficina de Georreferenciamento realizada em Montanha.

Esta atividade contou com a colaboração dos alunos do Curso de

Geoprocessamento do Ifes de Vitória, os quais foram preparados por meio dos

Grupos de Estudo e Formação, para monitorar as atividades de

georreferenciamento junto aos alunos do Ifes de Montanha.

2ª fase: Divisão das tarefas

Após alinhamento das informações realizou-se a divisão de tarefas, de modo que os

integrantes se responsabilizassem pela coleta, organização e apresentação de dados

relacionados a um dos temas abaixo:

● Localização e características do território

● Histórico;

● População;

● Economia;

● Educação;

● Segurança;

● Saúde;

Page 16: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

4

● Cultura;

● Meio Ambiente; e

● Saneamento básico.

Nessa fase foram apresentadas algumas bases de dados oficiais existentes e os seus

respectivos endereços eletrônicos, para que os integrantes pudessem iniciar a pesquisa

nestas fontes de dados. Também foram discutidas formas de organização e

apresentação dos dados utilizando-se tabelas, gráficos ou confecção de mapas

temáticos, em plataformas de Sistemas de Informação Geográfica como o Geobases

e no Programa ArcGIS.

3ª fase: Coleta de dados

Nesta fase realizou-se uma revisão bibliográfica e busca entre principais bases de

dados oficiais, visando identificar a existência de informações sobre os aspectos

investigados para o município de Montanha e a atualidade dessas informações.

Optou-se por iniciar a busca a partir das fontes municipais e, caso não fossem

identificadas informações suficientes, seriam realizadas buscas em fontes de dados

estaduais e federais.

Seguindo a lógica apresentada, foram analisados, em caráter preliminar, os dados e

publicações disponibilizadas nos endereços eletrônicos das seguintes instituições:

● Prefeitura Municipal de Montanha;

● Defesa Civil Municipal de Montanha;

● Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN);

● Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper);

● Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag);

● Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf)

● Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e

Page 17: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

5

● Ministério do Desenvolvimento Social – Plano Brasil sem Miséria.

Inicialmente optou-se por utilizar dados existentes em documentos publicados por

essas instituições, que apresentavam formato de diagnóstico para o município de

Montanha, poupando assim o trabalho de compilação de dados diretamente das

fontes primárias.

Nessa fase, foram selecionadas três publicações de referência, consideradas

abrangentes e relevantes:

● Diagnóstico Situacional do Desenvolvimento Territorial realizado dentro do Plano

de Desenvolvimento Local Sustentável (PDLS), produzido pela Fundação

Ceciliano Abel de Almeida e disponibilizado no site do IJSN;

● Planejamento e Programação de Ações do Programa de Assistência Técnica e

Extensão Rural (Proater) 2011 – 2013, elaborado pelo Incaper, com apoio de

outras instituições;

● Boletins de Dados Municipais atrelados ao Plano Brasil sem Miséria.

Adicionalmente, foram coletados dados espaciais disponibilizados no portal do

Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo – o Geobases.

Esses dados foram utilizados pela equipe de Geoprocessamento na produção de

mapas temáticos para o município.

Diante da inexistência e ou carência de dados relevantes para o projeto, bem como

da necessidade de atualização e complementação de alguns dados, foi feita a

coleta de dados primários por meio de visitas em campo e buscas em instituições

públicas, construindo uma nova base de dados relativo às localidades de risco,

saneamento básico, divisão de bairros e comunidades, infra-estrutura e expansão

urbana.

Page 18: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

6

4ª fase: Interface Geográfica Ifes – Campus Montanha

Foi criada uma interface específica na plataforma on-line do Geobases, cujo objetivo

foi dispor de uma ferramenta de apoio tecnológico para armazenar, manipular e

analisar dados de diferentes origens em ambiente de Sistema de Informações

Geográficas. Na verdade, esta fase ocorre em paralelo às demais etapas, na medida

em que havia a necessidade de ajustes e, portanto, o seu aprimoramento.

Imagem 1 - Página de acesso à interface Ifes-Campus Montanha, no Portal Geobases.

Fonte: adaptado de Geobases (out. 2015).

Page 19: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

7

Imagem 2 – Interface de manipulação Ifes - Campus Montanha.

Fonte: adaptado de Geobases (out. 2015).

A construção dessa interface na internet contou com a infraestrutura tecnológica e os

recursos públicos já existentes do próprio sistema Geobases1.

A aplicabilidade da interface foi realizada em três momentos assim denominados:

1ª – Fase de Reconhecimento.

2ª – Olhares sobre Montanha.

3ª – Georreferenciamento de Locais de Risco.

A Fase de Reconhecimento foi realizada por meio de visitas em campo nos meses de

outubro e novembro de 2014, onde foram obtidas fotografias de lugares de interesse

para a pesquisa2. O acervo fotográfico foi inserido na interface no mês de novembro

do mesmo ano.

1 Veja maiores detalhes em artigo digital disponível em:

<http://www.geobases.es.gov.br/portal/index.php/geral/ifescampusmontanhautilizainterfacegeograficapararetratararealidadelocal.html>. 2 A Fase de Reconhecimento também abrangeu os estudos de Grupos Focais e pode ser verificada em artigo virtual publicado

em 28 de novembro de 2014, disponível em http://montanha.ifes.edu.br/?p=375.

Page 20: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

8

Imagem 3 – Visita ao Viveiro Municipal de Montanha. Fase de Reconhecimento.

Fonte: LabTec3 (out. 2014)

A fase Olhares sobre Montanha correspondeu à articulação de diferentes “saberes”

produzidos por alunos do Curso Técnico em Administração do Ifes Campus Montanha,

os quais fotografaram elementos paisagísticos marcantes do município, no período de

setembro a dezembro de 2014.

As imagens capturadas pelos estudantes foram inseridas na interface no dia 13 de

dezembro de 2014, por meio de uma oficina realizada no Ifes Campus-Montanha,

ministrada por Professores dos campi de Vitória e Montanha e monitorada por alunos

do curso técnico em Geoprocessamento do Ifes Campus Vitória.

Para a realização da oficina, foram elaborados dois (2) documentos preliminares,

sendo o primeiro, um roteiro sucinto de instruções gerais acerca da Oficina (APÊNDICE

II) e, o segundo documento, correspondeu a um tutorial detalhado de como

georreferenciar as fotografias na interface do Geobases (APÊNDICE III).

3 O LabTec - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Tecnologia Social, Trabalho e Educação no Contemporâneo é um Grupo

de Pesquisa aprovado pelo CNPq e certificado pelo Ifes (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5489184556334487). O Grupo é

formado por uma equipe multidisciplinar e interinstitucional, atuando no campo das práticas e pesquisas das tecnologias sociais

com foco na construção e experimentação CT&I, na busca de alternativas simples, autogestionadas, inovadoras e sustentáveis .

Page 21: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

9

Com isso, utilizou-se dessa geotecnologia também enquanto uma inovação para o

apoio ao ensino. Cada estudante georreferenciou, em média, 3 fotos de sua autoria.

Imagem 4 - Oficina de georreferenciamento no Ifes Campus-Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (dez. 2014).

Imagem 5 - Alunos do Ifes de Montanha georreferenciando suas fotografias.

Fonte: Equipe LabTec (dez. /2014).

Page 22: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

10

Na fase Georreferenciamento de Locais de Risco, foi feito um levantamento em

campo, com o apoio da Defesa Civil de Montanha, das localidades suscetíveis a riscos

sócioambientais, onde foram gerados dois relatórios fotográficos. Além das imagens

produzidas pela equipe do LabTec para o Projeto Conhecer, a Defesa Civil do

município também disponibilizou um relatório fotográfico de sua autoria.

Foi feita então a análise dos três relatórios fotográficos e seleção das imagens que

evidenciavam a caracterização dos riscos identificados e, posteriormente, fez-se a

inserção dessas imagens na interface do Projeto, bem como a inserção de suas

coordenadas de localização e principais elementos descritivos. Os resultados desta

fase serão melhor detalhados no capítulo 7.

5ª fase: Organização e apresentação dos dados coletados

Após a leitura das publicações de referência, cada colaborador organizou e

sistematizou os dados referentes ao tema sob sua responsabilidade, e realizou uma

apresentação dos dados identificados na forma de textos, tabelas, mapas e/ou

gráficos.

De forma análoga, os dados primários coletados em campo foram organizados, e a

sistematização destes dados específicos, gerou mapas temáticos para subsidiar as

análises relativas aos diversos temas.

Quanto à interface, foi gerada uma base de dados a ser usada na elaboração de

mapas temáticos para subsidiar as análises conclusivas, bem como o

compartilhamento de conhecimentos multidisciplinares levantados neste Projeto. A

disponibilização da interface será, em breve, de domínio público e pretende contribuir

para a continuidade das pesquisas, atividades pedagógicas e ações político-sociais

do Ifes Campus Montanha e do Município.

Todas essas informações foram reunidas nos tópicos seguintes onde veremos os

resultados do levantamento de dados oficiais que caracterizam o município de

Montanha, considerando-se os aspectos de interesse para este Projeto.

Page 23: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

11

3. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO

3.1 Localização Geográfica

O município de Montanha está localizado no extremo norte do estado do Espírito

Santo. Na porção oeste, Montanha faz divisa com os municípios de Mucurici e Ponto

Belo, a leste, localiza-se o município de Pedro Canário; ao sul encontra-se o município

de Pinheiros, e ao norte está localizado Nanuque, município pertencente ao estado de

Minas Gerais.

De acordo com a Lei Estadual nº 9.768, de 26 de Dezembro de 2011, que define as

microrregiões e macrorregiões de planejamento no Estado do Espírito Santo, o referido

município encontra-se inserido na microrregião Nordeste, que compõe a macrorregião

Norte.

Page 24: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

12

Imagem 6 - Localização do município de Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (mai./ 2015)

A Imagem 6 apresenta a localização do município e suas divisões regionais. Ela foi

obtida a partir do Mapa de Localização (APÊNDICE IV) produzido pela equipe a partir

da manipulação dos planos de informações mencionados a seguir, considerando a

legislação de referência.

Planos de informações utilizados:

● Limites dos municípios do ES (GEOBASES): LIM_MUNICIPIO15;

● Limites dos estados vizinhos (IBGE): VIZINHOS.

Planos de informações produzidos:

● Limites da macrorregião Norte: LIMITE_MACRO_MONTANHA;

● Limites da microrregião Nordeste: LIMITE_MICRO_MONTANHA.

Page 25: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

13

Fontes dos dados:

● Legislação utilizada como referência:

http://www.al.es.gov.br/antigo_portal_ales/images/leis/html/LO9768.html

● Planos de informações da base GEOBASES:

http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=

NAVEGADOR_GEOBASES

● Planos de informações IBGE:

ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/BA.zip

ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/RJ.zip

ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/MG.zip

3.2 Distância da capital

Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a distância, por rodovias, do

município de Montanha até a capital do estado, Vitória, é de 329 km. Calculando-se a

distância em linha reta entre as sedes municipais dos referidos municípios encontra-se o

valor de 226,115 km. Esse valor foi obtido utilizando-se ferramentas de cálculo do

ArcGis, aplicada a camada de dados denominada PREFEITURAS_CGEO_IJSN, obtida

no portal GEOBASES.

No Apêndice V estão apresentadas as distâncias entre Montanha e as demais cidades

do Estado do Espírito Santo, considerando as informações do DER e as informações

obtidas por consultas via Google Maps.

Planos de informações utilizados:

● Localização das Sedes Municipais (GEOBASES): PREFEITURAS_CGEO_IJSN.

Planos de informações produzidos:

Page 26: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

14

● Distância linear entre sedes: Distancia_sede.dbf

Fontes dos dados:

● Plano de informação da base GEOBASES:

http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=

NAVEGADOR_GEOBASES

● Tabela de distâncias entre cidades do ES :

http://www.der.es.gov.br/download/TabelaDistancias.pdf

● Consulta de distâncias e tempo de trajeto entre cidades do ES:

https://www.google.com.br/maps

3.3 Área Geográfica, divisão de distritos e comunidades

De acordo com o IBGE (2015) o município possui área de 1.098,923 km², dividida em

dois distritos: Montanha e Vinhático.

Segundo levantamento realizado pelo IJSN, no Projeto Mapeamento de Comunidades

Urbanas e Rurais do Espírito Santo, realizado em 1994, o município possui trinta

comunidades, considerando-se, entre elas, duas cidades. A lista com os nomes das

comunidades é apresentada a seguir:

● Amorim

● Assentamento Bela Vista

● Assentamento da Praia

● Assentamento Francisco Domingos Ramos

● Balão

● Biju Molhado

● Córrego do Dez

● Córrego do Dezoito

● Fazenda América

Page 27: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

15

● Fazenda Apal

● Fazenda Biti

● Fazenda Pearce

● Limoeirinho

● Limoeiro

● Montanha (cidade)

● Penha

● Ponto do Tiago

● Ramal da Fumaça

● Rio do Sul

● Santo Antônio

● São Celso

● São Cristóvão

● São Domingos

● São Geraldo

● São Judas Tadeu

● São Lourenço

● São Sebastião do Norte

● Trinta de Maio

● União

● Vinhático (cidade)

No entanto, durante a Fase de Reconhecimento, os estudos focais e levantamento

bibliográfico revelaram mais três (3) comunidades rurais: Assentamento Adriano

Machado, Assentamento Oziel Alves, Fazenda Campo Alegre, as quais não estão

presentes nos planos de informações do IJSN4.

4 As três referidas comunidades são consideradas nesta pesquisa, apesar de não estarem georreferenciadas nos planos de

informações oficiais.

Page 28: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

16

A Imagem 7 apresenta a divisão das comunidades e distritos do município de

Montanha obtida a partir do Mapa de Comunidades e Distritos (APÊNDICE VI)

produzido pela equipe de geoprocessamento a partir dos planos de informações

detalhados a seguir.

Planos de informações utilizados:

● Limites entre Comunidades (IJSN): LIM_COMUNIDADES.

Fontes dos dados:

● Plano de informação do IJSN:

http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=

3780&Itemid=330

● Informações sobre a área do município:

http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=320350&search

=espirito-santo|montanha

Page 29: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

17

Imagem 7 – Distritos e comunidades de Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (mai. 2015).

3.4 Bairros

Em trabalho de campo realizado Coordenação de Geoprocessamento do IJSN, em 2012,

foram identificados onze bairros pertencentes ao município de Montanha. São eles:

● Alcebíades

● Angela Depollo

● Brasília

● Centro

● Decão

● Esperança

Page 30: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

18

● Fundão

● Irmã Maria Zélia Prudente

● Lajedo

● Pampulha

● São Sebastião

A identificação dos bairros e seus respectivos limites foram obtidos a partir de um plano

de informações disponibilizado na base de dados cartográficos do IJSN. A Imagem 11

apresenta o recorte do Mapa de Bairros (APÊNDICE VII) produzido a partir da

manipulação desse plano de informações oficial utilizando-se o software ArcMap 10.1.

Planos de informações utilizados:

● Limite entre Bairros nos Municípios do ES (IJSN, 2013): LIM_BAIRROS.

Fontes dos dados:

● Plano de informação do IJSN:

http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=

3780&Itemid=330

Imagem 8 - Bairros de Montanha

Fonte: IJSN, 2012 Organização: LabTec (mai. 2015)

Page 31: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

19

Imagem 9 - Mapa da sede do município de Montanha.

Fonte: Geobases (2015) Organização: LabTec (2015)

Todavia, durante a Fase de Reconhecimento notou-se considerável alteração da

configuração dos bairros em 2015, quando comparada aos dados oficiais disponíveis,

indicando uma reconfiguração urbana.

Tais mudanças já tinham sido prevista em estudos anteriores (FUNDAÇÃO CECILIANO

ABEL DE ALMEIDA, 2009), na ocasião da elaboração do Plano de Desenvolvimento

Local Sustentável – PDLS (Imagem 10). O referido Plano indicou a expansão urbana nos

sentidos oeste e sul, no entanto, ela também deu-se no sentido leste, como veremos

mais adiante.

Page 32: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

20

Imagem 10 - Áreas sob perspectiva de expansão.

Fonte: FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009.

Para a corrente pesquisa, foi elaborado então um mapa (APÊNDICE VIII) acrescido dos

dados obtidos junto à Prefeitura e levantados em campo.

Imagem 11 - Áreas em expansão

Fonte: Equipe LabTec (dez. 2015).

Page 33: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

21

Foram então mapeadas sete (7) novas localidades, listadas a seguir:

o Amazonas

o Esperança

o Idelza Borges o Pelourinho

o Liberdade

o Thutu Reuther

o Mata Atlântica

As localidades que se caracterizam pela ampliação territorial da área urbana de

Montanha são Esperança, Mata Atlântica, Liberdade e Pelourinho. Além destas

citadas, considere também a área do Ifes como área expandida do bairro Palhinha, a

leste. Note que o bairro Palhinha antes era denominado Pampulha (Imagem 11).

As localidades de Amazonas, Idelza Borges e Thutu Reuther na verdade, configuram

área de adensamento populacional e desmembramento do bairro Irmã Maria Zélia

Prudente.

Além das novas áreas presentes no mapa, foram identificadas mais 5 localidades,

usualmente denominadas de “bairros” pelos seus habitantes. São elas: Bela Vista,

Cipreste, Dominguinhos, Edgar Gomes e Francisco Lopes

Tais localidades não foram contempladas no mapa, pois não foi possível

georreferenciá - las5. Outra questão a ser esclarecida refere-se a confusão acerca da

toponímia dos lugares, a exemplo das localidades denominadas de Esperança e Nova

Esperança. Ressalta-se, portanto, que apesar deste mapa refletir uma atualização de

dados cartográficos, ele não é definitivo e evidencia a atual necessidade de revisão

dos dados oficiais.

5 O levantamento dessas localidades foi ocasionalmente obtido junto aos grupos focais, ou seja, não era foco da pesquisa o

georreferenciamento de suas moradias.

Page 34: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

22

3.5 Propriedades rurais

Segundo o Incaper (ESPÍRITO SANTO, 2011a), em janeiro de 2011 o município de

Montanha apresentava um total de 1.188 propriedades rurais reconhecidas pelo

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O gráfico a seguir apresenta a estrutura fundiária do município, considerando a

classificação adotada pelo INCRA, que divide as propriedade nas categorias

minifúndio (inferior a um módulo fiscal), pequena (entre 1 a 4 módulos fiscais), média

(acima de 4 até 15 módulos fiscais) e grande propriedade (superior a 15 módulos

fiscais) e, que o módulo fiscal de Montanha possui tamanho de 60 hectares.

Gráfico 1 - Estratificação fundiária de Montanha.

Fonte: INCRA jan./2011 apud ESPÍRITO SANTO, 2011a.

Em Montanha aproximadamente 59% das propriedades são classificadas como

minifúndios e 25% como pequenas propriedades.

O Incaper (ESPÍRITO SANTO, 2011a) afirma que os aspectos fundiários de um município

refletem distribuição da terra entre pessoas e grupos, portanto nota-se aí um

Page 35: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

23

desequilíbrio, uma vez que Dados do Ministério Social e do Combate à Fome (BRASIL,

2013b) apontavam que 77% dos produtores rurais em 2006 eram agricultores familiares,

os quais ocupavam apenas 26% da área agrícola.

3.6 Clima

Montanha apresenta clima quente, caracterizado por verões chuvosos e invernos

secos. Esses dois períodos são bem definidos ao longo do ano, de modo que a estação

chuvosa ocorre entre os meses de novembro e janeiro, e a estação seca entre os

meses de maio e setembro.

Quanto à afirmação dos moradores de que Montanha possui um clima quente e seco,

os dados do Incaper confirmam que o município está inserido na região de terras

quentes, planas e secas com uma distribuição de chuvas, durante o ano, de

praticamente cinco meses parcialmente secos, quatro meses secos e três meses

úmidos (ESPÍRITO SANTO, 2011a). Conforme mostram o gráfico e o mapa de

caracterização do clima.

Fonte: Agência Nacional de Águas. Dados brutos de precipitação da estação de monitoramento pluviométrico FAZENDA LIMOEIRO

(01840012). Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/Estacao.asp?Codigo=1840012> . Acesso em:jul. 2015.

Gráfico 2 – Médias mensais referentes à precipitação

Page 36: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

24

Imagem 12 – Caracterização do clima

Fonte: Fonte: adaptado de Incaper. Disponível em: <http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/?pagina=temperatura>

Acesso em ago. 2015.

Note que o município de Montanha constitui o município mais seco do estado. Dados

de 2008 (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009) apontavam precipitações

anuais entre 900 a 1.200 mm/ano e a temperatura média anual apresentava-se em

torno de 26ºC, com temperaturas máximas de 34ºC e mínimas de 18ºC (Incaper, 2008

apud FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).

Já os dados de 2014 apresentaram uma quantidade menor de precipitação, variando

entre 900 a 1.000 mm/ano, mas a temperatura média, surpreendentemente, está em

torno de 250C (Incaper, 2015).

Page 37: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

25

3.7 Relevo

No que refere-se a topografia do município, há a predominância de relevo suave-

ondulado, apresentando as maiores cotas no seu extremo oeste.

Imagem 13 - Mapa do relevo

Fonte: Modelo Digital de Elevação (SRTM) produzido pela Embrapa, disponível em Miranda (2005).

Page 38: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

26

Imagem 14 - Mapa de curvas de nível

Fonte: Modelo Digital de Elevação (SRTM) produzido pela Embrapa, disponível em Miranda (2005).

Ressalta-se o fato de que 99,45% do território apresenta baixa declividade (FUNDAÇÃO

CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).

Page 39: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

27

3.8 Hidrografia

O município está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Itaúnas e apresenta, em seu

território, uma rede de drenagem, conforme observamos nas bases de dados

geoespaciais acessadas em 2015, disponíveis no Geobases e Seama/Iema.

Imagem 15 – Bacia do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha.

Fonte: Disponível em: <http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOBASES> . Ago. 2015 Organização: LabTec, 20156.

6 Mapa produzido a partir do arquivo de trecho de drenagem obtido no portal do GEOBASES. Disponível em:

http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOBASES. Acesso em: ago.

2015.

Page 40: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

28

Todavia, visitas em campo apontam para uma significativa redução da vazão e do

nível dos leitos dos rios, córregos e demais corpos d’água que atravessam seu território.

Na sede municipal, destaca-se o córrego Montanha, o qual já vem sendo fortemente

impactado pela ocupação irregular de suas margens, ao mesmo tempo em que

torna-se um risco à população, nos períodos de cheia.

No âmbito urbano, dos três córregos que banham a cidade, destaca-se o Córrego

Montanha, que encontram-se completamente degradados em função de

lançamento de resíduos e poluição difusa. Além desse fato, o que se observa é que a

cidade como um todo não considera estes córregos como fonte de vida.

Na região rural, essa problemática de qualidade e quantidade da rede hidrográfica se

intensifica em função do uso e ocupação do solo do modo inadequado. O uso

extensivo das atividades da pecuária por quase todo o território, sem as adequações

e melhorias ambientais necessárias, não condiz com as condições de clima árido, as

elevadas temperaturas e as próprias condições de solo da região.

Diferentemente das percepções dos moradores, Montanha está inserido numa região

de terras fracas, enxutas e de textura fina, com raras exceções aparecem alguns

pontos de terras férteis, identificados no PROATER (ESPÍRITO SANTO, 2011a)

principalmente em locais como Ramal da Fumaça e Comunidade do Km 18. Nos

mapas abaixo é possível observar a hidrografia, o uso da solo e a baixa cobertura

vegetal.

Page 41: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

29

Imagem 16 - Bacia hidrográfica do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha.

Organização: LabTec, 2015.

Page 42: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

30

4. ASPECTOS ECONÔMICOS

O Produto Interno Bruto (PIB) do município de Montanha apresentou crescimento de R$

144,4 milhões para R$ 197,2 milhões entre o Censo de 2005 e 2010, o que em termos

percentuais correspondeu a 36,6% contra 41,4% no estado (BRASIL, 2013b). Sua

participação no PIB estadual ficou em 0,31% entre os anos de 2000 e 2005, e de 0,30%,

no quinquênio seguinte.

O gráfico a seguir mostra os setores econômicos e suas respectivas participações nos

valores do PIB municipal.

Gráfico 3 – Participação dos setores econômicos no PIB

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

A agropecuária é o setor mais representativo do PIB municipal com 45,5%,

evidenciando a importância do setor primário na economia local. Por outro lado, as

taxas de crescimento do PIB nominal7 nos setores da indústria e de serviços foram as

7 O PIB nominal é valor calculado levando-se em conta os preços do ano corrente: ou seja, se houver inflação no

período, ela será contabilizada no resultado final. Já o PIB real é medido com o preço fixado no ano anterior, tirando-se desse cálculo o efeito da inflação. Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pib/produto-interno-bruto-pib.shtml Acesso em: fev. 2016.

Page 43: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

31

que mais cresceram de 2005 a 2010, a taxas de 50,1% e 55,1%, respectivamente. O

setor econômico da agricultura teve a taxa de crescimento mais baixa, registrando

16,1%. Destaca-se ainda o fato de que a taxa de crescimento do PIB nominal da

indústria municipal tem crescido bem acima da taxa registrada para o estado, a qual

ficou em 26,3%, conforme vemos no gráfico abaixo.

Gráfico 4 – Taxa de crescimento do PIB

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

Page 44: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

32

Gráfico 5 – Taxa de desemprego

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

Das pessoas ocupadas, 30,5% tinham carteira assinada, 22%,1% atuavam por conta

própria, 3,2% eram empregadores e 3,7% do total ocupado era representado por

servidores públicos. Os trabalhadores sem rendimentos ou que produziam para o

próprio consumo representavam 6,7%.

Gráfico 6 – Pessoas ocupadas

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

Page 45: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

33

Em relação aos rendimentos, 60,2% ganhavam até 1 salário mínimo a.m. e 9% das

pessoas ocupadas não apresentavam rendimento. O rendimento médio mensal das

pessoas ocupadas era de R$ 876,89, sendo R$ 1.100,61 para os homens e, R$ 623,68 de

rendimento médio para as mulheres, o que mostra uma diferença de 76,47% de

vantagem para os homens.

Para o Ministério do Trabalho e Emprego, o mercado de trabalho formal do município

teve saldo positivo na geração de novas ocupações entre 2005 e 2012, onde 901

vagas foram criadas, porém, no último ano, houve 1.380 contratações, contra 1.495

demissões.

Gráfico 7 – Admitidos e desligados

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

Outro dado importante é que os 698 agricultores familiares do Município de Montanha

correspondiam a 77% dos produtores rurais e participavam com 49% da mão de obra

do setor. Quanto à participação na produção agropecuária municipal, a agricultura

familiar é responsável por apenas 27% (BRASIL, 2013b).

Page 46: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

34

Quanto ao mercado de trabalho, a população economicamente ativa registrada no

Censo de 2010, era de 9.068 pessoas, das quais 599 estavam desocupadas, gerando

uma taxa de 6,3% de desocupação (BRASIL, 2011?).

Observe os dados da produção agropecuária, a seguir.

Gráfico 8 – Disribuição das 5 principais culturas

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

Dentre as culturas permanentes, o mamão se destaca em produtividade, com 78.000

toneladas, seguido do café, côco-da-baía, maracujá e banana.

Dentre as lavouras temporárias, a cana-de-açúcar assume a primeira posição com

629.000 toneladas, seguida pela mandioca, abacaxi, milho e feijão. Interessante o fato

de que, dados do IBGE do Censo Agropecuário de 2006, mostra uma produção de

118.297 toneladas, o que configuraria num significativo aumento de produtividade,

acima de 500% em cinco anos.

Note que a cana de açúcar também ocupa a primeira posição tanto em termos de

produção por tonelada, quanto em termos de ocupação territorial, entretanto, o valor

da produção é inferior ao do café, pois a análise de apenas um tipo de café, o

Page 47: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

35

canéphora, é responsável pelo valor de produção de R$ 6.773,00, e o açúcar, R$

4.280,00, segundo dados do Censo Agropecuário de 2006-IBGE.

Gráfico 9 – Distribuição dos 5 principais rebanhos

Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?

A atividade pecuária também é representativa na economia local, porém tem

contribuído enormemente para a redução da cobertura florestal, restando apenas

alguns fragmentos de mata nativa, e em muitas situações já descaracterizada.

Segundo o PROATER (ESPÍRITO SANTO, 2011a), Montanha dispõe de menos de 10% da

área do município coberto com florestas nativas,

O desbravamento e queimadas ocorridas em anos anteriores para formação de

pastagem causaram um empobrecimento do solo, redução da produtividade,

assoreamento dos mananciais, tendo excesso de água no período chuvoso e

redução drástica no período seco, além disso, a degradação do solo desvaloriza

financeiramente as terras agrícolas provocando descapitalização do produtor rural.

Page 48: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

36

Imagem 17 - O Mapa de Uso do Solo da Região Litorânea Norte

Fonte: ESPÍRITO SANTO, 2011b. Mapa composto pela combinação do mapa de uso do solo do IJSN (2010) para

todos os usos, exceto florestas. A classe " Indefinido" representa as regiões que foram consideradas florestas pelo IJSN

mas não pela SOS-MA

Page 49: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

37

Existem no momento onze produtores cadastrados no Programa de Adequação

Ambiental do Governo do Estado, que consiste na proteção dos córregos e

nascentes e áreas que não tem vocação para agricultura. Também temos no

município o PROBORES8.

Sabe-se, porém que as APPs9 são ocupadas principalmente por pastagens e outras

culturas permanentes e anuais com existências mínimas de recomposição vegetal da

Mata Atlântica e proteção de nascentes. No Município existe uma propriedade

registrada como RPPN 10com área de 29,22 hectares.

Na imagem a seguir é possível visualizar a distribuição territorial das principais culturas.

Imagem 18 - Uso do solo e cultivos

Fonte: IJSN, apud IBGE Produção Agrícola Municipal (PAM) e Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura de

1994 a 2008. Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/Estatisticas/Consulta/ Organização: LabTec (2015)

8 Programa de Expansão da Heveicultura Capixaba (PROBORES), realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência

Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). 9 Área de Preservação Permanente ou APP é um espaço natural protegido principalmente em função da

capacidade estabilizadora do solo propiciada pela vegetação, cobrindo espaços geologicamente frágeis e sujeitos à erosão, desmoronamentos ou outras formas de degradação. 10

A Reserva Particular do Patrimônio Natural, ou RPPN é uma das modalidades de Unidades de Conservação (UC) contempladas pela lei N.º 9.985 de 18 de julho de 2000. A RPPN caracteriza-se por compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos naturais.

Page 50: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

38

Os usos predominantes dos solos são: Pastagem (mais de 67%) em relevo

predominantemente suave-ondulado e a Agricultura, a exemplo do café e

mandioca, na porção norte na localidade de Biju Molhado e a oeste na localidade

de São Sebastião do Norte, em relevo suave-ondulado.

As terras em geral apresentam limitações moderadas e fracas em suas propriedades

físico-químicas e morfológicas (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).

Terrenos com desenvolvimento de manto de alteração com baixa suscetibilidade à

erosão hídrica e muito baixa suscetibilidade à movimentos de massa do tipo

escorregamento e rastejo, segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-

CPRM (BRASIL, 2010).

Segundo o PDLS, as matas ciliares, às margens dos cursos d`água, são praticamente

inexistentes no território dando lugar a agricultura e pastagens.Assim, os poucos

fragmentos existentes estão situados na porção norte na localidade de Fazenda

América e central nas localidades de Fazenda Biti e São Celso.

Por haver o predomínio da atividade de pastagem extensiva é comum identificar a

degradação do solo e processos de lixiviação e erosão nos seus estágios (erosão em

lençol e ravinas) em função do pisoteio do gado nos vários pontos do território.

Page 51: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

39

Tabela 1 – Perspectivas e impactos

Fonte: FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009

De uma maneira geral, a economia do município depende de atividades

agropecuárias, agroindústrias de pequeno e grande porte, viveiros municipais (nativas

e frutíferas) e particulares (ornamentais, nativas e frutíferas), extração de rochas

ornamentais etc. além de confecção de vestuário para varejo e mercado

corporativos.

Nas propriedades familiares predominam a bovinocultura de leite, café, fruticultura,

cana-de-açúcar e a cultura da mandioca, grande parte destinada à venda in natura

e, também, para a fabricação de farinha e outros produtos.

Page 52: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

40

Dentre as principais atividades econômicas do município, a pecuária mista ocupa a

maior área territorial empregando, em média, três pessoas por propriedade. Porém, se

percebe uma baixa produtividade com média de 3 litros/dia por animal e 40 a 45

meses para abate. Esta baixa produtividade resulta da ausência de técnicas como

suplementação mineral, melhoramento genético, manejo de pastagens, agravado

ainda, por duas estações bem distintas, com um período de seca durante 8 meses e

um período chuvoso de 4 meses durante o ano.

O café está plantado em uma área de 8.000 hectares com uma baixa

produtividade, em torno de 25 sacas por hectare, necessitando de melhor nível

tecnológico, diminuição dos custos de produção, melhoria da produtividade e

qualidade do produto. A nutrição das lavouras é deficiente, pela falta de uso de

análise de solo e foliar. O parque cafeeiro está sendo renovado com mudas clonais,

espaçamento mais adequado e utilização de irrigação, ao mesmo tempo em que se

realiza a substituição das lavouras velhas.

A exploração do mamão é uma atividade desenvolvida por médios produtores

devido ao alto custo de produção e elevado nível tecnológico. Essa atividade vem

crescendo no município e se destaca como uma alternativa que oferece melhor

retorno ao produtor, gerando um maior número de empregos para a região e,

ocupando pessoas ociosas da Sede e Distritos do Município.

A cultura do maracujá vem crescendo no município, se destacando entre os

pequenos e médios agricultores familiares e também nos assentamentos.

O plantio de frutas vem se destacando como nova alternativa. A fruticultura tem a

vantagem de agregar uma maior participação de mão-de-obra familiar.

A olericultura merece uma melhor atenção tendo em vista que a maior parte

consumida é originária da CEASA, sendo que o solo e o clima são favoráveis para o

cultivo de algumas culturas como: inhame, tomate, quiabo, jiló, cenoura e outros.

A abóbora é uma cultura praticada por agricultores familiares, por ser de ciclo curto,

de baixo custo, e de rápido retorno financeiro ocupando pequena mão-de-obra de

Page 53: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

41

nível tecnológico não elevado. A produção é comercializada por intermediários da

região que vendem na CEASA do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A mandioca é muita cultivada pela agricultura familiar, com baixo nível tecnológico,

baixa produtividade para a região, merecendo uma maior atenção com relação à

assistência técnica. A implantação de agroindústria de amido em Mucurici pode ser

também uma alternativa para a comercialização da raiz da mandioca.

A silvicultura vem crescendo em pequena escala e merece uma melhor atenção por

ser importante nas pequenas propriedades para servirem em instalações, cercas e

escoramento em plantio de frutas e verduras. A seringueira também é uma

importante opção.

A comercialização dos produtos da Agricultura Familiar são prioridade no município e

se dão através de Feiras Livres (Montanha e Vinhático), PAA, PNAE e Centro de

Comercialização.

Page 54: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

42

5. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

5.1 População total

A evolução da população de Montanha, no período entre 2000 a 2010, apresentou

uma taxa crescimento de 0,35% ao ano, sendo esta, uma taxa inferior à registrada no

estado, a qual ficou em 1,28% no mesmo período (BRASIL, 2013b). Um relatório de

“Dados socioeconômicos”, obtido junto ao Instituto Jones dos Santos Neves – IJSN,

também apresenta alguns dados demográficos, porém para o período de 2010-2014,

cuja fonte primária é o IBGE. Essas informações estão apresentadas no gráfico e na

tabela a seguir.

Gráfico 10 - Evolução da população residente em Montanha de 2000 a 2014.

Fontes: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas populacionais - IBGE; (3) Contagem populacional - IBGE

(1996/2007).

A evolução da população mostra o predomínio de uma instabilidade ao longo desses

14 anos, uma vez que observou-se a alternância entre momentos de decréscimo e

aumento populacional. Veja que entre os anos 2000 e 2006 o decréscimo foi

constante, seguido por um pico de crescimento nos 3 anos seguintes. Em seguida, no

ano de 2009, houve um decréscimo abrupto, seguido por um inexpressivo crescimento

Page 55: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

43

nos dois anos consecutivos, 2010-2011, e a retomada do crescimento nos anos

seguintes, 2012-2014.

Na tabela abaixo são apresentados os valores numéricos da população do município

e do estado do Espírito Santo.

Anos População residente

Montanh

a Espírito Santo

2000 ¹ 17.263 3.097.232

2001² 17.134 3.155.016

2002 ² 17.080 3.201.722

2003 ² 16.995 3.250.219

2004 ² 16.817 3.352.024

2005 ² 16.718 3.408.365

2006 ² 16.620 3.464.285

2007 ³ 17.998 3.351.669

2008 ² 18.723 3.453.648

2009 ² 18.856 3.487.199

2010 ¹ 17.849 3.514.952

2011² 17.894 3.547.055

2012² 17.938 3.578.067

2013²

19.049 3.839.366

2014² 19.138 3.885.049

Tabela 2 - Evolução da população residente de 2000 a 2014.

Fonte: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas

populacionais - IBGE; (3) Contagem populacional - IBGE (1996/2007).

Page 56: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

44

O crescimento populacional no Espírito Santo mostrou-se praticamente constante ao

longo de todo o período, apresentando um leve movimento contrário apenas entre

2006 e 2007, retomando em seguida a tendência de crescimento.

Numa breve análise comparativa entre o município e o estado mostrou que o primeiro

cresceu 11% nesses 14 anos, o que equivale a quase o dobro do crescimento em todo

o estado, que ficou em 6%. Todavia, vale ressaltar que, em termos de

representatividade populacional no Espírito Santo, Montanha correspondeu a 0,2%

deste crescimento.

5.2 População urbana e rural

O gráfico a seguir apresenta a divisão entre a população rural e urbana, considerando

os dados obtidos em estudos demográficos do IJSN, baseado em dados do CENSO

2010. Os valores numéricos encontram-se na tabela que se segue.

Segundo IBGE (2015), a taxa de urbanização representa um indicador do percentual

da população da área urbana em relação à população total.

Gráfico 11 - Distribuição da população rural e urbana.

Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.

Page 57: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

45

Município e

Estado Total

Urbana Rural

Absolut

o (%)

Absolut

o (%)

Montanha 17.849 13.522 75,8 4.327 24,2

Espírito Santo 3.514.95

2 2.931.47

2 83,4 583.480 16,6

Tabela 3 - População urbana e rural do município de Montanha e do estado.

Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.

No caso de Montanha, a taxa de urbanização variou de 74,91% à 75,8%, caracterizando um

crescimento de 1,13%, entre os anos de 2000 e 2010. Vale ressaltar que, embora tenhamos 75%

da população habitando o território urbano, este corresponde a apenas 0,5% do território

municipal, ou seja, é um município predominantemente rural em termos de área territorial,

como pode ser visto na Imagem 7.

Fonte:

● http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicado

resminimos/conceitos.shtm

5.3 População por Gênero

Segundo informações do Censo 2010, em relação à distribuição da população por gênero, o

município de Montanha apresenta o número de homens ligeiramente superior ao número de

mulheres. A tabela e o gráfico abaixo apresentam os valores numéricos e percentuais.

Município e

Estado Total

Gênero

Homens Mulheres

Absolut

o (%)

Absolut

o (%)

Espírito Santo 3.514.95

2 1.731.21

8 49,3

1.783.73

4 50,7

Montanha 17.849 8.974 50,3 8.875 49,7

Tabela 4 - Distribuição da população por gênero.

Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.

Page 58: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

46

Gráfico 12 - Divisão da população por gênero.

Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.

Vejamos agora a distribuição da população por gênero e por faixa etária.

Tabela 5- Distribuição populacional por gênero e faixa etária.

Fonte: IBGE, Censo 2010.

Page 59: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

47

Boa parte da população de Montanha, ou seja, 76% encontram-se na faixa etária

entre 0 a 49 anos, com um leve predomínio da população masculina. Por outro lado, a

população acima dos 50 anos tem as mulheres como maioria.

A população jovem do município corresponde a 40% da população, o que em

números absolutos corresponde a 7.219. Estes dados são relevantes no sentido em que

podem subsidiam políticas públicas educacionais mais eficientes, tema este que será

melhor detalhado no próximo capítulo.

5.4 População por Cor ou Raça

A tabela abaixo nos mostra o panorama da população montanhense, quanto a cor ou raça,

ao lado das estatísticas estadual e nacional.

Cor ou Raça Brasil Espírito Santo

Montan

ha

Absoluta (%) Absolut

a (%)

Absolut

a (%)

Branca 91.051.64

6 47,73

1.481.67

8 42,15 5.237 29,34

Preta 14.517.96

1 7,61 293.334 8,35 1.173 6,57

Amarela 2.084.288 1,09 21.956 0,62 85 0,48

Parda 82.277.33

3 43,13

1.708.79

6 48,62 11.324 63,44

Indígena 817.963 0,43 9.160 0,26 30 0,17

Sem

declaração 6.608 0,01 28 0 0 0

Tabela 6 - Distribuição da população por cor ou raça.

Fonte : IBGE, Censo 2010.

Observa-se a predominância da população que se autodeclara parda (63,44%),

seguida do grupo de cor branca (29,34%) e negra (6,57%).

Observou-se que a população indígena é a menos expressiva com 0,17% da

população, o que em números absolutos corresponde a 30 habitantes, enquanto a

população amarela equivale a 85 habitantes ou 0,48%.

Page 60: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

48

Gráfico 13 - Distribuição da população por cor ou raça.

Fonte : IBGE, Censo 2010.

Ao compararmos Montanha com o estado e o país, observou-se que a população

parda é de 29%, o que em termos proporcionais, mostra-se inferior à média nacional

(47,73%) e estadual (42,15%). Por outro lado, em relação à população preta, amarela

e indígena, há um certo equilíbrio, onde a variação não passa de 1,8% quando

comparamos Montanha, o Espírito Santo e o Brasil.

5.5 População por Faixa Etária

Gráfico 14 – População residente por faixa etária

Fonte: IBGE apud Brasil, 2011b

Page 61: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

49

A população residente no município na faixa etária de 15 a 59 anos exibiu crescimento

populacional (em média 0,79% ao ano), passando de 10.411 habitantes em 2000 para

11.260 em 2010. Em 2010, este grupo representava 63,1% da população do município.

5.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

Os dados referentes ao IDHM do município de Montanha foram obtidos no Atlas de

Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível na internet. Segundo o perfil

apresentado para o município, o IDHM de Montanha apresentou valor 0,667, em 2010,

o que situa o município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600

e 0,699). O gráfico a seguir apresenta a evolução do IDHM do município de Montanha

considerando os anos de 1991, 2000 e 2010.

Gráfico 15 - Evolução do IDHM.

Fonte: PNUD, Ipea e FJP.

A dimensão com maior contribuição para o IDHM do município é Longevidade, com

índice de 0,816, seguida de Renda, com índice de 0,679, e de Educação, com índice

de 0,535. Os valores das componentes de cada dimensão podem ser observados na

tabela a seguir.

Page 62: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

50

IDHM e componentes 1991 2000 2010

IDHM Educação 0,210 0,373 0,535

% de 18 anos ou mais com ensino fundamental

completo 18,93 26,52 37,55

% de 5 a 6 anos frequentando a escola 36,31 54,89 85,03

% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do

ensino fundamental 35,71 54,52 83,16

% de 15 a 17 anos com ensino fundamental

completo 8,67 39,54 55,00

% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 8,05 27,72 32,42

IDHM Longevidade 0,657 0,734 0,816

Esperança de vida ao nascer (em anos) 64,43 69,05 73,96

IDHM Renda 0,547 0,634 0,679

Renda per capita (em R$) 241,21 414,43 547,46

Tabela 7 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes – Montanha-ES

Fonte: PNUD, Ipea e FJP.

No período de 1991 a 2000, o IDHM passou de 0,423 para 0,558, com uma taxa de

crescimento correspondente a 31,91%. Entre os anos de 2000 e 2010 o IDHM passou de

0,558 para 0,667, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 19,53%.

Considerando a evolução do IDHM de 1991 a 2010, o município passou de 0,423 para

0,667, enquanto o IDHM do Espírito Santo (UF) passou de 0,493 para 0,727. Isso mostra

que a taxa de crescimento do município, de 57,68% foi superior à taxa de crescimento

do Estado no mesmo período, que foi de 47%. No município, a dimensão cujo índice

mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,325), seguida

por Longevidade e por Renda. No Estado, observou-se a mesma tendência,

entretanto, a educação apresentou crescimento de 0,358.

O gráfico a seguir apresenta a evolução do IDHM do município de Montanha

comparado a realidade do Estado e de outros municípios brasileiros.

Page 63: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

51

Gráfico 16 - Evolução do IDHM - Montanha em relação ao cenário estadual e nacional.

Fonte: PNUD, Ipea e FJP.

A análise do gráfico anterior permite observar que o IDHM do município de Montanha

fica abaixo dos valores de IDHM estadual e nacional. Entre os 5.565 municípios

brasileiros, Montanha ocupa a 2.738ª posição no ranking do IDHM-2010, que tem o

maior IDHM com valor de 0,862 (São Caetano do Sul - São Paulo) e o menor com valor

de 0,418 (Melgaço – Espírito Santo).

No ranking estadual do IDHM -2010, Montanha ocupa a 56ª posição dos 78 municípios

do Espírito Santo, que tem como líder a capital, Vitória com IDHM de 0,845. O último

lugar do ranking é ocupado pelo município de Ibitirama, com pontuação de 0,622.

Fonte:

● http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/montanha_es#idh

Page 64: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

52

6. EDUCAÇÃO

6.1 Taxa de analfabetismo

A taxa de analfabetismo corresponde à razão entre o número de pessoas que não

sabem ler, de um determinado grupo populacional, e o total de pessoas deste grupo.

Geralmente, essa taxa é representada em termos percentuais e serve para auxiliar na

avaliação da situação educacional de um determinado grupo social e, a

comparação entre diferentes grupos. A leitura deste indicador deve ser feita de forma

que menores taxas de analfabetismo representam uma melhor situação educacional

do grupo social em estudo.

Segundo dados do Censo 2010, o município de Montanha apresenta uma taxa de

analfabetismo de 22,4 %, o que representa uma melhoria em relação à taxa de 28,4%

apresentada em 2000. Por outro lado, em comparação aos demais municípios do

estado do Espírito Santo, Montanha apresenta a 14ª maior taxa de analfabetismo entre

os 78 municípios do estado.

Em 2010, o Espírito Santo apresentou uma taxa de analfabetismo de 15,2%, enquanto a

taxa nacional se manteve em 9%. Os dados coletados em 2010 também mostram que

a população de Montanha apresenta maior incidência do analfabetismo entre as

mulheres, com taxa de 23,6%, enquanto a população masculina apresenta taxa de

21,2%. Quanto a distribuição da taxa de analfabetismo entre a população rural e

urbana, a primeira, apresentou taxa de 25,8% contra 21,3% registrada entre população

urbana.

O próximo gráfico apresenta a taxa de analfabetismo em cada faixa etária,

considerando os dados de 2000 e 2010. A partir da análise do gráfico é possível

perceber que em quase todas as faixas etárias ocorreu uma redução da taxa de

analfabetismo. A exceção se deu nas faixas de 15 a 19 anos. Também é possível

verificar que o analfabetismo é mais significativo nas faixas etárias até 10 anos de

Page 65: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

53

idade, quando as crianças se encontram em processo de alfabetização, e após os 30

anos de idade, principalmente na população considerada idosa.

Gráfico 17 - Taxa de analfabetismo distribuído por faixa etária em 2000 e 2010.

Fonte : IBGE, Censo 2010.

A taxa de escolaridade representa o total de estudantes de um grupo dividido pelo

total de pessoas desse mesmo grupo. Juntamente com a taxa de analfabetismo, esse

indicador auxilia na avaliação da situação educacional de um grupo de interesse.

Em Montanha a taxa de escolaridade registrada no Censo 2010 foi de 27,6%. Isso

indica que pouco mais de um quarto da população local é estudante, o que em

números absoluto corresponde a 4.926 pessoas.

Page 66: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

54

Gráfico 18 - Taxa de escolaridade distribuída por faixa etária em 2000 e 2010.

Fonte : IBGE, Censo 2010.

O gráfico logo acima aponta as taxas de escolaridade nas diferentes faixas etárias da

população, conforme os censos realizados pelo IBGE. A partir desses gráficos é possível

avaliar se as crianças e jovens estão nas escolas, tendo acesso ao ensino formal, bem

como se os jovens e adultos estão buscando avançar no seu grau de escolaridade.

Considerando os anos de 2000 e 2010, vimos que ocorreu uma ampliação significativa

nos valores das taxas de escolaridade nas faixas etárias até 14 anos de idade.

Entretanto, ocorreu uma redução das taxas de escolaridade nas faixas etárias que

abrangem os jovens de 15 a 24 anos, principalmente na faixa de 18 a 19 anos. Isso

mostra que as crianças de Montanha estão entrando mais cedo na escola, contudo,

os jovens não estão prosseguindo nos estudos, o que, em números absolutos,

corresponderia a 2.092 potenciais discentes do ensino técnico- profissionalizante e

graduação, ou seja, os jovens entre 15 a 24 anos.

Estes dados são especialmente relevantes nesta pesquisa, uma vez que o Ifes é um

potencial acolhedor de estudantes acima dos 14 anos de idade. Se considerarmos o

Page 67: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

55

fato de que, em 2012, 53% dos alunos do Cead/Ifes11 encontravam-se na faixa etária

de 31 a 50 anos, o número de potenciais discentes no município de Montanha pode

chegar a 9.514.

Gráfico 19 – Faixa etária no Cead/Ifes.

Fonte: Censo Cead-Alunos, 2012.

Fontes de dados consultadas:

● http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/criancas_adolescentes/no

tastecnicas.pdf

● http://servicodados.ibge.gov.br/Download/Download.ashx?u=ftp.ibge.gov.br/C

ensos/Censo_Demografico_2010/Resultados_do_Universo/Agregados_por_Setore

s_Censitarios/ES_20150527.zip

11 O antigo Cead, atual Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância – atual Cefor, foi criado para promover a integração sistêmica dos campi do Ifes e consolidação das políticas institucionais de apoio à Eduação a Distância. A fonte do gráfico está disponível em < http://cefor.ifes.edu.br/images/stories/cead/censo2012/resultados_graficos_censo_aluno_cead2012.pdf> Acesso em: dezembro de 2015.

Page 68: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

56

Gráfico 20 – Metas do IDEB

Fonte: BRASIL, 2014

Por meio do Plano Brasil sem Miséria (BRASIL, 2015?), o governo afirma ter buscado

integrar esforços no sentido de diversificar e ampliar a oferta de cursos gratuitos de

qualificação profissional para jovens acima dos 16 anos. Dessa forma, a presença do

Ifes reforça consideravelmente as metas em torno da melhorias sociais, uma vez que

compõe a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, de

reconhecida qualidade. Para as pessoas inscritas no Cadastro Único há ainda a

vantagem de receber todo o material escolar e didático, além da assistência

estudantil.

6.2 Equipamentos de Educação

De acordo com o plano de informações dos equipamentos de educação do Espírito

Santo, datado de 2013 (IJSN), o município de Montanha possui 27 estabelecimentos de

ensino distribuídos conforme apresentado na imagem a seguir (Apêndice IX).

Page 69: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

57

Imagem 19 - Edificações de ensino em Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (set./ 2015).

A tabela a seguir apresenta as informações sobre cada um dos estabelecimentos.

Page 70: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

58

Relação dos estabelecimentos de educação de Montanha.

Nome da escola Nível de ensino Administração

EMUEF São Lourenço Fundamental Municipal

EEPEF Francisco Domingos Ramos Fundamental Estadual

EEUEF Rosangela Leite Alves Fundamental Estadual

EEPEF Bela Vista Fundamental Estadual

UMEI Pingo de Gente Infantil Municipal

EMEF Pedro Palácios Fundamental Municipal

EEEFM Padre Manoel da Nobrega Fundamental e Médio Estadual

UMEI Terezinha Zonfrilli Infantil Municipal

EFA de Vinhático Fundamental e Médio Privada

EMUEF Córrego do Limoeiro Fundamental Municipal

UMEI Cantinho das Flores Infantil Municipal

EMEF Bairro Brasília Fundamental Municipal

UMEI Arco Íris Infantil Municipal

CEB Nossa Senhora Aparecida Infantil e Fundamental Privada

EMEF Maria Clementina Fundamental Municipal

EMEF Domingos Martins Fundamental Municipal

EEEFM Dom José Dalvit Fundamental e Médio Estadual

EEEFM Elpídio Campos de Oliveira Fundamental Estadual

UMEI Herminia Stella Detogne Favarato Infantil Municipal

CAEE Irmã Dulce Ensino Especial Privada

EEUEF Francisco Fialho de Lima Fundamental Estadual

EMEF Presidente Costa e Silva Fundamental Municipal

UMEI Bem Te Vi Infantil Municipal

EEPEF Paulo Freire Fundamental Estadual

EMEF São Sebastião do Norte Fundamental Municipal

CMEI Cantinho do Paraíso Infantil Municipal EMUEF Professora Almerinda Rezende

Fiorio Fundamental Municipal Tabela 8 – Estabelecimentos de educação

Fonte: IJSN.

Em outubro de 2001, ocorreu a assinatura do Convênio entre a Universidade Federal

do Espírito Santo e a Prefeitura Municipal de Montanha –ES, criando assim o Polo UAB

de Montanha, sendo denominado Cre@ad (Centro Regional de Ensino Aberta e a

Distância).

De 2001 a 2011, o Cre@ad ofertou os cursos de Pedagogia-EAD , Administração de

Empresas e Pós-graduação em Logística e acolheu alunos de Mucuri, Ponto Belo,

Page 71: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

59

Pinheiros e Nanuque (MG). Atualmente, o Polo atende alunos de Mucuri, Ponto Belo,

além dos montanhenses. Pinheiros, que era atendido pelo Polo Montanha,

atualmente conta com Polo próprio e não há registros de alunos de Nanuque (MG).

O Polo ficou sem ofertar cursos para comunidade no período de 2012 a outubro de

2013, quando finalmente foi avaliado pela Capes e classificado como apto a sediar o

Polo UAB-Ufes. Ao final deste mesmo ano, ofertou o Curso de Especialização em

Educação do Campo pela Secretaria de Ensino à Distância-SECADI/Ufes e em 2014

passou pela avaliação da CAPES e, uma vez o polo aprovado, iniciaram-se os cursos

de Pedagogia-EAD, História-EAD e Filosofia-EAD.

De uma maneira geral, no período de 2001 à 2014 o Polo UAB de Montanha efetivou

315 matrículas em cursos de graduação, 119 matrículas em cursos de pós-graduação,

totalizando 434 matrículas. Um dado importante é a taxa de evasão somada à

desistência, conforme vemos no histórico de evasão/desistências no Polo UAB, nas

tabelas abaixo.

MATRÍCULAS (2011à 2014) EVASÃO / DESISTÊNCIAS

Graduação 315 44

Pós-graduação 119 58

TOTAL 434 102

TAXA DE EVASÃO 23.5%

Tabela 9 - Taxa de evasão / desistência no ensino superior no período entre 2011 à 2014. Fonte: Dados obtidos junto ao Polo UAB–Ufes Montanha.

Predomina a representatividade feminina nas matrículas do Ensino Superior.

MATRICULADOS (ago./ 2014) EVADIDOS E

DESISTENTES

SITUAÇÃO ATUAL (mar./

2016)

HOMENS MULHERES

FILOSOFIA (graduação) 9 22 7 24

HISTÓRIA (graduação) 6 23 15 14

PEDAGOGIA

(graduação)

4 21 4 21

EPIDEMIOLOGIA

(especialização)

4 26 4 26

TOTAL (nos absolutos) 23 92 33 85

TOTAL (percentual) 20% 80% 26% 74%

Tabela 10 - Taxa atual de evasão / desistência no ensino superior. Fonte: Dados obtidos junto ao Polo UAB–Ufes Montanha.

Page 72: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

60

QUADRO ATUAL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO EM MONTANHA

NÍVEIS DE ENSINO

TOTAL

ESFERA

PÚBLICA MATRÍCULAS

(valores aproximados)

CURSOS

PRÉ-ESCOLA*

4

3 MUNICIPAIS 526

---------------

1 PRIVADA

ENSINO

FUNDAMENTAL*

18

7 ESTADUAIS 2793

_________ 9 MUNICIPAIS 2 PRIVADAS

ENSINO MÉDIO*

3

2 ESTADUAIS 819

_________ 1 PRIVADA

ENSINO MÉDIO

INTEGRADO AO

TÉCNICO (Ifes) **

1

FEDERAL

268

Técnico em

Administração Técnico em

Agropecuária

Programa Nacional

de Acesso ao Ensino

Técnico e Emprego – PRONATEC

(Ifes)**

220

22 cursos

Cursos de Extensão

(Ifes)**

379

PROGRAMA

PROFUNCIONARIO

(Ifes)**

160

POLO DE ENSINO

SUPERIOR (Ufes) EaD**

1

FEDERAL

GRADUAÇÃO (59)

Pedagogia –EaD História-EaD Filosofia-EaD

ESPECIALIZAÇÃO

(27)

Epidemiologia

EXTENSÃO (343

participações)

7 eventos do tipo

palestra, seminário

ou conferência.

Tabela 11 – Quadro das instituições de ensino

Fontes: * Dados obtidos junto (1)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo

Educacional 2012. Disponível em

<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=320350&idtema=117&search=espirito-santo|montanha|ensino-

matriculas-docentes-e-rede-escolar-2012 ** Dados de 2014-2015 obtidos juntos às referidas instituições de ensino.

Page 73: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

61

7. SEGURANÇA

7.1 Equipamentos de segurança

Segundo plano de informações dos equipamentos de segurança do Espírito Santo,

datado de 2013 e disponível na página do IJSN, o município de Montanha conta com

dois equipamentos de segurança pública: uma delegacia de polícia civil e um pelotão

da polícia militar (Apêndice X). Os dois equipamentos estão localizados na sede

municipal, conforme apresentado no mapa a seguir.

Imagem 20 - Equipamentos de segurança pública.

Fonte: Equipe LabTec (out./ 2015).

Page 74: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

62

7.2 Ocorrências de crimes

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do estado do Espírito

Santo (SESP-ES), o município de Montanha apresentou aumento significativo nos registros de

ocorrências de crimes entre os anos de 2006 e 2009, como vemos logo abaixo. Os dados

disponibilizados mais recentemente apresentam as ocorrências agrupadas por região, o que

não permite filtrar as informações referentes ao município.

Gráfico 21- Ocorrências registradas de 2006 a 2009 no município de Montanha.

Fonte: SESP-ES / IJSN.

O número de ocorrências representa o número de registros de crimes violentos e

crimes contra o patrimônio registrados pelas polícias civil e militar. Uma breve leitura do

gráfico acima, vemos o crescimento destes números entre os anos de 2006 e 2009, fato

que chama nossa atenção se compararmos proporcionalmente ao crescimento

populacional visto em gráficos anteriores. Vimos que entre os anos de 2000 e 2014 a

população total cresceu em 11%, enquanto que ao longo de apenas quatro anos, de

2006 a 2009, os números de ocorrências de crimes cresceram 144%, variação esta

digna de um estudo mais aprofundado.

Page 75: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

63

No gráfico a seguir vemos o total de ocorrências organizadas por grupos

denominados: Crimes Contra o Patrimônio, Crimes Não letais Contra a Pessoa, Crimes

Violentos Contra o Patrimônio e Mortes Violentas.12 Todos os tipos de crimes

apresentaram crescimento no período, porém é nítido o salto dado no que tange aos

Crimes contra o Patrimônio e Crimes Não letais contra a pessoa.

Gráfico 22 - Ocorrências por grupo.

Fonte: SESP-ES / IJSN.

12

Crimes contra o patrimônio inclui todos os tipos de furto; crimes violentos contra o patrimônio inclui todos os tipos de roubo, exceto, Latrocínio; Crimes não letais contra a pessoa derivam de conflitos interpessoais; Mortes violentas estão

associadas a eventos criminais que resultam em morte da vítima. Fonte: CANO, Ignacio (2013). Disponível em:

http://www.lav.uerj.br/docs/bol/lavbolagosto2013.pdf. Acesso em: dez. 2015.

Page 76: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

64

Apesar de visualmente pouco expressivo no gráfico, é relevante notarmos que tanto os

casos de Mortes Violentas quanto os Crimes Violentos Contra o Patrimônio,

aumentaram acima de 50%.

O gráfico a seguir apresenta um comparativo entre as distribuições percentuais das

ocorrências policiais no Estado do Espírito Santo e no município de Montanha no

período de 2006 a 2009.

Gráfico 23 - Comparativo entre ocorrências por grupo no Espírito Santo e Montanha.

Fonte : IBGE, Censo 2010.

Analisando-se o gráfico é possível observar que Montanha apresenta, em relação ao

Estado, uma semelhança na distribuição de ocorrências mais concentrada nos grupos

de Crimes Contra o Patrimônio e Crimes Não letais Contra Pessoas, seguidos pelo

Crimes Violentos Contra o Patrimônio e por fim as Mortes Violentas.

Todos os tipos de crimes tiveram ascendência ao longo dos anos de 2006 a 2009,

exceto os Crimes Contra o Patrimônio que decresceram no último ano. Os Crimes Não

letais Contra a Pessoa e Os Crimes Violentos Contra o Patrimônio cresceram em torno

de 26% no Espírito Santo e as Mortes Violentas aumentaram em 20,5%, números estes

expressivamente inferiores quando comparados ao município.

Page 77: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

65

8. MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO

Uma característica já evidenciada anteriormente é o predomínio das áreas de

pastagens, atividade diretamente associada à retirada de mata original. Neste caso, o

PDLS (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009) já indicava, num primeiro

momento, a substituição da Floresta Ombrófila Densa pelo café e, posteriormente,

pela pecuária extensiva.

Essas atividades agropecuárias, sem manejo adequado podem provocar o

empobrecimento do solo, comprometimento do crescimento de mata secundária,

facilitando processos erosivos e, consequentemente colaborar nos processos de

deslizamentos e desmoronamentos, ou seja, no aumento da suscetibilidade a riscos.

O estudo das localidades de risco está diretamente associado ao

georreferenciamento das imagens obtidas junto à Defesa Civil do Município, na

interface do Projeto Conhecer Montanha - Geobases. Além dessa fonte, foram

utilizadas também informações e fotografias obtidas pelos próprios membros do

Projeto.

As imagens foram obtidas a partir três relatórios fotográficos que contemplavam

pontos de risco bem como a identificação de bairros não cadastrados, ou seja,

ocupações não reconhecidas formalmente pela Prefeitura.

A metodologia usada na identificação e caracterização dos riscos teve como

referência o documento intitulado Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento

de Risco disponível em

● BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES . Capacitação em Mapeamento e

Gerenciamento de Risco. Disponivel em <

http://www.defesacivil.mg.gov.br/conteudo/arquivos/manuais/Mapeamento/m

apeamento-grafica.pdf > Acesso em abril 2015.

De uma maneira geral, os relatórios fotográficos apontam:

✓ fotografias das localidades suscetíveis a riscos;

Page 78: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

66

✓ os tipo de risco;

✓ a quantidade aproximada de habitantes;

✓ as coordenadas UTM do local onde a imagem foi fotografada;

✓ uma breve descrição sobre possíveis soluções em vista.

Ressalta-se o fato de que tais elementos acima listados, não estão atribuídos em sua

totalidade a todas as imagens presentes nos relatórios fotográficos. Entretanto, foi

possível fazer uma leitura de alguns dos riscos ambientais que afetam região, além de

nos proporcionar um primeiro olhar sobre o modo de ocupação que tem se

espacializado no município.

Os tipos de risco descritos nos referidos relatórios podem ser vistos a seguir:

a) ocupações irregulares.

Imagem 21 - Bairro Lajedo. Ocupações irregulares.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

Page 79: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

67

Imagem 22 - Exemplo de padrão de construção de moradias.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

Imagem 23 - Paisagem interna de uma residência.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

Page 80: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

68

b) inundações.

Imagem 24 - localidade em Lajedo suscetível a inundações

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

c) riscos de deslizamentos e desmoronamentos.

Imagem 25 - Bairro Fundão. Residência sob risco de desmoronamento.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

Page 81: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

69

Imagem 26 - Mesma residência anterior vista por outro ângulo.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

d) remoção de famílias e demolição de casas;

Imagem 27 - Placa indicativa da Defesa Civil Municipal restringindo construções.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

Page 82: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

70

Imagem 28 - Placa indicando restrição a construções e suscetibilidade à demolição.

Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).

e) corpos d’água com baixíssimos níveis de vazão.

Imagem 29 - Marcas na barragem indicam o baixo nível d’água no assentamento São Sebastião.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

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71

Imagem 30 - Leito seco de barragem na propriedade do pecuarista Hercules Favarato.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

f) má qualidade da água disponível.

Imagem 31 - Baixo nível da barragem dificulta a captação e compromete a qualidade da água.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

Page 84: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

72

Imagem 32 - Reabertura de poço semi-artesiano no Assentamento Bela Vista.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

g) mortes de animais e queda da produtividade agrícola.

Imagem 33 - Morte de animais devido a falta d’água na propriedade do Sr. José Germano Pignaton.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

Page 85: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

73

Imagem 34 - Falta dágua provoca o abortamento e redução do peso dos côcos.

Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).

Na interface, as fotografias foram associadas às suas coordenadas de localização, e

também às principais informações contidas nos relatórios das áreas de risco. Com isso,

percebeu-se que certos tipos de risco afetam simultaneamente certas áreas,

culminando numa classificação em dois grandes grupos:

Grupo 1: ÁREAS DE DESLIZAMENTOS E INUNDAÇÕES, as quais também apresentam

suscetibilidade aos riscos a, b, c, d, já citados anteriormente.

Grupo 2: ÁREAS DE ESCASSEZ HÍDRICA, as quais também apresentam suscetibilidade

aos riscos e, f, g, já citados anteriormente.

O resumo dessas informações pode ser visualizado no mapa abaixo, o qual foi

produzido a partir do mapa de pontos de risco referente ao Apêndice XII.

Page 86: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

74

Imagem 35 – Pontos de risco em área parcial de Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (ago. 2015).

Os pontos suscetíveis aos riscos do grupo 2 predominam no espaço rural, onde a

ineficiência do abastecimento de água têm prejudicado a produção agrícola e

pecuária, bem como a própria qualidade de vida das comunidades que moram em

assentamentos rurais e captam água diretamente de córregos, barragens e poços

artesianos. Porém, destacamos o fato de que fica evidente nas imagens a redução

significativa e histórica dos níveis de vazão, o que alertaria para práticas de prevenção

e enfrentamento de crises hídricas.

Page 87: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

75

Imagem 36 - Pontos de risco. Distrito de Montanha.

Fonte: Equipe LabTec (ago. 2015).

Os riscos do grupo 1 afetam unicamente a área urbana central de Montanha, mais

especificamente os bairro Lajedo, norte de Fundão, e sul de Angela Depollo. Estão

construídas sobre planícies de inundação ou seja, áreas sazonalmente inundáveis.

Além disso, nessas áreas há uma certa inclinação no relevo com uma declividade

inferior a 30% (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009). Mesmo sendo

considerada uma declividade baixa, ela favorece processos de deslizamentos e

desmoronamentos, uma vez que há residências construídas em áreas sob intenso

processo erosivo, conforme visto nas fotografias.

As localidades de risco social referem-se aos bairros de acolhimento das pessoas

suscetíveis às políticas de remoção de áreas de deslizamento e inundações.

Entendendo que este tipo de solução geralmente está relacionado à vulnerabilidade

social daqueles que são reassentados, é fundamental uma estrutura pública de

atendimento social mesmo após a remoção.

Page 88: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

76

9. SANEAMENTO

9.1 Abastecimento de água

Em 2008, o IJSN (apud FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009)apontava que o

município de Montanha apresentava o índice de Carência de Água de 0,77 na área

rural e de 0,75 na área urbana, o que significa que desde 2009 já se detectava um alto

índice de carência, por encontra-se na faixa entre 0,5 a 0,8. Este índice é inferior em

relação à média estadual, que ficava em torno de 0,83 e 0,93, respectivamente.

Imagem 37 - Abastecimento de água.

Fonte: Atlas de Abastecimento da Agência Nacional de Águas. Disponível em:

<http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/analise/Geral.aspx?est=9>. Acesso em out. 2015.

Atualmente, os mananciais que abastecem o município são o Córrego Salvação e

Córrego Caboclo, os quais, por meio da Companhia Espírito Santense de Saneamento

(Cesan), permitem o abastecimento de aproximadamente 75% de sua população,

enquanto que, a outra parte ainda é servida por poços artesianos, nascentes e

barragens. Entretanto, o Relatório Anual de Qualidade de Água Distribuída em 2012 –

Montanha (Cesan, 2012) destaca que estas fontes de abastecimento são impactadas

Page 89: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

77

pelas cargas de esgotos domésticos e industriais, lançamento de lixo, barragens e

represas, processos erosivos, ocupação irregular de margens, desflorestamento,

captação excessiva de recursos hídricos e extração de areia.

9.2 Esgoto

O Índice de Carência de Esgoto do município era de 0,06 na área rural e de 0,72 na

área urbana (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009), o que significa Alto

índice de Carência, pois está na faixa entre 0,50 a 0,80. Este índice é superior em

relação à média estadual no meio rural e, superior à média urbana, que ficavam em

torno de 0,15 e 0,69, respectivamente.

Montanha possui um Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada a Nordeste do

Distrito de Montanha, conforme vemos na imagem a seguir.

Imagem 38 - Estação de Tratamento de Esgoto

Fonte: Informação obtida junto à Concessionária que atende ao município. (nov. 2015).

Como já relatado no item anterior, os corpos aquíferos do município têm sido

degradados pelo destino inadequado que é dado aos resíduos produzidos pela

Page 90: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

78

própria população (Cesan, 2013). Dessa forma, em 23 de setembro de 2013, foi

inaugurada a referida ETE, atendendo os bairros Lajedo, Palinha, Fundão, Amazonas,

Angela de Pollo, Ciprestes e parte de irmã Maria Zélia Prudente, o que corresponderia

ao beneficiamento de mais de 6.000 habitantes, porém restringe-se a tratar apenas o

esgoto que é lançado no Córrego Montanha (Cesan, 2013b).

9.3 Coleta de lixo

Quanto ao Índice de Carência em Lixo, Montanha apresenta 0,13 na área rural e de

0,96 na área urbana, o que corresponde a um alto índice de carência no meio rural,

mas baixo índice de carência no meio urbano. A média estadual ficava em torno de

0,17 e 0,92, respectivamente.

Tais dados podem ser observados na ilustração abaixo, onde é apontado o nível de

satisfação da população, variando de bom a ótimo nas áreas urbanizadas, e de ruim

a péssimo no meio rural. Isso deve-se ao fato de que a população no meio rural não

tem ao seu alcance os serviços públicos de coleta de lixo (FUNDAÇÃO CECILIANO

ABEL DE ALMEIDA, 2009).

Page 91: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

79

Imagem 39 - Coleta de lixo.

Fonte: CENSO 2010 do IBGE. Disponível em: http://servicodados.ibge.gov.br/Download/Download.ashx?u=ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Resultados_do_U

niverso/Agregados_por_Setores_Censitarios/ES_20150527.zip . Acesso em out. 2015.

9.4 Saúde

Tanto no âmbito público quanto no âmbito particular, o número de equipamentos de

saúde e de médicos é bastante reduzido, ocasionando um movimento migratório para

outros municípios em função da demanda por atendimento laboratorial, cirúrgico e

hospitalar. Tal fato pode ser visualizado nos mapas abaixo, ao observar a restrita

presença e má distribuição dos equipamentos de saúde existentes.

Page 92: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

80

Imagem 40 - Quantidades de equipamentos de saúde no município.

Fonte: IJSN. Equipamentos de Saúde do ES - Estado (Todos) - Ano (2013). Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments&task=download&id=4413>. Acesso em out. 2015.

A imagem a seguir mostra a distribuição dos equipamentos de saúde no município,

basicamente concentradas no Distrito de Montanha. Veja.

● 2 Hospitais;

● 1 Unidade de Vigilância Sanitária;

● 1 Policlínica;

● 8 Unidades Básicas de Saúde.

Page 93: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

81

Imagem 41 - Quantidades de equipamentos de saúde.

Fonte: IJSN. Equipamentos de Saúde do ES - Estado (Todos) - Ano (2013). Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments&task=download&id=4413>. Acesso em out. 2015.

Por outro lado, o Plano Brasil sem Miséria no seu município (2013) ressalta o

acompanhamento de 89,11 % das famílias beneficiárias do Bolsa Família, ou seja,

aquelas com crianças de até 7 anos e/ou com gestantes, chegando a superar a

média nacional, a qual é de 73,44 %. Outro programa do governo federal com bons

resultados é o Programa de Saúde Familiar (PSF), que nos últimos 10 anos, tem

mostrado uma capacidade de atendimento entre 91 à 100% da população, além de

apresentar expressivo crescimento no que refere-se à capacidade de atendimento

nos últimos 15 anos. Estes dados podem ser visualizados na tabela abaixo.

Page 94: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

82

Tabela 12 – Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal

Organização: LabTec, 2016.

Outro aspecto negativo visualizado na tabela acima é a não cobertura mínima

estimada para a população no que refere-se a serviço odontológico, de acordo com

parâmetros de qualidade estabelecidos pelo próprio SUS. O Índice de Desempenho do

Sistema Único de Saúde - IDSUS considera adequado que exista pelo menos uma

Equipe de Saúde Bucal da Modalidade I13, para dar atenção básica para cada grupo

de 3000 pessoas residentes. No caso de Montanha, a distribuição está em torno de

3.587 habitantes por equipe.

13 ESB Modalidade I: composta por cirurgião-dentista (CD) e auxiliar de consultório dentário (ACD). Fonte:

<http://idsus.saude.gov.br/ficha2s.html> Acesso em: mar. / 2016.

Page 95: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

83

10 REFERÊNCIAS

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13.005, de 25 junho 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras

providências. Edições Câmara. Brasília, 2014.

BRASIL. Ministério das Cidades. Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de

Risco. Disponível em:

http://www.defesacivil.mg.gov.br/conteudo/arquivos/manuais/Mapeamento/mapea

mento-grafica.pdf Acesso em: 20/04/2015.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Mapa

Geodiversidade do Estado do Espírito Santo. 2010. Disponível em:

<http://www.cprm.gov.br/publique/media/geodiversidade_espirito_santo.pdf> .

Acesso em abr. 2016

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Plano Nacional de Desenvolvimento

Rural Sustentável e Solidário (PNDRSS). Disponível em: <

http://www.mda.gov.br/sitemda/pagina/a%C3%A7%C3%B5es-e-

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Básica NOB/SUAS. Brasília: 2005

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______. Dados Municipais. Subsídios para a elaboração do PPA Municipal: Montanha.

Boletim, 2014?

Page 96: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

84

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2015?

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CANO, Ignacio (Org.). Boletim de criminalidade – Agosto de 2013. Laboratório de

Análise da Violência – LAV. UERJ. Disponível em:

http://www.lav.uerj.br/docs/bol/lavbolagosto2013.pdf. Acesso em dez. 2015.

COMPANHIA ESPÍRITO SANTENSE DE SANEAMENTO-CESAN. Relatório Anual de

Qualidade de Água Distribuída em 2012 – Montanha. 2013. Disponível em: <

http://www.cesan.com.br/wp-

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______(b). Córrego Montanha deixa de receber esgoto sem tratamento após obra do

Governo do Estado. Notícias. 26 de set. 2013. Disponível em: <

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tratamento-apos-obra-do-governo-do-estado-3/> . Acesso em: dez. 2015.

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Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural-PROATER. Planejamento (2011-2013).

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______.______. Planejamento (2015-2018). Montanha-ES, 2011. No prelo.

______. Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba-NOVO PEDEAG:

2007-2025. 2007. Disponível em:

<https://www.yumpu.com/pt/document/view/12671118/novo-pedeag-2007-2025-

seag-governo-do-estado-do-espirito-> Acesso em: abr. 2016

______. Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba-PEDEAG 3: 2015-

2030. 2015. Disponível em: <http://www.pedeag.es.gov.br/apresentacao> . Acesso em:

30 mar. 2016

Page 97: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

85

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de Meio Ambiente (IEMA). Programa Estadual de Conservação e Recuperação da

Cobertura Florestal-ES. Reflorestar. Dez. 2011b

______. Mapas para download. Disponível em:

<http://www.meioambiente.es.gov.br/default.asp> . Acesso em: abr. 2016

ESPÍRITO SANTO. Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo -

Geobases. Manual de Operação do Navegador Geográfico. Disponível em:

http://www.geobases.es.gov.br/portal/images/InterfaceGeografica.pdf> Acesso em:

mar. 2015

FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA. Plano de Desenvolvimento Local Sustentável

- PDLS. Diagnóstico situacional do Desenvolvimento Territorial. Grupo 1. Montanha. Fev.

2009.

IFES-Campus Montanha utiliza interface geográfica do Geobases para retratar a

realidade local. Incaper/Geobases, Vitória, 13 jan. 2015. Notícias. Disponível em:

<http://www.geobases.es.gov.br/portal/index.php/geral/ifescampusmontanhautilizaint

erfacegeograficapararetratararealidadelocal.html>. Acesso em: ago. 2015.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Disponível em:

http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=320350&search

=espirito-santo|montanha|infograficos:-historico . Acesso em: jun. 2015

INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL- Incaper.

Disponível em: http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/. Acesso em: 2 dez. 2015.

MIRANDA, E. E. de; (Coord.). Brasil em Relevo. Campinas: Embrapa Monitoramento

por Satélite, 2005. Disponível em: <http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br>. Acesso

em: 12 jul. 2015.

MONTANHA (Município). Defesa Civil Municipal. Relatório Fotográfico de Áreas de

Risco. Arquivo em PDF. 2014

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86

11 APÊNDICES

Page 99: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

87

Apêndice I

Continua

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88

Continuação

Continua

Page 101: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

89

Continuação

Conclui

Page 102: Relatório de Dados Oficiais RELATÓRIO 1

90

Apêndice II

Orientações importantes sobre a oficina de Montanha

Total: Alunos

Espaço: 2 Laboratórios com 24 PC máquinas/lab.

Distribuição por laboratório:

40 pessoas/lab sendo, 16 duplas + 8 individuais

1 Professor/lab

4 Monitores (alunos de geoprocessamento - Campus Vix ) / lab

Cada monitor deverá dar assistência para execução do georreferenciamento de fotos a 10 pessoas

(alunos de Montanha), isto é, (4 duplas e 2 alunos individais). Haverá um roteiro das práticas na

Interface para auxilio ao monitor.

A seguir a recomendação feita aos alunos de Montanha para preparação da Oficina de

Georreferenciamento:

Os alunos que irão trabalhar na interface geográfica inserindo as fotos

(georreferenciando) devem tomar as seguintes providências:

- Selecionar 3 (três) fotos a serem inseridas. Cada foto deverá ter uma breve

descrição (já pensar nisso antes e levar anotado);

- Salvar as fotos no computador (preferencialmente) antecipadamente. Não

baixar do Facebook ou email na hora do treinamento;

- No momento de salvar a foto no computador, deve-se renomear o arquivo,

tendo o cuidado para não usar caractere especial como @ $ ( % ^ ~ ; < ? / ] ) & ç

- Para o nome nome do arquivo, sugere-se um nome curto. É permitido

utilizar o subtraço (_), traço rasteiro, underscore, underline ou traço inferior.

- Exemplo do nome de arquivo da foto: Praca_Sao_Sebastiao

Como Resultado da Oficina: Cada aluno deverá georreferenciar 3 fotografias de sua autoria.

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91

Apêndice III

Continua

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92

Continuação

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93

Continuação

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94

Continuação

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95

Continuação

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96

Apêndice IV

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97

Apêndice V

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98

Apêndice VI

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99

Apêndice VII

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100

Apêndice VIII

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101

Apêndice IX

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102

Apêndice X

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103

Apêndice XI

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104

Apêndice XII