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Relatório de Achados de Auditoria

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PREFEITURA MUNICIPAL DE COLÍDER/MT

CONTROLADORIA-GERAL DO

MUNICÍPIO

LICITAÇÕES

Rev. 01

01/06/2017

CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE COLÍDER

RELATÓRIO DE AUDITORIA – LICITAÇÕES

Objetivo: Definir os padrões gerais de elaboração de relatório relativo aos trabalhos de auditoria e

fiscalização na área de licitações.

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 002/CGM/2017, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na Unidade Auditada, no período.

I. ESCOPO

Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Auditada, no período de 29/05/2017 a 28/06/2017, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

De acordo com o escopo definido pela equipe de auditoria, e em face dos nossos exames,

realizados por amostragem, foram efetuadas as seguintes análises:

Sistema de Controle Interno - Avaliação da estrutura de controles internos em nível de atividade,

qual seja, a área de Contratação pública, abordando aspectos essenciais relacionados às

atividades de controle aplicadas sobre uma amostra de processos, abrangendo as categorias de

objetivo operacionais e de conformidade da área avaliada.

II – CONCEITOS a) Licitação: Procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelas interessadas em com elas estabelecer relações de conteúdos patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações que eles se propõem (Alexandrino, Paulo; 2014).

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b) Contrato: Todo e qualquer ajuste celebrado entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, por meio do qual se estabelece acordo de vontades, para formação de vínculo e estipulação de obrigações recíprocas (Art. 2 da Lei no 8.666/93) c) Controles Internos: Conjunto de atividades, planos, métodos, indicadores e procedimentos interligados, utilizado com vista a assegurar a conformidade dos atos de gestão e a concorrer para que os objetivos e metas estabelecidos para as unidades jurisdicionadas sejam alcançados. (IN TCU no 63/2010, Art. 1o, X).

III – BASE NORMATIVA

a) Constituição Federal de 1988: Art. 37, XXI.

b) Lei nº 8.666/93; 10.520/02; 123/2006 e Decreto 5450/05.

c) Jurisprudência dos Tribunais de Contas.

IV - RESULTADO DOS TRABALHOS

Com base em elementos de conhecimento prévio sobre a unidade auditada e ainda,

considerando o Planejamento Anual de Auditoria da Controladoria-Geral do Município,

apresenta-se a seguir o resultado dos trabalhos de avaliação dos controles internos:

1. ANÁLISE GERENCIAL

A Administração Pública no desempenho de suas funções deve submeter-se a controles diversos,

incluindo os controles que deve exercer sobre seus próprios atos, denominados controles

internos. A existência e efetivo funcionamento de sistemas de controles internos nos municípios

é uma obrigação estatuída pela Constituição Federal de 1988 (art. 31). A finalidade desses

controles é garantir que a administração atue em consonância com princípios constitucionais,

como da legalidade e da eficiência, almejando com isso assegurar o melhor aproveitamento dos

recursos públicos e a boa qualidade dos serviços prestados à população.

Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar os sistemas de controles internos do

município de Colíder/MT, na atividade de contratações públicas, bem como fornecer subsídios

para estruturá-los e/ou aprimorá-los, em busca da melhoria da governança na gestão municipal.

Neste trabalho, foi utilizado o Questionário de Avaliação de Controles Internos (QACI) para coleta de dados junto ao gestor municipal, no que se refere aos controles internos existentes na atividade de Contratações públicas. O QACI foi confeccionado com base nos conceitos e terminologias constantes nas Normas de Controle Interno do Escritório Geral de Contabilidade dos Estados Unidos (GAO – Ferramenta de Gestão e Avaliação de Controle Interno), que foi construído com fundamento na metodologia delineada no modelo de referência do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso I – Estrutura integrada de controles internos).

Por relevante, cabe destacar que a responsabilidade por conceber, implantar, manter e monitorar controles internos para assegurar os objetivos acima mencionados é da

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administração do órgão ou entidade pública, cabendo à auditoria interna ou ao órgão de controle interno avaliar a qualidade desses controles.

Ademais, a ausência ou insuficiência dos controles internos representa a principal causa dos

achados de auditoria presentes neste relatório, demandando uma atuação preventiva do gestor

municipal para implementação de controles adequados e efetivos à atividade de Contratações

Públicas no município de Colíder/MT.

Cada uma das constatações identificadas por meio da aplicação do Questionário de Avaliação de

Controles Internos (QACI) será analisada especificamente na sequência, considerando as

fragilidades encontradas, as causas e suas consequências.

Dentre os controles preventivos inerentes às atividades de controle, destaca-se a formalização de procedimentos, uma vez que todas as atividades importantes devem ser documentadas de forma completa e precisa, a fim de que seja fácil rastrear as informações desde o momento de autorização até a conclusão.

Os municípios devem, assim, elaborar normas e manuais com a descrição detalhada dos procedimentos, de forma a orientar seus servidores e empregados e uniformizar os procedimentos adotados na atividade de Contratações Públicas, evitando falhas na execução e prejuízos com retrabalho.

Por meio do QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE CONTROLES INTERNOS – QACI e da

MATRIZ DE RISCOS E CONTROLES – CONTRATAÇÕES PÚBLICAS, sugeridas pelo TCE-MT

aplicadas no município de Colíder/MT, foi possível listar as seguintes fragilidades:

ACHADOS DE AUDITORIA E MATRIZ DE RISCO

Os achados de AUDITORIA indicam que a atividade de contratações públicas no município de Colíder/MT apresenta vulnerabilidades e deficiências significativas em seus sistemas de gestão de riscos e controles internos. Dessa forma, é imperioso que o gestor municipal adote providências, com base no diagnóstico realizado, buscando implementar os controles inexistentes apresentados neste achado de auditoria com base na matriz de risco elaborada pelo TCE-MT, com objetivo de aprimorar a gestão da atividade e consequentemente, contribuir para melhor aplicação dos recursos públicos em benefício da sociedade.

A. Contextualização

Trata-se de processo licitatório realizado na modalidade Pregão Presencial n° 10/2017, tipo menor preço global, que teve por objeto a contratação de Contratação de Empresa para Prestar Serviços de Fornecimento de Pontos de Acesso a Rede Internet de Alta Velocidade, com Estrutura de Fibra Óptica e Rádio Frequência, Responsabilizando-se pela Implantação, Configuração, Manutenção, Suporte Técnico e a Cessão, em Regime de Comodato, de Todos os Equipamentos Necessários para Execução dos Serviços Contratados, para Atender as Necessidades dos Órgãos da Prefeitura Municipal de Colíder/MT Nesse procedimento, retiraram edital as empresas GIGA BYTE PRODUTOS E

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SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA-EPP CNPJ 02.884.089/0001-21. A abertura das propostas foi realizada no dia 05/04/2017, tendo como vencedora as empresas GIGA BYTE PRODUTOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA-EPP CNPJ 02.884.089/0001-21 com proposta no valor de R$ 38.858,40 e a empresa NTCNET PROVEDORES DE INTERNET LTDA-ME CNPJ 005.499.007/0001-13 com proposta no valor de R$ 29.300,22. Por consequência, foi celebrado o Contrato nº 18/2017 e 17/2017.

O processo licitatório foi conduzido pela Comissão de Licitação nomeada pela Portaria nº 235/2017, composta pelos seguintes membros: VINICIUS BLOCK CAMERINI-pregoeiro, Equipe de apoio ERIVALDO EVARISTO DE LIMA CPF: *** .634.681-72 e NILSA RIBEIRO DE OLIVEIRA CPF: ***. 049.641-53 A homologação foi feita por NOBORU TOMIYOSHI-PREFEITO CPF: *** .079.168-42

Na época da licitação, constaram como sócio da empresa vencedora GIGA BYTE PRODUTOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA-EPP CNPJ 02.884.089/0001-21, NEI CESAR DE BORBA CPF: XXX.253.879-00 e SIDINEY GONÇALVES NETO CPF: XXX. 570.642.101-34, na outra empresa vencedora NTCNET PROVEDORES DE INTERNET LTDA-ME CNPJ 005.499.007/0001-13 NAIR KESSLER CPF: XXX.867.916.211-68 e LEANDRO KESSLER CPF: XXX.005.609.741-75.

Na análise do processo licitatório, verificaram-se cláusulas restritivas ao caráter competitivo da licitação, incorrendo na vedação prevista no artigo 3º, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/93, como seguem:

1.1. Análise do Projeto Básico/Termo de Referência

1.1 Os preços de referência estão fora da margem aceitável de mercado?

No processo de planejamento da contratação, a administração deve apresentar ampla

pesquisa de preços, tendo em vista a necessidade de verificar os preços praticados no

mercado e se os recursos financeiros disponíveis permitirão o atendimento planejado.

Há vários dispositivos legais que exigem esse orçamento prévio, sem o qual a licitação é

considerada anulável (Lei 8.666/93, art. 15, § 1º; Lei 10.520/01, art. 3º, III; Decreto

3555/00, art. 8º, § 2º, II; etc).

É a pesquisa de preços, portanto, que vai fundamentar o julgamento da licitação,

definindo o preço de referência. O preço de referência dá suporte ao processo

orçamentário da despesa, define a modalidade de licitação – nos casos previstos na Lei

nº 8.666/93 – fundamenta os critérios de aceitabilidade de propostas, define a

economicidade da aquisição, justifica a compra no sistema de registro de preços.

A atribuição de realizar pesquisa de preços, tendo em vista a complexidade dos diversos

objetos licitados, é dos setores ou pessoas competentes envolvidas na aquisição do

objeto (Acórdão nº 4.848/10 - 1ª Câmara). A Lei de licitações não define que a

responsabilidade pela pesquisa de preço e a consequente elaboração do orçamento são

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de incumbência do responsável pela homologação do procedimento licitatório, da CPL

ou do pregoeiro. A CPL, o pregoeiro e a autoridade superior devem verificar: primeiro,

se houve pesquisa recente de preço junto a fornecedores do bem e se essa observou

critérios aceitáveis; segundo, se foi realizada a adequação orçamentária; e, por último, se

os preços da proposta vencedora estão coerentes com o orçamento estimado pelo setor

competente (Acórdão nº 3516/2007 - Primeira Câmara).

Caso a pesquisa de preços seja mal feita, pode representar prejuízo, já que a

concorrência nem sempre é elemento suficiente para garantir preço justo e os

fornecedores estarão procurando meios de vender seus produtos com lucros maiores

(Santos, 2016).

A pesquisa de preços de referência nas aquisições públicas deve adotar amplitude e

rigor metodológico proporcionais à materialidade da contratação e aos riscos

envolvidos, não podendo se restringir à obtenção de três orçamentos junto a potenciais

fornecedores, mas deve considerar o seguinte conjunto (cesta) de preços aceitáveis:

preços praticados na Administração Pública, como fonte prioritária; consultas em

portais oficiais de referenciamento de preços e em mídias e sítios especializados de

amplo domínio público; fornecedores; catálogos de fornecedores; analogia com

compras/contratações realizadas por corporações privadas; outras fontes idôneas,

desde que devidamente detalhadas e justificadas.

Conforme consta nas folhas 17, 18, 19 e 20 o servidor EDUARDO HENRIQUE GRACCO

CAVALCANTE de CPF ***.159.038-** encaminhou e-mails para empresas que

participaram da pesquisa de mercado, para se chegar ao valor de mercado dos itens a

serem licitados.

As empresas consultadas foram:

a) GIGA BYTE PRODUTOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA-EPP CNPJ

02.884.089/0001-21

b) NTCNET PROVEDORES DE INTERNET LTDA-ME CNPJ 005.499.007/0001-13

c) W3 WORK LTDA CNPJ 05.230.079/0001-60

d) JGC NET INFORMÁTICALTDA-ME CNPJ 08.199.006/0001-41

Ao analisar o processo, verificou-se algumas inconformidades na realização da pesquisa

de mercado pelo Departamento de Compras tomando como referência os valores

cotejados nessas quatro empresas, formando o preço de referência, conforme segue

abaixo.

a) Valores apresentados pelas empresas com elevada variação entre o menor e o

maior valor de mercado

Primeiro ponto a destacar na pesquisa de mercado é o não atendimento da

jurisprudência do TCU no sentido de que o preço de referência deve ser fundamentado

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prioritariamente nos preços praticados pela Administração Pública. Veja que o preço de

referência é fundamentado apenas na pesquisa de quatro potenciais fornecedores. Além

disso, o mercado de equipamentos e serviços de informática é composto por ampla

quantidade de fornecedores locais e nacionais, abrindo possibilidades de maior

participação na pesquisa de mercado, o que de fato não ocorreu.

O segundo ponto trata-se da discrepância dos valores apresentados para alguns dos

itens a serem licitados, como o item 1, 2 e 3, sendo que a diferença entre a menor

proposta e a maior em alguns dos casos chega-se ao percentual de aproximadamente

45,85%.

Além disso, o Acórdão nº 2637/2015 – Plenário do TCU aborda esse tipo de falha na

pesquisa de mercado, nos seguintes termos:

“9.3.1. realização de pesquisas de preços com utilização de orçamento manifestamente

superior à prática de mercado (cerca de 40% superior ao segundo orçamento de maior

valor), o que contraria o art. 2º, § 6º, da IN-SLTI/MPOG 5/2014 e o posicionamento do TCU

representado no Acórdão 2.943/2013, do Plenário.

b) Indícios de sobrepreço no montante de <<R$ 19.920,96>>

Segundo o Acórdão nº 310/2006 – Plenário do TCU, o sobrepreço ocorre quando uma

cotação de um bem ou serviço é superior ao valor praticado pelo mercado.

O sobrepreço corresponde, em linhas gerais, a uma incompatibilidade dos valores

descritos na proposta com os preços usualmente praticados no mercado para o mesmo

objeto.

Com o objetivo de prevenir a ocorrência de sobrepreço nos contratos, ainda na fase de

planejamento da contratação, a Administração precisa realizar ampla pesquisa de

preços, elaborar adequadamente o projeto básico, bem como indicar em edital os

critérios de aceitabilidade por preço unitário e global, na forma do art. 40, inciso X da Lei

nº 8.666/93.

Analisando a pesquisa de mercado e o preço de referência, verificou-se que houve

indícios de sobrepreço no Pregão Eletrônico nº 10/2017, conforme demonstrado a

seguir:

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Cumpre destacar que a pesquisa de mercado para comprovar o indício de sobrepreço foi

realizada tendo como objetivo pesquisar os mesmos modelos constantes do processo.

Nos casos onde não se encontrou valores para os modelos descritos, utilizou-se os

valores de mercado de modelos superiores ou similar.

O TCU, por meio do Acórdão nº 454/2014 – Plenário, firmou entendimento a respeito da

responsabilidade do particular pelos defeitos existentes em orçamento estimativo

elaborado pela Administração Pública, reputando-se que o particular poderia ser

responsabilizado por eventuais sobrepreço, ainda que os valores por ele propostos

sejam compatíveis com o orçamento divulgado com o edital da licitação.

Cumpre destacar trecho do voto condutor do acórdão:

15. Ainda que o preço orçado pela administração esteja acima dos

preços passíveis de serem praticados no mercado, têm as empresas

liberdade para oferecerem propostas que sabem estar de acordo com

(A)

Nº (B) Produto

(C) PREÇO UNITÁRIO (D) Qtde

meses

X

Ponto acesso

(E) PREÇO A PAGAR

(F)

Sobrepreço

(E1-E2)

(C1)

Registrado

NTC

(C2)

Registrad

o

W3

(C3)

Registrad

o

GIGA

BYTE

(C4)

Registrad

o

JGC NET

(C2)

Aceitável

(E1)

Registrado

(E2)

Aceitável

01

Ponto de Acesso a

Internet com

20MB/2MB

(Download\Upload)

não dedicado

entregues via Fibra

Óptica com 1 IP

válido.

194,90 300,00 359,90 244,90 194,90 72 19.794,24 14.032,80 5.761,44

02

Ponto de Acesso a

com 5MB/1MB

(Download\Upload)

não dedicado

entregues via Fibra

Óptitca.

134,90 190,00 99,90 179,90 99,90 72 10.884,24 7.192,80 3.691,44

03

Ponto de Acesso a

Internet com

5MB/1MB

(Download\Upload)

não dedicado

entregues Via Rádio

Frequência.

134,90 190,00 189,90 174,90 134,90 279 48.105,18 37.637,10 10.468,08

TOTAL 78.783,66 58.862,70 19.920,96

Percentual Sobrepreço 25,29% (*)

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os preços de mercado. Não devem as empresas tirar proveito de

orçamentos superestimados, elaborados por órgãos públicos

contratantes, haja vista incidir, no regime de contratação pública,

regras próprias de Direito Público, mais rígidas, sujeitas a aferição de

legalidade, legitimidade e economicidade por órgãos de controle

interno ou externo da Administração Pública. Sem embargo, sua

responsabilização solidária pelo dano resta sempre evidenciada

quando, recebedora de pagamentos por serviços superfaturados,

contribui de qualquer forma para o cometimento do dano, nos termos

do § 2º do art. 16 da Lei 8.443/1992. Logo, não há como acolher as

alegações de defesa da empresa beneficiária dos pagamentos reputados

superfaturados.

Com isso, é irrelevante que a proposta do particular seja compatível com o orçamento

estimativo elaborado pela Administração Pública, se os valores do orçamento não forem

compatíveis com o preço de mercado. Além disso, os licitantes têm liberdade para

apresentar preços nas licitações e estes devem ser compatíveis com os praticados pelo

mercado – que, não necessariamente correspondem aos constantes do orçamento

estimativo elaborado pela Administração Pública. Caso o licitante apresente propostas

com preços acima dos praticados pelo mercado, poderá ser responsabilizado pelo

eventual sobrepreço.

Por fim, a estimativa inadequada de preços pode levar a aceitação de preços acima da faixa praticada no mercado (sobrepreço) ou superfaturamento; demora na realização da pesquisa de preços e por consequência, da licitação; itens fracassados por preço inferior ao mercado, entre outras irregularidade.

1.2 – Nos editais das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e

alienações, cujo objeto seja divisível, houve falta de parcelamento do objeto em

itens, lotes ou etapas, assim como deixou de adjudicar por item e adjudicou o

objeto pelo menor preço global?

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Consta no preâmbulo do edital de licitação do Pregão Presencial n° 10/2017 que o julgamento será do tipo menor preço lote/global. Entretanto, a adjudicação lote/global, quando é possível a divisão do objeto, impede a participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a determinados itens, levando à restrição da competitividade do certame.

Nesse sentido é o Enunciado 247 da Súmula da Jurisprudência do TCU, que assim dispõe: “é obrigatória à admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa divisibilidade”.

Em situações similares, o TCU tem recomendado às Unidades Jurisdicionadas que

promovam a separação do objeto em lotes distintos, quando de natureza divisível, com

objetivo de permitir a participação de empresas que, embora não estejam habilitadas a

fornecer a totalidade dos itens especificados, possam apresentar proposta mais

vantajosa para a Unidade, no que diz respeito aos demais itens (Acórdão 1998/2016,

3009/2015, 122/2014, 491/2012 e 2895/2014, ambos do Plenário).

Sobre o assunto, é importante lembrar que o art. 23, §1º, da Lei 8.666/1993 estabelece o

parcelamento como regra, razão pela qual cabe ao administrador demonstrar os

motivos que o levaram a não dividir o objeto licitado. Assim, é necessário que o

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Departamento de Licitações, justifique a opção pela licitação global do ponto de vista

econômico, técnico e operacional, na medida em que este procedimento tende a

restringir a competitividade do certame. A motivação das decisões mostra-se ainda mais

imperiosa quando se opta por solução contrária à preconizada pela legislação.

Esse dever de conduta é reforçado pelo caput do art. 3º da IN nº 02/08 do Ministério do

Planejamento, que disciplina a contratação de serviços, continuados ou não, por órgãos

ou entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais (SISG), ao dispor que “serviços

distintos devem ser licitados e contratados separadamente, ainda que o prestador seja

vencedor de mais de um item ou certame”.

O § 3º, do art. 3º da IN nº 2/08 prevê excepcionalmente a possibilidade de a

Administração instaurar licitação por empreitada de preço global, em que serviços

distintos são agrupados em um único lote, desde que essa condição, de forma

comprovada e justificada, decorra da necessidade de inter-relação entre os serviços

contratados, do gerenciamento centralizado ou implique vantagem para a

Administração.

2. Análise do Edital

2.1. Preâmbulo

2.1.1. Falta parecer jurídico no processo e/ou o parecer é genérico, sem a demonstração da efetiva análise do edital e dos anexos?

a) Parecer Jurídico Genérico

Em análise do processo licitatório Pregão Presencial n° 10/2017, foi verificado que não

houve análise jurídica efetiva. Tendo em vista a escolha inadequada para o tipo de

licitação.

Ademais, as decisões do Tribunal de Contas da União têm caminhado no sentido de atribuir responsabilidade solidária ao parecerista quando a opinião for vinculante e emitida de forma desarrazoada, absurda ou claramente insuficiente e tiver servido de fundamentação para a prática do ato ilegal (Acórdãos 512/2003, 1.536/2004, 1.161/2010, 1.898/2010, 1.380/2011, 1.591/2011, 1.857/2011, 40/2013 e 689/2013, todos do Plenário).

Nessa mesma linha tem sido o posicionamento do TCE/MT (Acórdão nº 3.387/2015-TP):

Responsabilidade. Parecerista jurídico. Emissão obrigatória de parecer. Nas situações em que a emissão de parecer jurídico sobre atos inerentes a procedimento licitatório seja obrigatória, o parecerista

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jurídico responde por erros graves ou omissões em seus posicionamentos, por meio dos quais se aprova, sem amparo legal, edital de licitação com cláusula que restringe a competitividade do certame. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano. Acórdão nº 692/2015-TP. Processo no 13.081-8/2012).

3. Publicidade da Licitação

3.1. Deixou-se de publicar os editais e resultados, bem como todos os contratos celebrados no sítio oficial da entidade?

Não houve publicação dos demais documentos que integram a fase de planejamento da

contratação no sítio oficial da entidade na rede mundial de computadores (internet).

Nesse sentido, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE,

por meio do documento intitulado “Avaliação da OCDE sobre o Sistema de Integridade

da Administração Pública Federal Brasileira - Gerenciando Riscos por uma

Administração Pública Íntegra”, recomendou a:

Introduzir a transparência na fase anterior à publicação de editais

e avisos de licitação por meio da preparação e publicação de planos

de compras públicas e processos licitatórios de cada órgão público.

Essa informação facilitaria a otimização do poder de compra dos

órgãos federais e ao mesmo tempo possibilitaria o monitoramento e

controle sobre os processos.

Sobre esse tema, a Lei nº 12.527/2011 (LAI - Lei de Acesso à Informação), nos

dispositivos a seguir transcritos, orienta no sentido da implementação da prática

arguida:

Art. 3º) Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito

fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade

com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I

- observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II -

divulgação de informações de interesse público, independentemente de

solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia

da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na

administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração

pública. (...)

Art. 5º) é dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será

franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente,

clara e em linguagem de fácil compreensão. (...)

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Art. 7º) O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os

direitos de obter: (...) VI - informação pertinente à administração do patrimônio

público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e (...)

Art. 8º) é dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de

requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas

competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas

ou custodiadas. § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,

deverão constar, no mínimo: (...) IV - informações concernentes a procedimentos

licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os

contratos celebrados; § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e

entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de

que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial

de computadores (internet).

Assim, é recomendado que as organizações do setor público, em todas as esferas,

atendendo aos arts. 3°, I a V, 5º, 7º, VI e 8º, §1º, IV e §2º da Lei 12.527/2011, publiquem

todos os documentos que integram os processos de aquisição (e.g., solicitação de

aquisição, estudos técnicos preliminares, estimativas de preços, pareceres técnicos e

jurídicos etc.) na internet, a menos os considerados sigilosos nos termos da lei (Acórdão

TCU nº 2622/2015-Plenário).

4. Critérios para Julgamento

4.1. O edital deixou de fixar critério de aceitabilidade de preços unitário e global?

Em análise do edital do Pregão Presencial n° 10/2017, constatou-se no item 1.1 que foi

fixado apenas critério de aceitabilidade de preços global e não foi definido critério de

aceitabilidade de preços unitários, infringindo o disposto no art. 40, inciso X, da Lei

8.666, de 1993. É evidente que o ganhador será aquele que fornecer o menor preço

global, mas nem por isso isenta a Administração de analisar os preços unitários,

justamente para verificar se eles estão compatíveis com os praticados no mercado.

Nesse contexto, a jurisprudência do Tribunal de Contas da União é firme no sentido de

que tanto nas empreitadas por preço global quanto nas de preço unitário, é obrigatório o

estabelecimento nos editais dos critérios de aceitabilidade de preços unitários e globais,

com a fixação dos preços máximos (Acórdão 818/2007-Plenário, Acórdãos 3.702/2009-

1a Câmara, 1.746/2009-Plenário, 168/2009-Plenário, 554/2008-Plenário, 2.014/2007-

Plenário, 1.090/2007-Plenário e 1.755/2004-Plenário, entre outros). É firme também no

sentido de que, em que pese o menor preço global ser decisivo na escolha da melhor

proposta para a Administração, deve ser verificada também a compatibilidade dos

preços unitários aos de mercado (Decisões ns. 253/2002 e 1.054/2001 e Acórdãos ns.

267/2003, 1.595/2006 e 1.387/2006, todos do Plenário).

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IV – CONCLUSÃO A avaliação realizada abrangeu aspectos essenciais do componente atividade de controle da área de gestão de contratações públicas. As conclusões da equipe restringem-se aos elementos avaliados das atividades de controle relacionadas aos processos examinados e inspeções físicas realizadas. Cumpre aqui se referir a ausência de resposta ou o atraso para o fornecimento de informações solicitadas pela controladoria que simplesmente foi ignorada pelos responsáveis caracterizando assim a sonegação de informação ao controle interno. Importante esclarecer que a sonegação das informações solicitadas prejudicou o andamento do presente trabalho, tendo em vista que a controladoria tinha elaborado um planejamento de ações com base nas solicitações elaboradas. Nível de maturidade dos controles internos

Nesse sentido, a Prefeitura Municipal de Colíder ficou enquadrada no nível de maturidade de controles básico, com 27,45 % dos pontos possíveis, fato que coloca a atividade em alta probabilidade de ocorrência de impropriedades e/ou irregularidades capazes de impactar negativamente os objetivos almejados quando da execução das ações envolvendo o sistema de Licitações e Compras. Ou seja, quanto maior for o nível de maturidade alcançado, menor será o seu risco residual de erros ou irregularidades na execução do programa, haja vista a relação inversamente proporcional entre controles internos e a ocorrência das mais diversas irregularidades. Face ao exposto, a análise em nível de atividades demonstra a necessidade de aperfeiçoamento dos sistemas controles internos no município de Colíder, o que pode ser alcançado com o comprometimento dos gestores em implementar medidas tendentes a robustecer os controles internos administrativos, como forma de contribuir para o aprimoramento da gestão e o desempenho da administração municipal na execução do programa em análise. Face ao exposto, somos de opinião que a Unidade Examinada deve adotar medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados neste relatório, as seguintes medidas podem ser adotadas pela administração. V - RECOMENDAÇÕES:

Os responsáveis pela formação de preço devem fazer mais cotações de maneira a esgotar as possibilidades; usar a cesta de preços considerando os pregões realizados na administração pública de pregões homologados e homologados retificados, e nunca se limitar apenas a 03 orçamentos, exceto para casos que sejam justificados e excepcionais;

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a) Calcular o termo de referência utilizando da estatística, média saneada, mediana e curva ABC, se obterem valores mais justos e saber quais itens tem maior relevância dentre todos, em virtude do valor econômico que representa;

b) Criar o documento de oficialização da demanda pelo beneficiário explicitando a necessidade a ser atendida e a justificativa de escolha da solução, em termos de demanda de contratação ou aquisição;

c) Elaborar o Plano Anual de Aquisições, pois é preciso estabelecer diretrizes estratégicas para nortear a gestão de aquisições no exercício, bem como informar os fornecedores interessados para que estes se organizem no sentido de melhor atender as necessidades da administração;

d) Melhorar de forma a tornar mais completas a Instrução Normativa existente e criar os Check-list relacionados às atividades que envolvam licitações em geral;

e) Criar o registro cadastral dos fornecedores, para se obter informações gerenciais e potenciais dos fornecedores, no intuito de dar agilidade aos certames;

f) Instituir a padronização das especificações técnicas de bens e serviços utilizados pela administração, pois do contrario, leva a multiplicidade de esforços para realizar elaborar especificações técnicas de contratações semelhantes, com consequente dificuldade na obtenção de preço de referência ante a singularidade das especificações;

g) Incluir na IN do Ente, mais detalhes sobre os artefatos necessários para se fazer compras diretas, dispensa e inexigibilidade, por exemplo: Termo de referencia e projeto básico similar as demais contratações;

h) Melhorar a descrição nos Termos de referência, sempre dando detalhes da necessidade do objeto;

i) Normatizar os métodos para realização de estimativas de quantidades de bens e serviços prévia a realização das licitações, dispensas e inexigibilidade;

j) Normatizar os critérios para realização de pesquisa de preços prévia a realização das licitações, dispensas e inexigibilidade;

k) Criar editais-pradrão para evitar falhas nas contratações públicas; l) Parecer Jurídico em Minutas de Editais: Instituir a sistematização (Check-list)

sobre o que deve ser verificado na análise da assessoria jurídica, no intuito de mitigar o risco de emissão de parecer jurídico com fundamentação desarrazoada, absurda ou claramente insuficiente, com consequente ineficiência e repetição de erros; recursos e impugnações; prática de ato irregular.

m) O departamento deve dispor de controle (check-list/controle informatizado) específico e normatizado dos prazos legais para publicação avisos de editais nos meios legais;

n) Elaborar a política de aquisição (compras, estoque, sustentabilidade e compras conjuntas, etc...) para o cumprimento dos objetivos estratégicos da organização e das finalidades da licitação;

o) Melhorar e normatizar a rotina do departamento para prevenção de fraudes e conluios, conforme orientações deste relatório;

p) Realizar todas as consultas durante o certame e anexa-las ao processo para verificar a ocorrência de registro de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar:

q) CEIS, CNEP, CEPIM, CNIA, CADASTRO INIDÔNEOS TCE-MT. Criar e consultar o cadastro de empresas punidas pela própria unidade;

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r) Designar formalmente equipe técnica para auxiliar a CPL na análise da documentação de habilitação e propostas de preços nas licitações para contratação de objetos mais complexos;

s) A entidade deve dispor de controle de prazos das fases dos processos licitatórios; t) Priorizar os pregões eletrônicos, principalmente quando envolver recursos

federais -(TCU. Ac 1700/2007-P e Decreto 5.504/2005); u) O responsável deve fazer reuniões de iniciação de contrato com o contratado; v) A Entidade deve dispor de controle (check-list/controle informatizado) dos

prazos legais para publicação do extrato de contrato na imprensa oficial; w) A Entidade deve criar listas de verificação para formalização da apresentação de

garantia contratual; x) As Atas devem ter contratos celebrados, pois facilita a ação do Ente quando

necessário, e facilita a fiscalização dos mesmos; y) Os servidores designados fiscais de contratos devem ser acompanhados pelo

Gestor de Contratos, para apresentarem periodicamente, além do relatório quadrimestral obrigatório, também os relatório e arquivos pessoais que provam a fiscalização efetiva dos mesmos;

z) Sempre que houver substituição de fiscal fazer rapidamente o apostilamento e comunicar o novo fiscal das suas obrigações;

aa) O departamento juntamente com a assessoria jurídica deve criar um normativo para condução de processos administrativos de penalização de entes privados;

bb) Ser mais criteriosos com relação à separação entre funções e atividades consideradas incompatíveis nas Contratações Públicas “segregação de funções”. Principalmente relacionado à CPL;

cc) Criar o Plano Anual de Capacitação para os servidores do Departamento de Licitações, responsáveis pela atividade de gestão de Contratações Públicas.

dd) O fiscal de contratos e demais responsáveis devem seguir o manual do fiscal de contrato elaborado pela Controladoria Interna.

ee) Atentar para os casos em que precise de certificado ou diplomas de capacitação técnica, pois em alguns casos da amostragem não encontramos os mesmos nos processos auditados;

ff) Melhorar e detalhar a descrição dos objetos licitados, pois em alguns casos encontrados nas amostragens, são muito amplos;

É o Relatório que se submete à consideração superior.

Colíder/MT, 04 de Agosto de 2017.

Carlos Frederico Carvalho de Oliveira

Controlador Público Interno