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Relatório da Administração 2008 Versão 6/2 10h – Enviada para apreciação da Diretoria

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Page 1: Relatório da Administração 2008 - Banco Central Do Brasil · contribuição negativa do setor externo, de 2,5 p.p., e a contribuição positiva, de 8,1 p.p., da demanda interna

Relatório da Administração 2008

Versão 6/2 10h – Enviada para apreciação da Diretoria

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Sumário

Apresentação .................................................................................................................... 41 Panorama da economia brasileira em 2008 ................................................................... 5

1.1 Produto Interno Bruto ............................................................................................ 51.2 Inflação ................................................................................................................. 61.3 Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional .............................................. 61.4 Setor externo ......................................................................................................... 71.5 Reservas internacionais .......................................................................................... 81.6 Recolhimentos compulsórios e redesconto ............................................................... 91.7 Operações de mercado aberto ............................................................................... 10

2 Sistema Financeiro Nacional ....................................................................................... 112.1 Composição do sistema financeiro ........................................................................ 112.2 Desestatização, liquidações e administração de regimes especiais ........................... 122.3 Tarifas bancárias e custo de operações .................................................................. 122.4 Regras prudenciais ............................................................................................... 132.5 Supervisão .......................................................................................................... 142.6 Processo administrativo punitivo .......................................................................... 152.7 Prevenção a ilícitos Financeiros e cambiais ........................................................... 152.8 Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ................................... 152.9 Crédito rural – Aplicações obrigatórias ................................................................. 162.10 Normas cambiais e de capitais internacionais ....................................................... 16

3 Sistema de pagamentos ................................................................................................ 183.1 Instrumentos eletrônicos de pagamento ................................................................. 183.2 Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) ................................................. 18

4 Relacionamento com organismos e foros internacionais ............................................ 194.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) ................................................................... 194.2 Grupo dos Vinte Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais (G-20) ..... 194.3 Banco Internacional de Compensações (BIS) ......................................................... 194.4 Reuniões de Presidentes de bancos centrais do Mercosul, da Bolívia, do Chile, do Peru e da Venezuela .......................................................................................................... 204.5 Integração regional .............................................................................................. 204.6 Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) Brasil-Argentina .......................... 204.7 Relacionamento com bancos centrais e entidades de supervisão bancária ................. 204.8 Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) ......................................... 214.9 Associação de Supervisores Bancários das Américas (Asba) .................................. 21

5 Banco Central do Brasil e a sociedade ........................................................................ 225.1 Atendimento ao cidadão ....................................................................................... 225.2 Ouvidoria ............................................................................................................ 235.3 Ação social ......................................................................................................... 235.4 Acervo cultural e numismático ............................................................................. 235.5 Programa de Educação Financeira ........................................................................ 245.6 Cédulas e moedas em circulação ........................................................................... 24

6 Ação institucional ........................................................................................................ 266.1 Relacionamento com o Congresso Nacional .......................................................... 266.2 Atendimento ao Poder Judiciário .......................................................................... 266.3 Relacionamento com a imprensa ........................................................................... 266.4 Convênios ........................................................................................................... 266.5 Seminários, conferências e outros eventos ............................................................. 276.6 Atuação legal ...................................................................................................... 28

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7 Ação administrativa ..................................................................................................... 307.1 Gestão interna ..................................................................................................... 307.2 Universidade Corporativa do Banco Central(UniBacen) ......................................... 307.3 Tecnologia da informação .................................................................................... 317.4 Atividade de corregedoria .................................................................................... 31

8 Orientações estratégicas do Banco Central ................................................................. 329 Estrutura organizacional do Banco Central ................................................................. 33

Diretoria Colegiada ..................................................................................................... 33Secretaria-Executiva ................................................................................................... 33Procuradoria-Geral ..................................................................................................... 34Auditoria Interna ......................................................................................................... 34Corregedoria-Geral ..................................................................................................... 34Ouvidoria .................................................................................................................... 34Assessoria Parlamentar ............................................................................................... 34

10 Endereços do Banco Central ...................................................................................... 37

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Apresentação O Banco Central do Brasil, pautado em seus valores – ética, excelência, compromisso com a instituição, foco em resultados, transparência e responsabilidade social –, apresenta o "Relatório da Administração 2008”, que sintetiza suas principais realizações do ano. O relatório oferece ao cidadão a oportunidade de conhecer as ações e as medidas relevantes do Banco Central para o cumprimento de sua missão de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. O documento está estruturado em capítulos e tópicos e traz também informações sobre as orientações estratégicas da instituição, responsável pela implementação das políticas monetária, creditícia e cambial e pela regulação e supervisão do Sistema Financeiro Nacional. As demonstrações financeiras de 2008 acompanham esta publicação.

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1 Panorama da economia brasileira em 2008 1.1 Produto Interno Bruto A evolução da economia brasileira em 2008 apresentou duas fases. Até o terceiro trimestre do ano, a atividade econômica crescia a taxas elevadas. O dinamismo da economia encontrava-se dentro de suas fronteiras, com o consumo e o investimento privados em forte expansão, enquanto o setor externo atuava como absorvedor líquido da demanda doméstica. O vigoroso crescimento da demanda e o menor desempenho da oferta, ainda que a taxas de expansão elevadas, indicavam pressões sobre os preços internos. No âmbito externo, a continuidade da turbulência internacional, iniciada em meados de 2007, começava a inverter o movimento dos preços de commodities. A segunda fase iniciou-se com o acirramento da crise internacional, a partir de setembro de 2008. O grau de incerteza nos mercados financeiros internacionais e nas economias maduras refletiu-se de forma mais intensa nas economias emergentes, especialmente por meio do crescimento da aversão ao risco e da preferência pela liquidez. Nesse contexto, o Brasil, ainda que com fundamentos reconhecidamente saudáveis, também foi atingido. Nos nove primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 6,4%, em comparação a igual período de 2007. O resultado positivo foi generalizado entre todos os componentes do PIB, enquanto sob a ótica da demanda permaneceram a contribuição negativa do setor externo, de 2,5 p.p., e a contribuição positiva, de 8,1 p.p., da demanda interna. Pela ótica da produção, o setor agropecuário foi o que apresentou a taxa de crescimento mais expressiva no acumulado do ano até o terceiro trimestre, 6,7%, seguindo-se dos setores industrial, 6,5%, e de serviços, 5,5%. A relevância da demanda interna para a sustentação do crescimento da atividade econômica permaneceu evidente no ano, refletindo a melhora das condições de crédito e a recuperação dos rendimentos reais e do emprego. Nesse sentido, o consumo das famílias cresceu 6,5% nos três primeiros trimestres do ano. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 17,3%, a maior taxa desde 1995 para o período. O consumo do governo aumentou 5,7%. No âmbito do setor externo, as exportações cresceram 1,6%, e as importações, 22,6%, no acumulado até o terceiro trimestre. O comportamento do setor respondeu ao desempenho da demanda interna, com as importações contribuindo tanto para o aumento da capacidade produtiva quanto para o atendimento do consumo das famílias. No último trimestre de 2008, o desempenho da atividade econômica refletiu parcialmente a escassez da liquidez global e a desaceleração das economias maduras, após o início da segunda etapa da crise internacional. As contrações das linhas de crédito e dos investimentos externos, assim como a redução no nível de demanda externa, sugerem efeitos desfavoráveis sobre a produção e o emprego domésticos no quarto trimestre de 2008. As expectativas apontam para redução na taxa de expansão do PIB e para pressão sobre a taxa de câmbio, com possíveis impactos sobre a inflação interna. Nesse cenário, o papel da política monetária segue voltado para assegurar os ganhos com a estabilidade, em um ambiente de restabelecimento da confiança dos diversos agentes econômicos.

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Os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira deverão atingir os setores de forma distinta. As incertezas quanto à evolução da demanda no curto prazo e a contração da oferta de crédito tendem a afetar mais intensamente os setores que mais se beneficiaram da expansão do crédito: produção de bens de consumo duráveis e de bens de capital. No mercado de trabalho, que reage com defasagem ao ritmo da economia, a taxa de desemprego manteve-se baixa até o final de 2008, tendendo a sofrer impacto mais acentuado em 2009. Em dezembro, a taxa de desemprego atingiu 6,8%, nível mais baixo da série histórica, enquanto a média do ano foi de 7,8%, 1,4 p.p. abaixo do percentual médio de 2007.

1.2 Inflação Apesar dos choques sofridos pela economia brasileira, a inflação acumulada no ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 5,9%, situando-se, pelo quinto ano consecutivo, dentro do intervalo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2008, esse intervalo foi de 2,5% a 6,5%, com o centro da meta em 4,5%. Ao longo do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou oito reuniões, conforme o calendário estabelecido. Nas duas primeiras, a taxa de juros básica foi mantida constante, enquanto nas quatro seguintes sofreu elevações que totalizaram 250 pontos-base, até atingir o índice de 13,75% a.a. em setembro, patamar que foi mantido nas duas últimas sessões. A elevação da taxa básica teve por objetivo fazer que o IPCA tivesse comportamento condizente com a trajetória das metas, em ambiente que indicava o descompasso entre a expansão da demanda e o crescimento da oferta de bens e serviços, de modo a garantir o crescimento sustentado da economia. Nas duas últimas reuniões do Copom, levando-se em consideração o grau de incerteza sobre a evolução do cenário externo e as reações da atividade econômica doméstica, a decisão foi manter inalterada a taxa de juros. Apesar das incertezas, o comitê reiterou sua disposição de trazer a inflação de volta à trajetória de metas já em 2009. A evidência internacional e a experiência brasileira indicam que taxas de inflação elevadas levam ao aumento dos prêmios de risco, ao encurtamento dos horizontes de planejamento e, consequentemente, à redução do potencial de crescimento da economia, além de terem efeitos regressivos sobre a distribuição de renda.

1.3 Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional As operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) mantiveram trajetória de significativa expansão em 2008, não obstante as condições desfavoráveis associadas aos desdobramentos da crise financeira internacional, sobretudo a partir de setembro. A redução da liquidez no mercado externo e a volatilidade da taxa de câmbio resultaram em aumento do grau de incerteza na economia doméstica, com reflexos sobre a oferta e a demanda por crédito bancário no último trimestre do ano. Em consequência disso, verificou-se expressivo arrefecimento no ritmo de contratações de crédito, nos financiamentos destinados tanto ao consumo quanto à atividade produtiva.

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As dificuldades oriundas do cenário externo levaram o governo federal a adotar medidas voltadas à preservação da normalidade do mercado de crédito. Buscando assegurar a necessária liquidez no mercado doméstico, foram alteradas diversas regras relativas aos recolhimentos compulsórios. A escassez de linhas de financiamento externo, por sua vez, demandou ações destinadas a estimular o aporte de recursos para a contratação e a renovação de financiamentos para exportadores. Com esse objetivo, o Banco Central forneceu divisas diretamente ao mercado, por meio de leilões de venda a vista, leilões com compromisso de recompra em data futura e leilões direcionados a financiamentos de exportação. O volume total de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$1.227,4 bilhões em dezembro de 2008, registrando expansão de 31,1% em doze meses. Tal volume foi equivalente a 41,3% do PIB, comparativamente à proporção de 34,2%, alcançada ao final de 2007. As operações destinadas a pessoas físicas cresceram 23,9% em doze meses, com destaque para o crédito consignado e para os financiamentos para aquisição de bens duráveis, especialmente veículos. Paralelamente, em linha com a expansão da atividade econômica, as operações de crédito destinadas ao segmento de pessoas jurídicas com recursos livres somaram R$477,3 bilhões, com incremento de 39,1% no período, ressaltando-se o desempenho positivo das carteiras financiadas com recursos domésticos, essencialmente na modalidade de capital de giro. A taxa média nas principais modalidades de crédito com recursos livres apresentou elevação de 9,4 p.p. no ano, situando-se em 43,2% a.a. em dezembro. Nas operações com pessoas físicas, a taxa alcançou 58% a.a., enquanto no segmento de pessoas jurídicas, 30,7% a.a. Por sua vez, o spread bancário atingiu 30,6% a.a., 8,3 p.p. acima do verificado no final de 2007.

1.4 Setor externo As indicações de recessão nas economias maduras, como Estados Unidos, Japão e Europa, e as perspectivas de desaceleração nas economias emergentes, como China e Índia, elevaram as incertezas quanto à expansão do comércio mundial e quanto ao comportamento dos preços internacionais de commodities. Os mercados financeiros internacionais apresentaram expressiva redução de liquidez e aumento na aversão a risco, reduzindo a oferta de financiamentos. Não obstante esse cenário, os reflexos nas contas externas brasileiras foram menos acentuados. Houve aumento do déficit em transações correntes e remessas líquidas de investidores estrangeiros em carteira financiados com capitais de longo prazo – especialmente Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) –, redução de haveres do setor bancário no exterior e utilização de recursos das reservas internacionais – por decisão do Banco Central, para prover liquidez em moeda estrangeira à economia doméstica. Nesse contexto, nos primeiros seis meses do ano, os saldos da balança comercial, ainda que menores que os registrados em igual período do ano anterior, contribuíram para que o saldo das transações correntes não sofresse deterioração acentuada. No segundo semestre, com o aprofundamento da crise, registraram-se saídas líquidas de investimentos estrangeiros em carteira e déficit no saldo entre ingressos de novos empréstimos e pagamentos previstos, refletindo a escassez de financiamento internacional. Ainda assim, em 2008 foram registrados ingressos líquidos de IED de US$45,1 bilhões, nível recorde para a série histórica compilada desde 1947. Esse montante foi

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equivalente a 2,8% do PIB, distribuído de forma equilibrada entre diversos setores da atividade econômica. O resultado do balanço de pagamentos no ano foi positivo em US$3 bilhões, enquanto as transações correntes apresentaram déficit de US$28,3 bilhões, equivalente a 1,8% do PIB. O superávit comercial atingiu US$24,7 bilhões em 2008, constituindo fonte relevante de financiamento do balanço de pagamentos. A corrente de comércio registrou valor recorde de US$371,1 bilhões, resultado de exportações de US$197,9 bilhões e de importações de US$173,2 bilhões, representando crescimentos de 23,2% e de 43,6%, respectivamente, em relação a 2007. No que se refere aos investimentos estrangeiros em ações, ocorreram remessas líquidas de US$7,6 bilhões no período analisado, com destaque para o expressivo volume negociado em bolsa no país, US$436,4 bilhões, o que significou crescimento de 109,2% em relação a 2007. Por sua vez, os investimentos estrangeiros líquidos em títulos de renda fixa somaram US$6,8 bilhões e contrabalançaram em grande parte a saída de investimentos em ações. No quarto trimestre, ocorreram amortizações líquidas de títulos de curto prazo, resultado da retração de crédito externo.

1.5 Reservas internacionais A trajetória das reservas registrou dois padrões distintos, assim como o ocorrido com os fluxos do balanço de pagamentos. No primeiro semestre, dadas as condições externas ainda favoráveis, o Banco Central manteve a política de fortalecimento das reservas internacionais, observando os princípios de não determinar limites e não influir na trajetória da taxa de câmbio e nem adicionar volatilidade ao mercado. No segundo semestre, com o aprofundamento da crise, o Banco Central realizou intervenções no mercado doméstico de câmbio com o objetivo de prover liquidez em moeda estrangeira e de financiar o comércio exterior. Ao final do primeiro semestre, as reservas internacionais superaram o patamar recorde de US$200 bilhões. Nesse período, o Banco Central comprou US$15,2 bilhões no mercado interno, e a taxa de câmbio se apreciou 10,1% em relação ao dólar norte-americano. Durante o segundo semestre, devido à reversão do cenário econômico internacional e à consequente retração da liquidez internacional, o Banco Central passou a prover recursos ao mercado, tendo vendido, em termos líquidos, US$7,6 bilhões, no mercado interno a vista. Além disso, para ampliar a liquidez em moeda estrangeira e garantir o acesso das empresas nacionais ao crédito, a autoridade monetária ofertou liquidamente US$8,3 bilhões em linhas com compromisso de recompra a partir de setembro. Realizou também operações de empréstimo em moeda estrangeira, de curto prazo, destinadas ao financiamento das exportações. Essas operações foram garantidas por títulos soberanos do país, no valor de US$1,5 bilhão, e por operações de comércio exterior, US$3,2 bilhões, destinadas ao financiamento das exportações.

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A política de acumulação de reservas internacionais contribuiu não só para que o Brasil atingisse grau de investimento, na avaliação das agências de classificação de risco, mas também viabilizou acordo de swap recíproco de moedas com o banco central dos Estados Unidos da América (EUA), no valor de US$30 bilhões, anunciado em outubro. Ao final do ano, ainda como consequencia da crise internacional, a taxa de câmbio sofreu desvalorização de 46,8%. Ainda assim, comparativamente ao ano anterior, os indicadores de sustentabilidade das contas externas mantiveram trajetória positiva, devido ao acúmulo de US$26,5 bilhões de reservas, ao crescimento do PIB nominal em dólares e à expansão das exportações. A dívida externa como proporção do PIB reduziu-se de 14,5%, ao final de 2007, para 12,6%, em 2008. Como os ativos externos do país, especialmente as reservas internacionais, permaneceram maiores que a dívida externa, o país aumentou sua posição de credor externo líquido de US$11,9 bilhões para US$28,9 bilhões, no referido período. Já a dívida externa do setor público diminuiu de US$86 bilhões para US$82,3 bilhões, no mesmo período.

1.6 Recolhimentos compulsórios e redesconto A partir de setembro, em decorrência da crise financeira internacional, o Banco Central implementou alterações significativas nas regras dos diversos recolhimentos compulsórios, liberando recursos das próprias instituições, com o objetivo de garantir a oferta de liquidez. As medidas tiveram, inicialmente, o propósito de canalizar recursos para as instituições de pequeno e médio porte, as mais atingidas pela restrição de liquidez, contribuindo, assim, para o funcionamento normal do mercado interbancário. O recolhimento compulsório sobre recursos a prazo foi o que mais sofreu modificações, passando a ser recolhida exigibilidade excedente a R$2 bilhões. Além disso, o recolhimento, até então realizado integralmente em títulos públicos federais, passou a ser feito 70% em espécie e 30% em títulos públicos federais. Da parcela em espécie, foi aceita dedução de valores empregados na aquisição de operações de crédito e de outros ativos e também de valores aplicados em depósitos interfinanceiros em outras instituições. A exigibilidade adicional sobre depósitos a vista e a prazo teve as alíquotas reduzidas de 8% para 5%, tendo também sido instituído um redutor – as instituições passaram a recolher somente o que ultrapassasse R$1 bilhão. A partir de 1º de dezembro de 2008, o cumprimento da exigibilidade passou a ser feito em títulos públicos federais, e não mais em espécie. Também foram autorizadas deduções do compulsório sobre depósitos interfinanceiros captados de sociedades de arrendamento mercantil do valor da aquisição de moeda estrangeira junto ao Banco Central. Posteriormente, com o objetivo de garantir uma apropriada oferta de crédito, a alíquota do compulsório sobre recursos a vista foi reduzida de 45% para 42%, sendo a obrigatoriedade de aplicação dos recursos a vista em financiamentos rurais ampliada em 5 p.p. Também foi permitida a dedução no recolhimento compulsório sobre recursos a vista do valor equivalente à antecipação de sessenta parcelas da contribuição ordinária ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso permitiu o aumento das disponibilidades do fundo e de sua capacidade para adquirir operações de crédito de instituições financeiras.

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Finalmente, a alíquota de recolhimento sobre depósitos de poupança rural foi reduzida de 20% para 15%, tendo a exigibilidade de aplicação de depósitos de poupança rural em financiamentos rurais sido aumentada de 65% para 70%. As medidas relacionadas aos recolhimentos compulsórios permitiram a liberação, até meados de novembro, de cerca de R$90 bilhões que se encontravam depositados no Banco Central. Em outubro, a Medida Provisória nº 442 concedeu ao CMN poderes para estabelecer critérios e condições especiais de avaliação e de aceitação de ativos, pelo Banco Central, em operações de redesconto em moeda nacional ou em garantia de operações de empréstimo em moeda estrangeira. A medida provisória foi convertida na Lei nº 11.882 em 23 de dezembro.

1.7 Operações de mercado aberto As operações de mercado aberto conduzidas pelo Banco Central consistem na compra e na venda de títulos da dívida pública mobiliária federal interna no mercado secundário, de forma definitiva ou com compromisso de revenda/recompra, e têm como objetivo regular a liquidez bancária e administrar a taxa de juros de curtíssimo prazo (taxa Selic). A operação mais usual é a compromissada, em que há a venda/compra do título no mercado com o compromisso de recompra/revenda em data futura. Essas operações desempenharam papel fundamental na manutenção da taxa Selic próxima da meta estabelecida pelo Copom. O Banco Central continuou a realizar operações compromissadas longas, com venda de títulos com compromisso de recompra em prazos de cinco e de sete meses. Além disso, foram realizadas regularmente operações compromissadas de prazos de um a 35 dias úteis. Nos nove primeiros meses do ano, obedecendo a diretriz similar à observada para as reservas internacionais, foi mantida a estratégia de rolagem dos vencimentos de contratos de “swap cambial reverso”, instrumento derivativo com o qual o Banco Central assume posição ativa em variação cambial e passiva em taxa de juros doméstica. A partir de outubro, devido ao recrudescimento da crise financeira internacional, a taxa de câmbio registrou acentuada desvalorização, tendo sido observado aumento da demanda por dólares no mercado a vista e, especialmente, por instrumentos de hedge no mercado de derivativos. Com o objetivo de reduzir a volatilidade e melhorar as condições de liquidez no mercado de câmbio, o Banco Central passou a realizar operações de swap cambial “tradicional”, em que assume posição passiva em variação cambial e ativa em taxa de juros doméstica. A exposição à variação cambial do Banco Central em swap, que era ativa em torno de US$22,4 bilhões até o final de setembro, tornou-se passiva em cerca de US$11,7 bilhões no final de 2008, reflexo da contratação de aproximadamente US$32,8 bilhões em “swap cambial tradicional” no último trimestre do ano.

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2 Sistema Financeiro Nacional 2.1 Composição do sistema financeiro Em 2008, o Banco Central analisou mais de 4 mil solicitações para constituição de novas instituições financeiras e para alterações na estrutura organizacional das existentes, incluindo eleição de administradores. Foram autorizadas a funcionar 131 novas instituições, 99 foram reorganizadas e 88, basicamente cooperativas de crédito com as atividades em fase de paralisação, tiveram canceladas as autorizações para funcionar. Ao acompanhar e avaliar operações de aquisição de instituições financeiras, o Banco Central constatou que essas operações não tiveram efeitos anticompetitivos importantes, a despeito de provocarem alguma elevação dos níveis de concentração em determinados mercados relevantes. Esses trabalhos fazem parte do acompanhamento da evolução dos níveis de concentração no sistema financeiro como medida preventiva de eventuais ações anticoncorrenciais que poderiam se traduzir em prejuízos à sociedade. Com a aquisição do Banco ABN Amro pelo Banco Santander, o capital estrangeiro ganhou maior relevância no SFN, na medida em que o Santander passou a compor o grupo dos grandes bancos brasileiros. No final do ano, ocorreram fatos relevantes que podem alterar a estrutura do SFN e que devem acentuar o nível de concorrência entre os grandes bancos brasileiros. Entre eles, destacam-se a fusão do Banco Unibanco com o Banco Itaú e a aquisição do Banco Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Essas operações ainda estão pendentes de aprovação pelo Banco Central. O CMN determinou alteração importante nas normas, estabelecendo que as operações de câmbio sejam feitas obrigatoriamente por intermédio de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. A alteração gerou considerável aumento de demanda pela constituição de novas corretoras de câmbio, em substituição às agências de turismo e aos meios de hospedagem, que, até então, eram credenciados para realizar operações de câmbio manual, isto é, operações de compra e venda de moedas estrangeiras em pequenos montantes. No segmento de cooperativas de crédito, foram autorizadas 71 novas instituições, e cinquenta dentre as já existentes receberam autorização para ampliar sua atuação. Das 1.453 cooperativas de crédito, 153 são do tipo “livre admissão”, que permite a filiação de quaisquer pessoas residentes em sua área de atuação. Composição do SFN Segmento Instituições

Bancos e Caixa Econômica Federal 180 Sociedades de crédito, financiamento e investimento 55 Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários 106 Sociedades corretoras de câmbio 45 Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários 136 Sociedades de arrendamento mercantil 36 Sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e de 16

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empréstimo Companhias hipotecárias 6 Agências de fomento 12 Cooperativas de crédito 1.453 Sociedades de crédito ao microempreendedor 47 Sociedades administradoras de consórcios 317 Total 2.409 No ano, foram contratados mais de 11 mil correspondentes bancários no país, fazendo que o setor acumule aproximadamente 110 mil pontos de atendimento. Os correspondentes atuam para complementar a rede de agências das instituições financeiras públicas e privadas com as quais mantêm contratos, ampliando a capilaridade do sistema bancário, de modo a garantir a prestação de serviços bancários em todos os municípios do país.

2.2 Desestatização, liquidações e administração de regimes especiais O Banco do Estado de Santa Catarina S/A (Besc) e o Banco do Estado do Piauí S/A (BEP) foram retirados do Programa Nacional de Desestatização (PND) e incorporados ao Banco do Brasil S/A. As incorporações obedecem aos acordos celebrados entre a União e os governos desses estados. Foi decretada a liquidação extrajudicial de três administradoras de consórcio. O Banco Central encerrou dois regimes especiais por transformação em liquidação ordinária e seis por decretação de falência. Foram instaurados dois inquéritos, remetidos cinco relatórios ao Poder Judiciário e efetuadas duas comunicações de indícios de crime ao Ministério Público Federal. Estão em curso 58 processos de liquidação, relativos a doze bancos, dezesseis administradoras de consórcio, oito distribuidoras de títulos e valores mobiliários, nove corretoras de câmbio, títulos e valores mobiliários, três sociedades de arrendamento mercantil, duas sociedades de crédito, financiamento e investimento, uma cooperativa de crédito e sete empresas não financeiras. Entrou em operação, em 2008, o Sistema de Informações de Liquidações Extrajudiciais (Sisliq), que deverá assegurar o efetivo acompanhamento das instituições em regime especial, propiciando melhores condições ao Banco Central para decidir sobre os encaminhamentos que serão dados às instituições.

2.3 Tarifas bancárias e custo de operações O Banco Central reforçou, em 2008, sua atuação junto ao SFN para garantir o cumprimento das normas relativas a tarifas bancárias e para assegurar a equidade e o adequado relacionamento das instituições financeiras com clientes e usuários de seus serviços bancários. Em março de 2008, todos os bancos foram avaliados quanto ao estágio de suas ações para adaptarem seus sistemas operacionais e de controles à regulamentação do CMN sobre cobrança de tarifas de serviços bancários em geral. O Banco Central fiscalizou a adequação das tabelas de tarifas publicadas nos sítios das instituições financeiras na internet ao que prevê a nova norma.

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Além disso, o Banco Central avaliou o cumprimento da resolução que estabeleceu a obrigatoriedade de as instituições informarem ao cliente o Custo Efetivo Total (CET) para contratação de operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro com pessoas físicas. Esse procedimento permite que os custos relativos a essas operações sejam resumidos em uma única taxa, facilitando a comparação entre as ofertas de crédito disponíveis no mercado. Também foram avaliados os procedimentos adotados pelos bancos em relação à proibição da cobrança da Tarifa de Liquidação Antecipada (TLA) em operações de crédito. O Banco Central adotou providências para que as instituições corrigissem prontamente as irregularidades detectadas no curso das fiscalizações.

2.4 Regras prudenciais O Banco Central prosseguiu com o processo de incorporação à regulamentação do SFN das recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia, contidas no documento "Convergência Internacional de Mensuração e Padrões de Capital: Uma Estrutura Revisada" (Basiléia II). O documento estabelece critérios mais adequados aos níveis de riscos associados às operações conduzidas pelas instituições financeiras, para fins de gestão e de requerimento de capital regulamentar. Para implementar o acordo Basiléia II no Brasil, foram editados normativos estabelecendo procedimentos para cálculo das parcelas componentes do Patrimônio de Referência Exigido (PRE). Também foi definida a sistemática de remessa de informações para permitir o monitoramento do risco de liquidez e de mercado. As medidas permitem ainda que os instrumentos híbridos de capital e dívida, integrantes do Patrimônio de Referência (PR), contenham cláusula de opção de recompra pelo emissor, combinada ou não com elevação de seus encargos financeiros, caso não exercida a opção. A partir de 1º de julho de 2008, entraram em vigor novas normas de requerimento de capital para riscos de crédito, de mercado e operacional, como parte do processo de alinhamento da regulação do Banco Central às diretrizes do Novo Acordo de Capital de Basiléia. Esses novos parâmetros incorporam informações sobre as exposições a risco de mercado e sobre as novas parcelas de exigência de capital e transferem para as instituições a gestão dos cálculos dos requerimentos mínimos de capital exigidos. Outras medidas prudenciais adotadas referem-se à convergência das normas de contabilidade e de auditoria aplicáveis às instituições financeiras com as normas internacionais promulgadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pela International Federation of Accountants (IFAC). As normas de contabilidade e de auditoria foram adequadas ainda às novas diretrizes contábeis definidas por lei editada no final de 2007, que alterou e revogou diversos dispositivos contidos na Lei das Sociedades por Ações. Nesse sentido, normativo editado pelo Banco Central definiu termos relacionados aos instrumentos financeiros, para fins de registro contábil, e a ativos intangíveis. O CMN estabeleceu procedimentos aplicáveis ao reconhecimento, à mensuração e à divulgação de provisões, de contingências passivas e ativas e de perdas em relação ao valor recuperável de ativos. Estabeleceu critérios para elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa e para avaliação de investimentos em coligadas e controladas.

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O Banco Central divulgou critérios para o registro contábil de operações de incorporação, fusão e cisão de empresas que envolvam a efetiva transferência de controle e em que sejam parte instituições financeiras. Também, publicou regras referentes ao registro contábil de ativos imobilizados e diferidos, de reservas de capital, de lucros, de lucros acumulados e de reavaliação de imóveis de uso próprio. Além disso, divulgou normas sobre a criação facultativa de provisão adicional, complementar à obrigatória, para riscos de crédito esperados. Os trabalhos de auditoria independente realizados nas instituições financeiras passaram a adotar o método de substituição periódica do responsável técnico e da equipe com função de gerência, sistemática conhecida como “rodízio de sócio”, em lugar do “rodízio de firma”, que previa a troca periódica do auditor independente. Foram estendidos ao segmento de consórcio os procedimentos para o rodízio de sócio, os relativos ao registro contábil de reavaliação de imóveis de uso próprio e também os aplicáveis ao reconhecimento, à mensuração e à divulgação de perdas em relação ao valor recuperável de ativos.

2.5 Supervisão A partir de setembro, foi intensificado o monitoramento das instituições financeiras para permitir ações eficazes e tempestivas para combater os efeitos da crise que afetou o sistema financeiro internacional, tendo sido constituído comitê para análise de informações sobre o sistema para subsidiar a tomada de decisões pelo Banco Central e pelo CMN. O monitoramento indireto das instituições foi focado na avaliação diária da situação de liquidez e do risco de crédito, na análise da evolução de suas captações, de forma individual e consolidada, e no acompanhamento diário de suas posições nos mercados de derivativos. Foram realizadas, durante o ano de 2008, 522 ações de fiscalização direta em bancos e conglomerados bancários, incluídos os trabalhos do Sistema de Avaliação de Riscos e Controles (SRC), e 559 atividades de fiscalização indireta, além de 240 atividades de suporte e controle. Nessas ações, pautadas pela atenção especial para os riscos incorridos, verificou-se o cumprimento tempestivo das normas e o aperfeiçoamento do atendimento prestado pelas instituições a clientes de serviços bancários. Na supervisão de cooperativas e de instituições não-bancárias, foram realizadas 167 atividades de fiscalização direta e 978 atividades internas e de monitoramento indireto, com o objetivo de analisar, nessas instituições, estratégias, políticas de gerenciamento de riscos, situação econômico-financeira e cumprimento da regulamentação vigente. As cooperativas de crédito centrais foram fiscalizadas pelo Banco Central para verificar sua capacidade de supervisionar as afiliadas no que se refere à situação econômico-financeira e à existência de sistemas efetivos de controles internos.

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2.6 Processo administrativo punitivo Em 2008, foram concluídos 1.714 processos administrativos punitivos contra instituições financeiras e seus dirigentes, os quais resultaram na aplicação de 1.751 penalidades e em 312 arquivamentos, de acordo com o quadro a seguir. Penalidades aplicadas Quant. % Advertência 8 0,5 Inabilitação 209 11,9 Multa 1.534 87,6 Total de penalidades 1.751 100,0 Arquivamento 312 - Como resultado dos esforços empreendidos, o estoque de processos pendentes de julgamento foi reduzido de 1.732, em 31 de dezembro de 2007, para 356, em 21 de dezembro de 2008 Dos processos julgados em segunda e última instância administrativa pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), 86% das decisões desta autarquia foram confirmadas, 10% foram modificadas parcialmente e 4% foram modificadas totalmente.

2.7 Prevenção a ilícitos financeiros e cambiais O Banco Central acompanhou o cumprimento, pelas instituições financeiras, da regulamentação referente à prevenção e ao combate a ilícitos financeiros. Enviou aos órgãos competentes, em 2008, 117 relatos de indícios de crimes detectados durante os trabalhos de supervisão. A instituição também comunicou 23 irregularidades de natureza tributária à Secretaria da Receita Federal e 82 indícios de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional ao Ministério Público. Foram encaminhados ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) doze relatos de operações suspeitas de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, além das comunicações feitas diretamente pelas instituições financeiras a esse conselho. Foram avaliadas a existência e a qualidade das políticas e dos controles adotados pelas instituições supervisionadas pelo Banco Central, com vistas à prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo. Verificaram-se também os controles internos adotados por essas instituições especificamente para as operações de câmbio. A partir de julho de 2007, as instituições financeiras adotaram procedimentos de prevenção à lavagem de dinheiro em relação aos clientes considerados “pessoas politicamente expostas”. Em 2008, o Banco Central avaliou o cumprimento e a eficácia desse tipo de procedimento.

2.8 Programa de Garantia da Atividade Agropecuária O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) amparou 565 mil contratos, no valor segurado de R$6,4 bilhões, com média de R$11 mil por operação, e desembolsou R$204 milhões. O programa beneficiou principalmente os pequenos produtores agrícolas enquadrados no conceito de “agricultura familiar”, atendidos pelo “Proagro Mais”.

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O prazo médio de processamento dos pagamentos realizados pelo programa foi reduzido de aproximadamente sessenta dias, na safra 2006/2007, para trinta dias, na safra 2007/2008. Essa redução contribuiu para diminuir as despesas do programa com o pagamento de juros.

2.9 Crédito rural – Aplicações obrigatórias No período 2007/2008, foram registradas pelas instituições financeiras aplicações obrigatórias de R$31,6 bilhões de recursos em crédito rural decorrentes de depósitos a vista, restando pendentes de aplicação R$1,3 bilhão. Na mesma modalidade, foram aplicados R$29,6 bilhões oriundos de depósitos de poupança rural, com deficiência de aplicação de R$2,2 bilhões. Dos R$3,5 bilhões pendentes de aplicação, R$3 bilhões foram repassados às instituições financeiras para aplicação no período 2008/2009.

2.10 Normas cambiais e de capitais internacionais Na continuidade do processo de aperfeiçoamento do mercado de câmbio, destaca-se a dispensa do ingresso, no país, da totalidade das receitas de exportações brasileiras. Isso permitiu ao exportador nacional melhor gerenciamento do fluxo financeiro de suas vendas externas, com mais agilidade e menor custo, aumentando sua competitividade no mercado internacional. As operações até US$3 mil, referentes a transferências do e para o exterior, foram simplificadas, permitindo sua realização por meio de correspondentes cambiais contratados por instituições do SFN e propiciando maior comodidade e, eventualmente, menor custo na transação. Foram dispensadas a formalização de contrato de câmbio e a exigência de documentos que amparam tais operações, porém foi mantida a identificação do cliente. As empresas prestadoras de serviços turísticos cadastradas no Ministério do Turismo foram autorizadas a realizar operações de câmbio manual, mediante convênio com instituições do SFN. Os meios de hospedagem e as agências de turismo que ainda contam com autorização do Banco Central para operar diretamente no mercado de câmbio obtiveram prazo, até 31/12/2009, para se adequar. O uso do contrato de câmbio simplificado, então restrito a operações de comércio exterior, viagens internacionais, transferências unilaterais, determinados serviços e operações financeiras de até US$ 10 mil, foi estendido para qualquer operação com liquidação em até dois dias úteis, exceto para aquelas objeto de registro de capital estrangeiro, como transações de investimentos, empréstimos e financiamentos. Essa medida objetivou reduzir os custos das transações cambiais. O Banco Central foi autorizado, por lei, a manter contas de depósito em reais em nome de bancos centrais estrangeiros e de instituições domiciliadas ou com sede no exterior que prestem serviços de compensação, liquidação e custódia no mercado internacional. A lei permite também que bancos autorizados a operar no mercado de câmbio do país cumpram ordens de pagamento em reais recebidas do exterior, mediante a utilização de recursos em reais mantidos em contas de depósito de titularidade de bancos domiciliados ou com sede no exterior. Assim, um residente no exterior que necessite efetivar pagamentos em reais no Brasil poderá passar a adquiri-los, diretamente no exterior, de banco que mantenha conta em reais no Brasil, o qual,

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por sua vez, determinará ao banco brasileiro o débito em sua conta em reais para entrega ao beneficiário no país. Para atender a demanda de viajantes estrangeiros interessados em adquirir a moeda brasileira no exterior, foram estabelecidas diretrizes para que bancos autorizados a operar no mercado de câmbio no Brasil realizem operações de câmbio com bancos do exterior, recebendo e entregando, em contrapartida à liquidação da operação, recursos em espécie.

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3. Sistema de pagamentos 3.1 Instrumentos eletrônicos de pagamento O Banco Central monitorou o funcionamento dos sistemas de compensação e de liquidação de obrigações interbancárias com o propósito de assegurar o seu contínuo e seguro funcionamento. Foi concedido crédito intradia às instituições titulares de contas Reservas Bancárias e houve média diária de 392 operações e giro financeiro da ordem de R$48 bilhões. O Sistema de Transferência de Reservas (STR), que é o sistema central do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), apresentou giro diário médio de R$485 bilhões, correspondente a 47 mil transferências de fundos. Os instrumentos eletrônicos de pagamento aumentaram sua participação relativa nas transações realizadas sem o uso de dinheiro em espécie. As transferências de crédito e os cartões já respondem por cerca de 80% desses pagamentos. O Banco Central deu continuidade à pesquisa sobre a indústria de cartões de pagamento realizada em conjunto com a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e com a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça. O estudo, em fase de conclusão, pretende nortear ações com a finalidade de aumentar o uso e a eficiência desses instrumentos de pagamento.

3.2 Sistema Especial de Liquidação e Custódia O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), depositário de cerca de 97% da dívida pública mobiliária federal interna, registrou média diária de R$265,1 bilhões em compras e em vendas de títulos, dos quais R$10,6 bilhões em operações definitivas e R$254,5 bilhões em operações com compromisso de revenda e recompra. Considerando-se o universo das operações, inclusive o retorno das compromissadas, as de redesconto e as de emissão primária de títulos, as médias diárias registradas no Selic foram superiores a R$650 bilhões e a 10 mil operações. As ofertas públicas da Secretaria do Tesouro Nacional totalizaram 475 leilões de títulos, movimentando o montante de R$280,7 bilhões.

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4. Relacionamento com organismos e foros internacionais 4.1 Fundo Monetário Internacional Em 2008, o Banco Central participou das discussões sobre os temas da agenda do Fundo Monetário Internacional (FMI), que contemplou, entre outros assuntos, a reforma na governança do organismo e na representatividade dos países-membros e as causas e possíveis consequências da atual crise financeira internacional. Nesse contexto, foram aprovadas as reformas nos sistemas de quotas e de voz relativos ao processo de tomada de decisões no fundo, o que resultou em aumento da quota brasileira. Também foi aprovado novo modelo de fontes de rendimentos do FMI, com destaque para a ampliação das possibilidades de investimento. Essas medidas redundaram em alterações no Convênio Constitutivo da instituição, o que requer a ratificação pelo poder legislativo dos seus países-membros.

4.2 Grupo dos Vinte Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais Em 2008, o Brasil presidiu o Grupo dos Vinte Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais (G-20) – fórum constituído pelos países industrializados e pelas economias emergentes mais representativas. O Banco Central, em conjunto com o Ministério da Fazenda, promoveu uma reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de bancos centrais, duas reuniões de Vice-Ministros e Diretores de bancos centrais, três seminários técnicos e a coordenação de dois grupos virtuais de estudo. Nesses eventos, foram debatidos, entre outros, temas relacionados à concorrência no setor financeiro, a fontes renováveis de energia e a aspectos de política fiscal, além de avaliações da conjuntura econômica e financeira internacional. O grupo de estudos coordenado pela Austrália, denominado Global Credit Market Disruptions, avaliou a atual crise financeira internacional desde seus primórdios. O Banco Central participou de reuniões da Troica do G-20, diretoria tripartite responsável pela condução dos trabalhos no âmbito do grupo. Em 2008, a troica foi integrada por Brasil, África do Sul (Presidente em 2007) e Reino Unido (Presidente em 2009). Durante o ano, o Banco Central foi responsável pela manutenção e pela atualização do sítio do G-20 na internet (www.g20.org), tarefa de responsabilidade do país anfitrião. No website, foram divulgadas todas as informações sobre as reuniões, os trabalhos elaborados, as conclusões dos grupos de estudo e sobre publicações diversas.

4.3 Banco Internacional de Compensações Pela primeira vez em sua história, o Banco Internacional de Compensação (BIS) realizou uma de suas reuniões bimestrais no Brasil, em São Paulo, tendo o Banco Central como instituição anfitriã e co-organizadora do evento. Esse encontro, realizado no início de novembro, contou com a participação de Presidentes de bancos centrais membros da instituição e representou uma importante oportunidade para esses dirigentes avaliarem os desdobramentos da crise financeira internacional e as medidas adotadas, até então, pelas diversas autoridades monetárias.

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Com o objetivo de aprimorar a atuação do BIS junto aos países da região, além de melhor refletir as necessidades e interesses das Américas em seu programa de trabalho, foi criado, no âmbito da instituição, o Consultative Council for the Americas (CCA), integrado por Presidentes de bancos centrais da região.

4.4 Reuniões de Presidentes de bancos centrais do Mercosul, da Bolívia, do Chile, do Peru e da Venezuela Foram realizadas, no período, três reuniões com debates e intercâmbio de experiências sobre assuntos de política monetária e política cambial. Os encontros periódicos entre os Presidentes dos bancos centrais desses países são importantes para examinar a evolução e as perspectivas da economia mundial, informar sobre a conjuntura econômica em seus países e trocar experiências acerca de temas afetos às atividades de autoridade monetária.

4.5 Integração regional O Subgrupo de Trabalho nº 4 – Assuntos Financeiros, do Mercosul, cujo coordenador nacional é o Banco Central do Brasil, concentrou os trabalhos na harmonização de normas e regulamentos que regem o funcionamento dos sistemas financeiros dos países integrantes do bloco, para se obter um nível adequado de solidez e transparência. Durante a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul, no segundo semestre de 2008, o Banco Central organizou a XXVI Reunião Ordinária do Subgrupo.

4.6 Sistema de Pagamentos em Moeda Local – Brasil-Argentina Os bancos centrais do Brasil e da Argentina firmaram convênio instituindo o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML). O SML é um sistema informatizado de pagamentos, alternativo e facultativo, que permite a importadores e exportadores na Argentina e no Brasil receber e pagar pelas transações comerciais em suas respectivas moedas. O SML simplifica procedimentos e, por conseguinte, deverá reduzir os custos financeiros das operações, estimulando a participação de empresas de pequeno porte no comércio bilateral. Para os exportadores, o sistema também permite a eliminação do risco cambial proveniente de suas vendas externas.

4.7 Relacionamento com bancos centrais e entidades de supervisão bancária Foram recebidas pelo Banco Central delegações dos bancos centrais da Bolívia, de Cabo Verde, de Cuba, de Moçambique e da República Dominicana interessadas em trocar experiências sobre governança, recursos humanos e planejamento. Para tratar do tema supervisão bancária, foram recebidos no Brasil representantes do New York State Banking Department, do Office of Thrift Supervision e do Federal Reserve Bank System, dos EUA, do Financial Supervisory Service, da Coreia do Sul, do Banco de España e do Banco de Moçambique. Servidores do Banco Central foram a Moçambique ministrar treinamentos na área de recursos humanos. Também nessa área, foi firmado acordo de cooperação com o Banco Central da República Argentina e estão em negociação acordos com os bancos centrais da África do Sul, de Angola, de Cabo Verde e do Equador.

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Foram realizadas ainda reuniões com: Banco Central de la República Argentina; Banco Central del Uruguay; Superintendencia de Bancos e Instituciones Financieras (Chile); Federal Reserve Bank of New York, New York State Banking DepartmentOffice of the Comptroller of the Currency; Federal Reserve Bank of Atlanta; Securities and Exchange Commission e State of Florida Department of Banking and Finance (EUA); Financial Services Authority (Inglaterra); Banca d’Italia (Itália); Commission de Surveillance du Secteur Financier (Luxemburgo) e Banco de Portugal. Houve fiscalização de agências e subsidiárias de bancos brasileiros em sete países: Argentina, Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Luxemburgo e Portugal. Foram firmados acordos com diversos bancos centrais e autoridades de supervisão estrangeiros, com vistas ao intercâmbio de informações, para a adequada supervisão das entidades bancárias de cada um dos países que atuem no território do outro.

4.8 Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos O Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) movimentou aproximadamente US$150 milhões em pagamentos de importações e US$3 bilhões em recebimentos de exportações brasileiras. O Banco Central formulou planos de contingência para os riscos do CCR e fez a modelagem do novo Sistema de Informações, concluindo, assim, a segunda fase do Projeto de Redução de Riscos do Sistema CCR.

4.9 Associação de Supervisores Bancários das Américas Em outubro de 2008, o Brasil sediou a XI Assembleia Anual da Associação de Supervisores Bancários das Américas (Asba), que tratou de temas institucionais e de questões relacionadas à supervisão de instituições financeiras na região. O Diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil foi eleito Presidente da associação para o biênio 2009/2010. Na Cidade do México, sede da Asba, o Banco Central participou de reuniões de grupos de trabalho promovidas pela associação. Foram discutidas a gestão e a supervisão do risco operacional das instituições financeiras, com o objetivo de elaborar documento sobre a situação atual nos países das diversas instituições-membros (bancos centrais e agências de supervisão).

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5 Banco Central do Brasil e a sociedade 5.1 Atendimento ao cidadão O Banco Central prestou 322.574 atendimentos ao público, dos quais 233.734 pedidos de informação, 76.486 denúncias e 12.354 reclamações contra instituições por ele autorizadas a funcionar. Do total de atendimentos, 161.585 foram registrados por telefone, 99.691 pela internet, 50.754 presencialmente e 10.544 por correspondência. Pedidos de informações sobre as regras de funcionamento do SFN e sobre o BC – 2008 Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR) 20.381 Informações cadastrais sobre bancos e demais instituições financeiras 18.538 Regras e procedimentos relacionados à cobrança de tarifas bancárias 13.168 Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) 12.807 Regras e procedimentos relacionados à abertura e à manutenção de conta em bancos 9.208 Planos econômicos (Bresser, Collor, Verão) 8.276 Regras e procedimentos relacionados à liquidação antecipada de empréstimos bancários 6.513 Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) 5.697 Câmbio e capitais internacionais 5.619 Boato sobre a compra da moeda de R$1 5.198 Reclamações e denúncias contra as instituições supervisionadas pelo BC – 2008

Falhas dos bancos e das demais instituições financeiras no fornecimento de documentos 32.504 Atendimento prestado por bancos em suas agências e por meio de seus SAC e ouvidorias 29.960 Liquidação antecipada de empréstimos bancários 26.967 Não-estabelecimento ou descumprimento de prazos por bancos e pelas demais instituições financeiras 11.253 Falhas dos bancos e das demais instituições financeiras no fornecimento de informações 10.886 Falhas das administradoras de consórcios no fornecimento de documentos e/ou de informações 6.906 Ausência de transparência nas relações contratuais com bancos e com as demais instituições financeiras 6.852 Cobrança irregular de tarifas bancárias 5.124 Disponibilização, por parte dos bancos, de produtos e/ou de serviços não solicitados 3.569 Realização de débitos em conta-corrente não reconhecidos pelo cliente 2.658 Ao final do primeiro trimestre do ano, foi concluída a reformulação da seção de “Serviços ao Cidadão” do sítio do Banco Central. A nova área foi concebida para facilitar o acesso do internauta às informações disponibilizadas pelo Banco Central que sejam de mais interesse do cidadão comum. As mudanças buscam propiciar uma navegação mais intuitiva até as informações já presentes nas dezenas de milhares de telas que compõem o site do BC, por meio de ícones que facilitam a associação da imagem com seu respectivo conteúdo. Representantes do Banco Central e do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, constituíram Grupo de Trabalho (GT) para desenvolver indicadores baseados nas demandas de consumidores sobre a prestação de serviços pelas instituições financeiras. O GT elaborou relatório a ser

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submetido ao Ministro da Justiça e ao Presidente do Banco Central. Além disso, foi promovido seminário destinado a gestores e dirigentes do Procon.

5.2 Ouvidoria

A Ouvidoria participou de ações voltadas para a melhoria do relacionamento com o cidadão. Dentre elas, destacam-se: o aprimoramento do Sistema de Registro de Denúncias e Reclamações (RDR) e a instalação de totens da Ouvidoria nas representações regionais do Banco Central. Parte das ações destinou-se a divulgar e consolidar esses serviços junto à sociedade, particularmente aos órgãos de defesa do consumidor. Esse trabalho acarretou aumento das demandas encaminhadas à Ouvidoria, que passaram de 2.695, em 2007, para 3.892, em 2008. Do total de demandas recebidas em 2008, 10% foram elogios, o que representa aumento do grau de satisfação dos cidadãos com os serviços prestados pelo Banco Central. A maioria das reclamações recaiu sobre tarifas bancárias, dificuldade de acesso ao telefone 0800, escassez de moedas – principalmente as de pequeno valor, para troco – e cadastros administrados pelo Banco Central. Mais de 70% das demandas foram encaminhadas à Ouvidoria por e-mail, e 25%, por telefone. O Banco Central manteve estreito relacionamento com o DPDC, participando ativamente do processo de discussões que culminou com a edição das normas gerais sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) prestado por telefone.

5.3 Ação social O Banco Central apóia o desenvolvimento de jovens aprendizes que desenvolvem atividades profissionalizantes. Dos 135 adolescentes participantes do programa, 44 formaram-se auxiliar de serviços administrativos. Por meio de convênios, 290 estudantes de nível superior e 25 de nível médio participam de estágios profissionalizantes. O programa governamental Coleta Seletiva Solidária, que visa à criação de renda e à inclusão social dos catadores de materiais recicláveis, foi implementado no Banco Central. Foram criadas comissões, em Brasília e nas representações regionais, para destinar adequadamente os rejeitos recicláveis.

5.4 Acervo cultural e numismático O Museu de Valores do Banco Central reúne expressivo acervo de cédulas, moedas, documentos e outras peças, além de curiosidades nacionais e internacionais, que exprimem valor monetário em seu contexto histórico. Em 2008, Ano Ibero-Americano de Museus, o Museu de Valores em Brasília recebeu 23 mil visitantes, dos quais 15 mil estudantes. Cerca de 380 turmas de alunos dos ensinos fundamental, médio e superior foram atendidas pelo Programa Museu-Escola, recebendo, durante as visitas monitoradas, noções de economia, história do dinheiro e conservação do meio circulante. O Programa Museu-Escola incluiu visitas às escolas rurais. O projeto, realizado por servidores do Banco Central, foi incluído nas comemorações do Ano Ibero-Americano

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de Museus por se identificar com o tema “Museus como agentes de mudança social e desenvolvimento”. O Banco Central publicou o livro “O Dinheiro Brasileiro: O Real – 1994 a 2006”, com informações oficiais, imagens e dados numismáticos sobre as emissões de cédulas e moedas do padrão real. Em 2008, foi concluído o restauro das quinze obras de Cândido Portinari pertencentes ao acervo do Banco Central. As obras encontram-se em reserva técnica e deverão ser expostas em 2009.

5.5 Programa de Educação Financeira O Banco Central integra grupo de trabalho constituído em maio de 2007, por deliberação do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiros, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec), com o objetivo de elaborar proposta de estratégia nacional de educação financeira. A iniciativa alinha-se com os objetivos do Programa de Educação Financeira do Banco Central (PEF/BC). No âmbito do Projeto BC e Universidade, que integra o PEF/BC, foram realizadas trinta palestras para aproximadamente 9,8 mil universitários, em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. As apresentações de Brasília foram transmitidas, pela TV corporativa do Banco Central (TV Bacen), para as regionais de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador. Cartilhas educativas do Museu de Valores e do PEF/BC foram distribuídas nos eventos promovidos pelo Banco Central e remetidas a escolas, bibliotecas e outras instituições. Para divulgar os elementos de segurança do real e informar sobre os procedimentos adequados em caso de recebimento de cédulas suspeitas de falsificação, foram promovidos cursos, palestras e exposições itinerantes.

5.6 Cédulas e moedas em circulação O meio circulante apresentou aumento de 12,4% em relação a 2007, alcançando R$115,6 bilhões. Houve crescimento de 39% na disponibilidade de moedas de R$1, graças à colocação em circulação de mais de 355 milhões de moedas, refletindo as ações empreendidas para aumentar a disponibilidade de troco e reduzir o custo de administração do numerário. Foram tiradas de circulação e destruídas 1,6 bilhão de cédulas, ação rotineira destinada a garantir a qualidade do dinheiro em poder do público. Desde 2007, a tarefa de distribuir cédulas e moedas foi transferida para uma instituição bancária contratada. Em 2008, o Banco Central realizou 99 inspeções nas dependências custodiantes dessa instituição, que concentram cerca de 90% do estoque de numerário do Banco Central. O objetivo dessas inspeções é assegurar a distribuição do dinheiro em qualidade e quantidade adequadas às necessidades da economia nacional. Em comemoração aos 200 Anos da Chegada da Família Real ao Brasil e ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, foram lançadas moedas comemorativas

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em prata e em cuproníquel (liga metálica de cobre e níquel), com tiragens de 2 mil e dez mil peças, respectivamente. Cédulas em circulação – Comparativo entre 2008 e 2007 31/12/2007 31/12/2008 Cédulas (denominação)

Quantidade (milhões de unidades)

Quantidade (milhões de unidades) Variação (2008/2007)

1 283,5 193,8 -32% 2 593,5 672,3 13%

5 350,5 389,5 11% 10 833,8 720,9 -14% 20 529,8 556,5 5% 50 1.372,3 1.425,2 4% 100 97,6 196,4 101% Moedas em circulação – Comparativo entre 2008 e 2007 31/12/2007 31/12/2008 Moedas (denominação)

Quantidade (milhões de unidades)

Quantidade (milhões de unidades) Variação (2008/2007)

0,01 3.190,4 3.190,6 0% 0,05 3.036,4 3.229,3 6% 0,10 3.347,8 3.654,3 9% 0,25 1.339,6 1.498,1 12% 0,50 1.156,1 1.309,9 13% 1,00 923,5 1.279,1 39%

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6. Ação institucional 6.1 Relacionamento com o Congresso Nacional Em 2008, foram aprovadas, pelo Congresso Nacional, medidas provisórias que visam a fortalecer a transparência das operações do Banco Central com o Sistema Financeiro Nacional. O Parlamento aprovou também lei sobre o sistema de consórcios. Os dirigentes do Banco Central concederam noventa audiências a parlamentares e participaram de dez audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Entre as audiências, destaca-se a presença do Presidente do Banco Central em reuniões conjuntas de diversas comissões das duas casas legislativas. Na oportunidade, o Presidente falou sobre o cumprimento dos objetivos e das metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados apresentados nos balanços. Entre as audiências de que o Presidente do Banco Central participou no Senado Federal, destaca-se aquela em que se retomou a discussão sobre a autonomia da autoridade monetária. No relacionamento com o Parlamento, foram respondidos 27 Requerimentos de Informação e a 115 requerimentos diversos. Foi acompanhada a tramitação de aproximadamente quatrocentas proposições legislativas sobre matérias de interesse do Banco Central.

6.2 Atendimento ao Poder Judiciário O Banco Central atendeu, em 2008, a mais de 3,67 milhões de pedidos provenientes do Poder Judiciário. Desse total, o sistema BacenJud registrou 3,61 milhões de pedidos, que representam aumento de 30,2% em relação a 2007. O número de ofícios em papel – 59.907 – representou redução de 21% em relação ao ano anterior.

6.3 Relacionamento com a imprensa Em 2008, a "Nota para a Imprensa – Mercado Aberto" passou a incorporar, nas séries históricas, os dados referentes aos detentores da dívida pública mobiliária federal interna. Além disso, foram incluídas as informações referentes às emissões do programa Tesouro Direto, ampliando-se a abrangência das estatísticas relacionadas à colocação de títulos. O Banco Central iniciou transmissões, pela internet, das entrevistas coletivas para a apresentação dos Relatórios Trimestrais de Inflação e sobre outros assuntos de interesse público. A primeira experiência foi realizada em junho, quando 260 pessoas, entre jornalistas e agentes do mercado financeiro, acompanharam, a distância, a apresentação do Relatório de Inflação.

6.4 Convênios Convênio de cooperação, assinado em janeiro de 2008 entre o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), permitiu que esse conselho

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tenha acesso restrito à base de dados de operações de câmbio registradas no sistema Sistema de Informações Banco Central (Sisbacen). Dessa forma, as instituições financeiras poderão comunicar, diretamente ao Coaf, as operações e as situações suspeitas de lavagem de dinheiro. As mesmas informações estão disponíveis ao Banco Central, para fins de supervisão. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Advocacia-Geral da União (AGU) firmaram convênios de cooperação institucional com o Banco Central para a utilização de mecanismo de consulta ao Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS).

6.5 Seminários, conferências e outros eventos Aproximadamente 15 mil pessoas participaram de 150 eventos realizados pelo Banco Central, com destaque para a Reunião Bimestral do BIS, que teve a participação de aproximadamente cinquenta bancos centrais. O principal assunto discutido foi o impacto da crise financeira na economia mundial. Em 2008, o Banco Central participou de fóruns internacionais, como o Financial Action Task Force (FATF/Gafi), o Grupo de Ação Financeira Internacional da América do Sul (Gafisud) e o Mercosul. No âmbito do Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD), o Banco Central ministrou cursos para representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Departamento de Polícia Federal. Foram realizados, em parceria com o Financial Stability Institute (FSI) e com a Asba, os eventos High Level Meeting on the Implementation of Basel II in the Americas and Other Regional Supervisory Priorities. Em cooperação com o Banco Mundial, o Banco Central promoveu o Segundo Seminário Latino-Americano sobre Regulação e Supervisão das Atividades de Microfinanças. O Banco Central também participou de encontro do Comitê de Direito Monetário Internacional (International Monetary Law Committee – Mocomila), da International Law Association (ILA). Foi realizado, em Belo Horizonte, o VII Seminário Banco Central de Microfinanças, com mais de mil participantes. O evento encerrou a etapa de seminários sobre o tema, iniciada em 2002. Nesses encontros, o BC apresentou panorama atualizado da indústria microfinanceira no país e divulgou o resultado das ações já empreendidas e a viabilidade da atividade microfinanceira. Também mostrou o potencial do segmento no auxílio à inclusão social e ao desenvolvimento do País. O Banco Central e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) promoveram evento, em março, para divulgação da publicação em português da “OCDE – Perspectivas Econômicas da América Latina”. Também em março, o Banco Central e a Comissão Europeia realizaram, em São Paulo, a Euro Conference, com o objetivo de discutir as implicações globais do euro e a sua relevância para a América Latina. Em maio, foi realizado o III Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária do Banco Central, evento no qual, além de apresentações de especialistas nacionais e internacionais, foi divulgado o “Relatório de Economia Bancária e Crédito”. Em agosto, o Banco Central organizou o X Seminário Anual de Metas para Inflação.

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Em novembro, representantes de instituições da América Latina e de países convidados se reuniram, no Rio de Janeiro, no Seminário sobre Tecnologias Web e Comunicação em Bancos Centrais e na XIII Reunião de Comunicação de Bancos Centrais, eventos patrocinados pelo Centro de Estudos Monetários Latino-Americanos (Cemla) e organizados pelo Banco Central, em parceria com esse organismo. Foram promovidos debates sobre comunicação nos bancos centrais e sobre ferramentas de web utilizadas na comunicação.

6.6 Atuação legal O Banco Central acompanhou o andamento de 28.389 ações judiciais que se encontravam em curso, com o objetivo de controlar as ações em que figura como parte. No exercício desse acompanhamento, foram apresentadas 13.806 petições nas instâncias judiciais. Além disso, foram avaliados os riscos de 19.061 ações judiciais em que o Banco Central é parte passiva da demanda. Em 1.802 dessas ações, estimou-se o risco de perda em R$2,8 bilhões. Em 113 ações judiciais relativas ao Proagro, o Banco Central estimou perda de R$88,7 milhões. No exercício de 2008, foi requisitado à autarquia o pagamento, em 2009 e em exercícios seguintes, de 68 precatórios, dos quais 61 com recursos do Banco Central e sete com recursos do Proagro. A dotação orçamentária para pagamento dos precatórios em 2009, de forma integral ou parcelada, é de R$51,5 milhões, abrangendo precatórios do Banco Central e do Proagro. Em 31/12/2008, o estoque total de recursos destinados ao pagamento de precatórios expedidos desde 2001 somava R$1 bilhão. A aplicação de 241 multas administrativas, a prolação de quinze sentenças judiciais favoráveis e a constituição de seis títulos provenientes de contratos resultaram em 262 novas inscrições na dívida ativa e em cinco emendas a inscrições anteriores, totalizando R$619,2 milhões. Na execução do Projeto Sistema BCjur, concluído em dezembro de 2008, foram revisados e padronizados 32.513 processos judiciais, contingenciáveis e não-contingenciáveis, entre outubro de 2006 e dezembro de 2008. Em decorrência desse projeto, que tinha o objetivo de adequar a avaliação e o registro contábil do passivo judicial do Banco Central aos padrões internacionais de contabilidade editados pelo International Accounting Standards Board (Iasb) e, assim, corrigir eventuais distorções na estimativa do valor de interesse e na atribuição da taxa de risco, foram encerrados 13.165 processos, correspondentes a 40,5% das ações judiciais revisadas. Nos processos encerrados, o resultado foi favorável ao Banco Central em 12.112 ações judiciais, desfavorável em 933, e, em 120, a autarquia foi excluída da lide ou foram extintas as ações sem julgamento do mérito. Na execução do Projeto Recuperação de Créditos, o Banco Central contratou empresa especializada na localização de bens dos devedores passíveis de penhora. O quadro a seguir mostra a evolução positiva do índice de recuperação de créditos, com destaque para o aumento de 70% nos créditos recuperados em 2008, em relação ao ano anterior. Desde o início do projeto, em 14 de agosto de 2006, já foram recuperados R$168,2 milhões.

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Evolução de créditos recuperados

Ano Valor recebido Evolução positiva 2007 R$59,8 milhões 2008 R$101,7 milhões 70%

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7. Ação administrativa 7.1 Gestão interna

O grau de maturidade da instituição na gestão de projetos foi avaliado e classificado em 2008. O Banco Central mapeou e redesenhou os processos de gestão de projetos estratégicos da instituição e adquiriu software específico para o gerenciamento de projetos. Essas ações de aperfeiçoamento da metodologia de projetos tiveram o objetivo de maximizar os resultados. Para aprimorar os métodos de gestão, novos relatórios gerenciais foram desenvolvidos a partir das informações do Sistema de Custos e Informações Gerenciais (SCIG), de modo a permitir aos gestores administrar a utilização do tempo de cada servidor na execução de atividades e de projetos. Para dar continuidade ao processo de implantação do modelo de gestão de pessoas orientada por competências (Projeto Gecom), o Banco Central mapeou as competências necessárias ao trabalho nas áreas de Administração e de Fiscalização.

7.2 Universidade Corporativa do Banco Central Em comemoração dos seus quatro anos de atividades, a Universidade Corporativa do Banco Central (UniBacen) promoveu seminários com grandes nomes da economia mundial, entre os quais os professores Carl Walsh, Tommaso Monacelli e Fábio Canova. A UniBacen realizou cursos em parceria com os bancos centrais da Inglaterra, da Alemanha e da Espanha. O público-alvo desses cursos foram os servidores do Banco Central do Brasil e de outros bancos centrais da América Latina. O curso sobre segurança em bancos centrais, gestão de crises e continuidade de negócios, apresentado por servidores do banco central alemão, foi destaque entre os treinamentos promovidos. Diversos servidores concluíram cursos de pós-graduação lato sensu (MBA) em Gestão Contemporânea, promovido em parceria com a FGV, e em Educação a Distância, em parceria com o Senac. Em agosto, teve início o MBA em Gestão da Comunicação Organizacional, promovido em convênio com a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), cujo objetivo é capacitar os servidores da área de comunicação. O Programa de Pós-Graduação (PPG) proporciona formação a 88 servidores, que estão licenciados para fazer cursos, no país e no exterior, de mestrado e de doutorado em áreas de interesse do Banco Central. O Programa de Idiomas, mantido pela UniBacen, prosseguiu em 2008, para permitir que os servidores atinjam nível de proficiência nas línguas inglesa e espanhola. O Programa de Formação e Desenvolvimento de Competências Gerenciais (DGEx) ofereceu quatro turmas presenciais a executivos do nível tático, com a participação de 130 servidores. No nível estratégico, foi realizada a primeira ação internacional, com a

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presença do consultor britânico John Mendzela, especialista em governança e gestão de bancos centrais. No âmbito do Programa de Educação Financeira, a UniBacen realizou palestras e duas turmas de Gestão Financeira Pessoal.

7.3 Tecnologia da informação O Banco Central inaugurou em seu edifício-sede, em Brasília, novo Centro de Serviços de Informática (CSI). Essa instalação, juntamente com o CSI alternativo, construído em local distinto, permite ao Banco Central dispor de recursos em duplicidade, que garantem o funcionamento contínuo do Sisbacen, do SPB e do Sistema de Informações de Crédito (SCR). Para servir de suporte às decisões administrativas, o Banco Central instituiu plataforma de Business Intelligence, que possibilita o manuseio e a visualização das diversas bases de dados, permitindo mais agilidade, mais autonomia e mais segurança na produção de informações. Essa plataforma é utilizada pelas áreas de negócio da instituição em cálculos de prognósticos e análises de tendências. A terceirização dos serviços de impressão, com o emprego de impressoras multifuncionais, permitiu ao Banco Central racionalizar recursos e diminuir o uso de papel, por meio da impressão frente e verso.

7.4 Atividade de corregedoria Registraram-se 27 comunicações de supostas irregularidades cometidas por servidores do Banco Central. Após análise, foi apurada a responsabilidade funcional de dezessete servidores, o que resultou em nove procedimentos de natureza disciplinar. Foram aplicadas cinco penalidades de advertência, uma de suspensão e uma demissão referente a processo instaurado em exercício anterior.

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8. Orientações estratégicas do Banco Central Em 2008, o Banco Central deu continuidade a seu processo de planejamento estratégico, ratificando as orientações estratégicas da Diretoria Colegiada para a atuação da instituição no período 2007-2011. Missão Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. Visão de futuro – 2011 O Banco Central, por sua atuação autônoma, pela qualidade dos seus produtos e serviços e pela competência dos seus servidores, será reconhecido cada vez mais como instituição essencial à estabilidade econômica e financeira, indispensável ao desenvolvimento sustentável do Brasil. Valores organizacionais 1. Ética – Agir com integridade, honestidade e probidade para a preservação dos interesses institucionais e dos princípios que regem a Administração Pública. 2. Excelência – Aprimorar continuamente os padrões de desempenho para atender às expectativas dos clientes internos e externos, mantendo-se alinhado às melhores práticas internacionais. 3. Compromisso com a instituição – Priorizar os interesses da instituição em relação a interesses pessoais ou de grupos e atuar com foco na missão, na visão e nos objetivos estratégicos da instituição. 4. Foco em resultados – Atuar com iniciativa e proatividade, identificando prioridades e concentrando ações no que é relevante para alcançar os resultados pretendidos pela Instituição. 5. Transparência – Informar, interna e externamente, sobre decisões de políticas e procedimentos, de forma aberta, clara e em tempo oportuno, observadas as restrições de ordem legal ou de caráter estratégico. 6. Responsabilidade social – Agir tendo a ética como compromisso e o respeito como atitude nas relações com servidores, colaboradores, fornecedores, parceiros, usuários, comunidade, governo. Objetivos Estratégicos 2007-2011 1. Assegurar o cumprimento das metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; 2. Promover a eficiência e assegurar a solidez e o regular funcionamento do Sistema Financeiro Nacional; 3. Estimular a concorrência no âmbito do Sistema Financeiro Nacional e o acesso crescente aos produtos e serviços financeiros; 4. Assegurar suprimento de numerário, com qualidade e confiabilidade, de forma a garantir o atendimento das necessidades da população; 5. Aprimorar o marco regulatório para o cumprimento da missão institucional; 6. Aprimorar e fortalecer a comunicação e o relacionamento com os públicos interno e externo; 7. Aprimorar a gestão e a estrutura de governança corporativa da instituição.

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9. Estrutura organizacional do Banco Central

Diretoria Colegiada Presidente Henrique de Campos Meirelles Diretores Administração (Dirad) Anthero de Moraes Meirelles Assuntos Internacionais (Direx) Maria Celina Berardinelli Arraes Fiscalização (Difis) Alvir Alberto Hoffmann Liquidações e Desestatização (Dilid) Antonio Gustavo Matos do Vale Normas e Organização do Sistema Financeiro (Dinor) Alexandre Antonio Tombini Política Econômica (Dipec) Mário Magalhães Carvalho Mesquita Política Monetária (Dipom) Mario Torós Secretaria-Executiva Secretário-Executivo (Secre) Sérgio Almeida de Souza Lima Chefe de Gabinete do Presidente Isaac Sidney Menezes Ferreira Secretário para Assuntos da Diretoria e do Conselho Monetário Nacional (Sucon) Sergio Albuquerque de Abreu e Lima Secretário de Relações Institucionais (Surel) José Linaldo Gomes de Aguiar Gerente-Executivo de Apoio Administrativo e Tecnológico (Geate) José Augusto Varanda Consultores da Diretoria Administração (Dirad) Carolina de Assis Barros

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Assuntos Internacionais (Direx) Dalmir Sérgio Louzada Fiscalização (Difis) Sidnei Corrêa Marques Liquidações e Desestatização (Dilid) Marco Antônio Belém da Silva Normas e Organização do Sistema Financeiro (Dinor) Clarence Joseph Hillerman Junior Política Econômica (Dipec) Katherine Hennings Política Monetária (Dipom) Flávio Pinheiro de Melo Procuradoria-Geral Procurador-Geral Francisco José de Siqueira Auditoria Interna Auditor-chefe José Aisio Catunda Aragão Corregedoria-Geral Corregedor-Geral Jaime Alves de Freitas Ouvidoria Ouvidor Hélio José Ferreira Assessoria Parlamentar Chefe da Assessoria Luiz do Couto Neto Chefes de Unidades e Gerentes-Executivos Administração (Dirad) Departamento de Contabilidade e Execução Financeira (Deafi) Jefferson Moreira

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Departamento de Gestão de Pessoas e Organização (Depes) Miriam de Oliveira Departamento de Planejamento e Orçamento (Depla) José Clóvis Batista Dattoli Departamento de Recursos Materiais e Patrimônio (Demap) Osmane Bonincontro Departamento de Segurança (Deseg) Sidney Furtado Bezerra Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf) José Antônio Eirado Neto Departamento do Meio Circulante (Mecir) João Sidney de Figueiredo Filho Gerência-Executiva de Projetos (Gepro) João Goulart Júnior Assuntos Internacionais (Direx) Departamento da Dívida Externa e de Relações Internacionais (Derin) Ronaldo Malagoni de Almeida Cavalcante Gerência-Executiva de Normatização de Câmbio e Capitais Estrangeiros (Gence) Geraldo Magela Siqueira Fiscalização (Difis) Departamento de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Atendimento de Demandas de Informação do Sistema Financeiro (Decic) Ricardo Liáo Departamento de Controle e Análise de Processos Administrativos Punitivos (Decap) Cláudio Jaloretto Departamento de Controle de Gestão e de Planejamento da Supervisão (Decop) Arnaldo de Castro Costa Departamento de Supervisão de Bancos e Conglomerados Bancários (Desup) Osvaldo Watanabe Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não-Bancárias (Desuc) Gilson Marcos Balliana Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro e de Gestão da Informação (Desig) Cornélio Farias Pimentel

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Gerência-Executiva de Relacionamento da Fiscalização (Gefis) Andréia Laís de Melo Silva Vargas Liquidações e Desestatização (Dilid) Departamento de Liquidações Extrajudiciais (Deliq) José Irenaldo Leite de Ataíde Gerência-Executiva de Desestatização (Gedes) Geraldo Pereira Junior Gerência-Executiva de Regulação e Controle das Aplicações Obrigatórias em Crédito Rural e do Proagro (Gerop) Deoclécio Pereira de Souza Normas e Organização do Sistema Financeiro (Dinor) Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor) Amaro Luiz de Oliveira Gomes Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf) Luiz Edson Feltrim Política Econômica (Dipec) Departamento Econômico (Depec) Altamir Lopes Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep) Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo Gerência-Executiva de Estudos Especiais (Geesp) Eduardo Fernandes Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin) Renato Jansson Rosek Política Monetária (Dipom) Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban) José Antonio Marciano Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin) Márcio Barreira de Ayrosa Moreira Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) João Henrique de Paula Freitas Simão Gerência-Executiva de Risco da Área de Política Monetária (Gepom) Isabela Ribeiro Damaso Maia

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10. Endereços do Banco Central Brasília (Sede) SBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede Caixa Postal 08670 70074-900 Brasília – DF Tel.: (61) 3414-1414 Belém Boulevard Castilhos França, 708 – Centro Caixa Postal 651 66010-020 Belém – PA Tel.: (91) 3181-2000 Belo Horizonte Avenida Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho Caixa Postal 887 30170-001 Belo Horizonte – MG Tel.: (31) 3253-7000 Curitiba Avenida Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico Caixa Postal 1.408 80530-914 Curitiba – PR Tel.: (41) 3281-3000 Fortaleza Avenida Heráclito Graça, 273 – Centro 60140-061 Fortaleza – CE Tel.: (85) 3308-5488 Porto Alegre Rua Sete de Setembro, 586 – Centro Caixa Postal 919 90010-010 Porto Alegre – RS Tel.: (51) 3215-7100 Recife Rua da Aurora, 1.259 – Santo Amaro 50040-090 Recife – PE Tel.: (81) 2125-4100 Rio de Janeiro Avenida Presidente Vargas, 730 – Centro Caixa Postal 495 20071-001 Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2189-5244 Salvador Avenida Garibaldi, 1.211 – Ondina Caixa Postal 44 40176-900 Salvador – BA Tel.: (71) 2109-4505

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São Paulo Avenida Paulista, 1.804 – Bela Vista 01310-922 São Paulo – SP Tel.: (11) 3491-6122 Central de Atendimento ao Público Endereço: Secre/Surel/Diate Edifício-Sede – 2º subsolo

SBS – Quadra 3 – Zona Central

70074-900 Brasília – DF

DDG: 0800 9792345 Fax: (61) 3414–2553 Internet: http://www.bcb.gov.br