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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO Estudo da Lagoa de Albufeira Relatório com o estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente Entregável 3.2.2.3 Junho 2013

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

Estudo da Lagoa de Albufeira

Relatório com o estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente

Entregável 3.2.2.3

Junho 2013

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Este relatório corresponde ao Entregável 3.2.2.3 do projeto “Consultoria para a Criação e

Implementação de um Sistema de Monitorização do Litoral abrangido pela área de Jurisdição

da ARH do Tejo”, realizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), para

a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. / Administração da Região Hidrográfica do Tejo (APA,

I.P. /ARH do Tejo).

AUTORES

Jorge Marques da Silva (1), (2)

Otília Correia (1), (3)

Cristina Branquinho (3)

Cristina Antunes (3)

Ricardo Cruz de Carvalho (3)

Teresa Mexia (3)

Susana Tápia (3)

(1) Departamento de Biologia Vegetal (FCUL)

(2) BioFIG (Centro para a Biodiversidade, Genómica Integrativa e Funcional)

(3) CBA (Centro de Biologia Ambiental)

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4 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

REGISTO DE ALTERAÇÕES

Nº Ordem Data Designação

1 Dezembro de 2012 Versão inicial

2 Junho de 2013 Revisão geral de formatos

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Entregável 3.2.2.3 5 Junho de 2013

Componentes do estudo da Lagoa de Albufeira

3 Estudo da Lagoa de Albufeira

3.1 Estudo da dinâmica da barra de maré e das suas relações com a agitação marítima incidente e as marés

3.1.1 Levantamentos topo-hidrográficos da barreira e sistema lagunar em situação de barra fechada

Entregável 3.1.1.a Batimetria de todo o sistema lagunar

3.1.2 Levantamentos topo-hidrográficos da área mais próxima do canal de maré após a abertura da barra

Entregável 3.1.2.a Topo-hidrografia da área próxima do canal

3.1.3 Cartografia das modificações morfológicas da secção da barra de maré

Entregável 3.1.3.a Cartas de diferenças entre levantamentos sucessivos

3.1.4 Avaliação das características e modificações geométricas da secção da barra ao longo da sua existência

Entregável 3.1.4.a Perfis topográficos da secção da barra da Lagoa de Albufeira

3.1.5 Estudo das relações entre morfologia da barra de maré e magnitude do prisma de maré lagunar, e

3.1.6 Caracterização da evolução morfodinâmica da embocadura através de modelação

Entregável 3.1.5.a e 3.16.a Morfodinâmica da embocadura da Lagoa de Albufeira

3.1.7 Caracterização da hidrodinâmica e das trocas entre a laguna e o mar

Entregável 3.1.7.a Caracterização das trocas entre a Lagoa de Albufeira e o mar com o modelo ELCIRC e cálculo dos tempos de residência para várias configurações da embocadura

3.1.8 Medição das correntes de maré na barra

Entregável 3.1.8.a Séries temporais de dados de velocidade de corrente integrada na coluna de água, séries temporais de valores de velocidade de escoamento superficial

3.1.9 Integração dos dados: modelo do comportamento morfodinâmico da barra de maré da Lagoa de Albufeira e estabelecimento das condições favoráveis à abertura da barra de maré

Entregável 3.1.9.a Síntese do comportamento morfodinâmico da barra de maré da Lagoa de Albufeira, incluindo relações empíricas específicas deste sistema e orientações conducentes à maximização da eficácia das trocas de água entre a laguna e o oceano em cada abertura artificial

3.2 Estudo e caracterização da qualidade da água no espaço lagunar baseada em parâmetros físico-químicos e biológicos (macroinvertebrados bentónicos, fitoplâncton, peixes, macrófitas)

3.2.1 Monitorização dos parâmetros físico-químicos in situ e análises laboratoriais

3.2.1.1 Monitorização dos parâmetros físico-químicos in situ

Entregável 3.2.1.1.a Parâmetros físico-químicos medidos in situ na Lagoa de Albufeira

3.2.1.2 Análises laboratoriais

Entregável 3.2.1.2.a Análises laboratoriais da água da Lagoa de Albufeira

3.2.1.3 Monitorização da qualidade da água das ribeiras

Entregável 3.2.1.3.a Qualidade da água das ribeiras afluentes à Lagoa de Albufeira

3.2.2 Monitorização dos parâmetros biológicos

3.2.2.1 Biomonitorização das ribeiras (qualidade da água e grau de stress)

Entregável 3.2.2.1.a Dados de poluentes e parâmetros fisiológicos das ribeiras afluentes à Lagoa de Albufeira

3.2.2.2 Monitorização do fitoplâncton

Entregável 3.2.2.2.a Dados da monitorização do fitoplâncton na Lagoa de Albufeira

3.2.2.3 Monitorização do estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente

Entregável 3.2.2.3 Relatório com o estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente

Entregável 3.2.2.3.a Lista das unidades de vegetação representativas da Lagoa de Albufeira e zona envolvente

Entregável 3.2.2.3.b Lista com a composição florística de cada unidade de vegetação

Entregável 3.2.2.3.c Lista de espécies da Diretiva Habitat ou por outros motivos relevantes para a conservação

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6 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Entregável 3.2.2.3.d Lista anotada das ameaças identificadas para a vegetação da Lagoa de Albufeira e zona envolvente

Entregável 3.2.2.3.e Índices QBR

Entregável 3.2.2.3.f Dados e gráficos de síntese de biomassa e parâmetros fisiológicos das macrófitas

3.2.2.4 Caracterização da comunidade bentónica

Entregável 3.2.2.4.a Dados de caracterização da comunidade bentónica

3.2.2.5 Caracterização da comunidade de peixes

Entregável 3.2.2.5.a Dados de caracterização da comunidade de peixes

3.2.3 Integração de toda a informação obtida

Entregável 3.2.3.a Síntese das características físico-químicas do hidrossoma lagunar e das características biológicas do sistema

3.3 Estudo da capacidade de suporte do sistema lagunar face à atividade de miticultura ali instalada

3.3.1 Monitorização da qualidade dos sedimentos do fundo lagunar

Entregável 3.3.1.a Contrastes texturais e composicionais decorrentes da atividade da miticultura e cartografia dos parâmetros analisados

3.3.2 Monitorização do fitoplâncton

Entregável 3.3.2.a Monitorização do fitoplâncton

3.3.3 Monitorização dos invertebrados bentónicos

Entregável 3.3.3.a Avaliação da influência das plataformas de mexilhão na comunidade bentónica

3.3.4 Estudo da componente parasitológica

Entregável 3.3.4.a Relação entre a comunidade de macroparasitas e indicadores parasitológicos, e sua influência no sistema lagunar

3.3.5 Integração da monitorização dos parâmetros físico-químicos do corpo aquoso

Entregável 3.3.5.a Monitorização dos parâmetros físico-químicos do corpo aquoso

3.3.6 Definição da capacidade de carga da Lagoa de Albufeira para a miticultura

Entregável 3.3.6.a Definição da capacidade de carga da Lagoa de Albufeira para a miticultura

3.4 Definição das zonas de dragagem das áreas assoreadas

3.4.1 Comparação de levantamentos topo-hidrográficos

Entregável 3.4.1.a Carta de diferenças topo-hidrográficas: zonas assoreadas/erodidas

3.4.2 Definição da volumetria e da área a dragar

Entregável 3.4.2.a Relatório e mapa de perímetro de manchas de dragagem

3.4.3 Realização de sondagens nas áreas a dragar

Entregável 3.4.3.a Localização e logs das sondagens, boletins dos resultados analíticos e interpretação quanto ao grau de contaminação dos sedimentos

3.4.4 Caracterização e comparação da hidrodinâmica da lagoa em diferentes configurações

Entregável 3.4.4.a Contribuição para a definição das dragagens da embocadura da Lagoa de Albufeira

3.4.5 Estudo de incidências ambientais nos fatores bióticos e abióticos

Entregável 3.4.5.a Estudo de incidências ambientais nos fatores bióticos e abióticos; matrizes de impacto

3.5 Definição dos locais de deposição dos dragados

3.5.1 Avaliação de alternativas para a colocação de dragados de natureza vasosa

Entregável 3.5.1.a Avaliação de alternativas para a colocação de dragados de natureza vasosa; mapas de deposição dos dragados

3.5.2 Avaliação de alternativas para a colocação dos dragados de natureza arenosa

Entregável 3.5.2.a Avaliação de alternativas para a colocação dos dragados de natureza arenosa; mapas de deposição dos dragados

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Entregável 3.2.2.3 7 Junho de 2013

Índice

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9

2 MÉTODOS .......................................................................................................................................... 10

2.1 Vegetação de margem .................................................................................................................. 11

2.2 Vegetação macrófita aquática ....................................................................................................... 11

2.2.1 Diversidade, distribuição e abundância ..................................................................................... 11

2.2.2 Vitalidade ................................................................................................................................... 14

2.3 Estado ecológico das zonas ribeirinhas ......................................................................................... 15

3 RESULTADOS ...................................................................................................................................... 17

3.1 Unidades de vegetação ................................................................................................................. 17

4 SPARTINA ........................................................................................................................................... 24

5 TAMARIX AFRICANA........................................................................................................................... 24

5.1.1 Caracterização das unidades de vegetação ............................................................................... 25

5.1.2 Ameaças identificadas para a vegetação ................................................................................... 30

5.2 Vegetação Macrófita Aquática - Diversidade, Cobertura e Biomassa ........................................... 33

5.3 Vegetação Macrófita Aquática – Vitalidade .................................................................................. 34

5.3.1 Razão Fv/Fm .............................................................................................................................. 34

5.3.2 Índice de Performance (IP) ........................................................................................................ 35

5.3.3 Área complementar ................................................................................................................... 35

5.3.4 Eficiência fotoquímica efetiva do PSII (φPSII) ............................................................................ 35

5.3.5 Quocientes de amortecimento fotoquímico (qP) e não-fotoquímico (qN) ............................... 36

5.3.6 Amortecimento não-fotoquímico (NPQ) ................................................................................... 36

5.3.7 Parâmetros α, β, Ek e ETRmáx da curva rápida de resposta à luz (RLC, Rapid Light Curve) ...... 37

5.4 Zonas Ribeirinhas – Avaliação estado ecológico ........................................................................... 38

5.4.1 Índice Qualidade Bosques Ribeirinhos - QBR ............................................................................ 38

5.4.2 Avaliação biológica da qualidade da água em sistemas fluviais segundo a Diretiva Quadro da

Água – QAgua .......................................................................................................................................... 43

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 53

7 ANEXOS .............................................................................................................................................. 59

Anexo 1. Flora e vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente ................................................... 61

Anexo 2. Lista de espécies da flora existentes na zona envolvente à Lagoa de Albufeira ...................... 71

Anexo 3. Cobertura e Biomassa da macrófita aquática Ruppia cirrhosa nos transectos A e B na zona da

Lagoa de Albufeira .................................................................................................................................. 75

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8 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Anexo 4. Lista de espécies da flora e caraterísticas base para cálculo dos índices utilizados para cada

troço das ribeiras de Aiana, Apostiça e Ferraria ..................................................................................... 79

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Entregável 3.2.2.3 9 Junho de 2013

1 Introdução

A Lagoa de Albufeira está situada na orla ocidental da Península de Setúbal, no Concelho de

Sesimbra, cerca de 20km a sul de Lisboa. Ocupa actualmente em média uma superfície de

aproximadamente 1.3km2 e apresenta uma geometria alongada com o eixo maior oblíquo

relativamente à linha de costa, orientado SW-NE; tem um comprimento máximo de 3.5km e

uma largura máxima de 625m.

A Lagoa de Albufeira está separada do mar por uma barreira arenosa contínua, ancorada em

terra em ambos os extremos, por vezes interrompida por uma barra de maré única, aberta

artificialmente, em regra, com periodicidade anual.

A laguna é formada por dois corpos contíguos - a Lagoa Pequena (assim designada na

toponímia local) e o corpo lagunar principal a Lagoa Grande - ambos ligados por um canal

estreito, sinuoso e pouco profundo. A Lagoa Grande é constituída por dois corpos elípticos,

separados por duas cúspides arenosas aproximadamente simétricas, localizadas em margens

opostas, sendo a da margem direita dupla.

A monitorização do estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente é

um fator chave para identificar situações de rutura funcional da vegetação causadas por

pressões antrópicas. A caracterização e mapeamento da composição florística terrestre

existente na área de intervenção, que inclui uma faixa envolvente da Lagoa de Albufeira (área

drenante para a lagoa), são fundamentais para a monitorização do estado ecológico da

vegetação da Lagoa. A avaliação da alteração na composição florística de cada classe de

coberto ao longo de um gradiente ambiental pode permitir: (1) detetar sinais precoces de

impactes sobre as comunidades vegetais, (2) identificar a presença de espécies relevantes para

a Conservação e (3) identificar, mapear e monitorizar a presença de espécies infestantes ou

com potencial infestante.

Igualmente, o estudo das macrófitas aquáticas, que representam uma parte importante na

produtividade primária das lagoas litorais (Wetzel, 1975), é imprescindível para a compreensão

da dinâmica deste ecossistema. Da análise das amostras recolhidas na campanha de agosto de

2012, foi detetada apenas uma macrófita aquática, tendo sido identificada como Ruppia

cirrhosa (Petagna) Grande. Esta espécie mostrou-se pontual, ocupando apenas parte da zona

submersa da lagoa. Esta é uma espécie que normalmente apresenta um aumento de

desenvolvimento e biomassa a partir de junho/julho, possuindo o seu máximo em

setembro/outubro, como foi observado em sistemas lagunares semelhantes por outros

autores (Antunes et al., 2012; Menéndez e Comín, 1989; Cancela da Fonseca et al., 1989). O

género Ruppia (Potamogetonaceae) engloba espécies anuais e perenes de macrófitas

aquáticas submersas. São regra geral espécies dominantes em lagos e lagoas salinas, sendo

consideradas um dos mais importantes produtores primários nestes sistemas. Por outro lado,

os caules, raízes, folhas, rizomas, turiões e sementes são reconhecidos como sendo uma fonte

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10 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

importante de alimento para animais herbívoros (Nicol, 2005). Ruppia cirrhosa é uma

angiospérmica aquática que habita locais costeiros de águas com alguma salinidade e é

comum em grandes massas de água permanentes (Calado e Duarte, 2000). Tem um ciclo de

vida anual, hibernando sob a forma de estolhos dormentes. Na primavera inicia um rápido

crescimento vegetativo, com a maturação do rizoma e desenvolvimento de ramos fortes,

colonizando o fundo e a coluna de água. Nas semanas seguintes, entra em floração e

frutificação. Após setembro, quando atinge o seu pico de biomassa, inicia um declínio e no

final do outono os ramos verticais começam a perder o contacto com a massa vegetativa junto

ao fundo iniciando-se o processo de decomposição (Verhoeven, 1979; Menéndez e Peñuelas,

1993). Tendo presente o papel desta espécie como produtor primário, e também como fonte

de energia nas cadeias alimentares e nos processos de reciclagem interna ao nível dos ciclos

biogeoquímicos, considera-se importante a avaliação da sua distribuição e abundância no seu

pico de desenvolvimento (setembro) na Lagoa de Albufeira.

Constituintes da envolvente da laguna, as ribeiras que para ela drenam são sistemas que

podem representar um impacto acrescido na situação ecológica da Lagoa de Albufeira.

Atualmente, e tendo em conta a Diretiva Quadro da Água, um rio ou ribeira é avaliado pela sua

componente biótica, como os seres vivos que lá habitam ou a vegetação envolvente. Desta

forma, a monitorização do estado da flora e da vegetação nas principais ribeiras que

alimentam a Lagoa de Albufeira, é crucial para a avaliação do estado da área de estudo e da

integridade ecológica das zonas ribeirinhas.

Resumindo, os principais objetivos deste estudo são:

1. Delimitação e caraterização das unidades de vegetação existentes na área envolvente

à laguna (composição florística);

2. Definição da área de ocupação, diversidade, estado de desenvolvimento e vigor

(fisiologia) das macrófitas aquáticas;

3. Avaliação do estado ecológico das zonas ribeirinhas envolventes.

2 Métodos

Os dados recolhidos, para além da caracterização específica, devem servir de referência para

comparar e avaliar no futuro as alterações da comunidade florística nos vários pontos de

amostragem selecionados. Estes pontos de amostragem incluem a massa de água da Lagoa de

Albufeira, as margens envolventes (vertentes que drenam para a laguna, numa faixa de cerca

de 200 m, delimitada pelas estradas ou caminhos de acesso à praia a norte e sul, pelo mar a

oeste e pelos campos agrícolas - a leste) e a zona ribeirinha das 3 principais ribeiras que

drenam para a Lagoa.

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Entregável 3.2.2.3 11 Junho de 2013

2.1 Vegetação de margem

A caracterização das zonas de vegetação e espécies de margem foram avaliadas recorrendo à

observação da distribuição da vegetação e identificação das espécies de flora encontradas

(Rosselló-Graell et al., 2003). Na área de amostragem selecionada (Figura 1) foi delimitada/

cartografada cada unidade de vegetação observada, amostrada a diversidade florística e

avaliada a dominância das espécies. A interpretação da fotografia aérea (ortofotos 1:8000 e

imagens aéreas de 2007) correspondente à área de estudo, georreferenciada, permitiu definir

as unidades de vegetação existentes e delimitar as suas áreas de distribuição. A identificação

das espécies foi efetuada no campo, sempre que possível, tendo-se, porém, recolhido vários

exemplares de cada espécie para ulterior identificação no laboratório, quando necessário. Os

exemplares recolhidos foram identificados até à espécie, sempre que possível, recorrendo à

Flora de Portugal (Franco, 1971), Flora Ibérica (Castroviejo et al., 1986-2012) e Flora da

Andaluzia (Valdés et al., 1987).

A amostragem para a caracterização e delimitação das unidades de vegetação existentes na

área envolvente à laguna realizou-se (1) no início de abril (04 a 06 de abril) e em junho de 2011

(margem sul) e (2) setembro de 2012 (margem norte). Foram delimitadas unidades de

vegetação de acordo com o biótopo e a vegetação dominante em cada um, tendo-se definido

formações herbáceas, arbustivas e arbóreas.

2.2 Vegetação macrófita aquática

Considerando a informação existente relativa aos picos de desenvolvimento das macrófitas

aquáticas, considerou-se ideal realizar a amostragem no início do mês de setembro (Antunes

et al., 2012; Calado e Duarte, 2000; Cancela da Fonseca et al., 1989; Menéndez e Comín, 1989;

Menéndez e Peñuelas, 1993; Duarte et al., 2002; Freitas et al., 2008). Desta forma, a primeira

avaliação (reconhecimento) decorreu no dia 30 de agosto de 2012 e a amostragem das

macrófitas decorreu nos dias 11 e 12 de setembro de 2012.

Para a definição da localização dos pontos de amostragem foi utilizada a informação da

primeira campanha (reconhecimento): distribuição e vitalidade da espécie de macrófita

aquática existente na Lagoa de Albufeira. Assim, foram definidos dois locais de amostragem

para a avaliação de abundância das macrófitas aquáticas (Toivonen e Lappalainen, 1980)

(Figura 1).

2.2.1 Diversidade, distribuição e abundância

Determinou-se a diversidade, distribuição e abundância da vegetação macrófita aquática,

através da avaliação da cobertura e da biomassa utilizando a metodologia adaptada do

Protocolo para amostragem de ervas marinhas (projeto EEMA) (EEMA, 2010). Em cada local

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12 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

foram avaliados os seguintes parâmetros em dois transectos de 25 m paralelos à linha de

margem (Figura 1):

1. Cobertura - Avaliação visual da % de cobertura de espécies macrófitas emersas em

parcelas quadradas de 625 cm2 (25 cm x 25 cm com 9 sub-quadrados de 8.33 cm x 8.33

cm) (Figura 2), e medindo a sua altura vertical.

2. Biomassa - Recolha de todo o material vegetal, realizada de barco, recorrendo a um

“core” cilíndrico com 20 cm de diâmetro (Antunes et al., 2012; Menéndez e Comín,

1989) (Figura 3). No caso da ocorrência de macroalgas, o material foi recolhido e

separado em laboratório. A biomassa foi expressa em % de peso seco do material

recolhido por m2, após secagem em estufa de ar forçado a 50 oC.

Figura 1. (A) Área de estudo e pontos de amostragem de macrófitas aquáticas (pontos vermelhos);

(B) Metodologia utilizada na avaliação das macrófitas aquáticas – esquema das medidas realizadas em cada local e transecto de amostragem.

B

B

A

1 Km

N

N

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Entregável 3.2.2.3 13 Junho de 2013

Figura 2. Grelha utilizada para medição de cobertura submersa de macrófitas aquáticas.

Figura 3. Grelha utilizada para medição de cobertura submersa e “core” (20 cm diametro) utilizado para recolha e medição de biomassa de macrófitas aquáticas.

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14 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

2.2.2 Vitalidade

A energia luminosa absorvida pelas moléculas de clorofila numa folha pode ter três destinos

possíveis: pode ser utilizada para promover a fotossíntese (fotoquímica); o excesso de energia

pode ser dissipado como calor, ou pode ser reemitido como luz (fluorescência das clorofilas),

existindo competição entre estes três processos (Maxwell e Johnson, 2000). Assim, a medição

da emissão de fluorescência fornece informações sobre o processo complementar de

utilização fotoquímica da energia, que está na base da produtividade vegetal.

Embora a quantidade total de fluorescência das clorofilas seja muito pequena (apenas 1 a 3 %

do total de luz absorvida), foram desenvolvidas várias técnicas e equipamentos que permitem

a sua medição com precisão. A análise da fluorescência da clorofila a é, pois, uma técnica não

invasiva que permite avaliar in vivo os eventos fotossintéticos e o status fisiológico das plantas

de uma forma eficiente e rápida, podendo recolher-se informações acerca da eficácia

fotoquímica (Marques da Silva et al., 2007). Esta técnica foi recentemente aplicada, com

sucesso, à caracterização ecofisiológica de populações de macrófitas de lagoas litorais

(Antunes et al., 2012).

A amostragem forneceu exemplares que foram fotoquimicamente caracterizados em

laboratório, com o objetivo de avaliar o seu vigor fisiológico. Essa caracterização assentou na

medição de parâmetros de fluorescência. Por um lado, efetuaram-se medições da fase rápida

da cinética de Kautsky utilizando um fluorómetro contínuo (Handy-PEA, Hansatech

Instruments, Norfolk, Reino Unido), mantendo as amostras 5 minutos no escuro, após o qual se

aplicou um pulso de luz saturante. Desta forma determinou-se a eficiência fotoquímica

potencial máxima do Fotossistema II (PSII) (Fv/Fm), razão entre a fluorescência variável

(Fv=Fm-Fo) e a fluorescência máxima (Fm), que é muito utilizado na análise de vigor fisiológico

das plantas (Kitajima e Butler, 1975; Maxwell e Johnson, 2000; Marques da Silva et al., 2007);

Fo é a fluorescência basal. Determinou-se também o Índice de Performance (IP) que permite

avaliar a vitalidade da amostra de modo a resistir a fatores externos, integrando (1) a eficiência

na captura de energia, (2) a eficiência com que a energia capturada é transformada em energia

química nos centros de reação e (3) o transporte eletrónico produzido, que está dependente

da fixação biológica de carbono (Strasser et al., 2000; Strasser et al., 2004), e ainda a Área

Complementar que corresponde à área acima da curva de fluorescência entre Fo e Fm e é

proporcional à dimensão do pool de quinonas (Qa), isto é, dos aceitadores de eletrões do PSII

(Strasser et al., 2000; Strasser et al., 2004). Por outro lado utilizou-se o fluorómetro modulado

PAM 210 (Walz, Effeltrich, Alemanha) para obtenção de outros parâmetros. A luz de medição

foi regulada para a intensidade 6, os pulsos saturantes para a intensidade 10 e a radiação

infravermelha para a intensidade 8. Após 5 minutos no escuro, aplicou-se um pulso de luz

saturante e determinaram-se os valores de Fo e Fm. Após o período de escuridão, foi então

ligada a luz actínica (430 µmol m-2 s-1) e após 5 minutos de iluminação aplicou-se um segundo

pulso saturante, obtendo-se os valores de Ft (fluorescência basal medida durante o período de

luz e imediatamente antes do pulso de luz saturante), Fm’ (fluorescência máxima medida

durante o período de luz e após o pulso de luz saturante) e Fo’ (fluorescência medida após o

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Entregável 3.2.2.3 15 Junho de 2013

pulso de luz saturante e após a aplicação de radiação infravermelha). A eficiência fotoquímica

efetiva do PSII (φPSII) (Genty et al., 1989) é calculada através da fórmula (Fm’ – Ft)/Fm’ e

indica a quantidade de luz absorvida pela clorofila do PSII que é utilizada na fotoquímica. O

amortecimento fotoquímico (qP) é calculado através da fórmula (Fm’ – Ft)/(Fm’ – Fo’) e é um

indicador da fração de centros de reação do PSII que estão abertos, i.e., capazes de operar

fotoquimicamente (Schreiber et al., 1986). Por outro lado, existe o quociente de

amortecimento não-fotoquímico (qN), calculado através da fórmula (Fm – Fm’)/(Fm – Fo), que

indica a presença de dissipação da energia por processos não-fotoquímicos, ou seja, por

dissipação de calor (Van Kooten e Snel, 1990). O amortecimento não fotoquímico de Stern-

Volmer (NPQ) é um outro indicador de existência de dissipação térmica da energia luminosa

absorvida (Bilger e Björkman, 1990) e é calculado através da fórmula (Fm – Fm’)/Fm’.

Adicionalmente, utilizou-se um fluorómetro de imagem (Imaging-PAM, Walz) para construir

curvas rápidas de resposta à irradiância (RLCs, Rapid Light Curves). Para tal, procedeu-se à

iluminação das amostras por um período de 30 minutos a uma luz actínica de 300 µmol m-2 s-1

após o qual se colocou cada amostra no fluorómetro expondo a períodos de 30 segundos a um

ciclo crescente de intensidades luminosas (0, 43, 111, 223, 320, 491, 782, 996, 1270 µmol m-2 s-

1) entre os quais se procedia à medição da fluorescência após um pulso saturante de luz.

Através da aplicação do modelo de Platt et al. (1980) foi possível determinar o parâmetro α,

eficiência fotossintética que caracteriza as reações fotoquímicas da fotossíntese, e o

parâmetro β, que caracteriza o processo de fotoinibição. Obteve-se ainda o parâmetro Ek que

consiste no valor de densidade de fluxo de fotões (PFD) a partir da qual ocorre fotoinibição, ou

seja, em que ocorre saturação, e o parâmetro ETRmáx que corresponde à taxa máxima de

transporte de eletrões derivada a partir do modelo.

Todas as medições foram efetuadas em 7 réplicas (n=7) no dia seguinte à colheita das plantas.

Os parâmetros foram analisados estatisticamente através de análise de variância (ANOVA,

Tukey's Multiple Comparison Test, p <0.05) para observar diferenças entre os vários locais e

através de teste de t-Student (p <0.05) para observar diferenças entre os locais da margem

norte e os da margem sul da Lagoa de Albufeira. As análises estatísticas foram realizadas com

GraphPad Prism 5.03 for Windows (2009) (GraphPad Software, San Diego, Califórnia, EUA).

2.3 Estado ecológico das zonas ribeirinhas

Atualmente e tendo em conta a Diretiva Quadro Água, um rio ou ribeira é avaliado não só

tendo em conta os seus parâmetros físico-químicos, mas também fatores bióticos como os

seres vivos que lá habitam ou a vegetação envolvente. Assim, um rio deixa de ser apenas um

reservatório de água e passa a ser considerado um suporte de vida para o ecossistema. Neste

contexto, avaliou-se a qualidade e estrutura do corredor ribeirinho em 3 ribeiras afluentes da

Lagoa de Albufeira: ribeiras da Apostiça, Ferraria e Aiana. Selecionaram-se 3 locais em cada

ribeira (Figura 4) e em cada ponto de amostragem usaram-se duas metodologias de avaliação

de qualidade ribeirinha: (1) índice de qualidade da vegetação e da estrutura ribeirinha

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16 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

desenvolvido por Munné et al. (2003) designado por Qualidade dos Bosques Ribeirinhos (QBR);

(2) avaliação biológica da qualidade da água em sistemas fluviais segundo a Diretiva Quadro da

Água desenvolvido pelo INAG, Instituto da Água (INAG, 2008).

Este tipo de avaliação baseada na flora tem sido reconhecido pela sua capacidade de

proporcionar informação integrada sobre a qualidade ecológica geral dos habitats ribeirinhos

(Salinas et al., 2000; Riis et al., 2000; Thiebaut et al., 2002; Ferreira et al., 2005),

proporcionando um instrumento adequado para avaliar o estado ecológico das ribeiras da

Lagoa de Albufeira.

Figura 4. Locais de amostragem de biomonitorização das ribeiras da Apostiça (Ap), Ferraria (Fer) e Aiana (Aian): pontos de transplantes de F. antipyretica e avaliação da qualidade ribeirinha (QBR e Parâmetros

do Quadro de Água).

1 Km

Legenda:

F. antipyretica

QBR + Quadro Água

N

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Entregável 3.2.2.3 17 Junho de 2013

3 Resultados

Os resultados apresentados vêm cumprir os principais objetivos que nos propusemos realizar:

(1) Delimitação e caracterização das unidades de vegetação existentes na área envolvente à

laguna; (2) Definição da área de ocupação, diversidade, estado de desenvolvimento e vigor

(fisiologia) das macrófitas aquáticas; (3) Caracterização e avaliação do estado ecológico das

zonas ribeirinhas envolventes.

3.1 Unidades de vegetação

Após o reconhecimento do local, a 30 de agosto 2012, foi possível, em função do gradiente de

encharcamento, distinguir diferentes hábitos de vida das plantas, desde a zona de meio

terrestre à zona aquática propriamente dita. A flora do local de estudo é fortemente marcada

por condições ecológicas contrastantes resultantes, em larga medida, da existência de um

gradiente de distância à massa de água. Por um lado, estão presentes os meios aquáticos e

palustres, que vão desde a massa de água da laguna até às zonas húmidas e, por outro lado,

ocorrem zonas mais secas ocupadas por areia ou solos mais consolidados. Esta variedade de

condições ambientais leva a que exista uma diversidade significativa de habitats e espécies.

Assim, foram identificadas 3 zonas de vegetação: (1) vegetação envolvente à laguna,

constituída por espécies associadas a locais mais secos e plantas ocasionalmente encontradas

nas proximidades de zonas marginais; (2) vegetação de margem de laguna, constituída por

helófitas adaptadas às flutuações do nível da água; (3) vegetação hidrofítica, ocupando a

massa de água da laguna.

Foram delimitadas 21 unidades na área de estudo distribuídas por formações herbáceas,

arbóreas e arbustivas, e incluindo as estruturas rígidas existentes na área de estudo:

a. Acacial

b. Areias com vegetação

c. Canavial

d. Caniçal

e. Chorão

f. Eucaliptal

g. Juncal

h. Linha de Água

i. Pinhal Bravo

j. Pinhal Manso

k. Pinhal Misto

l. Prado

m. Prado salgado

n. Salgueiral

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18 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

o. Silvado

p. Comunidade de Spartina

q. Tamargal

r. Vegetação Dunar – cordão dunar

s. Vegetação da Massa de água

t. Solo nu

u. Urbano

Como se pode observar na Figura 5, a massa de água ocupa uma grande parte da área de

estudo, constituindo 58 % da área total (Tabela 1). As areias expostas com solo nu

representam uma parte importante da área de estudo, distribuindo-se de este a oeste em

ambas as margens e ocupando 11.4 % da área total (e 27.2 % da área terrestre, i.e, excluindo a

massa de água) (Tabela 1 e Figura 5). Estas zonas de solo exposto são maioritariamente zonas

inundáveis, sujeitas a elevadas variações de encharcamento. Quanto às comunidades de

vegetação envolventes da laguna, o Pinhal Manso é o que ocupa maior área (0.205 km2),

representando 8.4 % da área total de estudo. Esta unidade de vegetação possui várias

formações, sendo a mais representativa a de Pinhal Manso com Matos (ocupando 10.4 % da

área terrestre existente), e a mais pontual a de Pinhal Manso com Juniperus navicularis apenas

presente na margem norte (Tabela 1 e Figura 5). Os prados, que incluem zonas húmidas de

transição e mais xéricas, ocupam 4.2 % da área total (representando 10.1 % das formações

vegetais existentes) (Tabela 1 e Figura 5). Apenas presente nas dunas a oeste (cordão dunar

embrionário e duna primária) encontra-se uma vegetação dunar típica que ocupa 3.1 % da

área de estudo, o que representa 7.3 % da área terrestre existente (Tabela 1 e Figura 5). Os

juncais identificados, existentes em ambas as margens, incluem várias formações (que

dependem das espécies constituintes e sua dominância) e ocupam 2.5 % da área de estudo,

sendo uma das principais formações de interface com a zona aquática (Tabela 1 e Figura 5). Os

caniçais ocupam maioritariamente as margens da Lagoa Pequena e formam manchas

homogéneas com uma área de ocupação de 2.5 % da área total de estudo, ou seja, 6 % da área

de ocupação potencial terrestre (Tabela 1 e Figura 5).

As restantes unidades de vegetação apresentam uma área de ocupação menor, sendo mais

pontuais na área de estudo (<2.5 % de ocupação da área total) (Tabela 1 e Figura 5). As zonas

de maior impacto humano foram encontradas na margem sul, que incluem o parque de

campismo e as habitações, representando uma parte significativa desta margem (2.12 % da

área de estudo). Muito provavelmente, por influência das pressões antropogénicas, a

vegetação da margem sul encontra-se mais fragmentada (Figura 5).

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Entregável 3.2.2.3 19 Junho de 2013

A B C D

Figura 5. Cartografia das Unidades de Vegetação existentes na área envolvente à Lagoa de Albufeira.

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20 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura 5A. Cartografia das Unidades de Vegetação existentes na área envolvente à Lagoa de Albufeira.

Ver legenda na Figura 5.

A

A

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Entregável 3.2.2.3 21 Junho de 2013

Figura 5B. Cartografia das Unidades de Vegetação existentes na área envolvente à Lagoa de Albufeira. Ver legenda na Figura 5.

B

B

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22 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura 5C. Cartografia das Unidades de Vegetação existentes na área envolvente à Lagoa de Albufeira. Ver legenda na Figura 5.

C

C

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Entregável 3.2.2.3 23 Junho de 2013

Figura 5D. Cartografia das Unidades de Vegetação existentes na área envolvente à Lagoa de Albufeira. Ver legenda na Figura 5.

D

D

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24 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela 1. Área de ocupação de comunidades vegetais (m2) e sua percentagem (%) de ocupação na área

de estudo considerada (2.425 km2) e na área terrestre (1.018 km

2).

Unidade de Vegetação Área (m2)

% Ocupação do solo - Área total

% Ocupação do solo - Área terrestre

Acácia 7483.90 0.31 0.74

Areias com Vegetação

0.93 2.22 Vegetação esparsa 20143.86

Veget esparsa + Pinus pinea 2442.27

Canavial 992.92 0.04 0.10

Caniçal

Caniçal 60204.91 2.55 6.08

Caniçal + Juncus 1712.63

Cercas restauro dunar 6108.92 0,25 0.60

Chorão 3416.87 0.14 0.34

Eucaliptal 29247.04 1.21 2.87

Juncal

de Juncus 28611.26

2.54 6.04 de Scirpoides holoschoenus 17460.96

Misto 11877.79

com Caniço 3536.79

Linha de Água 2624.55 0.11 0.26

Pinhal Bravo

Simples 5593.54 0.75 1.80

com Thymus 12687.90

Pinhal Manso

+ Eucaliptal + Acácia 25499.39

8.42 20.07 com Arrelvado 52741.09

+ Juniperus 19899.35

com Matos 106113.36

Pinhal Misto

com Matos 43749.00 2.22 5.29

+ Acácia 10087.01

Prado

Simples 23025.20

4.24 10.11 húmido 72166.00

húmido + Caniço 7718.29

Prado salgado

simples 20073.68 0.90 2.14

+ Caniço 1741.08

Salgueiral 7557.53 0.31 0.74

Silvado

simples 7852.21 0.41 0.97

húmido 1986.36

4 Spartina 347.11 0.01 0.03

5 Tamarix africana 204.68 0.01 0.02

Vegetação Dunar 74540.11 3.07 7.32

Vegetação da Massa de Água 1407393.27 58.03 -

Solo nu 277056.56 11.42 27.22

Urbano 51348.79 2.12 5.04

Total 2425246.17 100.00 100.00

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Entregável 3.2.2.3 25 Junho de 2013

5.1.1 Caracterização das unidades de vegetação

De um modo geral o local de estudo divide-se em dois tipos de meios: os meios húmidos e os

meios secos arenosos. Nos meios húmidos, que abrangem um gradiente de encharcamento e

salinidade e diferentes profundidades, existe um vasto conjunto de espécies ubíquas

associadas: nos meios inundáveis observa-se a presença de várias espécies de juncos como por

exemplo o junco-das-esteiras (Juncus maritimus) e Scirpoides holoschoenus; nas zonas com

alguma profundidade, de inverno domina o caniço (Phragmites australis), em zonas mais

planas podem formar-se arrelvados e em zonas de maior salinidade observam-se formações

halófitas típicas (como prados salgados). Nos meios arenosos, ambientes mais xéricos, que

compreendem o cordão dunar, dunas mais estabilizadas e os pinhais, desenvolve-se um

conjunto de espécies característico. No cordão dunar sensu lato assinala-se a presença de

cardo das dunas (Eryngium maritimum), do estorno (Ammophila arenaria) e de Pancratium

maritimum e nas areias estabilizadas mais interiores (com ou sem pinhal), observa-se a

presença (dominância) de Stauracanthus genistoides, Halimium halimifolium, H. calycinum e

Thymus capitellatus.

Após avaliação da composição florística de cada unidade de vegetação, obteve-se a lista de

espécies apresentada na Tabela A do Entregável 3.2.2.3.b e a caracterização que se segue.

A. Acacial

Formações arbóreas de porte baixo, dispersas, caracterizadas pela presença de Acacia

cyanophylla e/ou Acacia longifolia. Podem coexistir com Pinus pinaster, Carpobrotus edulis e

algumas espécies de matos dunares. Estas espécies exóticas caracterizadas por um potencial

invasor elevado, com um desenvolvimento muito rápido e um enorme banco de sementes

viável, devem ser consideradas uma ameaça à vegetação natural envolvente (Anexo 1 - Figura

A; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

B. Areias com vegetação

Vegetação dunar esparsa caracterizada pela presença de moitas de Thymus capitellatus

(endemismo do sul de Portugal), Corynephorus canescens, Helicrysum sp. e Ononis

ramosíssima e presença frequente das herbáceas Silene niceeensis, Carpobrotus edulis, Linaria

sp. e Euphorbia paralias. Existe em zonas de dunas mais estabilizadas, marginais a formações

de matos ou pinhais. Adicionalmente, e embora possa existir como sub-coberto de formações

arbóreas (pinhais) e acompanhante de zonas de juncal, a espécie Armeria rouyana

(endemismo restrito às areias da região costeira a sul do Tejo, com as maiores populações na

envolvente ao estuário do Sado e aparecendo mais pontualmente para sul) é frequente neste

tipo de comunidade, formando pontualmente agregados monoespecíficos (Anexo 1 - Figura B;

Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A). Podem incluir os habitats da Diretiva: 2260 + 2330 + 2230 +

2110.

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26 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

C. Canavial

Formações inundadas de inverno, sempre húmidas no verão, caracterizadas por um coberto

contínuo monoespecífico de Arundo donax. Esta espécie exótica, caracterizada por um

desenvolvimento muito rápido, pode ser considerada uma ameaça à vegetação natural

envolvente dos locais onde existe (Anexo 1 - Figura C; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

D. Caniçal

Formações inundadas de inverno, sempre húmidas no verão, caracterizadas por um coberto

contínuo quase monoespecífico de Phragmites australis. Estes caniçais (classe Phragmito-

Magnocaricetea) estão encerrados no habitat da Diretiva 1150pt1* Lagunas costeiras (Anexo 1

- Figura D; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

E. Chorão

Formações monoespecíficas da espécie Carpobrotus edulis que ocupam várias zonas nas

margens da laguna. A presença pontual desta espécie invasora é também observada em

conjunto com outras formações, podendo ser considerada uma ameaça para as espécies

nativas (Anexo 1 - Figura E).

F. Eucaliptal

Formações arbóreas de porte alto, densas, com o estrato arbóreo composto por Eucalyptus

globulus e por vezes com presença de Pinus pinea, Acacia sp. ou Pinus pinaster. O sub-coberto

consiste frequentemente em formações herbáceas dominadas por gramíneas (Anexo 1 -

Figura F; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

G. Juncal

Formações geralmente inundadas de inverno e superficialmente húmidas a secas no verão,

caracterizadas por um coberto desde contínuo a mais ou menos descontínuo, onde dominam

as espécies Juncus maritimus e/ou Scirpoides holoschoenus. Formam geralmente aglomerados

monoespecíficos, mas em alguns casos são acompanhadas por outra comunidade vegetal:

podem ser acompanhados por caniço (Phragmites australis), Cynodon dactylon, Polypogon sp.

e Paronychia argentea, para além da presença pouco expressiva e marginal de outras

herbáceas. Têm potencial para incluir os habitats da Diretiva 1410 (Prados salgados

mediterrânicos) e 6420 (Pradarias húmidas mediterrânicas de ervas altas da Molinio –

Holoschoenion) (Anexo 1 – Figura G; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

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Entregável 3.2.2.3 27 Junho de 2013

H. Linha de Água

Formações vegetais resultantes da presença de ribeiras afluentes que drenam para a Lagoa.

Estas podem ser mais ou menos densas, com um coberto vegetal sobreposto, com presença de

componentes arbóreas (Salix sp.) e com uma estrutura herbácea expressiva (Anexo 1 – Figura

H; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A). A vegetação ribeirinha estrutura-se em faixas de largura

muito reduzida, com uma identidade muito distinta das áreas envolventes, com grande

importância na funcionalidade dos ecossistemas fluviais.

I. Pinhal Bravo

Formações arbóreas de porte médio-alto, mais ou menos densas, com o estrato arbóreo

composto por Pinus pinaster. O estrato arbustivo é variado, podendo consistir em formações

do tipo matos xerófilos (ver Matos) em zonas de pinhal menos denso e com clareiras ou

comunidades dominadas por herbáceas em pinhais mais densos (Anexo 1 – Figura I;

Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

J. Pinhal Manso

Formações autóctones arbóreas de porte médio-alto, mais ou menos densas, com o estrato

arbóreo composto por Pinus pinea. O sub-coberto pode ser constituído por um estrato

arbustivo variado, com formações do tipo matos xerófilos (ver Matos), ou constituído por

arrelvados dominados por espécies herbáceas (dominância de gramíneas). Podem ainda incluir

a presença pontual e esparsa de Juniperus navicularis (endemismo de Portugal) em zonas de

pinhal menos denso e com matos compondo o sub-coberto (margem norte). Na área de

estudo pode observar-se pontualmente uma mistura deste tipo de formação com Eucaliptal e

Acacial. Tem potencial para incluir o habitat 2270* (Dunas com florestas de Pinus pinea e ou

Pinus pinaster).

Os matos dunares podem tomar forma em dois tipos de formações sobre dunas estabilizadas:

por um lado, formações arbustivas esparsas, caracterizadas por moitas compactas dispersas

numa matriz de areia – mato rasteiro ou indivíduos dispersos das espécies de Thymus

capitellatus (endemismo do sul de Portugal), Armeria sp., Lavandula pedunculata, Jasione

montana, entre outras; por outro lado, podem formar comunidades localizadas em zonas de

maior declive em dunas estáveis litorais dominadas ou co-dominadas por arbustos mais altos

como Stauracanthus genistoides, Halimium halimifolium, H. calycinum, Helichrysum sp., Ulex

australis e Pistacia lentiscus. Têm potencial para incluir os habitats da Diretiva: 2260 + 2150 +

2250pt2 (Juniperus navicularis) + cf. 5330pt5 (Anexo 1 – Figura J; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela

A).

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28 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

K. Pinhal Misto

Formações arbóreas de porte médio a alto, mais ou menos densas, com o estrato arbóreo

composto por uma mistura de Pinus pinaster e Pinus pinea. O estrato arbustivo e herbáceo é

variado, podendo consistir nas formações descritas para o sub-coberto dos Pinhais Bravos e

Pinhais Mansos. Estas formações podem ainda integrar espécimes de Acacia sp. (Anexo 1 –

Figura K; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

L. Prado

Este tipo de vegetação abrange dois tipos de arrelvados: (1) Xerófilo - toma a forma de

comunidades anuais formadas por um relvado esparso de variadas espécies, com

predominância de várias gramíneas e presença de Plantago sp., Cakile marítima e Dittrichia

viscosa; (2) Húmido - locais que podem inundar de inverno e manter-se húmidos no verão,

caracterizados por formações compactas higrófilas de Cynodon dactylon, Paronychia argentea,

Schoenoplectus lacustris e Trifolium sp.. Estes prados húmidos podem ser acompanhados por

caniço (Phragmites australis) (Anexo 1 – Figura L; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

M. Prado salgado

Comunidades vegetais que se desenvolvem em zonas de alguma salinidade, pouco

perturbadas e de inundação quase constante (em volta da Lagoa Pequena). São compostas por

formações halófitas típicas dominadas por Artemisia gallica, Arthrocnemum macrostachyum e

Polypogon maritimum e com presença de Atriplex prostrata e Suaeda sp. (Anexo 1 – Figura M;

Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A). Os prados de Artemisia gallica (classe Artemisietea vulgaris,)

estão encerrados no 1150pt1 - * Lagunas costeiras, e estas formações podem ainda integrar o

habitat 1420pt4.

N. Salgueiral

Comunidade ripícola densa e preservada, composta por Salix atrocinerea e S. alba e um sub-

coberto diverso. Encontra-se na foz da ribeira da Apostiça que desagua na Lagoa Pequena,

local conservado e mais protegido de pressões antropogénicas (Anexo 1 – Figura N; Entregável

3.2.2.3.b - Tabela A). Pode incluir o habitat 92A0 (Florestas-galerias de Salix alba e Populus

alba).

O. Silvado

Formações arbustivas de porte médio, compactas, que ocorrem em locais húmidos e

dominadas por Rubus ulmifolius. Os silvados da área de estudo podem ser mais ou menos

húmidos e podem coexistir com a cana vulgar (Arundo donax) (Anexo 1 – Figura O; Entregável

3.2.2.3.b - Tabela A).

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Entregável 3.2.2.3 29 Junho de 2013

P. Comunidade de Spartina

Comunidade monoespecifica de Spartina marítima (Anexo 1 – Figura P; Entregável 3.2.2.3.b -

Tabela A). Poderá incluir o habitat da Diretiva: 1320, embora a sua extensão seja bastante

reduzida.

Q. Tamargal

Formações de pequena extensão, muito pontuais, constituídas maioritariamente por

indivíduos isolados de Tamarix africana (Anexo 1 – Figura Q; Entregável 3.2.2.3.b - Tabela A).

R. Vegetação dunar

Esta unidade de vegetação abrange dois tipos de duna: (1) Duna embrionária, representada

por comunidades quase desprovidas de espécies vegetais, caracterizadas por tufos de

vegetação ou plantas isoladas que ocupam a pequena faixa de areia mais exterior recém

depositada e (2) Duna primária, representada por comunidades com algum coberto, que se

localizam nas cristas dunares imediatamente após a duna embrionária. Estas formações são

dominadas por tufos de Ammophila arenaria, Elymus farctus e Crucianella marítima,

acompanhados de Eryngium maritimum, Otanthus maritimus, Pancratium maritimum e

Thymus carnosus (endemismo ibérico), entre outras (Anexo 1 – Figura R; Entregável 3.2.2.3.b -

Tabela A). Poderão ser considerados os habitats da Diretiva 2110 (Dunas móveis

embrionárias), 2120 (Dunas móveis do cordão litoral com Ammophila arenaria [“dunas

brancas”]) e 2130 (Dunas fixas com vegetação herbácea: “dunas cinzentas”).

S. Vegetação da massa de água

Comunidades submersas todo o ano, constituídas por hidrófitos da espécie Ruppia cirrhosa

enraizados na vasa. As comunidades desenvolvidas são monoespecíficas, estão sob a influência

de um gradiente elevado? de salinidade e de profundidade da massa de água e fazem-se

acompanhar na maioria dos casos por macroalgas. Encontram-se restritas a três pequenas

zonas: duas junto à margem norte e uma junto à margem sul. Tal como os lodaçais e areias

mais a oeste, ficam a descoberto na altura de maré baixa. A zona central (muito profunda) é

desprovida de vegetação vascular. Na Lagoa Pequena, pouco profunda, apenas se encontram

tapetes de macroalgas, estando as macrófitas ausentes desta zona da laguna. Inclui o habitat

prioritário 1150* (Lagunas costeiras) (Anexo 1 – Figura S).

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30 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

5.1.2 Ameaças identificadas para a vegetação

As ameaças identificadas na área de estudo, para além do impacto humano direto, causado

pelas estruturas físicas e pisoteio (mais intenso na margem sul), incluem a presença de

algumas espécies de plantas infestantes, invasoras e com potencial invasor. Das referidas no

Decreto-Lei 565/99, a Acacia cyanophylla encontra-se presente em mancha na zona oeste da

margem norte (impacto significativo) e a Acacia longifolia encontra-se pontualmente dispersa

por toda a área de estudo; Carpobrotus edulis encontra-se pontualmente em várias

comunidades vegetais, mas forma também agregados monoespecíficos na margem sul a oeste

(sendo o seu impacto mais significativo) (Figura 6A e 6B). Outra espécie a ter em conta devido

ao seu elevado potencial invasor (Marchante et al., 2005) é Arundo donax (cana-comum)

presente em manchas na margem sul (Figura 6A e 6B). A presença destas espécies é mais

representativa a oeste, e em alguns casos em agregados não pontuais, podendo representar

uma ameaça à vegetação natural da área de estudo.

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Entregável 3.2.2.3 31 Junho de 2013

Figura 6A. Espécies invasoras (Decreto-Lei 565/99) ou de potencial invasor muito elevado (Marchante et al., 2005: UC***), presentes na área de estudo em manchas ou pontualmente.

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32 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura 6B. Espécies invasoras (Decreto-Lei 565/99) ou de potencial invasor muito elevado (Marchante et al., 2005: UC***), presentes na área de estudo em manchas ou pontualmente.

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Entregável 3.2.2.3 33 Junho de 2013

5.2 Vegetação Macrófita Aquática - Diversidade, Cobertura e Biomassa

A determinação da diversidade, área de cobertura e biomassa das macrófitas foi realizada no

mês de setembro de 2012, seguindo a metodologia descrita anteriormente nos pontos de

amostragem apresentados na Figura 1.

A única espécie encontrada na laguna, Ruppia cirrhosa, não apresentou uma abundância

elevada, concentrando-se apenas nos locais de amostragem considerados e não chegando a

cobrir a superfície da massa de água. Um fator determinante do comportamento desta espécie

é a salinidade: R. cirrhosa tolera valores elevados de salinidade (Shili et al., 2007), mas vários

fatores podem influenciar a variação (temporal e espacial) de cobertura e biomassa desta

espécie, tais como a profundidade, o pH, ou a transparência (Antunes et al., 2012).

A altura vertical de R. cirrhosa variou entre 20 cm e 40 cm, sendo o transecto Norte B o que

apresentou plantas com maior comprimento e Norte A as com menor comprimento vertical. A

cobertura de R. cirrhosa variou dentro de um mesmo transecto (Anexo 3 – Figura T), sendo os

componentes de ocupação do espaço nos diferentes pontos de amostragem variáveis. Os

valores de cobertura (média) de R. cirrhosa mantiveram-se semelhantes nos transectos a sul e

a norte, embora a cobertura submersa de macroalgas seja superior nos transectos a norte

(Figura 7) com diferenças significativas entre as duas margens (Kruskal-Wallis p=0.019). A

percentagem de cobertura submersa observada foi sempre superior a 30 % e com um máximo

de 90 % observado (Figura 7). Na margem norte, observou-se ainda uma maior variação de

biomassa de R. cirrhosa, sendo o transecto Norte B o que demonstrou maior biomassa e o

Norte A menor. Embora a margem norte pareça ter maior potencial para o desenvolvimento

da espécie R. cirrhosa, com menor impacto humano associado e com valores máximos de

biomassa superiores, não se observaram diferenças significativas entre a margem norte e sul

considerando os dois transectos (Kruskal-Wallis p> 0.05, n=6). O valor máximo de biomassa de

R. cirrhosa obtido foi de 409.84 gpeso seco/m2, no local Norte B P4 (NBP4), sendo o valor médio

na Lagoa de Albufeira de 119.9 gpeso seco/m2 ± 125.1, considerando os locais onde a espécie

existe. Como expectável, os valores de biomassa de R. cirrhosa estão associados a uma maior

cobertura da macrófitas (Spearman R=0.596; n=6), e à estrutura vertical apresentada

(Spearman R=0.783; n=6).

Os valores de biomassa de macrófitas observados na Lagoa de Albufeira estão dentro de

valores observados para algumas lagoas europeias (Verhoeven, 1980; Menendez e Comín,

1984; Pérez e Camp, 1986), embora bastante abaixo dos valores observados para a Lagoa de

Melides na mesma altura do ano (Antunes et al., 2012) e abaixo dos valores máximos de Lagoa

de Santo André (Bernardo, 1990; Calado e Duarte, 2000).

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34 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura 7. Cobertura (%) e Biomassa (g peso seco / m2) da macrófita Ruppia cirrhosa e macro-algas

existentes na Lagoa de Albufeira. n=6 para cada transecto (SUL A, SUL B, NORTE A e NORTE B).

5.3 Vegetação Macrófita Aquática – Vitalidade

5.3.1 Razão Fv/Fm

Genericamente este parâmetro é considerado como um indicador sensível à performance

fotossintética da planta, com amostras saudáveis, isto é, sem que estejam sujeitas a qualquer

tipo de stress, atingindo tipicamente um valor de 0.85, embora em plantas aquáticas o valor

possa estar mais próximo de 0.75-0.80 (Rau et al., 2007; Cruz de Carvalho et al., 2011). Valores

inferiores a estes indicam que a planta foi exposta a algum tipo de stress biótico ou abiótico, o

qual reduziu a capacidade fotoquímica do PSII. Como se pode observar na Tabela 2, à exceção

dos locais de amostragem NAP1 e NBP2, todas as amostras apresentam valores inferiores a

0.75 indicando que se encontram em condições fotoquímicas sub-óptimas. Destaca-se o local

de amostragem NBP4 por apresentar um valor médio bastante inferior (0.65) ao observado

nos outros locais de amostragem. Tal revela uma maior diminuição da eficiência fotoquímica

máxima das plantas em NBP4, sugerindo a presença de stress ambiental mais intenso. Não

houve diferenças significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul.

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Entregável 3.2.2.3 35 Junho de 2013

5.3.2 Índice de Performance (IP)

As amostras com melhor performance situam-se nos locais de amostragem NAP1, NBP2 e SBP4

com valores superiores a 0.6 (Tabela 2) enquanto as plantas com performance mais reduzida

foram recolhidas em NBP4 e SAP5 com valores inferiores a 0.5. No entanto, não existem

diferenças significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul.

5.3.3 Área complementar

Se houver um bloqueio da transferência de eletrões dos centros de reação do Fotossistema II

para este pool de quinonas, esta área irá sofrer uma redução. Neste caso, as plantas dos locais

de amostragem SAP1, SAP5 e SBP2 apresentaram um valor mais baixo de área complementar

que as plantas dos restantes locais de amostragem. Neste parâmetro também não existem

diferenças significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul, apresentando o

total das plantas da margem sul, no entanto, um valor de Área Complementar médio inferior

(20058 ± 3298) ao das plantas da margem norte (25915 ± 6689).

Tabela 2. Parâmetros característicos da fase rápida da curva de indução de fluorescência da clorofila a (Média ± desvio padrão; n=7). Diferentes letras correspondem a diferenças estatisticamente

significativas entre os vários locais.

Local Fv/Fm IP Área

NAP1 0.76 ± 0.02a 0.73 ± 0.14a 23067 ± 5098ac

NAP5 0.73 ± 0.03a 0.58 ± 0.12a 24597 ± 3844a

NBP2 0.75 ± 0.01a 0.75 ± 0.10a 23343 ± 2912ac

NBP4 0.65 ± 0.06b 0.42 ± 0.18b 32655 ± 8939b

SAP1 0.72 ± 0.02a 0.52 ± 0.17ab 17015 ± 2949c

SAP5 0.73 ± 0.02a 0.47 ± 0.11b 18831 ± 918ac

SBP2 0.74 ± 0.01a 0.59 ± 0.13ab 20516 ± 1875ac

SBP4 0.73 ± 0.02a 0.60 ± 0.16ab 23871 ± 2475ac

5.3.4 Eficiência fotoquímica efetiva do PSII (φPSII)

Em todos os locais as amostras apresentam um valor de φPSII de 0.35-0.40, à exceção do local

NBP4 que apresentou um valor inferior (0.30 ± 10) (Tabela 3). Não existem diferenças

significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul.

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36 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

5.3.5 Quocientes de amortecimento fotoquímico (qP) e não-fotoquímico (qN)

O quociente de amortecimento fotoquímico (qP) é calculado através da fórmula Fm’ – Ft/Fm’ –

Fo’ e é um indicador da fração de centros de reação do PSII que estão abertos, i.e., capazes de

operar fotoquimicamente (Maxwell e Johnson, 2000). Embora as diferenças não sejam

estatisticamente significativas, observa-se um valor mais elevado em NBP2 (0.80 ± 0.14)

enquanto as plantas do local SBP4 foram as que apresentaram o valor mais baixo (0.72 ± 0.07)

(Tabela 3). Por outro lado, o quociente de amortecimento não-fotoquímico (qN), calculado

através da fórmula Fm – Fm’/Fm – Fo, indica a presença de dissipação da energia por

processos não-fotoquímicos, ou seja, por dissipação térmica. Os locais com o valor mais

elevado são NBP4 (0.59 ± 0.11) e NBP2 (0.59 ± 0.13) enquanto o local SBP4 apresentou o valor

mais baixo (0.40 ± 0.05) (Tabela 3). Em ambos os parâmetros não houve diferenças

significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul.

5.3.6 Amortecimento não-fotoquímico (NPQ)

Numa planta típica, os valores encontram-se entre 0.5 e 3.5. Neste caso, todos os locais

apresentam valores típicos (0.58-0.69) à excepção de SBP4 que apresenta um valor inferior

(0.37 ± 0.08), embora não seja estatisticamente significativo. Não houve diferenças

significativas entre os locais da margem norte e os da margem sul.

Tabela 3. Parâmetros obtidos por análise de amortecimento da fluorescência da clorofila (Média ± desvio padrão; n=7). Diferentes letras correspondem a diferenças estatisticamente significativas entre

os vários locais.

Local φPSII qP qN NPQ

NAP1 0.40 ± 0.02a 0.77 ± 0.07a 0.54 ± 0.10ab 0.64 ± 0.24a

NAP5 0.35 ± 0.04ab 0.77 ± 0.09a 0.57 ± 0.09ab 0.63 ± 0.16a

NBP2 0.36 ± 0.05ab 0.80 ± 0.14a 0.59 ± 0.13a 0.69 ± 0.25a

NBP4 0.30 ± 0.10b 0.79 ± 0.18a 0.59 ± 0.11a 0.58 ± 0.23a

SAP1 0.36 ± 0.05ab 0.83 ± 0.10a 0.58 ± 0.11a 0.64 ± 0.22a

SAP5 0.36 ± 0.05ab 0.81 ± 0.11a 0.58 ± 0.12ab 0.67 ± 0.28a

SBP2 0.40 ± 0.03a 0.83 ± 0.06a 0.56 ± 0.08ab 0.64 ± 0.14a

SBP4 0.40 ± 0.03a 0.72 ± 0.07a 0.40 ± 0.05b 0.37 ± 0.08a

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Entregável 3.2.2.3 37 Junho de 2013

5.3.7 Parâmetros α, β, Ek e ETRmáx da curva rápida de resposta à luz (RLC,

Rapid Light Curve)

O parâmetro α corresponde ao declive inicial da RLC e permite observar a taxa de transporte

de eletrões em condições de fotossíntese limitada pela irradiância, pelo que depende

essencialmente dos processos que se passam ao nível do aparelho fotoquímico. Neste aspeto

as plantas do local NAP1 apresentaram um valor de α mais elevado (0.174 ± 0.028) e as do

local NBP4 e SBP4 os valores mais baixos (0.131 ± 0.040 e 0.132 ± 0.032, respetivamente)

embora as diferenças não sejam estatisticamente significativas. Por outro lado, as plantas do

local NAP1 e SAP1 são as que apresentam maior fotoinibição (β) (90.6 ± 14.0 e 80.9 ± 11.4,

respetivamente) e os valores de Ek mais baixos (115.1 ± 18.1 e 128.1 ± 16.3 µmol fotões m-2s-1,

respetivamente) (Tabela 4). As plantas dos locais NAP5 e SBP2 são as que apresentam menor

fotoinibição (51.9 ± 5.1 e 52.8 ± 11.8, respetivamente) e as que possuem maiores valores de Ek

(198.3 ± 20.7 e 201.2 ± 44.0 µmol fotões m-2 s-1, respetivamente) (Tabela 4). Tais factos

refletem-se na ETRmáx atingida pelas plantas de cada local, com os locais NAP1 e SAP1 com as

taxas mais reduzidas (20.0 ± 3.9 e 21.7 ± 4.2 µmol eletrões m-2 s-1, respetivamente) e os locais

NBP2 e SBP2 com as taxas mais elevadas (29.6 ± 4.9 e 31.9 ± 5.3 µmol eletrões m-2 s-1,

respetivamente). No entanto, não foram observadas diferenças significativas entre as plantas

da margem norte e as da margem sul relativamente a estes parâmetros.

Tabela 4. Parâmetros de performance fotossintética obtidos a partir da aplicação do modelo de Platt et al. (1980) através de uma curva rápida de luz no Imaging PAM. Cada parâmetro de cada local foi obtido

a partir de sete curvas rápidas de luz individuais. Diferentes letras correspondem a diferenças estatisticamente significativas entre os vários locais.

Local α β Ek

(µmol fotões m-2

s-1

) ETRmáx

(µmol eletrões m-2

s-1

)

NAP1 0.174 ± 0.028a 90.6 ± 14.0a 115.1 ± 18.5a 20.0 ± 3.9a

NAP5 0.145 ± 0.020a 51.9 ± 5.1b 198.3 ± 20.7b 29.0 ± 6.4ab

NBP2 0.168 ± 0.032a 59.1 ± 14.4b 180.6 ± 40.2b 29.6 ± 4.9b

NBP4 0.131 ± 0.040a 63.0 ± 21.6b 177.3 ± 53.2b 23.0 ± 8.5ab

SAP1 0.170 ± 0.026a 80.9 ± 11.4a 128.1 ± 16.3ac 21.7 ± 4.2a

SAP5 0.149 ± 0.037a 57.5 ± 13.5b 185.7 ± 42.5b 26.6 ± 4.8ab

SBP2 0.161 ± 0.021a 52.8 ± 11.8b 201.2 ± 44.0bc 31.9 ± 5.3b

SBP4 0.132 ± 0.016a 57.4 ± 11.6b 183.7 ± 36.4b 24.0 ± 3.6ab

Tendo em conta a avaliação dos parâmetros de fluorescência da clorofila a, as plantas

apresentaram na sua maioria um bom desempenho fotoquímico, à exceção das plantas do

local NBP4 que poderão estar sujeitas a algum stress local, biótico ou abiótico. Este local foi o

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38 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

que apresentou maior biomassa (tanto de macrófitas como de macroalgas), podendo existir

deplecção local de nutrientes ou autoensobramento devido a uma maior acumulação de

biomassa. Este fator já tinha sido apontado como potencial inibidor da fotossíntese noutros

estudos com um sistema semelhante e na mesma espécie macrófita (Antunes et al., 2012). A

performance fisiológica de Ruppia cirrhosa é menor no local onde a espécie se desenvolve

melhor (maior biomassa), podendo a espécie encontrar condições mais propícias ao seu

desenvolvimento inicial na margem norte, mas sofrer posterior stress fisiológico devido à

acumulação de biomassa.

5.4 Zonas Ribeirinhas – Avaliação estado ecológico

5.4.1 Índice Qualidade Bosques Ribeirinhos - QBR

Em cada ponto de amostragem aplicou-se o índice de qualidade da vegetação e estrutura

ribeirinha: QBR num troço de 50 metros. Este índice tem em conta quatro níveis de

informação, cada um classificado com um máximo de 25 %: (1) cobertura vegetal total da

ribeira - TRC; (2) tipo de estrutura vertical da vegetação ribeirinha - CS; (3) natureza do tipo de

coberto vegetal relativamente à sua origem (autóctone vs introduzida) - CQ; (4) forma do leito

da ribeira e as alterações que sofreu – CA. Este índice permite uma classificação do habitat

ribeirinho desde Má qualidade (degradação extrema) até Qualidade excelente (condições

naturais) (Tabela 5). De uma forma geral, para a avaliação da cobertura vegetal total ribeirinha

(TRC), avaliou-se a percentagem de cobertura arbórea e arbustiva total e a sua conectividade

com os ecossistemas adjacentes. A estrutura da vegetação (CS), foi avaliada através da

proporção relativa entre árvores e arbustos existentes. Na avaliação da qualidade da cobertura

(CQ) teve-se em conta a proporção de espécies nativas e não-nativas e o tipo geomorfológico

da ribeira. Por fim, na secção que avalia as alterações que existem no leito da ribeira (CA),

verificou-se o grau de artificialidade do mesmo e o nível de intervenção humana que existe.

Tabela 5. Tabela adaptada de Munné et al., 2003 representando as classes de qualidade das ribeiras em função do valor obtido no índice de qualidade da vegetação ribeirinha (QBR).

Classe de qualidade do habitat ribeirinho QBR Cor

Qualidade excelente. Habitat ribeirinho nas condições naturais ≥ 95 Azul

Boa qualidade. Alguma perturbação 75 – 90 Verde

Qualidade suficiente. Grande perturbação 55 – 70 Amarelo

Qualidade pobre. Alteração forte. 30 – 50 Laranja

Má qualidade. Degradação extrema. ≤ 25 Vermelho

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Entregável 3.2.2.3 39 Junho de 2013

De acordo com a classificação QBR, os troços observados das ribeiras da Lagoa de Albufeira

estudadas em 2011 apresentaram-se distintos, classificados desde má a boa qualidade. Os

valores do índice QBR nos pontos da ribeira da Apostiça variam entre 70 e 75, nos troços da

ribeira de Ferraria entre 45 e 85, e na ribeira de Aiana de 25 a 40 (Tabela 6, a Tabela 8). A

ribeira de Aiana é a que apresenta menor qualidade, apresentando-se com má qualidade ou

qualidade pobre, com fortes alterações do habitat. A ribeira de Apostiça apresentou-se muito

semelhante ao longo da linha de água, sendo os troços avaliados de qualidade suficiente

(grande perturbação) ou boa qualidade. A ribeira de Ferraria foi a que mais variou, sendo

classificada desde qualidade pobre (em Ferraria 1) até boa qualidade (em Ferraria 3 e 4)

(Tabela 6 a Tabela 8). De uma forma geral, as ribeiras de melhor qualidade (Apostiça e

Ferraria) diminuem a sua qualidade ecológica para jusante, diminuindo os valores de QBR nos

pontos mais perto da foz.

Considerando os quatro componentes do índice QBR, verifica-se que o componente cobertura

total da vegetação ribeirinha (TRC), apresenta valores mais baixos (5) na ribeira de Aiana

(Tabela 7). A ribeira de Ferraria apresenta valores máximos (25) de TRC, e a ribeira da

Apostiça, embora com uma cobertura ripária superior a 80 %, apresenta valores de 20 em

todos os pontos devido à sua conectividade com a floresta ser reduzida (campos agrícolas com

manutenção) (Tabela 6 e Tabela 8). Assim, para além da cobertura ribeirinha propriamente

dita, um fator que influencia fortemente a descida desta componente é a manutenção das

margens ribeirinhas com o corte de coberto vegetal e exploração agrícola ou de pastoreio. A

estrutura de vegetação (CS) não é muito variável nas ribeiras da Apostiça e Aiana, variando

apenas 5 pontos (10-15 em Aiana e 15-20 em Apostiça). Nestes casos, o fator mais

determinante é a ausência de elevada percentagem de coberto arbóreo em Aiana e a

distribuição regular em Apostiça (Tabela 6 e Tabela 7). Na ribeira de Ferraria existe uma

variação de 10 a 25 pontos, sendo o troço Ferraria 1 o menos pontuado na sua componente

estrutural (Tabela 8). A qualidade da cobertura, associada à diversidade de espécies (nativas)

que a zona ribeirinha comporta, é mais reduzida na ribeira de Aiana, chegando a apresentar

valores nulos (Tabela 7). Associado a esta componente está o número de espécies nativas que

apresentam as ribeiras, sendo mais elevadas nas ribeiras da Apostiça (com contribuição de

espécies arbustivas) e de Ferraria (Tabela 6 e Tabela 8). A alteração do canal (CA) apresenta-se

mais significativa nos troços perto da estrada, sendo Aiana 1 e Ferraria 1 os troços que

apresentam valores de CA mais baixos (=5), resultado da construção de barreiras laterais

(muros, etc.) e de presença de estruturas rígidas transversais à ribeira. Os restantes troços das

ribeiras apresentam valores mais elevados (de 15), exibindo de uma forma geral menos

estruturas rígidas, mas longe de um estado natural principalmente devido a terraços agrícolas

de manutenção constante (Tabela 6 a Tabela 8).

Resumindo, as perturbações que mais se fazem sentir nas ribeiras são antropogénicas, com

estruturas rígidas (como estradas) a atravessarem as ribeiras e exploração agrícola nas suas

margens, fatores mais notórios na ribeira de Aiana. Estas condições não permitem o

desenvolvimento da vegetação ribeirinha natural, resultando numa integridade ecológica

menor.

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40 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela 6. Índice de qualidade da vegetação e da estrutura ribeirinha, designado por Qualidade dos Bosques Ribeirinhos (QBR), e composição florística (componentes arbórea e arbustiva, e helófitas

principais) para 3 pontos de amostragem da ribeira da Apostiça.

QBR Apostiça 3 Apostiça 5 Apostiça 4

TRC - Cobertura ripária total 20 20 20

CS - Estrutura da cobertura 15 20 20

CQ - Qualidade da cobertura 20 20 20

CA - Alteração do canal 15 15 15

Total 70 75 75

Esp

éci

es

árvores e arbustos

Populus nigra Populus nigra Populus nigra

Salix sp. Pinus pinea Salix sp.

Pinus pinea Cistus salviifolius Pinus pinea

Cistus salviifolius Rubus ulmifolius Cistus salviifolius

Rubus ulmifolius Lonicera sp. Rubus ulmifolius

Ulex sp. Ulex sp.

Helófitas principais

Phragmites australis Phragmites australis Phragmites australis

Apium nodiflorum Typha latifolia Carex hispida

Lycopus europaeus Scirpoides holoschoenus

Sparganium erectum Typha latifolia

Typha latifolia

n Espécie não nativa;

! Espécie invasora - DL 565/99.

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Entregável 3.2.2.3 41 Junho de 2013

Tabela 7. Índice de qualidade da vegetação e da estrutura ribeirinha, designado por Qualidade dos Bosques Ribeirinhos (QBR), e composição florística (componentes arbórea e arbustiva, e helófitas

principais) para 3 pontos de amostragem da ribeira de Aiana.

QBR Aiana 1 Aiana 4 Aiana 5

TRC - Cobertura ripária total 5 5 5

CS - Estrutura da cobertura 15 10 10

CQ - Qualidade da cobertura 0 10 10

CA - Alteração do canal 5 15 15

Total 25 40 40

Esp

éci

es

árvores e arbustos

Populus alba Populus nigra Salix sp.

Rubus ulmifolius Salix sp. Rubus ulmifolius

Rubus ulmifolius

Helófitas principais

Equisetum sp. Phragmites australis Phragmites australis

Arundo donax n

Schoenoplectus lacustris

Arundo donax n

Carex hispida

Arundo donax n

Iris pseudacorus

Oenanthe crocata Scirpoides holoschoenus Oenanthe crocata

Typha latifolia Typha latifolia

Carex hispida n Espécie não nativa;

! Espécie invasora - DL 565/99.

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42 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela 8. Índice de qualidade da vegetação e da estrutura ribeirinha, designado por Qualidade dos Bosques Ribeirinhos (QBR), e composição florística (componente arbórea e arbustiva, e helófitas

principais) para 3 pontos de amostragem da ribeira de Ferraria.

QBR Ferraria 1 Ferraria 3 Ferraria 4

TRC - Cobertura ripária total 25 25 25

CS - Estrutura da cobertura 10 20 25

CQ - Qualidade da cobertura 5 20 20

CA - Alteração do canal 5 15 15

Total 45 80 85

Esp

éci

es

árvores e arbustos

Salix sp. Populus nigra Populus nigra

Salix alba Salix sp. Salix sp.

Rubus ulmifolius Rubus ulmifolius Rubus ulmifolius

Pinus pinea

Quercus sp.

Acacia sp. n!

Helófitas principais

Phragmites australis Phragmites australis Phragmites australis

Arundo donax n Carex cf. cuprina Carex cf. cuprina

Typha latifolia Scirpoides holoschoenus Scirpoides

Typha latifolia holoschoenus n Espécie não nativa;

! Espécie invasora - DL 565/99.

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Entregável 3.2.2.3 43 Junho de 2013

5.4.2 Avaliação biológica da qualidade da água em sistemas fluviais segundo

a Diretiva Quadro da Água – QAgua

O uso de macrófitas na monitorização biológica das águas de superfície, nomeadamente para

indicação da eutrofização, é preconizado em várias Diretivas Comunitárias e utilizado nalguns

dos sistemas de biomonitorização empregues nos Estados-Membros, pelo que os presentes

resultados servem de base para o cálculo de posteriores índices de Integridade Ribeirinha. O

método de amostragem utilizado foi desenvolvido especificamente para macrófitos de

sistemas fluviais portugueses, naturais ou modificados, e referente a sistemas lóticos (rios e

canais seminaturais) pelo que adequado à monitorização do estado ecológico das ribeiras em

estudo.

A informação de campo (base) recolhida é apresentada na Tabelas 9, 10 e 11, nas Figuras 8, 9

e 10, e nas Tabelas B, C e D do Anexo 3.

A aplicação de índices de integridade biológica ribeirinha baseada na composição florística

pode seguir vários critérios, tendo sido selecionados para o presente estudo dois índices

bióticos: o MTR (Mean Trophic Rank) - Classificação Trófica Média (Holmes et al., 1999,

Dawson et al., 1999), e o FQAI (Floristic Quality Assessment Índex) (Andreas et al., 2004).

Ambos os índices não se baseiam especificamente nas zonas/espécies de Portugal pelo que

foram feitas algumas adaptações.

O índice MTR é um índice biótico desenvolvido para a Autoridade Inglesa de Rios (integrante

da Agência do Ambiente), especificamente para dar resposta aos requerimentos da

monitorização biológica da Diretiva de Tratamento de Águas Residuais (Environmental Agency

1998, UWWTD: 91/271/EC) (Holmes, 1995, 1996). Este índice baseia-se na presença e

abundância de macrófitas (helófitas, hidrófitas e higrófitas não lenhosas) e usa um sistema de

pontuação simples que resulta numa única classificação do estado trófico do local de estudo.

Às espécies presentes é atribuído um valor (Species Trophic Rank = STR) de acordo com a sua

tolerância à eutrofização (quanto maior a pontuação, menor a tolerância), e um valor médio

(MTR) para cada local pode ser calculado tendo em conta a percentagem de cobertura (Species

Cover Value = SCV) e um valor de pontuação de cobertura (Cover Value Score = CVS = STR x

SCV) de cada espécie:

MTR = (Soma de CVS / Soma de SCV) x 10

Os valores de MTR podem variar de 10 a 100, sendo os valores elevados associados a locais

menos eutrofizados.

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

44 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela 9. Informação da avaliação ecológica da ribeira da Apostiça segundo a Directiva Quadro da Água em 3 pontos de amostragem.

A. Local Ribeira APOSTIÇA Apostiça 3 Apostiça 5 Apostiça 4

B. C

arac

teri

zaçã

o d

o t

roço

B1. Canal a pé Sim Não Sim

B2. Comprimento do troço (m) 100 100 100 B3. Largura média do troço (m) Margem Esq. 5 4 4 Entre limites 1.5 1.5 1.5 Canal 2.5 1.5 4 Margem Dir. 7 4 4

B4. Litologia Tipo geologico Orgânico Orgânico Orgânico Génese Sedimentar Sedimentar Sedimentar

C. C

arac

terí

stic

as d

o c

ana

l

C1. Largura (m) Média 2.5 1.5 1

Máxima 3 2 2.5

C2. Profundidade (m) Média 0.25 0.2 0.25

Máxima 0.35 0.2 0.25 C3. Altura sobre a água (m) 1.0-2.0 2.0-3.0 >3 C4. Ensombramento > 60 % > 60 % > 60 %

C5. Transparência Turvo Transparente Turvo C6. Modificações Caminho Sem modificação Sem modificações C7. Substrato

Areia/areão

Elementos finos + Areia

Areia/Areão

C8. Estabilidade Estável Instável Instável

C9. Meso-habitats Unidades a meio Ilhas + depósitos / /

Unidades laterais Bancos de veget / Bancos de veget

C10. Tipos de corrente Reduzida Reduzida Reduzida

D.

Mar

gem

D1. Substrato

Areia (70 %) + Solo (30 %)

Solo (100 %) Areia(70 %) + Solo (30 %)

D2. Alterações Caminho Sem alteração Sem alteração

E. C

arac

terí

stic

as d

a ve

geta

ção

E1. Continuidade da galeria ripícola Margem Esq. Semi-continua Continua Continua

Margem Dir. Semi-continua Continua Continua

Larg Média - Esq 5 4 4

Larg Máx - Esq 5 5 6

Larg Média -Dir 7 4 4

Larg Máx - Dir 10 5 5

E2. Vegetação arórea Margem Esq. Árvores caídas / /

Margem Dir. Árvores caídas Raízes expostas Raízes expostas

Canal Árvores caídas / Árvores caídas

E3. Estrutura vertical+complexid (>50%) Margem

Escadente (90 %); Arboreo alto (60 %); Herbáceo baixo (50%)

Arboreo alto (75 %); Arbustivo alto (60 %)

Arboreo alto (90 %)

Ver Figura 8. Canal Escadente (90 %); Arboreo alto (60 %); Aquático (50 %)

Arboreo alto (90 %); Arbustivo alto (70 %)

Arboreo alto (100 %)

F. Observações gerais Campos agricolas Campos agricola Campos agricola

G. Inventário

G1. Riqueza específica

(Anexo: lista) Tabela C - Anexo 4 Tabela C - Anexo 4 Tabela C - Anexo 4

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Entregável 3.2.2.3 45 Junho de 2013

Tabela 10. Informação da avaliação ecológica da ribeira de Aiana segundo Directiva Quadro da Água em 3 pontos de amostragem.

A. Local

Ribeira AIANA Aiana 1 Aiana 4 Aiana 5 B

. Car

acte

riza

ção

do

tro

ço B1. Canal a pé Sim Sim Sim

B2. Comprimento do troço (m) 100 100 100

B3. Largura média do troço (m) Margem Esq. 2 2 3

Entre limites 4 1.5 2.5

Canal 4.5 2 3

Margem Dir. 3.5 3 3

B4. Litologia Tipo geologico Orgânico Orgânico Orgânico

Génese Sedimentar Sedimentar Sedimentar

C. C

arac

terí

stic

as d

o c

ana

l

C1. Largura (m) Média 4.5 1.5 2

Máxima 6 2 2.5

C2. Profundidade (m) Média 0.5 0.6 0.6

Máxima 0.7 0.6 0.8

C3. Altura sobre a água (m) 1.0-2.0 1.0-2.0 0.5-1.0

C4. Ensombramento 30 – 60 % 30 – 60 % < 30 %

C5. Transparência Muito turvo Muito turvo Muito turvo

C6. Modificações Muro + viaduto Aprofundado /

C7. Substrato Elementos finos Elementos finos Elementos finos

C8. Estabilidade Mole/Afunda Mole Mole

C9. Meso-habitats Unidades a meio Depósito com veget / /

Unidades laterais Bancos de veget Bancos de veget /

C10. Tipos de corrente Moderada Moderada Moderada

D. M

arge

m D1. Substrato

Solo (80 %) + Elementos finos (20 %)

Solo (70 %) + Elementos finos (30 %)

Solo (70 %) + Elementos finos (30 %)

D2. Alterações

Gabião + Erosão + Canal de escorrência cimento

Pisoteio + pastoreio /

E. C

arac

terí

stic

as d

a ve

geta

ção

E1. Continuidade da galeria ripícola Margem Esq. Interrompida Continua Semi-continua

Margem Dir. Interrompida Semi-continua Semi-continua

Larg Média - Esq 2 2 3.5

Larg Máx - Esq 3.5 2.5 4

Larg Média -Dir 3.5 3 2.5

Larg Máx - Dir 5 3 3

E2. Vegetação arórea Margem Esq. / / /

Margem Dir. / / /

Canal / / /

E3. Estrutura vertical+complexid (>50%)

Margem Herbáceo (60 %) Arboreo alto(75 %); Arbustivo alto (60%)

Arboreo alto(15 %); Arbustivo alto (60%)

Ver Figura 9. Canal Aquático (60 %) Aquatico (100 %) Arboreo alto(15 %); Aquatico (50 %)

F. Observações gerais

Campos agricolas Agricola +pastoreio Agricola +pastoreio

G. Inventário G1. Riqueza específica (Anexo: lista) Tabela B - Anexo 4 Tabela B - Anexo 4 Tabela B - Anexo 4

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46 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela 11. Informação da Avaliação ecológica da ribeira Ferraria segundo Directiva Quadro da Água em 3 pontos de amostragem.

A. Local

Ribeira FERRARIA Ferraria 1 Ferraria 3 Ferraria 4

B. C

arac

teri

zaçã

o d

o t

roço

B1. Canal a pé Não Sim Não

B2. Comprimento do troço (m) 100 100 100

B3. Largura média do troço (m) Margem Esq. 1 3.5 6

Entre limites 1.5 1 2.5

Canal 1.5 2 1.5

Margem Dir. 1.5 3.5 4.5

B4. Litologia Tipo geologico Silicioso Orgânico Silicioso Orgânico Silicioso Orgânico

Génese Sedimentar Sedimentar Sedimentar

C. C

arac

terí

stic

as d

o c

ana

l

C1. Largura (m) Média 1.5 1 1.5

Máxima 2 1.5 2

C2. Profundidade (m) Média 1.5 0.25 1.5

Máxima 3.5 0.3 3.5

C3. Altura sobre a água (m) <0.5 1.0-2.0 <0.5

C4. Ensombramento <30 % 30 - 60% <30 %

C5. Transparência Transparente Transparente Transparente

C6. Modificações / / /

C7. Substrato

Cascalho (5 %)+Areia (90 %)+elementos finos (5 %)

Cascalho (10 %)+Areia (80 %)+elementos finos (10 %)

Cascalho (5 %)+Areia (90 %)+elementos finos (5 %)

C8. Estabilidade Instável Instável Instável

C9. Meso-habitats Unidades a meio / / /

Unidades laterais / / /

C10. Tipos de corrente Reduzida Moderada Reduzida

D.

Mar

gem

D1. Substrato

Areão (80 %) + Elementos finos (20%)

Areão (40 %) + Elementos finos (10 %) + Solo (50 %)

Areão (80 %) +Elementos finos (20 %)

D2. Alterações / / /

E. C

arac

terí

stic

as d

a ve

geta

ção

E1. Continuidade da galeria ripícola Margem Esq. Esparsa Semi-continua Esparsa

Margem Dir. Esparsa Esparsa Esparsa

Larg Média - Esq 1 4 1

Larg Máx - Esq 1 6 1

Larg Média -Dir 1.5 4 1.5

Larg Máx - Dir 1.5 6 1.5

E2. Vegetação arórea Margem Esq. / raizes expostas /

Margem Dir. / / /

Canal / / /

E3. Estrutura vertical+complexid (>50%)

Margem Arboreo alto (15 %); Arbustivo alto (60 %)

Arboreo alto (15 %); Arbustivo alto (60 %)

Arboreo alto (15 %); Arbustivo alto (60 %)

Ver Figura 10. Canal Arboreo alto (15 %); Aquatico (50 %)

Arboreo alto (15 %); Aquatico (50 %)

Arboreo alto (15 %); Aquatico (50 %)

F. Observações gerais Prado agricola Prado agricola Prado agricola

G. Inventário G1. Riqueza específica (Anexo: lista) Tabela D - Anexo 4 Tabela D - Anexo 4 Tabela D - Anexo 4

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Entregável 3.2.2.3 47 Junho de 2013

Figura 8. Esquemas de cobertura dos componentes vegetais dos troços (100 m) da ribeira da Apostiça.

APOSTIÇA 4

APOSTIÇA 4

APOSTIÇA 3

APOSTIÇA 3

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48 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura 9. Esquemas de cobertura dos componentes vegetais dos troços (100 m) da ribeira de Aiana.

AIANA 1

AIANA 4

AIANA 5

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Entregável 3.2.2.3 49 Junho de 2013

Figura 10. Esquemas de cobertura dos componentes vegetais dos troços (100 m) da ribeira de Ferraria.

FERRARIA 4

FERRARIA 3

FERRARIA 1

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50 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

O índice FQAI (Swink e Wilhelm, 1979) baseia-se na qualidade florística presente. O principal

conceito subjacente ao FQAI é que a qualidade de uma comunidade natural pode ser

objetivamente avaliado através da análise do grau de conservadorismo ecológico (ou

fidelidade) das espécies de plantas na comunidade (Herman et al., 2001). Um dos problemas

de muitos índices de diversidade (ex: Shannon-Weiner Index, Krebs (1999)), é o peso igual

dado a cada espécie independentemente da sua tolerância a distúrbios ambientais ou a sua

fidelidade a um determinado habitat, influenciando a avaliação de locais mais ou menos

perturbados. O desafio é classificar corretamente o peso da situação ecológica da espécie e

para isso recorremos aos critérios para atribuição de valor CC (Coeficiente de

Conservadorismo) apresentados na Tabela 12.

Uma vez atribuído o CC, pode-se calcular o valor do índice (I) através da seguinte fórmula:

I = SUM (CCi )/√(Nnative)

onde,

I = valor FQAI;

CCi = coefficient of conservatism das espécies de plantas i, e

Nnative = o número total de espécies nativas que ocorrem na comunidade.

Para o cálculo do Índice são excluídas desta forma as espécies não-nativas. O Índice assim

calculado já provou ser um ótimo indicador de degradação de zonas húmidas (Fennessy et al.,

1998a e 1998b; Mack et al., 2000; Mack 2001; Lopez e Fennessy 2002), sendo os valores baixos

associados a zonas mais perturbadas e degradadas.

Tabela 12. Resumo dos critérios dos coeficientes de conservadorismo (C of C) utilizados no índice FQAI para as plantas vasculares.

C of C Descrição

0 Plantas com uma vasta gama de tolerâncias ecológicas. Muitas vezes, estes são invasores oportunistas de áreas naturais (por exemplo, Acacia spp) ou taxa nativa que normalmente fazem parte de uma comunidade ruderal

1-2 Taxa generalizada de que não são típicos (ou apenas marginalmente típico) de uma determinada comunidade

3-5 Plantas com uma faixa intermediária de tolerâncias ecológicas que caracterizam uma fase estável de alguma comunidade indígena, mas persistem sob alguma perturbação

6-8 Plantas com uma estreita faixa de tolerâncias ecológicas que tipificam uma comunidade estável ou perto do "clímax"

9-10 Plantas com uma reduzida gama de tolerâncias ecológicas que exibem graus relativamente elevados de fidelidade a uma estreita série de requisitos de habitat

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Entregável 3.2.2.3 51 Junho de 2013

Das espécies totais identificadas em cada troço (100 m), a percentagem de plantas associadas

a habitats ripícolas ou de zonas húmidas (helófitas, higrófitas e hidrófitas) variou entre 30 %

(Aiana 4) e 85 % (Ferraria 1) (Tabelas B, C, D – Anexo D). Foram encontradas por troço um

máximo de 44 espécies de flora (Aiana 1) e um mínimo de 13 espécies (Ferraria 1) (Tabela 13).

Considerando apenas as espécies helófitas, hidrófitas e higrófitas não lenhosas existentes nos

vários troços das ribeiras estudadas, os valores médios de classificação trófica específica (STR)

apresentaram-se muito baixos (entre 0.56 e 2.08) sendo, de uma forma geral, as espécies

consideradas, muito tolerantes à eutrofização (Tabela 13). O índice MTR variou entre 5.31

(Aiana 4) e 20.94 (Ferraria 1) sendo valores bastante baixos, indicando uma eutrofização

considerável em todos os troços estudados (Tabela 13). É de notar que, sendo o MTR

desenvolvido para espécies da flora inglesa, este índice não deve ser diretamente aplicável ao

caso em estudo e possivelmente terá de sofrer mais alterações para se tornar mais adequado.

Adicionalmente, não foram observadas espécies de briófitos (que poderiam indicar rios menos

eutrofizados), mas isto poderá dever-se às condições de substrato que se encontram nos

vários troços (maioritariamente areias e elementos finos, sendo o canal mole ou instável)

(Szoszkiewicz et al., 2002) (Tabela 9, 10 e 11).

Quanto ao índice FQAI, os valores não variaram muito entre troços (de 4.38 a 7.05), sendo

todos eles muito reduzidos (Tabela 13). Estes valores equiparam-se a lodaçais muito

impactados ou linhas de água degradadas (Andreas et al., 2004), com uma qualidade florística

muito baixa. Os valores médios de CC não passam de 1.7, sendo os troços caracterizados, de

uma forma geral, por espécies generalistas (não típicas de uma determinada comunidade) e

tolerantes a distúrbios (Tabela 13). Embora exista alguma alteração das zonas ribeirinhas

(maioritariamente devido aos campos agrícolas envolventes), os valores reduzidos que

encontramos em todos os troços estudados, poder-se-á dever à falta de adequabilidade deste

índice às espécies que encontramos neste tipo de ribeiras. Embora tivesse sido feita uma

tentativa de classificar as espécies segundo características ecológicas de Portugal, muitas

espécies estão classificadas segundo Andreas et al. (2004) (habitats do Ohio), o que pode

subestimar alguns valores de CC. Para além deste fator, a amostragem foi realizada numa

única campanha/época (verão), podendo algumas espécies herbáceas (anuais) não estarem

presentes na altura em que o troço foi amostrado. Devido à possível ausência destas espécies

anuais ou com órgãos escondidos durante a estação desfavorável, a amostragem, tanto para

FQAI como para MTR, deveria ser efetuada ao longo do ano ou pelo menos em duas épocas

específicas (que excederia o âmbito deste trabalho) de modo a maximizar toda a diversidade

florística. Não obstante, a ausência de conectividade com as florestas adjacentes assim como a

largura reduzida que encontramos na zona ripária e sua envolvência por campos agrícolas,

influenciam fortemente a inexistência de troca de espécies e a redução do número e qualidade

de espécies existentes. Não existindo uma boa barreira/buffer para evitar a perturbação e

permitir o desenvolvimento de espécies mais fieis à zona ripícola, os valores de FQAI serão

tendencialmente baixos, sendo este índice reflexo dessa característica comum a todos os

troços.

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52 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

O parâmetro florístico FQAI demonstrou-se relacionado com as classificações de MTR, sendo a

valorização dos mesmos componentes responsável por padrões de qualidade semelhantes

(Tabela 13). Em ambos os casos, os locais que claramente são mais impactados (pela presença

de uma estrada que atravessa a linha de água) apresentaram valores mais elevados que

outros, o que reforça a possível falta de adequabilidade na utilização destes índices para uma

avaliação integrada da qualidade/integridade ecológica destas ribeiras (Tabela 14).

De uma forma geral, o QBR foi o índice que melhor integrou características que conferem à

linha de água uma boa qualidade, valorizando a cobertura arbórea e a estrutura ribeirinha e

desvalorizando locais mais sujeitos a distúrbios (como Ferraria1 e Aiana1). Este índice, tendo

sido desenvolvido para ribeiras deste tipo, demonstrou-se adequado para a avaliação da

Integridade biológica das ribeiras em estudo, não devendo no entanto ser descartada a

possibilidade de reavaliação dos outros parâmetros e uma melhor adaptação às características

de ribeiras portuguesas. Adicionalmente, os presentes parâmetros poderão ser bons

indicadores de qualidade de água, devendo ser cruzados os atuais resultados com os

resultados da biomonitorização da qualidade das águas.

É de salvaguardar que as listagens de espécies para cada troço (bem como a sua cobertura

relativa) poderão servir de base de comparação para futuros estudos de monitorização das

alterações de qualidade das ribeiras da Lagoa de Albufeira.

Tabela 13. Resumo dos valores dos diferentes índices calculados (ver tabelas no Anexo 4 com valores de base para o cálculo) para cada troço de amostragem.

Ribeira Troço STR Médio MTR CC Médio FQAI (I) Riqueza

específica QBR

Aiana 1 1.43 14.72 0.98 6.56 44 25

Aiana 4 0.56 5.31 0.75 4.38 32 40

Aiana 5 1.58 14.35 1.27 6.60 26 40

Apostiça 3 1.44 12.23 1.13 7.05 39 70

Apostiça 4 0.83 7.85 0.85 5.47 41 75

Ferraria 1 2.08 20.94 1.69 6.35 13 45

Ferraria 3 1.43 10.89 1.48 6.93 21 80

Ferraria 4 0.90 7.15 1.13 6.43 30 85

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Entregável 3.2.2.3 53 Junho de 2013

Tabela 14. Resumo da classificação de cada troço de amostragem utilizando diferentes índices para avaliação da qualidade ribeirinha.

Ribeira Troço MTR FQAI QBR

Aiana 1 muito eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Má qualidade. Degradação extrema.

Aiana 4 extremamente eutrofizado Qualidade florística muito baixa, altamente pertubado

Qualidade pobre. Alteração forte.

Aiana 5 muito eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Qualidade pobre. Alteração forte.

Apostiça 3 muito eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Qualidade suficiente. Grande perturbação

Apostiça 4 extremamente eutrofizado Qualidade florística muito baixa, altamente pertubado

Boa qualidade. Alguma perturbação

Ferraria 1 eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Qualidade pobre. Alteração forte.

Ferraria 3 muito eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Boa qualidade. Alguma perturbação

Ferraria 4 extremamente eutrofizado Qualidade florística baixa, muito perturbado

Boa qualidade. Alguma perturbação

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58 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

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Entregável 3.2.2.3 59 Junho de 2013

7 Anexos

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60 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

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Entregável 3.2.2.3 61 Junho de 2013

Anexo 1. Flora e vegetação na Lagoa de Albufeira e zona

envolvente

Figura A – Acacial presente na margem norte da Lagoa de Albufeira.

Figuras B - Areias com vegetação esparsa (margem norte da Lagoa).

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62 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura C – Canavial (formação de Arundo donax).

Figura D – Caniçal (comunidade de Phragmites australis).

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Entregável 3.2.2.3 63 Junho de 2013

Figura E – Manchas de chorão, espécie invasora Carpobrotus edulis, na margem: (a) norte e (b) sul da lagoa.

Figura F – Vista geral e pormenor do eucaliptal (margem sul da Lagoa Pequena).

(a) (b)

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64 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura G – Juncal.

Figura H – Linha de Água (vegetação ripícola).

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Entregável 3.2.2.3 65 Junho de 2013

Figura I – Pinhal Bravo (margem norte) com sub-coberto arbustivo pouco denso.

Figura J – Pinhal Manso: (a) com arrelvado na margem norte; (b) com arrelvado na margem sul; (c) com Matos na margem norte; (d) com Juniperus navicularis na margem norte; (e) com Matos na margem sul.

(b)

(b)

(a)

(a)

(c)

(c)

(e)

(e)

(d)

(d)

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66 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura K – Pinhal Misto (Pinus pinea e Pinus pinaster) com Matos na margem norte da Lagoa.

Figura L – Prado (margem sul da lagoa).

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Entregável 3.2.2.3 67 Junho de 2013

Figura M – Prado salgado: (a) margem norte da lagoa; (b) margem sul da lagoa.

Figura N – Salgueiral.

(a)

(a)

(b)

(b)

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68 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura O – Silvado (margem sul).

Figura P – Comunidade de Spartina sp. (prado salgado na margem norte da Lagoa).

Figura Q – Pormenor de Tamarix africana (margem sul da Lagoa).

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Entregável 3.2.2.3 69 Junho de 2013

Figura R – Vegetação Dunar.

Figura S – Massa de água: espelho de água da lagoa de Albufeira.

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70 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura U – Área urbana na margem sul da Lagoa Grande.

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Anexo 2. Lista de espécies da flora existentes na zona

envolvente à Lagoa de Albufeira

Tabela A1: Lista de espécies da flora existente na zona envolvente à lagoa de Albufeira: elenco florístico de cada unidade de vegetação identificada – continua –.

PINHAL MANSO COM ARRELVADO PINHAL MANSO COM MATOS

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Allium sp. Acacia longifolia ! Espécie invasora

Asphodellus sp. Andryala arenaria

Briza maxima Annagalis arvensis

Bromus diandrus Armeria cf. rouyana * Espécie Diretiva

Carpobrotus edulis Asparagus acutifolius

Centaurea sphaerocephala Asparagus aphyllus

cf. Arrhenatherum album Briza maxima

cf. Aster squamatus Bromus sp.

cf. Sesamoides purpurascens Carlina corymbosa

Chamaemelum mixtum Carpobrotus edulis ! Espécie invasora

Coleostephus myconis Centaurium maritimum

Crepis capillaris cf. Cytisus grandiflorus

Cynodon dactylon cf. Sesamoides canescens

Cynosurus echinatus cf. Vulpia ciliata

Dactylis glomerata Cistus salviifolius

Dittrichia viscosa Conyza sp.

Euphorbia sp. Corema alba

Gaudinia fragilis Corynephorus canescens

Hedypnois cf. arenaria Dactylis glomerata

Helichrysum cf. stoechas Daphne gnidium

Heliotropium europaeum Euphorbia sp.

Iberis procumbens Halimium calycinum Abundante

Jasione montana Halimium halimifolium Abundante

Juncus conglomeratus Pontual/marginal Hellichrysum stoechas

Juncus maritimus Pontual/marginal Jasione montana

Lagurus ovatus Lavandula pedunculata

Lagurus ovatus Myoporum laetum

Leontodon taraxacoides Olea europaea Pontual

Malcolmia cf. littorea Papaver somniferum subsp. setigerum

Paronychia argentea Phoeniculum vulgare

Paronychia echinulata Pinus pinea Estrato arbóreo: dominante

Pinus pinea Estrato arbóreo: dominante Piptatherum miliaceum

Piptatherum millaceum Pistacia lentiscus Abundante

Plantago coronopus Rubia peregrina

Plantago lagopus Silene niceensis

Scirpoides holoschoenus Pontual/marginal Stauracanthus genistoides Dominante

Silene colorata Thymus capitellatus *Espécie Diretiva; frequente

Silene niceensis Tuberaria guttata

Spergularia purpurea Ulex australis subsp. cf. welwitschianus

Teesdalia cf. coronopifolia

Tolpis barbata

Tuberaria guttata

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Tabela A2 (continuação): Lista de espécies da flora existente na zona envolvente à lagoa de Albufeira: elenco florístico de cada unidade de vegetação identificada – continua –.

PINHAL MISTO PINHAL BRAVO

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Armeria cf. rouyana *Espécie Diretiva Anagallis arvensis

Asparagus aphyllus cf. Crithmum maritimum

Carpobrotus edulis Corynephorus canescens

cf. Arrhenatherum album Crucianella angustifolia

Corynephorus canescens Helichrysum stoechas

Echium plantahineum Pinus pinaster Estrato arbóreo: dominante

Erica cf. scoparia Sedum sediforme

Halimium calycinum Frequente Silene niceensis

Halimium halimifolium Frequente Thymus capitellatus *Espécie Diretiva

Lavandula pedunculata Vulpia membranacea

Pinus pinaster Estrato arbóreo: dominante

Pinus pinea Estrato arbóreo: dominante

Stauracanthus genistoides Abundante ACACIAL

Thymus capitellatus *Espécie Diretiva; frequente IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Tolpis barbata Acacia cyanophylla Dominante

Carpobrotus edulis Pontual

PINHAL MANSO + JUNIPERUS Pinus pinaster Pontual

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES PRADO SALGADO

Acacia longifolia IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Halimium calycinum Frequente Artemisia cf. gallica Frequente

Halimium halimifolium Frequente Atriplex prostrata

Juniperus navicularis * Espécie Diretiva cf. Arthrocnemum macrostachyum Dominante

Pinus pinea Estrato arbóreo: dominante Polypogon maritimus Frequente

Stauracanthus genistoides Dominante Scirpoides holoschoenus Pontual

Thymus capitellatus *Espécie Diretiva; frequente Suaeda cf. splendens

CANIÇAL

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Inula conyza

Juncus maritimus

Panicum repens Phragmites australis Dominante

COMUNIDADE DE SPARTINA

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Spartina cf. maritima Dominante

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Tabela A3 (continuação): Lista de espécies da flora existente na zona envolvente à lagoa de Albufeira: elenco florístico de cada unidade de vegetação identificada – continua –.

JUNCAL DE JUNCUS PRADO (SECO E HÚMIDO)

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Artemisia cf. gallica cf. Agropyron pungens

Conyza sp. Agrostis castellana Frequente (seco)

Cynodon dactylon Anacyclus radicatus

Hypochaeris glabra Avena barbata Dominante (seco)

Juncus maritimus Dominante Briza maxima

Leontodon taraxacoides Bromus cf. tectorum Abundante (seco)

Lotus creticus Cakile maritima

Paronychia argentea Carpobrotus edulis ! Espécie invasora

Polypogon maritimus Centaurium maritimum

Rumex pulcher cf. Cytisus grandiflorus Pontual

Scirpoides holoschoenus Chamaemelum mixtum

Tolpis barbata Cistus salvifolius Pontual

JUNCAL DE SCIRPOIDES HOLOSCHOENUS Convolvulus arvensis

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES Conyza cf. canadensis

Amaranthaceae n.i. Crepis capilaris

Atriplex halimus Pontual/marginal Cynodon dactylon

Avena barbata Cynosurus echinatus

Briza maxima Dactylis gomerata Frequente (seco)

Carpobrotus edulis ! Espécie invasora; pontual Daucus carota

Abundante (húmido)

Carthamus lanatus Dittrichia viscosa

Centaurea sp. Equisetum cf. ramosissimum

Conyza sp. Erigeron sp.

Corynephorus canescens Euphorbia sp.

Crepis capillaris Lagurus ovatus

Cynodon dactylon Abundante Linum usitatissimum

Ditrichia viscosa Pontual Mentha suaveolens Gaudinia fragilis Papaver somniferum

Holcus lanatus cf. Paspalum paspalodes

Hypochaeris glabra Plantago coronopus Frequente (húmido)

Juncus acutiflorus Plantago lagopus

Juncus maritimus Plantago major

Lagurus ovatus Pteridium aquilinum

Leontodon taraxacoides Pulicaria paludosa

Lolium rigidum Raphanus raphanistrum Frequente (húmido)

Lotus creticus Rubus ulmifolius

Panicum repens Scabiosa atropurpurea

Paronychia argentea Schoenoplectus lacustris

Plantago coronopus cf. Sonchus maritimus

Polypogon monspeliensis Typha latifolia

Pulicaria paludosa Tolpis barbata

Rumex Torilis arvensis

Scirpoides holoschoenus Dominante Trifolium pratense Frequente (húmido)

Tolpis barbata Ulex australis subsp. welwichianus

Pontual

Tuberaria lignosa Vulpia membranacea

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Tabela A4 (continuação): Lista de espécies da flora existente na zona envolvente à lagoa de Albufeira: elenco florístico de cada unidade de vegetação identificada.

AREIA COM VEGETAÇÃO ESPARSA VEGETAÇÃO DUNAR

IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Anagallis arvensis Ammophila arenaria Abundante Armeria cf. rouyana * Espécie Diretiva; abundante Cakile maritima

Bromus cf. tectorum cf. Crithmum maritimum

Carpobrotus edulis Frequente Crucianella maritima Abundante cf. Crithmum maritimum Elymus farctus Abundante

cf. Sesamoides canescens Eryngium maritimum cf. Sesamoides purpurescens Euphorbia paralias

cf. Sonchus maritimus Helichrysum italicum subsp. picardii

cf. Suaeda splendens Linaria polygalifolia subsp. polygalifolia cf.Artemisia campestris Otanthus maritimus

Chamaemelum mixtum Pancratium maritimum

Chamaesyce peplis Sedum sediforme Corynephorus canescens Abundante Silene niceensis

Crucianella maritima Thymus carnosus

*Espécie Diretiva; frequente

Elymus farctus

Euphorbia paralias SALGUEIRAL

Halimium halimifolium IDENTIFICAÇÃO OBSERVAÇÕES

Helichrysum stoechas Frequente Avena barbata

Holcus lanatus cf. Aster squamatus

Jasione montana cf. Calystegia sepium Lavandula pedunculata Cirsium vulgare

Linaria nicaeensis Conyza sp.

Linaria polygalifolia subsp. polygalifolia

Dactylis glomerata

Linaria spartea Lagurus ovatus Lolium rigidum Litrum cf. salicaria

Lotus creticus Lotus cf. pedunculatus Malcolmia cf. littorea Phragmites australis

Ononis ramosissima Frequente Pinus pinea Pontual/marginal Paronychia argentea Piptatherum millaceum

Paspalum paspalodes Rubus ulmifolius Frequente

Phragmites australis Pontual Salix cf. alba Dominante

Plantago coronopus Torilis arvensis Salsola kali Trifolium sp.

Scirpoides holoschoenus Ulex cf. australis Pontual/marginal

Scrophularia frutescens

Scrophulariaceae n.i.

Sedum sediforme

Silene niceensis Frequente

Spergularia sp.

Stauracanthus genistoides

Tamarix africana

Thymus capitellatus *Espécie Diretiva; dominante

Tuberaria lignosa

Ulex australis subsp. welwichianus

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Entregável 3.2.2.3 75 Junho de 2013

Anexo 3. Cobertura e Biomassa da macrófita aquática

Ruppia cirrhosa nos transectos A e B na zona da Lagoa de

Albufeira

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76 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

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Entregável 3.2.2.3 77 Junho de 2013

Figura T1: Cobertura (%) e Biomassa (g peso seco/m2) da macrófita aquática Ruppia cirrhosa nos transectos A e B do lado sul da Lagoa de Albufeira.

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78 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Figura T2: Cobertura (%) e Biomassa (g peso seco/m2) da macrófita aquática Ruppia cirrhosa nos transectos A e B do lado norte da Lagoa de Albufeira.

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Anexo 4. Lista de espécies da flora e caraterísticas base para

cálculo dos índices utilizados para cada troço das ribeiras de

Aiana, Apostiça e Ferraria

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

80 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela B1: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira de Aiana (ver texto para definição das abreviaturas) – Continua –

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Entregável 3.2.2.3 81 Junho de 2013

Tabela B2: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira de Aiana (ver texto para definição das abreviaturas) – Continua –

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Aiana Ai4 Arum italicum Higrófi to - 0,1 1 2 2 2

Aiana Ai4 Arundo donax Higrófi to Exótica 4,1 4 1 4 0

Aiana Ai4 Avena barbata - - 1,5 3 0 0 0

Aiana Ai4 Brachypodium sylvaticum Higrófi to - 50,0 7 1 7 1

Aiana Ai4 Bromus cf. madritensis - - 1,5 3 0 0 0

Aiana Ai4 Bromus tectorum - - 1,5 3 0 0 0

Aiana Ai4 Carduus tenuiflorus - - 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai4 Carex cf. hispida Helófi to - 3,6 4 5 20 7

Aiana Ai4 Cf. Beta vulgaris - Exótica 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai4 Convolvulus arvensis - - 8,0 5 0 0 0

Aiana Ai4 Echium plantagineum - - 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai4 Foeniculum vulgare - - 1,5 3 0 0 0

Aiana Ai4 Galium apparine - - 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai4 Geranium dissectum - - 30,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Geranium pupureum - - 30,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Hordeum murinum L. subsp. leporinum - - 30,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Lagurus ovatus - - 40,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Lathyrus annus - - 30,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Malva neglecta - - 1,5 3 0 0 0

Aiana Ai4 Medicago truncatula - - 40,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Phragmites australis Helófi to - 16,1 6 4 24 4

Aiana Ai4 Plantago coronopus - - 20,0 6 0 0 0

Aiana Ai4 Plantago major Higrófi to - 3,0 4 2 8 0

Aiana Ai4 Populus nigra Higrófi to e Lenhoso- 30,0 7 0 0 2

Aiana Ai4 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 6,6 5 0 0 0

Aiana Ai4 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 2,7 4 0 0 5

Aiana Ai4 Scirpoides holoschoenus Helófi to - 3,6 4 3 12 3

Aiana Ai4 Torilis arvensis - - 3,6 4 0 0 0

Aiana Ai4 Trifolium repens - - 20,0 6 0 0 0

Aiana Ai4 Trifolium sp. - - 30,0 7 0 0 0

Aiana Ai4 Verbascum sp. - - 3,0 4 0 0 0

Aiana Ai4 Vicia benghalensis - - 25,0 6 0 0 0

Tipo (QAgua)

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82 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela B3: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira de Aiana (ver texto para definição das abreviaturas).

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Aiana Ai5 Arum italicum Higrófi to - 0,1 1 2 2 2

Aiana Ai5 Arundo donax Higrófi to Exótica 18,0 6 1 6 0

Aiana Ai5 Avena barbata - - 35,0 7 0 0 0

Aiana Ai5 Bromus madritensis - - 35,0 7 0 0 0

Aiana Ai5 Carex cf. hispida Helófi to - 4,0 4 5 20 7

Aiana Ai5 Dactylis glomerata Higrófi to - 35,0 7 1 7 0

Aiana Ai5 Equisetum cf. ramosissimum Higrófi to - 8,0 5 5 25 2

Aiana Ai5 Foeniculum vulgare - - 20,0 6 0 0 0

Aiana Ai5 Galium apparine - - 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai5 Geranium dissectum - - 35,0 7 0 0 0

Aiana Ai5 Hordeum murinum L. subsp. leporinum - - 35,0 7 0 0 0

Aiana Ai5 Iris pseudacorus Helófi to - 8,0 5 5 25 0

Aiana Ai5 Juncus cf. Inflexus Higrófi to - 4,0 4 9 36 4

Aiana Ai5 Lathyrus annus - - 10,0 5 0 0 0

Aiana Ai5 Lathyrus ochrus - - 15,0 6 0 0 4

Aiana Ai5 Malva neglecta - - 2,0 3 0 0 0

Aiana Ai5 Oenanthe crocata Helófi to - 8,0 5 7 35 5

Aiana Ai5 Phragmites australis Helófi to - 5,9 5 4 20 4

Aiana Ai5 Pteridium aquilinum - - 4,0 4 0 0 1

Aiana Ai5 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 12,0 6 0 0 0

Aiana Ai5 Rumex pulcher - - 0,1 1 0 0 0

Aiana Ai5 Salix alba Higrófi to e Lenhoso- 13,3 6 0 0 3

Aiana Ai5 Silybum marianum - - 5,0 4 0 0 0

Aiana Ai5 Sonchus asper - - 15,0 6 0 0 0

Aiana Ai5 Typha latifolia Helófi to - 0,1 1 2 2 1

Aiana Ai5 Vicia benghalensis - - 8,0 5 0 0 0

Tipo (QAgua)

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Entregável 3.2.2.3 83 Junho de 2013

Tabela C1: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira da Apostiça (ver texto para definição das abreviaturas) – Continua –.

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Apostiça Ap03 Apium nodiflorum Helófi to - 1,9 3 4 12 5

Apostiça Ap03 Avena barbata - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Briza maxima - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Bromus diandrus - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Calystegia sepium Higrófi to - 3,8 4 2 8 1

Apostiça Ap03 cf. Cirsium filipendum - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 cf. Lavatera cretica - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Chenopodium cf. opulifolium - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Cistus salviifolius - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Convolvulus arvensis - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Cruciferae n.i. - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Daucus carota Higrófi to - 0,2 2 1 2 0

Apostiça Ap03 Dorycnium rectum Higrófi to - 3,8 4 1 4 3

Apostiça Ap03 Echium plantagineum - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Epilobium hirsutum Higrófi to - 3,8 4 3 12 0

Apostiça Ap03 Euphorbia hirsuta Higrófi to - 2,0 3 3 9 3

Apostiça Ap03 Galium palustre Higrófi to - 0,1 1 4 4 9

Apostiça Ap03 Geranium rotundifolium - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Holcus lanatus Higrófi to - 3,8 4 1 4 0

Apostiça Ap03 Hypericum sp. - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Juncus cf. effusus Higrófi to - 0,2 2 8 16 1

Apostiça Ap03 Lactuca serriola - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Lotus pedunculatus Higrófi to - 3,8 4 8 32 3

Apostiça Ap03 Lycopus europaeus Helófi to - 3,8 4 5 20 0

Apostiça Ap03 Lythrum junceum Higrófi to - 0,2 2 4 8 0

Apostiça Ap03 n.i. - - 2,0 3 0 0 0

Apostiça Ap03 Phragmites australis Helófi to - 38,0 7 4 28 4

Apostiça Ap03 Pinus pinea - - 2,9 4 0 0 1

Apostiça Ap03 Piptatherum miliaceum subsp. miliaceum - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Populus nigra Higrófi to e Lenhoso- 45,8 7 0 0 2

Apostiça Ap03 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 44,5 7 0 0 0

Apostiça Ap03 Rumex bucephalophorus Higrófi to e Lenhoso- 3,0 4 3 12 0

Apostiça Ap03 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 6,5 5 0 0 5

Apostiça Ap03 Sparganium erectum Helófi to - 0,2 2 3 6 6

Apostiça Ap03 Tolpis barbata - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Torilis arvensis - - 3,8 4 0 0 0

Apostiça Ap03 Typha latifolia Helófi to - 0,2 2 2 4 1

Apostiça Ap03 Ulex minor Higrófi to e Lenhoso- 0,3 2 0 0 0

Apostiça Ap03 Vicia cf. benghalensis - - 3,0 4 0 0 0

Tipo (QAgua)

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

84 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela C2: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira da Apostiça (ver texto para definição das abreviaturas).

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Apostiça Ap04 Andryala laxiflora - - 6,0 5 0 0 0

Apostiça Ap04 Arum italicum Higrófi to - 1,0 2 2 4 2

Apostiça Ap04 Avena barbata - - 30,0 7 0 0 0

Apostiça Ap04 Briza maxima - - 20,0 6 0 0 0

Apostiça Ap04 Bromus diandrus - - 30,0 7 0 0 0

Apostiça Ap04 Calystegia sepium Higrófi to - 5,0 4 2 8 1

Apostiça Ap04 Carex cf. hispida Helófi to - 1,0 2 5 10 7

Apostiça Ap04 cf. Serratula sp. - - 1,0 2 0 0 0

Apostiça Ap04 Cirsium vulgare - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Cistus populifolius - - 2,6 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Crepis vesicaria - - 3,0 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Cynosorus echinatus - - 20,0 6 0 0 0

Apostiça Ap04 Dactylis glomerata Higrófi to - 35,0 7 1 7 0

Apostiça Ap04 Daucus carota Higrófi to - 20,0 6 1 6 0

Apostiça Ap04 Digitalis purpurea - - 1,0 2 0 0 0

Apostiça Ap04 Dittrichia viscosa - - 2,0 3 0 0 0

Apostiça Ap04 Dorycnium rectum Higrófi to - 30,0 7 1 7 3

Apostiça Ap04 Echium plantagineum - - 5,0 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Equisetum cf. ramosissimum Higrófi to - 6,0 5 5 25 2

Apostiça Ap04 Euphorbia characias - - 5,0 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Euphorbia hirsuta Higrófi to - 4,0 4 2 8 3

Apostiça Ap04 Galactites tomentosa - - 10,0 5 0 0 0

Apostiça Ap04 Holcus lanatus Higrófi to - 35,0 7 1 7 0

Apostiça Ap04 Hypericum cf. humifusum Higrófi to - 20,0 6 1 6 0

Apostiça Ap04 Lathyrus cf. annus - - 6,0 5 0 0 0

Apostiça Ap04 Lythrum junceum Higrófi to - 8,0 5 4 20 0

Apostiça Ap04 Papaver rhoeas - - 2,0 3 0 0 0

Apostiça Ap04 Phragmites australis Helófi to - 22,0 6 4 24 4

Apostiça Ap04 Pinus pinea - - 27,4 7 0 0 1

Apostiça Ap04 Piptatherum miliaceum subsp. miliaceum - - 8,0 5 0 0 0

Apostiça Ap04 Populus nigra Higrófi to e Lenhoso- 80,6 9 0 0 2

Apostiça Ap04 Pteridium aquilinum - - 8,0 5 0 0 1

Apostiça Ap04 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 10,0 5 0 0 0

Apostiça Ap04 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 0,9 2 0 0 5

Apostiça Ap04 Scirpoides holoschoenus Helófi to - 8,0 5 3 15 3

Apostiça Ap04 Sonchus olearaceus - - 5,0 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Torilis arvensis - - 12,0 6 0 0 0

Apostiça Ap04 Trifolium cf. arvense - - 15,0 6 0 0 0

Apostiça Ap04 Typha latifolia Helófi to - 10,0 5 2 10 1

Apostiça Ap04 Ulex minor Higrófi to e Lenhoso- 2,6 4 0 0 0

Apostiça Ap04 Vicia sp. - - 8,0 5 0 0 0

Tipo (QAgua)

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

Entregável 3.2.2.3 85 Junho de 2013

Tabela D1: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira de Ferraria (ver texto para definição das abreviaturas) – Continua –.

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Ferraria Fe01 Arundo donax Higrófi to Exótica 1,7 3 1 3 0

Ferraria Fe01 cf. Calystegia sepium subsp. SepiumHigrófi to - 3,5 4 2 8 1

Ferraria Fe01 Convolvulus siculus - - 5,0 4 0 0 0

Ferraria Fe01 Dorycnium rectum Higrófi to - 31,9 7 1 7 3

Ferraria Fe01 Equisetum ramosissimum Higrófi to - 3,8 4 5 20 2

Ferraria Fe01 Juncus sp. Higrófi to - 10,0 5 8 40 1

Ferraria Fe01 Mentha sp. Higrófi to - 3,8 4 4 16 2

Ferraria Fe01 Phragmites australis Helófi to - 63,0 8 4 32 4

Ferraria Fe01 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 3,7 4 0 0 0

Ferraria Fe01 Salix alba Higrófi to e Lenhoso- 27,7 7 0 0 3

Ferraria Fe01 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 5,2 5 0 0 5

Ferraria Fe01 Torilis arvensis - - 10,0 5 0 0 0

Ferraria Fe01 Typha latifolia Helófi to - 3,8 4 2 8 1

Ferraria Fe03 Avena barbata - - 20,0 6 0 0 0

Ferraria Fe03 Bromus diandrus - - 20,0 6 0 0 0

Ferraria Fe03 Bromus hordeaceus - - 20,0 6 0 0 0

Ferraria Fe03 Carex cf. cuprina Helófi to - 1,8 3 4 12 6

Ferraria Fe03 Convolvulus arvensis - - 8,0 5 0 0 0

Ferraria Fe03 Conyza cf. sumatrensis - Exótica 10,0 5 0 0 0

Ferraria Fe03 Dactylis glomerata Higrófi to - 20,0 6 1 6 0

Ferraria Fe03 Dittrichia viscosa - - 5,0 4 0 0 0

Ferraria Fe03 Dorycnium rectum Higrófi to - 20,0 6 1 6 3

Ferraria Fe03 Echium plantagineum - - 5,0 4 0 0 0

Ferraria Fe03 Equisetum cf. ramosissimum Higrófi to - 1,8 3 5 15 2

Ferraria Fe03 Juncus cf. inflexus Higrófi to - 1,8 3 9 27 4

Ferraria Fe03 Phragmites australis Helófi to - 25,0 6 4 24 4

Ferraria Fe03 Polypogon cf. monspeliensis Higrófi to - 10,0 5 1 5 0

Ferraria Fe03 Populus nigra Higrófi to e Lenhoso- 48,48 7 0 0 2

Ferraria Fe03 Pteridium aquilinum - - 5,5 5 0 0 1

Ferraria Fe03 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 30,0 7 0 0 0

Ferraria Fe03 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 2,6 4 0 0 5

Ferraria Fe03 Scirpoides holoschoenus Helófi to - 1,8 3 3 9 3

Ferraria Fe03 Typha latifolia Helófi to - 1,8 3 2 6 1

Ferraria Fe03 Verbascum cf. sinuatum - - 5,0 4 0 0 0

Tipo (QAgua)

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

86 Entregável 3.2.2.3 Junho de 2013

Tabela D2: Lista de espécies da flora e características base para cálculo dos índices utilizados para cada troço da ribeira de Ferraria (ver texto para definição das abreviaturas).

Ribeira Troço Especies Identificadas%

Cobertura SCV

STR

(adapt)

CVS (STR

x SCV) CofC

Ferraria Fe04 Acacia dealbata - Exótica 2 3 0 0 0

Ferraria Fe04 Arundo donax Higrófi to Exótica 1,0 2 1 2 0

Ferraria Fe04 Avena barbata - - 15,0 6 0 0 0

Ferraria Fe04 Bromus diandrus - - 18,0 6 0 0 0

Ferraria Fe04 Bromus hordeaceus - - 15,0 6 0 0 0

Ferraria Fe04 Carex cf. cuprina Helófi to - 1,0 2 4 8 6

Ferraria Fe04 Convolvulus arvensis - - 2,0 3 0 0 0

Ferraria Fe04 Conyza cf. sumatrensis - - 2,0 3 0 0 0

Ferraria Fe04 Dactylis glomerata Higrófi to - 15,0 6 1 6 0

Ferraria Fe04 Dittrichia viscosa - - 2,0 3 0 0 0

Ferraria Fe04 Dorycnium rectum Higrófi to - 15,0 6 1 6 3

Ferraria Fe04 Euphorbia hirsuta Higrófi to - 1,0 2 3 6 3

Ferraria Fe04 Holcus lanatus Higrófi to - 12,0 6 1 6 0

Ferraria Fe04 Lathyrus sp. - - 10,0 5 0 0 1

Ferraria Fe04 Lavatera cretica - - 2,0 3 0 0 0

Ferraria Fe04 Lythrum junceum Higrófi to - 3,0 4 4 16 0

Ferraria Fe04 Mentha suaveolens Higrófi to - 1,0 2 4 8 2

Ferraria Fe04 Phragmites australis Helófi to - 10,0 5 4 20 4

Ferraria Fe04 Picris echioides - - 3,0 4 0 0 0

Ferraria Fe04 Pinus pinaster - - 4,2 4 0 0 0

Ferraria Fe04 Piptatherum miliaceum subsp. miliaceum - - 3,0 4 0 0 0

Ferraria Fe04 Polypogon cf. monspeliensis Higrófi to - 12,0 6 1 6 0

Ferraria Fe04 Populus nigra Higrófi to e Lenhoso- 65,4 8 0 0 2

Ferraria Fe04 Quercus suber - - 4,0 4 0 0 5

Ferraria Fe04 Rubus ulmifolius Higrófi to e Lenhoso- 54,0 8 0 0 0

Ferraria Fe04 Salix atrocinerea Higrófi to e Lenhoso- 22,0 6 0 0 5

Ferraria Fe04 Scirpoides holoschoenus Helófi to - 2,0 3 3 9 3

Ferraria Fe04 Silybum marianum - - 1,0 2 0 0 0

Ferraria Fe04 Torilis arvensis - - 5,0 4 0 0 0

Ferraria Fe04 Vicia sp. - - 3,0 4 0 0 0

Tipo (QAgua)