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15 QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 19, MAIO 2004 Vídeo na abordagem de funções orgânicas RELATOS DE SALA DE AULA A seção “Relatos de sala de aula” socializa experiências e construções vivenciadas nas aulas de Química ou a elas relacionadas. Neste número a seção apresenta dois artigos. O uso do vídeo como recurso pedagógico aparece como uma tentativa de introduzir uma ação ainda pouco comum no dia-a-dia da sala de aula. Esta prática traz a possibilidade de utilizar não so- mente palavras, mas também ima- gens, muitas vezes bem mais atrati- vas e persuasivas do que a fala do(a) professor(a), podendo trazer um im- pacto muito maior do que o de um livro ou de uma aula expositiva. Além disso, a iniciativa permite associar a atividade escolar a um contexto de la- zer e entretenimento (D’Antola, 1992). Embora a difusão de videocasse- tes no âmbito escolar já tenha sido constatada há mais de duas décadas (Bartolomé, 1999), alguns fatores po- dem ter contribuído para a pouca utili- zação desse recurso como elemento curricular, tais como: a inadequação das fitas de vídeo disponíveis no mer- cado às necessidades dos professo- res e professoras, a falta de prepara- ção desses profissionais e a carência de infra-estrutura das escolas. O vídeo traz uma forma multilin- guística de superposição de códigos Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino-Jr., Rejane Martins Novais Barbosa, Ângela Fernandes Campos, Marcelo Brito Carneiro Leão, Hélder de Souza Cunha e Antônio Carlos Pavão Este artigo retrata uma pesquisa realizada em uma turma do Ensino Médio, na qual verificou-se a interferência positiva de um vídeo de produção própria na abordagem inicial das funções orgânicas oxigenadas. A intervenção didática envolveu momentos distintos, abrangendo atividades audiovisuais, leitura e escrita de textos, utilizando “Per- fumes e Essências” como tema motivador para a abordagem dos conceitos. O vídeo atuou como elemento articulador da aprendizagem e auxiliou no desenvolvimento de atitudes perceptivas, na ampliação do diálogo, em motivação e troca de experiências entre os participantes. vídeo, funções orgânicas, perfumes Recebido em 28/07/03; aceito em 21/11/03 e significações, predominantemente audiovisuais, apoiada no discurso ver- bal-escrito, partindo do concreto, do visível, do imediato (Moran, 1995). A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas, pois solicita constantemente a imaginação (Ramal, 2002). A atividade em vídeo pode exercer funções diversifica- das no processo de ensino-aprendiza- gem, como: informa- tiva, motivadora, ex- pressiva, avaliativa, conceitual, docu- mental, investiga- dora, lúdica, metalin- güística e atitudinal (Barbosa et al., 1991; Bartolomé, 1994). Possibilita a visuali- zação de situações às quais os alunos e alunas teriam dificuldades de acesso - como, por exemplo, o cultivo de flores em larga escala e a manipulação e extração industrial de essências - além de po- der constituir-se em uma ferramenta que facilita a correlação entre a Quí- mica e seus cotidianos. Neste estudo, investigou-se a utili- zação do vídeo “Perfumes e Essên- cias” na abordagem de conceitos quí- micos sobre funções oxigenadas jun- to a 17 alunos e alunas de uma turma do 3 o ano do Ensino Médio de uma escola da rede privada da região metropolitana de Re- cife, Pernambuco. A sinopse do vídeo tem como eixo prin- cipal a abordagem da Química através de uma perspectiva contextualizada e in- terdisciplinar, as- sociada a uma visão de Ciência, Tecno- logia, Ambiente e Sociedade, CTAS (Santos e Schnetzler, 1997). A produção do vídeo O vídeo “Perfumes e Essências” foi produzido conjuntamente entre o SEMENTE 1 e o Espaço Ciência 2 , ten- do como parâmetros de criação e composição os elementos e etapas essenciais para a elaboração O vídeo traz uma forma multilinguística de superposição de códigos e significações apoiada no discurso verbal-escrito, partindo do concreto, do visível, do imediato. A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas, pois solicita constantemente a imaginação

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 19, MAIO 2004Vídeo na abordagem de funções orgânicas

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RELATOS DE SALA DE AULA

A seção “Relatos de sala de aula” socializa experiências e construções vivenciadas nas aulas de Química ou a elasrelacionadas. Neste número a seção apresenta dois artigos.

O uso do vídeo como recursopedagógico aparece comouma tentativa de introduzir

uma ação ainda pouco comum nodia-a-dia da sala de aula. Esta práticatraz a possibilidade de utilizar não so-mente palavras, mas também ima-gens, muitas vezes bem mais atrati-vas e persuasivas do que a fala do(a)professor(a), podendo trazer um im-pacto muito maior do que o de umlivro ou de uma aula expositiva. Alémdisso, a iniciativa permite associar aatividade escolar a um contexto de la-zer e entretenimento (D’Antola, 1992).

Embora a difusão de videocasse-tes no âmbito escolar já tenha sidoconstatada há mais de duas décadas(Bartolomé, 1999), alguns fatores po-dem ter contribuído para a pouca utili-zação desse recurso como elementocurricular, tais como: a inadequaçãodas fitas de vídeo disponíveis no mer-cado às necessidades dos professo-res e professoras, a falta de prepara-ção desses profissionais e a carênciade infra-estrutura das escolas.

O vídeo traz uma forma multilin-guística de superposição de códigos

Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino-Jr., Rejane Martins Novais Barbosa, Ângela Fernandes Campos,Marcelo Brito Carneiro Leão, Hélder de Souza Cunha e Antônio Carlos Pavão

Este artigo retrata uma pesquisa realizada em uma turma do Ensino Médio, na qual verificou-se a interferênciapositiva de um vídeo de produção própria na abordagem inicial das funções orgânicas oxigenadas. A intervençãodidática envolveu momentos distintos, abrangendo atividades audiovisuais, leitura e escrita de textos, utilizando “Per-fumes e Essências” como tema motivador para a abordagem dos conceitos. O vídeo atuou como elemento articuladorda aprendizagem e auxiliou no desenvolvimento de atitudes perceptivas, na ampliação do diálogo, em motivação etroca de experiências entre os participantes.

vídeo, funções orgânicas, perfumes

Recebido em 28/07/03; aceito em 21/11/03

e significações, predominantementeaudiovisuais, apoiada no discurso ver-bal-escrito, partindo do concreto, dovisível, do imediato (Moran, 1995). Alinguagem audiovisual desenvolvemúltiplas atitudes perceptivas, poissolicita constantemente a imaginação(Ramal, 2002).

A atividade em vídeo pode exercerfunções diversifica-das no processo deensino-aprendiza-gem, como: informa-tiva, motivadora, ex-pressiva, avaliativa,conceitual, docu-mental, investiga-dora, lúdica, metalin-güística e atitudinal(Barbosa et al., 1991;Bartolomé, 1994).Possibilita a visuali-zação de situaçõesàs quais os alunos e alunas teriamdificuldades de acesso - como, porexemplo, o cultivo de flores em largaescala e a manipulação e extraçãoindustrial de essências - além de po-der constituir-se em uma ferramenta

que facilita a correlação entre a Quí-mica e seus cotidianos.

Neste estudo, investigou-se a utili-zação do vídeo “Perfumes e Essên-cias” na abordagem de conceitos quí-micos sobre funções oxigenadas jun-to a 17 alunos e alunas de uma turmado 3o ano do Ensino Médio de umaescola da rede privada da região

metropolitana de Re-cife, Pernambuco. Asinopse do vídeotem como eixo prin-cipal a abordagemda Química atravésde uma perspectivacontextualizada e in-terdisciplinar, as-sociada a uma visãode Ciência, Tecno-logia, Ambiente eSociedade, CTAS(Santos e Schnetzler,

1997).

A produção do vídeoO vídeo “Perfumes e Essências”

foi produzido conjuntamente entre oSEMENTE1 e o Espaço Ciência2, ten-do como parâmetros de criação ecomposição os elementos e etapasessenciais para a elaboração

O vídeo traz uma formamultilinguística de

superposição de códigos esignificações apoiada nodiscurso verbal-escrito,

partindo do concreto, dovisível, do imediato. Alinguagem audiovisualdesenvolve múltiplas

atitudes perceptivas, poissolicita constantemente a

imaginação

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 19, MAIO 2004Vídeo na abordagem de funções orgânicas

videográfica (pré-produção, produ-ção e finalização). As imagens foramcaptadas em câmera S-VHS e edi-tadas em uma mesa de edição linear,totalizando 4 min e 30 s.

Os perfumes e as essências foramabordados quanto à percepção dosodores, ocorrência na natureza,obtenções e aplicações. As imagensforam obtidas de vários locais do Es-tado de Pernambu-co (indústrias, co-mércio e recursosnaturais) e acom-panhadas por nar-rativas em off, inter-caladas por músi-cas incidentais.

Além de seusobjetivos didáticos,a busca pela incor-poração de aspec-tos regionais pro-curou também pro-porcionar umamaior integraçãodos cidadãos e cidadãs com a culturalocal. As imagens retratam cenas dapraia, plantações comerciais de floresna Região Agreste do Estado, frutasnativas do Nordeste (umbu, atemóia,jaca etc.), temperos e pratos típicosda culinária pernambucana, produtosde manipulação cosmética e fitoterá-picos, dentre outras. Buscou-se tam-bém ressaltar a liberação de odoresdesagradáveis emitidos pela fumaçade cigarros, escape de automóveis edecorrentes da degradação de ma-téria orgânica nos “lixões”.

A utilização do vídeo em sala deaula

Antes de iniciar as atividades, oprofessor procurou levantar as con-cepções prévias dos alunos e alunassobre as funções orgânicas oxigena-das (grupos funcionais e estruturas)e realizou uma abordagem sobre ovídeo, enfocando o seu papel en-quanto instrumento didático-pedagó-gico e sua temática (perfumes eessências). A utilização do vídeo to-mou como base os critérios aponta-dos por Moran (1995) e Viza et al.(1994).

Diferentes momentos foram viven-ciados durante a intervenção didática,

no transcorrer de três aulas, totali-zando quatro horas, conforme discri-minado e discutido a seguir.

A influência da imagem napercepção dos odores

Inicialmente, o vídeo foi exibidosem o áudio e sem interrupções. Emseguida, realizou-se a investigaçãoda leitura visual feita pelos(as) alu-

nos(as), através daresolução de ques-tões; foi solicitado queos estudantes infor-massem o que seriaresponsável pela pro-dução dos odores ecorrelacionassem asimagens apresentadasa algumas classes deodores, discriminadasem: frutados, condi-mentares, verdes, flo-rais e frescos.

A incorporação deaspectos regionais

proporcionou uma certa identidadecultural, auxiliando os(as) alunos(as)a visualizarem a presença e influênciados odores em atividades comunsaos seus cotidianos. As imagens con-tribuíram para a formulação de expli-cações sobre a importância de com-postos químicos na percepção dosodores, pois mais da metade dosestudantes (65%) atribuiu a produçãodos odores às substâncias orgânicas.Entretanto, obser-vou-se que algunsnão fizeram uso deuma linguagem quí-mica mais especí-fica, e sim de deno-minações como “fra-grância” ou “essên-cias”.

Posteriormente, a turma foi dividi-da em cinco grupos, para a elabora-ção de textos com o tema “Perfumese Essências”, como proposta para anarrativa do vídeo. Vários aspectoscitados nos textos elaborados pelosgrupos foram similares ao conteúdoda narrativa trazida pelo vídeo, focali-zando principalmente cheiros agradá-veis e desagradáveis, percepção edistinção do odor, aplicação de es-sências para conferir odores a pro-

dutos industrializados, fabricação deperfumes a partir de essências e rela-ção dos odores com outros animais.Um dos textos elaborados por trêsalunas vem compilado a seguir:

OdoresAs flores, as frutas possuem os

seus odores naturais. Já os pro-dutos de limpeza, por exemplo,possuem odores artificiais. Existemodores bons e ruins. Exemplo dosruins são: cigarro e lixo.

O que forma os odores são assubstâncias orgânicas. Os odorespodem ser frutados, condimenta-res, florais etc.

Existem alguns odores que nãosão perceptíveis ao olfato humano,como o odor da cadela quando es-tá no cio, só o cão pode perceber.

Enfim, os odores podem causarfascinações e chamar nossa aten-ção.

Conceição, Maíysa e Michelly

A proposta de elaboração da nar-rativa do vídeo tornou possível traçarum paralelo entre as linguagens visuale verbal-escrita. Observou-se que hou-ve uma tentativa de vincular os textosàs cenas, sugerindo a influência daimagem como elemento de comu-nicação e informação, ratificando quea linguagem audiovisual desenvolvemúltiplas atitudes perceptivas. As ima-gens apresentadas contribuíram paradar ainda mais significação à narrativa

escrita, uma das ha-bilidades a seremdesenvolvidas no En-sino Médio. A extra-polação da leitura vi-sual com situaçõesvivenciadas pelosalunos e alunas nosseus cotidianos, em-

bora não mostradas no vídeo, tambémfoi verificada, como o exemplo da per-cepção odorífera dos cães.

A articulação do vídeo nasensibilização e ilustração deconceitos

Realizou-se uma nova exibição dovídeo, dessa vez com áudio e de “for-ma estruturada” (com pausas e revi-sões de cenas), seguida pela discus-são entre os membros dos grupos e,

Além de seus objetivosdidáticos, a busca pela

incorporação de aspectosregionais procurou também

proporcionar uma maiorintegração dos cidadãos ecidadãs com a cultura local

A proposta de elaboraçãoda narrativa do vídeo

tornou possível traçar umparalelo entre as linguagens

visual e verbal-escrita.Observou-se que houve

uma tentativa de vincular ostextos às cenas, sugerindo ainfluência da imagem comoelemento de comunicação einformação, ratificando que

a linguagem audiovisualdesenvolve múltiplasatitudes perceptivas

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 19, MAIO 2004Vídeo na abordagem de funções orgânicas

posteriormente, no grande grupo,com a participação de todos - alunose professor. Esse momento auxiliouna percepção de determinados as-pectos não despertados previamentee no debate acerca das caracterís-ticas similares entre os textos.

O vídeo foi um importante instru-mento de sensibilização e ilustraçãosobre a influênciados compostos quí-micos em situaçõesdiárias, certamentecom um impactomuito maior do que oproporcionado poruma aula expositiva,prática pedagógicamais vivenciada emsala de aula. As suasimagens contribuíram para a formu-lação de explicações sobre a impor-tância de compostos químicos napercepção dos odores, mostrando-secompatível com o conteúdo trabalha-do, as funções orgânicas oxigenadas.

Após essa nova exibição, houvea leitura (individual) do texto “QueCheiro!”, elaborado com transcriçõesda narrativa do vídeo, associadas afórmulas estruturais de compostos or-gânicos oxigenados, responsáveispor odores sugeridos pelas imagens(flores, frutas, especiarias, perfumesetc.). Em seguida, os alunos e alunaspreencheram individualmente umaficha, extraindo do texto estruturas,nomes representa-tivos e grupos funcio-nais e procurandocorrelacioná-los àssuas respectivas fun-ções orgânicas oxi-genadas: álcool, éter,cetona, aldeído, áci-do carboxílico e és-ter. Essa atividadeexigiu uma maiormediação do profes-sor, uma vez que, até esse momento,a turma só havia estudado hidrocar-bonetos.

A análise dos resultados revelouque parte dos alunos e alunas (50%)conseguiu estabelecer uma relaçãoentre os grupos funcionais (hidroxila,carbonila, aldoxila, carboxila, éter eacila) de cada função orgânica e seus

compostos exemplificados no texto.Também foi verificado que os demaisapresentaram uma certa dificuldadena diferenciação entre cetonas e al-deídos e na percepção do grupamen-to acila.

As informações complementares,ilustrações e aplicações de diversoscompostos oxigenados contidas no

texto auxiliaram noprocesso de ensino-aprendizagem, per-mitindo que concei-tos básicos relativosàs funções estuda-das pudessem sertrabalhados de ummodo mais dinâmico,contextualizado epouco cansativo.

Baseados em diferentes exemplosde compostos das funções oxigena-das estudadas, extraídos do texto eexemplificados em sala pelo profes-sor, cada aluno(a) propôs um sistemapara dar a nomenclatura dos com-postos orgânicos oxigenados. Emsua grande maioria, os estudantespropuseram o sistema IUPAC, ouseja, com o nome do alcano corres-pondente e uma terminação, caracte-rística para cada função.

Considerações finaisA estratégia de trabalhar o vídeo

em associação com o texto didáticopermitiu adotar a concepção do meio

audiovisual comoum elemento curricu-lar, ratificando que aspossíveis virtudesque ele pode ter noprocesso de ensino-aprendizagem nãodependem exclusi-vamente de si mes-mo, mas das rela-ções que venham aser estabelecidas

com outros elementos curriculares,conforme assinalado por Bartolomé(1994). Desta forma, o meio audiovi-sual atuou como um elemento confi-gurador de uma relação diferente en-tre professor, estudantes, conteúdose objetivos, sobre o processo instru-tivo. Pode-se dizer que ele tambémincidiu nos processos cognitivos e ati-

tudinais dos alunos, não se tornandoum mero recurso auxiliar.

A intervenção didática permitiuque os estudantes se tornassemagentes ativos de suas aprendiza-gens, criando textos, discutindo arelação dos odores com as funçõesestudadas e construindo conceitos.O papel do professor no processo deensino-aprendizagem foi de media-dor, procurando estimular os alunosa aprenderem a aprender, tentandoevitar uma prática sustentada no en-sino por transmissão-recepção. Amotivação pelas atividades foi man-tida durante as três aulas, existindouma participação mais homogêneano grupo quando comparada à viven-ciada em outras intervenções.

O tema escolhido, “Perfumes e Es-sências”, atuou de forma estimula-dora na aprendizagem dos conceitosbásicos das funções oxigenadas. Ovídeo contribuiu para uma maior inte-ração professor-alunos, criando umclima de descontração e entusiasmono grupo, colaborando para que hou-vesse interação e participação efetivana aula. Além disso, mostrou-se com-patível com o conteúdo trabalhado,funções orgânicas oxigenadas.

Notas1. Sistema de Elaboração de Ma-

teriais Educacionais com o Uso deNovas Tecnologias – Núcleo de Edu-cação em Química da UFRPE.

2. Espaço Ciência - Museu deCiências do Estado de Pernambuco.

Cristiano de Almeida Cardoso Marcelino Júnior([email protected]), bacharel em Químicapela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),mestre em Química pela Universidade Federal deAlagoas, é docente do Departamento de Químicada Universidade Federal Rural de Pernambuco (DQ-UFRPE). Rejane Martins Novais Barbosa ([email protected]), bacharel em Química pela UFPE,doutora em Educação Química pela UniversidadeEast Anglia, Inglaterra, é docente do DQ-UFRPE.Ângela Fernandes Campos ([email protected]),química industrial pela Universidade Federal daParaíba e doutora em Química pela UFPE, é docentedo DQ-UFRPE. Marcelo Brito Carneiro Leão([email protected]), licenciado em Ciênciaspela UFRPE, doutor em Química pela UFPE, é do-cente do DQ-UFRPE. Hélder de Souza Cunha, licen-ciado em Química pela UFRPE, é professor de Quí-mica do Ensino Médio em Recife - PE. Antônio CarlosPavão ([email protected]), bacharel e doutor em Quí-mica pela USP, é docente da UFPE e coordenadordo Espaço Ciência - PE.

As imagens do vídeocontribuíram para a

formulação de explicaçõessobre a importância decompostos químicos napercepção dos odores,

mostrando-se compatívelcom o conteúdo

trabalhado, as funçõesorgânicas oxigenadas

O papel do professor noprocesso de ensino-aprendizagem foi de

mediador, procurandoestimular os alunos a

aprenderem a aprender,tentando evitar uma práticasustentada no ensino por

transmissão-recepção

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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 19, MAIO 2004

Abstract: Perfumes and Essences: The Usage of a Video in the Treatment of Organic Functions – This paper reports on a research carried out with a high-school class, in which a positiveinterference of a self-produced video (“Perfumes and Essences”) in the initial treatment of oxygenated organic functions was verified. The didactic intervention involved distinct moments, encom-passing audiovisual activities, reading and writing of texts, and use of the video as a motivating theme for the treatment of the concepts. The video acted as an articulating element for learning andhelped in the development of perceptive attitudes, in the broadening of the dialogue, in the motivation and exchange of experiences among the participants.Keywords: video, organic functions, perfumes

Vídeo na abordagem de funções orgânicas

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LITWIN, E. (Org.). Tecnologia educa-cional: políticas, histórias e propostas.Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

XII Encontro Nacional de Ensino de Química

O XII ENEQ acontecerá em Goiânia, no Instituto deQuímica da Universidade Federal de Goiás, nos dias27 a 30 de julho de 2004, tendo como tema central “AsNovas Políticas Educacionais e seus Impactos noEnsino de Química”. Juntamente com o XII ENEQ acon-tecerão o XIII Encontro Centro-Oeste de Debates sobreEnsino de Química e o III Encontro Centro-Oeste deQuímica.

Os objetivos dos eventos são:• Refletir sobre as causas, as possibilidades de im-

plantação e os possíveis impactos na sala de aula dasnovas políticas educacionais.

• Apontar problemas e perspectivas na formaçãoinicial e continuada de professores no contexto dasmudanças educacionais.

• Promover intercâmbio de experiências sobre mu-danças curriculares.

• Discutir e avaliar propostas de experiências ino-vadoras no ensino de Química e na formação de pro-fessores de Química.

• Identificar e sinalizar contribuições da comunidadecientífica de educadores químicos no processo de im-plantação das mudanças curriculares.

Na estrutura preliminar do evento constam confe-rência inaugural, mesas redondas, sessões coorde-nadas, sessões de painéis, minicursos, palestras eatividades científico-culturais. Participe! Até 30 de junho,o valor das inscrições tem desconto. Maiores infor-mações: http://www.quimica.ufg.br/eneq/eneq.htm

Evento