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Curso: Agronomia
Área: Desenvolvimento Rural
Disciplina: Bioquímica
Equipe: Francisco Adelino de Assis Araújo de Lucena, Juca Tura Có, Joana D’arc Feitosa, Mauro Lucio da Silva Andrade junior, Albertino Yalá, Danisio
Professor (a): Maria Socorro Moura Rufino
Trimestre: 5º
AULA PRÁTICA 01 - CARBOIDRATOS
Redenção, 20 de Fevereiro de 2013
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2- OBJETIVOS .................................................................................................................... 3
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 4
4 - MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 8
4.1 – MATERIAIS ............................................................................................................... 8
4.2 – MÉTODOS ................................................................................................................ 8
4.2.1 - Extração do amido ................................................................................................. 8
4.2.2 – Preparo de uma solução de amido ....................................................................... 9
4.2.3 – Caracterização do amido por reação de fenol ácido sulfúrico ........................... 10
4.2.4 – Caracterização do amido por reação com iodo .................................................. 10
4.2.5 – Precipitação do amido por solução saturada de sulfato de amônio. ................. 11
5 – RESULTADO E DISCUSSÃO ....................................................................................... 12
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 13
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1 - INTRODUÇÃO
Os polissacarídeos, que também são conhecidos como glicanos,
consistem de monossacarídeos ligados por ligações glicosídicas. Eles são
classificados como homopolissacarídeos ou heteropolissacarídeos, se forem
constituídos por um tipo ou mais de monossarídeo. Como exemplos de
polissacarídeos importantes na natureza, podemos destacar: o glicogênio, a
celulose e o amido (VOET, 2006).
O amido, polissacarídeo de extrema importância em alimentos, é
produzido em grande quantidade nas folhas dos vegetais como forma de
armazenamento dos produtos da fotossíntese e é a forma de carboidrato mais
comum na alimentação humana, representando cerca de 90% dos carboidratos
da dieta. Ele é constituído por dois outros polissacarídeos estruturalmente
diferentes: α-amilose e amilopectina (SOUZA & NEVES, 2011)
O amido é um alimento de reserva em plantas e um nutriente importante
para os animais. Ele é uma mistura de glicanos que as plantas sintetizam como
principal reserva de alimento, e está depositado no citoplasma das células de
plantas como grânulos insolúveis compostos por α-amilose e amilopectina.
2- OBJETIVOS
1. Demostrar a extração e caracterização de polissacarídeos de material
biológico: amido de batata;
2. Identificar o amido;
3. Evidenciar o amido através de reações de coloração e precipitação.
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3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CARBOIDRATOS
De um modo geral, todos os alimentos são constituídos por substâncias
químicas, tais como: proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, minerais, vitaminas
e água. Estas substâncias químicas são chamadas de nutrientes as quais
desempenham no organismo funções vitais, correspondentes as suas
necessidades de crescimento, de energia, de elaboração e manutenção
tecidual e de equilíbrio biológico.
Alimentos fontes: Vegetais- cereais (arroz, trigo, milho, aveia, cevada), raízes e
tubérculos (batata inglesa, batatadoce, mandioca, beterraba, inhame),
leguminosas (feijão), frutas, doces, etc.
DEFINIÇÃO
São compostos orgânicos constituídos de Carbono (C), Hidrogênio (H) e
Oxigênio (O) produzido na natureza pelas plantas através da fotossíntese. São
o principal fornecedor de energia para o funcionamento orgânicos.
São definidos como poli-hidroxialdeídos, poli-hidroxicetonas, poli-hidroxiálcoois,
polihidroxiácidos, e seus derivados simples, e polímeros desses compostos
unidos por ligações hemiacetáticas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS
Monossacarídeos
São os menores e mais simples carboidratos, que, se hidrolisados a compostos
de menor peso molecular, não serão mais carboidratos, correspondem a menor
unidade estrutural de um carboidrato. Esses compostos apresentam um dos
seguintes grupos funcionais; polihidroxialdeído, polihidroxicetona,
polihidroxiácido e polihidroxiálcool.
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De acordo com o número de carbonos os monossacarídeos podem ser
classificados em: 3C= triose , 4C= tetrose , 5C= pentose , 6C= hexose, 7C=
heptose.
Os monossacarídeos mais importantes em química de alimentos são as
pentoses e as hexoses. Os monossacarídeos importantes para a nutrição
humana são: glicose, frutose e galactose. A glicose é o monossacarídeo básico
dos carboidratos e é encontrado em maior quantidade na natureza. É o único
carboidrato constituinte dos polissacarídeos amido, glicogênio e celulose.
Os monossacarídeos são classificados de acordo com a natureza química do
grupo carbonila e pelo número de seus átomos de carbono. Os que têm grupos
aldeídicos são aldoses e os que têm grupos cetônicos, formam as cetoses.
Oligossacarídeos
São polímeros contendo de 2 a 10 unidades de monossacarídeos unidos por
ligações glicosídicas. São nomeados segundo o número de moléculas de
monossacarídeos: dissacarídeos, trissacarídeos, tetrassacarídeos. Os mais
importantes são os dissacarídeos os quais contém dois monossacarídeos. Para
formar dissacarídeos, oligossacarídeos ou mesmo polissacarídeos, é
necessário que os monossacarídeos se unam entre si através de ligações
glicosídicas.
A ligação glicosídica se faz entre uma hidroxila alcoólica de uma molécula de
um açúcar com a hidroxila do carbono de outra molécula de açúcar, com
eliminação de água, o glicosídio resultante é um dissacarídeo.
Exemplos de dissacarídeos os quais se hidrolisam em duas moléculas de
monossacarídeos:
Sacarose -> glicose + frutose (açúcar da cana ou da beterraba)
Maltose -> glicose +glicose ( açúcar do malte, da uva)
Lactose -> glicose +galactose (açúcar do leite)
Sob o ponto de vista nutricional dos animais, apenas, três dissacarídeos têm
importância: a sacarose, lactose e a maltose. A Sacarose conhecida como o
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açúcar comercial ou açúcar comum é amplamente distribuído entre as plantas
superiores. Suas únicas fontes comerciais de obtenção é a cana-de-açúcar e a
beterraba
Polissacarídeos
São polímeros de alto peso molecular dos monossacarídeos. Os
polissacarídeos contêm mais que 12 unidades de monossacarídeos dispostos
de forma linear ou ramificada. Os que mais se encontram distribuídos na
natureza são: no reino vegetal, o amido, a celulose e as pectinas; e, no reino
animal, o glicogênio.
A sua solubilidade em água depende do peso molecular (diminui à
medida que aumenta o peso molecular)
POLISSACARÍDEOS: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS
Polissacarídeos são constituintes de numerosos resíduos de monossacarídeos
unidos por ligações glicosídicas. Polissacarídeos compostos por um único tipo
de resíduo de açúcar são chamados de homopolissacarídeos, enquanto que
aqueles compostos por 2 ou mais diferentes tipos de resíduos de açúcar são
chamados de heteropolissacarídeos.
Geralmente não têm um peso molecular preciso; eles consistem de uma
mistura de moléculas de alto peso molecular.
Desempenham duas principais funções: São uma forma de estocar
combustível celular e são os elementos estruturais das paredes celulares e
plantas.
AMIDO: ASPECTOS GERAIS E ESTRUTURA QUÍMICA
O amido, incluído entre os alimentos energéticos pode ser considerado um
carboidrato de estrutura complexa, formado de monossacarídeos (glicose)
ligados entre si e representado pela fórmula geral (C6H10O5)n + XH2O. O
amido é acumulado nas plantas às custas de resíduos de glicose formados
durante o processo de fotossíntese. Essas glicoses unidas pela ação de
enzimas, na presença de ATP, formam cadeias longas do amido. A união entre
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duas ou mais moléculas de glicose é feita por ligação glicosídica, do tipo alfa.
Desempenha a função de reserva. Encontra-se principalmente no trigo,
cevada, milho, batata, feijão, arroz, mandioca e várias outras fontes.
Muitos dos xaropes comercializados no mercado brasileiro é derivado do
amido, principalmente do milho. Uma tonelada de milho produz entre 600 a 650
Kg de amido.
O amido é a matéria-prima mais barata e abundante, principalmente para a
alimentação humana.
O amido é obtido dos frutos, raízes e outras partes de diferentes vegetais. O
amido de milho (Zea mays L., Gramineae), amido de arroz (Oryza sativa L.,
Gramineae), amido de trigo (Triticum aestivum L., Gramineae), amido de
mandioca (Manihot utilissima Pohl, Euforbiaceae) e amido de batata (Solanum
tuberosum L., Solanaceae) são considerados oficiais.
O amido puro tem coloração branca, é insípido e se adicionado à água fria e
mantido sob agitação forma uma suspensão de aspecto leitoso, separando-se
após repouso. Embora tendo-se verificado que pequena fração torna-se solúvel
quando agitado em água, é tido como praticamente insolúvel. Baseado nisto é
que a indústria consegue obtê-lo em estado puro.
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4 - MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 – MATERIAIS
1- Solução de amido recém-preparada;
2- Ácido sulfúrico concentrado;
3- Solução de lugol;
4- Solução saturada de sulfato de amônio;
5- Álcool etílico absoluto;
6- Béquer de 250mL;
7- Erlenmeyer de 500mL
8- Filtro de papel.
4.2 – MÉTODOS
4.2.1 - EXTRAÇÃO DO AMIDO
Raspou-se um pedaço de batata e depois transferiu-se a raspa para um béquer
de 250mL, depois adicionou-se 100mL de água destilada e agitou-se comum
bastão de vidro, em seguida filtrou-se e recolheu-se o liquido num Erlenmeyer
de 500mL. Deixou o amido depositar-se no fundo do Erlenmeyer durante 10
minutos e em seguida removeu-se cuidadosamente o liquido sobrenadante
descartando-o. Sobrando - se no Erlenmeyer um depósito de amido. Conforme
figura abaixo:
Fig. 1 – líquido em repouso Fig. 2 – amido extraído
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4.2.2 – PREPARO DE UMA SOLUÇÃO DE AMIDO
Manteve-se aproximadamente 150mL de água fervendo em um béquer de
250mL. Depois acrescentou-se aproximadamente 50mL de água fria ao
depósito de grãos de amido obtido anteriormente, logo depois adicionou-se
esta suspensão de amido lentamente e com constante agitação, à água
fervente. Continuou-se o aquecimento até que se formou uma solução leitosa e
azulada.
Fig. 3 – solução de amido aquecida Fig. 4 – solução leitosa e azulada
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4.2.3 – CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO POR REAÇÃO DE FENOL ÁCIDO
SULFÚRICO
Em um tubo de ensaio pipetou-se 0,5mL de solução de amido (diluída
previamente de 1:10), ou seja, adicionou-se 4,5mL de água destilada. Desta
solução coletou-se 0,5mL e colocou-se em um segundo tubo, juntou-se a este
0,5mL de solução de fenol 5% e adicionou-se 2,5mL de ácido sulfúrico
concentrado, num único jato. Observou-se a cor laranja sendo característica da
reação.
4.2.4 – CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO POR REAÇÃO COM IODO
Em um tubo de ensaio pipetou-se 2mL de solução de amido e adicionou-se 2
gotas de lugol. Notou-se o aparecimento de cor azul intensa. Aqueceu-o e foi
observada a mudança de coloração passando de azul-escuro para amarelado,
em seguida, resfriou-se o tubo em água corrente e foi observado que a cor
azulada retorna após o resfriamento em água corrente. Vejamos, nas figuras
abaixo:
Fig. 1 – tubo frio com solução de amido e lugol Fig. 2 – tubo quente com solução de amido e lugol
Após a adição de lugol na solução de amido é bem visível a coloração azul-
escuro que se forma no tubo. A solução de amido fica azul-escuro na presença
de lugol, devido aquela formar um complexo colorido com o iodo presente
neste. Sendo que a amilose dá origem a uma coloração negro-azulada,
enquanto a amilopectina dá origem a uma coloração vermelho-violácea, o que
não nos deixa concluir que a amilose encontrava-se em maior quantidade na
Líquido com
colaração azulada
Líquido com
coloração amarelado
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solução do que a amilopectina devido ao predomínio da coloração azul-escuro.
Ao aquecer a solução de amido e lugol esse complexo se dissocia, sofre uma
hidrólise pelo calor, formando uma solução marrom.
4.2.5 – PRECIPITAÇÃO DO AMIDO POR SOLUÇÃO SATURADA DE
SULFATO DE AMÔNIO.
A 5ml de solução de amido adicionou-se 5ml de solução saturada de sulfato de
amônio. Agitou-se fortemente e deixou-o em repouso por 10 minutos em
seguida filtrou-se. Pesquisou-se separadamente no filtrado e no precipitado a
presença de amido pelo teste do iodo, adicionou- se 2 gotas de lugol ao
precipitado e também no sobrenadante.
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5 - RESULTADO E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos foram:
TESTE DE FENOL E ACIDO SULFÚRICO
Quando adicionado o ácido sulfúrico e fenol na solução de amido não
obtivemos o resultado esperado – a cor laranja, porque foi utilizado uma
solução que não estava em perfeitas condições.
TESTE DO IODO
Quando adicionado lugol a solução de amido apareceu a coloração azulada e
ao aquecer essa solução a coloração citada anteriormente é perdida, voltando
aparecer quando a mesma solução é resfriada em água corrente.
O resultado da mudança de cor, é por que o amido perde sua estrutura espiral
quando aquecido assim o iodo sai do interior do polissacarídeo e o complexo
que tem cor azul é momentaneamente desestruturado. Quando resfriado volta
a forma espiral do amido (desnaturação reversível) e o iodo forma novamente o
complexo, voltando a forma azul.
5.3 –TESTE DE PRECIPITAÇÃO DO AMIDO
Depois de 10 minutos de repouso, observa-se a formação de um precipitado no
fundo do tubo, sendo este de coloração branca e aspecto viscoso. Ele ocorre
devido a adição de sulfato de amônio na solução de amido. Pois assim como
as proteínas, o amido se solubiliza na água devido a presença de ligações de
hidrogênio, o sulfato de amônio, sendo um sal muito solúvel, aumenta a força
iônica desidratando o amido fazendo que este se precipite.
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6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta aula prática, foi possível trabalhar conteúdos abordados nas
aulas teóricas sobre os carboidratos, o que ficou evidenciado de que a prática
comprovou o que estava sendo repassado em sala, o que torna o assunto mais
atrativo, como também proporciona ao aluno a oportunidade de formular
hipóteses e interpretar os resultados obtidos.
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REFERENCIAS
VOET, Donald; VOET, Judith G.: Bioquímica. 3ª Ed. Artmed: Porto Alegre,
2006. pp. 366-368.
SOUZA, Karina A. F.D; NEVES, Valdir A.: Reação com iodo. Disponível em:
www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_ch/teste_amido.htm. Acesso
em: 27/02/2013.
LIMA, Anny Kelly. Carboidratos Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAMIgAL/carboidratos. Acessado em: 27
de fevereiro de 2013.