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RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 3

Valores, Missão e Visão ................................................................................................................. 5

Corpos Sociais................................................................................................................................ 6

Mensagem do Presidente ............................................................................................................. 7

Desenvolvimento Sustentável ....................................................................................................... 8

Responsabilidade Social .............................................................................................................. 11

Relatório de Gestão ..................................................................................................................... 14

Enquadramento Macroeconómico ............................................................................................. 14

Análise do Sector do Transporte Aéreo ...................................................................................... 20

Análise Económico-Financeira .................................................................................................... 24

Proposta de Aplicação de Resultados ......................................................................................... 29

Demonstrações Financeiras ........................................................................................................ 30

Anexo às Demonstrações Financeiras ......................................................................................... 37

Certificação Legal de Contas ....................................................................................................... 44

Relatório e Parecer do Fiscal Único ............................................................................................. 46

3

INTRODUÇÃO

O Grupo SATA é um grupo de transporte aéreo cujo centro de decisão está localizado no

arquipélago dos Açores, ilha de São Miguel, cidade de Ponta Delgada. Na génese da actual

SATA SGPS encontra-se a Sociedade de Estudos Aéreos Açorianos, empresa fundada em 1941,

constituída com o objectivo de desenvolver uma operação aérea regular entre a ilha de São

Miguel e as restantes ilhas do Arquipélago, e destas com o Continente Português.

Aprovada a constituição da SATA SGPS, em finais de 2006, o grupo de empresas SATA alterou a

sua lógica de funcionamento e a sua organização interna de forma a responder a novos

desafios. Organizada numa lógica de Holding, a SATA SGPS, Sociedade Gestora de

Participações Sociais, adoptou a estrutura de sociedade anónima, usufruindo, assim, de uma

maior rentabilização de recursos, flexibilização de gestão, transparência organizacional e

aproveitamento de novas oportunidades de negócio.

A SATA SGPS é uma sociedade de capitais exclusivamente públicos, assim como um grupo

económico detido a 100% pela Região Autónoma dos Açores.

O Grupo SATA é composto pela SGPS e por mais cinco empresas: duas transportadoras, dois

operadores turísticos e uma empresa que gere cinco dos nove aeroportos das ilhas dos Açores.

A estas cinco empresas, com personalidades jurídicas distintas, juntam-se as áreas de

exploração do Handling e de Manutenção e Engenharia. O Grupo SATA conta com mais de

1200 profissionais efectivos, repartidos pelos vários departamentos que ocupam a sede

administrativa e pelas bases operacionais de Lisboa, Ponta Delgada e Funchal.

A SATA Internacional estabeleceu-se, em 1998, para assumir e desenvolver as operações com

aviões a jacto exploradas no âmbito da SATA Air Açores, desde 1995. O primeiro avião desta

companhia aérea foi um Boeing 737-300, que respondeu a contratos com operadores

turísticos nacionais e estrangeiros. Desde então, a SATA Internacional ganhou, ano após ano,

nova dimensão e reconhecimento no mercado da aviação civil, expandindo a sua rede de

rotas. Actualmente, opera com uma frota Airbus A310 e Airbus A320.

Para além da operação doméstica, que liga as ilhas dos Açores e da Madeira ao Continente

Português, a companhia é, ainda, responsável pela ponte aérea constante entre os Açores e os

Estados Unidos da América e Canadá e entre Portugal Continental e o Continente Americano,

incluindo, no Verão, a Califórnia. A SATA Internacional voa, também numa base regular, para

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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destinos como Paris, Londres, Frankfurt, Amesterdão, Dublin, Londres e Estocolmo. Em

paralelo à operação aérea regular, a transportadora tem, ainda, cerca de 1/3 da sua actividade

afecta a operações em regime Charter, com destinos que vão da Europa às Caraíbas, apostas

sazonais ditadas pela tendência do mercado turístico. Cabo Verde, Punta Cana, Tenerife e Las

Palmas são alguns dos destinos tocados.

5

VALORES, MISSÃO E VISÃO

À semelhança do passado, o Conselho de Administração continua a trilhar o caminho da

sustentabilidade, articulando os seus objectivos de gestão estratégica com as melhores

práticas ambientais e sociais. A SATA apresenta um compromisso com a excelência do

desempenho e com a busca permanente de novas soluções de organização, de forma a

alcançar uma articulação sistémica das dimensões económica, financeira, social e ambiental.

Trilhar o caminho da sustentabilidade significa, para esta empresa, construir um futuro

equilibrado e duradouro, justo e sustentável, assente nas mais contemporâneas e

responsáveis práticas de gestão, com o foco na excelência de desempenho, em todas as suas

áreas de actuação.

Deste modo, as políticas de responsabilidade social, de segurança, de saúde e de ambiente

constituem pilares fundamentais sobre os quais o Grupo SATA alicerça a sua actuação e dá

corpo à sua ambição.

UM COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA

Visão: mais fortes e mais competitivos num mundo exigente e global; capazes de construir

uma companhia aérea de referência que se afirma no mundo da aviação comercial

internacional e conquista, de forma gradual e consistente, a sua quota de mercado e a

notoriedade da sua marca. Uma companhia aérea do Atlântico, onde se cultiva o rigor e o

profissionalismo; onde se encontra um serviço cuidado, simples, mas atento; onde se acolhe

cada cliente de forma amável e disponível; onde se cultiva o respeito pelo planeta numa

perspectiva de total apreço pelo bem-estar das populações nas gerações vindouras.

Missão: desenvolver de modo sustentado toda a actividade de transporte aéreo relacionado

com os Açores, através de uma operação com vocação atlântica assente num serviço fiável,

hospitaleiro e inovador.

Princípios: Na SATA acreditamos que na unidade reside a nossa força, a nossa vantagem e a

nossa singularidade. Cada pessoa, cada equipa, através do seu empenho e das suas valências,

dá o seu contributo para a construção de um grupo de transporte aéreo coeso e distinto, capaz

de oferecer ao cliente valor acrescido às suas propostas.

Valores: Fiabilidade, Simpatia e Inovação.

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CORPOS SOCIAIS

Assembleia-Geral

Presidente:

Dr. João Roque Filipe

Vice-Presidente:

Dra. Ana Maria Furtado Soares Albergaria Pacheco Gouveia

Secretaria:

Dra. Maria Alexandra Celorico Pacheco Vieira

Conselho de Administração

Presidente:

Prof. Doutor António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

Vogais:

Dra. Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

Dra. Isabel Maria dos Santos Barata

Dr. Luís Filipe Soares Borges da Silveira

Fiscal Único:

Deloitte & Associados, SROC, SA representada por:

Dr. João Luís Falua da Silva (ROC efectivo)

Dr. Carlos Luís Oliveira de Melo Loureiro (ROC suplente)

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MENSAGEM DO PRESIDENTE

O ano 2009 foi considerado pela IATA (Internacional Air Transport Association) como o pior

ano para a aviação comercial desde a 2ª guerra mundial; foi mesmo chamado de “Annus

Horribilis”. A IATA apontou um prejuízo consolidado de toda a indústria de transporte aéreo de

11 biliões de USD (dólares norte-americanos). O tráfego de passageiros registou uma quebra

de 4,1%, em relação a 2008 (igualmente um ano de má memória para a indústria). O mercado

da carga registou uma quebra de 13%. Em termos de Yields, as quebras foram de 12% para os

passageiros e de 15% para a carga.

Foi neste cenário de crise agravada que o Grupo SATA desenvolveu a sua actividade de

transporte aéreo em 2009. Não obstante as negativas condições económicas, o Grupo SATA

(constituído por seis empresas – SATA SGPS, SATA Air Açores, SATA Internacional, SATA

Express, Azores Express e SATA Gestão de Aeródromos) atingiu um resultado consolidado de

1.024 milhões de euros, que contrasta com o resultado negativo consolidado de 2.977 milhões

de euros (menos dois milhões e novecentos e setenta e sete mil euros), obtido em 2008.

As principais razões para a obtenção de resultados positivos prenderam-se com os impactos

do custo do combustível e da paridade Euro/Dólar que, em 2009, foram bastante menos

violentos do que em 2008. Assim, e por estas duas razões, os custos operacionais de ambas as

transportadoras, em particular na SATA Internacional, foram, consideravelmente, mais baixos.

De todo o modo, é importante salientar que o Grupo SATA está sempre, aliás, como toda a

indústria, bastante sujeito a estes factores, que não são controlados internamente.

Em 2010, o Grupo SATA prosseguirá a sua estratégia conducente a melhores níveis de

competitividade, através do enriquecimento de todos os seus recursos, nomeadamente com

uma forte aposta na qualidade do trabalho das pessoas que fazem parte da equipa SATA, com

a contínua introdução de inovações que aportarão maior modernidade na sua actuação

comercial e operacional e com novos aviões, mais modernos, mais orientados para o cliente e

mais amigos do Ambiente, no âmbito da estratégia de longo prazo da Companhia: crescimento

por via de crescente internacionalização, assente numa operação de vocação Atlântica.

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

Presidente do Conselho de Administração

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Nos dias de hoje, conceitos como “pegada ambiental” e “desenvolvimento sustentável”

assumem papéis de relevo para a gestão dos grupos económicos.

Dadas as características da sua actividade, a SATA tem plena consciência da sua elevada

responsabilidade ambiental. Por esse motivo, foi definida, em Dezembro de 2009, a seguinte

Política Integrada de Ambiente e Segurança e Saúde no Trabalho:

O Grupo SATA, posicionado no mercado de transporte aéreo de passageiros, cargas e correio,

e de gestão de aeroportos, entende que a preservação do meio ambiente e a segurança e

saúde dos seus colaboradores são princípios base para cimentar os valores SATA: Fiabilidade,

Simpatia e Inovação.

Deste modo, o Grupo SATA compromete-se a:

• Melhorar continuamente o desempenho ambiental e a gestão da segurança e

saúde no trabalho;

• Minimizar os efeitos negativos decorrentes da actividade global da empresa;

• Investir em meios técnicos e desenvolver processos para atingir uma maior

compatibilidade ambiental, minimizar os acidentes de trabalho e prevenir as

doenças relacionadas com o trabalho;

• Envolver e formar os colaboradores e seus representantes com o objectivo de

os sensibilizar para a importância da adopção de boas práticas ambientais e de

trabalho;

• Assegurar o cumprimento da conformidade legal, quer a nível ambiental, quer

a nível da segurança e saúde no trabalho.

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Redução de Emissões CO2

No decorrer de 2008, o Grupo SATA integrou um projecto conduzido pela IATA, Fuel Efficiency

Gap Analysis (“FEGA”), com vista à racionalização do uso de combustível e consequente

redução das emissões de CO2.

Após uma análise exaustiva, por parte de técnicos da IATA, aos procedimentos operacionais

nas áreas de manutenção e engenharia, operações de voo e despacho operacional, afigurou-se

necessário implementar uma série de medidas, das quais destacamos, em 2008 e 2009, as

políticas de fuel a bordo, supressão de vendas a bordo, redução de jornais e revistas a bordo,

bem como a racionalização das cargas nos caterers, visando a redução de peso no avião.

Como resultado dessas medidas, foi possível ao Grupo SATA ser mais amigo do ambiente em

2009, comparativamente a 2008, ao reduzir as emissões de CO2 por km/lugar oferecido de

82,7 g para 82,2 g – um aumento de eficiência de 0,6 %.

81,0

81,4

81,8

82,2

82,6

83,0

(g C

O2

/ km

. lu

gar)

2008 2009

-0,6 %

No cumprimento da Directiva 2008/101/CE de 19 de Novembro, foram submetidos à Agência

Portuguesa do Ambiente (APA) e ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) os Planos de

Monitorização de Emissões Anuais e dados de Tonelada-Quilómetro, tendo a SATA recorrido,

inteiramente, a recursos internos para o cumprimento dessas obrigatoriedades.

Os planos foram submetidos dentro do prazo estabelecido (31 de Agosto de 2009), tendo sido

recebida, já no início de Fevereiro de 2010, a confirmação da aprovação dos mesmos.

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Integração do avião no Comércio Europeu de Licenças de Emissão de CO2

O ano de 2010 marca o início da inclusão da aviação no Comércio Europeu de Licenças de

Emissão, pese embora apenas com a divulgação de dados operacionais, segundo os planos

aprovados.

De facto, só a partir de 2012, é que as companhias aéreas a operar em aeroportos europeus

terão de fazer entrega das licenças correspondentes a emissões monitorizadas e verificadas.

No caso do Grupo SATA, a necessidade de aquisição de licenças correspondentes às emissões

de CO2, em 2012, vai depender, decerto, da dimensão da operação, na altura, bem como do

preço de mercado das mesmas. Até lá, a SATA vai continuar, porém, a monitorizar este risco,

estimando-se, no momento, um impacto financeiro anual não inferior a 1,3 Milhões de Euros.

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Apoios institucionais e patrocínios

O Grupo SATA tem prestado, ao longo de mais de meio século, apoio a iniciativas das mais

diversas áreas, nos Açores, contribuindo, assim, activamente para atenuar os efeitos da

insularidade. O compromisso social que a SATA tem assumido, ao longo da sua existência, e

que tem intensificado, nos últimos anos, pretende ser uma extensão dos seus valores e

princípios, sendo, por isso, canalizado para eventos culturais e desportivos, assim como para

acções de solidariedade social.

A SATA tem procurado oferecer um incentivo ao desenvolvimento da cultura açoriana, quer

através da assinatura anual de grandes protocolos celebrados com instituições açorianas de

relevo, como o Teatro Micaelense, o Coliseu Micaelense e o Museu Carlos Machado, quer

através da atribuição pontual de apoios, na qual se incluem a Academia das Artes dos Açores e

alguns projectos da Secretaria Regional da Cultura, como a exposição dedicada ao escultor

Ernesto Canto da Maia e os Festivais de Música Contemporânea da Juventude Musical

Portuguesa. De salientar, de igual modo, a contribuição para a denominada “ficção nacional”,

quando esta inclui filmagens nos Açores, o que concorre para divulgar amplamente o destino a

nível nacional. Nas asas da SATA, muitos açorianos têm voado não só até ao Continente

Português, como também até outros destinos mais longínquos, a fim de empreenderem os

seus projectos e demonstrarem o seu talento. Destes destinos têm vindo, também,

personalidades convidadas a participar em iniciativas com a marca Açores, presenças

imprescindíveis que a SATA não deseja deixar de fazer deslocar.

Os incentivos ao desporto concentram-se, anualmente, no SATA Rallye Açores, que constitui o

maior patrocínio atribuído pela SATA, nesta área. Ao longo do ano são, ainda, oferecidas

condições especiais na deslocação das equipas do Clube Kairós, o que permite a canalização

dos fundos da instituição para os escalões etários mais baixos, relacionados com a reinserção

social através da prática desportiva. De destacar, ainda, o patrocínio da SATA a outros eventos

desportivos, como o campeonato mundial de surf Azores Islands Pro.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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As acções de cariz eminentemente social merecem especial atenção, por parte da SATA.

Projectos de âmbito nacional e internacional têm sido alvo de redobrada atenção. De destacar

os apoios concedidos à AMI para a realização das suas missões, e à Kids First Fund, por ocasião

do International Online Travel Auction for Kids, um evento de solidariedade social destinado a

crianças desfavorecidas em regiões pobres de todo o Mundo, no qual a SATA se juntou às

companhias aéreas que todos os anos oferecem mais de 150 passagens aéreas a favor desta

nobre causa, como a AirAsia X, AirTran, Delta, Martinair, SWISS, Avis ou a Choice Hotels.

O compromisso da SATA para com a sociedade não termina nas suas obrigações de prestação

de serviço público ou nos apoios institucionais e patrocínios solicitados, uma vez que, ao longo

do ano, são empreendidas inúmeras acções dirigidas a diferentes grupos.

Todos os anos acontece o programa “Junho Mês da Criança”, que oferece a crianças dos 5 aos

12 anos a oportunidade de viajarem a bordo de um avião da SATA até Lisboa, onde as espera

um dia repleto de actividades, incluindo uma visita ao Jardim Zoológico. Em 2009, foi

seleccionada, por entre a panóplia de escolas que enviaram a sua candidatura, a Escola Básico

do 1º Ciclo com Pré-Escolar do Areeiro, no Funchal. Ainda no contexto do programa, os alunos

da Escola Básica de Vila Franca do Campo foram presenteados com uma visita ao Airbus A320,

no Aeroporto João Paulo II.

Em Outubro, os idosos da Casa do Povo da Fajã de Baixo passaram uma tarde na companhia

da SATA, a propósito de uma visita planeada ao interior de uma aeronave, no Aeroporto João

Paulo II. Uma visita ao cockpit, uma breve explicação dos procedimentos a bordo e um lanche

depositado nas passadeiras de bagagem no final da “viagem” fizeram as delícias do grupo de

idosos, numa acção pontual denominada “Passageiro Sénior”.

No mês de Dezembro, teve lugar o programa “Passageiro Especial”, alusivo ao Dia Nacional da

Pessoa com Deficiência, para o qual foi convidado um grupo de deficientes da Escola dos

Arrifes e um da Associação Aurora Social. Os convidados fizeram uma visita ao interior de um

Airbus A320.

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RELATÓRIO DE GESTÃO

Enquadramento Macroeconómico

Desenvolvimento da Economia Global

A acentuada queda na actividade económica global tem vindo a dar lugar a um gradual

regresso ao crescimento económico nos maiores mercados emergentes e no considerável

grupo de economias ditas “desenvolvidas”.

A contracção no crescimento global, verificada no último trimestre de 2008 e no primeiro de

2009, foi seguida tanto por um crescimento económico e dos mercados internacionais, no

segundo e terceiro trimestres de 2009, estimulado por políticas monetárias e fiscais adoptadas

para combate à recessão, como por melhorias consideráveis nos índices de confiança dos

investidores e consumidores.

Zona Euro

Num contexto dominado pelo progressivo desanuviamento da crise financeira internacional,

as projecções do Eurosistema de Dezembro de 2009, divulgadas no Boletim Mensal do Banco

Central Europeu, baseadas na informação disponível até ao dia 20 de Novembro de 2009,

apontam para que o crescimento da actividade económica na área do euro tenha voltado a

apresentar um valor positivo, no terceiro trimestre de 2009, o que ocorre, pela primeira vez,

desde o início de 2008. Em termos médios anuais, depois de ter crescido 0,5 por cento, em

2008, o PIB na área do euro ter-se-á contraído entre 3,9 e 4,1 por cento, em 2009, devendo

registar um crescimento no intervalo de 0,1 a 1,5 por cento, em 2010, e entre 0,2 e 2,2, em

2011. Esta evolução progressivamente mais favorável da actividade reflectiu, numa primeira

fase, o papel desempenhado por um conjunto de factores interligados, de entre os quais se

destacam a implementação de pacotes de estímulo orçamental, a reposição dos níveis médios

de existências, após a desacumulação registada no passado recente e o crescimento do

comércio internacional. Ao longo do horizonte de projecção, contribuem, ainda, para a gradual

recuperação da actividade económica os efeitos desfasados das medidas de política monetária

e os esforços significativos, no sentido de regularizar o funcionamento do sistema financeiro.

Refira-se, no entanto, que se perspectivam ritmos de crescimento económico bastante

inferiores aos registados antes da recessão, decorrentes da necessidade de reestruturação dos

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balanços em diversos sectores, traduzidos designadamente no fraco crescimento do consumo

privado, numa conjuntura em que também se perspectiva uma fraca criação de emprego.

A projecção para a evolução dos preços no consumidor, elaborada no contexto do mesmo

exercício de projecção, aponta para uma redução significativa da inflação na área do euro, em

2009, medida pela taxa de variação homóloga do IHPC, a qual registou um valor de -0,4 por

cento, no terceiro trimestre, devendo, no entanto, ter regressado a valores positivos no quarto

trimestre. Esta evolução terá estado fortemente associada a efeitos de base relacionados com

quedas passadas dos preços das matérias-primas. Desta forma, a taxa de inflação média anual

deverá ter registado um valor de 0,3 por cento, em 2009, projectando-se um aumento para

valores no intervalo de 0,9 a 1,7 por cento, em 2010, e entre 0,8 e 2,0 por cento, em 2011. A

evolução projectada para 2010 e 2011 reflecte, por um lado, o aumento dos preços das

matérias-primas e dos bens manufacturados ao longo do horizonte de projecção e, por outro,

uma recuperação moderada das margens de lucro, num contexto de moderação salarial e de

aumento da produtividade associado à progressiva recuperação da actividade económica.

O enquadramento externo da actual projecção contempla uma queda do indicador de procura

externa dirigida à economia portuguesa de cerca de 13 por cento, em 2009, depois de um

crescimento de 0,4 por cento, em 2008, o que representa uma situação totalmente atípica. A

actual projecção para o enquadramento internacional aponta para uma recuperação gradual

do comércio internacional e da procura externa dirigida às empresas a operar em Portugal, a

partir do terceiro trimestre de 2009, num contexto de desanuviamento das tensões nos

mercados financeiros internacionais, recuperação dos níveis de confiança dos agentes

económicos e progressivo aumento da procura e da actividade económica mundial. Esta

evolução implica um crescimento do indicador de procura externa relevante para Portugal de

1,9 por cento, em 2010, e de 3,2 por cento, em 2011.

Região Autónoma dos Açores

No último trimestre de 2009, tal como no trimestre anterior, verificou-se uma diminuição

homóloga do emprego, embora a um ritmo mais atenuado do que o verificado no conjunto do

País. Os diferentes sectores da actividade económica regional registaram comportamentos

diferenciados. Assim, de acordo com os indicadores disponíveis e à semelhança do 3º

trimestre, a indústria e a agricultura devem ter mantido uma evolução positiva, enquanto a

construção e o turismo devem ter tido variações negativas.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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A avaliar pela evolução da quantidade de leite entregue nas fábricas, há a registar o bom

desempenho do sector agrícola e, tendo presente as variações positivas da produção dos

principais produtos lácteos, também o sector transformador deve ter evoluído

favoravelmente. De mencionar ainda, no sector dos serviços, o aumento homólogo do

emprego verificado neste sector (3,1%).

Em sentido oposto, manteve-se a evolução negativa nos sectores da pesca e da construção, a

avaliar pelo comportamento das vendas de cimento e da variação homóloga do emprego (-

5,6%), bem como no turismo e comércio automóvel, a avaliar pela redução, quer das dormidas

em estabelecimentos hoteleiros, quer da venda de automóveis.

Em termos anuais, de acordo com a evolução de dois indicadores indirectos de actividade

económica, taxa de desemprego e consumo de energia, o desempenho da economia regional,

no ano de 2009, continuou a ser globalmente mais favorável do que o verificado a nível

nacional, na sequência do que vem sucedendo desde 2001.Com efeito, segundo as contas

trimestrais do INE, a economia nacional deve ter registado uma diminuição homóloga de 0,8%,

no 4º trimestre de 2009, e uma contracção homóloga de 2,7% em volume, para o conjunto do

ano de 2009.

A taxa de desemprego regional, 7,1%, no 4º trimestre, e 6,8%, no total de 2009, corresponde,

em ambos os casos, a um aumento face ao trimestre homólogo e ao ano anterior,

continuando, mesmo assim, as mais baixas taxas de desemprego de todas as regiões do país,

logo, da taxa de desemprego nacional, 10,1%, no 4º trimestre, e 9,5% anual.

A taxa média anual de inflação foi de 0,8%, em 2009 (1,6 p.p. mais elevada do que a média

nacional), registando uma acentuada tendência descendente, confirmada pela taxa de 0,6%.

Em Janeiro, a taxa homóloga apresentou uma variação de 0,4%, superior em 0,5 p.p. à taxa

correspondente a nível nacional.

Economia Portuguesa

As perspectivas para a economia portuguesa, ao longo do horizonte de projecção, são

marcadas por uma recuperação gradual e moderada da actividade à escala global, após o

quadro recessivo sem precedentes históricos recentes, que se acentuou no final de 2008.

Neste contexto, a adopção atempada de medidas de estímulo monetário, orçamental e de

apoio ao sistema financeiro – em alguns casos de forma coordenada – terá sido decisiva para a

redução da volatilidade e dos níveis de aversão ao risco dos agentes económicos, contribuindo

para limitar a contracção da actividade económica, evitar uma espiral de efeitos sistémicos

17

potencialmente nefastos para a economia mundial e criar as condições para que uma

recuperação gradual se iniciasse no segundo semestre de 2009. Para 2010 e 2011 persiste uma

elevada incerteza e riscos globalmente descendentes para a actividade económica mundial.

Estes riscos decorrem tanto do possível impacto sobre a procura da inevitável reversão das

medidas de estímulo implementadas pelas autoridades, como dos possíveis efeitos da crise

financeira sobre o nível de equilíbrio da actividade económica e sobre a própria dinâmica de

crescimento do produto potencial das economias.

Uma pequena economia aberta, plenamente integrada em termos económicos e financeiros,

como é o caso de Portugal, não poderia deixar de ser fortemente afectada por estes

desenvolvimentos, pelo que as perspectivas para o crescimento económico, no período 2009-

2011, devem ser interpretadas à luz deste enquadramento internacional. Adicionalmente, a

economia portuguesa tem evidenciado um conjunto de fragilidades de natureza estrutural, as

quais têm limitado o seu crescimento potencial ao longo da última década, num contexto de

aumento da concorrência nos mercados internacionais e integração crescente das economias

de mercado emergentes com um padrão de exportações semelhante ao da economia

portuguesa. Isto reflecte-se, por um lado, num crescimento limitado da produtividade total

dos factores, a que não será alheio o baixo nível de qualificação da população activa, e, por

outro, num baixo contributo do factor trabalho para o crescimento decorrente do aumento do

desemprego estrutural, o qual tenderá a persistir num contexto de fraco dinamismo da

procura e de baixa mobilidade no mercado de trabalho, também condicionado pelo nível de

capital humano. Estas fragilidades, em conjunto com os desafios colocados pelo novo

enquadramento financeiro internacional decorrente da crise financeira, tenderão a limitar o

crescimento da actividade económica no médio prazo. Neste contexto, perspectiva-se um

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0.7 por cento, em 2010, e de 1.4 por cento, em

2011, depois de uma contracção de 2.7 por cento, em 2009.

Estados Unidos da América

De acordo com as últimas análises, o crescimento do PIB americano atingiu os 2,8 por cento,

no terceiro trimestre de 2009, mais 2,1 por cento do que o verificado no segundo trimestre do

mesmo ano, que se manteve inferior a 1 por cento.

A recuperação da actividade económica assentou em três factores de destaque: o incremento

do consumo interno, do investimento do sector imobiliário e do volume de exportações.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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No próximo ano, conjecturam-se melhorias no panorama económico-financeiro norte-

americano, pois o efeito combinado da estabilização dos mercados financeiros, dos estímulos

financeiros/fiscais concedidos e da recuperação da produção de bens e serviços deverá

afiançar um crescimento positivo.

No entanto, é importante realçar a sensibilidade da recuperação económica a factores

diversos como a instabilidade e precariedade do mercado de trabalho, o endividamento

excessivo e o definhamento das poupanças das famílias, a maior exigência e rigor por parte

dos bancos na concessão de financiamento, cujos efeitos entravam o crescimento económico

por via da deterioração do consumo interno.

Ásia – Japão e novas economias emergentes

A retoma económica surge no Japão no terceiro trimestre de 2009 com um crescimento do PIB

na ordem dos 1,2 por cento, valor trimestral mais alto dos últimos dois anos, consequência do

incremento no volume de exportações e de consumo interno e, sobretudo, da implementação

de medidas governamentais de estímulo fiscal.

No curto prazo, espera-se uma moderação na evolução dos índices de crescimento económico,

suportado, essencialmente, por um crescimento no volume das exportações.

No que respeita às novas potências asiáticas, a retoma da crise vivida durante o final de 2008 e

2009 continuou durante o último trimestre de 2009.

Enquanto o volume das exportações, principal motor do crescimento económico desta zona,

continua abaixo do nível registado durante o Verão de 2008, vários factores têm contribuído

para um crescimento da procura interna, e, consequentemente, da actividade económica

desta zona do globo, tais como os estímulos fiscais e politicas monetárias expansionistas,

desenvolvimento dos mercados de activos e imobiliário, bem como um crescimento nos níveis

de criação de emprego.

Na grande parte das economias emergentes asiáticas, a recuperação económica assentou

essencialmente em estímulos macroeconómicos sobre os quais prevalece ainda alguma

incerteza sobre as perspectivas de recuperação da envolvente económica externa.

Outro factor gerador de incerteza é a aceleração gradual das taxas de inflação em vários países

asiáticos, influenciando a procura interna, nomeadamente nos mercados financeiros e

imobiliários.

19

A economia chinesa registou um crescimento do PIB de 8,9 por cento, no final de 2009, mais

1,8 por cento do que o registado na primeira metade do ano.

O PIB coreano voltou a terrenos positivos, durante o segundo semestre de 2009, com um

crescimento de 0,6 por cento, em relação ao ano anterior, recuperando, assim, de uma queda

de 2,2 por cento verificada nos primeiros meses de 2009, fruto dos incrementos no consumo e

investimento interno.

A actividade económica indiana revelou robustez com um crescimento de PIB na ordem dos

2%, face ao primeiro semestre de 2009.

América Latina

Na América do Sul começam a vislumbrar-se alguns sinais de uma recuperação económica

gradual, apesar de ainda se fazerem sentir os efeitos da crise global. O crescimento económico

advém de medidas nacionais de estímulo ao consumo interno e criação de valor acrescentado,

associado a uma boa performance dos mercados financeiros.

Com as exportações ainda abaixo dos níveis anteriores, a sustentabilidade económica desta

zona do globo depende, em grande parte, da evolução e desenvolvimento da envolvente

externa.

Outras economias Europeias

Na maioria das economias europeias fora da zona EURO a situação económica tende para a

estabilização.

A economia Sueca apresentou, no final do 3º trimestre de 2009, uma taxa de crescimento do

PIB de 0,2 por cento, recuando 0,1 por cento, face ao crescimento verificado no 2º trimestre.

Na Dinamarca verificou-se, no mesmo período, um acréscimo de 0,6 por cento, face ao recuo

de 2,3 por cento, no segundo trimestre.

Na Europa Central e Leste, as economias de maior relevo apresentam indicadores de melhoria.

Em comparação com o 2º trimestre, a contracção do PIB real foi menor na Hungria e na

Roménia, com -1,8 e -0,6 por centro, enquanto na Polónia e na República Checa se registaram

crescimentos de 0,5 e 0,8 por cento, respectivamente.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

20

ANÁLISE DO SECTOR DO TRANSPORTE AÉREO

O ano de 2009 ficará na História como um dos anos mais difíceis de sempre para a indústria do

transporte aéreo. A recessão económica à escala global teve um impacto significativo no

sector, motivando, segundo as estimativas da IATA, perdas totais que ascenderam a 9,4 mil

milhões de USD.

As duas metades de 2009 corresponderam, grosso modo, a duas fases distintas para o sector.

No primeiro semestre, deu-se a inversão da tendência de queda na procura dos mercados de

passageiros, com o ponto mínimo a ter lugar no final do primeiro trimestre e a corresponder a

uma diminuição de 10 por cento no tráfego de passageiros, face ao ano anterior. O segundo

semestre foi pautado por uma recuperação significativa e, no último mês do ano, os RPKs

evoluíram para valores 4,5 por cento, superiores aos de Dezembro de 2008. No entanto,

apesar da forte recuperação registada no segundo semestre, o tráfego de passageiros

acumulado de 2009 foi 2,5 por cento inferior ao registado em 2008.

Numa análise por região, constata-se que a Europa e a América do Norte tiveram quebras na

procura superiores à média global, com o tráfego de passageiros a diminuir 3,3 por cento e 5,2

por cento, respectivamente. Segundo dados da IATA, todas as regiões registaram quedas no

tráfego de passageiros, com a excepção da América Latina, que teve uma variação de 0 por

cento, e o Médio Oriente, onde o sector esteve em notório contraciclo, com um crescimento

de 11,2 por cento no tráfego de passageiros.

Do lado da oferta verificaram-se ajustamentos agressivos da capacidade, especialmente por

parte das transportadoras dos EUA, mas a maioria não foi capaz de acompanhar a quebra da

procura. O gráfico que se segue ilustra a quebra na procura e a diminuição da oferta em 2009,

face a 2008.

Gráfico 1 – Variação da oferta e procura de 2009 vs. 2008

21

Fonte: IATA

Na tentativa de atenuar a quebra da procura, as transportadoras optaram por reduzir as

tarifas, em especial nos segmentos premium, o que se traduziu numa substancial diminuição

das yields.

Ao nível dos custos, há a referir a diminuição do preço do jet fuel, em especial no final de 2008

e início de 2009. No entanto, essa queda repentina não beneficiou algumas das

transportadoras que, em virtude das estratégias de hedging adoptadas, compraram

combustível a preços superiores aos do mercado spot. Apesar de ter sido um ano em que os

preços de combustível se encontraram em valores consideravelmente inferiores aos de 2008,

estes permaneceram, no entanto, acima dos preços de 2004/2005. Na segunda metade do

ano, assistiu-se a uma ligeira, mas consistente, subida do preço do jet fuel e o ano terminou

com o barril a custar 88USD, o que representa um aumento de 44 por cento, face aos preços

do início de 2009, sendo, no entanto, um valor ainda inferior à média de 2008.

No que respeita às frotas das transportadoras, apesar da crise, assistiu-se um número recorde

de entrega de novas aeronaves, com as empresas a adquirirem mais 1000 aparelhos novos.

Em suma, 2009 foi um ano de avultados prejuízos para o agregado da indústria e de

delapidação de valor para os accionistas que, apesar dos desafios e baixa rendibilidade

histórica deste negócio, continuam a investir no sector.

Previsões para 2010

A recuperação económica não tem sido uniforme nos diferentes países e mercados. Nas

economias emergentes, a produção industrial e o consumo têm apresentado fortes taxas de

crescimento mas, nas grandes economias desenvolvidas, a recuperação tem sido mais

modesta. Nestas últimas, os elevados índices de endividamento das famílias têm obrigado a

um grande esforço no reembolso dos empréstimos, o que tem provocado uma diminuição do

rendimento disponível para consumo e viagens. A contribuir para o agravamento desta

situação estão, também, os bancos que apresentam fracos rácios de liquidez e, por isso, estão

mais cautelosos na concessão de empréstimos. De facto, as economias desenvolvidas poderão

enfrentar um longo período de recuperação económica, dado que os planos de estímulo fiscal

e monetário irão ser revertidos ao longo dos próximos dois anos.

Apesar do contexto económico pouco favorável, a performance financeira das transportadoras

aéreas mostrou sinais de melhoria, a partir do terceiro trimestre de 2009, depois de um

período de deterioração durante a primeira parte do ano. A saída da recessão e o forte

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

22

crescimento económico dos mercados emergentes, impulsionou, primeiro, o transporte de

carga e, em seguida, o transporte de passageiros. No entanto, as yields estão a demorar a

recuperar das descidas verificadas no início de 2009 e o preço do jet fuel tem vindo a subir de

forma gradual. Os load factors estão em níveis pré-recessão mas, devido à expansão das

frotas, a utilização das aeronaves apresenta níveis muito baixos.

Em termos de resultados, inicialmente, as previsões da IATA apontavam para perdas globais,

em 2010, de 3,8 mil milhões de USD, mas esse número foi revisto para 2,8 mil milhões de USD,

devido à revisão em alta do crescimento económico e do volume de tráfego. Apesar da

melhoria dos indicadores, em especial ao nível da procura, os benefícios do aumento de

tráfego são esbatidos pelo aumento da capacidade disponível, aumento do preço do jet fuel e

pelas pressões negativas que continuam a afectar as yields.

O quadro abaixo apresenta, por região, o resumo dos resultados operacionais e resultados

líquidos esperados para 2010.

Tabela 1 – Resultados Operacionais e Resultados Líquidos da Indústria do transporta Aéreo

Transportadoras Aéreas 2007 2008 2009E 2010F 2007 2008 2009E 2010F

EBIT margem, % dos proveitos Resultados Líquidos (milhares de milhões)

Global 3,9% -1,6% -0,1% 1,6% 12,9 -15,9 -9,4 -2,8

Regiões

América do Norte 5,5% -1,8% 1,3% 1,9% 3,7 -9,5 -3,1 -1,8

Europa 4,0% 0,1% -1,9% -0,6% 6,4 0,1 -3,8 -2,2

Ásia - Pacífico 2,9% -4,7% 0,0% 3,7% 3,0 -5,0 -2,7 0,9

Médio Oriente 0,0% 1,0% -0,9% 0,2% -0,1 -0,3 -0,5 -0,4

América Latina 2,0% 2,3% 3,9% 4,1% 0,1 -1,2 0,8 0,8

África 1,0% -0,9% -1,7% -0,6% -0,2 -0,1 -0,2 -0,1

Fonte: IATA

De acordo com os valores do quadro, a indústria irá gerar, em 2010, um retorno do capital

investido (ROIC) pouco superior a 2 por cento, ficando abaixo da média dos períodos

intercalares dos ciclos económicos e daquilo que a maioria dos investidores considera a

performance mínima requerida, ou seja, pelo menos o equivalente ao custo de capital da

indústria, que rondará os 8% em 2010.

Com um ROIC muito inferior ao custo de capital, irão existir dificuldades para as

transportadoras que necessitem de aumentar os seus capitais próprios, para reparar os danos

23

causados nos seus balanços pela recessão, e de implementar reestruturações de grande

escala.

No que concerne aos custos com combustível, a previsão é um preço médio por barril de jet

fuel de 75USD, o que irá colocar alguma pressão nos cash-flows, fruto dos constrangimentos

ainda existentes ao nível das yields.

Ao nível dos cash-flows operacionais, constata-se que têm estado em níveis equivalentes a

apenas um terço da geração normal de liquidez. No entanto, com a melhoria da situação dos

mercados financeiros, no final de 2009, as transportadoras aproveitaram para angariar capital,

através do aumento da dívida e da realização de aumentos de capital próprio. Até Outubro de

2009, as empresas angariaram 25 mil milhões de USD nos mercados de capitais, aos quais se

juntaram mais 13 mil milhões de USD provenientes da venda de aeronaves e de leasebacks. As

transportadoras estão a optar, também, por adiar o recebimento de novos aviões, o que

denota uma estratégia de manutenção de níveis de liquidez confortáveis.

Em suma, o ano de 2010 será um ano de recuperação, face ao exercício de 2009, mas será,

ainda, um ano de resultados negativos para muitas das transportadoras. Aparentemente, a

estratégia da maioria das transportadoras passará por acautelar uma baixa exposição ao risco.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

24

Análise Económico-Financeira

Proveitos

2009

Prest. de Serv.2%

Prov. Fin.98%

2008

Prest. de Serv.98%

Prov. Ext.2%

Proveitos (mil Euros) 2007 2008 2009

Prestação de Serviços 5 20 20

Proveitos Financeiros 4.991 0 1.035

Proveitos Extraordinários 0 0 0

Total de Proveitos 4.996 20 1.055

4.996

20 1.055

2007 2008 2009

Evolução dos Proveitos (m€)

25

Custos

2009

C. c/ Pessoal

98%

Custos Fin.2%

2008

Outros Custos Op.

5%

Custos Fin.95%

Custos (mil Euros) 2007 2008 2009

Fornecimentos e Serviços Externos 2,35 17,70 12,13

Custos com Pessoal 0,00 0,00 17,29

Outros Custos Operacionais 0,00 0,00 0,02

Custos Financeiros 0,02 2.979,39 0,29

Custos Extraordinários 0,00 0,20 0,00

Total de Custos 2,38 2.997,29 29,73

2,38

2.997,29

29,73

2007 2008 2009

Evolução dos Custos (m€)

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

26

O volume de Proveitos apresentou uma melhoria significativa, face aos dois exercícios

anteriores, por força do crescimento dos proveitos financeiros, derivados dos resultados das

restantes empresas do Grupo SATA.

A variação de maior relevo foi a assinalada no volume de Proveitos Financeiros, que totalizou

mais de um milhão de euros, em relação ao ano anterior.

No total dos Custos verificou-se um decréscimo acentuado, graças à diminuição dos Custos

Financeiros, fruto da melhoria dos Resultados das restantes empresas do Grupo SATA, face a

2008.

Evolução de Resultados obtidos no triénio 2007-2009 (milhares de euros)

3 2 -9

4.993

-2.977

1.025

2007 2008 2009

Resultado Operacional

Proveitos (mil Euros) 2007 2008 2009

Prestação de Serviços 5 20 20

Proveitos Financeiros 4.991 0 1.035

Proveitos Extraordinários 0 0 0

Total de Proveitos 4.996 20 1.055

Custos (mil Euros)

Fornecimentos e Serviços Externos 2,35 17,70 12,13

Custos com Pessoal 0,00 0,00 17,29

Outros Custos Operacionais 0,00 0,00 0,02

Custos Financeiros 0,02 2.979,39 0,29

Custos Extraordinários 0,00 0,20 0,00

Total de Custos 2,38 2.997,29 29,73

Resultado 4.994 -2.977 1.025

Foi por força dos Proveitos Financeiros que assistimos a uma melhoria significativa dos

resultados, em 2009, face ao verificado em 2008, fruto da progressiva melhoria do

comportamento das subsidiárias, no ano passado.

27

Activo, Capital Próprio e Situação Financeira

O crescimento registado no valor do Activo resultou do aumento do valor registado na rubrica

de Investimentos Financeiro em Partes de Capital de Empresas do Grupo.

32.708

29.506

30.655

2007 2008 2009

CAPITAL PRÓPRIO

O incremento verificado na rubrica de Capital Próprio proveio do crescimento nas rubricas de

Ajustamento de Partes de Capital em Filiais e Associadas e da aplicação do Resultado Liquido

positivo registado no exercício de 2009.

32

84 89

2007 2008 2009

PASSIVO

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

28

A evolução do Passivo da SATA S.G.P.S não registou uma variação relevante, face a 2008.

O crescimento verificado deveu-se a um incremento na rubrica de Acréscimo de Custos.

Estrutura Financeira

Estrutura Financeira 2007 2008 2009

Endividamento 0,10% 0,29% 0,29%

Autonomia financeira 99,90% 99,71% 99,71%

No caso da SATA S.G.P.S, foi clara a predominância do recurso ao investimento por Capitais

Próprios, em detrimento do recurso a Capitais Alheios, com impacto visível nos indicadores de

Endividamento e Autonomia Financeira.

Indicadores de Rendibilidade

Rendibilidade 2007 2008 2009

Rendibilidade Operacional 52,97% 11,48% -47,20%

Rendibilidade dos Capitais Próprios 0,02% -0,01% 0,00%

Rendibilidade do Activo 0,02% -0,01% 0,00%

O indicador de Rendibilidade Operacional apresentou uma diminuição, face a 2008, em

consequência da deterioração dos Resultados Operacionais, fruto do incremento de 66% dos

Custos Operacionais.

A melhoria nos Resultados de 2009, face aos verificados em 2008, foi a principal responsável

pelo incremento de 1p.p nos indicadores de Rendibilidade de Capitais Próprios e Activo.

29

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

Nos termos das disposições legais e estatuárias, o Conselho de Administração da SATA S.G.P.S

declara que, tanto quanto é do seu conhecimento, a informação constante na documentação

de prestação de contas foi elaborada em conformidade com as normas contabilísticas

aplicáveis, dando uma imagem verdadeira do activo e do passivo, da situação financeira e dos

resultados da SATA S.G.P.S, e que o Relatório de Gestão expõe fielmente a evolução dos

negócios, do desempenho e da posição da Empresa.

Nos termos das disposições em vigor, propõe-se que o Resultado Liquido dos Exercício -

positivo de 1.024.805,03 euros – seja aplicado do seguinte modo:

Resultados Transitados 973.564,78€

Reserva Legal 51.240,25€

1.024.805,03€

Ponta Delgada, 27 de Abril de 2010.

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

(Administradora)

Luis Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

30

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

31

2009 2008

Activo Amortizações Activo Activo

Activo Notas bruto e ajustamentos líquido líquido

IMOBILIZADO:

Investimentos financeiros

Partes de capital em empresas do grupo 10 30.667.793 - 30.667.793 29.508.962

CIRCULANTE

Dívidas de terceiros - curto prazo

Empresas do grupo 16 19.571 19.571 23.250

Estado e outros entes públicos 48 37.845 37.845 40.099

Outros devedores 13.780 13.780 1

71.196 - 71.196 63.350

Depósitos bancários e caixa

Depósitos bancários 49 5.080 5.080 10.269

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS:

Custos Diferidos - - 7.597

Total do activo 30.744.069 - 30.744.069 29.590.178

(Montantes expressos em Euros)

BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

O anexo faz parte integrante deste balanço em 31 de Dezembro de 2009.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

32

Capital próprio Notas 2009 2008

CAPITAL PRÓPRIO:

Capital 36, 37 e 40 18.000.000 18.000.000

Prémios de emissão de acções 40 3.315.342 3.315.342

Ajustamentos de partes de capital em filiais e associadas 40 1.403.404 1.278.771

Reserva legal 40 494.445 494.445

Resultados transitados 40 6.417.205 9.394.463

Resultado líquido do exercício 40 1.024.805 (2.977.258)

Total do capital próprio 30.655.201 29.505.763

PASSIVO:

Dívidas a terceiros a curto prazo

Fornecedores, conta corrente 171 4.963

Empresas do grupo 16 67.374 78.212

Estado e outros entes públicos 48 1.321 1.240

Outros credores 2.712 -

71.578 84.415

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS:

Acréscimos de custos 50 17.290 -

Total do passivo 88.868 84.415

Total do capital próprio e do passivo 30.744.069 29.590.178

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes expressos em Euros)

O anexo faz parte integrante deste balanço em 31 de Dezembro de 2009.

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS

António Jorge Ferreira da Silva

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

(Administradora)

Luis Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

33

CUSTOS E PERDAS Notas 2009 2008 PROVEITOS E GANHOS

Fornecimentos e seviços externos 12.133 17.700

Custos com pessoal 50 17.290 -

Impostos 16 4

(A) 29.439 17.704

Perdas em empresas do grupo e associadas 45 - 2.979.177

Juros e custos similares 45 287 287 212 2.979.389

(C) 29.726 2.997.093

Custos e perdas extraordinárias - 200

(E) 29.726 2.997.293

Imposto sobre o rendimento do exercício 6 e 48 - 450

(G) 29.726 2.997.743

Resultado líquido do exercício 1.024.805 (2.977.258)1.054.531 20.486

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR NATUREZAS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes expressos em Euros)

O anexo faz parte integrante da demonstração dos resultados por naturezas em 31 de Dezembro de 2009.

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

34

PROVEITOS E GANHOS Notas 2009 2008

Prestações de Serviços 16 20.000 20.000

(B) 20.000 20.000

Ganhos em empresas do grupo e associadas 10 e 45 1.034.198 -

Outros Juros e Proveitos similares 45 333 1.034.531 - -

(D) 1.054.531 20.000

Proveitos e ganhos extraordinários - 486

(F) 1.054.531 20.486

Resultados operacionais (B)-(A) (9.439) 2.296

Resultados financeiros: (D)-(B)-(C)-(A) 1.034.244 (2.999.389)

Resultados correntes: (D) - (C) 1.024.805 (2.997.093)

Resultados antes de impostos: (F) - (E) 1.024.805 (2.976.808)

Resultado líquido do exercício: (F) - (G) 1.024.805 (2.977.258)

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR NATUREZAS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

(Montantes expressos em Euros)

O anexo faz parte integrante da demonstração dos resultados por naturezas em 31 de Dezembro de 2009.

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS

António Jorge Ferreira da Silva

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

(Administradora)

Luis Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

35

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

(Montantes expressos em Euros)

Notas 2009 2008

Vendas e prestações de serviços 16 20.000 20.000

Custo das vendas e prestações de serviços (29.439) (17.704)

Resultados brutos (9.439) 2.296

Outros proveitos e ganhos operacionais 333 486

Outros custos e perdas operacionais (287) (412)

Resultados operacionais (9.393) 2.370

Ganhos em filiais e associadas 10 e 45 1.034.198 -

Perdas em filiais e associadas - (2.979.177)

Resultados correntes 1.024.805 (2.976.808)

Imposto sobre os resultados correntes 6 e 48 - 450

Resultados líquidos 40 1.024.805 (2.977.258)

Resultado por acção 0,285 N/A

O anexo faz parte integrante da demonstração dos resultados por funções para o exercício findo em

31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

31 de Dezembro de 2009.

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS

António Jorge Ferreira da Silva

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

(Administradora)

Luis Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

36

SATA - SOCIEDADE DE TRANSPORTES AÉREOS, SGPS, S.A.

(Montantes expressos em Euros)

Notas 2009 2008

ACTIVIDADES OPERACIONAIS

Resultado líquido do exercício 40 1.024.805 (2.977.258)

Aplicação método de equivalência patrimonial 10 (1.034.198) 2.979.177

Aumento das dívidas de terceiros (7.848) (63.192)

Aumento das dívidas a terceiros (12.835) 52.419

(Aumento)/Diminuição dos custos diferidos 7.597 (2.597)

Aumento dos acréscimos de custos 50 17.290 -

Fluxos das actividades operacionais (1) (5.189) (11.451)

Variação de caixa e seus equivalentes (1) (5.189) (11.451)

Efeito das diferenças de câmbio - -

Caixa e seus equivalentes no início do período 49 10.269 21.720

Caixa e seus equivalentes no fim do período 49 5.080 10.269

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM

31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2008

31 de Dezembro de 2009.

O anexo faz parte integrante da demonstração dos fluxos de caixa para o exercício findo em

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS

António Jorge Ferreira da Silva

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

(Administradora)

Luis Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

37

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009

(Montantes expressos em Euros - €)

NOTA INTRODUTÓRIA

Pelo Decreto Legislativo Regional nº 23/2005/A foi constituída, em 7 de Abril de 2006, a SATA -

Sociedade de Transportes Aéreos, SGPS, S.A. (“Empresa”). A Empresa tem sede na Avenida Infante

D. Henrique, nº 55 – 2º andar, em Ponta Delgada, tendo por objecto social a gestão integrada, sob

forma Empresarial, da carteira de participações da Região Autónoma dos Açores no sector do

transporte aéreo, assim como, através das empresas participadas de objecto especializado, a

exploração da actividade de transporte aéreo de passageiros, carga e correio, a exploração de

actividades relacionadas com viagens e turismo, com a manutenção de aeronaves, com a

assistência em escala ou handling e com a gestão de infra-estruturas aeroportuárias. A Empresa

rege-se por aquele diploma, pelos seus estatutos e, em tudo o que neles não estiver previsto, pelas

normas aplicáveis às Empresas públicas e às sociedades gestoras de participações sociais.

As demonstrações financeiras da empresa, em 31 de Dezembro de 2009, estão ainda sujeitas a

aprovação pela Região Autónoma dos Açores, na sua qualidade de accionista único.

As notas que se seguem respeitam a numeração sequencial definida no Plano Oficial de

Contabilidade. As notas cuja numeração foi omitida neste anexo não são aplicáveis à Empresa ou a

sua apresentação não é relevante para a leitura das demonstrações financeiras anexas.

3 - BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS

As demonstrações financeiras anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade das

operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa, mantidos de acordo com

princípios de contabilidade geralmente aceites em Portugal.

Estas demonstrações financeiras reflectem, apenas, as contas individuais da Empresa, preparadas

nos termos legais para aprovação em assembleia-geral de accionistas. A Empresa irá, contudo,

preparar demonstrações financeiras consolidadas, para apresentação e aprovação em separado,

dado que, em 31 de Dezembro de 2009, apesar de apenas deter 43,79% do capital social da SATA

Air Açores – Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos, S.A., no seguimento do Despacho Conjunto

da Região Autónoma dos Açores, datado de 28 de Dezembro de 2009, na Assembleia Geral Anual

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

38

referente ao exercício de 2009 da SATA Air Açores, realizada em 26 de Abril de 2010, foi deliberado

extinguir as acções do capital subscrito pela Região Autónoma dos Açores, referentes a 53,21% do

capital daquela participada, pelo que o controlo efectivo da totalidade do capital daquela

participada, em 31 de Dezembro de 2009, pertencia à Empresa.

Os principais critérios valorimétricos utilizados na preparação das demonstrações financeiras foram

os seguintes:

a) Investimentos financeiros

Os investimentos financeiros em empresas do grupo e associadas são registados pelo método de

equivalência patrimonial, sendo as participações inicialmente contabilizadas pelo custo de

aquisição, o qual foi acrescido ou reduzido do valor proporcional à participação nos capitais

próprios dessas Empresas, reportado à data de aquisição ou da primeira aplicação do método da

equivalência patrimonial.

De acordo com o método da equivalência patrimonial, as participações financeiras são ajustadas,

anualmente, pelo valor correspondente à participação nos resultados líquidos das empresas do

grupo e associadas por contrapartida de ganhos ou perdas do exercício. Adicionalmente, os

dividendos recebidos destas Empresas são registados como uma diminuição do valor dos

investimentos financeiros.

As demonstrações financeiras de entidades estrangeiras são convertidas para Euros, utilizando as

taxas de câmbio em vigor à data do balanço, e os custos e proveitos dessas demonstrações

financeiras são convertidos para Euros, utilizando a taxa de câmbio média no exercício. A variação

cambial resultante é registada no capital próprio na rubrica “Ajustamentos de partes de capital”.

b) Especialização de exercícios

A Empresa regista as suas receitas e despesas de acordo com o princípio da especialização de

exercícios pelo qual as receitas e despesas são reconhecidas à medida em que são geradas,

independentemente do momento em que são recebidas ou pagas. As diferenças entre os

montantes recebidos e pagos e as correspondentes receitas e despesas geradas são registadas nas

rubricas de “Acréscimos e diferimentos” (Nota 50).

39

6. IMPOSTOS

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por

parte das autoridades fiscais, durante um período de quatro anos (dez anos para a Segurança

Social, até 2000, inclusive, e cinco anos a partir de 2001), excepto quando tenham havido prejuízos

fiscais, tenham sido concedidos benefícios fiscais, ou estejam em curso inspecções, reclamações ou

impugnações, casos estes em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são alongados ou

suspensos. Deste modo, as declarações fiscais da empresa dos anos de 2006 a 2009 poderão, ainda,

vir a ser sujeitas a revisão.

O Conselho de Administração da Empresa entende que eventuais correcções resultantes de

revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais àquelas declarações de impostos não poderão

ter um efeito significativo nas demonstrações financeiras, em 31 de Dezembro de 2009.

Nos termos do artigo 81º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, a

empresa encontra-se sujeita, adicionalmente, a tributação autónoma sobre um conjunto de

encargos às taxas previstas no artigo mencionado.

10. MOVIMENTO DO ACTIVO IMOBILIZADO

Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o movimento ocorrido no valor dos

investimentos financeiros foi o seguinte:

Activo bruto

Rubricas Saldo inicial

Aplicação do

método da

equivalência

patrimonial Saldo final

Investimentos financeiros:

Partes de capital em empresas do grupo 29.508.962 1.158.831 30.667.793

No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o movimento ocorrido nos investimentos

financeiros decorreu da aplicação do método da equivalência patrimonial, conforme segue:

Ganhos em empresas de grupo (Nota 45) 1.034.198

Ajustamento de partes de capital em filiais e associadas (Nota 40) 124.633

1.158.831

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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Em 31 de Dezembro de 2009, a Empresa detinha 43,79% do capital da subsidiária SATA Air Açores –

Sociedade Açoriana de Transportes, S.A. (“SATA Air Açores”), cujas demonstrações financeiras

apresentam os seguintes montantes:

Resultado

Capital líquido do Percentagem Valor de

Activo próprio Proveitos exercício participação balanço

Sata Air Açores 111.664.007 30.667.793 68.351.403 1.034.198 43,79% 30.667.793

Embora a Empresa detenha apenas 43,79% do capital da sua subsidiária, conforme referido na Nota

3, o resultado líquido do exercício de 2009 da participada SATA Air Açores foi apropriado a 100%

pela Empresa.

16. EMPRESAS DO GRUPO

Os saldos e as transacções com empresas do grupo, no exercício de 2009, foram os seguintes:

Saldos Transacções

Empresas Empresas

do grupo do grupo

(Saldos (Saldos Prestações

devedores) credores) de serviços

Sata Air Açores - 67.374 20.000

Sata Internacional 19.571 - -

19.571 67.374 20.000

36. COMPOSIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

Em 31 de Dezembro de 2009, o capital da Empresa, totalmente subscrito e realizado, era composto

por 3.600.000 acções, com o valor nominal de 5 Euros cada.

37. DETENTOR DO CAPITAL

Em 31 de Dezembro de 2009, o capital social era detido na sua totalidade pela Região Autónoma

dos Açores.

40. VARIAÇÃO NAS RUBRICAS DE CAPITAL PRÓPRIO

O movimento ocorrido nas rubricas de capital próprio, durante o exercício findo em 31 de

Dezembro de 2009, foi como segue:

41

Rubrica Saldo inicial Aumentos Transferências Saldo final

Capital 18.000.000 - - 18.000.000

Prémios de emissão de acções 3.315.342 - - 3.315.342

Ajustamentos de partes de capital em filiais e associadas 1.278.771 124.633 - 1.403.404

Reserva legal 494.445 - - 494.445

Resultados transitados 9.394.463 - (2.977.258) 6.417.205

Resultado líquido do exercício (2.977.258) 1.024.805 2.977.258 1.024.805

29.505.763 1.149.438 - 30.655.201

O aumento ocorrido na rubrica de “Ajustamentos de partes de capital em filiais e associadas”, no

montante de € 124.633 (Nota 10), decorreu do efeito da conversão para Euros das demonstrações

financeiras de subsidiárias da SATA Air Açores expressas em moeda estrangeira.

Reserva legal: A legislação comercial estabelece que, pelo menos, 5% do resultado líquido anual

tem de ser destinado ao reforço da reserva legal até que esta represente pelo menos 20% do

capital. Esta reserva não é distribuível a não ser em caso de liquidação da empresa, mas pode ser

utilizada para absorver prejuízos, depois de esgotadas as outras reservas, ou incorporada no

capital.

Por deliberação da Assembleia Geral de Accionistas, realizada em 26 de Maio de 2009, o resultado

líquido negativo do exercício de 2008, no montante de € 2.977.258, foi transferido para a rubrica

“Resultados transitados”.

45. DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS

Os resultados financeiros dos exercícios de 2009 e 2008 têm a seguinte composição:

2009 2008

Custos e perdas:

Perdas em empresas do grupo - 2.979.177

Diferenças de câmbio desfavoráveis - 119

Outros custos e perdas financeiros 287 93

287 2.979.389

Resultados financeiros 1.034.244 (2.979.389)

1.034.531 -

Proveitos e ganhos:

Ganhos em empresas do grupo (Nota 10) 1.034.198 -

Diferenças de câmbio favoráveis 333 -

1.034.531 -

48. ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS

Em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, os saldos com estas entidades tinham a seguinte composição:

RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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2009 2008

Saldos Devedores

Imposto sobre o Valor Acrescentado 37.845 40.099

Saldos Credores

Imposto sobre o rendimento das pessoas:

-Singulares- IRS- retenção na fonte 886 790

- Colectivas - IRC- Estimativa de imposto 434 450

1.321 1.240

49. ANEXO À DEMONSTRAÇÃO FLUXOS DE CAIXA

A discriminação dos componentes de caixa e seus equivalentes, reconciliando os montantes

evidenciados na Demonstração dos Fluxos de Caixa, com as rubricas do Balanço, é conforme segue:

2009 2008

Depósitos bancários imediatamente imobilizáveis 5.080 10.269

50. ACRÉSCIMOS DE CUSTOS

Em 31 de Dezembro de 2009, a rubrica “Acréscimos de custos”, registava o montante de 17.290

Euros, respeitantes a uma indemnização a pagar a um ex-administrador da Empresa, em virtude de

ter cessado as suas funções antes do período do seu mandato.

43

O Técnico Oficial de Contas

António Jorge Ferreira da Silva

O Conselho de Administração

António José Vasconcelos Franco Gomes de Menezes

(Presidente)

Luísa Maria Estrela Rego Miranda Schanderl

(Administradora)

Isabel Maria dos Santos Barata

(Administradora)

Luís Filipe Soares Borges da Silveira

(Administrador)

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CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

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RELATÓRIO&CONTAS 2009///SATA S.G.P.S

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RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO