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"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Relatório Técnico Final
ESTUDO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS PESCA ARTESANAIS E
MERCADOS NA REGIÃO DE LUANDA – ANGOLA
Projeto ref. N° SA-4.3-B23
Angola
25 de Setembro, 2013
Um projeto implementado por:
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Relatório Técnico Final
ESTUDO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS PESCA ARTESANAIS E
MERCADOS NA REGIÃO DE LUANDA – ANGOLA
Projeto ref. N° SA-4.3-B23
Angola
25 de Setembro, 2013
Um projeto implementado por:
Hélder Silva (Perito Principal)
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Índice AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... 5 SUMÁRIO EXECUTIVO .............................................................................................................. 6 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 8 2. INFORMAÇÃO DE BASE ............................................................................................................. 8 3. COMENTÁRIOS SOBRE OS TERMOS DE REFERÊNCIA ............................................................ 10 4. ABORDAGEM DO PROJECTO, METODOLOGIA E ORGANIZAÇÃO ........................................... 10 5. ORGANIZAÇÃO E MEMBROS DA EQUIPE TÉCNICA ............................................................... 13 6. EXECUÇÃO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA ........................................................................... 14 6.1 IMPLEMENTAÇÃO E DETALHES DE REALIZAÇÃO .................................................................. 17 6.1.1 CAPACITAÇÃO ....................................................................................................................... 17 6.1.2 WORKSHOP NACIONAL FINAL .............................................................................................. 19 7. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES .................................................................................................. 19 8. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................... 20
ANEXOS
ANEXO 1 – TERMOS DE REFERÊNCIAS ...................................................................................................21 ANEXO 2 – PLANO DE TRABALHO E ACTA DA REUNIÃO INAUGRAL ................................................36 ANEXO 3 – LISTAGEM DOS ENCONTROS, CONTACTOS E ITINERÁRIO ..........................................39 ANEXO 4 – FOTOGRAFIAS DAS ACTIVIDADES REALIZADAS .............................................................41 ANEXO 5 – BANNER E NOTA DE IMPRENSA DO WORKSHOP ............................................................47 ANEXO 6 – LISTA DE DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA .......................................................................50 ANEXO 7 – MATERIAL DA CAPACITAÇÃO E WORKSHOP ....................................................................51 ANEXO 8 – LISTA DE PARTICIPANTES CAPACITAÇÃO E WORKSHOP ............................................52 ANEXO 9 – RELATÓRIO PRELIMINAR ............................................................................................ 53
APÊNDICE - ESTUDO SOBRE A CADEIA DE ABASTECIMENTO E MERCADOS DA
PESCA ARTESANAL NA REGIÃO DE LUANDA
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Lista de Tabelas
Tabela 1: Execução do ToR
Tabela 2: Avaliação da Capacitação pelo formandos
Lista de Abreviaturas
ACP Países da África, Caraíbas e Pacífico
AECID Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo
BAD Banco Africano de Desenvolvimento
DNIIP Direcção Nacional de Infra-estrutura e Indústria da Pesca
DNPPRP Direcção Nacional das Pescas e Protecção dos Recursos Pesqueiros
ET Equipa Técnica
EUA Estados Unidos da América
FAO Food and Agricultura Organization
IFAD International Fund for Agriculture Development
INIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
INAIPIT Instituto Nacional de Apoio à Industria Pesqueira e Investigação Tecnológica
IPA Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura
OGE Orçamento Geral do Estado
OP
PA
Organização de Produtores
Pesca Artesanal
PIB Produto Interno Bruto
PMU Project Management Unit
PNUD
PPP
United Nations Development Program
Purchasing Power Parity
SNFPA
TdR
Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueria e da Aquicultura
Termos de Referência
UE União Europeia
URF
UNHD
Unidade Regional de Facilitação ACP Fish II
United Nations Human Development report
VMS
ZEE
Vessel Monitoring System
Zona Económica Exclusiva
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
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AGRADECIMENTOS
O Consultor gostaria de agradecer aos Técnicos do Instituto Nacional de Desenvolvimento da
Pesca Artesanal e Aquicultura (IPA) pelo apoio prestado durante a missão, muito em
particular nas saídas de campo para realização do estudo e organização das acções de
capacitação e do workshop final.
Agradecimento especial é devido ao Director do IPA, Dr Nkosi Luyeye, Chefe de
Departamento de Desenvolvimento e Apoio às Comunidades, Sr. António Chaves, e equipa
técnica Sr. António Torres, Sr. Edgar Costa e Sra. Júlia Catarina, bem como do Dr. Pedro
Afonso responsável da estatística, pelo seu directo envolvimento, interesse demonstrado,
disponibilidade e contribuições importantes para o sucesso deste projecto.
Agradece-se ainda ao Sr. Vincent Rodrigues van Halsema, Gestor de Projectos, Sector de
Desenvolvimento Rural da Delegação da União Europeia em Angola, pelo interesse
demonstrado no estudo realizado, apoio e contactos fornecidos bem como pela informação
facultada de projectos financiados pelo BAD e Cooperação Espanhola.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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SUMÁRIO EXECUTIVO
A produção estimada da pesca artesanal em Angola variou entre cerca de 60 a 100 mil
toneladas/ano no período de 2008 a 2012, com cerca de 40% da produção nacional,
representando a província de Luanda um valor de cerca de 21-28% do total, próximo das 15-
20 mil toneladas/ano.
Entre os principais factores que afectam o sector contam-se a deficiente ou inadequada
conservação, manuseamento e técnicas de processamento, bem como a falta de infra-
estruturas de apoio.
Para superar estes problemas, o Governo através do Instituto de Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e da Aquicultura (IPA) tem vindo a realizar um grande esforço para melhorar os
padrões de qualidade, carecendo ainda de informações e dados detalhados e confiáveis sobre
a cadeia de abastecimento e principais constrangimentos de mercado.
Desta forma foi realizado o presente projecto implementado pela empresa Ecosphere Lda., no
âmbito do contrato de prestação de serviços N.º SA-4.3-B23 celebrado com o Programa ACP
Fish II e financiado pela União Europeia através do 9º Fundo Europeu de Desenvolvimento.
O projeto contou com a elaboração do estudo sobre a cadeia de abastecimento da PA e
mercados em Luanda, realização de um curto programa de 3 dias de formação, 1 dia para
cada uma das comunidades de Cacuaco, Samba e Ingombota e validação do estudo com um
workshop final.
O estudo integrou a análise e identificação de problemas da actual cadeia de abastecimento e
situação do mercado nos municípios de Cacuaco, Samba e Ingombota, incluindo as técnicas
de conservação, manipulação e processamento de pescado e concluiu com recomendação de
técnicas e medidas viáveis para a respectiva melhoria.
O estudo incluiu visitas aos locais piscatórios de desembarques relevantes em Luanda:
Municípios de Cacuaco (Mercado do Mundial e Barra do Bengo), Ingombota (Casa Lisboa,
Trapalhões, Salga e Chicala) e Samba (Mabunda e Buraco). Em complemento realizou-se
uma pesquisa de mercado através de entrevistas a uma amostra de restaurantes, hotéis e
supermercados já que não existem quaisquer dados de mercado publicados ou registados
devido ao facto da actividade da pesca artesanal e mercados ser totalmente informal.
As actividades do projecto foram implementadas através de um processo participativo, que
englobou os técnicos do IPA. A abordagem usada consistiu na aplicação de uma metodologia
de elevada proactividade com a aquisição e cruzamento de informação proveniente de
entrevistas e contactos com os vários intervenientes no sector.
Participação nas acções de capacitação um total de 63 formandos (14 mulheres e 49 homens),
a qual foi avaliada como "muito bom". Os formandos reconheceram a importância da
formação e dos temas abordados mas considera-se fundamental o desenvolvimento das infra-
estruturas necessárias para que se possam aplicar devidamente as técnicas focadas.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
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Conclui-se que os problemas identificados relativamente ao objecto do projecto, suas causas
e soluções, dizem respeito à falta e necessidade de infraestruturas de apoio à descarga e
comercialização do pescado, pelo que sem estas o impacto dos programas de capacitação
sobre boas práticas de higiene e técnicas de conservação, manuseio e processamento de
pescado será diminuto.
Os programas de apoio ao sector da pesca artesanal são afectados em termos de
credibilização pela falta de meios e não consecução de projectos planeados. As estatísticas de
produção da pesca artesanal são também claramente afectadas pela falta de meios, e por
vezes de organização ao nível provincial, que impedem uma recolha de dados de qualidade
para tratamento estatístico adequado.
Recomenda-se também a realização de programas de capacitação sobre boas práticas de
higiene e técnicas de conservação, manuseio e processamento de pescado para pescadores e
peixeiras conforme também indicado pelo estudo realizado, todavia o sucesso destes
dependem efectivamente das necessárias infra-estruturas.
O IPA deverá ser suportado com o fornecimento de meios de forma a cumprir integralmente
com o seu mandato de apoio ao desenvolvimento do sector. Para tal recomenda-se também a
realização dos projectos e intervenções no sector incluindo os anteriormente delineados e
analisados no estudo. Igualmente se recomenda a disponibilização dos meios necessários ao
nível provincial de modo a possibilitar uma boa implementação dos programas de
amostragem e obtenção de dados do IPA.
Para um efectivo desenvolvimento do sector é imperiosa a disponibilização de terrenos e a
construção de infra-estruturas de apoio às descargas e comércio da PA. Para tal é essencial
atender aos seguintes aspectos:
Que os resultados do estudo, validados pela discussão final (workshop final) sejam
tidos em conta na consecução das políticas pelos decisores de topo;
Que os resultados do estudo sejam incorporados nos planos director das pescas, e de
ordenamento que se encontram presentemente em fase de elaboração;
Que as instituições envolvidas, seus técnicos, e agentes da PA e das comunidades
piscatórias relevantes sejam devidamente consultados e/ou esclarecidos antes da
tomada de decisões, isto é quando a sua opinião pode ainda influenciar o processo de
tomada de decisão, designadamente na aprovação dos projectos.
Finalmente, recomenda-se uma atenção ponderada nos riscos identificados pelo estudo de
forma a que estes não venham realmente a impedir a concretização dos objectivos deste
projecto e que o estudo seja tido em consideração pelos decisores políticos na tomada de
decisões para o desenvolvimento do sector da pesca artesanal.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 8
1. Introdução
O presente projecto Estudo da cadeia de abastecimento das pescas artesanais e mercados na
região de Luanda (doravente designado por projecto) foi realizado pela empresa Ecosphere
Lda., no âmbito do contrato de prestação de serviços N.º SA-4.3-B23 celebrado com o
Programa ACP Fish II e financiado pela União Europeia através do 9º Fundo Europeu de
Desenvolvimento. O projecto, cujo TdR se apresenta no Anexo 1, foi solicitado e identificado
junto do Programa ACP Fish II a pedido do Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal
e Aquicultura (IPA) em 2011. A missão de implementação do mesmo decorreu no período de
5 a 29 de Agosto de 2013.
2. Informação de base
A República de Angola tem uma área total de 1.246.700 Km2, uma Zona Económica
Exclusiva (ZEE) de 200 milhas e uma população estimada, em 2013, de cerca de 18,5
milhões com Luanda a conter 5 milhões de pessoas (embora estimativas informais apontem
para valores superiores). A economia do país cresceu a uma taxa impressionante de 17% em
2007, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de EUA $ 5,812 (PPP, 2009). No entanto,
Angola é considerado um país de baixo desenvolvimento (UNHD Report 2011), com mais de
50% da população a viver na pobreza extrema, para além de ser ainda caracterizado por um
grande nível de desigualdade. A economia local baseia-se principalmente na exploração do
recurso petróleo (85% do PIB em 2012) e diamantes (5% do PIB). Em 2008, o sector da
agricultura, incluindo pescas (estima-se 3,5% para o PIB), representava cerca 10% do PIB1.
Angola possui uma costa de 1.650 km, e uma plataforma continental de 51.000 km2,
variando de cerca de 10 a 100 km e com uma largura média de cerca de 30 km. A área de
pesca do sul que se estende do Namibe a Benguela é de longe a mais produtiva do país, com
uma abundância de carapau, sardinha, atum e uma variedade de espécies demersais, incluindo
pescada. A zona centro de pesca estende-se de Benguela a Luanda apresentando como
recursos principais sardinhas, carapaus e espécies demersais, como o cachucho, garoupas,
pongo, corvinas, entre outros. A zona norte de pesca estende-se de Luanda a Cabinda
possuindo uma grande densidade de carapaus e sardinhas e uma menor proporção de espécies
demersais.
A produção total das pescas em 2009 foi de 272,263 mil toneladas, principalmente
provenientes da pesca artesanal (42%) e pesca semi-industrial (42%). A produção estimada
da pesca artesanal varia entre cerca de 60 a 100 mil toneladas/ano no período de 2008 a 2012
ao nível nacional, representando a província de Luanda um valor de cerca de 21-28% do
total, próximo das 15-20 mil toneladas/ano. No cômputo nacional 75% dos recursos
capturados são de demersais e pelágicos, distinguindo-se os demersais por constituírem
1 CIA World Fact-Book Angola.
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Luanda – ANGOLA
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apenas mais 5% que o total da captura de pelágicos. Os outros recursos, incluem os
crustáceos com estes a representarem 11% da captura total.
Para além da Pesca Artesanal desempenhar um papel de destaque na produção pesqueira de
Angola, esta representa ainda o abastecimento para 35% do consumo interno de pescado. Em
2012, a frota do sector era constituído por cerca de 1800 canoas (23% da frota), 3000 chatas
sem motor e 2700 com motor (respectivamente 38 e 34% da frota) e apenas 376 catrongas -
embarcações cabinadas (5%), de um total de cerca de 7800 embarcações.
O perfil apresentado pelo sector da PA na província de Luanda faz com que esta seja
considerada uma das zonas mais importantes do país com 24% das capturas em 2012 (14.678
t) e 28% dos pescadores registados (7 mil). As Províncias de Luanda e Benguela representam
metade da frota artesanal (respectivamente 23 e 30%), enquanto cada uma das restantes
Províncias litorais se caracterizam por constituírem fatias de 6 a 12% da frota. É todavia, ao
nível da frota motorizada que estas 2 províncias se destacam ainda mais com proporções
respectivamente de 58 e 47%.
Luanda com 130 catrongas possui cerca de 1 terço da frota nacional cabinada e cerca de 1
quarto das chatas com motor, apesar de também possuir ainda 1 quarto das chatas sem motor
e 1 quinto das canoas.
Dentro da província de Luanda, regista-se uma frota de 1800 embarcações, composta de 42%
de embarcações motorizadas, sendo 7% cabinadas. As chatas sem motor representam 40% da
frota e as canoas 18%.
O peixe é parte da dieta tradicional em Angola, todavia a procura não é plenamente satisfeita.
A maioria dos desembarques totais marinhos artesanais são distribuídos em fresco, em gelo
ou não, principalmente em Luanda e nos mercados urbanos. Apenas uma quantidade limitada
das capturas sofre processamento adicional, principalmente salga e secagem em locais
situados sobretudo nas províncias do sul. As atividades relacionadas com o processamento de
peixe e a venda são, tradicionalmente, da responsabilidade das mulheres. A comercialização
do pescado proveniente da pesca artesanal é efectuada através de um mercado totalmente
informal, para o qual não existem qualquer tipo de dados.
Entre os principais factores que afectam o sector contam-se a deficiente ou inadequada
conservação, manuseamento e técnicas de processamento, bem como a falta de infra-
estruturas básicas. Por todas estas razões, a cadeia de abastecimento de pescado ainda é fraca
e não há significativa agregação de valor aos produtos de pesca artesanal quando negociados
nos mercados, para além de existirem perdas pós-captura aparentemente significativas.
Para superar estes problemas, o Governo directamente através do Instituto para o
Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura (IPA) realiza um grande esforço para
melhorar os padrões de qualidade, mas carece ainda de informações e dados detalhados e
confiáveis sobre a cadeia de abastecimento e principais constrangimentos de mercado.
Institucionalmente, as Pescas estão sob a alçada da Direcção Nacional das Pescas e Protecção
dos Recursos Pesqueiros (DNPPRP) do Ministério das Pescas, responsável pela elaboração,
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direcção, controle e execução da política da pesca. O DNPPRP é suportado na gestão do
sector, através da Direcção Nacional de Infra-estrutura e Indústria da Pesca (DNIIP),
enquanto que as actividades de monitorização e fiscalização são realizados pelo Serviço
Nacional de Fiscalização Pesqueria e da Aquicultura (SNFPA). O subsector da pesca
artesanal está sob a tutela do IPA, que promove o desenvolvimento da pesca de pequena
escala, enquanto a investigação científica biológica faz parte do mandato do Instituto
Nacional de Investigação Pesqueira (INIP). Por sua vez o Instituto Nacional de Apoio à
Industria Pesqueira e Investigação Tecnológica (INAIPIT) interage com a indústria pesqueira
de processamento dando assistência e formação.
3. Comentários sobre os Termos de Referência
Numa primeira leitura dos Termos de Referência (TdR) estes parecem indicar como resultado
da Consultoria a elaboração de um estudo exaustivo dos mercados de pescado e cadeia de
abastecimento das pescas artesanais.
Dada a alocação de tempo prevista nos TdR e o facto de o projecto prever ainda outras
actividades, como a capacitação, a questão do âmbito do estudo foi discutida com o IPA e a
Unidade Regional de Facilitação ACP FISH II (URF), tendo-se acordado que o resultado da
Consultoria não seria uma análise exaustiva mas sim um estudo que identifique e analise os
principais problemas de abastecimentos da pesca artesanal e respectiva comercialização e que
sirva de orientação para futuros estudos exaustivos, medidas e políticas a implementar, bem
como para a base de futuros projectos para resolução dos constrangimentos que vierem a ser
identificados.
Por outro lado, embora os ToR refiram a análise dos dados de mercados é importante
salientar que não existem quaisquer dados de mercado publicados (nem no Departamento de
Pesquisa de Mercados do Ministério das Pescas, nem no Ministério do Comércio e Instituto
Nacional de Estatística). Todo o mercado da PA, desde o pescador, à distribuição e
consumidor, consiste num mercado totalmente informal. Desta forma, o projecto tentou com
o Pesquisador de Mercados, obter alguns dados primários para ilustrar tendências de
distribuição do pescado da PA, bem como uma tentativa de quantificação das entradas nos
circuitos formais.
4. Abordagem do projecto, Metodologia e Organização
As actividades do projecto foram implementadas através de um processo participativo, que
englobou designadamente, a discussão com os técnicos da forma de recolher informação,
respectiva análise e apresentação de um plano de amostragem para os preços de mercados da
PA, para garantir a capacitação dos funcionários do IPA.
A implementação do projecto consistiu na aplicação de uma abordagem proactiva na
obtenção e cruzamento de informação dos vários intervenientes no sector desde as
instituições governamentais, em particular a experiência dos funcionários do IPA, aos
homens de negócios directamente e indirectamente relacionados com o sector, os pescadores
e peixeiras directamente envolvidas, as Cooperativas e indivíduos não cooperadores, bem
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como os responsáveis de projectos e seus financiadores no desenvolvimento de centros de
apoio às pescas e outros. A abordagem usada tentou aprofundar as questões de foco do estudo
de modo a conseguir-se perceber as causas dos problemas.
A metodologia para o projecto envolveu duas componentes, uma primeira para
desenvolvimento do estudo em causa, uma segunda para implementação da capacitação. Para
o efeito a metodologia aplicada é descrita sumariamente abaixo.
4.1 Estudo
A elaboração do estudo compreendeu as seguintes actividades:
a) Consulta às autoridades competentes no Ministério das Pescas: DNPPRP, IPA, INAIPIT,
INIP, DNIIP na obtenção de informação e dados relevantes;
b) Recolha de informação relevante junto de pescadores, produtores e comerciantes para
obtenção de informação qualitativa relevante para caracterizar e identificar os pontos
fracos da cadeia de valor e abastecimento dos produtos de PA;
c) Realização de visitas de campo nos Municípios de Luanda (anteriormente designado
como Ingombota), de Cacuaco e Belas (ex-Samba) com o apoio da Equipa Técnica (ET)
do IPA.
d) Recolha de informação e identificação dos principais constrangimentos, principalmente
no que diz respeito às técnicas de conservação, manipulação e venda, bem como às infra-
estruturas de apoio à PA e processamento. O foco do trabalho visou alcançar uma
compreensão abrangente dos constrangimentos e restrições da distribuição e
abastecimento do pescado e sua comercialização;
e) O método de obtenção de informações de alta qualidade realizou-se a partir de
informadores-chave ou privilegiados, que forneceram dados qualitativos ou quantitativos
da respectiva actividade. Estes, foram selecionados de acordo com o conhecimento do
sector que fosse transversal às várias actividades existentes ou simplesmente do seu
segmento de actividade. Em geral, são indivíduos reconhecidos como agentes de sucesso
no negócio do sector, líderes na comunidade ou no grupo a que pertencem e/ou possuindo
uma representatividade reconhecida na comunidade ou por via institucional. Desta forma,
foi essencial o conhecimento do IPA dos vários operadores no sector. Para tal considerou-
se que a realização de um entrevista a um elemento importante dentro da cadeia de
distribuição fosse contribuir significativamente para a alta compreensão dos factores que
afetam o fluxo de abastecimentos da pesca artesanal. Incluíram-se nestes agentes os
responsáveis de Cooperativas, Associações e/ou Organizações de Produtores. Em cada
local houve identificação dos informadores chave.
f) Desenvolvimento de uma análise integrada do potencial papel directo e indirecto que
pode ser feito, no futuro, para apoiar a dinâmica e modernização da cadeia de
abastecimento de produtos da pesca e cadeia de valor pelas diferentes instituições
nacionais envolvidas, IPA, INIP, DNIIP e INAIPIT.
O estudo foi efectuado com base nos seguintes pressupostos:
A valorização e dinamização da cadeia de valor inicia-se na garantia da qualidade e da
segurança alimentar (entenda-se requisitos hígio-sanitários) do pescado abastecido
pela PA, exactamente na primeira etapa da cadeia de produção - onde tudo começa de
facto.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
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As empresas em Angola operam com abastecimentos de pescado sobretudo da pesca
semi-industrial e industrial. O sector artesanal embora represente uma elevada
percentagem das capturas nacionais é sujeito a uma distribuição muito limitada,
todavia com potencial para aumentar a sua utilização.
Ao dotar-se os locais de descarga e primeira venda da PA dos necessários requisitos
hígio-sanitários e de preservação do pescado potencia-se o abastecimento, não só para
o mercado local como também para uma eventual indústria de exportação, com
potencial reflexo nos rendimentos de aproveitamento das capturas e do seu valor. De
igual maneira, estar-se-á a contribuir para a melhoria dos meios de vida das famílias
dependentes da actividade da pesca, bem como para a garantia alimentar da
população.
Nesta linha de raciocínio, é importante perceber a integração dos vários aspectos:
Desenvolvimento de infra-estruturas de apoio à PA e comercialização de
acordo com os requisitos sanitários;
Aplicação correcta dos requisitos de manuseamento e conservação do pescado
por parte, sobretudo, dos pescadores;
Licenciamento, controlo e monitorização dos agentes envolvidos em relação
aos requisitos sanitários;
Garantia da cadeia de rastreabilidade entre produtores, distribuidores e
processadores, retalhistas / exportadores.
g) Com base na informação recolhida procedeu-se à
Análise da actual cadeia de abastecimento e situação do mercado nas áreas
selecionadas, incluindo as técnicas de conservação, manuseio e processamento de
pescado;
Identificação de problemas que afectam o processamento e sistema de
comercialização;
Identificação de possíveis técnicas e medidas para melhorar o tratamento do
pescado a bordo e nos locais de desembarque e de processamento;
Análise de Pontos fortes, Fraquezas, Oportunidades e análise de Riscos/Ameaças
para o objecto do estudo;
Recomendações para a melhoria da cadeia de abastecimento e para a criação de
infra-estruturas adequadas para a comercialização dos produtos da pesca;
Recomendações para fomentar a ligação entre as fontes de pesca artesanal na
cadeia de valor da transformação e da indústria exportadora.
h) O estudo abrangeu ainda as seguintes matérias:
Funções e responsabilidades dos diferentes intervenientes na cadeia de
abastecimento e de mercado e sua articulação;
Funções e potencial de interação das diversas instituições na melhoria, apoio e
controlo da cadeia de valor da pesca;
Fontes directas e indirectas de informação, uso potencial e tratamento analítico
para apoio futuro do IPA.
i) Pesquisa de Mercados:
Esta componente consistiu na realização de um inquérito aos grandes supermercados,
restaurantes e hotéis para obter dados de mercado, de distribuição e abastecimentos dos
respectivos grupos, principalmente identificando se a fonte de proveniência é a PA.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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j) O estudo foi discutido com o IPA e outras partes interessadas e validado pelo IPA.
A versão preliminar do estudo foi submetida à apreciação do Director do IPA a 25 de Agosto
que no dia seguinte o distribuiu pelos responsáveis técnicos tendo sido discutido
superficialmente antes do workshop.
4.2 Capacitação
A elaboração da componente de capacitação compreendeu as seguintes actividades:
a) Preparação e desenvolvimento de formação:
Observação in loco com recolha fotográfica das práticas de conservação, manipulação e
venda pelos pescadores e peixeiras nos locais de descarga e venda de pescado para uso na
formação.
O modelo de formação elaborado atendeu ao nível de escolaridade dos formandos
(pescadores artesanais, comerciantes e processadores artesanais) com forte incidência
expositiva e figurativa. Os conteúdos incluíram:
Alterações da qualidade após-captura;
Compreensão geral abrangente de segurança alimentar do pescado (aspectos
hígio-sanitários e de perigos nos alimentos de pescado);
Condições mínimas de higiene necessárias a serem implementadas: Práticas de
Higiene inadequadas versus Boas Práticas de Higiene;
Neste âmbito o laboratório de microbiologia do INIP preparou umas placas de
petri com culturas de colónias (coliformes fecais e totais) provenientes de água
contaminada para permitir uma visualização complementar à apresentação digital
feita;
Manuseamento inadequado versus boas práticas de manuseamento e preservação
associadas a alterações na qualidade após-captura, o uso de caixas e outros
equipamentos, a influência das artes de pesca;
Alterações na qualidade após-captura tendo como base os indicadores de
avaliação sensorial.
Alterações da qualidade em resultado do uso de congelação lenta.
b) Na formação realizada utilizaram-se técnicas de formação de adultos seguindo uma
abordagem participativa e dinâmica, utilizando uma metodologia interactiva e pró-activa.
Tentou-se aplicar uma prática elevada recorrendo a elementos fotográficos e
esquemáticos relacionados, com uso experimental de caixas de peixe, equipamento, gelo,
embarcações, desembarques e mercados. Para tal utilizou-se um conjunto selecionado de
fotos para exemplo principalmente de más práticas, obtidas durante as saídas de campo
realizadas, juntamente com uma colecção de fotos privadas de boas práticas
desenvolvidas pelo consultor.
c) Na selecção do local da capacitação atendeu-se ao potencial de facultar as actividades
descritas, tanto quanto possível, bem como da facilidade de deslocação dos participantes.
d) Estrutura adoptada: 3 sessões de formação de 1 dia cada, dirigidas a cada uma das
comunidades alvo do estudo.
5. Organização e Membros da Equipe Técnica
Foi efectuado e acordado com o IPA, na presença do Gestor Regional do ACP Fish II para
Africa Austral, um resumo explicativo do modus operandi pretendido, bem como da versão
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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preliminar do plano de trabalho previamente apresentado. Foram discutidos e validados pelo
IPA tendo-se elaborado o plano de trabalho final apresentado em Anexo 2, que contém
igualmente a acta da reunião inaugural.
Discutiu-se brevemente os stakeholders existentes para consulta como informadores chave.
Foram discutidas e identificadas as fontes de informação relevantes. Foi também, clarificado
as responsabilidades das autoridades competentes em particular do IPA que descreveu ainda
as actividades e projectos implementados (principalmente os que concernem ao
desenvolvimento de Centros de Pesca e formação de mulheres transformadoras de pescado
seco).
Foi definida a ET que acompanhou os trabalhos da missão, respectivamente:
Departamento de Estudos e Projectos: (António Torres, Júlia Catarina, Inácio
Rangel);
Departamento de Apoio às Comunidades (Cavungo Lombo, Edgar Costa, António
Chaves).
O IPA efectuou o acompanhamento integral da missão, quer na facilitação e
acompanhamento das reuniões e visitas de trabalho quer na organização e logística das
diversas actividades (transporte para as visitas, actividades de capacitação incluindo convite
dos participantes nas acções de formação e no workshop final), contribuindo o projecto para
as despesas de combustível.
O projecto integrou ainda as funções de um Consultor local (Pesquisador de Mercados) para
apoio do Perito Principal, que apenas iniciou funções a 23 de Agosto (6 dias antes da saída do
país do Perito Principal).
6. Execução dos Termos de Referência
A execução dos ToR é apresentada na tabela seguinte:
Tabela 1: Execução do ToR
Actividades Chaves do ToR Execução e Breve Descrição
1 Preparação documental Lista de documentos relevantes consultados apresenta-se no
Anexo 6.
2 Encontro preliminar com
o programa do ACP Fish
II e IPA
Briefing com Unidade Regional de Facilitação ACP Fish II
(URF) para a África Austral e da Administração das Pescas /
IPA;
Briefing com Delegação da União Europeia;
Discussão dos objectivos do projecto com IPA e URF e
concretização da metodologia e plano de trabalho para a tarefa,
validados pelo IPA e URF (Anexo 2).
Realizado em 6/08/2013
3 Pesquisa de Campo para
realização do estudo
As actividades de campo realizaram-se de 12 a 16/08 e incluíram
visitas aos locais piscatórios de desembarques relevantes em
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 15
Luanda - Municípios de:
Cacuaco (Mercado do Mundial e Barra do Bengo);
Ingombota (Casa Lisboa, Trapalhões - Salga e Chicala);
Samba (Mabunda e Buraco).
Contactos com pescadores, produtores e comércio. Visita ao
Centro de Processamento de pescado e Apoio à Pesca de Buraco.
Em preparação das saídas de campo realizou-se uma reunião
geral com elementos das cooperativas no IPA.
Objectivos:
- Recolha de informação e identificação dos problemas e
obstáculos na cadeia de distribuição do pescado.
- Identificação e observação das práticas de preservação,
manuseamento e processamento bem como das infraestruturas
existentes.
Outras reuniões realizadas de 6 a 13/08 para recolha de
informação e documentos relevantes:
DNPPRP; INIP; DNIIP (Direcção; Departamento de
Mercados e Departamento de Inspecção); IPA (Direcção;
Estatísticas e Estudos), DNAIPIT;
Novo Projecto de Apoio ao Sector das Pescas (2013) –
Financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento
(BAD) com implementação envolvendo a FAO; Projecto
de Desenvolvimento da Pesca Artesanal – 2010 (BAD).
Listas de reuniões, pessoas contactadas, e itinerário são
apresentados no Anexo 3.
4 Pesquisa de Mercados Entrevistas conduzidas a 70 unidades comerciais das quais 25
restaurantes, 28 hotéis, 5 Cadeias de hipermercados e 12
supermercados. A representação da amostra foi a seguinte:
Restaurantes: 16%; 25 de um total de 157 (Ministério da
Hotelaria e Turismo, Outubro, 2012);
Hotéis: 36%; 28 de um total de 78, Ministério da Hotelaria e
Turismo, Outubro,2012)
Cadeias de Supermercados / Hipermercados: 83%; 5 de 6. Estes
por sua vez possuem mais de 70 casas comerciais, entre
Hipermercados, Supermercados e Minimercados.
Supermercados: 24% (máximo); 17 de mais de 70
estabelecimentos
5 Capacitação 3 Sessões de Formação de grupos de Pescadores / comerciantes /
processadores selecionados com duração de 1dia cada.
Participação:
25 formandos no Cacuaco (20/08/13);
26 formandos no INIP de Ingombota (21/08/2013);
12 formandos no INIP de Samba e Buraco (22/08/2013).
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 16
Total de 14 mulheres e 49 homens
Período horário efectivo (10.30 – 17.30h)
Foram distribuídos cópias em papel das apresentações, bem
como em formato digital a quem solicitou.
A logística integrou catering para a respectiva alimentação
durante os cursos.
No Anexo 4 apresentam-se fotografias das actividades.
No Anexo 5 apresenta-se a apresentação usada durante a
capacitação e fornecida em fotocópia aos participantes.
6 Elaboração do Estudo da
Cadeia de Abastecimento
das Pescas Artesanais e
Mercados na Região de
Luanda
Versão preliminar elaborada e fornecida ao IPA para análise e
discussão antes do workshop. Trabalhos de elaboração do estudo
decorreram de 17 a 26/08/2013 e 3-7/09/2013.
O estudo foi desenvolvido de forma a cumprir as seguintes
tarefas e objectivos de acordo com o ToR:
Análise da actual cadeia de abastecimento e situação do
mercado nas áreas selecionadas, incluindo as técnicas de
conservação, manuseio e processamento de pescado;
Identificação de problemas que afectam o processamento e
sistema de comercialização;
Identificação de possíveis técnicas e medidas para melhorar o
tratamento do pescado a bordo e nos locais de desembarque e
de processamento;
Análise de Pontos fortes, Fraquezas, Oportunidades e análise
de Riscos/Ameaças para o objecto do estudo;
Recomendações para a melhoria da cadeia de abastecimento
e para a criação de infra-estruturas adequadas para a
comercialização dos produtos da pesca;
Recomendações para fomentar a ligação entre as fontes de
pesca artesanal na cadeia de valor da transformação e da
indústria exportadora;
Integrou ainda as seguintes matérias:
Funções e responsabilidades dos diferentes intervenientes na
cadeia de abastecimento e de mercado e sua articulação;
Funções e potencial de interação das diversas instituições na
melhoria, apoio e controlo da cadeia de valor da pesca;
Fontes directas e indirectas de informação, uso potencial e
tratamento analítico para apoio futuro do IPA.
No Anexo 4 apresentam-se algumas fotografias das actividades.
7 Seminário Nacional Final Efectuada uma apresentação e discussão aberta do Estudo –
resultados, análise, discussão e recomendações. Com a presença
das seguintes instituições do Ministério das Pescas: IPA, INIP,
DNIIP, SNF; bem como PNUD, Delegação da UE; Cooperativas,
Armadores, Peixeiras e Serviços Provinciais das Pescas tendo
sido, no geral, validado o estudo.
Contou com cobertura da Televisão Pública de Angola
(Telejornal das 20.00 h de dia 27/08) e da Rádio.
Realizado em 27/08/2013 (9.30 – 16.00h)
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 17
A logística integrou divulgação de nota de imprensa e banner
(conforme Anexo 5) do evento e catering para a respectiva
alimentação durante o evento.
No Anexo 4 apresentam-se fotografias da actividade.
No Anexo 5 apresenta-se a apresentação usada durante o
workshop.
8 Brochura final Foi desenvolvida, discutida e validada a respectiva apresentação,
formato e conteúdos com o IPA. Foram comprados os materiais
para posterior impressão de 200 cópias a realizar pelo IPA, após
Relatório Final aprovado.
Apresentada em anexo do Estudo (Anexo 8)
6.1 Implementação e detalhes de realização
6.1.1 Capacitação
A participação totalizou 63 formandos (14 mulheres e 49 homens):
25 formandos de Cacuaco, formação feita in loco;
26 formandos de Ingombota, formação feita no INIP;
12 formandos de Samba e Buraco, formação feita no INIP.
A implementação da formação não atingiu a meta almejada dos 35 participantes por sessão,
aparentemente pelas seguintes razões:
No caso particular do Cacuaco, em virtude de óbito de um membro querido da
comunidade que dividiu as pessoas quanto a estarem na formação (apesar de
quererem) ou estarem nas obséquias fúnebres;
No caso de Ingombota, embora existisse confirmação de participação de algumas
pessoas estas acabaram por não vir, não se sabendo claramente as razões. Desta
forma, não foi possível convidar atempadamente outras pessoas para preencher as
vagas;
No caso de Samba, onde a falta de pescadores e peixeiras do mercado da Mabunda foi
generalizado, foi dito que as pessoas já não sentem motivação pelas acções de
formação desenvolvidas devido, por um lado ao facto da formação não ser
acompanhada pela implementação de infra-estruturas, e por outro pela formação “ser
sempre o mesmo”. Outra razão reside no facto de algumas pessoas pensarem que a
formação ser o regresso à escola ou de ter um vínculo de obrigatoriedade de
continuação nos restantes dias, o que significa que a mensagem passada pelo IPA e
em particular do agente do Serviço Provincial de Pescas não foi a melhor.
Os resultados da capacitação realizada a Produtores de Pequena Escala em Técnicas de
Produção são apresentados na tabela abaixo.
A avaliação da capacitação obteve uma classificação de muito boa em particular dos
parâmetros referentes ao curso no geral, respectivo balanço, qualidade das apresentações,
aplicação dos tópicos abordados no trabalho, assim como do Formador. Foi observado por
alguns membros de Cooperativa que após terem transmitido na comunidade como a formação
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 18
tinha decorrido, a algumas pessoas que não compareceram estas ficaram arrependidas por
terem faltado e transmitiram a vontade para que se voltasse a organizar novas actividades.
Tabela 2: Avaliação da Capacitação pelo formandos
Critérios de Avaliação
M. Bom (4) Bom (3) Satisfaz (2) Medíocre (1) Cacuaco Ingombota
Samba/ Buraco
Total
Como avalia o curso em geral? 3,9 4,0 3,9 3,9
Os objectivos do curso foram definidos? 3,2 3,7 3,3 3,4
As apresentações foram claras? 3,7 3,9 3,5 3,7
Que balanço faz das apresentações/ discussões? 3,6 3,7 3,1 3,6 Como avalia o Formador Helder Silva?
3,8 4,0 3,6 3,8
Como foi o interesse gerado pelas apresentações? 3,3 3,6 3,1 3,4
Como considera os tópicos abordados aplicáveis ao seu trabalho? 3,4 3,5 3,7 3,5
As suas expectativas foram atingidas? 3,4 3,6 3,2 3,4
O que acha da duração do seminário? 2,9 2,9 3,4 3,0
Como avalia a organização geral (registo, sala, etc.) 3,3 3,5 3 3,3
Como avalia as instalações da formação (sala, alimentação, etc.) 3,5 3,7 3,8 3,6
Avaliação específica das Sessões “Perigos no Pescado” 3,7 3,7 3,5 3,6 “Manuseamento, Conservação e Processamento” 3,4 3,6 3,3 3,4
Nº Formandos participantes 25 26 12 63
Comentários e Sugestões escritos pelos participantes para melhoria da formação:
Os temas foram interessantes para muitos de nós, pois possibilitaram ampliar os
nossos conhecimentos, pela actividade que exercemos;
Que nas próximas formações haja mais tempo, sobretudo dividido por dias ao invés
de um dia;
Deve-se melhorar a forma de organização, para que haja mais aderência de pessoas
e haver também melhores explicações, no tocante às ideias de comercialização do
pescado, como formar fundos de maneio e gerenciamento das embarcações de pesca;
Formação e ou capacitação do género, deve ser realizado mais vezes e com elevado
número de participantes;
Que os organizadores, reunam mais membros, de modo a se expandir o conhecimento
a todos os envolvidos na actividade de pesca artesanal.
Comentários orais transmitidos sobre a formação (repetido por vários participantes e
mesmo com concordância de grupo):
Primeira vez que tiveram uma formação deste tipo e forma. Com transmissão de
elevado nível de entusiasmo e agradecimento;
Grande apreciação e interesse ao tema relativo a perigos em produtos da pesca
(inclusive pelo pessoal do IPA);
Embora já tivessem tido uma abordagem a alguns dos temas em anteriores
formações, desta vez deu para ficar realmente a perceber;
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 19
Gostariam que os companheiros da comunidade pudessem ter acesso a nova
formação nos moldes da realizada e com o formador. Muitas pessoas não vieram por
acharem que a formação seria o mesmo de sempre o que as não motivou de facto.
6.1.2 Workshop Nacional final
O Workshop obteve uma boa e interessante participação tendo chegado a 55 presenças.
Estiveram representados vários responsáveis de alguns departamentos do Ministério das
Pescas, contudo estiveram presentes apenas até ao primeiro intervalo e alguns saíram antes da
circulação da folha de presenças o que fez com que o nº de participantes registado fosse
inferior ao n.º dos que efetivamente participaram.
A representação do pessoal da produção do sector esteve representada com cerca de 35
elementos e acompanharam a apresentação do estudo com grande interesse.
A análise dos resultados, conclusões e recomendações não ofereceu grande discussão, apenas
comentários de concordância e foram solicitados apenas alguns esclarecimentos adicionais.
A discussão algumas vezes extravasou para áreas fora do âmbito do estudo, recaindo em
preocupações legítimas das pessoas relativas ao sector, como por exemplo a entrega de
embarcações, o papel do Ministério, entre outros.
A presença da televisão deu um contributo importante ao dar maior visibilidade ao tema.
Durante o Workshop foram pedidos alguns esclarecimentos quanto ao conteúdo do estudo o
qual foi no geral validado pelos participantes.
7. Discussão e Conclusões
Conclui-se que os problemas identificados relativamente ao objecto do projecto, suas causas
e soluções, dizem respeito à falta e necessidade de infraestruturas de apoio à descarga e
comercialização do pescado, pelo que sem estas o impacto dos programas de capacitação
sobre boas práticas de higiene e técnicas de conservação, manuseio e processamento de
pescado será diminuto.
Conclui-se igualmente que os problemas identificados pelo estudo realizado, suas causas e
medidas propostas são genericamente bem aceites e de forma unânime pelos stakeholders.
Mesmo, a integração de novos conceitos como lotas organizadas, postos de desembarque
avançados são aceites pela generalidade dos intervenientes mas dependem efectivamente das
necessárias infra-estruturas ou de terrenos onde estas possam ser construídas, designadamente
pelas Cooperativas.
Por outro lado os programas de apoio ao sector da PA são afectados em termos de
credibilização pela falta de meios e não consecução de projectos planeados. As estatísticas de
produção da PA são também claramente afectadas pela falta de meios e por vezes de
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 20
organização ao nível provincial que impedem uma recolha de dados de qualidade para
tratamento estatístico adequado.
Conclui-se ainda que os Riscos apontados pelo estudo na análise de fraquezas, pontos fortes,
oportunidades e ameaças, podem vir seriamente a impedir a concretização dos objectivos
deste projecto.
A tudo isto acresce a impotência, abandono e frustração reveladas pelos agentes da produção
e autoridades face à falta das infraesturuturas básicas para a PA e de meios para as
autoridades levarem a cabo as suas funções de controlo, o que dificulta ou inviabiliza
qualquer mudança de atitude necessária à melhoria das práticas e técnicas citadas.
8. Recomendações
Para um efectivo desenvolvimento do sector é imperiosa a disponibilização de terrenos e a
construção de infra-estruturas de apoio às descargas e comércio da PA, Para tal é essencial
atender aos seguintes aspectos:
Que os resultados do estudo, validados pela discussão final (workshop final) sejam
tidos em conta na consecução das políticas pelos decisores de topo;
Que os resultados do estudo sejam incorporados nos planos director das pescas, e de
ordenamento que se encontram presentemente em fase de elaboração;
Que as instituições envolvidas, seus técnicos, e agentes da PA e das comunidades
piscatórias relevantes sejam devidamente consultados e/ou esclarecidos antes da
tomada de decisões, isto é quando a sua opinião pode ainda influenciar o processo de
tomada de decisão, designadamente na aprovação dos projectos.
Recomenda-se seriamente também a realização de programas de capacitação sobre boas
práticas de higiene e técnicas de conservação, manuseio e processamento de pescado para
pescadores e peixeiras conforme também indicado pelo estudo realizado, todavia o sucesso
destes dependem efectivamente das necessárias infra-estruturas ou de espaço territorial onde
possam ser construídas por privados.
O IPA deverá ser suportado com o fornecimento de meios de forma a cumprir integralmente
com o seu mandato de apoio ao desenvolvimento do sector. Para tal recomenda-se também a
realização dos projectos e intervenções no sector incluindo os anteriormente delineados e
analisados no estudo. Igualmente se recomenda a disponibilização dos meios necessários ao
nível provincial de modo a possibilitar uma boa implementação dos programas de
amostragem e obtenção de dados do IPA.
Recomenda-se uma atenção ponderada nos Riscos identificados pelo estudo de forma a que
estes não venham realmente a impedir a concretização dos objectivos deste projecto.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 21
Anexo 1 – TERMOS DE REFERÊNCIAS
TERMS OF REFERENCE
FOR
STUDY ON ARTISANAL FISHERIES SUPPLY CHAIN AND MARKETS IN THE
LUANDA REGION – ANGOLA
SA-4.3-B23
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 22
1. BACKGROUND INFORMATION ............................................................................................ 23
1.1 BENEFICIARY COUNTRY ......................................................................................................... 23 1.2 CONTRACTING AUTHORITY .................................................................................................... 23 1.3 RELEVANT COUNTRY BACKGROUND ...................................................................................... 23 1.4 CURRENT STATE OF AFFAIRS IN THE RELEVANT SECTOR ......................................................... 23 1.5 RELATED PROGRAMMES AND OTHER DONOR ACTIVITIES ........................................................ 24
2. OBJECTIVE, PURPOSE & EXPECTED RESULTS .............................................................. 25
2.1 OVERALL OBJECTIVE .............................................................................................................. 25 2.2 PURPOSE ................................................................................................................................. 25 2.3 RESULTS TO BE ACHIEVED BY THE CONSULTANT ................................................................... 25
3. ASSUMPTIONS & RISKS .......................................................................................................... 25
3.1 ASSUMPTIONS UNDERLYING THE PROJECT INTERVENTION ..................................................... 25 3.2 RISKS ...................................................................................................................................... 25
4. SCOPE OF THE WORK ............................................................................................................ 26
4.1 GENERAL ................................................................................................................................ 26 4.2 SPECIFIC ACTIVITIES ............................................................................................................... 27 4.3 PROJECT MANAGEMENT.......................................................................................................... 28
5. LOGISTICS AND TIMING ........................................................................................................ 28
5.1 LOCATION .............................................................................................................................. 28 5.2 COMMENCEMENT DATE & PERIOD OF IMPLEMENTATION ....................................................... 29
6. REQUIREMENTS ....................................................................................................................... 29
6.1 PERSONNEL ............................................................................................................................ 29 6.2 OFFICE ACCOMMODATION ...................................................................................................... 31 6.3 FACILITIES TO BE PROVIDED BY THE CONSULTANT ................................................................ 31 6.4 EQUIPMENT ............................................................................................................................ 31 6.5 INCIDENTAL EXPENDITURE ..................................................................................................... 32 6.6 EXPENDITURE VERIFICATION .................................................................................................. 33
7. REPORTS ..................................................................................................................................... 33
7.1 REPORTING REQUIREMENTS ................................................................................................... 33 7.2 SUBMISSION & APPROVAL OF REPORTS .................................................................................. 34
8. MONITORING AND EVALUATION ....................................................................................... 35
8.1 DEFINITION OF INDICATORS .................................................................................................... 35 8.2 SPECIAL REQUIREMENTS ........................................................................................................ 35
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Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 23
1. Background INFORMATION
1.1 Beneficiary country
Angola.
1.2 Contracting Authority
ACP FISH II Coordination Unit
36/21 Av. de Tervuren
5th Floor
Brussels 1040, Belgium
Tel.: +32 (0)2.7390060
Fax: +32 (0)2.7390068
1.3 Relevant country background
The Republic of Angola is situated at the Atlantic coast in southern Africa, bordering with Democratic
republic of Congo, Namibia and Zambia. The country has a total area of 1.246.700 Km2, an Exclusive
Economic Zone of 200 miles and a population is estimated at about 18.5 million in 2009. The
country’s economy grew at an impressive rate of 17% in 2007, GDP per capita stands at US$
5.812(PPP2, 2009). However, Angola is considered a low developed country (UNHD Report 2011),
and more than 50% of the population lives in severe poverty and the country is characterised by a big
level of inequality. The local economy relies mainly on natural resources exploitation (oil, gold,
diamonds, forests, agriculture and fisheries). The country is the second major oil producer in Africa
and the sector contributes about 45% to GDP and more than half to exports. The fishing sector is the
third most important economic sector in the country, after oil and the diamond industry, contributing
about 3, 5% to GDP.
The Government of Angola has embarked in a decentralization process since 1999, when the Local
Administration Decree (Law 17/99.) was enacted and in 2007 (Law 2/07) the country moved towards
greater territorial and budget autonomy. Poverty reduction is one of the key priorities for the Angolan
Government. Under this objective , the “Estratégia de Combate à Pobreza - ECP” (Strategy to fight
against Poverty) was approved in 2004, streamlining the main areas of intervention for government
and stakeholders and prioritising the reconstruction of infrastructures, increasing access to education,
health, and other basic services, as well as the decentralization of governance structures.
1.4 Current state of affairs in the relevant sector
Angola has a coastline of 1650 km, and a continental shelf of 51000 km2 varying from about 10 to
100 km and with an average width of about 30 km. The hydrographical regime off Angola is
characterized by the cold northward-flowing Benguela current and the warm south-propagating waters
of the Angola current. The hydrographical condition is believed to be important in determining the
distribution and even the abundance of living marine resources of Angola. Southern fishing zone is by
far the most productive of Angola, with an abundance of horse mackerel, sardines, tunas and a range
of demersal species including hake. The Central fishing zone stretches from Benguela to Luanda and
yield mainly sardinellas, horse mackerel and demersal species. The Northern fishing zone extends
2 Purchase Power Parity
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 24
from Luanda to Cabinda and has a large density of horse mackerel and sardinellas and a smaller
proportion of demersal species. Some important rivers run through the territory containing several
freshwater species with high value in the local market. Tilapia species are among the most important
and abundant fresh water fish found in Angola. Other species include the catfish (Clarias gariepinus)
and fresh water prawns (Macrobrachuin rosenbergii). The total production in 2009 was 272.263 tons,
mostly form artisanal (42%) and semi industrial fisheries (42%).
Fisheries are mandated to the National Directorate for Fisheries and Protection of the Fisheries
Resources (Direcção Nacional de Pescas e Protecção dos Recursos Pesqueiros – DNPPRP ) of the
Ministry of Fisheries, in charge for elaboration, direction, control and execution of the fisheries policy.
The DNPPRP is supported in the management of the sector by the National Directorate for Fisheries
Infrastructure and Industry (Direcção Nacional de Infra-Estruturas e da Industria Pesqueira).
Monitoring and enforcement activities are carried out by the National Service for Fisheries and
Aquaculture Control (Serviço Nacional de Fiscalização Pequeria e da Aqicultura -SNFPA). The
National Institute for Artisanal Fisheries and Aquaculture (Insituto de Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e da Aquicultura –IPA) is the entity who promotes the small scale fisheries development,
while the technological and biological research is part of the mandate of the National Institute for
Fisheries Research (Instituto Nacional de Investigação Pesqueira - INIP).
The more important policy document is the Fisheries Master Plan, aiming at defining the key
management measures for the sector for increasing and improving the production, taking into account
the sustainability of the resources. Angola adopted a new Law on Aquatic Biological Resources (Law
6-A/04) in October 2004, which replaced the previous Legislation on fisheries (Law 20/92). In 2005
the country approved the General Regulation on Fisheries (D.R. n. 70) and the regulations on Fishing
Rights and Licensing (D.R. n 65), Fisheries Research (D.R. n. 66), and Aquaculture (D.R. n. 67).
Artisanal fisheries play a prominent role in Angola fish production and approximately 35% of the
domestic consumption of fish comes from small scale activities. Fishing activities are scattered along
the coast, but Benguela and Luanda provinces have the greatest concentration of artisanal fishing
areas. Artisanal fishers catch mainly demersal species and high-value species like groupers, snappers,
seabreams, croakers and spiny lobster, mostly relying on traditional fishing techniques and gears. The
fishers are usually organized in groups per boat, fishing together and dividing the catch. Fish is part of
the traditional diet in Angola and the demand is not fully met. Most of the total artisanal marine
landings are distributed fresh/on ice mostly in Luanda and in the urban markets. Only a limited catch
undergoes further processing, mainly in salting and drying plants situated in the southern provinces.
Activities relating to fish processing and selling are traditionally the responsibility of women.
Among the major factors affecting the sector are the use of poor or inappropriate conservation,
handling and processing techniques, as well as the lack of basic infrastructures (ports, electricity,
water, telecommunications and financial services). For all these reasons the supply chain is still weak
and there is no significant value-addition to the artisanal fisheries products when traded in the markets.
To overcome such situation, IPA is doing a great effort into improving quality standards but it still
lacks detailed and reliable information and data on the supply chain and market main constraints.
1.5 Related programmes and other donor activities
The Artisanal Fisheries Development Project is funded by African Development Bank and started in
2002. The project aims at increasing the income of artisanal fishers by providing the necessary support
and enabling environment to improve food security while contributing to the reduction of poverty on a
sustainable basis. The project is expected to benefit about 25,000 small-scale fishers and their families
along 10 coastal communities by increasing fish production and improving fish processing and
marketing both in quantity and quality. The main components of the project include: (a) Construction
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 25
of 10 fishing centres; (b) Credit support service for individual cooperatives in fish production,
processing and marketing; and (c) Capacity building for project staff, institutions and beneficiaries.
2. OBJECTIVE, PURPOSE & EXPECTED RESULTS
2.1 Overall objective
The overall objective of the ACP Fish II Programme is to contribute to the sustainable and equitable
management of fisheries in ACP regions, thus leading to poverty alleviation and improving food
security in ACP States.
2.2 Purpose
The purposes of this project are:
to build capacity of small-scale producers (fishermen, producers and traders) on related
techniques.
to strengthen IPA capacity to study and plan the development of Artisanal Fisheries supply
chain and markets;
2.3 Results to be achieved by the Consultant
The Consultant will achieve the following results as part of this assignment:
A study on the artisanal fisheries supply chain and markets in Luanda province (the Study)
prepared by the Consultant and approved by IPA;
The relevant stakeholders are informed of the results of the study, and
Selected fishermen, traders and processors are trained on fish handling, processing and
marketing techniques.
3. ASSUMPTIONS & RISKS
3.1 Assumptions underlying the project intervention
The main assumptions underlying this contract is that the Fisheries Administration (FA) and other
involved stakeholders from the country (government institutions and private sector) are prepared to
make available all documents, information and data necessary to the consultancy and to allocate
official resources and time to support the Consultant in the implementation of the assignment.
3.2 Risks
The Study will identify a set of actions and measures, which once implemented may imply a change of
behaviour and additional costs for the concerned governmental institutions and the artisanal fishermen
involved. The main risk therefore is that the concerned stakeholders are not willing or able to follow
the recommendation of the Study. To prevent such a risk the participatory approach adopted in the
planning of this intervention will continue throughout the implementation of the assignment, to ensure
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 26
the full ownership by local stakeholders and the development of activities and methodology that are
consistent with the FAs approaches.
4. SCOPE OF THE WORK
4.1 General
4.1.1 Project description
Fisheries production and value chain is made of a series of physical, economic and sociological links,
among producers, traders, consumers and the Administration. The market represents, in this chain, the
physical place and the system where the offer of perishable products meet the demand. It must be
therefore deeply understood in order to know the key issues to be addressed to increase value-adding
in fish products and assure consumers protection. Yet, one of the most serious problems in targeting
development of the Angolan artisanal fisheries sector is the scarcity of information and statistics on
supply chain and market, namely in Luanda Province, which is a very important area, in terms of
catch, landing and consumption. Any intervention by the FA in the development and improvement of
the sector value chain, in the area, must be based on thorough and reliable information.
The assignment aims at supporting the IPA in preparing a study in the informal markets of Luanda
province, identifying appropriate actions to enhance the artisanal fisheries supply chain.
The assignment involves the delivery of technical assistance (TA) to IPA to support elaborating the
study. Following the outcome of the study, the TA team will carry out training on fish handling,
processing and marketing techniques to a selected group of local fishermen. The TA team will be led
by a Fisheries Market Specialist, supported by a Market Researcher.
The study will encompass, but not be limited to, the following topics:
Analysis of current supply chain and market situation in the selected area including the
techniques of conservation, handling and processing of fish and fish products;
Identification of issues that affect the processing and marketing system;
Identification of possible and viable techniques and measures to improve handling of fish on
board and in the landing locations and catch processing; and
Recommendations for the improvement of the supply chain and for the creation of adequate
infrastructures for the marketing of fisheries products;
The project activities should be implemented through a participatory process, to assure capacity
building of the IPA staff. The consultant will develop a working methodology for the participation of
staff in all steps of the process of preparation and formulation of the study under the project.
Following this methodology, technical information on the principles and methods used in the Study
designing and formulation will be shared with the staff.
All the project activities will be carried out in strict coordination and collaboration with the staff of the
IPA, through the establishment of a project Technical Team (TT) to follow up project implementation.
The Consultant must give a full recognition of EC funding, ACP Secretariat’s involvement and
visibility to the ACP Fish II Programme, in all the activities implemented during the project.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 27
4.1.2 Geographical area to be covered
The geographical area to be covered by the Study includes the municipalities of Cacuaco, Ingombota
and Samba, in Luanda province, Angola.
4.1.3 Target groups
Target groups of the present project are the staff of IPA, which will be strengthen in their planning and
management capacity as well as selected fishermen, traders and processors.
4.2 Specific activities
4.2.1 Specific activities
The Consultant will undertake the following activities:
i. Inception activities and document analysis
o Briefing by the ACP FISH II Regional Facilitation Unit (URF) for Southern Africa
(SA) and the Fisheries Administration(FA)/IPA and establishment of a project TT to
follow up project implementation;
o Discuss project objectives and agree with the FA/IPA and URF on the methodology
and the work plan for the assignment;
o Collect all relevant background information and documents;
ii. Field visits to the relevant sites and meetings with the concerned national intuitions, private
sector and other relevant entities and stakeholders;
iii. Prepare, in close collaboration with the TT, a first draft of the Study to be discussed with the
IPA and other relevant stakeholders;
iv. Revise the draft as to incorporate comments following the discussion with the IPA and other
relevant stakeholders from the private sector;
v. Present the final draft of the Study to the stakeholders, in a national workshop;
vi. Produce and disseminate a brochure with the main findings of the study;
vii. Identify in collaboration with the TT the selected group of artisanal fishermen to attend the
training sessions on fish handling, processing and marketing techniques; and
viii. Prepare and conduct a training on fish handling, processing and marketing techniques to
small-scale fishermen, traders and processors.
The consultant is in charge of the workshop and the training organisation and logistics (subcontracting
for workshop organisation is allowed). The indicative number of participants to the national workshop
is 50 and the expected duration is 1 day. The indicative number of participants to the training is 35
and the expected duration is 3 days.
The consultant will prepare a report of the workshop, the training and every relevant meeting held.
The consultant will also conduct the evaluation of the training session.
4.2.2 Communication and project visibility
a) ACP FISH II projects should follow the EU requirements and guidelines for communication
and visibility available on the Programme website at http://acpfish2-
eu.org/index.php?page=templates&hl=en. The CU will provide ACP FISH II templates for
various communication products.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 28
b) When validation workshops (where technical documents are presented to stakeholders for
validation) are needed, given their importance for disseminating the results of the Project and
ACP FISH II Programme, the following activities will be requested:
1) The Consultant will provide all necessary information in press-release style
(“information note”) on the project objectives and results, the activities to undertake,
the main axes or strategic goals proposed and the future role of the beneficiaries.
2) The Fisheries Administrations will receive the information note at least 3 days before
the workshop, through their Government communication/press bodies or officials, in
order to mobilise local media and to assure full coverage of the event. Financial
support to media coverage is included in the “Incidental Expenditure”. Receipt(s) of
the incurred cost for media coverage will be required to verify the costs incurred.
c) The consultant will provide photographic record of the project activities including the national
workshop and the training session.
4.3 Project management
4.3.1 Responsible body
The Coordination Unit (CU) of the ACP Fish II Programme, based in Brussels, on behalf of the ACP
Secretariat is responsible for managing the implementation of this assignment.
4.3.2 Management structure
The ACP Fish II Programme is implemented through the CU in Brussels and six Regional Facilitation
Units (URFs) across the ACP States. The URF in Maputo, Mozambique covering ACP Member States
in Southern Africa Region will closely supervise the implementation of this intervention and equally
monitor its execution pursuant to these Terms of Reference. For the purposes of this assignment, the
ACP Fish II Programme Coordinator will act as the Project Manager.
All contractual communications including requests for contract modifications or changes to the Terms
of Reference during the execution period of the contract must be addressed with a formal request to
the CU and copied to the URF. Beneficiaries’ support for these changes is required.
While the ACP Fish II Regional Manager for SA will be in charge for the overall follow up of project
activities, the TT will assure daily monitoring of project operations. The Consultant should
periodically report on project development to the established TT as per the work plan approved.
4.3.3 Facilities to be provided by the Contracting Authority and/or other parties
Not applicable
5. LOGISTICS AND TIMING
5.1 Location
The place of posting will be Luanda, Angola. The activities will be carried out in Angola. Field visits
in the country will be carried out according to the approved timeline and workplan presented by the
Consultant.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 29
5.2 Commencement date & Period of implementation
The intended commencement date of this assignment is 17 June 2013 and the period of
implementation of field activities will be 4 months from the date of signature of the contract. Please
refer to Articles 4 and 5 of the Special Conditions for the actual commencement date and period of
implementation.
6. REQUIREMENTS
6.1 Personnel
6.1.1 Key experts
All experts who have a crucial role in implementing this assignment are referred to as key experts.
Their profiles are described as follows:
Key expert 1: Fish Marketing and Processing specialist
Qualifications and skills
A university degree or equivalent in a closely relevant subject area (e.g. Fisheries Management,
Natural Resources Management, Biology, Geography, Economics, Sociology, etc,);
A high level of proficiency in spoken and written Portuguese and working knowledge of
English.
General professional experience
A minimum of 8 years of experience in marine fisheries management and value chain, with a
focus on small scale fisheries development;
Proven report writing and project management skills.
Specific professional experience
Experience in analysis and drafting of fisheries supply chain and processing (minimum 3
assignments)
Experience in training/capacity building on fish handling and processing (minimum 3
assignments);
Related experience in the sub-region is required and specific experience in Angola will be
considered an advantage;
Experience in carrying out consultancy assignments for the EU or other equivalent international
development partners (minimum 2 assignments);
The indicative number of missions outside the normal place of posting requiring overnights for this
expert is 3.
There will be in-country field visits outside the normal place of posting not requiring overnights for
this expert.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 30
Indicative number of working days by expert and task
No. Indicative Task Key
Expert
1
(Days)
1.1 Briefing by ACP Fish II and preparatory activities 2
1.2 Document review 3
1.3 Fieldwork and consultations 4
1.4 Preparation of the Study (draft and final) 7
1.5 Preparation and conduction of national workshop 2
1.6 Preparation and conduction of training sessions 5
1.7 Reporting 3
Total 26
Additional information
a) Key Experts are expected to spend at least 70 % of the total indicative number of working days in
the country(ies)
b) Note that civil servants and other staff of the public administration of the beneficiary country
cannot be recruited as experts, unless prior written approval has been obtained from the European
Commission.
c) The Consultant must complete a timesheet using the ACP Fish II template provided by the CU at
the start of the implementation period. The Consultant is entitled to work a maximum of 6 days per
week. Mobilisation and demobilisation days will not be considered as working days.
6.1.2 Other experts
The Consultant will recruit for a period of 15 days a Market researcher to support the key expert
during the conduction of the assignment. This expert will have the following profile:
Qualifications and skills
A university degree or equivalent in a relevant subject area (e.g. Economics, Social Sciences,
Rural Development, etc);
The expert should have a high level of proficiency in written and spoken Portuguese and
working knowledge of English. Knowledge of local spoken language will be an advantage.
General professional experience
A minimum of 5 years of experience in market research and study preparation in community
development projects;
Proven report-writing skills.
Specific professional experience
Experience in data collection and survey conducting in rural and urban areas in Africa
(minimum of 2 assignments);
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 31
Knowledge of artisanal fisheries sector and/or pervious working in Angola will be an
advantage.
CVs for experts other than the key experts are not examined prior to the signature of the contract. They
should not be included in tenders.
The Consultant shall select and hire other experts as required according to the profiles identified in
these Terms of Reference. They must indicate clearly which profile they have so it is clear which fee
rate in the budget breakdown will apply. All experts must be independent and free from conflicts of
interest in the responsibilities accorded to them.
The selection procedures used by the Consultant to select these other experts shall be transparent, and
shall be based on pre-defined criteria, including professional qualifications, language skills and work
experience. The findings of the selection panel shall be recorded. The selected experts shall be subject
to approval by the Contracting Authority.
Note that civil servants and other staff of the public administration of the beneficiary country cannot
be recruited as experts, unless prior written approval has been obtained from the European
Commission.
6.1.3 Support staff & backstopping
Backstopping and support staff costs are considered to be included in the fee rates of the experts.
6.2 Office accommodation
The costs of the office accommodation are to be covered by the fee rates of the experts.
6.3 Facilities to be provided by the Consultant
The Consultant shall ensure that experts are adequately supported and equipped (IT and
communication tools and printing services).In particular it shall ensure that there is sufficient
administrative, secretarial and interpreting provision to enable experts to concentrate on their primary
responsibilities. It must also transfer funds as necessary to support its activities under the assignment
and to ensure that its employees are paid regularly and in a timely fashion.
If the Consultant is a consortium, the arrangements should allow for the maximum flexibility in
project implementation. Arrangements offering each consortium member a fixed percentage of the
work to be undertaken under the contract should be avoided.
6.4 Equipment
No equipment is to be purchased on behalf of the Contracting Authority or beneficiary country as part
of this service contract or transferred to the Contracting Authority or beneficiary country at the end of
the contract. Any equipment related to this contract which is to be acquired by the beneficiary country
must be purchased by means of a separate supply tender procedure.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 32
6.5 Incidental expenditure
The Provision for incidental expenditure covers the ancillary and exceptional eligible expenditure
incurred under this contract. It cannot be used for costs which should be covered by the Consultant as
part of its fee rates, as specified above. Its use is governed by the provisions in the General Conditions
and the notes in Annex V of the contract. It covers among others:
a) KEY EXPERTS
Travel costs and daily subsistence allowances (perdiems) for missions for Key Experts, outside
the normal place of posting, to be undertaken as part of this contract. If applicable, indicate if
the provision includes costs for environmental measures, for example CO2 offsetting.
Travel costs for field visits for the Key Experts (car or boat rental, fuel and domestic flights or
other appropriate means of transport).
Any subsistence allowances to be paid for missions undertaken as part of this contract must not exceed
the per diem rates published on the European Union (EU) website at:
http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/implementation/per_diems/index_en.htm
b) WORKSHOP/TRAINING/CONSULTATIONS ORGANISATION
The cost of organisation of the National Consultations and Regional Validation Workshop
including cost for venue, communication and media activities, transport (domestic travel or car
or boat rental to/from);
The payment of a lump-sum to participants requiring an overnight stay to cover accommodation
and meals. This lump-sum payment will be up to 200 EUR and must not exceed the published
EU per diem rate for the country;
The payment of a lump sum, up to 30% of the published EU per diem rate for the country, to all
participants not requiring an overnight stay, to cover the cost of transport and meals;
In the two cases above, an attendance list signed by each participant and a separate list stating
that the lump-sum was received (with an indication of the amount) shall be used to justify the
expenditure. The cost of venue (if needed) and lunch for consultations of less than one day
with locally-based participants.
c) FUNDING OF NATIONAL/REGIONAL ADMINISTRATION OFFICERS
ACCOMPANYING KEY EXPERTS ON MISSIONS.
Exceptionally, the cost of flights, accommodation and meals for the representatives of
fisheries administrations or regional fisheries bodies accompanying the Key Experts on
regional or national missions or in-country field visits, under the following conditions:
i) Request of a prior approval to the CU, attaching to this request the declaration issued
by local fisheries administrations or regional fisheries bodies stating that the cost of
this extra activity for their officers cannot be covered given the internal budget
restrictions. The administration should acknowledge, despite this, the need of the
attendance of its officer for an effective project implementation.
ii) The total cost for accommodation and meals based on actual cost (invoices to be
provided) cannot exceed the EU per diem rate for the country.
iii) If private or administration’s means of transport are used by the representatives of
fisheries administrations or regional fisheries bodies accompanying the Key Experts on
regional or national missions, fuel cost will be reimbursed upon receipt of the officer’s
reimbursement request based on distance travelled and local price for fuel per unit. In
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 33
case of field visits, not requiring overnights, the same procedures apply for meal and
transport costs.
d) TRANSLATION
The cost of translation of the approved Final Technical Report into English.
e) OTHER
The cost of producing communication items, printing charts to be used in training and the
workshop;
The cost of producing a brochure with the main findings of the study (200 copies).
The Provision for incidental expenditure for this contract is 51 544 EUR. This amount must be
included without modification in the Budget breakdown.
6.6 Expenditure verification
The Provision for expenditure verification relates to the fees of the auditor who has been charged with
the expenditure verification of this contract in order to proceed with the payment of further pre-
financing instalments if any and/or interim payments if any.
The Provision for expenditure verification for this contract is 1 500 EUR. This amount must be
included without modification in the Budget breakdown.
This provision cannot be decreased but can be increased during the execution of the contract.
7. REPORTS
7.1 Reporting requirements
Please refer to Article 26 of the General Conditions. There must be a final report, a final invoice and
the financial report accompanied by an expenditure verification report at the end of the period of
implementation of the tasks. The approved Final Technical Report (FTR) must be annexed to the Final
Report (FR). The final report must be submitted to the CU after receiving the approval of the Final
Technical Report (FTR). Note that this final report is additional to any required in Section 4.2 of these
Terms of Reference.
The Final Report (FR) shall consist of a narrative section and a financial section. The financial section
must contain details of the time inputs of the experts, of the incidental expenditure and of the provision
for expenditure verification.
To summarise, the Consultant shall provide the following reports:
Name of report Content Time of submission
Inception Report (IR) Analysis of existing situation and
plan of work for the project (max
10 pgs in length)
No later than 10 days after the
first Expert arriving in the
place of posting for the first
time. This report will be
submitted to the IPA, URF and
CU. Comments, if any, on the
IR must be provided by the
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 34
IPA, URF and CU within 5
days from receipt.
Draft Final Technical Report
(DFTR)
Description of achievements,
problems encountered,
recommendations and technical
documents (including the Study)
suggested by the consultant. The
report should be prepared in
Portuguese
Within one week after the
experts leaving the country on
conclusion of the assignment.
Comments on the DFTR must
be provided by the URF, CU
and the IPA within 14 days.
Final Technical Report
(FTR)
Description of achievements,
problems encountered,
recommendations and technical
documents (including the Study),
suggested by the consultant,
taking into account changes and
comments from the URF, CU and
the IIP/INAQUA, produced
within 14 days from delivery of
the DFTR. The report should be
prepared in Portuguese
Within 10 days after receiving
comments on the DFTR. If no
comments on the report are
given within the time limit of
14 days, the DFTR shall be
considered as the FTR.
Final Report Short description of
achievements including problems
encountered and
recommendations and
suggestions; together with the
Final Technical Report and a
final invoice and the financial
report accompanied by the
expenditure verification report.
After receiving the approval of
the Final Technical Report
(FTR).
The draft Final Technical Report (DFTR) and the Final Technical Report (FTR), including the draft
and final Study should be prepared in Portuguese. The approved Final Technical Report will be
translated by the Consultant into English.
The formats of technical reports are available on the ACP FISH II web site at http://acpfish2-
eu.org/index.php?page=templates&hl=en.
7.2 Submission & approval of reports
One electronic copy of the reports referred to above must be submitted to the Project Manager
identified in the contract (CU), URF and two copies to the FA. Two hard copies of the approved Final
Technical Report must be submitted to the CU, one hard copy to the URF and two hard copies to the
FA. The Final Technical Report must be written in Portuguese and translated into English. The FR,
indeed, must be written in English. The Project Manager is responsible for approving the reports. The
cost of producing and shipping such material will be included in the fees. The translation is included in
Incidental Expenditure.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 35
8. MONITORING AND EVALUATION
8.1 Definition of indicators
The results to be achieved by the Consultant are included in Section 2.3 above. Progress to achieving
these results will be measured through the following indicators:
i. Meeting Target Group expectations
ii. Quality of the technical outputs
iii. Quality of the Key Expert(s) fielded
iv. Quality and timeliness of backstopping support from Head Office of the Consultancy
Company
v. Respect of project milestones time schedule and reports time delivery
The Consultant may suggest additional monitoring tools for the contract duration.
8.2 Special requirements
Not applicable.
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Anexo 2 – PLANO DE TRABALHO E ACTA DA REUNIÃO INAUGRAL
Estudo da Cadeia de Abastecimento das Pescas Artesanais e Mercados
na Região de Luanda – Angola (ACP Fish II)
Missão 5 a 29 de Agosto
ACTA DA REUNIÃO DE TRABALHO INAUGRAL & PLANO DE TRABALHO
1. Reunião de trabalho inaugural – IPA, 7/08/2013 das 14 – 15.45h
Foram efectuadas breves apresentações do programa ACP Fish II e do projecto supra-citado.
Foi efectuado um resumo explicativo do modus operandi pretendido, bem como do draft de plano de trabalho previamente apresentado. Foram discutidos e foi obtida concordância por parte do IPA tendo-se elaborado o plano de trabalho final, abaixo apresentado.
Discutiu-se brevemente os stakeholders a consultar e fontes de informação relevantes. Discussão do papel e responsabilidades das autoridades competentes em particular do IPA e actividades realizadas (Centros de Pesca e formação de mulheres transformadoras de pescado seco)
Foi definida a equipa técnica que acompanhará os trabalhos da missão, respectivamente: Departamento de Estudos e Projectos
- António Pedro Torres
- Júlia Catarina
- Inácio Rangel (Responsável de Departamento)
Departamento de Apoio às Comunidades
- Cavungo Lombo
- Edgar Costa
- António Chaves
Foi estabelecido que o IPA fará o acompanhamento integral da missão, quer na facilitação e acompanhamento das reuniões e visitas de trabalho quer na organização e logística das diversas actividades (transporte para as visitas, actividades de formação e workshop final).
Actividades do Plano. Foi estabelecido a melhor forma de operacionalizar as actividades estabelecidas. Desta forma, decidiu-se pela seguinte organização:
o Reuniões institucionais a realizar entre 8 e 9/08 a serem acertadas pelo IPA: Departamento de Infra-estruturas e Mercados; INAIPIT. (tendo já sido realizadas com as reuniões com INIP e DNP)
o Reuniões a organizar com outros doadores e programas: PNUD, BAD, FAO; IFAD. (reunião com Delegação da UE já se realizou a 7/08)
o Visitas de campo a realizar na segunda semana da missão: 1 visita por área (Município) – Cacuaco, Ingombota e Samba 1 visita ao centro de pesca de Buraco, desenvolvido pelo IPA
o Reuniões com Cooperativas e Associações e Distribuidores de pescado relevantes (a marcar para 1 dia no IPA)
o Formação (estipulada para 3 sessões compostas por 35 participantes cada, correspondendo cada uma das sessões a uma das 3 comunidades sobre as quais
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Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 37
o estudo incide). 1 sessão de formação com pescadores/vendedores/processadores de pescado organizadas por área (Município) – Cacuaco, Ingombota e Samba. A realizar em cada uma das comunidades conforme instalações disponíveis a identificar e a acertar durante a próxima semana. Possivelmente, realizar-se-ão no INIP as sessões de formação correspondentes às comunidades de Ingombota e Samba. Equacionou-se a colaboração na implementação da formação do INAIPIT, que
será analisado posteriormente em reunião com estes.
o Workshop Nacional (estipulado para 50 participantes). Ficou equacionado a sua realização no auditório do INIP, ficando de identificar-se durante esta semana os respectivos custos de logística na sua organização.
Custos a equacionar: banner, alimentação e transporte dos participantes, impressão de documentos, impressão de brochura final (200 exemplares).
2. Plano de Trabalho Final (missão 5-29/08)
Actividades Calendário
Viagem para Luanda do Consultor
Lisboa - Luanda (chegada a 18.30h) 5 /08
Reuniões preparatórias Reunião de arranque do projecto com IPA e Coordenador do ACP Fish II. Reunião inaugural de trabalho com IPA e presença do Coordenador do ACP Fish II. Reuniões com INIP, DNP e Delegação da UE.
6 e 7 /08
1. Reuniões com
autoridades
Reuniões com INAIPIT, Departamento de Infra-estruturas e mercados. Obtenção de dados de mercado.
8 e 9 /08
2. Preparação de
workshop e formação
Contactos, obtenção de valores de custos para a respectiva organização e logística 8 e 9 /08
3. Reuniões com
doadores e programas
Reuniões com PNUD, FAO, BAD, IFAD Obtenção de informação relevante de outros projectos.
8 e 9 /08
4. Reuniões com Stakeholders
Cooperativas, Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, bem como Organizações de Mercado e grande Distribuidor. Análise dos factores relevantes que afectam o fluxo dos abastecimentos e distribuição de pescado. Obtenção de dados de mercado.
Segunda e terceira semanas
5. Saídas de campo Visitas aos locais piscatórios de desembarques relevantes em Luanda - Municípios de Cacuaco, Ingombota e Samba. Pescadores, produtores e comércio. Visita ao Centro de Pesca de Buraco. Objectivos:
Recolha de informação e identificação dos problemas e obstáculos na cadeia de distribuição do pescado.
Identificação e observação das práticas de preservação, manuseamento e processamento bem como das infraestruturas existentes.
Segunda e terceira semanas
Cooperativas, Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, bem como Organizações de Mercado (Reunião com todos)
12/08 – 10h.
Cacuaco – Mercado Mundial 13/08 – 7h.
INAIPIT 13/08 – 13h.
Ingombota – Ilha do Cabo, Casa Lisboa, Trapalhões, Chicala 14/08 – 7h.
Samba – Mabunda, Buraco, Copesca, Sr. Selvagem, AJ, GPJ 15/08 – 7h
6. Relatório Inicial Inception Report - Após 10 dias 16 de Agosto
7. Preparação de Workshop e Sessões de Formação
Primeiro draft do Estudo para discussão e validação com IPA (e stakeholders chave);
Draft de brochura;
Identificação dos stakeholders para o Workshop Nacional;
Identificação dos grupos de Pescadores para formação em boas práticas de manuseamento, processamento e comercialização de pescado.
16 de Agosto
8. Formação 3 Sessões de Formação de grupos de Pescadores/comerciantes/processadores seleccionados.
20, 21, 22, de Agosto
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: pg. 38
35 participantes por sessão, de cada comunidade (Cacuaco, Ingombota e Samba) e a realizar em cada comunidade conforme seja possível.
9. Preparação Workshop Preparação apresentação do estudo; Draft do Estudo e Brochura 24 – 26 Agosto
10. Workshop Nacional Apresentação da versão final do Estudo e Brochura: recolha de comentários e opinião dos diferentes stakeholders.
50 participantes (stakeholders) press release e banner relatório do workshop
27 de Agosto
11. Reunião Final Reunião final com IPA – discussão resultados do workshop e validação do estudo e brochura.
28 de Agosto
12. Brochura final Elaboração Brochura final, impressão e disseminação 28 de Agosto
Viagem de regresso a Portugal do Consultor
Luanda – Lisboa (saída 08.00h) 29 de Agosto
13. Relatório Final Relatório – Estudo Final Após 1 semana do regresso
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Anexo 3 – LISTAGEM DOS ENCONTROS, CONTACTOS E ITINERÁRIO
Data Pessoas Instituição / Cargo
6/08 Leone Tarabusi URF (ACP Fish II)
Nkosi Lukeye IPA – Director
Filomena Velho INIP – Directora
Maria Pedro INIP – Laboratorio
7/08 Vincent Van Halsem Delegação UE – Pescas
Susana Martins Delegação UE – Ambiente
Fernaando Crende Delegação UE – Chefe Sector (Desenvolvimento Rural e Garantia Alimentar
Maria de Lurdes Sardinha DNP- Directora
António Torres IPA – Dept. Estudos e Projecto
Júlia Catarina IPA – Dept. Estudos e Projecto Inácio Rangel IPA – Chefe Dept. Estudos e Projecto Cavungo Lombo IPA – Dept. Apoio às Comunidades
Edgar Costa IPA – Dept. Apoio às Comunidades António Chaves IPA – Chefe Dept. Apoio às Comunidades 8/08 Cidalina Nogueira DNIIP - Directora
Nelson DNIIP – Chefe Dept. Pesquisa de Mercados
9/08 Pedro Afonso IPA – Estatística
Felix Martin BAD – Senior Fisheries Officer
Carlos Neto BAD / IPA – Consultor Local
12/08 João Generoso Cooperativa Barra do Bengo – Cacuaco
Esteves António Cooperativa Kilamba Kiaxi – Cacuaco
Abissai Ningan Associação Aapl – Ingombota
Manuel Lucas Associação Apal – Ingombota
Francisca Chimina Cooperativa Família Chimina – Ingombota
Representante Provincial das Pescas – Ingombota
Coque Representante Provincial Pescas – Samba
13/08 Tungu Silvain INAIPIT – Director Técnico
Esperança INAIPIT
Fernando INAIPIT – Director
14/08 Isabel Peixeira – Ingombota
Luísa Peixeira – Ingombota
Sebastião Coelho Armador Pescador – Ingombota
Claudino Tavares Fábrica de Gelo
15/08 Selvagem Armador / Processador & Produtor de Gelo
São e Quintinha Peixeiras
16/08 Rui Cooperativa Buraco
Esmeralda Cooperativa Buraco
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Itinerário de actividades e encontros com instituições
Data Actividade Instituição Local
6/08 Reunião URF (ACP Fish II) / IPA Luanda
IPA
INIP Ilha do Cabo
7/08 Reunião Delegação UE Luanda
DNP Ministério das Pescas - Luanda
IPA Luanda
8/08 DNIIP Ministério das Pescas - Luanda
9/08 IPA – Estatística IPA
BAD IPA
12/08 Reunião Cooperativas e Serviços Provinciais de Pesca
IPA
13/08 Saída de Campo Locais de desembarque e mercados
Cacuaco - Mundial e Barra do Bengo Mercado Mundial e Barra
13/08 Reunião INAIPIT Junto ao porto pesqueiro da boavista
14/08 Saída de Campo Locais de desembarque e mercados e fábrica de gelo
Ilha do Cabo - Casa Lisboa, Trapalhões, Chicala
15/08 Saída de Campo Locais de desembarque e mercados e fábrica
Samba – Mabunda
16/08 Saída de Campo Locais de desembarque e processamento
Buraco
19/08 Preparação formação IPA Luanda
20/08 Formação (Cacuaco) Cooperativa Cacuaco Cacuaco
21/08 Formação (Ingombota) INIP Ilha do Cabo
22/08 Formação (Samba) INIP Ilha do Cabo
23/08 Estudo IPA Luanda
26/08 Estudo IPA Luanda
27/08 Workshop Final INIP Ilha do Cabo
28/08 Estudo e Brochura IPA Luanda
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Luanda – ANGOLA
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Anexo 4 – FOTOGRAFIAS DAS ACTIVIDADES REALIZADAS
Capacitação
3 Sessões de Formação de grupos de Pescadores / comerciantes / processadores
seleccionados. Participação:
25 formandos no Cacuaco (20/08/13) na Cooperativa dos Pescadores de Cacuaco;
26 formandos no INIP de Ingombota (21/08/2013) no INIP;
12 formandos no INIP de Samba e Buraco (22/08/2013) no INIP.
Total de 14 mulheres e 49 homens
10.30 – 17.30h
FORMAÇÃO CACUACO
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FORMAÇÃO NO INIP
GRUPO INGOMBOTA GRUPO SAMBA - BURACO
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Seminário Final
Apresentação e Discussão aberta do Estudo – resultados, análise, discussão e recomendações.
Com a presença das seguintes instituições do Ministério das Pescas: IPA, INIP, DNIIP, SNF;
bem como PNUD, Delegação da EU; Cooperativas, Armadores, Peixeiras e Serviços
Provinciais das Pescas de Luanda. Contou com transmissão televisa e reportagem da TV
Nacional.
27/08/2013 (9.30 – 16.00h)
SEMINÁRIO FINAL
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Saídas de Campo
Visitas aos locais piscatórios de desembarques relevantes em Luanda - Municípios de
Cacuaco (Mercado do Mundial e Barra do Bengo), Ingombota (Casa Lisboa, Trapalhões,
Salga e Chicala) e Samba (Mabunda e Buraco).
Visita ao Centro de Processamento de pescado e Apoio à Pesca de Buraco.
Contactos com pescadores, produtores e comércio.
Estas actividades realizaram-se de 12 a 16/08.
Objectivos:
Recolha de informação e identificação dos problemas e obstáculos na cadeia de distribuição
do pescado.
Identificação e observação das práticas de preservação, manuseamento e processamento bem
como das infraestruturas existentes.
Cacuaco - Mundial Ingombota - Trapalhões
Samba – Buraco: Centro de Apoio à PA do Buraco
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Samba - Mabunda
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Ingombota – Casa Lisboa
Cacuaco - Mundial
Barra do Bengo Peixeiras Mundial Saída de peixeiras de Cacuaco
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Anexo 5 – BANNER E NOTA DE IMPRENSA DO WORKSHOP
Nota de Imprensa
SEMINÁRIO NACIONAL PARA APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO
ESTUDO REALIZADO SOBRE A CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS
PESCAS ARTESANAIS E MERCADOS NA REGIÃO DE LUANDA;
VALIDAÇÃO DO ESTUDO; A REALIZAR NO INIP, ILHA DO CABO,
LUANDA, 27 de AGOSTO de 2013.
O IPA, Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e Aquicultura, com o apoio
financeiro do Programa ACP Fish II da União Europeia (UE) e assistência técnica da
Ecosphere – Consultores em Ambiente e Desenvolvimento de Portugal organizam um
Seminário, que terá lugar no dia 27 de Agosto de 2013, no INIP na Ilha do Cabo, em Luanda,
Angola. O Seminário fará uma apresentação de um estudo realizado durante o mês de Agosto
sobre a cadeia de abastecimento das pescas artesanais e mercados na província de Luanda,
designadamente as áreas de Cacuaco, Ingombota e Samba, e possibilitará a oportunidade de
discussão dos resultados, conclusões e recomendações do estudo. Ao evento participarão as
várias Direcções Nacionais do Ministério das Pescas e respectivos Departamentos, bem como
os representantes das Cooperativas de Pescas de Cacuaco, Ingombota e Samba, bem como
alguns dos seus pescadores e peixeiras.
O Seminário será aberto oficialmente pelo Sr. Director do Instituto da Pesca Artesanal,
contando ainda com a presença da Delegação da UE em Angola.
Em complemento ao Estudo realizado, o projecto integrou também 3 acções de formação
intituladas “Capacitação de Produtores de Pequena Escala em Técnicas de Produção”, sobre
as Boas Práticas de Manuseamento, Conservação, Processamento e Comercialização de
Pescado relacionadas com a qualidade do pescado e respectivos perigos de segurança
alimentar (entenda-se na perspectiva hígio-sanitária dos termo). A capacitação realizada
integrou um total de 105 pescadores e mulheres processadoras e peixeiras provenientes das 3
comunidades foco do estudo.
O perfil apresentado pelo sector da Pesca Artesanal na província de Luanda faz com este seja
considerado uma das zonas mais importantes do país com 24% das capturas em 2012 (14.678
t) e 28% dos pescadores registados (7 mil). As Províncias de Luanda e Benguela representam
metade da frota artesanal (respectivamente, 23 e 30%) enquanto que cada uma das restantes
Províncias litorais caracteriza-se por constituírem fatias de 6 a 12% da frota. É todavia, ao
nível da frota motorizada que estas 2 províncias se destacam ainda mais, com proporções
respectivamente, de 58 e 47%.
Luanda com 130 catrongas possui cerca de 1 terço da frota nacional cabinada e cerca de 1
quarto das chatas com motor, apesar de também possuir ainda 1 quarto das chatas sem motor
e 1 quinto das canoas.
Ao nível da província de Luanda, assiste-se à existência de uma frota composta de 1800
embarcações, com 42% de embarcações motorizadas (das quais 7% destas são cabinadas). As
chatas sem motor representam ainda 40% da frota e as canoas 18%.
Entre os principais factores que afectam o sector contam-se a deficiente ou inadequada
conservação, manuseamento e técnicas de processamento, bem como a falta de infra-
estruturas de apoio às actividades (acessos, portos, electricidade, câmaras de conservação,
água, principalmente água limpa e/ou potável).
O Programa ACP Fish II, apoiando esta iniciativa, é um programa de 30 milhões de euros
financiado pelo 9o Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED) da União Europeia cujo
objetivo é reforçar a capacidade de gestão das pescarias em 79 países de África, Caraíbas, e
Pacifico (ACP). Na região da África Austral o Programa - com um orçamento de 3 milhões de
euros – tem contribuído à implementação da estratégia das Pescas do SADC com uma série de
estudos para identificar os passos necessários para a instalação e estabelecimento do Centro
Regional de Monitorização, Controlo e Vigilância das Pescas em Moçambique, analisando os
aspectos relacionados à estrutura institucional/legal do Centro, assim como, à sua gestão
financeira e sustentabilidade. O Programa também contribuiu à melhoria do quadro
institucional das pescas em alguns países da região, apoiando a revisão das políticas e
estratégias de pescas e a elaboração de planos de gestão sectoriais. Em Angola a ACP Fish II
encontra-se também a dar apoio a um projecto relativo ao desenvolvimento de um Plano de
Gestão da Pescaria do Carapau com o Instituto Nacional de Investigação das Pescas.
O seminário terá lugar no anfiteatro do INIP, na Ilha do Cabo em Luanda no dia 27 de
Agosto de 2013.
Para mais informações acerca do seminário por favor contactar o Sr. Helder Silva –
[email protected] Tel: +244 915245241.
Par mais informação acerca do programa ACP FISH II para Africa Austral:
http://www.acpfish2-eu.org/. Contactar : Leone Tarabusi, Gestor Regional Africa Austral -
ACP Fish II, email: [email protected], Tel/Fax +258 21302769, Cell +258
824024972
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Este programa e financiado pela União Europeia
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Anexo 6 – LISTA DE DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA
Lista de documentação consultada:
Decreto 41/05 de 13 de Junho “Regulamento Geral das Pescas” Diário da Républica Série I
Nº 52
Decreto 40/06 de 30 de Junho “Regulamento dos Requisitos Higio-Sanitários dos Produtos de
Pesca e Aquacultura, Série I N.º 79
Decreto Presidencial 226/2012 de 3 de Dezembro – que aprova o Estatuto Orgânico do
Ministério das Pescas, Série I N.º 230
Lei 6-A/2004 de 8 de Outubro “Lei dos Recursos Aquáticos Biológicos” Diário da Républica
Série I Nº 81
ADB – ADF, (2013); Fisheries Sector Support Project: Angola – Appraisal Report.
ADB – ADF, (2013); Artisanal Fisheries Development Project - Completion Report of
Project P-AO-AOO-002, OSAN.
Ambrosio, L. e Ruiz, E., (2012); Avaliação Estratégica das intervenções financiadas pela
AECID em Angola no sector das pescas - Relatório final, Probitec, Agencia Española de
Cooperación Internacional para el Desarrollo.
IPA, (s/d); Relatório Técnico nº17 (draft não publicado); Controlo Estatístico das Capturas e
Esforço de Pesca Artesanal Marítima e Continental para 2012, IPA,.
IPA, (2010); Relatório Técnico nº15, (2010); Controlo Estatístico das Capturas e do Esforço
de Pesca do Subsector Artesanal para 2010.
Nicolau, M. P., (s/d); Estudo de Alguns Indicadores Microbiológicos do Pescado Fresco
Comercializado na Mabunda (Praia da Samba), Apresentação no âmbito de Tese de Mestrado
– Jornadas Científicas do INIP.
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Anexo 7 – MATERIAL DA CAPACITAÇÃO E WORKSHOP
Módulo de formação - apresentação powerpoint utilizada durante a formação:
FORMAÇÃO.pdf
Apresentação realizada em powerpoint no Workshop final para apresentação e discussão do Estudo.
ESTUDO.pdf
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Anexo 8 – LISTA DE PARTICIPANTES CAPACITAÇÃO E WORKSHOP
Ver Ficheiro Anexos
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Anexo 9 – RELATÓRIO PRELIMINAR
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Relatório Preliminar
ESTUDO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS PESCA ARTESANAIS E
MERCADOS NA REGIÃO DE LUANDA – ANGOLA
Projeto ref. N° SA-4.3-B23
Angola
16 de Agosto, 2013
Um projeto implementado por:
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Relatório Preliminar
ESTUDO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO DAS PESCA ARTESANAIS E
MERCADOS NA REGIÃO DE LUANDA – ANGOLA
Projeto ref. N° SA-4.3-B23
Angola
16 de Agosto, 2013
Um projeto implementado por:
HELDER SILVA
"Reforço da Gestão das Pescarias nos Países
da ACP"
Projecto Financiado pela União Europeia.
“Esta publicação foi produzida com a assistência da União Europeia. Os conteúdos da presente publicação são da responsabilidade exclusiva de ”nome do autor” e não poderão de forma alguma serem considerados para refletir as visões da União Europeia.”
“O conteúdo deste documento não reflecte necessariamente as visões dos relativos governos”
Índice 1. INFORMAÇÃO DE BASE ........................................................................................................... 57 2. COMENTÁRIOS SOBRE OS TERMOS DE REFERÊNCIA ............................................................ 58 3. ABORDAGEM DO PROJECTO (METODOLOGIA) ...................................................................... 59 4. ORGANIZAÇÃO E MEMBROS DA EQUIPE TÉCNICA ............................................................... 61 5. PLANO DE TRABALHO PROPOSTO (INCLUINDO PLANO DE VIAGEM DOS PERITOS) .............. 62 6. RESULTADOS DA REVISÃO DOCUMENTAL E CONSULTAS ..................................................... 63 7. ASSUNTOS IMPORTANTES A SEREM APRESENTADOS/RESOLVIDOS (SE EXISTIREM) ........... 65 8. RELATÓRIO FINANCEIRO (BREVE, SE REQUERIDO) .............................................................. 66 9. ANÁLISE DE RESULTADOS PRELIMINARES ............................................................................... 66
ANEXOS .................................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED. ANEXO 1 – TERMO DE REFERÊNCIAS ...................................................................................... 69 ANEXO 2 – PLANO DE TRABALHO E ACTA DA REUNIÃO INAUGRAL .............................. 82 ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO – CHECKLIST ............................................................................... 85 ANEXO 4 - CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DA PESCA ARTESANAL ............................... 87 ANEXO 5 – LISTAGEM DOS ENCONTROS E CONTACTOS .................................................... 92
Lista de Abreviaturas
ACP Países da África, Caraíbas e Pacífico
AECID Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo
BAD Banco Africano de Desenvolvimento
DNIIP Direcção Nacional de Infra-estrutura e Indústria da Pesca
DNPPRP Direcção Nacional das Pescas e Protecção dos Recursos Pesqueiros
ET Equipa Técnica
EUA Estados Unidos da América
FAO Food and Agricultura Organization
IFAD International Fund for Agriculture Development
INIP Instituto Nacional de Investigação Pesqueira
INAIPIT Instituto Nacional de Apoio à Industria Pesqueira e Investigação Tecnológica
IPA Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura
OGE Orçamento Geral do Estado
PA Pesca Artesanal
PIB Produto Interno Bruto
PMU Project Management Unit
PNUD
PPP
United Nations Development Program
Purchasing Power Parity
URF Unidade Regional de Facilitação ACP FISH II
SNFPA
TdR
Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueria e da Aquicultura
Termos de Referência
UE União Europeia
UNHD United Nations Human Development report
VMS
ZEE
Vessel Monitoring System
Zona Económica Exclusiva
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9. Informação de base
A República de Angola tem uma área total de 1.246.700 Km2, uma Zona Económica
Exclusiva (ZEE) de 200 milhas e uma população estimada, em 2009, de cerca de 18,5
milhões. A economia do país cresceu a uma taxa impressionante de 17% em 2007, o Produto
Interno Bruto (PIB) per capita é de EUA $ 5,812 (PPP, 2009). No entanto, Angola é
considerado um país de baixo desenvolvimento (UNHD Report 2011), com mais de 50% da
população a viver na pobreza extrema, para além de ser ainda caracterizado por um grande
nível de desigualdade. A economia local baseia-se principalmente na exploração do recurso
petróleo (85% do PIB em 2012) e diamantes (5% do PIB). Em 2008, o sector da agricultura,
incluindo pescas (estima-se 3,5% para o PIB), representava cerca 10% do PIB3.
Angola possui uma costa de 1.650 km, e uma plataforma continental de 51.000 km2,
variando de cerca de 10 a 100 km e com uma largura média de cerca de 30 km. A área de
pesca do sul que se estende do Namibe a Benguela é de longe a mais produtiva do país, com
uma abundância de carapau, sardinha, atum e uma variedade de espécies demersais, incluindo
pescada. A zona centro de pesca estende-se de Benguela a Luanda e apresentando como
recursos principais sardinhas, carapaus e espécies demersais, como o cachucho, garoupas,
pongo, entre outros. A zona norte de pesca estende-se de Luanda a Cabinda possuindo uma
grande densidade de carapaus e sardinhas e uma menor proporção de espécies demersais.
A produção total das pescas em 2009 foi de 272,263 mil toneladas, principalmente
provenientes da pescas artesanal (42%) e pesca semi-industrial (42%). Para além da Pesca
Artesanal desempenhar um papel de destaque na produção pesqueira de Angola, esta
representa ainda o abastecimento para 35% do consumo interno de pescado.
As actividades de pesca artesanal estão distribuídas ao longo de toda a costa, mas Benguela e
Luanda são as províncias com maior concentração de áreas de pesca artesanal. Os pescadores
artesanais capturam espécies demersais e, principalmente, espécies de alto valor como
garoupas, pargos, sargos, corvinas e lagosta espinhosa, principalmente usando técnicas e artes
de pesca tradicionais. Os pescadores organizam-se normalmente em grupos por barco
dividindo a captura. O peixe é parte da dieta tradicional em Angola, todavia a procura não é
plenamente satisfeita. A maioria dos desembarques totais marinhos artesanais são
distribuídos em fresco, em gelo ou não, principalmente em Luanda e nos mercados urbanos.
Apenas uma quantidade limitada das capturas sofre processamento adicional, principalmente
salga e secagem em locais situados sobretudo nas províncias do sul. As atividades
relacionadas com o processamento de peixe e a venda são, tradicionalmente, da
responsabilidade das mulheres.
Entre os principais factores que afectam o sector contam-se a deficiente ou inadequada
conservação, manuseamento e técnicas de processamento, bem como a falta de infra-
estruturas básicas (acessos, portos, electricidade, água, principalmente água limpa e/ou
potável, telecomunicações e serviços financeiros). Por todas estas razões, a cadeia de
abastecimento de pescado ainda é fraca e não há significativa agregação de valor aos
3 CIA World Fact-Book Angola.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 58
produtos de pesca artesanal quando negociados nos mercados, para além de existirem perdas
pós-captura aparentemente significativas.
Para superar estes problemas, o Governo directamente através do Instituto para o
Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura (IPA) realiza um grande esforço para
melhorar os padrões de qualidade, mas carece ainda de informações e dados detalhados e
confiáveis sobre a cadeia de abastecimento e principais constrangimentos de mercado.
Institucionalmente, as Pescas estão sob a alçada da Direcção Nacional das Pescas e Protecção
dos Recursos Pesqueiros (DNPPRP) do Ministério das Pescas, responsável pela elaboração,
direcção, controle e execução da política da pesca. O DNPPRP é suportado na gestão do
sector, através da Direcção Nacional de Infra-estrutura e Indústria da Pesca (DNIIP),
enquanto que as actividades de monitorização e fiscalização são realizados pelo Serviço
Nacional de Fiscalização Pesqueria e da Aquicultura (SNFPA). O subsector da pesca
artesanal está sob a tutela do IPA, que promove o desenvolvimento da pesca de pequena
escala, enquanto a investigação científica biológica faz parte do mandato do Instituto
Nacional de Investigação Pesqueira (INIP). Por sua vez o Instituto Nacional de Apoio à
Industria Pesqueira e Investigação Tecnológica (INAIPIT) interage com a indústria pesqueira
de processamento dando assistência e formação.
10. Comentários sobre os Termos de Referência
Numa primeira leitura dos Termos de Referência (TdR) estes parecem indicar como resultado
da Consultoria a elaboração de um estudo exaustivo dos mercados de pescado e cadeia de
abastecimento das pescas artesanais.
Dada a alocação de tempo prevista nos TdR e o facto de o projecto prever ainda outras
actividades, como a capacitação, a questão do âmbito do estudo foi discutida com o IPA e a
Unidade Regional de Facilitação ACP FISH II (URF), tendo-se acordado que o resultado da
Consultoria não será uma análise exaustiva mas sim um estudo que identifique e analise os
principais problemas de abastecimentos da pesca artesanal e respectiva comercialização e que
sirva de orientação para futuros estudos exaustivos, medidas e políticas a implementar, bem
como para a base de futuros projectos para resolução dos contrangimentos que vierem a ser
identificados.
O estudo integrará, entre outros, os seguintes tópicos:
Análise da actual cadeia de abastecimento e situação do mercado na área
selecionada, incluindo as técnicas de conservação, manipulação e processamento
de pescado;
Identificação de problemas que afectam o processamento e sistema de
comercialização;
Identificação de técnicas e medidas viáveis para melhorar o tratamento do
pescado a bordo e nos locais de desembarque e de processamento;
Recomendações para a melhoria da cadeia de abastecimento e para a criação de
infra-estruturas adequadas para a comercialização dos produtos da pesca.
As actividades do projecto serão ainda implementadas através de um processo participativo,
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 59
que englobará designadamente, a discussão com os técnicos da forma de recolher informação,
respectiva análise e apresentação de um plano de amostragem para os preços de mercados da
PA, para garantir a capacitação dos funcionários do IPA.
11. Abordagem do projecto (metodologia)
A metodologia para o projecto envolve duas componentes, uma primeira para
desenvolvimento do estudo em causa, uma segunda para implementação da capacitação. Para
o efeito é proposta metodologia que se descreve sumariamente abaixo:
11.1 Estudo
A elaboração do estudo compreende as seguintes actividades:
k) Consulta às autoridades competentes no Ministério das Pescas: DNPPRP, IPA, INAIPIT,
INIP, DNIIP na obtenção de informação e dados relevantes;
l) Recolha de informação relevante junto de pescadores, produtores e comerciantes, através
de questionário pré-definido (Ver Anexo 3) para compilação de informação qualitativa
relevante. Pretende-se desta forma caracterizar e identificar os pontos fracos da cadeia de
valor e abastecimento dos produtos de pesca artesanal;
m) Realização de visitas de campo para aplicação do questionário nos Municípios de Luanda
(anteriormente designado como Ingombota), de Cacuaco e Belas (ex-Samba) com o apoio
da Equipa Técnica (ET) do IPA. Estas visitas visam recolher informações e identificar os
principais constrangimentos, principalmente no que diz respeito às técnicas de
conservação, manipulação e venda, bem como às infra-estruturas de apoio à pesca
artesanal e processamento. O foco do trabalho visa alcançar uma compreensão abrangente
dos constrangimentos e restrições da distribuição e abastecimento do pescado e sua
comercialização;
n) O método de obtenção de informações de alta qualidade realiza-se a partir de
informadores-chave ou privilegiados, que fornecem dados qualitativos ou quantitativos da
respectiva actividade. Estes, podem ser conhecedores do sector de forma transversal às
várias actividades existentes ou simplesmente do seu segmento de actividade. Em geral,
são indivíduos reconhecidos como agentes de sucesso no negócio do sector, líderes na
comunidade ou no grupo a que pertencem e/ou possuindo uma representatividade
reconhecida na comunidade ou por via institucional. Desta forma, será essencial o
conhecimento do IPA dos vários operadores no sector. Para tal considera-se que a
realização de um entrevista a um elemento importante dentro da cadeia de distribuição
pode contribuir significativamente para a alta compreensão dos factores que afetam o
fluxo de abastecimentos da pesca artesanal. Incluem-se nestes agentes os responsáveis de
Cooperativas, Associações e/ou Organizações de Produtores;
o) Identificação dos informadores chave em cada local.
p) Desenvolvimento de uma análise integrada do potencial papel directo e indirecto que
pode ser feito, no futuro, para apoiar a dinâmica e modernização da cadeia de
abastecimento de produtos da pesca e cadeia de valor pelas diferentes instituições
nacionais envolvidas, IPA, INIP, DNIIP e INAIPIT.
O Estudo será elaborado com base nos seguintes pressupostos:
A valorização e dinamização da cadeia de valor inicia-se na garantia da qualidade e da
segurança alimentar (entenda-se requisitos hígio-sanitários) do pescado abastecido
pela pesca artesanal, exactamente na primeira etapa da cadeia de produção - onde tudo
começa de facto;
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 60
As empresas em Angola operam com abastecimentos de pescado sobretudo da pesca
semi-industrial e industrial. O sector artesanal, embora represente uma elevada
percentagem das capturas nacionais, tem uma distribuição muito limitada, todavia
com potencial para aumentar a sua utilização;
Ao dotar-se a pesca artesanal, e locais de descarga e primeira venda, dos necessários
requisitos hígio-sanitários e de preservação do pescado potencia-se o abastecimento,
não só para o mercado local como também para uma eventual indústria de exportação,
com potencial reflexo nos rendimentos de aproveitamento das capturas e do seu valor.
De igual maneira estar-se-á a contribuir para a melhoria dos meios de vida das
famílias dependentes da actividade da pesca, bem como para o reforço alimentar da
população;
Nesta linha de raciocínio, é importante perceber a integração dos vários aspectos:
- desenvolvimento de infra-estruturas de apoio à pesca artesanal e comercialização de acordo
com os requisitos sanitários, designadamente:
- aplicação correcta dos requisitos de manuseamento e conservação do pescado por parte,
sobretudo, dos pescadores;
- licenciamento, controlo e monitorização dos agentes envolvidos em relação aos requisitos
sanitários.
- garantia da cadeia de rastreabilidade entre produtores, distribuidores e processadores,
retalhistas / exportadores.
Aparentemente, tem-se que o INIP tenha no passado efectuado alguns projetos
relacionados com a melhoria do processamento do pescado artesanal, o INAIPIT
tenha e tem apoiado o desenvolvimento industrial, a Inspecção do Pescado (agora no
DNIIP) responsável pela inspecção, licenciamento sanitário e controlo de todas as
empresas da cadeia de valor da pesca (produtores, grossistas e retalhistas,
processamento, exportadores e importadores), tenha cingido a sua actividade
principalmente para a exportação. Nenhum tem dado assim, um foco adequado sobre
a qualidade e segurança alimentar do pescado na primeira etapa da cadeia de
produção, registando-se assim uma lacuna crucial para desenvolvimento dos
mercados de pescado.
q) Com base na informação recolhida efectuar-se-á:
Análise da actual cadeia de abastecimento e situação do mercado nas áreas
selecionadas, incluindo as técnicas de conservação, manuseio e processamento de
pescado;
Identificação de problemas que afectam o processamento e sistema de
comercialização;
Identificação de possíveis técnicas e medidas para melhorar o tratamento do
pescado a bordo e nos locais de desembarque e de processamento;
Análise de Pontos fortes, Fraquezas, Oportunidades e análise de Riscos/Ameaças
para o objecto do estudo;
Recomendações para a melhoria da cadeia de abastecimento e para a criação de
infra-estruturas adequadas para a comercialização dos produtos da pesca;
Recomendações para fomentar a ligação entre as fontes de pesca artesanal na
cadeia de valor da transformação e da indústria exportadora;
r) O estudo abrangerá ainda as seguintes matérias:
Funções e responsabilidades dos diferentes intervenientes na cadeia de
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 61
abastecimento e de mercado e sua articulação;
Funções e potencial de interação das diversas instituições na melhoria, apoio e
controlo da cadeia de valor da pesca;
Fontes directas e indirectas de informação, uso potencial e tratamento analítico
para apoio futuro do IPA.
s) O estudo será discutido com IPA e outras partes interessadas e validado pelo IPA.
11.2 Capacitação
A elaboração componente de capacitação compreende as seguintes actividades:
t) Preparação e desenvolvimento de formação:
O modelo de formação será elaborado atendendo ao nível de escolaridade dos formandos
(pescadores artesanais, comerciantes e processadores artesanais). Os conteúdos incluem:
Alterações da qualidade após-captura;
Compreensão geral abrangente de segurança alimentar do pescado;
Condições mínimas de higiene necessárias a serem implementadas: Práticas de
Higiene inadequadas versus Boas Práticas de Higiene;
Manuseamento inadequado versus boas práticas de manuseamento e preservação
associadas a alterações na qualidade após-captura, o uso de caixas e outros
equipamentos serão mostrados (caso as condições permitam tal atividade);
Alterações na qualidade após-captura com base na avaliação sensorial prática de
pescado (se as condições permitam tal atividade).
u) Na formação a realizar utilizar-se-ão técnicas de formação de adultos seguindo uma
abordagem participativa e dinâmica, utilizando uma metodologia interactiva e pró-activa.
Tentar-se-á aplicar uma prática elevada, com uso experimental de caixas de peixe,
equipamento, gelo e também pescado para avaliação das alterações de frescura, ou por
utilização de um conjunto selecionado de fotos para exemplo de boas e más práticas. Na
selecção do local da capacitação atender-se-à ao potencial de facultar as actividades
descritas, tanto quanto possível.
v) Estrutura proposta: 3 sessões de formação de 1 dia cada, dirigidas a cada uma das
comunidades alvo do estudo para 35 formandos cada, totalizando 105 participantes.
12. Organização e Membros da Equipe Técnica
Foi efectuado com o IPA, na presença do Gestor Regional para Africa Austral , um resumo
explicativo do modus operandi pretendido, bem como do draft de plano de trabalho
previamente apresentado. Foram discutidos e validados pelo IPA tendo-se elaborado o plano
de trabalho final, abaixo apresentado.
Discutiu-se brevemente os stakeholders existentes para consulta como informadores chave.
Foram discutidas e identificadas as fontes de informação relevantes. Foi também, clarificado
as responsabilidades das autoridades competentes em particular do IPA que descreveu ainda
as actividades e projectos implementados (principalmente os que concernem ao
desenvolvimento de Centros de Pesca e formação de mulheres transformadoras de pescado
seco).
Foi definida a ET que acompanhará os trabalhos da missão, respectivamente:
Departamento de Estudos e Projectos: (António Torres, Júlia Catarina, Inácio
Rangel);
Departamento de Apoio às Comunidades (Cavungo Lombo, Edgar Costa, António
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Chaves).
Foi acordado que o IPA fará o acompanhamento integral da missão, quer na facilitação e
acompanhamento das reuniões e visitas de trabalho quer na organização e logística das
diversas actividades (transporte para as visitas, actividades de capacitação incluindo convite
dos participantes nas acções de formação e no workshop final), contribuindo o projecto para
as despesas de combustível.
Foi acordado o modus operandi do projecto que se descreve em mais detalhe no ponto 5
abaixo.
Actividades de organização realizadas na iniciação do projecto:
Briefing com Unidade Regional de Facilitação ACP Fish II (URF) para a África
Austral e da Administração das Pescas / IPA;
Briefing com Delegação da União Europeia;
Discussão dos objectivos do projeto com IPA e URF e concretização da metodologia
e plano de trabalho para a tarefa, validados pelo IPA e URF;
Consultor local (Pesquisador de Mercados) para apoio do Perito ainda não iniciou funções,
aguardando-se confirmação da selecção pelo PMU (ACP Fish II).
13. Plano de trabalho proposto (incluindo plano de viagem dos peritos) O Plano de trabalho é apresentado no Anexo 2 juntamente com a Acta da Reunião Inaugural.
Seguidamente faz-se um breve resumo das actividades agendadas.
Actividades de trabalho realizadas de 6 a 12/08:
a) Reuniões com as seguintes entidades para recolha de informação e documentos
relevantes: DNPPRP; INIP; DNIIP (Direcção; Departamento de Mercados e
Departamento de Inspecção); IPA (Direcção; Estatísticas e Estudos);
b) Reuniões com Cooperativas e Associações e Distribuidores de pescado relevantes no
IPA;
c) Outras Reuniões relevantes: Novo Projecto de Apoio ao Sector das Pescas (2013) –
Financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) com implementação
envolvendo a FAO; Projecto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal – 2010 (BAD).
Plano de viagens (Perito e ET):
Visitas de campo:
13/08: Cacuaco – Comunidade Piscatória: Mercado Mundial e Barra do Bengo;
14/08: Ingombota – Comunidades Piscatórias: Ilha do Cabo, Casa Lisboa, Trapalhões,
e Chicala;
15/08; Samba – Comunidades Piscatórias: Mabunda, Buraco.
Capacitação:
20/08: Cacuaco;
21 e 22/08: INIP (Ilha de Luanda);
Workshop Final: 27/08: INIP (Ilha de Luanda).
Resumo de Plano de Trabalho:
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Reuniões institucionais: IPA, Departamento de Infra-estruturas e Mercados; INAIPIT.
INIP e DNP;
Reuniões a organizar com outros doadores e programas, a tentar na 3ª semana da
missão pelo facto dos responsáveis se encontrarem fora do país: PNUD;
Visitas de campo a realizar (ver plano de viagens acima mencionado);
Capacitação (estipulada para 3 sessões compostas por 35 participantes cada,
correspondendo cada uma das sessões a uma das 3 comunidades sobre as quais o
estudo incide). 1 sessão de formação com pescadores/vendedores/processadores de
pescado organizadas por área (Município) – Cacuaco, Ingombota e Samba;
Workshop Nacional (estipulado para 50 participantes). Equacionado a sua realização
no auditório do INIP estando em curso contactos quanto a custos e logística da sua
organização.
14. Resultados da revisão documental e consultas
Sumariza-se abaixo os resultados preliminares da revisão documental, consultas e de outros
projectos/intervenções no sector.
14.1 Revisão documental e consultas
Do levantamento de documentação e sua análise constata-se o seguinte:
a) Plano Director das Pescas; já não se encontra actual, nem activo. O Ministério tem
constituída uma equipa responsável pela elaboração de novo Plano Director
constituída pelos vários Directores dos departamentos do Ministério das Pescas,
que se espera estarão presentes no workshop final;
b) Plano de Ordenamento de Pescas e Aquicultura 2006/2010; encontra-se em fase
de revisão;
c) Projectos BAD, AECID, IFAD e PNUD: não foram disponibilizados relatórios
com informação de pesquisa de campo, apenas relatórios de actividades e de
avaliação de projectos. Salienta-se que a informação proveniente das fases de
pesquisa de campo destes projectos poderia realmente beneficiar o presente
estudo;
O projecto do IFAD, de qualquer forma, versa sobre a pesca em águas interiores e
aquicultura, afastando-se assim do campo de intervenção do presente estudo.
d) Pesquisa de mercados de produtos da pesca provenientes do sub-sector da pesca
artesanal: não existe qualquer informação de mercado ou dados de preços. O com
Departamento de Pesquisa de Mercados da DNIIP ainda não iniciou
verdadeiramente a sua actividade devido a limitações várias de operacionalidade.
Ao nível do IPA esta informação não é objecto de análise;
e) Estatísticas de produção e actividade da pesca artesanal: existem as estatísticas de
pesca recolhidas e tratadas pelo IPA através da implementação de um programa de
amostragem nas comunidades e com tratamento estatístico através do programa
ARTEFISH. Contudo não inclui dados de valor comercial da produção registada
nem de distribuição do pescado. No Anexo 4 apresenta-se resumo de
caracterização da pesca artesanal na província de Luanda com base nas estatísticas
do IPA.
Identificou-se a seguinte legislação relevante que compreende os abastecimentos da pesca
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artesanal e cadeia de distribuição e mercados, isto é, relacionada com as condições (práticas e
higiene) de manuseamento, conservação, descarga e venda do pescado por parte dos
pescadores artesanais e subsequentes práticas no âmbito da distribuição e mercados:
Lei 6-A/04 de 8 de Outubro “Lei dos Recursos Aquáticos Biológicos”;
Decreto 41/05 de 13 de Junho “Regulamento Geral das Pescas”;
Decreto 40/06 de 30 de Junho “Regulamento dos Requisitos Higio-Sanitários dos
Produtos de Pesca e Aquacultura.
14.2 Revisão de projectos e intervenções no subsector da pesca artesanal e
mercados
Da pesquisa efectuada registam-se as seguintes intervenções para desenvolvimento dos
abastecimentos e mercados da pesca artesanal (PA):
Tipo de Intervenção Quantidade Local Província Projecto Financiamento
Centros da apoio à PA 2 Buraco
Cabo
Ledo
Luanda IPA PNUD
Centros de salga e seca 2 Namibe
Tombo
Namibe DNIIP OGE
Centro de apoio à PA e
transformação;
Desenvolvimento de
Cooperativa;
Apoio à frota de PA;
Formação;
1
(não
operacional)
Damba
Maria
Lobito Fundação
HABITAFRICA-
CEAR e AECID
/ IPA
AECID
Assistência e formação
de mulheres
processadoras
2 Buraco
Cabo
Ledo
Luanda IPA / INAIPIT PNUD
2 Namibe
Tombo
Namibe DNIIP / INAIPIT OGE
Intervenção
prevista
(futuros
projectos)
Quantidade Local Província Projecto Financiamento
Centro de
Descargas
Centralizado e
Lota
1 Luanda –
Porto
Pesqueiro da
Boavista
Luanda DNIIP OGE
Centros de Salga
e Seca
8
(pela costa)
DNIIP OGE
Assistência e
formação de
mulheres
processadoras
8 DNIIP /
INAIPIT
OGE
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Centros de
Apoio à PA*
4+2+10 Egipto Praia,
Yembe,
Dambe Maria
Ambriz
Porto Aboim
(Gilco),
Salinas,
Sumbe,
Lobito,
Benguela,
Bengo
Kwanza Sul
Projecto de
Apoio ao
Sector das
Pescas
25 milhões USD –
BAD
5 milhões USD -
OGE
*Inclui:
Construção de 4 locais de desembarques de pescado (recaindo sobre grandes centros de desembarques), contempla
infra-estruturas de apoio à conservação e manuseamento do pescado (ex. máquinas de gelo e câmaras de frio) e acessos;
Reabilitação de 2 locais de desembarques;
Trabalhos complementares em 10 locais de desembarques;
Formação de Pescadores e Mulheres Processadoras em boas práticas de higiene, manuseamento e conservação do
pescado, e salga e seca.
Formação em gestão de infra-estruturas e gestão de recursos.
Instalação de Sistema de Monitorização de Embarcações (VMS) em 2 dos centros.
15. Assuntos importantes a serem apresentados/resolvidos (se existirem)
Continua a aguardar-se validação do consultor local para apoio das actividades a desenvolver,
cujo envolvimento passaria pelas seguintes tarefas que não poderão ser desenvolvidas pelo
Key Expert:
Inquérito aos grandes supermercados (Jumbo, Shoprite, etc) para obter dados de
mercado, de distribuição e abastecimentos dos respectivos grupos, principalmente
identificando se a fonte de proveniência é a PA;
Contacto ao Instituto de Defesa do Consumidor, embora seja um contacto
eventualmente inconsequente pela falta de dados de mercado;
Contacto com o Ministério do Comércio, na tentativa de obter dados, mas também de
perceber melhor o papel destes, pois existem várias actividades que parecem paralelas
ao Ministério das Pescas (por exemplo construção de mercados do peixe nos locais de
desembarque desenvolvidos pelas direcções provinciais (sem envolvimento do IPA,
ou da Inspecção do Pescado).
Nota importante, embora os TdR refiram a análise dos dados de mercados é importante
salientar que não existem quaisquer dados de mercado publicados (nem no Departamento de
Pesquisa de Mercados do Ministério das Pescas, nem no Instituto Nacional de Estatística).
Desta forma, o projecto tentaria com o Pesquisador de Mercados, obter alguns dados
primários qualitativos para ilustrar tendências (daí focar-se atenção nos supermercados e
talvez até algumas peixarias). Saliente-se que todo o mercado da pesca artesanal, desde o
pescador, à distribuição e consumidor, consiste num mercado totalmente informal.
A obtenção desta informação, embora talvez seja ambicioso poderia de facto dar um
contributo significativo para os resultados finais do projecto.
Para o sucesso do projecto considera-se essencial os seguintes pontos:
Colaboração efectiva por parte das cooperativas na dinamização de pessoas para a
formação;
Organização do IPA no sentido de dinamizar as cooperativas para frequentarem a
formação;
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Que os resultados da discussão final (workshop final) bem como do projecto sejam
tidos em conta na consecução das políticas pelos decisores de topo;
Que as instituições envolvidas sejam ouvidas antes da tomada de decisões.
16. Relatório Financeiro (breve, se requerido)
As actividades do projeto serão realizadas quando devidamente enquadradas no orçamento
das despesas acessórias elegíveis nos termos do contrato.
17. Análise de Resultados preliminares
O perfil apresentado pelo sector da PA na província de Luanda faz com este seja considerado
uma das zonas mais importantes do país com 24% das capturas em 2012 (14.678 t) e 28% dos
pescadores registados (7 mil). As Províncias de Luanda e Benguela representam metade da
frota artesanal (respectivamente 23 e 30%) enquanto que cada uma das restantes Províncias
litorais caracteriza-se por constituírem fatias de 6 a 12% da frota. É todavia, ao nível da frota
motorizada que estas 2 províncias se destacam ainda mais com proporções respectivamente
de 58 e 47%.
Luanda com 130 catrongas possui cerca de 1 terço da frota nacional cabinada e cerca de 1
quarto das chatas com motor, apesar de também possuir ainda 1 quarto das chatas sem motor
e 1 quinto das canoas.
Dentro da província de Luanda, assiste-se a uma frota de 1800 embarcações, composta de
42% de embarcações motorizadas, sendo 7% cabinadas. As chatas sem motor representam
40% da frota e as canoas 18%
Sumarizam-se abaixo a informação recolhida dos contactos e reuniões realizadas nesta
primeira fase do projecto:
a) Cooperativas e respectiva organização:
Representatividade e dimensão diminuta - estas são em geral compostas por 12 a 28
indivíduos, nalguns casos familiares. Uma das áreas principais de pesca – Cacuaco,
incluindo Barra do Bengo (caracterizada por 20% das capturas, 24% da frota total com
42% das chatas com motor e 30% das catrongas, e 28% dos pescadores) é representada
por 3 cooperativas, totalizando 56 membros de um Universo de 210 armadores
(pressupondo que cada armador tenha 2 embarcações);
A organização e funcionamento das cooperativas funciona como empresa de sociedade
anónima onde apenas se verifica partilha dos recursos do património estrito da
cooperativa. Isto é, capturas individuais realizadas por cada membro, usando as
respectivas embarcações pessoais são comercializadas por cada individuo
individualmente, sem qualquer interacção pelo grupo;
O espírito cooperativista inerente ao funcionamento das cooperativas não existe de todo,
nem é entendido ou é tido ainda com desconfiança pelos membros que compõe a
cooperative;
Associado a estes aspectos, identificou-se que não existe em Angola uma regulamentação
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para o funcionamento e desenvolvimento de cooperativas, incluindo desenvolvimento de
estatutos (que são inexistentes nas cooperativas contactadas).
b) Organização dos comerciantes de pescado (peixeiras ambulantes e de banca).
Caracterizados por actividade totalmente informal;
Não existe qualquer tipo de Cooperativa ou espírito de cooperador no âmbito das
actividades; estas contudo, têm uma organização informal de grupo para defenderem o
seu espaço, aquisição de gelo e outros, mas tratado comercialmente de forma individual
em que cada indivíduo assume os seus custos e proveitos.
c) Locais de desembarque principais: Cacuaco, Casa Lisboa (Ingombota), Mabunda
(Samba);
Infra-estruturas, completamente inexistentes, excepto em Casa Lisboa, onde está a ser
construída uma infra-estrutura coberta com bancadas de cimento, embora não se saiba
exactamente o que irá ser (mercado retalhista de pescado, local de desembarque e 1ª
venda, ou ambos). O IPA não está enquadrado na sua construção, pertencendo esta
intervenção à Direcção provincial;
Condições de manuseamento e conservação pelos pescadores:
- Na pesca de 1 dia no mar (isto é cerca de 12h), não há uso de gelo, o peixe é colocado
no fundo da embarcação, podendo todavia existir arca para o seu acondicionamento; a
arca consiste de arca velha frigorífica (do tipo doméstica ou de estabelecimentos de
peixaria);
- Na pesca de vários dias de mar (em média 8), são usadas por embarcação 3 a 5 arcas
dependendo do comprimento da embarcação e o peixe é acondicionado em gelo. O
pescado não é eviscerado. Em geral as arcas não apresentam sinais de ferrugem no
interior.
- Na descarga são usados cestos, caixas de plástico, ou à mão; podem utilizar-se também
carrinhos de mão metálicos (com ferrugem).É habitual existir lavagem do pescado com as
águas da baía ou da praia, onde há claramente água contaminada, esgotos próximos e
acumulações consideráveis de lixo;
Condições de manuseamento, conservação e venda pelas peixeiras:
- Peixeiras ambulantes (conhecidas por quintandeiras): não usam gelo, usam alguidar com
pano aparentemente limpo, transportam-se a si e ao peixe em táxis informais que utilizam
uma lona na área de bagageira. Em geral, vendem o pescado no próprio dia após no
máximo até 4 horas após a sua compra. Vendem pelas ruas em áreas específicas da
cidade. Pode no entanto existir peixeiras que vendem em maior quantidade para
encomendas ou clientes específicos para o que alugam carrinha (isotérmica ou de caixa
aberta, dependendo da exigência dos clientes – restaurantes e hotéis);
- Peixeiras de bancada; podem estar imediatamente localizadas no local de desembarque
ou noutra área da cidade. No último caso procedem no transporte da mesma forma que
fazem as peixeiras ambulantes. Verifica-se que usam água contaminada, o gelo é de boa
proveniência mas a forma de transporte e armazenamento vem a contamina-lo. Pescado
não vendido no dia é colocado em arcas frigoríficas velhas com gelo, por vezes com
excesso de capacidade o que pode apertar demasiado o peixe ou efectuar demasiado peso
sobre as camadas inferiores. Existem também casos de recorrerem a estabelecimentos
com arcas frigoríficas funcionais mas que conservam o pescado em temperaturas
negativas de conservação não inferiores a -10ºC, o que significa que o pescado sairá
congelado (tendo assim sofrido uma congelação lenta). Após esta conservação, o pescado
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volta ao mercado no dia(s) seguinte(s) sofrendo uma descongelação durante o processo de
venda, e/ou uma série sucessiva de congelações e descongelações caso não seja
imediatamente vendido. Os materiais de contacto do pescado nem sempre são aceitáveis,
existindo por vezes bancadas de madeira exposta.
d) Projectos de Centros de Pesca implementados;
Vários projectos têm sido implementados, por exemplo pelo BAD e AECID, e em vários
casos os Centros de Apoio às Pescas não estão operacionais ou estão pouco utilizados. As
principais razões encontradas para tal são:
- Falta de interacção com as comunidades no momento de identificação e planeamento do
projecto não indo os projectos ao encontro dos desejos ou entendimento da população
local;
- Falta de preparação, capacitação e assistência dos beneficiários na gestão dos centros,
manutenção e funcionamento das infra-estruturas, administração, etc.
- Falta de entendimento cooperativo ou capacitação para tal.
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Anexo 1 – TERMO DE REFERÊNCIAS
TERMS OF REFERENCE
FOR
STUDY ON ARTISANAL FISHERIES SUPPLY CHAIN AND MARKETS IN THE
LUANDA REGION – ANGOLA
SA-4.3-B23
1. BACKGROUND INFORMATION ............................................................................................ 23
1.1 BENEFICIARY COUNTRY ......................................................................................................... 23 1.2 CONTRACTING AUTHORITY .................................................................................................... 23 1.3 RELEVANT COUNTRY BACKGROUND ...................................................................................... 23 1.4 CURRENT STATE OF AFFAIRS IN THE RELEVANT SECTOR ......................................................... 23 1.5 RELATED PROGRAMMES AND OTHER DONOR ACTIVITIES ........................................................ 24
2. OBJECTIVE, PURPOSE & EXPECTED RESULTS .............................................................. 25
2.1 OVERALL OBJECTIVE .............................................................................................................. 25 2.2 PURPOSE ................................................................................................................................. 25 2.3 RESULTS TO BE ACHIEVED BY THE CONSULTANT ................................................................... 25
3. ASSUMPTIONS & RISKS .......................................................................................................... 25
3.1 ASSUMPTIONS UNDERLYING THE PROJECT INTERVENTION ..................................................... 25 3.2 RISKS ...................................................................................................................................... 25
4. SCOPE OF THE WORK ............................................................................................................ 26
4.1 GENERAL ................................................................................................................................ 26 4.2 SPECIFIC ACTIVITIES ............................................................................................................... 27 4.3 PROJECT MANAGEMENT.......................................................................................................... 28
5. LOGISTICS AND TIMING ........................................................................................................ 28
5.1 LOCATION .............................................................................................................................. 28 5.2 COMMENCEMENT DATE & PERIOD OF IMPLEMENTATION ....................................................... 29
6. REQUIREMENTS ....................................................................................................................... 29
6.1 PERSONNEL ............................................................................................................................ 29 6.2 OFFICE ACCOMMODATION ...................................................................................................... 31 6.3 FACILITIES TO BE PROVIDED BY THE CONSULTANT ................................................................ 31 6.4 EQUIPMENT ............................................................................................................................ 31 6.5 INCIDENTAL EXPENDITURE ..................................................................................................... 32 6.6 EXPENDITURE VERIFICATION .................................................................................................. 33
7. REPORTS ..................................................................................................................................... 33
7.1 REPORTING REQUIREMENTS ................................................................................................... 33 7.2 SUBMISSION & APPROVAL OF REPORTS .................................................................................. 34
8. MONITORING AND EVALUATION ....................................................................................... 35
8.1 DEFINITION OF INDICATORS .................................................................................................... 35 8.2 SPECIAL REQUIREMENTS ........................................................................................................ 35
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9. Background INFORMATION
1.6 Beneficiary country
Angola.
1.7 Contracting Authority
ACP FISH II Coordination Unit
36/21 Av. de Tervuren
5th Floor
Brussels 1040, Belgium
Tel.: +32 (0)2.7390060
Fax: +32 (0)2.7390068
1.8 Relevant country background
The Republic of Angola is situated at the Atlantic coast in southern Africa, bordering with Democratic
republic of Congo, Namibia and Zambia. The country has a total area of 1.246.700 Km2, an Exclusive
Economic Zone of 200 miles and a population is estimated at about 18.5 million in 2009. The
country’s economy grew at an impressive rate of 17% in 2007, GDP per capita stands at US$
5.812(PPP4, 2009). However, Angola is considered a low developed country (UNHD Report 2011),
and more than 50% of the population lives in severe poverty and the country is characterised by a big
level of inequality. The local economy relies mainly on natural resources exploitation (oil, gold,
diamonds, forests, agriculture and fisheries). The country is the second major oil producer in Africa
and the sector contributes about 45% to GDP and more than half to exports. The fishing sector is the
third most important economic sector in the country, after oil and the diamond industry, contributing
about 3, 5% to GDP.
The Government of Angola has embarked in a decentralization process since 1999, when the Local
Administration Decree (Law 17/99.) was enacted and in 2007 (Law 2/07) the country moved towards
greater territorial and budget autonomy. Poverty reduction is one of the key priorities for the Angolan
Government. Under this objective , the “Estratégia de Combate à Pobreza - ECP” (Strategy to fight
against Poverty) was approved in 2004, streamlining the main areas of intervention for government
and stakeholders and prioritising the reconstruction of infrastructures, increasing access to education,
health, and other basic services, as well as the decentralization of governance structures.
1.9 Current state of affairs in the relevant sector
Angola has a coastline of 1650 km, and a continental shelf of 51000 km2 varying from about 10 to
100 km and with an average width of about 30 km. The hydrographical regime off Angola is
characterized by the cold northward-flowing Benguela current and the warm south-propagating waters
of the Angola current. The hydrographical condition is believed to be important in determining the
distribution and even the abundance of living marine resources of Angola. Southern fishing zone is by
far the most productive of Angola, with an abundance of horse mackerel, sardines, tunas and a range
of demersal species including hake. The Central fishing zone stretches from Benguela to Luanda and
yield mainly sardinellas, horse mackerel and demersal species. The Northern fishing zone extends
from Luanda to Cabinda and has a large density of horse mackerel and sardinellas and a smaller
proportion of demersal species. Some important rivers run through the territory containing several
4 Purchase Power Parity
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 71
freshwater species with high value in the local market. Tilapia species are among the most important
and abundant fresh water fish found in Angola. Other species include the catfish (Clarias gariepinus)
and fresh water prawns (Macrobrachuin rosenbergii). The total production in 2009 was 272.263 tons,
mostly form artisanal (42%) and semi industrial fisheries (42%).
Fisheries are mandated to the National Directorate for Fisheries and Protection of the Fisheries
Resources (Direcção Nacional de Pescas e Protecção dos Recursos Pesqueiros – DNPPRP ) of the
Ministry of Fisheries, in charge for elaboration, direction, control and execution of the fisheries policy.
The DNPPRP is supported in the management of the sector by the National Directorate for Fisheries
Infrastructure and Industry (Direcção Nacional de Infra-Estruturas e da Industria Pesqueira).
Monitoring and enforcement activities are carried out by the National Service for Fisheries and
Aquaculture Control (Serviço Nacional de Fiscalização Pequeria e da Aqicultura -SNFPA). The
National Institute for Artisanal Fisheries and Aquaculture (Insituto de Desenvolvimento da Pesca
Artesanal e da Aquicultura –IPA) is the entity who promotes the small scale fisheries development,
while the technological and biological research is part of the mandate of the National Institute for
Fisheries Research (Instituto Nacional de Investigação Pesqueira - INIP).
The more important policy document is the Fisheries Master Plan, aiming at defining the key
management measures for the sector for increasing and improving the production, taking into account
the sustainability of the resources. Angola adopted a new Law on Aquatic Biological Resources (Law
6-A/04) in October 2004, which replaced the previous Legislation on fisheries (Law 20/92). In 2005
the country approved the General Regulation on Fisheries (D.R. n. 70) and the regulations on Fishing
Rights and Licensing (D.R. n 65), Fisheries Research (D.R. n. 66), and Aquaculture (D.R. n. 67).
Artisanal fisheries play a prominent role in Angola fish production and approximately 35% of the
domestic consumption of fish comes from small scale activities. Fishing activities are scattered along
the coast, but Benguela and Luanda provinces have the greatest concentration of artisanal fishing
areas. Artisanal fishers catch mainly demersal species and high-value species like groupers, snappers,
seabreams, croakers and spiny lobster, mostly relying on traditional fishing techniques and gears. The
fishers are usually organized in groups per boat, fishing together and dividing the catch. Fish is part of
the traditional diet in Angola and the demand is not fully met. Most of the total artisanal marine
landings are distributed fresh/on ice mostly in Luanda and in the urban markets. Only a limited catch
undergoes further processing, mainly in salting and drying plants situated in the southern provinces.
Activities relating to fish processing and selling are traditionally the responsibility of women.
Among the major factors affecting the sector are the use of poor or inappropriate conservation,
handling and processing techniques, as well as the lack of basic infrastructures (ports, electricity,
water, telecommunications and financial services). For all these reasons the supply chain is still weak
and there is no significant value-addition to the artisanal fisheries products when traded in the markets.
To overcome such situation, IPA is doing a great effort into improving quality standards but it still
lacks detailed and reliable information and data on the supply chain and market main constraints.
1.10 Related programmes and other donor activities
The Artisanal Fisheries Development Project is funded by African Development Bank and started in
2002. The project aims at increasing the income of artisanal fishers by providing the necessary support
and enabling environment to improve food security while contributing to the reduction of poverty on a
sustainable basis. The project is expected to benefit about 25,000 small-scale fishers and their families
along 10 coastal communities by increasing fish production and improving fish processing and
marketing both in quantity and quality. The main components of the project include: (a) Construction
of 10 fishing centres; (b) Credit support service for individual cooperatives in fish production,
processing and marketing; and (c) Capacity building for project staff, institutions and beneficiaries.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 72
10. OBJECTIVE, PURPOSE & EXPECTED RESULTS
2.1 Overall objective
The overall objective of the ACP Fish II Programme is to contribute to the sustainable and equitable
management of fisheries in ACP regions, thus leading to poverty alleviation and improving food
security in ACP States.
10.1 Purpose
The purposes of this project are:
to build capacity of small-scale producers (fishermen, producers and traders) on related
techniques.
to strengthen IPA capacity to study and plan the development of Artisanal Fisheries supply
chain and markets;
2.3 Results to be achieved by the Consultant
The Consultant will achieve the following results as part of this assignment:
A study on the artisanal fisheries supply chain and markets in Luanda province (the Study)
prepared by the Consultant and approved by IPA;
The relevant stakeholders are informed of the results of the study, and
Selected fishermen, traders and processors are trained on fish handling, processing and
marketing techniques.
11. ASSUMPTIONS & RISKS
3.1 Assumptions underlying the project intervention
The main assumptions underlying this contract is that the Fisheries Administration (FA) and other
involved stakeholders from the country (government institutions and private sector) are prepared to
make available all documents, information and data necessary to the consultancy and to allocate
official resources and time to support the Consultant in the implementation of the assignment.
3.2 Risks
The Study will identify a set of actions and measures, which once implemented may imply a change of
behaviour and additional costs for the concerned governmental institutions and the artisanal fishermen
involved. The main risk therefore is that the concerned stakeholders are not willing or able to follow
the recommendation of the Study. To prevent such a risk the participatory approach adopted in the
planning of this intervention will continue throughout the implementation of the assignment, to ensure
the full ownership by local stakeholders and the development of activities and methodology that are
consistent with the FAs approaches.
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12. SCOPE OF THE WORK
4.1 General
4.1.1 Project description
Fisheries production and value chain is made of a series of physical, economic and sociological links,
among producers, traders, consumers and the Administration. The market represents, in this chain, the
physical place and the system where the offer of perishable products meet the demand. It must be
therefore deeply understood in order to know the key issues to be addressed to increase value-adding
in fish products and assure consumers protection. Yet, one of the most serious problems in targeting
development of the Angolan artisanal fisheries sector is the scarcity of information and statistics on
supply chain and market, namely in Luanda Province, which is a very important area, in terms of
catch, landing and consumption. Any intervention by the FA in the development and improvement of
the sector value chain, in the area, must be based on thorough and reliable information.
The assignment aims at supporting the IPA in preparing a study in the informal markets of Luanda
province, identifying appropriate actions to enhance the artisanal fisheries supply chain.
The assignment involves the delivery of technical assistance (TA) to IPA to support elaborating the
study. Following the outcome of the study, the TA team will carry out training on fish handling,
processing and marketing techniques to a selected group of local fishermen. The TA team will be led
by a Fisheries Market Specialist, supported by a Market Researcher.
The study will encompass, but not be limited to, the following topics:
Analysis of current supply chain and market situation in the selected area including the
techniques of conservation, handling and processing of fish and fish products;
Identification of issues that affect the processing and marketing system;
Identification of possible and viable techniques and measures to improve handling of fish on
board and in the landing locations and catch processing; and
Recommendations for the improvement of the supply chain and for the creation of adequate
infrastructures for the marketing of fisheries products;
The project activities should be implemented through a participatory process, to assure capacity
building of the IPA staff. The consultant will develop a working methodology for the participation of
staff in all steps of the process of preparation and formulation of the study under the project.
Following this methodology, technical information on the principles and methods used in the Study
designing and formulation will be shared with the staff.
All the project activities will be carried out in strict coordination and collaboration with the staff of the
IPA, through the establishment of a project Technical Team (TT) to follow up project implementation.
The Consultant must give a full recognition of EC funding, ACP Secretariat’s involvement and
visibility to the ACP Fish II Programme, in all the activities implemented during the project.
4.1.2 Geographical area to be covered
The geographical area to be covered by the Study includes the municipalities of Cacuaco, Ingombota
and Samba, in Luanda province, Angola.
4.1.3 Target groups
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Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 74
Target groups of the present project are the staff of IPA, which will be strengthen in their planning and
management capacity as well as selected fishermen, traders and processors.
4.2 Specific activities
4.2.1 Specific activities
The Consultant will undertake the following activities:
ix. Inception activities and document analysis
o Briefing by the ACP FISH II Regional Facilitation Unit (URF) for Southern Africa
(SA) and the Fisheries Administration(FA)/IPA and establishment of a project TT to
follow up project implementation;
o Discuss project objectives and agree with the FA/IPA and URF on the methodology
and the work plan for the assignment;
o Collect all relevant background information and documents;
x. Field visits to the relevant sites and meetings with the concerned national intuitions, private
sector and other relevant entities and stakeholders;
xi. Prepare, in close collaboration with the TT, a first draft of the Study to be discussed with the
IPA and other relevant stakeholders;
xii. Revise the draft as to incorporate comments following the discussion with the IPA and other
relevant stakeholders from the private sector;
xiii. Present the final draft of the Study to the stakeholders, in a national workshop;
xiv. Produce and disseminate a brochure with the main findings of the study;
xv. Identify in collaboration with the TT the selected group of artisanal fishermen to attend the
training sessions on fish handling, processing and marketing techniques; and
xvi. Prepare and conduct a training on fish handling, processing and marketing techniques to
small-scale fishermen, traders and processors.
The consultant is in charge of the workshop and the training organisation and logistics (subcontracting
for workshop organisation is allowed). The indicative number of participants to the national workshop
is 50 and the expected duration is 1 day. The indicative number of participants to the training is 35
and the expected duration is 3 days.
The consultant will prepare a report of the workshop, the training and every relevant meeting held.
The consultant will also conduct the evaluation of the training session.
4.2.2 Communication and project visibility
d) ACP FISH II projects should follow the EU requirements and guidelines for communication
and visibility available on the Programme website at http://acpfish2-
eu.org/index.php?page=templates&hl=en. The CU will provide ACP FISH II templates for
various communication products.
e) When validation workshops (where technical documents are presented to stakeholders for
validation) are needed, given their importance for disseminating the results of the Project and
ACP FISH II Programme, the following activities will be requested:
3) The Consultant will provide all necessary information in press-release style
(“information note”) on the project objectives and results, the activities to undertake,
the main axes or strategic goals proposed and the future role of the beneficiaries.
4) The Fisheries Administrations will receive the information note at least 3 days before
the workshop, through their Government communication/press bodies or officials, in
order to mobilise local media and to assure full coverage of the event. Financial
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 75
support to media coverage is included in the “Incidental Expenditure”. Receipt(s) of
the incurred cost for media coverage will be required to verify the costs incurred.
f) The consultant will provide photographic record of the project activities including the national
workshop and the training session.
4.3 Project management
4.3.1 Responsible body
The Coordination Unit (CU) of the ACP Fish II Programme, based in Brussels, on behalf of the ACP
Secretariat is responsible for managing the implementation of this assignment.
4.3.2 Management structure
The ACP Fish II Programme is implemented through the CU in Brussels and six Regional Facilitation
Units (URFs) across the ACP States. The URF in Maputo, Mozambique covering ACP Member States
in Southern Africa Region will closely supervise the implementation of this intervention and equally
monitor its execution pursuant to these Terms of Reference. For the purposes of this assignment, the
ACP Fish II Programme Coordinator will act as the Project Manager.
All contractual communications including requests for contract modifications or changes to the Terms
of Reference during the execution period of the contract must be addressed with a formal request to
the CU and copied to the URF. Beneficiaries’ support for these changes is required.
While the ACP Fish II Regional Manager for SA will be in charge for the overall follow up of project
activities, the TT will assure daily monitoring of project operations. The Consultant should
periodically report on project development to the established TT as per the work plan approved.
4.3.3 Facilities to be provided by the Contracting Authority and/or other parties
Not applicable
13. LOGISTICS AND TIMING
5.1 Location
The place of posting will be Luanda, Angola. The activities will be carried out in Angola. Field visits
in the country will be carried out according to the approved timeline and workplan presented by the
Consultant.
5.2 Commencement date & Period of implementation
The intended commencement date of this assignment is 17 June 2013 and the period of
implementation of field activities will be 4 months from the date of signature of the contract. Please
refer to Articles 4 and 5 of the Special Conditions for the actual commencement date and period of
implementation.
14. REQUIREMENTS
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Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 76
6.1 Personnel
6.1.1 Key experts
All experts who have a crucial role in implementing this assignment are referred to as key experts.
Their profiles are described as follows:
Key expert 1: Fish Marketing and Processing specialist
Qualifications and skills
A university degree or equivalent in a closely relevant subject area (e.g. Fisheries Management,
Natural Resources Management, Biology, Geography, Economics, Sociology, etc,);
A high level of proficiency in spoken and written Portuguese and working knowledge of
English.
General professional experience
A minimum of 8 years of experience in marine fisheries management and value chain, with a
focus on small scale fisheries development;
Proven report writing and project management skills.
Specific professional experience
Experience in analysis and drafting of fisheries supply chain and processing (minimum 3
assignments)
Experience in training/capacity building on fish handling and processing (minimum 3
assignments);
Related experience in the sub-region is required and specific experience in Angola will be
considered an advantage;
Experience in carrying out consultancy assignments for the EU or other equivalent international
development partners (minimum 2 assignments);
The indicative number of missions outside the normal place of posting requiring overnights for this
expert is 3.
There will be in-country field visits outside the normal place of posting not requiring overnights for
this expert.
Indicative number of working days by expert and task
No. Indicative Task Key
Expert
1
(Days)
1.1 Briefing by ACP Fish II and preparatory activities 2
1.2 Document review 3
1.3 Fieldwork and consultations 4
1.4 Preparation of the Study (draft and final) 7
1.5 Preparation and conduction of national workshop 2
1.6 Preparation and conduction of training sessions 5
1.7 Reporting 3
Total 26
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 77
Additional information
d) Key Experts are expected to spend at least 70 % of the total indicative number of working days in
the country(ies)
e) Note that civil servants and other staff of the public administration of the beneficiary country
cannot be recruited as experts, unless prior written approval has been obtained from the European
Commission.
f) The Consultant must complete a timesheet using the ACP Fish II template provided by the CU at
the start of the implementation period. The Consultant is entitled to work a maximum of 6 days per
week. Mobilisation and demobilisation days will not be considered as working days.
6.1.2 Other experts
The Consultant will recruit for a period of 15 days a Market researcher to support the key expert
during the conduction of the assignment. This expert will have the following profile:
Qualifications and skills
A university degree or equivalent in a relevant subject area (e.g. Economics, Social Sciences,
Rural Development, etc);
The expert should have a high level of proficiency in written and spoken Portuguese and
working knowledge of English. Knowledge of local spoken language will be an advantage.
General professional experience
A minimum of 5 years of experience in market research and study preparation in community
development projects;
Proven report-writing skills.
Specific professional experience
Experience in data collection and survey conducting in rural and urban areas in Africa
(minimum of 2 assignments);
Knowledge of artisanal fisheries sector and/or pervious working in Angola will be an
advantage.
CVs for experts other than the key experts are not examined prior to the signature of the contract. They
should not be included in tenders.
The Consultant shall select and hire other experts as required according to the profiles identified in
these Terms of Reference. They must indicate clearly which profile they have so it is clear which fee
rate in the budget breakdown will apply. All experts must be independent and free from conflicts of
interest in the responsibilities accorded to them.
The selection procedures used by the Consultant to select these other experts shall be transparent, and
shall be based on pre-defined criteria, including professional qualifications, language skills and work
experience. The findings of the selection panel shall be recorded. The selected experts shall be subject
to approval by the Contracting Authority.
Estudo sobre a cadeia de abastecimento e mercados da pesca artesanal na região de
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 78
Note that civil servants and other staff of the public administration of the beneficiary country cannot
be recruited as experts, unless prior written approval has been obtained from the European
Commission.
6.1.3 Support staff & backstopping
Backstopping and support staff costs are considered to be included in the fee rates of the experts.
6.2 Office accommodation
The costs of the office accommodation are to be covered by the fee rates of the experts.
6.3 Facilities to be provided by the Consultant
The Consultant shall ensure that experts are adequately supported and equipped (IT and
communication tools and printing services).In particular it shall ensure that there is sufficient
administrative, secretarial and interpreting provision to enable experts to concentrate on their primary
responsibilities. It must also transfer funds as necessary to support its activities under the assignment
and to ensure that its employees are paid regularly and in a timely fashion.
If the Consultant is a consortium, the arrangements should allow for the maximum flexibility in
project implementation. Arrangements offering each consortium member a fixed percentage of the
work to be undertaken under the contract should be avoided.
6.4 Equipment
No equipment is to be purchased on behalf of the Contracting Authority or beneficiary country as part
of this service contract or transferred to the Contracting Authority or beneficiary country at the end of
the contract. Any equipment related to this contract which is to be acquired by the beneficiary country
must be purchased by means of a separate supply tender procedure.
6.5 Incidental expenditure
The Provision for incidental expenditure covers the ancillary and exceptional eligible expenditure
incurred under this contract. It cannot be used for costs which should be covered by the Consultant as
part of its fee rates, as specified above. Its use is governed by the provisions in the General Conditions
and the notes in Annex V of the contract. It covers among others:
f) KEY EXPERTS
Travel costs and daily subsistence allowances (perdiems) for missions for Key Experts, outside
the normal place of posting, to be undertaken as part of this contract. If applicable, indicate if
the provision includes costs for environmental measures, for example CO2 offsetting.
Travel costs for field visits for the Key Experts (car or boat rental, fuel and domestic flights or
other appropriate means of transport).
Any subsistence allowances to be paid for missions undertaken as part of this contract must not exceed
the per diem rates published on the European Union (EU) website at:
http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/implementation/per_diems/index_en.htm
g) WORKSHOP/TRAINING/CONSULTATIONS ORGANISATION
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The cost of organisation of the National Consultations and Regional Validation Workshop
including cost for venue, communication and media activities, transport (domestic travel or car
or boat rental to/from);
The payment of a lump-sum to participants requiring an overnight stay to cover accommodation
and meals. This lump-sum payment will be up to 200 EUR and must not exceed the published
EU per diem rate for the country;
The payment of a lump sum, up to 30% of the published EU per diem rate for the country, to all
participants not requiring an overnight stay, to cover the cost of transport and meals;
In the two cases above, an attendance list signed by each participant and a separate list stating
that the lump-sum was received (with an indication of the amount) shall be used to justify the
expenditure. The cost of venue (if needed) and lunch for consultations of less than one day
with locally-based participants.
h) FUNDING OF NATIONAL/REGIONAL ADMINISTRATION OFFICERS
ACCOMPANYING KEY EXPERTS ON MISSIONS.
Exceptionally, the cost of flights, accommodation and meals for the representatives of
fisheries administrations or regional fisheries bodies accompanying the Key Experts on
regional or national missions or in-country field visits, under the following conditions:
iv) Request of a prior approval to the CU, attaching to this request the declaration issued
by local fisheries administrations or regional fisheries bodies stating that the cost of
this extra activity for their officers cannot be covered given the internal budget
restrictions. The administration should acknowledge, despite this, the need of the
attendance of its officer for an effective project implementation.
v) The total cost for accommodation and meals based on actual cost (invoices to be
provided) cannot exceed the EU per diem rate for the country.
vi) If private or administration’s means of transport are used by the representatives of
fisheries administrations or regional fisheries bodies accompanying the Key Experts on
regional or national missions, fuel cost will be reimbursed upon receipt of the officer’s
reimbursement request based on distance travelled and local price for fuel per unit. In
case of field visits, not requiring overnights, the same procedures apply for meal and
transport costs.
i) TRANSLATION
The cost of translation of the approved Final Technical Report into English.
j) OTHER
The cost of producing communication items, printing charts to be used in training and the
workshop;
The cost of producing a brochure with the main findings of the study (200 copies).
The Provision for incidental expenditure for this contract is 51 544 EUR. This amount must be
included without modification in the Budget breakdown.
6.6 Expenditure verification
The Provision for expenditure verification relates to the fees of the auditor who has been charged with
the expenditure verification of this contract in order to proceed with the payment of further pre-
financing instalments if any and/or interim payments if any.
The Provision for expenditure verification for this contract is 1 500 EUR. This amount must be
included without modification in the Budget breakdown.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 80
This provision cannot be decreased but can be increased during the execution of the contract.
15. REPORTS
7.1 Reporting requirements
Please refer to Article 26 of the General Conditions. There must be a final report, a final invoice and
the financial report accompanied by an expenditure verification report at the end of the period of
implementation of the tasks. The approved Final Technical Report (FTR) must be annexed to the Final
Report (FR). The final report must be submitted to the CU after receiving the approval of the Final
Technical Report (FTR). Note that this final report is additional to any required in Section 4.2 of these
Terms of Reference.
The Final Report (FR) shall consist of a narrative section and a financial section. The financial section
must contain details of the time inputs of the experts, of the incidental expenditure and of the provision
for expenditure verification.
To summarise, the Consultant shall provide the following reports:
Name of report Content Time of submission
Inception Report (IR) Analysis of existing situation and
plan of work for the project (max
10 pgs in length)
No later than 10 days after the
first Expert arriving in the
place of posting for the first
time. This report will be
submitted to the IPA, URF and
CU. Comments, if any, on the
IR must be provided by the
IPA, URF and CU within 5
days from receipt.
Draft Final Technical Report
(DFTR)
Description of achievements,
problems encountered,
recommendations and technical
documents (including the Study)
suggested by the consultant. The
report should be prepared in
Portuguese
Within one week after the
experts leaving the country on
conclusion of the assignment.
Comments on the DFTR must
be provided by the URF, CU
and the IPA within 14 days.
Final Technical Report
(FTR)
Description of achievements,
problems encountered,
recommendations and technical
documents (including the Study),
suggested by the consultant,
taking into account changes and
comments from the URF, CU and
the IIP/INAQUA, produced
within 14 days from delivery of
the DFTR. The report should be
prepared in Portuguese
Within 10 days after receiving
comments on the DFTR. If no
comments on the report are
given within the time limit of
14 days, the DFTR shall be
considered as the FTR.
Final Report Short description of
achievements including problems
encountered and
recommendations and
suggestions; together with the
After receiving the approval of
the Final Technical Report
(FTR).
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Final Technical Report and a
final invoice and the financial
report accompanied by the
expenditure verification report.
The draft Final Technical Report (DFTR) and the Final Technical Report (FTR), including the draft
and final Study should be prepared in Portuguese. The approved Final Technical Report will be
translated by the Consultant into English.
The formats of technical reports are available on the ACP FISH II web site at http://acpfish2-
eu.org/index.php?page=templates&hl=en.
7.2 Submission & approval of reports
One electronic copy of the reports referred to above must be submitted to the Project Manager
identified in the contract (CU), URF and two copies to the FA. Two hard copies of the approved Final
Technical Report must be submitted to the CU, one hard copy to the URF and two hard copies to the
FA. The Final Technical Report must be written in Portuguese and translated into English. The FR,
indeed, must be written in English. The Project Manager is responsible for approving the reports. The
cost of producing and shipping such material will be included in the fees. The translation is included in
Incidental Expenditure.
16. MONITORING AND EVALUATION
8.1 Definition of indicators
The results to be achieved by the Consultant are included in Section 2.3 above. Progress to achieving
these results will be measured through the following indicators:
vi. Meeting Target Group expectations
vii. Quality of the technical outputs
viii. Quality of the Key Expert(s) fielded
ix. Quality and timeliness of backstopping support from Head Office of the Consultancy
Company
x. Respect of project milestones time schedule and reports time delivery
The Consultant may suggest additional monitoring tools for the contract duration.
8.2 Special requirements
Not applicable.
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 82
Anexo 2 – PLANO DE TRABALHO E ACTA DA REUNIÃO INAUGRAL
Estudo da Cadeia de Abastecimento das Pescas Artesanais e Mercados
na Região de Luanda – Angola (ACP Fish II)
Missão 5 a 29 de Agosto
ACTA DA REUNIÃO DE TRABALHO INAUGRAL & PLANO DE TRABALHO
3. Reunião de trabalho inaugural – IPA, 7/08/2013 das 14 – 15.45h
Foram efectuadas breves apresentações do programa ACP Fish II e do projecto
supra-citado.
Foi efectuado um resumo explicativo do modus operandi pretendido, bem como
do draft de plano de trabalho previamente apresentado. Foram discutidos e foi
obtida concordância por parte do IPA tendo-se elaborado o plano de trabalho final,
abaixo apresentado.
Discutiu-se brevemente os stakeholders a consultar e fontes de informação
relevantes. Discussão do papel e responsabilidades das autoridades competentes
em particular do IPA e actividades realizadas (Centros de Pesca e formação de
mulheres transformadoras de pescado seco)
Foi definida a equipa técnica que acompanhará os trabalhos da missão,
respectivamente:
Departamento de Estudos e Projectos
- António Pedro Torres
- Júlia Catarina
- Inácio Rangel (Responsável de Departamento)
Departamento de Apoio às Comunidades
- Cavungo Lombo
- Edgar Costa
- António Chaves
Foi estabelecido que o IPA fará o acompanhamento integral da missão, quer na
facilitação e acompanhamento das reuniões e visitas de trabalho quer na
organização e logística das diversas actividades (transporte para as visitas,
actividades de formação e workshop final).
Actividades do Plano. Foi estabelecido a melhor forma de operacionalizar as
actividades estabelecidas. Desta forma, decidiu-se pela seguinte organização:
o Reuniões institucionais a realizar entre 8 e 9/08 a serem acertadas pelo
IPA: Departamento de Infra-estruturas e Mercados; INAIPIT. (tendo já
sido realizadas com as reuniões com INIP e DNP)
o Reuniões a organizar com outros doadores e programas: PNUD, BAD,
FAO; IFAD. (reunião com Delegação da UE já se realizou a 7/08)
o Visitas de campo a realizar na segunda semana da missão:
1 visita por área (Município) – Cacuaco, Ingombota e Samba
1 visita ao centro de pesca de Buraco, desenvolvido pelo IPA
o Reuniões com Cooperativas e Associações e Distribuidores de pescado
relevantes (a marcar para 1 dia no IPA)
o Formação (estipulada para 3 sessões compostas por 35 participantes cada,
correspondendo cada uma das sessões a uma das 3 comunidades sobre as
quais o estudo incide). 1 sessão de formação com
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Luanda – ANGOLA
Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 83
pescadores/vendedores/processadores de pescado organizadas por área
(Município) – Cacuaco, Ingombota e Samba. A realizar em cada uma das
comunidades conforme instalações disponíveis a identificar e a acertar
durante a próxima semana. Possivelmente, realizar-se-ão no INIP as
sessões de formação correspondentes às comunidades de Ingombota e
Samba.
Equacionou-se a colaboração na implementação da formação do INAIPIT,
que será analisado posteriormente em reunião com estes.
o Workshop Nacional (estipulado para 50 participantes). Ficou equacionado
a sua realização no auditório do INIP, ficando de identificar-se durante esta
semana os respectivos custos de logística na sua organização.
Custos a equacionar: banner, alimentação e transporte dos
participantes, impressão de documentos, impressão de brochura
final (200 exemplares).
4. Plano de Trabalho Final (missão 5-29/08)
Actividades Calendário
Viagem para Luanda do Consultor
Lisboa - Luanda (chegada a 18.30h) 5 /08
Reuniões preparatórias Reunião de arranque do projecto com IPA e Coordenador do ACP Fish II. Reunião inaugural de trabalho com IPA e presença do Coordenador do ACP Fish II. Reuniões com INIP, DNP e Delegação da UE.
6 e 7 /08
1. Reuniões com
autoridades
Reuniões com INAIPIT, Departamento de Infra-estruturas e mercados. Obtenção de dados de mercado.
8 e 9 /08
2. Preparação de
workshop e formação
Contactos, obtenção de valores de custos para a respectiva organização e logística 8 e 9 /08
3. Reuniões com
doadores e programas
Reuniões com PNUD, FAO, BAD, IFAD Obtenção de informação relevante de outros projectos.
8 e 9 /08
4. Reuniões com Stakeholders
Cooperativas, Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, bem como Organizações de Mercado e grande Distribuidor. Análise dos factores relevantes que afectam o fluxo dos abastecimentos e distribuição de pescado. Obtenção de dados de mercado.
Segunda e terceira semanas
5. Saídas de campo Visitas aos locais piscatórios de desembarques relevantes em Luanda - Municípios de Cacuaco, Ingombota e Samba. Pescadores, produtores e comércio. Visita ao Centro de Pesca de Buraco. Objectivos:
Recolha de informação e identificação dos problemas e obstáculos na cadeia de distribuição do pescado.
Identificação e observação das práticas de preservação, manuseamento e processamento bem como das infraestruturas existentes.
Segunda e terceira semanas
Cooperativas, Associações de Pescadores e Organizações de Produtores, bem como Organizações de Mercado (Reunião com todos)
12/08 – 10h.
Cacuaco – Mercado Mundial 13/08 – 7h.
INAIPIT 13/08 – 13h.
Ingombota – Ilha do Cabo, Casa Lisboa, Trapalhões, Chicala 14/08 – 7h.
Samba – Mabunda, Buraco, Copesca, Sr. Selvagem, AJ, GPJ 15/08 – 7h
6. Relatório Inicial Inception Report - Após 10 dias 16 de Agosto
7. Preparação de Workshop e Sessões de Formação
Primeiro draft do Estudo para discussão e validação com IPA (e stakeholders chave);
Draft de brochura;
Identificação dos stakeholders para o Workshop Nacional;
Identificação dos grupos de Pescadores para formação em boas práticas de manuseamento, processamento e comercialização de pescado.
16 de Agosto
8. Formação 3 Sessões de Formação de grupos de Pescadores/comerciantes/processadores seleccionados. 35 participantes por sessão, de cada comunidade (Cacuaco, Ingombota e Samba) e a realizar em cada comunidade conforme seja possível.
20, 21, 22, de Agosto
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9. Preparação Workshop Preparação apresentação do estudo; Draft do Estudo e Brochura 24 – 26 Agosto
10. Workshop Nacional Apresentação da versão final do Estudo e Brochura: recolha de comentários e opinião dos diferentes stakeholders.
50 participantes (stakeholders) press release e banner relatório do workshop
27 de Agosto
11. Reunião Final Reunião final com IPA – discussão resultados do workshop e validação do estudo e brochura.
28 de Agosto
12. Brochura final Elaboração Brochura final, impressão e disseminação 28 de Agosto
Viagem de regresso a Portugal do Consultor
Luanda – Lisboa (saída 08.00h) 29 de Agosto
13. Relatório Final Relatório – Estudo Final Após 5 dias do regresso
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Anexo 3 – QUESTIONÁRIO – CHECKLIST
QUESTIONÁRIO - CHECKLIST DATA:
LOCAL: ____________________PESCADOR / VENDEDOR
NOME:_________________________ 1. ÁREA (Identificação / descrição) Observações
a) - Local? praia, porto, edifício,
b) - Acessos? tem, não tem, maus, bons
- infra-estruturas: Área de venda (com cobertura, piso, bancadas apropriadas, água corrente), Água, M.Gelo, Câmaras de Frio, Contentor Lixo, Armazém caixas, equipamento limpeza, combustível, outros __________________________________________
c) - Focos de contaminação? Esgotos, outros:
d) - Edifícios na proximidade:
e) - Grau hígio-sanitário: Mau, Satisfaz, Bom
f) - pertença da área Privada, pública, outra
2. PROCESSOS
a) - Acondicionamento, Preservação no barco? contacto directo com barco; cx pvc; arca; cestos, saco, outro gelo com / sem cobertura: do sol / isotérmica protegido de contaminação (combustível, madeira, comida, lixo, cão, etc)
b) - Descarga / Manuseamento / Venda?: à mão, caixa, cesto, carrinho, outro directo para o chão, lona no chão, caixa, veículo, etc adequado, contamina, fere produto, rápido, lento (expõe a temperatura ambiente, sol, vento, poeira)
c) - Saída para distribuição pelo vendedor? em veículo motor (cx aberta c / s protecção do ambiente , caixa isotérmica, com refrigeração) manual (c / s protecção do ambiente)
d) - Acondicionamento vendedor caixas pvc, arca, cesto, saco (apropriado / não) em gelo, sem gelo acondicionamento (mau, satisfaz, bom)
e) - Gelo (pescador) (vendedor) bloco triturado bloco partido manualmente / ferramenta escama contaminado (sujo, ferrugem, etc) transporte / acondicionamento? (mau, satisfaz, bom)
3. Pescadores/embarcação
a) Dono barco? S/N ; Grupo / Ass. / coop
b) - proveniência: local, afastado (km___)
c) - canoa, chata, c/m, catronga (__m); porão s / n
d) - arte (LM/RE/C/G)
e) - tempos: total no mar___ ; casa – pesqueiro ___/ na pesca ___/ para descarga ___/ regresso casa ___/
f) - abastecimento local / outro (km__) / na venda peixe
combustível gelo
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através do comprador de peixe? S / N
4. Rotina Pesca Diária? ___ dias/semana
a) - Local onde vive:
b) - Local de desembarque / abastecimento:
c) - Comprador? Fixo / leilão / família /
5. Venda
a) Como?: contracto / leilão / contacto directo
b) Preço?: vendedor / leilão / outro
c) Quantas vezes ficam sem vender?
d) O que fazem quando não vendem?
6. Comprador/Vendedor Características
Grossista / Intermediário / retalhista / Conta própria / Por conta d`outrem / Grupo / Ass. / Coop. / Família Pesc.
a) Veículo próprio / alugado / sem veículo Condições em 2. c) / d) / e)
b) Contracto com pescadores? S / N Que condições? $$ /G+C+Arte/ Emb.
Quantos?
c) Noções higiene? S/N Formação? S/N
7. Preços / espécie
na embarcação
na peixeira
8. OPINIÃO
a) Principais problemas?
b) A favor ou não de Centralização? Lota?
c) Indique 1 intervenção que considere realmente importante para melhoria do abastecimento e mercado?
d) Mudaria o seu comportamento se houvesse apoio directo com infra-estruturas? Utilizaria estas?
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Anexo 4 - CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DA PESCA ARTESANAL
RESUMO CARACTERIZAÇÃO DA PESCA ARTESANAL NA PROVÍNCIA DE LUANDA
CAPTURA ESTIMADA (ton) 2008 2009 2010 2011 2012
TOTAL País 105.176 96.819 102.038 66.798 60.150
Província Luanda 22.691 12.036 21.779 18.773 14.678
% Prov. Luanda 22 12 21 28 24
Municípios Luanda 2010 % 2012 %
Cacuaco 4.680 21 2.795 19
Luanda (Ingombota) 5.500 25 6.212 42
Belas (Samba) 11.599 53 5.672 39
EMBARCAÇÕES (Nº) – 2012 Canoa Chata s/m Chata c/m Catronga Total
TOTAL País 1792 2940 2684 376 7792
Província Luanda 320 728 622 130 1.800
% Prov. Luanda 18 25 23 35 23
Municípios Luanda % % % % %
Cacuaco 36 11 80 11 272 44 38 29 426 24
Luanda (Ingombota) 44 14 40 5 48 8 54 42 186 10
Belas (Samba) 240 75 608 84 302 49 38 29 1.188 66
Captura estimada por tipo de emb. (ton) Canoa Chata s/m Chata c/m Catronga Total 2012
% % % %
Total País 5.693 10 11.507 19 25.294 42 17.656 29 60.150
Província Luanda 793 5 2.262 16 7.337 50 4.287 29 14.678
2010
Total País 9.390 9 17.939 18 46.474 46 28.236 27 102.038
Província Luanda 1.466 7 3.868 18 10.030 46 6.414 29 21.779
Captura anual média estimada por tipo de emb. (ton) - 2012
2,5 3,1 11,8 33,0
Captura estimada por tipo de arte de pesca (ton) - 2012 Linha % Emalhar % Cerco %
Total País 14.623 24 27.731 46 17.795 30
Província Luanda 3.144 21 7.180 49 4.356 30
PESCADORES / MULHERES Cacuaco Luanda
(Ingombota) Belas (Samba) Total Pescadores %
P M P M P M País 25.053
Província Luanda 1.983 121 1.122 ? 3.895 >85 Luanda 7.000 28
% Prov. Luanda 28 - 16 - 56 -
Relatório Técnicos do IPA, Controlo Estatístico das Capturas e do Esforço de Pesca do Subsector Artesanal, 2010 – 2012; Dados recolhidos por amostragem aleatória nos locais de desembarque das pescarias.
Na caracterização do subsector da pesca artesanal que se segue, deve atender-se com alguma reserva aos dados e análise apresentados devido a alguns constrangimentos e limitações,
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principalmente ao nível da recolha dos dados brutos da amostragem, identificados pelo próprio IPA, entidade responsável por estas estatísticas. A caracterização feita tenta contudo ter em conta as acentuadas variações registadas, entendendo-as apenas como resultado das deficiências de amostragem. A recolha dos dados tem sido afectada, designadamente, por: diminuição da intervenção dos amostradores devido ao não pagamento de seus subsídios por parte do IPA; falta de apoio aos amostradores nos locais de desembarque por parte dos responsáveis das cooperativas; e noutros casos, os problemas de cobertura do território, e/ou o nível de desempenho dos serviços provinciais e do pessoal dos Centros de Apoio Integrados da Pesca Artesanal. Estes problemas acabam também por permitir identificar algumas fragilidades associadas ao sector, sendo assim já por si caracterizador e identificados de alguns problemas do próprio sector. A produção estimada da pesca artesanal caracteriza-se por uma variação entre cerca de 60 a 100 mil toneladas/ano no período de 2008 a 2012 ao nível nacional, representando a província de Luanda um valor de cerca de 21-28% do total, próximo das 15-20 mil toneladas/ano a par das províncias de Benguela e Zaire (Tabela 1). No cômputo nacional 75% dos recursos capturados são de demersais e pelágicos, distinguindo-se os demersais por constituírem apenas mais 5% que o total da captura de pelágicos, e com os crustáceos a representarem 11% da captura sendo os restantes vários outros recursos (Tabela 2).
Tabela 1. Produção anual estimada da pesca artesanal por província (t)
Província 2008 2009 2010 2011 2012
TOTAL País 105.176 96.819 102.038 66.798 60.150
Cabinda 9.443 3.397 4.550 1.822 2.756
Zaire 6.835 25.382 29.824 16.283 7.132
Bengo 7.887 8.461 12.406 9.309 2.645
K.Sul 20.224 3.958 5.735 6.442 10.257
Benguela 21.639 23.954 22.485 11.149 17.204
Namibe 16.457 19.631 5.259 3.018 5.474
Luanda 22.691 12.036 21.779 18.773 14.678
% Prov. Luanda 22 12 21 28 24
Tabela 2. Capturas estimadas por recurso pesqueiro - 2012
Em 2012, a frota do sector é constituído por cerca de 1800 canoas (23% da frota), 3000 chatas sem motor e 2700 com motor (respectivamente 38 e 34% da frota) e apenas 376 catrongas - embarcações cabinadas (5%), de um total de cerca de 7800 embarcações (Tabela 3). As Províncias de Luanda e Benguela juntas representam metade da frota artesanal (respectivamente 23 e 30%) enquanto que cada uma das restantes Províncias litorais caracteriza-se por constituírem fatias de 6 a 12% da frota. É todavia, ao nível da frota motorizada que estas 2 províncias se destacam ainda mais com proporções respectivamente de 58 e 47% (Tabelas 3 e 4). Luanda com 130 catrongas possui cerca de 1 terço da frota nacional cabinada e cerca de 1 quarto das chatas com motor, apesar de também possuir ainda 1 quarto das chatas sem motor e 1 quinto das canoas.
Grupos de espécies Demersais Pelágicos Crustáceos Mistos Total
Captura (ton) 24.445 20.538 6.990 8.177 60.150
% 41 34 11 14 100
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Dentro da província de Luanda, regista-se a uma frota de 1800 embarcações, composta de 42% de embarcações motorizadas, sendo 7% cabinadas. As chatas sem motor representam 40% da frota e as canoas 18%. Tabela 3. Número de embarcações na Província de Luanda – 2012
Tabela 4. Proporção provincial (%) da frota nacional por tipo de embarcação e pescadores
2012 Canoa Chata s/m Chata c/m Catronga Total Pescador
Total País 1792 2940 2684 376 7792 25053
Luanda (%) 18 25 23 35 23 28
Namibe (%) 22 14 5 9 12 12
Benguela (%) 18 39 29 18 30 20
Kwanza Sul (%) 1 12 21 5 12 21
Bengo (%) 1 6 8 13 6 8
Zaire (%) 23 4 7 14 10 5
Cabinda (%) 16 1 6 6 6 6
Tabela 5. Composição da frota em cada província (%) -2012
2012 - % Canoa Chata s/m Chata c/m Catronga
Namibe 41 42 14 4
Benguela 14 49 34 3
Kwanza Sul
2 36 60 2
Bengo 4 38 47 11
Zaire 53 16 25 7
Cabinda 59 5 32 4
Luanda 18 40 35 7
Conforme se poderá verificar na Tabela 6, a composição da frota em Luanda de 2010 para 2012 mantém praticamente os mesmos números, principalmente as respectivas proporções por segmento de frota. Ao nível dos municípios essa evidência é ainda mais clara. Tabela 6. Distribuição por segmento na província de Luanda (%) 2012
Canoa % Chata s/m % Chata c/m % Catronga % Total %
Total País 1792 2940 2684 376 7792
Província Luanda
320 18 728 25 622 23 130 35 1.800 23
Canoa Chata s/m Chata c/m Catronga Total
Província Luanda 320 728 622 130 1800
Municípios: Número de embarcações e % relativa na Província
Cacuaco 36 11 80 11 272 44 38 29 426 24
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A frota motorizada em Luanda representa cerca de 80% da produção provincial com cerca de 12,6 mil toneladas em 2012 (das quais cerca de um terço proveniente de catrongas) de um total nacional de 43 mil toneladas (Tabela 7). Apesar de em todas as províncias o segmento motorizado representar valores de captura relativa na província acima dos 63%, é na província de Luanda que esta proporção é maior. Tabela 7. Captura Total (t) por Segmento de Frota e proporção provincial relativa ao total nacional.
2012 Total Canoas %
Chatas s/motor
% Chatas c/motor
% Catrongas %
Total País 60150 5693 11507 25294 17656
Luanda 14679 793 14 2262 20 7337 29 4287 24
Zaire 7132 836 15 1471 13 2862 11 1964 11
Bengo 2645 179 3 475 4 1310 5 682 4
Kwanza S 10258 1236 22 2710 24 4177 17 2135 12
Benguela 17204 1899 33 3190 28 6040 24 6076 34
Namibe 5474 511 9 970 8 2315 9 1678 10
Cabinda 2757 239 4 430 4 1253 5 834 5
Em 2010 na província de Luanda verifica-se que a proporção das capturas por segmento apresenta um perfil bastante idêntico ao registo nacional, apenas variando em 2 pontos para baixo no segmento das canoas e 2% para cima nas catrongas. Em 2012 a diferenciação é já bastante mais com as chatas a motor a apresentarem mais 8% que a proporção nacional e menos 5% nas canoas. Nas catrongas Benguela salienta-se com mais 6% que a proporção nacional enquanto que em Luanda o valor é igual (29%) (Tabela 8). Tabela 8. Distribuição da Captura Total (t) por tipo de embarcação por província
2012 Total Canoas % Chatas s/motor
% Chatas c/motor
% Catrongas %
Total País 60.150 5.693 10 11.507 19 25.294 42 17.656 29
Luanda 14.679 793 5 2.262 16 7.337 50 4.287 29
Zaire 7.132 836 12 1.471 21 2.862 40 1.964 27
Bengo 2.645 179 6 475 18 1.310 50 682 26
Kwanza S 10.258 1.236 12 2.710 26 4.177 41 2.135 21
Benguela 17.204 1.899 11 3.190 19 6.040 35 6.076 35
Namibe 5.474 511 10 970 18 2.315 42 1.678 30
Luanda (Ingombota) 44 14 40 5 48 8 54 42 186 10 Belas (Samba) 240 75 608 84 302 49 38 29 1.188 66
2010
Província Luanda 304 728 616 89 1737
Municípios:
Cacuaco 28 9 80 11 272 44 27 30 407 23 Luanda (Ingombota) 36 12 40 5 42 7 44 49 162 9 Belas (Samba) 240 79 608 84 302 49 18 20 1168 67
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Projeto Financiado pela União Europeia Um projeto implementado por: Pg. 91
Cabinda 2.757 239 9 430 16 1.253 45 834 30
2010
Total País 102.038 9.390 9 17.939 18 46.474 46 28.236 27
Luanda 21.779 1.466 7 3.868 18 10.030 46 6.414 29
A caracterização dos pesos das capturas por arte de pesca evidência o mesmo perfil em todas as províncias (Tabela 9). As capturas por linha de mão representam uma proporção ao nível nacional de 24%, apresentando dentro da provincia de Luanda a proporção mais baixa (21%) e no Zaire e Bengo a mais elevada (31%). A arte de emalhar apenas em Benguela se afasta bastante da proporção nacional de 46%, com menos 12%. Nas outras províncias a captura por arte de emalhar varia entre os 49% (Luanda) e os 54%. A proporção de captura com a arte de cerco em Luanda é a mesma que ao nível nacional (30%), enquanto que nas outras províncias varia entre os 18 (Bengo e Zaire) e os 44% (Benguela), não existindo dados disponíveis para Cabinda. Fazendo a comparação entre 2010 e 2012 regista-se que as capturas por arte de redes de emalhar teve uma proporção superior de mais 5% (51%) embora em Luanda tivesse sido inferior em 2 pontos (47%). Embora os dados de capturas amostrados sejam em função da arte utilizada no momento do registo e portanto daí resultando uma estatística fidedigna das capturas por arte de pesca, convém no entanto referir, que não existe referência à identificação à multi-utilização de artes de pesca pela mesma embarcação, o que poderia potenciar a análise dos rendimentos dentro de cada segmento face às artes de pesca. Tabela 9. Captura total (t) por Artes de pesca em 2012.
Total Linha % Emalhar % Cerco %
Total 60.150 14.623 24 27.731 46 17.795 30
Luanda 14.679 3.144 21 7.180 49 4.356 30
Namibe 5.475 1.333 24 2.966 54 1.176 22
Benguela 17.204 3.793 22 5.859 34 7.553 44
Kwanza Sul
10.258 2.486 24 5.310 52 2.462 24
Bengo 2.645 812 31 1.342 51 492 18
Zaire 7.132 2.185 31 3.629 51 1.318 18
Cabinda - - - - - -
2010
País 102.038 23.083 23 52.320 51 26.635 26
Luanda 21.779 4.400 20 10.294 47 7.084 33
É na análise da Tabela 10, das capturas médias por embarcação que realmente se verifica uma grande disparidade dos números, como por exemplo 53,7 t por canoa no Kwanza Sul enquanto que nas outras províncias este valor ronda as 0,8 - 2,5 t (Cabinda, Luanda, Namibe e Zaire), 9 t no Bengo e 6 em Benguela. No segmento das chatas sem motor as capturas ficam-se por 2,4 a 3 t (Namibe, Bengo, Benguela e Luanda), disparando para 7,8 t no Kwanza sul, 11,8 t no Zaire, e 15,9 t em Cabinda. Nas Chatas com motor verifica-se uma média a rondar as 6 a 8 t em Bengo, Benguela, Kwanza sul e Cabinda; com 11,8 t a 14,8 t em Luanda e Zaire, destacando-se no Namibe a captura média de 17,8 t. No segmento das catrongas o Zaire apresenta o valor médio mais baixo de 13,6 t, seguido de Luanda com 33 t, Zaira e Cabinda com 38 t, Namibe 48 t, disparando Benguela e Kwanza sul para respetivamente 89 t e 112 t. Tabela 10. Captura total média por embarcação por segmento por província
2012 - (t) Canoas Chatas Chatas Catrongas
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s/motor c/motor
Total 3,2 3,9 9,4 47,0
Luanda 2,5 3,1 11,8 33,0
Zaire 2,0 11,8 14,8 37,8
Bengo 9,0 2,7 5,9 13,6
Kwanza S 53,7 7,8 7,3 112,4
Benguela 5,9 2,8 7,7 89,4
Namibe 1,3 2,4 17,8 47,9
Cabinda 0,8 15,9 7,9 37,9
A disparidade de valores apresentada pode ser compreendida pelas limitações das estatísticas e seu plano de amostragem e/ou por falta de conhecimento do nível de actividade de cada embarcação, isto é, do esforço de pesca realizado em número de dias efectivos de pesca realizado ao longo do ano, ou ainda por falta de diferenciação do poder de captura das embarcações atendendo a outras características, como a potência de motorização, aparelhos auxiliares, etc. Na caracterização social (Tabela 11), os pescadores da província de Luanda são cerca de 7.000, representando 28% dum total de 25.000 pescadores registados ao nível nacional. Os números de mulheres processadoras e peixeiras na actividade não é ainda fidedigno devido a uma grande subestimação. Samba integra quase 3.900 pescadores, enquanto Cacuaco, cerca de metade deste número e Ingombota 1.100, ou seja respectivamente 56, 28 e 16% da Província. Desta distribuição poderá entender-se a forma como a frota na Província indicia uma especialização e concentração de frota motorizada em Cacuaco e Samba, 73 e 78%, com uma partilha idêntica de 29% no segmento das catrongas, todavia em complemento Samba possui ainda 75% de canoas e 84% das chatas sem motor. Tabela 11. Número de Pescadores artesanais na Província de Luanda
Anexo 5 – LISTAGEM DOS ENCONTROS E CONTACTOS
Data Pessoas Instituição / Cargo
6/08 Leone Tarabusi URF (ACP Fish II)
Nkosi Lukeye IPA – Director
Filomena Velho INIP – Directora
Maria Pedro INIP – Laboratorio
7/08 Vincent Van Halsem Delegação UE – Pescas
Susana Martins Delegação UE – Ambiente
Fernaando Crende Delegação UE – Chefe Sector (Desenvolvimento Rural e Garantia Alimentar
Maria de Lurdes Sardinha DNP- Directora
António Torres IPA – Dept. Estudos e Projecto
Júlia Catarina IPA – Dept. Estudos e Projecto
2012 2010
Pescadores % País
% ao nível Província
Pescadores % ao nível Província
Total País 25053
Província Luanda 7.000 28 6327
Cacuaco 1.983 28 1759 28
Luanda (Ingombota) 1.122 16 898 14
Belas (Samba) 3.895 56 3670 58
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Inácio Rangel IPA – Chefe Dept. Estudos e Projecto Cavungo Lombo IPA – Dept. Apoio às Comunidades
Edgar Costa IPA – Dept. Apoio às Comunidades António Chaves IPA – Chefe Dept. Apoio às Comunidades 8/08 Cidalina Nogueira DNIIP - Directora
Nelson DNIIP – Chefe Dept. Pesquisa de Mercados
9/08 Pedro Afonso IPA – Estatística
Felix Martin BAD – Senior Fisheries Officer
Carlos Neto BAD / IPA – Consultor Local
12/08 João Generoso Cooperativa Barra do Bengo – Cacuaco
Esteves António Cooperativa Kilamba Kiaxi – Cacuaco
Abissai Ningan Associação Aapl – Ingombota
Manuel Lucas Associação Apal – Ingombota
Francisca Chimina Cooperativa Família Chimina – Ingombota
Representante Provincial das Pescas – Ingombota
Representante Provincial Pescas – Samba
13/08 Tungu Silvain INAIPIT – Director Técnico
Esperança INAIPIT
Fernando INAIPIT - Director
14/08 Isabel Peixeira – Ingombota
Luísa Peixeira – Ingombota
Sebastião Coelho Armador Pescador – Ingombota
Claudino Tavares Fábrica de Gelo