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GONVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, MINERAÇÃO E ENERGIA – SEDEME Relatório Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu JUNHO 2015

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GONVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, MINERAÇÃO E ENERGIA – SEDEME

Relatório Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do

Xingu

JUNHO 2015

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APRESENTAÇÃO O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), em parceria com todos os órgãos do Governo Federal, Governo Municipal e Sociedade Civil membros do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS-XINGU) e PM21 realizou o Seminário em prol do Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu nos dias 16 e 17 de junho de 2015, no Centro de Convenções de Altamira, visando estabelecer um espaço de interação interinstitucional para a criação de novas oportunidades e parcerias entre as entidades presentes, com o objetivo de reunir os principais atores interessados no setor produtivo da Região de Integração do Xingu e elaborar uma agenda de ações e estratégias em favor do desenvolvimento regional.

Foram debatidas as principais atividades econômicas locais com os mais expressivos representantes dos setores produtivos, com vistas a ampliar as oportunidades de negócios, gerar mais renda e emprego e agregar valor aos produtos e serviços da Região de Integração do Xingu.

O evento contou com a participação de representantes de oito municípios da região do Xingu com cerca de 200 participantes de 85 instituições, entre elas 09 do Governo Federal, 18 do Governo Estadual, 12 do Governo Municipal, 32 da sociedade civil organizada e 14 da iniciativa privada.

Gráfico 1: Participação no Seminário

A iniciativa, articulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração

e Energia (SEDEME), mobilizou um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional a fim de subsidiar novos projetos para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu).

"O que chamou a atenção de todos é o impressionante potencial econômico local. A região tem forte produtividade na agricultura familiar, pecuária de corte e leiteira, além do turismo e do cultivo do cacau orgânico que desponta com foco no exterior, com sucesso”, disse a secretária adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enríquez, que está à frente dos trabalhos.

Segundo Maria Amélia, a cultura do cacau é tão promissora na região, que durante as discussões chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’, iniciativa empreendedora capaz de reunir o turismo no entorno da hidrelétrica de Belo Monte e a produção do cacau, considerando toda a cadeia produtiva, da seleção das sementes ao produto final à venda, conforme já acontece na cidade

0 10 20 30 40 50 60

Governo Federal

Governo Estadual

Governo Municipal

Sociedade Civil

Iniciativa Privada

Participação no Seminário

Instituições Participantes

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de Medicilândia com a fábrica de chocolate Cacau Way, instalada no município, no formato de cooperativa sob a administração de 40 associados que já vendem para o exterior.

O diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), Luiz Pinto, reitera que a região do Xingu concentra 10 municípios cacaueiros que, juntos, já produzem 70% do cacau no Pará. Com isso, o Estado desponta como um grande produtor do Brasil, atrás somente da Bahia.

“A safra do cacau começou em abril, nossa projeção é de que o Pará produzirá 106 mil toneladas este ano. A Bahia projeta 146 mil toneladas em 2015. Dentro de quatro anos, a produção paraense superará a baiana’’, afirmou o diretor da SEDAP. Ele ressaltou ainda que o cacau do sudoeste paraense tem o padrão de mercado mundial, resistindo bem às altas temperaturas.

A SEDAP investe no Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), financiando boa parte da produção de sementes geneticamente melhoradas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). "Atualmente a produção paraense é de 828 quilos de amêndoas secas por hectare, nossa meta é atingir 900 quilos por hectare'', assegurou Pinto.

O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico realizou seis oficinas setoriais com vistas a elaboração de planos de ação de curto e médio prazos para a dinamização das cadeias produtivas da região. Além da SEDEME, presente com representantes de todas as suas Diretorias (Mercado, Incentivo Fiscais, Desenvolvimento da Indústria, Mineração, Comércio e Serviços). O Estado contou com profissionais da Junta Comercial do Pará, BANPARÁ, EMATER, SEDAP, UEPA, Municípios Verdes, SETUR e SECTET. O evento registrou também a presença de órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, como FAPESPA, SEPLAN, SESPA, SEMAS, SEGUP, SEASTER, CASA CIVIL, SEDUC E IDEFLOR-BIO.

O presente relatório objetiva apresentar de forma resumida o registro de cada momento deste evento e legitimar as ações propostas pelos participantes com vistas a fortalecer o entendimento e interação interinstitucional para o desenvolvimento socioeconômico da região do Xingu.

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Palestra 1: CENÁRIOS SOCIOECONÔMICOS DO XINGU – PRESENTE, PASSADO E

FUTURO (Maria Amélia Enríquez - SEDEME)

A Secretária Adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enríquez falou sobre os objetivos do seminário de

reunir os principais atores interessados no setor produtivo da Região do Xingu para estabelecer uma

agenda de ações e estratégias em prol do desenvolvimento regional com definição de prioridades, de

parcerias e de estratégia de operacionalização, tudo isso com vistas a contribuir para ampliação das

oportunidades de negócios, geração de renda e emprego e agregação valor aos produtos e aos serviços

da Região do Xingu.

Destacou a importância de se contribuir para o fortalecimento do setor produtivo e para a valorização

das pessoas e das riquezas do Xingu, e reforçou que o Seminário se propõe a ser um espaço de

interação e oportunidades de parcerias entre as entidades presentes.

Enríquez ressaltou o desafio de fortalecer o setor produtivo em uma região com baixos índices de

desenvolvimento e grandes áreas de conservação. E destacou a utilização do calcário agrícola como

um insumo estratégico para o fortalecimento da agricultura, pecuária e aquicultura, além do estímulo

ao empreendedorismo nos setores de serviços, comércio e indústria como ação estratégica para o

desenvolvimento sustentável após a conclusão da UHE Belo Monte.

Palestra 2: O PAPEL DA FUNDAÇÃO VIVER, PRODUZIR E PRESERVAR

(Joao Batista Uchôa - FVPP)

Representante da sociedade civil, João Batista Uchôa, disse que há grande diversidade socioprodutiva

na região. “Não estamos falando de vazios geográficas, mas de territórios muito produtivos”. Há mais

de 10 milhões de hectares de floresta é a região que tem o maior estoque de recursos florestais do

Estado.

Disse que falta ação estratégica de governo com o objetivo de gerar alternativas e que é preciso pautar

o governo para resolver os problemas fundiários, “pois sem essa base não poderemos avançar’’,

observou a liderança local.

Uchôa destacou ainda que é preciso regulamentar a economia local. ‘’Os planos de manejos, inclusive

os comunitários, precisam ser efetivados. Isso requer a consolidação da produção familiar rural e

melhoria de renda/verticalização da produção. Porém, o que ocorre, via de regra, é o travamento de

oportunidades pelos canais da política pública da região – uso apenas de instrumentos repressivos e

não de fomento. Não há um estímulo e nem estratégia estadual ou municipal para essa economia. É

preciso assumir os limites que estão colocados’’, ponderou o representante local.

Ele finalizou ressaltando de que há grande expectativa de boa aplicação dos recursos do PDRSX. Ponto

inspirador para apresentar projetos estruturantes ao desenvolvimento da região do Xingu.

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Palestra 3: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DA REGIÃO DE

INTEGRAÇÃO XINGU (Geovana Pires - FAPESPA)

A Diretora de Socioeconomia da Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA),

Geovana Pires apresentou dados estatísticos da região destacando que a região do Xingu representa

3% do PIB e 5% dos empregos formais do Estado do Pará. Quanto às atividades econômicas, a região

é a maior produtora de cacau e banana do Estado e a 3ª maior produtora de bovinos, entretanto

apresenta a 5ª maior taxa de pobreza do Pará. O Xingu tem vocações econômicas para a agricultura

familiar, biodiversidade, serviços ambientais, produtos florestais, energia e turismo, aliados aos

principais segmentos produtivos, a exemplo da construção civil, indústria madeireira, pecuária bovina,

fruticultura e cultura industrial com cacau.

As estatísticas oficiais revelam tendências, muito embora elas não sejam totalmente fieis à realidade.

A coleta das informações é também responsabilidade dos municípios, pois são neles que os fatos

ocorrem. Os dados são ponto de partida para o start up (início) das estratégias de desenvolvimento

socioeconômico. É importante que os municípios se apropriem desses dados para traçar estratégias às

ações locais.

Palestra 4: AGENDA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL – ADT

(Luiz Pazos – BNDES)

O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luis Pazos,

apresentou o processo de construção da Agenda de Desenvolvimento Territorial do Xingu (ADT-Xingu)

como uma ação da Política de Atuação no Entorno para promover as oportunidades de

desenvolvimento econômico e social nas áreas de influência de grandes projetos.

Pazos mostrou os objetivos da ADT-Xingu como instrumento para subsidiar o planejamento estratégico

e a tomada de decisões do Comitê Gestor do PDRSX. A “Agenda’’ também deve orientar o

planejamento executivo de suas ações, constituir referência atualizada de programas, projetos e ações

destinadas ao desenvolvimento da Região do Xingu, chamada de “Carteira Estratégica de Iniciativas”

(CEI), a fim de apoiar a revisão do modelo de governança e a definição de sistema de monitoramento

para fortalecer atuação do Comitê.

De acordo com o BNDES, tudo que está acontecendo na região é um grande desafio e chama atenção

a necessidade premente do ordenamento territorial. A organização fundiária é a condição sine qua non

para que o setor produtivo avance. É necessário que haja um enfrentamento conjunto para equacionar

esses grandes desafios. Nenhuma ação se dá isoladamente – isso requer planejamento e pactuação,

enquanto estratégias fundamentais. É importante a presença de todos os agentes territoriais em uma

prática de institucionalidade ampliada, que é muito mais forte do que um único órgão atuando

sozinho.

Quanto às atividades econômicas, segundo o assessor do BNDES, o turismo é uma atividade que

necessita de muito incentivo, e que não é estimulante comprar passagem aérea de São Paulo, por

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exemplo, para fazer turismo em Altamira ao custo de R$ 3 mil, em média, o que não atrai ninguém.

Sugeriu avançar na certificação do cacau.

A ADT é um instrumento para gestão e articulação conjunta do território, a partir da região. Para o

BNDES, é preciso ampliar os horizontes que vão além do recurso disponível do PRDS Xingu, bem como,

as ações propostas na ADT não são isoladas, mas estão conectadas.

Palestra 5: COMÉRCIO E SERVIÇO NA REGIÃO DO XINGU

(Valdir Narzetti – ACIAPA)

O Diretor da Associação Comercial, Industrial, Agropastoril de Altamira, Valdir Narzetti falou que os

setores de comércio e serviços refletem o que está acontecendo com os outros segmentos produtivos

na região. Ele exemplificou que ‘’se a base produtiva vai bem, as atividades terciárias também vão

bem’’, frisou. E apresentou um dado de 13.053 empresas ativas na região do Xingu. Segundo Narzetti,

com a obra de Belo Monte, houve uma inversão entre Altamira e Vitória do Xingu na arrecadação do

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), entre os anos 2010 e 2013. Por fim, afirmou

ele, que oito dos dez municípios da Região do Xingu já aderiram a implantação da Lei Geral, exceto

Altamira e Porto de Moz.

Houve uma variação de R$ 10 para R$ 124 milhões na massa salarial proporcionada por Belo Monte,

em Altamira, e o comercio é o maior gerador de empregos na região, quando excluído Belo Monte,

mas enfrenta grandes problemas, entre os quais:

Logística - alto custo de frete, isso implica também em alto custo de estoque, o que é um

incentivo para o aumento da produção local.

Infraestrutura precária – transamazônica, vicinais, energia, internet, telefonia. Tudo isso

eleva o custo dos negócios e reduz a produtividade.

Falta de mão de obra – após o evento de Belo Monte, a mão de obra ficou cara e escassa,

pois os setores produtivos tradicionais têm dificuldade para competir com as construtoras

que oferecem salários maiores.

Falta de incentivos e apoio dos governos – precisamos ações mais ativas, mais presencial,

precisamente com os órgãos de fomento.

Ausência do Senac – é importante a presença para qualificar a mão de obra.

Falta de segurança pública – as empresas precisam investir em segurança privada. Há

medo de o empreendedor investir.

Diferenças de alíquotas e glosas de créditos sem justificativas.

Antecipação tributária com agregação e lucros irreais.

Apresentou soluções, tais como a consolidação da produção local (rural, industrial mineral);

consolidação do potencial turístico; política de incentivos fiscais como compensação pela precariedade

da infraestrutura e como fomento ao desenvolvimento, já que o comércio e os serviços têm uma

reação muito rápida.

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Palestra 6: AGENDA DE PESQUISA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

NA PRODUÇÃO PARA A REGIÃO DO XINGU (Guilherme Coelho – EMBRAPA)

Representante da Embrapa, Guilherme Coelho apresentou a Agenda de Pesquisa e Transferência de

Tecnologia da Embrapa em parceria com o Núcleo de Apoio à Pesquisa e atuação regional que auxilia

na descentralização das políticas públicas, com objetivo de dinamizar arranjos produtivos,

mercadológicos e institucionais, por meio do uso de soluções tecnológicas.

Ele destacou que a transferência de tecnologia é um componente do processo de inovação, no qual

diferentes estratégias de comunicação e interação são utilizadas por grupos de atores como órgãos de

extensão como a Emater, instituições de crédito, de ensino, pesquisa e outros órgãos de fomento.

Coelho ressaltou ainda que a Embrapa não tem capilaridade nem corpo técnico para fazer extensão,

mas que sua missão é gerar tecnologia de alto nível para fomentar a produção, tais como o Plantio

Direto, Integração Lavoura Pecuária Floresta – ILPF, Sistemas Agroflorestais – SAF´s, entre outras

inovações tecnológicas que visam transformar as áreas cultivadas mais pujantes e com menos

impactos ambientais.

Fotos 1 e 2: Imagens das palestras.

EXPOSIÇÕES DAS CADEIAS PRODUTIVAS DA REGIÃO DO XINGU

A Gerência Regional de Altamira da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARA) apresentou

dados sobre o rebanho paraense de 20.485.739 bovinos, em 2014, o equivalente a 10% da produção

nacional. A regional de Altamira contabiliza 12.194 produtores de gado, com a região do Xingu

representando 10% da produção do Pará.

Destacou os principais municípios de Castanhal, Altamira, Marabá e Macapá (AP) que recebem bovinos

para abate dos municípios de Anapú, Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Uruará, Medicilândia,

Marcelo Rolof (Agência de Defesa Agropecuária do Pará - ADEPARA)

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sendo que Altamira e Castanhal são os municípios que mais se destacam no recebimento de bovinos

para abate, com 44.355 (Altamira) e 57.744 (Castanhal), em 2014.

O representante da SEDAP - Regional, Dino Barile, abordou o potencial da pecuária regional,

ressaltando a importância das boas práticas de produção, mas alertou para a necessidade de se

avançar na regulação fundiária, para que a região consiga seguir firme no fortalecimento dos negócios.

Para a SEDAP, se o desafio é não desmatar, a questão é avançar na correção do solo. A Secretaria

destacou a pecuária leiteira e apicultura como potenciais para incentivar a industrialização.

Aliomar Arapiraca falou sobre a inserção dos municípios do Xingu nas Economias Nacional e

Internacional, com ênfase na dinâmica da cacauicultura mundial. Apontou dados que mostram o Brasil

como 7º produtor de cacau no ano agrícola de 2014/2015, respondendo por 5,2% da produção

mundial.

Há perspectivas que o Pará produza 105 mil toneladas, em 2015, com maior produção nacional por

hectare. O Pará já apresenta a melhor produtividade do Brasil – 858 kg por ha. Na região do Xingu,

destacou o município de Medicilândia com produtividade de 1.140 kg por ha.

Para Arapiraca, a cacauicultura é uma atividade intensiva em mão de obra - 01 emprego direto gera 5

indiretos. A região do Xingu tem 37 mil empregos diretos para 147 mil indiretos e renda bruta ano por

ha de R$ 6 mil.

Ele ressaltou também que entre quatro a cinco grupos controlam a produção do chocolate no mundo,

mas a fábrica de chocolate Cacauway é pioneira na região do Xingu com grandes potencialidades para

a verticalização da cadeia do cacau. E sugeriu a criação de cursos específicos para chocolatier para os

filhos e filhas da região. “A cadeia produtiva de um bem ou serviço é o conjunto de agentes econômicos

que possuem parte relevante de seus negócios na produção desse determinado produto ou serviço”,

defendeu Aliomar Arapiraca.

Israel Oliveira, do IDEFLOR-Bio, apresentou informações sobre o Projeto de “Conservação e Uso dos

Recursos Florestais”, em parceria com Associação Agricultura Familiar Agroextrativista e Moradores

da Comunidade São Benedito da PA 167 – ASB, que tem por objetivo promover o Desenvolvimento

Sustentável e Fortalecimento das Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade por meio do manejo

florestal comunitário.

Dino Barile (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)

Aliomar Arapiraca (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC)

Israel Oliveira (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade - IDEFLOR-Bio)

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O IDEFLOR está na região desde 2008 e, a partir de 2014, passou a denominar-se IDEFLOR-Bio. Ainda

não foi sancionada a Lei de manejo florestal, comunitário e familiar, mas é necessário o ordenamento

da demanda para coordenar uma cadeia florestal – preparo das mudas. Projetos como este

oportunizam a produção sustentável com geração de renda, no caso desta iniciativa, ela foi realizada

com a parceria do PDRS Xingu, IDEFLOR, EMATER e Prefeituras, envolvendo 700 famílias entre 10

municípios.

Israel enfatizou desafios da ação, com exemplos da necessidade de correção do solo, mecanização de

áreas degradadas, capacitação em boas práticas para uma agricultura sustentável.

Luiz Pinto, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP) falou sobre o Programa

de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau no Pará – PRODECACAU (2011 a 2019), cujo

objetivo é duplicar a área de cacau e transformar o Pará no principal produtor nacional até 2023,

superando o Estado da Bahia.

Para ele, a cacauicultura ocasiona baixíssimo impacto ambiental e altíssimo resultado econômico – se

comparado à pecuária. O cacau superou o preço da arroba do boi – R$ 10,00 o quilo.

O representante da SEDAP afirmou que há mais de um milhão de solos de média e alta fertilidade

naturais propícios à cacauicultura prospectados pela CEPLAC e que há necessidade de reintegração ou

reincorporação de áreas alteradas ao processo produtivo na área de atuação do PRODECACAU/PA.

Os principais desafios, enfatizou Luiz Pinto, são a ampliação da produção de sementes híbridas de

cacau; expansão da área cultivada com SAF; aumento da produção e produtividade e processamento

industrial. Isso tudo para se possa aproveitar a potencialidade da região e plantar a floresta de uso

múltiplo. Minas Gerais é hoje o Estado que mais está plantando açaí no Brasil, exemplificou ele,

mostrando que não basta a aptidão natural.

Entre as estratégias de ação, apontadas pela SEDAP, está a produção em média, anual, em torno de

20 milhões de sementes híbridas e/ou seu equivalente; implantação de três centros de geração,

difusão e transferência de tecnologias nas regiões da Transamazônica, Tucumã e Baixo Tocantins.

Também são iniciativas, a disponibilização de 30 unidades de atendimentos de ATER (infraestrutura

predial) e 60 veículos automotores para os trabalhos de ATER; instalação de 32 unidades de referência

tecnológica – URT; estímulo à instalação de pelo menos oito plantas industriais para o processamento

de amêndoas secas de cacau, sendo duas na região do Baixo Tocantins, duas no Sul/Sudeste, e quatro

na Transamazônica e a mobilização de recursos do Fundo de Apoio a Cacauicultura do Estado do Pará

– FUNCACAU, para fazer face as demandas do Programa.

Luiz Pinto (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)

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O assessor da Cooperativa Central de Produção Orgânica na Transamazônica e Xingu – CEPOTX,

Jadielson Oliveira falou sobre o Programa de Produção Orgânica na Transamazônica e Xingu que reúne

seis cooperativas da região e salientou que é importante que a liderança dos produtores se manifeste

e que, para ter efetividade, as políticas públicas precisam se fazer presentes. A CEPOTX trabalha em

parceria com a Fundação Viver Produzir e Preservar – FVPP, CEPLAC, Natura e Sebrae.

A Cooperativa atua com cacau orgânico como nicho de mercado – mercados sustentáveis. ‘’O cacau

no Pará sempre foi visto como refugo, mas hoje o cacau adquiriu outra qualidade, pois é uma produção

sem queima, sem uso de agrotóxico’’, assinalou o empreendedor.

O Programa teve início em 2005, em 2006 começou o processo de produção orgânica certificada e, em

2007, começou a exportar com certificação nacional e internacional. Ele ainda disse que o chocolate

brasileiro vem com a experiência da Transamazônica.

Para a CEPOTX, a pesquisa, a extensão e o ensino são fundamentais para a modernização da cadeia da

cacauicultura. Os cooperados trabalham com os seguintes eixos: cooperativismo, comercialização,

assistência técnica, certificação e relações institucionais/parcerias.

Dados principais:

6 cooperativas

95 propriedades certificadas

1.125 ha de cacau e 7.420 ha de área total

150 famílias de produtores

Comercialização de cacau: +-150 t/ano

Preço diferenciado

As perspectivas da CEPOTX são: o fortalecimento da organização regional das Cooperativas (CEPOTX);

verticalização da produção (manteiga de cacau); diversificação da produção com comercialização de

óleo de babaçu e outros óleos da sociobiodiversidade, outros produtos para o PNAE e PAA; novas

parcerias comerciais e institucionais; aprovação de projeto (assistência técnica e estruturação das

cooperativas); capital de giro; ampliação do mercado (europeu e americano) e Certificação Fair Trade.

Luiz Pinto, da SEDAP, também comentou sobre o desempenho da produção de pescado no Brasil. Em

que pese o crescente desempenho do setor em nível nacional, segundo ele, o Pará apresentou queda

de 2003 a 2014.

Pinto afirmou que o Pará tem baixos índices de produtividade, estando à frente apenas do Acre e

Amapá, segundo a produção de pescado (t) piscicultura por Regiões e Unidades da Federação (IBGE).

As principais dificuldades enfrentadas pelo setor são os processos de emissão de outorga da água,

incentivos, etc.

Por fim, Luiz Pinto informou que há projetos em construção tais como: instrumentos normativos para

facilitar o acesso à outorga do direito de uso da água para a atividade; projeto de fomento para

Jadielson Oliveira (Central de Cooperativa de produção orgânica na Transamazônica - CEPOTX)

Luiz Pinto (Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuário e da Pesca - SEDAP)

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aquicultura familiar comercial; decreto governamental em construção para isenção do ICMS para

piscicultura.

Marcelo Salazar, do Instituto Socioambiental (ISA), falou sobre o corredor da diversidade

socioambiental do Xingu destacando os produtos florestais não madeireiros da Terra do Meio. Ele

apresentou a área de abrangência do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu com

13 Terras Indígenas, 7 Unidades de Conservação, 9 povos diferentes que falam 9 línguas (distintas) em

29 milhões de hectares com 93% de florestas. Esta grande percentagem de floresta é pouco explorada

economicamente.

A atividade econômica dos produtos florestais não madeireiros demanda por produtos que valorizem

a cultura de povos e populações tradicionais. O mundo mudou. O mercado hoje valoriza os mais de

100 produtos advindos da floresta, tais com castanha-do-brasil, óleo de andiroba, óleo de copaíba,

óleo de patauá, farinha de mandioca, cacau, seringa e outros. Além de mercado que ainda não estão

estruturados como mercado de carbono e ICMS Ecológico.

‘’Não basta apenas incentivar a extração desses produtos, mas também desenvolver políticas e

inovações tecnológicas para o processamento de produtos da floresta pelas populações que vivem no

interior e entorno das florestas’’, enfatizou Salazar.

Ele sugere o trabalho de forma intensiva com os produtos da floresta, além de um olhar para cestas

de produtos e não apenas para cadeias produtivas. Destacou, por exemplo, potenciais do breu, mel,

artesanato, óleos, essenciais, cacau (interface entre a floresta total e desmatamento total).

“As pessoas percebem que desmatar tudo não foi legal’’, considera ele, que ainda sugere que haja

implementação prática de uma política do estado que fomente a produção a iniciar pela pauta da

borracha que tem um preço de mercado R$ 2,5 e de pauta é R$ 6,0, ‘’isso não é correto, pois inviabiliza

a competitividade’’, destaca o representante do ISA.

Salazar ainda apresentou exemplos de investimento estruturantes e estratégicos para desenvolver

negócios da floresta na região, tais como política estadual para estimulo a produtos florestais não

madeireiros – redução imediata da pauta da borracha, logística fluvial, pagamento por serviços

socioambientais, política estadual de subsídios para PFNM; investimentos estratégicos para atração

de indústrias como a de cosméticos, alimentícia, farmacêutica e de turismo; centro de referência em

tecnologia para produtos florestais, especialmente os não madeireiros;

Secretário adjunto de Estado de Turismo, Joy Colares, apresentou o portfólio de políticas de fomento para o turismo, com destaque às ações de fortalecimento da gestão municipal de turismo, sugerindo a reativação do fórum do polo do Xingu, além do levantamento da oferta turística por meio de

Marcelo Salazar (Instituto Socioambiental - ISA)

Joy Colares (Secretaria de Estado de Turismo - SETUR)

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inventário, pesquisas e estudos do turismo na região com vistas à estruturação de destinos. Ele enfatizou ainda o potencial turístico natural da Região do Xingu com possibilidade de se criar uma Rota Turística atrelada às atividades produtivas da região.

Para o fortalecimento do setor de turismo da região, destacou ações de qualificação profissional, qualificação de serviços turísticos, CADASTUR, captação de recursos, mapeamento de oportunidade de negócios e atração de investimentos turísticos.

Joy também apresentou o acordo de cooperação técnica com a Norte Energia para formatar produtos turísticos, atrair visitantes às praias fluviais do rio Xingu e seus afluentes; centro de eventos e turismo; visitação do complexo da UHE Belo Monte com linha de transporte para esse fim, incluindo, os mirantes de observação da Usina; além do ecoturismo náutico e da pesca esportiva nos reservatórios.

A atividade de turismo é uma grande oportunidade de agregar valor à dinamização da economia da região, mas é preciso parcerias com os municípios.

Fotos 3 e 4: Imagens das palestras sobre as cadeias produtivas.

MESAS REDONDAS

MESA 1 – FERRAMENTAS PARA REGULARIZAÇÃO Representantes: SEMAS: Viviane Gama PMV: Juliane Marta JUCEPA: Cláudio Alves SEMAT–Altamira: Elisangela Santos SEMAT-Vitória do Xingu: Marcônio Silva O debate da Mesa Redonda de Ferramentas para regulação contou com a presença de órgãos

responsáveis pela formalização e licenciamento ambiental de empreendimentos na região para

esclarecimentos sobre os procedimentos burocráticos mais importantes para o desenvolvimento das

atividades econômicas.

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O Programa Municípios Verdes (PMV) é um programa do Governo do Estado do Pará que atua na

consolidação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e no fortalecimento à descentralização ambiental.

Gilson Brandão de Senador Jose Porfírio perguntou como o município pode ter acesso aos recursos

para contribuir para elaboração do CAR?

Resposta: Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, pois com base na Resolução COEMA

116/2014 há descentralização para os municípios da atividade de validação do CAR, ligada ao

licenciamento da atividade rural (art. 5º), assim as Secretarias Municipais estão sendo qualificadas a

contribuir com a elaboração do CAR.

Também se perguntou sobre como investir na piscicultura, se há dificuldades para legalizar e escoar a

produção? Como se regulariza a atividade, na prática? Qual o documento que legitima o tanque

escavado?

Respostas: Foram mencionados os procedimentos burocráticos a serem apresentados nas Secretarias

de Meio Ambiente, tanto Estadual quando Municipal, entretanto nota-se que é preciso ser mais

didático para que a população local tenha tempo hábil para se legalizar. Também se falou da

importância de se divulgar e esclarecer adequadamente o público interessado. Falou-se ainda da

necessidade de alinhamento das informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente com as

orientações da assistência técnica. As secretarias de Meio Ambiente têm um aporte importante para

realizar serviços de comunicação e podem aprimorar esse alinhamento entre a produção e as questões

ambientais de forma positiva.

Vitória do Xingu tem sido chamado de “primo rico”, mas tem muitos problemas, já que a obra da UHE

Belo Monte está sendo realizada no município. A obra traz o bônus, mas traz o ônus também. Um

exemplo dessa realidade é o Plano Diretor, que previa a expansão urbana, mas não valeu, pois seis

linhões irão passar ao longo da área. Entretanto, o município conseguiu passar de 3% para 63% de

empresas cadastradas e isso é muito importante para a sustentabilidade econômica do município após

o término da obra.

Quanto a regulamentação é imprescindível a presença do Instituto de Terras do Pará (ITERPA), uma

vez que o primeiro documento para a regulação da atividade econômica é o título da terra. Não só

neste aspecto há um distanciamento muito grande do Estado com o interior. O fundiário é um dos

maiores problemas enfrentados na região e no Estado como um todo. Há escassez de representantes

do Estado na Região para equacionar o problema.

MESA 2 - DE QUALIFICAÇÃO DE PESSOAS Representantes: UFPA: Maria Ivonete da Silva UEPA: Jorge Farias SENAI: João Vieira de Melo Neto SENAC: Denise Miranda SEBRAE: Keila Zortea SECTET: Selma Leite A Mesa Redonda de Qualificação de Pessoas iniciou com a apresentação do Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (SENAC), que apresentou portfólio de cursos de pós-graduação, cursos

técnicos e profissionalizantes, além de ensino a distância, sendo um importante parceiro no processo

14

de fortalecimento do setor produtivo da região, já que não se pode pensar o futuro da região, sem

pensar o futuro da qualificação. O Senac possui unidades em Santarém e Belém.

Ao longo dos acontecimentos na região do Xingu houve uma alteração de demandas de cursos. O

campus da UFPA de Altamira foi pensado nos anos 1980 com uma oferta de cursos e agora as

demandas são outras de formação humana que venham corresponder às expectativas da nova

realidade regional.

A UEPA apresenta uma história muito parecida com a da UFPA e necessita de atualização na oferta de

cursos, além de investimentos na manutenção e criação de laboratórios que viabilizem os cursos.

A gerente regional Xingu do Sebrae Altamira destacou atuação do agronegócio com o cacau em

Medicilândia, além do setorial de comércio, atendendo cinco municípios atingidos pela UHE Belo

Monte. O órgão tem atuado na implementação da Lei Geral, instrumentalizando os municípios para o

incentivo de compras locais, além de atender às demandas espontâneas de todo o território do Xingu.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Tecnológica (SECTET) tem a finalidade de planejar,

coordenar, formular e acompanhar a política estadual de desenvolvimento econômico, científico e

tecnológico, bem como promover, apoiar, controlar e avaliar as ações relativas ao desenvolvimento e

ao fomento da pesquisa e à geração e aplicação de conhecimento científico e tecnológico no Estado

do Pará e atua na interlocução de cursos profissionalizantes para o setor produtivo.

É importante que as entidades de classe encaminhem as demandas de cursos de qualificação para a

SECTET para direcionamento qualificado, atendendo a realidade do setor.

O Diretor do SENAI-Altamira do Sistema FIEPA completa 38 anos de ações em Altamira, onde já

direcionou 533 jovens no programa aprendiz com carteira assinada, que injetam 180 mil reais por mês

na economia local. O SENAI treina o pessoal dentro da obra e há uma projeção para que 5.380 pessoas

sejam capacitadas.

A representante da UFPA destacou a agropecuária e a educação como as duas grandes linhas mestras

de desenvolvimento do Xingu. Disse que a UHE Belo Monte provocou um grande êxodo rural e o campo

está abandonado. Com a conclusão da obra muita gente pode voltar para o campo, mas será que em

boas condições de qualidade de vida e emprego? Não se pode mais pensar nos moldes dos anos 1970.

Há que se pensar na pluricultura. ‘’Precisamos de apoio junto ao MEC para viabilizar cursos de

Engenharia Florestal, por exemplo. Educação do campo para formar filhos de agricultores do campo.

Desenvolver o étnico desenvolvimento. Além de cursos de licenciatura – programa de formação de

professores que precisam ter um curso universitário para desenvolver um bom ensino básico, bem

como criação de novos cursos – engenharia de pesca, potencializar a economia. Tornar Altamira um

Polo Universitário. Consolidar os cursos existentes, pensando na agricultura familiar. A educação

superior eu defendo de forma muito visceral, pois ela é a ferramenta de transformação e ascensão

social’’, considerou a representante da UFPA.

O representante da UEPA disse que há quatro cursos em andamento, mas em 2014 houve oferta de

vagas apenas para o curso de Educação Física. É preciso avançar na existência e manutenção dos cursos

que existem na região. Os cursos são insuficientes em quantidade e em qualidade. Infelizmente isso

tem sido a prática na região. Tecnologia de alimentos, enfermagem, são necessidades que demandam

os cursos novos. A UEPA está se adequando ao sistema nacional e vai fazer suas entradas pelo ENEM.

No campo da qualificação o SEBRAE faz orientações e capacitações para contribuir à formalização de

Micro Empreendedores Individuais (MEI).

15

Os órgãos de qualificação existem, mas estão dispersos e não estão conectados com as demandas reais

por qualificação. Sugere-se um Programa Pará profissional com ações colaborativas com mapeamento

das demandas de cada arranjo local, além da implementação de um Fórum do ensino de formação,

técnico e tecnológico. Proposta dos Estudos a distância. Organização de grupos de estudos. Semeador

de arranjos produtivos de associações, etc. Criar um ambiente colaborativo com um nível de celeridade

que criem redes que não estejam apenas circunscritas às áreas do Xingu.

Casos de êxito como as Mulheres de Uruará que foram qualificadas e hoje estão trabalhando a partir

das oficinas do Senai, como costureiras industriais e com artesanato, precisam ser multiplicados.

João Batista Uchôa (FVPP) disse que houve um prejuízo muito grande na implementação do Pronatec,

Pronacampo e Pedagogia da Alternância. É preciso planejar e melhor qualificar a demanda. Demandas

do Plano Safra não foram atendidas. Agora é o momento de acertar o passo e agir estrategicamente.

Estabelecer uma ação bastante agressiva para dar aos jovens a oportunidade de poder entrar nos

cursos profissionalizantes, conectados junto às distintas esferas. É preciso ofertar novos cursos –

potencializar a engenharia florestal. A dinâmica do Enem é inovadora, mas ela esvazia as turmas, já

que muitos vêm de fora e não se adaptam ao local. Mas quando as vagas são destinadas à população

local, isso é diferente pois ela não desiste, já que é a materialização da oportunidade sonhada.

Veterinária, agroindústria do leite, agronomia são cursos bem próximos das necessidades região, só

para citar alguns. Assim como conseguiram aprovação do curso de medicina, pode-se conseguir outros.

O gráfico da UEPA só tem caído. Ela já teve momentos melhores, mas é preciso avançar.

É importante planejar junto ao Plano Safra - pesca, floresta e agricultura familiar – SEDAP e MDA, por

exemplo. Infelizmente, as prestadoras de serviços de assistência técnica estão conseguindo recursos

da região, mas trabalhando de forma isolada. O INCRA que contrata estas empresas precisa entrar em

consonância com uma estratégia orquestrada ao Plano Safra.

A ideia de Empresa Júnior, incubadoras de cooperativas, fortalecimento de associações de mulheres e

produtores pode potencializar a capacidade de gestão destes pequenos empreendimentos que fazem

o dia a dia da região.

Produtor Rural - Como pensar a massa de alunos que não conclui sequer o ensino fundamental. Uma

minoria que conclui o ensino médio, como pensar a qualificação para essa população?

Impressões sobre a educação – desconectada da base produtiva e desalinhada das demandas.

Provavelmente, a falta de um Conselho Gestor de Educação forte para direcionar esta conexão. A

região não conseguiu capitalizar a oportunidade de uma grande obra de infraestrutura no sentido de

fortalecer suas instituições de ensino.

MESA 3 e 4 – FERRAMENTAS DE CRÉDITO E DE GESTÃO Representantes: SICRED: David Silva BANPARÁ: Tiago Alves BNDES: Anderson Moraes SEBRAE: Keila Zortea OCB: Luís Carlos dos Santos EMATER: Almir Uchôa

16

O supervisor do escritório regional da EMATER em Altamira apresentou um relatório de ações

consolidadas no ano de 2014, que incluem a realização de 5.629 Cadastros Ambientais Rurais (CAR),

760 Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP) e o cadastramento de 6.293 novas famílias, somando os

atuais 11.794 produtores.

O representante do Banco do Estado do Pará (BANPARÁ) informou que o Banpará está em trabalhos

de expansão em todo território do Xingu com mais uma agência recém inaugurada em Altamira.

O representante do BNDES informou os diversos Editais que estão disponíveis da Fundação do Banco

do Brasil para apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas e setor agropecuário, como o Programa

jovem rural. O Edital estará aberto até 30 de junho.

O Projeto Entorno é uma política do BNDES e a ADT foi um produto dessa política enquanto auxílio ao

PDRSXingu. Informou que há toda uma linha de produtos do BNDES. Há benefícios diretos e indiretos.

O desafio é internalizar o que foi colocado na ADT e identificar quais ações foram contempladas no

próprio território. Todas as linhas e ações que são apenas de financiamento. Banco passa por toda uma

versão territorial. Fortalecer a ações territoriais.

A representante do Sebrae sugeriu leitura do plano de negócio que pode ser baixado gratuitamente

no site do Sebrae-Minas para ajustes da realidade local. João Batista Uchôa (FVPP) sugeriu a criação

de um espaço colaborativo para melhor compreensão e acompanhamento das ações territoriais.

O representante da Organização Brasileira de Cooperativas (OCB) colocou a instituição a disposição

para acompanhamento e auxílio às cooperativas da região podendo ser mais um importante parceiro

para o desenvolvimento socioeconômico da região do Xingu.

Fotos 5 e 6: Imagens das mesas redondas.

17

OFICINAS SETORIAIS

No segundo dia do Seminário foram realizadas oficinas setoriais, cujos objetivos visavam elaborar um plano de ação de curto e médio prazo para construção coletiva de uma agenda de ações estratégicas para a dinamização das atividades econômicas do Xingu. As oficinas foram realizadas em salas separadas com a presença de um coordenador em cada sala e contou com a presença de 106 participantes, que de forma participativa elaboraram os seis quadros, mais abaixo, a fim de orientar e priorizar as diretrizes de ações voltadas ao desenvolvimento do Xingu.

Gráfico 1: Participação nas oficinas setoriais

O tema de cada oficina buscou destacar as principais atividades econômicas da região sendo

Agricultura, Aquicultura, Pecuária, Turismo, Produtos Florestais Não Madeireiros e Indústria, Comércio e Serviço. A metodologia das oficinas buscou estimular, coordenadamente, o livre debate e responder as seguintes perguntas:

Problema - o que? - Especificar com clareza qual a situação problemática

Como? - Indicar objetivamente de que forma a situação problemática pode ser resolvida

Quem? - Indicar os responsáveis pela resolução

Quando? - Indicar o prazo para que as soluções propostas aconteçam

ATIVIDADE PRODUTIVA: PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS (17 PARTICIPANTES) Coordenadora: Lucélia Guedes / Relator: Alisson Reis

Problema - o que? Como? Quem? Quando?

Redução da pauta da borracha de R$ 6,00 para R$ 2,00

- Articulação junto a SEDEME e SEFA (nota técnica, reuniões, apresentações, etc.)

SEDEME, SEFA Agosto de 2015

Falta de acesso e gestão de crédito e subsídios (organização das associações)

- Organizar caravanas de crédito com CONAB – (PAA e PGPM) e prefeitura (PNAE) - Criar instrumentos para viabilizar subsídios estadual para produtos da sociobiodiversidade. - Mobilização das prefeituras para a criação de subsídios

CONAB, OCB, SEDEME, PMV, prefeituras e

câmara técnica 6 do PDRSX

Agosto de 2015

Ausência de um centro de pesquisa aplicada e formação para PFNM (óleos, castanhas, sementes, raízes, frutos, resinas, etc.)

- Viabilizar a implantação de um projeto deste porte na região de altamira - Formulações de editais específicos para fomentar a pesquisa de PFNM.

Universidade, CT 6 PDRSX,

EMBRAPA, SECTET, FAPESPA

Agosto de 2016

Dificuldade de acesso a mercados.

Participação do grupo no núcleo APL do Estado do Pará.

SEDEME, SEBRAE, FIEPA.

Agosto 2015.

148

13

39

17

15

PARTICIPAÇÃO NAS OFICINAS SETORIAIS

AQUICULTURA COMÉR, SERV. INDÚSTPECUÁRIA AGRICULTURAPRODUTOS FLORESTAIS TURISMO

18

ATIVIDADE PRODUTIVA: TURISMO (15 PARTICIPANTES) Coordenador: Fátima Gonçalves / Relator: Veridiana Silva

Problema - o que? Como? Quem? Quando?

Inexistência de inventário da oferta turística dos municípios do polo Xingu.

Fazer termo de cooperação técnica com atores na área, para a execução do inventário.

SETUR, Prefeituras municipais, Universidades locais, Norte Energia.

Até dezembro 2015

Ausência de planos municipais de turismo polo Xingu.

Captação de recurso para a elaboração do plano municipal.

SETUR, parceiros, Norte Energia e Prefeituras locais.

Até o final de 2016

Necessidade de melhoria da qualidade da prestação de serviço da cadeia produtiva de turismo.

- Capacitação/qualificação dos profissionais e serviços turísticos. - Identificar as demandas dos cursos

SEBRAE, SENAC, SENAR, SESI, SESC, Universidades, IFPA, SEDAP, Associações, SESCOOP, SETUR, SEASTER, SECTET, FUNAI, IDEFLOR-BIO, Prefeituras locais e núcleo de articulação e cidadania.

Até 2017

Deficiência da infraestrutura do sistema de comunicação da região do Xingu (internet, telefone, televisão).

Maior investimento de infraestrutura para expansão da área de cobertura de internet, telefonia e televisão.

Governos: federal, estadual (PRODEPA) e municipal e operadoras responsáveis.

Até 2017

Necessidade de investimentos complementares na oferta turística.

Atração de investidores para a atividade de turismo.

MTUR, SETUR e secretarias municipais de turismo.

Até 2017

Dificuldade de acesso ao crédito

Criar estratégias para facilitar o acesso ao crédito para diferentes portes de atividades (garantias reais).

SETUR, CREDICIDADÃO, BANPARA, Banco da Amazônia, BNDES, banco do produtor e caixa econômica federal.

Até dezembro 2015

Inexistência de rotas turísticas

Criação, estruturação de rotas turísticas, como exemplo a rota do cacau.

Governo do estado e prefeitura locais.

Até dezembro 2015

ATIVIDADE PRODUTIVA: INDUSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇO (8 PARTICIPANTES) Coordenador: Sérgio Menezes / Relator: Sérgio Menezes

Problema - o que? Como? Quem? Quando?

Dificuldade e demora no registro e regularização das empresas

Celebrar convênio prefeituras e JUCEPA para implementação do software da Rede SIM (SIMPLES)

Prefeituras/ JUCEPA Imediato

Má qualidade nos serviços públicos prestados aos cidadãos e empresas

Implantação da estação cidadania com integração de diversos órgãos públicos

DETRAN/ COSANPA/ REDE CELPA/JUCEPA/ SEFA/ Bombeiros/ SEMAS/Prefeituras/ Cartórios/Bancos

Imediato

Ambiente desfavorável ao desenvolvimento das MPES

Implementação da lei geral da MPES nos municípios de Altamira e Porto de Moz

Prefeituras/ câmara municipal

Imediato

Má qualidade dos serviços de internet e telefonia móvel nos municípios do Xingu

Implantar sistema de anel (dupla entrada) que atenda às necessidades da região.

PRODEPA/ empresas privadas

Imediato

Desemprego pós obra da UHE Belo Monte

Ação e estruturação fortalecimento do SINE (equipamento e pessoal qualificado)

MTER/ Prefeitura de Altamira

Imediato

Carência de profissionais qualificados para a atual e futura realidade sócio econômica dos municípios do Xingu

Ofertar novos cursos de níveis superior, técnico e formação inicial e continuada.

SENAC/ SEBRAE/ SENAI/ SENAR/ Universidades e IFPA

Imediato

19

ATIVIDADE PRODUTIVA: AQUICULTURA (14 PARTICIPANTES) Coordenador: Luiz Pinto / Relator: Simone Silva

Problema - o que? Como? Quem? Quando?

Elevado custo da ração

- Trazer a granel os insumos e produzir ração na região; - Realizar compra conjunta;

Governo (estadual e federal), prefeituras, iniciativa privada, associações, cooperativas.

2 anos

Não há comitê de bacia do Xingu (outorga de água)

- Fazer intercâmbio em Itaipu e buscar informações para criar o comitê de bacia - Dispensa de outorga para o agricultor familiar;

Governo (estadual, municipal e federal), prefeituras, iniciativa privada, associações, cooperativas, conselhos municipais de meio ambiente.

Máximo de 60 a 90 dias

O público alvo desconhece as normas e legislação necessárias para legalizar a atividade (licenciamento ambiental em geral)

Mídias de comunicação (campanha de conscientização, rádio, jornal, cartilhas, televisão, etc.), cursos de capacitações.

SEMAT; FVPP; associações; e todos os órgãos envolvidos no licenciamento da atividade, SEMAS.

2 anos

Deficiência de equipamentos e infraestrutura em geral (tanque-redes e tanques escavados)

Fazer parceria com MPA e SEDAP para viabilizar a aquisição de equipamentos e infraestrutura dos tanques com capacitação técnica para os operadores (produtores e técnicos)

SEDAP; SEBRAE; MPA; FETAGRI;

2 anos

Insuficiência na oferta de insumos (ração, alevinos e juvenis)

- Colocar para funcionar o laboratório de produção de alevinos; - Construir um laboratório de produção de alevinos em altamira e fábrica de ração; - Buscar alevinos em Santarém;

SEDAP; EMATER; secretarias municipais de agricultura

2 anos

Deficiência de equipamentos e recursos humanos para prestar assistência técnica

- Disponibilizar pessoal capacitado a partir de convênios e intercâmbios; - Parcerias para viabilizar a implementação da ANATER nos territórios; - Participar dos editais de contratação; - Fortalecimento das instituições oficiais e prestadoras de ater, através da ANATER; - Capacitação dos técnicos que atuam na área;

EMATER; EMBRAPA; INCRA; SEDAP; CONAPE; FVPP; ANATER; COOPEBAX;

2 anos

Não há unidade de processamento de pescado. Obs.: escala de produção (5 toneladas/mês para ser lucrativo)

- Criar grande parceria envolvendo unidade de processamento (filetagem, congelamento e defumagem) através de cooperativas;

Prefeituras, OCB, SEDAP, governo federal (Ministério da pesca, meio ambiente, MDA, MDS), EMATER, SPU.

2 anos

Falta de informações confiáveis sobre a produção do pescado na região (estatística)

Realizar um diagnóstico e levantamento da produção;

MPA, IBGE, prefeituras, SEDAP, FAPESPA

2 anos

Pouco conhecimento cientifico regional sobre a aquicultura

Pesquisas e estudos referentes a reprodução, alimentação, água, para espécies com potencial para a região.

EMBRAPA, UFPA, UEPA, IFPA, EMATER.

2 anos

Falta de processo de discussão permanente sobre a política de aquicultura e pesca

Criação de um grupo permanente de discussão, acompanhamento da política de aquicultura e pesca.

EMATER; COOPEBAX; SEDAP; FVPP; UEPA; UFPA; IFPA; ACIAPA; SEMA estadual e municipal, secretarias de agricultura; FETAGRI

90 dias

20

ATIVIDADE PRODUTIVA: AGRICULTURA (39 PARTICIPANTES)

Coordenador: Israel Oliveira / Relator: Israel Oliveira

Problema - o que? Como? Quem? Quando?

Falta de apropriação municipal sobre as questões fundiárias na região.

- Realizar reuniões no âmbito da CT 1, para discutir a regularização fundiária, antecedendo a audiência pública. - Solicitar os resultados e encaminhamento da CT 1 sobre o seminário de regularização fundiária.

Prefeituras, produtores, instituições de governo, CT 1 – ordenamento e regularização fundiária. PM21

Julho de 2015.

As decisões no âmbito do FUNCACAU são centralizadas na capital.

- Solicitar uma apresentação sobre o FUNCACAU (discutir a atuação e suas decisões na região). Local: Altamira

SEDAP Julho de 2015 - PDRSX

Dificuldade na organização dos trabalhadores em empreendimentos da economia solidária (associações e cooperativas)

- Apoio a criação de organizações de produtores; - Fortalecimento das organizações existentes (Organização em redes)

SEASTER, OCB/SESCOOP, IDEFLOR, EMATER, FVPP

Agosto 2015

Fortalecimento da assistência técnica pública. Ex: EMATER, CEPLAC.

- Realização de concurso público para adequação do quadro técnico necessário para região (EMATER E CEPLAC); - Repasse suficiente de recursos para custeio e investimento para as atividades de ATER; - Investimento em capacitação técnica em áreas afins.

Governo do Estado e Governo Federal

Falta de recursos para manutenção das Casas Familiares Rurais para garantir e efetivar o ciclo de produção e implementação dos projetos dos jovens em formação.

Repasse de recurso implementação do programa estadual de apoio técnico financeiro as Casas Familiares Rurais.

Governo do Estado

Falta de operacionalização às prioridades e projetos definidos em discussões anteriores no PDRS e ADT Xingu

- Operacionalizar os documentos – ADT Xingu. - Que sejam encaminhas as propostas da ADT Xingu.

Membros da CT 03 Julho 2015

Insuficiência de iniciativas para agregação de valor aos produtos agropecuários regionais

Viabilizar a verticalização dos principais produtos da agropecuária regional (mandioca, cacau, açaí, etc.)

SEDAP

Alta acidez do solo, comprometendo a produção

Viabilizar a disponibilidade e aplicação de insumos agrícolas na região, de acordo com análise de solo

21

ATIVIDADE PRODUTIVA: PECUÁRIA (13 PARTICIPANTES) Coordenadora: Lorena Aguiar / Relator: Jorge Souza

Problema - O Que? Como? Quem? Quando?

Falta de nivelamento do sistema de inspeção entre município e estado (há municípios não regulamentado) no território da transamazônica

Divulgação e orientação técnica dos termos (exigências) sobre o sistema de inspeção municipal, capacitação e órgão competente.

ADEPARÁ Secretarias municipais de meio ambiente SEDAP, EMBRAPA, SENAR

Dez/2015

Falta de acesso ao financiamento e de outros incentivos para infraestrutura para cadeia leiteira (ex.: mini tanques de resfriamento)

- Orientação para elaboração de projetos - Através da elaboração de projetos e disponibilização de credito especifico

BNDES, Banco Amazônia, Banpará, banco do brasil, banco do produtor (Verificar existência de politicas -MDA), OCB

2015/ 2016

Falta de continuidade na execução de projetos da cadeia leiteira já instalados (Pacajá – vila do bom jardim, COOPERLIGHT) - Convênio entre cooperativa, estado e MDA

Articulação entre estado, cooperativa para verificar status e avalição econômico-financeira

SEDAP COOPERLIGHT MDA OCB

Dez/2015

Falta de assistência técnica especializada (pública municipal/estadual) para a cadeia leiteira

- Criar/ difundir/ ampliar / fortalecer existência de órgão e/ou servidores qualificados para prestar atendimento especifico para o produtor; - Realização de intercâmbio técnico profissional c outras instituições e estados; - Criação de propriedade-escola (projeto piloto)

EMATER ADEPARÁ Secretarias municipais de agricultura da região ONG’S parceiras Instituições de ensino EMBRAPA SESCOOP

2016

Falta de orientação ao produtor sobre a regularização fundiária

- Divulgar amplamente o passo a passo ao pequeno produtor; - Maior interlocução dos órgãos que atendam ao pequeno produtor; - Agilização do processo de formalização

INCRA ITERPA Terra Legal FAEPA

2015

Falta de articulação entre os órgãos para alcance de objetivo comum – diversos (leite, corte, etc.)

Abrir canal de comunicação frequente entre os órgãos competentes e de interesse

SEMAS, EMATER ADEPARA, Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI, SEDAP, Etc.

Insuficiência na capacitação e qualificação técnica para setor produtivo da cadeia leiteira

- Criação de cooperativas - Realização de intercâmbio técnico profissional c outras instituições - Criação da propriedade-escola (projeto piloto)

OCB, Sindicatos rurais SEDAP, Secretarias municipais de agricultura, Instituições de ensino, etc.

Falta de adequação de frigoríficos e matadouros

- Capacitação técnica e profissional - Adequação dos empreendimentos às normas e licenciamentos - Acesso a crédito - Fiscalização pelos órgãos competentes

ADEPARA Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI SEMAS

Falta de inspeção em frigoríficos e matadouros municipais

Participação e fiscalização pelos órgãos responsáveis

ADEPARA, Secretaria de agricultura municipal-SEMAGRI, SEMAS

Fechamento de frigoríficos da região

- Quebra de monopólio na região - Fiscalização efetiva nos empreendimentos fechados

SEDAP, Sindicatos dos frigoríficos, Sociedade civil, FAEPA, Ministério da Agricultura, Secretarias de agricultura municipais

Imediato

22

Os quadros resultantes das oficinas são planos de ação de curto e médio prazo com ações

prioritárias para o fortalecimento de cada setor produtivo. Estes planos de ação têm objetivo de servir

de subsídios para uma agenda estratégica e iniciativas do setor produtivo, órgãos públicos e sociedade

civil organizada. Foram separadas abaixo ações de infraestrutura e de regularização fundiária que são

estratégicas e estruturantes que perpassam por todas as atividades econômicas e ampliam as

oportunidades de negócios na região do Xingu, mas que dependem de projetos integrados

intergovernamentais.

AÇÕES DE INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA E AÇÕES DE QUESTÕES FUNDIÁRIA

AGRICULTURA

Problema - O que? Como? Quem? Quando?

Falta de regularização fundiária e ausência dos órgãos responsáveis na região.

- Audiência pública para discutir e apresentar a metodologia para regularização fundiária na região do Xingu e Gurupá (ilhas); - Reunião de nivelamento com os órgãos responsáveis. Local: Altamira

Solicitar aos órgãos responsáveis ITERPA, INCRA, TERRA LEGAL, SPU, SEMMAS, ICMBIO, IBAMA, FUNAI, MPF, MPE, IDEFLORBIO

Agosto ou setembro 2015

Condições precárias da Rodovia Transuruará, PA 167, Transgarimpeira, Rod. Ernesto Acioly PA 410 intrafegáveis e Rodovia Transamazônica Uruará-Santarém

- Pavimentação das estradas vicinais, para viabilizar a cadeia produtiva dos municípios e comunidades indígenas. - Viabilizar transporte terrestre e fluvial para escoamento da produção - Priorizar os pontos turísticos dos municípios

Governo do estado e prefeituras

2015/ 2016

PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS

Dificuldade de escoamento da produção.

Implantação de linhas públicas de transportes fluviais e terrestre.

Prefeitura, governo do estado e federal

Setembro de 2015.

INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇO

Problema de logística com difícil trafegabilidade das rodovias de acesso à região

Pavimentação das mesmas Poder público Imediato

TURISMO

Necessidade de melhoria de acesso aos atrativos turísticos em geral.

- Pavimentação das estradas, sinalização de trânsito e turística. - Construção de terminal de embarque e desembarque do aeroporto de Altamira

SETRAN, DETRAN, DNIT, SEDOP e secretarias municipais.

Até 2017

Necessidade de melhoria da infraestrutura dos portos para passeios turísticos e turismo náutico.

Readequação da infraestrutura dos portos para atendimento dos usuários.

CPH, SEDOP, SETRAN, Capitania dos portos, associações de pilotos fluviais, Prefeituras, SEDEME e transportadoras.

Até 2017

Deficiência da regularização fundiária para financiamentos

Agilidade na regularização fundiária ITERPA, INCRA, prefeituras municipais.

Até 2017

23

Fotos 7 e 8: Imagens das Oficinas de Turismo e Agricultura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Impressões sobre o Seminário do Xingu

O Seminário em prol do desenvolvimento socioeconômico do Xingu demonstrou o enorme

potencial de riqueza da Região do Xingu, não apenas em termos de ativos ambientais - são 29 milhões

de hectares de florestas, o equivalente a 92% do território do Xingu que, por sua vez, responde por

21% do território do Pará -, de áreas já ocupadas por atividades agrícolas, com destaque absoluto para

o cacau, mas também para espécie florestais no sistema de SAF, produtos de cultivos permanentes e

temporários, como a agricultura familiar, produção pecuária tanto de corte quanto leiteira, além do

pouco explorado potencial turístico em sua várias modalidades – ecoturismo, turismo de negócios,

turismo de aventura, entre outros.

Todas essas potencialidades e possibilidade são dádivas decorrentes da boa estrutura de solos

e abundância de recursos naturais, muitas das quais independem da vontade humana. No entanto, os

elevados índices pobreza - 50% em média - e de atraso socioeconômico da Região - renda per capita

em torno de 1/3 da média estadual, 40% de analfabetismo - são incompatíveis com todo esse potencial

de riqueza.

Então fica claro que não há uma correlação direta entre a base de recursos naturais e o

desenvolvimento. Nesse sentido, o Seminário deixou explícito que é fundamental preparar bem as

pessoas que fazem a produção. É fundamental que a informação possa fluir efetivamente e alcançar

as pessoas que estão na ponta da produção. Muitas vezes o que ocorre é que os produtores,

involuntariamente, ficam na ilegalidade por desconhecimento ou falta de acesso sobre o passo a passo

para produzir de forma legal. Daí a necessidade de um grande esforço para fazer com que a informação

possa, de fato, chegar na ponta para quem, de fato precisa, precisa.

Outro ponto crítico é o trabalho de assistência técnica em todas as áreas. O Seminário também

deixou transparecer que desenvolvimento tem a ver com conhecimento de forma ampla: técnicas de

produção, tecnologias apropriadas, formas adequadas de gestão, ferramentas de crédito, acesso aos

mercados, preparo das pessoas que tomam decisões etc. Nesse sentido, há um enorme espaço a ser

ocupado para o preparo adequado das pessoas a fim de gerar expertise e eficiência nas formas de

produzir, com qualidade, eficiência e produtividade.

24

Todavia, além da base de recursos, de gente qualificada, é necessário que certas condições

objetivas possam existir a fim de dar efetividade a essa produção, isso tem a ver com legalização

fundiária, com legislação adequada, com meios de escoamento eficientes, tais como vicinais, portos,

aeroportos, de canais de comercialização fluidos, de acesso ao financiamento ao crédito, entre outros.

Para viabilizar tudo Isso é imprescindível uma agenda de ações articuladas em prol do

desenvolvimento do território. Uma vez que, dada a complexidade cada vez maior dos processos de

desenvolvimento, um órgão sozinho faz muito pouco. Fica cada vez mais claro que a articulação

estratégica, com pactuações, parcerias, definição de prioridade e de responsabilidades é condição

indispensável para se avançar no tão sonhado desenvolvimento territorial.

A partir desse entendimento foi que a SEDEME chamou para si a responsabilidade de realizar

Seminário em Prol do Desenvolvimento do Xingu, cujo resumo está descrito neste relatório.

Maria Amélia Enríquez

Secretária Adjunta da SEDEME

Participantes do Seminário em prol do Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu

25

ANEXO I LISTA DE PARTICIPANTES

GOVERNO FEDERAL

NOME ÓRGÃO

Aliomar Arapiraca da Silva CEPLAC

André Souza BNDES

Avelino Ganzer Sec. Geral da Presidência

Egmar Filho BNDES

Giovanilda da Costa Viana EMBRAPA

Guilherme Britto Coelho EMBRAPA

Jackson Pinelli MPA

João Lizardo Rodrigues Paixão Repub. Fed. da Presidência

Leandro Borges Pereira UFPA NEDET

Luiz Pazos BNDES

Michelle Sena da Silva UFPA

Onassis de Pablo SEMAT ATM

Pedro Celestino Filho EMBRAPA

Roberta Rowsy Amorim de Castro

UFPA NEDET

Rodrigo de Oliveira Junior MEC

Sidney de Freitas Gaspar GOVERNO FEDERAL

Silvana Sousa MP

Thiago Dantas Carneiro MI

Weldes Sousa Menezes EMBRAPA

GOVERNO ESTADUAL

NOME ÓRGÃO

Alexandro Sereza Santos IDEFLOR - BIO

Almir de V. U. Saturnino EMATER

Ana Martha SEDAP

Augusto Reis Pinheiro Junior SEGUP

Dino Barile SEDAP

Djavan Farias IDEFLOR - BIO

Edna Telma da Silva Moura EMATER

Elisangela Trzeciar IDEFLOR - BIO

Fatima Gonçalves SETUR/PA

Geovana Pires FAPESPA

Israel Alves de Oliveira IDEFLOR - BIO

Jorge Farias de Oliveira UEPA

Jose Claudio Alves JUCEPA

Joy Colares SETUR/PA

Juliane Marta PMV

Lorena Aguiar SEDEME

Lucélia Guedes SEDEME

Luiz Pinto SEDAP

Luiz Ramos Garcia SEASTER

Marcelo Roloff ADEPARA

Maria Amélia Enriquez SEDEME

Maria do Socorro Rodrigues SESPA

Maria Eunice Begot da Silva Dantas

SESPA

Maristela Mousinho Casa Civil / NAC

Marjorie Barros Neves SEDEME

Rita Cleunina Pereira CREDCIDADAO

Roberley Fontineli Correia BANPARA

Selma Leite SECTET

Sergio Menezes SEDEME

Simone Silva EMATER

Tiago Alves de Araújo BANPARA

Tiago Cunha de Lucena SEDAP

Valdeir de Sousa Evangelista SEGUP

Vivianne Pereira SEMAS

GOVERNO MUNICIPAL

NOME ÓRGÃO

Ana Claudia Silva SEMAT ATM

Charliane Alves Freitas Thomes PREF. MUNIC. PLACAS

Claudia Silva Medeiros SEC. PARLAMENTAR ATM

Darli Silva Costa SEMAT VTX

Elisangela Santos SEMAT ATM

Eulla Emília Mesquita SEMAT VTX

Fabricio Aguiar SEMAT ATM

Fernando Rocca de Araújo SEMAN BN

Francisca da Costa Melo SEMUTS PORTO DE MOZ

Francisco de Assis dos Santos Sousa

Assessor Parlamentar Anapú

Gilson Rocha Brandão SEMAGRI SENADOR JOSE PORFIRIO

Hellen Luana Barbosa da Silva SEMAT VTX

Ingrid Dayane S. Pimenta Silva ADL SEMAD

Ivaldo Tontini SEMAGRI

Ivonete Ferreira Sobrinho SEMAT ATM

Joaquim Ferreira Lima DSEI

Magna Sales da Silva SEMED ATM

Marconio Paula da Silva SEMAT VTX

Marilua Damasceno SEMAT ATM

26

Maristela Correa Duarte SEMAT ATM

Mikaelly Santos Corveia SEMAT PORTO DE MOZ

Pedro Carvalho PREF. MUNIC. PLACAS

Rute Barros SEMUTS PORTO DE MOZ

Vanessa Dotto SEMAT ATM

Veridiana Vagner Silva SEMAT ATM

INICIATIVA PRIVADA

NOME ÓRGÃO

Alexandra Nascimento PM21

Ana Paula Carvalho PM21

Anaise Alvernary PM21

Andrea Hunhoff PM21

Antônio Moraes Belo Sun

Bruna Portugal PM21

Claudiane Farias FGV

David Rosa da Silva SICRED

Denise Diniz Miranda SENAC

Eurípedes Amorim FIEPA

Francisco Alberto de Castro SENAR

Hilana Nathiele Neres Guilherme PM21

Jaime Luiz Eletronorte

Jaison Presley PM21

João Alves PM21

Joao Vieira de Melo Neto SENAI

Jocelio Sousa Ferreira PM21

Jorge Souza ACIAPA

Keila Zortea SEBRAE

Kena Chaves FGV

Leticia Chaves SEBRAE

Luiz Carlos dos Santos OCB

Mara Cristina Lima Costa PM21

Maria Domingas Paixão Ribeiro SENAC

Mayara Leticia Frazão SBT ATM

Maurício Neves PM21

Miguel Gama PM21

Miriam Ribeiro ARCADIS LOGOS

Naiara da Silva Machado PM21

Uandria Figueiredo PM21

Valdir Narzetti ACIAPA

SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA

NOME ÓRGÃO

Ademir Venturin Coopatran

Ana Paula Souza FVPP

Antônio Duarte CDS

Aparecida de Camargo CAPESC

Benedito da Virgem Gil Ass. Ribeirinho indígena

Cirene de Souza Pereira AFACAV

Claudio Curuaia ASSOC. INDIG.

David Rosa da Silva SICRED

Domingos Alves de Oliveira STTR ATM

Edmar Branches Galvão FVPP

Everaldo s. Amorim CTTR ATM

Everton Lunelli Araújo STTR BN

Firmino Nogueira Araújo Koroxa

Genilson Santana Casa de Educação Popular

Jaqueline Santos Casa de Educação Popular

Jedielcio de Jesus CEPOTX

Jeferson Straatmann ISA

Jeová Bezerra ASCO TRANVI

Jiovana Lunelli Sindicato de Brasil Novo

João Batista Uchôa FVPP

Joao da Silva Araújo CEPOTX

Joel Luís Guerra Casa de Educação Popular

Jose Aparecido dos Santos FECTAR REG.

Jose Ribamar Ricardo FVPP

Josiane Rosário Oliveira Visitante

Juracir Dias da Costa Rádio Comunitária

Laura Oller IFC

Letúzia Santos STTR

Luciane Reis UFV

Lidiane Gama IPAM

Lucilio de Moraes Filho SIDECON

Marcelo Salazar ISA

Marcia Nascimento Castro FVPP

Marcos Paulo da Silva Pinto FVPP

Maria Aparecida Brandão Monte FVPP

Maria Augusta Xipaia Ass. Indígena

Maria da Rita Uchoa -

Marta Suely da Silva CFR Brasil Novo

Naiane Rodrigues Vargas IPAM

Oziel da Sereza Costa -

27

Ozildo Barbosa da Silva Lima ASCOTRANVI

Pedro dos Santos FETAGRI

Placio dos Santos FVPP

Raimundo Vieira COOPEBAX

Raeany Silva FVPP

Reinaldo Lemos FVPP

Ricardo Sereza Mendes -

Roberto Miguel JGR

Robson Santos de Conceição Visitante

Socorro Arara Tyoporemô

Suana Maria Nunes Randel -

Thaynara Viana IPAM

Thiago Silva LPJ

28

ANEXO II PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO

29

ANEXOS NOTÍCIAS VEICULADAS

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NOTÍCIA 1

Terça-feira, 16 de junho de 2015

Seminário promovido pelo Governo do Estado discute

economia do Xingu durante dois dias

Da Redação

Agência Pará de Notícias

Atualizado em 16/06/2015 10:03:00

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico,

Mineração e Energia (Sedeme) está com uma força-tarefa nesta terça e quarta-

feira, 16 e 17, na região do Xingu, durante o Seminário de Desenvolvimento

Socioeconômico do Xingu, envolvendo um conjunto de órgãos estaduais para

discussão da economia regional com a representação de empreendedores,

representantes municipais e sociedade civil.

A região está em vias de experimentar uma transição que se dará com o início da

desmobilização da mão de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída

nos últimos cinco anos na bacia do rio Xingu, próximo do município de Altamira,

no sudoeste paraense. ''A intenção é definir uma Agenda Socioprodutiva para

dinamizar os arranjos produtivos locais e despertar a proposição de novos

31

projetos no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu

(PDRSXingu), formado por órgãos do Estado, governos federal e municipais e

sociedade civil do Xingu'', diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Adnan

Demachki.

“Com o início da desmobilização da mão de obra contratada para a construção de

Belo Monte, não é só o emprego que deixará de ser gerado, mas uma gama de

serviços, como por exemplo hotéis e restaurantes, atividades que foram atraídas

para a região com o empreendimento da usina hidrelétrica e agora ficarão com

capacidade ociosa se você não mantiver o nível de atividades para dar-lhes

sustentação’’, observa a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez.

Por imposição legal, o Consórcio Norte Engenharia, grupo formado por diversas

empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, num

investimento avaliado em R$ 19,6 bilhões, é obrigada a implementar o

PDRSXingu, disponibilizando R$ 500 milhões para investimentos sociais e

econômicos na região, no período de 20 anos, ou seja, até o ano de 2031,

considerando o início das obras de Belo Monte em 2011. "Esses recursos, porém,

não dispõem de cláusulas de atualização monetária, então, num cenário de

inflação como estamos vivendo, o montante tende a se corroer rápido", adverte

a secretária adjunta Maria Amélia.

Face a esse cenário de desmobilização das obres de Belo Monte, a intenção do

Governo do Estado é agir, contribuindo para pensar coletivamente projetos que

possam ampliar os benefícios regionais. "Percebendo essas necessidades,

chamamos esta discussão com foco na sustentabilidade da socioeconomia",

afirma Maria Amélia.

Economia

O seminário, aberto na manhã desta terça-feira, 16, se inicia com um amplo

panorama sobre as possibilidades econômicas da região na atualidade e no

futuro. Nestes dois dias, as discussões vão focar na estruturação das cadeias

produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação,

crédito e financiamento e na priorização de uma Agenda Socioprodutiva

Regional.

A região do Xingu, explica a secretária adjunta, representa 21% do território

paraense, todavia cerca de 70% dessa área constitui-se em terras protegidas:

são nove unidades de conservação, três de preservação permanente, seis de uso

sustentável e ainda 14 terras indígenas.

“Dada essa quantidade de áreas especialmente protegidas, nos questionamos

qual é a economia florestal sustentável que se pode desenvolver para a região,

seja considerando o manejo sustentável florestal ou o trabalho com produtos

32

florestais não madeireiros. A gente já sabe que há muitas atividades

acontecendo ali, a exemplo da produção de óleos, essências aromáticas, as

próprias produções nativas. Mas como dar vazão, de fato, às melhorias para

maior qualidade de vida da população que vive nessas áreas?”, questiona a

coordenadora do seminário.

Maria Amélia afirma que uma das questões é o que fazer para dinamizar a

economia da floresta, oportunidade grande que a região tem e que precisa ser

vista de forma cuidadosa. Um outro aspecto do cenário regional é como

estruturar as cadeias produtivas que já existem na região e, muitas das quais,

têm recebido o apoio do PDRS Xingu.

A cadeia da agricultura, como a do cacau por exemplo, já está implantada e há

grandes perspectivas de uma projeção promissora. A região produz mais de 80%

do cacau no Pará e o Estado desponta como um grande produtor do Brasil. Só o

município de Medicilândia produziu no ano passado mais de 40 mil toneladas de

cacau, com uma qualidade diferenciada.

Além da produção de cacau, produtos da floresta e pecuária (corte e leiteira), a

região tem grandes atrativos turísticos, que, para a secretária Maria Amélia,

poderiam ser melhor aproveitados em prol do desenvolvimento regional. Na

tarde desta terça, a discussão será direcionada para novos negócios. Haverá uma

mesa, por exemplo, para discutir a regulação de atividades, denominada

"Instrumentos e orientação para ampliar as oportunidades de negócio na região".

Para a Sedeme, um dos grandes problemas na economia do Pará é o alto nível

de informalidade. "Existem oportunidades, negócios acontecendo, mas eles não

aparecem porque são informais. Então, nós também estamos convidando

representantes de entidades responsáveis por uma série de ferramentas para

estimular essa produção a vir para a formalidade. São atividades que precisam

se regulamentar, precisam de licenças ambientais, registros na Junta Comercial,

relatórios da Receita Federal, licenças municipais, estaduais, certificados de

Vigilância Sanitária, enfim, estamos levantando a discussão sobre a importância

desses instrumentos de regulação, mas também estamos debatendo a

necessidade de capacitação para esse empreendedor", assegura a secretária.

Municípios

O seminário conta, também, com a participação de orgãos responsáveis por

instrumentos de gestão. Uma oportunidade de desenvolvimento local é o

programa de compras públicas, antecipa Maria Amélia. Ela diz que a Sedeme tem

se voltado para essa oportunidade de negócio para as economias municipais,

conforme aconteceu com o projeto bem sucedido da Prefeitura de Paragominas,

à época da gestão do ex-prefeito e atual titular da Sedeme, Adnan Demachki.

33

Ocorre, assinala a secretária, que a compra da merenda escolar no âmbito dos

municípios, em geral, esbarra na falta de estruturação da produção local. Muitas

vezes, lembra a secretária, a prefeitura não compra em seu próprio município

porque a produção não tem regularidade, quantidade e até qualidade. Também

há a dificuldade de geração de energia firme para armazenar alimentos frescos

adequadamente.

“O produtor diz que não tem condições de assumir uma produção ‘x’ porque sua

área é pequena. Então, estamos levando também a concepção de associativismo,

por meio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB Pará). Se um não

pode sozinho, dez produtores juntos podem através de uma associação",

argumenta a secretária adjunta.

Nesta quarta-feira, 17, o seminário oferecerá oficinas práticas para a pactuação

de novas concepções junto aos atores locais para o trabalho com o cacau,

pecuária, turismo, pesca, entre outros. A intenção é discutir e usar o PDRSXingu

como alavanca para gerar novas oportunidades de estruturação da região.

“Construir desenvolvimento é um processo complexo, trabalhoso, muitas vezes é

preferível reclamar do que arregaçar as mangas e partir para a luta na

construção. O Estado está dando um exemplo proativo ao levar sua força tarefa,

estaremos juntos com a Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes,

Setur, além dos órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do

PDRS Xingu, a exemplo da própria Sedeme, Fapespa, Seplan, Sespa, Semas,

Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor, entre outros órgãos apoiadores’’,

concluiu a secretária Maria Amélia.

O seminário tem, ainda, a parceria dos seguintes agentes financeiros: Banco do

Estado do Pará (Banpará), Banco da Amazônia e Banco do Brasil, bem como do

Sistema S, nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de

categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição Brasileira a exemplo do

Sebrae, Senar, Sesc, Senac e Senai.

Valéria Nascimento

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia

NOTÍCIA 2

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=113653

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Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico reúne 300 lideranças

em Altamira

Segundo Maria Amélia, da Sedeme, a cultura do cacau é tão promissora na região, que chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’

Da Redação

Agência Pará de Notícias

Atualizado em 18/06/2015 14:58:00

Cerca de 300 representantes de empreendedores, do setor público e da sociedade civil participaram do Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu, nesta terça, 16, e quarta-feira, 17, em Altamira, sudoeste paraense. A iniciativa articulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) mobiliza um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional a fim de subsidiar novos projetos para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu).

"O que chama a atenção de todos é o impressionante potencial econômico local. A região tem forte produtividade na agricultura familiar, pecuária de corte e leiteira, além do turismo e do cultivo do cacau orgânico que desponta com foco no exterior, com sucesso”, disse a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez, que está à frente dos trabalhos.

Segundo Maria Amélia, a cultura do cacau é tão promissora na região, que durante as discussões chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’, iniciativa empreendedora capaz de reunir o turismo no entorno da hidrelétrica de Belo Monte e a produção do cacau, considerando toda a cadeia produtiva, da seleção das sementes ao produto final à venda, conforme já acontece na cidade de Medicilândia com a fábrica de chocolate Cacau Way, instalada no município, no formato de cooperativa sob a administração de 40 associados que já vendem para o exterior. O diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Luiz Pinto, reitera que a região do Xingu concentra 10 municípios cacaueiros que, juntos, já produzem 70% do cacau no Pará. Com isso, o Estado desponta como um grande produtor do Brasil, atrás somente da Bahia.

35

“A safra do cacau começou em abril, nossa projeção é de que o Pará produzirá 106 mil toneladas este ano. A Bahia projeta 146 mil toneladas em 2015. Dentro de quatro anos, a produção paraense superará a baiana’’, afirmou o diretor da Sedap. Ele ressaltou ainda que o cacau do sudoeste paraense tem o padrão de mercado mundial, resistindo bem às altas temperaturas. Investimento - A Sedap investe no Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará

(Funcacau), financiando boa parte da produção de sementes geneticamente melhoradas

pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). "Atualmente a produção paraense é de 828 quilos de amêndoas secas por hectare, nossa meta é atingir 900 quilos por hectare'', assegurou Pinto. Na quarta-feira, as discussões abordaram a estruturação das cadeias produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação, crédito e financiamento. Na mesa de debates da regulamentação dos negócios, representantes dos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, demandaram questionamentos à Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), Emater e Programa Municípios Verdes. A principal reivindicação reside

em maior agilidade no fornecimento de informações e orientação. O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico se encerrou ontem, 17, com oficinas

práticas. Além da Sedeme, presente com representantes de todas as suas Diretorias (Mercado, Incentivo Fiscais, Desenvolvimento da Indústria, Mineração, Comércio e

Serviços). O Estado contou com profissionais da Junta Comercial do Pará, Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes, Setur e Sectec. O evento registrou também a presença de órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, como Fapespa, Seplan, Sespa, Semas, Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor.

Valéria Nascimento

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia

NOTÍCIA 3

36

http://pdrsxingu.org.br/noticia/304

26/Junho/2015

Mais de 200 pessoas se reuniram para discutir desenvolvimento socioeconômico em Altamira

O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico, promovido pelo Governo do Estado do Pará,

através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia –

SEDEME, reuniu representantes dos órgãos do Governo Federal, Governo Municipal e Sociedade

Civil, membros do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, com o objetivo de

debater e estabelecer uma agenda de ações e estratégias em prol do desenvolvimento local.

Nos dias 16 e 17 de junho, esteve presente no Auditório Central do Centro de Convenções de

Altamira, uma comunidade engajada nas discussões sobre a construção de um Plano de Ações e

sobre a ampliação das oportunidades de negócios que visem a geração de renda e emprego, e

que possam agregar valor aos produtos e serviços oriundos da região do Xingu. Contou, também,

com explanação dos agentes financeiros: Banco do Estado do Pará (Banpará), Banco da

Amazônia e Banco do Brasil, e com os serviços sociais autônomos, como entes de cooperação,

Sebrae, Senar, Sesc, Senac e Senai.

O evento possibilitou aos participantes, formas de planejamento em desenvolvimento, envolvendo

os diferentes setores, local e regional, através das seguintes linhas temáticas: Pecuária;

Agricultura; Aquicultura; Produtos Florestais Não Madeireiros e Turismo. Também como forma de

se discutir sobre a utilização dos recursos do PDRS do Xingu como gerador de novas

oportunidades, foram oferecidas oficinas práticas para quem exerce atividade profissional ou se

interessa pelas linhas temáticas

A ideia do Seminário surgiu a partir da preocupação sobreo destino da região após a

desmobilização da mão de obra presente atualmente na construção da Usina Hidrelétrica de Belo

Monte. Segundo a secretária adjunta da SEDEME, Maria Amélia Enriquez, que está a frente dos

trabalhos, com a partida dessa mão de obra, uma gama de serviços deixará de ser utilizado, como

os restaurantes, hotéis, supermercados, etc. “Esses empreendimentos ficarão com capacidade

ociosa. Precisamos repensar alguns caminhos para que essas atividades continuem a ser

utilizadas”, acrescentou.

O evento objetivou também a apresentação e discussão dos novos paradigmas, métodos e

tecnologias usados na análise urbana e regional e sua aplicação prática no Brasil, especialmente

na região do Xingu. Neste intuito, a consolidação e ampliação de parcerias com universidades,

órgãos governamentais, empresas e organizações da sociedade fortalecerão as possíveis ações

e aumentarão a visibilidade do tema. O potencial econômico da região na agricultura familiar,

pecuária, turismo e, principalmente do cultivo do cacau, vai contribuir para que seja estabelecida

uma agenda estratégica em prol do desenvolvimento regional, a ser apresentada em outro

momento.

37

NOTÍCIA 4

http://siddysouza.blogspot.com.br/2015/06/emater-destaca-avancos-do-setor.html

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Emater destaca avanços do setor produtivo na região do Xingu

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) participa do Seminário de

Desenvolvimento Econômico do Xingu, que reúne desde o último dia 16, em Altamira,

diversos órgãos e entidades que atuam na elaboração e execução do Plano de

Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX).

Durante a 4ª mesa-redonda da programação, que debateu os "Instrumentos de Gestão

para o Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu", O supervisor do escritório regional

da Emater em Altamira, médico-veterinário Almir Vasconcelos Uchôa Segundo,

apresentou um relatório de ações consolidadas no ano de 2014, que incluem a

realização de 5.629 Cadastros Ambientais Rurais (CAR), 760 Declarações de Aptidão ao

Pronaf (DAP) e o cadastramento de 6.293 novas famílias, somando os atuais 11.794

produtores.

O município tem 276 créditos rurais elaborados, nos nove municípios integrantes da

Regional Altamira - Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Porto de Moz, Senador

José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu, além da sede.

O objetivo é que os debates em torno do Plano de Desenvolvimento Regional

Sustentável do Xingu (PDRSX) ampliem os resultados que vem sendo obtidos por meio

de um trabalho interinstitucional que engloba os diversos setores produtivos daquela

região, para o estabelecimento de uma agenda estratégica.

NOTÍCIA 5

http://www.investpara.pa.gov.br/pt-br/semin%C3%A1rio-de-desenvolvimento-socioecon%C3%B4mico-re%C3%BAne-300-lideran%C3%A7as-em-altamira