relatório prática livre - físico-química experimental i (diagrama líquido-vapor)
DESCRIPTION
Relatório de FQ Experimental referente à construção de um diagrama líquido-vapor de etanol/tolueno.TRANSCRIPT
Universidade Federal de Uberlândia
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal
Graduação em Química
Físico-Química Experimental I
Prática Livre
Confecção de um diagrama de fases líquido-vapor
Profa. Dra. Elaine Kikuti
Turma de Físico-Química Experimental 1/2015.
Ituiutaba
2015
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1 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A prática consistiu em aplicar experimentalmente os conceitos de físico-química para
a confecção de um diagrama de fases líquido-vapor. Para isso, realizaram-se cinco destilações
fracionadas com frações molares complementares de clorofórmio e acetona.
As misturas ideais ou ligeiramente afastadas da idealidade podem ser fracionadas em
seus constituintes através de uma destilação. Por outro lado, se os desvios da lei de Raoult são
suficientemente grandes para produzir um máximo ou um mínimo na curva da pressão de
vapor, um mínimo ou máximo correspondente aparecerá na curva dos pontos de ebulição.
A Tabela 1 apresenta as frações molares e volumes utilizados de clorofórmio e acetona
utilizados para a construção do diagrama de fases líquido-vapor.
Tabela 1. Volumes de acetona e clorofórmio utilizados nas destilações fracionadas.
Xa Xb Va (mL) Vb (mL)
0,0 1 0,00 50,0
0,1 0,9 4,70 45,3
0,3 0,7 14,2 35,8
0,5 0,5 24,0 26,0
0,7 0,3 34,2 15,8
0,9 0,1 44,6 5,40
1,0 0,0 50,0 0,00
Onde:
Xa = fração molar acetona
Xb = fração molar clorofórmio
Va = volume acetona
Vb = volume clorofórmio
Através das destilações realizadas, coletaram-se algumas gotas da fase líquida e da
fase vapor e foram feitas leituras de seus índices de refração em um refratômetro de bancada.
A Tabela 2 apresenta os índices de refração medidos das misturas clorofórmio/acetona com
volumes corrigidos e sua relação com a fração molar de clorofórmio necessários para a
construção da curva de calibração. As frações molares foram determinadas descontando a
massa dos balões volumétricos utilizados.
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Tabela 2. Índices de refração relacionados com a fração molar de clorofórmio necessários para a
construção da curva de calibração.
Va (mL) ma (g) Vb (mL) mb (g) na (mol) nb (mol) Xb I ref vapor
0,00 0,0000 50,0 0,0000 0,0000 1,0000 1,0000 1,446
4,70 3,6206 45,3 67,325 0,0623 0,9005 0,9005 1,438
14,2 11,116 35,8 53,381 0,1914 0,7003 0,7003 1,422
24,0 18,866 26,0 38,877 0,3248 0,5006 0,5006 1,406
34,2 26,935 15,8 23,645 0,4638 0,2993 0,2993 1,387
44,6 34,983 5,40 8,2537 0,6023 0,1030 0,1030 1,368
50,0 0,0000 0,00 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,360
Utilizando os dados apresentados na Tabela 2, construiu-se uma curva analítica do
índice de refração versus a fração molar de clorofórmio, sendo apresentada na Figura 1.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
1,36
1,38
1,40
1,42
1,44
1,46
Índic
e de
Ref
raçã
o
XB
Figura 1. Curva de calibração do índice de refração em função da fração molar de clorofórmio.
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Analisando a Figura 1, observa-se que o Índice de refração cresce linearmente com a
fração molar de clorofórmio na mistura. A curva de calibração apresentou comportamento
linear descrito por: Iref = 1,36034 + 0,0868(Xb), com coeficiente de variação relativa igual a
0,99876.
Através dos índices de refração da fase líquida e da fase vapor obtidos nas destilações,
calcularam-se as respectivas frações molares necessárias para a construção do diagrama de
fases líquido-vapor. Os dados estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3. Frações molares obtidas a partir da curva de calibração necessários para a construção do
diagrama de fases.
Xb Iref vapor Xb vapor Iref liquido Xb liquido Temperatura / ºC
1,0 1,446 0,9873 1,446 0,9873 58
0,9 1,440 0,9182 1,435 0,8606 59
0,7 1,422 0,7051 1,422 0,7051 60
0,5 1,407 0,5323 1,410 0,5783 61
0,3 1,383 0,2615 1,394 0,3882 59
0,1 1,370 0,1118 1,376 0,1809 57
0,0 1,360 -0,009 1,360 -0,009 58
Com os dados obtidos da Tabela 3, construiu-se o diagrama de fases da temperatura
em função da fração molar de clorofórmio, sendo apresentado na Figura 2.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
52
54
56
58
60
62
Tem
per
atura
/ °
C
XB
Figura 2. Diagrama de fases líquido-vapor para o sistema clorofórmio/acetona.
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Analisando a Figura 2, nota-se que o diagrama de fases para o sistema
clorofórmio/acetona apresenta um comportamento azeotrópico, sendo um azeotropo de
máximo devido a um desvio negativo à lei de Raoult. Esse desvio indica que a pressão total
de vapor da mistura tem um valor mínimo para composições intermediárias, dessa forma,
nessa composição, conhecido como ponto azeotrópico, o ponto de ebulição será superior ao
do seus componentes quando puros ou em qualquer outra mistura. Sabe-se que no ponto
azeotrópico as composições da fase líquida e da fase vapor são exatamente as mesmas,
impossibilitando a completa separação dos constituintes da mistura através da destilação
fracionada.
2 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, verifica-se que o que experimento foi realizado de
forma satisfatória, sendo possível analisar as composições das misturas durante uma
destilação. A confecção do diagrama de fases possibilitou identificar a formação de um
azeotropo positivo, isto é, uma mistura onde a interação das moléculas dos componentes da
mistura é mais intensa, resultando em uma temperatura de ebulição maior do que as
temperaturas de ebulição nos líquidos puros.
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REFERÊNCIAS
ATKINS, P.W. Físico Química – Fundamentos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 2003. p. 162-166.
CASTELLAN, G. W. Fundamentos de Físico-Química. Livros Técnicos e Científicos
Editora Ltda., 1991. p. 331.
CONSTANTINO, M.G; SILVA, G.V.J.; DONATE, P.M. Fundamentos de Química
Experimental. 1ª Edição. São Paulo. EDUSP, 2004. p. 113.