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Oficina de formação Centro de formação Associação de Escolas de Vila Nova de Famalicão Agrupamento de Escolas D. Sancho I, Vila Nova de Famalicão Formandos Irene Pereira, Carolina Martins e Ricardo Barroso 2011/2012 PROJETO INTERROGAR A CIÊNCIA CIÊNCIA

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Relatório Oficina de Formação PIC

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Page 1: Relatório Oficina de Formação PIC

Oficina de formação

Centro de formação Associação de Escolas de Vila Nova de Famalicão

Agrupamento de Escolas D. Sancho I, Vila Nova de Famalicão

Formandos

Irene Pereira, Carolina Martins e Ricardo Barroso

2011/2012

PROJETO INTERROGAR A CIÊNCIA

CIÊNCIA

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CIÊNCIA

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A literacia científica designa um tipo de saber, de capacidades ou saber-fazer e de saber ser que, no mundo

científico-tecnológico actual terá alguma semelhança com o saber associado à alfabetização no final do séc. XIX;

por isso é muitas vezes entendida como alfabetização científica.

in Ramos, M. (2004). "A literacia científica: uma necessidade urgente; um desafio à Escola".

Os professores da Escola Secundária D. Sancho I resolveram aceitar o desafio proposto pelo Centro de Formação

e implementar o Projeto Interrogar a Ciência. Tal como é referido na afirmação que introduz este relatório, a

alfabetização atual passa pela literacia científica, daí termos reconhecido a importância da divulgação desta

iniciativa junto dos professores e alunos da nossa escola.

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I – Planificação e concretização do Projeto

A implementação deste projeto na nossa escola começou pela organização dos grupos de trabalho e

explicitação dos objetivos e conteúdos a trabalhar. Na fase inicial, houve algumas dificuldades de entendimento

em relação à concretização das atividades, as quais foram dissipadas após os esclarecimentos proporcionados

pela nossa formadora.

Na fase seguinte da consecução do projeto, durante três meses, os formandos foram desenvolvendo as

atividades com os alunos, fazendo o levantamento das dificuldades sentidas, suscitando respostas aos

formadores ou aos elementos da Comissão Científica, aos quais tiveram acesso por comunicação eletrónica.

A meio da formação, ocorreu uma avaliação intermédia do projeto, momento em que foram solicitados e

facultados mais esclarecimentos, tendo sido feito o ponto da situação.

A primeira apresentação pública dos resultados finais ocorreu a 14 de junho no auditório da nossa escola.

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CIÊNCIA

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Para uma melhor agilização funcionalidade da formação, recorremos à plataforma moodle da Escola D. Sancho I,

onde divulgámos alguns documentos considerados importantes, os quais seguem em anexo a este documento,

nomeadamente:

A calendarização do projeto

A planificação do Projeto Interrogar a Ciência disponibilizada pelo Centro de Formação.

Uma grelha de planificação do trabalho para ser implementada pelos diversos grupos de trabalho.

Um quadro-síntese dos projetos em desenvolvimento.

Uma lista com os nomes dos especialistas da comissão científica, na qual constava o email e a respetiva

área de especialização.

Bibliografia de interesse e outra documentação de apoio.

De referir, ainda, que na Biblioteca da nossa escola se encontrava um acervo bibliográfico, identificado como

Projeto Interrogar a Ciência que podia ser consultado pelos grupo de trabalho.

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II – Projetos desenvolvidos pelos diversos grupos de trabalho

AS MÃOS DOS PRETOS Alexandra Ferreira e Rosa Coimbra

MUDA-SE O TEMPO! ALTERA-SE O CLIMA!?

Liliana Miranda, Luísa Oliveira, Conceição Ribeiro e Olímpia moreira

O HOMEM E O CONHECIMENTO

Ana Paula Costa, Isabel Marques, Isabel Filgueiras e José Luís Silva

POETIZAR A CIÊNCIA

Goretti Ferreira, Óscar Cardoso, Sofia Peixoto, António Pinho e Helena Torres

“O SABER: MITOS E CRENÇAS” –

Questionamento científico

Maria Elisabete Cerqueira, Isabel Marília Carvalho e Maria Vladimiro Faustino

BIOTECNOLOGIA APLICADA À CIÊNCIA:

Da distrofia muscular ao “atleta perfeito”

Domingos Manso, Isabel Columbano e La-Salete Ramos

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CIÊNCIA

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AS MÃOS DOS PRETOS

Formandos

Alexandra Ferreira e Rosa Coimbra

Planificação do projeto

Sinopse do projeto

Após a primeira reunião de apresentação do Projeto Interrogar a Ciência, constatou-se que era possível levá-lo a

cabo com a turma 1004 dado que inicialmente estavam inscritos três professores da turma, nomeadamente,

Português, Biologia e Geologia e Física e Química, tendo sido o tema selecionado “As Mãos dos Pretos” de Luís

Honwana. Este projeto consistiu em procurar nas ciências a resposta para uma questão levantada nesse conto a

estudar em Português, no terceiro período, por que razão as palmas das mãos dos pretos são mais claras do que

o resto do corpo. A professora de Português, apesar de ter sugerido o tema não deu continuidade ao projeto

embora tenha organizado e orientado os alunos na realização e concretização da dramatização em filme do

conto do autor.

Neste contexto os alunos da turma foram organizados em cinco grupos, de modo a que cada grupo pesquisasse

e selecionasse informação relativamente aos temas (Figura 1 e Anexo I).

Evolução da raça humana

Genética na expressão da tonalidade da pele

Evolução da raça humana

Influência da radiação na tonalidade da pele

Espectro eletromagnético

Figura 1 - Organização do trabalho

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Dada a abrangência dos temas, os professores elaboraram questões-problema para orientar a pesquisa/seleção

de informação.

Cada grupo de trabalho teve acesso a uma grelha de planificação das atividades que foi sendo preenchida de

acordo com a pesquisa desenvolvida (Anexo II).

Com o decorrer do trabalho houve necessidade de substituir o tema “Genética na expressão da tonalidade da

pele” por “Constituição/função da pele”, que se revelou mais pertinente dado que a compreensão do primeiro

tema exigia o domínio de conceitos de genética, apenas adquiridos no 12º ano, cuja interiorização obrigaria a

um dispêndio de muito tempo o que tornava inviável a concretização do projeto.

Todo o trabalho foi desenvolvido dentro da sala de aula nomeadamente nas disciplinas de Formação Cívica (6

aulas de 45 minutos) e Física e Química (uma aula de 135 minutos) cujo produto final surge sob a forma de

diapositivos. (Anexo III).

Tendo em conta esse produto final as professoras elaboraram um suporte científico em formato de texto que

serviu de base à elaboração de diapositivos respondendo de forma objetiva à questão. As alunas, Ana Sofia

Tavares, nº2, e Inês Vivas, nº12, apresentaram os diapositivos nas turmas 1007 e 1008, aquando da abordagem

do conto, na disciplina de Português (Anexo IV).

Nas aulas de Português, um grupo de alunos, organizados e orientados pela respetiva docente, dramatizaram e

filmaram o conto. À história contada pelo filme surge, no final, a resposta à questão inicial sob a forma de uma

palestra simulada pelas referidas alunas (Anexo V).

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CIÊNCIA

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Planificação

Quadro da planificação adaptado?

Recursos técnico-pedagógicos utilizados

Internet

Livros

Projetor multimédia

Na realização do filme: câmara de filmar, mesa de mistura de som, espaços múltiplos (frutaria, bar da

escola, ruas da cidade, etc) e elementos de caracterização

Produto final

Suporte científico em formato de texto

Suporte científico em formato de diapositivos

Filme (relata a história e integra a explicação científica)

Avaliação global do trabalho desenvolvido

O balanço global do trabalho desenvolvido foi muito positivo, na medida em que, todos os objetivos

inicialmente propostos foram plenamente atingidos e mesmo ultrapassados em alguns aspetos. Destacou-se

pela positiva o grande entusiasmo, envolvimento e responsabilidade dos alunos nas tarefas propostas, apesar

de todas as disciplinas do 10º ano desses alunos exigirem bastante trabalho (incluindo a preparação de dois

testes intermédios). A interdisciplinaridade entre os professores da turma foi uma mais-valia permitindo não só

uma abordagem mais enriquecedora e científica do conto, mas também a partilha do projeto com as turmas

1007 e 1008.

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Na realização do filme, dada a falta de experiência dos alunos, surgiram alguns problemas com o som, uma vez

que os locais escolhidos não puderam ser “isolados”, surgindo interferências de terceiros. Além disso, a falta de

tempo condicionou a não repetição dessas filmagens. Foi também pensada a participação de especialistas em

dramatização e filmagem que não foi possível de concretizar.

Este projeto foi desenvolvido em aulas de Formação Cívica, de Português e de Física e Química o que evitou uma

sobrecarga extracurricular dos alunos.

Uma das dificuldades sentidas pelos alunos foi encontrar informação cientificamente comprovada. Apesar de,

inicialmente, investigarem em sites indiferenciados, foram orientados, posteriormente, para sites de informação

científica credível desenvolvendo um método de investigação mais científico.

O produto final deste projeto tem aplicabilidade futura aquando da abordagem do conto na disciplina de

Português de 10º ano.

Sugere-se que o Projeto Interrogar a Ciência seja desenvolvido desde o início do ano letivo e que seja envolvido

o máximo de professores da turma.

Anexos

Anexo I: Organização do trabalho

Anexo II: Planificação dos trabalhos dos grupos

Anexo III: Trabalhos realizados pelos alunos

Anexo IV: Suporte científico em formato de texto e de diapositivos

Anexo V: Filme

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CIÊNCIA

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MUDA-SE O TEMPO! ALTERA-SE O CLIMA!?

Formandos

Liliana Miranda, Luísa Oliveira, Conceição Ribeiro e Olímpia moreira

Planificação do projeto

Sinopse do projeto

Perante o desafio proposto pelo projeto Interrogar a Ciência e em função das disciplinas envolvidas Língua

Portuguesa, Geografia, Ciências Físico-Químicas e Ciências Naturais ponderou-se a seleção de um tema que

envolvesse os conteúdos programáticos das várias disciplinas, o qual recaiu sobre as alterações climáticas. Além

disso, esta temática despertou-nos o interesse por ser atual e ao mesmo tempo permitir sensibilizar os alunos

para a problemática do aquecimento global e as suas consequências, sendo um tema motivador para os alunos

desta faixa etária, alunos das turmas 801 e 802.

Começamos por apresentar o filme “Verdade Inconveniente”.

Posteriormente, procedemos à seleção de artigos científicos (anexo 1) que foram entregues aos diferentes

grupos, para serem lidos, analisados e trabalhados nas aulas.

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CIÊNCIA

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Em grupos de 5/6 alunos construíram-se textos dramáticos, com base nos artigos atrás referidos e de onde

nasceram vários textos, que foram posteriormente avaliados pelos formandos. Foi selecionado o melhor

trabalho que serviu de base e ao qual se adicionaram ideias de outros e do qual resultou o texto final, para ser

dramatizado. (anexo 2)

O passo seguinte foi a seleção dos alunos intervenientes na representação, entre as duas turmas do 8.ºano e

procedeu-se à articulação de horários compatíveis para a realização dos ensaios. (anexo 3)

Com o intuito de enriquecer a representação, alguns alunos, elaboraram o cenário em powerpoint (anexo 4) e

consideraram pertinente iniciar a peça de teatro com um poema. De entre vários poemas alusivos à temática foi

selecionado o “Planet Earth” de Mickael Jackson, que foi traduzido para Português (anexo 5). A declamação do

poema foi acompanhada por uma sequência de imagens (anexo 6) e por uma viola como música de fundo.

Com o objetivo de sensibilizar todos os presentes para os problemas do mundo atual projetou-se o vídeo da

música “Earth song” de Mickael Jackson (anexo 7), com a devida tradução para que todos compreendessem a

mensagem associada. (anexo 8)

Planificação

Quadro da planificação adaptado?

Recursos técnico-pedagógicos utilizados

Filme “Verdade Inconveniente”

Textos de apoio

Internet

Microsoft® PowerPoint

Microsoft® Movie Maker

www.youtube.com

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Trabalho de grupo como estratégia orientadora para a resolução de problemas

Viola

Produto final

O produto final deste projeto prendeu-se com a realização de uma atividade lúdico/pedagógica de dramatização

intitulada “Muda-se o tempo! Altera-se o clima!?” inspirada nos artigos científicos trabalhados aquando das

sessões (anexo 9).

Avaliação global do trabalho desenvolvido

Aliar a dramatização (texto literário) à ciência, alargando as diferentes formas de conhecimento foi uma

aprendizagem e experiência enriquecedora.

A reflexão dos textos permitiu consciencializar para problemas climáticos, respeito pela natureza e pelo nosso

pequeno globo na imensidão do Universo.

Este projeto revelou-se profícuo pois verificamos que a atitude de alguns alunos muito introvertidos, no

contexto de sala de aula, alterou-se por completo, revelando o seu verdadeiro eu e, decorrente dos inúmeros

ensaios, intensificou as relações interpessoais entre professor/aluno e aluno/aluno. Todo o projeto permitiu a

articulação e interdisciplinaridade das disciplinas intervenientes.

Uma vez que estavam envolvidas duas turmas e quatro professoras com horários distintos foi um desafio

conseguir realizar os ensaios.

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CIÊNCIA

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Anexos

Anexo 1 – Artigos de apoio.

Anexo 2 – Teatro final.

Anexo 3 – Fotografias dos ensaios.

Anexo 4 – Cenário do teatro.

Anexo 5- Imagens do Poema Planeta Terra.

Anexo 6 – Tradução poema Planeta Terra.

Anexo 7 – Música Michael Jackson.

Anexo 8 – Tradução música Michael Jackson.

Anexo 9 – Filmagem do teatro.

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CIÊNCIA

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O HOMEM E O CONHECIMENTO

Formandos

Ana Paula Costa, Isabel Marques, Isabel Filgueiras e José Luís Silva

Planificação do projeto

Sinopse do Projeto

Preparação – FASE 1

Planificação do projeto e preparação das sessões com os alunos, a partir da leitura do “Poema para Galileu” de

Rómulo de Carvalho sob o pseudónimo literário de António Gedeão.

Execução

FASE 2

Cinco sessões em formato de aula de 90 minutos com os alunos:

leitura e exploração do poema;

Florença e o seu contexto histórico/social e geográfico;

experiências de física em laboratório;

pesquisa informativa e análise de documentos;

confronto de ideias.

FASE 3

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Elaboração do guião referente ao programa televisivo e preparação do produto final.

FASE 4

Apresentação do produto final - Simulação de um programa televisivo em formato de debate intitulado “PIC –

Público Interroga a Ciência”

Avaliação – FASE 5

Avaliação do projeto.

Recursos técnicos pedagógicos utilizados

Computador

Vídeo-projetor

Fotocópias (150)

Cartolina (1)

Bancos de laboratório (3)

Escadote

Seixo

Botão

Folhas de papel (6)

Bata

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Produto final

O produto final consistiu numa apresentação do trabalho, no Auditório da Escola Secundária D. Sancho I, no dia

14 de junho pelas 15 horas e 30 minutos. (Anexo 9)

Avaliação Global do trabalho desenvolvido

Aspetos positivos:

Articulação de saberes de diferentes áreas/disciplinas, Língua Portuguesa, Geografia, E.M.R.C. e Físico-

Química.

Proporcionar aos alunos interrogar e interrogar-se e colocar-se em busca de respostas.

Confronto de ideias.

Trabalho de equipa entre docentes e alunos. Releve-se o facto de haver alunos de duas turmas de áreas

diferentes, ciências e tecnologias e humanidades.

O projeto possibilitou uma boa prática: colocar questões como motor da aprendizagem.

Verificar o crescente entusiasmo dos alunos ao constatarem que o trabalho evoluía em função das

questões colocadas.

O trabalho proporcionou desafios insuspeitados, isto é, a pesquisa levou-nos a conhecimentos e factos

para nós desconhecidos.

A presença dos quatro docentes em todas as sessões, apesar da dificuldade de conciliar horários.

Aspetos negativos:

Por ser um projeto pioneiro todos nos sentimos um pouco perdidos em termos de orientações.

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Dificuldades:

Conciliação de horários.

Motivação inicial dos alunos para o projeto.

Levantamento de questões de carácter científico proporcionadas pela leitura de um texto literário,

devido a ser uma prática pouco usual no meio escolar.

Alguma resistência inicial dos alunos em apresentar o projeto/produto final perante desconhecidos com

um número significativo de professores.

Sugestões:

Apresentação do projeto geral aos alunos e auscultação dos mesmos para formação de grupos de

trabalho;

Apresentação dos produtos finais à comunidade escolar;

Dar continuidade ao projeto e à procura de respostas pelo questionar-se.

Anexos

Anexo 1 – Poema para Galileu Anexo 2 – Resumo do projeto entregue aos alunos

Anexo 3 – Apresentação de diapositivos – Florença

Anexo 4 – Filmes visionados durante a sessão de experiências de Física

Anexo 5 – Material de pesquisa Anexo 6 – Elaboração do guião - primeiros ensaios

Anexo 7 – Guião definitivo Anexo 8 – Apresentação de diapositivos de apoio ao programa televisivo

Anexo 9 – Filme do programa televisivo

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POETIZAR A CIÊNCIA

Formandos

Goretti Ferreira, Óscar Cardoso, Sofia Peixoto, António Pinho e Helena Torres

Planificação do projeto

Sinopse do projeto

De acordo com as linhas orientadoras do Projeto Interrogar a Ciência, levámos os discentes a selecionar textos

ou documentos escritos que, pela sua densidade e riqueza, pudessem ser objeto de trabalho, de modo a

incentivá-los a fazer uma leitura compreensiva/reflexiva e questionadora, e ao mesmo tempo, fazer com que

vejam na Ciência (em sentido restrito), na Literatura e nas Ciências Sociais uma trilogia dialogante. Foi nessa

perspetiva que escolhemos o poema Pedra Filosofal, de António Gedeão, como inspiração.

Inicialmente, foi entregue uma cópia do poema a cada um dos alunos. De seguida, procedeu-se à visualização de

um pequeno videoclip de Manuel Freire e, numa discussão aberta, relacionaram-se conceitos, palavras e frases

com as ciências da Terra e da Vida, com a Matemática, com a Literatura, com a Filosofia, com a Geografia, a

História e com as Artes.

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CIÊNCIA

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Organizou-se um espaço de criatividade participativa, onde os alunos da turma 1012, do curso profissional de

manutenção industrial/eletromecânica, em conjunto com diferentes docentes envolvidos no projeto e sob a

orientação e apoio na dinamização e concretização da dimensão plástica, do professor José Ferraz, do

Departamento de Expressões, da Escola EB 2/3 Dr. Leonardo Coimbra (Filho) – Porto, levaram a cabo uma

leitura interpretativa do poema Pedra Filosofal nas suas diferentes trajetórias e dimensões.

Consciente de que a arte não se reduz apenas à obra dos grandes "nomes de referência”, arriscou-se e deu-se

corpo abrindo o campo a variadas interpretações. Delas resultaram a elaboração de "objetos estéticos" num

conjunto de sete painéis ilustrativos da "visão do poeta" segundo a perceção destes leitores. Estes foram

expostos no átrio da escola para apreciação de toda a comunidade educativa.

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No poema Pedra Filosofal, cada palavra, estrofe ou verso transportam-nos para uma viagem pela diversidade

dos Saberes Humanos, colocando-nos na aventura da vida, da arte, da ciência…

A concretização humana está nas palavras do poeta e no tempo do sonho, como ponto de partida de toda a

cultura humana, aqui com o sentido de realização, desde a descoberta do fogo até à conquista do espaço.

Recursos técnico-pedagógicos utilizados

Diálogo orientado e análise de texto;

Recurso multimédia (filme exibido);

Pesquisa de material reciclável;

Construção de painéis tridimensionais relativos aos temas identificados como transversais ao poema,

segundo diversas técnicas de fixação entre os diversos elementos, bem como a técnica de recorte

manual de papel, utilizando imagens fruto da pesquisa dos alunos e materiais recicláveis\reciclados;

Trabalho de grupo como estratégia orientadora na procura das soluções de composição estética.

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Pedra Filosofal Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar. Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança. [António Gedeão, in 'Movimento Perpétuo' 1956]

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Produto final

O tema deste extenso poema é uma apologia ao impulso do sonho, entendido como a mola do progresso e da

evolução do ser humano ao longo dos séculos. O sonho é o elemento que leva o Homem a fazer avançar o

Mundo, a superar-se continuamente. O sonho “é uma constante da vida”, sem a qual, citando Fernando Pessoa,

o Homem limita-se a ser somente um “cadáver adiado que procria” [D. Sebastião, in Mensagem].

O sonho é tão frequente, concreto e definido na vida como diversas outras coisas: uma pedra, um ribeiro, um

pinheiro, umas aves... Estas diversas comparações que surgem no início do texto, sugerem que o sonho é uma

coisa simples e, ao mesmo tempo, complexa pois é muito difícil de definir; sugerem ainda que algo abstrato e

subjetivo podem ser transformados em algo tão concreto e definido como outra coisa qualquer.

É o sonho que conduz ao progresso humano em diversas áreas, a Arte (a pintura, a arquitetura, a música, o

teatro, a dança,...); a Técnica e a Tecnologia (a cisão do átomo, o radar, o foguetão,…); a Geografia, a História, a

Indústria,… No caso português, António Gedeão destaca o momento dos Descobrimentos, que permitiu que um

pequeno povo, sem grande poder, mas munindo-se de equipamento (minimamente) adequado, apenas

conjuntamente com a sua coragem e o seu sonho, revelasse novas terras, novos povos, novas civilizações ao

Mundo. O Homem sonhou que existiam outros mundos além dos conhecidos e sonhou que os poderia descobrir

e, através da força imparável do sonho, esses universos foram mesmo desvendados.

Antes de concluir que, sempre que o Homem sonha, consegue alcançar algo melhor do que aquilo que conhece,

António Gedeão não deixa de criticar todos aqueles que impedem o sonho, pois não sabem que o sonho

comanda as nossas vidas. Em suma, sem sonho não há vida, sem sonho a vida não tem sentido – o mundo não

caminha para o desenvolvimento e renovação dos problemas.

Nos dias de hoje, perante as desigualdades, o desemprego, as monstruosidades sociais e intercontinentais que

estão na origem dos resultados dos modelos de globalização, sob a tutela de pensamentos únicos – o do

neoliberalismo ou do relativismo orientados para coisas do dinheiro acima de tudo – sentimos a falta de mais

vozes como a de António Gedeão.

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CIÊNCIA

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Avaliação global do trabalho desenvolvido

Salientamos como aspeto positivo, o facto do trabalho se ter revelado profícuo ao longo das diferentes sessões,

numa dinâmica de procura de leitura simbólica do poema em questão. Uma abertura de horizontes e novas

perspetivas a alunos que inerente às suas dificuldades linguísticas, encaravam o poema ou poesia numa

dimensão demasiadamente linear. Aliar a arte/poesia na sua dimensão representativa à ciência, enquanto

diferentes formas de conhecimento, possibilitou distinguir a riqueza totalizante do saber humano, numa

procura racional de sageza (o saber dos homens e não dos “Deuses”).

Pela riqueza do projeto e o interesse do grupo turma, é difícil enumerar aspetos negativos.

Este trabalho permitiu que os alunos pudessem constatar que, efetivamente, o Sonho é o elemento chave para

a evolução da humanidade e que sem este, o mundo não pula, nem avança!

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CIÊNCIA

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“O SABER: MITOS E CRENÇAS” – Questionamento científico

Formandos

Maria Elisabete Cerqueira, Isabel Marília Carvalho e Maria Vladimiro Faustino

Planificação do projeto

Sinopse do projeto

Preparação

Fase 1

Planificação do projeto e preparação das sessões com os alunos, a partir da leitura de excertos do livro “Um

mundo Infestado de demónios” de Carl Sagan.

Execução

Fase 2

Duas sessões em formato de aula de 90 minutos com os alunos:

leitura e exploração dos excertos;

reflexão sobre a noção de Ciência e Pseudociência; Ciência e Bruxaria;

Fase 3

Elaboração com os alunos da grelha da atividade a realizar em Montalegre.

Page 31: Relatório Oficina de Formação PIC

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Fase 4

Uma sessão em formato de aula de 90 minutos para a elaboração/preparação da entrevista a realizar ao Padre

Fontes em Montalegre.

Fase 5

Visita de estudo com a duração de dois dias a Montalegre:

Participação nas atividades do espetáculo “Sexta 13/ Noite das bruxas”.

Entrevista ao Padre Fontes em Vilar de Perdizes.

Fase 6

Organização dos materiais recolhidos durante a visita (fotos, vídeos e gravações) em duas sessões em

formato de aula de 90 minutos, para a concretização/produção final do artigo publicado na Sancho Notícias.

Fase 7

Montagem dos diversos registos a apresentar na sessão final da formação, numa sessão em formato de aula de

135 minutos e de 90 minutos.

Fase 8

Apresentação do produto final em sessão previamente agendada pelos formadores a todos os grupos

participantes.

Avaliação

Fase 9

Avaliação do projeto.

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CIÊNCIA

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Recursos técnicos pedagógicos utilizados

Computador;

Livro “Um mundo infestado de demónios” de Carl Sagan;

Máquina fotográfica;

Material para registos escritos;

Máquina de filmar;

Gravador;

Vídeo-projetor;

Fotocópias (12).

Produto final

A apresentação do produto final foi feita em sessão previamente agendada pelos formadores a todos os grupos

participantes, no Auditório da Escola Secundária D. Sancho I, no dia 14 de junho pelas 15 horas e 30 minutos.

Esta apresentação pode ser visualizada, na íntegra nos registos vídeo que se encontram em anexo. (Anexo 14)

Avaliação Global do trabalho desenvolvido

Aspetos positivos:

Articulação de saberes de diferentes áreas/disciplinas, Português, Biologia e Filosofia;

Promover e desenvolver o trabalho de equipa;

Conhecer e refletir sobre diferentes pareceres sobre a temática trabalhada;

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Reconhecer que a escola é um veículo promotor de experiências enriquecedoras quer ao nível do

conhecimento, quer ao nível da socialização;

O desenvolvimento do projeto permitiu despertar uma atitude crítica nos alunos através da

interrogação perante diversas situações;

O envolvimento entusiástico dos alunos em todas as etapas do projeto;

Aspetos negativos:

Nada a referir

Dificuldades:

Conciliação de horários entre os diferentes professores e os alunos.

A inexistência do livro de Carl Sagan nas editoras até início de Abril e apenas termos disponível um único

exemplar a título de empréstimo, dificultaram a leitura da obra.

Sugestões:

Tendo em conta a qualidade dos projetos apresentados pelos diferentes grupos de formandos, sugere-se a

divulgação dos trabalhos e a continuidade do projeto.

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CIÊNCIA

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BIOTECNOLOGIA APLICADA À CIÊNCIA: Da distrofia muscular ao

“atleta perfeito”

Formandos

Domingos Manso, Isabel Columbano e La-Salete Ramos

Sinopse do projeto

Partindo do pressuposto que a ciência e a técnica devem estar ao serviço das necessidades e do melhoramento

da condição humana e não ao serviço do lucro, da dominação, da guerra e de caprichos individuais, todas as

atividades deste projeto refletem essa dimensão e permitem um questionamento do desvirtuamento desse

desiderato. Assim, os artigos científicos analisados e interpretados, bem como, a elaboração do artigo científico

“Transpondo a Biologia Molecular do laboratório de investigação para a sala de aula” e de relatórios “X”

heurísticos elaborados pelos alunos, foram no sentido de se consciencializarem das potencialidades da ciência

para responderem às fragilidades humanas. No campo oposto, e também precedido de um trabalho de campo

na forma de questionário, formam divulgadas e explicadas as técnicas para a criação do atleta perfeito. Na

forma de interrogação ética e filosófica, procedeu-se, finalmente, ao debate sobre as implicações da ciência e da

técnica nos domínios da vida, nomeadamente os relativos à manipulação genética humana, precedido pelo

visionamento do filme GATTACA e respetivos trabalhos de exploração (trabalhos de grupo e relatórios críticos).

Em suma, este projeto foi pensado de modo a que os alunos participem ativamente em todas as etapas do

método científico. Deste modo, pretendeu-se que os alunos aprendessem de forma mais efetiva quando lhes é

dada a oportunidade para questionarem, resolver problemas, desenhar e implementar atividades

experimentais.

O percurso educativo implementado neste projeto foi pensado para abordar a Biotecnologia aplicada à Ciência

na sala de aula de forma inovadora. Ao dar aos alunos a oportunidade de participarem em todas as fases do

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CIÊNCIA

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processo investigativo, permitiu-se que eles se envolvessem intelectual e emocionalmente no seu próprio

processo educativo. Além disso, ao percorrerem os vários momentos do processo investigativo, os alunos foram

tendo uma imagem mais clara do que é a Biotecnologia, das suas aplicações práticas, das suas implicações éticas

e do modo como esta área do conhecimento pode revolucionar o futuro da humanidade.

Recursos técnicos pedagógicos utilizados

RECURSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO MOMENTO 1

Artigos científicos

“X” heurísticos

Programa multimédia: Laboratório virtual de Biotecnologia

RECURSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO MOMENTO 2

Apresentação de um caso clínico ( em suporte escrito e digital )

Internet

Folhas de diagnóstico

Inquérito sobre doping

Artigos científicos sobre o doping

RECURSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO MOMENTO 3

Visualização do filme: GATTACA”

Textos de reflexão sobre a “Ciência, o Poder e os Riscos”

Texto “O Poder da Informação Genética”

Page 37: Relatório Oficina de Formação PIC

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Produto final

Avaliação Global do trabalho desenvolvido

A aplicação prática das técnicas de Biologia Molecular através da utilização de um software sobre as mesmas,

acabou por constituir uma mais-valia para os alunos não só pela envolvência mas pela aprendizagem de

procedimentos práticos que habitualmente não são tão trabalhados nos currículos escolares. Os questionários,

não obstante a aleatoriedade de algumas respostas, foi um bom ponto de partida para questionamentos

posteriores. Os debates, devidamente preparados e precedidos da análise de artigos científicos e/ou do

visionamento do filme sobre a temática, constituíram momentos de reflexão dos alunos, tornando-os

participantes de um processo de aprendizagem e verdadeiros atores do processo de cidadania.

Relativamente aos aspetos negativos, destaca-se a sobrecarga horária para os alunos. E como tal, a sua

motivação e adesão no início foi complicada. Os alunos tiveram a perceção que seria mais um compromisso que

teriam de dar resposta para além das suas outras obrigações escolares.

Além disso, o tempo para a finalização do mesmo foi manifestamente insuficiente.

Page 38: Relatório Oficina de Formação PIC

CIÊNCIA

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III – Avaliação global dos trabalhos desenvolvidos

Consideramos que na globalidade esta ação de formação foi muito positiva, apesar dos constrangimentos

iniciais já enunciados. Rapidamente os obstáculos foram ultrapassados e a ação decorreu normalmente.

Salientamos a disponibilidade e profissionalismo dos professores envolvidos, que se mostraram recetivos à

implementação do projeto e, em trabalho de equipa, reuniram esforços e formas de o operacionalizar junto dos

alunos, tendo-os motivado e orientado no desenvolvimento dos trabalhos. Durante a apresentação pública dos

mesmos, foi notável o envolvimento dos discentes, nomeadamente nas peças e filme apresentados. Realçamos,

também, e como foi referido pelos professores envolvidos, a interdisciplinaridade que existiu ao longo do ano e

que demonstrou, sem margens para dúvidas, que todas as disciplinas se podem juntar e trabalhar um projeto

comum, mesmo que este seja ligado à ciência, pois a literacia científica está presente em todas as disciplinas.

Face aos resultados, e tendo em conta o que os alunos referiram no questionário que lhes foi proposto,

pensamos que este projeto pode e deve continuar a ser implementado.

Não queremos terminar este relatório sem deixar uma palavra de reconhecimento e apreço pelo

acompanhamento e disponibilidade da nossa formadora, que sempre respondeu assertivamente às nossas

solicitações e, com os seus esclarecimentos, nos permitiu facultar aos formandos uma melhor orientação no

desenvolvimento deste projeto.