relatório mecânica dos solos

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC ANDERSON CONZATTI CAMILLA DE SOUZA DÉBORA TAVARES DA SILVA ROMAGNOLI JARDEL LUIZ BRINGHENTI NION MARON DRANSFELD EXPERIÊNCIAS DE MECÂNICA DOS SOLOS TEOR DE UMIDADE ANÁLISE GRANULOMÉTRICA LIMITE DE LIQUIDEZ LIMITE DE PLASTICIDADE Relatório apresentado à disciplina de de MES-I do curso de Engenharia Civil. 1

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Limite De LiquidezLimite De PlasticidadeGranolometriaNion Maron Dransfeld

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Page 1: Relatório Mecânica Dos Solos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC

ANDERSON CONZATTI

CAMILLA DE SOUZA

DÉBORA TAVARES DA SILVA ROMAGNOLI

JARDEL LUIZ BRINGHENTI

NION MARON DRANSFELD

EXPERIÊNCIAS DE MECÂNICA DOS SOLOS

TEOR DE UMIDADE

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

LIMITE DE LIQUIDEZ

LIMITE DE PLASTICIDADE

Relatório apresentado à disciplina de

de MES-I do curso de Engenharia Civil.

Professor(a): Carmeane Effting

JOINVILLE – SC

2010

1

Page 2: Relatório Mecânica Dos Solos

SÚMARIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................3

1 TEOR DE UMIDADE (NBR 6457)...............................................................................4

1.0 OBJETIVO.........................................................................................................41.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................41.2 PROCEDIMENTOS...........................................................................................41.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................5

2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR 7181)...........................................................5

2.1 OBJETIVO.........................................................................................................52.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................52.3 PROCEDIMENTOS...........................................................................................82.4 RESULTADOS..................................................................................................82.5 DISCUSSÃO....................................................................................................10

3 LIMITES DE CONSISTÊNCIA..................................................................................11

3.1 LIMITE DE LIQUIDEZ (NBR 6459)..............................................................123.1.1 OBJETIVOS.................................................................................................123.1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................123.1.3 PROCEDIMENTOS.....................................................................................123.1.4 RESULTADOS.............................................................................................13

3.2 LIMITE DE PLASTICIDADE (NBR 7180)....................................................143.2.1 OBJETIVOS.................................................................................................143.2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................143.2.3 PROCEDIMENTOS.....................................................................................143.2.4 RESULTADOS.............................................................................................15

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES REFERENTES A LIMITES DE CONSISTÊNCIA.........................................................................................................15

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................16

CONCLUSÃO.................................................................................................................17

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................18

2

Page 3: Relatório Mecânica Dos Solos

INTRODUÇÃO

Os solos são constituídos de um conjunto de partículas com água (ou outros

líquidos) e ar nos espaços intermediários. As partículas de maneira geral podem

deslocar-se entre si. Em alguns casos podem ocorrer pequenas cimentações, mas de grau

extremamente baixo, quando comparada aos cristais de rochas e de concreto. O estudo

da Mecânica dos Solos diferencia-se daquele idealizado na Mecânica dos Sólidos

Deformáveis, pois o comportamento dos solos define-se pelo movimento entre as

partículas.

As partículas que constituem um solo podem possuir diâmetros variados

classificando-se como pedregulhos, areias, siltes e argilas. Na geotecnia classificam-se

esses solos em dois grandes grupos, pedregulhos e areias são solos do tipo grossos

definem o que chamamos solos granulares, já siltes e argilas ficam na classe dos finos

podendo ser do tipo argilosos, orgânicos e lateríticos. Para a engenharia a composição

mineralógica dos solos granulares é de conhecimento secundário, pois seu

comportamento mecânico e hidráulico irá depender da densidade relativa. Na classe dos

finos o conhecimento da composição mineralógica é de fundamental importância, pois

dele decorrem propriedades de deformidade, expansibilidade e resistência. Estas

propriedades são analisadas a partir de parâmetros como: teor de umidades, índices de

plasticidade, índices de consistência, índices de compressão, índices de atividade, entre

outros. E a partir deles são classificados e caracterizados os diferentes tipos de solo

finos.

Os solos são identificados por sua textura, composição granulométrica,

plasticidade, consistência ou compacidade, citando-se outras propriedades que auxiliam

sua identificação, como estrutura, forma dos grãos, cor, cheiro, friabilidade, presença de

outros materiais.

Em nosso experimento foram analisados dois dos principais parâmetros: teor de

umidade e índice de plasticidade. Também foi realizada a classificação granulométrica,

para identificação dos grossos em seus diferentes diâmetros.

3

Page 4: Relatório Mecânica Dos Solos

1 TEOR DE UMIDADE (NBR 6457)

1.0 OBJETIVO

O objetivo do ensaio é determinar a porcentagem de umidade presente em uma

determinada amostra de solo pelo método da estufa. A umidade, como será visto mais

adiante, é importante para a determinação de outros índices físicos: limite de liquidez e

limite de plasticidade.

1.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O conhecimento da umidade do solo é de fundamental importância, pois indica

em que condições hídricas encontram-se o mesmo. A umidade ou teor de umidade é a

relação entre a massa de água em uma determinada amostra de solo pela massa dos

sólidos.

h=M a

M s

×100

Onde: h = Teor de umidade (%);

M a = Massa de água na amostra (g);

M s = Massa dos sólidos na amostra (g).

1.2 PROCEDIMENTOS

O procedimento adotado para determinação do teor de umidade é descrito pelo

anexo da NBR 6457. Em laboratório, foram separadas 3 amostras de solo em 3

cápsulas, que foram previamente pesadas (tara), e então as cápsulas com as amostras

foram pesadas (tara + solo + água) e colocadas na estufa por 1 dia a uma temperatura de

105 a 110°C. Após esse período as cápsulas foram retiradas da estufa e novamente

pesadas (tara + solo). Com esses dados calculou-se então o teor de umidade em cada

amostra de acordo com a fórmula apresentada em norma:

4

Page 5: Relatório Mecânica Dos Solos

h=M 1−M 2

M 2−M 3

×100

Onde : h = Teor de umidade (%);

M1 = Massa do solo úmido mais a massa da cápsula (g);

M2 = Massa do solo seco mais a massa da cápsula (g);

M3 = Massa do recipiente (cápsula metálica) (g).

1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados obtidos em laboratório e os cálculos estão relacionados na tabela

abaixo:

Tabela 1 – Determinação da umidade pelo método da estufa.

DETERMINAÇÃO DA UMIDADEFASE ANTES DO ENSAIO DEPOIS DO ENSAIOCÁPSULA Nº 86 24 01 86 11 16TARA (g) 29,28 28,60 29,19 - - -TARA+SOLO+ÁGUA(g) 77,64 74,92 76,27 - - -TARA+SOLO(g) - - - 67,86 65,46 66,52ÁGUA(g) - - - 9,78 9,46 9,75SOLO(g) - - - 38,58 36,86 37,33UMIDADE (%) - - - 25,35 25,66 26,12UMIDADE MÉDIA (%) - - - 25,71

O desvio padrão entre as amostras foi de 0.387, considerado bom.

2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA (NBR 7181)

2.1 OBJETIVO

O objetivo do ensaio é determinar a porcentagem em massa de material de

vários diâmetros por meio de peneiramento manual.

2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

“A análise da distribuição das dimensões dos grãos, denominada análise

granulométrica, objetiva determinar uma curva granulométrica” (ORTIGÃO, 1995, p.

7). Também pode ser considerada a relação entre as dimensões das partículas de um

solo e as proporções relativas com que as partículas com essas dimensões ocorrem no

solo.

5

Page 6: Relatório Mecânica Dos Solos

Quando o solo é formado por parcelas de solo grosso e fino, geralmente a

análise granulométrica é feita pela combinação dos ensaios de peneiramento e

sedimentação (granulometria conjunta). No processo de peneiramento uma porção de

solo pode ser do tipo “retida” e outra do tipo “passante”, e é, a abertura da malha que

classificara como grãos grossos ou finos respectivamente.

Toda porção de solo que ficar retida na peneira de diâmetro 0,075 mm ( #200 ) é

considerada do tipo grossa, caso contrário é do tipo fina. Se a porcentagem de partículas

que passa for inferior a cinqüenta por cento (% que passa #200 < 50%) o solo é do tipo

grosso. Caso a porcentagem de partículas que passa for superior a cinqüenta por cento

(% que passa #200 > 50%) o solo é do tipo fino. As porções finas (menores que 0,075

mm ) são classificadas por processos de sedimentação, quanto às porções grossas são

classificadas por peneiramento.

Quando definido um solo como sendo do tipo grosso, ele passara por uma

segunda peneira de 7,46 mm (# 4). Caso a porcentagem de solo que passa for inferior a

cinqüenta por cento (% que passa #4 < 50%) ele é identificado como um pedregulho

(G). Caso a porcentagem que passa for maior que cinqüenta por cento (% que passa #4

> 50%) ele será identificado como uma areia (S).

Os solos grossos possuem sub grupos do tipo: grossos e finos. Solos grossos do

tipo grossos incluem pedregulhos e areias grossas são aqueles retidos pela peneira de

diâmetro 2 mm. Quanto aos passantes são do tipo grossos finos incluem areias médias e

finas. As areias finas possuem outra parcela granulométrica no processo de

sedimentação.

Segundo as dimensões padrões das partículas constituintes de um solo, podemos

classificá-la; como pedregulho para partículas com diâmetro entre 76 e 4,8mm, areia

para diâmetro entre 4,8 e 0,05mm, silte para diâmetros entre 0,05 e 0,005mm e argilas

para partículas com diâmetro inferior a 0,005mm. Representada no esquema a seguir:

6

Page 7: Relatório Mecânica Dos Solos

FIGURA 1 – Classificação das partículas

Em laboratório não houve a possibilidade de execução do ensaio de

sedimentação, só foi possível realizar o ensaio de peneiramento, que consiste em utilizar

peneiras padronizadas (NBR 5734).

“Identificando o solo como sendo de granulação grosseira pedregulho ou areia é

importante conhecer sua característica secundária. Se a porção de solo tiver poucos

finos, inferior a 5 % passando na peneira no 200, deve-se verificar como é a sua

composição granulométrica. Os solos granulares podem ser “bem graduados”(W) ou

“mal graduados”(P). Nestes, há predominância de partículas com um certo diâmetro,

enquanto que naquelas existem existem grãos ao longo de uma faixa de diâmetros. Essa

característica é verificada pelo “coeficiente de não uniformidade” (CNU)”. (Pinto,

Carlos de Souza, 2002, pg 53)

“Outro coeficiente não tão empregado quanto CNU é o “coeficiente de

curvatura” (CC), que detecta melhor o formato da curva granulométrica e permite

identificar eventuais descontinuidades ou concentrações muito elevada de grãos mais

grossos no conjunto”. (Pinto, Carlos de Souza, 2002, pg 54)

Uma pedregulho bem graduado apresenta valores de CNU > 4, quanto as areias

devem apresentar um valor de CNU > 6. Quanto as valores de CC,devem ficar entre 1 e

3 (1< CC< 3).

7

Page 8: Relatório Mecânica Dos Solos

2.3 PROCEDIMENTOS

O procedimento adotado em laboratório foi o peneiramento manual, onde a

amostra foi separada em solo fino (material que passa pela peneira 2 mm) e solo grosso

(material que fica retido na peneira 2 mm), conforme determina a NBR 7181. A massa

de material retida em cada peneira foi então pesada para o cálculo das porcentagens de

material retidas e porcentagens de material retidas acumuladas.

2.4 RESULTADOS

Dados obtidos em laboratório:

- Massa inicial da amostra: 999,99g;

- Massa de material retido na peneira 2 mm (solo grosso): 346,18g;

- Massa de material que passou na peneira 2 mm (solo fino): 652,21g.

2.4.1.CÁLCULOS INICIAIS:

Massa total da amostra seca (considerando a umidade h = 25,71% e massa de

material retido na peneira 2 mm Mg = 323,39 que é a soma das massas de material

retidas nas peneiras com abertura superior e igual a 2 mm)

M s=(M t−M g )100+h

×100+M g=( 999 ,99−323 , 39 )100+25 , 71

×100+323 , 39=861 , 61 g

PeneiraMassa retida

(g)

Massa retida

acumulada (g)

Porcentagem que passa

(%)

Porcentagem que fica retida (%)

Classificação do soloNº

Diâmetro (mm)

1 ½ 38,1 100,00 0,00 Pedregulho1 25,4 100,00 0,00 Pedregulho¾ 19.1 100,00 0,00 Pedregulho⅜ 9,52 28,24 28,24 96,72 3,28 Pedregulho4 4,76 34,12 62,36 92,76 3,96 Pedregulho8 2,38 161,88 224,24 73,97 18,79 Areia grossa

8

Page 9: Relatório Mecânica Dos Solos

10 2,00 99,15 323,39 62,47 11,50 Areia grossaFundo 22,25 345,64 - - -

16 1,19 174,39 174,39 45,63 54,37 areia média30 0,60 250,49 424,88 21,45 78,55 areia média40 0,42 94,82 519,70 12,30 87,70 areia média50 0,29 44,56 564,26 8,00 92,00 areia fina60 0,25 32,05 596,31 4,90 95,10 areia fina100 0,15 38,34 634,65 1,20 98,80 areia fina200 0,075 11,32 645,97 0,11 99,89 areia fina

Fundo 1,15 647,12 0,00 100,00Tabela 2 – Análise granulométrica

Para o cálculo das porcentagens de material que passam em cada peneira

utilizou-se a fórmula descrita na NBR 7181 para peneiramento grosso:

Qg=(M s−M i )

M s

×100

Onde: Ms = Massa total da amostra seca (calculada acima);

Mi = Massa retida acumulada em cada peneira.

E para o peneiramento fino:

Q f=M h×100−Mi×(100+h )

M h×100×N

Onde: Mh = Massa de material submetido ao peneiramento fino;

N = Porcentagem de material retido acumulado na peneira 2 mm;

Mi = Massa de material seco retido acumulado em cada peneira.

Como as massas retidas nas peneiras são da amostra úmida e não seca, o termo:

M i×(100+h ) foi substituído por apenas M i×100 , resultando em:

Q f=M h×100−Mi×100

M h×100×N=

M h−M i

M h

×N

Então tem-se a curva granulométrica:

9

Page 10: Relatório Mecânica Dos Solos

Curva Granulométrica

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

0,01 0,1 1 10 100

Porc

enta

gen

s pas

sante

s

Gráfico 1 – Curva granulométrica

As características dos solos granulares verificadas pelos coeficientes de não

uniformidade e coeficiente de curvatura:

Seja Coeficiente de Não Uniformidade (PINTO, 2006, p. 54):

CNU=D60

D10

=1 , 800 , 35

=5 , 143

E o Coeficiente de Curvatura (PINTO, 2006, p. 54):

CC=( D30 )

2

D10×D60

= 1 ,352

0 , 35×1 , 80=2 ,893

Quanto a origem e forma como foi coletado o solo é desconhecida pela equipe

responsável pelo ensaio. O solo utilizado estava a disposição em laboratório.

Como a porcentagem de material que passou pela peneira 0,075 mm é menor

que 50%, o solo é de granulação grosseira. A porcentagem passante pela peneira de n o 4

é maior que 50%,a amostra é classificada como areia (S). Quanto a sua composição é do

tipo mal graduado CNU < 6. Portanto nosso solo é do tipo : areia mal graduada (SP).

2.5 DISCUSSÃO

De acordo com a norma (NBR 7181), durante o processo de peneiramento se faz

necessário desmanchar todos os torrões existentes na amostra. De maneira a assegurar

10

Page 11: Relatório Mecânica Dos Solos

que apenas os grãos com diâmetros maiores do que a abertura da malha fiquem retidos.

No ensaio este procedimento não foi realizado segundo a norma por falta de

acompanhamento da mesma.

Além da falta de cuidado no processo de destorroamento do material, pecou-se

em outros procedimentos da norma. A amostra desagregava mas estava muito úmida

para realização do ensaio deveria ser seca ao ar, o que facilitaria seu destorroamento.

Do material passante na peneira de no 10 (0,2 mm), deveria ser tomada 100g

para três amostras de umidade. Tomar ainda 120g do material para ser lavado na peneira

no 200 vertendo água potável a baixa pressão.

Para então realizar o peneiramento fino deveríamos secar o material retido na

peneira de 0,075 mm em estufa, à temperatura de 105°C a 110°C, até constância de

massa, e, utilizando o agitador mecânico, passar nas peneiras de 1,2, 0,6, 0,42, 0,25,

0,15, 0,075 mm.

Trabalhando com um solo muito agregado em torrões, devido a seu alto teor de

umidade o ensaio foi mal sucedido, pois os torrões apresentam comportamento de um

grão sólido, dando então características de um solo granular. Os torrões uma vez não

destorroados não apresentaram as verdadeiras características do material, pois as

pequenas partículas constituintes dos mesmos deixaram de passar pelas peneiras. Os

resultados encontrados podem ser totalmente divergentes da realidade. Os erros podem

ser tão absurdos que o solo em estudo pode ser uma argila ao invés de uma areia.

3 LIMITES DE CONSISTÊNCIA

“Só a distribuição granulométrica não é suficiente para caracterizar bem o

comportamento dos solos sob o ponto de vista da engenharia. Por isso se faz um estudo

do índice de consistência, pois a fração fina do solo correspondem as maiores

superfícies específicas, podendo chegar a 300 m2/ cm3”. (Pinto, Carlos de Souza, 2002).

O conhecimento dos argilos-minerais (finos) é de fundamental importância, pois

dele dependem propriedades de plasticidade e expansibilidade.

Segundo Souza e Rafful (apud MOTA, 2009), o grau de consistência do solo

exerce considerável influência sobre o regime de água no mesmo, afetando a

condutividade hidráulica e permitindo fazer-se inferências sobre a curva de umidade. O

fator de consistência também é determinante na resistência do solo à penetração e na

compactação e seu conhecimento possibilita a determinação do momento adequado do

11

Page 12: Relatório Mecânica Dos Solos

uso de técnicas que favoreçam um bom manejo do solo, propiciando melhor

conservação do mesmo, além de diminuir a demanda energética nas operações

mecanizadas.

Em 1911 foram definidos, pelo cientista sueco A. Atterberg, certos limites que

delimitam o intervalo de consistência do solo, denominados limite de liquidez e de

plasticidade, sendo líquidas quando estiverem submetidas a muita umidade; plásticas;

semi sólidas e sólidas, na medida que o teor de umidade for reduzido. O método mais

utilizado para determinação do teor de liquidez é o padronizado por Arthur Casagrande,

que utiliza o aparelho de sua própria autoria.

A partir dos limites de plasticidade de liquidez é possível determinar índices de

consistência, índices de compressão , índices atividade, entre outros índices das argilas.

3.1 LIMITE DE LIQUIDEZ (NBR 6459)

3.1.1 OBJETIVOS

O objetivo do ensaio é determinar o limite de liquidez com o aparelho de Casa

Grande.

3.1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Limite de Liquidez é definido como o teor de umidade do solo com o qual

uma ranhura nele feita requer 25 golpes para se fechar, numa concha. Diversas

tentativas são realizadas, com o solo em diferentes umidades, anotando-se o número de

golpes para fechar a ranhura, obtendo-se o limite pela interpolação dos resultados.

(PINTO, 2006, p. 13-14).

É o teor de umidade na qual o solo encontra-se entre o estado líquido e o estado

plástico.

3.1.3 PROCEDIMENTOS

Em laboratório foram peneiradas 200 g de solo com a peneira 0,42 mm e

separados em duas amostras de 100g. Tomando uma das amostras, preparou-se uma

mistura homogênea com água, colocou-se a massa na concha do aparelho de Casa

12

Page 13: Relatório Mecânica Dos Solos

Grande, de modo que a seção mais profunda tivesse 10 mm, e com auxílio de um cinzel

curvo faz-se um sulco na massa passando pelo meio da concha. Por último, movimenta-

se a manivela de modo a promover 2 golpes a cada segundo até que o sulco se feche em

um comprimento de 13mm. O processo foi repetido para diferentes teores de umidade.

Feito isso, construiu-se um gráfico da umidade pelo número de golpes, com a abscissa

em escala logarítmica, onde determinou-se a umidade correspondente a 25 golpes que é

o Limite de Liquidez (LL).

3.1.4 RESULTADOS

Nº golpes

Cápsula nº

Cápsula(g)

Cáps+solo+água (g) água(g)

Cáps.+solo (g) Solo (g)

umidade (%)

Umidademédia (%)

12 85 24,49 41,40 4,10 37,30 12,81 32,01

45,6312 66 29,10 40,21 3,81 36,40 7,30 52,1912 90 29,00 38,68 3,34 35,34 6,34 52,6820 70 25,73 35,85 3,32 32,53 6,80 48,82

49,0220 44 29,10 39,11 3,31 35,80 6,70 49,4020 33 28,65 40,23 3,80 36,43 7,78 48,8429 13 29,56 38,73 2,89 35,84 6,28 46,02

46,2029 48 28,90 39,53 3,36 36,17 7,27 46,2229 65 28,64 38,90 3,25 35,65 7,01 46,36

Tabela 3 – Dados obtidos em laboratório e calculados

Para a Plotagem dos pontos no gráfico Umidade × Número de Golpes foi

desconsiderado o dado correspondente à cápsula número 85 por ser muito discrepante

com relação aos demais, assim a umidade média para 12 golpes é igual a 52,435%.

13

Page 14: Relatório Mecânica Dos Solos

10 10042

44

46

48

50

52

54

Número de golpes

Um

idad

e (%

)

Gráfico 2 – Umidade × Número de golpes

Para 25 golpes temos:

y=-7,049 ln(25 )+70,01=47,32

Assim o limite de liquidez é:

LL = 47,3%

3.2 LIMITE DE PLASTICIDADE (NBR 7180)

3.2.1 OBJETIVOS

O objetivo do ensaio é a determinação da umidade correspondente ao início do

fraturamento de uma amostra cilíndrica de 3 mm de diâmetro.

3.2.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

“O Limite de Plasticidade é definido como o menor teor de umidade com o qual

se consegue moldar um cilindro de 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma

da mão” (PINTO, 2006, p. 14). É a umidade que marca a passagem do estado semi-

sólido para o estado plástico.

3.2.3 PROCEDIMENTOS

14

Page 15: Relatório Mecânica Dos Solos

Em laboratório, preparou-se uma mistura homogênea com uma amostra de solo

peneirado com a peneira 0,42 mm e água. Então segue a moldagem dos cilindros com 3

mm de diâmetro e 100 mm de comprimento manualmente. Caso o cilindro não

fragmente quando atingir o diâmetro de 3 mm adiciona-se argila. Caso fragmente antes

de atingir 3 mm, adiciona-se água. O limite de plasticidade é atingido quando o cilindro

apresentar rachaduras na superfície sem fragmentar. O material é então colocado em

cápsulas previamente pesadas (tara), pesado (tara + solo + água) e colocado na estufa

para secagem. Passado 1 dia as cápsulas são novamente pesadas (tara + solo).

3.2.4 RESULTADOS

DETERMINAÇÃO DA PLASTICIDADE

FASE ANTES DO ENSAIO DEPOIS DO ENSAIO

CÁPSULA Nº 11 34 11 34

TARA (g) 29,52 29,02 - -

TARA+SOLO+ÁGUA(g) 32,41 31,60 - -

TARA+SOLO(g) - - 31,57 30,86

ÁGUA(g) - - 0,84 0,74

SOLO(g) - - 2,05 1,86

UMIDADE (%) - - 0,41 0,40

UMIDADE MÉDIA (%) - 0.40

A umidade média 40 % corresponde ao LP do solo.

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES REFERENTES A LIMITES DE

CONSISTÊNCIA

Tendo conhecimento dos limites de Atterberg temos conhecimento do índice de

plasticidade. O mesmo corresponde pela diferença entre o limite de plasticidade e o

limite de liquides, como segue abaixo:

IP= LL-LP = 47,3 – 40,0 = 7,3 %

15

Page 16: Relatório Mecânica Dos Solos

Além do índice de plasticidade é possível ter o resultado do solo como sendo uma

areias argilosas variegadas de São Paulo (SC), pois os limites de LL está entre 40% e

80% e seu IP está entre 5% e 15%.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo comportamento do solo durante os procedimentos de ensaio e pela percepção

tátil-visual acredita-se que se trata de uma areia argilosas variegadas de São Paulo (SC).

Se o material estive-se com um grau de umidade menor e processo de destorroamento

fosse realizado, segundo os critérios da norma. Há a possibilidade da quantidade de

partículas que passa pela peneira de no 200 fosse maior que 5%. Fazendo com que o

resultado obtido com o peneiramento deixa-se de ser uma areia mal graduada para então

ser uma areia argilosa (SC).

Caso o experimento se repita e o resultado apresentar uma classificação de areia

é interessante fazer um estudo do grau de compacidade da mesma. “em geral, areias

compactas apresentam maiores resistências e menor deformidade” (Pinto, Carlos de

Souza, 2002, pg 28).

16

Page 17: Relatório Mecânica Dos Solos

CONCLUSÃO

Devido ao mal procedimento do ensaio como já mencionado anteriormente, não

foi possível obtermos resultados positivos quanto a classificação do solo.

Pelo processo de peneiramento chegamos a conclusão que nosso solo era do tipo

areia mal graduada. Foi então procedido o ensaio de índices de consistência do mesmo

solo e chegamos a conclusão que o material apresentava características argilosas,

classificando-se como areia argilosas variegadas de São Paulo.

Como todo ensaio deve ser justificado com resultados compatíveis, afirmamos

que não foi possível chegar a um resultado conclusivo eficaz. Todo o experimento

deveria ser repetido, tomando todos os cuidados necessários para realizar um ensaio

com procedimentos seguidos segundo as orientações das normas técnicas brasileiras

NBRs.

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Page 18: Relatório Mecânica Dos Solos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOTA, Heliomar de Souza. Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade. Relatório

de ensaios. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso:

Cuiabá, 2009.

PINTO, Carlos de Souza. Curso básico de mecânica dos solos em 16 aulas. 3ª edição.

São Paulo: Oficina de Textos. 2006.

ORTIGÃO, J.A. Ramalho. Introdução à mecânica dos solos dos estados críticos. 2ª

edição. Rio de Janeiro: LTC. 1995.

______. NBR 6457: Amostras de solo – preparação para ensaios de compactação e

ensaios de caracterização. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 7181: Solo – análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.

______. NBR 6459: Solo – determinação do limite de liquidez, Rio de Janeiro, 1984.

______. NBR 7180: Solo – determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro,

1984.

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