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Relatrio Final
Iniciao Cientfica I - F590
Estudo de superfcies de lignina e sua relao com a adeso
bacteriana
Aluna: Mariana Zavarize Nica RA:094171
mariana.zavarizex(arroba)xhotmail.com
Orientadora: Prof. Mnica A. Cotta
http://portal.ifi.unicamp.br/pessoas/corpo-docente/392-142
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1. Introduo
O objetivo deste trabalho o estudo da superfcie de um filme de lignina e sua possvel
correlao com a adeso da bactria Xylella fastidiosa. O projeto visa a utilizao do
microscpio de fora atmica, para a caracterizao topogrfica das amostras. Neste relatrio
sero apresentadas tcnicas para quantificar a dimenso fractal de diferentes estruturas
topogrficas da amostra analisada.
O relatrio ser dividido da seguinte forma: na seo 2, sero discutidas a teoria dos
fractais, detalhes da anlise topogrfica e do microscpio de fora atmica (AFM), sobre a
lignina e a bactria Xyllela fastidiosa. Na seo 3 ser apresentado o procedimento
experimental. A seo 4 consiste da apresentao e discusso dos dados coletados nas duas
etapas do trabalho. A seo 5 contm a concluso.
2.1 Teoria dos Fractais
Denomina-se objeto fractal o material que possui a mesma caracterstica estrutural
quando observado em diferentes escalas. Os objetos fractais so classificados em auto-
similares ou auto-afins e em determinsticos ou estatsticos [1-5].
Um objeto definido como auto-similar quando formado por partes que so similares
ao todo, de modo que ele seja invariante sob transformaes de escala isotrpicas. Por
transformao de escala isotrpica entende-se uma dilatao que aumenta o tamanho do
sistema uniformemente em todas as direes do espao dimensional tratado. A ampliao de
uma parte do objeto por um mesmo fator em todas as dimenses seria parecida a qualquer
parte do original, com o mesmo tamanho da parte ampliada. Se a parte ampliada for idntica
parte original, o objeto ser um fractal auto-similar determinstico. Contudo, muitos
objetos na natureza so aleatrios. E por causa desta aleatoriedade, tais objetos podem ser
auto-similares somente num sentido estatstico. Um exemplo clssico a linha costeira de um
continente; dois mapas com diferentes magnificaes representando uma linha costeira
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tpica se parecem, a ponto de no ser possvel determinar qual deles tem a maior
magnificao. Embora os dois mapas no se superponham, suas propriedades estatsticas
so as mesmas. Objetos com essas propriedades so denominados fractais estatsticos.
Em contraste com os objetos auto-similares, as superfcies so geralmente fractais
auto- afins: objetos invariantes sob transformaes anisotrpicas. A superfcie tem direes
preferenciais, uma perpendicular superfcie e outra(s) ao longo dela. Portanto, h relaes
de escala distintas ao longo de diferentes direes. Como os fractais auto- similares, as
superfcies auto-afins podem ser tanto determinsticas como estatsticas, apesar da maioria
pertencer ltima classe devidos presena de processos estocsticos.
Dentro da teoria de Fractais, foi desenvolvida uma teoria de escala geral para a descrio
dinmica de superfcies [2,6,7]. O conceito de comportamento de escala ou lei de escala
permite associar quantidades aparentemente distintas a expoentes que caracterizam a
evoluo da morfologia superficial. Esse expoente pode ser determinado a partir de leis de
escala simples, que sero abordadas na prxima sesso.
2.2. Anlise Topogrfica
Para estudar a rugosidade superficial de um filme de lignina, necessrio determinar o
expoente de rugosidade da superfcie da amostra. Este coeficiente pode ser obtido atravs
da equao da rugosidade mdia quadrtica, sendo que a funo rugosidade local definida
por (, ) = (2(, ) 2 )2
1
2
.
Onde 2(, ) a altura mdia da superfcie no instante t, e representa uma
media em . A funco rugosidade local mede o valor quadrtico mdio da altura h(x,t) em
funo da dimenso lateral L da rea considerada. A funo (, ) aumenta com o tempo
de acordo com a relao (, )~ enquanto as correlaes continuam a crescer. Porm,
depois de um tempo limite , denominado tempo de saturao, o comprimento sobre o qual
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as flutuaes esto correlacionadas torna-se comparvel ao comprimento L. Note que L a
mxima extenso que as correlaes podem atingir ao longo da superfcie. Para t > , as
correlaes param de crescer e a superfcie alcana um estado estacionrio caracterizado por
um valor constante de (, ). No estado estacionrio, a superfcie invariante sob a
transformao de escala. A rugosidade de saturao comporta-se com L [1,2,5,6 e 11] como
uma lei de potncia (, )~ , onde o expoente de rugosidade.
Neste trabalho, foi utilizada uma funo diferente de w para a determinao de ; a
funo utilizada aqui foi a funo correlao de altura1 [9], H(R), que definida por:
() = [(2, 2) (1, 1)]2
, (1)
Onde = (2 1)2 + (2 1)2 e representa a mdia em torno do plano X-
Y.
Foram coletadas imagens de 256x256 pixels, com vrios tamanhos LxL (com L sendo
2,5m, 5m, 7,5m e 10m).
Para determinar a dimenso fractal, necessrio levar em conta que a funo
correlao utilizada no tratamento das imagens no fornece imediatamente o expoente de
rugosidade, sendo assim, necessrio descrever a funo correlao H(R) de outra maneira
[8], portanto:
() = 22. (
)
2
, (2),
() = 22 . (3),
Onde o comprimento de correlao, o expoente de rugosidade e w a
rugosidade mdia quadrtica.
1 A opo foi feita devido ao uso de ferramenta prpria do software de distribuio livre Gwyddion (www.gwyddion.net), que foi utilizado no processamento de todas as imagens.
http://www.gwyddion.net/
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Figura 1. Grfico ilustrativo da funo correlao [12].
Na figura 1 possvel observar o comportamento da funo H(R). Quando R menor
que , existe uma forte dependncia com o valor de R, e quando R se torna maior que a
funo satura e no se observam quase variaes de H.
O comprimento de correlao a distncia tpica que em que as alturas esto
correlacionadas, ou seja, durante a deposio do filme, varia com R. Para um sistema finito,
no pode crescer indefinidamente, pois L limita seu tamanho, ento quando alcana o
tamanho do sistema, toda a superfcie se torna correlacionada, resultando na saturao da
largura da interface.
Pelo grfico da figura1, vemos que possvel obter o expoente de rugosidade da
superfcie por regresso linear da curva na regio onde , ou seja, =
2, onde a o
coeficiente angular obtido por regresso linear.
A dimenso fractal calculada diretamente a partir de ,
= 3 [1]. (4).
2.3. Microscpio de fora atmica
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Figura 2. Foto do microscpio de fora atmica modelo Agilent 5500.
O microscpio de fora atmica fornece imagens de uma superfcie com resoluo
espacial nanomtrica. Seu funcionamento se baseia na medida das deflexes de uma
alavanca (de 100 a 200 m de comprimento) em cuja extremidade livre est montada uma
ponta de prova. Estas deflexes so causadas pelas foras de carter eletrosttico que agem
entre a ponta e a superfcie da amostra. Um outro elemento importante no microscpio o
scanner piezoeltrico, que permite a varredura em x-y da amostra, alm de poder se
movimentar na direo vertical. Existem vrios tipos de medida para fazer imagens de vrios
tipos de amostras.
Os modos de obteno das imagens de topografia (modos de varredura), referem-se
basicamente a distncia mantida entre a ponta de prova e a amostra.
Neste trabalho as medidas realizadas foram feitas no modo no contato. Quando
operado nesse modo, a distncia entre a ponta e superfcie da amostra da ordem de 10-
100nm. Assim, a ponta trabalha no regime de foras atrativo, ou seja, para esta regio a
ponteira do AFM se enverga na direo da amostra.
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Figura 3. Representao do regime de fora aplicado sobre a ponta de prova.
Na figura 3 mostrada a deflexo da alavanca em ambos os modos. No modo de no-
contato esta atrada pelas foras a que est submetida e no modo contato a mesma sofre
uma deflexo no sentido oposto (fora repulsiva).
Figura 4a. Grfico da fora em funo da distncia da ponta a amostra.
Como no modo no-contato a ponta trabalha no regime de foras atrativo, um oscilador
faz a alavanca vibrar com uma frequncia f, com uma certa amplitude. Ao se aproximar da
superfcie, a interao entre ela e a ponta causam um amortecimento da amplitude de
vibrao.
A variao na amplitude medida pelo detector, que, na frequncia selecionada, envia
o sinal ao sistema de realimentao do microscpio; ento a nova frequncia f menor que
fo, e portanto a amplitude de vibrao da alavanca diminui.
O sistema de realimentao trabalha para que se mantenha fixa uma certa diminuio
dessa amplitude e assim a distncia mdia entre a ponta de prova e a superfcie da amostra
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permanece constante, atravs do movimento em z do scanner piezoeltrico. O nmero de
passos do scanner para compensar a variao de amplitude usado para gerar a imagem
topogrfica.
2.4 Lignina e a bactria Xyllela fastidiosa
A lignina comumente encontrada no xilema (por onde gua e sais minerais circulam
na planta) de plantas lenhosas (so capazes de produzir madeira para suporte dos caules) e
associada a celulose na parede celular gerando rigidez e impermeabilidade; sabe-se
tambm que a lignina est relacionada a resistncia da planta a ataques aos tecidos vegetais.
Este trabalho visa abordar a influncia deste material na adeso e propagao da bactria em
superfcies. A anlise da taxa de contaminao da Xylella fastidiosa, mostra que em plantas
no lenhosas (como a videira) a taxa de infeco, aps a transmisso pelo vetor, de 100%
enquanto que para plantas lenhosas, essa taxa bem menor, embora no esteja quantificada
[13].
A Xyllela fastidiosa uma bactria fitopatognica limitada ao xilema, que tem afetado
um grande nmero de plantas no Brasil e no mundo. Muitos trabalhos j foram realizados
sobre esta bactria, mas pouco se conhece a respeito da adeso, colonizao e expresso dos
sintomas.
O interesse de estudar a Xyllela fastidiosa vem da sua importncia econmica, ela
tambm conhecida como a praga do amarelinho que afeta laranjeiras e est entre os 10
fitopatgenos mais estudados no mundo [14].
O estudo destes sistemas so importantes para a compreenso do processo de
formao dos biofilmes de forma mais geral, uma vez que infeces associadas a biofilmes
de patgenos humanos so uma das principais causas de morte nos EUA [15].
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3. Procedimento experimental
O trabalho pode ser divido em duas etapas, aquisio das imagens e tratamento de
imagens.
Para a aquisio das imagens, inicialmente foi necessrio um treinamento para a
utilizao do microscpio de fora atmica. Aps a familiarizao com o aparelho, utilizou-se
uma amostra com um filme de lignina depositado sobre um substrato de silcio para a
obteno das imagens.
O processo de preparao do microscpio requer muito cuidado, pois suas pea so
muito sensveis. Primeiro necessrio colocar a ponta de silcio em uma pea chamada "One
Piece Nose-Assembly, essa pea encaixada no scanner como mostra a figura 5.
Figura 5. Fotos dos componentes do AFM Agilent 5500 [10].
Aps o scanner ser encaixado no equipamento, necessrio alinhar o laser na ponta de
prova, e em seguida inserir o detector e alinhar o mesmo.
A ltima etapa colocar a amostra em um suporte e encaixar o mesmo no microscpio
com muito cuidado para que a amostra no se choque com a ponta. Feito isso necessrio
achar a frequncia de ressonncia da alavanca com o software PicoView e ento fazer a
aproximao da ponta com a amostra e realizar as medidas.
Aps a coleta, o tratamento das imagens foi feito com o auxlio do software Gwyddion.
As imagens foram filtradas utilizando: Correct horizontal scars e Correct lines by matching
Height Median - esses filtros corrigem falhas que surgem durante as medidas.
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Em seguida, utilizando a sesso Calculate 1D statistical functions obteve-se a
funo correlao de altura utilizada na anlise dos dados (Height height correlation function)
e os dados foram plotados no software Origin.
Com o software Origin, plotamos grficos log-log da funo correlao de
altura e a regresso linear da curva foi feita na regio da origem at sua saturao.
Durante o trabalho duas amostras foram utilizadas, a primeira contm apenas
o filme de lignina. A amostra foi produzida pela tcnica de spray pelo professor Carlos Jos
Constantino, da UNESP de So Jos do Rio Preto.
A segunda amostra foi produzida a partir do filme e sobre ela foi depositada
uma soluo com as bactrias Xyllela fastidiosa. Aps um perodo de crescimento bacteriano
de 1 dia ento a amostra passou por um processo de secagem.
4. Resultados
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4.1. Estudo da Superfcie de Lignina
Figura 6. Imagem da superfcie do filme de lignina obtida com resoluo 5X e 20X no microscpio ptico.
As figuras de 7 a 11, mostram 5 regies diferentes da amostra analisada, para cada
regio foram coletadas 4 imagens, todas com centro na mesma origem, mas com tamanhos
diferentes.
Figura 7. Imagens topogrficas da regio 1 da amostra, para os tamanhos 2,5m,5 m,7,5 m e 10 m.
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Figura 8. Imagens topogrficas da regio 2 da amostra, para os tamanhos 2,5m,5 m,7,5 m e 10 m.
Figura 9. Imagens topogrficas da regio 3 da amostra, para os tamanhos 2,5m,5 m e 10 m.
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Figura 10. Imagens topogrficas da regio 4 da amostra, para os tamanhos 2,5m,5 m,7,5 m e 10 m.
Figura 11. Imagens topogrficas da regio 5 da amostra, para os tamanhos 2,5m,5 m,7,5 m e 10 m.
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Ao observar as imagens da superfcie de lignina, primeiramente a figura 6, obtida atravs
do microscpio ptico, observa-se que a superfcie irregular e cheia de bolhas. Essas bolhas
so devidas a tcnica utilizada para a deposio do filme no substrato (tcnica de spray).
As imagens de topografia do AFM foram feitas nas regies mais planas da amostra, ou
seja, dentro das bolhas. Observamos que o filme de lignina apresenta estruturas semi-
esfricas de diferentes tamanhos por todo o substrato, e nas regies das bordas presentes na
figura 6, observa-se uma camada mais espessa do material, em torno de =
157,9.
Figura 12: Imagens topogrficas da superfcie de lignina.
Nas imagens da figura 12, de maior rea, possvel observar com bastante clareza a
irregularidade do filme. Dentro das bolhas a superfcie geralmente plana (sem aglomerados
da soluo seca de lignina), enquanto que nas bordas h uma evidente superposio de
camadas do material. Ainda na imagem da esquerda da figura 12, possvel observar um
desprendimento do filme na regio interna da bolha, o que revela que ele no tem boa
aderncia ao substrato.
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Figura 13: Medida da espessura do filme.
Com o desprendimento do filme foi possvel calcular a sua espessura, como mostra a
figura 13, com o auxlio do software Gwyddion, a espessura obtida foi de ~240.
A partir das imagens de 7 a 11, os grficos abaixo foram plotados, assim como as tabelas
com os valores referentes a regresso linear das curvas.
Grfico 1: Funo correlao de altura em funo do comprimento para imagens de 2,5 m.
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Tabela 1. Coeficientes da regresso linear das curvas do grfico 1.
O grfico 1 representa a curva de correlao de altura para imagens de 2,5 m.
Na tabela 1, possvel observar que todos os valores do coeficiente angular so muito
prximos, de (2) temos que o expoente de rugosidade varia de 0,61 a 0,73.
Grfico 2: Funo correlao em funo do comprimento para imagens de 5 m.
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Tabela 2. Coeficientes da regresso linear das curvas do grfico 2.
Como no grfico anterior, este tambm apresenta os expoentes de rugosidade com
valores muito prximos, variando de 0,47 a 0,64.
Grfico 3: Funo correlao em funo do comprimento para imagens de 7,5 m.
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Tabela 3. Coeficientes da regresso linear das curvas do grfico 3.
O Grfico 3 apresenta expoentes de rugosidade variando de 0,41 a 0,53.
Grfico 4: Funo correlao em funo do comprimento para imagens de 10 m.
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Tabela 4. Coeficientes da regresso linear das curvas do grfico 4.
O grfico 4 apresenta expoentes de rugosidade variando de 0,49 a 0,50.
Nos grficos 3 e 4, para imagens de tamanho L=7,5 m e L=10 m, os expoentes de
rugosidade e dimenso fractal comeam a aumentar em relao ao dois primeiros.
Tabela 5. Valores das distncias entre cada ponto medido para cada valor de L.
Tamanho (L) Distancia entre pontos medidos (m)
2,5 m 9,8.109
5,0 m 1,6.108
7,5 m 2,9.108
10,0 m 3,9.108
A tabela 5 mostra que conforme o tamanho da imagem aumenta, a distncia entre cada
ponto medido tambm aumenta; isso gera uma grande perda de informaes durante a
medida, por essa razo no possvel analisar as imagens de 10 m e 7,5 m com a mesma
preciso das imagens de 2,5 m.
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Tabela 6. Dados do tamanho das amostras (m), Coeficientes angulares e lineares (Slope e Intercept), Expoente de rugosidade (), Dimenso fractal () e Comprimento de correlao (m).
L(m) Slope
Intercept
(m)
Regio 1 2,5 1,46 0,06 -5,44 0,43 0,73 0,03 2,27 0,03 0,17 0,01
Regio 2 2,5 1,22 0,06 -7,08 0,47 0,61 0,03 2,39 0,03 0,19 0,01
Regio 3 2,5 1,44 0,06 -5,47 0,46 0,72 0,03 2,28 0,03 0,15 0,01
Regio 4 2,5 1,30 0,09 -7,83 0,70 0,65 0,05 2,35 0,05 0,11 0,01
Regio 5 2,5 1,41 0,10 -6,56 0,74 0,70 0,05 2,30 0,05 0,18 0,01
Regio 1 5 1,28 0,09 -6,81 0,65 0,64 0,05 2,36 0,05 0,18 0,01
Regio 2 5 1,05 0,07 -8,25 0,52 0,52 0,04 2,48 0,04 0,20 0,01
Regio 3 5 1,27 0,10 -6,75 0,73 0,63 0,05 2,37 0,05 0,16 0,01
Regio 4 5 1,12 0,14 -9,10 1,02 0,56 0,07 2,44 0,07 0,20 0,01
Regio 5 5 0,94 0,17 -10,13 1,25 0,47 0,08 2,53 0,08 0,14 0,01
Regio 1 7,5 1,06 0,12 -8,38 0,87 0,53 0,06 2,47 0,06 0,21 0,01
Regio 2 7,5 1,11 0,09 -10,99 1,24 0,55 0,04 2,45 0,04 0,26 0,01
Regio 3 7,5 0,81 - -11,01 - 0,41 - 2,59 - 0,23 0,01
Regio 1 10 0,97 0,09 -8,71 0,67 0,49 0,05 2,51 0,05 0,14 0,01
Regio 2 10 1,01 0,18 -8,59 1,21 0,50 0,09 2,50 0,09 0,20 0,01
Regio 3 10 0,99 0,14 -8,86 1,00 0,50 0,07 2,50 0,07 0,15 0,01
Apesar do aumento desses coeficientes das curvas dos grficos 3 e 4, os valores
continuam sendo prximos, e considerando a perda de informao durante a medida, ainda
se observa um comportamento fractal estatstico da superfcie do filme.
Dos grficos 1 a 4, ainda nota-se que para as regies 4 e 5 as curvas apresentam a regio
de crescimento (regio onde < ) menor que as regies 1, 2 e 3. Isso ocorre porque as
regies 4 e 5, apresentam uma menor deposio das estruturas semi-esfricas de lignina (isso
visvel nas imagens 10 e 11). Por isso os valores dos expoentes de rugosidade so maiores
para essas regies, j que para essas superfcies locais a diferena entre as alturas maior.
Portanto, apesar da superfcie ser irregular, observa-se um comportamento fractal estatstico
atravs do expoente de rugosidade. A tabela 6 mostra que, para as imagens variando de 10
m a 2,5 m, temos que ~0,58 e ~2,42.
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Grfico 5: Dimenso fractal em funo do tamanho da imagem.
O grfico 5 fornece informaes sobre a dimenso fractal das imagens; de (4) tem-se
que varia de 2,27 a 2,59, e menor para imagens com menor tamanho de L. Como pode
ser observado nas imagens de topografia acima, as de L=2,5m so mais uniformes entre si,
isso faz com que no clculo da funo correlao de altura (1), a diferena de altura seja
menor e com isso o expoente de rugosidade 2 de (2), tambm diminui;
consequentemente ir apresentar valores menores nesse caso.
Grfico 6: Comprimento de correlao em funo do tamanho da imagem.
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O grfico 6 apresenta o comprimento de correlao das imagens em funo de L, varia
de 0,11 a 0,26. observado que conforme o tamanho das imagens diminui, tambm
diminui, o que consistente com o que foi observado at o momento.
4.2. Superfcie de lignina com as bactrias Xyllela fastidiosa
Figura 14: Imagens da superfcie do filme de lignina com bactria obtidas com resolues de 5X e 20X no microscpio ptico.
As imagens da figura 14, foram obtidas com um microscpio ptico. Nela possvel ver
novamente a superfcie irregular da lignina e na imagem de 20X ainda possvel observar a
disperso das bactrias no filme.
A imagem mostra que elas se concentram no meio das bolhas e prximas as bordas,
como est destacado na figura 14.
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Figura 15. Imagens de topografia da superfcie do filme de lignina com bactria.
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Na imagem da figura 15 no lugar das estruturas de lignina aparece um material
diferente, que ficou distorcido na imagem. Este material provavelmente um resduo da
soluo em que a bactria foi preparada e secou sobre o filme. Assim aparecem como gro
maiores presentes nas imagens.
Em 15.(h) possvel observar outro desdobramento do filme, que foi medido como
mostra a figura abaixo.
Figura 16. Medida da espessura do filme.
O valor da espessura do filme obtido foi ~240 , o mesmo valor da medida anterior
(figura 13).
Figura 17: Imagens de fase referente as figuras 15.(g) e 15.(a).
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Na figura 17, esto representadas duas imagens de fase, a imagem de fase utilizada
para diferenciar materiais, com diferentes propriedades mecnicas na superfcie da amostra
[17]. Ao observar a imagem possvel notar que existe uma borda mais clara em torno das
bactrias, que indica a presena de um polmero extracelular, o EPS [16], produzido pela
bactria ao sofrer uma adeso irreversvel no filme. No seria possvel observar o EPS no
microscpio ptico, pois ele no tem resoluo suficiente.
Ainda em 15.(h), de crescimento bacteriano, nota-se dentro da regio em destaque,
que as bactrias esto aglomeradas sobre uma camada mais grossa de material, porm com
os dados obtidos no possvel identific-lo. Este material pode ser tanto lignina como resto
da soluo que a bactria foi preparada. No foi possvel fazer mais imagens das bactrias
nas bordas, pois a altura nessas regies muito alta e a medida AFM torna-se mais difcil,
porm essa imagem indica que a topografia na escala analisada no a afeta adeso da
bactria no filme de lignina.
5. Concluso
Na primeira parte do trabalho, o filme de lignina foi estudado, o objetivo era explorar
seu comportamento fractal de superfcies auto-afins, foi calculado que para imagens de
comprimento de 2,5m a dimenso fractal da superfcie variou de 2,27 a 2,39, para as
imagens de comprimento de 5m a variao foi de 2,43 a 2,53, para comprimentos de 7,5m
a variao foi de 2,47 a 2,59 e para imagens de 10m a variao foi de 2,50 a 2,51.
O aumento do valor de se deve a maior irregularidade na superfcie conforme o
tamanho da imagem aumenta. Ainda necessrio considerar que as imagens de 10m e
7,5m possuem menos informao que as de 5m e 2,5m.
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Apesar dessas diferenas o filme apresenta um comportamento fractal estatstico, uma
vez que os valores de ainda so muito prximos entre si. Portanto, independente do
tamanho e forma das estruturas de lignina ou de sua disperso local, toda a superfcie possui
o mesmo expoente de rugosidade.
Na segunda parte, quanto qo estudo da adeso das bactrias no se observou indcios
de que a topografia do filme na escala analisada interfere em sua aderncia. Pois, apesar de
normalmente as bactrias se fixarem em superfcies planas, elas tambm foram encontradas
sobre grossas camadas de algum material no identificado (lignina ou resduos da soluo em
que ela foi preparada); com os dados coletados no possvel fazer essa identificao.
6. Referncias
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University Press, Cambridge UK, 1995) [2] F.Family and T.Vicsek, eds, Dynamics of Fractal Surfaces (World Scientific, Singapore,
1991) [3] B.B. Mandelbrot, The Fractal Geometry of Nature (Freeman, San Francisco, 1982) [4] J. Feder, Fractals (Plenum Press, New York, 1988)
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Edition (World Scientific, Singapore, 1992)
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[7] F.Family and T.Vicsek, Scaling of the active zone in the Eden process on percolation networks and ballistic model, J. Phys. A 18, L75 (1985) [8] Y.Park and S.Rhee, Growth and fractal scaling nature of copper thin films on TiN surface by metal organic chemical vapor deposition from hexafluoroacethylacetonate Cu(I)
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-
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[14] J. Mansfield, S.Genin, S.Magori, V.Citovsky, M.Sriariyanum, P.Ronald, M.Dow, V.Verdier,S.V.Beer, M.A.Machado, G.Salmond, G.D.Foster, Molecular Plant Pathology (2012), DOI:10.1111/J.1364- 3703.2012.00804.X
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[17] S.N. Magonova, V. Elingsa, M.-H. Whangbo, Phase imaging and stiffness in tapping-mode atomic force microscopy, 1997
Opinio da Orientadora
Apesar de no termos encontrado correlao entre as caractersticas superficiais da
lignina com a adeso bacteriana, e de o projeto ter sofrido atraso pois nosso microscpio
ficou mais de um ms em manuteno (e o do LAMULT tambm estar com problemas de
rudo na sala), Mariana se saiu muito bem. Ela mostrou muita iniciativa no estudo de teoria
de anlise fractal e no contato com o equipamento. Considero excelente seu trabalho, que
dever continuar com maior profundidade no prximo semestre.
http://pubget.com/search?q=authors%3A%22Gabriela%20S%20GS%20Lorite%22http://pubget.com/search?q=authors%3A%22Alessandra%20A%20AA%20de%20Souza%22http://pubget.com/search?q=authors%3A%22M%C3%B4nica%20A%20MA%20Cotta%22http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039602896015919http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039602896015919http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039602896015919http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039602896015919http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0039602896015919