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RELATÓRIO FINAL DE PROJETO INICIAÇÃO CIENTÍFICA – USCS- Agosto/2011

1. Identificação

1.1. Mês/Ano de início do projeto 08/2010 Mês/Ano de finalização do projeto 07/2011

1.2 Nome do Pesquisador

Adriana Aparecida Duarte

1.3. Nome do Orientador

Daniela Bucci

2. Dados do projeto

2.1Título original do Projeto

O Princípio da Solidariedade em face da proteção dos direitos humanos: os efeitos da produção nuclear e a dignidade da pessoa humana?

2.2. Resumo do projeto inicial de iniciação científica

Objetivos

Nas últimas décadas do século XX, o progressivo desenvolvimento tecnológico conquistado pelas ciências tem proporcionado ao homem inúmeros instrumentos capazes de gerar energia, que, no dia-a-dia da humanidade, é essencial para concretizar as mais simples ações, desde acender uma lâmpada até como auxiliar na cura de determinadas doenças. É o que ocorre com a energia nuclear, que tanto tem feito para contribuir com o desenvolvimento humano em várias esferas.

No entanto, a energia nuclear também pode ser usada para fins bélicos, na construção de armamentos, por exemplo. Diante do que se pode verificar ao longo da história da humanidade, seu uso sem controle pode causar violações generalizadas de direitos humanos, colocando em risco a paz e a segurança internacional, e até representando grave problema para a própria perpetuação da humanidade.

Em razão disso, temos diversos instrumentos internacionais que vêm reforçando a universalização dos direitos humanos, estabelecendo novos parâmetros de proteção desses direitos, inclusive através da criação de mecanismos para controlar os fins da produção da energia nuclear, seja pela proscrição das armas nucleares, seja para impor limites à exploração energia para fins pacíficos, resguardando o meio ambiente e garantindo o futuro do planeta para as futuras gerações.

Procedimentos metodológicos (coleta e análise de dados)

-pesquisas e sistematização de principais doutrinas e decisões judiciais nacionais (jurisprudência) sobre a produção nuclear, bem como de tratados internacionais e de legislações nacionais. As pesquisas serão realizadas em bibliotecas e pela internet para a consulta de livros, revistas, jornais, notícias etc - Análise crítica e comparativa dos resultados obtidos com as pesquisas; apontando sugestões observadas as legislações e as teorias pesquisadas; Cronograma de atividades (previsto X realizado)

Agosto de 2010 a setembro de 2010: (Realizado) - Treinamento para a realização da coleta de dados e pesquisa temática sobre a produção

nuclear como ameaça a humanidade a ser ministrado pela professora-orientadora.

Outubro de 2010 a fevereiro de 2011: (Realizado) - Início da coleta de dados e pesquisa temática dos principais modelos teóricos existentes sobre

o tema, sob a supervisão da professora-orientadora. - Pesquisa da legislação internacional e nacional a respeito dos efeitos da produção nuclear. - Preparação do relatório parcial e do material para apresentação no workshop em março de

2011. Março de 2011 a maio de 2011: (Realizado)

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- Início da elaboração do projeto; - Análise dos dados coletados e dos principais estudos jurídicos sobre o tema para a elaboração

da pesquisa, sob a orientação da professora-orientadora. - Apresentação no workshop em março de 2011.

Junho de 2011 a julho de 2011: ( Realizado)

_ finalização do projeto de pesquisa com a redação do texto final do trabalho baseado na análise crítica e comparativa das legislações existentes, sob a supervisão da professora-orientadora.

Agosto de 2011: ( Realizado) - apresentação do relatório final.

2.3. Se ocorreram alterações em relação original, identifique-as e justifique:

Não houve alterações cronograma original.

2.4. Resultados obtidos até o momento. Apresente em anexo texto parcial de seu projeto, que reflete o atual estágio, com as seguintes seções (máximo 20 páginas, espaço simples, times new Roman 12):

1. Introdução contendo Contextualização, Problematização, objetivos e justificativa.

2. Referencial teórico

3. Procedimentos metodológicos

4. Análise dos resultados parciais obtidos

5. Referências Bibliográficas

3. Dificuldades surgidas durante esse período na execução do projeto de Iniciação Científica/ Críticas/Sugestões

Foi encontrado dificuldade no que se refere a doutrina especifica ao tema, contudo foi utilizado artigos científicos específicos quanto ao tema.

4. Participação ocorridas e/ou pretendidas em divulgações científicas (congresso, seminários, encontros etc. e publicações em periódicos, nesse período (anexar cópia dos comprovantes),

Até a presente data, não houve participações científicas fora da universidade. Contudo há intenção de participar do 19º SIICUSP - Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, bem como do VI Congresso de Iniciação Científica do USCS.

Declaramos para os devidos fins que, as informações contidas nesse documento são verdadeiras e autênticas.

Data ______/______/______ __________________________ Assinatura do Aluno ___________________________ Assinatura do orientador

Ciente:

Coordenador de Curso _________________________________

Diretor de Área _______________________________________

Parecer do Coordenador de Iniciação Científica

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INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O século XX foi marcado por inúmeras conquistas científicas, muitas delas decorrentes de sofrimentos humanos. Durante a Segunda Guerra Mundial, com o ataque às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, fomos capazes de conhecer a real proporção da energia liberada quando um átomo atinge a fissão nuclear. Os efeitos dessa liberação de energia usada nos armamentos podem ser observados até hoje, pois não só a população local de então, mas também seus descendentes, sofreram em decorrência da explosão nuclear. Entre os principais efeitos podemos apontar alterações genéticas, deformidades, como microcefalia, leucemia, câncer de pulmão, câncer de tiróide e doença da radiação.

Como vimos, os efeitos da bomba nuclear, portanto, são observados até hoje, pois são transmitidos às gerações futuras através do código genético.1 O Cientista Hermann Müller prêmio Nobel em 1943 pelos seus estudos sobre os efeitos genéticos da radiação, concluiu que o indivíduo exposto à radiação não tem apenas seu organismo biológico afetado, mas também, todo seu material genético, de forma que tal radiação certamente será transmitida para as gerações futuras deste indivíduo.2

Dentre os efeitos mais comuns observados nas gerações futuras podemos destacar alergia, asma, diabete juvenil, dentre outros. Tais mutações são transmitidas de gerações em gerações, o que pode levar à exterminação de um grupo familiar por estas enfermidades ou mesmo por morte antes da idade reprodutiva. Em grande escala, tal processo leva ao genocídio seletivo de famílias ou o suicídio da espécie.3

Além disso, o uso da produção nuclear – como fonte de energia nuclear – pode causar impactos ambientais gravíssimos, dentre os quais destacamos:4 a existência de risco de vazamentos durante a manipulação de material radioativo e a possibilidade de acidentes nos reatores nucleares, que colocam em risco toda a fauna e flora do nosso planeta, alterando, inclusive, sua cadeia genética. O que foi evidenciado recentemente no Japão na cidade de Fukushima onde se teve uma contaminação no gado, água, solo e pessoas.

Outro aspecto problemático que vale a pena ser mencionado nesta discussão é a produção de lixo radioativo resultante da produção da energia nuclear e o seu descarte. Sem dúvida, estamos diante de mais uma ameaça ao futuro das próximas gerações, colocando em risco, também, a vida no planeta.

A possibilidade de desvio de material nuclear de maneira ilegal para utilização em armamentos também é outro ponto relevante. Com relação a isso, a ONU tem tentado coibir e fiscalizar a produção da energia nuclear, uma vez que até hoje alguns

1NAKANISHI, Don. Children of the Atomic Bomb' Website Honors Hiroshima, Nagasaki Victims. UCLA International Institute the University of Califórnia. 28 jul. 2008. Disponível em: <www.international.ucla.edu/article.asp?parentid=95317>. Acesso em: 29 ago. 2010 2MÜLLER, Hermann. Radiation and Heredity. American Journal of Public Health , vol 54, no. 1, 1964, pp. 42-50. apud BERTELL, Rosalie. The problem: Nuclear Radiation and its Biological Effects. Disponível em: <http://www.ratical.com>. Acesso em: 09 ago. 2010. 3Idem. 4JANNUZZI, Gilberto de Martino. Energia: crise e planejamento.Disponível em HTTP://www.museulight.com.br/biblioteca/bibliotecadetalhe .aspx?tm=7&id=9. Acesso em 14 Mai. 2010.

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Estados alegam a necessidade do uso de energia para fins pacíficos como justificativa para a produção nuclear, sendo certo que, muitas vezes, a finalidade de seu uso é obscura.

Por outro lado, o uso da energia nuclear tem contribuído com diversos avanços no desenvolvimento da medicina, como por exemplo, no campo da medicina nuclear diagnóstica podemos citar o Raio-X, a ressonância magnética nuclear, tomografia computadorizada, bem como, substâncias que ajudam a diagnosticar o funcionamento dos órgãos e possíveis doenças em estágios iniciais utilizadas na cintilografia e outros benefícios no campo da medicina nuclear terapêutica.

Diante das inúmeras discussões sobre o uso da energia nuclear, em especial, após os horrores cometidos durante a segunda guerra mundial, surge um novo conceito de direitos. A dignidade da pessoa humana, como direito inerente ao indivíduo, passa a questionar a soberania estatal5, que, durante séculos, fundou as relações internacionais, constituindo verdadeiro atributo para a constituição de um Estado6· .

A partir da criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, iniciou uma mudança nas relações internacionais, buscando proteger a paz e a segurança internacionais. O valor humano passa a ser reconhecido como lei entre Estados7, de modo que poderíamos afirmar que a Soberania de um país deverá, no que diz respeito ao desenvolvimento de energia nuclear, ser limitado pela prevalência dos direitos humanos8.

Diante desses aspectos introdutórios, vale dizer que o uso da energia nuclear sem o devido controle representa uma verdadeira agressão aos direitos humanos, tendo em vista que nenhum povo no mundo pode se sentir razoavelmente seguro em vista de uma ameaça a sua existência e sobrevivência. O uso da produção nuclear sem o devido comprometimento de proteção para com o planeta e a humanidade viola não só o direito individual à saúde e à uma vida digna, livre de doenças (tais como câncer e deformações genéticas causadas pela radiação), mas também o direito à perpetuação de toda a humanidade atual e futura.

Ante o exposto, pesquisar sobre os efeitos da produção nuclear é extremamente importante e atual, principalmente no que diz respeito à manutenção do planeta e da perpetuação da humanidade. A discussão encontra fundamento na necessidade de analisar o princípio do desenvolvimento versus o princípio da solidariedade em face da proteção da humanidade, prevenindo novos acidentes nucleares e, consequentemente, garantindo que não violem a dignidade da pessoa humana e coloquem em risco sua própria existência e de suas gerações futuras.

5A soberania manifestada na ideia de que um determinado governo não se subordina a qualquer outra autoridade, Cf. J. F. REZEK. Direito Internacional Público – curso elementar. 10. ed. rev. e atual. 2. tir.- São Paulo: Saraiva, 2006, p. 224. 6Com a idéia de deter o direito do monopólio do uso da força dentro do território estatal Cf. A. DO AMARAL JÚNIOR, O direito de assistência humanitária. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 49. 7Afirma Celso Lafer que “a proclamação dos direitos do homem surge como medida deste tipo, quando a fonte da lei passa as ser o homem”. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arent. 2 re. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998, p. 123. 8Afirma Bobbio que “O reconhecimento e a proteção dos direitos do homem são base das constituições democráticas, e, ao mesmo tempo, a paz é pressuposto necessário para a proteção efetiva dos direitos do homem em cada Estado e no sistema internacional.” BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. tradução de Carlos Nelson Coutinho; apresentação de Celso Lafer / Nova Ed. Rio de Janeiro: 2004. p. 223.

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OBJETIVOS

O propósito deste projeto de pesquisa será o de pesquisar, sistematizar e interpretar as principais teorias sobre os efeitos mais importantes da produção de energia nuclear – tanto para fins bélicos, quanto para fins energéticos e medicinais, bem como analisar eventuais riscos decorrentes de seu uso indevido à humanidade (princípio da solidariedade), sobretudo em relação às possíveis violações aos direitos humanos. Além disso, foi analisado o impacto dessas possíveis violações, nas gerações futuras, considerando para tanto que a proteção à vida, à saúde, bem como ao meio ambiente seguro e saudável e à dignidade da pessoa humana é direito fundamental inerente a toda humanidade.

Ademais, depois de verificados os efeitos positivos e negativos dessa produção nuclear com base na pesquisa dos principais estudos já existentes sobre o tema, também foram analisados as leis nacionais e os tratados internacionais, aos quais o Brasil está submetido.

Por fim, foi verificada a postura do Poder Judiciário e da doutrina a respeito, analisando criticamente jurisprudências e posições doutrinárias concernentes à produção nuclear como ameaça ou não à sobrevivência e perpetuação da humanidade, já que estamos diante de um conflito entre direitos fundamentais.

Além do estudo dos trabalhos teóricos, esta pesquisa objetiva também a estimular a reflexão do tema no ambiente acadêmico. O intuito de ampliar o horizonte de estudo para além das disciplinas curriculares que tradicionalmente não incluem o estudo dos direitos humanos.

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REFERENCIAL TEÓRICO

A presente pesquisa partiu da análise dos tratados internacionais de não proliferação de armas nucleares, bem como mecanismos internacionais de proibição de desenvolvimento de energia nuclear. Dentre as principais legislações pesquisadas podemos citar o Tratado de Proscrição das Experiências com Armas Nucleares na Atmosfera, no Espaço Cósmico e Sob a Água, no qual em seu artigo primeiro trata de:“[...] a proibir, impedir e se abster de efetuar qualquer exploração experimental de armar nucleares ou qualquer outra exploração nuclear em qualquer lugar sob sua jurisdição ou controle.”9 Tal tratado visa a desestimular os Estados-Parte a produzirem mais material nuclear.

Alem disso, também foi pesquisado o tratado para a proscrição das armas nucleares na América latina e no caribe que, em seu preâmbulo, já deixa claro que seu objetivo é consolidar a paz no mundo, baseada na igualdade soberana dos estados.10

A Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua resolução n° 808, aprovou por unanimidade os principais pontos do programa do desarmamento nuclear, nos quais consistem, principalmente, na proibição total do emprego e da fabricação de armas nucleares e de todos os tipos de armar de destruição em massa.11

Outro mecanismo Internacional que visa à proteção da humanidade através da não proliferação de armas nucleares é o Tratado Sobre a não proliferação de armas nucleares, assinado em Moscou, Londres e Washington em 1968, que visa a cessar a corrida pela produção nuclear.

Ademais, outro ponto pesquisado foi quais os efeitos da radiação no ser humano e, foi possível verificar que tais efeitos não atingem apenas os indivíduos expostos, mas também as gerações futuras destes indivíduos.12

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também demonstra a preocupação com os efeitos das armas nucleares para a saúde dos povos, como observado no relatório de 1983:"[...] as armas nucleares constitui a maior ameaça imediata para a saúde e a sobrevivência da humanidade"13

Além disso, cabe ressaltar que como referencial teórico, foram pesquisadas as principais doutrinas a respeito dos Direitos Humanos. Podemos citar os autores Flávia Piovesan, Fabio Konder Comparato, Alexandre de Morais, cujas, as obras são muito importantes e muito citadas no campo de estudo de Direitos Humanos.

Outrossim, cabe ressaltar a leitura de obras de diversos autores renomados de direito Internacional, como Hildebrando Alccioly e Geraldo Eulálio Nascimento e Silva, bem como Francisco Rezek. Já na linha de direitos ambientais podemos citar Hugo Nigro Mazzilli, que defende que a produção nuclear não afeta apenas as pessoas

9SALIBA, Aziz Tuffi. Legislação de direito internacional. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2008. p.860. 10Ibidem. p. 868 11ASSEMBLEIA, Geral das Nações Unidas. Resolução 808. apud SALIBA, Aziz Tuffi. Legislação de direito internacional. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2008. p. 868. 12THE effects of nuclear weapons on human health. Disponível em: <http://www.laromkarnvapen. slmk.org /ENG/medicin.html>. Acesso em: 28 jan. 2011. 13Assembleia Mundial da Saúde, Resolução WHA 36,28, 16 de maio de 1983. Effects of nuclear war on health and health services. OMS Genebra 1984. apud THE effects of nuclear weapons on human health. Disponível em: <http://www.laromkarnvapen.slmk.org/ENG/medicin.html>. Acesso em: 28 jan. 2011.

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atingidas pela radiação, mas sim toda a humanidade, uma vez que ofende o meio ambiente.

Desta forma, conforme previsto foi realizada a leitura de obras que tratam da produção nuclear como ameaça ao meio ambiente, bem como, doutrinas que tratem do princípio da solidariedade em face dos Direitos Humanos. Coube incluir na pesquisa a crise nuclear do Japão e a postura de grandes potências no que se refere a produção de energia nuclear.

O estudos buscaram confrontar os dados colhidos sobre a utilização da energia nuclear e a Legislação Internacional atualmente em vigor, que procura garantir a proteção dos Direitos Humanos e da dignidade da pessoa humana, bem como a preservação do planeta e da humanidade.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

- pesquisas e sistematização de principais doutrinas e leis nacionais sobre a produção nuclear, bem como tratados internacionais e de legislações nacionais. As pesquisas foram realizadas em bibliotecas e pela internet com a consulta de livros, revistas, jornais, notícias etc.

- Análise crítica e comparativa dos resultados obtidos com as pesquisas; apontando sugestões observadas a legislações e as teorias pesquisadas;

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ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Desde o Egito Antigo já se previa um mecanismo de proteção do indivíduo frente ao Estado, mas provavelmente o código de Hammurabi (1690 aC.) foi a primeira codificação de tais direitos.14Daí se dizer que a evolução dos direitos fundamentais datam de longa data.

Alguns direitos fundamentais de acordo com os ensinamentos de Alexandre de Moraes, tais como a propriedade, a liberdade, a proteção aos direitos do cidadão, tiveram sua origem escrita nas “leis das doze tábuas”.15

No decorrer da história foram diversos os mecanismos que visavam à proteção do indivíduo perante o Estado. Estes mecanismos tiveram por intuito a preservação dos direitos individuais, de forma a limitar a atuação estatal. No entanto a Revolução Francesa foi um marco para os direitos fundamentais que deram base para a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948.16

Os pilares de sustentação da Revolução Francesa foram à liberdade, à igualdade e à fraternidade. Contudo, tais princípios careciam de efetividade, só que têm sido alcançados passo a passo, através de lutas por novas liberdades, as chamadas “eras do direito”,17 que, como ensina Francisco Rezek, tomaram a proporção de quatro gerações18.

Estas gerações, conforme ensina Norberto Bobbio, é marcada por uma etapa, na qual se configura por um acréscimo aos direitos do homem, tornando um consenso na doutrina internacional, distinguir os Direitos Humanos em primeira, segunda, terceira e quarta geração.19

Os Direitos Humanos de primeira geração são aqueles conquistados na Revolução Francesa e que estão estampados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, denominados direitos individuais, como a vida, a igualdade, liberdade. A passagem destes direitos para a segunda geração se deu com evolução da liberdade negativa de religião, de opinião para os direitos políticos e sociais, na qual tem uma intervenção direta do Estado.20

A segunda geração dos Direitos Humanos surge com a Revolução Industrial. O Estado intervém para assegurar direitos ao trabalho, à educação, a saúde, etc. São os direitos sociais, civis e políticos. Para Paulo Bonavides, tais direitos nasceram abraçados ao princípio da igualdade, do qual “não se pode separar”,21 pois a sua

14MORAES, Alexandre. Direitos fundamentais: teoria geral, comentarios aos artigos 1° ao 5° da Constituição da República Federativa do Brasil: doutrina e jurisprudência. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 6. 15Idem. 16COMPARATO, Fabio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 6. ed. rev. e atual.- São Paulo: Saraiva, 2008. p. 225. 17BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. Tradução de: COUTINHO, Carlos Nelson; apresentação de Celso Lafer / Nova Ed. Rio de Janeiro: 2004. p. 5. 18REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 10. ed. rev.e atual.2. tir.- São Paulo, Saraiva, 2006. 19BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. Tradução de: COUTINHO, Carlos Nelson; apresentação de Celso Lafer / Nova Ed. Rio de Janeiro: 2004. p. 80. 20Ibidem. p.83-84. 21BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional..17. ed. São Paulo:Malheiros Editores, 2005. p. 564.

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separação equivaleria a separação “da razão de ser amparada e estimulada”.22O processo de passagem destes direitos, do indivíduo para a coletividade, onde visa a amparar a coletividade, grupo de pessoas, exemplo seriam as minorias étnicas, religiosas e toda a humanidade em seu conjunto.23

Os Direitos Humanos de terceira geração são os direitos de solidariedade, a proteção do patrimônio histórico, cultural e ambiental, busca repreender os danos ambientais e assegurar uma vida digna, para as gerações presentes e futuras. São os direitos difusos, que amparam a coletividade “uti singulis”24. A transição destes direitos se deu do homem genérico para o homem com status social.25

A Quarta Geração de Direitos Humanos - e que desponta no cenário internacional, sendo alvo de discussões em razão dos efeitos da revolução da biotecnologia na vida humana, como a biociência, alimentos transgênicos, clonagem, inseminação artificial e o uso da energia nuclear - buscam o equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a preservação da humanidade. Nasceu do perigo à vida, à liberdade e à segurança, provenientes do aumento tecnológicos.26

Sabemos dos diversos benefícios trazidos pela descoberta da energia nuclear e suas aplicações, no campo da medicina, com o tratamento de diversos tipos de doenças, bem como, no campo da medicina diagnóstica.

No processo de fissão nuclear, o núcleo é dividido em normalmente dois núcleos-filho de massas comparáveis27, ocorrendo grande liberação de energia. Essa energia, que inicialmente opera a ligação do núcleo, passa a compor a energia de ligação do novo núcleo e a energia cinética dos produtos da fissão. 28

Os radioisótopos produzidos em reatores nucleares ou aceleradores de partículas têm sido freqüentemente associados a substâncias químicas na formação de compostos chamados de radiofármacos29, os quais se associam a determinado tecido ou órgão humano objetivando o diagnóstico de doenças. Há várias técnicas de utilização dessas substâncias. A Cintilografia é um dos exemplos dessas técnicas mais conhecidas.

Dentro ainda do campo da medicina diagnóstica podemos destacar os desenvolvimentos na geração de imagens que ocorreram no campo da tomografia e que possibilitam a formação de imagens de uma parte específica do corpo, tanto por meio da incidência externa de raios-X, quanto da injeção endovenosa ou ingestão de radioisótopos30.

O uso básico das radiações nucleares na terapia é para a destruição dos tecidos do corpo que são indesejáveis e que não funcionam corretamente, tais como os tumores

22BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional..17. ed. São Paulo:Malheiros Editores, 2005. p. 564. 23 BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. Tradução de: COUTINHO, Carlos Nelson; apresentação de Celso Lafer / Nova Ed. Rio de Janeiro: 2004.p. 84. 24Idem. 25Idem. 26Ibidem. p. 229. 27HISTÓRIA da Energia Nuclear. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/historia-da-energia-nuclear-3.php>. Acesso em: 12 dez. 2010. 28SILVESTRE, Cínthia Helena Claudino. et al. A energia nuclear e seus usos na sociedade. 2007 Disponível em: http://www.fis.unb.br/petfisica/artigos/Energia_nuclear_e_seus_usos_na_sociedade.htm acesso em: 5 de abr. 2010. 29 Idem. 30Idem.

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cancerígenos ou mesmo da glândula tireóide hiperativa31. Isso é feito com as habilidades ionizantes das radiações nucleares.

No entanto, fica claro que os efeitos negativos sob a humanidade do uso demasiado desta fonte de energia. Destacamos, por exemplo, o dano ao meio ambiente causado pelo lixo radioativo, problema que também foi foco da Agenda 21,32 oficializada por ocasião da “cúpula da Terra” 33, quando a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente. O objetivo dessa conferência foi o de criar um mecanismo que pudesse dar um subsídio as ações governamentais e da sociedade “em prol de desenvolvimento sustentável”.34

Os diversos mecanismos de proteção ao meio ambiente visam a um direito fundamental da pessoa humana, fundado no princípio da solidariedade, que guarda relação tanto com a preservação do meio ambiente, quanto o desenvolvimento nuclear como fonte de energia.

Norberto Bobbio, discorrendo sobre a importância dos direitos humanos, assinala que "o mais importante deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de viver num ambiente não poluído.35

A preservação da integridade do meio ambiente é expressão constitucional de um direito fundamental que assiste à generalidade das pessoas e que os preceitos do artigo 225, CF/88, traduzem a consagração constitucional, em nosso sistema de direito positivo, de uma das mais expressivas prerrogativas asseguradas às formações sociais contemporâneas. Reforça, pois, o caráter de fundamentalidade de tal direito a partir das características que lhe agregam a perspectiva histórica de gerações dos direitos fundamentais, a materializar “poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente e de modo difuso a todos a consagrar o princípio da solidariedade 36.” E tal premissa, fundamenta tanto no preceito da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente (1972), como na posição doutrinária de diversos autores. E a condição do direito ao meio ambiente como direito fundamental, ainda que louvável do ponto de vista argumentativo para o fortalecimento dos valores constitucionalmente protegidos.37

O direito a um meio ambiente saudável foi concebido como direito do homem na Declaração de Estocolmo, de 1972, sendo colocado como direito fundamental: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao gozo de condições de vida adequadas num meio ambiente de tal qualidade que lhe permita levar uma vida

31SILVESTRE, Cínthia Helena Claudino. et al. A energia nuclear e seus usos na sociedade. 2007 Disponível em: http://www.fis.unb.br/petfisica/artigos/Energia_nuclear_e_seus_usos_na_sociedade.htm acesso em: 5 de abr. 2010. 32AGENDA 21. Eco news.Disponível em: < http://www.ecolnews.com.br/agenda21/> acesso em : 02 fev. 2011. 33MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco. doutrina. jurisprudência. glossário. 5. ed. Ver., atual. e amp.-São Paulo: Revista Dos Tribunais, 2007. p. 91. 34Idem. 35 BOBBIO, Norberto. Era dos direitos. Tradução de: COUTINHO, Carlos Nelson; apresentação de Celso Lafer / Nova Ed. Rio de Janeiro: 200. P 84. 36MAGALHÃES, Túlio Reis. Será o direito ao meio ambiente sadio e equilibrado um direito fundamental? Em busca da nota de fundamentalidade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Vol. 3. N. 2 jul-dez. 2006. Disponível em:< http://www.publicacoesacademicas. uniceub.br/index.php/prisma/issue/view/ 43>. Acesso em 30 mai. 2011. 37Idem.

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digna e gozar do bem-estar, e tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações”. 38

Indubitavelmente, a proteção ao meio ambiente deve ser considerada como um meio para se conseguir o cumprimento dos direitos humanos, de forma que a lesão praticada ao ambiente importará em infração a outros direitos fundamentais do homem, como a vida, a saúde, o bem estar; direitos estes também reconhecidos internacionalmente.

O uso da radiação-nuclear como fonte de energia, passou por um declínio de interesse durante algum tempo, principalmente após acidentes envolvendo esse tipo de energia, como ocorreram em Three Mile Island (Estados Unidos) e Chernobyl (Ucrânia).39

Hoje em dia, percebe-se um aumento no interesse de alguns países em adotar essa tecnologia, devido principalmente à sua grande eficiência, comparando-se a outros tipos de geração de energia especialmente pelo fato de que o “dejeto” rejeitado das usinas nucleares serem extremamente prejudiciais ao meio ambiente, inclusive no seu armazenamento. Vale ressaltar que, dentre as formas de geração de energia, a nuclear é uma das que produzem menor quantidade de rejeitos e que recebe maior precaução quanto a seu armazenamento A grande dificuldade, no entanto, é que o “lixo radioativo” pode durar até milhões de anos emitindo radioatividade40. Cada usina possui lugar reservado para guardar todo esse material até que se encontre uma solução definitiva para o problema.41 Porém, o fato de não se ter uma solução adequada para o lixo radioativo, torna um problema constante, pois, pode gerar incidentes nucleares a todo o momento.

Não só o armazenamento do lixo radioativo vem sendo objeto de preocupação no meio internacional, mas também os acidentes nucleares podem causar. Um dos maiores exemplos já presenciados, foi o acidente causado por lixo radioativo na Usina de Chernobyl na Ucrânia com a maior repercussão mundial.

Em abril de 1986, durante a madrugada o sistema de segurança da Usina foi desligado e a capacidade dos reatores reduzida, o reator emergencial não funcionou e ocorreu o acidente, deixando aproximadamente 137 mil Km² do território da Ucrânia contaminados.

Recentemente, o mundo se desdobrou em cima do Japão após as catástrofes naturais ocorridas neste país, pois após Tsunami e terremotos o país sofreu com o risco de radiação nuclear após a elevação da temperatura dos reatores por falta de energia elétrica para o resfriamento destes, ocorreu a contaminação do solo, água, animais e levou grandes potencias tais como Alemanha, Suíça e pensar em outras fontes de energia renováveis de menor potencial lesivo42.

38 FERREIRA FILHO, Manuel Gonçalves. Direito humanos fundamentais. 10. ed. Sâo Paulo: Saraiva, 2008. p. 62. 39HANK, Holger. Acidente nuclear em Three Mile Island. Disponível em: <http://www.dw-world.de/dw/article/0,,782511,00.html>. Acesso em: 10 dez. 2010. 40SILVESTRE, Cínthia Helena Claudino. et al. A energia nuclear e seus usos na sociedade. 2007 Disponível em: http://www.fis.unb.br/petfisica/artigos/Energia_nuclear_e_seus_usos_na_sociedade.htm>. Acesso em: 5 de abr. 2010. 41Idem 42ENERGIA polemica: crise nuclear no Japão demonstra a impossibilidade de estabelecer padrões de segurança absolutamente confiáveis em usinas atômicas. Jornal do Advogado, São Paulo, p. 16-17. jul. 2011. p. 16.

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Outro aspecto a ser tratado é o problema de vazamentos na manipulação de matérias radioativas, que podem vir a ocasionar acidentes de grandes proporções,43 uma vez que a energia liberada toma proporções gigantescas e ocasiona problemas tanto ao meio ambiente quanto a pessoas expostas a radiação como visto nas cidades japonesas.

O Brasil tem sofrido também com a falta de cuidados no manuseio da tecnologia nuclear, o que fica evidenciado com o trecho da reportagem a seguir: “uma semana antes da visita da Agencia Internacional de Energia Atômica ( AIEA) à mina de urânio de Caetité ( BA), o instituto de Águas da Bahia ( Ingá) determinou a suspensão imediata do uso da água nos poços da cidade onde se detectou a presença de radioatividade além do permitido pelo Ministério da Saúde. Em um dos pontos, o nível chegou a 40 vezes o recomendado.”44

O ano de 2010 foi marcado por diversas discussões acerca do tema. Em maio de 2010, por exemplo acorreu na sede da ONU a revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). O TNP é um tratado internacional marco, cujo objetivo é impedir a propagação de armas nucleares e tecnologia de armas, para promover a cooperação no uso pacífico da energia nuclear e promover o objetivo de alcançar o desarmamento nuclear e desarmamento geral e completo. O TNP representa o “único compromisso vinculativo de um tratado multilateral” 45com meta a ser cumprida pelos Estados acerca do desarmamento nuclear.

Nos ensinamentos do professor Rezek, os Estados Unidos e a Antiga União Soviética deram inicio em 1972 às negociações chamadas SALT (strategic arms limitations talk) para realizar uma limitação, tanto quantitativa como qualitativa, dos seus aparatos nucleares.46 Foi o primeiro passo para o fim da, então chamada, “Guerra Fria”, que teve como principais participantes os Estados Unidos da America e por outro lado a antiga União Soviética, o projeto se encerrou na década de 1990 com a assinatura do presidente Bush e Gorbachev ao tratado chamado START.

Durante a guerra fria, os Estados Unidos haviam afirmado seu direito de usar a bomba nuclear em caso de ataque. Naquela época, o bloco soviético gozava no cenário europeu de uma vantagem esmagadora no que se refere às forças armadas e poder de fogo. A OTAN previa que uma investida dessas forças seria implacável em caso de conflito. 47

Quanto ao armamento nuclear, alguns tratados buscaram “limitar a periculosidade dos testes e experiências com bomba atômica”.48 O Tratado de 1968 sobre a não proliferação das armas atômicas favorece o monopólio por parte dos Estados, que na época já dominava esta tecnologia.

43WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Energia nuclear. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki /Energia_nuclear>. Acesso em: 30 abr. 2010. 44BAMBACE, Danielle. Um passo para a frente: sai a licença ambiental de parque eólico em Caetité ( BA) e região: é o contraponto da historia de terror que a exploração de urânio feita na cidade leva à população. Revista Greenpeace. Jan-fev-mar- 2010. p. 13. 45ORGANIZAÇÃO das Nações Unidas. Documento final da conferencia de revisão do TNP 2010. Disponível em: <http://www.un.org/en/conf/npt/2010/ >. Acesso em: 10 nov. 2010. 46REZEK, Francisco. Direito internacional público:curso elementar. 10. ed. Ver. E atual. 2. tir.- São Paulo: Saraiva, 2006. p. 378. 47HARRISON, Selig S.. Obama e a ameaça das armas nucleares. Le Monde: diplomatique Brasil, São Paulo, n. 33, p.11-44, 01 abr. 2010. Mensal. Disponível em: <http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php ?id=667>. Acesso em: 11 mai. 2010. 48REZEK, Francisco. Direito internacional público:curso elementar. 10. ed. Ver. E atual. 2. tir.- São Paulo: Saraiva, 2006. p. 377.

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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem importante papel na Segurança Nuclear e nas ações Internacionais para Prevenção do Terrorismo Nuclear e Proteção de Materiais Físseis e Segurança Nuclear em geral envolvendo “a prevenção e a detecção de roubo, sabotagem, acesso não-autorizado, transferência ilegal ou outros atos maliciosos envolvendo material nuclear, outras substâncias radioativas ou as instalações a ela associadas, bem como a resposta a esses eventos”.49

No campo jurisprudencial, o Comitê da Cruz Vermelha a respeito do julgamento do uso do poder nuclear define o poder de destruição das armas nucleares como uma categoria própria, ainda assim, não existe uma proibição abrangente ou universal quanto a seu uso no Direito Internacional. No entanto, em julho de 1996, o Tribunal Internacional de Justiça concluiu que o Direito Internacional Humanitário (DIH) se aplicava ao uso de armas nucleares e que esse uso seria, de modo geral, contrário aos princípios e regras do DIH.50

No entanto, o Tribunal Internacional de Justiça considerou que "[...] O poder destrutivo das armas nucleares não pode ser contido em tempo ou espaço [...]. A radiação liberada por uma explosão nuclear afetaria a saúde, a agricultura, os recursos naturais e a demografia de uma área muito ampla. Além disso, o uso de armas nucleares representaria um sério perigo às futuras gerações".51

Desta forma, de acordo com voto do juiz Herczegh, do Tribunal Internacional de Justiça, a respeito dos "princípios fundamentais do direito internacional humanitário poderão ser preservados se proibir categoricamente e de forma inequívoca o uso de armas de destruição em massa, incluindo armas nucleares"52, sendo uma forma de preserva a humanidade.

Ainda é importante relatar a questão da bioética na produção nuclear, sendo que conforme Agamben, destaca que essa figura reaparece no século XX nos campos de concentração ou de extermínio em que as pessoas são reduzidas à vida nua e precária do homo sacer por estarem excluídos da proteção jurídica da lei. No campo de concentração, os sujeitos foram esvaziados da vida política, enquanto cidadãos, já que foram excluídos do âmbito da lei moral e jurídica e reduzidos à pura vida nua e crua, condição na qual eles são matáveis, porque não tem mais a proteção do direito. 53 Com a produção nuclear para fins bélicos podemos evidenciar o homem excluído da proteção jurídica uma vez que, em caso de uso da bomba nuclear o Estado fica impossibilitado de dar proteção aos seus cidadãos.

Nesta mesma ótica ressalta-se que esses espaços de exclusão jurídica em que pessoas são reduzidas à precariedade da sua vida natural não são anomalias do passado, 49TIMM, Paulo. A ameaça nuclear persiste. Disponível em: <http://independenciasulamericana.com.br /2010/04/ameaca-nuclear-persiste/>. Acesso em: 11 maio 2010. 50VERMELHA, Comite internacional da cruz. As armas nucleares e o Direito Internacional Humanitário. Disponível em:< http://www.icrc.org/Web/por/site por0.nsf/htmlall/Nuclear%20weapons? OpenDocument>. Acesso em 10 abr 2011. 51VERMELHA, Comitê Internacional da Cruz. Por um fim à era das armas nucleares. Declaração de Jakob Kellenberger, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Genebra, 20 de abril de 2010, ante o Corpo Diplomático acreditado em Genebra: Documentos Oficiais.Disponível em:< http://www.icrc.org/Web/por/sitepor0.nsf/htmlall/Nuclear%20weapons?OpenDocument>. Acesso em 20 jun 2010. 52 Revista Internacional de la Cruz RojaLuigi Condorelli. La corte internacional de justicia bajo El peso de lãs armas nucleares. 31-1-1997. Disponivel em: < www.icrc.org>. Acesso em 20 jun. 2010. 53 AGAMBEN, G. Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001 apud JUNGES, José Roque. Bioética perspectivas e desafios. Coleção Focus. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999.

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que podem ser circunscritas apenas à ideologia nazista como se tenta fazer crer, ao contrário, são a própria matriz oculta do espaço político atual, acontecendo em Guantánamo, nos campos de refugiados. Desta forma, podemos observar que a bioética engloba não só a exclusão jurídica, mas também a questão da produção nuclear de forma a atingir as populações afetadas pelo efeito da radiação tanto pelo uso bélico quanto pelo uso da energia em casos de acidentes como recentemente vistos, o que se questiona é, ate que ponto o poder soberano dos Estados pode inferir na vida privada dos particulares tornando-os objetos de todos os experimentos e violações.

Assim, a ética da qualidade de vida54 e garante que abusos cometido como na época do nazismo não sejam aceitos pela sociedade, e foi exatamente com a eugenética nazista, as quais deram origem à primeira declaração sobre ética em pesquisa, o Código de Nuremberg (1947).55

No campo da produção nuclear é importante ressaltar que a bioética exerce papel importante de forma a questionar até que ponto pode-se valer desta fonte para a produção de energia sem considerar os efeitos decorrentes dela na sociedade como um todo, já que seus afeitos negativos atingem toda a humanidade.

54Agencia Fiocruz de noticias. Bioética: o estudo da moralidade dos atos humanos sobre o ‘mundo vital´. Disponível em < http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=181&infoid= 1141&sid=3>. Acesso em 20 jun 2011. 55ARÁN, Márcia; PEIXOTO JÚNIOR, Carlos Augusto. Vulnerabilidade e vida nua: bioética e biopolítica na contemporaneidade. Revista de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública do Estado de São Paulo. Journal of Public Health., v.4, p.849 - 857, 2007. P. 853.

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CONCLUSÃO

Assim, os dados levantados pela pesquisa apontam para uma incerteza a respeito da produção nuclear, uma vez que grandes potências como os Estados Unidos forçam países a não desenvolverem técnicas de produção nuclear, mas, em contrapartida, investem na produção de energia atômica para fins de demanda por energia. Além disto, não se desfazem nem mesmo de ogivas nucleares remanescentes da Segunda Guerra Mundial. O que aumenta a preocupação por parte da comunidade internacional especialmente no tocante aos reflexos negativos das pesquisas nucleares para o fim de matriz energética, conforme a Legislação Internacional de Proteção aos Direitos Humanos supracitada.

O que se espera é uma desaceleração da produção nuclear como fonte de energia após o incidente de Fukushima no Japão e principalmente com a iniciativa da Alemanha e Suíça em buscar outras fontes mais seguras de energia.

Importante ressaltar que não só o problema de vazamento afeta a vida no planeta mais também o problema do lixo radioativo, produzido pelo processo de transformação do átomo em energia Contudo, no campo da medicina apresenta grande evolução nos diagnósticos de doenças possibilitando tratamentos mais eficazes, tornando a vida dos pacientes mais dignas em casos de doença como o câncer.

A produção nuclear afeta a dignidade da pessoa humana de forma negativa direta quando usada como armamento nuclear bélico, de forma indireta quando usada como fonte de energia, uma vez que sempre existirá o risco de incidentes nucleares que afetará não só a geração presente mais também as futuras gerações.

Talvez como não como há uma resposta absoluta em relação a energia nuclear, os Estados devam investir em outras fontes de energia tais como a eólica que apesar de exigir um investimento maior tem-se um proveito mais efetivo dos recursos naturais sem gerar tamanha destruição como no caso da energia nuclear garantindo assim uma efetividade dos direitos humanos

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