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1 Relatório Final de Projeto PROJETO: Avaliação de condições para ampliação da utilização de sistema de cobrança eletrônica nas praças de pedágio de rodovias federais. Setembro de 2017

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Relatório Final de Projeto

PROJETO: Avaliação de condições para ampliação da utilização

de sistema de cobrança eletrônica nas praças de pedágio de

rodovias federais.

Setembro de 2017

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FICHA TÉCNICA

Contratada: Fundação Luiz Englert / LASTRAN (UFRGS)

Contratante: Triunfo CONCEPA

Objeto: Avaliação de condições para ampliação da utilização de sistema de

cobrança eletrônica nas praças de pedágio de rodovias federais

EQUIPE TÉCNICA

Helena Beatriz Bettella Cybis, PhD

Ana Margarita Larranaga, Dra

Felipe Caleffi, Doutorando

Apoio

Gabriel Alvez Weimer, Graduando

Laísa Braga Kappler, Graduanda

Manon Buisson Mais, Graduanda

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ÍNDICE

1 Introdução ............................................................................................................................. 5

2 Cobrança eletrônica de pedágios ........................................................................................... 7

2.1 Componentes de um ETC ............................................................................................. 7

2.2 Benefícios de um sistema ETC ................................................................................... 12

2.3 Uso do ETC no Brasil ................................................................................................. 18

3 Estudos de adoção da tecnologia ......................................................................................... 19

3.1 Estudo de Nova Iorque ................................................................................................ 19

3.2 Estudos de Taiwan ...................................................................................................... 20

4 Tipos de cobrança ............................................................................................................... 28

4.1 Interoperabilidade........................................................................................................ 30

4.2 Cobrança através de aplicativos de smartphone .......................................................... 33

5 Pesquisa para avaliação da percepção dos usuários da Triunfo Concepa sobre os sistemas

de cobrança eletrônica atualmente disponíveis ........................................................................... 36

5.1 Questionário de pesquisa ............................................................................................. 36

5.2 Coleta de dados ........................................................................................................... 37

5.3 Análise descritiva dos dados ....................................................................................... 38

5.4 Modelagem dos dados ................................................................................................. 54

5.5 Método ........................................................................................................................ 56

5.6 Considerações finais .................................................................................................... 60

6 mobcash – aplicativo triunfo concepa ................................................................................. 64

6.1 Desenvolvimento do aplicativo e sistemas de apoio ................................................... 64

6.2 Descrição dos processos de comunicação com usuários para lançamento do mobcash

......................................................................................................................................69

6.3 Descrição das iniciativas para apoio ao sistema – informação a usuários................... 70

7 Análise da operação do mobcash ........................................................................................ 72

7.1 Avaliação ergonômica da operação de cobrança do MobCash ................................... 78

8 Simulação da operação do mobcash .................................................................................... 85

8.1 Construção da plataforma de modelagem para simulação .......................................... 85

8.2 Cenários modelados .................................................................................................... 87

8.3 Resultados das simulações .......................................................................................... 89

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9 Avaliação de cenários operacionais de intensificação do uso de dispositivos eletrônicos de

cobrança nas praças da concessionária ...................................................................................... 102

9.1 Pesquisa sobre disponibilidade dos usuários ............................................................. 102

10 Considerações finais .......................................................................................................... 126

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 130

Apêndice 1 ................................................................................................................................ 136

Apêndice 2 ................................................................................................................................ 140

Anexo 1 ..................................................................................................................................... 150

Anexo 2 ..................................................................................................................................... 163

Anexo 3 ..................................................................................................................................... 165

Anexo 4 ..................................................................................................................................... 167

Anexo 5 ..................................................................................................................................... 170

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1 INTRODUÇÃO

Este documento apresenta o relatório final do projeto “Avaliação de condições

para ampliação da utilização de sistema de cobrança eletrônica nas praças de pedágio de

rodovias federais”. Este projeto tem por objetivo avaliar as condições que viabilizem a

ampliação da utilização de sistema de cobrança eletrônica em rodovias e será

desenvolvido no trecho sob concessão da Concepa.

Operadoras de estruturas rodoviárias em todo o mundo buscam intensificar a

transição do pagamento de pedágio em dinheiro, para sistemas de cobrança eletrônica.

Um crescente número de operadoras já mantém sistemas de cobrança eletrônica

exclusiva (All-Electronic Tolling - AET). Os benefícios destes sistemas são percebidos

por várias óticas (Chaudhary, 2003): (i) óptica da operadora - que objetiva reduzir o

custo de operação e manutenção da praça de pedágio, facilitar as transações financeiras

e reduzir o número de colaboradores diretos; (ii) óptica do usuário - que busca evitar as

perdas de tempo em fila, e em ações adicionais como busca da carteira, pagamento, etc.

Adicionalmente, outros benefícios globais dos sistemas de cobrança eletrônica são

considerados pelas agências de transportes como: o aumento da capacidade de serviço, a

redução do congestionamento e das emissões veiculares (Tseng et al., 2014).

A Concessionária da Rodovia Osório-Porto Alegre (Triunfo Concepa)

administra um trecho de 121 km de rodovia entre a cidade de Osório (BR-290/RS) e

Guaíba (BR-116/RS), no Rio Grande do Sul. A concessionária utiliza o sistema de

cobrança automática neste trecho desde o ano de 2006, havendo atualmente 8 cabines

instaladas nas três praças de pedágio. Dados de operação destas cabines mostram que

aproximadamente 30% do total do tráfego que circula nestas praças utilizam o sistema

automático de cobrança.

Considerando este contexto, este projeto tem como objetivos específicos: (i)

aprofundar a análise dos fatores que influenciam na decisão dos usuários da

concessionária Triunfo Concepa em utilizar sistemas de cobrança eletrônica, (ii) estudar

cenários de ampliação desta população, através da implantação de um sistema de

cobrança eletrônico baseado no aplicativo da Concepa e (iii) propor medidas para

ampliação do número de usuários.

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Este relatório parcial apresenta atividades e resultados relativos às seguintes

atividades: (a) Revisão do estado da arte da prática em cobrança eletrônica viária; (b)

Pesquisa para avaliação da percepção dos usuários da Triunfo Concepa sobre os

sistemas de cobrança eletrônica atualmente disponíveis, e dos fatores que estimulariam

usuários a aderir à cobrança eletrônica; (c) Simulação de sistema piloto alternativo de

cobrança eletrônica.

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2 COBRANÇA ELETRÔNICA DE PEDÁGIOS

Muitos países têm buscado alternativas para a melhoria do desempenho em

praças de pedágio através do uso de novas tecnologias. A redução do tempo das

transações de pedágio contribui para reduzir atrasos e alivia o congestionamento do

tráfego. Estas reduções têm sido normalmente obtidas através da introdução de sistemas

automatizados de pagamento, que envolvem desde máquinas automáticas de cobrança

(ACM), até cobrança eletrônica de pedágios (eletronic toll collection – ETC) com a

implementação de tecnologias ITS (Intelligent transport systems) de identificação

automática de veículos (AVI) (Klodzinski et al., 2008).

Máquinas de cobrança automáticas (ACM) permitem a coleta de vários métodos

de pagamentos, como moedas, fichas, cartões inteligentes e cartões de crédito, sem a

necessidade de um coletor. A cobrança eletrônica de pedágios (eletronic toll collection

– ETC) é um dos métodos mais complexos e recentes de cobrança. Embora esteja em

uso há mais de 20 anos, sistemas de ETC continuam a evoluir. ETC melhora a

velocidade e a eficiência do fluxo de tráfego, economizando tempo dos motoristas,

contribuindo para a redução de emissões veiculares e variabilidade nos tempos de

viagem. (Persad et al., 2007).

Sistemas ETC permitem a cobrança do pedágio sem a necessidade de um

operador e podem permitir que os veículos passem por uma praça de pedágio sem exigir

qualquer ação ou parada do motorista (Klodzinski et al., 2008). Ao identificar que o

veículo passante está registrado, o sistema automaticamente efetua a cobrança, e, em

função dos recursos tecnológicos associados ao sistema, pode também fornecer outros

benefícios como alertar as autoridades rodoviárias locais sobre usuários não

cadastrados.

2.1 Componentes de um ETC

A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma

transação. Os dois componentes mais importantes são o reconhecimento do veículo e a

identificação da conta do usuário. O reconhecimento do veículo pode ser realizado

através de sensores no pavimento ou em pórticos elevados, câmeras, comunicação

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veículo-via, ou a combinação destes. A identificação da conta do usuário para cobrança

é obtida através da vinculação do “ID” do veículo a uma conta de usuário, geralmente

através de um banco de dados relacional (Sangole et al., 2015).

2.1.1 Máquinas automáticas de cobrança (ACM)

Máquinas automáticas de cobrança (ACM) são utilizadas na cobrança

automática de pedágios. Moedas e tokens (Cartões, Cartões de crédito, Moedas,

QRCodes) são aceitos pelas agências de operação. Esse método reduz o tempo de

transação e processamento. Este método também reduz os custos operacionais. Neste

sistema, quando o veículo para na cabine de pedágio, o operador também pode aceitar

moedas ou tokens (moedas são contadas automaticamente por sistemas de contagem

eletrônicos). Ainda nestes sistemas, o operador que faz a cobrança pode ser dispensado,

caso a cabine de pedágio aceite apenas pagamentos automáticos. (Sangole et al., 2015).

A Figura 1 ilustra o pagamento de um pedágio em que uma máquina automática de

cobrança é utilizada. Após o usuário inserir as moedas no cesto de coleta, uma máquina

faz a operação de contagem monetária e liberação da cancela de pedágio.

Figura 1: Exemplo de pedágio com ACM. (Fonte: gettyimages.com)

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2.1.2 Câmeras aéreas (Video tolling)

O uso de câmeras aéreas para a identificação de veículos em pedágio é

referenciado como video tolling, como ilustra a Figura 2. O pedágio através de vídeo é

feito por meio da identificação / reconhecimento da placa de licença (license plate

identification / recognition – LPI/R). Quando um veículo passa pelo local de

identificação, câmeras em pórticos aéreos registram uma fotografia da placa de licença.

Um software de reconhecimento óptico de caracteres (OCR) é então usado para ler a

imagem da placa, e o número é verificado em uma base de dados para encontrar o

proprietário associado ao veículo. Neste tipo de sistema, os veículos não necessitam

fazer paradas, ou sequer reduzir suas velocidades durante o processo de identificação.

Figura 2: Exemplo de video tolling

Um exemplo de um sistema de identificação de veículos através de vídeo é o

TollChecker, um mecanismo automático de cobrança de pedágio para caminhões nas

rodovias da Alemanha (Figura 3) (Persad et al., 2007).

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O TollChecker captura dados tridimensionais e lê placas de licença

independentemente das mudanças de faixa e da velocidade do veículo.

O TollChecker identifica a classe dos veículos e verifica o preço a ser

pago pelo veículo.

Todos os dados dos caminhões que pagaram o pedágio ou veículos que

não são obrigados a pagar o pedágio são registrados.

Funciona em conjunto com os sistemas de posicionamento global (GPS)

e com comunicação dedicada de curto alcance (DSRC).

Figura 3: Toll Checker – Alemanha (Persad et al., 2007)

2.1.3 Comunicação veículo-via

Sistemas de comunicação veículo-via normalmente incluem uma unidade de

bordo veicular (on-bourd unit – OBU), que pode ser um transponder ou uma etiqueta de

identificação de radiofrequência (RFID) que identifica automaticamente o veículo. Esta

tecnologia também é conhecida como comunicação dedicada de curto alcance (DSRC).

À medida que o veiculo equipado com uma OBU passa sob um pórtico com um

transmissor, ele responde aos sinais de rádio. Sinais laser e infravermelho também já

foram testados em alguns locais, porém o espectro de frequência de rádio fornece o

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maior nível de precisão. Um exemplo do uso é o Sistema E-ZPass, que é um dos

sistemas de transponders mais empregado nos Estados Unidos (Figura 4) (Virginia

Department of Transportation, 2008).

Figura 4: Exemplo do Sistema E-ZPass (Fonte: HowStuffWorks.com)

Estes tags eletrônicos podem ser classificados de acordo com o grau em que

podem ser programados.

Tipo I: o chip não possui nenhuma capacidade de processamento e a

informação contida é fixa (somente pode ser lida) – usualmente é apenas

um número de identificação.

Tipo II: estes chips possuem uma área de atualização que pode ser usada

para codificar informações como tempo e ponto de entrada.

Tipo III: Estes chips contêm um microprocessador. Eles podem ser

usados para comunicar informações como o saldo da conta, e

informações do motorista e do veículo para sensores na rodovia. As tags

de tipo III também são chamadas de tags inteligentes (smart tags).

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2.2 Benefícios de um sistema ETC

Quando comparados aos sistemas de cobrança manual, a implementação do ETC

traz também benefícios econômicos e ambientais. Benefícios reportados incluem: (i)

redução das transações e do tempo de espera; (ii) trajetos percorridos mais rapidamente;

(iii) redução no consumo de combustível; (iv) redução de congestionamento nas praças

de pedágio e arredores; (v) redução da poluição do ar; e (vi) redução dos custos de

operação (Crabtree et al., 2008).

Existem controvérsias sobre a redução de custos operacionais dos sistemas ETC.

Técnicos argumentam que a redução de custo é dependente de condições locais. Os

custos da implantação e manutenção dos sistemas de cobrança eletrônica podem ser

significativos e a economia no custo operacional depende do percentual de usuários que

adere ao sistema.

2.2.1 Benefícios quanto à capacidade

Típicos sistemas ETC podem melhorar o fluxo de tráfego através da área de

pedágio. De acordo com o estudo de Persad et al. (2007), que apresenta as melhoras

práticas de sistemas ETC internacionais, cobranças manuais de pedágio possuem

capacidade média de atender até 400 veículos por hora (vph) por faixa. Já os métodos

automáticos de cobrança, como as máquinas automáticas de cobrança (ACM) possuem

capacidade de atender em torno de 500 vph por faixa. Em uma faixa de tráfego com

ETC, a capacidade pode atingir 1200 vph. Estes valores correspondem a uma estrutura

de praça tradicional, onde estas faixas ETC estão localizadas nas extremidades da praça.

Quando a praça de pedágio tem cobrança 100% eletrônica, ela é chamada de all-

electronic tolling (AET), e a capacidade pode chegar a 1800 vph por faixa. Uma faixa

AET oferece uma taxa de fluxo cinco vezes maior do que em uma faixa manual.

No cenário nacional, estudos de Araújo (2001) e Oliveita et al. (2003) apontam

capacidades menores para sistemas de cobrança manual e automática. Para Araújo

(2001) e Oliveira et al. (2003), a capacidade em cobranças manuais varia de 148 a 237,

e 183 a 211 vph por faixa, respectivamente. Ainda para Araújo (2001), pagamentos com

cartões aumentam a capacidade de cobrança para até 364 vph por faixa, e com a

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identificação automática de veículos a capacidade é de 1129 vph por faixa; valor este

próximo aos 1200 vph apontado por Persad et al. (2007) para rodovias internacionais.

Em sua dissertação, Oliveira (2004) destaca dez estudos internacionais

apresentados entre os anos de 1991 e 2002, que apontam que cobranças manuais de

pedágio possuem capacidade média entre 225 a 450 vph por faixa. Cobranças

automáticas (ETC) possuem capacidade média entre 950 a 1200 vph por faixa. E praças

com all-electronic tolling (AET) possuem capacidade de 1800 a 1920 vph por faixa.

Estes dados são compatíveis com os apresentados na revisão de Persad et al. (2007).

A implementação de ETC proporciona uma drástica redução nos tempos de

transação e espera em praças de pedágio. De acordo com o Departamento de

Transportes dos EUA (USDOT), o ETC aumenta a capacidade das faixas de pedágio em

até 250%. Analisando exemplos específicos de instalações ETC, pesquisas anteriores

descobriram que uma faixa FasTrak na Califórnia pode manipular três vezes mais

veículos por hora (vph) do que uma faixa de coleta manual. Na Flórida, um estudo

realizado pelo Transportation Research Board estimou que uma faixa de E-Pass

aumenta a capacidade de uma faixa de praça convencional em 50 a 160%. Uma faixa E-

ZPass em Nova Iorque pode acomodar 1000 veículos por hora, em comparação com os

450 veículos por hora das faixas com cobrança manual. Além disso, uma comparação

entre coleta manual, máquinas automáticas de cobrança e E-ZPass apontam que as

capacidades por faixa são de 400 vph para cabines com cobrança manual, 500 vph para

faixas com máquinas automáticas, 1000 vph para E-ZPass em que as velocidades dos

veículos estão abaixo de 20 mph e 1500 vph para E-ZPass utilizando faixas expressas

onde não há necessidade de redução de velocidade (Crabtree et al., 2008). A Tabela 1

apresenta um resumo das capacidades para os estudos de Persad et al. (2007) e Crabtree

et al. (2008).

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Tabela 1: Resumo das capacidades com ETC

Tipo de cabine

Capacidade Manual

Máquinas

automáticas

ETC E-Zpass

Velocidade < 32mph Sem redução

de velocidade

Veículo por hora (vph) 400 500 1000 1500

(Crabtree et al., 2008)

Tipo de cabine

Capacidade Manual

Máquinas

automáticas

ETC

Praça pedágio mista All electronic

tolling (AET)

Veículo por hora (vph) 400 500 1200 1800

(Persad et al., 2007)

Tipo de cabine

Capacidade Manual

Máquinas

automáticas

Rodovias Brasileiras

Praça pedágio mista All electronic

tolling (AET)

Veículo por hora (vph) 148 a 237 364 1129 -

(Araújo, 2001; Oliveira et al. 2003)

2.2.2 Benefícios quanto ao tempo de viagem

Com ETC, os motoristas têm o benefício de viagens mais rápidas. Até o ano de

2008, em Nova Escócia – Canadá, os benefícios do ETC foram altamente dependentes

da economia de tempo de viagem. Em Orange County – Califórnia, o ETC economizou

aos motoristas mais de 6 milhões de horas por ano devido à redução do

congestionamento. No estado de Washington, o ETC sem redução de velocidades

permite uma viagem mais rápida. Em Nova Jersey, estimativas indicam que E-ZPass foi

responsável por uma economia de aproximadamente 1,3 milhões de horas por ano para

os usuários ETC. Antes da implementação do sistema ETC, os usuários em New Jersey

desperdiçavam 2,4 milhões de horas por ano esperando para pagar pedágios (Foster,

2006; Washington State Department of Transportation, 2008).

No Estado de Washington, entre 01/06/2015 e 01/06/2016, sistemas ETC em

quatro diferentes locais (SR 520 Bridge; Tacoma Narrows Bridge; I-405 express toll

lanes; SR 167 HOT Lanes) resultaram numa redução de 12 minutos na média dos

tempos de viagem. Os sistemas de identificação de evasores coletaram $2,6 milhões em

pedágios não pagos. Neste período, 46,6 milhões de transações foram realizadas nestas

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praças de pedágio. Deste total, cerca de 75% das transações foram realizadas através do

sistema ETC (Washington State Department of Transportation, 2016).

2.2.3 Benefícios quanto ao consumo de combustível

Redução no consumo de combustível é outro benefício de sistemas ETC. Em um

estudo de motoristas no New Jersey Turnpike, as economias de combustível foram de

aproximadamente 1,2 milhão de galões anuais depois que a cobrança manual foi

substituída por ETC. De acordo com o USDOT, o ETC ajudou a reduzir o consumo de

combustível em 6 a 12% (Crabtree et al., 2008).

2.2.4 Benefícios ambientais

Em comparação com a cobrança manual de pedágio, o ETC tem um impacto

ambiental positivo, através da redução da poluição atmosférica. Reduz as emissões de

veículos parados em congestionamento, e em aceleração e desaceleração nas praças de

pedágio. Na Flórida, as emissões de monóxido de carbono (CO) foram reduzidas em

7,29% após a implementação do ETC. O Federal Highway Administration (FHWA)

observou as seguintes reduções nas emissões por milha onde o ETC foi implementado:

(i) monóxido de carbono (CO) foi reduzido em 72%, hidrocarbonetos (HC) em 83% e

óxidos de nitrogênio (NOx) em 45%. Os benefícios da qualidade do ar decorrentes da

implantação do E-ZPass no New Jersey Turnpike incluem redução das emissões de

carbono orgânico volátil (COV) e de NOx, em 0,35 toneladas e 0,056 toneladas por dia,

respectivamente. O USDOT creditou ao ETC uma redução de 45 a 80% nas emissões

dos veículos (Crabtree et al., 2008).

Estudos relatam que o sistema ETC em três praças de pedágio nos Estados

Unidos (Baltimore – Maryland), com faixas ETC dedicadas localizadas nas

extremidades de uma configuração de praça tradicional resultou em uma redução de

40% a 63% de hidrocarbonetos e monóxido de carbono, e aproximadamente 16% de

redução de óxido de nitrogênio na área de estudo (Saka e Agboh, 2002).

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2.2.5 Taxas de uso de sistemas ETC

A experiência com pedágio eletrônico no estado de Maryland completou 16 anos

em abril de 2015. Como avaliação deste período de 16 anos, verificou-se que o uso do

E-ZPass tem crescido consistentemente a cada ano. Mais de 1,4 milhões de E-ZPass

transponders estão sendo usados, e 75% de todo o tráfego usa E-ZPass para pagar os

pedágios. 93% e 77% dos clientes que utilizam a Ponte Hatem e a Ponte Key pagam

respectivamente com E-ZPass e 96% usam E-ZPass nas I-95 Express Toll Lanes –

faixas de pedágio expressas (Maryland Transportation Authority, 2015).

Sistemas ETC são associados a estratégias de apoio na identificação de usuários

evasores. Sistemas ETC tipicamente incluem um sistema de monitoramento por vídeo

que captura uma imagem do veículo evasor e a placa de licença, tornando possível

rastreá-lo, além de fornecer prova da infração. Em Maryland, com Video Tolling, os

proprietários de veículos infratores recebem um Aviso de Taxa Devida (NOTD) ao usar

qualquer um dos oito pedágios do estado. O NOTD permite que o proprietário do

veículo pague a transação do pedágio dentro de 30 dias sem penalidades ou taxas

adicionais (Maryland Transportation Authority, 2015).

No ano de 2013, no Nova Jersey Turnpike, a taxa de uso do E-ZPass para carros

de passeio foi de 80% do total de veículos; para veículos comerciais, esse porcentual é

de 89,3%, resultando numa média geral de 81,2%. No Garden State Parkway, a taxa de

uso do E-ZPass é de 78,1% (New Jersey Turnpike Authority, 2014). No Estado da

Carolina do Sul, na rodovia I-85, até dezembro de 2012, o sistema ETC representava

35% do total de transações. No primeiro ano (2008), esta porcentagem foi de 29%

(Connector 2000 Association, 2013).

O Estado de Illinois utiliza o sistema I-PASS, semelhante ao sistema E-ZPass.

Para os quatro pedágios existentes (Jane Addams Memorial Tollway; Tri-State Tollway;

Reagan Memorial Tollway; Veterans Memorial Tollway), a porcentagem de uso do

ETC em 2013 foi de, respectivamente: 84,9%; 84,2%; 88,4%; 91,1%. No geral, o estado

possui uma taxa de uso do ETC de 86,4% (Illinois Tollway, 2014).

A MTA Bridges and Tunnels, administradora de túneis e pontes do Estado de

Nova Iorque, reporta que em 2013, nas dez praças de pedágio o percentual de uso do E-

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ZPass foi de 85,6%, com uma variação de 77,3% a 94,4% (MTA Bridges and Tunnels,

2013).

Um estudo realizado na Florida (Florida Turnpike), indicou que a conversão de

um sistema de cobrança de pedágio tradicional para um sistema 100% ETC resultou em

uma redução média nas colisões de 76% no total de colisões na região do pedágio.

Deste percentual, houve 75% de redução nas colisões com lesões e fatalidades, e 68%

de redução nas colisões com apenas danos materiais. Para colisões traseiras e resultantes

de trocas de faixas, a redução foi de 80% e 74%, respectivamente. Já a avaliação da

conversão de sistema híbrido de cobrança para sistemas de cobrança totalmente

eletrônica (AETC), reporta redução das colisões de 24%, 28% e 20%, para

respectivamente colisões total, com lesões e fatalidades, e com apenas danos materiais.

Para colisões traseiras, a redução foi de 15%, e para colisões laterais de 22%

(Abuzwidah e Abdel-Aty, 2015).

Em Portugal, nas rodovias A8 e A15, administradas pela Auto-Estradas do

Atlântico – SA, no ano de 2014 o percentual de usuários ETC (conhecido como Via

Verde) foi de 70,8%. Os pagamentos com dinheiro correspondem a 14,7%, enquanto

pagamentos com cartão de crédito são de 14,3%. Num comparativo de evolução do Via

Verde, é possível perceber um aumento anual (61,1% em 2010; 64,8% em 2011; 68,9%

em 2012; 70,1% em 2013) (Auto-Estradas do Atlântico - SA, 2014).

2.2.6 Layout das praças de pedágio com sistema ETC

O layout padrão das praças de pedágio com sistemas ETC nos Estados Unidos

busca dar prioridade aos usuários deste sistema. Usuários que fazem o uso de

pagamento manual devem desviar sua trajetória (Figura 5) para realizar o pagamento.

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Figura 5: exemplo típico de layout das praças de pedágio com ETC nos Estados

Unidos (Fonte: gettyimages.com)

2.3 Uso do ETC no Brasil

No período de janeiro de 2011 a julho de 2012, em 14 rodovias federais, em

média, 35% do volume de tráfego foi realizado por meio do sistema de cobrança

automático (TCU, 2013). A título de exemplo, na concessão BR-290 (Osório-Porto

Alegre), administrada pela concessionária Concepa, o indicador aponta que 30% do

tráfego fez uso do sistema de cobrança automático neste período. Nas concessões do

Estado de São Paulo, esse indicador é de 55%, o que mostra o potencial crescimento

desse sistema nas concessionárias federais.

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3 ESTUDOS DE ADOÇÃO DA TECNOLOGIA

O sucesso da cobrança eletrônica depende em parte do desempenho do sistema e

do seu nível de penetração no mercado. O último aspecto é importante porque na

maioria dos sistemas o uso da cobrança eletrônica é voluntário, uma vez que uma opção

de dinheiro está frequentemente disponível. Como a adesão ao sistema raramente se

aproxima de 100%, os planejadores de transportes devem compreender os aspectos

comportamentais que moldam a decisão de usar (ou não usar) a cobrança eletrônica. De

fato, pesquisas sobre a adoção da tecnologia revelaram que há sempre grupos de

usuários que, por uma razão ou outra, estão relutantes em adotar novas tecnologias.

Identificar esses segmentos – juntamente com a compreensão da natureza de seu

processo de tomada de decisão – poderia ajudar os planejadores a projetar e

implementar políticas para aumentar o uso de tais sistemas (Chen et al., 2007).

3.1 Estudo de Nova Iorque

O estudo de (Holguín-Veras e Preziosi, 2011), que investigou os fatores que

influenciam na decisão dos usuários em utilizar sistemas de cobrança automática na

região da cidade de Nova Iorque – EUA (E-ZPass), destaca algumas variáveis com

impacto positivo no aumento do percentual de cobrança eletrônica: (a) conhecimento

dos condutores quanto ao desconto financeiro oferecido pelos sistemas de cobrança

eletrônica; (b) o número de viagens realizadas na rodovia; (c) idade (d) possuir

formação acadêmica; (e) renda e; (f) facilidade do uso. O estudo ainda aponta que

campanhas de divulgação ajudam a aumentar a conscientização sobre os benefícios do

uso destes sistemas de cobrança de pedágio. Nesta região, o objetivo do uso de sistemas

de cobrança eletrônica é a redução dos frequentes congestionamentos.

Dados foram coletados através de ligações a usuários que usaram a rodovia com

frequência semanal, nos últimos 3 anos. O estudo foi baseado em um questionário com

perguntas abertas e fechadas. Os entrevistados foram solicitados a fornecer informações

sobre sua idade, raça, sexo, educação, renda, emprego e estrutura familiar. A idade

média dos respondentes foi de 44,1 anos, com um desvio padrão de 15,5, indicando que

a amostra tinha uma representação de idade bastante diversa. Os dados demonstraram

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que 79.8% dos indivíduos possuíam nível de instrução superior ao ensino médio

(Holguín-Veras e Preziosi, 2011).

Quanto à percepção do sistema ETC, as perguntas incluíram: razões para o uso;

percepções quanto ao sistema E-ZPass; e conhecimento quanto aos descontos oferecidos

pelo sistema. O sistema E-ZPass corresponde a 73,27% do total de transações. 42,57%

dos usuários desconheciam os descontos do sistema. No geral, os usuários apresentavam

uma percepção positiva do sistema. Usuários do ETC valorizam o tempo economizado.

Apenas 8% estão felizes com o fato de que o uso do dinheiro não é mais necessário.

Ainda, apenas 7% dos usuários mencionaram que os descontos possuem impacto.

Quanto às questões negativas do sistema E-ZPass, destacam-se a preocupação com as

falhas do sistema; invasão de privacidade; complexidades de uso do sistema (Holguín-

Veras e Preziosi, 2011).

Quanto as recomendações por parte dos não-usuários do sistema, destacaram-se

um maior desconto; aumento da velocidade nas cabines (faixas exclusivas com alta

velocidade); garantir que as informações coletadas não serão usadas por terceiros;

facilitar o acesso aos tags. Ainda, usuários com renda anual inferior a $35.000,00 são

propensos a ser contra a adoção do ETC. Conforme a renda aumenta, cresce a

propensão a aceitar o sistema (Holguín-Veras e Preziosi, 2011).

3.2 Estudos de Taiwan

Para aumentar a eficiência das rodovias de Taiwan, o governo local decidiu

promover uma política de cobrança de pagamento eletrônico de pedágios no ano de

2004. O objetivo principal da implantação de sistemas ETC foi a redução dos

congestionamentos. Antes deste período, a cobrança era realizada de forma totalmente

manual. O plano inicial era de converter os pedágios de uma cobrança manual, para um

sistema totalmente eletrônico, até o ano de 2013. No entanto, a pouca adesão ao sistema

(menos de 50%), levou as autoridades a reconsiderar a implementação total do ETC.

Esta pouca adesão incentivou a realização de estudos acadêmicos com o objetivo de

investigar o comportamento dos usuários quanto ao novo sistema (Chiou et al., 2013).

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3.2.1 Estudo inicial

O estudo de (Chen et al., 2007) teve o objetivo de compreender os motivos da

intenção dos usuários de aderir ou não o sistema ETC. Os modelos usados na pesquisa

com os usuários foram de “aceitação de tecnologia” (technology acceptance model –

TAM) e a “teoria do comportamento planejado” (theory of planned behavior – TPB),

que buscaram compreender a aceitação de novas tecnologias e investigar o

comportamento dos usuários.

Para desenvolver a pesquisa, foram realizados questionários com motoristas de

veículos privados que ainda não faziam uso do sistema ETC. Os questionários

empregaram uma escala Likert de cinco pontos. Os questionários foram realizados em

diversos locais públicos de lazer ao longo das rodovias. Primeiramente, foi perguntado

aos participantes se eles tinham instalado uma OBU (On-board unit) para usar o serviço

ETC. Em caso afirmativo, após uma breve elucidação da finalidade de pesquisa, foram

convidados a participar e completar o questionário da pesquisa. 77,25% eram do gênero

masculino. 86,67% dos entrevistados possuíam graduação ou pós-graduação (Chen et

al., 2007).

Entre os resultados, destaca-se que percepção dos motoristas sobre o sistema foi

um dos fatores mais importantes quanto à intenção de adotar o sistema ETC. Por

exemplo, o alto preço para instalação de uma OBU pode aumentar o grau de rejeição ao

sistema, resultando em um decréscimo na adesão ao ETC. Outro ponto importante da

análise foi de que usuários satisfeitos com o sistema podem influenciar os não-usuários

a aderir, visto a tendência das pessoas a aderir à norma social (Chen et al., 2007).

3.2.2 Demais estudos

Acreditava-se que a baixa taxa de adoção do ETC em Taiwan foi devido à

desconfiança das pessoas neste sistema e na politica governamental. O estudo de Jou et

al. (2011) teve o objetivo de investigar os fatores que afetam a disposição dos

motoristas de rodovias a adotar o serviço eletrônico de cobrança de pedágio. Este estudo

foi realizado tanto com usuários quanto com não-usuários de sistemas ETC. A pesquisa

considerou os efeitos de campanhas de mídia e boca-a-boca na mudança de opinião dos

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usuários quanto ao sistema. Os entrevistados foram especificamente perguntados sobre

suas impressões sobre políticas e estratégias de coleta de pedágio eletrônico

disseminadas através da mídia e do boca-a-boca antes e após a operação do ETC. o

modelo de pesquisa adotado por Jou et al. (2011) é o mesmo apresentado em (Chen et

al., 2007).

Os dados sócio demográficos do estudo de Jou et al. (2011) são semelhantes ao

de (Chen et al., 2007). A Tabela 2 expõem os principais resultados do questionário –

valores correspondem à pontuação média baseada em escala Likert, que variou de 1 a 5

(discorda plenamente = 1; neutro = 3; concorda plenamente = 5). O questionário

abordou questões como esperada utilidade e facilidade; atitudes do governo; esperado

controle comportamental; e intenção por adotar o serviço de ETC.

Os resultados mostram que a pontuação média da eficácia percebida pelos

usuários do sistema ETC é maior do que a eficácia esperada dos não-usuários (para os

quatro indicadores). Resultados semelhantes aplicam-se a "atitudes", "normas sociais",

"controle comportamental" e "intenção". Quanto à "facilidade de uso", "atitude de

governo" e "risco", existe diferentes indicadores significativos para usuários de ETC e

não usuários.

Quanto às normas sociais e esperado controle comportamental, de maneira geral

os não-usuários do sistema ETC apresentam restrições quanto a uma potencial invasão

de privacidade que um sistema desses geral – ao coletar dados pessoais. Não-usuários

ainda destacam que instalar uma OBU representa uma perda, tanto financeira quanto de

tempo.

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Tabela 2: Principais resultados da pesquisa realizada por Jou et al. (2011).

Premissas (usuários/não

usuários) Indicadores Itens

Usuários

ETC

Não usuários

ETC teste-t

Percebida/esperada utilidade

A1 Passagem mais rápida pela cabine de pedágio quando usando via

de ETC 4.2 3.9 -4.51''

A2 Passagem mais tranquila quando usando via de ETC 4.1 3.7 -5.11''

A3 Facilidade de pagamento quando do uso de via ETC 4.2 3.8 -4.67

A4 Chegada ao destino mais rápida ou tempo de viagem mais

controlável quando do uso de via ETC 4.0 3.4 -5.29''

Percebida/esperada facilidade

de uso

B1 Acredito que dominar o uso do cartão de pagamento do ETC é

fácil - 3.2 -

B2 Eu acredito que operar a OBU é fácil 3.3 3.3 -5.63''

B3 Eu acredito que dominar o uso do cartão de pagamento do ETC é

conveniente 3.7 - -

B4 De maneira geral, usar o ETC é fácil 4.1 - -

Atitude do governo

C1 O processo de cobrança de ETC utilizado pelo governo é

transparente justo e correto - 2.7 -

C2 A promoção do governo pela OBU para o ETC é proativa - 3.2 -

C3 De maneira geral, o governo tem tentado veementemente

promover a política de uso do ETC 3.1 3.1 -3.07

Atitudes

D1 Eu acredito que gostaria de usar o ETC 4.1 3.3 -9,72''

D2 Eu acredito que o uso do ETC é correto 4.1 3.1 -8.11''

D3 Eu acredito que usar o ETC seria uma boa experiência 3.9 3.4 -7.87''

D4 Eu acredito que a política de ETC é uma boa estratégia 4.1 3.1 -6.17''

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Premissas (usuários/não

usuários) Indicadores Itens

Usuários

ETC

Não usuários

ETC teste-t

Normas sociais E1 Eu conheço pessoas importantes na minha vida que acreditam que

eu deveria instalar a OBU para o uso do ETC 3.8 2.9 -9.05''

Percebido/esperado controle

comportamental

G1

De maneira geral, eu acredito que instalar a OBU para o uso de

ETC representa uma perda (em ambos sentidos, financeira e de

tempo)

2.4 3.0 5.47

G2 Falando de maneira geral, é perigoso informar minhas

informações pessoais para uma empresa - 3.4 -

G3 O uso de um sistema de ETC pode invadir a minha privacidade

(por exemplo, monitorando e controlando minhas viagens) - 3.3 -

Intenção por adotar o serviço

de ETC

H1 Eu vou reter/instalar a OBU e usar o sistema ETC 4.0 2.6 -13.34''

H2 Eu vou recomendar para meus amigos e parentes a instalação da

OBU e usar o sistema ETC 3.7 2.6 -10.06''

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Já o estudo de Jou et al. (2013) buscou investigar o preço que os usuários estão

dispostos a pagar por uma OBU (on-board unit) em um sistema ETC. Um modelo de

preferência declarada foi usado para obter os valores que os usuários estão dispostos a

pagar em três níveis diferentes de uso. Para evitar o viés de estimativa devido a uma

grande porcentagem com um desejo “zero” de pagar, um “modelo de pico” foi usado.

Na pesquisa com usuários, foram levantados dados sócio demográficos; características

de viagem; se possui uma OBU; os motivos de não desejar instalar uma OBU. Ainda,

foram concebidos cenários admitindo preços e descontos de uma OBU, para posterior

pesquisa de preferência declarada.

A disposição para pagar por uma OBU varia entre os condutores que percorrem

diferentes distâncias de viagem. Portanto, neste estudo (Jou et al., 2013), as distâncias

de viagem são categorizadas em três segmentos: distância curta (50 km), distância

média (de 51 a 150 km) e longa distância (acima de 151 km). Nos três segmentos, mais

de 80% dos condutores são do sexo masculino, especificamente 85% para distâncias

curtas, 88% para distâncias médias e 84% para distâncias longas. Em termos de idade, a

faixa etária de 50 a 59 anos tem os maiores percentuais em todos os segmentos, 31%,

35% e 32%, respectivamente. Quanto à frequência mensal de uso da rodovia, o

segmento de curta distância tem a maior média (10 vezes), seguido pelo segmento de

média distância (7 vezes) e, finalmente, o segmento de longa distância (6 vezes). 70%

dos respondentes não possuem uma OBU instalada. Os motivos para não instalar a

OBU são descritos Tabela 3.

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Tabela 3: Motivos para não instalação de OBUs (Jou et al., 2013)

Item Curta distância Média distância Longa distância

Motivos para não instalar a OBU (respostas

múltiplas)

Muito cara 270 (37,09%) 89 (32,25%) 56 (35,44%)

A instalação não é conveniente 66 (9,07%) 28 (10,14%) 14 (8,86%)

Não é conveniente adicionar crédito 52 (7,14%) 21 (7,61%) 14 (8,86%)

Não costuma viajar na rodovia 296 (40,66%) 123 (44,57%) 68 (43,04%)

Outro 44 (6,04%) 15 (5,43%) 6 (3,8%)

Total de amostras 728 276 158

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Resultados estimam que o desejo a pagar (DAP) (Willingness to pay) por uma

OBU é $24,20 para curta distância; $27,63 para médias distâncias; $43,54 para longas

distâncias. No período em estudo, o preço de uma OBU era de $39,91. Os resultados

indicaram também que o atual sistema não é conveniente para os usuários que possuem

dois veículos (82% do total), pois a OBU necessita ser instalada individualmente e não

pode ser compartilhada com outros veículos. A remoção da restrição de um veículo

encorajaria o uso de OBUs (Jou et al., 2013).

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4 TIPOS DE COBRANÇA

Na Europa, há três formas usuais de cobrança: (i) esquemas de cobrança baseada

na distância percorrida; (ii) esquemas de cobrança baseada no tempo de uso da via; e

(iii) Esquema de cobrança local (European Commission, 2015).

A primeira categoria é amplamente adoptada em toda a Europa. A maioria dos

regimes de cobrança baseia-se no princípio de que uma taxa é paga pelo usuário com

base na utilização efetiva da infraestrutura rodoviária em causa. Um veículo é cobrado

proporcionalmente pela utilização da rodoviária. A Tabela 4 apresenta as principais

estruturas de cobrança eletrônica da Europa.

Tabela 4: Principais estruturas de cobrança eletrônica da Europa.

Estruturas de

cobrança Tecnologia empregada País

Fluxo livre GNSS com ANPR, e/ou

DSRC Hungria, Eslováquia, Bélgica (2016)

Fluxo livre GNS com Infravermelho

e/ou DSRC Alemanha

Fluxo livre DSRC

Áustria, Bielorrúsia, República Tcheca,

Polônia, Portugal, Turquia, Reino

Unido (Cruzamento de Dartford)

Fluxo livre ANPR Reino Unido (Cruzamento de Dartford)

Fluxo livre ANPR e DSRC OBU Portugal (A22, ..., A25)

Fluxo livre Tacógrafo Liechtenstein, Suíça

Fluxo livre RFID Turquia

Redes com praças de

pedágio DSRC

Bósnia e Herzegovina, Croácia, França,

Grécia, Irlanda, Itália, Noruega,

Polônia, Sérvia, Espanha, Reino Unido

A segunda categoria é referida como esquemas de Vignette. Um veículo, seja um

veículo leve ou um veículo pesado, precisa comprar um Vignette que lhe permite fazer

uso de uma certa infraestrutura rodoviária por um período específico de tempo

(geralmente alguns dias). A taxa a pagar é independente da utilização efetiva da

infraestrutura rodoviária.

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A terceira categoria aplica-se principalmente às zonas urbanas e às

infraestruturas específicas em que o usuário é cobrado por atravessar um cordão ou

ponto, ou trafegar em determinadas zonas.

Outro estudo desenvolvido em Taiwan buscou investigar o comportamento dos

usuários na adoção de ETC, baseado em cobrança por distância percorrida. Este estudo

desenvolve um modelo de “escolha de desagregação” baseado em um questionário em

grande escala com motoristas de carro particulares. Para reconhecer a diferença de

preferências entre usuários, um modelo de “classe logit latente (LCM)” foi usado para

classificar os entrevistados em diferentes grupos sem segmentação subjetiva (Chiou et

al., 2013).

O questionário utilizado no estudo de Chiou et al. (2013) pode ser dividido em

duas partes principais. A primeira parte foi relacionada à preferência revelada e teve

como objetivo compreender a adoção e o uso pelo motorista do sistema ETC, que

também foram utilizados como variáveis de características de segmento, e incluíram

dados socioeconômicos, padrões de uso de rodovias, comportamento e preferências de

adoção do ETC. Após, as variáveis adequadas para inclusão no modelo LCM foram

selecionadas. A segunda parte estava relacionada com a preferência declarada. As

perguntas de cenário foram projetadas com um método de preferência declarada que

define o valor padrão de atributos diferentes, de modo que os respondentes possam

escolher entre diferentes alternativas.

O comportamento de adoção do sistema ETC foi influenciado principalmente

por padrões socioeconômicos e padrão de uso de rodovias. O estudo de preferência

declarada foi concebido com quatro alternativas (Chiou et al., 2013):

1. Modelo tradicional ETC (e-pass);

2. Serviço de navegação GPS mais e-pass;

3. Plano experimental de marketing;

4. Plano de cobrança no final do mês.

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Tanto o plano de marketing experiencial quanto o plano de cobrança no fim de

mês são projetados para aqueles veículos sem unidade de bordo ETC equipada (ou seja,

e-pass) e usam a tecnologia de reconhecimento de placas para identificar os veículos

que passam por cancelas de pedágio ETC. As percentagens de entrevistados que

escolheram o e-pass tradicional, GPS+e-pass e planos de marketing experiencial foram

37,1%, 7,5% e 22,6%, respectivamente. Essas três opções de depósito antecipado

representaram 67,1% dos entrevistados, com 32,9% dos entrevistados escolhendo o

plano de cobrança no fim de mês. Os resultados mostram que 67,1% dos entrevistados

preferiram o método de pagamento antecipado e que o sistema mais popular era o

tradicional e-pass (Chiou et al., 2013).

4.1 Interoperabilidade

Na Europa, a proliferação de tecnologias para os sistemas eletrônicos de

cobrança (ETC) e seus respectivos modelos empresariais distintos têm limitado a

interoperabilidade em muitas fronteiras nacionais, dificultando assim o mercado interno.

Os vários sistemas europeus de cobrança eletrônica, introduzidos a nível local e

nacional, a partir da segunda metade da década de 1990 são geralmente não

interoperáveis e cada um deles exige que os veículos sejam equipados com uma etiqueta

eletrônica ou uma unidade de bordo (OBU) diferente. A Figura 6 ilustra diferentes

OBUs utilizados por países europeus, destacando a necessidade de uma melhor

interoperabilidade (European Commission, 2015).

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Figura 6: Diferentes OBUs utilizados por países europeus (European Commission,

2015)

Atualmente, os transportadores internacionais necessitam de muitas unidades de

bordo e contratos com empresas de cobrança, além de um certo número de Vignettes,

para cobrir toda a sua rede de tráfego. A variedade de acordos de tarifação rodoviária na

Europa significa que os utilizadores não recebem, em toda a União Europeia, preços

consistentes e incentivos para uma utilização mais sustentável da infraestrutura

(European Commission, 2015).

A fim de acelerar o processo complexo de interoperabilidade dos sistemas, a

Comissão Europeia publicou em 2004 a Direciva 2004/52/CE, visando a

interoperabilidade dos sistemas ETC na União Europeia, mediante a criação de um

serviço europeu de cobrança eletrônica (EET), complementar aos serviços nacionais dos

Estados-Membros. Os EETs foram definidos por um conjunto de regras contratuais que

permitem aos operadores prestar serviços como (Dias et al., 2014; European

Commission, 2015):

Um único contrato entre o utilizador e o fornecedor do EET, dando

acesso ao serviço em toda a rede;

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Um conjunto de normas e requisitos técnicos, incluindo questões

técnicas, processuais e jurídicas;

A Decisão 2009/750/CE da Comissão entrou em vigor em 8 de Outubro de

2009, após a sua notificação aos Estados-Membros. Esta decisão de execução

estabeleceu os requisitos essenciais deste serviço válidos em toda a UE e estabelece as

normas obrigatórias, as especificações técnicas e as regras de funcionamento. As

principais normatizações dizem respeito a (Dias et al., 2014; European Commission,

2015):

Estados-Membros devem manter registros eletrônicos nacionais de suas

redes de pedágio e empresas cobradoras;

Estados-Membros devem facilitar a troca de informações entre países e

empresas cobradoras;

Empresas cobradoras de pedágio devem estabelecer os seus sistemas

eletrônicos de cobrança em conformidade com as normas técnicas

referidas na legislação.

Os Provedores dos EETs precisam atender a uma série de requisitos,

incluindo certificação ISO, e ser capazes de demonstrar a capacidade de

fornecer serviços de ETC.

Nos Estados Unidos, a interoperabilidade de cobrança existe entre os locais que

usam os transponders E-Zpass (Virginia, Pennsylvania, Nova Jersei, Nova Iorque, New

Hempshire, Maine). Também há interoperabilidade entre os locais com I-Pass (Illinois,

Indiana) (Crabtree et al., 2008). No estado de Washington, o WSDOT está trabalhando

para garantir que o passe “Good to Go!” possa trabalhar com todas as estruturas de

cobrança eletrônicas dos Estados Unidos (Washington State Department of

Transportation, 2016).

Para alcançar a interoperabilidade, o WSDOT adotou uma abordagem

multidimensional (Washington State Department of Transportation, 2016):

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Desenvolvimento de um protocolo de transponder padronizado em todo o

país.

Participação na discussão nacional de interoperabilidade.

Liderar esforços de coordenação com as agências de transporte da

Califórnia para desenvolver uma interoperabilidade regional inicial.

4.2 Cobrança através de aplicativos de smartphone

Cobranças de pedágio através de aplicativos de smartphone têm sido

mencionadas na literatura como opção em sistemas ETC emergentes (European

Commission, 2015). Atualmente, destacam-se dois casos de implantação de aplicativos

desenvolvimentos nos Estados Unidos.

4.2.1 FastToll App

O FastToll App é um aplicativo para smartphone desenvolvido pelo estado de

Illinois para pagamento de pedágios. Este aplicativo faz uso de geo-localização para

determinar a posição do usuário na rodovia. Uma vez que o sistema detecta sua

aproximação à praça de pedágio, o veículo tem seu pedágio registrado eletronicamente,

sem a necessidade de parada na praça. Para tanto, usuários do FastToll utilizam as

faixas ETC do I-Pass nas praças de pedágio do estado. O pagamento da viagem é

realizada através de cartão de crédito – após a viagem, o usuário faz o pagamento. A

Figura 7 ilustra imagens das telas principais do aplicativo, onde é possível identificar

informações como: pedágios a serem pagos; mapa da rodovia; histórico de viagens;

histórico de pagamento, etc.

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Figura 7: Telas principais do aplicativo FastToll

4.2.2 PayTollo App

O PayTollo App é um aplicativo para smartphone desenvolvido pelo estado da

Flórida para pagamento de pedágios. Este aplicativo também faz uso de geo-localização

para determinar a posição do usuário na rodovia. Uma vez que o sistema detecta sua

aproximação à praça de pedágio, o veículo tem seu pedágio registrado eletronicamente,

sem a necessidade de parada na praça. Para tanto, usuários do PayTollo utilizam as

faixas ETC das praças de pedágio do estado. O pagamento da viagem é realizada

através de cartão de crédito (pagamento pode ser feito após a viagem com cartão de

crédito; ou o usuário pode inserir créditos em sua conta do PayTollo). A Figura 8 ilustra

imagem da tela principal do aplicativo, onde é possível identificar informações como:

formas de pagamento; veículos cadastrados (aplicativo permite o cadastro de mais de

um veículo na conta); notificações; histórico de transações; mapa da rodovia, etc.

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Figura 8: Tela principal do aplicativo PayTollo

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5 PESQUISA PARA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DA

TRIUNFO CONCEPA SOBRE OS SISTEMAS DE COBRANÇA

ELETRÔNICA ATUALMENTE DISPONÍVEIS

O comportamento de adesão ao sistema de cobrança eletrônico de pedágio está

principalmente influenciado pelo contexto socioeconômico dos indivíduos e padrão de

uso da rodovia. Motoristas com diferentes características socioeconômicas e de viagem

podem ser propensos a escolher diferentes alternativas. Visando explorar e compreender

a tomada de decisão dos usuários em relação à utilização do sistema eletrônico de

cobrança na Freeway, foi realizada uma pesquisa com usuários da rodovia. Esta

pesquisa buscou analisar a percepção dos usuários e identificar as vantagens, limitações

ou impedimentos da sua utilização. O desenvolvimento da pesquisa foi realizado em

quatro etapas: (i) Elaboração do questionário; (ii) Coleta de dados; (iii) Análise

descritiva dos dados; e (iv) Modelagem.

5.1 Questionário de pesquisa

Com base na revisão bibliográfica apresentada, e em uma pesquisa prévia

desenvolvida pela Triunfo Concepa, um questionário de pesquisa foi elaborado. O

questionário inclui características que se mostraram relevantes nos estudos da literatura

(Saka e Agboh, 2002; Foster, 2006; Chen et al., 2007; Persad et al., 2007; Crabtree et

al., 2008; Washington State Department of Transportation, 2008; Holguín-Veras e

Preziosi, 2011; Jou et al., 2011; Chiou et al., 2013; Jou et al., 2013; Auto-Estradas do

Atlântico - SA, 2014; Abuzwidah e Abdel-Aty, 2015; Washington State Department of

Transportation, 2016) e na pesquisa anterior. Adicionalmente foram incluídas

características atitudinais dos entrevistados, tais como preferências, conhecimento e

familiaridade com os sistemas de cobrança, os quais podem influenciar a adesão ou não

ao sistema eletrônico de cobrança. Estudos mostram que a incorporação destas

características em estudos comportamentais melhora significativamente o entendimento

do comportamento dos indivíduos (Balbontin et. al, In press 2017a; 2017b; Larranaga

et.al.2014).

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37

O questionário foi estruturado em cinco seções: (i) caracterização dos usuários;

(ii) padrão de uso da rodovia; (iii) conhecimento e familiaridade; (iv) sistema de

cobrança; e (v) preferências e recomendações.

A primeira seção tratou a caracterização dos usuários, abordando questões

relativas à idade, gênero e cidade de residência dos usuários. A segunda abordou o

padrão de uso da rodovia, tal como frequência de uso ao longo do ano, frequência de

uso em período de verão e feriados, cidade de origem, cidade de destino, motivo da

viagem e condição de tráfego encontrado frequentemente na rodovia. A terceira seção

referiu-se ao conhecimento e familiaridade com o sistema, solicitando aos respondentes

indicar numa escala de Likert (1 a 5) o grau de conhecimento sobre as vantagens do uso

do sistema eletrônico, sobre os planos existentes para o uso do sistema, e a

familiaridade com o funcionamento da pista eletrônica de cobrança no pedágio. A

quarta abordou o sistema de cobrança, estratificando as perguntas para usuários e não

usuários do sistema eletrônico. Os usuários foram indagados sobre as qualidades do

sistema e problemas identificados no uso do mesmo. Os não usuários foram

questionados sobre os motivos da não utilização. A última seção tratou as preferências

dos respondentes, questionando sobre meios de pagamento de pedágio alternativos,

possibilidade de adesão a um meio de pagamento de pedágio pelo celular, e

recomendações para estimular a cobrança eletrônica no pedágio. O Apêndice 1

apresenta o questionário utilizado.

5.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada no período de 23 de fevereiro a 19 de março de

2017 através da aplicação on-line do questionário descrito. O questionário foi

disponibilizado no aplicativo da Triunfo Concepa para aqueles usuários que estavam

trafegando pela rodovia durante esse período.

Um total de 499 usuários respondeu de forma completa a pesquisa, valor

superior ao requerido para obter uma estimativa confiável. O tamanho da amostra

computado correspondeu a 323 indivíduos, o qual foi definido através do cálculo

para estimadores de proporção em amostras aleatórias simples, usada tradicionalmente

(Equação 1).

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38

𝑛 =𝑧∝

2⁄2 . 𝑝.(1−𝑝)

𝐸2 (1)

Onde:

n = número de indivíduos na amostra,

Zα/2 = valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado, neste caso foi

adotado um nível de confiança de 95% obtendo um valor crítico de 1.96,

p = proporção populacional de indivíduos que utiliza pedágio automático, valor

obtido de dados históricos da concessionária e que corresponde a 30%,

E = erro máximo de estimativa, adotado o valor usual de 5%.

A Figura 9 mostra a distribuição dos respondentes por data de resposta ao

questionário disponibilizado. Observa-se que as respostas estão concentradas no período

entre o 24 de fevereiro e 1de março, período que corresponde ao feriado de carnaval.

Figura 9: Distribuição dos respondentes por data de resposta

5.3 Análise descritiva dos dados

5.3.1 Caracterização dos respondentes

A distribuição dos respondentes por faixa etária e gênero é apresentada na

Figura 10. Do total de respondentes, 96% se encontram na faixa entre 20 e 59 anos,

sendo que 67% possuem entre 30 e 49 anos. A maioria dos respondentes é do gênero

masculino, representando 69% do total. Analisando o gênero feminino, 43.5% das

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

de

res

pon

den

tes

Data de resposta ao questionário

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39

respondentes (13% do total) possuem entre 30 e 39 anos; 22% (10 % do total de

respondentes) entre 20 e 29 e 19.5% (7 % do total) entre 40 e 49 anos.

Figura 10: Distribuição dos respondentes por faixa etária e gênero

5.3.2 Padrão de uso da rodovia

A Tabela 5 e a Figura 11 apresentam a distribuição dos respondentes por origem

e destino. A Tabela 5 sintetiza a matriz origem- destino dos deslocamentos, expressos

em valores relativos. A Figura 11 mostra a frequência de respondentes em relação à

origem e destino separadamente, expresso em valor absoluto. A matriz mostra que

48.3% dos usuários que responderam a pesquisa realizaram um deslocamento com

origem em Porto Alegre e destino nas praias gaúchas, representando a origem e destino

principal dos deslocamentos realizados no período. Este resultado é esperado,

considerando que a pesquisa foi realizada no feriado de Carnaval. Em relação à origem,

58,1% das viagens (290) tiveram origem em Porto Alegre, 7.4% (37) em Canoas, 7%

(35) nas praias gaúchas e 9.4% (47) em outras cidades/localidades não apresentadas na

pesquisa. As outras cidades incluídas na pesquisa representam percentuais menores.

Analisando o destino, a maioria das viagens tiveram destino nas praias gaúchas, 76%

(379). O restante foi distribuído da seguinte forma: 7.8% (38) destino em Porto Alegre,

2.6% (13) em Osório, 2.6% (13) em Gravataí, 2.8% (14) em Eldorado do Sul. As

viagens com destino em Porto Alegre, unicamente 0.6% tiveram origem nas praias

gaúchas, sendo que 2.2% foram originadas em Guaíba, 2.2% em Gravataí e 1% em

1%

6%

13%

7%4%

0% 0%1%

10%

27%

20%

10%

2% 0%0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Menor

que 20

20-29

anos

30-39

anos

40-49

anos

50-59

anos

60-69

anos

70 anos

ou mais

Res

po

on

den

tes

(%)

Faixa etária

Feminino

Masculino

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40

Eldorado do Sul. A distribuição mostra ainda que as viagens originadas nas praias

gaúchas, a maioria foram viagens realizadas entre as praias.

Tabela 5: Distribuição origem-destino

Figura 11: Distribuição dos respondentes por origem e destino

A análise da frequência de uso da Freeway mostra que os respondentes são

usuários frequentes da rodovia, principalmente em período de verão e feriados (Figura

12). A Tabela 6 sintetiza a relação entre usuários frequentes de fim de semana /verão e

usuários que usam frequentemente a rodovia ao longo do ano. Os dados mostram que

37% são usuários frequentes em ambos os períodos, utilizam mais de 9 vezes por ano

Destino

Origem

Eldorado do

Sul

Guaíba Porto Alegre Gravataí Cachoeirinha Canoas

Santo

Antônio da

Patrulha

Osório

Praias

gaúchas

Outros Total

Eldorado do

Sul0.4% 0.0% 1.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.2% 1.4% 0.4% 3.6%

Guaíba 0.0% 0.2% 2.2% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 1.2% 0.6% 4.4%

Porto Alegre 2.0% 1.2% 0.2% 1.2% 0.4% 0.0% 0.6% 1.8% 48.3% 2.4% 58.1%

Gravataí 0.2% 0.0% 2.2% 0.2% 0.0% 0.2% 0.0% 0.2% 2.4% 0.4% 5.8%

Cachoeirinha0.0% 0.0% 0.4% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.8% 0.2% 1.8%

Glorinha 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.4%

Canoas 0.0% 0.2% 0.0% 0.4% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 6.6% 0.2% 7.4%

Viamão 0.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.4%

Santo

Antônio da

Patrulha

0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.4% 0.0% 0.6%

Osório 0.0% 0.0% 0.8% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.2% 0.0% 0.0% 1.0%

Praias

gaúchas0.0% 0.0% 0.6% 0.2% 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 6.0% 0.0% 7.0%

Outros 0.2% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 0.0% 8.4% 0.8% 9.4%

Total 2.8% 1.6% 7.8% 2.6% 0.6% 0.4% 0.6% 2.6% 76.0% 5.0% 100.0%

1822

290

299 2

37

2 3 535 47

14 839

13 3 0 2 0 3 13

379

25

0

50

100

150

200

250

300

350

400

resp

on

det

nte

s

Cidades

Origem

Destino

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41

no verão/fim de semana e mais de 5 vezes por semana ao longo do ano. Ida e volta é

considerada de forma independente, correspondendo a duas vezes se o usuário utilizava

a rodovia em ambos os sentidos (ida e volta). Esta informação foi explicada no

questionário.

Figura 12: Frequência de uso da Freeway

Tabela 6: Frequência de uso da Freeway: verão/feriados – ao longo do ano

Ao longo do ano

(vezes por semana )

Período de verão e feriados

(vezes por ano )

Menos de

1 2-4 5-8

Mais

de 9 Total Geral

Menos de 3 3% 1% 1% 1% 6%

3-8 10% 6% 4% 4% 24%

9-12 5% 5% 2% 5% 16%

Mais de 12 11% 12% 3% 27% 54%

Total Geral 29% 25% 10% 36% 100%

Em relação ao motivo da viagem, o motivo principal de deslocamento é

passeio/lazer. Este resultado está alinhado com a distribuição dos respondentes por

destino da viagem apresentada na seção anterior (Tabela 5, Figura 11). A Tabela 7

verifica essa relação, analisando a distribuição de motivos de viagens por destino. A

tabela mostra que as viagens com destino nas praias gaúchas (72%) são a maioria com

motivo passeio/lazer.

29%25%

10%

36%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Menos de1

2-4 5-8 Mais de 9

Re

spo

nd

etn

es

(%)

Nº de vezes por semana

Ao longo do ano

6%

24%

16%

54%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Menos de3

3-8 9-12 Mais de12

Re

spo

nd

etn

es

(%)

Nº de vezes por ano

Período de verão e feriados

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42

Tabela 7: Distribuição de viagens por destino e motivo

Motivo

Destino Passeio/lazer Trabalho Estudo Outros Total Geral

Eldorado do Sul 1% 2% 0% 0% 3%

Guaíba 1% 1% 0% 0% 2%

Porto Alegre 2% 5% 0% 1% 8%

Gravataí 1% 1% 0% 1% 3%

Cachoeirinha 0% 0% 0% 0% 1%

Canoas 0% 0% 0% 0% 0%

Santo Antônio da Patrulha 1% 0% 0% 0% 1%

Osório 2% 0% 0% 0% 3%

Praias gaúchas 72% 3% 0% 1% 76%

Outros 4% 1% 0% 0% 5%

Total Geral 83% 14% 0% 2% 100%

Analisando a percepção dos respondentes enquanto à condição de tráfego

encontrado frequentemente na rodovia é possível observar que a maioria declarou

encontrar a rodovia com médio (53%) e alto movimento (36%) de veículos (Figuras 13

e 14). Somente 4% dos entrevistados indicou encontrar frequentemente a rodovia muito

congestionada. A percepção de condição de tráfego da rodovia não varia

significativamente nos diferentes estratos de frequência de uso ao longo do ano (Figura

13). Algumas discrepâncias aparecem entre os usuários que utilizam muito

frequentemente a rodovia e aqueles que utilizam muito pouco (menos de 1 vez por

semana) em relação à rodovia muito congestionada. 2% dos respondentes frequentes

declararam encontrar a rodovia muito congestionada, enquanto entre os usuários pouco

frequentes, este percentual foi de 10%. Discrepâncias entre estes grupos de usuários

também surgiram na estratificação por frequência de uso em períodos de verão e

feriados (Figura 14), mas neste caso principalmente em relação à condição do tráfego

com baixo movimento de veículos. 25% dos respondentes não frequentes manifestaram

encontrar a via com baixo movimento de veículos, enquanto para usuários frequentes

este valor foi de 5%.

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43

* Ida e volta corresponde a duas vezes

Figura 13: Relação entre a condição de tráfego encontrado na rodovia e frequência de

uso ao longo do ano

* Ida e volta corresponde a duas vezes

Figura 14: Relação entre a condição de tráfego encontrado na rodovia e frequência de

uso em períodos de verão e feriados

5.3.3 Conhecimento e familiaridade com o sistema

Os dados relacionados ao conhecimento e familiaridade com o sistema são

apresentados a seguir. Os respondentes indicaram o grau de conhecimento sobre as

vantagens do uso do sistema eletrônico de pedágio, sobre os planos existentes para o

6% 6% 8% 7%

49%59%

48%53%

35% 33%40% 38%

10%2% 4% 2%

0%

20%

40%

60%

80%

Menos de 1 2-4 5-8 Mais de 9

Res

po

nd

ente

s (%

)

Frequência de uso ao longo do ano (vezes por semana)

Baixo movimento de veículos Médio movimento de veículos

Alto movimento de veículos Rodovia muito congestionada

25%

7% 4% 5%

50%58%

44%

53%

21%

31%

47%

37%

4% 4% 5% 4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Menos de 3 3-8 9-12 Mais de 12

Res

po

nd

ente

s (%

)

Frequência de uso em períodos de verão e feriados (vezes por ano)

Baixo movimento de veículos Médio movimento de veículos

Alto movimento de veículos Rodovia muito congestionada

Page 44: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

44

uso do sistema, e a familiaridade com o funcionamento da pista eletrônica de cobrança.

As Figuras 15, 16 e 17 mostram os resultados obtidos. As três figuras apresentam a

distribuição dos respondentes de acordo com o conhecimento/familiaridade declarados,

estratificados em usuários e não usuários do sistema eletrônico nos pedágios da

Freeway.

Figura 15: Conhecimento das vantagens do sistema eletrônico: usuários e não usuários

do sistema eletrônico

A Figura 15 mostra que a maioria dos usuários aderidos ao sistema eletrônico de

cobrança está ciente das vantagens na sua utilização. Entretanto, aqueles não aderidos

ao sistema, não tem conhecimento pleno das vantagens do mesmo. Somente um 33%

dos respondentes conhecem totalmente as vantagens da sua utilização. Campanhas

informando aos usuários as vantagens da substituição do pedágio manual pelo

eletrônico contribuirão para um maior conhecimento e, provavelmente, estimularão sua

utilização.

26%

44%

31%

1%

10%

89%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Nada Pouco Totalmente

Res

po

nd

ente

s (%

)

Ciente das vantagesn do sistema eletrônico (s.e.)

NÂO usa s. e.

SIM usa s. e.

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45

Figura 16: Conhecimento dos planos existentes para uso do sistema eletrônico: usuários

e não usuários do sistema eletrônico

Os dados coletados em relação ao conhecimento dos usuários sobre os planos

existentes mostram que a maioria dos usuários que utilizam o sistema de cobrança

manual desconhece os planos existentes. Unicamente 20% dos respondentes conhecem

totalmente os planos disponíveis. Em relação aos usuários do sistema eletrônico, a

maioria conhece totalmente os planos existentes.

Figura 17: Familiarização com o funcionamento do sistema eletrônico: usuários e não

usuários do sistema eletrônico

A Figura 17 mostra que maioria dos usuários do sistema eletrônico de cobrança

(97%) está familiarizada com o funcionamento do sistema. Entretanto, analisando os

47%

33%

20%

6%

20%

73%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Nada Pouco Totalmente

Res

po

nd

ente

s (%

)

Conhecimento dos planos existentes para uso do sistema eletrônico (s.e.)

NÂO usa s. e.

SIM usa s. e.

29%

42%

28%

1% 2%

97%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Nada Pouco Totalmente

Res

po

nd

ente

s (%

)

Familiarizado com o funcionamento do sistema eletrônico (s.e.)

NÂO usa s.e.

SIM usa s. e.

Page 46: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

46

não usuários do sistema, somente 28% está completamente familiarizado, sendo que

29% desconhece completamente o funcionamento.

5.3.4 Sistema de cobrança

Dados relativos ao sistema de cobrança mostraram que 35% dos respondentes

utilizam o sistema eletrônico (Figura 18). Este valor está de acordo com os dados

históricos disponíveis na Concessionária.

Figura 18: Utilização do sistema eletrônico de cobrança no pedágio

Os usuários foram indagados sobre as qualidades do sistema e problemas

identificados no uso do mesmo. As qualidades identificadas são apresentadas na Figura

19. Observa-se que as principais qualidades se referem a ser mais rápido que o pedágio

manual, isto é, poupar tempo no deslocamento devido a que evita filas, e não precisar

levar dinheiro em espécie.

65%

35%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

NÂO usa s. e. SIM usa s. e.

Res

po

nd

ente

s (%

)

Utilização do sistema eletrônico (s. e.) de cobrança no pedágio

Page 47: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

47

Figura 19: Qualidades do sistema eletrônico de cobrança percebidas por usuários do

sistema

Os problemas identificados são apresentados na Figura 20 Os resultados

mostram que os principais problemas se referem a custo e funcionamento do sistema.

53% dos usuários declaram que o sistema nem sempre funciona, e isto gera demora na

liberação do veículo.

Figura 20: Problemas identificados no uso do sistema eletrônico de cobrança

Os não usuários foram questionados sobre os motivos da não utilização. A

Figura 21 sintetiza a descrição dos mesmos. O motivo principal se refere ao custo das

98%

98%

89%

57%

52%

39%

23%

22%

7%

2%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%100%

Poupa tempo / mais rápido

Evita filas

Não precisa levar dinheiro em espécie

Menos estressante

O sistema pode ser usado para estacionamento

Mais segura

Não precisa interagir com o cobrador de…

Pode pagar em 30 dias

Nada em particular

Outro

56%

53%

20%

19%

18%

12%

10%

5%

3%

0%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Custo das operadoras (mensalidade e taxa de adesão)

Sistema nem sempre funciona gerando demora na

liberação do veículo

Nada em particular

Receio de danificar o carro se a cancela funcionar de

forma incorreta

Receio de cobranças indevidas nas faturas

Dificuldade de acessar pista automática de cobrança

Difícil manter o controle do valor gasto em pedágios

Não contribui para reduzir o tempo no pedágio

Necessidade de fornecer informações pessoais ao usar

o cartão de crédito

Muito complicado de usar

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48

mensalidades e adesão ao sistema (51% dos respondentes identificaram este motivo).

Outros mencionados, foram referentes à frequência de uso da rodovia (29%) e 26%

mencionaram que nunca pensaram em utilizar. Isto pode estar relacionado com o

desconhecimento do sistema e vantagens da sua utilização.

Figura 21: Motivos de não utilização do sistema eletrônico de cobrança

5.3.5 Preferências e recomendações

A última seção tratou as preferências dos respondentes em relação a meios de

pagamento alternativos, adesão a um meio de pagamento de pedágio pelo celular, e

recomendações para estimular a cobrança eletrônica no pedágio. Para avaliar a

preferência dos usuários em relação aos meios de pagamento, diferentes alternativas de

pagamento foram apresentadas. Foi solicitado aos respondentes indicar suas alternativas

preferidas; isto é, quais meios de pagamento gostariam de ter acesso. A Figura 22

sintetiza as respostas considerando todos os respondentes.

51%

29%

26%

17%

9%

6%

5%

3%

2%

2%

2%

1%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Não estou disposto a pagar o custo de adesão e mensalidades

Não sou usuário frequente da rodovia

Eu realmente nunca pensei em utilizar

Receio de cobranças indevidas nas faturas

Difícil manter o controle do valor gasto em pedágios

Utilizei este sistema e não fiquei satisfeito

É difícil aderir ao sistema

Tag nem sempre funciona gerando demora na liberação do…

Não quero fornecer informações pessoais necessárias para…

Parece complicado de usar

Receio de danificar o carro se a cancela funcionar de forma…

Realmente não economiza tempo

Page 49: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

49

Figura 22: Forma de pagamento desejada para todos os respondentes

Observa-se que o pagamento por aplicativo de celular ou site apresentou a maior

frequência de manifestações, sendo que 55% dos respondentes escolheram este meio de

pagamento. Adicionalmente, o pagamento no cartão de crédito ou débito também foi

frequentemente selecionado; 44% dos respondentes indicaram esta opção. A Figura 23

apresenta a forma de pagamento desejada estratificando entre usuários e não usuários do

sistema eletrônico de cobrança.

Figura 23: Forma de pagamento desejada estratificada por adesão ao sistema eletrônico

de cobrança

55%

44%

39%

30%

19%

4%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Aplicativo de celular/site

No cartão de crédito/débito

Automático (PA)

Automático (por km)

Dinheiro/cheque

Outros

Respondentes (%)

4%

27% 27% 27%

51%

62%

5% 5%

60%

36%30%

44%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Outros Dinheiro/cheque Automático (PA) Automático (por

km)

No cartão de

crédito/débito

Aplicativo de

celular/site

Res

po

nd

ente

s (%

)

Forma de pagamento desejada

NÂO usa s. e. SIM usa s. e.

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50

A estratificação anterior apresentou algumas diferencias. Para os não usuários do

sistema eletrônico, o pagamento por aplicativo de celular ou site foi forma de

pagamento mais atrativa (62%), seguida de pagamento com cartão de crédito ou débito

(51%). A alternativa de pagamento existente, denominada na pesquisa como

“Automático (PA)”, que representa pista automática na praça de pedágio (pagamento

eletrônico existente na Freeway), foi escolhida somente por 27% dos respondentes não

usuários do sistema eletrônico. Este resultado mostra que este meio de pagamento não é

atrativo para os não usuários. Entretanto, os usuários do sistema eletrônico parecem

estar satisfeitos com este meio de pagamento, sendo que a maioria (60%) indicou esta

alternativa como sua preferida. Em segundo lugar, o pagamento por aplicativo de

celular ou site foi indicado como meio de pagamento desejado (44%).

A segunda questão apresentada nesta seção da pesquisa, perguntou,

especificamente, se os usuários utilizariam um meio de pagamento de pedágio pelo

celular, caso a Concessionária disponibilizasse. As respostas, Figura 24, mostram uma

tendência à adesão dos respondentes a esta forma de pagamento, 72% dos respondentes

(358) respondeu que utilizaria este meio.

Figura 24: Adesão a sistema de pagamento de pedágio por aplicativo de celular

Estratificando a disposição a aderir a este sistema por faixa etária (Figura 25),

por frequência de viagem na Freeway (Figura 26).

3%

25%

72%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Não Talvez Sim

Res

po

nd

ente

s (%

)

Utilizaria meio de pagamento de pedágio pelo aplciativo de celular

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51

Figura 25: Distribuição da disposição a pagar utilizando celular por faixa etária

A estratificação por faixa etária mostra que os respondentes até 60 anos são os

mais dispostos a utilizar este meio de pagamento, variando entre 61% e 83% os que

certamente usariam esta alternativa proposta, e entre 17% e 32% os que talvez

estivessem dispostos a usar. Entretanto, uma parcela de respondentes entre 30 e 60 anos

certamente não usaria este meio (de 2% a 8%). Geralmente os indivíduos maiores que

60 indicam uma resistência a pagamentos por aplicativos ou on-line, o que não foi o

caso desta pesquisa. No entanto, os respondentes da pesquisa são usuários do aplicativo

da Triunfo Concepa, provavelmente familiarizados com o uso do aplicativo e

tecnologias semelhantes.

A estratificação por frequência de viagem não apresenta diferencias perceptíveis

entre usuários mais e menos frequentes. A Figura 26 evidencia a disposição ao uso deste

meio de pagamento para todos os estratos de respondentes.

0% 0% 2%5% 8%

0% 0%

17% 18%

26%22%

32%

60%

50%

83% 83%

72% 73%

61%

40%

50%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Res

po

nd

ente

s (%

)

Faixa etária

Não

Talvez

Sim

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52

* Ida e volta corresponde a duas vezes

Figura 26: Distribuição da disposição a pagar utilizando celular por frequência de

viagem

A análise das recomendações para estimular a cobrança eletrônica no pedágio é

apresentada na Figura 27. Na pesquisa, foi solicitado aos respondentes indicar 2

recomendações. O gráfico mostra que as principais recomendações se referem à redução

de custo e tempo de viagem: não exigir custo de adesão e mensalidades (79%), oferecer

desconto em relação ao pedágio de cobrança manual (66%) e separar as faixas de pista

automática dos outros veículos para garantir menores tempos de viagem (36%). Facilitar

as formas de pagamento foi manifestado com certa frequência, 34% dos respondentes

indicaram esta alternativa.

Figura 27: Distribuição da disposição a pagar utilizando celular por frequência de

viagem

2% 5% 6% 2%

21% 24% 22%30%

77%72% 72% 68%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Menos de1

2-4 5-8 Mais de 9

Re

spo

nd

en

tes

(%)

Ao longo do ano (vezes por semana)

Não Talvez Sim

4% 2% 4% 3%

29% 27%19%

26%

68% 70%77%

71%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Menos de 3 3-8 9-12 Mais de 12

Re

spo

nd

en

tes

(%)

Em período de verão e feriados (vezes por ano)

Não Talvez Sim

79%

66%

36%

34%

10%

4%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Não exigir custo de adesão e mensalidades

Oferecer um desconto em relação ao pedágio

com cobrança manual

Separar as faixas de pista automática dos outros

veículos para garantir menores tempos de…

Facilitar formas de pagamento

Ampliar divulgação sobre os sistemas de

pagamento

Outras/Nada em particular

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53

5.3.6 Comparações entre usuários e não usuários do sistema eletrônico de

cobrança

A comparação das informações fornecidas por usuários e não usuários do

sistema eletrônico de cobrança evidenciam resultados interessantes. A Figura 28

compara os problemas encontrados por usuários do sistema contra os motivos de não

utilização manifestados por não usuários. O custo das operadoras foi selecionado por

ambos os grupos de respondentes como o principal problema, tanto no uso (56% dos

respondentes) quanto ao motivo para não aderir a este sistema (51% dos respondentes).

No entanto, discrepâncias evidentes foram encontradas em dois itens: “Receio de

danificar o carro se a cancela não abrir” e “Sistema nem sempre funciona gerando

demora na liberação do veículo”. Ambos os elementos, vinculados à operação do

sistema, não são uma preocupação para não usuários do sistema eletrônico, somente 2%

e 3% indicaram este motivo para não aderir ao sistema. Enquanto usuários do sistema

eletrônico identificam estes itens como problemas importantes. Especificamente, um

elevado percentual de usuários do sistema, 53%, identificou “Sistema nem sempre

funciona gerando demora na liberação do veículo” como um dos principais problemas

encontrados. Esta falha do sistema é devida fundamentalmente a limitações do sinal

imposto para a Concessionária.

Figura 28: Distribuição da disposição a pagar utilizando celular por frequência de

viagem

56%

18%

10%

53%

3%

0%

19%

5%

51%

17%

9%

3%

2%

2%

2%

1%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Custo das operadoras (mensalidade e taxa de adesão)

Receio de cobranças indevidas nas faturas

Difícil manter o controle do valor gasto em pedágios

Sistema nem sempre funciona gerando demora na

liberação do veículo

Necessidade de fornecer informações pessoais ao usar o

cartão de crédito

Muito complicado de usar

Receio de danificar o carro se a cancela funcionar de forma

incorreta

Não contribui para reduzir o tempo no pedágio

Não usuários do s.e. Usuários do s.e.

Page 54: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

54

5.4 Modelagem dos dados

Modelos de escolha discreta foram estimados para analisar o comportamento de

adesão ao sistema de cobrança eletrônico de pedágio, utilizando os dados da pesquisa

realizada. A seguir, se descreve o marco teórico dos modelos de escolha discreta, o

método usado para a estimação dos modelos econométricos e os resultados obtidos.

5.4.1 Marco teórico dos modelos de escolha discreta

Os modelos de escolha discreta utilizados na modelagem da demanda de

transportes baseiam-se na teoria da utilidade aleatória (McFadden, 1974). Esta teoria se

fundamenta no princípio da maximização da utilidade, onde é postulado que o individuo

q associa a cada alternativa i uma utilidade do tipo estocástica Uiq, escolhendo aquela

alternativa que maximiza sua utilidade. A incapacidade de apreciar, por parte do

analista, todos os atributos e variações de preferências que determinam o

comportamento dos indivíduos, bem como erros de medição, torna necessário

considerar que a utilidade é uma variável aleatória (Ben Akiva e Lerman, 1995). A

utilidade aleatória de uma alternativa é expressa como a soma dos componentes

observáveis ou sistemáticos (denotados como Viq) e componentes não observáveis

(denotados como εiq) conforme equação 2 (Domencich e McFadden, 1972).

𝑈𝑖𝑞 = 𝑉𝑖𝑞 + 𝜀𝑖𝑞 (2)

O componente aleatório é necessário para capturar deficiências na especificação

de atributos não observados, erros de medição, diferenças entre indivíduos, percepções

incorretas de atributos e aleatoriedade inerente à natureza humana (Manski, 1977).

De acordo com a teoria da maximização da utilidade, o indivíduo q escolhe a

alternativa i, sempre que a utilidade desta alternativa seja maior que a associada a

quaisquer das restantes j, ambas pertencentes ao conjunto de alternativas disponíveis

A(q) para o indivíduo q (equação 3):

)(, qAjUU jqiq , ji (

(3)

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55

isto é,

jqjqiqiq VV iqjqjqiq VV (

(4)

Considerando que o analista não conhece )( iqjq , não pode ter certeza se a

expressão (equação 4) é satisfeita ou não e, portanto, só pode postular a probabilidade

de ocorrência. Assim, a probabilidade de escolher a alternativa i é dada por (equação 5):

Piq=Prob )(),( qAjVV jqiqiqjq

(5)

Os resíduos, iq , são variáveis aleatórias com média zero. Dependendo da

distribuição estatística que seja considerada para os resíduos, será possível determinar

distintos modelos probabilísticos.

Frequentemente, a componente determinística da utilidade é definida como uma

função linear nos atributos e parâmetros (equação 6),

K

k

ikqikiq xV1

, (

(6)

sendo xikq o valor que adota o atributo k-ésimo para o individuo q e ik o

parâmetro ligado a este atributo.

Especificar o modelo requer a especificação do Viq e suposições sobre a

distribuição conjunta da componente aleatória Ɛiq. Diferentes hipóteses sobre a

distribuição de probabilidade adotada para a componente aleatória Ɛiq leva a diversos

modelos de escolha discreta (Ortúzar e Willumsen, 2011).

O logit multinomial (multinomial logit) (McFadden, 1974) é um dos modelos

mais simples de escolha discreta e também o mais utilizado. Ele se baseia na hipótese

Page 56: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

56

que o termo aleatório Ɛiq da função utilidade é identicamente e independentemente

distribuído conforme uma distribuição de Gumbel (Valor Extremo tipo I). Assim, a

probabilidade de escolha da alternativa 𝑖 pelo indivíduo 𝑞corresponde a:

𝑃𝑖𝑞 =exp (𝛽𝑉𝑖𝑞)

∑𝐴𝐽𝜀𝐴(𝑞)exp (𝛽𝑉𝑗𝑞) (7)

𝛽 = 𝜋/𝜎√6

Usualmente, o fator 𝛽 é fixado em 1, sem perda de generalidade (Ortúzar;

Willumsen, 2011). No caso de duas alternativas o modelo é denominado modelo logit

binomial (binomial logit).

A partir dos parâmetros estimados é possível calcular a elasticidade da

probabilidade de escolha em relação às variáveis explicativas. A elasticidade é definida

como a mudança percentual na probabilidade de escolha de uma alternativa, pertencente

ao conjunto de alternativas, a consequência de variações no valor dos atributos da

mesma alternativa (Elasticidade direta). As elasticidades permitem conhecer os efeitos

de mudanças da política de transporte na demanda, isto é, traduz em términos

quantitativos agregados o efeito de diferentes políticas.

Para modelos logit multinomiais/binomiais, o cálculo de elasticidades é dado

pela equação proposta por Ortúzar e Willumsen (2011), utilizando a expressão

apresentada na equação 8.

EPiqXikq = 𝛽ik .Xikq (1-Piq) (8)

em que EPiqXikq: é a elasticidade das variáveis; 𝛽 ik: valor do coeficiente da

variável Xi na opção de troca; Xikq: valor da variável na alternativa i oferecida; e Piq :

probabilidade da alternativa i a ser escolhida.

5.5 Método

O método utilizado na estimação foi baseado na calibração do modelo logit

binomial (BL). Diferentes modelos foram estimados buscando a melhor aderência do

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57

modelo aos dados coletados e representar da forma mais adequada o comportamento

dos usuários. Em todos os modelos, funções de utilidade lineares nos parâmetros foram

utilizadas, prática usual na modelagem de demanda de transporte (Ben Akiva e Lerman,

1995). A estimação foi realizada utilizando o software Biogeme (Bierlaire, 2003).

As escalas utilizadas na mensuração das variáveis diferem; desta forma, não é

possível comparar diretamente os parâmetros estimados. Para comparar o impacto das

diferentes variáveis na probabilidade de escolha, foi necessário computar as

elasticidades para as diferentes variáveis explicativas. Assim, os parâmetros estimados

do modelo logit binomial foram usados para computar as elasticidades diretas. A

elasticidade da probabilidade de escolha permitiu medir a sensibilidade da escolha dos

indivíduos em relação às variáveis explicativas. Os valores de elasticidade foram

calculados para cada indivíduo e logo agregados utilizando o método de enumeração

amostral (equação 9).

(9)

5.5.1 Resultados da estimação dos modelos

A Tabela 8 apresenta os resultados do modelo final estimado. As equações de

utilidade obtidas da estimação são apresentadas na equação (9), onde Vuso s.e

corresponde à utilidade do uso do sistema eletrônico de cobrança e VNÂO uso s.e é a

utilidade de não uso deste sistema (portanto, corresponde a utilização do sistema

manual).

1

1( )

N

i iq q

q

P P XN

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58

Tabela 8: Resultados do modelo final estimado.

BL

Variáveis Coeficientes valor-p

Familiarizado pouco não usuário (0, 1) 6.01 0.00

Familiarizado nada não usuário (0, 1 ) 14.30 0.00

Conhecimento plano pouco não usuário (0, 1) 18.20 0.00

Conhecimento plano nada não usuário (0, 1) 14.10 0.00

Problema custo (-1,0) -2.21 0.09

Evita filas (1,0) 2.49 0.05

Reduz tempo (1,0) 15.90 0.00

Motivo custo (1,0) 34.10 0.00

Motivo frequência (1,0) 15.10 0.00

Motivo nunca pensou usar (1,0) 14.80 0.00

Constante sistema eletrônico -0.98 0.15

Nº Observações = 499

Log likelihood=-9.050

Pseudo-R2= 0.94

Vuso s.e = -0.98 + 2.49 * Evita filas + 15.9 * Reduz tempo - 2.21 * Problema custo

VNÂO uso s.e = 6.01 * Familiarizado pouco não usuário + 14.30 * Familiarizado nada não

usuário + 18.2 * Conhecimento plano pouco não usuário + 14.10 * Conhecimento plano nada

não usuário + 34.10 * Motivo custo + 15.10 * Motivo frequência + 14.8 * Motivo nunca

pensou usar

O ajuste global do modelo foi analisado através do valor de Pseudo-R2. O

modelo apresentou um excelente ajuste (Pseudo-R2= 0.94), sendo que os valores variam

entre 0 e 1 (1 ajuste perfeito) e 0.4 é um bom ajuste (Ortúzar e Willumsen, 2011). Os

sinais obtidos para os parâmetros são consistentes com a teoria microeconômica e

supostos prévios.

Os resultados do modelo BL mostram que os coeficientes de todas as variáveis

são significativamente diferentes de zero (95% de confiança). As variáveis relativas à

familiaridade com o funcionamento do sistema e ao conhecimento dos planos são

categóricas (três categorias cada uma: pouco nada, totalmente). Desta forma, foram

incorporadas no modelo transformadas em variáveis dummy, considerando como base a

categoria “totalmente” familiarizado com o sistema e “totalmente” conhecimento dos

planos. Considerando que todos os usuários do sistema eletrônico de cobrança estão

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59

totalmente familiarizados com o sistema e tem total conhecimento dos planos, foi

considerada esta característica unicamente para os não usuários do sistema eletrônico.

Analisando o sinal dos coeficientes estimados, o sinal positivo indica que a

presença destas características aumenta a utilidade da alternativa, aumentando a

probabilidade de escolha. Portanto, os resultados mostram que a probabilidade de

escolha do sistema eletrônico de cobrança aumenta pela percepção da vantagem

oferecida pelo sistema em relação à redução de tempo, e pela percepção da vantagem

oferecida pelo sistema em relação a evitar filas. A probabilidade de escolha desta

alternativa é reduzida por problemas identificados relacionados ao custo do sistema.

Usuários com maior valorização do tempo de viagem e maior desconforto em enfrentar

filas são mais propensos à utilização do sistema eletrônico. Aumento de custo do

sistema produzirá uma redução na utilização do mesmo.

De forma análoga, a probabilidade de não escolher o sistema eletrônico de

cobrança (escolher o sistema manual) é explicada por cinco elementos: (i) custo de

aderência e mensalidades (Motivo custo), (ii) não serem usuários frequentes da rodovia

(Motivo frequência) e (iii) nos usuários nunca pensaram em utilizar o sistema (Motivo

nunca pensou usar), (iv) pouca familiaridade dos não usuários do sistema eletrônico

com o funcionamento do sistema (Familiarizado pouco não usuário, Familiarizado

nada não usuário), e (v) pouco conhecimento dos planos existentes pelos não usuários

do sistema eletrônico (Conhecimento plano pouco não usuário, Conhecimento plano

nada não usuário). A comparação dos coeficientes das variáveis relacionadas com a

familiaridade e conhecimento apresentam resultados interessantes. Comparando

Familiarizado pouco não usuário e Familiarizado nada não usuário, observa-se que os

respondentes menos familiarizados com o sistema eletrônico são mais predispostos a

adotar o sistema manual e, portanto, menos predispostos a usar o sistema eletrônico.

Investimentos em campanhas e divulgação do funcionamento do sistema pode estimular

a adoção do sistema eletrônico. Em relação ao conhecimento dos planos, os resultados

são opostos. Respondentes com maior conhecimento dos planos existentes são mais

propensos a utilizar o pedágio manual. Adicionalmente, os resultados mostram que a

redução de custo é uma medida necessária para o aumento da proporção de usuários do

sistema eletrônico de cobrança.

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60

O sinal negativo da constante do sistema eletrônica (Constante sistema

eletrônico= - 0.98) evidencia a predisposição negativa a utilizar o sistema eletrônico. As

constantes capturam a média dos erros não observáveis (εiq), devido a atributos não

observados, erros de medição, diferenças entre indivíduos, percepções incorretas de

atributos e aleatoriedade inerente à natureza humana. Isto é, é a diferença entre as

utilidades das alternativas quando tudo o resto é igual. O sinal negativo da constante

mostra que os usuários são mais propensos a escolher o sistema manual do que o

eletrônico.

O cálculo de elasticidades das variáveis foi realizado utilizando as equações 8 e

9. Desta forma, é possível comparar a importância das variáveis no processo de escolha.

A comparação mostra que o custo do sistema é o principal motivo de não utilização. Em

segundo lugar, o conhecimento dos planos existentes, que desestimula a adoção do

sistema eletrônico, favorecendo o sistema manual. Aumento do número de usuários do

sistema eletrônico precisará políticas de redução do custo de adesão e mensalidades.

Tabela 9: Elasticidade das variáveis.

Variáveis Elasticidade

Familiarizado pouco não usuário 1.638

Familiarizado nada não usuário 2.722

Conhecimento plano pouco não usuário 3.866

Conhecimento plano nada não usuário 4.925

Problema custo -0.049

Evita filas 0.055

Reduz tempo 0.319

Motivo custo 11.139

Motivo frequência 2.844

Motivo nunca pensou usar 2.462

5.6 Considerações finais

Este capítulo apresentou o estudo desenvolvido para analisar o comportamento

de adesão ao sistema de cobrança eletrônico de pedágio. Os resultados da pesquisa

permitiram identificar os motivos da não utilização do sistema eletrônico, podendo se

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61

transformar em barreiras à adoção deste sistema. Adicionalmente, permitiu identificar as

principais vantagens percebidas pelos usuários do sistema, que podem ser difundidas e

estimuladas para toda a população de usuários da Freeway.

A análise descritiva permitiu explicar a tendência dos dados obtidos. Dados

relativos ao sistema de cobrança mostraram que 65% dos respondentes não utilizam o

sistema eletrônico. Este valor está de acordo com os dados históricos disponíveis na

Concessionária. Dados referentes ao conhecimento e familiaridade com o sistema

revelaram que a maioria dos não usuários do sistema eletrônico não tem conhecimento

pleno das vantagens do mesmo (67%), desconhece os planos existentes (80%), não está

completamente familiarizado com o funcionamento do sistema (72%).

Os motivos principais mencionados pelos não usuários do sistema eletrônico se

referem ao custo das mensalidades e adesão ao sistema (51% dos respondentes),

frequência de uso da rodovia (29%) e nunca pensaram em utilizar (26%). Isto pode estar

relacionado com o desconhecimento do sistema e vantagens da sua utilização.

As principais qualidades identificadas pelos usuários do sistema eletrônico se

referem à redução de tempo (98%), evitar filas (98%), não precisar levar dinheiro em

espécie (89%). Os problemas manifestados se referem a custo (56%) e funcionamento

do sistema (53%). Este último se refere a falhas do sistema, demora na abertura da

cancela, gerando demora na liberação do veículo.

A comparação entre aspectos negativos declarados por usuários e não usuários

do sistema eletrônico evidenciaram concordâncias e discrepâncias. O custo das

operadoras foi selecionado por ambos os grupos de respondentes como o principal

problema (51% e 56% respectivamente). Entretanto, elementos vinculados à operação

do sistema (receio de danificar o carro se a cancela não abrir e o sistema nem sempre

funciona) mostraram ser uma preocupação para usuários do sistema eletrônico (19% e

53%). Para caso de não usuários estes valores variaram entre 2% e 3%. Este problema

não está dentro do âmbito de ação direta da Concessionária, uma vez que estas falhas

são devidas a limitações de sinal impostas, gerando problemas na leitura do chip e

abertura da cancela.

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62

Em relação aos meios de pagamento que os respondentes gostariam de ter

acesso, o pagamento por aplicativo de celular ou site apresentou a maior frequência de

manifestações (55%). Quando questionados especificamente sobre a utilização deste

meio de pagamento, caso a Concessionária disponibilizasse, 72% dos respondentes

(358) respondeu que utilizaria este meio, indicando uma forte adesão.

As principais recomendações declaradas pelos respondentes se referem à

redução de custo e tempo de viagem: não exigir custo de adesão e mensalidades (79%),

oferecer desconto em relação ao pedágio de cobrança manual (66%) e separar as faixas

de pista automática dos outros veículos para garantir menores tempos de viagem (36%).

Facilitar as formas de pagamento foi manifestado com certa frequência, 34% dos

respondentes indicaram esta alternativa.

O processo da modelagem econométrica, realizado a partir da análise descritiva,

permitiu identificar os elementos que influenciam a adoção do sistema eletrônico e o

manual. Os resultados dos modelos mostraram que escolha do sistema eletrônico de

cobrança está fortemente relacionada com as percepções dos usuários do sistema em

relação à redução de tempo e de filas. Ambos os conceitos estão relacionados. Entre

tanto, evitar filas pode estar relacionado a um processo cognitivo diferente,

representando uma sensação de conforto, adicional à redução do tempo. As percepções

destas vantagens estimulam a adesão ao sistema. Usuários com maior valorização do

tempo de viagem e maior desconforto em enfrentar filas são mais propensos à utilização

do sistema eletrônico. Contrariamente, a escolha desta alternativa é reduzida por

percepções negativas em relação ao custo do sistema. O custo pago por adesão e

mensalidades atua como um elemento negativo para os usuários do sistema, que não

impede a adoção do sistema, mas, cria uma valoração negativa diminuindo a satisfação

dos usuários com este sistema de cobrança. Os resultados mostram que aumento de

custo do sistema produzirá uma redução na utilização do mesmo.

A não adoção do sistema eletrônico, isto é uso do sistema manual, é explicado

por cinco elementos: custo de aderência e mensalidades, pouca frequência de uso da

rodovia, respondentes nunca pensaram em utilizar o sistema, pouca familiaridade dos

não usuários do sistema eletrônico com o funcionamento do sistema, e pouco

conhecimento dos planos existentes pelos não usuários do sistema eletrônico. Em

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63

relação aos últimos elementos mencionados, os respondentes menos familiarizados com

o sistema eletrônico são menos propensos a usar este sistema, e mais predispostos a

adotar o sistema manual. Entretanto, comparando os respondentes que tem pouco

conhecimento dos planos e os que não têm nenhum conhecimento sobre os mesmos,

mostram que aqueles que têm um pouco de conhecimento são menos propensos a adotá-

lo. No entanto, aqueles que conhecem totalmente os planos tem uma atitude mas

favorável à utilização do sistema eletrônico. Provavelmente, a falta de informação e

conhecimento sobre os planos influencie negativamente o julgamento dos mesmos.

Dentre as barreiras encontradas para a adoção do sistema eletrônico de cobrança,

o custo do sistema foi a principal. O aumento do número de usuários do sistema

eletrônico precisará políticas de redução do custo de adesão e mensalidades. Eliminação

destes custos, e, oferecer descontos para a utilização do sistema eletrônico, assim como

realizado em outros países, aumentará a utilização do mesmo. Adicionalmente, realizar

campanhas ressaltando os benefícios da utilização do sistema eletrônico, informando

sobre a utilização do sistema e valores podem contribuir para uma maior adesão.

Page 64: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

64

6 MOBCASH – APLICATIVO TRIUNFO CONCEPA

O MobCash é um novo método de pagamento das tarifas de pedágio do trecho

de concessão da Triunfo Concepa, que está sendo testado como parte desta pesquisa em

parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Agência

Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A pesquisa servirá para testar e avaliar a

usabilidade da compra antecipada do ticket de pedágio pelo aplicativo da

concessionária.

Para pagar o pedágio dessa maneira, os usuários selecionam os trechos por onde

vão passar e o aplicativo calcula qual o valor a ser pago. O usuário então paga

antecipadamente pelos pedágios e gera um QR code pelo aplicativo sempre que for

passar em uma praça de pedágio. Ao passar em uma cabine de pedágio, basta apresentar

o QR code a um scanner para que a cancela se abra e seja possível seguir a viagem.

6.1 Desenvolvimento do aplicativo e sistemas de apoio

Esta seção descreve as etapas de desenvolvimento do MobCash, bem como seus

sistemas de apoio.

6.1.1 Definição de requisitos essenciais do sistema de pagamento

O sistema proposto se baseia na utilização do smartphone do usuário como

instrumento para o pagamento da tarifa de pedágio, sendo segurança, transparência e

agilidade as premissas básicas para cooptar e manter a base de adquirentes. A seguir

estão relacionadas às premissas deste novo sistema de pagamento:

Cadastro do usuário deve permitir sua identificação inequívoca;

A compra deve ser realizada por meio seguro, sem retenção de dados bancários

ou creditícios do usuário;

Deve ficar claro para o usuário que sua senha no aplicativo deve ser segura, de

forma que seu saldo disponível não possa ser consumido, sem seu

consentimento;

Page 65: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

65

O procedimento de compra dá-se apenas pelo aplicativo móvel, que remeterá o

evento ao sistema de arrecadação somente na sua concretização;

O pagamento da tarifa de pedágio dá-se pela geração de QR-Code que será lido

por leitora laser em cabines identificadas nas praças de pedágio;

O sistema estará disponível apenas para a categoria 1, veículos de passeio sem

reboque;

Havendo saldo insuficiente para pagamento da tarifa de pedágio, o usuário terá

que pagar a integralidade noutra modalidade. Não serão aceitos pagamentos

parciais;

O sistema de arrecadação da concessionária será o repositório de todas as

operações realizadas, tanto a débito quanto a crédito, sendo este a base para a

análise de qualquer divergência;

A geração do QR-Code deve ser possível mesmo na ausência de comunicação

pela Internet;

Todas as demandas do usuário deverão ser realizadas pelo SAC ou Ouvidoria,

de forma a manter-se controle das ocorrências e das ações tomadas.

6.1.2 Descrição de requisitos para desenvolvimento do aplicativo

Os requisitos básicos para desenvolvimento do módulo no aplicativo móvel

(MobCash) foram:

Aos optantes que desejem participar do estudo, o cadastro do usuário

deve possuir pelo menos os seguintes dados:

o Nome completo;

o CPF;

o Documento de identidade;

o Endereço completo;

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o E-Mail;

o Telefone para contato.

O cadastro será encaminhado à API no servidor em nuvem para validação ou

rejeição;

O procedimento de compra somente acontecerá com o cadastro validado pela

concessionária e com o aplicativo com login ativo;

O procedimento de compra seguirá a normativa da integradora e da

certificadora atendendo aos requisitos de segurança bancária, inerentes a este

processo;

Somente as compras com retorno positivo serão encaminhadas à API no

servidor em nuvem;

A geração de QR-Code será composto por informações como data, hora,

identificação do usuário, saldo disponível e data/hora da última atualização

destas informações entre o aplicativo móvel, no smartphone, e o servidor de

aplicação que será implementado em nuvem;

A imagem gerada será o resultado da encriptação destes dados utilizando chave

segura.

Os requisitos básicos para desenvolvimento do módulo no sistema de

arrecadação (Open Road) foram:

A nova forma de pagamento utilizará leitora laser, em cabines identificadas nas

praças de pedágio, para certificação da transação;

O sistema de arrecadação deve possuir sistemática para restringir as categorias

elegíveis a esta forma de pagamento;

O sistema de arrecadação não poderá aceitar pagamentos parciais, não

concretizando a transação quando o saldo disponível for insuficiente;

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O sistema de arrecadação da concessionária será o repositório de todas as

operações realizadas, tanto a débito quanto a crédito, sendo este a base para a

análise de qualquer divergência;

O saldo disponível do usuário, armazenado no sistema de arrecadação, será

transmitido regularmente ao aplicativo móvel;

Quando requerido pelo aplicativo móvel, o sistema de arrecadação deverá

enviar as últimas transações, tanto a débito quanto a crédito, permitindo a

consulta do usuário;

O sistema de arrecadação deverá aceitar ajustes de saldo provenientes de

correção de transação pelo CCA – Centro de Controle de Arrecadação, ou por

ajuste direto na conta do usuário;

Deverão estar disponíveis para auditoria relatório razão com o saldo por

usuário e diário auxiliar com todos os eventos em determinado período.

6.1.3 Escolha de parceiros

Entre os parceiros naturais deste projeto, os principais são as “software houses”

do sistema de arrecadação (Open Road da MetaSystems) e do aplicativo móvel Triunfo

Concepa (Isul), já que esta nova forma de pagamento é um módulo adicional em cada

um destes sistemas. Já o parceiro de integração e certificação, apesar de havermos

alterado o planejado inicialmente, foi a Pagseguro que atendeu a todos os requisitos no

projeto no tempo disponível para tal.

6.1.4 Relato do protocolo de testes

As Tabelas 10, 11 e 12 apresentam as etapas de criação ou atualização do perfil

do usuário no aplicativo, bem como as etapas de compra de créditos e pagamento de

pedágio.

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Tabela 10: Etapas de criação ou atualização de perfil.

Ação Resultado esperado

Baixar o aplicativo Triunfo Concepa (Apple Store e

Google Play) No IOS versão 1.15

No Android versão 1.22 Acessar módulo MobCash, sem o preenchimento do

cadastro Negado

Preencher o cadastro sem adesão à pesquisa Tela de login

Realizar logoff (SAIR) no aplicativo Tela de login

Acessar módulo MobCash, sem login no aplicativo Negado

Realizar login no aplicativo Tela de seleção de tráfego

Acessar módulo MobCash, sem a adesão à pesquisa Negado

Complementar o cadastro com os dados requeridos após

a adesão à pesquisa Tela de seleção de tráfego

Acessar módulo MobCash Tela com saldo zerado e Extrato sem movimento

Tabela 11: Etapas de compra de créditos.

Ação Resultado esperado

Realizar compra de crédito com

erro nos dados do cartão de

crédito

Confirmar a informação no extrato do

cancelamento da operação e saldo zerado

Realizar compra de crédito com

exatidão nos dados do cartão de

crédito

Confirmar a informação no extrato da

aquisição do crédito e o novo saldo no valor

da compra

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Tabela 12: Etapas de pagamento de pedágio.

Ação Resultado esperado

Abrir o APP; Clicar no módulo MobCash;

Verificar o saldo; Clicar na opção “Passar no Pedágio”;

Com o QR-Code em mãos mostrar para

arrecadador na cabine de pedágio:

QR-Code na tela

Gerar o QR-Code com saldo zerado Open Road recusa pagamento

Gerar o QR-Code com saldo maior que zero mas

insuficiente para o pagamento da tarifa Open Road recusa pagamento

Gerar QR-Code com saldo suficiente ao pagamento

de tarifa, mas arrecadador informa categoria

diferente de C1 Open Road recusa pagamento

Gerar QR-Code com saldo suficiente ao pagamento

de tarifa e arrecadador informa categoria C1 Open Road aceita o pagamento

Utilizar QR-Code não gerado pelo aplicativo

Triunfo Concepa Open Road recusa pagamento

Utilizar o mesmo QR-Code em passagens

consecutivas

Open Road recusa o pagamento

após consumo do saldo

existente

6.2 Descrição dos processos de comunicação com usuários para lançamento do

mobcash

O próprio aplicativo para smartphone da Triunfo Concepa está sendo trabalhado

como o principal canal de divulgação do MobCash. O público alvo da campanha são os

usuários que já fazem uso do aplicativo; que já estão familiarizados com o seu layout e

funcionalidades e que utilizam as ferramentas do App no dia a dia. Pensando nisso,

além da inserção do MobCash no menu principal, um banner do produto foi inserido na

tela inicial do aplicativo, avisando os usuários que há algo novo. No banner, foram

desenvolvidos dois botões: um que direciona para o hotsite especial do projeto e outro

que direciona para o filme animado do MobCash.

O segundo canal elegido como mais importante na campanha de lançamento da

nova forma de pagamento é a rede social Facebook, em razão da familiaridade dos

usuários da rede com aplicativos digitais. Foram criadas 13 peças de comunicação, que

apresentam a ferramenta e explicam como comprar e como usar o MobCash (Anexo 1).

Além das peças estáticas, foi desenvolvido um filme animado de um minuto que explica

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o passo a passo da novidade, mostrando aos usuários as telas conforme a compra é

realizada dentro do aplicativo.

O investimento realizado na campanha online no Facebook até o dia 28/05/17

foi de R$ 2 mil. Os resultados até as 13:00 horas do dia 26/05/17 foram:

Filme animado: 39.936 Pessoas alcançadas, com 8.953 visualizações do

vídeo, e 389 reações, comentários e compartilhamentos.

Peças de lançamento: 25.939 Pessoas alcançadas, com 847 Reações,

comentários e compartilhamentos.

As peças foram postadas também nas redes sociais Twitter e Instagram, sem

patrocínio.

6.3 Descrição das iniciativas para apoio ao sistema – informação a usuários

6.3.1 Hotsite

Foi desenvolvido um hotsite especial,

http://www.triunfoconcepa.com.br/mobcash, cujo acesso se dá pela home do site

Triunfo Concepa, para informar detalhadamente os usuários sobre a nova

funcionalidade do App. O hotsite explica o passo de como comprar e usar, disponibiliza

o filme animado e apresenta 38 perguntas e respostas sobre o Mobcash.

O endereço do hotsite é adicionado a todas as postagens sobre o tema nas redes

sociais, inclusive nos posts patrocinados no Facebook.

6.3.2 Imprensa

O lançamento do MobCash foi informado à imprensa por meio de um release

enviado pela concessionária no dia 24/05. A notícia foi amplamente divulgada pelas

rádios locais, jornais impressos e sites de notícia na internet. Nacionalmente, o

lançamento foi divulgado pelo portal de tecnologia Olhar Digital, do site UOL (Anexo

2).

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6.3.3 Radiovia Free Way 88.3 FM

A nova forma de pagamento está sendo divulgada aos usuários também pela

radioestrada do trecho administrado pela Triunfo Concepa, a Radiovia Free Way 88.3

FM. A rádio tem programação ao vivo das 7h às 22h, diariamente.

6.3.4 Treinamentos internos

A equipe do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) foi amplamente

treinada para sanar as dúvidas dos usuários que contatarem o 0800 da concessionária.

Os treinamentos foram ministrados em duas datas anteriores ao lançamento do

MobCash. Participaram também as equipes da Radiovia Free Way e da Ouvidoria.

Datas dos treinamentos: 04/05 e 23/05.

6.3.5 Flyer

Um flyer informativo foi criado para que seja entregue a todos os usuários que

solicitarem informações sobre o MobCash nas praças de pedágio da Triunfo Concepa. A

peça de comunicação responde as principais dúvidas e informa todos os canais de

comunicação e redes sociais da concessionária, além do endereço do hotsite especial do

MobCash. Esta peça de comunicação é apresentada no Anexo 3.

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7 ANÁLISE DA OPERAÇÃO DO MOBCASH

As operações de cobrança através do MobCash iniciaram no dia 25/05/2017. Até

o dia 24/09/2017, o sistema teve 411 diferentes usuários, com um total de 3775

transações de pagamento, totalizando um montante de R$23.940,20 créditos

adicionados, e R$22.551,00 arrecadados neste período.

A média diária de tempo de pagamento com o sistema MobCash para o período

em análise é de 16,45 segundos, com um desvio padrão de 10,77 segundos. Devido ao

fato de que o MobCash ainda está em fase de testes, e que os usuários ainda não estão

totalmente familiarizados com o sistema, são encontrados alguns tempos de operação

significativamente maiores que a média (em alguns casos, superiores a um minuto).

Esses tempos elevados estão normalmente atribuídos à demora – por parte do usuário –

no manuseio do aplicativo; e à falha operacional de leitura do QR code. Para permitir

uma melhor avaliação do sistema de operação, estes outliers foram excluídos da análise.

A metodologia para exclusão destes tempos de pagamento elevados se baseou no

desvio padrão da amostra. Foram extraídas as observações que possuíam tempo de

pagamento superior a duas vezes o desvio padrão acima da média. Do total de 3775

observações, foram extraídas 95 transações que tiveram tempo de pagamento superior a

43 segundos. Assim, a média diária de tempo de pagamento com o sistema MobCash é

de 15,26 segundos, com um desvio padrão de 6,42 segundos.

A Figura 29 apresenta a média diária do tempo de pagamento com o sistema

MobCash para as três praças de pedágio. Este tempo é medido do momento da parada

do veículo para pagamento, até sua aceleração após a abertura da cancela. É importante

ressaltar que o tempo médio de pagamento para o sistema tradicional de cobrança é de

14 segundos para veículos leves, com um desvio padrão de 8 segundos. Para veículos

pesados, a média é de 26 segundos, com desvio padrão de 15 segundos.

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Figura 29: Média diárias dos tempos de pagamento com o MobCash.

Através da linha de tendência, é possível perceber uma curva de aprendizado do

sistema. À medida que os usuários passam a se familiarizar com o sistema, as médias

diárias diminuem. Este efeito é também visualizado no desvio padrão das médias, que

aponta que a variação dos tempos de pagamento também está reduzindo. Devido ao

curto tempo de operação do sistema, é esperado que esses tempos de pagamento possam

ainda reduzir.

Uma análise individual dos tempos de pagamento por usuários também foi

realizada, com o objetivo de avaliar se uma curva de aprendizado por parte dos usuários

pode auxiliar na redução da média dos tempos de pagamentos. A Figura 30 apresenta a

média dos tempos de transação por usuário do sistema. Nesta figura é possível notar que

à medida que aumentam o número de transações por usuário, a variabilidade nos tempos

tende a reduzir. Este é mais um indicativo de que usuários com familiaridade ao sistema

têm tendência a ter tempos de pagamento menores, e com menor variabilidade.

Linha de Tendência

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Figura 30: Média dos tempos de transação por usuário do sistema.

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As Figuras 31, 32 e 33 apresentam o perfil dos tempos de pagamento para os

usuários com número elevado de transações efetuadas (117, 105 e 95, respectivamente).

As figuras apresentam o perfil evolutivo dos dias com pagamento – destacando a linha

de tendência decrescente – o que indica a curva de aprendizado anteriormente

mencionada. Ainda, é apresentado o perfil horário dos pagamentos durante o dia. Este

perfil pode contribuir para análises em períodos de pico, ou identificar períodos do dia

com tempos de pagamento atípicos.

Figura 31: Tempos de pagamento de um usuário com 117 transações efetuadas.

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Figura 32: Tempos de pagamento de um usuário com 105 transações efetuadas.

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Figura 33: Tempos de pagamento de um usuário com 95 transações efetuadas.

O Anexo 4 apresenta o perfil dos tempos de pagamento para outros usuários que

realizaram número elevado de transações.

Em geral, é possível perceber uma curva de aprendizagem por parte dos

usuários, evidenciada pelas linhas de tendência decrescentes. Através de análises de

vídeo, é possível confirmar que a maioria dos tempos elevados (que se distanciam da

linha de tendência) é devido às falhas do operador na cabine de pedágio. Maiores

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detalhes dos processos de operação de cobrança do MobCash, bem como uma análise

ergonômica e dos tempos de operação são discutidos na Seção 7,1, a seguir.

7.1 Avaliação ergonômica da operação de cobrança do MobCash

Com o objetivo de avaliar ergonomicamente o processo de cobrança do

MobCash, uma análise do layout das cabines de cobrança das praças de pedágio foi

realizado. Ainda, uma avaliação das etapas necessárias para realizar cada cobrança foi

realizada para compreender os efeitos das ações e movimentos dos operadores das

cabines. Para isso, foram identificados cada movimento e cada etapa do processo de

pagamento para posterior análise.

7.1.1 Análise dos tempos de cada etapa do processo de pagamento

Para possibilitar uma melhor inferência nos tempos médios de pagamentos,

foram identificadas e estratificadas as etapas do processo de pagamento. Dessa forma, é

possível avaliar em que processos são dispendidos estes tempos, e propor potenciais

melhorias. A Tabela 13 sintetiza os tempos separados por etapas do processo.

Tabela 13: Síntese dos tempos de cada etapa do processo de pagamento.

Tempos das Etapas do Processo de Pagamento [segundos]

Tempo de

Identificação

MobCash

Tempo de

Manuseio do

Leitor

Tempo de

Leitura QR

code

Tempo de

Impressão e

Entrega do

Ticket

Tempo

Total

Perfil Médio 2,05 4,39 6,89 2,37 15,21

Perfil de

Casos sem

Atrasos

2,05 2,33 1,81 2,37 8,56

Perfil de

Casos com

Atraso

2,05 6,72 17,92 2,37 28,06

O “Perfil Médio” refere-se à média de todos os processos de pagamento. O

“Perfil de Casos sem Atrasos” refere-se aos pagamentos onde foram considerados que

não houve nenhum tipo de atraso nas etapas e, consequentemente, o processo de

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pagamento estava otimizado. O “Perfil de Casos com Atraso” refere-se aos pagamentos

onde algum atraso foi detectado. Nestes casos, ou o tempo de manuseio do leitor é

maior, ou o tempo de leitura do QR code é elevado – indicando algum problema de

leitura. Estes problemas de leitura são devido a dois fatores: (i) falha no smartphone do

usuário, como desligamento de tela, ou o processo de geração do QR code precisa ser

refeito; (ii) falha no equipamento de leitura.

Destaca-se que o tempo de identificação, por parte do operador, de que o

pagamento será realizado com o MobCash é igual para todos os casos, com pouca

variabilidade na amostra estudada. O mesmo acontece para o tempo de impressão e

entrega do Ticket – comprovante de pagamento.

Portanto, no que se refere ao tempo total de atendimento, é possível atingir

médias de até 8 segundos, se todas as etapas forem realizadas sem atrasos. Ainda,

conclui-se que os tempos relacionados com o manuseio do leitor do QR code são os

mais influentes no tempo total de pagamento. Dessa forma, modernizações e

otimizações destes processos podem reduzir significativamente os tempos de

pagamentos.

7.1.2 Análise ergonômica das etapas do processo de pagamento

Através de câmeras de monitoramento instaladas nas cabines de pedágio, foi

possível realizar uma análise ergonômica das etapas do processo de pagamento. Nesta

análise, foram identificados potenciais layouts, ações e movimentos que influenciam no

tempo médio de pagamento. Dessa forma, eventuais correções e melhorias podem trazer

benefícios para a operação do MobCash, reduzindo os tempos de atendimento.

As Figuras 34 e 35 apresentam dois diferentes layouts de posicionamento do

leitor de QR code.

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Figura 34: Leitor do QR code posicionado à esquerda do monitor.

Figura 35: Leitor do QR code posicionado à direita do monitor.

Quando o leitor está posicionado à direita do monitor do operador, o movimento

realizado pelo operador para fazer a leitura do QR code é significativamente maior. A

distância da base fixa do leitor até o smartphone do usuário dobra, o que leva a

movimentos com tempo de duração maior. Ergonomicamente, a localização do leitor à

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direita também leva a ações que podem prejudicar a posição de trabalho do operador,

pois muitas vezes o mesmo necessita movimentar e rotacionar seu tronco em ângulos

superiores a 90°. Como ilustra a Figura 32 e também a Figura 36, por vezes o operador

necessita se debruçar sobre a bancada de trabalho apenas para acessar o leitor.

Figura 36: Movimento inapropriado do operador.

Outro ponto importante a se destacar é que com o leitor posicionado à direita,

por vezes o operador necessita esticar o cabo de alimentação do leitor, o que pode levar

a defeitos no aparelho, além de dispender de um tempo maior no manuseio –

prejudicando também o operador ergonomicamente. A Figura 37 ilustra este processo.

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Figura 37: Cabo de alimentação do leitor sendo esticado pelo operador.

Dessa forma, a localização do leitor à direita do monitor e próximo à janela de

acesso ao usuário, permite movimentos mais suaves por parte do operador, reduzindo o

tempo de atendimento e melhorando a ergonomia.

Outro ponto importante quanto ao layout da bancada de operação, é o excesso de

informação com que o operador necessita trabalhar. A Figura 38 ilustra uma bancada de

operação.

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Figura 38: Bancada de operação.

Nesta bancada é possível perceber que o operador necessita fazer operações com

dinheiro, com o leitor do MobCash e com cartões de crédito, como ilustram as setas

amarelas. Ainda, o leitor do QR code está posicionado à direita. Percebe-se também

outros objetos na bancada (setas azuis). Dessa forma, o operador pode ficar

sobrecarregado com o excesso de “informações” em sua bancada, o que potencialmente

contribui para tempos de atendimento maiores, além de prejudicar ergonomicamente o

seu trabalho. Bancadas como esta foram presenciadas com regularidade na análise desta

pesquisa, como também ilustra a Figura 39.

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Figura 39: Bancada de operação com excesso de “informações”.

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8 SIMULAÇÃO DA OPERAÇÃO DO MOBCASH

Um objetivo importante deste projeto é a concepção e análise de desempenho de

cenários de operação das praças de pedágio da Freeway. Com este objetivo, foram

concebidos cenários envolvendo o uso de cobrança eletrônica de pedágio (ETC e

MobCash) em algumas cabines nas 3 praças de pedágio da Freeway.

8.1 Construção da plataforma de modelagem para simulação

Para estas modelagens, quatro cabines com o sistema de cobrança através de

aplicativo são simulados para cada praça de pedágio, que ainda consta com cabines de

cobrança manual e um sistema ETC com cobrança através de OBUs em duas faixas por

sentido. O desempenho destes cenários foi simulado através do software de

microssimulação VISSIM.

8.1.1 Modelo de microssimulação VISSIM

A análise do desempenho dos cenários descritos foi realizada através de modelos

de microssimulação de tráfego. A microssimulação é uma ferramenta capaz de

reproduzir diversos cenários reais de tráfego, e é amplamente utilizada na elaboração de

estudos e desenvolvimento de projetos em engenharia de transportes. Os modelos de

simulação são especialmente úteis quando as estratégias em análise exigem novas

construções ou investimentos onerosos. No entanto, a chave para avaliações de sucesso

depende da validade do modelo de simulação microscópica (Park e Qi, 2006).

O software de micro simulação VISSIM foi selecionado para análise, pois assim

como os principais softwares de microssimulação, apresenta condições de modelagem

distintas para diferentes tipos de veículos, que podem incluir automóveis, caminhões e

ônibus, e usa uma função com distribuição estocástica de velocidades desejadas

completamente editável para cada tipo de veículo. Gao et al. (2002) e Ratrout e Rahman

(2009) também apontam que o VISSIM se destaca pela capacidade de modelar de forma

simples e satisfatória os veículos individualmente e também interações entre veículos.

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Uma particularidade do VISSIM é que o modelo também possui um algoritmo

de car following específico para tráfego rodoviário, com diversos parâmetros editáveis.

Possuir um algoritmo específico para rodovias foi um fator determinante na escolha

deste modelo de simulação para análise.

Através de uma revisão de trabalhos de modelagem, Gettman e Head (2003)

apontam que o VISSIM possui um melhor controle de parâmetros referentes às trocas

de faixa, além de possuir um maior número de parâmetros de car following, se

comparado aos softwares Corsim, Simtraffic, Hutsim, Paramics, Integration, Aimsun,

Watsim e Texas. Um bom controle de troca de faixas e de car following é essencial para

a modelagem deste estudo, uma vez que para altas intensidades de fluxo estes

parâmetros possuem grande influência no comportamento do trecho.

8.1.2 Coleta de dados e calibração do VISSIM

Para a modelagem dos cenários propostos, foi necessária uma calibração, e

posterior validação do desempenho do simulador. Para tanto, dados referentes a fluxo e

velocidade foram coletados através de laços indutivos instalados no pavimento,

relatórios de fluxo das praças de pedágio, bem como através de câmeras de

monitoramento da concessionária.

Dados de fluxo-velocidade coletados através de laços indutivos nos marcos

quilométricos 110, 96, 87, 65, 53, 22 e 19 foram utilizados para criar as distribuições de

velocidade e de potência dos automóveis, para que estas fossem compatíveis com o

perfil dos veículos brasileiros. Estes dados também permitiram segmentar as classes de

veículos, para assim obter a porcentagem de veículos pesados trafegando na rodovia.

Dados coletados através das câmeras de monitoramento permitiram avaliar o

desempenho do tráfego nas praças de pedágio. Foram coletados dados referentes ao

tempo de parada dos veículos nas cabines de pedágio; a velocidade (taxa de

desaceleração na região da praça); tempo de fila nas cabines e o número médio de

veículos em fila para diversos níveis de demanda (demanda baixa, moderada e alta).

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O tempo de parada dos veículos leves nas cabines tem uma média de 14

segundos, com um desvio padrão de 8 segundos. Já os veículos pesados tem uma média

de 26 segundos, com um desvio padrão de 15 segundos.

O tempo médio de fila foi mensurado nos finais de semana dos feriadões de 14 a

16 de abril e 21 a 23 de abril de 2017. O tempo médio de fila para demandas moderadas

e altas por veículo é de 01:35 minutos. Para altas demandas, o número de veículos em

fila pode chegar a 15. Nestes momentos, o tempo médio de fila chega a superar 3

minutos de média.

Após calibrar as distribuições de velocidade e potência dos veículos, foram

calibrados os parâmetros de comportamento dos condutores. Esta calibração do

comportamento dos condutores foi divida em três etapas: (1) análise de sensibilidade –

para definir quais parâmetros devem receber calibração bem como uma faixa de valores

aceitáveis para cada parâmetro; (2) análise combinatória – para determinar todas as

combinações possíveis de valores entre os parâmetros a serem calibrados; (3) validação

dos dados através de uma função objetivo que determina a porcentagem do erro relativo

entre os dados coletados em campo e os dados modelados. Em Caleffi et al. (2012),

encontra-se uma maior descrição deste método de calibração.

Para as 3 praças de pedágio, a configuração das cabines de cobrança e operação

é variável, e determinada através do volume de veículos na rodovia. Com isso, algumas

cabines devem ficar sem operação. Para a modegem, principalmente dos cenários de

alta demanda, foram simulados dias e períodos de pico, seguindo o ordenamento de

cabines em operação usualmente empregadas pela Concessionária.

8.2 Cenários modelados

Para as praças de pedágio da Freeway, foram modelados cenários que

representam os picos de inverno e de verão. Dessa forma, foi possível avaliar o

desempenho dos sistemas de cobrança eletrônicas nos cenários de volume mais

carregados do ano. A Tabela 14 apresenta os picos de volume para os cenários

modelados. As análises de simulação foram realizadas para períodos de uma hora.

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Tabela 14: picos de volume modelados.

Praça Pico de Inverno

Veic./hora

Pico de Verão

Veic./hora

P1 3200 4600

P2 3900 5200

P3 1500 1800

Além da variação dos picos de demanda, foram também criados cenários de

simulação onde foram variados o tempo médio de pagamento do pedágio através do

MobCash. Como mencionado no Capítulo 7, a média de tempo de pagamento com o

MobCash é de 16 segundos. Contemplando a hipótese discutida de que é possível

reduzir este tempo de pagamento, foram modelados cenários em que este tempo médio é

de 12, 10 e 8 segundos. Estes tempos foram modelados para ambos os picos de inverno

e verão.

Ainda para a simulação destes novos tempos de pagamentos, foram criados

cenários de percentual de adesão ao pagamento com MobCash. Os percentuais

admitidos foram de 10%, 20% e 30% do total de usuários. Para os cenários simulados

nesta pesquisa, o percentual de veículos que utilizam o sistema ETC de cobrança não foi

variado, e manteve-se o percentual de 30% do total de veículos que atualmente faz uso

do sistema. A Tabela 15 apresenta um resumo dos cenários modelados.

Tabela 15: Resumo dos cenários modelados.

Tempo Médio de

Pagamento

[MobCash]

% do Volume

com MobCash

% do Volume

com ETC

% do Volume em

Cabines Tradicionais

12 segundos

10% 30% 60,00%

20% 30% 50,00%

30% 30% 40,00%

10 segundos

10% 30% 60,00%

20% 30% 50,00%

30% 30% 40,00%

8 segundos

10% 30% 60,00%

20% 30% 50,00%

30% 30% 40,00%

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8.3 Resultados das simulações

Esta seção apresenta os resultados das simulações envolvendo a cobrança

eletrônica de pedágios através do ETC + MobCash. Como indicadores de desempenho,

empregados na avaliação dos cenários modelados, foram utilizados o tempo de viagem

dos veículos na praça de pedágio – como indicado na Figura 40; o comprimento total da

fila de veículos na praça durante a simulação; e o total de paradas ocorridas dentro da

praça. Uma parada veicular foi contabilizada sempre que sua velocidade atingiu zero

km/h. Portanto, um mesmo veículo pode ter inúmeras “paradas” na região da praça.

Figura 40: Praça de Pedágio de Gravataí (P2) – Indicativo do trecho de medição

do tempo de viagem.

Assim como a praça P2, as praças P1 e P3 também tiveram trecho semelhante

para medição dos tempos de viagem, isto é, os tempos de viagem foram mensurados da

entrada do garrafão até o ponto onde estão localizadas as cancelas de pedágio. Para as

duas faixas ETC de cada praça, localizadas na extrema direita, os tempos de viagem

também foram medidos.

Os tempos de viagem do trecho após as cancelas até o final da praça foi também

mensurado, e apontaram que não há diferença significativa entre os veículos do sistema

ETC e os que fazem uso das cabines tradicionais. Portanto, nas seções seguintes são

apresentados apenas os tempos de viagem da entrada do garrafão até as cancelas.

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8.3.1 Comparação entre as Praças P1, P2 e P3

Inicialmente, foi realizada uma avaliação das três praças, com o objetivo de

traçar um paralelo entre elas, a fim de caracterizar os tempos de viagem, comprimentos

máximos de fila e total de paradas destas praças. Esta avaliação permitiu também

determinar qual praça possui as condições operacionais mais carregadas. As Figuras 41

e 42 apresentam os tempos de viagem – da entrada do garrafão até as cancelas – para os

picos de inverno e verão. Como a demanda do pico de verão é superior à do pico de

inverno, é esperado que no verão as praças tenham um carregamento maior. Como

evidenciado nos resultados, os tempos de viagem para o pico de verão são

significativamente maiores, confirmando esta hipótese.

Importante relembrar que a praça P1 está localizada na cidade de Santo Antônio

da Patrulha; a praça P2 em Gravataí; e a praça P3 em Eldorado do Sul.

Figura 41: Tempos de viagem para o pico do verão – da entrada do garrafão até as

cancelas.

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91

Figura 42: Tempos de viagem para o pico do inverno – da entrada do garrafão até as

cancelas.

Para o pico do verão, os tempos de viagem são em média 60% maiores. Como

no verão a rodovia opera em sua capacidade – cerca de 5200 veículos por hora para

trechos com 3 faixas de tráfego –, frequentemente também por períodos prolongados (o

que não acontece nos picos de inverno), os efeitos negativos são também percebidos

através de outros indicadores de desempenho, como ilustram as Figuras 43 e 44.

Figura 43: Comprimento de fila máximo para as praças, nos picos de verão e inverno.

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92

Figura 44: Total de paradas dos veículos nas praças, para os picos de verão e inverno.

Nos comprimentos de fila máximos das praças, percebe-se que no verão as três

praças têm comprimento máximo que corresponde à fila se estender até a entrada do

garrafão. Já no pico de inverno, as filas são sempre menores. É importante ressaltar que

a simulação considera cenários que combinam as demandas típicas de pico e as taxas de

atendimento médias. A simulação não considerou o impacto da redução dos tempos de

atendimento que ocorrem quando a concessionária implementa o sistema de venda de

tickets antecipado (Papa Fila).

Em relação ao total de paradas dos veículos nas praças, há uma grande diferença

entre o total par o pico de verão e inverno. Isso acontece principalmente devido ao fato

de que no verão a rodovia opera na capacidade, gerando um maior carregamento nas

praças. No inverno, em geral os veículos permanecem menos tempo em fila nas praças,

o que faz com que o total de “paradas dos veículos” também seja menor.

Percebe-se ainda que a praça P2 tem o pior desempenho. Como a Praça de

Gravataí (P2) é a que recebe os maiores volumes de tráfego entre as três praças em

operação, é esperado que ela tenha um desempenho operacional inferior as outras

praças.

Dessa forma, a praça P2 foi escolhida para receber os cenários de simulação em

que o MobCash está em operação. Assim, o MobCash é modelado para os piores

cenários de demanda, permitindo uma melhor avaliação dos potenciais benefícios do

sistema.

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8.3.2 Resultados – MobCash 12 segundos

As Figuras 45 e 46 apresentam os tempos de viagem – da entrada do garrafão até

as cancelas – para os picos de inverno e verão. Nestes gráficos são apresentados os

tempos de viagem atuais da praça para os veículos que fazem uso das cancelas

tradicionais de cobrança manual; os tempos de viagem atuais dos veículos que fazer uso

do sistema ETC; e os tempos de viagem para o MobCash sendo operado com uma

média de pagamento de 12 segundos por veículo. Foi ainda variado o percentual de

adesão (10%, 20% e 30%) ao sistema MobCash. O percentual de uso do sistema ETC

não foi variado, e manteve-se o percentual atual de 30%.

Figura 45: Tempos de viagem para o pico do verão, com média de 12 segundos de

cobrança para o MobCash.

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94

Figura 46: Tempos de viagem para o pico do inverno, com média de 12 segundos de

cobrança para o MobCash.

Percebe-se que para o pico do inverno, a redução do tempo de pagamento do

MobCash para 12 segundos não possui um efeito significativo nos tempos de viagem da

praça. Destaca-se também os tempos de viagem para os veículos que fazem uso do

sistema ETC. Para os picos de verão e inverno, os ganhos no tempo de viagem são de

aproximadamente 90% e 78%, respectivamente. Isso se deve ao fato de que no sistema

ETC os veículos não necessitam fazer paradas, e ainda, em períodos de pico, estes

usuários não enfrentam as filas geradas pelo sistema de cobrança manual.

Para o pico do verão, é possível perceber uma redução nos tempos de viagem, a

medida que cresce a adesão ao sistema MobCash, demonstrando que mesmo uma

pequena redução (de 14 segundos na cobrança manual tradicional para 12 segundos com

MobCash) no tempo médio de pagamento já causa efeitos positivos nos tempos de

viagem agregados. Esta redução do tempo de viagem, para o sistema MobCash com 10,

20 e 30% de adesão podem chegar a 12%, 16% e 24%, respectivamente. Os benefícios

da redução nos tempos são também percebidos no total de paradas dos veículos na

praça, como ilustra a Figura 47.

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95

Figura 47: Comprimento de fila máximo e total de paradas dos veículos para os picos do

verão e inverno, para o MobCash com 12 segundos.

Quanto ao comprimento de fila máximo, o MobCash não oferece benefícios para

o pico do verão, pois a fila permanece atingindo o início do garrafão. Porém, essa fila

permanece no seu comprimento máximo por um tempo menor, o que pode ser

percebido peto total de paradas sempre menor – à medida que o percentual de adesão ao

MobCash cresce.

Ao contrário dos tempos de viagem, para as filas e paradas é possível notar os

benefícios do sistema MobCash no pico do inverno. Ao contrário do verão, o

comprimento máximo da fila reduz com o novo sistema, assim como o total de paradas.

Isso se deve ao fato de que a pequena redução no tempo de operação dos pagamentos já

permitir uma vazão maior nas cabines de pedágio.

8.3.3 Resultados – MobCash 10 segundos

As Figuras 48 e 49 apresentam os tempos de viagem – da entrada do garrafão até

as cancelas – para os picos de inverno e verão, para o MobCash operado com uma

média de pagamento de 12 segundos por veículo.

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Figura 48: Tempos de viagem para o pico do verão, com média de 10 segundos de

cobrança para o MobCash.

Figura 49: Tempos de viagem para o pico do inverno, com média de 10 segundos de

cobrança para o MobCash.

Assim como no tempo de cobrança médio de 12 segundos, a redução do tempo

de pagamento do MobCash para 10 segundos no pico do inverno também não possui

um efeito significativo nos tempos de viagem da praça. A redução do tempo fica em

média entre 15 a 20 segundos. Já para o pico do verão, existe redução dos tempos de

viagem à medida que cresce a adesão ao sistema. Esta redução do tempo de viagem,

para o sistema MobCash com 10, 20 e 30% de adesão poder chegar a 16%, 18% e 36%,

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97

respectivamente. Os benefícios da redução nos tempos são também percebidos no

comprimento de fila máximo e no total de paradas dos veículos na praça, como ilustra a

Figura 50.

Figura 50: Comprimento de fila máximo e total de paradas dos veículos para os picos do

verão e inverno, para o MobCash com 10 segundos.

Quanto ao comprimento de fila máximo no pico do verão, o MobCash passa a

oferecer benefícios com 30% de adesão ao sistema. Novamente, a fila permanece no seu

comprimento máximo por um tempo menor, o que pode ser percebido pelo total de

paradas sempre menor – à medida que o percentual de adesão ao MobCash cresce.

Para as filas e paradas é possível notar os benefícios do sistema MobCash

também no pico do inverno. O comprimento máximo da fila reduz com o novo sistema,

à medida que cresce a adesão do sistema, assim como o total de paradas. Isso se deve,

assim como ocorreu com o tempo de 12 segundos de cobrança, ao fato de que uma

pequena redução no tempo de operação dos pagamentos já permite uma vazão cada vez

maior nas cabines de pedágio.

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8.3.4 Resultados – MobCash 8 segundos

As Figuras 51 e 52 apresentam os tempos de viagem – da entrada do garrafão até

as cancelas – para os picos de inverno e verão, para o MobCash operado com uma

média de pagamento de 8 segundos por veículo.

Figura 51: Tempos de viagem para o pico do verão, com média de 8 segundos de

cobrança para o MobCash.

Figura 52: Tempos de viagem para o pico do inverno, com média de 8 segundos de

cobrança para o MobCash.

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Assim como no tempo de cobrança médio de 12 e 10 segundos, a redução do

tempo de pagamento do MobCash para 8 segundos no pico do inverno também não

possui um efeito significativo nos tempos de viagem da praça. A redução do tempo fica

em média entre 20 a 25 segundos. Já para o pico do verão, existe redução dos tempos de

viagem à medida que cresce a adesão ao sistema. Esta redução do tempo de viagem,

para o sistema MobCash com 10, 20 e 30% de adesão poder chegar a 17%, 19% e 40%,

respectivamente. Os benefícios da redução nos tempos são também percebidos no

comprimento de fila máximo e no total de paradas dos veículos na praça, como ilustra a

Figura 53.

Figura 53: Comprimento de fila máximo e total de paradas dos veículos para os picos do

verão e inverno, para o MobCash com 8 segundos.

Quanto ao comprimento de fila máximo no pico do verão, diferente dos tempos

de 12 e 10 segundos, o MobCash com 8 segundos oferece benefícios para qualquer

porcentagem de adesão ao sistema. As filas sequer atingem o limite atual de 250 metros,

e o total de paradas, tanto para o pico do verão quanto do inverno, apresentam redução

significativa, que pode chegar a ser superior a 50% do total de paradas do cenário atual

da Freeway. Novamente, uma pequena redução no tempo de operação dos pagamentos

já permite uma vazão cada vez maior nas cabines de pedágio, aumentando a fluidez e,

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100

consequentemente, reduzindo o comprimento máximo das filas e o total de paradas na

região da praça.

8.3.5 Síntese dos resultados

Comparando os cenários modelados, é possível perceber uma gradual evolução

dos benefícios do MobCash, a medida que cresce a adesão ao sistema, e a medida que o

tempo de operação médio do pagamento reduz. As Tabelas 17, 18 e 19 sintetizam esses

benefícios.

Tabela 17: Síntese dos benefícios para os tempos de viagem na praça P2, com o sistema

MobCash.

Tempo Médio de

Operação

Redução nos Tempos de Viagem - Verão

MobCash - 10% MobCash - 20% MobCash - 30%

12 segundos 12% 16% 24%

10 segundos 16% 18% 36%

8 segundos 17% 19% 40%

Tabela 18: Síntese dos benefícios para o comprimento máximo das filas na praça P2,

com o sistema MobCash.

Tempo Médio de

Operação

Redução no Comprimento de Fila Máximo - Verão [metros]

Atual MobCash - 10% MobCash - 20% MobCash - 30%

12 segundos 250 250 250 250

10 segundos 250 250 250 245

8 segundos 250 245 245 240

Tempo Médio de

Operação

Redução no Comprimento de Fila Máximo - Inverno [metros]

Atual MobCash - 10% MobCash - 20% MobCash - 30%

12 segundos 100 91 87 84

10 segundos 100 87 86 74

8 segundos 100 83 65 63

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Tabela 19: Síntese dos benefícios para o total de paradas dos veículos na praça P2, com

o sistema MobCash.

Tempo Médio de Operação Redução no Total de Paradas - Verão

Atual MobCash - 10% MobCash - 20% MobCash - 30%

12 segundos 10456 4,47% 21,21% 31,54%

10 segundos 10456 5,59% 26,16% 37,22%

8 segundos 10456 19,68% 37,32% 51,78%

Tempo Médio de Operação Redução no Total de Paradas - Inverno

Atual MobCash - 10% MobCash - 20% MobCash - 30%

12 segundos 1849 7,52% 23,15% 37,37%

10 segundos 1849 13,41% 26,66% 44,62%

8 segundos 1849 21,36% 40,35% 55,00%

Destaca-se que os benefícios percentuais do total de paradas na praça são

semelhantes para os picos do verão e inverno. Porém, como o pico do verão possui

média de 10456 paradas horárias atualmente, em relação aos 1849 do pico do inverno,

os benefícios do pico do verão oferecem benefícios muito maiores também para os

tempos de viagem.

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9 AVALIAÇÃO DE CENÁRIOS OPERACIONAIS DE INTENSIFICAÇÃO

DO USO DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE COBRANÇA NAS PRAÇAS

DA CONCESSIONÁRIA

Esta etapa envolve (i) pesquisa sobre a disponibilidade dos usuários para aderir

ao sistema eletrônico de cobrança, (ii) uma avaliação operacional das praças de pedágio

com cenários que incluem um aumento no número de usuários de sistemas de cobrança

eletrônicos.

9.1 Pesquisa sobre disponibilidade dos usuários

A elaboração de uma pesquisa para analisar a disponibilidade dos usuários a

aderir ao sistema eletrônico de cobrança foi realizada. O instrumento de pesquisa está

baseado em técnicas de preferência declarada (PD). Estas técnicas consistem em um

conjunto de metodologias fundamentadas em juízos de valor declarados pelos

indivíduos. Seu princípio básico é apresentar ao entrevistado um conjunto de situações

hipotéticas. Em cada situação apresentada, o entrevistado escolhe uma alternativa

(caracterizada por diversos atributos), dentre o conjunto de alternativas oferecido. Esta

escolha feita pelo indivíduo representa a sua preferência pelos atributos de uma

alternativa sobre as outras. Assim, o objetivo das pesquisas PD é obter, dos usuários da

rodovia, suas preferências em relação às alternativas apresentadas.

9.1.1 Elaboração da pesquisa PD

A elaboração do experimento PD requer três estágios: (i) especificação do modelo; (ii)

projeto experimental; e (iii) desenho do questionário.

9.1.1.1 Especificação do modelo

O primeiro estágio consistiu na determinação completa da especificação do

modelo com os parâmetros a estimar. Cada experimento PD é criado para estimar um

modelo específico. Assim, este estágio requer o entendimento do problema de escolha a

ser analisado; a identificação das alternativas; determinação dos atributos relacionados

com cada alternativa, e dos níveis dos atributos que serão utilizados no estudo; e a

determinação do tipo de modelo que será estimado, definindo sua estrutura funcional.

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103

Assim, foi analisado o problema de escolha determinando três alternativas: (i)

sistema de cobrança manual, (ii) sistema de cobrança eletrônico existente (tag) e (iii)

sistema de cobrança por aplicativo de smartphone. A seleção dos atributos que

influenciam na decisão de escolha de um sistema de cobrança foi baseada numa revisão

bibliográfica de artigos nacionais e internacionais relevantes na área e, principalmente,

nos resultados obtidos da pesquisa para avaliação da percepção dos usuários sobre os

sistemas de cobrança atualmente disponíveis, descrita no capítulo 5. A escolha do

sistema de cobrança é uma decisão afetada por uma série de fatores, sendo que o custo

do sistema e aqueles relacionados à espera no pedágio se mostraram essenciais no

processo decisório. Esta espera no pedágio pode ser representada pela fila de veículos

ou pelo tempo de espera no pedágio. O atributo associado à fila de veículos foi

escolhido, pois os tempos de espera das diferentes alternativas, considerando que são

valores pequenos, pode não ser perceptível para os usuários, dificultando a escolha.

Assim, os atributos selecionados para o projeto do experimento foram Fila de veículos

no pedágio, Custo do pedágio e Custo da mensalidade.

Os níveis dos atributos utilizados para gerar o projeto experimental são

apresentados na Tabela 20.

Tabela 20: Atributos e níveis.

Variáveis Cobrança

manual

Cobrança automática

(tag) Cobrança smartphone

Fila de veículos no

pedágio (n° veículos) 5 10 15 0 5 10 15

Custo do pedágio (R$) 13.80 9.70

(- 30%)

11.70

(- 15%) 13.80

9.70

(- 30%)

11.70

(- 15%) 13.80

15.20

(+10%)

Custo da mensalidade

(R$) -

14 20 -

Para a alternativa de cobrança manual foi utilizado o valor do pedágio atual

(correspondente aos dois sentidos de circulação) e as filas médias existentes nos

pedágios nos horários de pico, com base em informações obtidas da análise de vídeos e

dados históricos da Concessionária. A alternativa cobrança automática foi considerada

sem fila, com o valor atual da tarifa de pedágio e descontos de 15% e 30% da tarifa

atual. Adicionalmente, foi considerado o custo da mensalidade como dois níveis, valor

atual médio das diferentes empresas e valor 30% menor. Para a alternativa de cobrança

por smartphone foi consideradas as mesmas filas de veículos que para a cobrança

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104

manual, mas exigindo que a fila seja menor ou igual que na cobrança manual. O custo

do pedágio foi analisado com quatro níveis, os mesmos utilizados para cobrança manual

e um custo de 10% a mais que a tarifa atual do pedágio, para representar um incremento

da tarifa relativo a custos financeiros da compra por aplicativo de celular.

Os níveis selecionados permitem a análise da não linearidade dos atributos e

representar de forma mais adequada o comportamento de escolha.

O projeto experimental requer a definição do modelo economêtrico a ser usado.

O modelo utilizado correspondeu a um modelo logit multinomial (MNL), utilizando

funções de utilidade lineares nos parâmetros (capítulo 5).

9.1.1.2 Projeto experimental

A partir das informações identificadas no primeiro estágio, foi elaborado o

projeto experimental. Foram definidas 12 situações de escolha a serem apresentadas aos

usuários da rodovia. Essa quantidade foi definida seguindo os seguintes critérios:

tamanho da amostra, natureza da escolha estudada, balance entre os níveis dos atributos,

e graus de liberdade (número de situações de escolha não deve ser inferior aos graus de

liberdade do experimento).

O projeto experimental foi elaborado utilizando desenhos eficientes, definidos

como aqueles que resultam na estimação de modelos com parâmetros de erros padrão

baixos, utilizando o software N-gene (Choice Metrics, 2013). Os desenhos eficientes

surgiram a partir do ano 2000 como alternativa aos desenhos fatoriais ortogonais

utilizados até então. Os desenhos ortogonais utilizam técnicas baseadas em princípios

que se aplicam a modelos lineares, mas que não são relevantes para modelos de escolha

(por exemplo, ortogonalidade), levando a resultados ineficientes. Os desenhos eficientes

são mais apropriados para este tipo de estudo, pois permite trabalhar com amostras

menores e obter vantagens com este tipo de desenhos. Entretanto, desenhos eficientes

requerem informações que geralmente não estão disponíveis inicialmente, como a

estrutura das funções de utilidade e os valores dos parâmetros do modelo a estimar.

Portanto, foi realizado um levantamento bibliográfico dos valores dos parâmetros a

estimar, prática atual do planejamento deste tipo de desenhos.

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105

Na geração do desenho foi adotada uma aproximação Bayesiana dos parâmetros

ao invés de assumi-los fixos, considerando que eles seguem uma distribuição uniforme.

Essa técnica, embora requeira maior esforço de estimação, permite incluir a incerteza

em relação aos valores dos parâmetros iniciais, incerteza resultante dos valores serem

provenientes de estudos realizados em outros contextos. A distribuição uniforme foi

considerada para levar em consideração a incerteza associada à validez dos parâmetros

iniciais utilizados. Os valores iniciais adotados são os provenientes de estudos

reportados na revisão bibliográfica (Holguín e Preziosi, 2010) apresentados na Tabela

21.

Tabela 21: Valores iniciais dos parâmetros

Atributos Valor inicial do parâmetro

Fila de veículos no pedágio (n° veículos) U(-0.05, 0.009)

Custo do pedágio (R$) U(-0.60, 0.023)

Custo da mensalidade (R$) U(-0.60, 0.009)

A aproximação Bayesiana considera uma distribuição para os valores de cada

parâmetro, gerando a través de números quase aleatórios (foi utilizada a sequência

Halton) diferentes desenhos e calculando o valor médio da eficiência de todos os

desenhos. Foram utilizadas 500 extrações de cada parâmetro e avaliada a eficiência de

cada desenho.

O indicador de ineficiência adotado, utilizado habitualmente em desenhos

eficientes, é o D_error, calculado como o determinante da matriz Ω1, que é a matriz de

variância e covariância para apenas um indivíduo (Rose e Bliemer, 2009):

D_error = det(Ω1)1 L⁄ (10)

Para o caso de distribuições de probabilidades para as aproximações dos

parâmetros, como a aproximação bayesiana adotada neste estudo, tem-se o Bayesian

D_error (Db_error) dado por:

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106

Db_error = ∫ det(Ω1)1 L⁄

β

f(β) dβ (11)

Um desenho D-eficiente busca minimizar este valor, e espera produzir modelos

com baixos erros padrão para um tamanho de amostra dado. Assim, estimar modelos

com o nível de precisão desejado utilizando uma amostra menor que com desenhos

ortogonais. O valor de Db_error obtido foi de 0.171, o qual é um valor satisfatório. O

desenho final é apresentado na Tabela 22.

Tabela 22: Desenho PD

Situação de

escolha

Cobrança manual Cobrança automática Cobrança smartphone

Fila Custo do

pedágio

Fila

Custo do

pedágio

Custo

mensalidade

Fila

smartphone

Custo do

pedágio

1 15 13.8 0 13.8 14 5 15.2

2 15 13.8 0 13.8 20 10 13.8

3 10 13.8 0 11.7 20 5 11.7

4 5 13.8 0 13.8 20 5 15.2

5 10 13.8 0 9.7 14 10 9.7

6 15 13.8 0 11.7 14 15 11.7

7 15 13.8 0 9.7 14 15 9.7

8 5 13.8 0 9.7 20 5 9.7

9 15 13.8 0 13.8 20 5 13.8

10 10 13.8 0 13.8 20 5 13.8

11 10 13.8 0 11.7 14 10 11.7

12 15 13.8 0 13.8 14 10 15.2

9.1.1.3 Questionário PD

A partir do projeto experimental foi construído o questionário da pesquisa PD.

Este questionário foi estruturado em duas partes: (i) Perguntas iniciais (nome, idade,

frequência de uso da rodovia, etc.) e (ii) Preferência declarada: apresentação da pesquisa

PD (12 situações de escolha). As perguntais iniciais trataram a caracterização dos

usuários, abordando questões relativas à idade, gênero, uso do sistema de cobrança

automática, origem e destino da viagem que está sendo realizada, frequência de uso da

rodovia em período de verão e feriados, frequência de uso da rodovia ao longo do ano.

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107

A seguir, se apresenta um exemplo da pesquisa PD a ser aplicada, a

contextualização (Figura 54) e situações de escolha 1 (Figura 55) e 2 (Figura 56) (das

12 apresentadas). A pesquisa completa está apresentada no Apêndice 2.

Figura 54: Contextualização da pesquisa PD

Figura 55: Situação de escolha 1

AlternativasCobrança Manual

Cobrança Automática(Shoppings, Aeroportos,

Estacionamentos)

Cobrança Smartphone(PRÉ-PAGO)

1 2 3

APRESENTAÇÃO

Suponha que o pagamento do pedágio pudesse ser realizado de 3 formas diferentes, assim como mostraremos em cada uma das 12 seguintes situações. Solicitamos que você

indique sua preferência para cada uma das situações apresentadas. Em relação a toda aquela informação omitida e que considera relevante para a sua decisão, considere que afeta por

igual a todas as alternativas.

Situação 1

AlternativasCobrança Manual

Cobrança Automática(Shoppings, Aeroportos,

Estacionamentos)

Cobrança Smartphone(PRÉ-PAGO)

1 2 3

Custo Pedágio R$ 13,80 R$ 13,80 R$ 15,20 (+10%)

Custo Mensalidade

---- R$ 14,00 ---

Fila de veículos no pedágio

15 Veículos 0 Veículos 5 Veículos

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108

Figura 56: Situação de escolha 2

9.1.2 Coleta de dados

A coleta de dados da pesquisa foi realizada entre 19 e 26 de Junho de 2017, com

usuários da rodovia Osório-Guaíba nas praças de pedágio de Gravataí e Eldorado do

Sul. Os dados foram coletados com aplicação do questionário presencial descrito na

seção anterior.

A amostra foi composta por 400 usuários de veículos leves distribuídos

conforme mostra a Tabela 23.

Tabela 23: Distribuição da amostra

Nº entrevistas

PRAÇA Fim de semana Dia de semana Total

Gravataí 27 c. automática

90 63 automática

210 300 63 c. manual 147 manual

Eldorado do Sul 30 70 100

Total 120 280 400

Situação 2

AlternativasCobrança Manual

Cobrança Automática(Shoppings, Aeroportos,

Estacionamentos)

Cobrança Smartphone(PRÉ-PAGO)

1 2 3

Custo Pedágio R$ 13,80 R$ 13,80 R$ 13,80

Custo Mensalidade

---- R$ 20,00 ---

Fila de veículos no pedágio

15 Veículos 0 Veículos 10 Veículos

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109

O tamanho da amostra foi definido através do cálculo para estimadores de

proporção em amostras aleatórias simples, usada tradicionalmente (Equação 13).

𝑛 =𝑧∝

2⁄2 . 𝑝.(1−𝑝)

𝐸2 (13)

Onde:

n = número de indivíduos na amostra;

Zα/2 = valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado, neste caso foi

adotado um nível de confiança de 95% obtendo um valor crítico de 1.96;

p = proporção populacional de indivíduos que utiliza pedágio automático, valor obtido

de dados históricos da concessionária e que corresponde a 30%;

E = erro máximo de estimativa, adotado o valor de 4.5%.

9.1.3 Análise dos dados

Antes de iniciar o processo de modelagem, os dados foram analisados para

identificar possíveis inconsistências ou problemas nas repostas entregues. A validação

das respostas consistiu na comprovação que as escolhas realizadas foram conforme aos

supostos do comportamento econômico, o qual implicou na identificação de indivíduos

cativos (escolhem sempre a mesma alternativa, tipicamente a que é utilizada

habitualmente, não considerando o compromisso definido entre as alternativas) e

indivíduos lexicográficos (escolhem sempre a mesma alternativa na qual um atributo é

melhor, violando o axioma de continuidade) (Foster e Mourato, 2002).

Os indivíduos cativos, nesse caso, são os que sempre escolhem o sistema de

cobrança. Isto pode ser devido a uma preferência clara por uma alternativa, o qual

levaria aos indivíduos selecionar sempre o mesmo sistema de cobrança, pode acontecer

em casos que o indivíduo deseja influir nas decisões políticas que podam ser obtidas

como resultado da pesquisa (viés de política), ou em falta de interesse na participação

(Saelensminde, 1998). Dos 400 respondentes, 109 foram identificados como cativos do

sistema de cobrança manual, 71 do sistema automático e 25 do sistema por smartphone,

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110

representando aproximadamente 50% da amostra total. O percentual de indivíduos

cativos em pesquisas PD de escolha modal está entre 15% e 20% do total de indivíduos

entrevistados (Ortúzar e Iacobelli, 1998; Cherchi e Ortúzar, 2002). Em pesquisas de

sistema de pagamento de pedágio espera-se um valor superior, mas a literatura não

reporta um valor de referência.

O alto percentual de indivíduos cativos representa um elemento importante, pois

mostra uma resistência dos usuários da rodovia a trocar de sistema de pagamento. Estes

dados foram eliminados da base de dados.

A Tabela 24 apresenta a estatística descritiva das variáveis explicativas

utilizadas nos modelos. A partir dos dados de frequência de utilização da rodovia ao

longo do ano (vezes por semana) e em período de verão e feriados (vezes por ano)

reportados na pesquisa, os usuários foram estratificados conforme a frequência de uso.

Usuários muito frequentes são aqueles que utilizam a rodovia mais de 5 vezes por

semana ao longo do ano e/ou mais de 9 vezes por ano em período de verão e feriado.

Usuários pouco frequentes são aqueles que usam esta rodovia menos de 1vez por

semana ao longo do ano e menos de 8 vezes por ano em período de verão e feriado. O

restante dos usuários foi considerado como usuários com frequência média de uso da

rodovia (Médio frequentes).

Tabela 24: Estatística descritiva das variáveis explicativas

Sistema de cobrança

Manual Automático Smartphone

Variáveis Média Desvio

padrão Média

Desvio

padrão Média

Desvio

padrão

Fila (nº veículos) 11.7 3.73 0.00 0.00 8.33 3.73

Custo do pedágio (R$) 13.8 0.00 12.25 1.74 12.6 2.087

Custo mensalidade (R$) - - 17 3.00 - -

Idade (anos) 42.70 12.80 42.70 12.80 42.70 12.80

Masculino (1, 0) (%) 76.40

Sistema automático (1, 0) (%) 19.50

Muito frequente (1,0) (%) 51.70

Médio frequente (1,0) (%) 34,36

Pouco frequente (1,0) (%) 13.94

Nº indivíduos = 195

Nº Observações = 2340

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111

9.1.4 Modelagem

Modelos de escolha discreta foram estimados para determinar a escolha do

sistema de cobrança de usuários da rodovia. Os sistemas de cobrança considerados na

estimação foram: (i) Manual; (ii) Automático; (iii) Smartphone. O experimento de

escolha utilizado na coleta de dados de preferência declarada correspondeu a uma série

de escolhas entre estas três alternativas de pagamento apresentadas simultaneamente

(choice). As situações de escolha consistiam em comparações entre sistemas

alternativos de pagamento do pedágio. Cada alternativa foi apresentada através de

valores nos atributos considerados no experimento: Fila; Custo do pedágio e Custo

mensalidade.

No presente estudo, diversas estruturas de modelos de escolha discreta foram

testadas, buscando a melhor aderência do modelo aos dados coletados e representar da

forma mais adequada o comportamento de escolha. Em todas as estruturas foram

utilizadas funções de utilidade lineares nos parâmetros, prática usual na modelagem de

demanda de transporte (Ben Akiva e Lerman, 1995). A estimação dos modelos foi

realizada utilizando o software Biogeme (Bierlaire, 2003). As estruturas de modelos

estudadas foram: (i) logit multinomial (modelos MNL); (ii) logit misto no seu caso

especial de coeficientes aleatórios (modelo ML-RC); (iii) logit misto no seu caso de

componentes de erro- efeito painel (modelo ML-EC) e (iv) logit misto no seu caso de

componentes de erro –correlações alternativas de cobrança automática e por smartphone

(modelo ML-EC2). A seguir, uma descrição das formulações econométricas dos

modelos utilizados.

9.1.5 Formulações econométricas

Os modelos de escolha discreta utilizados na modelagem da demanda de

transportes baseiam-se na teoria da utilidade aleatória (McFadden, 1974). Esta teoria se

fundamenta no princípio da maximização da utilidade, onde é postulado que o individuo

q associa a cada alternativa i uma utilidade do tipo estocástica Uiq, escolhendo aquela

alternativa que maximiza sua utilidade. A incapacidade de apreciar, por parte do

analista, todos os atributos e variações de preferências que determinam o

comportamento dos indivíduos, bem como erros de medição, torna necessário

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112

considerar que a utilidade é uma variável aleatória (Ben Akiva e Lerman, 1995). A

utilidade aleatória de uma alternativa é expressa como a soma dos componentes

observáveis ou sistemáticos (denotados como Viq) e componentes não observáveis

(denotados como εiq) conforme equação 14 (Domencich e McFadden, 1972).

𝑈𝑖𝑞 = 𝑉𝑖𝑞 + 𝜀𝑖𝑞 (14)

O componente aleatório é necessário para capturar deficiências na especificação

de atributos não observados, erros de medição, diferenças entre indivíduos, percepções

incorretas de atributos e aleatoriedade inerente à natureza humana (Manski, 1977).

De acordo com a teoria da maximização da utilidade, o indivíduo q escolhe a

alternativa i, sempre que a utilidade desta alternativa seja maior que a associada a

quaisquer das restantes j, ambas pertencentes ao conjunto de alternativas disponíveis

A(q) para o indivíduo q (equação 15):

)(, qAjUU jqiq , ji

(

(15)

isto é,

jqjqiqiq VV iqjqjqiq VV

(

(16)

Considerando que o analista não conhece )( iqjq , não pode ter certeza se a

expressão (equação 16) é satisfeita ou não e, portanto, só pode postular a probabilidade

de ocorrência. Assim, a probabilidade de escolher a alternativa i é dada por (equação

17):

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113

Piq=Prob )(),( qAjVV jqiqiqjq (17)

Os resíduos, iq , são variáveis aleatórias com média zero. Dependendo da

distribuição estatística que seja considerada para os resíduos, será possível determinar

distintos modelos probabilísticos.

Frequentemente, a componente determinística da utilidade é definida como uma

função linear nos atributos e parâmetros (equação 18),

K

k

ikqikiq xV1

, (

(18)

sendo xikq o valor que adota o atributo k-ésimo para o individuo q e ik o

parâmetro ligado a este atributo.

Especificar o modelo requer a especificação do Viq e suposições sobre a

distribuição conjunta da componente aleatória Ɛiq. Diferentes hipóteses sobre a

distribuição de probabilidade adotada para a componente aleatória Ɛiq leva a diversos

modelos de escolha discreta (Ortúzar e Willumsen, 2011).

O logit multinomial (multinomial logit - MNL) (McFadden, 1974) é um dos

modelos mais simples de escolha discreta e também o mais utilizado. Ele se baseia na

hipótese que o termo aleatório Ɛiq da função utilidade é identicamente e

independentemente distribuído conforme uma distribuição de Gumbel (Valor Extremo

tipo I). Este modelo é caracterizado pela simplicidade no seu processo de estimação,

entretanto, impõe uma série de restrições (McFadden, 1973 e 1978; Train, 1986):

Os coeficientes das variáveis (ik) são os mesmos para toda a população.

Isto implica que as diferentes pessoas com as mesmas características

atribuem o mesmo valor a cada uma das variáveis do modelo, embora

possam variar entre alternativas;

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114

Verificam a propriedade da independência de alternativas irrelevantes

(IIA). Esta propriedade implica que a razão entre as probabilidades de

duas alternativas que fazem parte de um conjunto de escolha An é

constante e independente da existência de outras alternativas no

conjunto. Assim, o modelo MNL é apropriado para situações em que as

alternativas apresentem esta característica. Caso contrário, ele poderá

gerar resultados falsos, superestimando ou subestimando a probabilidade

de escolha das alternativas, como ocorre com alternativas que têm

correlações não observadas entre si. Quando o componente sistemático

da utilidade é bem especificado, explicitando todas as variáveis

explicativas do comportamento e o termo de erro é apenas ruído branco,

a IIA é geralmente respeitada (Train, 2009).

Este pressuposto para a distribuição dos resíduos é bastante simplista, uma vez

que dependem da hipótese de independência e homocedasticidade dos resíduos (Ben-

Akiva, et al, 2003). Uma série de modelos com estruturas mais flexíveis têm sido

proposta, os quais permitem incluir fatores que influenciam as preferências que não são

observáveis ou são de difícil mensuração. Nos últimos anos, a utilização de modelos

logit mistos, mixed logit- ML (Ben Akiva e Bolduc, 1996; Brownstone e Train, 1999), é

cada vez maior, permitindo incorporar variações das preferências não observáveis. Estes

modelos supõem um termo aleatório identicamente e independentemente distribuído

conforme uma distribuição de Gumbel, assim como o MNL, mas com um componente

aleatório adicional que é quem permite trabalhar com maior flexibilidade. Dependendo

dos pressupostos considerados sobre os diversos termos aleatórios é possível modelar

correlação e heterocedasticidade (Brownstone e Train, 1999).

Nos modelos logit mistos, a utilidade da alternativa i para um indivíduo q, Uiq,

pode ser descomposta num componente determinístico, Viq, que depende das variáveis

observadas, num componente aleatório, iq, que permite incluir a correlação entre

alternativas e/ou heterocedasticidade, e em outro componente aleatório iq independente

e identicamente distribuído (iid) Gumbel (ou valor extremo tipo I) entre as alternativas e

indivíduos. Assim, a utilidade da alternativa i para o indivíduo q pode ser escrita como

(equação 19):

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115

iqiqiqiq VU , (19) (

Onde iq ~ Gumbel (0, 2 ) e iq ~ f(/), sendo f uma função de densidade geral

e os parâmetros fixos que caracterizam sua distribuição na população.

Dado que iq é distribuído idêntica e independentemente Gumbel, a

probabilidade que o individuo q escolha a alternativa i condicionado a um valor de ,

dará lugar ao modelo logit multinomial (equação 20):

j

V

V

iqqjqjq

iqiq

e

eLiP

)()/( (20)

Desta forma, a probabilidade de escolher uma alternativa i será dada pela

integral, sobre todos os possíveis valores de , da probabilidade condicionada dada pela

equação 21. Isto é,

dfLP iqiq )/()( *

(21) (

Embora o modelo permita grande liberdade na sua especificação, duas

formulações são as mais utilizadas (Train, 2009): (i) modelo de componentes de erro

(error components EC); y (ii) modelo de parâmetros aleatórios (random parameters

RC).

No primeiro caso, a função de utilidade toma a seguinte forma (equação 22):

iqiq

k

ikiqiqiqiq VU ikq x , (22) (

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116

O componente aleatório iq pode representar, entre outras coisas, correlação

entre alternativas ou entre respostas dos indivíduos (efeito painel).

No caso de modelo de parâmetros aleatórios, a especificação é igual à do modelo

MNL, mas os parâmetros θjkq não são fixos, senão que aleatórios com alguma

distribuição. Desta forma, variam na população e representam as diferencias nas

preferências dos indivíduos não capturada pela parte determinística da função de

utilidade. Assumindo então, parâmetros ikq com média populacional ik e desvios

individuais q , a estrutura da função de utilidade resulta (Train, 2009) (equação 23):

iq

k

qk

k

ikiqiqiqiq VU ikq ikq x x , (23)

A estimação dos modelos ML é mais complexa que a dos modelos MNL, devido

a que dependem da solução de uma série de integrais multivariadas sem forma fechada.

Logo, o modelo geralmente é estimado mediante máxima verossimilhança simulada ou

inclusive métodos Bayesianos (Godoy, 2004; Train, 2009).

9.1.6 Resultados dos modelos

A Tabela 25 apresenta os resultados dos modelos estimados:

(i) modelo logit multinomial (modelo MNL);

(ii) modelo logit misto, coeficientes aleatórios (ML-RC);

(iii) modelo logit misto, componentes de erro (efeito painel) (modelo ML-EC);

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117

Tabela 25: Resultados dos modelos estimados para todos os usuários

MNL ML-RC ML-EC

Variáveis Coeficientes valor-p Coeficientes valor-p Coeficientes valor-p

Fila Smartphone (nº

veículos) -0.05 0.00 -0.14 0.01 -0.01 0.00

Fila Manual (nº

veículos) -0.02 0.20** - - -0.03 0.13*

Custo do pedágio (R$) -0.72 0.00 -3.01 0.00 -1.04 0.00

Custo mensalidade

(R$) -0.04 0.14* -0.25 0.15* -0.30 0.20**

Custo mensalidade *

Sistema automático 0.13 0.00 0.28 0.01 0.108 0.01

Constante Automático -1.77 0.00 -0.72 0.74 -2.98 0.00

Constante Smartphone -0.06 0.75 1.25 0.16 -0.17 0.56

Desvio_Painel - - - - 2.10 0.00

Desvio_ Custo - - 2.59 0.01 - -

Desvio_ Fila

Smartphone 0.14 0.02

- Draws=1000 Draws= 1000

Nº Observações = 2340

N° Indivíduos=195

Log likelihood=

-1868.940

Pseudo-R2= 0.262

Nº Observações = 2340

N° Indivíduos=195

Log likelihood=

-1867.05

Pseudo-R2= 0.264

Nº Observações = 2340

N° Indivíduos=195

Log likelihood=

-1867.2

Pseudo-R2= 0.263

*significativo a 85% de confiança ** significativo a 80% de confiança

O resultado do modelo ML-EC2, logit misto de componentes de erro incluindo

correlações entre atributos não observados nas alternativas Automática e Smartphone,

não foi apresentado na tabela. A correlação entre estas alternativas não foi

significativamente diferente de zero (valor-p = 0.43) para os níveis de confiança usuais

(nível de significância 5%). Assim, o modelo colapsa ao MNL, apresentando os

mesmos valores estimados para os parâmetros que o MNL, apresentado na tabela.

O ajuste global dos modelos foi analisado através dos valores de Pseudo-R2. Os

valores obtidos são satisfatórios, considerando que valores de 0.4 são usualmente

considerados excelentes ajustes (Ortúzar e Willumsen, 2011). Os sinais obtidos para os

parâmetros são consistentes com a teoria microeconômica e supostos prévios.

Analisando os coeficientes estimados, é possível observar que os coeficientes

das variáveis Fila Smartphone, Fila Manual, Custo do pedágio e Custo mensalidade

são significativamente diferente de zero (95% de confiança na maioria dos casos). O

sinal negativo das variáveis indica que a utilidade dos sistemas de pagamento decresce

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118

com incrementos no custo e fila de veículos no pedágio. Conforme esperado, os

usuários buscam minimizar os custos e tempo de espera (representado pela fila de

veículos) gastos no pagamento do pedágio. O sinal positivo da interação entre as

variáveis Custo mensalidade e Sistema automático (representado na tabela por Custo

mensalidade * Sistema automático) usuários do sistema automático são menos sensíveis

ao valor da mensalidade do que os não usuários deste sistema. Este resultado mostra que

os não usuários do sistema automático valorizam mais o valor da mensalidade em

relação aos que já adotaram o sistema automático.

Nos modelos MNL e ML-EC, a constante para o sistema de pagamento

automático foi significativamente diferente de zero para um nível de confiança de 95%.

A constante do sistema de pagamento por smartphone não foi significativamente

diferente de zero, não existindo diferença significativa em relação à constante do

sistema de pagamento manual. A constante do sistema de pagamento manual foi

normalizada a zero (é necessário normalizar uma constante específica da alternativa,

pois somente a diferença entre elas pode ser estimada). As constantes capturam a média

dos erros não observáveis (εiq), devido a atributos não observados, erros de medição,

diferenças entre indivíduos, percepções incorretas de atributos e aleatoriedade inerente à

natureza humana. Isto é, é a diferença entre as utilidades das alternativas quando tudo o

resto é igual. Os sinais negativos das constantes mostram que os usuários são mais

propensos a escolher o sistema manual de pagamento do que os outros sistemas

alternativos de pagamento. Comparando os valores das constantes, é possível observar

ainda uma propensão à escolha do sistema manual e por smartphone frente ao

automático.

No modelo ML-RC, as constante do sistema de pagamento automático e por

smartphone não foram significativamente diferente de zero para um nível de confiança

de 95%, não sendo possível comparar a propensão de escolha entre as alternativas.

A escolha do modelo mais adequado entre o MNL e o ML- RC e os modelos

MNL e ML-EC foi baseada no teste de Razão de Verossimilhança (LR) (Ben-Akiva e

Lerman, 1995). Este teste é utilizado na comparação entre dois modelos, um dos quais

deve ser uma versão restringida do outro. Os valores do teste e da distribuição qui-

quadrado são apresentados a continuação:

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119

(i) modelos MNL e ML- RC: LR= 3.78

χ1,95%2 = 3.84

(ii) modelos MNL e ML- EC: LR= 3.48

χ1,95%2 = 3.84

O valor do teste Razão de Verossimilhança mostra que os modelos MNL e ML-

RC, e os modelos MNL e ML-EC não apresentam diferença significativa (LR< χ2).

Assim, os três modelos representam de forma adequada o comportamento de escolha.

Considerando o critério de parcimônia, o modelo MNL foi selecionando para aplicação

futura.

9.1.7 Cálculo da disposição ao pago e elasticidades

Uma das aplicações dos modelos de escolha discreta que derivam da teoria da

utilidade aleatória é o cálculo da valoração subjetiva do atributo k-ésimo de uma

alternativa i( ikVS ), entendida como a disposição a pagar dos indivíduos por uma

mudança unitária no nível deste atributo. Para isto, a taxa marginal de substituição entre

esse atributo(ikx ) e alguma medida do custo da alternativa (

ikc ) é determinada, isto é

(equação 24) (Ortúzar e Willumsen, 2011):

ik

i

ik

i

ik

cV

xV

VS

(24)

Em particular, o valor subjetivo da fila de veículos é a taxa marginal de

substituição entre a fila de veículos no pedágio e o custo do mesmo, e mede a

disposição a pagar dos indivíduos por diminuir a fila de veículo (tempo de espera). Ao

especificar uma função de utilidade linear num modelo MNL, o valor da fila é o

quociente entre o parâmetro do fila de veículos e o do custo.

O valor da fila de veículos para o modelo MNL estimado é 0.7 de

R$/10veículos, podendo realizar uma estimativa de 0.17 R$/min. Existe pouca

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120

evidencia empírica sobre valores de referência em contexto similares. Comparando com

valores obtidos em estudos de demanda realizados em outros países é possível observar

uma ampla variedade de valores para o tempo de viagem (value of travel time - VOT).

Estudos mostram que o VOT varia com o lugar, tempo, características dos usuários

(renda principalmente), motivo da viagem, urgência em chegar no destino (Lam e

Small, 2001; Hensher, 2000; Gunn, 2000). Valores reportados na literatura dependem

do contexto analisado. Estudos europeios reportam valores de 0.15 a 1.1 R$/min

(Victoria Transport Policy Institute, 2017), alguns países subdesenvolvidos encontraram

valores de 0.12 R$/min a 0.20 R$/min (I.T. Transport, 2002). Outros estudos

recomendam valores relacionados com a taxa salarial, variando de 54% a 80% da taxa

salarial (Transport Canada, 1994; U.S. Department of Transportation, 1997;

Commissariat General du Plan, 2001; Waters, 1996).

Para comparar a importância das variáveis explicativas com diferentes escalas e

conhecer os efeitos quantitativos de mudanças da política de transporte na demanda foi

calculada a elasticidade direta de escolha do sistema de pagamento em relação às

variáveis explicativas (Tabelas 26).

A elasticidade é definida como a mudança percentual na probabilidade de

escolha de uma alternativa, pertencente ao conjunto de alternativas, a consequência de

variações no valor dos atributos da mesma alternativa (Elasticidade direta). As

elasticidades permitem comparar o impacto das variáveis explicativas e conhecer os

efeitos de mudanças da política de transporte na demanda.

A elasticidade da probabilidade de escolha mede a sensibilidade da escolha dos

indivíduos em relação a uma variável explicativa. Indica qual a mudança percentual na

probabilidade do indivíduo escolher uma alternativa em função de uma mudança

marginal no valor da variável explicativa da função utilidade da mesma alternativa

(Elasticidade direta) (Ortúzar e Willumsen, 2011). O cálculo de elasticidades utilizou as

equações propostas por Ortúzar e Willumsen (2011) (Equação 25). Os valores foram

calculados para cada indivíduo e logo agregados utilizando o método de enumeração

amostral.

EPiq, Xikq = θik .Xikq (1-Piq) (25)

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121

em que EPiq,Xikq: é a elasticidade da probabilidade de escolha da alternativa Ai em relação

a uma mudança marginal do atributo k da alternativa Ai para o individuo q; θik: valor do

coeficiente da variável Xi na opção de troca; Xikq: valor da variável na alternativa i

oferecida; e Piq : probabilidade da alternativa i a ser escolhida.

Tabela 26: Elasticidade da probabilidade de escolha do sistema de cobrança

Manual Automática Smartphone

Fila Smartphone (nº veículos) - - - 0.20

Fila Manual (nº veículos) - 0.12 - -

Custo do pedágio (R$) -6.46 -7.39 - 4.94

Custo mensalidade (R$) - -0.55 -

Custo mensalidade * Sistema automático - 0.23 -

As tabelas anteriores mostram que a variável que mais influencia a escolha do

sistema de cobrança é Custo do pedágio. A demanda do sistema de cobrança é elástica

em relação ao valor cobrado. Impactos menores podem ser obtidos da diminuição de

filas. Redução do valor da tarifa para sistemas alternativos de cobrança mostrou ser um

elemento fundamental em políticas de estímulo a sistemas de cobrança alternativos.

9.1.8 Aplicação do modelo para previsão de demanda

Os modelos obtidos são uteis para prever a variação da demanda em cenários

alternativos. Aplicando o modelo obtido à situação atual em período de pico,

considerando unicamente as alternativas Cobrança Automática e Cobrança Manual são

obtidos os seguintes valores de partição de mercado (Tabela 27).

Tabela 27: Partição de mercado situação atual modelado e real – Automática e Manual.

Partição estimada Partição observada

Manual 0.74 0.70

Automática 0.26 0.30

A partição observada é proveniente de dados históricos da Concessionária. O

modelo reproduz a partição de mercado atual. O cálculo da partição considerando

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122

unicamente duas alternativas é possível devido às características do modelo MNL,

especificamente pela propriedade IIA (Independência das alternativas irrelevantes) dos

mesmos (Bem-Akiva e Lerman, 1985).

O modelo obtido foi aplicado utilizando valores atuais em horário de pico em

duas situações : (i) operando o sistema de pagamento por smartphone em cabines com

pagamento misto (manual e smartphone) e (ii): operando o sistema de pagamento por

smartphone em cabine exclusiva, o que permitiria uma redução de fila em relação à

manual. Foi considerada uma redução de 50% da fila em relação ao sistema manual,

obtendo a seguinte distribuição da demanda (Tabela 28):

Tabela 28: Partição de mercado valores atuais período de pico– Automática, Manual,

Smartphone.

Smartphone cabine mista Smartphone cabine exclusiva

Manual 0.43 0.37

Automática 0.17 0.15

Smartphone 0.40 0.49

Os valores obtidos mostram que a o sistema de pagamento por smartphone é um

sistema atrativo para os usuários, chegando a valores similares de demanda que o

sistema atual. Reduções da fila de veículos no sistema de pagamento por smartphone, o

qual pode ser obtido através da cobrança em cabine exclusiva, aumentariam em 9% a

demanda do sistema de pagamento por smartphone.

Medidas mais efetivas de estimulo a sistemas alternativos de cobrança poderiam

ser obtidas utilizando políticas de redução do custo do pedágio para os sistemas

alternativos em adição a cabines exclusivas para o sistema por smartphone (que

permitam a redução da fila de veículos).

As Figuras 57, 58 e 59 apresentam a análise de sensibilidade destas políticas. A

Figura 4 mostra a sensibilidade da demanda em relação à redução do valor do pedágio

do sistema de cobrança automática em relação ao valor do sistema manual,

considerando que o sistema por Smartphone opera em cabine exclusiva. O gráfico

mostra que descontos de 10% do valor do pedágio para o sistema de cobrança

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123

automática levariam a uma parcela equivalente ao sistema manual, mostrando a

sensibilidade dos usuários em relação à tarifa cobrada. Mesmo assim, o sistema por

smartphone teria uma parcela superior, devido à redução da fila em relação ao sistema

manual. Descontos do sistema manual de 12% levariam a uma parcela da demanda

equivalente ao sistema por smartphone.

Figura 57: Variação da participação do mercado frente à redução do valor do pedágio do

sistema de cobrança automática em relação ao valor do sistema manual (Smartphone

cabine exclusiva)

A Figura 57 mostra a sensibilidade da demanda em relação à redução do valor

do pedágio do sistema de cobrança por smartphone em relação ao valor do sistema

manual, considerando que o sistema por Smartphone opera em cabine exclusiva. O

gráfico mostra que a redução da fila do sistema por smartphone já atribui uma

participação no mercado superior à do sistema manual. Descontos no valor do pedágio

aumentam esta diferença. Descontos de 10% do valor do pedágio para o sistema de

cobrança por smartphone levariam a obter 72% da demanda.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

0.750.80.850.90.951

Par

tici

paç

ão d

e m

erc

ado

Custo estimado cobrança automática / Custo cobrança manual

Manual Automática Smartphone

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124

Figura 58: Variação da participação do mercado frente à redução do valor do pedágio do

sistema de cobrança por smartphone em relação ao valor do sistema manual

(Smartphone cabine exclusiva)

A Figura 58 apresenta a sensibilidade da demanda em relação à redução da fila de

veículos do sistema de cobrança por smartphone em relação à fila do sistema manual. A

figura mostra que com uma redução da fila do sistema por smartphone de 2 veículos

(0.83%) levariam a uma parcela equivalente ao sistema manual.

Figura 59: Variação da participação do mercado frente à redução da fila de veículos do

sistema de cobrança por smartphone em relação à fila do sistema manual.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.750.80.850.90.951

Par

tici

paç

ão d

e m

erc

ado

Custo estimado cobrança smartphone / Custo cobrança manual

Manual Automática Smartphone

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,10,20,30,40,50,60,70,80,91

Par

tici

paç

ão d

e m

erc

ado

Fila estimada cobrança smartphone / Fila cobrança manual

Manual Automática Smartphone

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125

O Anexo 5 apresenta resultados de pesquisa de satisfação como usuários da

rodovia que utilizaram o aplicativo MOBCASH, realizado pela empresa Segmento

Pesquisas. O objetivo desta pesquisa foi captar os motivos da utilização, a imagem e

satisfação com o aplicativo. Através da avaliação da satisfação dos usuários com o

aplicativo, as informações fornecendo aos gestores informações relevantes sobre a

percepção dos usuários, de modo a priorizar áreas de atuação, oportunidades de

melhorias e os diferenciais de valor do sistema.

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126

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este relatório apresentou uma revisão bibliográfica sobre os métodos de

cobrança eletrônica de pedágios, com particular enfoque em sistemas ETC. Foram

apresentados estudos internacionais que discutem a implantação destes sistemas em

países como Estados Unidos e Taiwan. Dentre os principais benefícios dos sistemas

ETC, destacam-se: aumento da capacidade; redução dos tempos de viagem; redução do

consumo de combustível e outros benefícios ambientais. Em geral, usuários destes

sistemas reportam estarem satisfeitos com o uso de novas tecnologias que buscam

substituir o método de cobrança manual dos pedágios.

Uma pesquisa para avaliação da percepção dos usuários da Freeway sobre os

sistemas de cobrança eletrônica atualmente disponíveis pela Triunfo Concepa também

foi realizada, visando explorar e compreender a tomada de decisão dos usuários em

relação à utilização do sistema eletrônico de cobrança. Entre os resultados, destacam-se:

as principais qualidades identificadas pelos usuários do sistema eletrônico se referem à

redução de tempo (98%), evitar filas (98%), não precisar levar dinheiro em espécie –

facilidade de pagamento (89%). Os problemas manifestados se referem a custo (56%) e

funcionamento do sistema (53%). Este último se refere a falhas do sistema, demora na

abertura da cancela, gerando demora na liberação do veículo.

Em relação aos meios de pagamento que os respondentes gostariam de ter

acesso, o pagamento por aplicativo de celular ou site apresentou a maior frequência de

manifestações (55%). Quando questionados especificamente sobre a utilização deste

meio de pagamento, caso a Concessionária disponibilizasse, 72% dos respondentes

(358) respondeu que utilizaria este meio, indicando uma forte adesão. As principais

recomendações declaradas pelos respondentes se referem à redução de custo e tempo de

viagem.

A análise de operação do MobCash indicou uma média diária de tempo de

pagamento de 15,26 segundos, com um desvio padrão de 6,42 segundos – semelhante

aos tempos de pagamento das cabines tradicionais (14 segundos para veículos leves).

Porém, foi possível perceber uma curva de aprendizagem por parte dos usuários, e

também por parte dos operadores do sistema. Através de análises de vídeo, foi

confirmou-se que a maioria dos tempos elevados (que se distanciam da linha de

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127

tendência) é devido às falhas do operador na cabine de pedágio, ou de manuseio do

aplicativo por parte do usuário. Dessa forma, à medida que aumenta a familiaridade

com o sistema, estes tempos podem ainda reduzir.

Com o objetivo de avaliar ergonomicamente o processo de cobrança do

MobCash, uma análise do layout das cabines de cobrança das praças de pedágio foi

realizado, juntamente com uma avaliação das etapas necessárias para realizar cada

cobrança. No que se refere ao tempo total de atendimento, foi possível atingir médias

de até 8 segundos, se todas as etapas de pagamento forem realizadas sem atrasos. Ainda,

conclui-se que os tempos relacionados com o manuseio do leitor do QR code são os

mais influentes no tempo total de pagamento. Dessa forma, modernizações e

otimizações destes processos podem reduzir significativamente os tempos de

pagamentos.

Um objetivo importante deste projeto foi a concepção e análise de desempenho

de cenários de operação das praças de pedágio da Freeway. Com este objetivo, foram

simulados cenários envolvendo o uso de cobrança eletrônica de pedágio (ETC e

MobCash) em cabines nas 3 praças de pedágio da Freeway. Foram modelados cenários

que representam os picos de inverno e de verão, variações no tempo médio de

pagamento do pedágio através do MobCash e no percentual de adesão ao sistema.

A comparação entre os cenários modelados permitiu identificar uma gradual

evolução dos benefícios do MobCash, a medida que cresce a adesão ao sistema, e a

medida que o tempo de operação médio do pagamento reduz. Os benefícios são

particularmente notados através dos indicadores número de paradas nas praças de

pedágio e tempo de viagem.

Destaca-se que os benefícios percentuais do total de paradas na praça são

semelhantes para os picos do verão e inverno. Porém, a simulação da demanda de pico

do verão apresentou média de 10456 paradas horárias, em comparação aos 1849 no pico

do inverno. Os benefícios da adesão ao sistema MobCash para a demanda de pico do

verão são muito maiores também para os tempos de viagem.

Para analisar a disponibilidade dos usuários a aderir ao sistema eletrônico de

cobrança foi realizada uma pesquisa baseada em técnicas de preferência declarada (PD).

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128

Os modelos estimados com os dados PD mostraram que os usuários são mais propensos

a escolher o sistema manual do que os outros sistemas alternativos de pagamento. Foi

identificada também uma propensão à escolha do sistema por smartphone frente ao

automático. Conforme esperado, a análise dos parâmetros do modelo indica que os

usuários buscam minimizar os custos e tempo de espera (representado pela fila de

veículos) gastos no pagamento do pedágio. Os usuários do sistema automático são

menos sensíveis ao valor da mensalidade do que os não usuários deste sistema.

O valor subjetivo da fila (taxa marginal de substituição entre a fila de veículos

no pedágio e o custo do mesmo) é 0.7 de R$/10veículos, estimando em 0.17 R$/min.

Este valor mede a disposição a pagar dos indivíduos para diminuir a fila de veículos

(tempo de espera). Existe pouca evidência empírica sobre valores de referência em

contexto similares. Comparando com valores obtidos em estudos de demanda realizados

em outros países é possível observar que esse valor se encontra dentro da faixa de

variação dos diferentes estudos.

Os valores de elasticidades da probabilidade de escolha em relação aos

diferentes atributos estudados mostram que a variável de maior impacto na escolha do

sistema de cobrança é o custo do pedágio. A demanda do sistema de cobrança é elástica

em relação ao valor cobrado.

A aplicação do modelo estimado a diferentes cenários mostrou que o sistema de

pagamento por smartphone é um sistema atrativo para os usuários. Redução do valor da

tarifa, tanto de sistemas automáticos como através de smartphones, mostrou ser um

elemento fundamental em políticas de estímulo a sistemas de cobrança alternativos.

A pesquisa com os usuários que utilizaram o aplicativo MobCash indicou várias

informações úteis para melhoria do sistema. Entre as vantagens percebidas, a principal

para 53% dos usuários é a de não precisar carregar dinheiro ou moedas, seguida da

agilidade na hora de passar no pedágio para 21%. Praticidade, não ter mensalidades e a

conveniência de poder pagar com o cartão de crédito foram aspectos também

mencionados.

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129

Quanto aos problemas apontados pelos usuários, os principais mencionados

foram a demora na leitura do MobCash pedágio (15%), filas (8%) e funcionários ainda

pouco treinados (7%).

Entre as principais sugestões dos usuários para a melhoria do sistema MobCash

destacam-se motivos relacionados a estrutura no local do pedágio e de alternativas de

pagamento, especialmente a criação de uma cancela exclusiva para os usuários do

sistema (12%), permitir a realização de um cadastro prévio do cartão de credito para

agilidade de compra (5%). Como resultado geral, a pesquisa com usuários indicou um

alto nível de satisfação com o sistema.

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130

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136

APÊNDICE 1

Questionário utilizado para avaliação da percepção dos usuários da Triunfo

Concepa sobre os sistemas de cobrança eletrônica atualmente disponíveis

Seção 1: Características dos respondentes

1. Idade: (Menor que 20; 20-29 anos; 30-39 anos; 40-49 anos; 50-59 anos; 60-69 anos; 70 anos ou

mais)

2. Gênero: (Masculino; Feminino)

Seção 2: Padrão de uso da Rodovia

3. Qual a cidade de origem mais frequente de suas viagens quando usa a Freeway?

Qual o destino mais frequente de suas viagens quando usa a Freeway?

(Eldorado do Sul; Guaíba; Porto Alegre; Gravataí; Canoas, Viamão; Santo Antônio da Patrulha;

Osorio; Praias gaúchas; Outros)

4. Quantas vezes por semana você utiliza a Freeway ao longo do ano? (Menos de 1 ; 2-4; 5-8 ;

Mais de 9)

Nota: Se usa na ida e na volta conte 2 vezes

5. Quantas vezes por ano você utiliza a Freeway em período de verão e feriados? (Menos de 3; 3-8

; 9-12 , Mais de 12)

Nota: Se usa na ida e na volta conte 2 vezes

6. Qual o motivo mais frequente de suas viagens quando usa a Freeway? (Trabalho, Passeio/lazer,

Estudo, Consulta médica/doença, outros)

7. Qual condição de tráfego você mais frequentemente encontra quando utiliza a Freeway?

1 ( ) baixo movimento de veículos 2 ( ) médio movimento de veículos 3 ( ) alto movimento de

veículos 4 ( ) rodovia muito congestionada

Seção 3: Conhecimento e familiaridade

8. Quão familiarizado com o funcionamento da pista automática de cobrança no pedágio você está?

( 0 = nada, 1=pouco, 3=totalmente)

9. Até que ponto você está ciente das vantagens do uso da pista automática no pedágio? ( 0 = nada,

1=pouco, 3=totalmente)

10. Qual o seu conhecimento sobre os planos existentes para o uso da pista automática no pedágio?

Seção 4: Sistema de cobrança

11. Você utiliza a pista automática no pedágio? (Sim, Não)

(Campo para quem respondeu SIM – usuários do sistema)

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Quais qualidades você identifica na pista automática no pedágio? ( marcar todas as

alternativas pertinentes)

( ) Poupa tempo / mais rápido

( ) Evita filas

( ) Não precisa levar dinheiro em espécie

( ) Não precisa interagir com o cobrador de pedágio

( ) Menos estressante

( ) O sistema pode ser usado para estacionamento

( ) Mais segura

( )Pode pagar em 30 dias

( ) Outro Qual?_______________________

( ) Nada em particular

Quais problemas você identifica na pista automática no pedágio? ( marcar todas as

alternativas pertinentes)

( ) Sistema nem sempre funciona gerando demora na liberação do veículo

( ) Dificuldade de acessar pista automática de cobrança

( ) Receio de cobranças indevidas nas faturas

( ) Necessidade de fornecer informações pessoais ao usar o cartão de crédito

( ) Custo das operadoras (mensalidade e taxa de adesão)

( ) Difícil manter o controle do valor gasto em pedágios

( ) Muito complicado de usar

( ) Não contribui para reduzir o tempo no pedágio

( ) Receio de danificar o carro se a cancela funcionar de forma incorreta

( ) Nada em particular

(Campo para quem respondeu NÃO – não usuários do sistema)

Por quê? ( marcar todas as alternativas pertinentes)

( ) Eu realmente nunca pensei em utilizar

( ) Não sou usuário frequente da rodovia

( ) Não quero fornecer informações pessoais necessárias para a adesão

( ) Parece complicado de usar

( ) É difícil aderir ao sistema

( ) Receio de danificar o carro se a cancela funcionar de forma incorreta

( ) Receio de cobranças indevidas nas faturas

( ) Sistema nem sempre funciona, gerando demora na liberação do veículo

( ) Realmente não economiza tempo

( ) Não estou disposto a pagar o custo de adesão e mensalidades

( ) Difícil manter o controle do valor gasto em pedágios

( ) Utilizei este sistema e não fiquei satisfeito

Seção 5: Preferências e recomendações

Perguntas gerais para todos os usuários

12. Quais meios de pagamento de pedágio você gosta ou gostaria de ter acesso?

( ) Em dinheiro/cheque

( ) No cartão de crédito/débito

( ) Automático (pista automática na praça de padágio)

( ) Automático (por quilômetro rodado na rodovia)

( ) Por meio de aplicativo de celular/site

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( ) Outro não especificado

13. Caso a Concessionária disponibilizasse um meio de pagamento de pedágio pelo celular, você

utilizaria?

( ) Sim

( ) Não

( ) Talvez

14. Identifique DUAS recomendações que considera mais importantes para estimular a cobrança

automática no pedágio?

( ) Oferecer um desconto em relação ao pedágio com cobrança manual

( ) Facilitar formas de pagamento

( ) Não exigir custo de adesão e mensalidades

( ) Ampliar divulgação sobre os sistemas de pagamento

( ) Separar as faixas de pista automática dos outros veículos para garantir menores tempos de

viagem aos usuários do sistema

( ) Outras recomendações, quais?_________________

( ) Nada em particular

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APÊNDICE 2

Entrev.: Direção/

Pedágio:

1 ( ) Eldorado - indo para Porto Alegre 3 ( ) Gravataí – indo para o Litoral

2 ( ) Eldorado - vindo de Porto Alegre 4 ( ) Gravataí – indo para Porto Alegre

Data: Sexo: 1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino

Dia da semana: 1 ( ) 2ª 2 ( ) 3ª 3 ( ) 4ª 4 ( ) 5ª 5 ( ) 6ª 6 ( ) Sábado 7 ( ) Domingo

Horário: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1

0

1

1

1

2

1

3

1

4

1

5

1

6

1

7

1

8

1

9

2

0

2

1

2

2

2

3

2

4

Bom dia/Tarde. Meu nome é (....), faço parte da Segmento Pesquisas e estamos fazendo uma pesquisa junto aos usuários desta rodovia. Posso lhe

entrevistar? A pesquisa é rápida e a sua opinião é muito importante! Desde já agradecemos a sua colaboração e lembramos que os dados serão

tratados sob rigoroso sigilo e nenhum entrevistado será individualmente identificado. Se SIM, PROSSIGA. Se NÃO, agradeça e encerre. (Se sim) –

Inicialmente, gostaria de saber alguns dados pessoais, como o seu nome, a sua profissão, idade, estado civil.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------

Nome:

_____________________________________________________________________________________________________

Idade: ____________

Fone: DDD _____/_______________________

Origem (Saindo de onde): Destino (Indo para onde):

Tipo de pagamento que utiliza neste pedágio: 1. ( ) Manual / Dinheiro 2. ( ) Pista Automática

1. Quantas vezes por semana você utiliza esta rodovia ao longo do ano?

Nota: Se usa na ida e na volta conte 2 vezes

1 ( ) Menos de 1 2 ( ) De 2 a 4 3 ( ) De 5 a 8 4 ( ) Mais de 9

2. Quantas vezes por ano você utiliza esta rodovia em período de verão e feriados?

Nota: Se usa na ida e na volta conte 2 vezes

1 ( ) Menos de 3 2 ( ) De 3 a 8 3 ( ) De 9 a 12 4 ( ) Mais de 12

3. Você utiliza a pista automática no pedágio?

1 ( ) SIM 2 ( ) NÃO

PESQUISA DE PREFERÊNCIA DECLARADA

Obs: Apresentar os 12 cartões aos entrevistados

4. Suponha que o pagamento do pedágio pudesse ser realizado de 3 formas diferentes, assim como

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mostraremos em cada uma das 12 seguintes situações. Solicitamos que você indique sua preferência

para cada uma das situações apresentadas. Em relação a toda aquela informação omitida e que

considera relevante para a sua decisão, considere que afeta por igual a todas as alternativas.

As alternativas de pagamento que apresentaremos são:

Cobrança manual,

Cobrança automática, utilizada atualmente nas praças de pedágio, lembrando que o sistema pode ser

usado em Pedágios, Shoppings, Aeroportos e Estacionamentos;

Cobrança por smartphone, consiste na compra antecipada dos tickets de pedágio e a passagem pela

praça mostrando QR code na tela do seu aplicativo

S1. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S2. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S3. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S4. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S5. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S6. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S7. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S8. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S9. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S10. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S11. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

S12. Qual alternativa preferiria? 1 ( ) Manual 2 ( ) Automática 3 ( ) Smartphone

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ANEXO 1

Peças de comunicação criadas para apresentar a ferramenta MobCash.

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ANEXO 2

Notícia de lançamento do MobCash divulgada pelo portal de tecnologia Olhar

Digital, do site UOL.

Endereço eletrônico:

https://olhardigital.uol.com.br/noticia/empresa-brasileira-testa-metodo-de-pagamento-

de-pedagio-por-aplicativo/68532

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ANEXO 3

Flyer informativo entregue a todos os usuários que solicitarem informações

sobre o MobCash nas praças de pedágio da Triunfo Concepa.

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ANEXO 4

Perfil dos tempos de pagamento para todos os usuários que realizaram número

elevado de transações. A mesma metodologia para exclusão dos tempos de pagamento

elevados, descrito no Capítulo 7 e baseada no desvio padrão da amostra, foi empregada

no perfil dos tempos dos usuários. Dessa forma, os tempos de pagamento superiores a

43 segundos foram desconsiderados.

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ANEXO 5

PESQUISA COM USUÁRIOS DO MOBCASH

Aplicação e Análise: Segmento Pesquisas

Ser concessionária de uma rodovia como a freeway é uma tarefa complexa que

envolve inúmeras variáveis. A mais importante está relacionada com a equalização entre

o preço do pedágio e a satisfação do usuário. Afinal, o pagamento de qualquer serviço e

sua percepção de valor passa pela relação custo x benefício.

Esta etapa da pesquisa, neste sentido, apresenta os resultados da pesquisa de

satisfação com os usuários da rodovia que utilizaram o aplicativo MOBCASH,

buscando captar os motivos da utilização, a imagem e satisfação com o aplicativo. A

seguir, os resultados do estudo.

OBJETIVO PRINCIPAL

Medir a satisfação dos usuários com o aplicativo MOBCASH, fornecendo aos

gestores informações relevantes sobre a percepção dos usuários, de modo a priorizar

áreas de atuação, oportunidades de melhorias e identificar os seus diferenciais de valor.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Conhecer o perfil do usuário e a frequência de utilização da rodovia.

2. Medir a satisfação com o processo de compra e a experiência com o aplicativo

3. Captar os motivos que levaram o usuário a utilizar o aplicativo.

4. Avaliações dos usuários sobre a utilização do aplicativo (vantagens e problemas

identificados).

5. Captar os diferenciais de valor.

6. Conhecer o grau de recomendação do aplicativo para amigos e familiares (Net

Promoter Score).

7. Sugestões.

METODOLOGIA

Foi realizada uma análise quantitativa, através da técnica de pesquisa de opinião,

questionário estruturado, e entrevistas realizadas por telefone com usuários que

baixaram e utilizaram o aplicativo MOBCASH.

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AMOSTRA

A amostra final foi constituída por 100 entrevistas realizadas com usuários

MOBCASH, a partir de uma listagem fornecida pela TRIUNFO CONCEPA contendo

595 contatos. Para atingir esta amostra, foram realizados mais de trezentos contatos

telefônicos.

Esta amostragem de 100 entrevistas garante aos resultados uma confiança de

95% para uma margem de erro de até 8,9% para mais ou para menos, nos resultados

gerais do estudo.

PERFIL DOS ENTREVISTADOS

Após a aplicação das entrevistas, o total de pessoas entrevistadas revela o perfil

dos usuários. Cerca de ¾ dos usuários entrevistados que baixaram o aplicativo são

homens (76%). Os resultados deste estudo refletem, portanto, uma visão mais masculina

sobre o aplicativo.

PERFIL POR IDADE:

Adultos na faixa-etária de 30 a-39 anos predominam na amostra (38%). E

68,0% dos entrevistados estão na faixa de idade de 30 a 49 anos.

EM MÉDIA O USUÁRIO DO APLICATIVO MOBCASH TEM 37 ANOS.

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Faixa etária dos entrevistados

PERFIL POR ESTADO CIVIL:

Maioria dos usuários são casados, e representam em torno de 6 em cada 10

entrevistados (62,0%).

Estado civil dos entrevistados

PERFIL POR ATIVIDADE E OCUPAÇÃO: O QUE FAZEM OS

ENTREVISTADOS?

Empregados nas áreas de serviços, comércio, indústria e profissionais liberais

representam mais da metade da amostra (55%).

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Profissão dos entrevistados

ONDE MORAM E TRABALHAM OS ENTREVISTADOS

Maior parte dos usuários vive e trabalha em Porto Alegre e Região

metropolitana.

Profissão

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior freq Menor freq Total

Empregado na Área de Serviços 20,8 17,1 9,5 28,9 13,3 9,1 20,8 14,9 18,0

Profissional Liberal (Advogado, Dent ista, Engenheiro, Médico...)20,8 17,1 28,6 15,8 13,3 18,2 15,1 21,3 18,0

Empregado no Comércio 8,3 11,8 19,0 5,3 13,3 9,1 7,5 14,9 11,0

Empregado na Indústria 12,5 6,6 0,0 10,5 10,0 9,1 7,5 8,5 8,0

Bancário 8,3 6,6 4,8 7,9 6,7 9,1 5,7 8,5 7,0

Proprietário de Empresa na Área de Serviços 8,3 5,3 4,8 2,6 13,3 0,0 7,5 4,3 6,0

Aposentado / Pensionista 4,2 5,3 0,0 0,0 3,3 36,4 5,7 4,3 5,0

Estudante 0,0 6,6 19,0 2,6 0,0 0,0 5,7 4,3 5,0

Corretor de Imóveis / Seguros 0,0 5,3 4,8 2,6 6,7 0,0 3,8 4,3 4,0

Funcionário Público 8,3 2,6 0,0 5,3 3,3 9,1 3,8 4,3 4,0

Professor da Rede Pública ou Privada 4,2 3,9 0,0 7,9 3,3 0,0 5,7 2,1 4,0

Representante Comercial 0,0 5,3 9,5 2,6 3,3 0,0 3,8 4,3 4,0

Autônomo 0,0 3,9 0,0 5,3 3,3 0,0 5,7 0,0 3,0

Motorista/ caminhoneiro 0,0 2,6 0,0 2,6 3,3 0,0 1,9 2,1 2,0

Proprietário de Comércio / Comerciante 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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Local de residência dos entrevistados

Outros com poucas citações: Alvorada; Belo Horizonte; Butiá; Cachoeira do

Sul; Cachoeirinha; Charqueadas; Eldorado do Sul; Esteio; Garopaba; Glorinha; Torres;

Tramandaí; Triunfo.

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Local de trabalho dos entrevistados

Outros com poucas citações: Butiá; Camaquã; Eldorado do Sul; Esteio;

Garopaba; General Câmara; Glorinha; Novo Hamburgo; Santa Maria; Santo Antônio da

Patrulha; São Paulo; Torres; Triunfo; Xangri-Lá, é aposentada.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

FREQUÊNCIA DE USO SEMANAL DA RODOVIA AO LONGO DO ANO

Quanto à frequência de utilização da rodovia semanalmente, os usuários se

dividem entre os que utilizam a rodovia com mais frequência, acima de 5 vezes por

semana, e que representam (53%), e aqueles com menor frequência , até 4 vezes por

semana, e que representam 46% do público entrevistado.

A maior concentração de usuários está no público que utiliza com alta

frequência, acima de 9 vezes por semana, considerando ida e volta, e que fica na faixa

de 4 em cada 10 entrevistados (43%).

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Frequência de utilização semanal da rodovia

(Nota: se o usuário utiliza na ida e na volta foram contabilizadas 2 vezes)

FREQUÊNCIA DE USO ANUAL DA RODOVIA EM PERÍODO DE VERÃO E

FERIADO

Quanto à frequência de utilização da rodovia na época de verão e feriados, a

maior concentração está na faixa de usuários que utilizam com menor frequência, até 8

vezes.

Estes resultados indicam que o público que demonstrou interesse pelo aplicativo

neste primeiro momento, é composto por pessoas que utilizam com bastante frequência

a rodovia na semana, e provavelmente em virtude do trabalho.

1. Quantas vezes por semana você utiliza esta rodovia ao longo do ano?

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

Mais de 9 50,0 40,8 38,1 52,6 36,7 36,4 81,1 0,0 43,0

De 2 a 4 8,3 35,5 28,6 23,7 33,3 36,4 0,0 61,7 29,0

Menos de 1 33,3 11,8 33,3 7,9 20,0 9,1 0,0 36,2 17,0

De 5 a 8 8,3 10,5 0,0 13,2 10,0 18,2 18,9 0,0 10,0

NS/ NR 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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Utilização da rodovia no verão e feriados

Base:100

Fonte: Segmento Pesquisas

UTILIZAÇÃO DA PISTA AUTOMÁTICA NO PEDÁGIO

Grande maioria dos usuários do Mobcash não utilizam o sistema de pista

automática no pedágio (92,0%).

Utilização da pista automática no pedágio

Base: 100

2. Quantas vezes por semana você utiliza esta rodovia em período de verão e feriados?

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

De 3 a 8 16,7 39,5 33,3 31,6 33,3 45,5 32,1 36,2 34,0

Menos de 3 25,0 26,3 42,9 18,4 26,7 18,2 9,4 44,7 26,0

De 9 a 12 50,0 15,8 23,8 26,3 23,3 18,2 39,6 6,4 24,0

Mais de 12 0,0 14,5 0,0 18,4 10,0 9,1 17,0 4,3 11,0

NS/ NR 8,3 3,9 0,0 5,3 6,7 9,1 1,9 8,5 5,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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AVALIANDO A SATISFAÇÃO COM O SISTEMA DE COMPRA DE TICKETS

DO SISTEMA MOBCASH

Satisfação média dos usuários com o aplicativo Mobcash é positiva, ficando em

uma nota média de 8,7, em uma escala de 0 a 10.

Importante que 4 em cada 10 usuários deram nota máxima para o sistema.

Apesar da nota alta, é importante sinalizar que não foi a nota máxima para mais

de metade dos usuários, e que há espaço para melhorar no sistema.

A satisfação com o sistema compra de tickets do sistema MOBCASH

3. Você utiliza a pista automática no pedágio?

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

Não 87,5 93,4 100,0 86,8 96,7 81,8 92,5 91,5 92,0

Sim 12,5 6,6 0,0 13,2 3,3 18,2 7,5 8,5 8,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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AVALIANDO A SATISFAÇÃO COM O EXPERIÊNCIA NA PASSAGEM

PELAS PRAÇAS DE PEDÁGIO COM O SISTEMA MOBCASH

Quando avaliam a experiência na passagem da praça de pedágio com o

aplicativo, a nota média é de 8,1, mostrando, por um lado, que existe satisfação com o

serviço, mas sinalizando, por outro, que há sugestões e melhorias que podem ser

realizadas para aperfeiçoar esta experiência do cliente.

Quando analisamos os resultados da satisfação pela faixa-etárias, constata-se que

existe uma correlação entre a idade e satisfação. Quanto mais jovem é o usuário, maior

a satisfação com o serviço. A medida que a idade aumenta, e talvez uma familiaridade

menor com tecnologia, a satisfação média é menor.

Outro ponto que se destaca e que merece atenção é quanto à frequência da

utilização semana da rodovia e seu impacto na satisfação do usuário. Quanto maior a

frequência, menor a satisfação média.

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

0 4,2 1,3 0,0 2,6 3,3 0,0 3,8 0,0 2,0

1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

5 8,3 2,6 0,0 2,6 6,7 9,1 7,5 0,0 4,0

6 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

7 12,5 5,3 4,8 2,6 16,7 0,0 5,7 8,5 7,0

8 4,2 27,6 42,9 21,1 13,3 9,1 24,5 19,1 22,0

9 25,0 19,7 9,5 26,3 16,7 36,4 26,4 14,9 21,0

10 45,8 42,1 42,9 42,1 43,3 45,5 32,1 55,3 43,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

Média 8,5 8,8 8,9 8,7 8,4 9 ,0 8,3 9 ,1 8,7

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180

Satisfação com experiência com o sistema MOBCASH na passagem pelas praças

de pedágio?

Base:100

Pensando em uma escala de satisfação de ZERO a DEZ, sendo o zero MUITO

INSATISFEITO e o dez MUITO SATISFEITO - qual nota você daria para a sua

experiência com o sistema MOBCASH na passagem pelas praças de pedágio?

MEDINDO O PODER DE INDICAÇÃO DO SISTEMA MOBCASH - Índice Net

Promoter Score (NPS)

A seguir apresentaremos o Net Promoter Score do aplicativo MOBCASH.

O índice Net Promoter é uma das principais metodologias para mensuração da

satisfação e fidelidade do cliente utilizadas atualmente por diversas empresas no mundo.

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

0 4,2 1,3 0,0 2,6 3,3 0,0 3,8 0,0 2,0

1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 1,9 0,0 1,0

4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

5 16,7 7,9 0,0 7,9 16,7 18,2 11,3 8,5 10,0

6 8,3 1,3 0,0 0,0 10,0 0,0 1,9 4,3 3,0

7 4,2 7,9 14,3 7,9 3,3 0,0 9,4 4,3 7,0

8 8,3 32,9 42,9 26,3 20,0 18,2 26,4 27,7 27,0

9 20,8 25,0 14,3 28,9 23,3 27,3 28,3 19,1 24,0

10 37,5 22,4 28,6 26,3 23,3 27,3 17,0 36,2 26,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

Média 7,92 8,18 8,57 8,29 7,70 7,82 7,75 8,53 8,12

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181

Ele serve para medir a recomendação de um produto e serviço, e muitas vezes está

relacionado a taxa de crescimento de uma marca no mercado.

Funciona assim: o entrevistado que utiliza um produto ou serviço, no caso o

MOBCASH, avalia com uma nota de 0 a 10 o quanto indicaria a marca para um amigo

ou familiar. De acordo com sua resposta, é possível dividir os usuários em três grupos

específicos:

Grupo dos Detratores (Usuários que deram notas de 0 a 6 para indicar o

MOBCASH)

São aqueles clientes que provavelmente tiveram uma experiência negativa, e se

perguntados, provavelmente irão falar mal da marca, e estão mais propensos a não

continuar a utilizá-la.

Grupos dos Passivos (Usuários que deram notas de 7 a 8 para indicar o

MOBCASH)

Teoricamente estão satisfeitos, mas não são entusiastas. São aqueles “em cima

do muro” e que no momento não emitem opinião positiva e nem negativa.

Grupos dos Promotores (Usuários que deram notas 9 e 10 para indicar o

MOBCASH)

São aqueles que possuem um alto índice de satisfação e recomendação, e que

muito provavelmente vão continuar a utilizar a marca e, além disto, recomendá-la no

mercado para amigos e familiares, fazendo com que aumente o número de clientes

através do poder da indicação.

COMO É FEITO O CÁLCULO DO NET PROMOTER SCORE

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AVALIANDO OS RESULTADOS DO NPS PARA O SISTEMA MOBCASH

Ao analisar os resultados do NPS para o sistema MOBCASH, temos os

seguintes resultados: cerca de 1 em cada 4 usuários se colocam como promotores da

marca, representando 24,2%. A maior concentração está no público passivo (65,7%), e

10,8% se colocam como detratores da marca (notas 0 a 6).

Os perfis com mais poder de promoção (notas 9 e 10) estão mais no público

masculino (28%), que no feminino (12,5%), e também na faixa dos 40 aos 49 anos

(31%).

Importante estar atento aos públicos com maior percentual de detratores. No

geral, este público representa 10% dos usuários entrevistados, mas no público acima de

50 anos o percentual sobe para 27,3%, entre as mulheres é de 20,8%, gênero onde

constata-se mais clientes detratores do que promotores da marca.

Outro público relevante é o de usuários com maior frequência de utilização

semanal da rodovia, onde 15,4% se colocaram como detratores.

De 0 a 10, qual nota você daria para recomendar o MOBCASH para um amigo ou

familiar?

(Promotores = notas 9 e 10 / Passivos = notas 7 e 8 / Detratores = notas 0 a 6)

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Net Promoter Score = % de promotores - % detratores

De 0 a 10, qual nota você daria para recomendar o MOBCASH para um amigo ou

familiar?

ENTENDENDO OS MOTIVOS DAS NOTAS DOS DETRATORES (NOTAS 0 A

6) E PROMOTORES (NOTAS 9 E 10) DO MOBCASH

Na nuvem de palavras abaixo é possível visualizar os motivos dos clientes serem

promotores (em azul) ou detratores (em vermelho) do MOBCASH. Quanto maior for o

tamanho da palavra, mais representativa foi esta resposta no conjunto de motivos

citados.

Neste sentido, é possível visualizar que a praticidade e não precisar carregar

moedas e dinheiro são os dois principais fatores que fazem os usuários promover o

MOBCASH. Não ter mensalidade e agilidade na hora de passar o pedágio também são

importantes para indicação do aplicativo.

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

0 4,2 1,3 0,0 2,6 0,0 9,1 3,8 0,0 2,0

1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

5 16,7 4,0 0,0 7,9 6,9 18,2 9,6 4,3 7,1

6 0,0 1,3 0,0 0,0 3,4 0,0 1,9 0,0 1,0

7 4,2 4,0 4,8 5,3 3,4 0,0 5,8 2,1 4,0

8 8,3 24,0 19,0 13,2 27,6 27,3 17,3 23,4 20,2

9 12,5 26,7 33,3 23,7 20,7 9,1 26,9 19,1 23,2

10 54,2 38,7 42,9 47,4 37,9 36,4 34,6 51,1 42,4

BASE 24 75 21 38 29 11 52 47 99

Detrator 20,8 6,7 0,0 10,5 10,3 27,3 15,4 4,3 10,1

Promotor 12,5 28,0 23,8 18,4 31,0 27,3 23,1 25,5 24,2

Passivo 66,7 65,3 76,2 71,1 58,6 45,5 61,5 70,2 65,7

NPS 45,8 60 ,0 76 ,2 60 ,5 51,7 18,2 48,1 66 ,0 56 ,6

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Nos motivos da detração (usuários que deram notas 0 a 6 para indicação do

MOBCASH), o principal motivo citado foi a lentidão na leitura do aplicativo.

Nuvem de Palavras

Motivos da indicação (azul) ou detração (vermelho) do MOBCASH

Por qual motivo você deu esta nota para recomendar o MOBCASH para um amigo ou

familiar? (espontânea)

ENTENDENDO A MOTIVAÇÃO DO USUÁRIO PARA TESTAR O SISTEMA

MOBCASH

Nesta questão, os usuários foram indagados para explicitar espontaneamente os

motivos que os levaram a baixar o aplicativo e testar o sistema MOBCASH. Assim

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior Menor Total

Prat icidade 37,5 30,3 28,6 34,2 33,3 27,3 34,0 29,8 32,0

Não precisa carregar dinheiro/ moedas 16,7 23,7 19,0 15,8 26,7 36,4 22,6 21,3 22,0

Agil idade na hora de passar no pedágio 8,3 11,8 9,5 15,8 6,7 9,1 9,4 12,8 11,0

Aplicat ivo é lento para ler 20,8 2,6 4,8 10,5 3,3 9,1 9,4 4,3 7,0

Facil idade de pagar antes 0,0 7,9 19,0 2,6 3,3 0,0 3,8 8,5 6,0

Atendentes são lentos/ Capacitar funcionários 8,3 3,9 4,8 2,6 6,7 9,1 5,7 4,3 5,0

Não tem mensalidade/ Não cobram taxas 8,3 3,9 0,0 7,9 6,7 0,0 5,7 4,3 5,0

Fácil de baixar o aplicat ivo 0,0 5,3 9,5 2,6 3,3 0,0 3,8 4,3 4,0

Em Sto Antônio o sistema não funcionou 4,2 2,6 0,0 2,6 3,3 9,1 1,9 4,3 3,0

Sat isfeita com o aplicat ivo 4,2 2,6 0,0 5,3 0,0 9,1 3,8 2,1 3,0

Deveria ter cabine exclusiva 0,0 2,6 0,0 2,6 0,0 9,1 3,8 0,0 2,0

Eficiente 4,2 1,3 0,0 2,6 3,3 0,0 0,0 4,3 2,0

Guiches Mobcash mal sinalizados 8,3 0,0 0,0 2,6 3,3 0,0 3,8 0,0 2,0

Segurança 4,2 1,3 0,0 0,0 6,7 0,0 0,0 4,3 2,0

Aplicat ivo não salva os dados do cartão de crédito 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Controle das finanças 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Crédito entra 24 horas depois da compra 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Deveria ter passagem automát ica 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Não respondeu 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

O plicat ivo t rava na hora de abrir 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Pagamento com o cartão de crédito 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Para ver como funciona 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Só consegui ut il izar uma vez 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Tem pouca divulgação 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Tive que entrar em fila 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Uma vez o aplicat ivo não funcionou 4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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185

como nos motivos da promoção, a praticidade (26%) e não precisar carregar dinheiro ou

moedas (21%) foram os motivos mais citados.

Logo a seguir, e com um percentual importante, vem a indicação de familiares,

amigos e colegas de trabalho, que motivou uma parcela expressiva de 18% dos usuários

a testar o sistema.

O desejo de uma maior rapidez no pedágio incentivou 10% dos usuários,

enquanto que boa parte impactada pela campanha na internet e no Facebook que os

impulsionou a testar o MOBCASH.

Por que decidiu testar o sistema MOBCASH? (Espontâneo)

Outros com pouca citação: Gosta de inovações; Para acabar com o modo

expresso; Para não perder tempo; Para ver como funciona; Pela fácil instalação do

aplicativo; Utiliza muito a rodovia.

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Por que decidiu testar o sistema MOBCASH? (Espontâneo)

VANTAGENS PERCEBIDAS NA UTILIZAÇÃO DO MOBCASH

Entre as vantagens percebidas na utilização do MOBCASH, a principal, para

53% dos usuários é a de não precisar carregar dinheiro ou moedas. Após, a agilidade na

hora de passar no pedágio para 21%. Praticidade, e não ter mensalidades e a

conveniência de poder pagar com o cartão de crédito também foram pontos quem

merecem destaque e podem ser utilizados como argumentos na comunicação do serviço.

Vantagens na utilização do MOBCASH (Espontâneo)

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior freq Menor freq Total

Prat icidade 25,0 26,3 19,0 39,5 10,0 36,4 26,4 25,5 26,0

Para não precisar carregar dinheiro ou moedas 8,3 25,0 19,0 23,7 16,7 27,3 20,8 21,3 21,0

Indicação de amigos/ famil iares/ colegas/ cl ientes 29,2 14,5 9,5 10,5 30,0 27,3 24,5 10,6 18,0

Rapidez no pedágio 8,3 10,5 14,3 13,2 6,7 0,0 7,5 12,8 10,0

Falta de dinheiro na hora 12,5 5,3 14,3 5,3 6,7 0,0 0,0 14,9 7,0

Vi na internet 0,0 9,2 4,8 7,9 10,0 0,0 7,5 6,4 7,0

A favor da tecnologia 0,0 3,9 4,8 5,3 0,0 0,0 0,0 6,4 3,0

Propaganda no rádio 4,2 2,6 0,0 2,6 6,7 0,0 3,8 2,1 3,0

Coloca tudo no cartão 4,2 1,3 9,5 0,0 0,0 0,0 3,8 0,0 2,0

Não tem taxas de carregamento 0,0 2,6 0,0 0,0 3,3 9,1 1,9 2,1 2,0

Propaganda no Face 0,0 2,6 4,8 2,6 0,0 0,0 1,9 2,1 2,0

Segurança 0,0 2,6 0,0 2,6 0,0 9,1 0,0 4,3 2,0

Gosta de inovações 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Para acabar com o modo expresso 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Para não perder tempo 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Para ver como funciona 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Pela fácil instalação do aplicat ivo 4,2 0,0 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Ut il iza muito a rodovia 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

Page 187: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

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Na sua opinião, quais as vantagens na utilização do MOBCASH? (Espontâneo)

PROBLEMAS IDENTIFICADOS NA UTILIZAÇÃO DO MOBCASH

Quanto aos problemas apontados pelos usuários, o principal passa pela demora

na leitura do MOBCASH pedágio para 15%, enquanto que filas (8%) e funcionários

ainda pouco treinados (7%)ficaram entre as três principais problemas e dificuldades

enfrentadas pelos usuários na utilização do aplicativos.

Após, os motivos são pulverizados, mas destaca-se a demora para colocar

créditos, problemas de conexão de internet e demora para o aplicativo abrir.

Estes pontos devem ser avaliados, e podem ser uma oportunidade para

aperfeiçoar o aplicativo e aprimorar a experiência e satisfação do usuário com o

MOBCASH.

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior freq Menor freq Total

Para não precisar carregar dinheiro ou moedas 54,2 52,6 47,6 57,9 50,0 54,5 60,4 44,7 53,0

Agil idade na hora de passar no pedágio 29,2 18,4 28,6 23,7 16,7 9,1 15,1 27,7 21,0

Prat icidade 16,7 11,8 19,0 5,3 13,3 27,3 13,2 12,8 13,0

Não tem mensalidade/ Taxas 8,3 7,9 0,0 5,3 13,3 18,2 9,4 6,4 8,0

Pode pagar com o cartão de crédito 4,2 6,6 0,0 2,6 13,3 9,1 5,7 6,4 6,0

Mais segurança 4,2 5,3 4,8 5,3 3,3 9,1 1,9 8,5 5,0

Facil idade de pagamento 0,0 5,3 9,5 2,6 3,3 0,0 1,9 6,4 4,0

Facil idade para baixar o aplicat ivo em casa mesmo 0,0 5,3 14,3 2,6 0,0 0,0 7,5 0,0 4,0

Nenhuma 4,2 1,3 0,0 2,6 0,0 9,1 3,8 0,0 2,0

Controle de finanças 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Poder pagar pelo celular 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Ter os valores determinados 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

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188

Problemas identificados na utilização do MOBCASH (espontânea)

Outros motivos com pouca citação (1%): A leitora não lê a longa distância;

Leitor estragado; Leitora não reconhece o sistema; Na primeira vez que utilizou

cobraram a mais que o preço normal; Não consegue conectar novamente o aplicativo;

Não salva os dados do cartão automaticamente no aplicativo; O aplicativo não abria no

celular e no tablet abre normal; O aplicativo não salva os dados, tem que tentar duas

vezes; Pagou vários créditos e não chegaram ao aplicativo e no cartão de crédito consta

o pagamento; Quando passa com reboque não pode utilizar o sistema; Quando tem

engarrafamento no pedágio, não tem sinalização de qual box utilizar; Sinalizar melhor

as cabines que tem Mobcash; Só consegui utilizar uma vez; Tem saldo e acusa que não

tem; Ter leitor do lado externo, sem atendente; Uma vez o leitor não fez a leitura no

celular

Page 189: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

189

Quais os problemas que identificou na utilização do MOBCASH? (Espontâneo).

RECOMENDAÇÕES QUE OS USUÁRIOS CONSIDERAM IMPORTANTES

PARA MELHORAR O PAGAMENTO DO SISTEMA MOBCASH? (Espontâneo)

Entre as principais sugestões dos usuários para a melhoria do sistema

MOBCASH destacam-se motivos relacionados a estrutura no local do pedágio e de

alternativas de pagamento, especialmente o da criação de uma cancela exclusiva para os

usuários do sistema (12%), a agilidade de gravar os dados do cartão de crédito (5%) e

diminuir o tempo de espera na fila (4%).

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior freq Menor freq Total

Nenhuma 37,5 28,9 57,1 21,1 30,0 18,2 24,5 38,3 31,0

Leitura da máquina é demorada/ difícil 20,8 13,2 14,3 10,5 26,7 0,0 13,2 17,0 15,0

Demora na fila/ Muita fila 4,2 9,2 4,8 10,5 6,7 9,1 11,3 4,3 8,0

Funcionário não sabia atualizar o sitema/ Funcionários despreparados4,2 7,9 4,8 5,3 10,0 9,1 9,4 4,3 7,0

As vezes não tem sinal e não dá para ut il izar 4,2 6,6 0,0 13,2 3,3 0,0 3,8 8,5 6,0

Aplicat ivo demora para abrir 0,0 6,6 4,8 5,3 3,3 9,1 5,7 4,3 5,0

Demora para creditar os créditos 4,2 5,3 0,0 2,6 10,0 9,1 1,9 8,5 5,0

Nem todas as cancelas tem o sistema 0,0 3,9 4,8 5,3 0,0 0,0 3,8 2,1 3,0

Demora para baixar o aplicat ivo 4,2 1,3 4,8 0,0 3,3 0,0 1,9 2,1 2,0

Fila deveria ser só para quem tem o aplicat ivo 0,0 2,6 0,0 2,6 3,3 0,0 3,8 0,0 2,0

Tem que tentar de 3 a 4 vezes para conseguir colocar crédito0,0 2,6 0,0 5,3 0,0 0,0 3,8 0,0 2,0

Uma vez só que não foi possível realizar a leitura 4,2 1,3 0,0 0,0 3,3 9,1 1,9 2,1 2,0

A leitora não lê a longa distância 4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Leitor estragado 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 0,0 2,1 1,0

Leitora não recoinhece o sistem 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 0,0 2,1 1,0

Na primeira vez que ut il izou cobraram a mais que o preço normal0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Não consegue conectar novamente o aplicat ivo 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 0,0 2,1 1,0

Não respondeu 4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Não salva os dados do cartão automat icamente no aplicat ivo0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

O aplicat ivo não abria no celular e no tablet abre normal 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

O aplicat ivo não salva os dados, tem que tentar duas vezes0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Pagou várias créditos e não chegaram ao aplicat ivo e no cartão de crédito consta o pagamento4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Quando passa com reboque não pode ut il izar o sistema 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Quando tem engarrafamento no pedágio, não tem sinalização de qual box ut il izar4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Sinalizar as cabine que tem Mobcash 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Só consegui ut il izar uma vez 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Tem saldo e acusa que nãoa tem 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Ter leitor do lado externo, sem atendente 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 1,9 0,0 1,0

Uma vez o leitor não fez a leitura no celular 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

BASE 24 76 21 38 30 11 53 47 100

Page 190: Relatório Final de Projeto - ANTT · 2.1 Componentes de um ETC A cobrança eletrônica de pedágio exige vários componentes para concluir uma transação. Os dois componentes mais

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Quais recomendações considera importantes para melhorar o pagamento pelo

sistema MOBCASH? (espontânea)

Outros motivos com pouca citação (1%): Aplicativo deve ser mais acessível;

Cancela ser automática; Creditar online; Liberar o Wifi; Mais objetividade no

aplicativo; O sistema deveria ser também para veículos pesados; Os créditos deveriam

entrar mais rapidamente; Pagamento por N F C; Reconhecimento pela placa pagando

direto na conta; Saber com antecedência onde tem cancela com Mobcash; Ter um

contato para poder resolver os problemas; Ter um sistema onde coloca o código de

barras e lê; Ter uma leitora externa para facilitar o trânsito; Utilizar em outras praças de

pedágio; Vincular o perfil da pessoa para salvar os dados do cartão e criar uma conta.

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191

Quais recomendações considera importantes para melhorar o pagamento pelo

sistema MOBCASH? (Espontâneo)

Feminino Masculino 18 a 29 anos30 a 39 anos40 a 49 anos50 ou mais Maior freq Menor freq Total

Estou sat isfeita com o t rabalho que realiza 20,8 23,7 9,5 31,6 13,3 45,5 20,8 25,5 23,0

Cancela exclusiva para o sistema Mobcash 8,3 13,2 4,8 15,8 13,3 9,1 15,1 8,5 12,0

Gravar os dados do cartão de crédito para ser mais ágil 8,3 3,9 0,0 10,5 3,3 0,0 5,7 4,3 5,0

Deveria gerar boleto para pagamento 0,0 5,3 9,5 2,6 3,3 0,0 3,8 4,3 4,0

Diminuir o tempo de espera na fila 4,2 3,9 0,0 2,6 6,7 9,1 3,8 4,3 4,0

Aceitar cartão de débito na compra 0,0 3,9 9,5 2,6 0,0 0,0 0,0 6,4 3,0

Rever o sistema da leitora 8,3 1,3 0,0 5,3 3,3 0,0 5,7 0,0 3,0

Agil izar a leitura 4,2 1,3 0,0 0,0 6,7 0,0 1,9 2,1 2,0

Todos os boxes deveriam ter leitoras 0,0 2,6 4,8 0,0 0,0 9,1 1,9 2,1 2,0

Aplicat ivo deve ser mais acessível 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Cancela ser automát ica 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Creditar on l ine 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Liberar o Wifi 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Mais objet ividade no aplicat ivo 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

O sistema deveria ser tambem para veículos pesados 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Os créditos deveriam entrar mais rapidamente 4,2 0,0 0,0 0,0 3,3 0,0 1,9 0,0 1,0

Pagamento por N F C 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Reconehcimento pela placa pagando direto na conta 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Saber com antecedência onde tem cancela com Mobcash0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 9,1 0,0 2,1 1,0

Ter um contato para poder resolver os problemas 4,2 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Ter um sistema onde coloca o código de barras e lê 0,0 1,3 0,0 2,6 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Ter uma leitora externa para facil itar o t rânsito 0,0 1,3 0,0 0,0 3,3 0,0 0,0 2,1 1,0

Ut il izar em outras praças de pedágio 0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 2,1 1,0

Vincular o perfol da pessoa para salvar os dados do cartão e criar uma conta0,0 1,3 4,8 0,0 0,0 0,0 1,9 0,0 1,0

Não respondeu 29,2 28,9 47,6 21,1 30,0 18,2 28,3 29,8 29,0

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