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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ÁREA DE BOTÂNICA LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA VEGETAL RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES RECIFE, 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

ÁREA DE BOTÂNICA

LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA VEGETAL

RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES

RECIFE, 2015

LETÍCIA SIQUEIRA WALTER

RELATÓRIO FINAL DE ATIVIDADES

RECIFE, 2015

Relatório final de atividades,

referente ao Programa Institucional

de Bolsa de Iniciação Científica da

UFRPE – PIBIC/UFRPE, no período de

agosto de 2014 a junho de 2015.

1. IDENTIFICAÇÃO

ALUNO: Letícia Siqueira Walter

CURSO: Bacharelado em Engenharia Florestal

PROGRAMA: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

PIBIC/UFRPE

ORIENTADORA: Profa. Dra. Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira

DEPARTAMENTO/ÁREA: Biologia / Botânica / Laboratório de Fisiologia

Vegetal

2. TÍTULO DO PROJETO:

“Manejo de cultivo e interferência na fisiologia e produção de princípios ativos

em nim indiano.”

2.1.Título da Pesquisa

“Avaliação do crescimento, trocas gasosas, relações hídricas e teores de

pigmentos fotossintetizantes em mudas de nim indiano (Azadiractha indica A.

Juss) submetidas a diferentes níveis de salinidade”

3. RESUMO

De origem asiática o nim indiano (Azadirachta indica A. Juss) é pertencente da

família Meliaceae, e vem sendo utilizado como inseticida natural, na medicina

animal e humana, em reflorestamentos, como também na extração do óleo

presente nas sementes. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o

crescimento, as trocas gasosas, as relações hídricas e os teores de pigmentos

fotossintetizantes em mudas de nim indiano (Azadiractha indica A. Juss)

submetidas a diferentes níveis de salinidade. Foram utilizadas 6 plantas em

cada tratamento (0 mM; 50 mM; 100 mM e 150 mM de NaCl) totalizando 24

plantas, avaliadas aos 20, 40 e 60 dias após a diferenciação. Foram avaliados

o crescimento (diâmetro do caule, altura da planta, número de folha, matéria

seca e alocação de biomassa), trocas gasosas (fotossíntese, transpiração e

condutância estomática), relações hídricas (potencial hídrico foliar e teor

relativo de água) e pigmentos fotossintéticos (clorofila a, b, total e

carotenoides). Para a variável crescimento, apenas na última coleta os

tratamentos salinos mais severos apresentaram reduções em média de 13,05%

para o diâmetro do caule e 41,8% número de folhas. Para a produção de

mátéria seca só foi vista diferença signficativa na produção de matéria seca

total, com uma redução dos tratamentos salinos severos em relação ao

Controle. Para a alocação de biomassa houve uma alocação de 22,85% dos

tratamentos salinos em relação ao controle, e na alocação de biomassa do

caule foi observado um aumento na alocação dos tratamentos mais severos de

27% em relação ao tratamento Controle. Em relação as trocas gasosas foi

observado de maneira geral que as mudas foram afetadas com maior evidência

aos 60 dias de estresse. Já as relações hídricas foram afetadas com o passar

do tempo pelo acúmulo de sais, com os tratamentos mais severos (100 mM e

150 mM de NaCl) evidenciando as reduções a partir dos 40 dias de estresse.

Avaliando os pigmentos fotossintéticos foi observado uma redução nas

clorofilas a, porém as maiores reduções foram vistas nos pigmentos acessórios

(clorofila b e carotenoides) apenas na última coleta, após uma grande produção

de pigmentos aos 40 dias de estresse. Diante das respostas dadas pelas

mudas de nim indiano, pode-se concluir que esta espécie pode ser considerada

uma planta tolerante à salinidade, visto que mesmo com as altas

concentrações de sais no solo e pequenas mudanças fisiológicas, as mudas

após 60 dias de estresse foram evidenciadas apenas nos tratamentos mais

severos.

4. OBJETIVOS

4.1 Geral

• Avaliar o crescimento, as trocas gasosas, as relações hídricas e pigmentos

fotossintéticos em mudas de nim indiano (Azadirachta indica A. Juss)

submetidas a diferentes tratamentos salinos.

4.2 Objetivos específicos:

• Avaliar as variáveis de crescimento (altura da planta, diâmetro do caule,

número de folhas, produção de matéria seca e a alocação de biomassa para os

diversos órgãos) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes níveis de

salinidade;

• Averiguar as trocas gasosas (fotossíntese, transpiração e condutância

estomática) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes níveis de

salinidade;

• Verificar a influência da salinidade nas relações hídricas (potencial hídrico

foliar e o teor relativo de água) em mudas de nim indiano;

• Determinar os pigmentos fotossintéticos (clorofila a, clorofila b, clorofila total e

carotenoides) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes tratamentos

salinos.

5. INTRODUÇÃO

5.1. CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO DO NIM INDIANO

Com nome científico Azadirachta indica A. Juss, o nim indiano também é

conhecido como neem ou amargosa e pertence à família Meliaceae, assim

como o mogno, cedro, andiroba e cinamomo. Tem origem asiática, sendo

natural das regiões áridas da Índia, porém também é cultivado nos Estados

Unidos, Austrália e alguns países da África e América Central, no Brasil foi

introduzido no ano de 1986 pelo Instituto Agronômico do Paraná – IPAR, como

objetivo de pesquisar a ação inseticida do nim sendo atualmente encontrada

por toda a região Nordeste do Brasil. (MOREIRA et al, 2012; BITTENCOURT,

2006; NEVES, 2003; MARTINS, 2008). Segundo Neves e Carpanezzi (2008), o

Nordeste brasileiro é altamente rentável para produção de madeira para lenha,

por apresentar alto poder calorífico (ARAÚJO et al., 2000) e produção de frutos

em larga escala.

O neem, que na língua erudita Indiana (sânscrito) significa “curador”, a

mais de 2000 anos é utilizado na Índia como inseticida, nematicida, fungicida e

bactericida, além da fabricação de estátuas religiosas por sua madeira

apresentar boa trabalhabilidade. Além destas utilidades a espécie também vem

sendo utilizada na medicina animal e humana, na indústria de cosméticos (para

fabricação de shampoos, óleos para cabelo, tônico capilar e óleo para unhas),

na indústria madeireira (produzindo de carretas, cercas, ferramentas, móveis),

implementos agrícolas, em reflorestamentos de áreas degradadas pela

agricultura e sistemas agroflorestais, paisagismo, quebra-vento. Além da

utilização da torta de nim, subproduto da extração o óleo presente nas

sementes, que atua como fonte de nitrogênio, cálcio, sódio, potássio e

magnésio, e quando misturada aos fertilizantes reduz a perda de amônio

volatilizada pelas bactérias nitrificantes do solo (NEVES, 2003;

BITTENCOURT, 2006; NEVES, 2008; ALVES, 2008)

O principal componente responsável pela ação inseticida presente no

nim é a azadiractina, agindo contra mais de 300 espécies de insetos. Este

composto afeta o desenvolvimento dos insetos de diferentes formas, está

presente em todas as partes da planta, porém encontrado em maior

concentração sementes. Além da azadiractina, esta espécie apresenta outros

compostos como terpenóides (ARAÚJO et al, 2000; MARTINEZ, 2008).

A árvore de nim é resistente, de crescimento rápido e de grande porte,

com sua altura variando de 15 a 20 m, sua copa é frondosa, formada por uma

grande quantidade de folhas compostas imparipinadas, alternas organizadas

em aglomerados nos terminais de ramos e sem presença de estípulas. Suas

flores são pequenas, brancas, bixessuadas, dispostas em inflorescências

densas. Os frutos são apresentados na forma de bagas ovaladas, de cor

amarelada quando maduros, com tegumento branco que contém um óleo

dentro de uma ou raramente duas sementes (NEVES, 2006; MOSSINI &

KEMMELMEIER, 2005). A produção de frutos da espécie começa a partir do

terceiro ou quinto ano do plantio, com os meses de frutificação entre julho e

setembro e possível segunda florada entre novembro e janeiro. Seu sistema

radicular é composto de uma raiz pivotante, que pode chegar a 15 m de

profundidade, responsável pela absorção de água e nutrientes em grandes

profundidades (NEVES, 2013; MOSSINI & KEMMELMEIER, 2005). Neves

(2003), afirma que o nim pode ser produzido tanto por sementes, mudas,

cultura de tecidos ou produção por estaquia, porém este último não é viável

pois a raiz cresce de forma irregular e superficial, deixando a planta vulnerável

a queda por ventos muito fortes.

5.2. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO E PLANTAS TOLERANTES À

SALINIDADE

No Brasil, as áreas com maior decorrência da salinidade estão

localizadas no Nordeste, onde as plantações necessitam de irrigação, sendo a

água de irrigação de má qualidade o caso mais clássico de acúmulo de sais na

superfície do solo. Porém a origem do solo, presença de matéria orgânica,

adubação e manejo do solo também influenciam na variação da quantidade de

sais acumulados (FERREIRA et al., 2010). Em regiões áridas e semiáridas

além do solo não apresentar boa drenagem e camadas impermeáveis, a baixa

pluviosidade e elevada evapotranspiração são fatores contribuintes da

concentração de sais solúveis na solução do solo (RIBEIRO, 2010). Holanda et

al. (2007) afirmam que das regiões áridas e semiáridas do mundo 7%,

correspondendo a 952,2 milhões de hectares, sofrem influência do acúmulo de

sais no solo. Este acúmulo de sais pode não só afetar a planta como também

alterar a estrutura dos solos, diminuindo a porosidade, permeabilidade e

fertilidade, além do risco de erosão e contaminação dos lençóis freáticos (TAIZ

& ZEIGER, 2006; RIBEIRO, 2010).

Solos afetados por sais são divididos em três grupos: 1) solos salinos -

ocorrem quando a alta concentração de sal provoca estresse osmótico nas

plantas; 2) solos sódicos - ocorre quando a relação de sódio trocável é alta; e

3) solos salino-sódico - ocorre os dois tipos anteriores simultaneamente

(FERREIRA et al., 2010). Por isso o estudo de espécies arbóreas tolerantes à

salinidade, é um importante passo para a recuperação de áreas degradadas já

que servem como cobertura vegetal para o solo e o sistema radicular profundo

melhora a permeabilidade e porosidade do solo, aumentando a evaporação

(HOLANDA et al., 2007).

Levando em consideração às respostas dadas pelas plantas em relação

às concentrações de sais presentes nos solos, as plantas são classificadas em

glicófitas e halófitas. As plantas glicófitas são classificadas como menos

tolerantes a sais, já as halófitas são espécies que se ajustam osmoticamente

para tolerar os efeitos salinos, sendo geralmente espécies nativas de solos

salinos com capacidade de completar seu ciclo nestes ambientes. Este último

grupo de plantas, aumentam a concentração de sais no seu interior para que

as raízes possam continuar absorvendo água do substrato (TAIZ & ZEIGER,

2006; RIBEIRO, 2010). Segundo Willadino e Camara (2010) as plantas

glicófitas reduzem o crescimento quando o teor de sal é maior que 10 mM

enquanto as halófitas suportam uma variação entre 50 e 500 mM de sal.

Souza (2013) afirma ser necessário a utilização de práticas de correção,

para que solos afetados por sais possam ser utilizados para produção agrícola

ou florestal, porém tais métodos geram altos custos e não resolvem de fato o

problema. Sendo uma alternativa a utilização de espécies tolerantes à

salinidade tanto para a recuperação destes solos como também para a

produção.

5.3. EFEITOS DO ESTRESSE SALINO EM PLANTAS

Segundo Taiz e Zeiger (2006) estresse é definido como "um fator

externo, que exerce uma influência desvantajosa sobre a planta", sendo

medido de acordo com a sobrevivência, produtividade agrícola e crescimento

geral da espécie, que é afetado pela toxidade gerada pela alta concentração de

íons na planta, além de apresentar dificuldades na absorção de água

(RIBEIRO, 2010). A capacidade de se adaptar ao estresse é responsabilidade

dos mecanismos de defesa da planta, que podem ser de escape ou de

tolerância. Os mecanismos de escape reduzem as atividades metabólicas,

fazendo com que as plantas cheguem a um estado de dormência, já os de

tolerância aumentam as atividades metabólicas quando a planta está

submetida aos níveis moderados de estresse, quando este estresse passa a

ser severo as atividades metabólicas baixam, fazendo com que a planta

suporte o estresse (WILLADINO & CAMARA, 2010).

Os efeitos da salinidade são resultados de dois componentes: osmótico

e iônico. O osmótico é resultado da elevada concentração de solutos na

solução do solo, fazendo com que a planta sofra com déficit hídrico através da

redução osmótica, já o iônico é resultado das altas concentrações de Na+ e Cl-,

que alteram as relações de K+/Na+ e outros nutrientes, provocando toxidez nos

tecidos vegetais. Esses efeitos osmóticos fazem com que as plantas

apresentem reações semelhantes às apresentadas quando submetidas a

déficit hídrico (SILVA, 2013; WILLADINO & CAMARA, 2010). Conseguindo se

ajustar osmoticamente, as plantas que crescem em solos salinos, como forma

de evitar a perda do turgor, geram um potencial hídrico mais baixo fazendo

com que a planta continue absorvendo água do solo. Quando o teor de sal está

em excesso a planta pode chegar a perder água para o solo, tal efeito é

resultado da plasmólise caracterizado como o movimento da água do meio

menos concentrado para o mais concentrado. Além da capacidade de se

ajustar osmoticamente, espécies submetidas a altos níveis de sais podem

também reduzir a área foliar ou perder folhas por abscisão (RIBEIRO, 2010;

TAIZ & ZEIGER, 2006; WILLADINO & CAMARA, 2010).

Uma redução significativa no crescimento da planta é o primeiro efeito

do estresse salino, onde a planta irá apresentar uma nova taxa de crescimento,

desta vez menor do que a taxa apresentada antes da imposição do estresse.

Além desta redução outras respostas fisiológicas são afetadas quando a planta

é submetida à salinidade como por exemplo o potencial hídrico, nutrição

mineral, fechamento estomático, eficiência fotossintética e alocação e utilização

do carbono (TÁVORA et al, 2001; WILLADINO & CAMARA, 2010). Na tabela

abaixo (Tabela 01), são apresentados sintomas do acúmulo de sais sobre

plantas tolerantes e sensíveis em relação ao crescimento.

Tabela 01. Respostas à salinidade em diferentes épocas. (Adaptação de Willadino & Camara,

2010).

Tempo Efeitos sobre crescimento de

plantas tolerantes

Efeito sobre plantas sensíveis

ao sal

Dias Redução da taxa de emissão de

novas folhas.

Injúria nas folhas mais velhas

(toxidez).

Semanas Redução na altura final e/ou do

número de folhas.

Morte das folhas mais velhas.

Meses Alteração no tempo de floração;

redução na produção de

sementes.

Morte das olhas mais jovens;

planta morre antes da

maturação das sementes.

Diante do exposto, é de grande importância conhecer os mecanismos

fisiológicos das plantas quando submetidos aos estresses salinos, para que

assim possam ser utilizadas da melhor forma as espécies para recuperação de

áreas degradadas por sais, como também para que possam ser utilizadas

como fonte de renda secundária dos produtores, com espécies de múltiplo uso.

6. MATERIAL E MÉTODOS

6.1. CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS

O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Laboratório de

Fisiologia Vegetal pertencente ao Departamento de Biologia da Universidade

Federal Rural de Pernambuco - UFRPE. Foram utilizadas sementes coletadas

de três árvores matrizes em um plantio no município de Itabaiana-PB,

pertencente à Cruanji Neem do Brasil, com sede localizada no município de

Timbaúba-PE.

A coleta dos frutos foi feita diretamente dos galhos de três matrizes,

utilizando um podão e uma lona (Figura 01). Após os frutos estarem

uniformemente amadurecidos, os mesmos foram despolpados com uma

peneira e água corrente para que as sementes fossem colocadas para secar

durante dois dias. Depois de secas, as sementes foram postas para germinar

em bandejas de polietileno contendo areia lavada para que elas estivessem

livres de qualquer tipo de nutrientes, sendo regada diariamente com água.

Figura 01. Coleta dos frutos de nim indiano.

Após a germinação, as mudas foram selecionadas quanto à sanidade,

altura, número de folhas e uniformidade e transferidas para vasos de polietileno

com capacidade para 2,5 Kg, preenchidos com areia lavada. Durante o período

de dois meses em que passaram aclimatando, as mudas foram regadas com

solução nutritiva ½ força de Hoagland e Arnon (1950) a cada dois dias,

intercalando com água. Além disso, foram mantidas com pequenos plásticos

cobrindo apenas o solo, para que fosse minimizada a perda de água por

evapotranspiração.

6.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

As plântulas foram transplantadas com 13,48 cm em média de

comprimento de raiz (medidos da ponta da raiz até a base da mesma) e 8,20

cm de comprimento da parte aérea (medidos da base da raiz até o último ponto

de inserção da folha).

Após o período de dois meses de aclimatação foram impostos os

tratamentos. Com delineamento inteiramente casualizado, os diferentes níveis

de salinidade foram: 0 mM (1,41 dS.m-1), 50 mM (6,33 dS.m-1), 100 mM (10,63

dS.m-1) e 150 mM (14,35 dS.m-1) de NaCl, com 6 repetições para cada

tratamento totalizando 24 plantas. Os tratamentos salinos foram preparados em

solução nutritiva ½ força e a manutenção dos tratamentos foram através da

aferição da condutividade elétrica da solução drenada dos vasos, feita

semanalmente com um condutivímetro portátil (Figura 02). Aos 20, 40 e 60 dias

foram realizadas coletas, a fim de se avaliar a influência do estresse salino nas

variáveis estudadas, sendo na última coleta o desmonte do experimento

Figura 02. Medição da condutividade elétrica da solução drenada dos vasos

Os parâmetros analisados no presente experimento foram crescimento

(diâmetro do caule, altura da planta, número de folha, matéria seca e alocação

de biomassa, razão raiz/parte aérea), trocas gasosas (fotossíntese,

transpiração e condutância estomática), relações hídricas (potencial hídrico

foliar e teor relativo de água) e pigmentos fotossintéticos (clorofila a, b, total e

carotenoides).

6.3. CRESCIMENTO (ALTURA, DIÂMETRO DO CAULE, NÚMERO DE

FOLHAS, ALOCAÇÃO DE BIOMASSA, RELAÇÃO RAIZ/PARTE AÉREA)

As avaliações de crescimento foram feitas semanalmente a partir do dia

do transplantio. Para o diâmetro do caule, foi utilizado um paquímetro digital, e

a medição foi feita a um centímetro acima do solo (marcado previamente), para

a altura da planta foi utilizada uma trena onde as plantas foram medidas a um

centímetro do solo até a inserção da última folha, e a contagem do número de

folhas foi realizada por simples contagem (Figura 03). Para a normalização, os

dados de número de folhas foram transformados para X+0,5 (ZAR, 1999).

Figura 03. Medição do diâmetro do caule (A), altura da planta (B) e contagem do número de

folhas (C).

Ao final do período experimental, as plantas foram separadas em seus

respectivos órgãos: folhas, caule e raiz, que foram pesados e em seguida

colocados em sacos de papel e levados para a estufa de aeração forçada a 65°

C até atingir peso constante para obtenção do peso da matéria seca dos

referidos órgãos. De posse dos dados da matéria seca da folha (MSF), matéria

seca do caule (MSC) e matéria seca da raiz (MSR), serão calculados a

alocação de biomassa para as folhas (ABF), caule (ABC) e para as raízes

(ABR) e a razão raiz/parte aérea (R/Pa), segundo Benincasa (2003).

A B C A

6.4. TROCAS GASOSAS (FOTOSSÍNTESE, TRANSPIRAÇÃO E

CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA)

Antes da diferenciação foi feito um curso diário das trocas gasosas nas

mudas de nim, para que pudesse encontrar o horário de maior abertura

estomática com maior valor de fotossíntese. O curso diário foi feito no decorrer

de um dia, utilizando o Analisador de Gás à Infravermelho (IRGA, ADC, modelo

LCipro) iniciando as análises às 8 h da manhã até ás 16 h com intervalo de 2 h

entre as análises. Após encontrar o horário mais adequado para a realização

das análises de trocas gasosas, entre 10 h e 12 h, foram feitas análise das

trocas gasosas (Figura 04) nos dias das coletas, utilizando a terceira folha

completamente expandida (folha +3).

Figura 04. Análise das trocas gasosas com o IRGA.

6.5. RELAÇÕES HÍDRICAS (POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR E TEOR

RELATIVO DE ÁGUA)

Para avaliação das relações hídricas, foi coletada uma folha localizada

no terço médio superior sendo cortada rente ao pecíolo e logo em seguida

envolta com papel filme e colocada em recipiente refrigerado (Figura 05), para

que pudessem ser feitas as medidas utilizando a câmara de pressão de

Scholander modelo 3035 (Soil Moisture Equipment Corp, Santa Bárbara, CA,

USA), seguindo a metodologia de Scholander et al. (1965).

Figura 05. Coleta (A) e análise da folha para potencial hídrico foliar (B) e TRA (C).

Na mesma folha utilizada nas medições do potencial hídrico foliar foi

feita a determinação do teor relativo de água (TRA), retirando-se dois folíolos

da base da folha, antes da medição do potencial, onde foi retirada a nervura

central e foram pesados para obtenção do peso da matéria fresca (PMF) e em

seguida postos em placa de Petri contendo 10 mL de água destilada, onde

permaneceram por 24 h, num ambiente refrigerado. Após esse período, os

folíolos foram retirados, cuidadosamente secos para retirar o excesso de água,

e pesados em seguida para que fosse obtido o peso da matéria túrgida (PMT).

Os folíolos foram então colocados em sacos de papel devidamente

identificados e levados para a estufa de aeração forçada a 65° C até atingir

peso constante, para que fosse obtido o peso da matéria seca (PMS). A partir

dos dados do peso da matéria fresca (PMF), matéria túrgida (PMT) e matéria

seca (PMS), pôde-se calcular o TRA das folhas utilizando a seguinte fórmula

descrita na metodologia de Cairo (1995).

6.6. PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS (CLOROFILA a, CLOROFILA b,

CLOROFILA TOTAL E CAROTENOIDES)

TRA = (PMF – PMS) x 100

(PMT – PMS)

A B C

Para análise dos teores dos pigmentos fotossintéticos foi pesado 0,1 g

das folhas, retirando-se as nervuras, em seguida foram picotadas em pequenos

pedaços e colocados em tubos de ensaio rosqueáveis, contendo 10 mL de

álcool P.A. e envoltos em papel alumínio, para evitar o contato com a luz,

seguindo a metodologia de Lichtenthaler e Buschmann (2001) com

modificações. As leituras do material foram feitas em espectrofotômetro modelo

SP-220, nos comprimentos de onda 664 nm para clorofila a, 649 nm para

clorofila b e 470 nm para carotenoides. Após serem feitas as leituras, os

valores foram colocados nas seguintes fórmulas:

6.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA

De posse dos dados, os mesmos foram submetidos à análise de

variância (ANOVA) e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey ao

nível 5% de probabilidade. O software utilizado foi o Assistat, versão 7.7 beta.

Chla = 13,36 x A664 - 5,19 x A649

Chlb = 27,43 x A649 - 8,12 x A664

Chltotal = Chla + Chlb

Carotenóides = (1000 x A470 – 2,13 x Chla – 97,64 x Chlb)/ 209

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.1. CRESCIMENTO (ALTURA DA PLANTA, NÚMERO DE FOLHAS,

DIÂMETRO DO CAULE, ALOCAÇÃO DE BIOMASSA E RAZÃO RAIZ/PARTE

AÉREA)

De maneira geral, o crescimento do nim indiano foi afetado pelo acúmulo

de sais no solo apenas na última semana de avaliação, 60 dias após da

imposição do estresse. Porém a variável altura não apresentou diferenças

significativas em nenhum dos tratamentos como pode ser observado na figura

06 A.

Já em relação à variável diâmetro do caule (Figura 06 B), observou-se

que apenas na última semana do experimento os tratamentos 100 mM e 150

mM de NaCl diferiram estatisticamente do tratamento controle, apresentando

reduções de 11,2% e 14,9% respectivamente. Para a taxa de produção de

novas folhas, foi observado que o tratamento 150 mM de NaCl apresentou o

maior decréscimo (41,8%) em relação ao tratamento controle na última semana

de avaliação, porém também foi observado que mesmo sem diferença

estatística do tratamento controle o tratamento mais severo apresentou a partir

da semana em que o experimento foi diferenciado, indicada pela seta, sempre

os menores valores para o número de folhas. Os tratamentos 50 mM e 100 mM

de NaCl também diminuíram a produção de folhas novas, porém não diferiram

do tratamento controle (Figura 06 C).

A

Figura 06. Avaliação da altura (A), diâmetro do caule (B) e número de folhas (C) da planta em

mudas de nim indiano submetidas a diferentes níveis de salinidade nos tratamentos Controle

(CR), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl referente às semanas de duração do experimento. A

seta representa a diferenciação do experimento. Letras iguais não diferem entre os tratamentos

pelo teste de Tukey ao nível 5% de probabilidade.

Freire et al. (2010) encontraram resultados que diferem dos encontrados

na presente pesquisa. Quando avaliaram mudas de nim e cinamomo observou

que mudas de nim após 45 dias de submissão ao estresse salino mais severo,

com condutividade elétrica igual a 10,45 dS.m-1, apresentaram 20% de redução

em relação ao tratamento controle (0,49 dS.m-1), e o cinamomo reduziu a altura

em apenas 12,5% em relação ao controle. Assim como Diniz et al. (2013)

também encontraram reduções nas alturas de mudas de nim indiano cultivadas

B

C

com e sem biofertilizante bovino e regadas com água não salina (0,5 dS.m-1) e

com água salina (6,0 dS.m-1), sendo este último o tratamento mais severo, tais

resultados diferem dos encontrados na presente pesquisa. Mesquita et al.

(2012) também encontraram reduções no crescimento em alturas de mudas de

nim indiano, porém nas mudas que receberam biofertilizante o efeito do sal foi

menor do que nas mudas sem o biofertilizante.

Holanda et al. (2007) concluíram em sua pesquisa, que o nim é uma

espécie tolerante à salinidade quando compararam espécies nativas da

caatinga (angico, aroeira, cumaru e gliricídia) com o nim indiano. Observaram

que esta última espécie apresentou melhores resultados, em relação às demais

espécies, para altura em solos salinos e solos salinos com gesso. O mesmo

comportamento foi apresentado pelos autores para a variável diâmetro do

caule nas mudas de nim indiano.

Nunes et al. (2012) afirmam que o nim reduziu o crescimento do

diâmetro do caule em 41,6% quando comparou o tratamento mais severo (4,0

dS.m-1) com o controle (0,5 dS.m-1). Ainda segundo os mesmos autores, esta

espécie é afetada pela ação de sais nos estágios iniciais se irrigado com água

salina superior a 0,5 dS.m-1, tal afirmação difere dos resultados da presente

pesquisa, visto que o acúmulo de sais só começou a afetar o nim a partir de 60

dias após a imposição do estresse salino e apenas nos tratamentos mais

severos. Já Costa et al. (2013) não encontraram diferenças significativas nos

seus resultados de diâmetro do caule e comprimento do ramo quando avaliou o

crescimento inicial do nim em solo salino e não salino.

Avaliando o crescimento inicial de mudas de nim indiano submetidas à

diferentes níveis de salinidade sem a utilização de biofertilizante, Nunes et al.

(2012) observaram uma redução de 49% na emissão de novas folhas quando

comparou o tratamento mais severo com o de menor salinidade. Quando Silva

(2015) avaliou mudas de nim indiano sob ação de dois sais (NaCl e CaCl2) em

diferentes concentrações, o número de folhas só começou a ser afetado pelo

CaCl2 aos 49 dias após a imposição do estresse, apresentando redução de

26% entre o tratamento mais severo e o moderado, porém aos 56 dias essa

redução deixou de ser significativa. Os tratamentos com NaCl não foram

afetados até o final do experimento. Tais resultados corroboram com a

presente pesquisa e podem levar a conclusão de que o nim é uma espécie

tolerante à salinidade em estágios iniciais, quando avaliamos o crescimento

inicial.

A análise feita com os dados de produção de matéria seca das folhas,

caule e raiz (Figura 7 A, B e C respectivamente) não apresentou diferenças

significativas em nenhum dos tratamentos. Mostrando que o acúmulo de sais

após 60 dias da imposição do estresse não afetou a produção de matéria seca

das mudas de nim indiano.

Já em relação à produção de matéria seca total (Figura 7D), foi vista

uma redução nos tratamentos salinos mais severos em média de 57% em

relação ao tratamento Controle, com valores iguais a 7,23 para 100 mM e 6,29

para 150 mM de NaCl.

Figura 07. Avaliação da produção de matéria seca das folhas (A), do caule (B), da raiz (C) e

total (D) de mudas de nim indiano submetidas a diferentes níveis de salinidade nos tratamentos

0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl referente às de duração do experimento.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

A B

C D

Quando Martins (2010) avaliou mudas de nim indiano submetidas a

déficit hídrico concluiu que as mudas com capacidade de pote de 80%

apresentaram melhor resultado para produção de matéria seca das folhas e do

caule. Já na produção de matéria seca da raiz os tratamentos controle e 80 %

da capacidade de pote apresentaram os melhores resultados. Na produção de

matéria seca total, os tratamentos sem rega e reirrigados apresentaram um

aumento na produção de matéria seca.

Avaliando a alocação de biomassa das mudas de nim indiano, foi

possível observar uma redução nos tratamentos salinos na alocação da raizes

de 22,85% em relação ao tratamento Controle (Figura 08). Em relação a

alocação de biomassa do caule foi visto um aumento na alocação nos

tratamentos salinos mais severos (100 mM e 150 mM de NaCl) de 27% em

relação ao Controle. Para alocação das folhas não foi observada diferenças

significativas entre os tratamentos.

Figura 08. Avaliação da alocação de biomassa de mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl referente às de duração do experimento. Letras iguais não diferem entre os tratamentos

pelo teste de Tukey ao nível 5% de probabilidade.

A razão raiz/parte aérea foi observada uma redução nas médias de

31,3% dos tratamentos salinos em relação ao tratamento Controle, como pode

ser observado na tabela 01.

Tabela 01. Razão raiz/parte aérea (R/PA) de mudas de nim indiano (Azadirachta indica),

submetidas a diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM

e 150 mM de NaCl referente às de duração do experimento. Letras iguais não diferem entre os

tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de probabilidade.

Tratamentos Raiz/Parte aérea

0 mM 0,53359 a

50 mM 0,38036 b

100 mM 0,37285 b

150 mM 0,34279 b

Mudas de nim indiano submetidas a diferentes regimes hídricos, quando

avaliadas por Walter et al. (2014) não foram vistas diferenças significativas na

razão raiz/parte aérea.

7.2 TROCAS GASOSAS (FOTOSSÍNTESE LÍQUIDA, TRANSPIRAÇÃO E

CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA)

Observa-se que, de modo geral, as trocas gasosas foram afetadas pelo

estresse salino, sendo este comportamento evidenciado aos 60 dias de

imposição do estresse.

Após a análise de dados das três coletas (20, 40 e 60 dias), pode ser

observado uma redução gradativa da fotossíntese líquida, com a última coleta

apresentando valores médios iguais a 7,33, 6,23, 6,17, 4,45 μmolCO2.m-2.s-1

respectivamente para os tratamentos 0 mM, 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl. Como pode ser observado na figura 09, os tratamentos mais severos

começaram a diminuir sua taxa fotossintética aos 40 dias de estresse. Tais

resultados mostram que o acúmulo de sais, 40 dias após a imposição do

estresse já começava a afetar a fotossíntese das mudas.

Figura 09. Avaliação da fotossíntese líquida (A) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl referente à coleta com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Quando Silva (2015) avaliou mudas de nim indiano submetidas a

diferentes concentrações de NaCl e CaCl2, concluiu que a taxa fotossintética

sofreu reduções gradativas durante o período experimental. Ainda segundo a

mesma autora, na coleta realizada após 60 dias da imposição do estresse o

tratamento de 100 mM sofreu reduções de 48% e 41% para os sais NaCl e

CaCl2 respectivamente.

Mudas de Azadirachta indica quando avaliada por Lima et. al (2014) em

solo com e sem encharcamento e com baixa (2,0 dS.m-1) e alta (12,0 dS.m-1)

salinidade, apresentaram reduções menores, de 3 % e 10,7%, nos valores de

fotossíntese líquida nos tratamentos com alta salinidade e sem encharcamento

e alta salinidade com encharcamento respectivamente. Os autores destacaram

ainda uma leve recuperação após 15 dias sem encharcamento das mudas de

nim. Silva et al. (2012) avaliando as trocas gasosas em mudas de aroeira e

pau-mocó, observaram redução na fotossíntese com o aumento do teor salino

do solo, apresentando reduções de 24,3% para aroeira e 43,3% para o pau-

mocó comparando o maior nível salino (8,4 dS.m-1) e o menor (1,2 dS.m-1).

Os resultados encontrados pelos autores acima colaboram com os resultados

da presente pesquisa, mostrando sempre a redução gradativa da fotossíntese

ao longo do período experimental.

Em relação à transpiração (E) foi vista uma diferença significativa na

primeira coleta com valor médio igual a 3,75 mmolH2O.m-2.s-1 no tratamento

mais severo (150 mM de NaCl) em relação ao tratamento 0 mM de NaCl

(Figura 10). Na coleta realizada com 40 dias pode ser observada uma

estabilização nos valores da transpiração, onde os tratamentos salinos não

diferiram do tratamento controle, apresentando valores em média iguais a 2,35

mmolH2O.m-2.s-1. Já na terceira coleta foi observado, assim como na

fotossíntese líquida, uma redução em todos os tratamentos, com reduções em

média de 44,2% da coleta com 60 dias de estresse em relação a coleta com 20

dias.

Segundo Távora et al. (2001) a redução da transpiração influencia

diretamente na absorção de nutrientes, no processo de transporte e

redistribuição de nutrientes e compostos importantes para os processos

fisiológicos.

Figura 10. Avaliação da transpiração (E) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes

níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl

referente à coleta com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras minúsculas

correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas. Letras iguais não

diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de probabilidade.

Silva et al. (2012) observaram uma redução na taxa de transpiração em

mudas de pau-mocó e aroeira quando os níveis de sal aumentavam. As mudas

apresentaram reduções média de 31% no tratamento mais salino (8,4 dS.m-1),

em relação ao tratamento com condutividade de 1,2 dS.m-1, porém foi a

aroeira quem apresentou a menor redução quando foi comparado o tratamento

mais severo com o de menor salinidade. Já Silva (2015), avaliando nim indiano

sob ação de NaCl e CaCl2 em diferentes concentrações, encontrou reduções

nas coletas com 45 e 60 dias após a imposição do estresse nos tratamentos

severos (100 mM), com o CaCl2 sendo o sal mais prejudicial para a espécie.

Tais resultados colaboram com os encontrados na presente pesquisa, onde

foram observadas reduções ao longo do período experimental.

Para a variável condutância estomática (gs), foram vistas diferenças

significativas apenas para a coleta realizada 60 dias após a diferenciação, com

reduções acentuadas, em média de 60%, em relação à primeira coleta, e

valores médios iguais a 0,09, 0,06, 0,06, 0,06 mmolH2O.m-2.s-1, para 0 mM, 50

mM, 100 mM e 150 mM de NaCl na última coleta (Figura 11).

Távora et al. (2012) afirmam que as plantas fecham seus estômatos

visando a redução da perda de água por transpiração, reduzindo assim a taxa

fotossintética e consequentemente afetando todo o funcionamento da planta.

Figura 11. Avaliação da condutância estomática (gs) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl referente à coleta com 20, 40 e 60 dias dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Quando Lima et al. (2014) avaliaram espécies arbóreas (pau-mocó, ipê

roxo, nim e aroeira) submetidas ao encharcamento do solo com dois níveis de

salinidade (2,0 dS.m-1 e 12,0 dS.m-1), os autores observaram uma redução na

variável condutância estomática, após o 1º encharcamento, em todas as

espécies no tratamento encharcamento e alta salinidade (CE/AS). No 2º

encharcamento, realizado 58 dias após da semeadura, o nim e a aroeira

apresentaram as menores reduções, em relação às outras espécies. Silva et. al

(2012) trabalhando com pau-mocó e aroeira, concluiu que as duas espécies

apresentaram redução na condutância estomática com o aumento da

salinidade, com a aroeira apresentando a menor redução. Silva (2012)

encontrou nos seus resultados, avaliando mudas de moringa submetidas a

diferentes níveis de NaCl (0 mM, 75 mM e 150 mM), que as trocas gasosas

foram reduzidas com o aumento da salinidade. Tais resultados corroboram com

os encontrados na presente pesquisa, onde os tratamentos mais severos (100

mM e 150 mM de NaCl) reduziram suas trocas gasosas, porém não houve o

fechamento estomático.

Avaliando mudas de nim indiano submetidas a diferentes concentrações

de NaCl e CaCl2, Silva (2015) concluiu que a partir da segunda coleta (30 dias

de estresse) o CaCl2 já afetava a condutância estomática das mudas, sendo

três vezes menor que os valores apresentados pelo NaCl. Já aos 60 dias a

autora só encontrou diferenças significativas nos tratamentos com NaCl.

7.3. RELAÇÕES HÍDRICAS: POTENCIAL HÍDRICO FOLIAR (W) E TEOR

RELATIVO DE ÁGUA (TRA)

As relações hídricas foram afetadas, de maneira geral, com o passar do

tempo pelo acúmulo de sais na solução do solo. Os tratamentos mais severos

(100 mM e 150 mM de NaCl) sofreram reduções mais evidentes a partir dos 40

dias de estresse.

Analisando os resultados obtidos para o potencial hídrico foliar às 4 h da

manhã (Figura 1), os tratamentos salinos mais severos não diferiram entre si

nas duas primeiras coletas. Já aos 60 dias pode ser constatado uma redução

no potencial hídrico em todos os tratamentos, com o maior valor sendo

apresentado pelo tratamento 100 mM e NaCl com -1,81 MPa.

Figura 12. Avaliação do potencial hídrico foliar (w) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl às 4h referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde

letras minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Com os dados obtidos às 12 h, foi observado que os tratamentos salinos

apresentaram valores maiores na última coleta, com valores em média de -1,89

MPa. Os tratamentos salinos aos 60 dias apresentaram valores próximos aos

observados aos 40 dias, com o tratamento 150 mM de NaCl não apresentando

diferenças significativas nas 3 coletas, com valores médios de – 2,32 MPa e o

tratamento 100 mM de NaCl não diferindo nas duas últimas coletas (Figura 13).

4 h

Figura 13. Avaliação do potencial hídrico foliar (w) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl às 12h referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde

letras minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Mudas de goiabeira submetidas à salinidade, avaliadas por Távora et al

(2001), apresentaram uma redução no potencial com o incremento de sal e

com o aumento da duração do experimento. Silva (2013) avaliando mudas de

moringa sob estresse salino, afirma que as mudas no tratamento controle e

estresse moderado não apresentaram diferenças com 2h de imposição do

estresse, porém com 48h o estresse severo apresentou menor potencial hídrico

foliar em relação aos demais tratamentos. Silva (2015) afirma em sua pesquisa,

de acordo com os resultados encontrados, que as coletas realizadas às 4 horas

da manhã apresentam os efeitos puros dos tratamentos impostos,

diferentemente do que ocorre às 12 h, visto que as plantas apresentam maior

evapotranspiração e o ambiente tem temperaturas mais altas alterando assim o

status hídricos das mudas.

Para o teor relativo de água (TRA), às 4 h da manhã, pode ser visto na

figura 14, que na segunda coleta a porcentagem do TRA aumentou em relação

à coleta com 20 dias, onde os valores médios dos tratamentos salinos não

diferiram estatisticamente do tratamento controle, voltando a reduzir seus

valores na última coleta. Aos 60 dias de estresse os valores médios do TRA

foram iguais a 86,5%, 83,3%, 82%, 79,2% para 0 mM, 50 mM, 100 mM e 150

mM de NaCl respectivamente, estes valores não diferiram estatisticamente dos

tratamentos na coleta realizada aos 20 dias.

Figura 14. Avaliação do teor relativo de água (TRA) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl no horário às 4 h referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse.

Onde letras minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às

coletas. Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Os valores médios, ás 12h, na coleta com 40 dias aumentaram 3,08%

em relação à primeira coleta (Figura 15). Os tratamentos 100 e 150 mM de

NaCl apresentaram diferenças estatísticas do tratamento controle em média de

9,3% na última coleta, com 60 dias de estresse, porém os mesmos tratamentos

apresentavam valores menores, sem diferir estatisticamente entre si nas três

coletas, do que os apresentados no tratamento Controle. O tratamento 50 mM

de NaCl apresentou um aumento gradativo nas coletas, igualando seus valores

médios na coleta com 40 e 60 dias com o tratamento controle, mostrando

assim que as plantas conseguiram manter o conteúdo hídrico dentro das

células, mesmo com o prolongamento do estresse.

A redução dos valores nos tratamentos salinos mais severos para as

relações hídricas levam a conclusão de que as plantas estão reduzindo a

capacidade de absorção de água devido ao acumulo de sal no solo (TÁVORA

et al, 2001).

Figura 15. Avaliação do teor relativo de água (TRA) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl no horário às 12 h referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do

estresse. Onde letras minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas

correspondem às coletas. Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey

ao nível 5% de probabilidade.

Para a variável TRA Távora et al. (2001) afirmam que os valores

apresentaram reduções com o aumento do teor de sal, corroborando com os

resultados apresentados na presente pesquisa para a variável às 12h, assim

como com a maior exposição ao estresse. Seguindo o mesmo autor, as mudas

de goiabeira apresentaram redução de 13% no tratamento mais severo (150

mM de NaCl) aos 50 dias de estresse, em relação a primeira coleta, realizada

30 dias após a imposição do estresse.

Avaliando mudas de Moringa oleífera, Silva (2013) observou que as

mudas submetidas ao estresse severo (150 mM de NaCl) reduziram o teor

relativo de água nas 3 avaliações (2, 24 e 48 h), enquanto o tratamento com 75

mM de NaCl, não diferiu do tratamento controle com 2 h e 48 h de estresse.

Silva (2015) avaliando mudas de nim indiano submetidas a diferentes

concentrações de NaCl e CaCl2, afirma que nos 30 primeiros dias de estresse

as plantas dos tratamentos salinos (50 e 100 mM de NaCl e CaCl2), de maneira

geral, não sofreram com o acúmulo de sal. Na coleta com 60 dias de estresse,

foram vistas reduções, ainda que pequenas, onde às 4 h as plantas submetidas

ao CaCl2 apresentaram médias do TRA 3% (50 mM) e 6% (100 mM) menores

que os tratamentos salinos com NaCl. O mesmo autor afirma ainda que o nim

não é uma espécie sensível à estes tipos de sais, mesmo que em altas

concentrações, confirmando os resultados encontrados na presente pesquisa.

Onde mesmo com reduções das relações hídricas as plantas não

apresentaram perda de turgescência nem sintomas de injúrias causadas pelo

acúmulo de sais.

7.4. PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS (CLOROFILA a, CLOROFILA b,

CLOROFILA TOTAL E CAROTENOIDES)

A coleta realizada com 60 dias após a imposição do estresse,

apresentou reduções na clorofila a em média de 44,4% nos tratamentos salinos

em relação ao tratamento controle, como pode ser observado na figura 16.

Mostrando assim, que o nim estava sendo afetado pelo o acúmulo de sais. A

redução mais expressiva, entre as coletas, foi vista no tratamento de 150 mM

com uma redução de 65,8% da coleta com 60 dias em relação a coleta

realizada com 20 dias de estresse. Porém o tratamento mais severo já

apresentou reduções a partir dos 40 dias de estresse, apresentando médias

iguais a 1,16 mg/g.

Figura 16. Avaliação da clorofila a (chl a) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes

níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl

referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Mudas de moringa submetidas a três níveis de salinidade, avaliadas por

Silva (2013), não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos

salinos. Avaliando mudas de jatobá submetidas a diferentes níveis de

salinidade (0 mM, 50 mM e 100 mM de NaCl), Nascimento (2013) afirma que

não foram apresentas diferenças significativas entre os tratamentos nos dois

períodos analisados.

Avaliando mudas de nim indiano sob ação de NaCl e CaCl2 em

diferentes concentrações Silva (2015) afirma que os teores de clorofila a

sofreram reduções de 12% (100 mM de NaCl) e 15% (100 mM de CaCl2) aos

15 dias de estresse. O tratamento 100 mM de NaCl reduziu 52% em relação ao

tratamento mais ameno sendo o mais afetado coleta realizada 60 dias após a

imposição do estresse. Tais resultados colaboram com os encontrados na

presente pesquisa, visto que o tratamento mais severo de NaCl foi o mais

afetado ao final do período experimental.

Para os resultados da clorofila b, foi observado que na primeira coleta,

20 dias após a imposição do estresse, houve uma redução de 28,5% no

tratamento de 100 mM em relação ao tratamento Controle (Figura 17). Aos 40

dias de estresse foi vista uma redução nos tratamentos mais severos de

52,11% em média. Já na última coleta, os tratamentos não diferiram entre si,

porém quando analisamos os tratamentos de maneira isolada pode ser visto

que os tratamentos salinos apresentaram reduções no teor de clorofila b desde

a segunda coleta.

Figura 17. Avaliação da clorofila b (chl b) em mudas de nim indiano submetidas a diferentes

níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl

referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Silva (2013) observou que mudas de moringa quando submetidas à

salinidade não apresentaram diferenças significativas após 2h da imposição do

estresse, entretanto com o maior tempo de exposição ao estresse a mudas

apresentaram reduções no tratamento mais severo (150 mM de NaCl) em

relação ao tratamento controle. Lima et al. (2012) avaliando mudas de pinhão-

manso submetidas a quatro níveis de salinidade (0,45; 2,5; 5,0 e 7,5 dS.m-1) e

4 teores de Si (0; 221,76; 443,52 e 665,28 mg.L-1), verificaram que apenas a

clorofila b no tratamento 0 dS.m-1 relacionado com 655,28 mg.L-1 apresentou

o maior valor (102,5 μmol m-2) em relação aos demais tratamentos. A clorofila

a, total e os carotenoides não apresentaram diferenças estatísticas, indicando

segundo os autores, que a interação entre o sal e o Silício reduziu os efeitos do

sal sobre a espécie.

Na presente pesquisa o nim sofreu reduções nos teores de clorofila b

com mais intensidade na última coleta, assim como na pesquisa realizada por

Silva (2015), onde mudas de Azadirachta indica submetidas a 50 mM e 100

mM de NaCl e CaCl2 começaram a apresentar reduções nos teores de clorofila

b apenas na terceira coleta (45 dias de estresse), porém as maiores reduções

ficaram evidentes apenas na última coleta, onde o tratamento 100 mM de NaCl

apresentou redução de 58% em relação ao tratamento moderado (50 mM), e

tratamento 50 mM de CaCl2 foi 25% menor que o tratamento de 50 mM de

NaCl. De maneira geral pode ser observado um decréscimo gradual da

clorofila total da primeira para a última coleta, como pode ser visto no figura 18.

Com os valores obtidos para a clorofila total pode ser observada uma redução

entre a primeira (20 dias) e a última coleta (60 dias), com as maiores reduções

sendo dos tratamentos 50 mM, 1,97 mg/g e 1,28 mg/g e 100 mM com 2,48

mg/g e 1,12 mg/g, sendo o primeiro valor para 20 dias e o segundo 60 dias de

estresse respectivamente.

Figura 18. Avaliação da clorofila total (chl total) em mudas de nim indiano submetidas a

diferentes níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de

NaCl referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Nascimento (2013) avaliando mudas de jatobá, observou que os teores

de clorofila total nos tratamentos 50 mM e 100 mM de NaCl, nas duas coletas,

apresentaram um acréscimo nos seus valores, com 25,25% e 27,6%

respectivamente. As mudas de nim indiano avaliadas por Silva (2015)

apresentaram reduções nos teores de clorofila total a partir da segunda coleta,

com redução mais acentuada na ultima coleta (60 dias de estresse) com

reduções de 53% do tratamento 100 mM de NaCl em relação ao 50 mM do

mesmo sal, e com as plantas sob ação do CaCl2 apresentando menores teores

em relação a mesma concentração do NaCl.

Para os carotenoides foi observado um comportamento diferente ao

observado até a segunda coleta, onde pode ser visto que os teores de

carotenoides, foram aumentados em 149% em média em relação à primeira

coleta (Figura 19). Podemos entender com esses resultados que as plantas

aumentaram a produção de carotenoides, por ser um pigmento acessório

fotoprotetor, para que as clorofilas não fossem afetadas de forma direta,

fazendo com que as plantas não interrompessem a fotossíntese (STREIT et al,

2005).

Os teores de carotenoides na coleta após 60 dias de estresse reduziram

bruscamente em relação à segunda coleta, diferindo estatisticamente da

segunda coleta (40 dias de estresse) porém sem apresentar diferenças da

coleta com 20 dias de estresse. Os carotenoides analisados na terceira coleta

apresentaram reduções de 62% para 0 mM, 56,2% para 50 mM, 54,8% para

100 mM e 50,3% para 150 mM de NaCl em relação a segunda coleta. Tais

resultados mostram que o nim após 40 dias começou a ser afetado pelo

acúmulo de sais, não conseguindo mais produzir pigmentos acessórios

suficientes para que as clorofilas a não fossem danificadas com os possíveis

danos do acúmulo de NaCl.

Figura 19. Avaliação dos carotenoides em mudas de nim indiano submetidas a diferentes

níveis de salinidade nos tratamentos 0 mM (Controle), 50 mM, 100 mM e 150 mM de NaCl

referente às coletas com 20, 40 e 60 dias após a imposição do estresse. Onde letras

minúsculas correspondem aos tratamentos e letras maiúsculas correspondem às coletas.

Letras iguais não diferem entre os tratamentos pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

Semelhante aos resultados encontrados para clorofila b, as mudas de

jatóba quando submetidas a salinidade aumentaram o teor de carotenoides,

26,5% para 50 mM e 28,7% para 10 mM) nos tratamentos salinos em relação

ao tratamento controle. Tais resultado apresentados por Nascimento (2013)

corroboram com a presente pesquisa, onde os teores de carotenoides foram

acrescidos na segunda coleta.

Diferente do encontrado na presente pesquisa Silva (2015) afirma que

as mudas de nim indiano nas coletas com 30 e 45 dias de estresse reduziram

os teores de carotenoides em relação a primeira coleta (20 dias), porém 60

dias após a imposição do estresse os tratamentos salinos (50 mM e 100 mM de

NaCl e CaCl2) aumentaram a produção de carotenoides. O autor ressalta ainda

a possibilidade das plantas produzirem pigmentos acessórios para proteger o

sistema fotossintético.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto na presente pesquisa é possível concluir que mesmo

com as mudanças na fisiologia das plantas o nim se mostrou tolerante à

salinidade sem alterações na produção de matéria seca, podendo ser possível

cultivar mudas de nim indiano em solos salinos com concentrações de até 150

mM de NaCl.

9. CRONOGRAMA

10. BIBLIOGRAFIA

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11. ATIVIDADES RELEVANTES DESENVOLVIDAS PELO BOLSISTA

Resumos publicados de evento:

LIMA, O. M. L. R; BARRETO, T. H. L; SANTOS, C. A; PACHECO, C. M; SILVA, N. V; WALTER, L. S; NOGUEIR, R. J. M. C. AVALIAÇÃO DE CRESCIMENTO,

RELAÇÕES HÍDRICAS E TROCAS GASOSAS EM MUDAS DE UMA ESPÉCIE FLORESTAL DA CAATINGA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO. In.: XIV Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2014, Recife. Anais da XIV Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRPE, 2014.

SILVA, M. F. L. T; SANTOS, C. A; WALTER, L. S; PACHECO, C. M.; SILVA, N. V; NOGUEIRA, R. J. M. C. AVALIAÇÃO DAS RELAÇÕES HÍDRICAS DE SORGO SACARINO (Sorghum bicolor (L.) Moench) EM ESTRESSE HÍDRICO. In.: XIV Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2014, Recife. Anais da XIV Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRPE, 2014.

WALTER, L. S; SILVA, L. A. C; SILVA, M. F. L. T; SILVA, N. V; SILVA, E. C. A;

ARAÚJO, R. P. S; NOGUEIRA, R. J. M. C. CRESCIMENTO, TROCAS GASOSAS E RELAÇÕES HÍDRICAS EM MUDAS DE NIM INDIANO SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE IRRIGAÇÃO. In.: XIV Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2014, Recife. Anais da XIV Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRPE, 2014.

Participação de evento:

• XIV JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO da UFRPE, 2014.