relatório final ces (1)

45
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL UFFS CAMPUS ERECHIM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL CONEXÕES DE SABERES PRÁXIS UFFS ERECHIM PESQUISA SOBRE O CONSELHO ESTRATÉGICO SOCIAL RELATÓRIO FINAL ERECHIM, 2014

Upload: joviana-vedana-da-rosa

Post on 07-Jul-2015

275 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatório final ces (1)

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

UFFS – CAMPUS ERECHIM

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL

CONEXÕES DE SABERES

PRÁXIS

UFFS – ERECHIM

PESQUISA SOBRE O CONSELHO ESTRATÉGICO SOCIAL

RELATÓRIO FINAL

ERECHIM, 2014

Page 2: Relatório final ces (1)

2

PESQUISA SOBRE O CONSELHO ESTRATÉGICO SOCIAL

UFFS – ERECHIM

RELATÓRIO FINAL

Equipe responsável

Tutor:

Prof. Thiago Ingrassia Pereira

Bolsistas:

Fernanda May

Joviana Vedana da Rosa

Daniel Gutierrez

Jaqueline Bordin

Rovian Palavicini

Adriele Sielski

Apoio:

Blog: http://petconexoesdesaberes-uffs.blogspot.com.br/

Page 3: Relatório final ces (1)

3

SUMÁRIO

1 Introdução....................................................................................................................................... 04

2 O que é o Conselho Estratégico Social?.................................................................................... 04

3 Transcrição das entrevistas....................................................................................................... 06

3.1 Entrevista com Elemar Cezimbra – Realizada em 15 de junho de

2013....................................................................................................................................... 06

3.2 Entrevista com Anacleto Zanela – Realizada em 18 de julho de 2013........................ 12

3.3 Entrevista com Rafael Motter (MAB) - Realizada em 09 de agosto de 2013.............. 19

3.4 Entrevista com a professora Celita Casagrande (15ª CRE) – Realizada em 23 de outubro

de 2013.............................................................................................................................. 25

3.5 Entrevista Douglas Censi (FETRAF) - Realizada em 30 de outubro de

2013.................................................................................................................................. 29

4 Resumo de notícias: histórico de criação da UFFS e atuação do movimento pró-universidade. 33

5 Referências................................................................................................................................ 45

Page 4: Relatório final ces (1)

4

1 Introdução

O Grupo Práxis, Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes, presente na

Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim é um grupo que trata sobre o

contexto de expansão do ensino superior e a inserção de estudantes de classes populares na

universidade.

O grupo procura articular ensino, pesquisa e extensão. Voltado para o ensino tem-se o grupo

de estudos, que busca propiciar uma fundamentação teórica e conceitual para desenvolver as

atividades do programa. Os temas tratados são, entre outros, acerca da educação popular e

movimentos sociais. Para a extensão, são realizadas oficinas nas escolas da região da 15ª

Coordenadoria Regional de Educação (CRE), procurando estabelecer diálogos com os estudantes do

terceiro ano do Ensino Médio sobre a continuidade dos estudos. Em 2013, foram visitadas escolas

localizadas em Aratiba, Itatiba do Sul, Erebango, Erechim e Cruzaltense.

Com relação à pesquisa, são realizadas, anualmente, desde 2012, pesquisas com o objetivo

de traçar o perfil dos ingressos nos cursos de graduação da UFFS Campus Erechim. Com a intenção

de se conhecer diferentes práticas pedagógicas realiza-se a pesquisa com as escolas do MST. Em

novembro de 2013, foi visitado o Instituto de Educação Josué de Castro, em Veranópolis – RS.

Ainda, ao longo do ano de 2013, foi desenvolvida a pesquisa sobre o Conselho Estratégico Social

(CES) da UFFS.

2 O que é o Conselho Estratégico Social?

A história de criação da UFFS, localizada hoje nos três estados da Região Sul, possuindo

seis campi, um em Erechim, está vinculada à mobilização de movimentos sociais (Via Campesina,

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB –, MST, Igreja Católica, deputados, vereadores

etc.). Em 2005 foi criado o Movimento Pró-Universidade Federal do Norte do Rio Grande do Sul,

que ganhou mais força quando se uniu a outros movimentos do Oeste de Santa Catarina e Sudoeste

do Paraná que também reivindicavam a presença de uma universidade federal, além destas regiões

possuírem características econômicas semelhantes, voltada para agricultura familiar e pequenas

empresas rurais e urbanas e estarem até então desassistidas pelo ensino superior público

(BENINCÁ, 2011).

Page 5: Relatório final ces (1)

5

A criação do Conselho Estratégico Social, após a instituição da UFFS, foi um meio de

incorporar representantes dos movimentos sociais e da comunidade nos mecanismos de decisão e

consulta da universidade. O CES é um órgão consultivo, dentre suas competências são:

a) analisar o impacto social da UFFS;

b) propor formas de aproximação e inserção da UFFS com a comunidade;

c) propor questões, estratégias e diretrizes sobre a expansão das atividades e criação de

novos cursos;

d) indicar representantes da comunidade nos demais conselhos da UFFS (UFFS, 2013).

A questão norteadora desta pesquisa é: qual é a avaliação dos membros do CES e do

Movimento Pró-Universidade acerca do atual processo de consolidação da UFFS?

Para isso, utilizou-se a aplicação de entrevistas, a partir de um roteiro semi-estruturado, com

o primeiro e atual presidente do CES, Anacleto Zanela, ex-vereador e Secretário de Coordenação e

Planejamento da Prefeitura de Erechim, no dia 18/07/2013, e Elemar Cezimbra, ligado à Via

Campesina – PR, no dia 15/06/2013, respectivamente; com o representante do MAB Erechim,

Rafael Motter, no dia 09/08/2013; com a representante da 15ª CRE, prof. Celita Casagrande, em

23/10/2013; e com o representante da Fetraf, Douglas Cenci, em 30/10/2013.

Assim como nos demais setores sociais que constituem o CES, o grupo Práxis PET –

Conexões de Saberes entrou em contato com a Mitra Diocesana de Erechim a fim de entrevistar a

pessoa responsável por representar a entidade dentro do CES da UFFS para fins que constitui a

pesquisa.

Após vários contatos com a paróquia local conseguimos conversar com o padre Valter

Girelli, o qual consta como representante da Mitra Erechinense junto ao CES, mas em nossa

conversa ele nos relatou não possuir informações sobre o conselho, dizendo que seu nome foi

apenas uma indicação formal e que ele não possuía conhecimento para falar sobre o assunto. Dessa

forma, ele nos passou o contato de um segundo possível representante da Mitra Diocesana de

Erechim, o qual não conseguimos manter contato, e dessa forma optamos por não entrevistar os

representantes dessa instituição nesta pesquisa.

As questões orientadoras da entrevista foram sobre:

a) a percepção/opinião da participação dos movimentos sociais hoje na UFFS;

b) o significado do conceito de “popular” que consta no Projeto Político Institucional (PPI);

c) a percepção do processo expansionista da UFFS;

d) a percepção da participação dos acadêmicos, professores, técnicos administrativos na

consolidação da UFFS hoje e em relação ao CES;

Page 6: Relatório final ces (1)

6

e) a percepção dos benefícios que a UFFS trouxe para a região e no que ainda poderia

contribuir;

f) como os movimentos poderiam contribuir para a reestruturação dos Projetos Pedagógicos

dos Cursos (PPCs);

g) uma possível solução para resolver a situação conflituosa em relação ao transporte

estudantil da UFFS que sofre com a dependência de outras instituições.

Além disso, para os representantes da FETRAF e do MAB foi perguntado sobre a utilização

do espaço da UFFS, por membros do grupo, seja na graduação, pós-graduação, projetos de extensão

ou outros.

Por fim, realizou-se também um resumo de notícias encontradas na internet que remete ao

histórico de criação da UFFS e de atuação do movimento pró-universidade.

3 Transcrição das entrevistas

3.1 Entrevista com Elemar Cezimbra – Realizada em 15 de junho de 2013

DANIEL: Bom, estamos aqui hoje, dia 15/06, sábado com o presidente do CES, Elemar Cezimbra,

e vamos fazer algumas perguntas com relação ao seu posicionamento, sobre algumas questões que

envolvem a nossa universidade.

Elemar, sabemos que a participação dos MS (movimentos sociais) foi importante na construção do

projeto da UFFS, qual sua percepção, opinião, da participação dos MS hoje na nossa instituição.

CEZIMBRA: bom o quê que nós estamos vendo, um aspecto importante a ser considerado, pelo

menos em alguns MS como mais uma luta por um mais objetivo, uma vez alcançado aquele

objetivo é como se tu tivesse uma onda que quebra a crista da onda e depois ela tem um certo

encontro. Eu interpreto usando esta metáfora pros MS. Conquistou a universidade, bom agora temos

a universidade e o pessoal dá uma recuada. Eu entendo que agora nesse quarto ano da universidade

volta de novo um ascenso na participação dos MS, haja vista esta conferência que estamos vivendo

hoje aqui com, eu acredito que tenha aqui hoje aí umas 300 pessoas, claro que tem o corpo

acadêmico da universidade, professores, alunos, técnicos, também obviamente deveriam que estar.

Mas eu acompanhei três audiências em três campi, e de modo geral a gente circula nessa região Sul,

eu estou morando no Paraná agora, mas a gente vê uma preocupação, pois ela agora quer discutir.

Porque tinha também o entendimento de que a primeira fase era começar a consolidação, era

Page 7: Relatório final ces (1)

7

implantar e consolidar, e agora já vem com força a preocupação das regiões que não foram

atendidas com campi de querer a expansão, ela começa já a ser colocada, ela começa já a ser puxada

em todos os lugares, tanto internamente, com novos cursos ou atividades de extensão, coisa do tipo,

como também novos campi, a projeção estava desta universidade de ela ser criada com onze campi,

foi um, digamos, debate síntese do MS antes de criar a universidade e não foi possível com onze o

MEC proporcionou só quatro depois de um processo de articulação e pressão foi pra cinco campi,

então, digamos assim, teria ainda dentro daquilo que o MS se propôs, a possibilidade de mais sete,

não, de mais um, não, até chegar onze, e principalmente aqui no RS que tem mais pressão e SC

também tem demanda em pelo menos em dois lugares, o PR que tava as duas regiões foram

atendidas, onde tava mobilizado. Então agora começa a ter uma volta de novo dos movimentos a

querer se envolver na universidade naquilo que seria um atributo principal, talvez do movimento

nesta universidade, de sugestões, de avaliações, de proposições e por onde está expandindo e

também há uma preocupação permanente, me parece que volta agora é sobre um debate mais,

digamos assim, qualitativo do tipo de universidade, de como ela vai ajudar a desenvolver na região,

como é que ela mais fazer a extensão, a pesquisa, esta coisa toda, então agora começa de novo a ter

uma preocupação. Eu tenho esta percepção, então houve um pequeno refluxo aí nos três anos, no

quarto ano acho que já começa de novo uma participação maior.

DANIEL: e considerando este envolvimento de todo o movimento com a criação deste projeto, eu

gostaria de saber se há membros deste grupo que está fazendo uso dos espaços dentro da UFFS, seja

na graduação, pós-graduação ou nos projetos mesmo de extensão que tem mais relação, com ligação

com a comunidade externa.

CEZIMBRA: veja bem, agora a comunidade externa e os movimentos estão demandando atividades

da universidade, seja de extensão, em vários locais, alguma coisa de pesquisa. Eu acho é que a

tendência é quando os laboratórios estiverem mais implantados e todo o curso já mais, digamos

assim, bem acabado, agora já começa o trabalho dos alunos fazendo os estágios. Então começa

haver essa demanda, o pessoal começa a visualizar a universidade, que está ganhando os seus

prédios, um pouco atrasado, mas vai ser visualizado, então, está visibilidade faz com que o

movimento vai exigir uma demanda maior e já está propondo, por exemplo, eu sei de várias, a

Fetraf propôs um curso de extensão para 4.000 ou 5.000 jovens junto com o MDA, Ministério do

Desenvolvimento Agrário, aqui no RS, mas entendendo a Região Sul, a Via Campesina está

propondo curso de agronomia em alternância, pós-graduação em Laranjeiras já está acontecendo na

pós-graduação voltada para os MS e desenvolvimento orgânico hoje com uns 60 participantes dos

Page 8: Relatório final ces (1)

8

movimentos, em alternância também, vai ter um curso especial de educação do campo em

alternância. Então, já começa a ter esta demanda e a participação vai ser dada desta forma, colocar

demandas e em algumas situações o movimento também tem respaldado a universidade em ações,

atividades, desenvolvendo e ajudado. Logo no começo a universidade não tinha nada, em muitos

lugares os movimentos dos locais colocaram espaços, colocaram estrutura e até recurso, até que ela

criasse seus mecanismos de funcionamento.

DANIEL: Eu gostaria então que você falasse um pouco mais pra mim o que pra você o que

significa esse “popular” que consta no nosso PPI?

CEZIMBRA: o popular, veja bem, os MS também são chamados, aí tem toda uma conceituação do

que o que é MS aí, mas o que nós interpretamos dos MS que criaram, se envolveram, não é que

criaram, se envolveram na criação da universidade e lutaram por isso, eles são todos movimentos

sociais populares, populares que ligado as demanda dos setores sociais vinculados à classe

trabalhadora, de uma forma ou de outra, mais incluídos ou menos incluídos, então, estes setores

populares está ligado a uma situação de classe, de trabalhadores, pais explorados, pequenos

agricultores, trabalhadores, aqui não é uma região que tem muitas fábricas, mas tem alguma coisa,

trabalhadores de comércios, desempregados, tem indígenas, tem negros, tem juventudes, trabalhos

sociais, vamos amplamente caracterizar por isso os MS como populares também. Então, o popular

está ligado, do meu ponto de vista, e nos debates que eu tenho na minha organização que participo

no MST que está na Via Campesina que é uma espécie de articulação de vários movimentos, hoje

ela é internacional, o popular está ligado a esta demandas históricas deste setor, então elas apontam,

para transformação social. Então, o popular aqui não tem o sentido de folclórico, de tradicional das

camadas populares, também isso é um aspecto, mas não foi isso o que mobilizou pra ter a

universidade, o que mobilizou é que estes MS populares eles têm um trabalho muito forte da EP

(Educação Popular) que se teve neste país aí, ligado à alfabetização, veio deste veio da EP de Paulo

Freire, do Nordeste, você vai ver, da América Central, daqueles processos revolucionários, da

Nicarágua, com muita influência, dos debates e dos centros de formação, de ONG’s, colocam pro

movimento a demanda de um primeiro momento de formar lideranças, mas os movimentos vão se

organizando e têm amplitude territorial, principalmente ligado à reforma agrária, aonde entra a

educação formal, não é só a EP que entra, entra a educação formal. Então, a luta pela universidade é

decorrente deste aspecto aí, que vem lá ligado à EP, que é uma educação voltada pra setores sociais

que querem transformação, mudanças sociais importantes, é isso aí, então o popular aqui na

universidade está ligado a isso, pra nós o que marca ____ele tem esse cunho, a tendência a demanda

Page 9: Relatório final ces (1)

9

e tem que ter um caráter transformador, um caráter, vamos chamar o transformador como

revolucionário, sem banalizar a palavra revolucionário, mas que atende essa demanda e o interesse

de classe, da inclusão social, da cidadania, destes aspectos que hoje está incluído a questões

ambientais, os desafios grandes da humanidade aí que estão colocados, ligados a vários aspectos,

este é o sentido da palavra popular.

DANIEL: A partir disso então, qual é a percepção do movimento, como vocês vêem hoje esse

processo expansionista da UFFS?

CEZIMBRA: Veja bem, a universidade hoje está abrangendo três estados, já surgiu multicampi e o

MS porque aí tem uma demanda reprimida de afastamento, o estado brasileiro não está presente

com a educação pública federal nesta região. É uma região de quatro, quase cinco milhões de

habitantes, mais de 400 municípios onde abrange a universidade. Então esta demanda reprimida faz

com que haja uma pressão também na universidade pra ela se expandir rapidamente. Então eu não

sei se é este o sentido da palavra expansionista, mas é, vai desde a pressão que é legítima e aquela

história de quem tem necessidade tem pressa, então vai ter uma pressão na universidade pra ela se

expandir, inclusive com novos campi, mais cursos, por conta desta demanda reprimida. E o que está

colocado hoje ___ tem teorias que falam que nós somos a sociedade do conhecimento, estamos na

era do conhecimento e eu concordo que também é isso, então há uma... A juventude nesta região

bem menos que em outras regiões do país não está nas universidades, então vai tem uma pressão,

essa pressão vai se permanente pra ela expandir. Nós entendemos que expandir é expandir com

qualidade, pra nós estas duas categorias elas não são excludentes uma da outra, a expansão também

pode ser com qualidade e qualitativa que às vezes há este debate. É este o entendimento que a gente

tem de expansão, de fato é uma corrida rápida e pode algumas coisas diminuir, pode ser que não se

expanda e nunca tenha qualidade também não é, mas esta é uma demanda reprimida, já se pleiteava

onze campi, como eu falei antes. Há uma urgência do ensino público federal superior, era

completamente ausente, então vai ter esta pressão pra se expandir mesmo, pra ser expansionista,

neste sentido.

DANIEL: assim, como você vê a participação de acadêmicos, professores, técnicos administrativos

na consolidação da nossa instituição, a UFFS, hoje? E em relação ao CES?

CEZIMBRA: entendemos como fundamental quando cria a universidade atingir um primeiro

objetivo que era ter esta instituição, uma universidade são professores, alunos e servidores, os

Page 10: Relatório final ces (1)

10

técnicos, tendo estas três coisas já tem universidade, claro tem todas as políticas, diretrizes etc e tal.

Então é óbvio que este setor tem que estar dentro do CES. Foi um debate que teve e que se entendeu

que teria que entrar, porque o movimento pró-universidade, de um certo modo, ele se formaliza na

universidade com os conselhos comunitários e com o CES. Esta foi a formalidade achada para

instituir o movimento pró-universidade hoje dentro do estatuto da universidade. Então também vai

ter que estar instituindo a comunidade acadêmica. Eu acho que o que era o movimento pró-

universidade e que ainda está lutando em várias regiões pela expansão ganha uma riqueza com a

comunidade acadêmica agora já existe, eu vejo como natural, é óbvio que a sociedade neste

conselho estratégico eu entendo que ela tem que estar majoritariamente representada porque ela é

muito mais diversa e ampla mesmo que esta diversidade esteja dentro da universidade, mas pra tu

preservar porque a universidade já tem as instituições de decisão que estão preservadas. Então isso

aqui é um outro caráter, uma coisa nova e por isso que ele é polêmico em algumas situações, mas é

o formato que se achou pra instituir isso aí. Eu vejo como natural que a comunidade acadêmica

participe. Os três âmbitos, professores, alunos e técnicos.

DANIEL: e quais são os benefícios que vocês identificam que a UFFS trouxe pra nossa região e

pras outras demais regiões e que ainda poderia estar contribuindo?

CEZIMBRA: veja bem, a universidade é mais que plantar alface, que tu colhe em 60 dias ou coisa

do tipo. Universidade é plantar árvores. Na medida em que ela vem pra uma região e já inclui uma

camada grande de alunos que não estariam na universidade hoje ela já está beneficiando uma

população, uma juventude que não estaria na universidade. Na medida em ela se torna... Ela é um

pólo dinâmico de cultura, de conhecimento, inclusive econômico de regiões e eu acho que eles vão

começar a ver os benefícios da universidade quando começa a sair as primeiras levas de alunos. Na

medida em que ela estiver bem instituída, tiver fazendo com mais força, com seu quadro acadêmico

completo de estrutura de laboratório, de salas, de biblioteca e seus projetos de extensão mais

completo ela começa a mostrar mais este efeito. Eu diria que é muito curto tempo pra ver os

grandes efeitos, mas ela já tem efeitos, tem resultados na medida em que ela incluiu, a primeira

coisa que ela fez foi incluir quem nunca entraria numa universidade, que não tinha aqui nesta região

e teria dificuldades se fosse pra outras, ela já está tendo benefícios.

DANIEL: em relação ainda na nossa universidade, os PPCs pensados na criação do projeto

institucional estão em processo de reajuste e reestruturação. Vocês, os movimentos em si, acreditam

que os movimentos sociais poderiam contribuir de alguma forma neste processo?

Page 11: Relatório final ces (1)

11

CEZIMBRA: podem contribuir, os MS hoje, eu vou te dar só um exemplo. O MST, que é a

organização que eu participo há 32 anos, nós temos uma das metas, além de fazer um processo forte

de formação, que se chama ___, que é um pouco de EP vazia, nós temos uma determinação interna

que todos os nossos militantes dirigentes internos tenham curso superior. Nós temos hoje parcerias

com universidade, principalmente públicas, mas também algumas privadas, institutos federais. Eu

creio que está passando de 100 cursos em parcerias, aonde nós temos uma equipe já de formadores

nossos com mestrado, doutorado com larga experiência de montagem de curso, de ementas, de

disciplinas, voltadas para a realidade, debatendo com o corpo acadêmico destas instituições. Eu

participei de vários destes já, com a UFRJ, com outras universidades, mesmo com este debate na

UFFS. Então uns movimentos mais outros menos, mas hoje os movimentos também acumularam

nesta área, tem algo a dizer, tem demandas, tem reivindicações, tem experiência acumulada de

metodologias, de sugestões de ementas. Enfim, se é uma universidade com esse cunho, pra

desenvolver, popular, numa região nova ela tem que sintonizar com isso aí. Há que ver a forma

contribuir, mas hoje se tem acúmulo pra isso, pode contribuir.

DANIEL: então, pra nós irmos finalizando gostaria de só mais uma pergunta. Hoje a UFFS vive

uma situação bastante conflituosa em relação ao transporte estudantil com a dependência de outras

instituições. Como você vê uma possível solução para resolver este problema?

CEZIMBRA: olha, ___ Laranjeiras de onde que eu estou, que agora aparece quando o pessoal vai

para o campus que é um pouquinho afastado do centro da cidade, 4 ou 5km, e que os alunos eu não

sei como está lá, se hoje tem algum problema e lá resolveu com a empresa, com a prefeitura, e

facilitou este transporte lá pro campus. O que que a gente olha tradicionalmente, eu fui estudante

que na minha época comprava passe estudantil mais barato nas empresas. Quando eu estava em

Porto Alegre tinha o passe estudantil que tinha um abatimento na passagem. A UFFS tem políticas

de permanência que passa também para garantir que o aluno possa se deslocar, que ele possa ter

alimentação, que possa ter moradia, que tenha estas condições que atende classes sociais bastante

excluídas. Então aí ela vai ter que olhar agora pra isso também como uma instituição que vem forte.

Eu fui em outras universidades que a universidade tinha transporte. O campus do Fundão da UFRJ

tem transporte dentro do campus, que é enorme aquilo lá. A nossa é que vai ter que inventar um

formato, com debate entre os alunos, a reitoria, poder público local, mas não pode ser por conta

disto que aluno vai desistir, porque é muito firme esta visão de que tem que garantir não só o

acesso, mas também a permanência. Eu veria na lógica da permanência e veria as formas de facilitar

Page 12: Relatório final ces (1)

12

isso aí. Como? Não tenho forma, aí tem que se adequar a cada região. Quem sabe a universidade

agora à medida que isto é um problema tire políticas pra resolver isto aí. Mas eu entendo que ela

não pode ignorar isso aí, ela tem que ajudar a resolver junto com os alunos e suas representações,

centros acadêmicos, DCEs.

DANIEL: então finalizando, gostaria de agradecer ao nosso presidente do CES, Elemar Cezimbra,

até mais.

3.2 Entrevista com Anacleto Zanela – Realizada em 18 de julho de 2013

DANIEL: Então, hoje é 18/07, eu estou aqui na Secretaria de Planejamento com o nosso atual,

ANACLETO: Secretário de Coordenação e Planejamento,

DANIEL: Anacleto Zanela que também já teve um papel muito importante no CES no cargo de

presidente. Então, gostaria de começar, Anacleto, sabendo, dizendo que nós sabemos da

participação dos MS foi importante na construção, no projeto da UFFS. Qual é a sua percepção, ou

opinião, da participação dos MS hoje dentro da nossa instituição?

ANACLETO: Daniel, ontem inclusive eu estive participando de um debate promovido pelo DCE

Mostra a sua Cara, da universidade federal, Campus Chapecó, e discutimos justamente isto que

você está perguntando aqui. Para os MS, a começar pela história, inclusive o Charles, um integrante

do movimento MPA que estava presente ontem, ele disse, para os MS a universidade federal não

tem uma história de três anos, quando começou o seu funcionamento em 2010, para os MS a

universidade federal já tem no mínimo uns sete anos, porque é quando se começou as principais

mobilizações para que a universidade federal se tornasse realidade aqui nos estados do Sul. Havia

movimentos aqui no RS, havia movimentos em SC e havia movimentos no PR e eram movimentos

isolados e em uma das audiências em Brasília o ministro disse, olha, nós não temos condições de

atender, criar uma universidade em cada Estado neste momento, e, portanto, nos desafiou a

fazermos um movimento unificado e não foi fácil, de movimentos diferentes, de lutas diferentes

constituir um único movimento pró-universidade. Eu também tive a honra e a felicidade de

participar deste movimento aqui pela região do Alto Uruguai, representando, eu era vereador na

época, depois eu fui Secretário da Educação e agora Secretário de Coordenação e Planejamento,

mas também eu representava setores urbanos porque a universidade federal teve dois grandes

Page 13: Relatório final ces (1)

13

movimentos sociais que fizeram o papel de coordenação geral, que foi a Fetraf Sul e a Via

Campesina, como é o caso do MAB que participa da Via Campesina, e eu representava nesta

coordenação os setores urbanos que também estavam mobilizados, sindicatos, câmaras de

vereadores, enfim, a própria prefeitura de Erechim, depois de um determinado período também

quando eu fui Secretário de Educação. Neste período, Daniel, nós aprendemos que nós íamos,

somente íamos conquistar a universidade somente se a gente criasse um movimento muito forte e

foi isso que aconteceu. Foram abaixo-assinados, foram mobilizações, foram atos públicos, foram

audiências, pressões políticas, né, ao presidente Lula na época, ao ministro da educação, aos

governadores, envolvemos senadores, deputados federais, deputados estaduais, câmaras de

vereadores, prefeituras e os MS que faziam toda a mobilização, mas contavam com este apoio, esta

mobilização, sindicatos urbanos. Isto deu o corpo necessário, a força necessária pra nós

conseguirmos convencer o governo federal da necessidade desta universidade federal. Portanto, eu

entendo que a Universidade Federal da Fronteira Sul é uma das poucas universidades que foi

construída com toda esta dinâmica social, então pra mim isto é uma das grandes riquezas da

universidade federal e que, de certa forma, de 2010 para cá, depois que ela se instituiu, por mais que

os movimentos ainda participe, mas a universidade, há um certo distanciamento entre a comunidade

interna, acadêmica, estudantes, professores, direção, todo seu dinamismo e os MS. Então, eu

acredito que este, um dos debates que fazíamos ontem, é que nós temos que recuperar esta relação

muito forte que tem que haver entre a atual comunidade acadêmica com todas as instituições e

entidades que participaram do processo de conquista da universidade federal, então, este é um dos

grandes desafios que nós temos e até porque eu não acredito que a universidade federal ela tenha,

ela vai cumprir o seu papel, ela vai atingir seus objetivos, porque ela está constituída com duas

palavras muito importantes: que ela tem que ser pública e que ela tem que se popular. Ela só vai ser

pública e popular se de fato tiver esta relação construída de forma muito forte entre a comunidade

acadêmica e a comunidade externa, pra mim, este é um grande desafio dos MS e também de quem

está na comunidade interna da universidade.

DANIEL: O senhor já abordou então esta questão do popular que seria a nossa próxima pergunta,

que seria o seu entendimento sobre esta questão do popular que consta no PPI da universidade, mas

se o senhor quiser contribuir com mais alguma coisa nesta definição do popular?

ANACLETO: sim, eu quero, até porque ontem eu fiz este debate e a gente discutiu um pouquinho

do que a gente entende sobre este popular. Nós entendemos, Daniel, que a sociedade é ainda muito

injusta, ela é muito desigual e, portanto, quando a gente fala em popular nós estamos discutindo que

Page 14: Relatório final ces (1)

14

tipo, que país nós queremos, que desenvolvimento nós queremos e que universidade nós queremos

para construir este desenvolvimento, esta sociedade que a gente quer. E quando a gente fala em

popular nós estamos falando dessa desigualdade que nós temos que combatê-la com todas as nossas

forças e por isso quando a gente fala dela em ser popular, ela tem que atender principalmente as

pessoas que mais precisam, aqueles setores sociais que sempre forma excluídos do direito a uma

universidade e hoje infelizmente ainda apenas, em torno de 20% da população tem acesso a

universidade brasileira e nós precisamos avançar neste processo com urgência e, portanto, este

caráter que nós queremos dar e além disso, nós entendemos, e por isso que eu falo e falei antes que

a universidade tem que ter esta relação permanente, a comunidade interna com a comunidade

externa, mas especialmente os MS populares pra dar este caráter especialmente dos setores que

mais precisam e o grande objetivo nosso tem ser esse: enquanto não tiver o acesso à universidade

pública, o direito a chegar a um curso superior, a ter um curso superior tem que ser de todo cidadão

brasileiro e enquanto nós não temos este direito garantido pra todos nós temos muitos passos a dar,

a serem dados, e é esse o papel que a universidade tem e que nós enquanto movimentos sociais, a

prefeitura, enfim, as instituições, todos, nós temos que ter estes princípios no nosso trabalho. É este

o popular que nós queremos dar, a universidade tem que ter como objetivo o combate às

desigualdades sociais, o enfrentamento aos problemas sociais, o desenvolvimento que a gente quer

é um desenvolvimento inclusivo e que de fato garanta oportunidades para todos e não para manter a

atual estrutura social, onde alguns têm e outros não têm. Então, o combate à pobreza, o combate à

miséria, a superação da pobreza, a transformação social tudo isto está dentro deste, desta palavra tão

importante que é o popular.

DANIEL: Nós estamos praticamente no nosso quarto ano de funcionamento de nossa instituição,

então eu gostaria de saber qual a sua opinião sobre esse atual processo expansionista da instituição.

ANACLETO: Primeiro eu entendo que a expansão da universidades federal ela é fundamental, em

todos os níveis e entendimentos que temos, ela tem que expandir do ponto de vista das atuais

estruturas, atuais campi, na estrutura física, na estrutura humana, né, de professore, laboratórios,

funcionários, enfim. Além disso ela precisa crescer do ponto de vista da pesquisa, da extensão e dos

cursos de graduação, acho que ela deve ter mais cursos nesses campi já estabelecidos, ela tem que

crescer e se expandir no processo de verticalização nos cursos de pós-graduação, especialização,

mestrado e doutorado, e também nos temos que cumprir com as metas estabelecidas pelo

movimento social e que poderão vir outros, que é os compromissos com aquelas cidades que não

conseguiram naquele momento de fundação da universidade de criação, é o caso de Concórdia, de

Page 15: Relatório final ces (1)

15

São Miguel do Oeste em Santa Catarina, é o caso de Passo Fundo que agora terá o curso de

medicina, mas que estava no movimento, é o caso de Ijuí, é o caso de Vacaria, Soledade, que eram

regiões que também tinham se mobilizado naquele período e que não tiveram. Mas, quando eu falo

desta situação, isso nós debatíamos ontem, a expansão ninguém tem que ser contra em hipótese

nenhuma na minha opinião, mas a expansão ela não pode ser feitas com os atuais recursos

financeiros que temos, então esta expansão deve ser acompanhada com a expansão dos recursos

orçamentários da instituição. Nós queremos que ela se expanda, aliás, consolidar a instituição tem

haver com a expansão, porque se ela ficar nisso como esta, é o primeiro passo para começara ser

sucateada. Então pra mim, essas lutas, essas questões que as pessoas colocam, as vezes com certa

razão, na minha opinião as vezes ela não é bem colocada, porque na minha opinião, e ontem pelo

debate que a gente fez foi esse, que nos precisamos sim da expansão da universidade federal, até

porque ela não esta cumprindo com aquele grande objetivo que é de fato ser popular ainda, porque

ainda temos uma grande parcela da sociedade que ainda não tem acesso ao ensino superior, e

portanto nos precisamos garantir esse direito, é papel do governo federal e é papel nosso como um

todo lutar para que essa expansão aconteça.

DANIEL: E como que você vê hoje, a participação dos acadêmicos, dos professores, dos técnicos

administrativos na consolidação do projeto da UFFS, a também com relação ao CES?

ANACLETO: Eu acho fundamental. Porque nenhuma universidade vai ser democrática de fato se

não der voz e vez ao conjunto de setores que a acompanha. Estão os professores devem estar bem

representados, os técnicos administrativos, os alunos também nesse processo, ao mesmo tempo que

não consigo entender que a universidade tem que ficar apenas, como eu disse antes, fechada sobre si

mesma, ou seja, fechada só com os setores que estão dentro da universidade, a grande riqueza da

UFFS é sua relação com a comunidade externa, então a comunidade externa com seus movimentos

sociais, sindicatos, instituições publicas, enfim, essa relação com governos, com a câmara de

vereadores é fundamental esse apoio institucional para buscar, pra crescer, pra se desenvolver. Nos

não estamos aqui pra defender quando falo de prefeituras, de câmaras de vereadores, não estou

falando de partidarização, pois a universidade deve ser um local onde todas as idéias políticas

devem estar presentes, agora o que eu defendendo é que a sociedade deve ser protagonista também,

mas também não pode ser aquilo de os movimentos virem aqui dizer como a universidade deve ser,

não, os movimentos tem o direito de dizer o que eles pensam da universidade, mas a universidade

também tem o direito de dizer o que pensa, e desse conjunto de pensamentos vamos construindo

entendimentos, acordos, consensos, para que essa universidade cresça cada vez mais.

Page 16: Relatório final ces (1)

16

DANIEL: Dentro de todo esse contexto, quais são os benefícios que você pode identificar que a

UFFS trouxe para nossa região, e com quais benefícios ainda poderá contribuir?

ANACLETO: Bom, eu acho que ela já trouxe um grande beneficio que é o acesso a ela, o acesso

que beneficia a escola publica, onde através do ENEM quem estuda em escola publica tem um

critério de priorização que hoje garante que mais de 90% dos alunos sejam de escola publica, então

ela já esta atingindo um dos objetivos que é alcançar aquelas pessoas que mais precisam, outro

grande beneficio que eu vejo é essa relação que começa acontecer com a educação básica, se nos

quisermos ver o pais crescer temos que fortalecer a base educacional do país, por isso a

universidade federal já cumpre esse papel e pode cumprir muito mais. Eu fiz um questionamento até

esses dias atrás na audiência pública, que eu não consigo entender como que uma universidade

consegue garantir apenas um curso de mestrado em Educação que garante apenas vinte vagas, eu sei

que não pode ter turmas tão grandes, enfim, mas a universidade já deveria ter mais cursos, nós

precisamos, os professores da educação básica precisam ter oportunidades de qualificação, só em

Erechim hoje nós temos mais de 600 professores e a maioria tem no máximo um curso de

especialização, então a universidade tem um papel muito importante para a educação básica, e

também naquilo que eu falei antes, na pesquisa, na extensão, nós temos muito a crescer, temos que

oferecer mais cursos, mais cursos de pós-graduação, acho que a universidade já tem contribuído

muito no debate regional, já começa através dos diferentes cursos contribuir para o debate de para

onde vai o desenvolvimento da região, e acho que nesse sentido a universidade pode contribuir

muito ainda, já foi feito bastante mas temos muito ainda pra caminhar para que o nosso

desenvolvimento regional seja cada vez maior.

DANIEL: Os PPC’s pensados no processo de criação institucional estão em processo de reajuste e

reestruturação, você acredita que os movimentos sociais eles poderiam contribuir de alguma forma

nesse processo de reajuste?

ANACLETO: Sim. Porque quando a gente fazia o debate quais cursos e o que eles deveriam

trabalhar, nós sempre defendíamos a necessidade de ter um núcleo comum que fosse base de toda

formação, porque nos não queremos que a educação, e não falo apenas da universidade, falo da

educação como um todo, a educação não pode apenas garantir formação através de um determinado

curso pra eles serem especialistas em determinada área, ou seja, para atender uma demanda

especifica do mercado de trabalho, nos queremos ver um estudante preparado para um conjunto de

Page 17: Relatório final ces (1)

17

desafios em suas vidas, e ai envolve as questões do mercado de trabalho sim, mas envolve a sua

opinião própria, o protagonismo, a formação completa do ser humano, a gente sempre fala que a

educação deve dar essa base pra cada estudante e a universidade também deve servir pra isso, então

a gente não pode apenas trabalhar a formação técnica sem trabalhar a formação humana de uma

pessoa solidaria que envolva a cidadania plena, e é nesse sentido que a gente entende que os

movimentos sociais podem contribuir muito na discussão do papel de cada curso, na grade

curricular de cada curso, mas é claro, ninguém aqui esta defendendo que não tenha uma base

técnica para aquela área que o curso tem, se a pessoa vai se formar em licenciatura ela deve se

especializar também nessa área, mas que tenha essa base de formação humana em todas as áreas

para que esse estudante quando se forme esteja preparado para diferentes situações indiferente da

área que ele vai atuar profissionalmente. Então assim, por isso que é importante que hajam, é claro

que não tem como os movimentos sociais estar diariamente na universidade discutindo tudo isso,

mas que através de seminários e debates isso possa acontecer e isso possa acontecer com as

sugestões dos movimentos sociais nos fóruns da universidade e do próprio CES tem esse papel e

possa contribuir nesse sentido.

DANIEL: Agora uma questão que eu acredito que envolve mais a questão especifica do campus de

Erechim. A UFFS ela tem um situação bastante conflituosa com relação ao transporte estudantil,

com a dependência de outras instituições, no caso dos alunos da URI. Como você vê uma solução

para esse problema?

ANACLETO: No caso especifico de Erechim eu vejo que nesses últimos dias teve uma mobilização

dos movimentos sociais, e um dos temas foi esse, então no caso de Erechim nós já estamos

discutindo alternativas, nos estamos estudando junto a empresa de transportes, que garante o

transporte para o novo campus da universidade, então a empresa já esta garantindo que vai colocar

essas linhas de acesso conforme as necessidades dos estudantes, esperamos que de fato isso se

concretize. Nós estamos pensando também para Erechim o passe único, o que que é isso, que a

pessoa saia de um bairro e venha até o terminar de ônibus por exemplo e se dali ele pega outro

ônibus para a universidade ele não precise pagar duas passagens, já temos a meia passagem

estudantil então que ele pague apenas essa meia passagem, enquanto não tiver o passe livre né, pois

essa é uma luta geral do Brasil que hoje pelo menos a curto prazo nós não vemos como conseguir

implantar, mas, que esse direito seja garantido mesmo que a pessoa tenha que utilizar duas

passagens, que ela pague apenas uma. Então do ponto de vista de Erechim, acreditamos que

estamos encontrando uma alternativa para soluções que venham amenizar esses problemas do

Page 18: Relatório final ces (1)

18

transporte. Do ponto de vista regional eu acho que é preciso ... mas se os estudantes entenderem

necessário e nos próximos dias vamos se sentar com eles e com a direção do campus se tiver a

necessidade de criar um grupo permanente para debater essa questão nós estamos nos colocando a

disposição, agora já falando aqui como prefeitura de Erechim, nós estamos a disposição para ajudar

a encontrar a melhor alternativa.

DANIEL: Até porque esse debate sobre o transporte está vindo de antes dos protestos sobre o passe

livre, porque o pessoal que estuda hoje na federal e moram no interior, dependem dos ônibus que

traze o pessoal pra URI, ai quando a URI não tem aula eles não conseguem vir pra federal e nisso

ficou um embate bem grande entre os estudantes e já teve uma serie de debates que até agora não se

chegou a nada.

ANACLETO: Bom, então voltando pra questão de quem mora no interior nos diferentes municípios

da região, eu acho que é importante a gente criar um grupo com a presença da AMAU associação

dos municípios dos estudantes da universidade federal e das demais universidades porque não, e as

prefeituras pra que possamos criar soluções conjuntas, porque a questão do transporte tem haver

com o estudante ficar ou não ficar em seu município, se nós não garantirmos transporte como um

todo muitos vão sair de seu município e vamos estar contribuindo com o êxodo rural e o

enfraquecimento dos municípios do Auto Uruguai pois as pessoas acabaram vindo morar em

Erechim e dificilmente a pessoa volta para sua cidade natal se nós não criarmos as condições. Por

isso é fundamental a criação deste grupo de debate para pensar as questões do transporte, e é

urgente como você disse, pois indiferente da mudança do campus essa demanda já existe.

DANIEL: Então eu gostaria de agradecer a você Anacleto, a esse espaço, ao tempo de conversa, e

se você quiser fazer mais alguma colocação ...

ANACLETO: Eu só queria complementar que é isso, o grande sonho de todos nós é construir uma

sociedade mais igual, mais justa, e nós entendemos que a universidade federal não sozinha claro,

mas tem um papel fundamental nesse processo, e acho que o papel da universidade ele esta sendo

construído passa a passo, muita coisa já foi feita como dito antes, já atende muitas de nossas

expectativas mas ainda precisamos avançar muito e estamos a disposição se precisar em algum

momento de mais algum debate com os estudantes sobre isso e também nessas questões especificas

que se referem a prefeitura de Erechim temos a palavra do prefeito que nós estamos a disposição

pra ajudar a construir soluções pros problemas que surgem no meio do caminho.

Page 19: Relatório final ces (1)

19

DANIEL: OK. Muito obrigado pela entrevista.

3.3 Entrevista com Rafael Motter (MAB) – Realizada em 09 de agosto de 2013

No dia 9 de agosto de 2013, nossa colega Joviana entrevistou o Rafael Júlio Motter, membro

do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB). A entrevista houve algumas interrupções por

causa de barulhos próximos ao local da entrevista, por isso mudou-se de sala duas vezes para

conseguir dar progresso à entrevista. Iniciou-se então quatro vezes a entrevista que foi composta por

cinco questões.

Primeira Tentativa

JOVIANA– Bom, então eu estou aqui hoje dia nove do oito de 2013, com Rafael Júlio Motter,

membro do movimento dos atingidos por barragens... Então, a gente queria saber assim:

considerando o desenvolvimento do movimento para a criação do projeto gostaríamos de saber se

há membros do grupo que fazem uso do espaço da UFFS seja na graduação, pós graduação, projetos

de extensão ou outros...

RAFAEL – tem, tem sim, eu falo por Erechim que é a cidade que eu resido né, mas que eu conheço

que tem filhos de militantes nossos, filhos de atingidos por barragens, inclusive militantes que estão

fazendo hoje graduação, inclusive eu que acabei de concluir um curso de pós-graduação de

desenvolvimento rural sustentável e agricultura familiar em cerro largo.

JOVIANA– e pra vocês oque significa o popular que consta no projeto pedagógico institucional?

RAFAEL – eu, eu não li todo, de cabo-a-rabo o PPI, mas pelo que eu sei, assim, o popular que

consta lá, ele, ele traz todo um significado que tem por traz da construção dessa Universidade

Federal (UF), tentando ali, dar mérito, propriamente dar mérito ou abranger as organizações que se

encontram, as organizações que ajudaram a construir essa Universidade, que teve uma história

diferente das outras universidades do Brasil, onde teve uma luta social por traz dela, por traz de sua

construção, mas eu já queria frisa uma coisa aqui, pode dar um stop aqui que eu acho que fiz uma

confusão aqui...

Tentativa 2

Page 20: Relatório final ces (1)

20

JOVIANA – pra vocês oque significa o popular que consta no PPI?

Tentativa 3

JOVIANA – então, pra vocês oque significa o popular que conta no PPI?

RAFAEL - Ele faz menção, faz justiça... tá gravando? Já? Então oque significa o popular que consta

no PPI... pra começa eu não li todo o PPI ainda, mas...acho que o popular, ele traz, ele agrega todo

aquela história que a universidade possui na sua construção, na sua constituição enquanto

UFFS...carraca...desliga desliga... oque significa o popular no PPI... bom eu não li todo o PPI como

mencionado antes...mas ele, acho que ele traz, ele traz aquele significado de construção...hm...

Tentativa 4

JOVIANA – bom, estamos aqui hoje com Rafael Júlio Motter, membro do MAB, hoje é dia nove

do oito de 2013, então...considerando o desenvolvimento do movimento para a criação do projeto

gostaríamos de saber se há membros do grupo que fazem uso do espaço da UFFS seja na graduação,

pós graduação, projetos de extensão ou outros...

RAFAEL – bem, tem gente da organização que estuda sim, temos militantes que estudam, filhos de

atingidos por barragens né, mais importante... inclusive eu que acabei de concluir o curso de pós

graduação na UFFS em Cerro Largo.

JOVIANA – e pra vocês oque significa o popular que conta no PPI?

RAFAEL – bem Joviana, eu não li todo o PPI né, mas na minha opinião acho que o popular que

consta lá significa todo histórico que a universidade...um reconhecimento do histórico que a

universidade possui em sua construção né...tudo aquilo que o movimento pro universidade federal

venceu...essa luta de 5 anos aí que antecederam a criação da universidade federal e ao mesmo

tempo acho que ele assume um compromisso inclusive com essa organização que certas religiões,

onde elas estão com o povo em si assume um compromisso com essas organizações e com essas

sociedades em si, representa algo novo, representa algo diferente né e esperamos que esse popular

não seja apenas...é... colocado como um símbolo, como uma filosofia mas que isso se efetive na

pratica, que necessite criar instrumentos dentro que possam ouvir essas organizações, não só ouvir,

mas sim com fins liberativos na minha opinião.

Page 21: Relatório final ces (1)

21

JOVIANA –e como vocês veem o processo expansionista da UFFS?

RAFAEL – Olha...Joviana, eu acho que enquanto organização social talvez eu possa aqui falar não

só da UFFS mas do ensino superior publico com qualidade né, acho que vamos começar por ai,

porque nos, como organizações sociais, talvez uma das tarefas nossas é sempre estar cobrando do

estado, dos governos uma expansão do ensino superior publico com qualidade né, com essa

ressalva, é... porque inclusivo a gente sabe que somente a UFFS não da conta de todo esse... de mais

outras universidades que foram criadas aí nesses últimos governos não dão conta de toda a demanda

que tem de alunos que estão fora da universidade que gostariam de estudar então, na minha opinião

é uma função nossa sempre estar cobrando , manter essa cobrança permanente com os poderes

políticos para que se constitui sempre...que continue de forma progressiva essa expansão e quanto a

UFFS nós temos todo o apoio do processo expansionista dela né, inclusive eu me recordo que no

processo de constituição dela teve muitas regiões, além das 5 que estão contempladas com o

campus, que se envolveram no processo...podemos pegar aqui do R.S um exemplo da região de

Vacaria, Lagoa Vermelha onde tb ocorreu o movimento de pró universidade federal e se eu não me

engano na época, se eu não me engano não... eu tenho certeza que na época dos programas de

expansão essa...essas regiões que se envolveram estariam...seriam contempladas em possíveis

programas de expansão da federal é o que parece que não aconteceu com o curso de medicina de

passo fundo né que na verdade não contemplo essa... esse acordo que tinha na época, mas enfim a

gente vê, a gente... e nós apoiamos e inclusive reivindicamos que esse processo de expansão

continue embora assim... não podemos também desmerecer que sejam, que seja uma expansão

assim a qualquer custo né... ela tem que ter qualidade... as duas coisas tem que andar junto.

JOVIANA – e como vocês veem a participação dos acadêmicos, professores técnicos-

administrativos na consolidação da UFFS?

RAFAEL – olha eu... eu sinceramente não... não me sentiria assim muito a vontade de responde

essa pergunta, quanto a minha pessoa...até porque eu não tenho tido uma relação politica muito com

a universidade federal enquanto organização mas pelo que eu observo assim há um... há

professores...grupo de professores que há um engajamento né...eu falo pelo campus de Erechim né...

eu não sei como é que está nos demais campus só sei que...mas eu percebo assim até onde eu

conheço __________ com amizades que eu tenho dentro da universidade federal eu observo que

tanto técnicos quanto acadêmicos e professores né...a gente observa que há um interesse, um grande

interesse desse pessoal em constitui essa universidade...mas assim... por isso que eu vou te dar uma

resposta um tanto vaga quanto a isso...

Page 22: Relatório final ces (1)

22

JOVIANA – quais os benefícios que vocês identificam que a UFFS trouxe para a região e que ainda

poderia contribuir?

RAFAEL – olha... eu acho que um grande beneficio é em si mesma né, foram...como eu comentei

antes...foram 5 anos de lutas, reivindicações... de mobilizações...conseguindo inclusive por uma

pauta com a forma de ingresso diferenciada que abrangesse a maioria dos alunos de escola publica,

alunos da região, onde isso é uma realidade...então você pegando um senário nacional, um cenário

histórico de constituição de universidades federais isso, pra região, já é um grande avanço né,

inclusive na época, eu lembro muito bem, lutando até contra a...a...parcelas de elites da região que

não faziam movimento pró e sim contrario a isso, mas a gente sabe que só ela por si n basta, acho q

nos temos que ter uma universidade engajada com o desenvolvimento regional, não querendo dizer

que ela tem esse papel dentro da região, não, acho que todas as entidades, todos os cidadãos da

região em si tem esse papel, mas ela enquanto devia estar...tem que ser um instrumento para isso de

pesquisa e extensão não só pra região, porque seria muito ________ pensar somente aqui para a

região de Erechim...aqui do alto Uruguai ou das demais onde ela está mas que possa contribuir sim

pra um novo projeto politico popular inclusive formando acadêmicos esclarecidos com projetos de

extensão focados nos desenvolvimentos regionais...o que mais ela poderia...nossa a gente poderia

escrever um texto ali de várias paginas em relação a isso mas acho que resumindo...hã...resumindo é

isso...oq q ela poderia contribuir... a claro e que também ela nunca deixe de ouvir a opinião das

organizações sociais das regiões.

JOVIANA – Então...os PPCs, os projetos políticos pedagógicos dos cursos pensados no processo de

criação dos projetos institucional estão em processos de reajustes e reestruturação, vocês acreditam

que os movimentos sociais poderiam contribuir de alguma forma nesses processos?

RAFAEL – eu acho que sim né... Porque que não? Eu acho que não só os movimentos sociais mas

todas as entidades sociais...eu não a oque se refere esses movimentos sociais...somente a

movimentos sociais do campo ou...

JOVIANA – é qualquer um...

RAFAEL - ...ou aqueles agentes que participaram do movimento pró universidade federal...?

JOVIANA – Também.

Page 23: Relatório final ces (1)

23

RAFAEL – eu acho que ela tem... a universidade tem obrigação de ouvir a sociedade né, e não

somente ouvir por ouvir né, mas que a sociedade tenha um espaço deliberativo dentro da

universidade, que hoje que me parece que não tem né, pelo seu estatuto né mas, não queria firmar

isso... me parece que não tem esse espaço...esse poder ainda... mas na minha avaliação...opinião

pessoal... por que que não né?

RAFAEL - ...só teria a contribuir né...creio eu que ela é popular né...democrática popular né...eu

acho que se você permitir utilizar instrumentos com que a sociedade participe... você só irá fazer jus

a filosofia dela... a filosofia que a gente comento na questão numero 2 né...

JOVIANA– E...a UFFS vive uma situação bastante conflituosa em relação ao transporte estudantil

com a dependência de outras instituições. Como você vê uma possível solução para resolver esse

problema? Por que assim... em períodos de... quando a URI, digamos, não tem aula geralmente o

pessoal não tem transporte do interior pra vir á universidade também né...que nem nos períodos de

janeiro-fevereiro que a gente teve greve vai ser meio difícil porque a URI ainda não vai ter aula e é

meio que dependente esse transporte...

RAFAEL – é...é eu... sinceramente não conheço muito bem isso mas sei do problema...essa

pergunta é mais pra um gestor publico..porque para um militante né...mas isso é minha opinião

porque assim...é que o transporte regional aqui de estudantes do interior pra Erechim são empresas

privadas né e como é que opera uma empresa privada...é oferta e demanda...aí você tem que ter uma

quantia de...uma quantidade X de alunos que vá suprir suas despesas de locomoção e vá sobrar uma

taxa de lucro... hoje a Universidade, pelo que eu sei, tem muito menos alunos ainda do que a URI né

que já tem todo um histórico de logística...de quantidade de alunos...tem municípios que chega a vir

2 ônibus de alunos né pra região e eu acho que essa é uma questão de tempo pra que

a...universidade federal...a quantidade de alunos da universidade federal seja uma quantidade que

possa vir a...como é que eu poderia dizer assim... Subsidiar o transporte público esse problema...

problema no caso pro dono da empresa né... mas na verdade o que eu mesmo acredito é que o

transporte deveria ser subsidiado pelo Estado...não deveria nem ser privado... né devia ser, esse

transporte do interior devia ser publico na verdade, todo mundo não deveria ter que pagar para vir

estudar né, eu acho que essa é a grande questão que deve ser colocada, nós temos essa questão

operacional que eu colocava antes, esse problema de oferta e demanda né, mas não podemos

esperar que o tempo resolva esse problema aumentando a quantidade de alunos da federal em

relação a outras universidades, eu acho que isso também poderia ser uma reivindicação interna dos

Page 24: Relatório final ces (1)

24

alunos, não só dos alunos da federais...das outras universidades federais, é uma falta de luta

deles...que fossem pra (???), pro MEC ou sei lá oque... né... que reivindiquem esses transportem

gratuito.

JOVIANA –então...sabemos que a participação dos movimentos sociais foi importante na

construção do projeto da UFFS. Qual é a sua percepção e opinião da participação dos movimentos

sociais hoje na universidade?

RAFAEL - ...olha Joviana... essa questão eu também não fico muito á vontade de responder...até

por que como eu comentei antes...essas questões formais eu não estou muito...essas questões

formais que tangem essas relações entre universidade e os movimentos...eu aqui em Erechim, no

campus de Erechim especificamente eu acho que tá deixando a desejar é...culpando aqui a UF mas

também nós aqui das organizações sociais, acho que nós podíamos aproveitar melhor esses espaços,

pegando um exemplo, se eu não me engano no campus de laranjeiras, onde as organizações sociais

estão praticamente inseridas dentro da universidade né, conseguiram se inserir, conseguem pautar

muitas coisas, estão com cursos acontecendo... com cursos pautados por eles né... eu sei que agora

aqui também vai abrir um, se eu não me engano de história, agronomia em parceria com os

movimentos sociais e eu acho que é por ali mas acho que também é...foi implementado em 2010

né... são apenas 3~4 anos, eu acho que tem muito oque construir ainda...mas na minha avaliação

podia ser melhor...melhor...ou seja, as organizações podiam estar reivindicando mais espaço... a

exemplo do MST como eu colocava ali... Curso de história... Laranjeiras também com um curso de

administração... E eu acho que pra... Poderia ser por ali um meio... Um exemplo que eu estou

citando entre tantos outros. Aproveitar em que sentido? Em conhecimento né...em instruir

conhecimento dela, em ajudar a promover a pesquisa e a extensão... nesse sentido...

JOVIANA – e você tem mais alguma coisa á considerar?

RAFAEL – não eu acho que...eu acho que não, a principio seria isso...se você tem mais alguma

duvida...alguma questão...

JOVIANA – Não... então é isso muito obrigada

RAFAEL – De nada!

Page 25: Relatório final ces (1)

25

3.3 Entrevista com a professora Celita Casagrande – 15ª CRE – Realizada em 23 de outubro

de 2013

Então sobre o Conselho Estratégico Social da UFFS a gente vai fazer uma rápida reflexão,

não esta exatamente dentro do que as meninas gostariam de ouvir, mas a gente tenta fazer aquilo

que a gente realmente esta pensando em certas modificações, por exemplo: é necessário então criar

um projeto democrático incluso para o segmento universitário, vai ver realmente eu acho aquilo que

consta, o que vocês gostariam, e também aqui fica um questionamento quanto ao Conselho

Comunitário Social proposto como consultivo, eu pergunto por que só consultivo, porque que ele

não é também deliberativo, se é a comunidade que sabe as necessidades reais, então eu acredito que

ele não deveria ser só consultivo mas deveria ser deliberativo também, consultivo e deliberativo, e

também a preocupação que a gente tem é a distancia entre a universidade, preste bem atenção, do

ensino básico, então o que nos precisamos estreitar as relações significativas para o bom

desempenho dos universitários, o que significa estreitar as relações, significa sindicato e gestores da

educação debatendo em conjunto, o sindicato tem a visão do professor, do educador, a visão do

universitário, do aluno e si. Já os gestores da educação eles tem uma visão diferente mais

abrangente no campo mais político e econômico, nos é mais humanístico então eu acho que nos

temos que agregar.

Um dos pontos polêmicos que eu vou falar hoje ter para a área da educação é esse processo

estudante / professor, a importância da discussão necessária sobre as reformas do ensino médio

proposta no Rio Grande do Sul, e que ela esta sendo muito questionada, no campo educacional,

extremamente questionada. Nós o sindicato, os professores, nós da comunidade escolar, não

aceitamos sobre hipótese nenhuma, nem os estudantes, essa reforma que veio de cima para baixo,

onde ela retira ano por ano a área do conhecimento. Como é que nossos alunos, veja bem o lado

humanístico, como os alunos vão passar no ENEM e chegar em uma Universidade sendo que ela

vai cobrar na área do conhecimento, como eh q vai passar , estudar e chegar a ser alguém vai ser o

filho do rico, a escola, as universidades particulares, cobram, todo mundo cobra, a área do

conhecimento move o mundo e eles dirigiram só para o mundo do trabalho, onde na realidade os

nossos professores eles não estão preparados para tecnicista quando nós nos formamos pelas

universidades, nós não tivemos conhecimento tecnicista, nós tivemos conhecimento geral de todas

as áreas e cada um se especializou na sua área, e agora o professor vai dar aquilo que ele não te para

dar e o aluno esta aprendendo o que? Então nos estamos muito preocupados, é um ponto muito

polêmico.

Page 26: Relatório final ces (1)

26

E também queremos acrescentar qual é o papel do Estado quanto gestor, qual tem sido o

papel real do estado, e ate da UNIAO, no caso da Universidade, nos temos a educação a décadas

sido tratada só como gastos, veja bem, e não como investimento, um pais que quer realmente o

Brasil que seja fortalecido economicamente, onde é que ele tem que investir? Na educação, e

infelizmente existem discursos muito bonitos, mas investimento como tem que ter na educação, não

existe. É só olhar qual eh o PIB Nacional, da educação, é só olhar no caso do RS, a constituição e

35% que tem que dar, e dera 10% , 18% 20%, muito longe dos 35%. Qual a situação atual das

oportunidades, e das condições de trabalho dos professores tanto a rede estadual, como a

universitária, qual a condição que eles têm que é dada para eles, altamente qualificados, professor

são, as o que dado pela união, pelo estado, os heróis os professores até quando conseguirão tornar o

proposito por eles, que eles querem que eles sonhem e que vocês gostariam.

Outro dado que eu coloquei, porque sou bem critica, bem verdadeira, porque se é para vocês

vir aqui e para mim ficar jogando flores, eu não faço isso, eu quero, vocês querem um ensino, uma

educação de qualidade, estadual, seja na particular, seja através da união tem que ser tudo de

qualidade, sem qualidade não da, eu ainda pergunto o seguinte quais as condições reais dos alunos

do ensino médio para alcançar a qualidade e chegar ate o ensino superior e quais as perspectivas

para os que ainda estão no ensino fundamental da forma como esta sendo colocada.

Os sindicatos exigem impõe para que se abra concurso, contratados porque é uma mão de

obra barata. Na universidade, vão trabalhar em duas três escolas tudo isso tem que ver. Depois

também qual a importância da questão das cotas, como é que vocês vêem as questões das cotas, eu

ouço demais, cotas para uns são justas, e para outros são injustas elas não são justas para todos se

nos queremos um Brasil igualitário elas têm que ser justas. É claro que o rico não precisa das cotas,

vai para a escola particular, agora os menos favorecidos os negros os índios, e eu também te

pergunto aonde esta a classe media incluída a classe media esta conseguindo a classe média com

nossos alunos do ensino médio estão conseguindo? Eles vão conseguir chegar a universidade? É

muito difícil e isto nos preocupa.

Então veja assim que é muito importante, eu dou muita importância a permanência do jovem

na universidade, portanto os que já conseguiram permanecer dedicar ao máximo e eu também

questiono existe ou não existe desistência? A gente sabe que existe muito cada desistência um

bolsista que deixou de entrar que sem possibilidade, isso ai dói, eu acho que é necessário um olhar

mais profundo para perceber que o aluno que chega na universidade e esperado qualitativamente

quando eu falo em qualitativamente eu quero dizer o seguinte , se o aluno que chegou ate a

universidade na universidade ele é cobrado qualidade! Qualificado o aluno não consegue atingir

aquela qualidade e se ele não conseguir atingir ele acaba desistindo então por isso que eu digo que

Page 27: Relatório final ces (1)

27

tem que agregar forças as escolas publicas as universidades como um todo se nos se cada um ficar

no seu quadradinho vendo o que se tem que fazer para melhorar não vai se chegar a lugar nenhum e

eu ainda questiono que chances terão os alunos do RS escola publica de 0passar em um ENEM em

um vestibular com a injusta reforma do ensino médio esta aqui , eu estou indo para um seminário

amanha Seminário Educacional, Educação Libertadora de educadores a educação libertadora X

politicas educacionais da união Nos vamos ter debate sobre o ensino politécnico a concepção a

visão dos professores dos funcionários, comunidade escolar, do processo educacional. Nós sabemos

que eles não aceitam isso e que há uma imposição.

Sobre a UFFS propriamente que ela possue uma invejada XX de docentes mas a continuada

qualificação deles, que seja através de um plano nacional de carreiras, para que possibilitem a

ascensão qualitativa dos nossos universitários que serão nossos futuros cidadãos de amanha. Então

se esses professores são altamente qualificados, vocês sabem que a qualificação ela tem que ser

continua e para ser continua precisa de um plano de carreira que estimule os professores a continuar

se qualificando. Então acho que isso é muito importante.

Então quero dizer que estive lendo sobre a UFFS de Passo Fundo, e eles fizeram um

intercambio universitário eles foram para Bolívia, Uruguai, Coreia do sul, Bélgica, Holanda, e acho

que deve ser um exemplo seguido pela UFFS , sei também que ela já esta mexendo com isto, ate

porque eu leio muito, então eu acho o seguinte, que é nesse olhar atento voltado para o futuro para o

ramo educacional mundial que se for colocado em pratica vai promover um intercambio, vai mover

as relações de pesquisas interesse de tecnologia que se propõe na UFFS e outras instituições de

ensino Internacional isso sim eu acredito que nos vamos ter realmente uma universidade grande e

vou repetir acho super importante sobre a importância do Conselho Comunitário porque ele da

margem para pluralidade de ideias com a sociedade externa e participativa, sendo muito importante,

que vai fortalecer ainda mais os anseios da população a população vai dizer o que pensa o que não,

então acredito que seria isso o mais importante que nos teríamos para mencionar hoje, sei que não

falei tudo que vocês gostariam pelo menos o que a gente realmente pensa, em relação e acho que a

UFFS tem um futuro lindo maravilhoso e que todos nos temos que ajudar dentro desta pluralidade ,

que eu vejo assim quando nos pensamos em conjunto nos pensamos grande. Então essa e a minha

visão enquanto professora e enquanto uma líder sindical de trinta e poucos anos lutando pelos

nossos alunos da escola publica estadual, e como também a gente já participou de debates

universitários essa e a visão que se tem mais ou menos como um todo .

Esse projeto Popular projeto pedagógico Institucional, ele é bom, agora eu acho assim nada

que seja bom não pode ser ainda perfeito.

O que pensa sobre o conceito de Popular que costa no PPI

Page 28: Relatório final ces (1)

28

O conselho popular eu acho muito interessante só que ele tem que ser muito mais divulgado,

e muito mais participativo ele não pode ser assim participativo por alguns menos por outros eu

sempre digo que a participação, que tudo é questão de preferencia na vida tem que ser estimulado

para que haja mais participação.

Como vê o processo expansionista da UFFS

Também, ele não é mais bebe ela entrou para adolescência falta criatividade falta muita

coisa e eu acho que e justamente esta participação popular que vai ajudar, ela tem que ser mais

envolvente esta participação popular, quando os acadêmicos constroem técnicas nossa isso e

fundamental e a participação dos docentes dos técnicos administrativos, da UFFS ela deixaria de

existir ela é fundamental , com coragem e com todo respeito sempre que agente achar, que a gente

tiver não olha quem sabe que poderia ser assim não se omitir sempre colocar pospostas, que tenha

melhoria porque eu vejo assim o jovem de hoje, porque eu trabalhei com o ensino médio a vida

inteira em 31 municípios e liderando mais 54 escolas estaduais aqui em Erechim não é pouca coisa,

então eu vejo assim nos temos por princípio nessa reforma do ensino médio nos ouvimos muito os

estudantes e a gente deu todo apoio para eles e eles estão cobertos de razão, e eles não querem e

eles sabem porque eles não querem eles estão vendo o processo e sabem exatamente o que esta

acontecendo e eu concordo em gênero numero e grau. E nos estamos tentando mudar com as forças

que os temos para mudar. Não e fácil de mudar e quando as coisas vêm de cima para baixo eh muito

complicado.

A UFFS veio para engrandecer não só Erechim a região como um todo. Eu acredito que a

UFFS vai continuar crescendo em qualidade e tudo mais bem por isso que temos que ter muito

cuidado assim para que não seja assim só dentro do mercado de trabalho, mercado de trabalho com

qualidade , não adianta querer entrar no mercado de trabalho se não for com qualidade, o que

realente Erechim precisa, não é so agricultura pois não vivemos só de agricultura, e o

fortalecimento com certeza, e o que Erechim realmente precisa que vai se localizar através dessas

reuniões com a população, porque não adianta por exemplo assim se formar onde não vai ter um

campo de trabalho ou ter assim um determinado campo de trabalho onde tu largue 1 2 3 4 turmas

tem que ser bem mais abrangente bem mais a nível de Erechim e região.

A UFFS aqui ela pensa grande ela tem pessoas muito boas para levar. A UFFS vive numa

situação conflitosa em relação aos transportes dependência de outras instituições isso não pode

acontecer, porque tem que ser prioridade do governo federal , é a educação. E se criou

universidades publicas que precisavam e sonhavam muito a longos anos agora então ele tem que

fortalecer tem que da esta condição para vocês. Porque até acredito que muito das desistências

podem estar aqui como e que esse jovem vai trabalhar e estudar e pagar porque que eu saiba a

Page 29: Relatório final ces (1)

29

universidade ela se propõe justamente aos menos favorecidos porque o rico não precisa o rico vai

para particular então e fundamental e vocês precisam fazer um movimento aqui como teve em todo

brasil em relação aos transportes exigir mesmo sem o transporte escolar um problema enorme do

tamanho do mundo e reforço a união tem que bancar, o transporte escolar para nossos jovens

universitários

6- Sem um reajuste uma reestruturação e isso que te digo na minha primeira fala o gestores da

educação quando falo em gestores da educação eu não falo do reitor, eu falo muito acima do reitor

os gestores da educação do pais , do RS de todos estados brasileiros então eu vejo o seguinte em

que investir na educação e investimento e não gasto o problema que aqui e visto como gasto então

os gestores da educação enxergar como gasto eles não vão investir , isso aqui e fundamental eles

tem esta obrigação não e em época de campanha não, que a educação esta a prioridade deles caso

contrario fica muito complicado.

Movimentos Sociais

Os MS são fundamentais eles estão ainda muito aquém da expectativa eu tenho a impressão

que teria que divulgar mais eu não sei, tinham que fazer mais publicidade assim e fazer isto que

vocês estão fazendo aqui indo,conversando, ouvindo e exatamente isso porque a participação dos

MS se tu não ouvires os MS não foram para rua acordar o pais? Dizer para os governos federias

estaduais o que precisava isso surpreendeu muitas nem tinha caído a ficha deles? Bom é isso , os

MS sabem o que é necessário, e como sabem, fazer exatamente o que vocês estão fazendo, indo,

procurando falando, tem os metalúrgicos eles são ótimos , eles tem que trabalhar com os MS os

sindicatos tem uma visão do todo, é muito importante.

3.4 Entrevista Douglas Censi (FETRAF) - Realizada em 30 de setembro de 2013.

JOVIANA: Bom, então! Nós estamos aqui com Douglas Censi que trabalha na FETRAF.

Com relação a primeira pergunta, a gente sabe que a participação dos movimentos sociais foi

importante na construção do projeto da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul). Com essa

percepção, qual sua opinião da participação dos movimentos sociais hoje na universidade?

DOUGLAS: Bom, no passado foi importante muito mais massivo, do que é hoje. De certa forma,

nós do movimento se acomodamos com a conquista da universidade. Nós, inclusive já discutimos

internamente que temos que estar mais presentes e atuando nos espaços que a universidade

proporciona, com Conselho Estratégico em vista aos conselhos comunitários e outros. Porém o

espaço é bastante induzido. Se pegar, por exemplo, hoje o conselho estratégico ele é conselho

consultivo. Isso também limita a participação e acaba desmotivando a participação porque faz todo

Page 30: Relatório final ces (1)

30

um processo de discussão e isso pode ser aproveitado, não significa que vá se tornar realidade,

enfim, então é muito complicado. Nos conselhos, no CONSUNI, no conselho local, o conselho de

campos tem a participação, mas nós somos a minoria e acaba sempre não conseguindo influenciar

dentro desses conselhos. De forma geral, a universidade é uma universidade pequena, nova, mas já

muito grande para nós, difícil de intervir diretamente e fazer algum movimento mais organizado.

Por estarmos, como falei no começo, longe da universidade um pouco por culpa nossa e de nós

termos desmotivado, acho que não desmotivado, mas se sentirmos com a nossa função cumprida

com o plano da conquista da universidade, e a universidade não tem procurado os movimentos pra

integrar, discutir e tudo mais. O que existe são parcerias com professores, como é nosso novo

projeto onde o Ulisses faz parte, que é discutir em parceria, mas no andamento da universidade, nós

rumos da universidade no geral não temos grandes influência, interferência na universidade.

JOVIANA: Considerando o envolvimento do movimento para a criação do projeto, a gente gostaria

de saber se a membros do grupo que fazem uso do espaço da UFFS seja na graduação, projeto de

extensão ou outros?

DOUGLAS: Como alunos existem vários da nossa base. Que fazem o impacto não da linha de

frente, até porque a universidade está instalada no mesmo espaço territorial da FETRAF. Nosso

foco de atuação é o mesmo que a Fronteira Sul, de certa forma é natural, mas existem pessoas

também, nós temos trabalhados para que as pessoas estejam na universidade, cursando praticando

os cursos, na medida do possível também.

JOVIANA: E esse projeto que você falou que tem parceria que está trabalhando é com relação a

quê?

DOUGLAS: Formação de jovens na agricultura familiar, o projeto é em parceria com a

Universidade Federal, FETRAF e o MDA, projeto de extensão. A ideia é de formar em torno de

cinco mil jovens, uma turma em Erechim, uma em Chapecó e uma em Realeza, turma de quarenta

alunos, esses quarenta vão ser os multiplicadores que vão voltar aos seus municípios e vão

multiplicar o seu conhecimento. Esse é um projeto que temos com a universidade.

JOVIANA: E para você o que significa o “popular” que consta no PPI (Projeto Pedagógico

Institucional)?

DOUGLAS: Não sei te dizer.

JOVIANA: E como que vocês vêem esse processo expansionista em vista da universidade?

Page 31: Relatório final ces (1)

31

DOUGLAS: Inclusive tem grandes discussões sobre isso, nós enquanto FETRAF somos a favor da

expansão, porque nós não tínhamos nada e hoje temos a universidade, mas temos muita demanda.

No projeto inicial desenhávamos o movimento pró-universidade para a universidade que eram de

onze campus no RS. Hoje não temos isso, a ideia nossa era isso, foi prioridade alguns locais e sem

dúvida tem que expandir. Entendemos também que ela só vai se fortalecer se expandir, no nosso

entendimento é isso tem gente aí que diz que primeiro tem que fortalecer o que existe pra depois

expandir, mas nos entendemos que é um processo não diria paralelo, mas é no tempo que ela

expande ela pode ser fortalecida, até porque ela não foi uma universidade que teve essa estrutura

pronta pra começar a trabalhar, para as pessoas trabalharem tiveram que montar a estrutura paralelo,

a obrigação dela e instituir, colocar mais professores, alunos na estrutura. Na nossa opinião com

FETRAF é essa.

JOVIANA: E como que vocês vêem a participação dos acadêmicos, professores, técnicos

administrativos na consolidação na universidade hoje em relação ao conselho estratégico social?

DOUGLAS: Nós respeitamos a opinião, cada tem um limite, esse limite é visto de um ponto, é

diferente de quem está fora na universidade é difícil imaginar que todos teriam a mesma opinião,

nós respeitamos a opinião deles, tem muitos que tem a mesma opinião de nós, outros não, mas cada

um tem um direito de sua opinião, respeitamos todas as opiniões, a nossa opinião é a partir do ponto

de vista da agricultura familiar que está praticamente fora da universidade em outro ambiente. Não

vejo grandes problemas em Erechim em relação.

JOVIANA: E a opinião de vocês sobre a consolidação da UFFS (Universidade Federal da Fronteira

Sul) hoje sobre a participação e os movimentos para a consolidação da universidade?

DOUGLAS: Estamos muitos distantes da universidade, nossa opinião ela já e grande, nós não

conseguimos acompanhar esse processo de consolidação da universidade demanda bastante

grandes, as pessoas estão atuando nos conselhos tem outras funções dentro da FETRAF, não diria

atrapalhando, tira os espaços de estudo, estudando, vendo melhor como que funciona a universidade

para tomar uma solução mais qualificada, mas nós enquanto FETRAF entendemos que universidade

também, deve seguir com a sua discussão própria com as pessoas que estão dentro, o processo de

consolidação ele entende não só de estrutura, mas a universidade se enraizar na sociedade e

entendemos que nessa parte ela está pecando muito, ela não consegue sair das portas para fora. Seja

na pesquisa. Nos projetos de extensão, acompanhar o debate na comunidade, a universidade, a

instituição nesse assunto tem pecado bastante, existe experiências com alunos e professores que

tenham feito isso, mas ainda não é aquilo que esperávamos, a universidade com um porte dessa

Page 32: Relatório final ces (1)

32

universidade, interferir na região. Com efeito vê a isso a nossa avaliação com muito mais próxima

da realidade local.

JOVIANA: Quais os benefícios que vocês identificam que a universidade trouxe para a região e no

que pode contribuir?

DOUGLAS: Os benefícios se resumem na oportunidade, então a gente tem uma universidade, já é

um grande oportunidade, ter uma universidade forte com todas a s dificuldades que temos que

acompanhar a nossa relação ela é uma com caráter diferente das demais, ela não está ainda o que

nós sonhávamos, ela está muito mais próximo da universidade local os alunos que estão inseridos

na universidade são alunos que são de grande maioria da região, isso para nós também tem um

impacto muito produtivo, antes as pessoas que iam estudar em federais da região eram pessoas

geralmente da classe média alta, com questão do deslocamento. Hoje tem a oportunidade que mais

pessoas possam estudar, com essas pessoas estando na universidade administrando os cursos, as

regras é de conhecimento que essas pessoas que vão trazer para sua casa, sua comunidade, para

região, aos pouco vai surgindo o conhecimento e levando esse nível de conhecimento além da

região, da sociedade, em questão dos projetos que nós temos em parceria com a FETRAF dos

jovens, ele só foi possível porque temos uma universidade que tem esse entendimento que está

presente aqui, já tem início de algumas pesquisas, outros projetos, seminários. E uma série de

oportunidade, futuramente com Erechim com o novo campus, laboratório vai poder ajudar muito

mais.

JOVIANA: Os projetos pedagógicos dos cursos, eles estão pensados na criação do projeto

institucional eles estão em processo de ajuste e reestruturação. Vocês acreditam que os movimentos

sociais poderiam contribuir de alguma forma nesse processo?

DOUGLAS: Acredito que sim, porque a educação pode ser feita de várias formas de educação, nós

internamente, dentro da FETRAF temos os nossos processos de educação, a educação popular.

Temos muito conhecimento e acreditamos que é possível essa troca de experiências, inclusive

aproximar da realidade das pessoas que estão. Acredito que é possível, sim!

JOVIANA: A universidade ela vive em uma situação bastante conflituosa em relação ao transporte

estudantil, com dependência de as outras instituições. Como você vê uma possível solução para

resolver esse problema?

DOUGLAS: A gente conseguiu enxergar isso, mas não conseguimos amadurecer ainda, mas temos

questionado a questão dos horários dos cursos. Principalmente falando enquanto FETRAF dos

agricultores poderem participar. Hoje o urbano que está na universidade sente muita dificuldade,

Page 33: Relatório final ces (1)

33

embora com o novo campus mais ainda. Pensar aquele aluno que está a 50 quilômetros longe no

interior, isso multiplica várias vezes. É difícil dizer qual é a solução para esses problemas, e o que

nós poderíamos trabalhar. Nós temos questionado a questão dos horários dos cursos, porque se ele

tem que passar todos os dias da semana, o dia inteiro na sala de aula, não tem como voltar para a

sua propriedade. Então, tem que de certa forma abandonar a propriedade para estudar, isso tem uma

parte boa, mas tem um fator negativo que ele acaba de desvinculando da propriedade. Teria que

aprofundar mais, não fizemos esse debate internamente do transporte, quais as alternativas de

transportes poderiam surgir para solucionar isso, como alinhar. Talvez a própria questão da

expansão e consolidação da universidade venha ajudar, o mínimo de alunos ampliando, viabiliza

mais espaços por esse lado. Mas, ser autônomo, não depender de instituições (prefeituras) é um

tanto complicado.

JOVIANA: Você tem mais alguma consideração, alguma coisa que você queira colocar?

DOUGLAS: É isso!

JOVIANA: Muito obrigada pela participação.

4 Resumo de notícias: histórico de criação da UFFS e atuação do movimento pró-universidade

a) “Histórico da UFFS”. Fonte: site institucional da UFFS – Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>.

Acesso em: 19 de mar. de 2013.

RESUMO DA NOTÍCIA: a notícia retoma o histórico da UFFS a partir da criação, em 2005, do

movimento pró-universidade; a criação de comissões para a implantação da universidade; a

instituição da universidade pela Lei 12.029 de 2009, até o início das aulas, em março de 2010.

Imagens relacionadas à notícia:

Page 34: Relatório final ces (1)

34

Figura 1. “Apresentação da reitoria”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em: 19

de mar. de 2013.

Figura 2. “Audiência pública em Chapecó”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em 19

de mar. de 2013.

Page 35: Relatório final ces (1)

35

Figura 3. “Audiência pública em Laranjeiras do Sul”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em 19

de mar. de 2013.

Figura 4. “Comissão de implantação, primeira reunião, em Florianópolis”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em 19

de mar. de 2013.

Page 36: Relatório final ces (1)

36

Figura 5. “Manifestação pela UFFS”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em 19

de mar. de 2013.

Figura 6. “Primeira reunião do Conselho Estratégico Social”. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85&Itemid=826>. Acesso em: 19

de mar. de 2013.

Outras notícias correlatas ao histórico da UFFS:

“Universidade da Fronteira começa a ganhar forma e conteúdo”. Fonte: PT Sul. Disponível

em: <http://www.ptsul.com.br/t.php?id_txt=25325>. De 12 fev. 2009. Acesso em 19 mar. 2013.

“Comissão de implantação da Universidade Federal da Fronteira Sul é instalada”. Fonte: PT

Sul. De 12 fev. 2009. Disponível em: <http://www.ptsul.com.br/t.php?id_txt=25325>. Acesso em

19 mar. 2013.

Page 37: Relatório final ces (1)

37

b) “UFFS inicia obras no Campus Erechim”. Fonte: Assessoria de Comunicação da UFFS.

Disponível em:

<http://reuni.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=958:uffs-inicia-obras-

no-campus-erechim&catid=36:outras-noticias&Itemid=30>. De 10 maio de 2011. Acesso em 19

mar. 2013.

NOTÍCIA: Mais um capítulo da história da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) –

Campus Erechim está escrito. Um ato marcou o início das obras da sede do campus definitivo, na

sexta-feira (6). O reitor da UFFS, Jaime Giolo, direção do Campus Erechim, autoridades, lideranças

e as comunidades acadêmica e regional estiveram no km 72 da ERS-135, no terreno de 934.533

metros quadrados, doado pela Prefeitura de Erechim, para celebrar o princípio dos trabalhos [...].

c) “Em reunião com reitor da UFFS, Tortelli destaca a necessidade de campus em Soledade”.

Fonte: Assembleia Legislativa. Disponível em:

<http://www2.al.rs.gov.br/altemirtortelli/Imprensa/DetalhesdaNot%C3%ADcia/tabid/4623/IdOrige

m/1/IdMateria/262806/Default.aspx>. De 01 jul. 2011. Acesso em 19 mar. 2013.

NOTÍCIA: O deputado estadual Altemir Tortelli (PT/RS) esteve em Chapecó/SC na manhã desta

sexta-feira (01), onde se reuniu com o reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS),

Jaime Giolo. Na ocasião, Tortelli destacou ao reitor a necessidade da implantação de um campus da

universidade na região de Soledade [...].

d) “Em Brasília, padre Pedro defende Universidade Federal no Extremo Oeste”. Fonte:

<http://www.padrepedro.com.br/site/noticia.php?cod=1036>. De 05 ago. 2011. Acesso em 19 mar.

2013.

NOTÍCIA: Na quarta-feira (3), numa audiência com o secretário executivo do Ministério da

Educação, José Henrique Paim Fernandes, em Brasília, o deputado Padre Pedro Baldissera

reafirmou ao Governo Federal a necessidade de uma universidade federal na região Extremo Oeste

catarinense. A reunião, que teve a participação dos prefeitos de São Miguel do Oeste, Nelson Foss

da Silva, de Descanso, Sadi Bonamigo, de Anchieta, Ione Presotto e da deputada federal Luci

Choinacki, mostrou que existe uma forte mobilização regional por um campus da Universidade

Federal da Fronteira Sul (UFFS) na faixa de fronteira.

Padre Pedro entregou a Paim um documento destacando a importância da implantação, por

parte do Governo Federal, da UFFS em Chapecó, no ano de 2009. No entanto, o mesmo documento

Page 38: Relatório final ces (1)

38

ressalta que o Movimento Pró- Universidade Federal, responsável original pela proposta de criação

de uma universidade federal na região, entende que há “necessidade da instalação urgente de um

campus no Extremo Oeste”. “O Ministério da Educação precisa atender mais este pleito. Ele dá

continuidade à ampliação das condições de acesso ao ensino superior, agora para milhares de jovens

de municípios de SC e dos estados vizinhos”, afirmou Padre Pedro.

Desde 2003, Padre Pedro apresenta proposições na Assembleia Legislativa, em favor da

instalação de uma instituição pública de ensino superior na região. Na avaliação do deputado, Paim

foi receptivo à proposta e otimista em relação ao encaminhamento da reivindicação, porém, admitiu

que ainda não há previsão para uma extensão da UFFS. “A recomendação do secretário é que o

Movimento continue com as mobilizações e planeje, junto ao reitor Jaime Giolo (da UFFS), os

próximos passos”, complementou o parlamentar. A deputada Luci Choinacki, que acompanha e

apóia o processo, destaca que esta é “uma bandeira da esperança para a juventude”. “É a educação

que qualifica e amplia os horizontes dos nossos jovens, que melhora a realidade social e econômica

da região”, destacou Luci.

O Movimento Pró-Universidade Federal agrupa entidades, movimentos sociais e populares dos

três estados do Sul, e é coordenado pela via campesina e pela Federação dos Trabalhadores na

Agricultura Familiar da Região Sul, com a participação do Fórum da Mesorregião, Central Única

dos Trabalhadores, igrejas, pastorais, associações de municípios, vereadores, prefeitos, deputados

estaduais, deputados federais e senadores.

A Mesorregião Grande Fronteira do MERCOSUL compreende o norte do Rio Grande do Sul, o

Oeste de Santa Catarina e o Sudoeste do Paraná. Ela está localizada na faixa de fronteira com a

Argentina e tem 381 municípios, com área total de 139 mil quilômetros quadrados e população de

3,7 milhões de habitantes.

[...] Após a conquista da UFFS em Chapecó, O Movimento Pró-Universidade Federal reivindica

a implantação de um campus no Extremo Oeste Catarinense. Para isto, no ano de 2011, já realizou

um calendário de mobilizações:

- 29 de março: reunião de mobilização.

- 06 de abril: reunião ampliada com mais de 30 lideranças regionais.

- 14 de abril: reunião com lideranças e entidades regionais e estaduais.

- 18 de abril: Audiência Publica em São Miguel do Oeste - SC.

- 27 de julho: Audiência com a Ministra Ideli Salvatti, solicitada pelo deputado Padre Pedro

Baldissera.

Page 39: Relatório final ces (1)

39

e) “Movimento Pró-UFFS se reúne em Chapecó”. Fonte: Jornal Liberal. Disponível em:

<http://www.liberalonline.com.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=37%3Ager

al&id=1082%3Amovimento-pro-uffs-se-reune-em-chapeco&Itemid=56>. De 22 ago. 2011. Acesso

em 19 mar. 2013.

NOTÍCIA: As lideranças que compõe o Movimento Pró-Universidade Federal da Fronteira Sul

(UFFS), se reuniram em Chapecó (SC) no dia 15 de agosto de 2011. Na parte da manhã, para tratar

de diversos assuntos, entre eles; a reorganização e ampliação da coordenação geral do movimento,

criação de uma coordenação executiva, a eleição do presidente do Conselho Estratégico Social

(CES) da UFFS, e regimento interno do CES, e encaminhamentos.

Uma das tarefas da coordenação geral nos próximos períodos será discutir e debater a

solicitação de expansão da UFFS para outros municípios da mesorregião da fronteira sul. Outro

encaminhamento, é a realização de um grande seminário do Movimento para o dia 16 de setembro,

uma sexta-feira, com o tema “UFFS: Sete anos de luta, dois anos de conquista” [...].

f) “Comissão do Sudoeste participa de reunião do Movimento Pró-UFFS”. Fonte: Jornal

Liberal. Disponível em:

<http://www.liberalonline.com.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=37%3Ager

al&id=1182%3Acomissao-do-sudoeste-participa-de-reuniao-do-movimento-pro-uffs&Itemid=56 >.

De 03 out. 2011. Acesso em 19 mar. 2013.

NOTÍCIA: No dia 22 de setembro de 2011, uma delegação de representantes das entidades do

Sudoeste paranaense participou, em Chapecó, do Seminário do Movimento Pró-Universidade

Federal da Fronteira Sul (UFFS), com o tema “UFFS: 7 anos de luta, 2 anos de Institucionalização”,

com o objetivo de resgatar a organização do Movimento e fortalecer a luta pela consolidação de

uma universidade pública, popular e gratuita [...].

g) “Movimento Pró-UFFS debate sobre novo campus”. Fonte: Jornal de Beltrão. Disponível em:

<http://www.jornaldebeltrao.com.br/educacao/movimento-pro-uffs-debate-sobre-novo-campus-

75548/>. De 20 jun. 2012. Acesso em 19 mar. 2013.

NOTÍCIA: O Movimento Pró-Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) se reuniu segunda-

feira, 11, em Chapecó (SC), para debater a criação do novo campus em Passo Fundo (RS). Da

coordenação regional do movimento no Sudoeste do Paraná participaram: da secretaria geral e

comunicação da Fetraf-Sul, Diego Kohwald; representante da Fetraf-Sul e diretor da Câmara de

Page 40: Relatório final ces (1)

40

Vereadores de Planalto, Inácio Werle; vereador e representante da Câmara de Realeza, Jayme

Canjica Taube (PT); e Luiz Pirin, representante da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT).

Segundo Jayme Canjica Taube, os membros do movimento foram surpreendidos com o anúncio da

criação do campus em Passo Fundo. "O movimento não estava discutindo a expansão da

universidade neste momento. Não somos contra a expansão, mas a forma com que foi encaminhado

o projeto de criação do novo campus, que não passou pela comunidade acadêmica e não foi

discutido com o movimento", explicou.

Ainda segundo Jayme, no início do Movimento Pró-UFFS foi debatida a criação do curso de

Medicina para o campus sede, em Chapecó, mas devido ao alto custo o curso não foi criado. No

Estado do Rio Grande do Sul existem cinco universidades federais com cursos de Medicina e, em

Passo Fundo, uma instituição particular na área.

As entidades pretendem aprofundar a discussão sobre a expansão de novos campus e cursos e a

estruturação.

Imagem relacionada à notícia:

Figura 7. Participantes do movimento exibem faixas e cartazes com suas reivindicações. Disponível em:

<http://www.jornaldebeltrao.com.br/educacao/movimento-pro-uffs-debate-sobre-novo-campus-75548/>. Acesso em 19

mar. 2013.

h) “Ofício para instalação da UFFS em Concórdia é enviado ao reitor”. Fonte: Associação dos

Municípios do Alto Uruguai Catarinente. Disponível em:

<http://www.amauc.org.br/conteudo/?item=468&fa=1&cd=45978>. De 23 ago. 2012. Acesso em

19 mar. 2013.

Page 41: Relatório final ces (1)

41

NOTÍCIA: Durante a reunião da Amauc (Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense),

na manhã desta quinta-feira, dia 23, o prefeito de Concórdia solicitou apoio dos prefeitos da região

para a instalação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no município. Todos os

prefeitos, incluindo o presidente da Amauc, assinaram o ofício, que foi enviado ao reitor da UFFS,

Jaime Giolo, em Chapecó, que ratifica o desejo da Administração Municipal em instalar um campus

da universidade no município [...].

i) “Reitor da UFFS se reúne com representantes do movimento pró-universidade”. Fonte:

Folha do Oeste. Disponível em: <http://www.adjorisc.com.br/jornais/folhadooeste/impressa/educac-

o/reitor-da-uffs-se-reune-com-representantes-do-movimento-pro-universidade-

1.1153683#.UUi3hxcqZiE>. De 11 set. 2012. Acesso em 19 mar. 2013.

NOTÍCIA: Na manhã desta terça-feira (11/09/2012), representantes do movimento pró-universidade

federal de São Miguel do Oeste estiveram reunidos com o reitor da Universidade Federal da

Fronteira Sul, Jaime Giolo. No encontro, realizado no gabinete do executivo municipal, os membros

do movimento pró-universidade, Movimento das Mulheres Urbanas, Conselho Estratégico da

Universidade Federal da Fronteira Sul e do Sinte, reivindicaram a instalação de um campus da

UFFS em São Miguel do Oeste, além de manifestar apoio à implantação do curso de Medicina no

campus de Chapecó [...].

j) “Segunda Audiência Pública da UFFS tem participação expressiva da comunidade”. Fonte:

Assessoria de Comunicação da UFFS. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?site=uffs&option=com_content&view=article&id=4637%3Ase

gunda-audiencia-publica-da-uffs-tem-participacao-expressiva-da

comunidade&catid=37%3Anoticiasinstitucional&Itemid=820>. De jun 2013. Acesso em 25 set.

2013.

NOTÍCIA: A Segunda Audiência Pública da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS),

realizada no último sábado (15), no Campus Erechim, reuniu representantes de diversas

organizações da Mesorregião da Fronteira Mercosul, além de estudantes e servidores da

Universidade. A audiência foi organizada pelo Conselho Estratégico Social (CES) da instituição,

órgão consultivo da UFFS formado por membros da comunidade acadêmica e representantes da

comunidade externa da região de abrangência dos cinco campi da Universidade.

Page 42: Relatório final ces (1)

42

Com o tema “Que Universidade? Para qual desenvolvimento?”, a atividade teve como

objetivo reunir contribuições de diferentes organismos da comunidade acadêmica e externa, as

quais irão colaborar com a prospecção das ações institucionais nos próximos anos. Cerca de 250

pessoas, de diferentes municípios, movimentos sociais, organizações sindicais, órgãos públicos e

privados, estudantes, professores e técnicos-administrativos da UFFS estiveram presentes, além da

reitoria e de representantes das direções dos campi de Laranjeiras do Sul e Realeza (PR), Erechim e

Cerro Largo (RS) e Chapecó (SC) [...].

Imagens relacionadas à notícia:

Figura 8. Segunda Audiência Pública da Universidade Federal da Fronteira Sul. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?site=uffs&option=com_content&view=article&id=4637%3Asegunda-audiencia-

publica-da-uffs-tem-participacao-expressiva-da comunidade&catid=37%3Anoticiasinstitucional&Itemid=820>. Acesso

em 25 set. 2013.

Page 43: Relatório final ces (1)

43

Figura 9. Segunda Audiência Pública da Universidade Federal da Fronteira Sul. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?site=uffs&option=com_content&view=article&id=4637%3Asegunda-audiencia-

publica-da-uffs-tem-participacao-expressiva-da comunidade&catid=37%3Anoticiasinstitucional&Itemid=820>. Acesso

em 25 set. 2013.

Figura 10. Segunda Audiência Pública da Universidade Federal da Fronteira Sul. Disponível em:

<http://www.uffs.edu.br/index.php?site=uffs&option=com_content&view=article&id=4637%3Asegunda-audiencia-

publica-da-uffs-tem-participacao-expressiva-da comunidade&catid=37%3Anoticiasinstitucional&Itemid=820>. Acesso

em 25 set. 2013.

k) “Executivo recebe membros da Comissão Regional do Movimento Pró-Universidade

Federal – Ijuí/RS”. Fonte: Prefeitura Municipal de Ijuí. Disponível em:

<http://www.ijui.rs.gov.br/noticia/index/21930>. De. 23 set. 2013. Acesso em 02 fev. 2014.

Page 44: Relatório final ces (1)

44

NOTÍCIA: Na tarde desta segunda feira, 23, o Executivo municipal recebeu membros da Comissão

Regional do Movimento Pró-Universidade Federal. Durante o encontro, foi debatida a elaboração

de equipe técnica para desenvolvimento do projeto de implantação de campus da Universidade

Federal Fronteira Sul (UFFS) para as regiões Noroeste Colonial, Alto do Jacuí e Celeiro [...].

l) “Comissão Pró-UFFS cria estratégia para mobilização em Concórdia”. Fonte: Portal

Vermelho.

Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=228701&id_secao=116>. De

06 nov. 2013. Acesso em 02 fev. 2014.

NOTÍCIA: A Comissão de Mobilização Pró-UFFS da Câmara decidiu em reunião com os

vereadores, nesta terça, 05, uma nova estratégia de atuação com o objetivo de fortalecer o

movimento em favor da instalação de um campus da Universidade da Fronteira Sul em Concórdia.

A intenção é fazer uma ampla divulgação sobre o movimento e prestar esclarecimentos sobre a

importância de uma universidade federal para região. “Vamos começar este trabalho visitando

escolas de ensino médio para dizer aos alunos da real dimensão da UFFS. Afinal, eles representam a

parcela de público mais diretamente interessada, pois, logo, estarão com idade e condições de

frequentar uma universidade” explica o vereador Vilmar Comassetto, presidente da Comissão [...].

m) “Comitê Pró-Universidade realiza ato público”. Fonte: Prefeitura Municipal de Ijuí.

Disponível em: <http://www.ijui.rs.gov.br/noticia/index/22294>. De 12 nov. 2013. Acesso em 02

fev. 2014.

NOTÍCIA: O Comitê Regional do movimento Pró-Universidade Federal realizou na manhã desta

terça-feira, 12, no Ginásio Municipal Wilson Mânica ato público em prol da implantação da

Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) em Ijuí. Diversos alunos de Ijuí e municípios da região

estiveram presentes no encontro.

O prefeito Fioravante Ballin, representando os demais prefeitos presentes, enfatizou que a

Amuplam apoia a implementação da UFFS em Ijuí. Segundo o chefe do Executivo “as ações até

aqui realizadas são essenciais para termos um ensino de qualidade gratuito”. O prefeito observou

ainda que será realizada uma agenda positiva para determinar as próximas etapas para a instalação

da universidade. O vice-prefeito, Bira Teixeira, em seu discurso, salientou o papel dos jovens nas

mudanças da sociedade.

Page 45: Relatório final ces (1)

45

Também participou do ato público o presidente da União das Associações de Bairros de Ijuí

(Uabi), João Monteiro, que aproveitou a oportunidade para expor “com a UFFS todos terão a

oportunidade de estudar, inclusive eu”. O vice-reitor da UFFS, Antônio Adrioli esteve presente no

encontro que encerrou com apresentação do levante da juventude.

Imagem relacionada à notícia:

Figura 11. Movimento Pró-Universidade em Ijuí. Disponível em: <http://www.ijui.rs.gov.br/noticia/index/22294>. De

12 nov. 2013. Acesso em 02 fev. 2014.

5 Referências

BENINCÁ, D. Uma universidade em movimento. In: BENINCÁ, D. (org). Universidade e suas

fronteiras. Outras Expressões: São Paulo, 2011, p. 31-63.

UFFS. Universidade Federal da Fronteira Sul. Disponível em <http://www.uffs.edu.br>. Acesso

em 11 out. de 2013.