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RELATÓRIO FINAL 23 a 25 de março de 2010 - Brasília/DF

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RELATÓRIO FINAL

23 a 25 de março de 2010 - Brasília/DF

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano

Relatório Final

Brasília – DF

Março de 2010 – Mês das Águas

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

II

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva Vice-presidente: José Alencar Gomes da Silva MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Ministra: Izabella Mônica Vieira Teixeira Secretário Executivo: José Machado SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO Secretário: Silvano Silvério da Costa Chefe de Gabinete: Ronaldo Hipólito Soares Departamento de Recursos Hídricos Diretor Interino: Marco José Melo Neves Gerência de Apoio ao Planejamento de Recursos Hídricos Gerente interino: Cristiano Egnaldo Zinato Gerência de Apoio à Estruturação do Sistema Gerente: Franklin de Paula Júnior Gerência de Apoio ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos Gerente: Márley Caetano de Mendonça Departamento de Ambiente Urbano Diretor Interino: Marcos Pellegrini Bandini Gerência de Planejamento e Orçamento de Ambiente Urbano Gerente: Moacir Moreira da Assunção Gerência de Programas de Ambiente Urbano Gerente interino: Marcos Pellegrini Bandini Departamento de Revitalização de Bacias Diretor: Júlio Thadeu Kettelhut Gerência de Planejamento e Gestão Gerente: Renato Saraiva Ferreira Gerência de Desenvolvimento e Implementação Gerente Interina: Larissa Alves da Silva Rosa SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E CIDADANIA AMBIENTAL Secretária: Samyra Brollo de Serpa Crespo Chefe de Gabinete: Aldenir Alves Paraguaçu Gerente de Projeto: Antoniela de Vicente Borges Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental Diretora: Karla Monteiro Matos Gerente de Projeto: Geraldo Vitor de Abreu Gerente de Projeto: José Vicente de Freitas Departamento de Educação Ambiental Diretor: Claudison Rodrigues de Vasconcelos

Gerente de Projeto: Renata Rozendo Maranhão AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS Diretoria Colegiada Vicente Andreu – Diretor-Presidente Paulo Lopes Varella Neto – Diretor Dalvino Troccoli Franca – Diretor João Gilberto Lotufo Conejo – Diretor Chefe de Gabinete: Horácio da Silva Figueiredo Júnior Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos Superintendente: Ney Maranhão Superintendência de Usos Múltiplos Superintendente: Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho Superintendência de Outorga e Fiscalização Superintendente: Francisco Lopes Viana Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos Superintendente: Rodrigo Flecha Ferreira Alves Superintendência de Administração de Rede Hidrometeorológica Superintendente: Valdemar Santos Guimarães Superintendência de Gestão da Informação Superintendente: Sérgio Augusto Barbosa Superintendência de Implantação de Programas e Projetos Superintendente: Ricardo Medeiros de Andrade Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas Superintendente: Luís André Muniz SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Ministro Chefe: Luiz Soares Dulci Chefe de Gabinete: Geraldo Melo Correa Secretaria Executiva Secretário-Executivo: Antonio Roberto Lambertucci Secretário- Executivo Adjunto: Kleber Gesteira Matos Secretaria Nacional de Articulação Social Secretário Nacional: Gerson Luiz de Almeida Silva

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

III

Equipe da Pré-Conferência Nacional das Águas (CONAGUAS)

Coordenador Nacional Silvano Silvério da Costa - Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) e Secretário Executivo do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) Coordenador Geral Marco José Melo Neves -Diretor de Recursos Hídricos (DRH) Coordenador Executivo Franklin de Paula Júnior - Gerente de Apoio ao Sistema (GAS) Núcleo de Acompanhamento e Organização Hamilton Pereira da Silva (ANA) Geraldo Vitor de Abreu (SAIC/MMA) Marcelo Pires (SG/PR) Weber Avelar Silva (SG/PR) Franklin de Paula Júnior (SRHU/MMA) Equipe Técnica e de Apoio Alexandre de Jesus Sousa Afrida Santos Bráulio Gottschalg Duque Bianca Chaim Mattos Eric Machado de Aguiar Laestanislaula Sousa da Silva Rogério Cota Faria Pacheco Rosamaria Vitoria dos Santos Silvia de Fátima Neviani Vallini

Textos (Cadernos de Apoio e Textos-base) Gilberto Canali Iracema Aparecida Siqueira Freitas Lara Regitz Montenegro Percy Baptista Soares Neto Rodrigo Speziali de Carvalho Colaboração Carolina Ramalhete Vieira Lara Regitz Montenegro Larissa Malty Priscila Maria Wanderley Pereira Rosana Garjulli Sales Costa Apoio Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) Fórum Nacional de Comitês de Bacia Hidrográfica (FNCBH) - Coordenador Geral: Lupércio Ziroldo Antonio Fórum Nacional de Órgãos Gestores das Águas Coordenador: Julio César de Sá da Rocha

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

IV

APRESENTAÇÃO

A Pré-Conferência Nacional das Águas marcou o início do processo de Revisão do

Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e a construção participativa da

Conferência Nacional das Águas (CONAGUAS), prevista para ocorrer entre 2011 e

2014. Representou o início de um processo consultivo, com efetiva participação

social, em que os encontros e conferências são as estratégias para a ampliação do

diálogo e fortalecimento da democracia no contexto da gestão dos recursos hídricos.

O evento aconteceu entre os dias 23 e 25 de março de 2010, em Brasília (DF), e

contou com a participação de aproximadamente 260 pessoas, representantes dos

conselhos estaduais e Nacional de Recursos Hídricos, dos órgãos gestores estaduais

e federais e dos comitês de Bacia Hidrográfica.

O relatório a seguir permite-nos afirmar que a Pré-CONAGUAS alcançou os seus

objetivos iniciais: criou as bases para a construção da CONAGUAS e forneceu

insumos para a revisão do PNRH. O ambiente favorável e construtivo, o empenho da

equipe organizadora e dos participantes garantiram bons resultados, com baixo custo

e pouco tempo de mobilização.

A Pré-CONAGUAS consistiu em uma oportunidade pedagógica e inovadora de

encontro, intercâmbio, pertencimento e convergência entre atores e entes do

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), o fortalecendo

e valorizando suas instâncias. Neste processo, o diálogo acarretou na pactuação e na

legitimação dos entes do Sistema para conduzir as etapas regionais preparatórias da

CONAGUAS - conferências por bacias hidrográficas, por regiões hidrográficas e por

estados. Já o CNRH também foi legitimado como a instância deliberativa.

Quanto à Revisão do PNRH, o destaque dado aos temas específicos (mudanças

climáticas, saneamento, sustentabilidade econômico-financeira etc.), no segundo dia

de trabalho, favoreceu seu reconhecimento como instrumento estruturante da

Política de Recursos Hídricos. Evidenciou os potenciais de articulação política, social e

institucional, de integração e pactuação federativa do Plano e reforçou a proposta de

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

V

que a CONAGUAS entre em sintonia com o cronograma de revisões periódicas do

PNRH.

Passos seguintes

Após a Pré-Conferência, será dado seguimento às atividades para construção da

CONAGUAS e para a Revisão do PNRH. A consolidação dos resultados (proposições,

critérios e diretrizes) deste primeiro encontro é fundamental para orientar os

próximos passos.

Nesse sentido, após avaliar o processo e os resultados deste encontro, a Secretaria

de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente

(SRHU/MMA) e a Agência Nacional de Águas (ANA) reativarão o Núcleo de

Acompanhamento e Organização (SRHU, ANA, SAIC e SG/PR). A seguir, os

resultados e avaliações tramitarão no CNRH para a criação de um Grupo de Trabalho

da CONAGUAS e, no segundo semestre de 2010, o CNRH deliberará sobre os

parâmetros e condições de realização da CONAGUAS.

Para a Revisão do PNRH, estão previstos, em 2010, 12 encontros regionais que,

assim, como a Pré-CONAGUAS, fornecerão insumos para o processo de

reestruturação e priorização de ações do Plano.

As informações contidas no presente relatório consistem no principal registro da Pré-

Conferência e podem contribuir significativamente com ambos processos

supracitados, dos quais é parte integrante.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

VI

SUMÁRIO

1. A PRÉ-CONAGUAS, 1 2. OBJETIVOS, 5 3. PARTICIPANTES, 6 4. PROGRAMAÇÃO, 7 5. SISTEMATIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DA I CONAGUAS, 10 5.1 De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?, 10

5.2 Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?, 11

5.3 Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?, 13

5.4 De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?, 17

6. RELATÓRIOS - GRUPOS DE TRABALHO E PLENÁRIA, 19 6.1 Metodologia dos Grupos de Trabalho, 19

6.2 Relatórios dos Grupos de Trabalho por Região Hidrográfica, 23

6.3 Relatórios dos Grupos de Trabalho Temáticos, 41

6.4 Relatórios das Atividades em Plenária, 57

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

1

1. A PRÉ-CONAGUAS

A 1ª Pré Conferência Nacional das Águas (Pré-CONAGUAS) foi um espaço de

interação e articulação entre os atores do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos (SINGREH) para a construção de uma agenda nacional das águas

que vai orientar a atuação coordenada dos colegiados, órgãos formuladores de

políticas, órgãos gestores e agências de bacias. Parte das celebrações do Dia Mundial

da Água, encontro inseriu-se também no contexto dos desafios e compromissos do

Decênio Internacional para a Ação - Água para a Vida e da Década Brasileira da Água

(2005-2015).

Iniciativa proposta pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de

Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU/MMA), a Pré-CONAGUAS faz parte de

um amplo processo de fortalecimento de políticas públicas participativas, a partir do

envolvimento de diversos segmentos no debate coletivo de propostas e caminhos

para os desafios enfrentados hoje pelo País no âmbito da gestão das águas.

Cerimônia de Abertura

Foto: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

2

Segundo a Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR), desde 1941 foram

realizadas 104 conferências nacionais acerca dos mais variados temas como saúde,

educação, assistência social, segurança pública, cultura e comunicação. Como reflexo

da valorização da participação social na construção de políticas públicas, nos últimos

anos estes processos se intensificaram, e apenas entre 2003 e 2009 foram realizadas

68 conferências nacionais e internacionais, com a participação de aproximadamente

4 milhões de brasileiros em suas etapas municipais, estaduais e nacionais.

Pronunciamento do ministro Carlos Minc durante a Cerimônia de Abertura

Foto: SRHU/MMA

Apresentação Cultural “A Velha do Rio” durante a Cerimônia de Abertura Foto: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

3

Apesar das dificuldades intrínsecas a todos os processos participativos, que em

realidade são bastante recentes, se consideramos que são frutos principalmente das

conquistas da Constituição Federal de 1988, as conferências têm como principal

mérito a abertura de caminhos para o exercício de um novo protagonismo cidadão,

em que todos podem tomar parte dos debates, se informar, trocar idéias e opiniões,

entender os interesses em questão e, por fim, exercer seu papel de atores políticos

autônomos. Estes espaços participativos vêm sendo largamente apropriados pela

sociedade, como parte de um processo pedagógico gradual de formação política de

profunda relevância e de amadurecimento das relações entre Estado e sociedade

para uma efetiva governança democrática.

O Ministério do Meio Ambiente vem acumulando experiências nesse sentido, pois

desde 2003 realiza a Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), que está em

sua terceira edição e, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), já realizou

três edições da Conferência Nacional Infanto-Juvenil do Meio Ambiente (CNIJMA).

Mais recentemente, em dezembro de 2009, organizou a 1ª Conferência Nacional de

Saúde Ambiental (CNSA), em parceria com os ministérios da Saúde e das Cidades.

A futura Conferência Nacional das Águas (CONAGUAS) não se propõe a ser um novo

espaço deliberativo, pois o Sistema já conta com suas instâncias deliberativas em

seus diversos recortes territoriais (comitês de bacias hidrográficas e conselhos de

recursos hídricos), tendo como órgão máximo o Conselho Nacional de Recursos

Hídricos (CNRH).

A proposta é que esta se consolide como uma instância consultiva com

representação efetiva de todo o SINGREH e como um momento de encontro entre

atores que vivenciam diversos estágios da implementação da Política Nacional de

Recursos Hídricos, mas que enfrentam desafios comuns e têm múltiplas experiências

a serem compartilhadas. Com isso, a CONAGUAS visa propiciar uma maior integração

entre os entes e atores do Sistema e fortalecer o pacto social em torno da gestão

integrada dos recursos hídricos e ampliar o diálogo sobre as águas com a sociedade

brasileira.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

4

Grupo de Trabalho por Região Hidrográfica

Foto: SRHU/MMA

Contribuição de participante em Plenária

Foto: SRHU/MMA

Grupo de Trabalho Temático

Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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2. OBJETIVOS

Os principais objetivos da Pré-CONAGUAS foram:

- elaborar diretrizes para a estruturação da Conferência Nacional das Águas

(CONAGUAS), na qual se pactuará uma agenda prioritária para o SINGREH; e

- contribuir com o processo de revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos

(PNRH), apresentando temas-chave como a consolidação do SINGREH, a

sustentabilidade econômico-financeira da gestão e a incorporação da perspectiva das

mudanças climáticas e ambientais globais no âmbito da gestão das águas.

O PNRH é fruto de um amplo processo de discussão e pactuação iniciado em 2003, que envolveu mais de sete mil pessoas de todo país em suas várias etapas – seminários regionais, oficinas temáticas, encontros públicos estaduais, reuniões de câmaras técnicas e do CNRH, entre outras. O resultado desta construção coletiva foi sua aprovação pelo CNRH em janeiro de 2006, e seu sancionamento pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em março do mesmo ano (saiba mais em: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br/). Esta primeira revisão do PNRH, que se iniciou com a Pré-CONAGUAS, está centrada em três objetivos principais: (i) a avaliação do seu processo de implementação; (ii) a reestruturação dos programas e subprogramas; e (iii) a repactuação do PNRH no âmbito do SINGREH.

Apresentação do Processo de Revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos

Fotos: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

6

3. PARTICIPANTES

Participaram da Pré-CONAGUAS aproximadamente 270 membros do Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (organograma abaixo), dentre os

quais estavam representantes do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos

conselhos estaduais e do Conselho Distrital de Recursos Hídricos; dos comitês de

Bacia Hidrográfica estaduais e federais; e dos órgãos gestores federais, estaduais e

distrital.

Destaca-se o incentivo à participação da sociedade civil, por meio do custeio das

despesas de viagem, hospedagem e alimentação dos 78 integrantes de comitês de

Bacia Hidrográfica.

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)

Fonte: Sítio Eletrônico do MMA (WWW.mma.gov.br)

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

7

4. PROGRAMAÇÃO

23 DE MARÇO

9h às 14h - Reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos

14h - Credenciamento da Pré- CONAGUAS

19h - Cerimônia de Abertura da Pré-CONAGUAS

- Carlos Minc (Ministro de Estado de Meio Ambiente)

- Silvano Silvério da Costa (Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano Do

Ministério do Meio Ambiente)

- Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente da Agência Nacional de Águas)

- Juan Carlos Sotuyo (Diretor-Superintendente da Fundação Parque Tecnológico

de Itaipu)

- Representantes Sociedade Civil, Setores Usuários e Órgãos Governamentais

20h30 - Apresentação Cultural “A Velha do Rio”, por Larissa Malty

24 DE MARÇO

8h30 – Mesa 1: Contextualização e Explanação da Metodologia

Coordenação: Marco Neves (Diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de

Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente -

SRHU/MMA)

Palestras:

Conferências Nacionais - Weber Avelar da Silva (Assessor da Secretaria geral da

presidência da República SG/PR)

Contribuições da Conferência Nacional do Meio Ambiente - Samira Crespo

(Secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA)

A Construção da Pré-CONAGUAS - Franklin de Paula Junior (Gerente de Apoio ao

Sistema da SRHU/MMA e coordenador executivo do evento)

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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10h15 - Apresentação da dinâmica dos trabalhos - Rosana Garjuli (Consultora

SRHU)

10h30 - Grupos de Trabalho por Região Hidrográfica para discussão da

CONAGUAS

12h30 - Almoço

14h - Continuação dos trabalhos em grupos

15h30 - Intervalo

16h - Mesa 2: Apresentação dos Resultados dos Grupos de Trabalho por Região

Hidrográfica

25 DE MARÇO

8h30 - Mesa 3: Contextualização do Processo de Revisão do Plano Nacional de

Recursos Hídricos

Palestras:

Apresentação do PNRH: Contexto da elaboração e implementação; Estratégia de

revisão do PNRH - Marco Neves (Diretor de Recursos Hídricos da SRHU/MMA)

Apresentação do “Relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil” - Sérgio

Rodrigues Ayri Moraes Soares (Superintendente Adjunto de Planejamento de

Recursos Hídricos da ANA)

10h - Debate

10h30 – Grupos de Trabalho Temáticos

Grupo 1: Os Desafios da Consolidação do Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos (SINGREH)

Palestrantes:

Gilberto Canalli (consultor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano

do Ministério do Meio Ambiente - SRHU/MMA)

Percy Soares (consultor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente - SRHU/MMA)

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Grupo 2: Sustentabilidade Econômica e Financeira

Palestrantes:

Patrick Tomas (Agência Nacional de Águas)

Rodrigo Spezialli (Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério

do Meio Ambiente)

Grupo 3: Gestão de Recursos Hídricos e as Mudanças Climáticas e Ambientais

Palestrantes

Luís Eduardo Tinoco (Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do

Ministério do Meio Ambiente)

Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas (Instituto Virtual Internacional de Mudanças

Globais/Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de

Engenharia-COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro)

13h - Almoço

14h30 - Mesa 4: Apresentação dos Resultados dos Grupos de Trabalho Temáticos

17h - Encerramento da Pré-CONAGUAS

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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5. SISTEMATIZAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DA I CONAGUAS

A sistematização a seguir é resultante do esforço em registrar de forma mais

estruturada os resultados dos grupos de trabalho e das proposições apresentadas em

Plenário para a construção da I CONAGUAS, seguindo a ordem das questões que

orientaram os debates.

Como critério desta sistematização, optou-se por resgatar todas as propostas que

foram apresentadas, buscando agregar as que surgiram repetidamente nos

diferentes momentos das discussões e as que foram mais enfaticamente

apresentadas nos grupos e em plenário.

Registra-se, ainda, que, mesmo que em alguns casos as proposições apresentadas

sejam antagônicas, foram registradas por serem diferentes alternativas para se tratar

uma mesma questão, o que será definido quando da aprovação da Conferência e de

seu regimento pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

5.1 DE QUE FORMA A CONAGUAS PODERÁ FORTALECER O SISTEMA

NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS (SINGREH)?

Integrando os comitês de bacias hidrográficas, os conselhos estaduais e os diferentes entes do SINGREH. Promovendo o intercâmbio entre comitês, conselhos e órgãos gestores.

Incentivando a participação dos municípios na construção do SINGREH, por meio do fortalecimento do comitê de bacia e ausência de comitê, a atuação deverá ser pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Promovendo a gestão integrada nas bacias hidrográficas da zona costeira – ordenamento territorial.

Divulgando a Política de Recursos Hídricos, o SINGREH e os instrumentos de gestão, atingindo novos atores sociais e uma ampla participação da sociedade.

Revisando a legislação pertinente ao Sistema, identificando suas lacunas quanto às especificidades regionais, orientando a proposição de modificações ou de integração com as leis ambientais e setoriais existentes.

Ampliando o reconhecimento do SINGREH e dos sistemas estaduais por parte dos diferentes poderes públicos buscando o fortalecimento dos órgãos gestores estaduais.

Elaborando uma agenda de compromissos dos governos federal, estadual e municipal, usuários e sociedade civil com as pautas propostas na Conferência.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Fortalecendo/melhorando o diálogo/integração/harmonização entre o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e o SINGREH e demais políticas setoriais de saneamento, saúde, habitação.

Sensibilizando os tomadores de decisão e promovendo a desburocratização financeira para a destinação de recursos e de pessoal para a efetiva gestão dos recursos hídricos.

Promovendo a integração entre as diferentes bacias de uma região hidrográfica e entre regiões hidrográficas diferentes.

Promovendo a difusão e o compartilhamento das informações e capacitando os entes do sistema de recursos hídricos.

Criando indicadores de gestão para auxiliar no monitoramento, acompanhamento e controle do PNRH com foco nos resultados da CONAGUAS.

Promovendo efetividade e continuidade no processo da CONAGUAS e tornando os mecanismos de monitoramento social do SINGREH mais efetivos.

5.2 QUAIS AS DIRETRIZES QUE DEVEM ORIENTAR A CONAGUAS?

Quanto à Estruturação e Organização

Garantir clareza sobre limites e alcance da CONAGUAS e seu caráter consultivo em relação às atribuições dos diferentes entes do SINGREH.

Institucionalizar a CONAGUAS pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

Criar fórum permanente de acompanhamento dos resultados da CONAGUAS, constituído por representantes do sistema.

Realizar a Conferência em três instâncias: por bacia ou Região Hidrográfica, via comitês; estadual, via conselhos estaduais de Recursos Hídricos; e nacional, via Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

Organizar a CONAGUAS por bacia hidrográfica (respeitando a territorialidade definida nos cadernos regionais de recursos hídricos), eleger delegados por bacia para participação da conferência da Região Hidrográfica.

As pré-conferências devem ser realizadas no estado considerando a divisão hidrográfica com sua própria pauta e as especificidades regionais e locais para a CONAGUAS.

Promover a interação entre os executores da Política de Recursos Hídricos nos níveis estadual e federal e destes com as demais políticas setoriais, em especial entre o SINGREH e o SISNAMA.

Comprometer o poder público com recursos para a realização das conferências: infra-estrutura, comunicação e outras demandas.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Eleger temas nacionais para serem amadurecidos nas pré-conferências e focar no fortalecimento do SINGREH.

Vincular a mobilização da CONAGUAS à revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos – fazer com que os debates regionais ocorram no momento de revisão do Plano.

Incorporar os resultados de encontros como o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob).

Quanto à Mobilização e Participação

A participação da sociedade deverá ser conduzida pelos comitês de bacias hidrográficas, contando com material de apoio elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em articulação com os órgãos gestores estaduais.

Estimular a participação dos municípios para que venham a se tornar multiplicadores.

Identificar os conselhos de Defesa do Meio Ambiente Municipal Sustentável e demais conselhos cujos temas vinculem-se à água e trazê-los para os debates da CONAGUAS, visando promover a integração com as diferentes políticas publicas.

Promover a integração de instituições parceiras que têm interface com o gerenciamento de recursos hídricos (CPRM, FUNASA, Defesa Civil, Saúde, Ministério das Cidades, Transportes, Embrapa, Incra, Emater, Agricultura e Pecuária, etc.).

Convocar todos os entes do Sistema e a sociedade para que seja construído um “Pacto Nacional das Águas” mobilizando e buscando comprometer os executivos (municipal, estadual e federal) de forma conjunta e concomitantemente com os legislativos (municipal, estadual e federal).

Quanto à Periodicidade

4 em 4 anos sendo que Conferência Nacional deverá ser realizada 1 ano antes da revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), com início do processo com 2 anos de antecedência à revisão do Plano.

Periodicidade: de 2 e 2 anos.

4 em 4 anos com espaços de 2 em 2 anos de encontros: sendo 2010 - revisão do Plano Nacional; 2012 - Conferência Nacional; 2014 – revisão; 2016 – Conferência.

4 em 4 anos com espaços com intervalo diferenciados para revisão e Conferência Nacional: sendo :2010 – revisão; 2011 – Conferência; 2014 – revisão; 2015 – Conferência.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Quanto à Representação e aos Delegados

Os delegados natos deverão ser representantes dos órgãos colegiados integrantes do sistema, garantindo a participação paritária dos atores.

Garantir a paridade entre os segmentos, conforme a lei, na composição dos delegados.

Manter a proporcionalidade de composição dos comitês como parâmetro para delegados.

Considerar na representatividade a questão das desigualdades de entes nas regiões da Unidade Federativa (proporcionalidade), garantindo a representação igualitária das unidades federativas e balanceando a participação dos atores: sociedade civil organizada, poder público e usuários.

Definir, no regimento da Conferência, as proporcionalidades para indicar os setores que participarão do encontro (usuários, sociedade e poder público), levando em consideração as classificações diferenciadas previstas nas diversas legislações estaduais.

Promover abertura para participantes que não fazem parte do SINGREH. Definir no Regimento da Conferência a forma e os quantitativos de delegados eleitos pela sociedade durante o processo de construção da CONAGUAS.

5.3 QUAIS OS TEMAS PRIORITÁRIOS PARA A CONAGUAS (NACIONAL E

POR REGIÃO HIDROGRÁFICA)?

Temas relativos aos Princípios e Conceitos

Domínio das águas: federal e estadual.

Conceito de bacia hidrográfica como referência para estimular sentimento de pertencimento.

Valor da água de forma mais ampla, como bem coletivo, com valor econômico e social. Água: ouro azul do século XXI, por quê?

Usos múltiplos da água a partir de uma visão estratégica do uso da água.

Recurso hídrico como eixo estruturante de planejamento, desenvolvimento e investimento, tendo como base a bacia hidrográfica.

Princípio de prioridade de investimentos em áreas de manancial.

Princípio protetor/recebedor (PSA). Políticas de incentivos ao uso racional e conservação dos recursos hídricos.

Temas relativos ao Fortalecimento do SINGREH

Desafios da Consolidação do SINGREH

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Estratégias para o cumprimento da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Analise e reflexão sobre a legislação do Sistema com base em experiências de implementação e as especificidades regionais.

Fortalecimento dos órgãos gestores, dos comitês (técnico, financeiro e político-institucional) e maior clareza quanto ao papel dos órgãos gestores no fortalecimento do SINGREH.

Implementação das agências de bacias e regulamentação da lei para sua viabilização.

Sustentabilidade do SINGREH: Econômica, Financeira, Institucional Legal e Política.

Regionalização da Política Nacional de Recursos Hídricos (exemplo: enquadramento dos rios intermitentes).

Processos de articulação e integração dos entes do sistema no âmbito dos colegiados. Integração dos comitês (esferas federal/estadual).

Comunicação permanente com a sociedade sobre a gestão de recursos hídricos.

Representatividade nos comitês de bacias hidrográficas.

Temas relativos à Interface com outras políticas públicas

Integração das políticas nacionais de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente e participação dos comitês de bacias hidrográficas no CONAMA.

Integração da Política de Recursos Hídricos com outras políticas setoriais: Saneamento, Saúde, Habitação, Transporte e Energia e seus respectivos planos nacionais.

Explicitar o cenário nacional de questões ambientais relevantes relacionadas à água: problemas, impactos, oportunidades.

Água e saúde: acesso, qualidade e usos da água;

Articulação da gestão hídrica com o uso e ocupação dos solos.

Licenciamento integrado (sistema colegiado).

Temas relativos aos Instrumentos de Gestão

Estratégias de elaboração, integração e implementação dos planos de recursos hídricos (planos de bacia, estaduais e nacional).

Integração dos sistemas de informações – setores (rede). Efetiva implantação do Sistema Nacional de Informação.

Construção de indicadores de monitoramento e avaliação. Aferição da real implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos e seus resultados.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Estratégias para efetivar a implementação dos instrumentos de gestão, respeitando as especificidades regionais.

Enquadramento dos corpos d’água, considerando as diversidades regionais

Sustentabilidade Econômica e Financeira; Gestão de Recursos Hídricos:

­ criação e implementação dos Fundos de recursos hídricos;

­ implementação dos instrumentos de gestão e efetivação da cobrança pelo uso da água e a respectiva aplicação dos recursos arrecadados na bacia;

­ cobrança: em casos de transposição, como possibilitar a aplicação dos valores nas bacias doadoras?

­ recursos da compensação financeira pela utilização de recursos hídricos para geração hidrelétrica, garantindo meios de fortalecer os fundos de recursos hídricos estaduais e, além disso, debater e propor meios para o descontingenciamento federal que ocorre hoje com parte deste mesmo recurso.

Outros temas nacionais

Recursos Hídricos e mudanças climáticas (vulnerabilidade, adaptação, mitigação e eventos críticos).

Renovação das concessões de usinas hidrelétricas: janela de oportunidades.

Água como reserva estratégica (águas subterrâneas). Sustentabilidade dos aqüíferos subterrâneos (modelos de gestão).

Escassez (qualidade/quantidade) dos recursos hídricos.

Capacitação e formação da sociedade. Educação para a cidadania. Criação de uma universidade virtual da água.

Pagamento por serviços ambientais.

Os diferentes biomas brasileiros.

Uso e reuso racional da água.

Áreas de proteção nos entornos das áreas de preservação permanente e as diferenças regionais.

Áreas de preservação permanente como mata ciliar, frente à reformulação do Código Florestal.

Temas relevantes para Regiões Hidrográficas

São Francisco, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste:

Usos múltiplos X escassez de água em algumas regiões.

Interface entre a Gestão Costeira e a Política de Gestão de Recursos Hídricos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

16

Desertificação.

Atlântico Nordeste Oriental, Atlântico Nordeste Ocidental e Parnaíba:

Valor da água de forma mais ampla, como bem comum coletivo.

Aplicação dos recursos das compensações ambientais e de geração de energia.

Mudanças climáticas e distribuição dos recursos hídricos.

Adequação da Política Nacional de Recursos Hídricos as especificidades regionais (exemplo: enquadramento nos rios intermitentes).

Domínio das águas: Federal e estadual.

Renovação das concessões de usinas hidrelétricas: janela de oportunidades.

Proteção e conservação dos recursos hídricos. Manejo e uso do solo.

Estratégias de integração e implementação dos planos de recursos hídricos.

Gestão integrada de recursos hídricos nas bacias costeiras.

Amazônica, Tocantins-Araguaia e do Paraguai:

Valor econômico da água.

A importância da participação da sociedade civil nos planos estaduais.

Recursos Hídricos e mudanças climáticas (vulnerabilidade, adaptação e mitigação).

Usos múltiplos da água: visão estratégica do uso da água nas regiões hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai.

Características regionais – gestão da abundância e/ou escassez.

Água e saneamento básico.

Transporte hidroviário.

Gestão nas Bacias transfronteiriças.

Enquadramento dos corpos d’água.

Água-floresta: prioridade amazônica.

Pagamento por serviços ambientais para recursos hídricos.

Paraná:

Planejamento estratégico.

Geração de energia hidrelétrica.

Gestão integrada de recursos hídricos nas bacias costeiras.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

17

Atlântico Sul e do Uruguai:

Participação dos municípios na Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH).

Articulação da Política do SINGREH com políticas de saneamento e saúde.

Pactuação e divulgação dos planos existentes e suas metas.

Gestão integrada de recursos hídricos nas bacias costeiras.

5.4 DE QUE FORMA ENVOLVER A SOCIEDADE NO PROCESSO DE

CONSTRUÇÃO DA CONAGUAS?

Divulgação e Informação

Desenvolvendo programa de comunicação bem estruturado, de modo que as informações cheguem à sociedade com linguagem clara e acessível, assegurando o acesso às informações em tempo hábil, visando sua atuação qualitativa na CONAGUA.

Divulgando a CONAGUAS e a Política do SINGREH explicitando a relevância da participação social e o papel dos comitês de bacia, por meio de Programas de rádio, TV, outdoors, impressos e teleconferências. Incluindo temas que expressem e atendam os problemas sociais relacionados à água.

Abrindo junto à sociedade a discussão sobre o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), por meio da disponibilização de material impresso, internet, mídia, etc.

Editando materiais com “tradução” de conteúdos técnicos sobre a gestão dos recursos hídricos em linguagem popular acessível.

Divulgando informações relacionadas à CONAGUAS: nas contas de água e de energia elétrica, nos pagamentos de aposentados, etc.

Sensibilização e Mobilização

Promovendo a sensibilização do poder público e da sociedade civil sobre a importância do SINGREH.

Descentralizando a mobilização para o nível de micro bacias hidrográficas a fim de envolver o maior número de municípios, os atores locais, usuários do meio rural e “produtores de água” no processo de construção da CONAGUAS e, consequentemente, do SINGREH.

Atraindo os colegiados territoriais (territórios de identidade), conselhos, associações de entidades, redes (Grupo de Trabalho Amazônico-GTA, Rede de ONG’s da Mata Atlântica-RMA, Articulação no Semiárido Brasileiro-ASA, etc.).

Considerando no processo de mobilização as populações difusas e suas respectivas representações.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

18

Incluindo, na grade curricular, o assunto da água de forma transversal e continuada: cartilhas e jogos educacionais. Realizando concursos de desenho e redação com o Ministério da Educação (MEC), premiando os vencedores e levando esses materiais para a Conferência.

Procurando envolver:

­ os setores de Educação, Saúde, Saneamento e Assistência Social;

­ o movimento estudantil;

­ as diferentes instâncias, de formadores de opinião e da mídia conselhos de classe e profissionais;

­ o Ministério Público que deverá ser chamado para compor os debates da CONAGUAS.

Processo de Organização

Realizando um encontro nacional dos gestores públicos municipais e dos comitês para difundir os objetivos da CONAGUAS.

Capacitando e instrumentalizando os comitês de bacias hidrográficas para atuação no processo de mobilização e com responsabilidades na organização da CONAGUAS.

Vinculando às Agendas 21 federais, estaduais, municipais e de organizações.

Promovendo audiências públicas nas câmaras municipais em todo o país pelos comitês de bacia, envolvendo os sindicatos, associações, fóruns, igrejas, câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL), câmaras de Comércio, Bolsa Família, etc.

Promovendo reuniões preparatórias locais, por bacia e regionais com aporte de recursos dos governos federal, estadual e municipal.

Estabelecendo parcerias (acordos, convênios, etc.) com os atores governo e não-governo.

Integrando os municípios no processo de organização das conferências estaduais e regionais.

Fomentando a participação da academia e de institutos de pesquisa na geração de conhecimentos de recursos hídricos.

Garantindo o custeio para participação da sociedade civil.

Definindo um calendário factível para realização de conferências regionais.

Desenvolvendo termos de referência para organizações não governamentais realizarem pré-conferências locais com interveniência dos comitês e/ou órgãos gestores.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

19

6. RELATÓRIOS - GRUPOS DE TRABALHO E PLENÁRIA

6.1 METODOLOGIA DOS GRUPOS DE TRABALHO

Por Região Hidrográfica

Após receberem as orientações em plenário, os participantes se reuniram nos grupos

de trabalho (GTs) determinados no credenciamento, formando grupos de

aproximadamente 60 participantes. Os períodos de trabalho foram: das 11h às

12h30 e das 14h às 15h30.

Os GTs foram constituídos por região hidrográfica ou um conjunto de regiões

hidrográficas próximas e com características físicas e sócio-ambientais mais

semelhantes.

Cada Grupo de Trabalho contou com um moderador e um relator, contratados pela

organização do evento, os quais foram coordenados pela responsável pela

coordenação metodológica.

As discussões nos GTs foram conduzidas a partir das seguintes questões

orientadoras:

a) De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o SINGREH?

b) Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

c) Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

d) De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Para metodologia dos trabalhos do grupo os moderadores optaram entre duas

alternativas de condução dos trabalhos:

Trabalho em plenário: o moderador apresenta a metodologia e as questões orientadoras das discussões determinando o tempo de discussão de cada uma das questões, (ex: 30min/por questão) destacando que ao final das discussões poderá se avaliar a possibilidade de retornar à alguma questão.

Trabalho em pequenos grupos e plenário: O moderador e as questões orientadoras das discussões, na seqüência subdivide aleatoriamente os participantes em subgrupos (3 ou 4 de acordo com o tamanho da sala), para que discutam todas as questões, dando um tempo de 1h00min ou 1h30min (até o horário do intervalo do almoço), no período da tarde os relatores dos subgrupos apresentam os resultados de acordo com cada uma das perguntas

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

20

orientadoras e o conduz a discussão, buscando identificar juntamente com os participantes quais as respostas podem ser consideradas consensuais pelo grupo para cada uma das questões, definindo-se assim o que será posteriormente apresentado

Por Eixo Temático

Grupo 1: Os Desafios da Consolidação do Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)

Palestrantes: Gilberto Canalli e Percy Soares (consultores da SRHU/MMA).

Coordenador da mesa: Márley Caetano de Mendonça.

Após a contextualização do tema pelos palestrantes, os participantes do GT, em

torno de 60 pessoas, demonstraram necessidade da abertura de um espaço para

questionamentos, duvidas e proposições. Estabeleceu-se então de comum acordo

com o coordenador da mesa que orientava o dialogo com o grupo, que os

participantes fariam com a ajuda dos mediadores inscrições individuais para

manifestações orais e intervenções escritas para a mesa que buscaria responder a

todos.

Como se havia estabelecido anteriormente que os mediadores auxiliados pelas

relatoras deveriam trabalhar com todo o GT buscando dinamizar o consenso do

grupo para responder a três questões - ”Quais são os aspectos relevantes deste

tema?”, “Como este tema tem afetado a gestão de recursos hídricos nas diferentes

regiões?” e “Como ampliar este o debate para todo o SINGREH e a sociedade

visando identificar estratégias para sua superação?” - as perguntas foram projetadas

em telão para se ter presente o foco do trabalho.

A mesa optou por prosseguir o debate e solicitar aos participantes o

encaminhamento das respostas individuais por escrito para serem sistematizadas na

relatoria e debatidas para se tornarem as respostas do Grupo às questões

orientadoras. Entretanto, o tempo de trabalho encerrou e não houve condição de se

discutir as questões para se estabelecer um consenso geral do GT.

As propostas encaminhadas pelos participantes foram registradas, destaca-se

contudo, que não foram discutidas ou consensadas no grupo, em função da

mudança de metodologia para a condução do processo de discussão adotada pela

coordenação da mesa, que priorizou o debate sobre os temas apresentados pelos

palestrantes em detrimento das questões apresentadas como norteadoras para o

debate.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

21

Grupo 2: A Sustentabilidade Econômica e Financeira

Palestrantes: Patrick Tomas (Agência Nacional de Águas) e Rodrigo Spezialli

(Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio

Ambiente), coordenador Franklin de Paula Junior, moderador Francisco Carlos

Bezerra.

Após as apresentações, o grupo realizou um debate orientado pelas perguntas

orientadoras. Neste debate houve a participação dos membros do plenário

levantando questões, criticando alguns aspectos das exposições e também dos

componentes da mesa rebatendo questionamentos e complementando informações

sobre suas apresentações.

Cada participante foi convidado a resumir suas observações por escrito. No final do

debate o moderador fez uma sistematização das principais questões levantadas no

debate e as relatoras organizaram as diversas contribuições de acordo com os

questionamentos propostos.

Grupo 3: Gestão de Recursos Hídricos e as Mudanças Climáticas e

Ambientais

Palestrantes: Luís Eduardo Tinoco (Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade

Ambiental do Ministério do Meio Ambiente) e Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas

(Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais/Instituto Alberto Luiz Coimbra

de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia-COPPE/Universidade Federal do Rio de

Janeiro)

A metodologia utilizada no grupo de trabalho dividiu-se em 3 momentos: 1)

apresentação dos palestrantes, 2) perguntas e respostas entre público participante e

palestrantes e 3) trabalho em grupo buscando responder a três (3) perguntas

formuladas pela organização para obtermos contribuições do público participante.

Logo após o momento de perguntas e respostas com os palestrantes, onde a série

de perguntas feitas foram respondidas em “bloco” pelos palestrantes, os

participantes foram divididos em 3 grupos. Cada grupo compôs uma mesa e cada

mesa continha um “relator” e uma “pergunta” a ser respondida (uma das três

perguntas elaboradas). Portanto, cada mesa propunha uma pergunta aos

participantes e estes mudariam de mesa em cada 15 minutos. Ao final de 45 minutos

todos haviam respondido às três questões formuladas.

Para contribuir com os trabalhos do relator e com a dinâmica dos trabalhos, na

primeira rodada cada mesa escolheu, de forma livre, seu “anfitrião”. Este anfitrião

teria a função de receber os novos componentes que chegariam das outras mesas,

contando-lhes as elaborações feitas até aquele momento pelo(s) grupo(s)

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

22

passante(s). A proposta fez com que, a cada nova rodada, os participantes recém-

chegados às mesas, pudessem propor suas idéias a partir das elaborações anteriores

– dos que já haviam passado pela mesa/pergunta. Constituiu-se, desta forma, um só

corpo de resposta para cada pergunta, resultado da composição de todos os

participantes do debate.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

23

6.2 RELATÓRIOS DOS GRUPOS DE TRABALHO POR REGIÃO HIDROGRÁFICA (os relatos destes grupos foram elaborados a partir de debates conduzidos por

moderadores sobre questões pré-estabelecidas e seguindo as metodologias descritas

no Anexo I deste documento)

Grupo 1: São Francisco, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste

1. De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?

Fortalecendo os comitês de bacias hidrográficas e os conselhos estaduais.

Incentivando o envolvimento e a participação dos municípios na construção do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) – gestão dos recursos hídricos por meio do fortalecimento do comitê de bacia. Na ausência de comitê, a atuação deverá ser pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

Criando indicadores de gestão para auxiliar no monitoramento, acompanhamento e controle, com foco nos resultados da CONAGUAS.

Promovendo o intercâmbio entre comitês com maior experiência em gestão de recursos (hídricos, financeiros, humanos, etc.).

Viabilizando o fortalecimento da gestão participativa.

Buscando maior efetividade na integração e transversalidade das políticas públicas e setoriais com interface em recursos hídricos.

Promovendo a integração das bacias hidrográficas da zona costeira – ordenamento territorial.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

24

Divulgando a Política de Recursos Hídricos, o SINGREH e os instrumentos de gestão, atingindo novos atores sociais.

2. Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

Garantir a paridade entre os segmentos, conforme a lei, na composição dos delegados.

Realizar a Conferência em três instâncias: por bacia ou Região Hidrográfica, via comitês; estadual, via conselhos estaduais de Recursos Hídricos; e nacional, via Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

Aumentar a participação dos municípios para que venham a se tornar multiplicadores;

Promover e ampliar a divulgação da realização da CONAGUAS, esclarecendo os objetivos e as diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos, de forma que envolva os entes e atores do sistema de maneira efetiva e executável.

Comprometer o poder público com recursos para a realização das conferências: infra-estrutura, comunicação e outras demandas.

3. Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

Nacional:

Conservação e uso sustentável dos recursos hídricos.

Analise e reflexão sobre a legislação do Sistema com base em experiências de implementação.

Trabalhar a sensibilização do conceito de bacia hidrográfica como referência para o cidadão para incentivar o sentimento de pertencimento.

Processos de articulação e integração dos entes do sistema no âmbito dos colegiados.

Fortalecimento dos órgãos gestores, dos comitês (técnico, financeiro e político-institucional) e maior clareza quanto ao papel dos órgãos gestores no fortalecimento do SINGREH.

Fundos de recursos hídricos.

Implementação das agências de bacias e regulamentação da lei para sua viabilização.

Implementação dos instrumentos de gestão e efetivação da cobrança pelo uso da água e aplicação dos recursos arrecadados na bacia.

Cobrança pelo uso da água:

- Capacidade para a sustentabilidade do SINGREH;

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

25

- Em casos de transposição, como possibilitar a aplicação dos valores nas bacias doadoras?

Debater o destino dos recursos da compensação financeira pela utilização de recursos hídricos para geração hidrelétrica garantindo meios de fortalecer os fundos de recursos hídricos estaduais e, além disso, debater e propor meios para o descontingenciamento federal que ocorre hoje com parte deste mesmo recurso.

Conflitos socioambientais relacionados à gestão dos recursos hídricos.

Água: ouro azul do século XXI, por quê?

Zoneamento territorial mais abrangente.

Para as regiões hidrográficas do São Francisco, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste:

Usos múltiplos X escassez de água em algumas regiões.

Interface entre a Gestão Costeira e a Política de Gestão de Recursos Hídricos.

Desertificação.

4. De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Promovendo maior sensibilização do poder público e da sociedade civil sobre a importância do SINGREH.

Criando mecanismos para resgatar importantes contribuidores (PESSOAS) que se afastaram do processo de construção da gestão de recursos hídricos.

Envolvendo os atores locais no processo de construção da CONAGUAS e, consequentemente, do SINGREH.

Envolvendo todos os usuários do meio rural e “produtores de água”, prioritariamente;

Descentralizando a mobilização para o nível de microbacias hidrográficas, a fim de envolver o maior número de municípios no processo.

Realizando um encontro nacional dos gestores públicos municipais e dos comitês para difundir os objetivos da CONAGUA.

Desenvolvendo termos de referência para organizações não governamentais realizarem pré-conferências locais com interveniências dos comitês e/ou órgãos gestores.

Atraindo os colegiados territoriais (territórios de identidade), conselhos, associações de entidades, redes (Grupo de Trabalho Amazônico-GTA, Rede de ONGs da Mata Atlântica-RMA, Articulação no Semiárido Brasileiro-ASA, etc.).

Envolvendo os setores de Educação, Saúde e Assistência Social.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

26

Envolvendo o movimento estudantil no processo para desta forma popularizar as ações dos comitês de bacias hidrográficas.

__________________________________________________

Grupo 2: Atlântico Nordeste Oriental, Atlântico Nordeste Ocidental e Parnaíba

1. De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?

No âmbito do SINGREH:

Revisando:

- Legislação pertinente ao Sistema;

- Plano Nacional: diretrizes, metas, instrumentos de gestão e atores envolvidos;

Trabalhando, nesta revisão, as lacunas do Sistema e da Lei quanto às

especificidades regionais, orientando o Sistema Nacional a propor modificações

ou integrações nas leis ambientais existentes.

Propondo a avaliação das ações propostas ou realizadas do Plano Nacional.

Integrando os diferentes atores/entes do sistema.

Envolvendo diferentes Setores nas pautas da Gestão Integrada de Recursos Hídricos.

Ampliando o reconhecimento do SINGREH e dos sistemas estaduais por parte dos diferentes poderes públicos.

Elaborando uma agenda de compromissos dos governos federal, estadual e municipal com as pautas propostas na Conferência.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

27

- Agenda com prazos e metas.

Elaborando uma agenda de compromissos dos atores/usuários/sociedade civil com as pautas propostas na Conferência.

Promovendo ampla participação da sociedade.

Sendo instrumento de pressão para compromissos/agenda de prazos e metas.

Trazendo para a discussão os principais impasses e dificuldades do SINGREH, o que pode colaborar com o equacionamento desses problemas, fortalecendo o Sistema.

No âmbito da orientação e mobilização de instâncias que estão fora do SINGREH:

Orientando a articulação com outros setores: leis, diretrizes e planos.

- Integrando a Lei de Águas (Lei nº 9.433/97), o Código Florestal (Lei nº 4.771/65) e o Código Ambiental (licenciamento).

Envolvendo e orientando sobre políticas de meio ambiente (leis de recursos hídricos, Código Florestal e as políticas de modelo agrícola).

No âmbito do desenvolvimento de capacidades e de formação:

Esclarecendo os papéis e as atribuições dos entes colegiados do SINGREH.

Promovendo o intercâmbio de experiências de gestão participativa.

No âmbito da Comunicação/Divulgação:

Dando/amplificando a visibilidade do caráter democrático do SINGREH.

Ampliando o conhecimento da sociedade sobre a Gestão Integrada de Recursos Hídricos (escolas, etc.).

Promovendo mecanismos de informação à sociedade sobre a Política de Recursos Hídricos do país e de seus estados.

2. Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

Realizar conferências preparatórias/pré-conferências regionais.

Mobilizar a participação com foco territorial, nas bacias e sub-bacias, conforme o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Eleger delegados por bacia para participação da conferência da Região Hidrográfica.

- Analisar a questão das desigualdades de entes nas regiões da Unidade Federativa (proporcionalidade);

- Reconhecer outros comitês locais de meio ambiente e envolver os atores vinculados para qualificar o debate;

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

28

- Garantir a representação igualitária das unidades federativas;

- Balancear a participação dos atores: sociedade civil organizada, poder público e usuários.

Definir, no regimento da Conferência, as proporcionalidades para indicar os setores que participarão do encontro (usuários, sociedade e poder público), levando em consideração as classificações diferenciadas previstas nas diversas legislações estaduais.

Considerar a proporcionalidade existente na composição dos comitês de bacia.

Identificar os conselhos de Defesa do Meio Ambiente Municipal Sustentável (Condema) e demais conselhos cujos temas vinculem-se à água e trazê-los para os debates da CONAGUAS.

Privilegiar a participação dos entes colegiados (comitês de bacias hidrográficas, conselhos, etc.) na Conferência.

Eleger temas nacionais para serem amadurecidos nas pré-conferências.

Promover abertura para participantes que não fazem parte do SINGREH.

Sobre a participação no processo da CONAGUAS:

Manter a proporcionalidade de composição dos comitês como parâmetro para eleição de delegados.

Sobre a Ampliação:

Propiciar canais para articulação das políticas setoriais.

Explicitar o cenário nacional de questões ambientais relevantes relacionadas à água: problemas, impactos, oportunidades.

Sobre a Comunicação/Divulgação:

Promover ampla divulgação da CONAGUAS, pelo poder público, junto à sociedade.

Abrir junto à sociedade a discussão sobre o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), por meio da disponibilização de material impresso, internet, mídia, etc.

Explicar o que é o SINGREH na sociedade e nas escolas.

Dar ampla divulgação sobre o papel dos comitês.

Sobre a Mobilização Social:

Considerar as populações difusas.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

29

Contratar atores locais da sociedade civil como animadores das pré-conferências.

Sobre a Mobilização Institucional:

Garantir ampla participação das prefeituras/municípios.

Divergências quanto à Periodicidade:

2 anos.

4 anos, vinculando à revisão do PNRH.

Observações/frases:

A CONAGUAS deve convocar todos do Sistema para que seja construído e formado um “Pacto Nacional das Águas” a partir da mobilização de todos os entes que compõem o sistema e do povo brasileiro, inclusive mobilizando e compromissando ainda mais os executivos (municipal, estadual e federal), conjunta e concomitantemente com os legislativos (municipal, estadual e federal).

Necessidade de revisão das expectativas da conferência e definição clara sobre o papel da CONAGUAS. A partir disso, (re)definir a metodologia/representatividade para que possa propiciar o alcance dos objetivos.

Vincular a mobilização da CONAGUAS à revisão do Plano Nacional de recursos Hídricos – fazer com que os debates regionais aconteçam no momento de revisão do Plano.

3. Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

Nacional:

Sustentabilidade do SINGREH:

- Econômica e Financeira;

- Institucional e legal (reconhecimento dos entes do Sistema);

- Política.

Trabalhar o valor da água de forma mais ampla, como bem coletivo.

Aplicação dos recursos das compensações.

Água e saúde:

- Acesso à água;

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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- Qualidade da água;

- Uso da água.

Mudança climática e distribuição dos recursos hídricos.

Regionalização da Política Nacional de Recursos Hídricos (exemplo: enquadramento dos rios intermitentes).

Política Nacional de Recursos Hídricos.

Políticas públicas relacionadas a recursos hídricos e meio ambiente.

Discussão sobre o domínio das águas: federal e estadual.

Renovação das concessões de usinas hidrelétricas: janela de oportunidades.

Participação dos comitês de bacias hidrográficas no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Proteção e conservação dos recursos hídricos (nome: “Sombra e Água Viva”).

Manejo e uso do solo.

Estratégias de integração e implementação dos planos de recursos hídricos.

Para as regiões hidrográficas Atlântico Nordeste oriental, Atlântico Nordeste

Ocidental e Parnaíba:

Trabalhar o valor da água de forma mais ampla, como bem comum coletivo.

Aplicação dos recursos das compensações.

Mudanças climáticas e distribuição dos recursos hídricos.

Regionalização da Política Nacional de Recursos Hídricos (exemplo: enquadramento dos rios intermitentes).

Discussão sobre o domínio das águas: Federal e estadual.

Renovação das concessões de usinas hidrelétricas: janela de oportunidades.

Proteção e conservação dos recursos hídricos.

Manejo e uso do solo.

Estratégias de integração e implementação dos planos de recursos hídricos.

4. De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Plano de mídia bem estruturado.

Divulgação.

Programas de rádio, TV, outdoors, impressos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

31

Conscientizando/sensibilizando – via educação e mídia. Abordar a importância da participação da sociedade nas discussões dos assuntos relacionados na Conferência.

Incluindo temas que expressem e atendam os problemas sociais relacionados à água.

Realizando concursos de desenho e redação com o Ministério da Educação (MEC), premiando os vencedores e levando esses materiais para a Conferência.

Peças teatrais.

Construindo um diagnóstico e publicação de um livro com o estudo.

Utilizando instrumentos de teleconferência.

Incluindo, na grade curricular, o assunto da água de forma transversal e continuada: cartilhas e jogos educacionais.

Vinculando às Agendas 21 federais, estaduais, municipais e de organizações.

Promovendo audiências públicas nas câmaras municipais em todo o país pelos comitês de bacia, envolvendo os sindicatos, associações, fóruns, igrejas, câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL), câmaras de Comércio, Bolsa Família, etc.

Envolvendo, nas diferentes instâncias, de formadores de opinião e da mídia.

Envolvendo conselhos de classe e conselhos profissionais.

Divulgando informações relacionadas à CONAGUAS: nas contas de água e de energia elétrica, nos pagamentos de aposentados, etc.

Saneamento básico: abastecimento, drenagem, esgotamento sanitário e resíduos sólidos.

Abrindo um número de vagas para serem disponibilizadas à sociedade em geral pelos comitês, com critérios - sair de formas manipuladas.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

32

__________________________________________________

Grupo 3: Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai

1. De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?

Promovendo a interlocução entre os parceiros responsáveis por viabilizar a Política Nacional.

Fortalecendo os comitês de bacias hidrográficas por meio do diálogo Comitê–SINGREH.

Fortalecendo/melhorando o diálogo/integração/harmonização entre o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e o SINGREH.

Identificando as especificidades regionais e incorporando-as no Sistema de forma a fortalecê-lo.

Sensibilizando os tomadores de decisão para a destinação de recursos financeiros e de pessoal para a efetiva gestão dos recursos hídricos.

Promovendo a integração das políticas setoriais e dos atores relevantes.

Promovendo a integração entre as regiões hidrográficas.

Mobilizando a sociedade.

Buscando a participação/inclusão de novos atores.

Promovendo a difusão da informação.

Compartilhando informação.

2. Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

Nacional:

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

33

Integração das políticas públicas setoriais.

Fortalecimento do SINGREH.

Conferência Nacional 1 ano antes da revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), com início do processo com 2 anos de antecedência à revisão do Plano.

Periodicidade: 4 em 4 anos

Que a estrutura da CONAGUAS leve em consideração as propostas levantadas nas pré-conferências.

Institucionalização da CONAGUAS pelo Conselho Nacional de recursos Hídricos (CNRH).

Criação do fórum permanente de acompanhamento dos resultados da CONAGUAS, constituído por representantes do sistema.

Integração de instituições parceiras que têm interface com o gerenciamento de recursos hídricos (CPRM, FUNASA, Defesa Civil, Saúde, Ministério das Cidades, Transportes, Embrapa, Incra, Emater, Agricultura e Pecuária, etc.).

Promoção da interação entre os executores da Política de Recursos Hídricos.

Regional:

Aprimoramento do modelo de gestão.

As pré-conferências devem ser realizadas no estado considerando a divisão hidrográfica com sua própria pauta e as especificidades regionais e locais para a CONAGUAS.

Integração de instituições parceiras que têm interface com o gerenciamento de recursos hídricos (CPRM, FUNASA, Defesa Civil, Saúde, Ministério das Cidades, Transportes, Embrapa, Incra, Emater, Agricultura e Pecuária, instituições de ensino e pesquisa).

3. Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

Nacional:

Valor econômico e social da água.

Recursos Hídricos e mudanças climáticas (vulnerabilidade, adaptação e mitigação).

Visão situacional dos planos estaduais de Recursos Hídricos.

Usos múltiplos da água: visão estratégica do uso da água.

Água-floresta: prioridade amazônica.

Integração dos sistemas de informações – setores (rede).

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

34

Consolidação do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos.

Sustentabilidade sócio-econômica do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos.

Gestão da água e mudanças do clima.

Água como reserva estratégica (águas subterrâneas).

Sustentabilidade financeira do sistema.

Integração das políticas nacionais de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente.

Integração das políticas setoriais: Transporte e Energia.

Para as regiões hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e do Paraguai:

Valor econômico da água.

A importância da participação da sociedade civil nos planos estaduais.

Recursos Hídricos e mudanças climáticas (vulnerabilidade, adaptação e mitigação).

Usos múltiplos da água: visão estratégica do uso da água nas regiões hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai.

Características regionais – gestão da abundância e/ou escassez.

Água e saneamento básico.

Transporte hidroviário.

Bacias transfronteiriças.

Pagamento por serviços ambientais para recursos hídricos.

4. De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Promovendo reuniões preparatórias locais e regionais com aporte de recursos dos governos federal, estadual e municipal.

Estabelecendo parcerias (acordos, convênios, etc.) com os atores governo e não-governo.

Com amplo processo de divulgação junto à sociedade.

Integrando os municípios no processo de organização das conferências estaduais e regionais.

Promovendo o debate com as entidades de classe e sindicais.

Conferências nos diversos níveis: município/bacia/estado/nacional.

Campanhas de divulgação e mobilização.

Envolvendo/comprometendo os governos federal, estaduais e municipais.

Envolvendo os vários conselhos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

35

Empregando ferramentas tecnológicas, conforme realidade local.

Fomentando a participação da academia e de institutos de pesquisa na geração de conhecimentos de recursos hídricos.

__________________________________________________

Grupo 4: Paraná

1. De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?

Legitimando a gestão por bacia hidrográfica (comitê/agência).

Estruturando os órgãos gestores de recursos hídricos.

Promovendo a desburocratização financeira e a destinação de recursos (compensação financeira e outros previstos) aos sistemas de recursos hídricos para: elaboração de planos de recursos hídricos, fundos de recursos hídricos, etc.

Fortalecendo os comitês de bacias hidrográficas, a partir de maior participação dos atores (com o equilíbrio entre as representatividades) e de maior atuação em nível nacional.

Fortalecendo a interface, articulação e integração entre os entes do sistema.

Promovendo a integração dos comitês de bacias hidrográficas (federais+afluentes).

Promovendo trocas de informações e experiências.

Promovendo a revisão da legislação para aumento da disponibilidade hídrica, respeitando o pacto federativo.

Disseminando as políticas Nacional e estaduais de recursos hídricos.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Avaliando/aperfeiçoando o SINGREH, considerando os diferentes níveis de maturidade/implantação.

Capacitando os entes dos sistemas de recursos hídricos.

Incentivando a participação das áreas de saúde, saneamento, meio ambiente na gestão de recursos hídricos.

2. Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

A organização da CONAGUAS se dará por bacia hidrográfica (respeitando a territorialidade definida nos cadernos regionais de recursos hídricos), a partir de um processo de fortalecimento dos sistemas de recursos hídricos adequado às realidades locais.

A CONAGUAS será construída a partir da articulação das políticas nacionais de meio ambiente, recursos hídricos, saneamento e uso e ocupação do solo.

Os delegados natos deverão ser representantes dos órgãos colegiados integrantes do sistema, garantindo a participação paritária dos atores.

Buscar o envolvimento dos poderes legislativo e judiciário e de gestores municipais/estaduais.

A participação da sociedade será conduzida pelos comitês de bacias hidrográficas, contando com um material de apoio qualificado previamente elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), articulado com os órgãos gestores estaduais.

Fortalecimento e articulação entre os gestores (federal/estadual) e entre os gestores dos estados e os comitês de bacias hidrográficas.

Deverá ser promovida a ampliação do diálogo das águas com a sociedade, que poderá ser convidada para participar também como “observadores”.

Incorporar os resultados de encontros como o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob).

Serão realizadas pré-conferências locais (bacia) e estaduais.

Buscar o envolvimento dos municípios.

3. Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

Nacional:

Águas e mudanças climáticas (incluindo eventos críticos).

Escassez (qualidade/quantidade) dos recursos hídricos.

Sustentabilidade dos aquíferos subterrâneos (modelos de gestão).

Efetiva implantação de base de dados integrada em nível nacional.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

37

Sustentabilidade financeira do sistema com ênfase nos comitês de bacias hidrográficas.

Fortalecimento dos órgãos gestores de recursos hídricos.

Estratégias para o cumprimento da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Capacitação e formação da sociedade.

Gestão do conhecimento.

Construção de indicadores.

Comunicação permanente com a sociedade civil sobre recursos hídricos.

Formas de internalização dos instrumentos de gestão.

Cobrança pelo uso dos recursos hídricos.

Integração dos comitês (esferas federal/estadual).

Pagamento por serviços ambientais.

Criação de uma universidade virtual da água.

Educação para a cidadania.

Integração com outros sistemas e planos (ex. Plano Nacional sobre Mudança do Clima).

Biomas brasileiros.

Representatividade nos comitês de bacias hidrográficas.

Recurso hídrico como eixo estruturante de planejamento, desenvolvimento e investimento, tendo como base a bacia hidrográfica.

Integração de planos que tenham relação com recursos hídricos (diretor, saneamento, etc.).

Aferição da real implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos.

Licenciamento integrado (sistema colegiado).

Uso e reuso racional da água.

Prioridade de investimento em áreas de manancial.

Áreas protetivas nos entornos das áreas de preservação permanente.

Para a Região Hidrográfica do Paraná:

Planejamento estratégico.

Geração de energia hidrelétrica.

4. De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

38

Realizando campanhas no âmbito dos comitês de bacias hidrográficas.

Garantindo o custeio para participação da sociedade civil.

Construindo estratégia de divulgação e mobilização que garanta a participação de atores comprometidos com os recursos hídricos, com tempo hábil de informação, e visando sua atuação qualitativa na CONAGUAS.

Organizando um calendário de realização de conferências regionais.

Sensibilizando de forma ampla instituições formadoras como academias e escolas.

Utilizando videoconferências para mobilização prévia e durante o evento (transmissão simultânea).

Organizando encontros regionais a partir de sub-bacias.

Garantindo a participação com representação paritária (poder público/usuários/ sociedade civil).

__________________________________________________

Grupo 5: Atlântico Sul e Uruguai

1. De que forma a CONAGUAS poderá fortalecer o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)?

Palavras-chaves: comunicação, linguagem, efetividade, continuidade, envolvimento.

Propondo um programa de comunicação, de modo que as informações cheguem à sociedade com linguagem clara, acessível e descomplicada.

Divulgando a CONAGUAS e a Política do SINGREH.

Promovendo efetividade e continuidade no processo da CONAGUAS.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Promovendo participação e envolvimento social.

Estimulando a integração das políticas públicas.

Aumentando a efetividade da Política.

Tornando os mecanismos de monitoramento social do SINGREH mais efetivos.

2. Quais as diretrizes que devem orientar a CONAGUAS?

Palavras-chaves: fortalecimento, integração, clareza.

Foco no fortalecimento do SINGREH.

Promover integração do SINGREH com o SISNAMA.

Garantir clareza sobre limites e alcance da CONAGUAS e seu caráter consultivo com relação às funções do SINGREH.

Garantir que os comitês sejam células construtivas da CONAGUAS.

Promover maior integração de políticas públicas correlatas.

3. Quais os temas prioritários para a CONAGUAS (Nacional e por Região

Hidrográfica)?

Nacional:

Temas abordados na Pré-CONAGUAS 2010: Os Desafios da Consolidação do SINGREH; Sustentabilidade Econômica e Financeira; Gestão de Recursos Hídricos e as Mudanças Climáticas e Ambientais.

Princípio protetor/recebedor (PSA). Políticas de incentivos.

Elaboração e implementação dos planos (PNRH, estaduais e de bacias hidrográficas).

Articulação da gestão hídrica com o uso e ocupação dos solos.

Para as regiões hidrográficas Atlântico Sul e do Uruguai:

Participação dos municípios na Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH).

Articulação da Política do SINGREH com políticas de saneamento e saúde.

Pactuação e divulgação dos planos existentes e suas metas.

4. De que forma envolver a sociedade no processo de construção da

CONAGUAS?

Capacitando e instrumentalizando os comitês de bacias hidrográficas para atuação no processo de mobilização.

Desburocratizando os mecanismos de organização das conferências.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Assegurando a integralidade das contribuições dos comitês de bacias hidrográficas.

Propondo mecanismos de integração interinstitucionais no âmbito do SINGREH.

Editando materiais com “tradução” de conteúdos técnicos para uma linguagem popular acessível.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

41

6.3 RELATÓRIOS DOS GRUPOS DE TRABALHO TEMÁTICOS (os relatos destes grupos se estruturaram a partir de debates conduzidos por

moderadores sobre questões pré-estabelecidas, no entanto, devido às diferentes

metodologias utilizadas – descritas no Anexo I deste documento - apresentam

diferentes resultados)

Grupo 1: Os Desafios da Consolidação do Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)

Palestrantes:

Gilberto Canalli (consultor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente - SRHU/MMA)

Percy Soares (consultor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente - SRHU/MMA)

IMPORTANTE: As propostas abaixo relacionadas foram encaminhadas pelos

participantes do grupo e NÃO foram discutidas ou consensadas no grupo, em função

da mudança de metodologia para a condução do processo de discussão adotada pela

coordenação da Mesa, que priorizou o debate sobre os temas apresentados pelos

palestrantes em detrimento das questões apresentadas como norteadoras para o

debate.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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1. Quais são os aspectos relevantes deste tema?

Financeiros: sustentabilidade do SINGREH, em particular dos comitês de bacias hidrográficas, inclusive com previsão de recursos para custeio no orçamento público. Em alguns estados existem fundos que consideram recursos para o funcionamento dos comitês de bacias hidrográficas.

Legais e normativas: revisão da lei de recursos hídricos de maneira que os recursos de quaisquer fontes públicas que impactem os recursos hídricos sejam avaliados pelos comitês de bacias hidrográficas de maneira terminativa; revisão dos regimentos dos conselhos, de modo que os conselheiros representantes da sociedade civil e dos usuários sejam indicados pelos comitês de bacias hidrográficas.

Conhecer informações relativas à qualidade e quantidade das águas em todas as regiões hidrográficas.

O SINGREH será fortalecido a partir do momento em que assumir o papel relevante na execução de ações concretas, com poder decisório para a aplicação de recursos financeiros.

Ampliar a participação dos municípios na composição dos comitês de bacias hidrográficas, buscando o equilíbrio entre os segmentos.

Capacitação dos órgãos gestores para aplicação e disseminação do SINGREH.

Maior autonomia para atuação do órgão gestor. Existem recursos para a estruturação do SINGREH, mas estes caem na burocracia governamental.

É importante fortalecer os entes integrantes do SINGREH.

De acordo com o texto base, explicitar o que vem a ser “capacitação da sociedade civil”.

Estruturação dos componentes do SINGREH e garantia de recursos.

Identificar os estrangulamentos e gargalos do SINGREH em consonância com os aspectos legais e sua operacionalização.

Consolidar o SINGREH, buscando agilizar a atividade de todas as suas instâncias: Conselho Nacional de Recursos Hídricos, conselhos estaduais de Recursos Hídricos, comitês de bacias hidrográficas, nas diferentes regiões hidrográficas.

Estabelecer um canal de comunicação direta com os comitês de bacias hidrográficas.

Melhorar o financiamento das atividades dos comitês de bacias hidrográficas, antes da criação da agência, considerando editais anuais para projetos com esta finalidade.

Fortalecer a gestão por bacias hidrográficas, ampliando os pactos por macrobacias, a exemplo da bacia do Alto Tietê, Médio Tietê e Baixo Tietê.

A administração pública não reconhece os entes do SINGREH, especialmente os comitês e conselhos, dificultando a operacionalização.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

43

Falta de comunicação.

O SINGREH ainda não funciona completamente, os recursos muitas vezes não chegam às pontas e os comitês nem sempre são consultados sobre obras/empreendimentos na sua região de atuação.

Necessidade de atuação mais efetiva dos comitês de bacias, com a integração de experiências em nível nacional, que poderão ser aplicadas por estes colegiados;

A interferência política nos Comitês é nefasta, pois não querem dividir os sucessos, portanto, devem existir instrumentos que ofereçam condições de participação e respeito.

Possibilidade de revisão de estratégias, funcionamento e representação do SINGREH.

2. Existem especificidades regionais em relação a este tema que devam ser

tratadas de forma diferenciada?

Arranjo Institucional: os arranjos institucionais regionais devem considerar os consórcios públicos, as fundações públicas, delegatárias, inclusive por meio das leis estaduais de recursos hídricos.

Considerar as especificidades regionais e locais (não previstas na Lei Nacional de Águas, nem na forma de aplicação dos recursos), considerando que a forma de gestão local é que fortalece a gestão federal.

Observar as especificidades regionais.

São Paulo possui 22 comitês de Bacia e cinco subcomitês, 18 milhões de habitantes com uma escassez de água já constatada. É preciso uma melhor representação nos conselhos, com liberação de mais verbas para os produtores de água (municípios).

Não influencia na composição do SINGREH.

Quando se observa diferentes leis para cada estado.

Sim, existem especificidades regionais e maturidade política e devem ser tratadas com particularidade.

Sim, no entanto, uma questão comum a todos se refere ao monitoramento ambiental permanente.

A integração dos municípios, de forma oficial, ao SINGREH.

Gestão de bacias transfronteiriças em articulação com outros estados e países.

Gestão participativa buscando envolver a diversidade etno-cultural.

Maior envolvimento dos municípios na gestão de recursos hídricos.

São Paulo: conflitos pelo uso da água.

Não interfere.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

44

Como criar mecanismos financeiros para o governo custear (patrimônio e participação) os comitês de bacias hidrográficas, considerando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Gerenciamento por bacia hidrográfica em um modelo de divisão política adotado no país.

Fundo de Recursos Hídricos extinto no Mato Grosso.

Comitê de Bacia Hidrográfica com poder consultivo e figurativo para a gestão participativa.

Mato Grosso e Região Norte – considerar os comitês de bacias hidrográficas para a gestão da abundância das águas e não de conflitos.

Cabe à Agência Nacional de Águas (ANA) oficializar uma comunicação com os comitês de bacias, oferecendo espaço para a intercomunicação entre eles, assim como para a divulgação de experiências e ações bem sucedidas, possibilitando o compartilhamento.

Facilitando o acesso à informação (atualizar o site na internet) e criando uma rede de informações “linkando” ANA, MMA, Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob), Conselho Nacional de Recursos Hídricos, conselhos estaduais de Recursos Hídricos, comitês de bacias hidrográficas, órgãos gestores, instituições de ensino e de pesquisa e outras correlatas.

3. Como ampliar este debate para todo o SINGREH e a sociedade, visando

identificar estratégias para sua superação?

Alterando a composição dos conselhos de forma a possibilitar uma paridade entre os segmentos que o integram.

Considerando o princípio da inclusão, trazendo para o debate sobre a questão dos recursos hídricos dos três segmentos, buscando nesse processo incluir os formuladores de políticas públicas em Saúde, Saneamento, Meio Ambiente e Uso e Ocupação do Solo.

Oportunizando espaços para a sociedade se apropriar dos processos e informações.

Por meio do envolvimento dos municípios nos colegiados.

Solicitando apoio às federações das indústrias, do Comércio, entre outras, e componentes nacionais da sociedade civil quanto às propostas para adesões mais consistentes.

Estabelecendo restrições na liberação de recursos aos municípios e estados de acordo com o estágio de implementação do SINGREH.

Utilizando os comitês de bacias hidrográficas, os consórcios, subcomitês, conselhos, agentes de saúde, defesa civil, entidades de classe e universidades (que não estão participando dos conselhos).

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Custeando a participação da sociedade civil nos comitês de bacias hidrográficas, amarrando no contrato de gestão da ANA com os comitês e/ou agências delegatárias.

Por meio de realização de debates no âmbito dos conselhos Nacional e estaduais de Recursos Hídricos, sociedade organizada, comitês e chefes de poderes executivos municipais, estaduais e federal e poder legislativo.

Empoderando a sociedade civil organizada, legitimamente representada por meio de sua capacitação e facilidades de participação, por meio dos comitês de bacias e o lançamento de suas representações nas instâncias estaduais (conselhos estaduais de Recursos Hídricos) e federal (Conselho Nacional de Recursos Hídricos).

Utilizando meios de comunicação de massa, além do próprio SINGREH (TV, jornais, escolas).

Descentralizando por macrobacia antes de chegar à Região Hidrográfica (Ex: Bacia do Rio Paraná).

Elaborando um informativo para os comitês de bacias hidrográficas e prefeituras municipais sobre o que está sendo feito e incluir o assunto “água” nos pronunciamentos das autoridades.

Divulgando amplamente o SINGREH.

Repassando autoridade/poder decisório aos comitês de bacias hidrográficas.

Criando mecanismos para facilitar a participação da sociedade em reuniões e eventos.

Possivelmente criando uma lista de discussão on-line.

As representações regionais devem eleger os representantes estaduais/nacionais, buscando assim promover a integração e a capilaridade.

Estabelecendo parcerias com as instituições que trabalham com a comunicação e educação visando o envolvimento estratégico e planejado por segmento ou setor social.

4. Informações complementares

Em relação à proposta de mudança da forma de cobrança pelo uso da água

(apresentada pelo palestrante Gilberto Canalli):

Se para o custeio dos órgãos gestores já há recursos (inclusive contingenciadas) por que criar nova “taxa”?

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

46

Em relação aos principais problemas que o SINGREH apresenta (elencados pelos palestrantes), dentre eles verbas públicas, dificuldade de aplicação dos recursos (baixa capacidade de execução), ausência de recursos para implementar os planos de bacias, falta de integração de ações, arranjo institucional, entre outros, considera-se que estes não podem ser resolvidos com a proposta de diferenciação de cobrança, conforme apresentado, mas pelo contrário.

Assim, a cobrança ampla, geral e irrestrita da outorga representará um novo tributo e custo para os usuários e a sociedade.

__________________________________________________

Grupo 2: Sustentabilidade Econômica e Financeira

Palestrantes:

Patrick Tomas (Agência Nacional de Águas)

Rodrigo Spezialli (Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério

do Meio Ambiente)

1. Quais são os aspectos relevantes deste tema?

Focar esforços em outras fontes de recursos (ex: fundos aportados a partir de empréstimos tradicionais, CFURM, compensação financeira, etc.).

Necessidade de articular o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), otimizando a capacidade de arrecadação.

Possibilidade de avanço da participação dos municípios no SINGREH a partir dos seus recursos públicos arrecadados para gestão ambiental (30%).

Necessidade de diferenciação da cobrança para poluidores diferentes.

Foto: SRHU/MMA Foto: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Incluir a questão dos comitês de bacias hidrográficas estaduais na abordagem federal do tema da cobrança.

Ampliar a discussão: metodologia de cobrança e seus processos de implementação.

Sugere-se que o Plano Nacional de Recursos Hídricos considere o levantamento do custo da gestão de recursos hídricos no Brasil.

Debater “como” estimular que os investimentos de governo em recursos hídricos aumentem e se tornem mais perenes (influenciar tomadores de decisão, fortalecer água na agenda política, etc.).

Rever os mecanismos de cobrança, com a diferenciação dos valores em função de especificidades regionais, setoriais, etc. (ir além de uma proposta única)

É necessário debater a sustentabilidade dos comitês de bacias hidrográficas (como se financiar?).

Necessidade de discutir os critérios hídricos para alocação de recursos das demais políticas públicas para o setor de recursos hídricos.

Incentivar os comitês de bacias hidrográficas na implementação dos demais instrumentos da política necessários e prévios à cobrança.

Capacitação técnica para as agências.

Disciplinar legalmente a aplicação dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM) - estados/municípios, em recursos hídricos.

Alterar a lei que vincula a aplicação dos recursos da cobrança às bacias de origem.

Discutir formas para que o recurso arrecadado permaneça na Agência de Bacia, diminuindo o caminho até que retornem para execução em seus territórios.

Sugere-se que sejam criadas agências por estado, pois a administração de grandes comitês é de difícil consenso.

Estudar formas de liberação mais rápida dos recursos arrecadados.

Propõe-se que seja aprofundada a discussão do “método dedutivo” para a construção da tarifa (calcular inicialmente o tamanho da tarefa a ser cumprida e a partir daí o valor da tarifa) - o custo da tarifa deve estar à altura da reparação do impacto decorrente do uso da água na bacia.

Permitir que as empresas de saneamento abatam o valor correspondente à implantação das obras nos valores devidos na cobrança.

Propõe-se usar como fonte financeira para o sistema a correção dos valores financeiros para as atividades agrícolas que são devolvidos aos bancos, não aumentando, portanto, o custo do financiamento do agricultor.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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2. Existem especificidades regionais em relação a este tema que devam ser

tratadas de forma diferenciada?

Necessidade de desenvolver modelos de cobrança diferenciados para as regiões úmidas e semi-áridas, assim como para os diferentes biomas.

O Plano Nacional de Recursos Hídricos não pode desconhecer as experiências de gestão regionais, principalmente o caso da cobrança no Ceará, como um instrumento de gestão (sugere-se que a Agência Nacional de Águas-ANA realize visitas técnicas para conhecer o modelo).

Deve-se considerar a especificidade das regiões onde estão instaladas empresas de geração de energia hidrelétrica.

Analisar a possibilidade de utilização de recursos, tomando como exemplo como ocorre com os recursos do FEHIDRO SP, para a manutenção dos comitês, em especial para os que ainda não iniciaram a cobrança.

Sugere-se que sejam destinados percentuais de royalties/compensação financeira de hidrelétricas para projetos de recuperação/conservação de bacias hidrográficas.

As realidades sociais, econômicas e culturais e o grau de implementação do Sistema de Recursos Hídricos devem ser específicos para cada região.

Considerar especificidades da implementação da gestão de recursos hídricos nos estados como, por exemplo, os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (neste último a legislação estadual não reconhece a figura da agência de bacia).

Sugere-se que antes de um possível reajuste na cobrança do Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) seu cadastro de usuários seja atualizado.

Sugere-se que a situação econômico-social seja medida por meio do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou de outro indicador.

3. Como ampliar este debate para todo o SINGREH e a sociedade, visando

identificar estratégias para sua superação?

Desenvolvendo capacidades para melhorar o gasto com transparência, eficiência e efetividade.

Viabilizando o custeio de atores do poder público aos eventos da ANA.

Garantindo que os comitês de bacias hidrográficas sejam o centro local das discussões, ampliando o círculo representado, mas sempre via comitês.

Iniciando a CONAGUAS nos municípios (municipal e regional) coordenada pelos comitês de bacias hidrográficas, dando ênfase à importância da cobrança não como um imposto a mais.

Incentivando o aumento da participação dos municípios no cadastramento de usuários a fim de fortalecer mecanismos de gestão e controle.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Promovendo reuniões locais e regionais para discutir e difundir o tema “compensação financeira”.

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Grupo 3: Gestão de Recursos Hídricos e as Mudanças Climáticas

e Ambientais

Palestrantes:

Luís Eduardo Tinoco (Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do

Ministério do Meio Ambiente)

Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas (Instituto Virtual Internacional de Mudanças

Globais/Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia-

COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro)

1. Quais são os aspectos relevantes deste tema?

Pontos principais:

Como tratar as incertezas devidas às mudanças climáticas:

- Investimento em pesquisa (solo e adoção de tecnologias nesse âmbito, por exemplo);

- Monitoramento e integração dessas pesquisas;

- Atenção ao tratamento dos dados;

- Consideração dessas incertezas nas tomadas de decisões;

- Aprimoramento e integração das redes de monitoramento superficial e subterrâneo, climático e hidrológico.

Foto: Eliseu Ayabe Foto: Eliseu Ayabe

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas:

- Elaboração de planejamento preventivo em todas as instâncias de administração.

Conflitos sociais e ambientais:

- Refugiados do clima.

Distribuição dos recursos hídricos:

- Mudanças climáticas podem causar uma alteração da disponibilidade hídrica.

Questão econômica:

- Resgate das dívidas dos atingidos por barragens;

- Mudança na matriz energética;

- Mudança da economia e das culturas trabalhadas nas regiões afetadas, buscando a adaptação às mudanças;

- O modelo agrícola atual muitas vezes não se sustenta frente às mudanças climáticas;

- Aumento de capacitação usando a implantação de sistemas agroflorestais que cumprem a legislação e geram renda.

Necessidades:

Mapeamento das vulnerabilidades ambientais.

Implementação de ações concretas para mitigar efeitos que tenham impacto nos recursos hídricos, ecossistemas locais e microclimas.

Avaliação de cenários de desertificação (Nordeste).

“Apaziguamento” e integração de metodologias de gestão de recursos hídricos e mudanças climáticas.

Inserção do tema “mudanças climáticas” no SINGREH, por meio de planejamento e dos instrumentos.

Integração da gestão de água com a Defesa Civil e as políticas do Ministério de Integração Nacional (que cuida das barragens).

Contemplação de ações para gestão de recursos hídricos pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC).

2. Existem especificidades regionais em relação a este tema que devam ser

tratadas de forma diferenciada?

Recursos hídricos escassos, baixos índices de precipitação, construção de barragens para contenção de água, cisternas, retenção de sedimentos, etc. É preciso pensar soluções tecnológicas para mitigar os efeitos das adversidades climáticas que afetam o Semiárido, sobretudo na relação solo-água-vegetação.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Avanço em legislações de alguns estados do nordeste, porém no Semiárido haverá problema de disponibilização hídrica em relação à quantidade e capacidade de distribuição.

Há grandes eventos meteorológicos antagônicos (estiagens prolongadas, grandes enchentes).

O tema não tem afetado a Política Nacional de Gestão, as pesquisas são superficiais, muito imprecisas, com poucas abordagens, além da maioria aparecer como solução pontual e individual.

Os planos nacionais de gestão que estão sendo revisados não se integram, não se complementam, bem como não contemplam as mudanças climáticas.

Com o excesso de inundações, o governo não soube controlar as vazões, o que provocou sérios problemas para a capital paulista.

O sistema Cantareira não desenvolve nenhuma pesquisa de impacto ambiental.

O tema está em construção, porém o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Jundiaí e Capivari (PJC) está se organizando para aprofundar pesquisas de gestão integrada para atuar com mais eficiência no sistema de recursos hídricos.

Em todos os estados há plano de manejo florestal, porém existe uma demora demasiada para aprová-lo, cerca de 10 meses, enquanto para a supressão de árvores a demora na tramitação é de menos de 30 dias. E a cobrança pelos serviços segue a mesma proporção. Ou seja, é muito mais caro aprovar um plano de manejo do que solicitar o corte de árvores.

A velocidade das mudanças climáticas são bem mais rápidas do que a implantação dos instrumentos de gestão, a pouca implementação desses instrumentos causa uma inércia dos atores do sistema, bem como a pouca disponibilidade de dados causa deficiência de informação para a sociedade.

Os resíduos sólidos provocam mais gases de efeito estufa (metano) e a Política Nacional para a questão incentiva apenas o aterramento sanitário como solução para o problema; é preciso buscar soluções alternativas para minimizar os impactos no ambiente.

Urge-se a implementação de um planejamento que permita desenvolver mecanismos de proteção de forma preventiva, bem como a busca de inovações tecnológicas socialmente justas e ambientalmente corretas para atender a sociedade.

3. Como ampliar este debate para todo o SINGREH e a sociedade, visando

identificar estratégias para sua superação?

Divulgação a todos os setores da sociedade – educação reversa (programa).

Elaboração de materiais educativos com linguagem acessível para o grande público, campanhas institucionais e publicitárias.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

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Eventos temáticos congregando medidas mitigadoras, conhecimentos tradicionais e científicos, enfocando aspectos como vulnerabilidade e adaptação.

Encaminhamentos de debates para integração com o SINGREH.

Capacitação dos gestores – secretários, presidentes dos conselhos - sobre como conduzir os processos.

Envolver as organizações não-governamentais locais com termos de referência para capilarizar os processos.

Construir sistemas de alerta para eventos extremos e esclarecer riscos com o apoio da Defesa Civil.

Ampliar e fortalecer a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) nos diversos setores.

Priorizar políticas públicas aplicadas às populações que vivem em áreas de vulnerabilidade.

Fomentar a criação de fóruns sobre mudanças climáticas integrando-os ao SINGREH.

Ampliar as discussões intersetoriais para debater as incoerências das políticas.

Promover debates e circulação de informações nos comitês de bacias hidrográficas.

4. Informações complementares

A) O professor Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas, do Instituto Virtual

Internacional de Mudanças Globais (IVIG/COPPE/UFRJ), falou sobre vulnerabilidade e

possibilidades de adaptação dos recursos hídricos às mudanças climáticas globais,

abordando os seguintes temas:

Discussões do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que teve como tema contribuições à construção da posição brasileira na COP-15. O site do evento é www.forumclima.org.br.

Ilustrações e gráficos que mostram a ação do efeito estufa e o aumento das temperaturas médias globais ao longo dos anos.

Desastres naturais decorrentes ou relacionados a mudanças climáticas na mídia e obras cinematográficas que abordam o tema.

Impactos previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), no relatório de 2007, como o aumento da frequência de eventos de precipitação extrema, elevando o risco de inundações e de efeitos adversos da qualidade da água superficial e subterrânea, e o aumento da extensão das áreas afetadas por secas, gerando escassez generalizada de água.

Discussão sobre emissões de gases de efeito estufa:

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

53

- Todos os países devem adotar ações para limitar emissões e conter o aquecimento global a 2ºC até o final do século;

- As ações e o esforço dos países não podem ser equivalentes, mas sim ponderar suas responsabilidades históricas de emissões;

- Países desenvolvidos devem ter reduções obrigatórias de emissões (metas internacionais), em função de sua responsabilidade histórica para o aquecimento global;

- Países em desenvolvimento, como o Brasil, devem reduzir o ritmo de suas emissões para se desenvolver em busca de uma economia de baixo carbono, e tendo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o National Appropriate Mitigation Action (NAMA) como instrumentos de apoio;

- A maior contribuição do Brasil para reduzir suas emissões é o estrito controle do desmatamento e a ampliação do uso de energias renováveis.

Discrepâncias internacionais:

- Austrália e Etiópia apresentam variabilidade climática semelhante, mas enquanto o armazenamento de água por pessoa na Etiópia é de 45 m³, na Austrália é de 5.000 m³/pessoa;

- Estados Unidos e Nepal apresentam potencial hidrelétrico semelhante, mas enquanto a capacidade instalada nos EUA passa de 97.000 MW, a capacidade instalada do Nepal é de 800 MW.

Ilustrações, mapas e gráficos sobre tendências de precipitação no Brasil, distribuição dos recursos hídricos por região, riscos aos biomas brasileiros, desertificação do Nordeste.

Projetos alternativos para captação e armazenamento de água, irrigação econômica e plantio de outras culturas no Nordeste.

Bacia Amazônica:

- Garantia de abastecimento de água em eventos extremos na Amazônia, com destaque para um programa de cisternas e poços artesianos;

- Pesquisa para o tratamento descentralizado da água doce para produção de água potável no interior da região;

- Energias renováveis nas comunidades isoladas, sobretudo, utilizando-se dos recursos da Conta Consumo de Combustíveis (CCC), que subsidia o diesel para geração elétrica nos sistemas de elétricos isolados (no interior);

- Uso de biomassa na geração de energia em comunidades com mais de 20 famílias e inferior ao uso da energia solar;

- Piscicultura com espécies da região;

- Capacitação da população para conservação de alimentos e uso racional da água.

Bacia do Rio Paraná:

- Usos múltiplos e conflitos;

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

54

- Situação do Reservatório de Furnas.

Medidas de adaptação dos usos da água aos riscos de mudanças climáticas globais:

Ações estruturais:

- Construção/modificação de infra-estrutura física;

- Remoção de sedimentos de reservatórios para mais armazenamento;

- Transferências de energia e água entre bacias hidrográficas (integração regional e continental);

- Despoluição de bacias hidrográficas.

Ações não estruturais:

- Gestão adaptável de sistemas de provisão de água existentes;

- Mudança de regras operacionais;

- Uso conjunto de águas atmosféricas, superficiais e subterrâneas;

- Integração da gestão costeira à gestão de águas interiores;

- Integração dos sistemas de operação de reservatórios;

- Coordenação entre oferta e demanda de água (consuntivos e não consuntivos) e energia (recursos renováveis, não renováveis e uso eficiente).

B) Luís Eduardo Tinoco, analista ambiental da Secretaria de Mudanças Climáticas e

Qualidade Ambiental do ministério do Meio Ambiente, falou sobre o novo marco legal

e institucional e as metas do clima, abordando os seguintes temas:

Desafios no âmbito das mudanças climáticas:

- Estabilizar a concentração de gases de efeito estufa em um nível que impeça a interferência antrópica perigosa no sistema climático;

- Adaptar-se à atual e futura mudança do clima.

Trunfos do Brasil na 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das

Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), realizada em dezembro de

2009:

- Política Nacional sobre Mudança do Clima - Lei nº 12.187/09;

- Fundo Nacional sobre Mudança do Clima - Lei nº 12.114/09;

- Fundo Amazônia: 5 projetos já aprovados;

- Menor desmatamento da Amazônia em 21 anos: 7 mil km²;

- Painel Brasileiro sobre Mudanças do Clima.

Política: princípios, diretrizes, objetivos e instrumentos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

55

Compromisso voluntário nacional - redução de 36,1% a 38,9% das emissões nacionais previstas para 2020 (equivale a uma redução de cerca de 1 bilhão de toneladas de CO² nesse ano).

Eixos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima.

Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.

Avanços na COP-15 e expectativas para a 16ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-16).

5. Proposições e Estratégias para superação do problema

Investimento em pesquisa (solo e adoção de tecnologias nesse âmbito, por exemplo).

Monitoramento e integração dessas pesquisas.

Atenção ao tratamento dos dados.

Desenvolvimento de tecnologias que permitem conhecer melhor o problema e intervir estrategicamente para atenuar impactos produzir efeitos mais eficazes para cada solução.

Consideração das incertezas devidas às mudanças climáticas nas tomadas de decisões.

Aumento de investimento em monitoramento, pesquisa e desenvolvimento, bem como no tratamento das informações, tendo em vista subsidiar a tomada de decisões mais objetivas e práticas.

Fortalecimento, aprimoramento e integração das redes de monitoramento superficial e subterrâneo, climático e hidrológico.

Elaboração de planejamento preventivo em todas as áreas do SINGREH, para depois expandir para todas as áreas da administração pública.

Resgate das dívidas dos atingidos por barragens.

Mudança na matriz energética.

Mudança da economia e das culturas trabalhadas nas regiões afetadas, buscando a adaptação às mudanças.

Aumento de capacitação usando a implantação de sistemas agroflorestais, que cumprem a legislação e geram renda.

Mapeamento das vulnerabilidades ambientais.

Estabelecimento de metas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, sobretudo para atender aos refugiados do clima.

Implementação de ações concretas para mitigar efeitos que têm impacto nos recursos hídricos, ecossistemas locais e microclimas.

Avaliação de cenários de desertificação (Nordeste).

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

56

“Apaziguamento” e integração de metodologias de gestão de recursos hídricos e mudanças climáticas.

Inserção do tema “mudanças climáticas” no SINGREH por meio de planejamento e dos instrumentos.

Integração da gestão de água com a Defesa Civil e as políticas do Ministério de Integração Nacional (que cuida das barragens).

Contemplação de ações para gestão de recursos hídricos pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.

Fortalecimento dos mecanismos de aproveitamento das águas.

Fortalecimento das iniciativas de transversalidade das políticas públicas para superação das adversidades regionais, tendo em vista a adaptação às mudanças climáticas.

Promoção de melhorias na matriz energética, sobretudo no desenvolvimento de tecnologias limpas para geração de energia.

Revisão do Plano Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-LCD).

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

57

6.4 RELATÓRIOS DAS ATIVIDADES EM PLENÁRIA

Pronunciamento do secretário Silvano da

Costa durante a Cerimônia de Abertura Foto: SRHU/MMA

Apresentação Cultural “A Velha do Rio” durante a Cerimônia de Abertura

Foto: SRHU/MMA

Lançamento da publicação “Manual sobre Água - conservação, uso racional e reuso” durante a Cerimônia de Abertura

Foto: SRHU/MMA

Apresentações de Grupos de Trabalho por Região Hidrográfica em Plenária Fotos: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

58

Apresentações de Grupos de Trabalho Temáticos em Plenária

Fotos: SRHU/MMA

Mesa de Encerramento da Pré-CONAGUAS

Foto: SRHU/MMA

Mesa 1: Contextualização e Explanação da Metodologia

Foto: SRHU/MMA

Apresentação do “Relatório Conjuntura

dos Recursos Hídricos no Brasil”

Foto: SRHU/MMA

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

59

Cerimônia de Abertura

(relato livre)

Integrantes da Mesa:

Carlos Minc (Ministro de Estado do Meio Ambiente)

Silvano Silvério da Costa (Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente – SRHU/MMA)

Vicente Andreu Guillo (Diretor-Presidente da Agência Nacional de Águas)

Deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA)

Everton Luis da Costa Souza (Presidente da Associação Brasileira de Águas

Subterrâneas)

Lupércio Ziroldo (Presidente do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas)

José Augusto Tosato (Diretor Socioambiental Participativo do Instituto de Gestão das

Águas e Clima da Bahia)

Maria de Lourdes Pereira dos Santos (Companhia Vale do Rio Doce)

Juan Carlos Sotuyo (Diretor-Superintendente da Fundação Parque Tecnológico de

Itaipu)

Primeiramente foi apresentado em telão o vídeo institucional do Programa Cultivando

Água Boa, de Itaipu. Logo após, a Mesa de Abertura foi composta e iniciaram-se os

pronunciamentos, intercalados pelo lançamento de uma publicação e a entrega de

uma placa de homenagem, na seguinte ordem:

Secretário Silvano da Costa

O secretário abriu o evento e em breve discurso destacou que a Pré-CONAGUAS é

uma discussão em conjunto, uma forma de pensar questões que ainda não foram

avaliadas. Afirmou que a realização da Pré- Conferência a partir dos entes do

SINGREH é algo bastante simbólico, inclusive por não termos esta instância da

Conferência Nacional prevista em lei.

O que a Sociedade espera da Conferência? Ter um esboço do Plano como peça de

planejamento do Sistema, rever diretrizes, “montar” o Plano de forma conjunta.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

60

Chamou atenção para o passo inicial que se dá para uma revisão do Plano Nacional

de Recursos Hídricos de forma descentralizada e discutida. Esta será a primeira

revisão do plano, mostrando que ele é vivo e tem uma dinâmica. Esboço de como ele

pode ser usado pela sociedade.

Ministro Carlos Minc

O ministro Carlos Minc abordou os seguintes temas:

Avanço da gestão de recursos hídricos no Brasil.

Contentamento pelo avanço na consciência sobre o tema água.

Questão da contaminação: saúde; vida; biodiversidade.

Aprovação da Lei dos Resíduos Sólidos, redução das contaminações dos pontos hídricos, fazendo com que haja uma gestão mais cuidadosa dos resíduos.

Alguns agrotóxicos usados no Brasil já são proibidos em outros países, existem substitutivos mais adequados.

Campanha “Saco é um saco” - reduzir o uso de sacos plásticos (-600 milhões em 2009).

Repovoamento das margens – matas ciliares, programa de pagamento por serviços ambientais (vale para florestas e recomposição das matas ciliares), “produtores de água”.

Grandes captadores de água deveriam ter obrigação na recomposição das matas ciliares e no repovoamento.

Visão do uso múltiplo integrado.

Aprovação do Plano Estratégico da Bacia Tocantins-Araguaia - hidrelétricas que geram energia, planejamento de usos múltiplos.

O MMA ficou por muito tempo centrado na Amazônia (conseguiu-se baixar o nível de desmatamento), mas também passou a se preocupar com todos os biomas. Importância do Cerrado – onde está grande parte das nascentes de bacias hidrográficas. O desmatamento do cerrado não afeta apenas a biodiversidade, mas gera perda de água, que prejudica a agricultura e a geração em hidroelétricas.

“Fundo Clima” – Mudanças Climáticas – 1 bilhão/ano - fundo para áreas que sofrem mais com mudanças climáticas - principalmente Nordeste.

Projetos de recuperação de mananciais – todas as bacias.

"Vamos tirar as hidrovias do papel"

1ª Conferência Nacional de Saúde e Meio Ambiente: Compromisso pelo saneamento ambiental – avanços no saneamento.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

61

PAC 2 - foco nas áreas urbanas, na gestão dos resíduos, saneamento, aterros sanitários e programa habitacional - "não se resolve a questão ambiental no Brasil sem um forte investimento na questão social".

Lançamento da publicação “Manual sobre Água: Conservação, Uso

Racional e Reuso”

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Egon

Krakhecke, realizou o lançamento do “Manual sobre Água: Conservação, Uso racional

e Reuso”, fruto da parceria entre a organização não governamental Associação Novo

Encanto e o MMA, por meio do Projeto Gestão Ambiental Rural (Pro-Gestar).

Homenagem ao ministro Carlos Minc

O presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, Everton Souza,

entregou uma placa em homenagem ao Ministro pelos serviços prestados à frente do

MMA.

José Augusto Tosato

Fez o pronunciamento em nome do Fórum de Órgãos Gestores de Recursos Hídricos,

destacando que o debate nacional é um passo de consolidação ao que tem sido construído e que se caracteriza como um reconhecimento ao esforço realizado em todos os âmbitos.

Destacou a importância do evento pelo publico presente (membros do SINGREH) e ressaltou que poderão contar com os Órgãos Gestores de todo o país na realização desta Conferência, que terá como objetivo maior fortalecer o SINGREH.

Deputado Zezéu Ribeiro

O deputado falou sobre a importância da aprovação da PEC do Semiárido - Cerrado e Caatinga. Destacou que o Semiárido brasileiro é o mais habitado do mundo e, dependendo de como for tratado, pode ser fonte de riquezas.

Informou que em agosto de 2010 acontecerá o Encontro Nacional sobre

Desertificação, em Fortaleza, Ceará.

Falou sobre a necessidade de colocar na pauta a PEC da Revitalização do Rio São Francisco e chamou a atenção para o desafio nordestino que é o gerenciamento dessa interligação das bacias. Quem vai gerir esse sistema? Qual o modelo?

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

62

Vicente Andreu

O diretor da ANA falou sobre a necessidade de fortalecimento do Comitê de Bacia Hidrográfica na PEC da Revitalização do Rio São Francisco. Necessidade se aproveitar o fim do período de pagamento de hidroelétricas em 2014/2015 para direcionar esse fundo excedente para revitalização do São Francisco e de outras bacias.

Gestão de Recursos Hídricos X Gestão Ambiental. Código Florestal Brasileiro - Agência Nacional para opinar a respeito.

Sugestão para a Pré-Conferência: posicionamento quanto ao PL-315/2009 – trata do aumento da parcela de recursos da compensação financeira a ser repassada aos municípios (para que fique maior que a dos estados), o que poderia comprometer a sustentabilidade financeira do SINGREH.

Defendeu uma maior representação da sociedade civil e dos comitês de bacias no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Destacou a participação ativa do Brasil em Kopenhagen, se propondo inclusive a assumir metas.

Ressaltou a importância da articulação/integração da gestão ambiental e de recursos hídricos (a meta é aproximar cada vez mais estas gestões).

A CONAGUAS poderá se caracterizar como a alma do SINGREH, como um compromisso político mais amplo, respeitando evidentemente as instâncias do sistema, buscando focar numa agenda nacional

Após os pronunciamentos, os integrantes da mesa retomaram seus lugares na

platéia e a Cerimônia de Abertura foi finalizada com a apresentação cultural “A Velha

do Cerrado”, interpretada pela artista e analista ambiental do Ministério do Meio

Ambiente, Larissa Malty.

__________________________________________________

Mesa 1: Contextualização e Explanação da Metodologia

(relato livre)

Coordenador: Marco Neves (Diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de Recursos

Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente - SRHU/MMA)

Participantes:

Weber Avelar da Silva (Assessor da Secretaria geral da presidência da República

SG/PR)

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

63

Samira Crespo (Secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do

MMA)

Franklin de Paula Junior (Gerente de Apoio ao Sistema da SRHU/MMA e coordenador

executivo do evento)

Silvano Silvério (Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA)

Marco Neves

Agradeceu a presença e formou a Mesa, chamando os apresentadores. Informou

sobre o objetivo do evento: valorizar a construção de políticas públicas com

participação social.

Solicitou que o público indicasse quem representava o Conselho Nacional de

Recursos Hídricos (CNRH), cinco; quem veio como representante dos conselhos

estaduais de Recursos Hídricos (CERH), muitos se manifestaram; quem estava

representando os comitês de bacia (a maioria da plenária); quem representava os

órgãos estaduais (aproximadamente uns 20 se identificaram).

Ressaltou a importância de se realizar conferências nacionais sobre temas de

relevância para a sociedade, destacou que o documento entregue sobre a Pré-

Conferência mostrava que 69 conferências haviam sido realizadas desde 2003, isso

mostra a valorização da participação pública na definição de políticas. Ressaltou que

o MMA tem experiência acumulada devi do à realização de três conferências de Meio

Ambiente, uma sobre Mudanças Climáticas e uma conjuntamente com os Ministérios

da Saúde e das Cidades sobre Saúde Ambiental.

Weber Avelar da Silva

Destacou que a partir de 2003 a Secretaria Geral da Presidência (SG/PR) passou a

ter um papel mais ativo, principalmente no diálogo com a sociedade civil, tornando-

se uma referencia de interlocução da sociedade com o governo.

A participação social no governo é fruto do amadurecimento da sociedade. Destacou

que em Belo Horizonte foi festejado os 20 anos da Lei Orgânica do município. Os

municípios após a Constituição de 88 têm um poder muito grande.

O cidadão tem o direito de participar para além do voto e os conselhos são um

desses lugares de participação. As decisões são mais compartilhadas quando em

colegiado.

Estamos em um período de revisão desse poder, pois o Congresso está estudando a

revisão do poder deliberativo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),

querendo que seja um Conselho somente normativo.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

64

Deu como exemplo a transposição do São Francisco, vista como uma derrota da

sociedade, ressaltando que, no entanto, houve várias mudanças que resultaram no

aprimoramento do Projeto devido à participação da sociedade e que estas mudanças

não ocorreriam se a sociedade não tivesse participado e se manifestado.

A democracia em campo abrangente é quando há essa possibilidade de participação,

e esta vem sendo incentivada pelo governo. A democracia em campo restrito é

quando as decisões são tomadas somente pelos integrantes do governo. Por esse

motivo o governo defende o CONAMA perante o Congresso.

Citou que o Ministro Carlos Minc disse da sua satisfação pelo fato do CONAMA

aprovar 18 Resoluções durante o seu mandato, fortalecendo o colegiado perante o

governo.

O compromisso do governo é ampliar a participação nos conselhos, isso aconteceu

no CNRH em 2003. A nova ampliação desses conselhos ainda se encontra na Casa

Civil.

Diálogos de Concertação – exemplificou essa modalidade com o trabalho realizado

no Lago de Furnas, um compromisso do Ministro Tasso Genro que promoveu vários

debates na região envolvendo a sociedade, prefeitos, comitês, a associação Lago

com a Agência Nacional de Águas (ANA). Como resultado o reservatório não tem

uma grande depleção e para atender essa demanda a operação desse reservatório

foi modificada.

Diálogos de Concertação – exemplificou essa modalidade com o trabalho realizado

no Lago de Furnas, um compromisso do Ministro Tasso Genro que promoveu vários

debates na região envolvendo a sociedade, prefeitos, comitês, a associação do Lago

de Furnas com a Agência Nacional de Águas - ANA. Como resultado o reservatório

não tem uma grande depleção e para atender essa demanda a operação desse

reservatório foi modificada. O CNRH teve um papel exemplar neste processo,

contribuindo para a pactuação dos atores envolvidos.

Ampliação da Formas de Participação:

Conselhos;

Conferências;

Mesas de Negociação e diálogo;

Ouvidorias (têm autuado em todos os Ministérios);

Consultas e Audiências Públicas (o governo procura fortalecer o Ibama, exemplo licenciamento da BR163 Sustentável).

Atribuições têm sido dadas à sociedade civil.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

65

Mesas de Negociação e diálogo são instâncias de discussão e construção de

propostas para temas específicos que reúnem os setores diretamente interessados

na questão

Conferências são espaços democráticos. A primeira experiência foi com a Conferência

da Saúde, que serviu como base para as outras.

Reconfiguração do papel do Estado: (i) criação do Ministério das Cidades tem o

Conselho das Cidades que é muito atuante, parceiros do CNRH, da Saúde; (ii)

Conferência do Ministério dos Esportes; (iii) Ministério da Pesca e Aqüicultura foi

deliberação oriunda da 2ª Conferência Nacional da Pesca com participação de

senadores e deputados; (iv) 8 conselhos nacionais foram reformulados, entre eles o

CNRH; mais de 20 conselhos foram criados.

Atualmente a participação da sociedade civil nos conselhos é garantida por que tem

o custeio da viagem paga pelo governo.

Secretária Samyra Crespo

Iniciou questionando quem do plenário já tinha participado de alguma Conferência

Nacional, Estadual ou Municipal. A maioria da plenária se manifestou, ao que ela

concluiu que então falaria para especialistas. Concluiu também que este público

poderá continuar este trabalho de participação popular nos próximos governos.

Pilares da filosofia da participação.

Toda a América Latina sofreu processos de ditadura nas décadas de 60/70. Anos 80

começaram a procurar os caminhos para a democracia. Nessa época havia – Europa,

Estados Unidos - discussão sobre modelo de democracia perfeita: não podia ser a

ditadura da minoria sobre a maioria, mas também não poderia ser a ditadura da

maioria sobre a minoria.

Nessa discussão mundial as conferências mundiais realizadas pelo sistema ONU

vieram com a indicação da pactuação das políticas públicas. O reflexo no Brasil:

abertura da participação social não restrita aos sindicatos, igrejas, etc. Início das

pastorais, em seguida veio o processo da Constituinte onde ocorreram mais de 40

mil emendas populares, o que rompeu com o modelo dominante e centralizado onde

somente os eleitos se manifestavam.

A Rio-92 foi um marco porque permitiu a participação efetiva da sociedade e do

empresariado na própria Conferência governamental. Conceito mais amplo.

A sociedade civil muito ativa, participativa no Brasil. A partir desse momento emerge

o 3º setor: agremiações, associações de classe, recreativas, de igreja, etc. Ou seja,

emergem as organizações não governamentais (ONG). Na Rio-92 foram

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

66

contabilizadas 1.400 ONG militantes, mas se fossem contadas as do 3º setor seriam

mais de 10 mil.

Como criar um modelo que abrangesse toda essa diversidade de organizações.

O Secretário Executivo da Rio-92 – Mauricio Strong – foi quem lutou para que essa

Conferência fosse completamente diferente. Assim, pela primeira vez a sociedade

civil pode participar efetivamente da Conferência e as associações empresariais

também.

A Conferência de Meio Ambiente de 1972 tinha indicado que os países, estados e

municípios deveriam criar estruturas governamentais e colegiados. Percebeu-se que

isso não era suficiente e assim a de 1992 trouxe os empresários e a sociedade para o

debate porque queria que houvesse uma mudança no modo de consumo e para tal

esses dois segmentos são básicos na discussão.

O termo “stackhold” deve ser visto como atores envolvidos e grupos vulneráveis que

pactuam a solução do problema. Não podemos restringir a uma visão de que são os

parceiros. No entanto sempre comparece para o debate a parte mais organizada da

sociedade. Há necessidade de incluir os grupos vulneráveis, definidos na Rio-92

como: étnicos, mulheres, idosos, crianças e jovens.

Ampliação da esfera pública com representação política.

Grande impacto no desenvolvimento do meio ambiente do Brasil: degelo entre os

grandes grupos e lutas de classe; degelo do preconceito entre os segmentos. O que

tem facilitado as mesas de negociação onde se pratica a escuta: escutar o

argumento do outro. É possível uma agenda comum quando se escutam todos os

argumentos: essência da Agenda 21.

A atual política de governo é uma política socioambiental e não só ambiental. Mostra

um slide onde caracteriza a governabilidade e a governança (destaca que há um

pequeno erro já que o “E” representando o estado não ficou claro).

Governabilidade: menor penetração da sociedade civil.

Governança: esfera de coesão social e política. Numa época como a atual onde

predomina o pragmatismo se esquece de fundamentos e princípios. Na governança

cabe a valoração de valores cívicos, ética, princípios.

Hoje está sendo discutido o modelo de governança do Brasil pelo Congresso e, como

estão atacando o CONAMA, provavelmente depois atacarão os outros conselhos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

67

O governo não está conseguindo realizar a integração das políticas públicas, uma das

demandas da sociedade oriunda de várias conferências.

Conferências de Meio Ambiente

Na primeira Conferência houve a participação de 70 mil pessoas, na segunda 100 mil

e na terceira umas 120 mil. Ainda é um número pequeno da sociedade que está

sendo mobilizada.

Houve mais de 1.500 deliberações. O que fazer com todas essas deliberações? Como

transformar em políticas públicas?

Ou seja, as conferências têm que ser focadas, isso aconteceu somente na

Conferência de Mudanças Climáticas, 2009, que influenciou na definição da política

porque foi focada.

A área ambiental é basicamente transversal depende dos outros ministérios. Em

2009 começaram as conferências integradas: Ministério das Cidades, Saúde e Meio

Ambiente.

Provocação: a CONAGUAS devia integrar a SRHU/MMA e a ANA. Pensar um modelo

diferente de Conferência.

Franklin de Paula Junior

Agradeceu a presença da plenária e dos convidados da Mesa. Informou que a idéia

da Conferência Nacional de Águas surgiu no segundo semestre de 2009 com o ex-

secretário Vicente Andreu Guillo, atual presidente da ANA. Assim, foi definido este

evento - Pré-Conferência - para orientar os rumos da CONAGUAS. O evento ocorre

nesta data para se inserir nas festividades do Dia Mundial da Água que este ano tem

o tema, definido pela ONU: “Água limpa para um mundo sadio”. Insere-se também

no contexto do Decênio Internacional da Água e na Década Brasileira da Água,

ambos instituídos para o período 2005-2015.

Denominação da palestra: “Aquecendo as reflexões e temperando os debates”.

Objetivo geral da Pré-Conferência: elaborar critérios e diretrizes para a construção da

futura Conferência das Águas.

Objetivos específicos: contribuir com a revisão do Plano Nacional de Recursos

Hídricos.

O que deverá ser a Conferência: canal de interação entre os entes e os atores do

SINGREH constitui-se também um canal de diálogo ampliado com a sociedade. A

Conferência não é deliberativa, é uma instância consultiva. Deverá aferir a política

que está em andamento. É um complemento às instâncias existentes.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

68

Por que e para quê a Conferência?

É o momento propício porque já há um amadurecimento democrático do Sistema e

da sociedade e experiências acumuladas em participação em conferências. É o

reconhecimento à importância do tema “Água” e também oportunidade para a

capilarização da Política e enraizamento dos conceitos, fundamentos e diretrizes

estabelecidos na Lei nº 9.433/97.

É a oportunidade de compartilhar com a sociedade o conhecimento adquirido sobre a

água, é um espaço pedagógico. Possibilitará intercâmbio de conhecimentos técnico e

social, um diálogo entre os diferentes saberes.

Construir uma Agenda Nacional de Águas que oriente o SINGREH. Fortalecer o tema

da água nos governos e nos setores da sociedade.

Ampliar o diálogo com a sociedade de maneira inclusiva e democrática. Valorizar as

múltiplas formas de relação com a água.

Construir novos padrões de relação entre Estado e sociedade, ampliando a esfera

publica e compartilhando o protagonismo na formulação e na implementação da

Política das Águas.

Com quem será realizada a CONAGUAS? Deverão ser definidos os atores nesta

reunião.

Respeitar o desenho do SINGREH; respeitar a complexidade da sociedade brasileira,

que tem grande capacidade de participação. Incorporar a diversidade da sociedade

brasileira: a pluralidade étnica e cultural.

Quando ocorrerá?

Em 2011, a partir de etapas preparatórias? Que periodicidade deverá ter?

Uma possibilidade é haver pré-conferências por bacia hidrográfica ou região

hidrográfica, por estados e uma Nacional em Brasília, com coordenação geral do

MMA, mas conduzidas pelo SINGREH.

Há necessidade que se dêem sugestões sobre os temas a serem abordados, como

Mudanças Climáticas, Saneamento, etc.

Quem serão os delegados da CONAGUAS? Delegação híbrida: membros do SINGREH

+ sociedade que ainda não participa do sistema? Incorporar novos atores, que

fortaleçam o pertencimento territorial?

Encerrou-se a Mesa e a moderadora Rosana Garjulli apresentou a metodologia de

trabalho para o grupo.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

69

__________________________________________________

Mesa 2: Apresentação dos Resultados dos Grupos de Trabalho

por Região Hidrográfica

(relato livre)

Moderadora: Rosana Garjulli (consultora SRHU/MMA)

A apresentação foi realizada pelos Relatores dos Grupos de Trabalho:

GT 1 - São Francisco, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste: José Augusto Tosato

GT 2 - Nordeste Oriental e Paranaíba (o representante do governo do Maranhão

participou deste GT, já que o Nordeste Ocidental não estava mencionado na divisão):

Hugo Rocha e Silva

GT 3 - Amazônica, Araguaia-Tocantins, Paraguai: Vera Lucia Reis

GT 4 - Paraná: Everton Luis da Costa Souza

GT 5 - Atlântico Sul e Uruguai: Julio César

Neste documento são reportadas somente as discussões que ocorreram no momento

da plenária, tanto as verbalizadas quanto as apresentadas por meio escrito.

Contribuições verbalizadas

José Augusto Tosato ressaltou a oportunidade que a CONAGUAS dará para incluir

novos atores e, portanto, esta Conferência não pode ficar restrita aos membros do

SINGREH, na representação dos delegados deverá haver pessoas eleitas da

sociedade.

Foi esclarecido que no GT Paraná a indicação de se discutir a “matriz energética” não

foi um consenso no grupo.

O GT São Francisco não teve consenso nos itens 3 e 4 por que não houve tempo

hábil para finalizar as discussões.

O GT Amazonas solicitou que se coloque o tema “enquadramento dos corpos d’água”

como item para debate nacional e regional.

O Ministério Público deverá ser chamado para compor os debates da CONAGUAS.

Houve uma solicitação do Mário – GT Paraná – para que fosse enfatizada a

importância das áreas de preservação permanente como mata ciliar, devido aos

problemas que vêm ocorrendo com a reformulação do Código Florestal.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

70

Deve ser inserida a gestão integrada de recursos hídricos em todas as bacias

costeiras.

Conferência Nacional de Educação (CONAE) está sendo realizada este mês, no

entanto a temática água não está abordada. Tem que se inserir esse tema na

Educação.

Deve ser debatida a estrutura do Sistema Nacional de Informações.

Foi apontado que há sugestões contraditórias, entre os grupos, de como será a

CONAGUAS.

Definir auditorias nos recursos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos

Contribuições por meio escrito

A coordenação da Pré-conferência deve selecionar as propostas que constam em todos os grupos para encaminhá-las. (Tosato)

Definição de mecanismos de auditorias no acompanhamento da aplicação do recurso da cobrança.

No grupo 1, os temas prioritários não foram consenso no grupo, pois o mesmo não teve tempo para analisar. A análise foi concluída e consensada só para os itens a e b (Zeila, CBH-PS).

O Ministério do Meio Ambiente depois da análise de todo o material recebido de todos os grupos e após uma sistematização de todas as propostas, deve disponibilizar estes resultados em um site e com um calendário para a contribuição e conclusão de todos os participantes desta Pré-Conferência (Germano Hernandes Filho. CBH Tirvo-Grande-SP).

Alguns dos participantes usaram o formulário entregue pela organização da Pré-

CONAGUAS para as manifestações e estas foram classificadas. Seguem-se as

manifestações segundo a classificação dos autores.

Complementações

Com relação às ações de integração propostas ao SINGREH (como diretrizes da CONAGUAS) incluir também o Ministério Público.

Inserir o tema gestão integrada das bacias hidrográfica em todas as regiões hidrográfica que possuem comitês costeiros.

Informações

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental foi representada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Maranhão, que se inseriu no Grupo Azul (Hugo Poema e Silva).

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

71

A questão ambiental na Conferência Nacional da Educação (CONAE) movimentos sociais não estava previsto a participação – MEC recusou.

Os itens 3 e 4 do Grupo do São Francisco NÃO são assuntos discutidos e acordados. Como não houve tempo, o grupo concluiu apenas os itens 1 e 2.

Cacá – sobre o relato do Grupo da RH Paraná – tema matriz energética não foi consenso, portanto deve constar, mas com o destaque de que não foi consensual.

Proposições

Comitês de Bacia Hidrográfica de conservação para as Regiões Hidrográficas do Amazonas, Tocantins-Araguaia e Bacia do Alto Paraguai.

Enquadramento no Tocantins-Araguaia e Bacia do Alto Paraguai.

Sugestão de Tema: estruturação do sistema nacional de informações.

Acrescentar item “enquadramento” no tema prioritário de âmbito nacional e regional no Grupo Região Amazônica.

Não pretendo falar sobre as propostas, mas apenas para reflexão da organização das conferências e revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos. 1ª proposta de 4 em 4 anos com espaços de 2 em 2 anos de encontros: 2010 - revisão do Plano Nacional; 2012 - Conferência Nacional; 2014 – revisão; 2016 - Conferência. 2ª proposta de 4 em 4 anos com intervalo diferenciados para revisão e Conferência Nacional: 2010 – revisão; 2011 – Conferência; 2014 – revisão; 2015 – Conferência.

Considerações da Coordenação Executiva da Pré-CONAGUAS

Ao final das apresentações dos grupos de trabalho, o coordenador executivo do

evento, Franklin de Paula Junior, fez o encerramento dos trabalhos. Considerou que

houve um bom aporte, uma “sopa muito rica, com muitos ingredientes”. Este é um

caminho que vamos descobrir conjuntamente, mas dispomos dos aprendizados de

outras conferências para nos ajudar.

Compartilhou os desafios com a plenária, ressaltando que a CONAGUAS é um

processo em construção iniciado nesta Pré-Conferência, que já expressa o seu

potencial pedagógico, democrático e integrador, por meio da efetiva participação e

contribuições dos presentes.

Comentou que neste momento os recursos orçamentários da Secretaria seriam

insuficientes para a realização da futura Conferência Nacional, mas que existe a

possibilidade de se alavancar recursos “extra orçamentários”. Disse que a

periodicidade também tem que ser definida (houve algumas propostas). O processo

de construção vai ser permeado por novos diálogos.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

72

O representante do CBH Alto Tietê solicitou emprenho da SRHU/MMA para que o

CNRH aprove ainda este ano a realização da CONAGUAS.

Ao final da plenária o coordenador Franklin comentou e respondeu a vários

questionamentos, procurando elucidar as dúvidas ao traçar uma perspectiva futura,

dos passos seguintes, e manifestar a intencionalidade e o posicionamento da

Secretaria. Esclareceu que as proposições dos grupos de trabalho serão

sistematizadas, que a SRHU/MMA realizará uma oficina interna de avaliação dos

resultados da Pré-CONAGUAS e que os mesmos servirão de insumos fundamentais

para a posterior apreciação e deliberação pelo CNRH, sinalizando a possibilidade de

que isto ocorra até dezembro deste ano, conforme reivindicação da plenária.

Manifestou a tranqüilidade do reconhecimento do papel deliberativo do CNRH pela

Pré–Conferência e ressaltou que a CONAGUAS terá um caráter consultivo, sendo

coordenada pelo MMA e suas etapas preparatórias conduzidas pela instâncias do

SINGREH.

Informou, ainda, que será reativado o Núcleo de Acompanhamento composto por

representantes da SRHU e SAIC/MMA, ANA e SG/PR e que o processo de construção

da Conferência Nacional será gradual, continuado e necessita de uma comunicação

mais efetiva, que será feita especialmente a partir de informações que alimentarão o

sítio eletrônico da Pré-Conferência.

__________________________________________________

Mesa 3: Contextualização do Processo de Revisão do Plano

Nacional de Recursos Hídricos

(relato livre)

Palestrantes:

Marco Neves (Diretor de Recursos Hídricos da SRHU/MMA)

Sérgio Rodrigues Ayri Moraes Soares (Superintendente Adjunto de Planejamento de

Recursos Hídricos da ANA)

Marco Neves

Realizou uma apresentação sobre o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e o

momento de revisão desse documento.

O processo da revisão do PNRH foi lançado na reunião do CNRH, que ocorreu no dia

23/03/2010.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

73

Iniciou a apresentação com um histórico desde 1995, com a criação da Secretaria de

Recursos Hídricos, destacou a criação do Grupo de Trabalho de Coordenação

Executiva (GTCE) por meio da portaria conjunta do MMA e ANA, do qual

participavam a SRH e ANA, durante a elaboração do PNRH.

Seguiu mostrando os fundamentos, diretrizes e objetivos da Lei nº 9.437/97, assim

como os instrumentos nela definidos. Em seguida apresentou a base territorial com a

12 regiões hidrográficas em que o país foi dividido.

Explicou a estrutura do PNRH: 4 componentes e 13 programas.

Mostrou as deliberações do CNRH sobre o Plano e por último explicou o âmbito que

deve nortear o Plano, ou seja, o PNRH não deve tratar de assuntos relacionados com

os planos de bacia, pode dar algumas diretrizes.

Estratégias para a efetividade da implementação do PNRH:

Consolidação do SINGREH.

Articulação com municípios e estados.

Articulação com planos municipais.

Articulação com setores usuários.

Desenvolvimento de uma estratégia de comunicação para o PNRH.

Como a Pré-Conferência contribui? Dá para em 2 dias de debates aprofundarem os

temas? Não, mas foram escolhidos 3 temas para iniciar essa discussão.

Desafios:

Implementação do Sistema de Gerenciamento Orientado para Resultados (Sigeor) que acompanha a realização das ações do PNRH.

Convergência entre o planejamento e o cotidiano do gerenciamento.

Articulação do plano com os responsáveis pelas políticas públicas e planos com repercusões na água (planos municipais, saneamento, etc.).

Integração do PNRH com os planos estaduais e de bacia.

Comunicação do Plano.

Priorização das propostas.

Exercício do princípio da subsidiariedade.

A não apropriação de ações que contribuem para o alcance das metas, mas que estão passando ao largo do sistema, contribuem com os objetivos do Plano.

Processo de revisão

Desafios norteadores para o Plano: ser um instrumento reconhecido e adotado; ser

uma oportunidade para o fortalecimento do Sistema; ser uma oportunidade para o

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

74

fortalecimento do caráter nacional do Plano; ter aderência nas 12 regiões

hidrográficas.

Foi criado o Grupo de Integração e Articulação (GIA), de temas afetos à SRHU/MMA

e à ANA.

Foco da revisão é avaliar a implementação:

O que não está funcionando e por quê?

Porque o Plano não é reconhecido por alguns comitês de bacias hidrográficas?

Adequação dos programas e subprogramas.

Pactuação em torno das ações estabelecidas no Plano.

Temas que precisam ser aprofundados:

Fortalecimento e consolidação do SINGREH.

Sustentabilidade financeira do SINGREH.

Mudanças Climáticas e a gestão de recursos hídricos.

Água e economia.

Água e meio ambiente.

Água e meio urbano.

Outros temas de interesse nacional.

A metodologia elaborada para realizar o processo de revisão do Plano prevê 2

reuniões em cada Região Hidrográfica.

Dinâmica do processo de revisão:

Reuniões não pré-definidas.

Processo regional: questionamento orientativo sobre ações prioritárias enviado aos estados e 12 oficinas regionais.

Processo temático – Seminário de Diálogos que deverá ocorrer em João Pessoa.

Processo de Consolidação e Retorno às 12 regiões hidrográficas.

Oficina Nacional de Consolidação.

Seminário de melhores práticas deverá acontecer na Semana da Água de 2011.

Seminários regionais também em 2011, nas 12 regiões hidrográficas.

Estão sendo criadas as comissões organizadoras regionais, compostas por

representantes: da SRHU/MMA; da ANA; de comitês de bacias hidrográficas e do

estado onde acontecerá a reunião. Atividades a serem desenvolvidas por esse grupo:

indicar os participantes das oficinas; definir estratégias de mobilização; consolidar o

documento originado nessas oficinas.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

75

Participação nos encontros regionais: SRHU/MMA; ANA; órgãos estaduais que

compõem cada região hidrográfica; comitês de bacias hidrográficas; conselhos

estaduais de Recursos Hídricos.

Série “Diálogos com Água” visa facilitar o entendimento das proposições do Plano.

Sérgio Soares

Apresentação do documento “Conjuntura – Informe 2010”, que foi criado pelo CNRH

por meio da Resolução 58/06, quando da aprovação do PNRH.

Este relatório “Conjuntura” visa acompanhamento sistemático e periódico da situação

dos recursos hídricos no País: hidrologia, demanda, qualidade da água. O primeiro

foi lançado em 2009. Ele será uma publicação anual.

O de 2009 foi o Marco Zero, foi mais robusto, pois aconteceu no ano anterior à

revisão do PNRH, publicação semelhante deve-se repetir em ano anterior à próxima

revisão.

A ANA tem parcerias para conseguir elaborá-lo. INEMET, DNOCS, SRHU/MMA e todos

os órgãos estaduais enviam informações para compô-lo e assim fazer uma fotografia

nacional tanto de rios estaduais quanto da União.

Estrutura:

Eventos hidrológicos, usos múltiplos, qualidade e balanço hídrico.

Situação da gestão de recursos hídricos: alterações legais; comitês de bacias hidrográficas e agências; instrumentos; recursos financeiros; programas.

Debates

Milcíades (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Piauí): Informou que o Plano

Estadual de Recursos Hídricos (PERH) está em elaboração, segue as diretrizes do

PNRH, está na fase final deverá realizar 9 seminários para discussão das suas

propostas. No entanto no Piauí há 3 metodologias de divisão do território e isso tem

complicado o trabalho na bacia do Parnaíba: são 3 estados, o Plano é Estadual e,

além disso, tem a divisão territorial de planejamento.

Germano: Rio Grande – SP: o “Conjuntura” é um impacto em todo o Brasil. O que

está sendo feito também deveria constar, e não somente o que já foi realizado,

porque as obras demoram e os comitês de bacias hidrográficas são cobrados de

ações que já estão encaminhadas.

Percy: As comissões organizadoras regionais vão participar na elaboração dos

documentos que entram e que saem. Que documentos são esses?

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

76

Robson Sarmento: Federação das Indústrias do Espírito Santo – sugere que se

acrescente um tema na revisão do PNRH. O destaque da gestão dos recursos

hídricos tem sido em corpos d’água de grande porte. A Constituição deixou um vácuo

sobre os córregos. Deve haver a participação efetiva dos municípios. Tem que avaliar

o plano municipal de águas na revisão do PNRH.

Questões entregues por escrito

Germano H. Filho (proposição ao representante da ANA): Que nos Relatórios de

situação a serem divulgados, se coloquem observações atualizadas (dados do ano)

que deverão alterar no futuro os dados divulgados naquele ano. Uma vez que os

órgãos gestores estaduais, no caso de qualidade e quantidade de águas, divulgam

dados normalmente com defasagem de pelo menos 2 anos.

Robson Sarmento: Considerando que na reunião do PNRH há de se levar em conta:

fortalecimento e consolidação do SINGREH; temas a serem aprofundados no Plano;

revisão dos atores executantes, sugerimos: avaliar a elaboração do “Plano de Águas

Municipal” como inclusão de instrumento gestor no Plano Nacional de Recursos

Hídricos.

Sérgio responde: o tema qualidade das águas é bem difícil de acompanhar. Vamos

passar a identificar mais mudanças que estiverem em curso.

Marco responde: os PERH têm adotado as 64 diretrizes do PNRH como pilares e

estas orientam a estruturação dos programas. A Divisão Hidrológica no estado tem

que ser por ele identificado. Na esfera nacional somente as 12 regiões hidrográficas

são institucionais, a subdivisão do Parnaíba deve ser elaborada pelos 3 estados.

As comissões organizadoras regionais devem elaborar os documentos que saem, os

oriundos das Oficinas nas suas regiões. Cada Região Hidrográfica prioriza cerca de

300 ações do Plano que darão harmonia na região para os próximos 4 anos. Quanto

ao documento que entra, ele deve ser consolidado quando enviado aos estados que

vão priorizar as ações posteriormente apresentadas nas Oficinas.

Os mananciais estão sendo trabalhados pontualmente como, por exemplo, o Atlas de

Saneamento lançado pela ANA. O artigo 7 da Lei nº 9.433/97 prevê que no Plano de

Recursos Hídricos, acredita que de bacia hidrográfica, sejam identificadas as áreas de

preservação permanente de mananciais. Além disso, já está previsto o Seminário

Água e Meio Urbano que deve abordar o problema dos córregos, principalmente

urbanos.

Após o debate, a Rosana Garjulli explicou à plenária como deveriam acontecer os

trabalhos no decorrer do dia e solicitou que os participantes se dirigissem aos seus

grupos de trabalho. Cada participante havia optado por trabalhar um tema específico

quando da sua inscrição no evento.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

77

__________________________________________________

Mesa 4: Apresentação dos Resultados dos Grupos de Trabalho

Temáticos

(relato livre)

Moderadora: Rosana Garjulli (consultora SRHU/MMA)

Às 14h30 foi iniciada a Mesa de apresentação dos resultados dos trabalhos dos três

grupos.

Relatores:

G1: Mauro Soares e Percy Soares Neto (como o Grupo não debateu realmente as

questões, foi apresentado uma síntese dos trabalhos junto aos palestrantes)

G2: Francisco B. e Silva

G3: Neste grupo houve três relatores porque a metodologia de trabalho foi diferente.

Essa metodologia foi apresentada pelo moderador, Ricardo Burg. Ele explicou que o

grupo foi dividido em três mesas e em cada uma havia um relator definido pelo

próprio grupo. Ao final de meia hora de debate sobre uma questão, o grupo mudava

de mesa para debater outra questão. Somente o relator permanecia na mesma

mesa. Relatores: Nerivalda Ribeiro; Mário e Vera Lucia Reis.

Após as apresentações, a plenária fez alguns comentários:

Evitar que a Bacia Hidrográfica seja dividida em 2, 3 ou mais comitês, mesmo sendo bacia em dois ou mais estados. O ideal é ter: 1 bacia, 1 comitê – composto por 1/3 governo, 1/3município e 1/3 usuários, 1 agência e 1 tipo de cobrança.

Para melhor distribuição de interesses, compor o Conselho Nacional de Recursos Hídricos a partir de 1/3 governo, 1/3 usuários e 1/3 sociedade civil.

Como complementação: a importância dos barramentos dos recursos hídricos não é apenas para a região semiárida e sim para todas as regiões do país.

Nelson Reis (Comitê Guandu): propôs abertura de um fórum na internet para contribuições posteriores.

Filipão (CBH Santo Antônio – sociedade civil): “Eu faço parte da Câmara Técnica de Outorga do CBH Santo Antônio. A angústia dessa participação é que na Câmara Técnica alguns vieses não aparecem, tais como: questão cultural, social, turística, paisagística entre outros. Pergunto: como fazer, qual critério usar para incluir essas questões na discussão técnica? Porque essa é a grande cobrança feita por atores da sociedade civil quando da aprovação dos pareceres técnicos”.

Pré-Conferência Nacional das Águas Relatório Final

78

Leo (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso): como não houve debate sobre a resposta às questões que os outros grupos apresentaram, solicitou que fossem lidas as contribuições entregues por escrito.

A coordenação da Mesa solicitou que a plenária votasse, mas essa proposta não foi

acatada. No entanto, ficou como compromisso que no relatório constasse que as

contribuições do GT1 não foram debatidas entre os membros desse grupo, não

havendo, portanto, consenso.

__________________________________________________

Encerramento

(relato livre)

Coordenador: Silvano Silvério da Costa (Secretário de Recursos Hídricos e

Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente – SRHU/MMA)

Participantes:

Marco Neves (Diretor de Recursos Hídricos da SRHU/MMA)

Franklin de Paula Junior (Gerente de Apoio ao Sistema da SRHU/MMA e coordenador

executivo do evento)

Andréa Carestiato (Representante da Secretaria de Articulação Institucional e

Cidadania do Ministério do Meio Ambiente)

Somente o Secretário se manifestou, agradecendo o empenho dos participantes.

Afirmou que as propostas para a CONAGUAS inovam, provocam o Sistema a se

renovar.

Ele assumiu o compromisso de apresentar ao CNRH as propostas desta Pré-

Conferência para se aprovar um cronograma e uma forma para a CONAGUAS, ainda

nesta gestão.

Informou que as apresentações estarão disponíveis na página da SRHU/MMA

rapidamente, como demandado pelos participantes.

Reafirmou o empenho da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do

Ministério do Meio Ambiente em incorporar as sugestões na revisão do Plano

Nacional de Recursos Hídricos.

Encerrou o evento.