relatório final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA EMC 5005 – METODOLOGIA DE PROJETO EM ENG. MECÂNICA Fios Diamantados de Corte Equipe André Bittencourt Cabral Borja Martinez David Machado Filipe Possamai Fernando Maciel da Costa Jefferson Rosário Lucas Maciel Pedro Teixeira Professores Aloísio Nelmo Klein André Ogliari Márcio Fredel Wálter Lindolfo Weingaertner

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Page 1: Relatório Final

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EMC 5005 – METODOLOGIA DE PROJETO EM ENG. MECÂNICA

Fios Diamantados de Corte

Equipe

André Bittencourt Cabral

Borja Martinez

David Machado

Filipe Possamai

Fernando Maciel da Costa

Jefferson Rosário

Lucas Maciel

Pedro Teixeira

Professores

Aloísio Nelmo Klein

André Ogliari

Márcio Fredel

Wálter Lindolfo Weingaertner

Junho/2009/1

Page 2: Relatório Final

SUMÁRIO

1.1- Descrição do problema de projeto............................................................................5

1.2- Plano do projeto........................................................................................................6

1.3- Metodologia de projeto............................................................................................8

2 – PROJETO INFORMACIONAL....................................................................................9

2.1 - Introdução................................................................................................................9

2.2 - Problema de projeto.................................................................................................9

2.3 - Ciclo de vida e usuários do produto........................................................................9

2.4 - Necessidades dos usuários do produto..................................................................10

2.5 - Requisitos dos usuários.........................................................................................12

2.6 - Requisitos de projeto.............................................................................................13

2.7 - Casa da Qualidade.................................................................................................13

2.8- Especificações de projeto.......................................................................................14

3 - PROJETO CONCEITUAL..........................................................................................16

3.1- Introdução...............................................................................................................16

3.2 - Função global do produto......................................................................................16

3.3 - Estrutura de funções do produto............................................................................17

3.4 - Matriz morfológica................................................................................................18

3.5 - Avaliação das concepções.....................................................................................20

3.6 - Visão geral da concepção gerada..........................................................................21

4 - PROJETO PRELIMINAR...........................................................................................22

4.1 - Introdução..............................................................................................................22

4.2 - Modelo geométrico da solução..............................................................................22

4.3 - Plano de fabricação...............................................................................................28

4.4 - Requisitos para a manufatura................................................................................31

4.5 - Viabilidade técnica................................................................................................31

4.5.1 - Estudo da técnica de fabricação de anéis diamantados por compressão uniaxial a frio.............................................................................................................32

4.6 - Viabilidade econômica..........................................................................................36

4.6.1 - Coleta de dados do processo produtivo de quatro empresas – pequeno, médio e grande portes:..........................................................................................................37

4.6.2 - Determinação dos custos envolvidos no processo produtivo das quatro empresas contatadas:.................................................................................................37

4.6.3 - Distribuição dos Custos de uma Empresa Típica do Setor de Pedras Ornamentais, a qual trabalha desde a extração da rocha até a o acabamento final da pedra:.........................................................................................................................40

4.6.4 - Definição do custo meta do anel diamantado:................................................43

4.6.5 - Cálculo aproximado do custo do anel diamantado associado a cada tecnologia selecionada para produção em território nacional:....................................................43

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Page 3: Relatório Final

4.6.6 - Cálculo aproximado do custo do metro de fio diamantado produzido com tecnologia nacional:...................................................................................................45

4.6.7 - Custo final do metro de fio diamantado com anéis de liga de bronze:..........45

4.6.8 - Custo final do metro de fio diamantado com anéis de liga de cobalto:..........45

6 – PROJETO PRELIMINAR...........................................................................................46

6.1 – Introdução.............................................................................................................46

6.2 – Arranjo físico final............................................................................................46

6.3 -Desenhos técnicos...............................................................................................48

6.5 - Recomendações de uso......................................................................................48

6.4.1- Manutenção.....................................................................................................52

6.4.2- Procedimentos de assistência técnica..............................................................52

6.4.3- Embalagem do produto...................................................................................54

6.5- Divulgação..............................................................................................................54

7- CONCLUSÃO..............................................................................................................55

8 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................56

ANEXOS 1........................................................................................................................57

Anexo 2..............................................................................................................................65

Anexo 3..............................................................................................................................68

3

Page 4: Relatório Final

1 – INTRODUÇÃO

O mercado mundial de rochas ornamentais está em grande expansão. Na

década de vinte eram produzidas cerca de 1,5 toneladas por ano e hoje em dia são

processadas uma ordem de cinquenta milhoes de toneladas. Esse crescimento de

produção se dá sobretudo pelas novas aplicações desses materiais nas paisagens

urbanas e principalmente pelos novos avanços tecnológicos que permitem que haja

melhor aproveitamento e difusão de rochas anteriormente não utilizadas.

Nesta conjuntura, o Brasil surge como o quarto maior produtor mundial de

rochas ornamentais sendo um grande exportador desse produto. O dinamismo e a

concorrência no mercado internacional para esse setor são altos,exigindo que as

empresas busquem tecnologias e inovações que ofereçam vantagens competitivas

e redução de custos no processo.

Na composição de preços observa-se que o índice de agregação de valor na

venda de blocos é equivalente a três vezes o seu custo de produção. No mercado

externo as transações comerciais, proporcionadas pela venda de chapas polidas,

geram uma receita três a quatro vezes maior, por metro cúbico, que a venda em

bloco e a venda de produtos finais permite gerar uma receita seis a dez vezes

maior, por metro cúbico, que a venda em bloco.

O processo de corte e extração das rochas representa um custo realmente

significativo no processo de beneficiamento das pedras. Atualmente, a tecnologia

de maior eficiência para corte de pedras ornamentais são máquinas que utilizam

cabos de aço com anéis diamantados como ferramenta para corte, porém não

existem produtores nacionais desses cabos diamantados que possuem preço de

importação muito elevado.

4

Page 5: Relatório Final

1.1- Descrição do problema de projeto

O corte de pedras com o uso do fio diamantado apresenta uma vantagem

competitiva muito grande para as indústrias extratoras de pedras ornamentais

porém obriga os produtores a importarem o fio de países produtores.

O Brasil não detém a tecnologia para fabricação do fio diamantado. Ao importar-

se o fio, entretanto, questões alfandegárias o tornam excessivamente caro

elevando muito os custos com a produção. O cabo é visto como uma ferramenta e,

por ser classificado como tal, acaba recaindo sobre seu preço taxas de importações

muito elevadas.

Baseado nesse cenário, notou-se uma oportunidade de projeto em desenvolver

uma tecnologia nacional para a produção do chamado “fio diamantado”,

importando apenas os insumos necessários que possuem baixa carga de impostos,

e analisar a viabilidade da produção em massa das ferramentas

diamantadas,buscando assim um produto de baixo custo.

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Page 6: Relatório Final

1.2- Plano do projeto

A partir de identificado o problema de projeto e ser optado pelo

desenvolvimento de um produto que vise atender esse problema é necessário que

se faça um planejamento prévio das atividades do projeto, definir prazos e

responsáveis.

As etapas iniciais do processo são muito importantes, pois quanto mais

organizado for o processo de planejamento do projeto, mais dinâmico, rápido e

eficaz será o produto desenvolvido.

O objetivo do projeto é desenvolver um fio diamantado para corte de pedras

ornamentais. Para orientar as atividades do projeto foram usadas ferramentas como

a elaboração de um cronograma de atividades (Tabela 1.1) e a elaboração de uma

matéria de responsabilidades (Tabela 1.2).

Tabela 1.1 - Cronograma

6

Page 7: Relatório Final

Tabela 1.2 – Matriz das Responsabilidades

Além do uso das tabelas, foi criado um grupo de e-mails para facilitar o fluxo de

e-mails e um HD virtual no programa 4Shared onde deveriam ser armazenadas

todas as informações pertinentes ao projeto.

7

Page 8: Relatório Final

1.3- Metodologia de projeto

Para este projeto foi utilizado o modelo PRODIP de desenvolvimento de produtos

que é proposto pelo NEDIP – Núcleo de Desenvolvimento Integrado de Produtos –

Departamento de Engenharia Mecânica – UFSC. Este modelo propõe o

desenvolvimento de um produto dividido em três macro fases e suas fases menores

conforme Figura 1.1.

Figura 1.1 – Modelo de desenvolvimento de produto

No estudo apresentado neste documento procuramos abordar todas as fases de

desenvolvimento do produto, assim concluindo o estudo da metodologia enviada

com a disciplina Metodologia de Projetos para Engenharia Mecânica.

8

Page 9: Relatório Final

2 – PROJETO INFORMACIONAL

2.1 - Introdução

Nesta fase são elaboradas as especificações do projeto, estas especificações

partem de requisitos do usuário final, assim como pesquisas de mercado,

experiência da equipe de projeto e inovações propostas ao produto.

Ao término desta fase não se tem necessariamente as especificações técnicas

finais, mas sim uma orientação para os projetistas se nortearem. Dessa forma a

equipe de projeto pode prosseguir com o desenvolvimento seguindo exatamente ao

que o projeto se propôs inicialmente, principalmente ao que se refere às

necessidades do usuário. A Figura 2.1 mostra a seqüência de atividades a serem

desenvolvidas no projeto informacional.

Figura 2.1 – Fase do Projeto Informacional (adaptado por Montanha Jr., 2004)

Primeiramente foi definido o Ciclo de Vida e os Atributos do Produto.

Posteriormente foi utilizada a metodologia QFD (Quality Function Deployment), que

tem por base a confecção da Casa da Qualidade que será mostrada mais a frente.

2.2 - Problema de projeto

Projetar e desenvolver fios diamantados visando à produção destas ferramentas

de corte de pedras ornamentais a preços menores que o mercado e viabilizando a

produção em massa.

2.3 - Ciclo de vida e usuários do produto

A definição do ciclo de vida de um produto é uma fase muito importante do

projeto informacional. O conhecimento e análise de seu ciclo permite que se

visualize cenários sobre seus estados futuros, fornecendo insumos para que se

antecipe problemas em potencial. O ciclo de vida fornece também uma visão global

sobre o produto e é essencial para o sucesso do projeto. A Figura 2.2 representa o

ciclo de vida do produto.

9

Page 10: Relatório Final

Figura 2.2 - Ciclo de Vida do Produto

O CETEMAG, Centro de Tecnológico de Mármore e Granito, mostrou-se

interessado no desenvolvimento de uma ferramenta de corte para pedras

ornamentais. O produto a ser desenvolvido será destinado à indústria de corte de

pedras, portanto o segmento de mercado e as características do usuário final do

produto estão pré-estabelecidos.

A etapa de corte das pedras representa uma parcela significativamente dos

custos do processo produtivo. Um produto de qualidade com preço acessível seria

de interesse de toda a indústria.

2.4 - Necessidades dos usuários do produto

O fator mais importante para se elaborar as especificações do projeto é ouvir a

voz do consumidor. Para isso, é necessário entrar em contato com o mesmo por

intermédio de uma pesquisa de mercado que pode ser feita com aplicação de

questionários ou outras formas de pesquisa direta. No Projeto do Fio Diamantado, o

consumidor é conhecido, pois o produto é direcionado a um segmento especifico de

mercado.

Para levantamento das informações pertinentes, a mitologia utilizada foi à

entrevista direta. Representantes do CETEMAG (Centro Tecnológico de Mármore e

Granito) se fizeram presentes em diversas reuniões realizadas na Universidade

Federal de Santa Catarina com intuito de prover informações e acompanhar o

andamento do projeto.

A etapa de projeto informacional requer grande atenção pois erros nesta fase de

projeto podem levá-lo a um caminho não desejado pelo cliente. As constantes

10

Page 11: Relatório Final

reuniões com o representante dos clientes facilitou bem o processo e sobretudo o

fluxo de informação.

Após sucessivos encontros, ficaram claramente evidenciadas as necessidades

dos usuários do produto, as quais estão citadas a baixo (Tabela 2.1):

Tabela 2.1 – Necessidades dos usuários

Ter durabilidade Manutenção barata

Ter bom preço Aplicação em vários tipos de rochas

Instalar facilmente Não romper

Não agredir o meio ambiente Cortar com qualidade

Cortar rápido Não fazer a máquina vibrar

excessivamente

Fácil de transportar Ser adaptável a vários tipos de máquinas

Não desgaste muito a máquina Não oxidar

Fácil de repor o cabo na máquina Não fazer muita sujeira

Ser Seguro Fácil manuseio

Fazer pouco barulho

11

Page 12: Relatório Final

2.5 - Requisitos dos usuários

As necessidades do usuário refletem suas expectativas sobre o produto. Para

fins de projeto, entretanto, é necessário traduzir os anseios do cliente em requisitos

para nortear os projetistas. Os requisitos do usuário apresentados na Tabela 2.2

foram definidos com base nas necessidades levantas com o usuário final.

Tabela 2.2 – Requisitos de Usuário

Alta durabilidade Não haver ruptura do cabo

Eficiência de corte Fácil reposição do cabo

Fácil instalação Preço acessível

Manutenção de baixo custo Não agredir o meio ambiente

Segurança Não oxidar

Baixa emissão de ruído Evitar desgaste da máquina

Qualidade de corte Fácil manuseio

Baixas taxas de produção de resíduos

Fácil transporte e mobilidade

Reduzir propagação de vibração à máquina

Adaptabilidade a diferentes equipamentos

Boa adaptabilidade de corte

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Page 13: Relatório Final

2.6 - Requisitos de projeto

Traduzindo os requisitos de usuário para propriedades mensuráveis de um

produto obtemos os requisitos de projeto. Os requisitos de projeto são escritos de

forma técnica e geralmente estão relacionados com alguma grandeza física.

Tabela 2.2 – Requisitos de projeto

Custo de fabricação Freqüência de vibrações

Valor de Venda Amplitude de vibrações

Custo dos insumos Intensidade Sonora

Ciclo de Vida Tolerâncias dimensionais

Tipo de Material Massa do cabo

Dureza do material da ferramenta de corte

Flexibilidade do cabo

Peças existentes no mercado e normalizadas

Quantidade de componentes

Geometria da Ferramenta de Corte

Resistência à tração do cabo

Geometria do cabo Resistência ao desgaste da ferramenta

2.7 - Casa da Qualidade

A casa da qualidade é uma ferramenta que os permite relacionar os requisitos

do usuário com os requisitos do projeto com o fim de traduzir os requisitos do

consumidor em um número de metas de engenharia priorizadas a ser alcançadas

para o desenho de um novo produto novo.

Segundo a metodologia explicada na matéria Metodologia de Projeto, a casa da

qualidade foi construída fornecendo a importância relativa dos requerimentos de

projeto.

A Casa da Qualidade completa encontra-se ao fim deste projeto, ver Anexo 3.

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Page 14: Relatório Final

2.8- Especificações de projeto

Com ajuda da metodologia da casa da qualidade, conseguimos priorizar os

atributos requeridos para o produto e a importância relativa destes. Nesta fase, o

fio diamantado começa a se definir.

Após confrontar os requisitos de projeto e de usuário, através da metodologia

empregada, foi atribuída uma nota a cada requisito de projeto e ao se ordenar

esses requisitos de acordo com sua nota relativa. Os requisitos estão listados

abaixo, ver Tabela 2.3.

Valor de venda e tipo de material foram os requisitos que resultaram mais

importantes, enquanto que a intensidade sonora e a quantidade de componentes

foram os requisitos de menor importância. Na Tabela 2.4 podemos ver as

especificações do projeto.

Tabela 2.3 – Requisitos de projeto priorizados

Tabela 2.4 – Especificações de projeto

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Page 15: Relatório Final

Requisitos de projeto priorizados Valores meta

Forma de avaliação

Riscos de não atendimento do

requisito

Valor de Venda Menor que o de mercado

Pesquisa de mercado

Preço maior que o de mercado

Tipo de material Alta qualidade Comparação com a concorrência

Material de baixa qualidade

ciclo de vida Vida prolongada da ferramenta

Testes de medição Baixa durabilidade da ferramenta

Geometria da ferramenta de corte

Melhorar a eficiência

Testes de desgaste Diminuir a eficiência

Flexibilidade do caboMelhor mobilidade,

transporte e armazenagem

Constatação visual Cabo muito rígido

Dureza do material da ferramenta de

corte

Evitar danos à ferramenta Testes de dureza

Material de baixa qualidade

Amplitude de vibrações

Não danificar a máquina

Teste com protótipo Danificar equipamento

frequência de vibrações

Não danificar a máquina

Teste com protótipo Danificar equipamento

Resistência ao desgaste da ferramenta

Aumentar o tempo de uso Testes de desgaste

Baixa durabilidade da ferramenta

Resistência à tração do cabo

Evitar que o cabo se rompa

Teste de tração Rompimento frequente do cabo

Massa do caboCabo mais leve para facilitar o

transportePesar o cabo Cabo pesado

Peças existentes do mercado

normalizadas

Facilitar a manutenção

Pesquisa de mercado

Peças específicas para a ferramenta

Tolerâncias dimensionais

diminuir tolerâncias Paquímetro Tolerâncias muito grande

Custo dos insumos Diminuir custos Pesquisa de mercado

Custos elevados

Quantidade de componentes

Diminuir Quantidade

Contagem Muitos componentes

Intensidade sonora Diminuir ruídos Teste de ruídos Alta emissão sonora

Tabela 2.4 – Especificações de Projeto

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Page 16: Relatório Final

3 - PROJETO CONCEITUAL

3.1- Introdução

O principal objetivo dessa etapa do desenvolvimento de produto é chegar a uma

concepção a partir das especificações de projeto levantadas durante o projeto

informacional. Essa solução encontrada deverá satisfazer o comportamento

funcional do produto, isto é, deverá atender às funções gerais e específicas do

produto.

Nesta etapa de projeto devemos desenvolver nossa capacidade de criação e

inovação pois delas dependem o sucesso do projeto.

3.2 - Função global do produto

A função global do produto é a razão por qual o produto existe, transformando

processos de input como energia elétrica, material não transformado e sinal em

outputs como material transformado, energia e sinais de saída.

Espera-se que o produto a ser projetado seja capaz de partir de um grande bloco

de pedra e promover cortes fornecendo blocos menores com características

específicas. Com isso a função global do produto é cortar rocha. (Figura 3.1)

Figura 3.1 – Função global do produto

16

Page 17: Relatório Final

3.3 - Estrutura de funções do produto

Nesta etapa do projeto conceitual, são feitos desdobramentos a partir da função

global para serem definidas estruturas de funções alternativas. Para isso deve ser

usado um processo de decomposição funcional as quais devem satisfazer a

estrutura de função global e as especificações do projeto.

A Figura 3.2 mostra os desdobramentos da função global, a fim de tornar mais

fácil a facilitar a busca das soluções mais viáveis para cada tarefa a ser

desempenhada por esse produto.

Figura 3.2 – Estrutura de Funções

Uma das características do produto requerido, é a adaptabilidade da ferramenta

para corte de diferentes tipos de rocha. Porém, através de análises do mercado

percebeu-se que os anéis diamantados existentes se subdividem em duas grande

categorias: Anéis para cortar rochas duras como o granito e outra para o corte de

pedras não tão duras como o mármore. Devido a essa característica, evidenciou-se

a necessidade de o nosso produto atender a esses dois mercados para poder

fornecer ao cliente aquilo que ele deseja.

Nessa etapa do processo, portanto, notou-se a necessidade de subdividir a

função global “cortar rocha” em “cortar mármore” e “cortar granito”, podendo

17

Page 18: Relatório Final

fornecer ao cliente uma ferramenta específica que atenderá de forma ótima suas

necessidades.

3.4 - Matriz morfológica

Esta é a etapa do projeto onde serão escolhidas as concepções para o produto

com base na estrutura de funções gerada. O método utilizado para a escolha das

concepções é o da matriz morfológica.

A experiência dos membros da equipe através das informações coletadas ao

longo do projeto facilitou o processo de brainstorm e a avaliação das concepções. A

Figura 3.3 mostra as soluções levantadas no processo.

Figura 3.3 – Matriz morfológica

Os princípios de solução para cada uma das funções deve ser combinado de

forma a se obter concepções do produto. Deve-se fazer as combinações avaliando a

viabilidade de aplicação desses princípios em conjunto, bem como a eficiência deles

em atender as funções do produto.

As concepções foram escolhidas conforme critérios de viabilidade técnica e

econômica, porém a experiência adquirida pelos membros da equipe durante o

desenvolvimento do projeto facilitou muito esse processo.

18

Page 19: Relatório Final

Foram escolhidos seis concepções para o produto como mostrado na tabela 3.1.

Apesar das diferentes combinações, todas as concepções escolhidas atendem de

forma ótima as funções do projeto, sendo necessário que se use uma metodologia

para dentre todas se escolha a melhor.

Tabela 3.1– Concepções de produto

Concepções de ProdutoI II III IV V VI

Fixar suporte da ferramenta

Ajuste prensado

(interferência)

Ajuste prensado

(interferência)

Material aderente entre

ranhuras da ferramenta

Material aderente entre

ranhuras da ferramenta

Material aderente entre

ranhuras da ferramenta

Material aderente entre

ranhuras da ferramenta

Evitar oxidação

GalvanizaçãoGalvanização e revestimento

poliméricoÓleos

Revestimento polimérico

Galvanização e revestimento

polimérico

Galvanização e revestimento

polimérico

Resistir à tração

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço com alma de

aço

Cabo de aço com alma de

aço

Cabo de aço com alma de

aço

Amortecer choques

longitudinais

Mola Plástico e mola Borracha Plástico Plástico e mola Plástico e mola

Resistir ao desgaste

Liga de metal duro e

diamante

Liga de bronze e diamante

Liga de metal duro e

diamante

Liga de bronze e diamante

Liga de metal duro e

diamante

Liga de bronze e diamante

fixar ferramenta de corte no

suporte

contração oriunda da

sinterização sobre o suporte

Brasagem entre

ferramenta e tubo suporte

contração oriunda da

sinterização sobre o suporte

Ajuste prensado

(interferência) em tubo suporte

Brasagem entre

ferramenta e tubo suporte

Brasagem entre

ferramenta e tubo suporte

Promover abrasão

ferramenta com forma

esférica e liga de diamante

ferramenta anular

chanfrada e liga de

diamante

ferramenta com duplo

anel esférico e liga de

diamante

ferramenta com duplo

anel esférico e liga de

diamante

ferramenta anular

chanfrada e liga de

diamante

ferramenta anular

chanfrada e liga de

diamante

Fabricar ferramenta

Eletrodeposição

injeção a baixa pressão,

debinding e sinterização

Compactação uniaxial e

sinterização

injeção a baixa pressão,

debinding e sinterização

injeção a baixa pressão,

debinding e sinterização

injeção a baixa pressão,

debinding e sinterização

Resistir à fadiga

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço com alma de

fibra

Cabo de aço ccom alma de

aço

Cabo de aço ccom alma de

aço

Cabo de aço ccom alma de

aço

19

Page 20: Relatório Final

3.5 - Avaliação das concepções

Apesar de todas as concepções alternativas atenderem às funções do produto, é

necessário escolher uma entre elas que melhor se encaixe nos requisitos do cliente

e do projeto. Para fazer à seleção da concepção que será desenvolvida nas

próximas etapas do projeto, a metodologia escolhida é a da Matriz de Pugh.

O método de avaliação da matriz de pugh, consiste em uma tabela onde será

adotado um modelo como referência a qual servirá de base de comparação para

todas as outras concepções com base nor. requisitos do cliente.

A Matriz de Pugh é um processo iterativo de avaliação e com ela é possível

avaliar qual concepção apresenta as melhores características para o produto. A

Tabela 3.2 representa a matriz de pugh para o projeto.

Tabela 3.2 - Matriz de Pugh

A matriz de pugh deixou evidenciada a superioridade das concepções V e VI

sobre as demais. Essas concepções se diferem apenas no material utilizado para a

fabricação do anel diamantado.

Como o produto que está sendo desenvolvido precisa atender ao corte de

mármore e granito, é necessário que o anel diamantado possua composição

diferente para atender às duas rochas. Portanto a concepção escolhida para dar

seqüência ao projeto são as concepções V e VI, uma para o corte de granito e outra

para o corte do mármore.

Concepção para o corte de granito

Cabo de aço galvanizado com alma de aço,ferramenta anular chanfrada,liga de

metal duro e diamante,mola de compressão,revestimento polimérico,ferramenta

fabricada através de injeção a baixa pressão com posterior sinterização e fixada ao

tubo suporte por brasagem.

20

Page 21: Relatório Final

Concepção para o corte de mármore

Cabo de aço galvanizado com alma de aço,ferramenta anular chanfrada,liga de

bronze e diamante,mola de compressão,revestimento polimérico,ferramenta

fabricada através de compactação uniaxial com posterior sinterização e fixada ao

tubo suporte por brasagem.

3.6 - Visão geral da concepção gerada

A Concepção escolhida trata-se de um cabo de aço galvanizado que servirá de

base para ferramenta. Ao longo do cabo, em intervalos cconstantes serão fixados

os tubos suporte para o anel e o anel tiamantado. Nos espaços entre os anéis serão

encaixadas molas que servirá como distancia dores e amortecerão os impactos ao

longo do cabo. Após a montagem do fio, será injetado uma camada plástica sobre o

conjunto (exceto o anel) com o intuito de dar firmeza e proteção ao cabo.

O fio diamantado será a ferramenta de uma máquina de corte que já existe no

mercado, podendo ela ser monofio ou multifio. Por funcionar tracionada e promover

o corte por abrasão, é comum que com o tempo e com o desgaste da ferramenta,

alguma parte do fio fique sobrecarregada e acabe se rompendo. Para evitar que as

pastilhas sejam arrancadas desmontando o cabo inteiro, em intervalos constantes

de anéis é fixado ao cabo anéis de fixação, evitando que isso ocorra.

Na figura 3.4 podemos ver um esquema da concepção criada.

Figura 3.4 – Visão geral da concepção gerada

21

Page 22: Relatório Final

4 - PROJETO PRELIMINAR

Descrever nessa seção os resultados desenvolvidos na fase do projeto

preliminar. As subseções dessa seção dependerão do conteúdo desenvolvido no

projeto, conforme as orientações para o projeto preliminar. Na seqüência,

apresenta-se uma estrutura genérica para ilustrar as típicas subseções da fase de

projeto preliminar.

4.1 - Introdução

Nesta fase é desenvolvida a concepção selecionada no projeto conceitual,

visando estabelecer os arranjos, principais parâmetros dimensionais e a otimização

integrada da solução proposta. Para isso, as atividades de modelagem, simulação,

analise e otimização do produto e os seus componentes devem ser realizadas.

Em nosso caso, por ser um projeto relacionado com a fabricação de uma

ferramenta, as etapas consideradas nessa fase serão: Modelo geométrico e

dimensionamento dos componentes, processo de fabricação, estudo da viabilidade

técnica, estudo da viabilidade econômica e processo de teste.

4.2 - Modelo geométrico da solução

Modelo Icônico (Figuras 4.1 e 4.2)

Figura 4.1 – Vista explodida

Figura 4.2 – Montagem do cabo

22

Page 23: Relatório Final

DIMENSIONAMENTO E PROPIEDADES DOS COMPONENTES:

ANEL DIAMANTADO (Figura 4.3)

Figura 4.3 – Anel diamantado

Funções:

-Promover o corte

-Resistir ao desgaste

Material:

-Liga de bronze e diamante

-Liga de cobalto e diamante

Forma:

-Anular chanfrado

Dimensões (Figura 4.4)

Figura 4.4 – Dimensões do anel

TUBO SUPORTE (Figura 4.5)

23

Page 24: Relatório Final

Figura 4.5 – Tubo Suporte

Funções:

-Servir de suporte à ferramenta

-Promover a fixação da mesma ao cabo de aço.

Material:

-Aço carbono

Forma:

-Cilíndrica com ranhuras internas

Dimensões (Figura 4.6)

Figura 4.6 – Dimensões do tubo suporte

24

Page 25: Relatório Final

CABO DE AÇO (Figura 4.7)

Figura 4.7 – Cabo de aço

Funções:

-Resistir à tração

-Suportar outros componentes

Material:

-Aço galvanizado

Dimensões (Figura 4.8)

Figura 4.8 – Dimensões do cabo de aço

25

Page 26: Relatório Final

MOLA DE COMPRESSÃO (Figura 4.9)

Figura 4.9 – Mola de compressão

Funções:

-Amortecer choques longitudinais

-Manter distanciadas as ferramentas

Material:

-Aço mola

Dimensões (Figura 4.10)

Figura 4.10 – Mola de compressão

26

Page 27: Relatório Final

ANEL DE FIXAÇÃO (Figura 4.11)

Figura 4.11 – Anel de fixação

Funções:

-Fixar conjunto mola-anel- revestimento polimérico ao cabo de aço.

-Assegurar no caso de rompimento do cabo que os componentes não sejam

arremessados pra fora do cabo (segurança).

Material:

-Aço carbono

Forma:

-Cilíndrica

Dimensões (Figura 4.12):

Figura 4.12 – Anel de fixação

27

Page 28: Relatório Final

ESTRUTURA BASEADA EM UM METRO DE FIO

-1 metro de cabo de aço

-40 anéis diamantados (ferramenta +tubo suporte)

-40 molas de compressão

-8 anéis de fixação

-40 blocos de revestimento polimérico

ESTRUTURA PRELIMINAR DO PRODUTO – MONTAGEM (Figura 4.13)

Figura 4.13 – Montagem do produto

4.3 - Plano de fabricação

Visto que a maior parcela do custo está embutida no anel diamantado, os

demais componentes serão obtidos de fabricantes ou montadores especializados.

Por isso, o plano de fabricação está centrado na fabricação do anel diamantado e na

fixação deste com o tubo suporte.

Na fase de projeto conceitual, dois modelos diferentes de anéis diamantados

foram escolhidos. Um modelo para o corte de granito e outro para o corte de

mármore.

Para a fabricação do primeiro, foi escolhido o processo de moldagem por injeção

a baixa pressão, seguido da extração do ligante orgânico e com posterior

sinterização da “peça marrom”. Enquanto que, para o corte de mármore, foi

escolhido o processo de compactação uniaxial com posterior sinterização da “peça

verde”.

A composição da liga do anel diamantado para o corte de granito consta de pó

de diamante com granulometria de 350 µm, uma matriz metálica com

granulometria aproximada de 20 µm e de um ligante orgânico,sendo este último

componente indispensável para o processo de injeção,para que a mistura possa

fluir no interior da injetora.

A primeira fase na fabricação é a mistura dos elementos, a qual será feita em

um misturador Z-blade em condições de temperatura e tempo determinadas. A

seguinte fase consiste na moldagem por injeção a baixa pressão, na qual uma

Mola de compressão

Revestimento poliméricoAnel diamantado

Anel de fixaçãoCabo de aço

28

Page 29: Relatório Final

injetora a baixa pressão deve ser usada a uma temperatura e pressão determinada.

O resultado imediato da injeção é a chamada “peça verde” ,a qual tem que sofrer

ainda vários processos para chegar no anel diamantado desejado.

O primeiro dos processos após da injeção é a extração do ligante orgânico

(Debinding), no qual a peça tem que ser aquecida em um forno em condições da

atmosfera especiais,afim de evitar que ocorra oxidação/contaminação da

mesma.Após este procedimento,a peça obtida passa a ser chamada de “peça

marrom”.

A última etapa na fabricação do anel diamantado é a sinterização,no qual a

peça é aquecida em um forno durante determinado tempo, a uma temperatura

dada e em condições de atmosfera determinadas.

Terminada a fabricação do anel diamantado,este precisa ser unido ao tubo

suporte. Dos métodos possíveis, foi a brasagem o método escolhido na parte do

projeto conceitual.

A Figura 4.14 representa um fluxograma do processo de fabricação do anel

diamantado com liga de cobalto.

Figura 4.14 -Fluxograma de fabricação do anel

diamantado via injeção a baixa pressão.

29

Page 30: Relatório Final

Na fabricação do anel diamantado para o corte de mármore, os materiais

empregados são: pó de diamante com granulometria de350 µm , matriz metálica de

granulometria aproximada de 20 µm e de um lubrificante. Na fabricação desse tipo

de anel não é necessário o emprego de ligante orgânico, mas sim do lubrificante

para o processo de compactação.

O pó de diamante e a matriz metálica são previamente misturados com um

misturador Z-blade do mesmo modo que no processo anterior. Posteriormente, a

mistura sofre uma compactação uniaxial na matriz de compactação em condições

de pressão e de alinhamento especiais para o processo. A compactação resulta em

uma “peça verde”, a qual vai ser aquecida em um forno em condições especiais de

atmosfera,sob valores de tempo e temperatura determinados. Esse ultimo processo

é a sinterização.

Terminada a fabricação do anel, este será fixado ao tubo suporte do mesmo

modo já descrito no processo anterior,através de brasagem .

A Figura 4.15 abaixo mostra o fluxograma de fabricação do anel diamantado

com liga de bronze,onde pode-se verificar alguns ensaios que pretende-se executar

após cada etapa.

Misturay

Diamante350µm

Lubrificante0,8 - 2 %

Estearato de Zinco

Matriz Metálica

Pó de 100µm

Compactação

Sinterização

Pressão 550 600 MPa

Temperatura820 – 950 C

Tempo10-20 min

Taxa10k/min

Fluxo de Produção Bronze - Co

Forno Sinterização

Ferramental Compactação (Aço)

Prensa Hidráulica

Ferramental Grafite

AD100 – 0,88 g/cm3

AD75 – 0,66 g/cm3

AD50 – 0,44 g/cm3

AD25 – 0,22 g/cm3

Atmosfera

- Argônio- Nitrogênio- Vácuo

- Cu 65,9% - Zn 12,6% - Sn 7,6% - Co 6,3- Ni 5,4% - SiC 2,2%

Controle Qualidade

Ensaio de Resistência a verde

Ensaio de Dureza

Ensaio de Desgaste

Microscopia

Dimensional

Microscopia

Dimensional

Figura 4.15 - Fluxograma de fabricação do anel diamantado via compactação

uniaxial de pós metálicos.

30

Page 31: Relatório Final

4.4 - Requisitos para a manufatura

Visto o processo de fabricação, os requisitos de manufatura em termos de

equipamentos e materiais,são:

Matéria-prima

Misturador Z-blade

Injetora à baixa pressão

Forno especial para Debinding

Forno para sinterização

Capacitação técnica

Prensa para compactação

Matriz de compactação

Destes itens, a matéria-prima e a injetora à baixa pressão serão obtidos

externamente.

No entanto, os demais equipamentos podem ser obtidos na infra-estrutura

interna ao Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de

Santa Catarina.

4.5 - Viabilidade técnica

Para que o projeto seja viável de execução,este deve mostrar-se viável técnica

e economicamente.

No estudo da viabilidade técnica as atividades realizadas foram:

Levantamento de informações sobre os metais empregados na matriz metálica

dos revestimentos diamantados dos anéis;

Proposição de metodologia para a determinação das características físicas de

anéis diamantados;

Determinação das tendências tecnológicas de corte de rochas com fio

diamantado;

Proposição de métodos de sinterização de ligas metálicas com aditivos reativos

e diamante, empregando o processo de injeção a baixa pressão.

As diversas tecnologias praticadas mundialmente na fabricação de anéis

diamantados foram pesquisadas. Entre elas destacam-se a compactação de pós

uniaxial, a deposição galvânica de diamante sobre o tubo de suporte e a injeção de

anéis pela tecnologia MIM(Metal injection Molding), a qual é feita a baixa pressão.

31

Page 32: Relatório Final

Das tecnologias de fabricação de anéis mencionadas optou-se pela tecnologia

de moldagem dos anéis por injeção a baixa pressão e pela tecnologia de

compactação, por apresentar as seguintes vantagens:

Melhor homogeneização da mistura na peça;

Propiciar melhores propriedades mecânicas ao produto final;

Boa produtividade, refletindo em um ponto favorável à viabilidade econômica.

Para aplicar as técnicas escolhidas para a fabricação dos anéis, estudos

experimentais foram feitos para cada técnica de fabricação.

4.5.1 - Estudo da técnica de fabricação de anéis diamantados por compressão uniaxial a frio

Introdução

O estudo apresenta os resultados da compactação a frio uniaxial da amostras

diamantadas visando o desenvolvimento de ferramentas para o corte de rochas

ornamentais. Parte-se da composição de anéis diamantados comerciais para

desenvolver as composições possíveis para a compactação uniaxial a frio. A

obtenção das amostras iniciais visa dar subsídios para o projeto de uma matriz de

compactação uniaxial para anéis diamantados .

Metodologia

O procedimento experimental foi dividido em uma etapa de determinação da

composição da amostras diamantadas obtidas em feiras, de usuários e de

referências bibliográficas e outra etapa na obtenção de cilindros compactados

uniaxialmente e sinterizados.

Das composições químicas obtidas na primeira fase, foi selecionada

inicialmente a composição contendo uma liga de cobre e estanho (bronze) para

produzir as amostras diamantadas, pois estas amostras visam obter maior

conhecimento do comportamento do diamante durante a compactação e

sinterização.

Baseado em informações publicadas, as amostras foram produzidas com a

concentração de diamante variando de zero a doze por cento em peso com

variações de 4% e uma granulometria deste compreendida entre 300 e 450 µm. A

mistura foi realizada em um misturador do tipo Y durante 45 minutos a uma

velocidade angular de 28 rpm. A escoabilidade das misturas for caracterizada pelo

método Hall. A compactação dos pós metálicos e dos pós metálicos misturados com

diamante foi efetuada em uma matriz de compactação de dupla ação com cavidade

cilíndrica de 9.5 mm de diâmetro e altura máxima útil de 30 mm. Montada em uma

prensa manual de 100 KN com um sensor eletrônico com uma resolução de 1 N.

A compressibilidade do material para as diversas concentrações de diamantes

foram utilizadas pressões de compactação de 200 MPa até 600 MPa com intervalos

32

Page 33: Relatório Final

de 100 MPa. Posteriormente, para determinar a relaxação elástica dos corpos

verdes durante a extração da matriz e para determinar a densidade durante a

sinterização as dimensões das amostras foram medidas com um micrometro de

resolução de 0.01 mm.

Após, os cilindros “verdes” foram sinterizados num forno em uma atmosfera de

argônio e hidrogênio. Estearato de Zinco foi empregado como lubricante.

Os dados obtidos servem para construir uma matriz de compactação adequada

para este compósito.

Resultados

Na primera fase do experimento, a composição de pastilhas diamantadas e

anéis diamantados foi determinada em cinco amostras resultando na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 -Composição química das amostras analisadas.

Os tubos internos dos anéis completos apresentam a composição de 97.4 % de

Fe e 2.6 % de Mn. Outra composição achada foi de 97.1 % de Fe e 2.9 % de Mn.

As partículas de diamantes foram analisadas com micrografias em amostras

fraturadas de anéis. Comparando os diamantes observados com as especificações

de forma de diamantes da literatura, podem-se enquadrar os mesmos na variação 2

a 6. (Figura 4.16).

Figura 4.16 - Forma dos diamantes.

Na segunda fase, cilindros de compósito diamantado foram fabricados. As

amostras cilíndricas foram confeccionadas usando um pó de bronze de tamanho de

60 µm com uma composição de 90% de cobre e 10% de estanho. Uma

percentagem de 0.75 % de estearato de zinco foi usada como lubrificante.

33

Page 34: Relatório Final

O método de Hall foi empregado para determinar a escoabilidade do pó de

bronze. Mostras variando de 0 a 12% de diamante foram usadas. A figura 4.17

mostra os resultados obtidos. Posteriormente, a densidade dos corpos de prova a

“verde”e sinterizados foi encontrada (Tabela 4.2).

Figura 4.17 - Escoabilidade do pó de bronze (método Hall).

Tabela 4.2 - Densidade dos corpos de prova “a verde”e sinterizados à 850°C.

Os dados mostraram que a densidade a “verde” aumenta com um aumento da

pressão e diminui com um aumento na composição de diamante. Entretanto, no

caso das peças sinterizadas, a densidade medida é sensivelmente menor. Um

aumento da pressão e um aumento na composição de diamante produzem uma

diminuição na densidade. Além disso, foi possível observar que as amostras

sofreram uma variação negativa da massa de 1% causada pela retirada do

lubrificante e formação de H2O.

Com o fim de projetar a altura de uma matriz para a produção de anéis

diamantados foi determinado o fator de compactação da amostra de pós de bronze,

o qual é determinado pela relação entre a altura de enchimento da matriz e a altura

da amostra compactada (Figura 4.18).

34

Page 35: Relatório Final

Figura 4.18 - Fator de compactação em função da pressão de compactação.

Posteriormente, a relaxação elástica das amostras verdes retiradas da matriz de

compactação. Ela é definida como a variação entre o diâmetro da amostra

compactada e o diâmetro da matriz de compactação. Os resultados mostram que a

relaxação elástica aumenta tanto com o aumento da pressão de compactação como

pelo aumento da concentração de diamante (Figura 4.19).

Figura 4.19 -Relaxação elástica na extração da matriz em função da pressão de

compactação.

Finalmente, a homogeneidade e porosidade de amostra sem diamante foram

caracterizadas. A caracterização metalográfica das amostras com diamantes é

inviável pelo fato da abrasividade de este. O resultado da porosidade é mostrado na

Tabela 4.3. Observa-se como a porosidade diminui com o aumento da pressão.

Tabela 4.3 -Porosidade do material sinterizado

35

Page 36: Relatório Final

Resultados

A mistura de pó com 4% em peso de diamante apresentou a melhor

escoabilidade.

Para pressão maiores de 300 MPa não há uma variação significativa na

densificação das amostras verdes.

Os corpos com 12% de diamante ficaram com uma resistência a verde pequena

e com uma grande aglomeração de diamantes em alguns pontos da superfície.

Além disso, a compactação das amostras danificou a matriz de aço ferramenta e o

punção de aço rápido.

A relação elástica aumentou com a pressão de compactação e com o aumento

da concentração de diamante. Os valores obtidos situam-se na faixa usual na

compactação de pos metálicos. A sinterização até 850ºC não mostrou vestígios de

grafitização nos diamantes empregados.

Os estudos realizados até o momento mostraram a viabilidade técnica do

processo de fabricação de anéis diamantados via compactação

uniaxial ,necessitando apenas do ajuste de alguns parâmetros de controle do

processo.

Já para o processo de fabricação via injeção à baixa pressão,os testes

experimentais ainda não foram iniciados,mas as pesquisas desenvolvidas até o

momento mostram-se otimistas,indicando que a viabilidade técnica será

brevemente aprovada.

4.6 - Viabilidade econômica

Para o desenvolvimento do estudo de viabilidade foram definidas as atividades

abaixo:

Coleta de dados do processo produtivo de quatro empresas – pequeno, médio e

grande portes.

Determinação dos custos envolvidos no processo produtivo das quatro empresas

contatadas.

Distribuição dos Custos de uma Empresa Típica do Setor de Pedras Ornamentais,

a qual trabalha desde a extração da rocha até a o acabamento final da pedra.

Definição do custo meta do anel diamantado.

Cálculo aproximado do custo do anel diamantado associado a cada tecnologia

selecionada para produção em território nacional.

Cálculo aproximado do custo do metro de fio diamantado produzido com

tecnologia nacional.

36

Page 37: Relatório Final

A seguir serão apresentadas as análises econômicas realizadas sobre o setor de

processamento de pedras ornamentais com seus respectivos resultados.

4.6.1 - Coleta de dados do processo produtivo de quatro empresas – pequeno, médio e grande portes:

Para a realização desta atividade foram visitadas quatro empresas no Estado do

Espírito Santo, sendo três na cidade de Cachoeiro do Itapemirim e uma na cidade

de Vitória:

Empresa de Mineração Santa Clara Ltda.: empresa de médio porte, com

extração própria de mármore e beneficiamento de mármore e granito, sendo

este último em pequena escala. Possui 89 funcionários e tem faturamento

mensal médio de R$ 560.000,00.

Santiago Mármores e Granitos Ltda.: empresa de pequeno porte, que compra os

blocos de granito para beneficiamento, sendo que o polimento é terceirizado.

Possui 17 funcionários e faturamento mensal médio de R$ 180.000,00.

Marmocil Ltda.: empresa de grande porte, com extração própria de granito e

beneficiamento de granito e mármore, sendo este último em menor escala.

Possui em torno de 120 funcionários e faturamento médio mensal de R$

1.700.000,00.

Pemagran Pedras Mármores e Granitos Ltda., de grande porte, foi

desconsiderada, devido a não ter tempo hábil para fornecer os dados físicos e de

custos dos processos da empresa, apenas a produção do monofio utilizado na

pedreira. Possui em torno de 300 funcionários e faturamento médio mensal de

R$ 2.000.000,00.

4.6.2 - Determinação dos custos envolvidos no processo produtivo das quatro empresas contatadas:

Por uma questão de sigilo empresarial, os dados a seguir apresentados não

serão diretamente relacionados às empresas que os disponibilizaram.

Pretendeu-se com este estudo mostrar-se um panorama geral do setor de

pedras ornamentais e não de uma determinada empresa. Para tanto, foram

primeiramente analisados os dados levantados nas empresas, para então elaborar-

se uma matriz de custos que representasse os custos do setor de pedras

ornamentais.

37

Page 38: Relatório Final

A seguir apresenta-se:

Extração da Matéria-Prima (Tabela 4.4) - Dados dos Postos de Trabalho da

Pedreira

Beneficiamento da Pedra (Tabela 4.5) - Dados dos Postos de Trabalho da

Indústria

Extração da Matéria-Prima (Tabela 4.6) – Custo Hora dos Postos de Trabalho da

Pedreira

Beneficiamento da Pedra (Tabela 4.7) – Custo Hora dos Postos de Trabalho da

Indústria

Tabela 4.5 - Extração da Matéria-Prima - Dados dos Postos de Trabalho da

Pedreira[extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

Posto de TrabalhoCapac.

instaladah/mês

Capac. utilizada

%

Quant. Postos

Valor por Posto

R$

Vida Útilanos

MOD por Posto

unidade

MOD por Posto

R$/mês

MOI por Posto

pontuação

Manut.RH

pontuação

Manut. Mater.R$/mês

Potência Instalada

kW

Água

pontuação

CombustR$/mês

Ar Comprpontuação

Extração - Limpeza Terreno 183,21 70% 1 1 5

Martelo Fundo Furo 183,21 40% 1 10.000,00 5 1 1.330,34 7 2 64,89 5 1

Máquina Fio Diamantado 183,21 75% 2 100.000,00 5 2 2.579,41 3 2 36,80 10

Martelo Pneumát (tomba prancha) 183,21 40% 1 5.000,00 3 1 1.330,34 4 10 64,89 1 1

Conjunto Tomba Prancha 183,21 35% 2 5.000,00 3 2 2.630,55 8 325,68

Marcar Corte na Prancha 183,21 35% 1 1.000,00 2 2 2.630,55 10

Martelo Pneumático (cordel) 183,21 45% 6 5.000,00 3 1 1.300,21 1 10 64,89 1 1

Separar bloco com cunha 183,21 20% 1 500,00 2 1 1.300,21 1

Separar bloco com explosivo leve 183,21 85% 1 1 1 1.383,86 1

Guincho 183,21 20% 2 15.000,00 10 3 3.550,82 3 0 764,18 7,36

Caminhão Mulão Cargo 815e 183,21 85% 1 60.000,00 10 1 1.196,83 4 1.574,63

Retroescavadeira 183,21 40% 1 60.000,00 10 1 1.412,88 4 992,17

Escavadeira 183,21 40% 1 600.000,00 10 1 1.412,88 1 992,17

Carregadeira 183,21 85% 3 316.666,67 10 2 2.487,47 4 992,17

Caminhão Caçamba 183,21 85% 2 240.000,00 10 2 2.487,47 2 992,17

Micro-ônibus 183,21 40% 1 40.000,00 10 1 1.196,83 609,77

Toyota 183,21 50% 1 50.000,00 10 1 1.196,83 5 173,24

Compressores 183,21 40% 1 200.000,00 15 0 8 223,10 128,80

Almoxarifado 183,21 85% 1 1 1 1.279,17 7

Tabela 4.6 - Beneficiamento da Pedra - Dados dos Postos de Trabalho da Indústria

[extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

38

Page 39: Relatório Final

Posto de TrabalhoCapac.

instaladah/mês

Capac. utilizada

%

Quant. Postos

Valor por Posto

R$

Vida Útilanos

MOD por Posto

unidade

MOD por Posto

R$/mês

MOI por Posto

pontuação

Manut.RH

pontuação

Manut. Mater.R$/mês

Potência Instalada

kW

Água

pontuação

AterroR$/mês

Pátio de Blocos

Pórtico 40 ton 183,21 85% 1 200.000,00 20 2 2.501,53 10 5 339,72 26,50

Lavação 183,21 85% 1 500,00 3 1 782,30 3 1

Máquina Monofio 183,21 85% 1 50.000,00 10 2 2.163,02 10 1 11,04 2

Serraria

Carro Porta Blocos 183,21 10% 9 2.000,00 10 2 2.089,68 3 1 1,33 2,21

Carro Transportador (cabo de aço) 183,21 50% 1 10.000,00 10 2 1.519,78 5 1 154,41 9,57

Tear Convencional 630,00 85% 2 300.000,00 10 3 4.549,33 10 6 882,39 56,30 8

Tear com Lâmina Diamantada 630,00 85% 1 540.000,00 10 3 4.549,33 10 8 1.195,59 85,38 10

Multifio 30 fios 630,00 85% 1 2.500.000,00 10 2 3.032,88 10 5 2.083,33 150,00 8

Polimento

Politriz Automática 183,21 85% 1 1.000.000,00 10 2 2.420,87 10 8 2.997,82 183,63 6

Politriz Semi-automática 183,21 85% 1 35.000,00 10 1 1.254,52 7 1 361,78 25,02 3

Estúdio Fotográfico 183,21 85% 1 4.380,31 3 1 1.120,81 3 0

Pátio de Chapas

Ponte Rolante 183,21 65% 3 40.000,00 20 2 2.105,64 3 7 67,43 7,73

Ventosa 183,21 50% 1 5.000,00 8 1 849,56 1 1 198,05

Telagem e Resinagem

Ponte Rolante 183,21 30% 1 40.000,00 20 1 1.120,83 3 2 229,55 7,73

Ventosa 183,21 15% 1 5.000,00 8 1 1.120,83 1

Forno de Secagem 183,21 50% 1 110.000,00 10 1 1.120,83 5 2 310,31

Telagem 183,21 20% 1 1.000,00 2 1 1.120,83 8

Polimento no 1º Levigado 183,21 85% 1 1.000.000,00 10 1 2.420,87 10 4 163,39 3

Resinagem 183,21 40% 1 1.000,00 2 1 1.120,83 8

Carro Transportador de Chapa 183,21 20% 1 10.000,00 10 1 1.120,83 5 1 7,36

Tabela 4.7 - Extração da Matéria-Prima – Custo Hora dos Postos de Trabalho da Pedreira [extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

Posto de TrabalhoCusto Total

(R$/h)CustoMOD

CustoMOI

OutrosMO

Amortização Imóvel

EE InsumosManut.

RHManutenção

MateriaisDeprec. Equip. Combustível Ar Comprimido

Extração - Limpeza Terreno 2,70 - 2,70 - - - - - - - -

Martelo Fundo Furo 42,12 26,11 6,63 1,35 - - 0,51 4,62 2,27 - 0,64

Máquina Fio Diamantado 68,71 27,00 0,76 1,44 3,89 19,01 0,51 3,98 12,13 - -

Martelo Pneumát (tomba prancha) 55,88 26,11 3,79 1,35 - - 2,54 19,56 1,90 - 0,64

Conjunto Tomba Prancha 73,65 59,00 4,33 3,08 - - - 5,08 2,17 - -

Marcar Corte na Prancha 73,54 59,00 10,82 3,08 - - - - 0,65 - -

Martelo Pneumático (cordel) 129,22 22,68 0,14 1,20 - - 2,54 100,41 1,68 - 0,57

Separar bloco com cunha 56,19 51,03 1,89 2,69 - - - - 0,57 - -

Separar bloco com explosivo leve 13,86 12,78 0,45 0,63 - - - - - - -

Guincho 175,33 139,37 2,84 8,07 0,78 - - 20,86 3,41 - -

Caminhão Mulão Cargo 815e 29,54 11,05 - 0,63 - - 1,01 3,52 3,21 10,11 -

Retroescavadeira 57,92 27,73 - 1,35 - - 1,01 7,47 6,82 13,54 -

Escavadeira 112,96 27,73 - 1,35 - - 0,25 1,87 68,23 13,54 -

Carregadeira 59,12 22,97 - 1,27 - - 1,01 10,55 16,95 6,37 -

Caminhão Caçamba 47,48 22,97 - 1,27 - - 0,51 3,52 12,84 6,37 -

Micro-ônibus 37,70 23,49 - 1,35 - - - - 4,55 8,32 -

Toyota 30,09 18,79 3,79 1,08 - - - - 4,55 1,89 -

Almoxarifado 15,56 11,81 3,12 0,63 - - - - - - -

Tabela 4.8 - Beneficiamento da Pedra – Custo Hora dos Postos de Trabalho da

Indústria[extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

39

Page 40: Relatório Final

Posto de TrabalhoCusto Total

(R$/h)CustoMOD

CustoMOI

OutrosMO

Amortização Imóvel

EE InsumosManut.

RHManutenção

MateriaisDeprec. Equip. Combustível

Conjunto Filtro Prensa

Pátio de Blocos

Pórtico 40 ton 42,02 23,10 1,65 1,27 2,80 - 1,27 6,58 5,35 - -

Lavação 8,71 7,22 0,50 0,63 - - - - 0,09 - 0,27

Máquina Monofio 39,00 19,98 1,65 1,27 1,17 10,59 0,25 0,88 2,68 - 0,54

Serraria -

Carro Porta Blocos 243,99 164,04 0,47 10,77 0,23 - 0,25 67,32 0,91 - -

Carro Transportador 32,77 23,86 1,41 2,15 1,01 - 0,25 3,18 0,91 - -

Tear Convencional 38,65 12,22 0,24 0,55 0,46 5,95 6,15 1,52 4,72 4,67 - 2,16

Tear com Lâmina Diamantada 61,86 12,22 0,48 0,55 0,46 9,03 21,71 2,03 4,28 8,40 - 2,70

Multifio 30 fios 211,17 8,15 0,48 0,37 0,46 15,86 137,30 1,52 5,42 38,90 - 2,70

Polimento -

Politriz Automática 223,92 22,36 1,65 1,27 1,00 19,42 94,78 2,03 26,28 53,51 - 1,62

Politriz Semi-automática 28,42 11,59 1,16 0,63 1,00 2,65 5,27 0,25 3,20 1,87 - 0,81

Estúdio Fotográfico 12,26 10,35 0,50 0,63 - - - - 0,78 - -

Pátio de Chapas -

Ponte Rolante 61,77 25,43 0,22 1,66 5,77 0,82 - 1,78 24,71 1,40 - -

Ventosa 19,17 13,34 0,28 1,08 - - 0,25 3,66 0,57 - -

Telagem e Resinagem -

Ponte Rolante 49,32 29,33 1,41 1,79 3,28 0,82 - 0,51 9,16 3,03 - -

Ventosa 65,08 58,66 0,94 3,59 - - - - 1,90 - -

Forno de Secagem 42,08 17,60 1,41 1,08 1,97 - 3,14 0,51 6,38 10,01 - -

Telagem 163,41 43,99 5,62 2,69 7,38 - 102,59 - - 1,14 - -

Polimento no 1º Levigado 107,03 22,36 1,65 0,63 1,00 17,28 5,27 1,01 3,52 53,51 - 0,81

Resinagem 63,08 22,00 2,81 1,35 3,69 - 32,67 - - 0,57 - -

Carro Transportador de Chapa 57,24 43,99 3,51 2,69 0,78 - 0,25 3,74 2,27 - -

40

Page 41: Relatório Final

4.6.3 - Distribuição dos Custos de uma Empresa Típica do Setor de Pedras Ornamentais, a qual trabalha desde a extração da rocha até a o acabamento final da pedra:

A Figura 4.20 mostra que os processos de transformação do bloco em chapas

polidas carrega o maior custo da empresa, de 42% dos custos totais. Basicamente,

estes custos referem-se aos processos de corte do bloco em chapas (40%) e de

polimento das chapas (20%), os outros 40% estão distribuídos em processos

diversos como o recebimento do bloco e movimentação das pedras.

Já os custos de matéria-prima, que carregam 27% dos custos totais,

correspondem principalmente aos custos com maquinário pesado (50%), como

carregadeiras, retro-escavadeiras, escavadeiras e caminhões, e aos processos de

corte de blocos com monofio (17%) e de desdobramento de blocos com martelos

pneumáticos (20%).

Os custos administrativos, financeiros e comerciais, que representam 32% dos

custos totais, são bastante satisfatórios, típicos de uma empresa enxuta, pois boa

parte das empresas do setor exporta parte de seus produtos para o mercado

mundial, o que demanda maiores esforços e custos com pessoal e trâmites da área.

Distribuição dos Custos

Transformação 42%

Matéria-Prima27%

Adm Com 32%

Figura 4.20 – Distribuição dos custos de uma empresa típica[extraído do Relatório

Interno do CETEMAG].

Enfim, a distribuição de custos apresentada na Figura 4.20 indica que trabalhar-

se para a melhoria dos processos de transformação trará ganhos monetários

significativos para as empresas, devido a este custo ser relevante dentro do custo

41

Page 42: Relatório Final

total de uma empresa típica.A seguir apresentam-se os custos mensais e por metro

quadrado de bloco cortado com respeito às diversas tecnologias estudadas:

Tecnologia convencional (Tabela 4.9) – tear com lâmina de aço e tear com

lâmina diamantada;

Tecnologia com fio diamantado importado (Tabela 4.10), com preço médio de

US$150,00;

Tecnologia com fio diamantado (se fabricado no Brasil) (Tabela 4.11) ao preço

praticado na Itália, de US$ 60,00 (primeiro custo meta).

Tabela 4.9 - Custos da Tecnologia Convencional[extraído do Relatório Interno do

CETEMAG].

Equipamento Classe de DurezaCusto Mensal

(R$/mês)Custo por bloco

(R$/m²)

Tear com Lâmina 1 19.785,62 12,40

Tear Diamantado 1 33.229,03 4,12

Tear com Lâmina 2 20.631,29 18,92

Tear com Lâmina 5 20.040,40 33,52

Tabela 4.10 - Custos da Tecnologia com Fio Diamantado Importado (US$ 150,00/m

de fio) [extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

EquipamentoClasse de

Dureza

Custo Mensal do

corte(R$/mês)

Custo processo corte do

bloco(R$/m²)

Custo Fio(R$/mês)

Custo Fio vs. Custo

corte(%)

Multifio Arianna 70 1 149.105,53 12,25 84.755,75 57%

Multifio Circuito Longo 2 56.207,55 31,50 37.073,59 66%

Multifio Circuito Curto 2 158.062,90 27,75 118.327,95 75%

Multifio Circuito Longo 5 63.185,47 49,46 44.152,90 70%

Multifio Circuito Curto 5 112.800,87 52,84 73.778,07 65%

Tabela 4.11 - Custos da Tecnologia com Fio Diamantado Nacional (US$ 60,00/m de

fio) [extraído do Relatório Interno do CETEMAG].

EquipamentoClasse de

Dureza

Custo Mensal do

corte(R$/mês)

Custo processo corte do

bloco(R$/m²)

Custo Fio(R$/mês)

Custo Fio vs. Custo

corte(%)

Multifio Arianna 70 1 106.727,66 42.377,88 8,77 40%

Multifio Circuito Longo 2 33.963,39 14.829,43 19,03 44%

Multifio Circuito Curto 2 87.066,13 47.331,18 15,29 54%

Multifio Circuito Longo 5 36.693,73 17.661,16 28,72 48%

Multifio Circuito Curto 5 68.534,03 29.511,23 32,10 43%

42

Page 43: Relatório Final

43

Page 44: Relatório Final

Comparando-se a tecnologia convencional, por tear, com a tecnologia atual, por

fio diamantado, pode-se dizer que em termos de custos a tecnologia convencional é

mais barata que a tecnologia atual quando o fio diamantado é importado, mas

quando o mesmo passar a ser fabricado no Brasil, a projeção indica que as duas

tecnologias se equiparam e, para durezas maiores, a tecnologia com fio diamantado

torna-se mais econômica.

Mas a questão não é apenas econômica, existem aspectos relevantes que

tornam a tecnologia atual bastante vantajosa em relação à tecnologia convencional.

As principais vantagens são:

Menos obras de fundação, sendo o investimento com instalação quatro vezes

menor que com o tear convencional e o tempo de instalação de 1 semana contra

3 meses do tear convencional;

A disponibilidade de área ocupada pode chegar a um quarto da utilizada pelo

tear convencional;

Maior aproveitamento da pedra, sendo de 2m² a mais de chapa por m³ de

cortado. Além disso, a eventual quebra do bloco durante o processo de serrada

tende a zero, contra 20% com tear convencional;

Melhor acabamento superficial da chapa dispensando, em muitos casos, a

necessidade do levigado (primeira etapa do polimento das chapas), o que

proporcionaria uma economia de 30% do material utilizado no polimento, bem

como no tempo total de polimento;

Pode-se obter na mesma serrada chapas de espessuras diferentes

(flexibilidade), pois no tear convencional a espessura da chapa é fixa, de 2 cm;

Processo totalmente automatizado não necessitando mais do que 10 minutos

para a regulagem das espessuras;

Não utiliza nenhum outro material (granalha, cal, lâmina) além do fio

diamantado e água, sendo a operação simples, prática e de menor impacto

ambiental, pois os rejeitos líquidos e sólidos podem ser facilmente reciclados;

Em relação à saúde e segurança no trabalho, o tear com fio diamantado

contribuiu com baixos níveis de ruído, diminuindo assim a possibilidade estresse

e de perdas auditivas do trabalhador, promovendo uma melhoria no ambiente

de trabalho e a redução de doenças e de acidentes do trabalho.

44

Page 45: Relatório Final

O fio diamantado não é utilizado somente no corte do bloco extraído em chapas.

O processo de extração de rochas ornamentais vem utilizando em larga escala o fio

diamantado para o corte dos blocos nas pedreiras, em substituição ao corte por

martelo pneumático e explosivo. As principais vantagens seriam com relação à

qualidade do corte das faces do bloco, ao maior aproveitamento dos blocos

extraídos, à saúde e à segurança no trabalho.

O fio diamantado poderá ser utilizado para outros fins na indústria de

processamento de pedras ornamentais, como para o corte de retalhos e sobras em

ladrilhos e tijoletas, reduzindo os rejeitos normais, atualmente na ordem de 60%.

Poderá ser utilizado também em outros segmentos industriais, em processos de

corte.

Assim, pode-se afirmar que o estudo de viabilidade técnica e econômica do

processamento da pedra ornamental com fio diamantado é bastante viável.

Ressalta-se ainda que o uso do fio diamantado propicia uma série de vantagens,

tais como produtividade, flexibilidade, não agressão ao meio ambiente, melhoria na

qualidade do ambiente para o trabalhador, entre outras.

4.6.4 - Definição do custo meta do anel diamantado:Quanto ao valor meta do fio com anel diamantado a ser fabricado no Brasil,este

deve ser, no mínimo, igual ao preço praticado no mercado internacional, adquirido

no país fabricante. O preço médio de referência que se tem é o praticado na Itália, é

de US$ 60,00 por metro linear de cabo.

4.6.5 - Cálculo aproximado do custo do anel diamantado associado a cada tecnologia selecionada para produção em território nacional:

Considerando o anel diamantado na Figura 4.21, e utilizando a Fórmula 4.1

geométrica para o cálculo do volume do sólido:

Para um anel com D=11mm, d=7mm e l=5mm o volume de material

diamantado é de 0,282 cm3.

Figura 4.21- Desenho do anel diamantado e tubo suporte.

Fórmula 4.1 – Cálculo do volume

45

Page 46: Relatório Final

Realizando os cálculos tendo como base a composição química dos elementos que constituirão a liga de bronze,a Tabela 4.12 a seguir foi obtida:

Tabela 4.12 – Planilha de cálculo para o anel de liga de bronze.

Material Peso/cm3 Preço Custo/cm3

Diamante(AD50) 0,057 g US$/g 1,90 R$ 0,239Cu 5,232062 g R$/kg 40 R$ 0,209Zn 0,776475 g R$/kg 20 R$ 0,016Sn 0,478249 g R$/kg 65 R$ 0,031Co 0,483163 g R$/kg 250 R$ 0,121Ni 0,414251 g R$/kg 110 R$ 0,046Ti 0,038035 g R$/kg 60 R$ 0,002

Total R$ 0,661

Como observado,obteve-se um custo aproximado de R$0,66 para cada

centímetro cúbico de material.

Como o volume do anel diamantado é de 0,282cm³,portanto,o custo calculado

para cada anel diamantado é de R$0,186.

Considerando os processos de fabricação envolvidos até que o anel diamantado

esteja devidamente fabricado,chegou-se a uma estimativa de que o anel terá cerca

de 25% do seu custo incrementado.

Desta forma,o custo final esperado para o anel diamantado de liga de bronze é

aproximadamente R$0,23.

Para os cálculos do custo do anel de liga de cobalto,deve-se considerar a adição

do ligante orgânico aos demais elementos constituintes.

Deste modo o volume calculado para a peça verde proveniente do processo de

injeção é aproximadamente o dobro do volume esperado para a peça final.

Seguindo este contexto,a Tabela 4.13 abaixo foi obtida:

Tabela 4.13 – Planilha de cálculo para o anel de liga de cobalto

Material Peso/cm3 Preço Custo/cm3

Diamante(AD50) 0,437 g US$/g 1,90 R$ 0,166Co 7,347 g R$/kg 280 R$ 2,057WC 0,962 g R$/kg 160 R$ 0,154Ligante 0,282 g R$/kg 18 R$ 0,005

Total R$ 2,382

Como observado,obteve-se um custo aproximado de R$2,38 para cada

centímetro cúbico de material.

46

Page 47: Relatório Final

Para o volume do anel diamantado,portanto,o custo calculado para cada anel

diamantado é de cerca de R$0,67.

Considerando os processos de fabricação envolvidos até que o anel diamantado

esteja devidamente fabricado,chegou-se a uma estimativa de que o anel terá cerca

de 25% do seu custo incrementado.

Desta forma,o custo final esperado para o anel diamantado de liga de bronze é

aproximadamente R$0,84.

4.6.6 - Cálculo aproximado do custo do metro de fio diamantado produzido com tecnologia nacional:

Segundo informações levantadas,o custo dos anéis diamantados representa

cerca de 80% do custo total do fio diamantado italiano.

Como o custo do fio italiano é de U$60,00,calcula-se que o custo do conjunto

cabo de aço-molas-anéis de fixação-tubos suporte-revestimento seja de cerca de

R$24,00.

Como o produto desenvolvido apresenta um total de quarenta anéis

diamantados por metro de fio,chega-se aos seguintes valores para os fios

produzidos com tecnologia nacional:

4.6.7 - Custo final do metro de fio diamantado com anéis de liga de bronze:

~R$33,20

4.6.8 - Custo final do metro de fio diamantado com anéis de liga de cobalto:

~R$57,6

Os resultados alcançados mostram que é altamente vantajoso estabelecer a

produção de tais fios diamantados com tecnologia nacional,podendo atingir grande

competitividade no mercado nacional a até mesmo internacional.

O fato do metro de fio diamantado com anéis de liga de cobalto apresentar um

custo bem mais elevado que o com liga de bronze é compensado pela possibilidade

de obter-se formas complexas para os anéis diamantados pelo processo de injeção,

de modo que estes apresentem melhor desempenho que aqueles,resultando em

economia no custo final do processo de corte.

47

Page 48: Relatório Final

6 – PROJETO PRELIMINAR

6.1 – Introdução

Nesta fase do projeto foram estabelecidos o arranjo físico final do produto,bem

como os desenhos técnicos de cada componente do produto,recomendações de

uso,procedimentos de assistência técnica e manutenção,detalhamento da

embalagem para fornecimento e trasnporte,procedimentos para a divulgação do

produto,além de uma revisão das viabilidades técnica e econômica pertinentes ao

desenvolvimento de fabricação do fio diamantado.

6.2– Arranjo físico final

O produto final apresenta-se com a seguinte estrutura física,condizente ao

comprimento de um(1) metro do mesmo:

- Um(1) metro de cabo de aço sobre o qual encontram-se dispostos

alternadamente quarenta(40)anéis diamantados e quarenta(40)molas de

compressão,sendo que a cada cinco(5) pares destes é introduzido um anel de

fixação,num total,portanto,de oito(8) elementos destes por unidade de metro do

produto.

Estando estes componentes devidamente encaixados,são aplicadas

‘mordeduras’ nos anéis de fixação,de modo a fixá-los firmemente ao cabo de

aço,através de uma ferramenta apropriada já disponível no mercado.

Os espaços existentes entre os anéis diamantados(ocupados pelas molas de

compressão)recebem então um revestimento polimérico através de um processo de

moldagem por injeção.

48

Page 49: Relatório Final

Deste modo,o produto passa a apresentar agora a sua configuração

final,mostrada na Figura 6.1.

Figura6.1 - Configuração final do fio diamantado.

49

Page 50: Relatório Final

6.3 -Desenhos técnicos

6.4

Os desenhos técnicos relativos a cada componente estrutural do produto(anel

diamantado,tubo suporte,conjunto anel diamantado-tubo suporte,cabo de aço,mola

de compressão,anel de fixação e revestimento polimérico) encontram-se no anexo

1.

6.5 - Recomendações de uso

O produto desenvolvido é destinado a processos de corte de rochas ornamentais

em máquinas específicas para tal finalidade,máquinas estas que apresentam-se de

diversas configurações como: máquinas monofio e máquinas multifio.

Tais máquinas são mostradas a seguir (Figuras 6.2 a 6.4),onde pode-se notar

suas áreas de corte.

Figura 6.2 - Máquina monofio para fio diamantado utilizada na extração na

mina[Marini Quarries Group].

Figura6.3 -Máquina monofio para fio diamantado para preparação de

blocos[extraído do site www.tafsrl.com].

50

Page 51: Relatório Final

Figura 6.4 - Máquina multifio para fio diamantado[extraído do site

www.bidese.com].

De acordo com a potência da máquina,o material de corte e o tipo de corte,os

parâmetros relacionados ao processo e ao fio diamantado devem ser ajustados.

Os principais parâmetros de ajuste são a velocidade de trabalho do fio ,o avanço

do fio(ou deslocamento da máquina,mantendo o fio tracionado) ,a remontagem do

fio para um número de anéis adequado por metro.

O uso de água como fluido de corte é recomendado para refrigerar a ferramenta

de corte e promover a remoção de material da área de trabalho.

O usuário deve,no momento de unir as duas extremidades do fio,torcer de

uma(1) a duas(2) voltas por metro de fio em uma das extremidades,de modo a

inserir um torque ao fio,e então unir as extremidades,para que este torque no fio

em trabalho faça com que o fio apresente uma velocidade de rotação em torno de

seu eixo longitudinal,promovendo deste modo desgaste uniforme em toda a

periferia dão anel diamantado.

Algumas recomendações a respeito dos parâmetros de corte a serem

controlados são mostrados nas tabelas a seguir,onde o número de anéis

diamantados é de quarenta(40) por metro de fio utilizado.

Para o corte com fio diamantado composto por anéis diamantados de liga de

cobalto,são recomendadas as seguintes faixas de valores para os parâmetros que

envolvem o processo (Tabela 6.1):

51

Page 52: Relatório Final

Material

a

ser

cortado

Velocidade

de

trabalho

Avanço

(máquina)

Potência

da

máquina

Fluido

de corte

(água)

m/s m²/h kW l/min.

Granito 23 - 27 2 – 3,5 35 - 55 30 - 60

Arenito 25 - 40 4,5 – 9,5 30 - 45 30 - 60

Tabela 6.1 - Recomendações de uso para fio com anéis diamantados de liga de

cobalto.

Para o corte com fio diamantado composto por anéis diamantados de liga de

bronze,são recomendadas as seguintes faixas de valores para os parâmetros que

envolvem o processo (Tabela 6.2):

Material

a

ser

cortado

Velocidade

de trabalho

Avanço

(máquina)

Potência

da

máquina

Fluido de

Corte

(água)

m/s m²/h kW l/min.

Mármore 34 - 40 10 - 20 30 - 60 40 - 80

Calcáreo 32 - 34 8 - 10 30 - 60 40 - 80

Tabela6.2 - Recomendações de uso para fio com anéis diamantados de liga de

bronze.

52

Page 53: Relatório Final

6.4.1- Manutenção

Algumas orientações são sugeridas para que o fio diamantado seja mantido

sempre em boas condições de operação,evitando que ocorra desgaste irregular dos

anéis diamantados e até mesmo a ruptura do fio diamantado,possibilitando assim

melhor eficiência e qualidade de corte.

As seguintes recomendações são direcionadas ao consumidor:

-Verificar periodicamente se os parâmetros de corte estão dentro da faixa de

valores recomendada.

-Manter a área de trabalho sempre alimentada com fluido de corte,de modo a

evitar elevadas temperaturas na região de corte,o que provocaria derretimento do

revestimento polimérico.

-Verificar se há desgaste irregular da periferia dos anéis diamantados. Caso isto

ocorra,o fio ser retirado da sua área de trabalho,deve ter suas extremidades

desunidas,e em seguida um torque deve ser aplicado ao fio(como já explicado

anteriormente),para finalmente ter suas extremidades novamente unidas e estar

em condições de operar de modo correto.

-Verificar periodicamente se não há sinais de derretimento na estrutura do

polímero.Caso isto ocorra,deve-se providenciar um novo revestimento.

-Verificar periodicamente se não há desgaste excessivo do revestimento

polimérico.Caso isto ocorra,deve ser providenciado um novo revestimento.

-Verificar periodicamente se não há sinais de início do rompimento do cabo de

aço.Caso isto ocorra,deve ser providenciada a remontagem do fio diamantado,

reaproveitando apenas os anéis diamantados e as molas de compressão.

6.4.2- Procedimentos de assistência técnica

Como o projeto de desenvolvimento do fio diamantado está focado

principalmente na fabricação do anel diamantado,buscando um preço inferior ao do

mercado internacional,o processo de (re)montagem será encaminhado a uma

empresa especializada neste ramo.No Brasil,pode-se encontrar uma empresa neste

segmento localizada no estado do Espírito Santo.

Ademais,seguem alguns procedimentos que devem ser realizados na

necessidade de assistência técnica:

-Se necessário a troca de revestimento polimérico ou de uma remontagem do fio

diamantado,a empresa especializada deve ser consultada.

-Em caso de rompimento do fio,pode ser requerida uma união das extremidades

rompidas junto à mesma empresa.

53

Page 54: Relatório Final

Para a (re)montagem do fio diamantado,as seguintes etapas devem ser seguidas:

1º- Os anéis diamantados e as molas de compressão devem ser montados

sobre o cabo de aço de modo alternado,sendo que a cada cinco pares destes deve-

se colocar um anel de fixação;

2º- Deve-se aplicar uma ‘mordedura’ nos anéis de fixação com uma ferramenta

apropriada,de modo a fixá-los firmemente ao cabo de aço;

3º-Deve-se recobrir os espaços existentes entre os anéis (onde estão localizadas

as molas) com polímero,através de um processo de moldagem por injeção.

Na Figura 6.5 podemos ver uma vista explodida dos ccomponentes:

Figura 6.5 - Componentes para (re)montagem(vista explodida).

Após a (re)montagem,o fio diamantado apresenta então a seguinte configuração

(Figura 6.6):

Figura 6.6 -Esquema do fio diamantado (re)montado.

54

Page 55: Relatório Final

6.4.3- Embalagem do produto

Os fios diamantados devem ser fornecidos e transportados em bobinas como a

da Figura 6.7, apresentando o comprimento desejado pelo consumidor ou

comprimentos pré-fixados pelo fabricante.

As bobinas,por sua vez,devem apresentar as especificações do produto que

estão portando,de modo claro e compreensível.

Figura 6.7 -Exemplo de bobina para fornecimento e transporte do fio diamantado.

6.5- Divulgação

Para a divulgação do produto deve-se recorrer a mídias que expressem as

características positivas do mesmo no segmento de mercado relativo à exploração

de rochas ornamentais.

Algumas sugestões são apresentadas abaixo:

-Produção e distribuição de folders Anexo 2 em locais onde este ramo do

mercado é abrangido,destacando os pontos favoráveis do produto,como bom

desempenho e preço reduzido,além de fornecer um modo de contato com o

fabricante;

-Criação de site apresentando o produto,suas especificações,tecnologias

envolvidas e disponibilizando contato para dúvidas e fornecimento.

-Divulgação em revistas especializadas no ramo de rochas ornamentais.

55

Page 56: Relatório Final

7- CONCLUSÃO

A necessidade de se tornar “independente” do mercado internacional com

relação às ferramentas de corte para rochas ornamentais,levou as empresas do

setor de mineração e extração mineral a buscarem uma solução para diminuir seus

custos inerentes ao processo de corte de tais rochas.

Como o processo de corte contribui com uma bastante significativa dos custos

totais de exploração das empresas,viu-se no fio diamantado a possibilidade de sua

produção com tecnologia nacional aliada a uma perspectiva econômica favorável.

O intuito do desenvolvimento deste projeto foi,portanto,o de buscar tecnologias

viáveis para a produção do fio diamantado,focando principalmente na fabricação do

chamado “anel diamantado”,,componente de mais alto custo no produto,visando

desta forma um preço final reduzido com alta capacidade de competição no

mercado.

A partir de estudos e coleta de informações foram concebidas as tecnologias

capazes de gerar um produto otimizado, a partir do controle de parâmetros

inerentes aos processos em questão.

Tais tecnologias, compactação de pós uniaxial e moldagem por

injeção,mostraram-se viáveis do ponto de vista técnico e econômico,levando a crer

que as possibilidades de sucesso com as pesquisas são otimistas.

O desenvolvimento do projeto mostrou também as bases a serem seguidas para

a implantação do produto no mercado,para que haja aceitação e satisfação do

consumidor em relação ao produto final.

O desenvolvimento e pesquisa para a produção do fio diamantado devem ter

continuidade com o objetivo de otimizar e desenvolver ainda mais,e sempre que

possível,as tecnologias envolvidas afim de manter a competitividade do produto no

mercado nacional e internacional.

56

Page 57: Relatório Final

8 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. OGLIARI, Andre. Notas de aula da disciplina de Metodologia de Projetos

em Engenharia Mecânica. Cap. 2,3,4,5 e 6. Florianópolis, UFSC, 2007.

2. BACK,N.,OGLIARI.A.,DIAS,A.,SILVA,J.C.da.Projeto integrado de

produtos:planejamento,concepção e modelagem.São Paulo.Editora

Manole.2008.

3. JANUSZ, Konstanty. Powder Metallurgy Diamond tools.Krakow. Elsevier,

2005.

4. Pereira,E.B.;Roberto,F.A.C.;Amaral,M. Estudo econômico sobre rochas

ornamentais.Situação atual e diagnóstico do setor de rochas

ornamentais no Nordeste.Fortaleza.v.5.149p.1997.

5. Regadas,I.C.M.C.Aspectos relacionados às lavras de granitos ornamentais

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2. http://www.diamantboart.com

3. http://www.solgadiamant.com

4. http://www.hqutool.com

5. http://www.wdiamant.com

6. http://www.diamondpauber.it

7. http://www.pelstman.com

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Anexo 1

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