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RELATÓRIO E CONTAS 2012 30 de Abril de 2013 INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DE COIMBRA – FRANCISCO GENTIL, EPE

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RELATÓRIO E CONTAS

2012

30 de Abr i l de 2013

I N S T I T U T O P O R T U G U Ê S D E O N C O L O G I A D E C O I M B R A – F R A N C I S C O G E N T I L , E P E

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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RELATÓRIO E CONTAS 2012

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RELATÓRIO E CONTAS

HOSPITAL EPE

SUMÁRIO

SUMÁRIO .............................................................................................................. 3

BREVE APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 4

M ENSAGEM DO PRESIDENTE .................................................................................. 5

GOVERNO DA ENTIDADE ........................................................................................ 9

GOVERNAÇÃO CLÍNICA ........................................................................................ 51

RELATÓRIO DE GESTÃO ..................................................................................... 104

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................... 131

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ........................................................................ 132

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012 .... 144

CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS ................................................................... 159

RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO ....................................................... 160

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BREVE APRESENTAÇÃO

O IPO de Coimbra é uma Instituição com meio século de história, tendo sido criado em Coimbra como um centro anticancerígeno em 1962 e autonomizando-se em relação ao IPO de Lisboa em 1977. Situado na parte alta da cidade ocupa uma área de 15.250m

2 e é constituído por 5 blocos ligados entre si.

Com uma lotação de cerca de 236 camas, na qual se inclui o “Hotel” para Doentes, estrutura inovadora no panorama da prestação de cuidados de saúde em Portugal, cobre uma população estimada em dois milhões e meio de habitantes.

Em termos jurídicos a Instituição reveste a forma de Entidade Pública Empresarial (EPE), por transformação da entidade IPOFG - Centro Regional de Oncologia de Coimbra, SA que revestia a forma de sociedade anónima. Esta transformação produziu efeitos em 31 de dezembro de 2005, com a publicação do Decreto-Lei nº 233/2005 de 29 de dezembro.

O IPO de Coimbra é uma unidade hospitalar moderna que tem por missão desenvolver ações nos domínios da prestação de cuidados de saúde, da prevenção primária e secundária, da investigação, da formação e ensino oncológicos, do rastreio oncológico, do registo oncológico e da colaboração na definição e acompanhamento de execução da política oncológica nacional, constituindo-se como uma Instituição de referência para os cidadãos que serve e para os serviços de saúde.

Os valores que sempre serviram de linha de orientação à atividade desenvolvida por esta Instituição, estão consubstanciados nas necessidades individuais de saúde do cidadão, perspetivando o acesso em tempo útil aos cuidados de saúde, a promoção da saúde das populações, a melhoria contínua da qualidade dos cuidados, a modernização e humanização dos serviços, bem como a promoção da qualificação profissional, técnica e científica dos seus colaboradores.

O IPO de Coimbra integra a plataforma A da Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia, o que lhe atribui responsabilidades de topo no diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas em toda a Região Centro.

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MENSAGEM DO

PRESIDENTE

Em 2012 o IPO de Coimbra teve um dos exercícios económicos mais difíceis e mais exigentes do seu meio século de história.

A redução significativa dos recursos postos à disposição da Região Centro, quando comparada com a média da redução nacional, elevaram o nível de exigência de gestão a patamares nunca antes atingidos tendo em conta que os compromissos de qualidade, universalidade e equidade foram mantidos intactos. E os resultados, uma vez mais, estão à vista: cumprimento integral do contrato programa (100%), Prazo Médio de Pagamento a fornecedores de 31 dias (e ponderado de 43,2 dias), EBITDA de 3,2 M€, cumprimento integral da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, elevado grau de satisfação dos utilizadores em todas as linhas de serviço.

As responsabilidades de um Instituto de Oncologia enquanto Centro Compreensivo de Cancro, integrado numa estrutura de âmbito nacional, não se circunscrevem à Região Centro e às Unidades Hospitalares que a integram e para as quais constitui Instituição de referência em oncologia. Enquanto parte integrante da rede nacional de Institutos de Oncologia, juntamente com Lisboa e Porto, as responsabilidades do IPO de Coimbra jogam-se também no plano da definição nacional de guidelines de diagnóstico e tratamento como instrumentos de equidade e efetividade clínica, na obtenção de ganhos de eficiência pelo efeito da normalização, não só de bens e serviços, mas também dos formulários hospitalares de medicamentos e de normas de orientação clínica, nas vantagens competitivas resultantes do efeito escala e finalmente, no contributo para a definição de uma política de saúde em oncologia integradora, orientada para os resultados, promotora de equidade, de efetividade e de eficiência na utilização dos recursos e que constitui um referencial para o qual, as unidades hospitalares, que possuam a oncologia na sua carteira de serviços, devem evoluir.

Neste domínio das responsabilidades nacionais, foram dados passos muito significativos em 2012 em matéria de definição de normas de orientação clínica, comuns aos três Centros de Oncologia, na promoção de reuniões regulares das Comissões de Farmácia e Terapêutica, na aquisição conjunta de bens através da constituição de Agrupamento de Entidades Adjudicantes, figura prevista no Código dos Contratos Públicos e que os Institutos de Oncologia terão sido as primeiras Instituições a utilizar e, finalmente, no reforço do papel da Comissão Coordenadora dos IPO’s para a definição das políticas de saúde em oncologia.

O Ministério da Saúde foi sensível aos argumentos dos Institutos de Oncologia e, particularmente, aos que o IPO de Coimbra teve oportunidade de desenvolver no seu Relatório e Contas de 2011, no sentido de que o modelo de financiamento da oncologia revelava preocupantes sinais de desajustamento face à realidade da

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prática clínica, chegando mesmo a gerar incentivos contraditórios com o desenvolvimento que se pretende imprimir à prestação de cuidados.

Estamos a referir-nos à insensibilidade do atual modelo de financiamento para o crescimento exponencial dos custos com as terapêuticas oncológicas em ambulatório que, de algum modo, terá estado na origem de uma linha de financiamento experimental de 4 patologias oncológicas (mama, colo do útero, cólon e recto) baseada no conceito de preço compreensivo ou global e que se designou genericamente por financiamento por "doente a cargo".

Este modelo, tem subjacente um estudo conduzido pela DGS (através do Diretor do Plano Oncológico Nacional) e pela ACSS, no qual participaram os Institutos de Oncologia de Lisboa, Porto e Coimbra alargado, numa segunda fase, aos Hospitais Centrais Universitários.

A vantagem teórica deste modelo, assente num preço compreensivo, é a de que transfere para a Instituição a responsabilidade pelo financiamento integral do tratamento do doente durante o período de tempo "contratado", ultrapassando assim os constrangimentos resultantes do pagamento das linhas de produção ao longo das quais o doente é tratado.

Mas o modelo pressupõe igualmente uma transferência do risco uma vez que todos os cuidados de que o doente necessite, dentro ou fora da instituição, relacionados ou não com a doença oncológica, estão incluídos no envelope financeiro contratado.

Um modelo deste tipo para ser bem sucedido e, por conseguinte, replicado, supõe:

Uma análise de custos rigorosa;

Critérios claros e clinicamente fundamentados, de inclusão e exclusão dos doentes; Normas de orientação clínica que garantam uniformidade dos processos de diagnóstico, estadiamento e tratamento da doença; Auditorias clínicas e de gestão que assegurem o escrupuloso cumprimento das regras.

Os trabalhos preparatórios que envolveram a definição da metodologia de trabalho, os critérios para o custeio, a dimensão da amostra, foram levados a cabo com os três Institutos de Oncologia. Os resultados a que se chegou quando começaram a efetuar-se as primeiras comparações entre os IPO’s foram de uma enorme consistência, quer no que respeita à forma como os doentes de cada uma das 4 patologias eram tratados, quer nos custos associados a esses mesmos tratamentos. Esta consistência resulta do facto de o modelo de organização da prestação de cuidados, assente na multidisciplinaridade e em critérios de efetividade clínica, ser partilhado pelas 3 Instituições e por isso foi relativamente simples estabilizar o modelo o suficiente para o testar em ambiente mais alargado, envolvendo os Hospitais Universitários.

No entanto a entrada dos Hospitais no estudo pôs em evidência uma enorme discrepância dos resultados destas Instituições, quando comparados com os dos Institutos e, mais preocupante, uma total inconsistência dos resultados a que cada uma delas chegou o que, descontando o viés introduzido pela fragilidade

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dos sistemas de informação, revela uma preocupante dispersão na forma como cada uma aborda o diagnóstico e o tratamento das mesmas patologias.

Isto não envolve qualquer juízo de valor relativamente aos Hospitais Gerais. É antes a constatação de que a oncologia não é o "core" da sua atividade, mas apenas mais uma valência na carteira de serviços.

O que acontece é que a eficácia, segurança e replicabilidade dos resultados e a eficiência na utilização de recursos em oncologia não pode ser assegurada sem um modelo de gestão da doença assente na multidisciplinaridade da decisão clínica presente no processo diagnóstico, na definição das terapêuticas e na avaliação dos resultados. Este modelo é o que esta inscrito no código genético dos Institutos de Oncologia e é este modelo que terá que ser replicado nas Unidades de saúde que pretendam ser acreditadas para deter a oncologia no seu portfólio de serviços.

Concluído o estudo e definidos os pressupostos da sua implementação, restava aguardar pela decisão relativamente aos preços que iriam ser definidos. Tratava-se claramente de uma decisão da exclusiva competência do Ministério da Saúde, comprimida pela reconhecida escassez de recursos disponíveis, razão pela qual jamais foi abordada nas reuniões com as Instituições participantes no estudo. Significa isto que os preços que vieram a ser definidos, situando-se muito abaixo dos custos, nunca poderiam ter sido fixados por acordo com as entidades participantes.

E desta forma, uma boa ideia, ousada e inovadora - a definição de um modelo alternativo de financiamento que olha para o doente de uma forma integrada e não para a segmentação das linhas de tratamento da sua doença - arrisca-se a falhar ao incentivar, perversamente, as barreiras à entrada de doentes no modelo por claro subfinanciamento de cada uma das patologias.

Por vezes, as oportunidades de reforma pressionadas pela escassez de recursos, têm maior probabilidade de sucesso uma vez que congregam um consenso mais amplo sobre a necessidade de reformar. Ninguém tem ilusões de que não serão disponibilizados mais recursos para a oncologia em Portugal. Pelo contrário, o volume de recursos terá que ser menor e o sistema terá que lidar com uma crescente pressão para o aumento dos gastos, venha da indústria farmacêutica ou das tecnologias de saúde. Mas isso não significa que o valor do dinheiro disponível não possa aumentar. Basta para tal:

Orientar a sua distribuição por critérios de racionalidade económica, de eficácia e de efetividade clínica, com um mapeamento rigoroso de todos os requisitos que as organizações de saúde terão que cumprir para deter a oncologia na sua carteira de serviços;

Definir uma estratégia de rede integrada e coerente de prestadores que se articulam entre si e garantem uma prática clínica harmonizada e promotora de equidade no acesso e de eficiência e racionalidade nas decisões de investimento;

Um sistema de auditorias externas que garantam o cumprimento rigoroso das regras do jogo.

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O Ministério da Saúde tem na mão um poderoso instrumento para a regulação do sub-sistema "oncologia" no sentido da normalização da prática clínica, da eficiência na utilização dos recursos e da reprodutibilidade dos resultados.

Esse instrumento é uma rede nacional de Institutos de Oncologia, verdadeiros centros compreensivos de cancro, autónomos mas perfeitamente articulados entre si e que poderá apoiar o Ministério da Saúde na definição da política de saúde em oncologia, na operacionalização da estratégia e na avaliação dos seus resultados, acrescentando valor, para a sociedade no seu todo, a cada unidade monetária despendida na luta contra o cancro em Portugal.

Dr. Manuel António L. Silva

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GOVERNO DA

ENTIDADE

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PRINCÍPIOS DE BOM GOVERNO

I. MISSÃO, OBJETIVOS E POLÍTICAS DA EMPRESA

A missão do IPO de Coimbra está bem expressa no artigo 5º do seu Regulamento Interno: “...desenvolver ações nos domínios da prestação de cuidados de saúde, da prevenção primária e secundária, da investigação, da formação e ensino oncológicos, do rastreio oncológico, do registo oncológico e da colaboração na definição e acompanhamento de execução da política oncológica nacional, constituindo-se como uma instituição de referência para os cidadãos que serve e para os serviços de saúde”.

Esta Instituição responde preferencialmente às necessidades de saúde da população da área de influência da Administração Regional de Saúde do Centro, no entanto, respeita a liberdade de escolha dos cidadãos, satisfazendo a procura de cuidados de saúde a nível nacional nas áreas de prestação em que é especializada.

A prossecução da missão do IPO de Coimbra é fortemente alicerçada em valores que há muito fazem parte do “património ético” desta Instituição, consubstanciados nas necessidades individuais de saúde do cidadão, perspetivando o acesso em tempo útil aos cuidados de saúde, a promoção da saúde das populações, a melhoria contínua da qualidade dos cuidados e modernização e humanização dos serviços, bem como a promoção da qualificação profissional, técnica e científica dos seus colaboradores.

Porque o IPO de Coimbra entende ser um dos pilares no combate à doença oncológica, articula-se com os Institutos de Oncologia de Lisboa e Porto, através da Comissão Coordenadora do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, que integra o grupo técnico de acompanhamento da política de saúde oncológica e do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas.

No que diz respeito à definição dos objetivos organizacionais e ao seu cumprimento, importa referir que a área da atuação desta Instituição é o sector da saúde, caracterizado pela dificuldade de planeamento rigoroso da atividade, já que esta depende de uma procura de cuidados de saúde com elevado grau de aleatoriedade. Esta característica de imponderabilidade é mais intensa numa área tão específica, e em constante mutação, como é a oncologia, e assim, a aferição do cumprimento dos objetivos medidos no indicador que de facto é importante, a saúde das populações, é de difícil execução. É permanente o esforço institucional em conseguir ajustar uma estrutura pesada em termos de recursos, como a de um hospital diferenciado como o IPO de Coimbra, às exigências expressas pela comunidade que serve.

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No entanto, com a passagem em dezembro de 2002 do IPO de Coimbra para o Sector Empresarial do Estado, e com o consequente reforço dos mecanismos de contratualização no sector público da saúde, esta Instituição começou, de forma mais consistente e clara, a ver definidos os seus objetivos de produção, qualidade e económico-financeiros, e assim poder medir o grau de cumprimento dos mesmos. O documento que estabelece estes objetivos tem o horizonte temporal de um ano e denomina-se Contrato Programa, sendo assinado pelo Ministério da Saúde e IPO de Coimbra.

Assim, desde 2003 que o IPO de Coimbra tem como instrumento anual orientador da sua atividade um Contrato Programa. Realizando uma retrospetiva dos últimos anos, pode afirmar-se com segurança que foram cumpridos todos os objetivos “major” de cada contrato. As metas de produção e qualidade definidas têm sido globalmente atingidas, os resultados têm sido francamente positivos, e a certificação legal das contas levada a cabo pelo Fiscal Único tem sido emitida sem quaisquer reservas.

II. REGULAMENTOS INTERNOS E EXTERNOS A QUE A ENTIDADE

ESTÁ SUJEITA

Por força do Decreto-Lei n.º 233/2005 de 29 de Dezembro, o IPO de Coimbra reveste a natureza de Entidade Pública Empresarial (EPE), e como refere este diploma legal no n.º 2, do Artigo 5º, do Capítulo II “...os hospitais EPE regem-se pelo regime jurídico aplicável às entidades públicas empresariais, com as especificidades previstas no presente decreto-lei e seus Estatutos constantes dos anexos I e II, bem como nos respetivos regulamentos internos e nas normas em vigor para o Serviço Nacional de Saúde que não contrariem as normas aqui previstas.”

O IPO de Coimbra é uma pessoa coletiva de direito público de natureza empresarial, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial, regendo-se nos termos da Legislação aplicável ao Sector Empresarial do Estado

1.

O Hospital rege-se ainda pelos seus Estatutos (patentes no Decreto-Lei nº 233/2005, alterado e republicado pelo decreto-lei n.º 244/2012, de 9 de Novembro), bem como pelo normativo em vigor para o Serviço Nacional de Saúde, em particular a Lei de Bases da Saúde aprovada pela Lei n.º 48/90, de 24 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º27/2002, de 8 de Novembro. Os Estatutos definem a orgânica ao nível dos órgãos sociais (conselho de administração e o órgão de fiscalização); o auditor interno e demais

1 Decreto-Lei nº 558/99, de 17 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-

Lei nº 300/2007, de 23 de Agosto.

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comissões, bem como as respetivas competências e as obrigações ao nível de avaliação, controlo e prestação de contas.

Além deste enquadramento legal “externo”, o IPO de Coimbra desenvolveu internamente alguns documentos orientadores da sua atividade. De seguida é feita referência aos regulamentos considerados mais relevantes, com uma sumária descrição dos seus principais objetivos:

- Regulamento Interno – É o documento orientador na organização e funcionamento do IPO de Coimbra por excelência. Com a passagem da Instituição para o estatuto de entidade pública empresarial, houve necessidade de elaborar um novo regulamento interno que espelhasse esta nova realidade. A publicação do Decreto-Lei n.º 244/2012, de 9 de Novembro, introduziu alterações ao Decreto -Lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro, estabelecendo o artigo 7º que os respetivos regulamentos internos deverão ser adaptados e submetidos a homologação do membro do Governo responsável pela área da saúde. Nesta data, o IPO de Coimbra já adaptou o seu regulamento interno e submeteu o mesmo à homologação;

- Regime de Recrutamento e Seleção – Assume-se como o instrumento orientador nos procedimentos de recrutamento e seleção dos recursos humanos correspondendo às exigências contidas no artigo 14º do Decreto-Lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro;

- Regulamento de aquisição ou locação de bens, serviços e empreitadas de obras – Pretende estabelecer as normas relativas aos procedimentos prévios à contratação para a aquisição de bens e serviços e de empreitadas de obras com o objetivo de cumprimento dos princípios gerais da concorrência, transparência e boa gestão, bem como a fundamentação das decisões a tomar nesta matéria;

- Regulamento da Comissão de Ética – Contém as normas que definem a natureza, constituição, competência e funcionamento da Comissão de Ética, destinada a zelar pela observância de padrões de ética no exercício das ciências médicas na prestação de cuidados de saúde e no exercício profissional dos respetivos funcionários e agentes;

- Regulamento de Incentivos ao Desempenho – Documento que contém o enquadramento normativo, legal e regulamentar, que dá suporte ao processo de contratualização interna, definindo os critérios e pressupostos de atribuição de incentivos/prémios ao desempenho, como alavanca para a elevação dos níveis de eficiência e qualidade através do envolvimento e implicação dos profissionais nos objetivos estratégicos;

- Outros Regulamentos: Regulamento Post Mortem; Regulamento de Assistência Espiritual e Religiosa; Regulamento do Gabinete do Utente (incluindo os Procedimentos respeitantes às reclamações, sugestões e elogios); Procedimentos para a apresentação de reclamação dos colaboradores;

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- Código de Ética – Documento que enuncia o compromisso ético do IPO de Coimbra, nas vertentes organizacional e funcional perante o Estado, entidades reguladoras, utentes, colaboradores, voluntários, fornecedores, bem como perante a comunidade social em geral e o meio ambiente. Constitui igualmente um referencial ético a que devem corresponder as atitudes e comportamentos dos titulares dos órgãos de administração, dos dirigentes e demais colaboradores.

III. INFORMAÇÃO SOBRE AS TRANSACÇÕES RELEVANTES COM

ENTIDADES RELACIONADAS

O IPO de Coimbra sempre considerou os Centros de Saúde e Hospitais, preferencialmente os da sua área de influência, como parceiros estratégicos no combate à doença oncológica. Nesse sentido, assumindo a sua posição de liderança na Plataforma A na Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia, assegura um fluxo contínuo de informação sobre os protocolos de diagnóstico e estadiamento das várias patologias que trata, bem como a carteira de serviços que pode disponibilizar a outras Instituições de Saúde.

Em resultado do avultado investimento realizado no Serviço de Radioterapia que ampliou a capacidade técnica e produtiva, o IPO de Coimbra, em articulação com a Administração Regional de Saúde do Centro, firmou o acordo de assegurar para toda a Região Centro os tratamentos de radioterapia que correspondam às necessidades das populações.

Eixo estratégico no relacionamento externo do IPO de Coimbra é a sua integração na Comissão Coordenadora do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil conjuntamente com os centros de Lisboa e Porto. Como unidades de referência na área oncológica, será necessário oferecer a quem nos procura o que há de melhor e o que de melhor se faz a nível de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento, de modo a que cada vez mais sejamos encarados como centros de excelência. Nesse sentido o IPO de Coimbra sempre apoiou:

- Desenvolvimento de estratégias comuns do ponto de vista do estudo, diagnóstico e terapêutica, com a criação de Protocolos;

- Discussão sobre a necessidade de criação de Grupos de Patologias ou de Patologias Estratégicas, com vista a uma maior concentração de esforços no investimento tecnológico e humano nessas áreas;

- Desenvolvimento e implementação de uma Rede de Indicadores Oncológicos;

- Negociação conjunta de bens e serviços, fortalecendo desta forma a posição negocial.

III - a) OBRIGAÇÕES DE SERVIÇO PÚBLICO

As obrigações de serviço público são inerentes ao próprio posicionamento do hospital, à sua articulação com a rede de cuidados de saúde, especificamente a

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rede de referenciação oncológica, e à sua integração no Serviço Nacional de Saúde.

“O Serviço Nacional de Saúde envolve todos os cuidados integrados de saúde, compreendendo a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social. Tem como objetivo a efetivação, por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na protecção da saúde individual e colectiva…“

2

O enquadramento subjacente às obrigações de serviço público decorre do disposto no artigo 64º da Constituição da República Portuguesa e da Lei de bases da Saúde. Ao nível da organização, assume relevância o Estatuto do Serviço Nacional de Saúde que assenta na incessante preocupação de propiciar aos utentes cuidados compreensivos e de elevada qualidade, a ver definidos os seus objetivos de produção, qualidade e económico-financeiros, e assim poder medir o grau de cumprimento dos mesmos. O documento que estabelece estes objectivos tem o horizonte temporal de um ano e denomina-se Contrato Programa, sendo assinado pelo Ministério da Saúde e IPO de Coimbra.

Assim, desde 2003 que o IPO de Coimbra tem como instrumento anual orientador da sua atividade um Contrato Programa. Realizando uma retrospetiva dos últimos cinco anos, podemos afirmar com segurança que foram cumpridos todos os objetivos “major” de cada contrato. As metas de produção e qualidade definidas têm sido globalmente atingidas e os resultados económico-financeiros têm sido francamente positivos reflectindo-se numa elevada capacidade de solver os compromissos.

III - b) TERMOS CONTRATUAIS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Com a aprovação do regime de gestão hospitalar (Lei nº 27/2002, de 8 de Novembro), introduziram-se modificações profundas na Lei de Bases da Saúde, definindo-se um novo modelo de gestão hospitalar aplicável aos estabelecimentos hospitalares que integram a Rede de Prestação de Cuidados de Saúde dando-se assim expressão institucional a modelos de gestão de tipo empresarial (EPE). Nestes termos, passou-se para um modelo de prestação de serviço público do tipo contratual, em que é definido à priori, em sede de contrato-programa, as condições em que o mesmo é prestado e o volume de atividade e preços associados aos serviços de saúde, abrangendo este contrato todos os cidadãos residentes em Portugal desde que não tenham um subsistema de saúde, abrangendo assim a maioria da população representando 97 a 99% do total.

No modelo de remuneração dos serviços prestados há que referir que em 2010 os subsistemas públicos de saúde (ADSE, IASFA e SAD PSP e GNR) passaram a integrar o Contrato Programa, sendo que no seu conjunto representam cerca de 16% do total dos cuidados de saúde prestados. A Portaria de facturação passou a

2 In Portal da Saúde – www.min-saude.pt

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aplicar-se apenas aos subsistemas privados e a serviços prestados a terceiras entidades não referidas anteriormente. A alteração das relações financeiras entre o SNS e os subsistemas públicos de saúde da ADSE, regulado pelo Decreto-Lei n.º 118/83, de 25 de fevereiro, da SAD da GNR e PSP regulado pelo Decreto-Lei n.º 158/2005, de 20 de setembro, e da ADM das Forças Armadas regulado pelo Decreto-Lei n.º 167/2005, de 23 de setembro abrangem a prestação própria dos estabelecimentos e serviços do SNS que dava origem a facturação entre o Hospital e os subsistemas, passando os encargos a serem suportados directamente pelo Orçamento de Estado e não pelas Instituições a que os beneficiários estavam vinculados.

III - c) FINANCIAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO

A contratualização assenta num acordo entre três partes envolvidas, a designar: Administração Central do Sistema de Saúde, IP; A Administração Regional de Saúde do Centro, IP e o Hospital.

Ao contrato está subjacente um envelope financeiro associado à atividade assistencial com definição de objetivos e responsabilidade quanto à sua prestação, traduzindo-se num modelo de financiamento do tipo contratual.

Quanto à produção hospitalar são estabelecidas metas de produção e respetivos preços por linha de atividade e que no caso do IPO de Coimbra compreende as seguintes:

- Consulta Externa (1as

consultas e seguintes);

- Internamento (GDH’s Cirúrgicos e GDH’s Médicos);

- Ambulatório (GDH’s Cirúrgicos e GDH’s Médicos);

- Hotel de Doentes. Associado à atividade hospitalar está prevista uma verba para a formação de internos, para medicamentos cedidos em ambulatório e também incentivos institucionais que dependem do cumprimento de objetivos previamente definidos.

Estão ainda previstos diversos Programas Verticais específicos que englobam a assistência médica no estrangeiro e as ajudas técnicas.

Do valor contratualizado, o hospital recebe mensalmente a título de adiantamento pelos serviços prestados um duodécimo do valor global do contrato sendo o acerto feito no momento em que se encerra o ciclo de faturação anual.

IV. INFORMAÇÃO SOBRE OUTRAS TRANSACÇÕES

IV - a) PROCEDIMENTOS ADOPTADOS EM MATÉRIA DE AQUISIÇÃO DE

BENS E SERVIÇOS

Com a entrada em vigor do Decreto-Lei 18/2008, de 29 de Janeiro, foi aprovado o novo regime de contratação pública definida no Código dos Contratos Públicos

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(CCP). O Código estipula que “À contratação pública são especialmente aplicáveis os princípios de transparência, da igualdade e da concorrência.”

Como entidade adjudicante definida na alínea a) do n.º 1 do artigo 2º do CCP, anexo ao Decreto-Lei n.º18/2008, de 29 de Janeiro, e até à entrada em vigor do Decreto-Lei nº. 149/2012, de 12 de Julho, o IPO de Coimbra, enquanto hospital EPE não estava abrangido pela aplicação da Parte II do CCP em valores que se situassem abaixo dos limiares comunitários.

A alteração do quadro legal, aplicável apenas aos procedimentos iniciados após a entrada em vigor do Decreto-Lei nº. 149/2012, não teve grande impacto em 2012, porquanto a maioria dos procedimentos tinham sido iniciados no período anterior.

Assim, o IPO de Coimbra continuou a reger-se em 2012, em termos de procedimentos, até aos limiares comunitários, pelo seu Regulamento Interno de Aquisições e, a partir daqueles valores, pela aplicação integral do CCP.

A formalização dos procedimentos tenderá gradualmente para a sua desmaterialização, passando a ter como suporte a utilização da plataforma electrónica, ferramenta já em uso, nas adjudicações acima dos referidos limiares comunitários.

Neste sentido, todo o universo das transações em matéria de aquisição de bens e serviços, realizando-se ao abrigo do seu regulamento, estão perfeitamente enquadradas num espírito de verdadeira transparência que deve caracterizar a atuação das instituições de cariz público.

IV - b) UNIVERSO DAS TRANSACÇÕES QUE NÃO TENHA OCORRIDO EM

CONDIÇÕES DE MERCADO

As transações que ocorreram em condições excepcionais são as referentes às aquisições de materiais, por ajuste directo, ao abrigo da protecção de direitos exclusivos, de acordo com a alínea e) do número 1 do artigo 24º do CCP, anexo ao Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.

Em 2012 os ajustes directos com base no regulamento antedito totalizaram o montante de 5.889.006€.

IV - c) LISTA DE FORNECEDORES QUE REPRESENTEM MAIS DE 5% DOS

FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS ACIMA DE 1 MILHÃO

DE EUROS.

Dos fornecimentos e serviços externos em 2012, não houve qualquer fornecedor

responsável por fornecimentos, na rubrica de fornecimentos e serviços externos,

superiores a 1 milhão de euros.

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V. MODELO DE GOVERNO

V - a) ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS

São órgãos estatutários do IPO de Coimbra:

a) Conselho de Administração;

b) Fiscal Único.

c) Conselho Consultivo3.

O Conselho de Administração é o órgão de administração do IPO de Coimbra, que exerce todos os poderes de gestão que não estejam reservados a outros órgãos.

O Fiscal Único é o órgão de fiscalização, responsável pelo controlo da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira e patrimonial do IPO de Coimbra.

O Conselho Consultivo é o órgão de consulta que acompanha a atividade do IPO de Coimbra, aprecia os planos de atividade, e emite recomendações, tendo em vista o melhor funcionamento dos serviços.

São órgãos de apoio técnico de carácter consultivo:

d) A comissão de ética;

e) A comissão da qualidade e segurança do doente;

f) A comissão de controlo da infecção hospitalar;

g) A comissão de farmácia e terapêutica;

h) A comissão de higiene, segurança e saúde no trabalho;

i) A comissão médica;

j) A comissão de enfermagem;

k) A direcção do internato médico;

l) O gestor do risco clínico;

m) O gestor do risco geral;

n) O gabinete da qualidade e comunicação;

o) O gabinete coordenador da formação;

p) O conselho científico;

q) O gabinete coordenador da investigação;

r) Unidade hospitalar de gestão de inscritos para cirurgia;

s) Equipa de gestão de altas.

3 Não está constituído.

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A auditoria interna é um serviço, dirigido pelo auditor interno, a quem compete a avaliação dos processos de controlo interno e de gestão de riscos, nos domínios contabilístico, financeiro, operacional, informático e de recursos humanos, contribuindo para o seu aperfeiçoamento contínuo. A designação, competências e atividade do auditor interno regem-se pelo disposto no artigo 17.º dos Estatutos.

V - b) ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional que vigorou durante o ano de 2012 é a que está representada no organograma da página seguinte. Assenta numa tipologia organizacional tripartida em Serviços de Prestação de Cuidados, Serviços de Suporte à Prestação de Cuidados e Serviços de Gestão e Logística.

As principais características encontram-se na área correspondente aos Serviços de Prestação de Cuidados, onde emerge uma estrutura departamental que envolve a totalidade dos serviços existentes. Os quatro Departamentos do IPO de Coimbra, agregando diversos serviços ou tecnologias complementares entre si, visam proporcionar uma resposta multidisciplinar, flexível e integrada às exigências da prestação de cuidados e à prossecução de objetivos comuns.

Um dos princípios subjacentes a esta fórmula organizacional é o da contratualização interna. Para suporte à execução dos objetivos departamentais estipulados, a cada um corresponde um nível intermédio de gestão. Esta estrutura tem como função central, no âmbito da estratégia institucional definida pelo Conselho de Administração, auxiliar a direção do departamento no cumprimento das metas assistenciais definidas. O referido apoio traduz-se num contínuo de informação respeitante aos recursos utilizados, bem como aos resultados de produção conseguidos. Como parte integrante do quadro de funções desta estrutura estão ainda o papel de interface com os diversos serviços de suporte à prestação de cuidados e de gestão e logística, bem como o de assumir a responsabilidade de ser o interlocutor central entre o Departamento e o Órgão de Gestão.

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V - c) COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS:

Nos termos do art.º 6º dos Estatutos anexos ao DL. N.º 233/05, de 29/12, alterado pelo D.L. n.º 244/2012 de 9/11, o Conselho de Administração dos Hospitais EPE, é composto por 1 Presidente e um máximo de 4 Vogais.

Cargo Identificação Eleição Mandato

Conselho de Administração Presidente

Vogal – Vogal Executivo

Vogal – Diretora Clínica

Vogal – Enfermeira Diretora

Dr. Manuel António L. Silva

Dr. Carlos Manuel Gregório dos Santos

Dra. Paula Cristina S.Dias Sanches Pinto Alves

Enf.ª Maria Soledade Correia Neves

Despacho n.º

8321/2012, de 21

de junho

2012/20144

Presidente

Vogal – Vogal Executivo

Vogal – Diretor Clínico

Vogal – Enfermeira Diretora

Dr. Manuel António L. Silva

Dr. Carlos Manuel Gregório dos Santos

Dr. José Francisco Carvalho Eufrásio

Enf.ª Maria Soledade Correia Neves

Despacho n.º

10445/2009, de 22

de abril

2009/20115

Fiscal Único

Efetivo

Suplente

Cravo, Fortes, Antão & Associados, SROC n.º

87. Representado por:

Dr. Avelino Azevedo Antão, ROC n.º 589

Carlos Teixeira, Noé Gomes & Associados, SROC

n.º 28. Representada por:

Dr. Carlos Manuel Duarte Teixeira, ROC n.º 541

Despacho MEF

n.º 1212/2012

de 27de Julho

2012/2014

V - d) FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES:

As funções e responsabilidades dos membros do Conselho de Administração

estão descritas nos artigos 8º a 10º dos Estatutos, alterados e republicados pelo

DL n.º244/2012, de 9 de Novembro, estando igualmente replicados no

Regulamento Interno.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente – Manuel António Leitão Silva

Compete ao presidente do conselho de administração:

- Coordenar a atividade do conselho de administração e dirigir as respetivas reuniões;

- Garantir a correta execução das deliberações do conselho de administração;

4 Este mandato foi iniciado a 15 de junho de 2012.

5 Este mandato prolongou-se até 14 de junho de 2012.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

21

- Submeter a aprovação ou autorização dos membros do Governo competentes todos os actos que delas careçam;

- Representar o IPO de Coimbra em juízo e fora dele e em convenção arbitral, podendo designar mandatários para o efeito constituídos;

- Exercer as competências que lhe sejam delegadas.

Vogal – Vogal Executivo – Carlos Manuel Gregório dos Santos

- Exercer as competências que lhe sejam delegadas pelo Conselho de Administração e substituir o presidente nas suas ausências e impedimentos.

Vogal – Diretora Clínica – Paula Cristina Silva Dias Sanches Pinto

- À direção clínica compete a direção de produção clínica do IPO de Coimbra, que compreende a coordenação da assistência prestada aos doentes e a qualidade, correção e prontidão dos cuidados de saúde prestados.

Vogal – Enfermeira Directora – Maria Soledade Correia Neves

- Compete à enfermeira diretora a coordenação técnica da atividade de enfermagem do hospital, velando pela sua qualidade.

FISCAL ÚNICO (ARTIGO 15º DOS ESTATUTOS)

O fiscal único tem as competências, os poderes e os deveres estabelecidos na Lei

e nos Estatutos.

Ao fiscal único compete, especialmente:

a) Verificar a regularidade dos livros, registos contabilísticos e documentos que lhe servem de suporte;

b) Dar parecer sobre o relatório de gestão do exercício e certificar as contas; O fiscal único é o órgão responsável pelo controlo da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira e patrimonial do IPO de Coimbra;

c) Acompanhar com regularidade a gestão através de balancetes e mapas demonstrativos da execução orçamental;

d) Manter o conselho de administração informado sobre os resultados das verificações e dos exames a que proceda;

e) Propor a realização de auditorias externas, quando tal se mostre necessário ou conveniente;

f) Pronunciar-se sobre qualquer outro assunto em matéria de gestão económica e financeira que seja submetido à sua consideração pelo conselho de administração;

g) Dar parecer sobre a aquisição, arrendamento, alienação e oneração de bens imóveis;

h) Dar parecer sobre a realização de investimentos e a contração de empréstimos;

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i) Elaborar relatórios da sua ação fiscalizadora, incluindo um relatório anual global;

j) Pronunciar-se sobre assuntos que lhe sejam submetidos pelo conselho de administração, pelo Tribunal de Contas e pelas entidades que integram o controlo estratégico do sistema de controlo interno da administração financeira do Estado;

k) Verificar se os critérios valorimétricos adoptados pelo IPO de Coimbra conduzem a uma correta avaliação do património e dos resultados.

V - e) ESTATUTO REMUNERATÓRIO FIXADO:

Até Março de 2012 as remunerações foram calculadas nos termos da Resolução de Conselho de Ministros n.º 29/89 de 26/08, Despacho Conjunto n.º 914/03, de 01/09, publicado no DR n.º 216, II Série de 18/09 (que classifica o IPO de Coimbra como Hospital do Grupo A, Nível 1) e Despacho Conjunto n.º 351/06 de 31/03/06, publicado no DR n.º 81, II Série de 26/04/2006. O valor das despesas de representação foram calculadas com base no valor padrão (2.812,16 €), fixado para o ano de 2002 (Despacho n.º 8035/02 - publicado no DR n.º 92, II Série de 19/04).

A partir do mês de abril de 2012, as remunerações foram calculadas nos termos do Novo Estatuto do Gestor Público (EGP) decorrente do Decreto-Lei n.º 8/2012, de 18 de janeiro, Resolução do Conselho de Ministros n.º 16/2012, 14 de fevereiro, Resolução do Conselho de Ministros n.º 18/2012, de 21 de fevereiro, Resolução do Conselho de Ministros n.º 36/2012, de 26 de março e da atribuição da Classificação B (85%) estabelecida na Resolução de Conselho de Ministros n.º 97/2012 de 11 novembro.

Conselho Administração

Ma

nd

ato

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12

-20

14

Presidente: Remuneração: 5.722,74 x 85% (% do valor padrão) = 4.864,33 € Nos termos do n.º 21 da RCM n.º 16/2012 e do n.º 3 da RCM n.º 36/2012, o valor da remuneração do presidente manteve-se em 4.752,55 €. O presidente optou pelo vencimento da categoria de origem (Chefe de Serviço da Carreira Especial Médica) que corresponde:

Remuneração base de 5.664,36 €, 14 vezes por ano; Despesas de representação de 1.663,39 €, 12 vezes por ano, correspondentes a 35% da remuneração de 4.752,55 €.

Vogais: Remuneração: 5.722,74 x 68% (% do valor padrão) = 3.891,47 €; Despesas de representação: 3891,47 x 40 % = 1.556,59 €.

Fiscal Único:

O Despacho do Secretário de Estado do Tesouro e Finanças n.º 1212/12, de 27 de julho, nomeou os fiscais únicos e determinou a remuneração anual ilíquida, passando a corresponder ao limite máximo de 22,5% da quantia correspondente a 12 meses do vencimento mensal ilíquido atribuído, nos termos legais, ao presidente do conselho de administração do IPO de Coimbra, sem prejuízo do previsto no n.º1 do artigo 12º da Lei n.º12-A/2010, de 30 de junho, no artigo 19º da Lei n.º55-A/2010, de 31 de dezembro, e das reduções futuras que vierem a ser legalmente definidas.

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Ma

nd

ato

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-20

11

Presidente:

Remuneração: 2.812,16€ x130% (%do valor padrão) x 1,30 (Grau complexidade) = 4.752,55€*

Despesas de representação: 4.752,55 x 35 % = 1.663,39 €

Vogais:

Remuneração: 2.812,16 x 115% (% do valor padrão) x 1,30 (Grau complexidade) = 4.204,18 €;

Despesas de representação: 4.204,18 x 30 % = 1.261,25 €.

Fiscal Único:

Fixado pelo Despacho do SETF n.º 10652/2009, de 09 de abril, publicado no DR, II Série de 24.04.2009 – remuneração anual ilíquida será a constante do contrato de prestação de serviços a celebrar entre o conselho de administração do IPO de Coimbra e o respetivo fiscal único, com o limite máximo equivalente a 25% da quantia correspondente a 12 meses do vencimento base mensal ilíquido atribuído, nos termos legais, ao presidente do conselho de administração, tendo sido ajustado o valor em função do artigo 22º da Lei n.º55-A/2011.

Sobre os valores apresentados deverão ser aplicados os seguintes cortes salariais atualmente em vigor:

- Artigo 12.º, da Lei n.º 12-A/2010, de 30 de junho (redução de 5% nos vencimentos dos gestores públicos);

- Artigo 19.º, da Lei n.º 55-A/2010, 31/12, mantida em vigor pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (OE 2012). Aplica-se integralmente à remuneração e às despesas de representação;

- Suspensão de subsídio de férias e de natal ao abrigo do OE 2012;

- A partir de Abril de 2012 passou-se a aplicar 5% de redução sobre as despesas de representação de todos os gestores públicos, baseado no Despacho nº 2132/2012, de 02 de outubro, do Senhor Secretário de Estado da Saúde, artº 12º da Lei nº 12-A/2010, de 30 de junho, e Resolução do Conselho de Ministros nº 36/2012, de 26 de março (em vigor desde 01/04/2012).

VI. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS EM 2012

A informação referente à remuneração dos membros dos órgãos sociais encontra-se detalhada no quadro seguinte e é referente ao exercício económico de 2012:

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Presidente Manuel A.L. Silva

Vogal Carlos M. G. Santos

Vogal José F. C. Eufrásio

Vogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves

Vogal M. Soledade C. Neves

Mandato I / II I / II I - a) II - b) I / II

Adaptado ao EGP (Sim/Não) Sim Sim Sim Sim Sim

Remuneração Total (1.+2.+3.+4.) 74.344,37 € 54.983,25 € 24.920,17 € 29.868,51 € 54.983,25 €

OPRLO Sim Não Não Não Não

Entidade de Origem (identificar) IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE

Entidade pagadora (origem/Destino) IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE IPOCFG, EPE

1.1.Remuneração Anual 79.308,04 € 55.418,71 € 26.102,97 € 29.315,74 € 55.418,71 €

1.2.Despesas de Representação (Anual) 19.960,68 € 17.793,06 € 7.623,34 € 10.169,72 € 17.793,06 €

1.3.Senha de presença (Valor Anual) 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

1.4.Redução decorrente da Lei 12-A/2010 4.075,35 € 3.471,48 € 1.691,72 € 1.974,33 € 3.471,48 €

1.5.Redução decorrente da Lei 64-B/2011 9.519,28 € 6.974,10 € 3.222,95 € 3.751,15 € 6.974,10 €

1.6.Suspensão do pagamento dos subsidios de férias e natal 11.329,72 € 7.782,94 € 3.891,47 € 3.891,47 € 7.782,94 €

1.7.Reduções de anos anteriores 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

1. Remuneração Anual Efet iva Líquida (1.1+1.2.+1.3-1.4-1.5-1.6-1.7) 74.344,37 € 54.983,25 € 24.920,17 € 29.868,51 € 54.983,25 €

2. Remuneração variável 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

3.Isenção de Horário de Trabalho (IHT) 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

4.Outras (identificar) 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Subsídio de deslocação 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Subsídio de refeição 918,05 € 930,86 439,81 491,05 943,67

Encargos com benefícios sociais

Regime de Proteção Social (ADSE/Seg.Social/Outros) 7.326,84 € 4.257,42 2.759,24 3.797,39 3.921,54

Seguros de saúde 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Seguros de vida 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Seguro de Acidentes Pessoais 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Outros (indicar) 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Acumulação de Funções de Gestão (S/N) Não Não Não Sim Não

Entidade (identificar)Faculdade Medicina

Coimbra

Remuneração Anual 0,00 € 0,00 € 0,00 € 9.134,98 € 0,00 €

* Decorrente da Lei 55-A/2010 ou Lei 64-B/2011, conforme aplicável

a) O mandato do Vogal José F. C. Eufrásio terminou a 14 de Junho de 2012.

b) O mandato da Vogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves iniciou a 15 de Junho de 2012.

Parque AutomóvelPresidente Manuel

A.L. SilvaVogal Carlos M. G.

SantosVogal José F. C.

EufrásioVogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves

Vogal M. Soledade C. Neves

Mandato I / II I / II I - a) II - b) I / II

Modalidade de Utilização Veículo Operacional /

Afeto-ServiçoVeículo Operacional /

Afeto-ServiçoVeículo Operacional /

Afeto-ServiçoVeículo Operacional /

Afeto-ServiçoVeículo Operacional /

Afeto-Serviço

Valor de referência da viatura nova 35.000,00 € 34.950 24.192 24.192 24.286

Ano Inicio 2009 2010 2011 2011 2010

Ano Termo 2012 2013 2014 2014 2013

N.º prestações (se aplicável) 6 12 0 0 12

Valor Residual 7.175,00 € 716,00 € 0,00 € 0,00 € 498,00 €

Valor de renda/prestação anual da viatura de serviço 5.146,86 € 7.529,26 € 0,00 € 0,00 € 5.178,18 €

Combustível gasto com a viatura 4.375,32 € 2.667,84 € 664,22 € 561,80 € 2.580,47 €

Plafond anual Combustivel atribuído 4.990,18 € 4.669,77 € 4.669,77 € 4.669,77 € 4.669,77 €

Outros (Portagens / Reparações / Seguro) 3.953,46 € 2.414,65 € 1.447,27 € 369,40 € 2.931,64 €

Limite definido conforme Art.º 33 do EGP (Sim/Não) Sim Sim Sim Sim Sim

Outras regalias e compensaçõesPresidente Manuel

A.L. SilvaVogal Carlos M. G.

SantosVogal José F. C.

EufrásioVogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves

Vogal M. Soledade C. Neves

Mandato I / II I / II I - a) II - b) I / II

Plafond mensal atribuido em comunicações móveis 75,00 € 75,00 € 75,00 € 75,00 € 75,00 €

Gastos anuais com comunicações móveis 201,48 € 365,22 € 422,57 € 462,29 € 409,13 €

Outras (indicar) 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Limite definido conforme Art.º 32 do EGP (Sim/Não) Sim Sim Sim Sim Sim

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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Gastos c/ deslocaçõesPresidente Manuel

A.L. SilvaVogal Carlos M. G.

SantosVogal José F. C.

EufrásioVogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves

Vogal M. Soledade C. Neves

Mandato I / II I / II I - a) II - b) I / II

Custo total anual c/ viagens 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Custos anuais com Alojamento 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Ajudas de custo 91,60 € 0,00 € 0,00 € 0,00 € 0,00 €

Outras (indicar)

* Decorrente da Lei 55-A/2010 ou Lei 64-B/2011, conforme aplicável

a) O mandato do Vogal José F. C. Eufrásio terminou a 14 de Junho de 2012.

b) O mandato da Vogal Paula Cristina S. D. S. Pinto Alves iniciou a 15 de Junho de 2012.

Fiscal ÚnicoUnid: em € (valores sem IVA)

Fiscal Único 2011 2012 a) 2012 b)

Remuneração anual auferida 15.936,98 € 9.767,19 € 6.542,34 €

Redução remuneratória* 1.283,41 € 1.416,24 € 900,76 €

Remuneração anual efetiva 14.653,57 € 8.350,95 € 5.641,58 €* Decorrente da Lei 55-A/2010 ou Lei 64-B/2011, conforme aplicável

a) Remuneração do período 1/1/2012 a 26/7/2012

b) Remuneração do período 27/7/2012 a 31/12/2012

VII. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA EMPRESA NOS

DOMÍNIOS ECONÓMICOS, SOCIAL E AMBIENTAL

À análise da sustentabilidade está subjacente que a fruição/utilização dos

recursos pela sociedade, satisfação das necessidades presentes, não coloca em

causa o futuro das gerações vindouras, sendo fundamental que cumpra quatro

requisitos básicos: ecologicamente correto; economicamente viável; socialmente

justo e culturalmente aceite.

VII - a) ECOLOGICAMENTE CORRETO

O IPO de Coimbra, instituição de saúde da plataforma A da Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia, tecnologicamente avançada, dotada de um parque de equipamentos altamente diferenciado com utilização de fontes de radiações ionizantes, manuseamento e administração de produtos químicos de elevado grau de complexidade e com um grande volume de resíduos resultantes da atividade, tem por imposição legal e por dever próprio de se relacionar adequadamente com o meio envolvente.

Cumpre nos diferentes domínios a legislação vigente e procura de forma sistemática a adopção das melhores práticas. Respeito integral pelo disposto no Decreto-Lei n.º180/2002 no que às radiações respeita; para o tratamento de efluentes radioativos possui tanques decantadores nos quais se processa o decaimento radiométrico, não sendo possível a injeção direta na rede de esgotos de efluentes eventualmente contaminados; todos os resíduos são devidamente separados, recolhidos em recipientes próprios e armazenados, onde a política dos três “R’s” impera (reduzir, reutilizar e reciclar), conceitos vastamente integrados e culturalmente aceites por todos os colaboradores institucionais,

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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sendo os registos e transporte dos mesmos realizado por entidades externas credenciadas que operam nesta área.

Para tal existe um conjunto de políticas internas que determinam procedimentos e atribuem responsabilidades nos diversos domínios, encontrando-se constituídas e nomeadas diversas comissões de peritos que monitorizam e prestam informações no âmbito das suas competências às diversas entidades envolvidas, designadamente: Política de Segurança e Proteção Radiológica; Manual de Gestão Integrada de Resíduos do IPO de Coimbra; Gestão do Risco (nas suas diversas vertentes: geral, clínico, incêndio,…); Planos de Emergência Interna (Plano de Prevenção contra Incêndios e Plano de Emergência e Evacuação) e Externa (Riscos de Catástrofe); Eliminação de documentos; Política de Higiene e Segurança.

Em 2011 regista-se o primeiro ano de pleno funcionamento do Ecocentro do IPO de Coimbra, estrutura com compartimentação de áreas destinadas às diversas tipologias de resíduos, consumíveis, pesagens e registos.

O Ecocentro representa, inquestionavelmente, um salto qualitativo muito importante em matéria de gestão de resíduos da instituição, já que promove as condições de higiene e segurança para todos os intervenientes no processo intra e extra hospitalar.

O IPO de Coimbra é assim uma unidade hospitalar que desenvolve a política de gestão integrada dos resíduos que produz procurando conciliar os mais elevados critérios de segurança para doentes e colaboradores com soluções que, ecologicamente, se revelem mais favoráveis à sustentabilidade ambiental.

VII - b) ECONOMICAMENTE VIÁVEL

Desde o início do processo de empresarialização que o IPO de Coimbra tem vindo a reforçar a sua situação líquida o que se evidencia pelo sucessivo aumento dos fundos próprios e que assenta essencialmente no facto dos resultados de exploração serem sistematicamente positivos.

A situação e estrutura patrimonial refletem um equilíbrio de curto, de médio e longo prazos na gestão dos recursos existindo uma forte capacidade de investimento através do auto-financiamento, mas também apresentando uma solvabilidade francamente positiva que é reveladora da capacidade de solver compromissos no futuro, reduzindo assim o risco das operações com credores.

Enquanto entidade jurídica possui como órgão estatutário a figura do Fiscal Único, órgão de fiscalização, responsável pelo controlo da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira e patrimonial da empresa (Art.º 8º do regulamento interno), entidade externa com competência para proceder anualmente à Certificação Legal de Contas.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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VII - c) SOCIALMENTE JUSTO

Dispõe o artigo 4º do regulamento interno como objecto principal a prestação de cuidados de saúde em Oncologia. Neste sentido, é garantido a todos os cidadãos a igualdade de acesso e a equidade no tratamento.

São ainda empreendidas acções e disponibilizados equipamentos que se pretende constituam atenuantes de um estado per si de maior fragilidade, tais como: Hotel de doentes, local de pernoita para doentes que se encontram a realizar tratamentos de radioterapia em regime ambulatório; assistentes sociais que apoiam os utentes nas suas dificuldades e preocupações, procurando as soluções mais pertinentes para cada caso; psicóloga clínica; apoio espiritual e religioso às diversas confissões, existindo uma bolsa de contacto que será utilizada a pedido do utente e de acordo com as suas convicções; dispõe ainda de uma bolsa interna de tradutores que permite a ultrapassar as barreiras linguísticas num mundo cada vez mais global; Gabinete de Apoio ao Utente onde é possível apresentar não só reclamações mas também sugestões e elogios; serviço de cafetaria apoiado por um grupo de voluntários que diariamente distribuem de forma gratuita pequenos-almoços (colaboração da Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRC).

De destacar ainda a preocupação sistemática de procura pela melhoria das condições de atendimento e bem-estar dos doentes, encontrando-se em projectos de curto prazo: reformulação dos processos de atendimento, através da implementação de um sistema de gestão de filas de espera; renovação de toda a área cirúrgica – internamento e blocos operatórios, conferindo maior conforto e dignidade no atendimento dos utentes.

Também a garantia de promoção da igualdade de oportunidades, de respeito pelos direitos humanos e de não discriminação: procedimentos aplicáveis em matéria de recrutamento e selecção de pessoal, aquisições e serviços, bem como o respeito pela diversidade de assistência espiritual e religiosa, a avaliação de riscos psicossociais no trabalho e promoção de boas condições físico-ambientais e psicossociais de trabalho, avaliação e planeamento de acções de melhoria, no âmbito da saúde ocupacional, designadamente na vigilância e prevenção da doença, vacinação e acidentes de trabalho, ergonomia – postura, levantamento e manuseamento de cargas ou procedendo à avaliação ergonómica de postos de trabalho.

VII - d) CULTURALMENTE ACEITE – A “MARCA” IPO

O IPO de Coimbra assume-se como uma instituição de referência quer no domínio da Oncologia como entidade de idoneidade inquestionável quer ainda pela humanidade dos recursos que coloca ao serviço da população. Normalmente retratado como uma instituição dotada de um alto sentido de humanismo, bem patente nos resultados obtidos nos estudos realizados por entidades externas no âmbito do “Projecto de Avaliação da Qualidade Apercebida e Satisfação do Utente/Cliente dos Hospitais EPE”, desenvolvido pela Administração Central do Sistemas de Saúde, IP em parceria com o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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Este inquérito foi o quarto (2003, 2005, 2008 e 2009), tem por objetivo, no caso do IPO de Coimbra, a avaliação das dimensões do seu atendimento hospitalar – Internamento, Consultas Externa e, pela primeira vez em 2009, Cirurgia de Ambulatório, tendo conseguido em qualquer delas um óptimo resultado, tendo aumentado o score em 2009 relativamente ao ano anterior.

Como resultado obteve no Internamento 91,5 (90,9 em 2008), valor mais elevado no Ranking de Satisfação para o conjunto dos Hospitais EPE da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC). Quanto às Consultas Externas, e com um score de 88,6 (88,2 em 2008), o Ranking de Satisfação coloca o IPO de Coimbra na primeira posição quando comparado com os pares EPE’s e igualmente em primeiro se alargarmos o universo aos Hospitais SPA, no âmbito da ARSC.

Pela primeira vez em 2009 foi alvo de atenção a Cirurgia de Ambulatório. O IPO de Coimbra obteve um resultado de 88,5, em linha com os melhores Hospitais do país nesta valência.

Também o elevado número de elogios, os quais somados às sugestões ultrapassam largamente as reclamações, constituem igualmente um indicador de satisfação.

Merecem ainda especial destaque as certificações já conseguidas, bem como ainda as que se encontram no domínio dos projetos e que conferem, sustentam e cimentam a cultura institucional.

Em 2005, o IPO de Coimbra obteve a primeira Acreditação total pela entidade acreditadora, então designada, Health Quality Service, com reacreditação em 2010, pelo agora designado CHKS. Em 2011, neste processo de acreditação, a instituição começou a trabalhar com o novo programa de acreditação internacional para organizações de saúde.

Em 2008 a instituição deu os primeiros passos para iniciar o projecto de acreditação pela Organization of European Cancer Institutes (OECI), conjuntamente com outros centros europeus de referência no tratamento da doença oncológica. A acreditação pela OECI ocorreu em Janeiro de 2011 e constitui uma mais-valia no caminho de uma prestação de cuidados de qualidade preconizados pelo atual estado da arte para a área da oncologia.

Em matéria de qualidade é de realçar ainda, em 2011, a renovação da recertificação do Serviço de Imunohemoterapia pela NP EN ISO 9001:2000.

VIII. AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS DE BOM

GOVERNO

A gestão da entidade rege-se pela norma do estrito cumprimento de toda a legislação e regulamentação em vigor. Quanto ao cumprimento dos Princípios de Bom Governo merece uma avaliação francamente positiva, consubstanciada nos seguintes factos:

RELATÓRIO E CONTAS 2012

29

- A auditoria conduzida pela Inspecção-Geral de Finanças, que decorreu de outubro de 2009 a março de 2010, focou-se essencialmente na avaliação do Sistema de Controlo Interno, mas também na avaliação da economia, eficiência e eficácia da despesa realizada:

� O IPO de Coimbra obteve uma classificação de BOM no que respeita ao sistema

de controlo interno e que “globalmente merece uma apreciação muito positiva

nas várias áreas analisadas, encontrando-se os procedimentos formalizados em

documento autónomo”;

� No que se refere à atividade desenvolvida a IGF refere “um elevado nível de

cumprimento das metas de produção e objetivos de qualidade e eficiência

acordados com o SNS”, fazendo também referência à qualidade dos documentos

de relato e planeamento e aos bons indicadores de medição da satisfação dos

utentes que têm colocado o IPO de Coimbra nos lugares cimeiros dos sucessivos

rankings;

� Ao nível da situação económica a IGF refere uma evolução favorável por via de

um acréscimo sustentado dos proveitos, superior ao dos custos operacionais, e

ao nível da situação financeira a avaliação efetuada é a de que está equilibrada e

caracteriza-se por um elevado montante de fundos próprios e por rácios de

liquidez, solvabilidade e autonomia de nível positivo e crescente.

- A avaliação feita aos Princípios do Bom Governo pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças no Parecer ao Relatório e Contas de 2010 refere que “A análise ao mesmo permite concluir que o Hospital deu cumprimento integral à obrigação de divulgação da informação nos termos do ponto 29 da RCM n.º 49/2007, de 28 de março”.

IX. CÓDIGO DE ÉTICA

O IPO de Coimbra tem previsto no seu Regulamento Interno a Comissão de Ética, em funcionamento desde 8 de março de 1990.

O Código de Ética está aprovado desde 1 de junho de 2010 e enuncia o compromisso ético do IPO de Coimbra, nas vertentes, organizacional e funcional, perante o Estado, entidades reguladoras, utentes, colaboradores, voluntários, fornecedores, bem como perante a comunidade social em geral e o meio ambiente. Constitui igualmente um referencial ético a que devem corresponder as atitudes e comportamentos dos titulares dos órgãos de administração, dos dirigentes e demais colaboradores. Este documento pode ser consultado em:

http://www.croc.min-saude.pt/NR/rdonlyres/9D00C5A8-7D1D-43A7-ACAB-

BC99AFEDA21A/18574/CódigodeÉticadoIPOdeCoimbra.pdf

X. SISTEMA DE CONTROLO INTERNO

O “Sistema de Controlo Interno” resulta de um largo conjunto de disposições constantes dos Estatutos, do Regulamento Interno, dos regulamentos dos órgãos

RELATÓRIO E CONTAS 2012

30

de administração, de apoio técnico e de consulta, dos serviços e das demais instâncias organizacionais, bem como dos procedimentos estabelecidos que definem os modelos e as formas de atuação destinados a assegurar a consecução das políticas e dos objetivos organizacionais e a satisfação equilibrada dos direitos e expetativas de todos os interessados e destinatários (“stakeholders”). Além disso, o “bom governo” de cada organização implica atenção permanente à evolução económica e social o que exige versatilidades de adaptação organizacional.

Neste quadro, o sistema de controlo interno é insusceptível de se confinar em qualquer conjunto específico de “normas de controlo interno aprovadas e implementadas” face à diversidade de disposições abrangidas e à dinâmica própria que o “bom governo” da organização exige.

O artigo 17-A dos Estatutos, publicado pelo decreto-lei n.º244/2012, de 9 de novembro, veio introduzir um articulado para o sistema de controlo interno e de comunicação de irregularidades, atribuindo ao conselho de administração a responsabilidade na sua implementação e ao auditor interno a responsabilidade pela sua avaliação.

O IPO de Coimbra dispõe de um Manual de Controlo Interno que sistematiza os procedimentos de controlo interno existentes tendo sido aprovado pelo Conselho de Administração em 17 de janeiro de 2011. Refira-se que o Sistema de Controlo Interno foi auditado pela Inspecção-Geral de Finanças, que se referiu à existência de “um sistema de controlo interno que globalmente merece uma apreciação muito positiva nas várias áreas analisadas.”

XI. PREVENÇÃO DE CONFLITOS DE INTERESSES

Os membros do Conselho de Administração abstêm-se de intervir em decisões que envolvam os seus próprios interesses, designadamente na aprovação de despesas por si realizadas. Além disso, os membros do Conselho de Administração não detêm qualquer participação patrimonial na entidade nem relações relevantes com parceiros comerciais. Foi efetuado o depósito da declaração de inexistência de incompatibilidades e impedimentos de titular de alto cargo público junto da Procuradoria-Geral da República.

O IPO de Coimbra, enquanto entidade de natureza pública, dispõe de um Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas, devidamente publicado que promovendo uma cultura administrativa de rigor e transparência também ele acompanha e monitoriza a problemática do Conflito de Interesses, conforme a Recomendação N.7 do Conselho de Prevenção da Corrupção.

XII. OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES

A informação de carácter relevante, à semelhança do que acontece com a prestação deste tipo de informação aos acionistas por parte das empresas admitidas à negociação em mercado regulamentado, é divulgada no sítio da internet da Direcção Geral do Tesouro e Finanças (http://www.dgtf.pt) e incide

RELATÓRIO E CONTAS 2012

31

sobre as informações de que tenha conhecimento que sejam susceptíveis de afetar relevantemente a situação económica, financeira ou patrimonial, ou as suas condições de prestação de serviço público, salvo quando o interesse público ou o interesse de empresa impuserem a sua não divulgação, designadamente em caso de informação estratégica ou confidencial, segredo comercial ou industrial ou na protecção de dados pessoais.

Relativamente à informação histórica de cariz financeiro, é divulgada no sítio da internet anteriormente mencionado, e ainda em http://www.hospitaisepe.min-saude.pt e no sítio da internet institucional http://www.croc.min-saude.pt sendo também divulgada a informação relativa à identificação e elementos curriculares dos órgãos sociais.

O acesso à informação é livre e gratuito.

A n ex o 2

S N N.A.

Estatutos actualizados (PDF) X

Historial, Visão, Missão e Estratégia X

Ficha sintese da empresa X

Identificação da Empresa:

Missão, objecti vos, pol it icas, obr ig . serv. público e modelo de f inan ciamentoX

Modelo Govern o / Ident. Orgão s Sociais:Modelo de Govern o ( identi ficação dos ó rgãos sociais) X

Est atuto remuneratório fi xado X

Remunerações auf eridas e demai s regal ias X

Regulamentos e Transacções:

Regulamentos Internos e Ext ernos X

Transações Relev antes c/ entidade(s) relacionada(s) X

Ou tras transacções X

Análise de sustentabilidade Económica, Social e Ambiental X

Avaliação do cumprimento dos PBG X

Código de Ética X

Inf ormação Financeira histórica e actual X

Esforço Financeiro do Estad o X

S N N.A.

Existência de Site X

Historial, Visão, Missão e Estratégia X

Organigrama X

Orgãos Sociais e Modelo de Governo:

Identif ica dos orgãos sociais X

Identif icação das áreas de responsabi li dade do CA X

Identif icação de comissões e xistent es na sociedade X

Identif icar sistemas de control o de riscos X

Remuneração dos órgãos sociais X

Regulamentos Internos e Ext ernos XTransacções fora das condi çõ es de mercado XTransacções relev antes com enti dades rel acio nadas X

Análise de sustentabilidade Económica, Social e Ambiental X

Código de Ética X

Relatório e Contas X

Prove dor do cliente X

Informação a constar no Site da EmpresaDivulgação

Come ntários

Informação a constar no Site do SEE Divulgação Come ntários

RELATÓRIO E CONTAS 2012

32

DIVULGAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS

ORIENTAÇÕES LEGAIS

I. OBJETIVOS DE GESTÃO

I - a) ORIENTAÇÕES DE GESTÃO:

As orientações de gestão para 2012 estão contempladas essencialmente no Contrato Programa que constitui a base dos objetivos operacionais, económico-financeiros e de qualidade definidos pela Tutela. Para 2012 não foi proferido Despacho Conjunto dos Ministros das Finanças e da Administração Pública e da Saúde onde conste as orientações gerais e específicas e os objetivos de gestão. As orientações específicas de gestão constantes do Contrato Programa visam promover os seguintes princípios orientadores:

- Cumprimento da missão e objetivos que lhes hajam sido determinados, de forma económica, financeira, social e ambientalmente eficiente, atendendo a parâmetros exigentes de qualidade, com respeito pelos princípios de responsabilidade social, desenvolvimento sustentável, de serviço público e de satisfação das necessidades da coletividade que lhe hajam sido fixados;

- Implementação de uma filosofia de gestão empresarial, nos vários domínios da estrutura de gestão;

- Contribuição para um efetivo controlo sobre o crescimento da despesa com a saúde;

- Consecução de uma maior eficiência no uso dos recursos escassos;

- Garantia de acesso dos cidadãos, em tempo útil, aos cuidados de saúde;

- Crescimento do peso da atividade de ambulatório;

- Articulação permanente e efetiva com a Rede de Cuidados de Saúde Primários e Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Para além dos objetivos específicos definidos no Contrato Programa, têm sido enunciados outros objetivos de gestão:

- Cumprimento das metas relativas ao prazo médio de pagamento previsto no n.º9 do Programa anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 34/2008, de 22 de fevereiro, Programa Pagar a Tempo e Horas;

RELATÓRIO E CONTAS 2012

33

- Cumprimento do Despacho do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde n.º 693/2009, determinando a obrigatoriedade de os Hospitais reportarem atempada e adequadamente a respetiva informação económico-financeira;

- Redução da dívida vencida e ausência de pagamentos em atraso.

I - b) AVALIAÇÃO DO GRAU DE CUMPRIMENTO:

Relativamente ao grau de cumprimento dos objetivos de gestão para o exercício de 2012 informa-se que:

- O IPO de Coimbra atingiu um indicador do prazo médio de pagamentos de 31 dias com o indicador ponderado a situar-se nos 43 dias, ao passo que em 2011 foi de 54 dias, representando uma redução de 20%. Em linha com esta diminuição, o passivo (excluído de acréscimos e diferimentos) foi reduzido em 22% face ao período homólogo representando em 31 de Dezembro 3.045.363,28 €, dos quais 686.466,92 € são valores entregues ao Estado em janeiro de 2013;

- O IPO de Coimbra terminou o ano de 2012 sem dívidas vencidas e sem pagamentos em atraso, cumprindo todos os compromissos com os seus credores;

- Em 2012, e em resultado da política de tesouraria, o valor dos descontos financeiros atingiu os 396.935 €, o que representa 1.65 % face a todos os pagamentos realizados no ano;

- Ao nível dos objetivos de prestação de informações de índole económico-financeira e operacional informamos que a mesma, em nossa opinião, foi preparada de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites e refletem de forma verdadeira e apropriada a posição e o desempenho financeiro do Hospital, para além de termos cumprido os prazos fixados superiormente para o seu envio;

- A informação remetida para a Tutela da Saúde foi sempre elaborada com periodicidade mensal, recorrendo ao princípio da especialização e à mensuração dos custos e proveitos, sendo suportada pelo relatório analítico que contém informação detalhada sobre:

� o desempenho financeiro e as estimativas para o final do exercício;

� a posição face ao orçamento para as principais rubricas orçamentais, com

sinalização dos principais desvios e uma explicação detalhada para cada um

desses desvios;

� o desempenho operacional por linha de produção com indicação dos

desvios face ao orçamentado e das variações relativamente ao período

homólogo.

- Para a Tutela das Finanças é divulgada a informação económico-financeira através da inserção dos dados no Sistema Informático de Recolha de Informação Económica e Financeira (SIRIEF) com a periodicidade trimestral e sempre que se verifiquem alterações aos elementos divulgados no âmbito dos Princípios do Bom Governo.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

34

Relativamente a outras orientações de gestão que estão inerentes ao Contrato Programa podemos afirmar que de um modo geral o grau de cumprimento foi bastante satisfatório, devendo realçar apenas alguns dos indicadores de desempenho da Instituição no exercício económico de 2012:

- Cumprimento de 100% nas metas estabelecidas no Contrato Programa;

- Cumprimos em 98% os objectivos de qualidade e eficiência definidos nos termos da cláusula 5ª do contrato programa;

Indicador Ponderação Obje ctivo a Deze mb ro Indic ador

A. Ac es so

A.1 P ercentagem das pr imeiras con sulta s n o total de con sultas médic as (%) 3,0 % 1 7,10 17 ,0 3,0 %

A.2 P ermilagem de do entes si n al izad os para a RNCCI, até 5 d ia s, no to tal de doentes

s aíd os, nas es pecial id ades de Cu i dado s P al iativo s, Ginec ol ogia, O nc ologi a Médi c a

e Ra dioterap i a-Braqu i terapi a (‰)

3,0 % 9,5 2,2 3 1,5 %

A.3 P ercentagem de co nsu ltas real izadas e regi s tada s n o CTH no total d e 1 as

c ons ul tas (%)3,0 % 1 6,15 1 9,24 3,6 %

A.4 P ercentagem de doentes c i ru rgico s trata dos em tempo adeq uado (%) 3,0 % 8 5,5 86 ,2 3,0 %

A.5 P ercentagem de utentes ref erenc i ados para con sulta ex terna aten di dos em

temp o ad equa do (%)3,0 % 9 2,15 9 9,74 3,2 %

B. Des empenho Ass istencia l 15,0%

B.1 Demo ra média (d ias) 5,9 % 7 ,77 7,5 3 6,1 %

B.2 P ercentagem de doentes s a ído s c om duraç ão d e i n ternamento ac i ma do l imi ar

máx imo (%)3,5 % 2,1 1,7 4,3 %

B.3 P ercentagem de reinternamentos em 3 0 dias (%) 3,5 % 2 6,25 20 ,2 4,2 %

B.5 P ercentagem de cirurgias r eal izadas em ambula tór i o no total d e c irurgias

p ro gramadas (GDH) (%)3,5 % 3 5,15 34 ,5 3,4 %

B.6 P ercentagem de co nsu mo d e emb al agens de medic amentos genéri c os , no total

d e emb alagens de medi c ament os (%)3,6 % 2 9,45 32 ,6 4,0 %

C. Dese mpenho Ec onómico /Finan ceiro 20,0%

C.1 P ercentagem dos c usto s c o m pes so al ajus tado s n o tota l de proveitos

o perac i onais (%)3,0 % 4 7,91 4 6,50 3,1 %

C.2 P ercentagem dos c usto s c o m horas ex traordi nár ias , s uplementos e FSE

(s elecc i onad os), no total d e c u sto s c om pesso al (%)3,0 % 1 2,82 1 0,19 3,6 %

C.3 P ercentagem de provei tos o peracio nais ex tra co ntrato-progra ma, no total de

p ro veitos (operac i ona is) (%)3,0 % 4 ,22 4,6 3,3 %

C.4 EBITDA (€) 3,0 % 1 .765 .968 3 .247 .380 3,6 %

C.5 Acrés cimo de Dív i da Venc id a (€) 3,0 % 0 0,0 0 3,0 %

Ob jec ti vos Region ai s 15,0%

F.1 Var i aç ão de c usto s c om MCDT ex terna l izad os (%) (1) 16,6% -6,7 1 1 3,76 8,3 %

F.2 Var i aç ão de c usto s c om Med icamen tos (%) (2 ) 16,7% 3,2 -9, 59 20,0%

F.4 Tempo máx i mo admi ss ível pa ra preenc hi mento d os ficheiro s d e

a compan hamento no SICA (dia s)16,7% Sim SI M 16,7%

100,0% 98,0%

- Os resultados operacionais apresentaram um valor negativo de 386.601,09 €, embora este fosse positivo não tivesse de serem incluídas as estimativas de subsídio de férias decretadas pelo Acórdão do Tribunal Constitucional 187/2013;

- O custo operacional unitário por doente padrão diminuiu, tendo saído reforçado o esforço recorrente de melhoria dos níveis de eficiência. Como se verifica no gráfico abaixo, desde 2009 que o IPO de Coimbra melhora o seu desempenho deste indicador, apresentando uma redução de 12,76 % no período entre 2009 e 2012;

RELATÓRIO E CONTAS 2012

35

3.053,6 €3.228,2 €

2.861,0 €

2.816,2 €

2.736,2 €

2009 2010 2011 2012

Custo Operacional - Doente PadrãoSem efeito Subsídio de Férias

- A melhoria dos níveis de eficiência tem origem, por um lado na forte contenção de custos, e por outro lado numa maior produtividade dos efectivos.

II. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO

O IPO de Coimbra não apresenta qualquer risco financeiro, apresentando rácios de solvabilidade e de autonomia financeira bastante sólidos. O endividamento de médio e longo prazos resulta de 2 contratos de leasing cujo valor em dívida a 31 de dezembro era de 5.193,43 €, o que face aos 69 milhões de capitais próprios, conclui-se que não tem qualquer expressão.

2009 2010 2011 2012

Grau de solvabilidade 12,39 14,59 16,72 22,22

Autonomia financeira (em %) 67 70 73 74

Liquidez 7,92 9,52 7,99 10,73

III. PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO E "ARREARS"

A evolução do prazo médio de pagamento e dos atrasos no pagamento, nos termos do anexo 3, é a seguinte:

Anexo 3

PMP 1ºT 2011 2ºT 2011 3ºT 2011 4ºT 2011 1ºT 2012 2ºT 2012 3ºT 2012 4ºT 2012

PMP a Fornecedores (dias) 53,78 54,81 57,23 54,04 55,18 50,50 43,89 43,19

Mapa da posição a 31/12/2012 dos Pagamentos em Atra so, nos termos do DL 65-A/2011, de 17 de maio

Pagamentos em Atraso 0-90 dias 90-120 dias 120-240 dias 240-360 dias > 360 dias

Fornecedores Externos 0 0 0 0 0

Fornecedores - SNS 0 0 0 0 0

Estado 0 0 0 0 0

Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores nos termos da RCM 34/2008 com as alterações introduzidas pelo Despacho 9870/2009

RELATÓRIO E CONTAS 2012

36

Também os fundos disponíveis foram suficientes para fazer face aos compromissos assumidos.

A evolução do prazo médio de pagamentos evoluiu favoravelmente situando-se em níveis totalmente controlados e com todas as dívidas dentro dos prazos estabelecidos com os fornecedores, não havendo dívidas vencidas nem pagamentos em atraso.

Ev olução Prazo Médio Pagamento76,6

53,8

31

53 48 4535

53,8

43,2

54,0

Dez-08 Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12

PMP 31-12-2012 PMP Ponderado

TIPO AQUISIÇÕES

DÍVIDA VINCENDA

P_0_90 P _91_180 P_181_240 P_241_360 P_361_540 P_541_720 P_M_721

FORNECEDORES EXTERNOS 1.979.668,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0002 Aquis ição de Bens e serviços(200) 1.778.738,14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0007 Aquis ições de bens de capital(700) 200.930,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

FORNECEDORES - SNS 114.336,97 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00010303 Outras(1303) 3.528,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0002 Aquis ição de Bens e serviços(200) 110.808,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ESTADO 257.995,68 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,000102 Remunerações certas e Perm anentes(120) 1.102,08 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00010305 CGA(13021) 100.788,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00010305 SS(13022) 150.878,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0002 Aquis ição de Bens e serviços(200) 5.227,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total Geral 2.352.001,41 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

INT ER VALO DE PRAZ OS D E DÍVIDA (em dias)

IV. DEVERES ESPECIAIS DE INFORMAÇÃO

Para a Tutela das Finanças é divulgada a informação económico-financeira através da inserção dos dados no Sistema Informático de Recolha de Informação Económica e Financeira (SIRIEF) com a periodicidade trimestral e sempre que se verifiquem alterações aos elementos divulgados no âmbito dos Princípios do Bom Governo.

Para a Tutela da Saúde é reportada a informação operacional e económico-financeira todos os meses, e demais informação solicitada.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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V. CUMPRIMENTO DAS RECOMENDAÇÕES DO ACIONISTA

O Despacho Conjunto de aprovação do Relatório e Contas de 2011 foi emitido em 31 de janeiro de 2013. Não obstante a sua aprovação ocorrer após o encerramento de contas do exercício de 2012, o IPO de Coimbra já tinha encetado medidas que resultam num elevado nível de cumprimento das recomendações que vieram a constar do Despacho.

As recomendações que constam do Despacho são as seguintes:

- “À redução do Prazo Médio de Pagamentos a Fornecedores, em conformidade com o disposto na Resolução do Conselho de Ministros n.º 34/2008, de 22 de fevereiro, e no Despacho do Ministro de Estado e das Finanças n.º 9870/2009, de 13 de abril;

- À plena adoção das recomendações efetuadas pelo Tribunal de Contas, no âmbito da Auditoria às Práticas de Gestão do IPO Lisboa, Coimbra e Porto, e pela IGF no âmbito da Auditoria de Monitorização das Correções dos Incumprimentos sobre as Reduções Remuneratórias e Outros Abonos.”

VI. DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES

VI - a) DOS ÓRGÃOS SOCIAIS

Nos termos do artigo 29º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), não foram atribuídos prémios de gestão aos membros do Conselho de Administração.

Nos termos do artigo 20º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), foram aplicadas às remunerações dos membros do Conselho de Administração, as reduções remuneratórias estabelecidas na referida disposição legal.

Nos termos do artigo 12º da Lei n.º 12-A/2010, de 30 de junho, foi aplicada uma redução de 5% às remunerações dos membros do Conselho de Administração.

Nos termos do artigo 21º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), foi suspenso o pagamento dos subsídios de férias e de Natal aos membros do Conselho de Administração.

VI - b) DO FISCAL ÚNICO

Nos termos do artigo 26º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), foi aplicada à remuneração do auditor externo a redução remuneratória estabelecida na referida disposição legal.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

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VI - c) DOS RESTANTES TRABALHADORES

Nos termos do artigo 20º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), foram aplicadas às remunerações dos trabalhadores do IPO de Coimbra, as reduções remuneratórias estabelecidas na referida disposição legal.

Nos termos do artigo 21º da Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro (Orçamento de Estado para 2012), foi suspenso o pagamento dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do IPO de Coimbra.

VII. ESTATUTO DE GESTOR PÚBLICO (ARTIGO 32º)

Os membros do Conselho de Administração não são titulares de cartão de crédito nem recorreram a qualquer instrumento de pagamento para realização de despesas ao serviço do Hospital, ou de representação pessoal.

VIII. CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Como entidade adjudicante definida na alínea a) do n.º 1 do artigo 2º do CCP, anexo ao Decreto-Lei n.º18/2008, de 29 de janeiro, e até à entrada em vigor do Decreto-Lei nº. 149/2012, de 12 de julho, o IPO de Coimbra, enquanto Hospital EPE não estava abrangido pela aplicação da Parte II do CCP em valores que se situassem abaixo dos limiares comunitários.

A alteração do quadro legal, aplicável apenas aos procedimentos iniciados após a entrada em vigor do Decreto-Lei nº. 149/2012, não teve grande impacto em 2012, porquanto a maioria dos procedimentos tinham sido iniciados no período anterior.

Assim, o IPO de Coimbra continuou a reger-se em 2012, em termos de procedimentos, dentro dos limiares comunitários e até à entrada em vigor do Decreto-Lei nº. 149/2012, pelo seu Regulamento Interno de Aquisições e, a partir daqueles valores, pela aplicação integral do CCP, aplicando assim as normas vigentes sobre a contratação pública.

IX. MEDIDAS NO ÂMBITO DAS GRANDES OPÇÕES DO PLANO

De acordo com as medidas das grandes opções do Plano, o IPO de Coimbra, no âmbito do Sistema Nacional de Compras Públicas, está vinculado como Entidade Voluntária Aderente ao acordo celebrado com a ESPAP, I.P. (ex. ANCP) ao abrigo do qual formalizou em 2012 um contrato para aquisição de serviços de segurança nos termos das regras do respetivo Acordo Quadro. No mesmo âmbito foram também iniciados os procedimentos destinados à aquisição de combustíveis rodoviários e energia elétrica.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

39

Houve igualmente uma tentativa de aplicar o respetivo Acordo Quadro à prestação dos serviços de limpeza, tendo-se verificado que o mesmo não se adequava à realidade hospitalar.

No que aos bens de consumo diz respeito, o IPO de Coimbra procede à aquisição de medicamentos através da SPMS enquanto entidade integrada no SNCP, na qualidade de UMC, sempre que as condições vigentes no seu Catálogo sejam mais vantajosas do que as obtidas institucionalmente.

Em 2012 o IPO de Coimbra não procedeu à aquisição de quaisquer veículos.

X. PRINCÍPIO DA IGUALDADE DE GÉNERO

Nos termos da Resolução do Conselho de Ministros n.º 19/2012, Princípio da

Igualdade de Género, foi procedido ao diagnóstico da situação de homens e

mulheres. Em 31 de dezembro de 2012, existia paridade entre os géneros na

composição do Conselho de Administração.

XI. PLANO DE REDUÇÃO DE CUSTOS

O ofício-circular da DGTF n.º8784, de 15 de novembro de 2010 emitiu orientações ao Sector Empresarial do Estado, onde se inclui o IPO de Coimbra, EPE, sobre o Plano de redução de gastos e maximização da eficiência operacional e optimização e redução das estruturas de custos. O IPO de Coimbra apresentou à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças um plano de redução e optimização da estrutura de custos ao abrigo do Despacho n.º1315/2010 do Secretário de Estado do Tesouro e Finanças.

A execução do plano revelou apresentar resultados bastante positivos registando-se um aumento considerável da eficiência operacional e financeira do IPO de Coimbra. Para aferir o aumento de eficiência recorremos ao indicador dos custos unitários por doente padrão, que reduziu em 12,76 % no período de 2009 a 2012. Relativamente ao resultado das operações constata-se um EBITDA positivo, que tem contribuído para um equilíbrio financeiro sustentado, e um resultado operacional também positivo que garante as operações de autofinanciamento para a renovação dos ativos.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

40

2.816,2 €2.861,0 €

3.053,6 €3.228,2 €

2009 2010 2011 2012

em E

uros

Custo Operacional - Doente Padrão

-0,3

0,6

-0,4

0,00,6

-1,8

3,4

4,4

3,2

4,33,6

1,1

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Milh

ões

de E

uros

Resultado Operacional EBITDA

Acresce ainda que face às instruções dos Instrumentos Previsionais de Gestão, conforme ofício-circular n.º 82, de 6 de Janeiro, o IPO de Coimbra cumpriu o objectivo definido e manteve o peso dos CMVMC+FSE+Custos com Pessoal no volume de actividade.

Face aos indicadores apresentados, é perceptível que a gestão do IPO de Coimbra tem sido manifestamente rigorosa e com resultados positivos.

XII. REDUÇÃO DE EFETIVOS

Publica-se o anexo 5 nos termos definidos pelo ofício-circular n.º1578, de 13 de

fevereiro da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Anexo 5

Unid: €

Gastos com pessoal (€) 25.793.350 23.477.086 23.798.490

Gastos com Órgãos Sociais (€) 320.555 268.446 263.823Reduções decorrentes de alterações Legislativas (€) 8.365 43.003 42.894

Aumentos decorrentes de alterações Legislativas (€) 0 0 0

Gastos com Dirigentes sem O.S. (€) 176.979 160.968 128.548Reduções decorrentes de alterações Legislativas (€) 13.601 10.702

Aumentos decorrentes de alterações Legislativas (€)

Gastos com Efetivos sem O.S. e sem Dirigentes (€) 25.287.557 23.027.600 23.404.553Reduções decorrentes de alterações Legislativas (€) 946.044 822.428

Aumentos decorrentes de alterações Legislativas (€)

Reduções Subsídio Fér ias/Natal (€) * 1.357.617 1.283.728

Rescisões / Indemnizações (€) 8.260 6.463 7.598

Nº Total RH (O.S. + Dirigentes + Efetivos) 934 942 929

Nº Órgãos Sociais (O.S.) (número) 4 4 4Nº Dir igentes sem O.S. (número) 3 4 3

Nº Efetivos sem O.S. e sem Dirigentes (número) 927 934 922

* As reduções do subsídio de férias e de natal constituem estimativas uma vez que não foram processados

estes abonos no ano 2011 (s.férias) e 2012(s.férias e natal)

2012

2010 2011 2012

Designação

Designação

2010 2011

No ano de 2012 registou-se uma diminuição do número de efetivos, passando de 942 para 929, sendo a diminuição verificada pela saída de 20 efetivos com

RELATÓRIO E CONTAS 2012

41

Contrato de Trabalho em Funções Públicas, maioritariamente por aposentação, ao passo que as novas entradas foram de apenas 7 efetivos com Contrato Individual de Trabalho, ou seja, por cada 3 saídas registou-se 1 nova entrada.

O gráfico abaixo reflete a evolução do custo unitário por funcionário com remunerações, outras prestações e encargos patronais, identificando-se uma tendência de descida do nível médio remuneratório, apesar de em 2012 o valor médio apresentar uma subida em virtude da estimativa do subsídio de férias decretada pelo Tribunal Constitucional 187/2013, cujo impacto é de 1.722 € por funcionário. Atente-se ainda para o facto de as novas entradas serem preenchidas por profissionais mais qualificados ao passo que as saídas têm na sua base pessoal com menores qualificações e por conseguinte com um nível salarial mais baixo.

27.616 €

28.024 €

24.923 €25.617 €

929

942934

911

23.000 €

24.000 €

25.000 €

26.000 €

27.000 €

28.000 €

29.000 €

2009 2010 2011 2012

870

900

930

960

Remuneração Média Funcionário (em €) Efectivos:

XIII. PRINCÍPIO DA UNIDADE DE TESOURARIA DO ESTADO

Nos termos do artigo 89º da Lei n.º64-B/2011, de 31 de dezembro, o IPO de Coimbra declara que cumpre o princípio da unidade de tesouraria do estado, registando saldos médios de 20.000 € em conta bancária no Santander que são utilizados para suprir necessidades que não são colmatadas pelo IGCP.

No IGCP estavam depositados 99,92% do total das disponibilidades e outras aplicações financeiras.

XIV. RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS

No âmbito do processo n.º21/2011 “auditoria orientada às práticas de gestão no

Instituto Português de Oncologia de Lisboa, de Coimbra e do Porto”, o Tribunal

de Contas emitiu considerações sobre o desempenho do IPO de Coimbra, bem

como cinco recomendações, que complementamos com a fundamentação

apresentada em sede de contraditório e com as medidas adoptadas pela

Instituição.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

42

XIV - a) CONSIDERAÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS SOBRE O

DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO

De modo a corresponder às necessidades de informação dos nossos stakeholders, entendemos que neste capítulo deveríamos realçar algumas considerações que o Tribunal de Contas emanou sobre o desempenho do IPO de Coimbra, nomeadamente no capítulo das conclusões sobre a situação económico-financeira, e que passamos a transcrever (e com sublinhado nosso) aquelas que nos parecem mais relevantes para a Instituição:

- “No triénio em análise, o IPO de Coimbra apresenta os melhores resultados no esforço de contenção de custos, verificando-se aumentos nos custos totais de 3%, em 2009, e de 2,5%, em 2010 por oposição aos aumentos, mais acentuados, nos outros Institutos de Oncologia. Note-se que o número de doentes padrão aumentou, no triénio em todos os Institutos de Oncologia, sendo que no IPO de Coimbra o aumento mais significativo ocorreu em 2010 (mais 7,53% de doentes padrão do que no ano anterior), com um decréscimo de 4,67% nos custos totais do referido instituto por doente padrão, o que evidencia uma utilização mais racional dos recursos”;

- “Se a diminuição dos custos totais não tiver origem numa redução dos

custos unitários podemos estar, ceteris paribus, perante um

racionamento dos recursos. O que não for compensado com eficiência

passa a ser contingentado ou racionado, pelo que se deve dar a maior

ênfase ao custo unitário a fim de evitar qualquer tipo de racionamento.

No triénio 2008-2010 o IPO de Coimbra foi o que apresentou a melhor

performance, diminuindo os custos unitários por doente padrão em

2,11%. Os Institutos de Oncologia de Lisboa e Porto, aumentaram esses

custos unitários em 3,28% e 7,21%, respetivamente”.

XIV - b) RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS SOBRE O

DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO

O Tribunal de Contas emitiu cinco recomendações ao IPO de Coimbra, que passamos a expor:

I. Assegurar que as decisões de maior impacto financeiro e os

planos de investimento são precedidos de Análise Custo-

Benefício, que previna uma racional (estudo de

alternativas/escolhas) aplicação do dinheiro dos contribuintes.

Em sede de contraditório referimos o seguinte:

A Administração do IPO de Coimbra utiliza instrumentos de planeamento e de gestão para a condução dos destinos do hospital, e desde 2003 tem à sua disposição instrumentos de gestão previsionais anuais e plurianuais, assentes num Plano Estratégico de Médio e Longo Prazo em linha com o Plano Nacional de Saúde e com as linhas de orientação da Tutela. Os Planos Plurianuais têm sido

RELATÓRIO E CONTAS 2012

43

revistos e têm conjugado a estratégia institucional com as estratégias políticas ao longo dos últimos anos.

Das apreciações às análises custo-benefício e à “ausência da utilização do cálculo económico como instrumento de suporte às decisões”, refira-se que nesta matéria o Hospital sustenta o seu modelo de gestão no planeamento da sua atividade e dos recursos a empregar, sistematizando esta informação em instrumentos de gestão essenciais à condução da sua estratégia.

No que respeita à recomendação para utilização de análises custo-benefício, a que damos naturalmente acolhimento, iremos melhorar os instrumentos de análise já existentes. Contudo o IPO de Coimbra utiliza outras ferramentas além desta e que na nossa perspetiva têm produzido análises mais sustentadas do ponto de vista da adequação da formulação de escolhas racionais em saúde, designadamente análises custo-efetividade, custo-utilidade e minimização de custos.

Quanto à ausência do cálculo económico como instrumento de suporte às suas decisões de gestão refira-se a título de exemplo o instrumento de planeamento e de gestão de médio e longo prazo que incide na renovação da infraestrutura física e plataforma tecnológica – “Plano de Investimentos 2009-2015”, o qual foi precedido de um estudo de avaliação económica alinhado com o Plano Estratégico, para um valor global de investimento de 24.032.148 € e que obteve a aprovação da Tutela em agosto de 2009.

Na base deste Plano está subjacente uma identificação clara das necessidades existentes ao nível da qualidade do serviço prestado, mas também ao nível da renovação da plataforma tecnológica no domínio da oncologia, e que está vertido no Plano Estratégico da Instituição desde 2003. Consequentemente, e após identificação dos investimentos necessários à concretização da estratégia, foi elaborado um estudo de avaliação económica e financeira baseada nos pressupostos exógenos e endógenos ao Hospital.

Este estudo compreendeu uma análise prospetiva do período de 2009 a 2016, tendo como base o período de 2008, e assentou numa metodologia de análise de Custo-Benefício que consistiu em valorizar em termos monetários todos os efeitos previsíveis da decisão em causa, recorrendo-se para o efeito aos seguintes instrumentos:

- Análise da evolução da atividade e quantificação dos recursos a empregar ao longo do período de 2009 a 2016, baseada na capacidade instalada em 2008 e nas alterações originadas pelo investimento. A metodologia utilizada para quantificar os fluxos económicos da atividade e dos recursos foi a seguinte:

� Determinação de um indicador que medisse o volume de atividade de

forma agregada – Doente Padrão;

� Quantificação dos doentes padrão pelas principais áreas de produção do

Hospital (Cirurgia, Oncologia Médica e Radioterapia);

� Utilização do método de custeio integral para cada uma das áreas de

produção, identificando os custos fixos e variáveis e os custos diretos e

indiretos, sendo possível deste modo determinar os custos unitários de

RELATÓRIO E CONTAS 2012

44

cada doente padrão, bem como a sua sensibilidade às variações na

procura;

� Deste modo, foi possível determinar qual o break-even do projeto (doentes

padrão de 16.468) face ao volume de atividade previsto (doentes padrão

de 18.205) e comparar com a oferta existente no período de referência

(doentes padrão em 2008 de 13.756);

� Estes resultados evidenciaram um incremento em 32% no volume de

atividade a custos controlados, além de produzirem melhores indicadores

de qualidade do serviço (v.g., redução da demora média, aumento da taxa

de ocupação, redução das infeções nosocomiais, aumento da cirurgia de

ambulatório, etc).

- O aumento do volume de atividade em 32% reflete a previsão das necessidades de quem procura a diferenciação de um instituto compreensivo de cancro, e sustenta-se através de análises às tendências de evolução da doença oncológica que assenta por um lado no envelhecimento da população, e por outro lado na maior incidência do cancro provocado pelas alterações dos estilos de vida;

- O aumento dos custos unitários em apenas 2,78%, refletidos a preços correntes, traduz-se num indicador que garante a viabilidade na utilização do dinheiro dos contribuintes pois a avaliação do binómio eficiência-qualidade, é manifestamente positiva nos ganhos de saúde da população.

Deste modo julgamos ter demonstrado que os benefícios económicos do projeto

comportam os custos incrementais da atividade, garantindo um nível de

eficiência bastante interessante, e garantindo uma oferta superior em

quantidade e qualidade dos cuidados de saúde oncológicos prestados aos

cidadãos da região centro, podendo assim continuar a assumir-se como o

hospital de referência no domínio da oncologia nesta região.

- O Plano Financeiro e de Financiamento traduz as necessidades financeiras e a sua aplicação durante a fase de investimento e pós-investimento, designadamente através dos seguintes instrumentos:

� Plano de financiamento do projeto com a identificação das fontes de

financiamento e com a determinação dos Meios Financeiros Libertos do

Projeto, onde também se encontra identificado o

Investimento/Desinvestimento em fundo de maneio necessário, de modo a

assegurar todas as necessidades de financiamento do ciclo de exploração;

� Determinação dos cash-flows operacionais resultantes da atividade durante

e após o período de investimento e o seu contributo para assegurar o

financiamento do projeto.

- Utilização de indicadores de avaliação qualitativa e económica de projetos de investimento:

� Matriz de análise do impacto da realização do investimento nas vertentes

(Utentes, Financeira, Processos e Estrutura), e em cada uma das vertentes

qual a perspetiva que maior relevância teria para esta análise. Da análise

efetuada pelos diversos grupos de trabalho constituídos para o efeito

resultou a MATRIZ de avaliação dos impactos que consta do Plano de

Investimentos;

RELATÓRIO E CONTAS 2012

45

� Do ponto de vista da análise económica foram utilizados 2 indicadores de

avaliação da viabilidade do projeto, nomeadamente:

a) VAL (Valor Acrescentado Líquido) no valor de 424.464 €, que mede a viabilidade do projeto de investimento através do cálculo do valor atual de todos os seus cash-flows atualizados a uma taxa de referência de 3,5%;

b) O Período de Recuperação do Investimento determinado foi de 9 anos.

Deste modo, estamos em crer que o IPO de Coimbra dispõe dos instrumentos

adequados à tomada de decisões, pois os estudos elaborados permitiram ao

Conselho de Administração decidir sobre a execução deste plano e aos Ministros

da Saúde e das Finanças e da Administração Pública aprová-lo, conferindo-lhe

deste modo uma importância relevante ao nível dos objetivos consagrados no

Plano Nacional de Saúde.

II. Instituir medidas e procedimentos que garantam a fiabilidade

dos registos de produção e de custos da contabilidade analítica.

Em sede de contraditório referimos o seguinte:

O IPO de Coimbra sempre promoveu o maior rigor no desenho e parametrização dos seus sistemas de informação, por forma a que toda a produção seja objeto de registo, de forma automática, isto é, que seja o próprio software de gestão dos fluxos de trabalho a gerar a informação relativa aos atos clínicos realizados e não um operador a introduzir essa informação autonomamente.

Mas o rigor colocado no registo da produção visa promover outro objetivo essencial que é o da transparência do processo de faturação. O IPO de Coimbra procura registar e faturar toda a sua produção de acordo com as regras de faturação do contrato programa, no respeito integral por essas mesmas regras, sendo o sistema auditável a todo o momento.

No que se refere à contabilidade analítica, o Conselho de Administração tem enfatizado a sua importância como um instrumento de gestão e atribui-lhe enorme significado pelo facto de ser um instrumento crucial para a elaboração dos objetivos de contratualização interna e para a sua monitorização.

Além disso, a informação produzida pela contabilidade analítica é de especial utilidade à Tutela no atual modelo de financiamento. Assim, parece-nos que a contabilidade analítica deverá ser encarada não tanto como uma ferramenta de análise económica ao nível dos serviços prestados, mas essencialmente como uma ferramenta que serve de pilotagem no atual contexto de contratualização com os Hospitais.

De facto, sendo, de acordo com o sistema de financiamento em vigor, os serviços prestados pelo hospital remunerados por linhas de produção, poderá estar um pouco esvaziado de sentido utilizar instrumentos que avaliem o custo de cada um dos atos, até porque o preço de referência não se altera em função dessa avaliação. O diferenciador dos preços de referência para cada Hospital incide sobre o índice de case-mix e este já reflete a complexidade dos serviços

RELATÓRIO E CONTAS 2012

46

prestados. Se no limite efetuarmos análises de custo-benefício ao ato médico poderíamos incorrer numa subversão das regras de faturação, o que no limite poderia ser indutor de alteração do mix de produção para cada um dos hospitais. Numa perspetiva de rede, julgamos que as decisões de gestão a este nível terão que ir além destas análises de modo a não provocar desequilíbrios no sistema. Competirá, deste modo, à administração central, através das agências de contratualização, identificar onde poderão ser rentabilizados alguns nichos de produção, sem pôr em causa a equidade e universalidade no acesso e a prevenção de situações que promovam a “seleção adversa”.”

Medidas adotadas e resultados:

Os custos diretos são imputados aos centros de custo respetivos, estando parametrizados no sistema de informação as imputações de custos com pessoal e gastos gerais. Quanto aos gastos diretos são imputados em função de cada operação, quer no domínio dos consumos, dos subcontratos ou de outros fornecimentos e serviços.

A informação gerada pelo sistema de informação de contabilidade analítica é crucial para o processo de contratualização interna, e proporciona um conhecimento adequado dos recursos afetos a cada serviço/centro de custo. As situações pontuais identificadas no referido relatório foram objeto de análise e de correção, embora não tivessem qualquer impacto no processo de contratualização interna.

Tal como tínhamos referido no contraditório, a evolução de um sistema de contabilidade analítica do método das secções homogéneas para outro mais direcionado para a atividade deverá em nossa opinião ser conduzido pela Tutela com as devidas adaptações ao Plano Nacional de Contabilidade Analítica.

III. Rever os preços acordados com entidades privadas prestadoras

de serviços de radioterapia para, no mínimo, poder beneficiar

dos preços mais económicos já praticados aos Institutos de

Oncologia do Porto e de Lisboa.

Em sede de contraditório referimos o seguinte:

Pode ler-se no Relatório (página 17) que o IPO de Coimbra evidenciou, em 2009 e 2010, custos unitários com a subcontratação de serviços de radioterapia convencional superiores aos dos restantes Institutos e, no ponto seguinte, concluem os Autores do Relatório que a divergência dos custos evidencia “falta de articulação dos Institutos na negociação da subcontratação deste tipo de prestação de serviços”.

O IPO de Coimbra não adquire serviços de radioterapia ao exterior porquanto responde integralmente às necessidades dos seus próprios doentes e ainda assegura os tratamentos de todos os doentes da Região Centro (com exceção dos doentes dos CHUC) referenciados pelas unidades hospitalares da Região. É assim agora e foi assim sempre ao longo da história de uma Instituição que comemora, este mesmo ano de 2012, meio século. Daí que a articulação do IPO de Coimbra

RELATÓRIO E CONTAS 2012

47

com os restantes Institutos, especificamente para aquisição de serviços de radioterapia ao exterior, careceria de sentido uma vez que não faz parte do seu “plano de negócios”.

O recurso do IPO de Coimbra a prestadores privados na área da radioterapia ocorreu apenas por duas vezes em toda a sua história:

A primeira em 2006, aquando das obras de remodelação do Serviço para instalação dos novos equipamentos e apenas no período mais crítico da intervenção que obrigou à paragem dos tratamentos. Mesmo nesse período o IPO de Coimbra não deixou de assumir as suas responsabilidades perante toda a Região Centro, pelo que continuou a receber todos os doentes. A aquisição de serviços ao exterior, nessa época, foi precedida de consulta aos diversos prestadores privados, sendo a principal variável a capacidade para responder em tempo útil a um tão grande afluxo de doentes e só após confirmação de que nenhuma das Instituições do SNS, designadamente os Institutos e os HUC dispunham de capacidade de resposta.

A segunda e última vez ocorreu em 2009 (um reduzidíssimo numero de doentes terminou os seus tratamentos já em 2010, mas foram iniciados em 2009), esteve relacionada com uma situação absolutamente excepcional e imprevisível e culminou na saída de 3 Médicos Especialistas para outra Unidade Hospitalar como, de resto, bem refere a nota 36 do Relatório. Em circunstâncias como aquelas, em que o que está em causa é garantir a continuidade de tratamento dos doentes, muitos deles já iniciados, não é possível compatibilizar a prioridade clínica com os procedimentos de consulta e negociação de condições. O processo de referenciação foi conduzido diretamente pela Diretora do Serviço de então e o prestador escolhido foi, uma vez mais, aquele que tinha capacidade para responder de imediato às necessidades e tendo em conta o bom desempenho em termos clínicos de que havia dado mostras em 2006.

Refere também o Relatório que aquela situação “foi o resultado de uma deficiente política de gestão de pessoal por parte do IPO de Coimbra que não acautelou, em devido tempo, a saída de Especialistas da Instituição”. Com o devido respeito, não pode o IPO de Coimbra estar mais em desacordo.

O IPO de Coimbra, desde o início do processo de empresarialização, definiu uma política de remunerações coerente e consistente relativamente à qual jamais abriu qualquer exceção. Isso significa que as remunerações pagas dentro de cada grupo profissional são exatamente as mesmas para o mesmo conteúdo funcional e carga horária e têm como referencial as remunerações das carreiras e categorias correspondentes em Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas.

Naturalmente que ao longo destes quase 10 anos muitas têm sido as pressões dos profissionais para “negociar” condições remuneratórias individualizadas, muitas vezes encorajados quer pela prática, quer por propostas concretas de outras Instituições. O IPO de Coimbra nunca trilhou esse caminho porque acredita que o vínculo dos profissionais com a Instituição se forja mais num projeto de qualidade e no prestígio associado à “marca” IPO e menos numa abordagem imediatista de competição pelos salários. E tem sido com esta postura de coerência que a Instituição tem sabido fixar os melhores. Daí que as

RELATÓRIO E CONTAS 2012

48

saídas de profissionais, por razões meramente salariais, têm sido absolutamente insignificantes.

Entendemos que de cada vez que uma Instituição do SNS entra em competição direta com outra pela contratação de profissionais, exclusivamente alavancada no valor do salário, gera um único efeito que é o do aumento do preço do fator trabalho sem que a esse aumento esteja associado qualquer valor, sendo que muitas vezes o saldo chega mesmo a ser negativo em termos de valor acrescentado para o todo da rede pública.

É pois essencial esclarecer que, no caso dos três Médicos Especialistas que saíram em 2009, a única forma que o IPO de Coimbra tinha de “acautelar” a sua saída seria pelo aumento do valor dos respetivos salários e esse é um caminho que não queremos percorrer e que os bons resultados se têm encarregado de demonstrar que não deveria ter sido percorrido.

De facto, passada a turbulência inerente ao processo negocial que encetaram com a Instituição que os contratou e à instabilidade que esse processo lhes causou e que diretamente esteve na origem da queda da capacidade de produção do serviço que originou a necessidade de recurso ao exterior, a saída daqueles três profissionais permitiu reorganizar o serviço de radioterapia, redesenhar processos e equipas e a Instituição passou a evidenciar um desempenho absolutamente notável, com uma média de 41.000 tratamentos por ano, respondendo às necessidades de toda a Região Centro, acolhendo e tratando doentes do IPO de Lisboa em técnicas especificas e ao abrigo de protocolos concretos e com o mesmo número de profissionais, uma vez que aqueles especialistas não foram substituídos, desde logo porque não existem especialistas no mercado para os substituir.

No entanto, tratando-se o IPO de Coimbra de uma Instituição idónea para a formação médica pós-graduada em Radioterapia, foi possível, de forma planeada e sem comprometer os princípios contratuais anteriormente explicitados, sobretudo no que respeita às condições remuneratórias, continuar a investir na formação de internos, e assim garantir a contratação de novos médicos, repondo o stock de especialistas do serviço, e acautelando, deste modo, a resposta às necessidades dos doentes.

IV. Alargar os processos de aquisição conjuntos a outros

medicamentos e ao fornecimento de serviços.

Os três IPO’s mantiveram o processo de aquisição conjunto ao nível dos medicamentos e de alguns dispositivos médicos. Ao longo dos vários anos foi possível obter ganhos muito significativos para o conjunto das Instituições e consequentemente para o sistema. No entanto, os benefícios conseguidos nos últimos dois anos têm sido menores, fruto das reduções significativas alcançadas em anos anteriores.

No ano de 2012, a Tutela centralizou um processo negocial com a Apifarma, com ganhos substanciais para o IPO de Coimbra.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

49

V. Instituir procedimentos de reavaliação sistemática dos novos

medicamentos, com base nos resultados da sua aplicação em

meio hospitalar.

O modelo de organização da prestação de cuidados de saúde de oncologia em

Portugal assenta na existência de três Centros Regionais de Oncologia cuja

actividade é coordenada por uma Comissão Coordenadora e que, sem prejuízo

da respectiva autonomia, constituíram até 2002, um Instituto Nacional de

Cancro, o Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil.

As redes de referenciação hospitalar de oncologia têm sido desenhadas em torno

desta realidade que decorre da existência de três Centros Compreensivos de

Cancro e, não obstante os cuidados prestados por Hospitais Gerais, com os quais

trabalham em parceria, os Institutos de Oncologia são responsáveis por cerca de

50% dos cuidados oncológicos prestados a nível nacional.

Este modelo de organização coloca Portugal em linha com os países mais

avançados do mundo ocidental, na luta contra o cancro.

Os três IPO’s mantiveram o processo de aquisição conjunto ao nível dos medicamentos e de alguns dispositivos médicos. Ao longo dos vários anos foi possível obter ganhos muito significativos para o conjunto das Instituições e consequentemente para o sistema. No entanto, os benefícios conseguidos nos últimos dois anos têm sido menores, fruto das reduções significativas alcançadas em anos anteriores.

Não obstante, julgamos que existe margem para potenciar as sinergias do actual

modelo de organização testado ao longo de quase um século, quer no domínio

da actividade clínica (actualização e divulgação de protocolos e normas de

orientação clínica) quer na vertente da eficiência (plataforma logística,

uniformização de consumos, racionalização de investimentos, aquisições

conjuntas de bens e de serviços) e terá um impacte muito significativo na

melhoria dos resultados em saúde da populações e na racionalidade com que

recursos escassos são utilizados na prossecução de uma missão de indiscutível

interesse publico.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

50

XV. OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES

Anexo 6 - EPNF

S N N.A.

Objectivos de Gestão:

Contrato Programa X Ponto I

Objetivo 2

Objetivo 3Gestão do Risco Financeiro X Ponto II

Limites de Crescimento do Endividamento X Ponto II

Evolução do PMP a fornecedores X Ponto IIIAtrasos nos Pagamentos ("Arrears") X Ponto III

Deveres Especiais de Informação X Ponto IVRecomendações do acionista na aprovação de contas:

Recomendação 1

Recomendação 2

Remunerações:

Não atribuição de prémios de gestão, nos termos art.º 29.º da Lei 64-

B/2011 X

Órgãos sociais - redução remuneratória nos termos do art.º 20.º da Lei

64-B/2011 X

Órgãos Sociais - redução de 5% por aplicação artigo 12º da Lei n.º 12-

A/2010 X

Órgãos Sociais - suspensão sub. Férias e natal , nos termos do art.º 21º

da Lei 64-B/2011 X

Auditor Externo - redução remuneratória nos termos do artº 26º da Lei

64-B/2011 X

Restantes trabalhadores - redução remuneratória, nos termos do art.º

20º da Lei 64-B/2011 X

Restantes trabalhadores - suspensão sub. Férias e natal , nos termos

do art.º 21º da Lei 64-B/2011 XArtigo 32º do EGP

Utilização de cartões de crédito X

Reembolso de despesas de representação pessoal XContratação Pública

Normas de contratação pública X

Normas de contratação pública pelas participadas X

Contratos submetidos a visto prévio do TC X

Adesão ao Sistema Nacional de Compras Públicas XParque Automóvel XPrincipio da Igualdade do Género X

Medida 1

Medida 2Plano de Redução de Custos

Gastos com pessoal X

Fornecimentos e Serviços Externos XRedução nº Efetivos e Cargos Dirigentes

Nº de efetivos X

Nº de cargos dirigentes X

Princípio da Unidade de Tesouraria X Ponto XIII

Ponto XII

Ponto VII

Ponto VIII

Justificação

Ponto IX

Ponto X

Ponto XI

Ponto VI

Ponto V

Cumprimento das Orientações legais Cumprimento

-

RELATÓRIO E CONTAS 2012

51

GOVERNAÇÃO

CLÍNICA

RELATÓRIO E CONTAS 2012

52

A Governação Clínica assume-se como o sistema institucional que visa garantir uma prestação de cuidados de saúde de qualidade, numa perspetiva de melhoria contínua, aos doentes do IPO de Coimbra.

Em linha com os documentos estruturantes da abordagem institucional da qualidade, nomeadamente no que à Estratégia da Governação Clínica diz respeito (O.S. n.º 26/2009 de 18/11), em 2012 procedeu-se ao acompanhamento e monitorização de alguns indicadores clínicos, bem como outros indicadores com relevo para a Governação Clínica, definidos no respetivo Plano de Ação.

I. INDICADORES CLÍNICOS

I - a) ACTIVIDADE CIRÚRGICA

A Cirurgia constitui-se como intervenção de primeira linha em muitas situações clínicas e, no domínio da oncologia, de especial relevo no tratamento de tumores sólidos. Em termos de financiamento hospitalar é uma das principais linhas de atividade, onde o preço atribuído constitui o padrão, quer para valorização do contrato, ponderado pelo casemix das outras linhas de produção, quer ainda como referência no cálculo do doente padrão.

Toda atividade cirúrgica, convencional ou ambulatória, é classificada em ICD9 MC, diagnósticos e procedimentos. Esta classificação, desenvolvida pela OMS, permite a codificação dos diagnósticos através de um código de três dígitos

6

(mínimo), que possibilita a hierarquização em categorias, obtendo-se maior detalhe através do desdobramento por algarismos colocados à direita do terceiro dígito. Tal codificação, combinada com um conjunto de variáveis de entrada, permite o agrupamento em Grupos de Diagnóstico Homogéneo (GDH) - sistema de classificação de doentes, clinicamente coerente e similar do ponto de vista do consumo de recursos, processo que tem por base um algoritmo informático denominado agrupador.

A cada GDH corresponde um peso relativo, conferindo-lhe um valor acrescentado pelo facto de permitir a medição e definição do casemix de um hospital, indicador de complexidade da patologia tratada e utilizado para a gestão hospitalar como ponderador do preço de referência acima enunciado, diferenciando por esta via o financiamento.

O exercício que a seguir se empreende tem como fonte a base resultante da codificação (LDRG), elegendo-se apenas os episódios de GDH cirúrgico

7 e

6 Esta codificação agrupa 19 categorias, duas das quais suplementares onde se incluem as

admissões para Quimioterapia, Radioterapia ou inserções de CTI e, a outra de causas

externas. 7 De acordo com a classificação estabelecida na tabela publicada pela Portaria nº 132/2009,

modificada pela Portaria nº 839-A/2009, anexo II.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

53

expurgados por ano os doentes com mais de um episódio para o mesmo tipo de patologia, obtendo-se o que denominámos de Doentes distintos patologia/ano. Apresentam-se as categorias diagnósticas mais significativas, desdobrando-as de forma a uma melhor apreensão da patologia tratada, correspondendo os valores à distribuição de 2012.

CIRURGIA PROGRAMADA CONVENCIONAL

Começamos por apresentar a atividade cirúrgica convencional oferendo uma perspetiva evolutiva do triénio (2010-2012).

3148 32213368

2993 3082 3171

22712378

2504

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

2010 2011 2012

Cirugia Programada Convencional Doentes distintos Patologia/Ano

2. Neoplasias (140-239) Linear (2. Neoplasias (140-239))

O gráfico evidencia de forma inequívoca um aumento da atividade cirúrgica bem como um crescente número de episódios codificados na categoria “2. Neoplasias (140-239), conforme representa a linha de tendência.

Na tabela a seguir, apresentam-se episódios por sexo e escalão etário, verificando-se um claro domínio do género feminino, com uma distribuição etária mais homogénea embora crescente ao ritmo da idade; quanto ao género masculino a distribuição apresenta-se mais assimétrica, igualmente crescente à medida que subimos no escalão etário, em que o último escalão reúne 52% do total dos casos.

Escalao etarioNº Episodios

Feminino (F)

Freq. Relativa

Escalao etario

Nº Episodios

Masculino (M)

Freq. Relativa

Escalao etarioTotal % Relativa (F) % Relativa (M)

< 35 127 6% 40 3% 167 76% 24%

35 a 45 253 13% 51 4% 304 83% 17%

45 a 55 425 21% 185 16% 610 70% 30%

55 a 65 441 22% 282 24% 723 61% 39%

> 65 755 38% 612 52% 1.367 55% 45%

Total Geral 2.001 100% 1.170 100% 3.171 63% 37%

Doentes distintos por patologia/Sexo e escalão etário - 2012

Distribuição por categoria dos episódios cirúrgicos programados

convencional

Da observação do gráfico verifica-se que do total dos episódios classificados em 2012, a categoria “2. Neoplasias (140-239)”, apresenta um claro destaque, com

RELATÓRIO E CONTAS 2012

54

um quantitativo total de 2.504 casos – 79% - retrato bem nítido do core cirúrgico do IPO Coimbra, em pleno acordo com a área em que se insere.

7. Doenças do Aparelho Circulatório (390-459)

6. Doenças do Sistema Nervoso e dos Órgãos dos Sentidos (320-389)

1. Doenças infecciosas e parasitárias (001-139)

14. Anomalias congénitas (740-759)

13. Doenças do Aparelho Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo (710-739)

12. Doenças da pele e tecido subcutâneo (680-709)

4. Doenças do sangue e órgãos hematopoiéticos (280-289)

9. Doenças do Aparelho Digestivo (520-579)

17. Lesões e Intoxicações (800-999)

3. Doenças Endócrinas, Nutricionais, Metabólicas e da Imunidade

8. Doenças do Aparelho Respiratório (460-519)

19. Classificação Suplementar Factores com Influência no Estado de Saúde e…

10. Doenças do Aparelho Geniturinário (580-629)

2. Neoplasias (140-239)

2

2

3

5

10

15

33

50

63

87

111

140

146

2.50479%

Categoria 2. Neoplasias (140-239)

Tumores Neuroendócrinos (209-209)

Neoplasia maligna dos tecidos linfático e hematopoietico (200-208)

Neoplasias de comportamento incerto (235-238)

Carcinoma in situ (230-234)

Neoplasia maligna do sistema respiratório e orgãos intratorácicos (160-165)

Neoplasia maligna do lábio, cavidade oral, e faringe (140-149)

Neoplasia maligna dos órgãos digestivos e peritoneu (150-159)

Neoplasia maligna de outras localizações não especificadas (190-199)

Neoplasias benignas (210-229)

Neoplasia maligna dos órgãos genitourinários (179-189)

Neoplasia Maligna do Osso, Tecido Conjuntivo, Pele e Mama (170-176)

1

18

43

70

87

112

275

296

316

464

822

3%

3%

4%

11%

12%

13%

19%

33%

Detalhando os 2.504 episódios verifica-se que estes se distribuem por cinco grupos de maior dimensão (acima dos 10% da distribuição), liderados pela patologia que se inscreve no intervalo 170-176 a qual representa quase o dobro da categoria posicionada em segundo lugar, tal como se pode observar no gráfico aqui apresentado.

Apresentaremos a seguir, por ordem de grandeza (quantidade de episódios classificados em cada intervalo), os cinco agrupamentos mais representativos da distribuição, permitindo conhecer com maior detalhe a patologia tratada:

Neoplasias malignas, ossos, tecidos conexos, pele e mama (170-

176)

Neste intervalo de classificação os dois grupos com maior peso relativo são a Neoplasia da Mama Feminina com 541 (66%), e a Neoplasia Maligna da Pele NCOP com 202 (24%), representando 90% dos episódios. Os restantes 10% distribuem-se por quatro categorias.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

55

541; 66%

202; 24%

41; 5%

32; 4% 5; 1%

NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA FEMININA

NEOPLASIA MALIGNA DA PELE, NCOP

MELANOMA MALIGNO DA PELE

NEOPLASIA MALIGNA DO TECIDO CONJUNTIVO E

OUTROS TECIDOS MOLES

NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA MASCULINA

NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS E CARTILAGENS

ARTICULARES

Neoplasias malignas dos órgãos génito-urinários (179-189)

No segundo intervalo, a patologia prostática apresenta uma expressão dominante com – 204 casos (44%); seguindo-se-lhe a patologia uterina com 77 (17%); as neoplasias da bexiga com 76 (16%); e dois agrupamentos com percentagem de distribuição na ordem dos 7%, respectivamente, rim e órgãos urinários e patologia maligna do colo do útero 33 e 32 episódios; por último, referindo apenas os mais significativos, com 21 casos (4%), as neoplasias malignas do ovário, anexos e útero.

204; 44%

77; 17%

76; 16%

33; 7%

32; 7%

21; 4%

12; 3% 9; 2%

NEOPLASIA MALIGNA DA PROSTATA

NEOPLASIA MALIGNA DO CORPO DO UTERO

NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA

NEOPLASIA MALIGNA DO RIM E ORGAOS URINARIOS

NCOP OU NAO ESPECIFICADOS

NEOPLASIA MALIGNA DO COLO DO UTERO

NEOPLASIA MALIGNA DO OVARIO E OUTROS ANEXOS

DO UTERO

NEOPLASIA MALIGNA DOS ORGAOS GENITAIS

FEMININOS NCOP E SOE

NEOPLASIA MALIGNA TESTICULO, PENIS E OUTROS

ORGAOS GENITAIS MASCULINOS

Neoplasia maligna de outras localizações não especificadas (190-

199)

Na patologia classificada neste intervalo existe uma maior simetria de distribuição, observando-se contudo que 67% se reparte por dois tipos de patologia: as neoplasias malignas da tiróide, a mais representativa com 116 casos (39%) e as neoplasias malignas secundárias dos aparelhos respiratório e digestivo. A terceira porção do gráfico representa as neoplasias malignas secundárias dos gânglios linfáticos com 21% da distribuição.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

56

116; 39%

83; 28%

62; 21%

34; 12%

1; 0%

NEOPLASIA MALIGNA DA GLANDULA TIREOIDE

NEOPLASIA MALIGNA SECUNDARIA DOS APARELHOS

RESPIRATORIO E DIGESTIVO

NEOPLASIA MALIGNA SECUNDARIA OU N/ESPECIF.

DOS GANGLIOS LINFATICOS

NEOPLASIA MALIGNA SECUNDARIA DE

LOCALIZACAO ESPECIFICADA NCOP

NEOPLASIA MALIGNA DE LOCALIZACAO NAO

ESPECIFICADA

Neoplasia maligna dos órgãos digestivos e peritoneu (150-159)

No que respeita ao intervalo 150-159, patologia do foro digestivo, predominam três tipos de neoplasias malignas: cólon com 100 episódios (36%); recto/junção recto-sigmoideia e ânus com 93 episódios (34%); e do estômago com 60 episódios (22%).

100; 36%

93; 34%

60; 22%

12; 4%

5; 2% 5; 2%NEOPLASIA MALIGNA DO COLON

NEOPLASIA MALIGNA DO RECTO, JUNCAO RECTO-

SIGMOIDEIA E ANUS

NEOPLASIA MALIGNA DO ESTOMAGO

NEOPLASIA MALIGNA RETRO-PERITONEAL E

PERITONEAL

NEOPLASIA MALIGNA DO ESOFAGO

OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS DO APARELHO

DIGESTIVO

Neoplasias Benignas (210-229)

119; 37%

44; 14%42; 13%

22; 7%

22; 7%

17; 5%

10; 3%

10; 3%

9; 3%

9; 3%

5; 1% 12; 4%NEOPLASIA BENIGNA DA MAMA

LEIOMIOMA UTERINO

NEOPLASIA BENIGNA DO LABIO, BOCA E FARINGE

NEOPLASIA BENIGNA DA GLANDULA TIREOIDE

NEOPLASIA BENIGNA DO OVARIO

LIPOMA

NEOPLASIA BENIGNA DE GLANDULAS ENDOCRINAS E

ESTRUTURAS AFINS NCOPNEOPLASIA BENIGNA DOS ORGAOS RESPIRATORIOS

INTRA-TORACICOSNEOPLASIA BENIGNA DA PELE

NEOPLASIA BENIGNA DO TECIDO CONJUNTIVO E

TECIDOS MOLES NCOPNEOPLASIA BENIGNA DO APARELHO DIGESTIVO, NCOP

OUTRAS NEOPLASIA BENIGNAS

Por último, terminamos a abordagem de distribuição dos eventos cirúrgicos convencional, com a classificação do intervalo (210 – 229) - Neoplasias Benignas. Também aqui a patologia mamária continua a ser a que apresenta um maior número de episódios (119 – 37%), seguindo-se dois grupos com valores de distribuição muito próximos, na ordem dos 14% - 13%, um pertencente à

RELATÓRIO E CONTAS 2012

57

patologia genital feminina (Leiomioma uterino: 44 - 14% e Neoplasia benigna lábio, boca e faringe 42 - 13%). Por fim, e para referir apenas as mais significativas, observam-se dois grupos com 22 casos cada (7%) correspondentes à patologia tiroideia e do ovário.

CIRURGIA DE AMBULATÓRIO

A opção da abordagem cirúrgica por esta via necessita de uma reflexão que é preciso levar a cabo por cada instituição. Analisar e refletir sobre a atividade cirúrgica realizada de forma a conseguir encontrar as melhores soluções para um programa cirúrgico seguro, eficiente e racional quer do ponto de vista económico mas, sobretudo de qualidade.

A realização cirúrgica em ambulatório, além de requisitos próprios, estruturais, socioeconómicos, sociofamiliares de suporte, psicológicos do doente, de proximidade, obedece ainda a uma criteriosa seleção dos doentes e das patologias passíveis de resolução cirúrgica neste regime. Sempre que congregadas tais premissas, o seu recurso, proporciona ao utente uma recuperação em ambiente familiar, com menor perigo de infeção e intercorrências, contribui para um mais rápido restabelecimento e regresso ao quotidiano, promove o acesso e uma maior rendibilização dos recursos disponíveis.

Em oncologia, embora não se constitua massivamente como intervenção de primeira linha, a excisão de pequenas lesões da pele e de algumas lesões de alto grau de probabilidade degenerativa - pré-malignas, assume um papel de especial importância, conferindo-lhe um carácter proactivo no tratamento e prevenção da doença oncológica.

A acrescer ao que atrás foi dito, a variabilidade anual de doentes com patologias possíveis ou não de resolução por este tipo de abordagem, condiciona igualmente o maior ou menor número de eventos. Assim, ao longo do triénio analisado verifica-se uma ligeira redução do número de eventos, pese embora a patologia oncológica, classificada na categoria “2. Neoplasias (140 - 239)” apresente um aumento relativamente à patologia resolvida em 2011.

Apresentamos também uma tabela de distribuição por escalão etário e sexo, verificando-se igualmente domínio do género feminino com 1.311 eventos (76%)

RELATÓRIO E CONTAS 2012

58

contra os 424 realizados para o género masculino (24%). Em qualquer dos géneros o maior número de casos ocorre no escalão etário mais elevado. Contudo e à semelhança do que se passa na cirurgia convencional, a distribuição pelos diversos escalões, no género feminino, apresenta maior homogeneidade, com maior número de ocorrências em escalões etários mais baixos.

Escalao etarioNº Episodios

Feminino (F)

Freq. Relativa

Escalao etario

Nº Episodios

Masculino (M)

Freq. Relativa

Escalao etarioTotal % Relativa (F) % Relativa (M)

< 35 249 19% 42 10% 291 86% 14%

35 a 45 211 16% 26 6% 237 89% 11%

45 a 55 228 17% 45 11% 273 84% 16%

55 a 65 182 14% 67 16% 249 73% 27%

> 65 441 34% 244 58% 685 64% 36%

Total Geral 1.311 100% 424 100% 1.735 76% 24%

Doentes distintos por patologia/Sexo e escalão etário - 2012

.

Distribuição por categorias dos Eventos Cirúrgicos do Ambulatório

No ambulatório cirúrgico, é também a categoria “2. Neoplasias (140-239)” que apresenta um maior valor de distribuição com 1.108 cirurgias (64%).

1.108; 64%

464; 27%

136; 8% 27; 1%

2. Neoplasias (140-239)

10. Doenças do Aparelho Geniturinário

(580-629)

12. Doenças da pele e tecido subcutâneo

(680-709)

Outras categorias diagnósticas

Contudo, existem ainda duas outras categorias com um valor bastante significativo: “Doenças do aparelho génito-urinário (580-629)” com 464 episódios representando 27% e ainda “Doenças da pele e tecido subcutâneo (680-709)” com 136 casos (8%).

Categoria 2. Neoplasias (140-239)

513; 46%

323; 29%

207; 17%

101; 9%

39; 4%

Neoplasia Maligna do Osso, Tecido Conjuntivo,

Pele e Mama (170-176)

Neoplasias benignas (210-229)

Neoplasias de comportamento incerto (235-238)

Carcinoma in situ (230-234)

Restantes sub-categorias diagnósticas

RELATÓRIO E CONTAS 2012

59

O gráfico detalha a distribuição da patologia codificada na categoria “2. Neoplasias” destacando-se dois grupos: Neoplasia maligna do osso, tecido conjuntivo, pele e mama (170-176) com 513 episódios - 46%, e o outro, Neoplasias benignas (210 -229), 323 casos - 29%. Ainda dignos de menção encontram-se dois intervalos de classificação: neoplasias de comportamento incerto (235 – 238) e carcinoma in-situ (230 – 234) com quantitativos de 207 (17%) e de 101 (9%) episódios, respetivamente.

Os quatro gráficos a seguir apresentados explanam de forma mais objetiva as patologias codificadas nos intervalos atrás referidos.

Em dois dos gráficos apresentados, verifica-se um domínio claro da patologia do órgão pele, quer no intervalo 170-176, neoplasias malignas, quer no 210-220, neoplasias benignas. O intervalo correspondente às neoplasias de comportamento incerto é praticamente dominado por patologia de tecidos/localizações NCOP ou não especificadas. Já no que respeita ao último gráfico do grupo, intervalo 230 – 234 o carcinoma in-situ da mama e aparelho genito-urinário representa 71% da distribuição sendo os restantes 29% correspondentes a carcinoma in-situ da pele.

Categoria 10. Doenças Aparelho Genitourinário (580-629)

Conforme já referido, na patologia agrupada no intervalo 580-629, são as doenças do foro genital feminino que detêm praticamente a totalidade da distribuição 88% - 409 casos.

72; 71%

29; 29%

CARCINOMA IN SITU DA MAMA

E APARELHO GENITO-URINARIO

CARCINOMA IN SITU DA PELE

Intervalo 230-234

128; 97%

4; 3%

NEOPLASIA COMPORTAMENTO

INCERTO

TECIDOS/LOCALIZACOES NCOP

OU N/ESPECIFICADAS

NEOPLASIA DE

COMPORTAMENTO INCERTO

DOS ORGAOS GENITO-

URINARIOS

Intervalo 235-238

476; 93%

34; 7%

NEOPLASIA MALIGNA DA PELE,

NCOP

MELANOMA MALIGNO DA PELE

NEOPLASIA MALIGNA DO

TECIDO CONJUNTIVO E OUTROS

TECIDOS MOLES

Intervalo 170-176

254; 79%

21; 6%

15; 5%

19; 6%11; 3%

NEOPLASIA BENIGNA DA PELE

NEOPLASIA BENIGNA DA MAMA

LIPOMA

Intervalo 210-229

RELATÓRIO E CONTAS 2012

60

409; 88%

25; 6%

29; 6% 1; 0%

Outras Doenças do Tracto GenitalFeminino (617-629)

Doença Inflamatória dos ÓrgãosPélvicos Femininos (614-616)

Doenças da Mama (610-612)

Doenças dos Órgãos GenitaisMasculinos (600-608)

10. Doenças Aparelho genitourinário (580-629)

Categoria 12. Doenças Pele e Tecido subcutâneo (680-709)

Por último, apresentamos um gráfico, em que o detalhe é obtido pelo agrupamento ao terceiro dígito do diagnóstico principal. Desta forma consegue-se uma leitura mais exata da localização/patologia tratada. Esta categoria representa 136 eventos cirúrgicos, distribuídos por três classificações, todas elas pertencentes ao órgão pele.

64; 47%48; 35%

23; 17%

1; 0%

DERMATOSE NAO CLASSIFICAVEL

EM OUTRA PARTE

TRANSTORNOS DA PELE E TECIDO

CELULAR SUBCUTANEO, NCOP

DOENCAS DAS GLANDULAS

SEBACEAS

DOENCAS DO CABELO E FOLICULOS

PILOSOS

12. Doenças pele tecido subcutâneo (680-709)

Diagnóstico - agrupamento ICD 3º dígito

Finalizamos a abordagem da distribuição da atividade cirúrgica (programada convencional e ambulatório), com uma leitura global do que até aqui apresentámos:

• Tendência crescente da patologia codificada na categoria “2. Neoplasias (140 - 239)”, com predomínio da patologia mamária (quer em convencional quer em ambulatório);

• Maior número de utentes do género feminino (63% e 76%, respetivamente convencional e ambulatório);

• Distribuição do número de eventos crescente ao ritmo da idade, em acordo com o carácter crónico-degenerativo da patologia do foro oncológico, embora mais assimétrico no género masculino com manifestações mais tardias, ao invés no género feminino em que a distribuição apresenta maior simetria.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

61

I - b) ATIVIDADE ASSISTENCIAL

CONTRATO PROGRAMA

Num ano especialmente exigente de contenção da despesa pública, em geral, e da despesa do SNS, em particular, a contratualização com os Hospitais prorrogou para 2012 o Contrato-Programa 2007-2009, mantendo na generalidade os seus pressupostos e metodologia mas modificando os preços. Essencialmente, as alterações decorrentes do acordo modificativo para 2012 traduziram-se, numa diminuição de 8% nos preços unitários das várias linhas de produção, na assunção por parte do hospital da responsabilidade financeira decorrente das intervenções cirúrgicas realizadas por terceiros e no plafonamento dos proveitos provenientes do Contrato Programa ao valor global do acordo assinado.

Em termos globais, a atividade assistencial de 2012 caracterizou-se pela estabilidade face aos resultados que o IPO de Coimbra tem vindo a conseguir ao longo dos últimos anos. Assegurou-se uma produção de cuidados de saúde capaz de corresponder quer às necessidades das populações, quer ao compromisso firmado em sede de Contrato Programa.

Contrato Programa de 2012 Preço

UnitarioICM

Quantidade Contratada

Valor da Produção Contratada

% Execução

Consultas Externas Primeiras 121,1 1 21.000,0 2.542.470 96% Seguintes 110,07 1 83.000,0 9.135.810 101%

Internamento GDHs Médicos 2.116,4 1,088 3.045,0 7.011.449 98% GDHs Cirúrgicos 2.116,4 1,3528 2.901,0 8.305.636 111%

AmbulatórioGDHs Médicos 2.116,4 0,1395 50.000,0 14.761.681 100% GDHs Cirúrgicos 2.116,4 0,6083 1.863,0 2.398.404 95%

Lar de DoentesDias de Estadia 69,75 1 10.000,0 697.500 101% Total da Produção 44.852.950

Valor Faturado % Total produção 44.852.950 99% Medicamentos 120.000 92% Internos 85.017 100% Valor da Produção Contratada 45.057.967 99% Incentivos 1.840.777 97% Valor Total do Contrato 46.898.744 99%

Em termos da execução do contrato SNS, embora ainda não haja dados finais, constatamos que 2012 foi mais um ano em que a maioria das linhas de produção viu os objetivos traçados praticamente alcançados ou mesmo ultrapassados, conforme se pode aferir no quadro acima apresentado.

Para além de cumprir as metas de produção, tem também procurado fazê-lo com qualidade e eficiência tal como se demonstra pelo quadro dos objetivos de qualidade e eficiência com os quais se comprometeu.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

62

Objetivos de Qualidade e Eficiência 2012

Indicador Ponderação Objectivo Cumprimento

A. Acesso

A.1 Percentagem das primeiras consultas no total de consultas médicas (%) 3,0% 17,10 SIM

A.2 Permilagem de doentes sinalizados para a RNCCI, até 5 dias, no total de doentes saídos, nas especialidades de Cuidados Paliativos, Ginecologia, Oncologia Médica e Radioterapia-Braquiterapia (‰)

3,0% 9,5 NÃO

A.3 Percentagem de consultas realizadas e registadas no CTH no total de 1as consultas (%)

3,0% 16,15 SIM

A.4 Percentagem de doentes cirurgicos tratados em tempo adequado (%) 3,0% 85,5 SIM

A.5 Percentagem de utentes referenciados para consulta externa atendidos em tempo adequado (%)

3,0% 92,15 SIM

B. Desempenho Assistencial 15,0%

B.1 Demora média (dias) 5,9% 7,77 SIM

B.2 Percentagem de doentes saídos com duração de internamento acima do limiar máximo (%)

3,5% 2,1 SIM

B.3 Percentagem de reinternamentos em 30 dias (%) 3,5% 26,25 SIM

B.5 Percentagem de cirurgias realizadas em ambulatório no total de cirurgias programadas (GDH) (%)

3,5% 35,15 NÃO

B.6 Percentagem de consumo de embalagens de medicamentos genéricos, no total de embalagens de medicamentos (%)

3,6% 29,45 SIM

C. Desempenho Económico/Financeiro 20,0%

C.1 Percentagem dos custos com pessoal ajustados no total de proveitos operacionais (%)

3,0% 47,91 SIM

C.2 Percentagem dos custos com horas extraordinárias, suplementos e FSE (seleccionados), no total de custos com pessoal (%)

3,0% 12,82 SIM

C.3 Percentagem de proveitos operacionais extra contrato-programa, no total de proveitos (operacionais) (%)

3,0% 4,22 SIM

C.4 EBITDA (€) 3,0% 1.765.968 SIM

C.5 Acréscimo de Dívida Vencida (€) 3,0% 0 SIM

Objectivos Regionais 15,0%

F.1 Variação de custos com MCDT externalizados (%) (1) 16,6% -6,71 NÃO

F.2 Variação de custos com Medicamentos (%) (2) 16,7% 3,2 SIM

F.4 Tempo máximo admissível para preenchimento dos ficheiros de acompanhamento no SICA (dias)

16,7% Sim SIM

ACESSO

O IPO de Coimbra, enquanto instituição hospitalar de referência no tratamento da doença oncológica, oferece e promove o acesso aos cidadãos da sua área direta de influência, cumprindo o preconizado na Carta dos Direitos de Acesso aos Cuidados de Saúde, Lei n.º 41/2007, de 24 de agosto.

Tem procurado dar resposta a todos os pedidos, processados através da plataforma “CTH” ou por outras vias, desde que baseados em critérios válidos de referenciação para uma instituição hospitalar especializada no tratamento da patologia oncológica e se encontrem no âmbito das especialidades disponibilizadas.

A existência de uma ferramenta como o CTH, tem permitido de uma forma mais ágil e com maior clareza de ação, proporcionar aos cidadãos um acesso mais célere a cuidados especializados, variável primordial no tratamento da doença oncológica. No entanto, continua sem enviar para o “software” hospitalar, a prioridade atribuída a cada pedido de consulta inviabilizando a eficaz monotorização do seu grau de urgência.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

63

Apesar da existência de algumas especialidades com maior dificuldade de resposta, nomeadamente Urologia, tem vindo a conseguir-se progressos significativos quer em termos de avaliação dos pedidos quer em termos de diminuição da espera, com cumprimento dos prazos legais.

Com o objetivo de garantir um sistema integrado e universal de registo e de gestão do acesso às primeiras consultas de especialidade hospitalar no SNS, a portaria 615/2008 de 4 de Julho no seu ponto 11 e mais recentemente a portaria nº 95/2013 de 4 de Março preconizam o alargamento do CTH à referenciação por via informática, dos pedidos com origem em outros hospitais e ou outros serviços internos, o que até à data ainda não aconteceu provocando constrangimentos internos no planeamento das consultas dado que uns chegam via informática e outros, a grande maioria chega ainda via papel.

Outro projeto nacional, essencial para a acessibilidade, tem sido o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), o qual visa garantir aos beneficiários do SNS a igualdade no acesso ao tratamento cirúrgico programado dentro de tempos máximos - por prioridade e patologia, servindo-se para o efeito de instrumentos de avaliação e controlo de toda a actividade cirúrgica realizada a nível nacional. Os tempos de resposta por prioridade foram efetuados de acordo com as metas acordadas tal como se verifica no quadro infra e que já analisámos anteriormente com mais pormenor.

TR da entidade

Ano 2012

15 horas

5 dias

31 dias

39 diasPrioridade “de nível 1” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

270 (duzentos e setenta)

dias após a indicação

clínica

60 ou 270 dias

consoante a patologia

(oncológica ou não)

15 (quinze) dias após a

indicação clínica

Prioridade “de nível 3” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

Nível de acesso

e tipo de cuidadosTMRG TGR da entidade

15 dias

Prioridade “de nível 2” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

60 (sessenta) dias após a

indicação clínica

45 ou 60 dias consoante

a patologia (oncológica

ou não)

Cirurgia programada

Prioridade “de nível 4” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

72 (setenta e duas) horas

após a indicação clínica72 horas

Tempos máximos de resposta garantidos (TMRG)

CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA

A contratualização interna tem assumido ao longo dos últimos anos um papel importante de suporte à prossecução da estratégia, com reflexos efetivos no bom desempenho institucional e consequentemente no cumprimento dos objetivos definidos.

A aposta tem sido no desdobramento interno do Contrato Programa e num estreito acompanhamento da respetiva execução, onde a ferramenta de análise específica – Indicador Global de Eficiência (IGE), conjuga aspetos financeiros e não financeiros, permitindo desta forma a ligação com a missão e estratégia

RELATÓRIO E CONTAS 2012

64

institucional – satisfação máxima dos clientes (utentes do SNS) e com uma melhor utilização dos recursos.

Os objetivos definidos para 2012 foram os constantes do quadro seguinte, dependendo das características dos serviços.

Objetivos de Produção Objetivos de Qualidade e eficiência

Nº Doentes SaídosTempo médio de avaliação do pedido de marcação de consulta no

ALERTP1*

Demora média Indice case mix

Nº de Cirurgias de Ambulatório %Cumprimento do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG)

Nº de Cirurgias Programadas para BO Taxa de Ocupação do Bloco (Tempo Cirúrgico)

Nº de Gdhs Médicos de Ambulatório Custo por doente padrão

Nº de Consultas Externas% de doentes saidos com duração de internamento acima do limiar

máximo

% de Primeiras Consultas % de reinternamentos em 30 dias

Nº de Diarias de Lar% de cirurgias realizads em ambulatório(GDH) no total de Cirurgias

programadas(GDH)

Nº de Exames Ponderados % Embalagens de Genéricos Prescritos

O estabelecimento de “metas”, e a assunção destas pelos Serviços, permite no seu todo, que o IGE seja, por um lado, um instrumento de “navegação” para o serviço e, por outro, uma medida que permite estabelecer um “ranking” do cumprimento dos objetivos traçados. Da leitura deste “ranking”, observa-se que 29 % dos Serviços ultrapassaram os objetivos contratualizados e 72% situaram-se acima dos 90% de cumprimento.

Indicador Global de Eficiência (IGE)

Serviço 2012 Serviço 2012

Gastrenterologia 106% Medicina Nuclear 93%

Dermatologia 106% Oncologia Médica 93%

Estomatologia 105% Ginecologia 92%

ORL 101% Cirurgia Cabeça e Pescoço 89%

Endocrinologia 98% Cirurgia 87%

Medicina e Cuidados Paliativos 97% Urologia 86%

Radioterapia 95% Pneumologia 82%

ATIVIDADE ASSISTENCIAL

Procedendo a uma breve análise às diversas linhas de produção verificamos que após um aumento muito acentuado durante o ano de 2011, em 2012, a produção diminuiu ligeiramente pela quebra da procura por parte de novos doentes. O aumento das taxas moderadoras e a mudança na política de transportes não deverão ser alheios à redução de 3% verificada na inscrição de novos doentes.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

65

2010 2011 2012 Var.

2012/2010

Var.

2012/201

1

Novos Doentes 7.615 8.450 8.209 8% -3%

Consultas Externas

Nº de Consultas médicas 128.390 130.451 128.583 0% -1%

% Primeiras consultas 17,6% 18,0% 17,0% -4% -6%

Consultas outros profissionais 2.423 3.864 3.669 51% -5%

% Embalagens genéricos

prescritos 18% 29% 33% 79% 13%

Internamento

Doentes Saídos 6.556 6.663 6.631 1% 0%

Demora Média 7,05 7,37 7,53 7% 2%

Taxa de Ocupação 68% 73% 73% 7% 0%

Índice-Case-Mix 1,22 1,25 1,26 3% 1%

% GDH Cirúrgicos 48% 48% 54% 13% 12%

Cirurgias

Cirurgias Convencionais 3276 3305 3345 2% 1%

Cirurgias Ambulatórias 2.059 1.862 1.774 -14% -5%

% Cirur. Amb. No Total de

Cirurgias 39% 36% 35% -10% -4%

Nº de doentes em Lista 624 784 678 9% -14%

Tratamentos

Radioterapia Externa 38.563 42.471 42.195 9% -1%

Braquiterapia 351 353 493 40% 40%

Quimioterapia ambulatória 13.685 14.344 14.128 3% -2%

Assegurar uma utilização mais racional e eficiente dos recursos disponíveis, sem prejuízo da garantia de acesso efetivo dos cidadãos, com elevada qualidade, aos cuidados de saúde que os seus estados clínicos exigem, constitui um dos objetivos fundamentais de uma política de saúde que vise assegurar o direito à proteção da saúde.

Sendo o doente-padrão, uma medida de atividade hospitalar global que reflete em doentes equivalentes de internamento cirúrgico, toda a atividade do Hospital, pode-se concluir que a produção total do IPO de Coimbra em 2012, a preços do Contrato Programa 2012, teve um acréscimo de 1,7% relativamente a 2010 e uma diminuição de 1,1% em relação a 2011. Analisando o indicador custo por doente padrão que espelha a relação da produção medida em doentes-padrão com os custos operacionais, verifica-se ao longo do triénio, uma diminuição acentuada representando uma variação de -10,4% relativa a 2010 e de -4,4% em relação a 2011, traduzindo uma maior eficiência na gestão dos recursos.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

66

3.053,6 €3.228,2 €

2.861,0 €

2.816,2 €

2.736,2 €

2009 2010 2011 2012

Custo Operacional - Doente PadrãoSem efeito Subsídio de Férias

LISTA DE ESPERA CIRÚRGICA

O SIGLIC (Sistema Informático de Gestão da Lista de Inscritos para Cirurgia), recentemente referido pela OCDE como um programa estrutural exemplar, enquanto programa nacional de gestão do acesso procura garantir o tratamento equitativo dos doentes por ordem de entrada e prioridade clínica assegurando, sempre que os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) estão em risco de ser ultrapassados, a liberdade de escolha do utente de entre prestadores públicos ou privados com carteira de serviços disponível.

Assume ainda especial importância consoante a criticidade da patologia em causa, tal como é o caso da oncologia em que a existência de um tempo óptimo de resolução influencia inequivocamente o êxito, determinante da eficácia do tratamento cirúrgico.

O cumprimento do TMRG constitui-se como um indicador de desempenho do hospital, contribuindo em termos de incentivos e/ou penalizações, sendo imputada ao hospital de origem a responsabilidade financeira da não realização atempada do episódio cirúrgico aquando da transferência e efetivação por qualquer hospital de destino (público ou convencionado).

624 677

819

693

1,0 1,0

1,51,4

00,30,60,91,21,51,82,12,4

0100200300400500600700800900

Dez-10 Mai-11 Dez-11 Dez-12

LIC TE (mediana)

A introdução em 2011 de uma nova versão da plataforma do programa acabou por perturbar o regular funcionamento e resposta do sistema. Uma vez que a instituição trabalha diretamente sobre a aplicação, sem qualquer interface de permeio, a suspensão temporária e acessoriamente todo o tempo para a estabilização/disponibilização das diversas opções, teve reflexo no

RELATÓRIO E CONTAS 2012

67

funcionamento da regulação da LIC Institucional e, consequentemente uma deterioração de alguns dos indicadores.

0,93 0,90 0,95

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

2010 2011 2012

0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

2,1

2,4

Entradas em LIC Operados TE (mediana) Operados

Assim, o caminho da recuperação tem vindo a ser trilhado de forma paulatina, ainda com algumas situações avolumadas por resolver, encontrando-nos, por isso, em fase de recuperação. No gráfico pode-se constatar o que até aqui foi tentado explicar por palavras. No final de maio de 2011 a LIC situava-se dentro dos valores médios de anos anteriores, sofrendo, a partir daqui um agravamento quer em termos de indicador de espera quer de número de inscritos. 2012 foi um ano de resolução de situações criadas devido a este handicap conseguindo-se um fecho de ano com um número de propostas em LIC já bastante consentâneo com a lista de espera real, pese embora o tempo de espera se encontre ainda dilatado, fruto essencialmente de um número de propostas com espera bastante elevada. Tais situações encontram-se identificadas, correspondendo a eventos cirúrgicos que embora de cariz não puramente oncológico respeita contudo a doentes do foro desta doença, na sua maioria relacionados com eventos antecedentes.

Apesar das condicionantes apresentadas, globalmente 2012 pautou-se por um desempenho em linha com os anos transatos, quanto ao número de entradas, ao número de cirurgias realizadas, quer ainda à mediana do tempo de espera dos operados, a qual continua abaixo do valor mediano de 1 mês.

Assim, permitimo-nos afirmar que, apesar dos constrangimentos referidos, a instituição mantém a preocupação e o olhar atento dos atores da área cirúrgica no sentido de uma gestão eficiente da espera em função da prioridade/patologia do doente.

II. GESTÃO DO MEDICAMENTO

O consumo de medicamentos foi, no ano de 2012, de 9.877.234€, o que representou uma redução de 10% relativamente a 2011. Continuando a política de negociações iniciada há alguns anos, foi possível obter ganhos por redução de preços, por bónus, por Notas de Crédito de rappel num valor superior a três milhões de euros, aos quais deverá acrescer-se 500 mil euros de redução da despesa por via do acordo entre o Ministério da Saúde e a Apifarma.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

68

Quanto aos consumos por centro de custo há que referir a redução generalizada na maioria dos centros de custo, dos quais se destaca a redução de 6% no Hospital de Dia de Quimioterapia, de 16% no internamento de Oncologia Médica e de 28% na Consulta de Hematologia. A consulta de Nutrição registou também uma redução de mais de 50%, embora tivesse aumentado a quantidade de produtos nutricionais dispensados, resultado direto da redução de preços conseguida. Os centros de custo do laboratório de Patologia Clínica registaram também uma redução generalizada dos custos.

Houve porém alguns centros de custo que registaram aumentos, nomeadamente a consulta de Oncologia Médica (7%) e a de Urologia (6%), bem como a Imagiologia (14%). O aumento de custos registado na consulta de Oncologia Médica (+ 119.906€) pode imputar-se principalmente à prescrição de Abiraterona (+ 136.615€) e Lapatinib (+ 137.987€).

No ano de 2012 não se introduziu nenhum novo antineoplásico no Formulário do IPO de Coimbra.

A constituição da Comissão de Farmácia e Terapêutica foi alterada a partir de julho de 2012, mas manteve os procedimentos e critérios de validação instituídos, contribuindo também de forma efetiva para o controlo da despesa com medicamentos.

Durante o ano de 2012 procedeu-se à aquisição de uma nova aplicação informática para a gestão de stocks e prescrição de medicamentos em regime de ambulatório e de internamento. Em setembro iniciou-se a parametrização da base de dados de medicamentos e, a partir de meados de outubro, foi dada formação aos médicos, enfermeiros e farmacêuticas de modo a ser possível iniciar a prescrição de medicamentos em regime de internamento já na nova aplicação. A prescrição para ambulatório iniciou-se em dezembro, em regime experimental, tendo-se tornado obrigatória apenas a partir de janeiro de 2013. Ficou assim concluído o processo de informatização da prescrição médica no IPO de Coimbra.

No referente à gestão de stocks, a nova aplicação só foi introduzida a partir de 1 de janeiro de 2013.

Ainda no campo das aplicações informáticas, em janeiro de 2012, foi implementada a nova versão do software ONCOFARM, para prescrição de citostáticos, que apresenta algumas vantagens qualitativas relativamente à versão anterior.

No âmbito das instalações e equipamentos, em agosto de 2012 foi dada por concluída a construção de uma nova “sala limpa para preparação de citostáticos”, que servirá para apoio de retaguarda em casos de avarias do equipamento da sala principal e foi adquirida uma “hotte” para a preparação de manipulados não estéreis, visando assim aumentar a qualidade das preparações e a segurança do ambiente e dos técnicos que procedem à manipulação.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

69

III. ATIVIDADE CIENTÍFICA

Em 2012 o Gabinete Coordenador da Investigação (GCIN) continuou empenhado

em melhorar a celeridade da apreciação dos projectos de investigação clínica.

No que diz respeito aos ensaios clínicos, transitaram de anos anteriores vinte

ensaios. Em 2012 foram submetidos ao GCIN três ensaios clínicos e quatro

estudos observacionais.

De acordo com a centralização de dados relativos à atividade científica da

instituição a que o Gabinete Coordenador da Investigação procede e de acordo

com a informação enviada pelos serviços, registou-se em 2012 o seguinte:

ENSAIOS CLÍNICOS

A decorrer no Serviço de Oncologia Médica:

BCIRG 005: Ensaio clínico de fase III, randomizado, multicêntrico, comparando DOCETAXEL em combinação

com DOXORRUBICINA e CICLOFOSFAMIDA versus Doxorrubicina e Ciclofosfamida no tratamento adjuvante

do carcinoma da mama operado HER-2 negativo com gânglios axilares positivos. Promotor: Sanofi-Aventis

HERA: Ensaio clínico de fase III, randomizado, multicêntrico, comparando HERCEPTIN® adjuvante 1 ou 2 anos

versus observação em doentes com carcinoma da mama HER-2 positivo que completaram quimioterapia

adjuvante. Promotor: Roche Farmacêutica

VITORIA/L00070 IN 303 B0: Ensaio clínico de fase III, de VINFLUNINA e GEMCITABINA versus Paclitaxel e

Gemcitabina em doentes com carcinoma da mama recorrente ou metastático não operável, após

quimioterapia adjuvante com Antraciclinas. Promotor: Pierre Fabre

BEATRICE/BO 20289: «Ensaio clínico multinacional, multicêntrico, aberto, de 2 braços, de fase III, de

BEVACIZUMAB na terapêutica adjuvante do cancro da mama triplo negativo». Promotor: Roche/Quintilles

LUX-Breast-1: «Ensaio clínico de fase III, aberto, aleatorizado, com BIBW 2992 e VINORELBINA versus

Trastuzumab e Vinorelbina em doentes com cancro da mama metastizado com sobre-expressão de Her-2

que falharam tratamento anterior com Trastuzumab». Promotor: Boehringer-ingelheim

EMILIA: «Ensaio multicêntrico, randomizado, de fase III, para avaliar a eficácia e segurança de

TRASTUZUMAB-MCC-DM1 versus Capecitabina e Lapatinib em doentes com carcinoma da mama HER-2

positivo localmente avançado ou metastizado previamente tratadas com TRASTUZUMAB». Promotor:

Roche/Covance

AVAglio/BO21990: «Ensaio clínico randomizado, multicêntrico, duplamente cego, controlado com placebo,

de fase III, de BEVACIZUMAB, TEMOZOLAMIDA e RADIOTERAPIA seguidos de BEVACIZUMAB e

TEMOZOLAMIDA versus placebo, Temozolamida e radioterapia seguidos de placebo e Temozolamida em

doentes com glioblastoma multiforme recentemente diagnosticado». Promotor: Roche

MORAb-003-004: «Ensaio clínico randomizado, duplamente cego, controlado com placebo, de fase III, para

avaliar a eficácia e segurança de FARLETUZUMAB (MORAb-004) semanal em combinação com

CARBOPLATINA e TAXANO em indivíduos com primeira recidiva de cancro do ovário sensível à platina”.

Promotor: Morphotek/PPD

AGO-OVAR 12/1199.15/LUME-OVAR-1: «Ensaio clínico multicêntrico, randomizado, de fase III, para avaliar a

eficácia e segurança do BIBF1120 em combinação com CARBOPLATINO e PACLITAXEL comparado com

RELATÓRIO E CONTAS 2012

70

placebo e Carboplatino e paclitaxel no carcinoma do ovário avançado (IIB-IV)». Promotor: Boehringer

Ingelheim

TRINOVA: «Ensaio clínico de fase III, randomizado, duplamente cego, de PACLITAXEL e AMG 386 ou placebo,

em mulheres com carcinoma do ovário recorrente, carcinoma da trompa ou primário peritoneal após um

regime com platino». Promotor: Amgen-Biofarmacêutica, Ldª

CABAZ C 05331: «Ensaio clínico multicêntrico, braço único,aberto, com intenção de fornecer

antecipadamente o acesso ao CABAZITAXEL a doentes com cancro da próstata hormono-refractário

metastizado, tratados previamente com um regime contendo Docetaxel e e para documentar a segurança de

CABAZITAXEL nestes doentes”. Promotor: Sanofi-Aventis

C21005 - “Ensaio clínico de fase III, aleatorizado, em dupla-ocultação e multicêntrico para comparar o

ORTERONEL (TAK-700) combinado com PREDNISONA versus placebo combinado com Prednisona em doentes

com carcinoma da próstata metastático hormono-resistente que tenha progredido durante ou após

quimioterapia com DOCETAXEL”. Promotor: Millenium Pharmaceuticals, Inc./PPD Global Ltd.

DIGEST / TPU-S1303 “Um estudo de fase III, aberto, multicêntrico e randomizado acerca do S-1 e CISPLATINA

em comparação com 5-FU e CISPLATINA em doentes com cancro gástrico metastático difuso, anteriormente

não tratados com quimioterapia”. Promotor: Taiho Pharma USA/ Covance

FIRSTANA/EFC11784: “Estudo aleatorizado, aberto e multicêntrico de comparação entre CABAZITAXEL a 25

mg/m2 e a 20mg/m2 em combinação com PREDNISONA a cada 3 semanas e docetaxel em combinação com

prednisona em doentes com carcinoma da próstata hormono- refractário metastático não tratados

previamente com quimioterapia”. Promotor: Sanofi-Aventis

IMCL CP12-0922: “Ensaio clínico de fase III, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo de

PACLITAXEL semanal com ou sem o medicamento RAMUCIRUMAB (IMC-1121B) em doentes com

Adenocarcinoma Gástrico Metastático, refractário ou em progressivo, após terapêutica de primeira linha

com platina e fluoropirimidina”. Promotor: ImClone LLC / Eurotrials Consultores Científicos, SA

EGF114299 - Ensaio clínico de fase III, para comparar a eficácia e segurança de LAPATINIB em associação com

TRASTUZUMAB e um inibidor da AROMATASE (IA) versus Trastuzumab em associação com um IA versus

Lapatinib em associação com um IA, como terapêutica de primeira linha em doentes pós-menopáusicas com

cancro da mama metastático (CMM) com receptores hormonais positivos e HER2 positivo, que receberam

trastuzumab e terapêutica endócrina no tratamento neoadjuvante e / ou adjuvante”. Promotor:

GlaxoSmithKline / PPD Global Ltd.

LUX Lung 8/1200.125: Ensaio clínico de fase III, aleatorizado com AFATINIB versus ERLOTINIB, em doentes

com carcinoma avançado do pulmão de células escamosas, como terapêutica de segunda linha no

seguimento de quimioterapia de primeira linha com quimioterapia com base em platinos. Promotor:

Boehringer-Ingelheim

SOLTI - 1007 “Estudo-piloto farmacogenómico exploratório de fase II, aberto, de eribulina como agente único

(HALAVEN) no tratamento neoadjuvante de cancro da mama operável de fase I-II que não apresenta

superexpressão do HER 2”. Promotor: SOLTI / Novexem Portugal

A decorrer no Serviço de Endocrinologia:

“Ensaio de Fase 3, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação, controlado com Placebo, do E7080 em

Cancro da Tiróide diferenciado e refractário ao l131”. Promotor: Eisai Limited / PPD Global Ltd.

A decorrer no Serviço de Ginecologia:

Ensaio Clínico V501 / PN018 - “Estudo sobre Segurança e Imunogenicidade de GARDASIL (Vacina

Recombinante contra o Papilomavírus Humano (Tipos 6, 11, 16, 18)) em Pré-adolescentes e Adolescentes dos

9 aos 18 anos de idade” (Extensão de Ensaio Clínico). Promotor: Merck Sharp & Dohme

RELATÓRIO E CONTAS 2012

71

HPV-015 -: “ Estudo controlado de fase III, de dupla ocultação, randomizado, para avaliar a segurança,

imunogenicidade e eficácia da vacina HPV-16/18 da GlaxoSmithKline Biologicals, administrada por via

intramuscular, de acordo com um plano de três doses(0,1,6 meses) em mulheres adultas com idade igual ou

superior a 26 anos”.(emenda 05, 08 de Fevereiro de 2011). Promotor: GlaxoSmithKline

Estudo Clínico HPV-062 “Estudo de seguimento ginecológico, de fase IIIb, aberto, multicêntrico, para

seguimento de um subgrupo de participantes do estudo HPV-015”. Promotor: GlaxoSmithKline

Estudo Clínico HPV-066 “Estudo multicêntrico de imunização de fase IIIb, para avaliação da segurança da

vacina HPV-16/18 l1VLP AS04 da GlaxoSmithKline (GSK) Biologicals,administrada por via intramuscular

segundo um esquema de vacinação de 0, 1, 6 meses em participantes do sexo feminino saudáveis, que

pertencem ao grupo no estudo HPV-015 da GSK”. Promotor: GlaxoSmithKline

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

CANTARISK/DIREG C 04823: «Registo prospectivo, não-intervencional, numa coorte de doentes oncológicos e

receber quimioterapia para avaliação do risco de TEV (tromboembolismo venoso)». Promotor: Sanofi-Aventis

EuLuCA - European Lung Cancer Audit - "Estudo Observacional, não interventivo, de recolha de dados

demográficos e clínicos de doentes com cancro do pulmão num contexto Pan-Europeu". Promotor: The

European Initiative for Quality Management in Lung cancer Care – EIQMLCC.

Estudo Clínico THYR04910 - "Um estudo retrospectivo e não interventivo em doentes com tumores no

estadio T4 comparando o sucesso da ablação do remanescente da tiróide depois da administração de

Thyrogen e 131 I versus privação de hormona tiroideia e administração de 131I". Promotor: Genzyme Europe

B.V / Covance

Estudo de "Avaliação dos custos e da efectividade dos análogos da somatostatina no tratamento da

acromegalia em Portugal" - Estudo não Experimental, retrospectivo e multicêntrico, em doentes adultos com

acromegalia, tratados com análogos da somatostatina. Promotor: Novartis Oncology / Exigo Consultores

"Estudo Transversal de Caracterização dos Doentes com Neoplasias Neuroendócrinas, em Portugal".

Promotor: Grupo de Estudos de Tumores Neuroendócrinos da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia,

Diabetes e Metabolismo / KeyPoint

PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Nacionais Internac. Nacionais Internac. Nacionais Intern ac. Interna Externa Frequência Defesa Orientação

DERMATOLOGIA 2 2 9 1 - 1 4 6 - - -

PATOLOGIA CLÍNICA - - - 1 - 7 5 - 2 4 2

GASTRENTEROLOGIA 2 2 4 4 1 - 2 - 1 - -

IMUNOHEMOTERAPIA - - - - - - 3 - - - -

ENDOCRINOLOGIA 0 0 5 0 2 3 0 0 0 0 0

REGISTO ONCOLOGICO REGIONAL 1 1 0 8 0 0 0 1 1 Doutoram. 0 0

UNIDADE DE NUTRIÇÃO - - - - 1 - 3 5 1

PATOLOGIA MOLECULAR 1 1 1 2 2 4 15 6 - - 1 Doutoram.

ONCOLOGIA MÉDICA 1 - 29 3 2 16 1

FÍSICA MÉDICA 3 7 9 15 3 4 6 - - 4 4

10 13 57 33 11 34 35 13 4 4 7

Publicações ApresentaçõesActividade Formativa

Pós-Graduação / Mestrado / Doutoramento

Projectos de Investigação

RELATÓRIO E CONTAS 2012

72

PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO – PARECERES FAVORÁVEIS

Em 2012 o Gabinete Coordenador da Investigação pronunciou-se

favoravelmente em relação aos seguintes projectos:

«Estudo da prevalência de morbilidade psiquiátrica e evolução clínica numa população de doentes

internados em cirurgia». Instituição proponente – IPO de Coimbra

«As práticas dos assistentes sociais em cuidados a doentes oncológicos em fim de vida». Instituição

proponente – ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa

«Capacitação da pessoa com ostomia de eliminação para o autocuidado terapêutico». Instituição proponente

– Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

«A satisfação de indivíduos laringectomizados parciais, laringectomizados totais e glossectomizados parciais,

face à intervenção em terapia da fala». Instituição proponente – Escola Superior de Saúde Egas Moniz

«Qualidade de vida em doentes submetidos a endoscopia digestiva alta». Instituição proponente – IPO de

Coimbra / Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

«Segurança das práticas dos enfermeiros». Instituição proponente – Escola Superior de Enfermagem de

Coimbra

«Estudo da sintomatologia depressiva em doentes oncológicos e suas correlações clínico-patológicas».

Instituição proponente – IPO de Coimbra

«Tratos e Retratos – os enfermeiros da Unidade de Cuidados Intermédios, sob o olhar dos doentes de

cirurgia torácica». Instituição proponente - IPO de Coimbra

«Degradação de Cx43 por autofagia contribui para a progressão do cancro colo-rectal». Instituição

proponente – IPO de Coimbra / Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra / IBILI

COLABORAÇÕES CIENTÍFICAS E PARTICIPAÇÕES EM REDE

Nacionais:

Universidade de Coimbra: Faculdade de Farmácia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, LIP,

HUC

IPATIMUP, Universidade do Porto

ISEC, Coimbra

Universidade de Aveiro

AIBILI

Internacionais:

Universidade de Rochester, Nova Iorque, EUA

Instituto Trudeau, Saranac Lake, EUA

DFKZ, Heidelberg, Alemanha

Hospital Universitário das Canárias, Espanha

Universidade de S. Paulo University, Brasil

O IPO Coimbra é membro do:

Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra;

Cluster for Health and Medical Solutions (CHMS).

RELATÓRIO E CONTAS 2012

73

SISTEMA DE INCENTIVOS FISCAIS DE I&D EMPRESARIAL (SIFIDE)

As empresas que desenvolvam atividades no domínio da Investigação &

Desenvolvimento podem beneficiar de um incentivo fiscal através da candidatura

ao SIFIDE. Neste domínio o IPO de Coimbra recorreu a uma entidade externa

com know-how neste domínio, sendo a sua retribuição de acordo com um sucess

fee. Como objetivos deste projeto salientamos:

1. Apoio ao nível da estratégia de investimento na Inovação e I&D;

2. Identificação de todos os projectos que possam ser incentivados, e propor os melhores

programas especificamente adaptados à situação e à estratégia de desenvolvimento,

relativamente a atividades de Inovação, incluindo os programas do QREN e o SIFIDE;

3. Promover a Maximização do Financiamento dos Projectos mediante a utilização de

todas as fontes de apoio possíveis (dispositivos fiscais diversos, programas de

Financiamento nacionais tipo QREN, e programas Europeus);

4. Optimizar significativamente cada candidatura identificando e avaliando todos os custos

elegíveis para cada programa;

5. Poupar o tempo dedicado pelo pessoal e todos os recursos internos mobilizados para a

elaboração das candidaturas;

6. Como consequência, aumentar a capacidade de investimento próprio do IPO de

Coimbra em novos projectos inovadores e outras melhorias;

RELATÓRIO E CONTAS 2012

74

IV. FORMAÇÃO

O Gabinete Coordenador da Formação tem vindo a contribuir de forma decisiva

para a melhoria das competências dos colaboradores do IPO de Coimbra.

Em 2012 realizou, em colaboração com os serviços e outras estruturas intra e

extra-institucionais, 52 ações de formação para um total de 968 formandos num

volume de formação de 4.474 horas.

Parte desta formação foi realizada sob candidatura à medida 3.6 Profissionais de

Saúde, no âmbito do Programa Operacional de Potencial Humano, tendo obtido

um financiamento global de 38.484,93 €.

CursoN.º de Acções

N.º de Formandos

DestinatáriosHoras /

FormandoVolume de Formação

FARMIS - Suporte à prescrição e administração de citostáticos 3 22 Médicos 4 88

FARMIS - Suporte à prescrição e administração de citostáticos 6 44 Enfermeiros e Técn. Sup. Saúde 1.50 99

Segurança Hospitalar 1 29Interlocutores da Gestão do Risco Geral

(CHKS)1 29

Segurança contra Incêndios com Simulacro no Serviço 8 92 Colaboradores dos Serviços 1 92

Segurança Hospitalar / Segurança contra Incêndios 8 320 Todos os Grupos Profissionais 1 320

Prevenção e Tratamento das Feridas em Doentes Oncológicos 1 15 Enfermeiros 30 450

Suporte Básico de Vida 1 15 Administrativos e Auxiliares 12 180

Suporte Básico de Vida 1 11Técn. Sup. Saúde e Técn.Diagn.

Terapêutica12 132

Suporte Avançado de Vida 1 12 Médicos e Enfermeiros 22 264

Indicações para Transplante Hepático nos Tumores Neuroendócrinos 1 21 Médicos 1 21

Prevenção e Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde 1 10 Enfermeiros e Técn.Diagn. Terapêutica 12 120

Comunicação com o Doente Oncológico 1 8 Médicos 14 112

Avaliação dos resultados dos testes de screening utilizados no Serviço de Imunohemoterapia para pesquisa de HIV 1/2, comparativamente com os resultados dos testes confirmatórios

1 10Colaboradores do Serviço de

Imunohemoterapia1.50 15

Implicações Terapêuticas das Doenças Virusais (HIV, VEB, Hepatite e HPV) e Cancro

1 27 Médicos 1 27

Curso de Bioestatíst ica 1 5 Médicos 30 150

Dor Crónica no Doente Oncológico 1 9 Enfermeiros 30 270

Casuíst ica de aloanticorpos identificados no Serviço de Imunohemoterapia, nos últimos 5 anos

1 8Colaboradores do Serviço de

Imunohemoterapia1.50 12

O Auxiliar nos Cuidados de Saúde 1 12 Auxiliares 30 360

Gestão de Resíduos Hospitalares 1 96 Todos os Grupos Profissionais 1 96

Carcinoma laríngeo / hipofaringe localmente avançado: protocolo de preservação de orgão

1 19 Médicos 10 190

Reflexão sobre SNG / PEG 1 18 Médicos 10 180

Integração para Novos Colaboradores 1 11 Novos Colaboradores 10 110

Curso de Oncologia nas Patologias de Cabeça e Pescoço e Pulmão 1 9 Enfermeiros 48 432

Ventilação Mecânica: Princípios Básicos em Enfermagem 1 9 Enfermeiros 10 90

Curso de Oncologia na Patologia Gastrointestinal e Urológica 1 9 Enfermeiros 54 486

Prescrição Electrónica para Ambulatório 2 67 Médicos 1 67

PEG - Casuística 1 23 Médicos 1 23

A intervenção dos Vigilantes como garante das instalações 2 15 Vigilantes 1 15

Abordagem do Tratamento das Metástases Pulmonares 1 22 Médicos 2 44

TOTAL 52 968 349 4474

RELATÓRIO E CONTAS 2012

75

V. REGISTO ONCOLÓGICO

Criado pela portaria nº. 35/88, de 16 de janeiro, o Registo Oncológico Regional do Centro encontra-se sedeado no Instituto Português de Oncologia de Coimbra.

A sua área de influência geográfica é constituída pela população residente nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu e tem como principal objetivo o registo de todos os novos casos de cancro diagnosticados nesta região.

Das actividades desenvolvidas em 2012, destacam-se:

Levantamento, consulta e registo de processos da fonte IPO, relativos ao primeiro semestre de 2011;

Validação, tratamento e análise de dados registados pelas diversas fontes e relativos a 2010/2011;

Detecção, avaliação e recuperação do sub-registo da fonte IPO (2010);

Tratamento e publicação dos dados regionais de incidência referentes ao ano de 2010;

Produção e análise de indicadores de desempenho dos diversos registos oncológicos hospitalares;

Contactos regulares com as fontes e “feed-back” relativo ao desempenho e qualidade da informação registada;

Através do RNU, levantamento de dados de óbito verificados entre 2000 e 2011 e registo na aplicação ROR Centro;

Manutenção do portal “web” do ROR Centro (www.rorcentro.com.pt);

Participação em reuniões e congressos, nomeadamente: Reunião do GRELL, Reunião do Estudo Internacional CONCORD, Congresso Europeu de Epidemiologia, Congresso Internacional de Registo de Cancro;

Estudos de sobrevivência dos tumores da mama e do estômago;

Sobrevivência de tumores infantis (fase de publicação). Foram, ainda, efectuadas as seguintes actividades:

Análise da evolução temporal da incidência de tumores da mama, estômago e pulmão;

Participação e apresentação oral, de um trabalho, na reunião anual do RORENO;

Colaboração com o RORA na análise da mortalidade, incidência e sobrevivência dos tumores da mama, nos Açores;

Colaboração com o RORA na análise da sobrevivência dos tumores do estômago, nos Açores,

Curso de Bio-Estatística, ministrado nas instalações do IPO de Coimbra.

VI. AUDITORIA À QUALIDADE DOS REGISTOS DOS PROCESSOS

CLÍNICOS

No seguimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Grupo da Auditoria à Qualidade dos Registos do Processo Clínico desde 2008, foram

RELATÓRIO E CONTAS 2012

76

auditados 540 processos clínicos em 2012, de acordo com a metodologia adoptada, cujos resultados se apresentam no gráfico seguinte:

Estatística Anual - 2012

Σ Não7,2%

Não (Intolerável)1,4%

Não5,8%

Não Aplicável17,4%

Parcial9,3%

Sim66,1%

Sim Parcial Não Aplicável Não Não (Intolerável)

O “Não (Intolerável) ” corresponde aos 6 critérios cujo incumprimento é considerado pelos auditores externos inaceitável e que anula toda a avaliação do respectivo processo clínico:

- Falta de consentimento informado do doente;

- Falta de relatório operatório;

- Falta de relatório de anestesia;

- Falta de preenchimento da folha de alergias (“Folha de alertas clínicos”);

- Falta de resultados de meios complementares de diagnóstico;

- Falta de folha terapêutica;

- Falta informações detalhadas sobre os medicamentos que o doente está a tomar.

VII. REFERENCIAÇÃO DE DOENTES PARA A RNCCI

No quinto ano de atividade, a Equipa de Gestão de Altas do IPO de Coimbra (EGA) continuou empenhada na avaliação integral (clínica e social) de doentes internados dependentes sinalizados pela Equipa Funcional (médico assistente, enfermeiro e assistente social). Cada doente é observado no internamento e é elaborado um relatório clínico e social pormenorizado, com vista à identificação da tipologia que melhor irá responder às necessidades do doente para ser admitido na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

A escolha da tipologia por parte da EGA continua a ser orientada por critérios clínicos e não pelo tempo de demora de admissão nas Unidades/Serviços da RNCCI.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

77

No ano de 2012 as Equipas Funcionais sinalizaram à EGA 113 doentes. Constata-se que a sinalização por parte das equipas funcionais, continua a ser tardia, demorando em média 9,29 dias desde o primeiro dia de internamento. No ano de 2012, nas primeiras 24 horas ou seja no primeiro dia de internamento, foram sinalizados 21 doentes.

Relativamente à proveniência dos doentes verificou-se que 41 doentes se encontravam internados no Serviço de Cuidados Paliativos, 15 no Serviço de Oncologia Médica, 7 no Serviço de Medicina Interna, 14 no Serviço de Radioterapia, 12 no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, 19 no Serviço de Cirurgia Geral e 3 no Serviço de Ginecologia. O Serviço de Urologia sinalizou 2 doentes à EGA.

O número de doentes sinalizados pela EGA à RNCCI em 2012 foi de 113 doentes, sendo que 46 destes (40,71%) foram cancelados em pré-alta ou a aguardar vaga. As causas de cancelamento foram óbito, alterações de estado clínico ou recusa do doente/família.

A tipologia de unidade mais solicitada pela EGA e com maior número de doentes admitidos foi a de Cuidados Paliativos (27 doentes), seguida de Longa Duração/Manutenção (26 doentes).

Dos doentes sinalizados (113), 67 doentes (59,29%) beneficiaram de apoio nas Unidades/ Serviços da Rede. Em relação aos doentes que beneficiaram, verifica-se que 50 doentes (77,62%) tiveram alta diretamente do IPO de Coimbra para a RNCCI, enquanto 17 doentes (25,38%) regressaram ao domicílio, tendo ingressado posteriormente nas Unidades/Serviços da Rede.

Por outro lado, 46 doentes (40,71%) referenciados não beneficiaram de apoio nas Unidades/Serviços da Rede.

Verificou-se uma demora média de 9,29 dias entre a data de internamento e a data de sinalização dos doentes. Já entre a sinalização e a referenciação, a demora média foi de 6,54 dias.

Assim, no quinto ano de atividade da EGA, continua a constatar-se que a sinalização por parte das equipas funcionais é tardia, demorando em média 9,29 dias após o primeiro dia de internamento. Esta demora poderá justificar-se em primeiro lugar pela multidisciplinaridade subjacente à doença oncológica e à especificidade do seu tratamentos que tornam difícil a programação da alta e a sinalização à EGA.

O facto dos 3 elementos que compõem a Equipa de Gestão de Altas do IPO de Coimbra desempenharem simultaneamente outras funções Institucionais também torna difícil o acompanhamento integral de todos os doentes internados e a sua sinalização precoce.

Apesar das dificuldades que o processo de referenciação de doentes dependentes internados no IPO de Coimbra implica, os elementos que constituem a EGA, conseguiram manter a celeridade na avaliação e referenciação dos doentes à Rede.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

78

No ano de 2012, continua a observar-se um tempo de espera considerável para a admissão de doentes referenciados à RNCCI o que também favorece a sinalização tardia por parte das equipas funcionais, bem como a continuidade de cuidados com qualidade de forma atempada.

Verifica-se que a sensibilidade das equipas funcionais para a escolha do apoio oferecido pelas Equipas de Cuidados Continuados Integrados ao domicílio é praticamente inexistente, o que coloca à EGA o desafio da formação neste âmbito a fim de rentabilizar a capacidade de respostas deste tipo de equipas em benefício do doente e da instituição.

VIII. CONTROLO DE TRANSCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS

A minimização do risco associado à transcrição de medicamentos levou a que, em 2012, se desse continuidade ao sistema que pretende reduzir tendencialmente a zero, o erro inerente à referida transcrição, iniciado já em 2007.

Com a implementação da prescrição eletrónica de medicamentos continua a justificar-se o sistema de controlo visto que é preciso garantir a concordância entre a prescrição e o “cardex”.

Todos os serviços de internamento estão cobertos por este sistema tendo, em 2012, abrangido 99,83% dos doentes internados.

Controlo da Transcrição de Medicamentos ANO - 2012

Serviço

N.º de

Doentes com

prescrição

Nº de Doentes

(Conformidade)

Nº de Doentes (Não

Conformidade) %

Ginecologia 3149 3149 0 100 %

Cirurgia Geral 10096 10096 0 100 %

Cirurgia Cabeça e

Pescoço/Urologia 7389 7389 0 100 %

UCI 2644 2644 0 100 %

Radioterapia 6138 6066 72 99%

Oncologia Médica 11561 11555 6 100 %

Cuidados Paliativos 6067 6067 0 100 %

Total: 47044 46966 78 100 %

IX. CONTROLO DA INFECÇÃO ASSOCIADA À PRESTAÇÃO DE

CUIDADOS DE SAÚDE

A Comissão de Controlo da Infecção (CCI) continua a desenvolver a sua atividade essencialmente em três grandes vertentes: vigilância epidemiológica, recomendação de boas práticas e formação.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

79

A CCI, nomeadamente a coordenadora e a enfermeira, realizaram formação sobre o estudo de prevalência da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) e Utilização de Antimicrobianos em Hospitais, organizada pela DGS. Como consequência desta formação a nossa Instituição participou na realização do estudo, cumprindo as orientações do European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), que decorreu entre 21 de maio e 8 de junho. Os resultados deste estudo na nossa Instituição, dados a conhecer ao Conselho de Administração em altura própria, revelaram uma taxa de prevalência de infeção de 4,22%, sendo a infeção mais prevalente a infeção respiratória.

No âmbito da campanha de higienização das mãos que continua a decorrer na Instituição, foram observadas, em 2012, um total de 1384 oportunidades das quais se obtiveram 950 ações realizadas, o que corresponde a uma taxa de adesão de 68,74%, colocando a Instituição no nível satisfatório. O Volume de solução antisética da base alcoólica gasta, no ano de 2012, foi de 900,5 litros.

Continuamos a realizar a vigilância da ferida cirúrgica no Serviço de Cirurgia Internamento, tendo sido identificados 39 doentes com infeção durante o ano de 2012, sendo que neste mesmo ano e só no serviço em referência foram operados 1319 doentes, o que nos permite dizer que a incidência de infeção do local cirúrgico foi de 2,95%. Das infeções estudadas 20 foram classificadas como superficiais, 15 como profundas e 4 como órgão/espaço. Nestes 39 doentes só em 16 foram pedidas culturas para identificação microbiológica, tendo sido identificados 4 Staphylococcus aureus sendo 3 meticilino-resistentes e 1 Enterococcus faecium resistente à vancomicina. Foram ainda isolados em 3 doentes Staphylococcus Epidermidis, em 1 doente Enterococcus faecalis, em 1 doente Pseudomonas aeruginosa, em 1 doente Escherichia coli, mas todos estes microrganismos sem resistências a antimicrobianos.

Iniciámos a vigilância da Infeção Nosocomial da Corrente Sanguínea (INCS), no serviço de Oncologia Médica Internamento estando ainda em fase de tratamento dos dados.

Manteve-se a realização mensal das auditorias à qualidade dos serviços prestados pela empresa contratada para a prestação de serviços de limpeza, participando em reuniões com a referida empresa para avaliação dos assuntos mais críticos e definição de estratégias de melhoria.

A CCI participou em reuniões de negociação com a empresa a contratar para a prestação de serviços de limpeza. Colaborou também na selecção da empresa para a prestação da gestão integrada de resíduos.

Colaborou ainda nas comissões de escolha de detergentes hospitalares, material descartável, equipamentos de protecção individual, material para higiene pessoal e de pensos, compressas, entre outros.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

80

X. AUDITORIA À QUALIDADE DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Com o objetivo de melhorar a qualidade da prestação dos cuidados de enfermagem, avaliar a eficiência do processo de trabalho, a adequação da estrutura e os resultados alcançados, permitindo a monitorização necessária ao alcance dos padrões de qualidade previamente estabelecidos, foi implementada em 2010, metodologia para auditoria em Enfermagem nos Serviços de Cuidados Paliativos, Radioterapia e Oncologia Médica. Em janeiro de 2011, após a revisão do Manual de Auditoria à Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, incluiram-se as restantes unidades de internamento nomeadamente, Cirurgia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Urologia, Ginecologia e Unidade de Cuidados Intermédios.

A auditoria à Qualidade dos Cuidados de Enfermagem foi realizada ao doente acamado, impossibilitado de se levantar da cama sem ajuda; internado há pelo menos 48 horas no Serviço; alimentado «per os», ou por sonda nasogástrica/ostomia de alimentação; dependente ou parcialmente dependente na realização das Necessidades Humanas Básicas. Esta auditoria foi efetuada através do exame físico/observação do doente para identificar as condições gerais do mesmo, observação do ambiente e análise dos registos.

As áreas de cuidados auditadas foram a Segurança Física do Doente, Respiração, Alimentação e Volume de Líquidos, Eliminação, Atividade Motora, Higiene e Conforto Físico, Tegumentos, Necessidades Emocionais e Análise de Registos. Para cada uma destas áreas de cuidados foi definido o padrão de qualidade pretendido e os respetivos critérios de qualidade perfazendo um total de 41 critérios.

Conformidades

Cirurgia CCP e Urologia

Cuidados

Paliativos Ginecologia

Oncologia

Médica Radioterapia UCI IPO

n % n % n % n % n % n % n % n %

Janeiro 88 77,88% 201 77,91% 224 94,51% 50 86,21% 214 88,07% 197 85,65% 110 71,43% 1084 83,84%

Fevereiro 79 73,15% 82 71,30% 212 93,39% 102 91,89% 202 82,45% 202 88,21% 159 70,98% 1038 82,45%

Março 158 72,81% 200 79,05% 220 97,35% 55 90,16% 210 82,35% 182 81,61% 167 79,52% 1192 82,49%

Abril 176 77,88% 146 80,66% 210 95,02% 180 94,24% 224 88,54% 195 84,78% 126 80,77% 1257 86,21%

Maio 46 85,19% 44 73,33% 222 95,69% 53 96,36% 210 85,71% 100 82,64% 124 79,49% 799 86,57%

Junho 28 73,68% 199 82,23% 202 90,99% 0 219 85,88% 153 86,93% 126 80,77% 974 85,74%

Julho 29 85,29% 52 83,87% 211 95,91% 0 209 82,61% 192 84,58% 90 84,91% 803 87,09%

Agosto 169 86,67% 101 83,47% 219 97,33% 85 100 % 196 81,67% 189 85,14% 125 82,78% 1111 87,76%

Setembro 92 80,00% 45 73,77% 212 93,81% 145 92,36% 209 82,94% 194 83,62% 83 78,30% 980 85,29%

Outubro 48 87,27% 95 79,17% 218 95,61% 124 94,66% 233 91,02% 201 88,16% 93 86,11% 1012 89,88%

Novembro 98 86,73% 85 73,28% 221 96,51% 161 96,41% 212 86,18% 183 79,22% 80 78,43% 1040 86,38%

Dezembro 142 86,06% 99 77,34% 203 91,44% 163 94,77% 193 74,23% 163 76,53% 47 88,68% 1010 83,26%

Total 1220 81,33% 1349 78,57% 2574 94,81% 1118 94,11% 2531 84,28% 2151 83,96% 1330 79,07% 12273 85,42%

RELATÓRIO E CONTAS 2012

81

Não Conformidades

Cirurgia CCP e Urologia

Cuidados

Paliativos Ginecologia

Oncologia

Médica Radioterapia UCI IPO

n % n % n % n % n % n % n % n %

Janeiro 25 22,12% 57 22,09% 13 5,49% 8 13,79% 29 11,93% 33 14,35% 44 28,57% 209 16,16%

Fevereiro 29 26,85% 33 28,70% 15 6,61% 9 8,11% 43 17,55% 27 11,79% 65 29,02% 221 17,55%

Março 59 27,19% 53 20,95% 6 2,65% 6 9,84% 45 17,65% 41 18,39% 43 20,48% 253 17,51%

Abril 50 22,12% 35 19,34% 11 4,98% 11 5,76% 29 11,46% 35 15,22% 30 19,23% 201 13,79%

Maio 8 14,81% 16 26,67% 10 4,31% 2 3,64% 35 14,29% 21 17,36% 32 20,51% 124 13,43%

Junho 10 26,32% 43 17,77% 20 9,01% 0 36 14,12% 23 13,07% 30 19,23% 162 14,26%

Julho 5 14,71% 10 16,13% 9 4,09% 0 44 17,39% 35 15,42% 16 15,09% 119 12,91%

Agosto 26 13,33% 20 16,53% 6 2,67% 0 0,00% 44 18,33% 33 14,86% 26 17,22% 155 12,24%

Setembro 23 20,00% 16 26,23% 14 6,19% 12 7,64% 43 17,06% 38 16,38% 23 21,70% 169 14,71%

Outubro 7 12,73% 25 20,83% 10 4,39% 7 5,34% 23 8,98% 27 11,84% 15 13,89% 114 10,12%

Novembro 15 13,27% 31 26,72% 8 3,49% 6 3,59% 34 13,82% 48 20,78% 22 21,57% 164 13,62%

Dezembro 23 13,94% 29 22,66% 19 8,56% 9 5,23% 67 25,77% 50 23,47% 6 11,32% 203 16,74%

Total 280 18,67% 368 21,43% 141 5,19% 70 5,89% 472 15,72% 411 16,04% 352 20,93% 2094 14,58%

Conformidades Não Conformidades

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Cirurgia

CCP e Urologia

Cuidados Paliativos

Ginecologia

IPO de Coimbra

Oncologia Médica

Radioterapia

UCI

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Cirurgia

CCP e Urologia

Cuidados Paliativos

Ginecologia

IPO de Coimbra

Oncologia Médica

Radioterapia

UCI

Os resultados obtidos demonstram uma percentagem global de cumprimento dos critérios de qualidade de 85,42% (Anexo 2). O Serviço com maior percentagem de cumprimento de critérios de qualidade 94,81% é o Serviço de Cuidados Paliativos, o que apresenta menor percentagem de cumprimento de critérios de qualidade 78,57% é o Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço/Urologia.

Resultados Globais por Áreas de Cuidados - % de C onformidades

88

9794 96

10096 99 99

46

9297

95 9799 99 99 100

76

0

20

40

60

80

100

S.

Doe

nte

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ocio

nais

Reg

isto

s

2011

2012

RELATÓRIO E CONTAS 2012

82

Pela análise dos dados dos relatórios mensais da auditoria podemos afirmar que as áreas de cuidados onde se verifica um maior cumprimento dos critérios de qualidade são: Necessidades Emocionais 100%, Tegumentos 99,39% e Actividade Motora 99,20%, sendo a Alimentação e Volume de Líquidos 94,59%, Segurança Física do Doente 91,90%e a Análise de Registos das ultimas 48 horas 76,40% as áreas de cuidados onde se verifica um menor cumprimento dos critérios de qualidade.

Analisando os resultados obtidos, comparativamente ao ano de 2011, em termos de percentagens globais, houve um decréscimo do cumprimento de critérios de qualidade de 0,31%.

Relativamente aos serviços auditados no ano anterior podemos constatar que em dois deles houve uma melhoria na percentagem do cumprimento dos critérios de qualidade, designadamente no Serviço de Cuidados Paliativos 91,77% em 2011 e 94,81% em 2012, e no Serviço de Ginecologia com 90,04% em 2011 e 94,11% em 2012. Contrariamente nos restantes serviços verificou-se um decréscimo na percentagem do cumprimento dos critérios de qualidade comparativamente ao ano anterior.

A Análise de Registos das últimas 48 horas mantém-se como uma área critica pese embora, ter-se verificado uma melhoria na percentagem de cumprimento de critérios comparativamente ao ano anterior de 30,86%. É no entanto uma área que continua a necessitar de melhorar.

Como planeado, foi implementada em 2012 a aplicação informática SAPE com a utilização da linguagem CIPE nos serviços de Cirurgia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço/Urologia. Está planeada a implementação desta aplicação informática, durante o corrente ano, nos serviços de Ginecologia, UCI e Radioterapia. Estamos convictos que a sua utilização se traduzirá numa melhoria dos registos de enfermagem.

Pela análise dos relatórios mensais da auditoria interna podemos afirmar, que a percentagem de auditorias internas planeadas e não realizadas 25%, ocorre com maior frequência nos Serviços Cirúrgicos (Anexo 2). Esta circunstância deve-se ao facto de nos dias planeados para a realização da auditoria interna, não haver nos Serviços doentes internados que reúnam os critérios de inclusão estabelecidos. Após reflexão sobre este aspeto foi ligeiramente alterada a Metodologia da Auditoria sendo avaliadas as alterações no corrente ano.

ÚLCERAS DE PRESSÃO

Dando continuidade ao trabalho já desenvolvido nos últimos anos, o grupo multidisciplinar para a prevenção e tratamento das úlceras de pressão do IPO de Coimbra realizou um estudo de incidência de UP´s nos Serviços de Internamento de Radioterapia (incluía a Braquiterapia) e Cuidados Paliativos (SCP).

Durante o trimestre de maio a julho de 2012 foi realizado o estudo de incidência de úlceras de pressão (UP) nos Serviços de Internamento de Radioterapia (RT) e SCP. Foram notificados, numa folha de registo mensal, todos os doentes pelo seu número de processo clínico, referenciando a data de aparecimento de UP´s e a

RELATÓRIO E CONTAS 2012

83

sua localização. Posteriormente foram levantados todos esses processos e realizado o preenchimento da folha de colheita de dados para a incidência das UP´s.

Como base para obter a incidência foi utilizada a fórmula de cálculo, abaixo indicada:

N° de casos novos de pacientes com UPP em um determinado período X 100 Incidência de UPP =

N° de pessoas expostas ao risco de adquirir UPP no período

Analisando o número de doentes internados expostos ao risco de desenvolver UP´s e o número destes, que desenvolveram UP´s na instituição nos Serviços de RT e Cuidados Paliativos verificamos que a incidência de UP´s nos serviços em estudo (conjuntamente) é de 3,74% sendo que, em separado, a RT apresentou uma incidência de 1.13% e o SCP de 8,89% no período supracitado.

Nesta análise deve ter-se em atenção o baixo Score da Escala de Braden apresentado pelos doentes e o facto de, no serviço de CP os doentes passaram, em média, 21 dias sem desenvolver UP´s enquanto que na RT esses dias reduzem para 11 dias.

Neste estudo concluiu-se que a prevalência de UP é de 3,74%, sendo que nos serviços em estudo especificamente é de 1,13% na RT e de 8,89% no SCP, no período de maio a julho de 2012.

Apareceram UP´s em 10 doentes, sendo eles maioritariamente do género masculino e a sua média de idades de 68,3 anos. A média da Escala de Braden apresentada de 11,7 o qual nos revela um elevado risco destes doentes em desenvolver UP´s, sendo a média da Escala de Braden dos doentes internados no SCP (11) inferior à do serviço de RT (14,5). A incontinência, a toma de medicação (Aminas), as alterações vasculares, hematológicas, tensionais e de temperatura são, a par dos edemas, os fatores presentes nos doentes que potenciam o aparecimento de UP´s.

Todos os doentes dispunham de dispositivo estático (colchão visco elástico de alta densidade), contudo verifica-se, pelo elevado risco de desenvolver UP´s que deveriam ter também um dispositivo elétrico de alívio de pressão (colchão de

RELATÓRIO E CONTAS 2012

84

pressão alterna). Quanto às mobilizações percecionamos que, a maioria dos doentes são posicionados de 3/3h.

Em média, após 19,1 dias de internamento, os doentes desenvolveram UP´s. Das 35 UP´s identificadas nos doentes que desenvolveram UP´s denota-se que perto de metade (48,5%) foram desenvolvidas nos serviços em estudo nomeadamente 37,1% no serviço de CP e 11,4%, no serviço de RT. O domicílio apresenta-se como local propenso ao desenvolvimento de UP´s, destacando-se ainda as UP´s que provêm de outra Instituição (20%). Destaca-se uma média de 3,5 úlceras de pressão nos doentes que desenvolveram UP´s. Analisando mais especificamente as UP´s desenvolvidas nos serviços em estudo verificamos que 70% são de categoria I e II, 24% de categoria III sendo 6% de categoria IV, o que demonstra um baixo grau de profundidade, sendo possível a sua reversão pelo estadio inicial em que se encontram. A zona do corpo mais propícia ao desenvolvimento das UP´s é a região dos calcâneos, seguindo-se a zona sagrada o que nos alerta para a adoção de medidas de prevenção mais adequadas e assertivas sobre estas áreas.

Ao analisar o leito das UP desenvolvidas nos serviços em estudo 35% revelam maceração indicando necessidade de implementação de medidas de gestão do exsudado visto este estar presente em mais de metade das UP´s.

Deste estudo concluiu-se sobretudo que é essencial existir uma monitorização do risco de desenvolvimento de UP em doentes internados e a incidência de UP´s, no sentido de serem implementadas medidas de prevenção o mais precocemente possível e de procurar a melhoria contínua dos cuidados prestados pela Instituição.

INCIDÊNCIA DE EXTRAVASAMENTO DE CITOSTÁTICO ADMINISTRADO POR ACESSO VENOSO PERIFÉRICO

A Incidência de Extravasamento de Citostático constitui um dos indicadores de qualidade clínica mais importantes numa Instituição Hospitalar especializada em oncologia, nomeadamente ao nível da segurança do doente.

Atendendo a que o Hospital de Dia constitui a unidade em que, por excelência, são administrados estes fármacos, iniciou-se em 2011 a monitorização deste indicador, conforme quadro que segue onde apresentamos os dados referentes aos anos de 2012, em que:

IECAAVP – Incidência de Extravasamento de Citostático Administrado por Acesso Venoso Periférico;

TCAAVP – Tratamento Citostático Administrado por Acesso Venoso Periférico;

ECAAVP – Extravasamento Citostático Administrado por Acesso Venoso Periférico.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

85

Mês N.º de doentes com

TCAAVP

N.º de doentes com

ECAAVP

Janeiro 462 0

Fevereiro 350 0

Março 409 0

Abril 379 5

Maio 402 1

Junho 381 1

Julho 399 2

Agosto 440 2

Setembro 335 0

Outubro 443 0

Novembro 380 0

Dezembro 355 0

Total 4735 11

IECAAVP = Nº de doentes c/ ECAAVP por sessão de Hospital de Dia x 100

Nº de doentes com TCAAVP

IECAAVP = 0,23 %

XI. OUTROS INDICADORES RELEVANTES

GESTÃO DO RISCO

Uma adequada gestão do risco potencia uma prestação de cuidados de saúde num ambiente mais seguro para doentes e colaboradores. Neste contexto, é necessário o envolvimento de todos os intervenientes, numa perspetiva pró ativa e reativa, quer através da adoção de comportamentos preventivos e da perceção dos riscos presentes na sua atividade diária, quer através do reporte de todos os incidentes ou acidentes, com vista à criação de uma cultura de aprendizagem pelo erro. Em 2012, foram reportadas 50 ocorrências distribuídas conforme segue:

Categoria N.º Ocorrências

2010 2011 2012

Quedas de doentes 17 24 24

Furto 8 7 8

Equipamento Danificado 10 1 3

Degradação de instalações 0 0 2

Incumprimento das normas institucionais

3 0 0

Diversos 14 9 12

Fuga de Gás 3 0 0

Infestação 1 0 0

Incêndio 4 0 0

Inundação 0 3 0

Violação do espaço por desconhecido

0 1 0

Queda de objetos 1 1 0

Erro Clínico 2 0 1

Total 63 46 50

RELATÓRIO E CONTAS 2012

86

Refira-se que as ocorrências e os acidentes laborais são registados pelo Serviço de Saúde Ocupacional em ficheiros autónomos.

Em 2012 foram levadas a efeito pelas áreas que integram Comissão de Gestão do Risco do IPO de Coimbra, as seguintes ações:

SAÚDE OCUPACIONAL

Acidentes de Trabalho

Em 2012 verificou-se um aumento do número de acidentes de trabalho sem baixa e uma diminuição do número de acidentes de trabalho com baixa, reportados e tratados pelo Serviço de Saúde Ocupacional.

Constata-se que o objetivo definido de disseminar uma cultura de segurança por toda a instituição está a ser alcançado, fruto da parceria cada vez mais robusta com os Serviços e da consciencialização da sua importância. A título exemplificativo, refiram-se os manuais de segurança e prevenção especificamente elaborados para as diversas categorias profissionais, bem como para colaboradoras grávidas, puérperas ou lactantes.

0

10

20

30

40

50

60

2010 2011 2012

Total de acidentes de trabalho com baixa Total de acidentes de trabalho sem baixa Total de acidentes de trabalho

Exames médicos efectuados:

Exames de Admissão: 20

Exames Periódicos: 462

Exames Ocasionais: 460

Exames Pós Ausência por Doença: 11

Exames Pós Ausência por Acidente Trabalho: 8

Outras Actividades:

Acompanhamento dos sinistrados no decorrer do processo de acidente por exposição a sangue ou outros produtos biológicos;

RELATÓRIO E CONTAS 2012

87

Colaboração nos relatórios anuais para Balanço Social, GEP e ACSS;

Monitorização das situações de risco de HTA, Obesidade e Diabéticos;

Administração de vacinas aos colaboradores de acordo com as diretivas da Direcção Geral da Saúde:

Gripe Sazonal: 125 doses Taxa de cobertura 13,60 %

Hepatite B: 72 doses Taxa de cobertura 80 %

Tétano (Td): 74 doses Taxa de cobertura de 75

Conhecimento aos Centros de Saúde onde os colaboradores estão inscritos, das vacinas de Td administradas na instituição;

Ensinos sobre a alimentação equilibrada e o exercício físico, no âmbito da educação para a saúde;

Consultas por situação de doença aguda: 260;

Atualização dos Planos de Emergência dos Serviços;

Organização dos Simulacros de Incêndios nos Serviços de: Imunohemoterapia, Anatomia Patológica, Gastroenterologia/ Pneumologia, Arquivo Clínico, Imagiologia, Internamento de Ginecologia, Central de Esterilização e Armazém Geral;

Organização do Simulacro anual Institucional no 3º piso do Edifício do Ambulatório;

Monitorização das avaliações de risco geral a nível da higiene e segurança;

Avaliação dos riscos psicossociais em conjunto com o ACT, nos Serviços com Internamento e Serviço de Gastrenterologia;

Reunião com os interlocutores de risco geral da Instituição;

Reunião trimestral com a comissão de controlo da infeção;

Visitas aos Serviços: Imagiologia, Cirurgia Cabeça e Pescoço, Imunohemoterapia, Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Hospital de Dia, Cuidados Paliativos, Gastroenterologia, Gabinete do Médico de Serviço Permanente do Setor Cirúrgico e Esterilização;

Participação em formações efetuadas pelo Gabinete Coordenador da Formação/Investigação:

RELATÓRIO E CONTAS 2012

88

Curso N.º de

Acções

N.º de

Formandos Destinatários

Horas/

Formando H M

Segurança Hospitalar 1 29 Interlocutores da Gestão do

Risco Geral 1 5 24

Segurança Hospitalar/Segurança Contra Incêndios

8 320 Todos os Grupos

Profissionais 1.30 84 236

Segurança Contra Incêndios com Simulacro no Serviço

8 92 Colaboradores dos Serviços 1.30 18 74

Gestão de Resíduos Hospitalares

1 96 Profissionais de Saúde 2 20 76

Integração de Novos Colaboradores

1 11 Novos Colaboradores 2 3 8

O AAM nos Cuidados de Saúde

1 12 Auxiliares 3 1 11

Total 20 560 11 131 429

RISCO CLÍNICO

A Gestão do Risco Clínico, integrada na Comissão de Risco Geral do IPO de Coimbra, tem vindo a desenvolver um trabalho de defesa da segurança dos doentes com a crescente colaboração de todo o pessoal do Hospital, ensaiando uma abordagem estruturada na participação de ocorrências e avaliação dos riscos pelos interlocutores nomeados para as várias áreas.

Dessa forma, o sistema de participação de ocorrências implementado no ano de 2006, tem vindo a ser progressivamente utilizado para relato de eventos com relevância clínica.

Dada a criação do grupo de trabalho da DGS sobre segurança do doente, aguardamos orientações para integração no programa nacional de participação de ocorrências adversas.

O gráfico seguinte mostra o tipo de participações no ano de 2012, baseado no registo constante na Base de Dados do Risco Clínico.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

89

Constata-se relativamente a anos anteriores uma boa participação das quedas, consequência também da atenção dada a este indicador institucionalmente. Continua a registar-se uma quebra nas participações de ocorrências cuja tendência se tem vindo a acentuar, o que será alvo de atenção no plano de ação para 2013.

Para cada registo efetuado na referida base de dados é atribuída uma classificação do risco, com base no grau de probabilidade de uma ocorrência e da sua gravidade. Esta classificação visa uma melhor abordagem das situações com base no seu grau prioridade de tratamento.

No respeitante à classificação dos riscos detetados nas participações de 2012 a distribuição do grau de prioridades situou-se integralmente no “muito baixo”.

Apenas podemos inferir com segurança que os eventos participados à gestão do risco clínico foram todos de baixo impacto. Não podermos de forma razoável concluir que todos os eventos (participados e não participados) tiveram o mesmo grau de prioridade/risco. Este é um assunto da maior importância e está a ser alvo de atenção pela gestão do risco clínico, porque envolve aspetos relevantes da cultura de segurança da instituição.

EMERGÊNCIA MÉDICA

Durante o ano de 2012 o Sistema de Emergência Interna do IPO de Coimbra, cumpriu em suficiência os objetivos para que está dirigido:

a) Assistência a Doentes ou Utentes do IPO de Coimbra com situações clínicas urgentes/emergentes em resposta à ativação do Sistema por via telefónica;

b) Transporte de Doentes críticos para outras Unidades Hospitalares em Ambulâncias medicalizadas e com suporte ventilatório mecânico à respiração.

O IPO de Coimbra, não possui uma Unidade Física de Urgência Interna, este facto condiciona em muitos casos a ativação incorreta da Equipa de Emergência Interna.

Assim em mais de 60% dos casos de ativação da Equipa de Emergência Interna foi para casos clínicos de quedas, síncopes vagais, reações eritematosas etc. ou para efetuar avaliação e transporte para outras Unidades Hospitalares de Doentes com situações crónicas de insuficiência respiratória em falência por agudização.

Durante o ano de 2012 houve atividades formativas dos Recursos Humanos afetos ao Sistema.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

90

INCÊNDIOS

DESIGNAÇÃO DESTINATÁRIOS TIPO DE ACÇÃO REALIZADA DESEMPENHO

SEGURANÇA HOSPITALAR – Emergência Hospitalar

- Todos os profissionais do IPOC (Funcionários e Colaboradores das empresas contratadas e voluntários).

- Formação de integração; - Formação contínua de reciclagem nas

vertentes da prevenção contra Incêndios, luta contra incêndios, da emergência e evacuação e da catástrofe.

- Ações obrigatórias com aplicação de teste de avaliação e novo conteúdo programático, coordenadas pela

Comissão da Gestão do Risco e pelo Departamento de Formação.

Planos Específicos dos Serviços / Unidades (PES)

- Diretores dos Serviços; - Interlocutores da Gestão do

Risco Local; e - Profissionais dos Serviços.

- Apreciação das elaborações e atualizações dos PES e LVI pelos IGRL; - Implementação dos PES, com 9 ações de formação e simulacros de incêndio realizados nos Serviços e Unidades; - Remessa dos PES elaborados e apreciados para aprovação do CA.

- Continuação dos trabalhos iniciados em 2007 e continuados em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 com as elaborações e atualizações dos PES e LVI; - Foram homologados os PES submetidos à apreciação do Sr. Presidente do CA.

Plano de Segurança Interno – Prevenção contra Incêndios e Plano de Emergência Interno

- Todos os profissionais e Comissão da Gestão do Risco (CGR).

- Continuação da normalização das inconformidades descritas do LVI, com prioridade para a substituição de equipamentos de 1ª Intervenção (Extintores) e sinalética de emergência; - Avaliação dos riscos de incêndio dos Serviços, com a análise das LVI mensuráveis dos IGRL; - Realização de Simulacro de Incêndio obrigatório, com o apoio dos APC no Edifício do Ambulatório (piso 3) – Exercício “IPOC 2012”.

- Ações homologadas pelo CA e efetuadas pelo SIE em coordenação com a Comissão da Gestão do Risco; - Dados corrigidos e tratados na Comissão da Gestão do Risco e SIE; - Elaborado relatório de avaliação final, apreciado pela CGR e aprovado pelo CA.

- Brigada de Incêndios

/ Piquete; - Centros de Informação e Comunicação e

de Apoio

Psicossocial - Comissão de Catástrofe

Profissionais do SIE e Vigilantes; - Responsável pela Comunicação/Relações Públicas; - Psicólogos, Assistentes Sociais e Voluntários; - Elementos constitutivos da Comissão.

- Formação específica para atuação em situações de emergência; - Reunião anual que coincidiu com reunião do simulacro anual de 19-10-2012.

- Ministrada formação para a atuação do piquete e dos Centros de Informação e Comunicação e de Apoio Psicossocial; - Apreciada a Ordem de Operações do simulacro anual.

- Auditorias internas e Externas (CHKS e outras)

- Responsáveis dos Serviços; - Elementos da Comissão da Gestão de Risco; - CGR e IGRL da Radioterapia.

- Colaboração com os Interlocutores de Risco dos Serviços; - Reuniões periódicas; - Realizada pelo CDOS inspecção regular ao edifício de Radioterapia

- Definida a aplicação dos procedi-mentos para responder às normas aplicáveis e não totalmente cumpridas ao nível dos Serviços; - Aguarda-se a entrega do Relatório da Inspecção realizada em 2011.

RESÍDUOS

Em matéria de gestão de resíduos alcançaram-se, em 2012, os seguintes objetivos do plano de ação de 2011:

- Procedeu-se à revisão do Manual de Gestão Integrada de Resíduos do IPO de Coimbra de acordo com as alterações de metodologias de trabalho que foram sendo introduzidas na instituição, bem como, de acordo com as alterações legais verificadas. A edição revista do Manual foi publicada através da O. S. Nº 20/2013 de 20 de Março.

- Verificou-se um importante decréscimo no resíduo do Grupo IV resultante da melhoria do sistema de triagem dos Grupos III e IV no Serviço de Oncologia Médica, o maior produtor institucional deste tipo

RELATÓRIO E CONTAS 2012

91

de resíduo, contribuindo significativamente para a redução em cerca de 8% dos custos globais da facturação face ao ano anterior.

- Foram efectuadas obras de reparação no armazém do Ecocentro destinado aos resíduos dos Grupos I e II ao nível das paredes, nomeadamente, impermeabilização e revestimento protector.

- Foi implementado um sistema de recolha de embalagens de medicamentos através de protocolo que a empresa contratualizada para a prestação de serviços de gestão integrada de resíduos detém com a empresa Valormed.

- Foi levada a efeito, no auditório da instituição, no dia 28 de Novembro de 2012, acção de formação sobre Gestão de Resíduos Hospitalares destinada a todos os grupos profissionais. A acção de formação contou com a participação de 96 formandos.

SEGURANÇA/VIGILÂNCIA

Em matéria de segurança e vigilância das instalações alcançaram-se, em 2012, os

seguintes objectivos do plano de acção de 2011:

− Procedeu-se à revisão de um conjunto de documentos estruturantes para a segurança/vigilância da instituição:

1. “Procedimento de segurança para os pertences de doentes” – O. S. Nº 14/2012 de 23 de Maio;

2. “Desaparecimento de Doentes – Procedimentos” – O. S. Nº 17/2012 de 23 de Maio;

3. “Política de Segurança e Vigilância do IPO de Coimbra” – O. S. Nº 22/2012 de 21 de Junho.

− Em colaboração com o Serviço de Instalações e Equipamentos procedeu-se ainda à revisão do documento “Procedimento para a Organização dos Chaveiros do IPO de Coimbra” – O. S. Nº 18/2012 de 6 de Junho.

− Está em curso a auditoria à organização dos Chaveiros, iniciada em Fevereiro de 2012, com a colaboração do Serviço de Instalações e Equipamentos, prevendo-se a sua conclusão em Maio de 2013;

− Com a colaboração do Serviço de Instalações e Equipamentos, iniciou-se a formação aos colaboradores da empresa prestadora de serviços de segurança e vigilância, destinada à identificação dos equipamentos chave no controlo das situações de emergência, nomeadamente, pontos de corte de água, electricidade, gás e outros, por edifício.

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Sendo a actividade do SIE, essencialmente de manutenção e reparação dos

equipamentos e instalações de que o IPOC, E.P.E., necessita para a prossecução

RELATÓRIO E CONTAS 2012

92

dos seus fins, decorre do número de requisições que nos são solicitadas pelos

diversos Serviços que integram a Instituição.

As requisições são materializadas na formalização de encomendas ao exterior, ou

satisfeitas internamente, tendo sido processadas no ano de 2012 (4111), o que

representa um acréscimo de cerca de 5,90 % relativamente a 2010 (3882).

Em termos de valores foram processadas reparações no total de 754.116,03

euros, dos quais 126.973,60 euros relativos a reparações externas, 506.794,43

euros relativos aos materiais aplicados e 120.348,00 euros relativos a despesas

com pessoal.

Relativamente aos Objectivos traçados no Plano de Acção para o ano 2012,

continuaram as actividades da Identificação dos Quadros Eléctricos da Instituição

e foram sendo substituídos os balastros ferro magnéticos e respectivos

arrancadores por balastros electrónicos de modo a diminuir os consumos de

energia em cerca de 7% após a sua conclusão.

RADIOPROTECÇÃO

A Radioprotecção é assegurada pelo Serviço de Física Médica (SFM) do IPO DE

COIMBRA nos termos da Política de Segurança e Protecção Radiológica publicada

na Ordem de Serviço Nº11/2009. Em 2012, foram realizadas as actividades

seguintes:

1. De acordo com o Decreto-Lei 222/2008, foi assegurada a gestão da dosimetria individual dos trabalhadores do IPOC que são profissionalmente expostos às radiações ionizantes no âmbito da sua actividade profissional, desde a classificação/atribuição de dosímetro aos novos usuários, a troca mensal dos dosímetros, o registo e comunicação dos extravios e deterioração de dosímetros à empresa de prestação de serviços, a supervisão da facturação, a análise, comunicação e arquivo dos registos de dose individual, a actualização e melhoria da base de dados das doses individuais para cada trabalhador, a promoção de acções de integração para os novos colaboradores que utilizam dosímetro individual, a revisão dos procedimentos e a colaboração com o Serviço de Saúde Ocupacional na vigilância médica dos trabalhadores expostos, quando solicitado.

2. De acordo com o Decreto-Lei 38/2007, foi efectuada a gestão das fontes radioactivas utilizadas quer na Braquiterapia quer na Medicina Nuclear, desde a sua recepção, utilização, armazenamento, devolução ou eliminação na forma de resíduo, quando aplicável. Foram mantidos os registos correspondentes. Foi ainda iniciado o processo de licenciamento das fontes radioactivas de irídio-192 e césio-137 usadas respectivamente, na unidade de tratamento de alta taxa de dose da Braquiterapia e no irradiador de sangue da Imunohemoterapia.

3. De acordo com o Decreto-Lei 180/2002, foi efectuada a gestão dos resíduos radioactivos, quer no estado sólido, quer no estado líquido, que foram produzidos nos Serviços de Medicina Nuclear e da Patologia Clínica, desde a sua produção, quantificação da actividade, armazenamento/retenção temporária para declínio radioactivo e eliminação. Foram revistos os procedimentos e mantidos os registos.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

93

4. Foram supervisionadas as obras de adaptação do novo local de armazenamento dos resíduos radioactivos sólidos provenientes do Serviço de Medicina Nuclear de forma a garantir condições adequadas de segurança radiológica da instalação.

5. De acordo com o Decreto-Lei 180/2002, foi efectuado o licenciamento do equipamento de Tomografia Computorizada Toshiba instalado na Imagiologia e do equipamento de raios X móvel Shimadzu Corporation utilizado na Unidade de Cuidados Intermédios. Foi ainda efectuada a renovação das cinco Licenças de Funcionamento que caducaram em 2012 (osteodensitómetro da Medicina Nuclear, ortopantomógrafo da Imagiologia, equipamento de raios X do tórax da Imagiologia, Tomografia Computorizada GE da Imagiologia e equipamento de raios X móvel Toshiba usado na Oncologia Médica).

6. No âmbito da substituição do acelerador linear Clinac da Radioterapia, foi realizado um estudo preliminar sobre o reforço necessário da blindagem estrutural do bunker para assegurar a segurança radiológica da instalação conforme a solução escolhida (acelerador linear em modo de fotões até 10 MV ou sistema de tratamento TomoTherapy).

7. Foi realizado o controlo dos níveis de radiação e de contaminação radioactiva no irradiador de sangue da Imunohemoterapia nos dias 26 de Julho de 2012 e 15 de Janeiro de 2013 (periodicidade semestral). Existem registos destas intervenções.

8. Foi dada continuidade ao registo e análise dos incidentes ocorridos com doentes de radioterapia externa de acordo com a metodologia ROSIS e foram tomadas as medidas no sentido de minorar as consequências, quando aplicável.

9. De acordo com o programa de garantia da qualidade desenvolvido pelo SFM, foram efectuados os testes de controlo de qualidade e foram supervisionadas as manutenções realizadas pelos fabricantes nos equipamentos radiológicos instalados na Radioterapia Externa, Braquiterapia, Medicina Nuclear, Imagiologia e Imunohemoterapia. Existem registos de todas estas intervenções.

PROGRAMAS DE GARANTIA DA QUALIDADE

Em Dezembro de 2012 o IPO de Coimbra submeteu-se a uma visita de

monitorização levada a efeito pelo CHKS destinada a verificar a manutenção dos

níveis de qualidade alcançados pela instituição com a acreditação obtida em

Janeiro de 2010.

De acordo com o relatório da visita de monitorização, o Painel de Acreditação do

CHKS comunicou o resultado da reunião que efectuou em 6 de Março de 2013,

referindo que o IPO de Coimbra continua a manter os critérios de qualidade que

lhe permitiram alcançar o estatuto de instituição acreditada.

Esta visita serviu também como preparação para a auditoria externa a realizar

pela mesma entidade acreditadora no próximo mês de Maio, agora à luz do

Manual “Programa de Acreditação Internacional para Organizações de Saúde”,

em versão mais exigente.

Em relação à OECI, organização europeia de institutos de cancro, e também

entidade acreditadora do IPO de Coimbra, cuja atribuição lhe foi conferida em

Janeiro de 2011, a instituição continua a desenvolver as acções acordadas em

Plano de Acção pelas duas entidades.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

94

Qualquer um destes processos de acreditação em que a instituição está

envolvida atribui um forte relevo à monitorização de indicadores clínicos

identificados como essenciais para a governação clínica, pelo que em 2012, foi

adquirida uma aplicação informática que permite a monitorização de um leque

substancial de indicadores pertinentes.

Esta aplicação baseada no conceito dos Grupos Multidisciplinares por Patologia

(GMPs) está a ser desenvolvida de acordo com as especificidades de cada Grupo.

Neste contexto a sua implementação que se preconiza faseada, começou já a ser

utilizada pela Estomatologia e Gastroenterologia.

Acresce ainda referir que em matéria de auditoria externa, o Serviço de

Imunohemoterapia manteve a recertificação da conformidade da qualidade do

serviço de acordo com a declaração emitida pela “Bureau Veritas Certification”,

com data de 4 de Janeiro de 2013, na sequência de auditoria efectuada por esta

entidade em Novembro de 2012.

A auditoria verificou que o Sistema de Gestão da Qualidade do Serviço está de

acordo com os requisitos das normas de sistemas de gestão NP EN ISO

9001:2008.

COMUNICAÇÃO

Em 2012, o sistema de comunicação institucional, desenhado pela respectiva

estratégica, revista e publicada na O.S. Nº 21/2013 de 20 de Março, manteve-se

estruturado por forma a que a informação pertinente chegasse a todos os

interlocutores através dos instrumentos de que dispõe, quer a nível externo quer

a nível interno.

Ao nível da comunicação interna, cuja importância é reconhecida pelo valor

acrescentado que cria ao reforçar a coesão dos colaboradores em torno da

missão, dos valores e dos objectivos institucionais, o Gabinete da Qualidade e

Comunicação assegurou a publicação da Revista INFO, com a finalidade de

divulgar internamente, boas práticas e dados de monitorização de indicadores de

qualidade dos serviços.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

95

Ao nível da comunicação externa, o IPO de Coimbra procura desenvolver

instrumentos de comunicação que permitam incentivar um relacionamento

positivo com o público, garantindo a interacção com os cidadãos através,

nomeadamente, a análise das suas necessidades e preferências. Nesse sentido, e

privilegiando sempre a relação com o doente, o Grupo Coordenador da

Informação colaborou na edição de vários suportes informativos, conforme

consta do quadro seguinte, que também se encontram disponíveis na Internet.

http://www.croc.min-saude.pt/InfoUtente/InfoUteis/?sm=3 3

Suportes Informativos publicados em 2012

Identificação Tipo de Edição Edição

Data N.º de

Exemplares

Guia de Apoio – Exercícios de Recuperação dos Membros Superiores Pós – Mastectomia Folheto desdobrável Janeiro 1500

Guia de Acolhimento – Serviço de Cuidados Paliativos Folheto desdobrável Maio 1000

Guia de Visitas Folheto desdobrável Maio 1500

Conselhos Pós – Vaporização com Laser no Colo do Útero Folheto desdobrável Março 300

Guia de Apoio Radioterapia – Região de Cabeça e Pescoço Folheto desdobrável Maio 300

Guia de Apoio Radioterapia Folheto desdobrável Novembro 2000

Cidadãos e Sistema de Saúde – Direito e Deveres Folheto desdobrável Julho 1500

Questionários de Satisfação do Internamento Folheto desdobrável Abril 3500

Questionários de Satisfação de Consultas Folheto desdobrável Julho 3000

POLÍTICAS E PROCEDIMENTOS INSTITUCIONAIS

Em 2012 procedeu-se à elaboração e revisão de políticas e procedimentos de

aplicação transversal à instituição. As referidas políticas e procedimentos estão

disponíveis para todos os colaboradores da instituição em suporte de papel e

informático, na intranet.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

96

Descrição Publicação Data

Armazenamento, Preparação e Administração de Medicamentos – Recomendações Gerais e Procedimentos O.S. n.º 20/2012 14-06-2012

Componentes Sanguíneos – Recolha/Rotulagem/Armazenamento e Preservação O.S. n.º 11/2012 28-03-2012

Convicções Espirituais e Religiosas dos Doentes O.S. n.º 15/2012 23-05-2012

Cuidados de Enfermagem Pós –Mortem – Recomendações Gerais e Procedimentos O.S. n.º 02/2012 11-01-2012

Cuidados de Enfermagem Prestados ao Doente – Registos. Recomendações Gerais e Procedimentos O.S. n.º 19/2012 30-05-2012

Desaparecimento de Doentes – Procedimentos O.S. n.º 17/2012 23-05-2012

Direitos de Cidadania – Procedimento de tratamento das Exposições dos Cidadãos O.S. n.º 43/2012 17-12-2012

Estudos Analíticos/Transfusão para o Serviço de Imunohemoterapia O.S. n.º 10/2012 28-03-2012

Gestão de expositores e caixas de exposições O.S. n.º 44/2012 17-12-2012

Manual de Normas de Enfermagem 2011 – Administração Central do Sistema de Saúde

C.I. n.º 08/2012 24-01-2012

Planos de Acção 2012 e Relatórios Actividades 2011 O.S. n.º 09/2012 14-03-2012

Procedimento de Identificação de Doentes O.S. n.º 03/2012 11-01-2012

Procedimento de Segurança para os pertences de doentes O.S. n.º 14/2012 23-05-2012

Quadro Teórico e Normativo do Exercício Profissional dos Enfermeiros do IPO de Coimbra O.S. n.º 45/2012 17-12-2012

Regulamento do Gabinete de Codificação e Auditoria Clínica do IPO Coimbra F.G., EPE O.S. n.º 31/2012 16-10-2012

Política de controlo de Infecção O.S. n.º 40/2012 17-12-2012

Regulamento da Comissão de controlo de Infecção O.S. n.º 41/2012 17-12-2012

XII. SATISFAÇÃO DO CLIENTE

A satisfação do cliente constitui uma das principais vertentes na análise do

desempenho institucional face às expectativas e percepções dos utilizadores dos

serviços.

RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES E ELOGIOS

No IPO de Coimbra, o envolvimento do doente na prestação de cuidados é um

compromisso.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

97

Este compromisso assume-se, nomeadamente, através da auscultação da

opinião dos doentes, do tratamento das suas exposições e da partilha de toda a

informação pertinente durante o seu percurso.

O contributo dos doentes constitui um factor essencial para o desenvolvimento

da atividade do IPO de Coimbra, permitindo a implementação das oportunidades

de melhoria consideradas pertinentes.

O Gabinete do Utente recebeu, em 2012, 160 exposições, dos quais 64 são

elogios, 25 sugestões e 71 reclamações.

Evolução da Satisfação do Cliente no período 2010-2012

67

82

71

32

38

25

59

64 64

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2010 2011 2012

Anos

N.º

Exp

osi

çõe

s

Reclamação Sugestão Elogio

Relativamente à distribuição das reclamações por tipologia, verifica-se que mais

uma vez a maioria das reclamações visaram, em 2012 a prestação de cuidados de

saúde.

Reclamações 2012 - Tipologia das Reclamações

Prestação de Cuidados de Saúde 38

Infraestruturas/Amenidades 20

Actos Administrativos/Gestão 12

Relacionais/Comportamentais 10

*As reclamações podem ser classificadas com mais do que uma tipologia.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

98

20

12

10

38

Prestação de Cuidados de Saúde Infraestruturas/Amenidades

Actos Administrativos/Gestão Relacionais/Comportamentais

SISTEMA INSTITUCIONAL DE AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS

DOENTES

O IPO de Coimbra ausculta, desde Março de 2009, o grau de satisfação dos

doentes, em regime de ambulatório e de internamento, através de dois

questionários institucionais.

Em 2012 foram obtidas 913 respostas aos questionários relativos à consulta

externa e 739 ao internamento.

Da análise da estatística global do ano, obtiveram-se os seguintes resultados:

a. Questionário das consultas

ATENDIMENTO/ACOLHIMENTO

RELATÓRIO E CONTAS 2012

99

AMBIENTE E CONFORTO

DIREITOS E NECESSIDADES

ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO

ESPERAVA MELHOR / ESPERAVA PIOR

RELATÓRIO E CONTAS 2012

100

SATISFAÇÃO GERAL

OPINIÃO QUE TINHA DO IPO

b. Questionários do Internamento

ATENDIMENTO/ACOLHIMENTO

ALIMENTAÇÃO

RELATÓRIO E CONTAS 2012

101

AMBIENTE E CONFORTO

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Muito Mau Mau Razoável Bom Muito Bom Não

Respondeu

DIREITOS E NECESSIDADES

ESPERAVA MELHOR / ESPERAVA PIOR

RELATÓRIO E CONTAS 2012

102

SATISFAÇÃO GERAL

OPINIÃO QUE TINHA DO IPO

O lançamento de questionários de satisfação constitui uma forma de

aproximação do IPO de Coimbra aos doentes que serve, dado que afiguram um

meio para auscultar as suas opiniões de forma estruturada.

Os dados obtidos através destes questionários confirmam os resultados

alcançados através de instâncias externas relativos a esta matéria,

nomeadamente o estudo sobre a avaliação da qualidade apercebida e da

satisfação do utente dos hospitais do SNS apresentado pela ACSS em 2010.

Por outro lado, estes resultados identificam os pontos fortes da organização e

dos procedimentos, bem como os aspectos que carecem de ser revistos ou

melhorados.

Estes resultados estimulam que se mantenha e desenvolva a monitorização

deste indicador, essencial à melhoria do desempenho, uma vez que constitui um

importante instrumento na gestão da inter-face do IPO de Coimbra com o

doente e as suas expectativas.

Refira-se ainda que alguns serviços do IPO de Coimbra disponibilizam também,

por sua iniciativa, questionários de satisfação específicos aos seus doentes,

nomeadamente o Serviço de Imunohemoterapia e o Serviço de Gastrenterologia.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

103

INFORMAÇÕES DE SAÚDE

Concretizando a estratégia global do IPO de Coimbra relativa aos direitos dos

utentes na prestação de informações sobre dados de saúde aos seus titulares ou

a terceiros (familiares, entidades públicas ou privadas), foi prosseguida, durante

o ano de 2012, a operacionalização deste procedimento.

São diversas as razões que levam os requerentes a solicitar informações de

saúde. Seja para acompanhamento médico noutra instituição ou nível do sistema

de saúde, seja para efeitos de junta médica, seguro, questões fiscais ou judiciais,

o IPO de Coimbra tem perfeita noção da importância que a satisfação oportuna

deste direito dos requerentes pode ter na resolução de diversas questões de

índole legal.

Pode afirmar-se que 2012 foi um ano sui generis relativamente a este assunto

uma vez que, como consequência da publicação diploma jurídico que regula a

matéria das taxas moderadoras no SNS (Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de

Novembro) assistiu-se a um enorme aumento do número de pedidos de

informações de saúde a partir de 1 de Janeiro de 2012. Este aumento justifica-se

porque segundo a legislação referida, para um doente oncológico usufruir de

isenção de taxas moderadoras, terá que apresentar um atestado médico de

incapacidade multiuso igual ou superior a 60%.

Relativamente ao número total de pedidos de informações de saúde dirigidos à

instituição em 2012 assistiu-se a um aumento de 49,7% relativamente ao ano

anterior (2798 em 2011 para 5570 em 2012). Relativamente ao tempo médio de

espera por uma informação de saúde, e apesar do fortíssimo aumento de

pedidos foi possível melhorar ligeiramente este indicador. Em 2012 este valor

situou-se nos 27,23 dias quando em 2011 foi de 27,68 dias. De realçar que, no

momento da realização deste Relatório e Contas, existiam 58 processos

pendentes que, após conclusão, poderão alterar o valor do tempo médio de

espera.

Desta forma, todos os intervenientes neste procedimento (Direção Clínica,

Serviço de Gestão e Informação ao Utente, Secretariados Clínicos, Diretores de

Serviço e Médicos Assistentes) procuram um crescente nível de serviço,

traduzido na prestação da informação adequada para o efeito pretendido, num

cada vez mais curto espaço de tempo.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

104

RELATÓRIO DE

GESTÃO

RELATÓRIO E CONTAS 2012

105

I. RELACIONAMENTO COM O UTENTE

Bem presente na sua matriz de valores, o IPO de Coimbra sempre colocou o

utente no centro de toda a atividade organizacional da prestação de cuidados de

saúde. Desta forma, procura corresponder de forma superior às necessidades e

expectativas da comunidade que serve, bem como desempenhar com

competência o que de si é esperado enquanto instituição pertencente à rede de

cuidados do SNS.

O ano de 2012 fica marcado pela consolidação de alguns procedimentos ao nível

institucional que, não sendo de prestação direta de cuidados de saúde,

caracterizam-se por ter um impacte relevante na vida dos utentes.

Neste âmbito as taxas moderadoras são sempre um tema sensível e, se por um

lado, 2012 foi o ano em que se estabilizou a cobrança centralizada no hospital,

por outro representou a adaptação institucional ao novo diploma jurídico que

regula esta matéria no SNS (Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de Novembro).

Especificamente respeitante aos doentes oncológicos, o IPO de Coimbra atribuiu

e continuará a atribuir a maior atenção à operacionalização da Circular

Normativa n.º 12/2012, da ACSS, de 30 de Janeiro, relativa à isenção e dispensa

do pagamento de taxas moderadoras no âmbito da doença oncológica. Além do

cumprimento organizacional do estipulado pela legislação referida, o IPO de

Coimbra terá sempre particular atenção na comunicação com os seus utentes

sobre esta matéria, nomeadamente no que respeita a isenções.

Diretamente relacionado com o atual enquadramento jurídico das taxas

moderadoras no SNS e com grande impacte a nível institucional com reflexo

direto nos utentes é o fortíssimo aumento dos pedidos de informação médica ou

de saúde (relatórios clínicos) realizados pelos doentes e necessários para a

realização de junta médica. No último relatório de gestão este aumento de

pedidos já tinha sido referido, na altura apenas com a comparação dos dois

primeiros meses de 2011/2012, e onde foi registado um aumento de 61%. Neste

relatório é já possível apresentar os números do ano completo, verificando-se

efetivamente um aumento muito significativo que se situou nos 49,7% (2798 em

2011 para 5570 em 2012). Fato assinalável e representativo do bom nível de

serviço prestado aos utentes é que, apesar do aumento expressivo de pedidos,

foi possível melhorar ligeiramente o tempo médio de espera por uma

informação de saúde para os 27,23 dias, quando em 2011 este se situou nos

27,68 dias.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

106

Foi no final de 2008 que o IPO de Coimbra iniciou a aceitação de pedidos de

consultas com origem nos Centros de Saúde através do Sistema Integrado de

Referenciação e de Gestão do Acesso à Primeira Consulta de Especialidade

Hospitalar nas Instituições do Serviço Nacional de Saúde, designado por Consulta

a Tempo e Horas (CTH). Este sistema veio promover a celeridade no acesso a

primeiras consultas de especialidade hospitalar pautada por regras que

garantem a transparência dos procedimentos e a responsabilização das

instituições do SNS. De igual modo, adota uma metodologia de referenciação, a

partir do processo clínico do utente, que assegura um acesso equitativo na

marcação da primeira consulta, respetiva realização, cuidados subsequentes e

retorno de informação ao médico assistente dos cuidados primários. O IPO de

Coimbra sempre entendeu como estratégico o CTH uma vez que considera

fundamental no relacionamento com os utentes a forma como se comunica e

quais os instrumentos existentes para que esta comunicação seja rápida e eficaz,

possibilitando a satisfação em tempo útil das necessidades de quem procura os

seus serviços.

Ano Total de pedidos

de P1 Tempo médio de avaliação do

pedido (em dias)

2010 3.440 3,3

2011 5.051 3,0

2012 5.506 3,8

Como se pode verificar pela tabela anterior, assiste-se a uma crescente utilização

deste sistema com claros ganhos para os utentes e unidades do sistema de

saúde. Nos últimos três anos o CTH adquiriu uma importância acrescida uma vez

que nos Objetivos de Qualidade e Eficiência no âmbito do Contrato Programa,

estão definidos objetivos relacionados com este sistema (tempo médio de

avaliação do pedido ou percentagem de consultas realizadas e registadas no CTH

no total de primeiras consultas).

Relativamente a outro projeto estratégico para a instituição, o Sistema de Gestão

de Transporte de Doentes (SGTD), foi já no final de 2012 que foi assinado o

contrato da aquisição deste software depois de ultrapassadas algumas

indefinições que envolveram a ARSC e a SPMS. Asseguradas as condições

necessárias foi possível iniciar a implementação do projeto que se prevê estar

operacional ainda no primeiro semestre de 2013.

II. GESTÃO HOTELEIRA

O Serviço de Gestão Hoteleira gere uma carteira de serviços destinados

fundamentalmente, no âmbito das diferentes áreas que o integram, a garantir a

satisfação das necessidades não clínicas do doente e a logística da instituição.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

107

A percepção da qualidade destes serviços pelo utente, está muito associada às

condições de conforto e bem-estar, factores que contribuem fortemente para os

respectivos níveis de satisfação.

O IPO de Coimbra, dispõe de um questionário de aplicação sistemática, que

permite auscultar vários parâmetros relacionados com a satisfação do utente,

entre os quais a respectiva opinião sobre a alimentação, disponibilização de

roupa hospitalar, higiene e limpeza e as instalações.

Os dados disponíveis que contam já com os dados correspondentes ao quarto

trimestre de 2012, revelam as seguintes taxas globais:

Alimentação: Mais de 74% dos 739 utentes internados que responderam ao

questionário, considerou a alimentação fornecida como boa e muito boa.

Roupa: Mais de 95 % dos 739 utentes internados que responderam ao

questionário, considerou a disponibilização de roupa como boa e muito boa.

Higiene e Limpeza: Mais de 89% dos 1652 utentes internados e em regime de

ambulatório que responderam ao questionário, considerou a higiene e limpeza

como boa e muito boa.

Instalações e Mobiliário: Mais de 74% dos 1652 utentes internados e em regime

de ambulatório que responderam ao questionário, considerou as instalações e o

mobiliário como bom e muito bom.

Comparativamente ao ano anterior verifica-se que estes indicadores ou

consolidam a taxa verificada naquele ano, como é o caso do item Roupa

Disponibilizada com 95% de utentes que consideram como boa e muito boa a

disponibilidade da roupa ou apresentam aumento percentual para a mesma

classificação de bom e muito bom, nomeadamente de 2% no item Higiene e

Limpeza e no item Instalações e Mobiliário. Apenas o item Alimentação teve uma

descida de 3% na classificação de bom e muito bom em relação ao ano passado.

No entanto, o Serviço de Alimentação e Dietética (SAD) continua a revelar um

excelente nível de qualidade apercebida mantendo um custo unitário de refeição

inferior ao custo estabelecido em Portaria para os refeitórios da Administração

Pública, circunstância que revela também um elevado nível de eficiência.

Em Novembro de 2012 a instituição passou a dispor de uma aplicação

informática destinada à prescrição de dietas. Esta aplicação constitui um passo

decisivo para a gestão uma vez que promove a eficiência dos recursos e também

a qualidade da prescrição.

A elaboração do “Manual de Dietas do IPO de Coimbra”, da autoria da Unidade

de Nutrição, veio contribuir para a referida qualidade da prescrição, uma vez que

reúne um leque de opções programadas, codificadas e tipificadas resultantes da

RELATÓRIO E CONTAS 2012

108

ponderação do conjunto das necessidades nutricionais dos doentes internados

na instituição.

A prescrição das dietas padronizadas é da responsabilidade das nutricionistas,

médicos e enfermeiros, que a elas podem aceder através da respectiva aplicação

informática e enviar por via electrónica o pedido de fornecimento à Cozinha.

Na elaboração deste Manual foram consideradas as linhas de orientação para a

elaboração de Manuais de Dietas da Associação Portuguesa dos Nutricionistas

(APN) e efectuada formação.

A formação sobre o Manual de Dietas esteve a cargo das nutricionistas e teve

como destinatários médicos e enfermeiros.

A formação continua, de resto, a ser uma aposta importante para as

colaboradoras do Serviço de Alimentação e Dietética que em 2012 receberam

285 horas de formação em matérias pertinentes ao desenvolvimento da sua

actividade.

A convicção da importância das boas práticas respeitantes às normas de higiene

e segurança alimentar, pelo impacto que podem exercer em termos de saúde

pública para os utilizadores do refeitório institucional, e na saúde/recuperação

dos doentes, tem constituído estímulo para o reforço da formação dos

colaboradores, bem como, no desenvolvimento do sistema de auto controlo

baseado nos princípios HACCP.

Estrutura de natureza essencialmente hoteleira, o Hotel de Doentes, apresenta

condições físicas e um conjunto de amenidades que potenciam os níveis de bem-

estar e satisfação dos respectivos utentes. Neste contexto, em 2012, os

utilizadores do Hotel puderam continuar a beneficiar das sessões de

dançaterapia, iniciadas em 2010 e, participar activamente na Festa de Natal dos

Doentes, numa demonstração púbica do resultado da aprendizagem dos vários

tipos de dança e respectivas coreografias. Iniciativas como esta visam ocupar os

tempos livres e estimular a interacção entre os doentes.

No âmbito da prestação de serviços contratualizados externamente a aposta tem

sido dirigida a um mais apertado controlo da relação preço/qualidade. Os

processos de negociação constituem espaço privilegiado para a motivação do

interlocutor como parceiro no desenvolvimento das estratégias internas. Neste

contexto, as empresas são convidadas a cumprir os critérios de qualidade

exigíveis, nomeadamente, ao nível da formação dos seus colaboradores. Acresce

referir ainda que têm vindo a ser desenvolvidos e melhorados os instrumentos

de controlo interno com vista à monitorização do cumprimento dos respectivos

contratos.

Nesta linha está a implementação de aplicação informática, iniciada em 2012, na

sequência do contrato para a prestação de serviços de gestão integrada de roupa

hospitalar que, associada à dotação de equipamento de pesagem mais

RELATÓRIO E CONTAS 2012

109

adequado, vai permitir melhorar o controlo da pesagem da roupa e respectiva

facturação.

Esta aplicação contém também funcionalidade que permite exercer um controlo

mais eficaz nos níveis contratualizados por serviço para a reposição de roupa

limpa.

Ao nível da gestão de resíduos verificou-se um importante decréscimo no

resíduo do Grupo IV resultante da melhoria do sistema de triagem dos Grupos III

e IV no Serviço de Oncologia Médica (Internamento), o maior produtor

institucional deste tipo de resíduo, contribuindo significativamente para a

redução em cerca de 8% dos custos globais da facturação face ao ano anterior.

Para 2013, e com o mesmo objectivo, perspectiva-se proceder à reavaliação da

triagem e contentorização de resíduos no Hospital de Dia.

III. AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

A atividade desenvolvida pelo IPO de Coimbra implica necessariamente a

dotação de meios materiais e humanos. Neste âmbito, atingem particular

importância as verbas despendidas na aquisição de bens e serviços.

De um volume global de aquisições de cerca de 24M€, dos quais 70% foram

gastos em consumíveis, destacam-se pelo seu peso, a compra de produtos

farmacêuticos e de consumo clínico, que só por si significam 47% do total das

aquisições institucionais.

Uma vez mais houve, neste grupo de produtos, um grande esforço negocial no

sentido de ser obtida uma melhoria das condições inicialmente propostas,

materializadas na redução dos seus preços unitários, nas ofertas em produto ou

na emissão de Notas de Crédito.

Em resultado dessas diligências foi possível obter ganhos da ordem dos

3.113.449 € (valor S/IVA), a que acresceram ainda, nalguns casos, descontos

financeiros.

Para redução dos custos associados à formalização das encomendas, continuou a

promover-se a desmaterialização de algumas fases do procedimento, mediante o

recurso à via electrónica, quer nas consultas ao mercado e à recepção de

propostas, quer na disponibilização das mesmas às Comissões de Escolha, bem

como no envio da própria Nota de Encomenda.

Esta metodologia irá ter continuidade em 2013, mediante o aumento previsto na

utilização da plataforma electrónica, de acordo com o preconizado pelo Decreto-

Lei 18/2008, de 29 de Janeiro, situação ainda mais recorrente na sequência das

alterações que o próprio CCP sofreu, nomeadamente na eliminação do regime de

RELATÓRIO E CONTAS 2012

110

excepção dos Hospitais EPE, obrigando assim o IPOC ao cumprimento integral do

mesmo.

Pelos valores envolvidos, continuou a merecer a melhor atenção a gestão dos

stocks, tendo sido dado continuidade ao esforço que vinha sendo feito na

redução das existências nos diversos armazéns. Os resultados têm sido muito

positivos, evidenciados sobretudo nos índices apurados no final do ano, de que

ressaltam o ligeiro aumento da ordem de grandeza da taxa de rotação dos

mesmos, diminuindo, deste modo, ligeiramente a taxa de cobertura.

De entre as diversas aquisições formalizadas ou iniciadas em 2012 destacam-se,

pelos valores envolvidos, o reforço das estações de trabalho da imagiologia, a

necessidade de se proceder à substituição Flat Panel do acelerador linear oncor2,

que se encontrava em fim de vida, a compra de equipamento para exames

gastrenterológicos, a remodelação do ar condicionado do Bloco Operatório, a

renovação tecnológica do Data Center, e a aquisição de um ecocardiógrafo.

Na área do software, formalizou-se a aquisição de uma aplicação destina a gerir

o transporte de doentes (SGT), concretizou-se a migração dos sistemas de gestão

de doentes, de informação clínica e dos Serviços Financeiros de ADS para SQL

Server, e procedeu-se à aquisição de uma solução modular integrada para as

áreas de farmácia, aprovisionamento e prescrição clínica.

Em 2010, na rubrica investimentos, foi deliberado adjudicar a instalação de uma

sala limpa, para preparação de citostáticos, investimento que se concretizou

apenas em 2012.

Assistiu-se, igualmente, a um esforço significativo na aquisição de diverso

equipamentos destinados a reforçar e modernizar tecnologicamente diversos

Serviços, de que se destaca um equipamento digital de raios X, cujo processo

será concluído em 2013.

No capítulo da aquisição de serviços, foram relevantes, nos contratos de

outsourcing, os prestados pelas empresas de limpeza, segurança e manutenção

de equipamentos e aquisição de serviços médicos, cujos encargos atingiram

cerca de 22% da despesa total processada.

Ainda em 2012, e com o objetivo de satisfazer necessidades identificadas em

vários Serviços, foram lançados os procedimentos destinados a adjudicar alguns

projetos de obras cuja conclusão se verificará em 2013.

IV. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

A renovação e melhoria dos sistemas de informação do IPO de Coimbra é a

característica marcante do ano de 2012, facto que será certamente atestado pela

Auditoria à Maturidade dos Sistemas de Informação das unidades hospitalares

RELATÓRIO E CONTAS 2012

111

do Sistema Nacional de Saúde, que decorreu na Instituição no dia 21 de

Fevereiro de 2013.

Relativamente aos sistemas centralizados, ficou assegurada, através do interface

clínico do SIGEHP, a ligação ao PDS (Portal de Dados da Saúde) e ao SICO

(Sistema de Informação dos Certificados de Óbito).

Relativamente aos sistemas internos, foram substituídas várias soluções

obsoletas por novos sistemas, com destaque para o sistema GHAF, nas áreas do

aprovisionamento e farmácia e para o novo sistema Synapse CWM, no

departamento de imagiologia. Foram abrangidas novas áreas através do sistema

SGTD, para a gestão do transporte de doentes e de um módulo para os SIE.

Foram identificadas no mercado soluções ajustadas às novas necessidades de

gestão, uma solução nova para gestão documental e novas soluções para o

laboratório de anatomia patológica e o laboratório de patologia clínica, ainda

com módulos obsoletos do SIGEHP.

A par da renovação dos sistemas referidos, foram também consolidadas as

restantes soluções que estão em exploração. A migração de vários módulos do

sistema SIGEHP para uma plataforma SQL prosseguiu, com a consequente

actualização de vários integradores de dados. O sistema GMP, em piloto nos

grupos de estomatologia e gastro, está em condições de estender-se a outros

grupos. Foram instaladas, em articulação com a SPMS, actualizações dos

sistemas SIGLIC, SAPE, WebGDH e Alert.

Área de Aplicações

O sistema GHAF (Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia), que inclui módulos

de concursos, compras, armazéns, inventário e uma solução de imobilizado, veio

substituir os módulos do SIGEHP da área de aprovisionamento, garantindo a

integração de dados para as aplicações dos serviços financeiros. Este sistema

GHAF inclui também uma solução de gestão integrada de todo o circuito do

medicamento, desde a prescrição electrónica, de interface semelhante tanto

para a prescrição para o internamento como para o ambulatório interno e

externo, até à administração ao doente, dispondo ainda de uma solução para a

prescrição electrónica de dietas hospitalares, com ligação à cozinha da instituição

e posterior distribuição e processamento.

No departamento de imagiologia, o sistema Synapse CWM, com o RIS e o PACS

de um único fornecedor, entrou em exploração, ultrapassando as dificuldades de

integração que ocorriam na solução anterior com fornecedores diferentes, e

disponibiliza várias novas facilidades como a de requisição de exames on-line e a

utilização alargada da transcrição voz-texto.

O sistema GMP, o sistema de apoio e monitorização de decisões clínicas, foi

sendo melhorado e encontra-se maduro para ser alargado dos dois GMP piloto

RELATÓRIO E CONTAS 2012

112

aos restantes 9 GMP da instituição, com algumas adaptações resultantes das

restrições ao nível dos secretariados clínicos.

A ligação à Plataforma de Dados da Saúde (PDS) é assegurada pelo interface

clínico do SIGEHP, permitindo aos profissionais acederem a dados externos à

instituição relativos a utentes e permite também preencher a lista de verificação

de Cirurgia Segura. Também através do interface clínico do SIGEHP é acedido o

sistema SICO.

Área dos centros de dados, servidores, redes e comunicações

Na área dos centros de dados, servidores, redes e comunicações há a destacar

diversas actividades.

Criação de um novo nó de hypervisor na infraestrutura de Hyper-V para alojar

arquitecturas multi-servidor mais complexas como é o caso da infraestrutura

ST+I e CWM da Fujifilm. Ligação de todos os nós de Hyper-V a storage

centralizado que permite fazer failover em caso de avaria de hardware.

Criação de um sistema Enterprise de backups centralizado com exportação de

dados para storage de deduplicação com elevada capacidade de compressão de

dados e Instalação e respectiva parametrização dos agentes para elevada

performance.

Actualização de uma parte da infraestrutura de rede para Gigabit de modo a que

equipamentos de alto throughput possam ser usados sem limitações de largura

de banda entre datacenters e equipamentos com que troquem dados.

Actualização e afinação das políticas de anti-virus e de activedirectory do novo

domínio IPOC.

Levantamento exaustivo no parque informático, da estrutura de servidores,

estrutura de rede e serviços informáticos ao abrigo do projecto Eagle.

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Na área das aplicações, a par da contínua consolidação dos sistemas em

exploração, são vários os novos objectivos que se colocam no futuro próximo. O

alargamento do GMP a todos os grupos multidisciplinares. A actualização da

nova versão de PACS da Fujifilm para um sistema de nova geração que comporte

todas as funcionalidades e exigências actuais, como modalidades externas à

Imagiologia, tecnologias 3D e aproveitamento das arquitecturas 64 bits dos

sistemas actuais. A utilização plena do sistema SGTD de gestão do transporte de

doentes. A implementação da solução de gestão documental a adquirir. A

implementação das novas soluções do laboratório de anatomia patológica e do

laboratório de patologia clínica que vierem a ser adquiridas com a garantia da

migração do histórico de duas dezenas de anos. A substituição do actual módulo

de gestão de recursos humanos pela solução da SPMS. A ligação do sistema de

RELATÓRIO E CONTAS 2012

113

informação do IPOC à segunda e terceira fase do PDS enriquecendo o PDS com

dados relativos aos episódios dos doentes do IPO Coimbra, nomeadamente dos

constantes das certidões de alta.

Na área dos centros de dados, servidores, redes e comunicações prosseguirá o

trabalho de consolidação de migração a nível da nova floresta de activedirectory.

Continuará o trabalho de migração de estrutura de rede para Gigabit. Proceder-

se-á à aquisição, instalação e configuração de um sistema de backups de alta

capacidade para guardar uma cópia das imagens do PACS que se encontra

actualmente fora do plano de backups devido ao seu tamanho. Será feita a

ampliação e o balanceamento da infraestrutura virtual para as novas

necessidades e para comportar melhor as políticas de DisasterRecovery

associadas à natural evolução dos sistemas.

No próximo ano será dada especial atenção à elaboração de planos de formação

para os colaboradores do SGSI, nomeadamente na área de redes TCP/IP e

serviços de rede Microsoft, Windows Server 2012, storage management, gestão

de bases de dados e ambientes virtuais. Além da compreensível renovação

tecnológica necessária para este tipo de funções, novas competências técnicas

irão ser necessárias no âmbito do plano de racionalização das tecnologias de

informação e comunicação do Ministério da Saúde.

Mas a grande expectativa da evolução dos sistemas de informação do IPO

Coimbra está focada na próxima adopção do SONHOv2, que integra o SONHO

"modernizado" com o SAM e o SAPE numa única plataforma. Atendendo a uma

informação recente da SPMS - "não teremos condições de iniciar trabalho

contínuo convosco antes de Outubro, mas estaremos obviamente disponíveis

para até lá ir avaliando as necessidades de infraestrutura e agilizar a respetiva

aquisição, efetuar o levantamento das necessidades de integração e de

formação" - esperamos que o SONHOv2 seja uma realidade no IPO de Coimbra

em 2014.

V. RECURSOS HUMANOS

O IPO de Coimbra dispunha, em 31 de Dezembro de 2012, de 929 colaboradores efetivos, o que representou uma redução de 1,3% relativamente a igual período do ano anterior. Destes, 79% são do sexo feminino, e a média etária é de 40,9 anos. Deste universo, 51,3% dos colaboradores desempenhavam funções em regime de contrato individual de trabalho, ou seja mais 1,3% do que no ano anterior.

Quanto à distribuição de efectivos pelos diversos grupos profissionais, 56% dos colaboradores pertenciam, em 31 de dezembro de 2012, aos grupos de pessoal médico, de enfermagem, técnico superior de saúde e técnico de diagnóstico e terapêutica. E se tomarmos ainda em consideração o grupo do pessoal auxiliar, é de 83% o contingente de efectivos mais directamente envolvidos na prestação

RELATÓRIO E CONTAS 2012

114

de cuidados de saúde, percentagem superior à que se verificava no período homólogo.

Do ponto de vista da gestão de recursos humanos, o ano de 2012 foi marcado pelo agravamento de medidas de contração da despesa tomadas no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira. Assim, a Lei do Orçamento de Estado para o ano de 2012 manteve os cortes remuneratórios que tinham sido implementados no ano anterior, de carácter gradual e progressivo, que atingiram todas as remunerações superiores a €1.500, e que englobaram não apenas os salários, mas todo o tipo de suplementos remuneratórios, nomeadamente os devidos pela prestação de trabalho noturno e extraordinário. Além disso forma suprimidos, total ou parcialmente, os subsídios de férias e de natal. No IPO de Coimbra, que é, como a generalidade das instituições prestadoras de cuidados de saúde, uma organização de trabalho altamente diferenciado, os cortes remuneratórios abrangeram, no mês de dezembro de 2012, 381 colaboradores, o que representa 41% de todos os colaboradores que tiveram remuneração no referido período. Quanto à supressão de subsídios, 58% dos colaboradores viram os subsídios de férias e de Natal totalmente suprimidos, e 18% tiveram esses subsídios parcialmente suprimidos.

Para além desta medida, foi ainda reforçada, através de Despacho do Secretário de Estado da Saúde publicado no mês de fevereiro, a obrigatoriedade de redução dos custos com trabalho extraordinário, em 20% e 30% relativamente a 2011 e 2010, respetivamente. Apesar de o IPO de Coimbra, em razão da natureza da sua atividade, recorrer de forma muito controlada à prestação de trabalho extraordinário por parte dos seus colaboradores, a redução dos custos respetivos foi superior a 8% relativamente ao ano anterior. O peso dos custos com trabalho extraordinário é de 8,29% relativamente à massa salarial.

Para além da contração salarial, o exercício de 2012 viu agravados os constrangimento à contratação mantendo-se em vigor o Despacho Conjunto dos Ministérios das Finanças e da Saúde n.º 12083, de 7 de Setembro, que veio obrigar os hospitais EPE a submeter a apresentação prévia ao Ministro da Saúde a celebração ou a renovação de todos os contratos de trabalho e de prestação de serviços de profissionais de saúde, sendo a sua contratação apenas possível após obtenção de despacho de concordância. É importante referir que entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012 foi solicitada autorização para a contratação de 8 médicos (nomeadamente de especialidades em que o IPO de Coimbra é muito carente, como Hematologia Clínica, em que não tem nenhum especialista, Anatomia Patológica ou Endocrinologia), e nenhuma foi deferida.

Assim, o número de novas contratações de pessoal em 2012 foi bastante reduzido e ficou aquém das necessidades do IPO de Coimbra. De todo o modo, procedeu-se à contratação de um médico assistente de otorrinolaringologia e iniciaram a formação pós-graduada da especialidade, 8 novos médicos internos. Foram ainda contratados 5 enfermeiros, 3 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 5 auxiliares.

No entanto, o IPO de Coimbra viu reconhecidas algumas das suas carências mais urgentes em termos de pessoal médico, sendo-lhe atribuídas vagas carenciadas no programa de colocação de médicos recém-formados que o Ministério da Saúde promoveu através da publicação de despachos autorizadores da abertura de procedimentos concursais para o seu preenchimento. Num primeiro

RELATÓRIO E CONTAS 2012

115

momento foi atribuída apenas uma vaga carenciada em Cirurgia Maxilo-facial, cujo procedimento concursal ficou deserto. Em dezembro, foram atribuídas mais cinco vagas (Anatomia Patológica, Cirurgia Maxilo-facial, Hematologia Clínica, Oncologia Médica e patologia Clínica), cujos procedimentos concursais foram concluídos ao longo do primeiro trimestre de 2013, prevendo-se para breve o início de funções dos candidatos selecionados. Já em 2013 foram atribuídas ao IPO de Coimbra mais 6 vagas carenciadas (2 de Anatomia Patológica, 2 de Cirurgia Geral, Endocrinologia e Hematologia Clínica) cujos procedimentos concursais estão já a decorrer.

Dado que a obrigatoriedade de redução da despesa com trabalho extraordinário se mantém para o exercício de 2013, e sem prejuízo do esforço de contenção e da atenção a todas as oportunidades que surjam de obter mais ganhos de eficiência, dificilmente o IPO de Coimbra conseguirá alcançar as referidas metas, uma vez que não dispõe de serviço de urgência aberto ao exterior, e assim sendo, e tirando casos pontuais decorrentes de necessidades imprevistas, a quase totalidade do trabalho extraordinário realizado prende-se, de forma exclusiva e programada, com a disponibilização dos recursos mínimos destinados a garantir a cobertura de cuidados aos doentes internados – urgência interna. Com efeito, o IPO de Coimbra escala, em regime de presença física, e apenas nos períodos horários em que não há médicos em funções no âmbito do horário normal de funcionamento dos serviços, dois médicos, um Cirurgião e um Internista / Oncologista. Como se compreende não há forma de reduzir esta cobertura de modo a acomodar uma redução percentual como a estipulada, que não passe pela supressão pura e simples da cobertura médica aos doentes internados, com a gravidade dos riscos daí decorrentes. Para além destes dois médicos em presença física, é ainda programada a cobertura em regime de prevenção das especialidades consideradas críticas para assegurar a cobertura de cuidados, sendo que, também neste caso, apenas um médico da respetiva especialidade integra a referida escala.

Ainda relacionado com esta matéria, importa referir que a Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro, que aprovou o Orçamento de Estado para 2013, definiu, no artigo 74º, alterações à tabela prevista no nº2 do artigo 1º do Decreto-Lei n.º 62/79, de 30 de março, assumindo que essa tabela vigora para todos os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde, independentemente da natureza jurídica da relação de emprego.

VI. ATIVIDADE ASSISTENCIAL

A) CONTRATO PROGRAMA

Num ano especialmente exigente de contenção da despesa pública, em geral, e

da despesa do SNS, em particular, a contratualização com os Hospitais prorrogou

para 2012 o Contrato-Programa 2007-2009, mantendo na generalidade os seus

pressupostos e metodologia mas modificando os preços. Essencialmente, as

alterações decorrentes do acordo modificativo para 2012 traduziram-se, numa

diminuição de 8% nos preços unitários das várias linhas de produção, na

RELATÓRIO E CONTAS 2012

116

assunção por parte do hospital da responsabilidade financeira decorrente das

intervenções cirúrgicas realizadas por terceiros e no plafonamento dos proveitos

provenientes do Contrato programa ao valor global do acordo assinado.

Em termos globais, a atividade assistencial de 2012 caracterizou-se pela

estabilidade face aos resultados que o IPO de Coimbra tem vindo a conseguir ao

longo dos últimos anos. Assegurou-se uma produção de cuidados de saúde capaz

de corresponder quer às necessidades das populações, quer ao compromisso

firmado em sede de Contrato Programa.

Contrato Programa de 2012Preço

UnitarioICM

Quantidade

Contratada

Valor da Produção

Contratada

%

Execução

Consultas Externas

Primeiras 121,1 1 21.000,0 2.542.470 96%

Seguintes 110,07 1 83.000,0 9.135.810 101%

Internamento

GDHs Médicos 2.116,4 1,088 3.045,0 7.011.449 98%

GDHs Cirúrgicos 2.116,4 1,3528 2.901,0 8.305.636 111%

Ambulatório

GDHs Médicos 2.116,4 0,1395 50.000,0 14.761.681 100%

GDHs Cirúrgicos 2.116,4 0,6083 1.863,0 2.398.404 95%

Lar de Doentes

Dias de Estadia 69,75 1 10.000,0 697.500 101%

Total da Produção 44.852.950

Valor Faturado %

Total produção 44.487.867 99%

Medicamentos 120.000 92%

Internos 85.017 100%

Valor da Produção Contratada 44.692.884 99%

Incentivos 1.840.777 97%

Valor Total do Contrato 46.533.661 99%

Em termos da execução do contrato SNS, embora ainda não haja dados finais, constatamos que 2012 foi mais um ano em que a maioria das linhas de produção viu os objectivos traçados praticamente alcançados ou mesmo ultrapassados, conforme se pode aferir no quadro acima apresentado.

Para além de cumprir as metas de produção, tem também procurado fazê-lo com

qualidade e eficiência tal como se demonstra pelo quadro dos objectivos de

qualidade e eficiência com os quais se comprometeu.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

117

Objetivos de Qualidade e Eficiência 2012

Indicador Ponderação Objectivo Cumprimento

A. AcessoA.1 Percentagem das primeiras consultas no total de consultas médicas (%) 3,0% 17,10 SIM

A.2 Permilagem de doentes sinalizados para a RNCCI, até 5 dias, no total de doentes saídos, nas especialidades de Cuidados Paliativos, Ginecologia, Oncologia Médica e Radioterapia-Braquiterapia (‰)

3,0% 9,5 NÃO

A.3 Percentagem de consultas realizadas e registadas no CTH no total de 1as consultas (%)

3,0% 16,15 SIM

A.4 Percentagem de doentes cirurgicos tratados em tempo adequado (%) 3,0% 85,5 SIM

A.5 Percentagem de utentes referenciados para consulta externa atendidos em tempo adequado (%)

3,0% 92,15 SIM

B. Desempenho Assistencial 15,0%B.1 Demora média (dias) 5,9% 7,77 SIM

B.2 Percentagem de doentes saídos com duração de internamento acima do limiar máximo (%)

3,5% 2,1 SIM

B.3 Percentagem de reinternamentos em 30 dias (%) 3,5% 26,25 SIM

B.5 Percentagem de cirurgias realizadas em ambulatório no total de cirurgias programadas (GDH) (%)

3,5% 35,15 NÃO

B.6 Percentagem de consumo de embalagens de medicamentos genéricos, no total de embalagens de medicamentos (%)

3,6% 29,45 SIM

C. Desempenho Económico/Financeiro 20,0%

C.1 Percentagem dos custos com pessoal ajustados no total de proveitos operacionais (%)

3,0% 47,91 SIM

C.2 Percentagem dos custos com horas extraordinárias, suplementos e FSE (seleccionados), no total de custos com pessoal (%)

3,0% 12,82 SIM

C.3 Percentagem de proveitos operacionais extra contrato-programa, no total de proveitos (operacionais) (%)

3,0% 4,22 SIM

C.4 EBITDA (€) 3,0% 1.765.968 SIMC.5 Acréscimo de Dívida Vencida (€) 3,0% 0 SIM

Objectivos Regionais 15,0%F.1 Variação de custos com MCDT externalizados (%) (1) 16,6% -6,71 NÃOF.2 Variação de custos com Medicamentos (%) (2) 16,7% 3,2 SIM

F.4 Tempo máximo admissível para preenchimento dos ficheiros de acompanhamento no SICA (dias)

16,7% Sim SIM

B) ACESSO

O IPO de Coimbra, enquanto instituição hospitalar de referência no tratamento

da doença oncológica, oferece e promove o acesso aos cidadãos da sua área

directa de influência, cumprindo o preconizado na Carta dos Direitos de Acesso

aos Cuidados de Saúde, Lei n.º 41/2007, de 24 de Agosto.

Tem procurado dar resposta a todos os pedidos, processados através da

plataforma “CTH” ou por outras vias, desde que baseados em critérios válidos de

referenciação para uma instituição hospitalar especializada no tratamento da

patologia oncológica e se encontrem no âmbito das especialidades

disponibilizadas.

A existência de uma ferramenta como o CTH, tem permitido de uma forma mais

ágil e com maior clareza de ação, proporcionar aos cidadãos um acesso mais

célere a cuidados especializados, variável primordial no tratamento da doença

oncológica. No entanto, continua sem enviar para o “software” hospitalar, a

RELATÓRIO E CONTAS 2012

118

prioridade atribuída a cada pedido de consulta inviabilizando a eficaz

monotorização do seu grau de urgência.

Apesar da existência de algumas especialidades com maior dificuldade de

resposta, nomeadamente Urologia, tem vindo a conseguir-se progressos

significativos quer em termos de avaliação dos pedidos quer em termos de

diminuição da espera, com cumprimento dos prazos legais.

Nível de acesso e tipo de cuidados

TMRG TGR da entidade TMR do IPOC 2012

Primeira consulta de especialidade hospitalar referenciada pelos centros de saúde

De realização “muito prioritária” de acordo com a avaliação em triagem hospitalar

30 (trinta) dias a partir do registo do pedido da consulta no sistema informático CTH pelo médico assistente do centro de saúde

7 ou 30 dias a partir do registo no CTH, consoante a patologia (oncológica ou

não) 8,7 Dias

De realização “prioritária” de acordo com a avaliação em triagem hospitalar

60 (sessenta) dias a partir do registo do pedido da consulta no sistema informático CTH pelo médico assistente do centro de saúde

15 ou 60 dias a partir do registo no CTH, consoante a patologia (oncológica ou

não) 14,5 Dias

De realização com prioridade “normal” de acordo com a avaliação em triagem hospitalar

150 (cento e cinquenta) dias a partir do registo do pedido da consulta no

sistema informático CTH pelo médico assistente do

centro de saúde

30 ou 150 dias a partir do registo no CTH, consoante a patologia (oncológica ou

não) 27,6 Dias

Com o objetivo de garantir um sistema integrado e universal de registo e de

gestão do acesso às primeiras consultas de especialidade hospitalar no SNS, a

portaria 615/2008 de 4 de Julho no seu ponto 11 e mais recentemente a portaria

nº 95/2013 de 4 de Março preconizam o alargamento do CTH à referenciação

por via informática dos pedidos com origem em outros hospitais e ou outros

serviços internos o que até à data ainda não aconteceu provocando

constrangimentos internos no planeamento das consultas dado que umas

chegam via informática e outras, a grande maioria chega ainda via papel.

Outro projeto nacional, essencial para a acessibilidade, tem sido o Sistema

Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), o qual visa garantir aos

beneficiários do SNS a igualdade no acesso ao tratamento cirúrgico programado

dentro de tempos máximos - por prioridade e patologia, servindo-se para o

efeito de instrumentos de avaliação e controlo de toda a actividade cirúrgica

realizada a nível nacional. Os tempos de resposta por prioridade foram efetuados

de acordo com as metas acordadas tal como se verifica no quadro infra e que já

analisámos anteriormente com mais pormenor.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

119

TR da entidade

Ano 2012

15 horas

5 dias

31 dias

39 diasPrioridade “de nível 1” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

270 (duzentos e setenta)

dias após a indicação

clínica

60 ou 270 dias

consoante a patologia

(oncológica ou não)

15 (quinze) dias após a

indicação clínica

Prioridade “de nível 3” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

Nível de acesso

e tipo de cuidadosTMRG TGR da entidade

15 dias

Prioridade “de nível 2” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

60 (sessenta) dias após a

indicação clínica

45 ou 60 dias consoante

a patologia (oncológica

ou não)

Cirurgia programada

Prioridade “de nível 4” de acordo com a avaliação da

especialidade hospitalar

72 (setenta e duas) horas

após a indicação clínica72 horas

Tempos máximos de resposta garantidos (TMRG)

C) CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA

A contratualização interna tem assumido ao longo dos últimos anos um papel

importante de suporte à prossecução da estratégia, com reflexos efetivos no

bom desempenho institucional e consequentemente no cumprimento dos

objectivos definidos.

A aposta tem sido no desdobramento interno do contrato programa e num

estreito acompanhamento da respectiva execução, onde a ferramenta de análise

específica – Indicador Global de Eficiência (IGE), conjuga aspectos financeiros e

não financeiros, permitindo desta forma a ligação com a missão e estratégia

institucional – satisfação máxima dos clientes (utentes do SNS) e com uma

melhor utilização dos recursos.

Os objetivos definidos para 2012 forem os constantes do quadro seguinte,

dependendo das características dos serviços.

Objetivos de Produção Objetivos de Qualidade e eficiência

Nº Doentes SaídosTempo médio de avaliação do pedido de marcação de consulta no

ALERTP1*

Demora média Indice case mix

Nº de Cirurgias de Ambulatório %Cumprimento do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG)

Nº de Cirurgias Programadas para BO Taxa de Ocupação do Bloco (Tempo Cirúrgico)

Nº de Gdhs Médicos de Ambulatório Custo por doente padrão

Nº de Consultas Externas% de doentes saidos com duração de internamento acima do limiar

máximo

% de Primeiras Consultas % de reinternamentos em 30 dias

Nº de Diarias de Lar% de cirurgias realizads em ambulatório(GDH) no total de Cirurgias

programadas(GDH)

Nº de Exames Ponderados % Embalagens de Genéricos Prescritos

O estabelecimento de “metas”, e a assunção destas pelos serviços, permite no

seu todo, que o IGE seja, por um lado, um instrumento de “navegação” para o

serviço e, por outro, uma medida que permite estabelecer um “ranking” do

cumprimento dos objectivos traçados. Da leitura deste “ranking”, observa-se que

RELATÓRIO E CONTAS 2012

120

29 % dos serviços ultrapassaram os objetivos contratualizados e 72% situaram-se

acima dos 90% de cumprimento.

Indicador Global de Eficiência (IGE)

Serviço 2012 Serviço 2012

Gastrenterologia 106% Medicina Nuclear 93%

Dermatologia 106% Oncologia Médica 93%

Estomatologia 105% Ginecologia 92%

ORL 101% Cirurgia Cabeça e Pescoço 89%

Endocrinologia 98% Cirurgia 87%

Medicina/Cuidados Paliativos 97% Urologia 86%

Radioterapia 95% Pneumologia 82%

D) ATIVIDADE ASSISTENCIAL

Procedendo a uma breve análise às diversas linhas de produção verificamos que

após um aumento muito acentuado durante o ano de 2011, em 2012, a

produção diminuiu ligeiramente pela quebra da procura por parte de novos

doentes. O aumento das taxas moderadoras e a mudança na política de

transportes não deverão ser alheios à redução de 3% verificada na inscrição de

novos doentes.

2010 2011 2012 Var.

2012/2010 Var.

2012/2011

Novos Doentes 7.615 8.450 8.209 8% -3% Consultas Externas

Nº de Consultas médicas 128.390 130.451 128.583 0% -1% % Primeiras consultas 17,6% 18,0% 17,0% -4% -6% Consultas outros profissionais 2.423 3.864 3.669 51% -5% % Embalagens genéricos prescritos 18% 29% 33% 79% 13%

Internamento Doentes Saídos 6.556 6.663 6.631 1% 0% Demora Média 7,05 7,37 7,53 7% 2% Taxa de Ocupação 68% 73% 73% 7% 0% Índice-Case-Mix 1,22 1,25 1,26 3% 1% % GDH Cirúrgicos 48% 48% 54% 13% 12%

Cirurgias Cirurgias Convencionais 3276 3305 3345 2% 1% Cirurgias Ambulatórias 2.059 1.862 1.774 -14% -5% % Cirur. Amb. No Total de Cirurgias 39% 36% 35% -10% -4%

Nº de doentes em Lista 624 784 678 9% -14%

Tratamentos Radioterapia Externa 38.563 42.471 42.195 9% -1% Braquiterapia 351 353 493 40% 40% Quimioterapia ambulatória 13.685 14.344 14.128 3% -2%

Assegurar uma utilização mais racional e eficiente dos recursos disponíveis, sem

prejuízo da garantia de acesso efetivo dos cidadãos, com elevada qualidade, aos

RELATÓRIO E CONTAS 2012

121

cuidados de saúde que os seus estados clínicos exigem, constitui um dos

objetivos fundamentais de uma política de saúde que vise assegurar o direito à

proteção da saúde.

Sendo o doente-padrão, uma medida de actividade hospitalar global que reflecte

em doentes equivalentes, de internamento cirúrgico, toda a atividade do

hospital, pode-se concluir que a produção total do IPO de Coimbra em 2012, a

preços do Contrato Programa 2012, teve um acréscimo de 1,7% relativamente a

2010 e uma diminuição de 1,1% em relação a 2011. Analisando o indicador custo

por doente padrão que espelha a relação da produção medida em doentes-

padrão com os custos operacionais verifica-se ao longo do triénio, uma

diminuição acentuada representando uma variação de -12,7 % relativa a 2009 e

de -1,6% em relação ao período homólogo, já incluído o efeito do subsídio de

férias, o que se traduz numa maior eficiência na gestão dos recursos.

3.228,17 €

3.053,60 €

2.861,05 €2.816,23 €

15.906

17.207

17.50617.721

2.600,00

2.700,00

2.800,00

2.900,00

3.000,00

3.100,00

3.200,00

3.300,00

2009 2010 2011 2012

14500

15000

15500

16000

16500

17000

17500

18000

Custo Operacional - Doente Padrão Doentes Padrão

Analisando o indicador custo por doente padrão que espelha a relação da

produção medida em doentes-padrão com os custos operacionais pode-se

concluir que ao longo do período, houve uma diminuição acentuada no custo por

doente-padrão representando uma variação de -12,7% relativa a 2009 e de -1,5%

em relação ao período homólogo, traduzindo uma maior eficiência na gestão dos

recursos.

VII. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA

A) DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO

O desempenho económico-financeiro do IPO de Coimbra no ano 2012 foi

francamente positivo, não obstante ter ficado aquém das expectativas pelo facto

de termos de considerar as estimativas dos custos com subsídio de férias a pagar

RELATÓRIO E CONTAS 2012

122

em 2013, mas cujos efeitos contabilísticos têm impacto no exercício de 2012.

Mesmo com o efeito da respectiva contabilização, que rondou os 1,6 milhões de

euros, os resultados não sofreram alterações significativas face a 2011.

Assim, apresentamos um valor de EBITDA positivo e suficiente para prosseguir

uma política de renovação dos investimentos e dotar o Instituto de meios

tecnológicos adequados ao diagnóstico e tratamento do doente oncológico.

-0,3

0,6

-0,4

0,00,6

-1,8

3,4

4,4

3,2

4,33,6

1,1

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Milh

ões

de E

uros

Resultado Operacional EBITDA

Para demonstrar a origem dos resultados apresentamos indicadores de

desempenho e de atividade que justificam claramente a tendência acima

evidenciada. No gráfico abaixo está patente a redução dos proveitos

operacionais face a 2010 em 4,3 MEuros equivalente a uma redução de 8,1% no

valor facturado, estando na sua origem uma diminuição de 8% dos preços de

referência do contrato-programa, tendo a produção aumentado. Paralelamente

os custos operacionais diminuíram no mesmo período em 3,1 M€.

48,9

50,4

53,251,9

49,3

52,5

50,751,3

45,647,0

48,747,6

2009 2010 2011 2012

Milh

ões

de E

uros

Proveitos operacionais

Custos operacionais

Cash-Costs Totais

No entanto, apesar de considerarmos encargos inicialmente não previstos,

melhorámos o nosso objetivo major para 2012 - “Melhorar a eficiência

operacional” – tendo sido possível atingir essa meta conseguindo mesmo um

RELATÓRIO E CONTAS 2012

123

desempenho bastante positivo com o custo unitário por doente padrão a ser

reduzido em 1,5 % face a 2011.

15.906

17.207

17.721 17.506

2009 2010 2011 2012

em Q

uant

idad

es

Doentes Padrão

2.816,2 €2.861,0 €

3.053,6 €3.228,2 €

2009 2010 2011 2012

em E

uros

Custo Operacional - Doente Padrão

Considerando o cumprimento do objetivo de melhorar a eficiência técnica do

Hospital num contexto de conjuntura económica difícil, somos da opinião que os

indicadores apresentados demonstram claramente o esforço do IPO de Coimbra

em estar alinhado com uma política de sustentabilidade das Instituições do

Serviço Nacional de Saúde. Em síntese, apresentamos no quadro abaixo a

evolução das principais rubrica de proveitos e custos do último triénio:

Desempenho Económico-Financeiro (Euros)

2009 2010 2011 2012 12/09

Volume de Actividade 50.648.919 52.290.006 49.779.171 48.332.493 -4,6%

Proveitos operacionais 51.915.806 53.169.430 50.386.606 48.914.403 -5,8%

Custos operacionais 51.347.325 52.543.240 50.700.581 49.301.004 -4,0%

Cash-Costs Totais 47.634.669 48.748.184 47.002.512 45.640.851 -4,2%

VAB cf 28.544.233 29.335.172 26.253.744 26.490.132 -7,2%

2009 2010 2011 2012 12/09

Custos com matérias consumidas 16.301.167 16.938.453 16.657.248 15.427.830 -5,4%

Custos com pessoal 25.529.983 25.793.350 23.477.086 23.798.490 -6,8%

Fornecimentos e serviços externos 5.803.520 6.016.381 6.868.179 6.414.532 10,5%

Cash-costs totais 47.634.669 48.748.184 47.002.512 45.640.851 -4,2%

B) SITUAÇÃO PATRIMONIAL E ESTRUTURA FINANCEIRA

De acordo com os valores referentes ao exercício de 2012, podemos afirmar que

a estratégia do IPO de Coimbra tem saído reforçada ao longo dos últimos anos. A

Posição Financeira da Instituição tem sido consolidada apresentando Indicadores

Patrimoniais francamente positivos.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

124

Situação Patrimonial e Estrutura Financeira (Euros)

Estrutura do Balanço 2009 2010 2011 2012 12/09

Activo 91.493.863 92.311.997 90.039.062 91.823.175 0,4%Imobilizado Bruto 81.842.643 82.918.899 92.996.955 94.424.527 15,4%

Amortizações Acumuladas -32.913.012 -36.142.047 -38.108.482 -41.346.788 25,6%

Circulante 38.982.137 41.891.685 31.331.748 32.757.748 -16,0%

Acréscimos e Diferimentos 3.582.095 3.643.460 3.818.841 5.987.688 67,2%

Capital Próprio e Passivo 91.493.863 92.311.997 90.039.062 91.823.175 0,4%

Capital Próprio 61.016.981 64.202.965 65.529.243 67.821.454 11,2%

Passivo 4.925.074 4.401.870 3.919.356 3.052.777 -38,0%

Acréscimos e Diferimentos 25.551.808 23.707.162 20.590.464 20.948.944 -18,0%

Indicadores da SituaçãoPatrimonial

2009 2010 2011 2012 12/09

Grau de solvabilidade 12,39 14,59 16,72 22,22 79,3%

Autonomia financeira (em %) 67 70 73 74 10,8%

Liquidez 7,92 9,52 7,99 10,73 35,6%

C) PRINCIPAIS VARIAÇÕES NOS CUSTOS

Evolução Custos Operacionais

15,416,716,916,3

23,8025,79

23,4825,53

6,416,876,025,80

2009 2010 2011 2012

Milh

ões

de e

uros

Custos com matérias consumidas

Custos com pessoal

Fornecimentos e serviçosexternos

i. CUSTOS COM MATERIAIS CONSUMIDOS

Os materiais consumidos diminuíram 7,4% face a 2011, correspondendo a uma

taxa de execução orçamental de 90,2% com um desvio positivo de 1,6 MEuros.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

125

DEZEMBRO - 2012 Ano:2011 Orçamento Dez-11 Dez-12Variação

2012-2011

CONSUMOS 16.657.248 17.096.899 16.657.248 15.427.830 -7,4%

Mercadorias 160 6.000 160 0 -100,0%

Medicamentos 10.925.396 11.275.453 10.925.396 9.877.234 -9,6%

Reagentes produt.diagno.rapido 1.708.753 1.706.235 1.708.753 1.481.984 -13,3%

Outros produtos farmaceuticos 89.987 128.479 89.987 82.337 -8,5%

Material de consumo clínico 2.766.823 2.802.331 2.766.823 2.735.474 -1,1%

Produtos alimentares 336.578 336.578 336.578 332.876 -1,1%

Material de consumo hoteleiro 236.963 236.963 236.963 247.349 4,4%

Material de consumo administrativo 183.559 183.559 183.559 163.781 -10,8%

Material de manutenção e conservação 409.029 421.300 409.029 506.794 23,9%

Para o desempenho na rubrica contribuiu de forma bastante determinante a

negociação centralizada pelo Ministério da Saúde com a Apifarma, cujos efeitos

em 2012 foram de 505.230,05 €. Não obstante, o IPO de Coimbra também

beneficiou de condições vantajosas nas suas aquisições, dos quais uma parte

teve apenas impacto em proveitos financeiros (descontos financeiros) e outra

em descontos comerciais.

2011 2012

1Desconto obtido no âmbito do processo de regularização de dívidas de 1500 milhões de euros, levado a cabo em 2012

-

2Desconto financeiro obtido resultante de outros acordos fora do PRD)

- 398.808,17 - 353.117,92

3 Rappel (rappel obtido) - 393.616,54 - 337.848,19

4 Outros descontos de natureza comercial - 1.384,26 - 10.272,18

5Créditos obtidos no âmbito do acordo com a Apifarma

- 505.230,05

6 Compras Líquidas 11.120.973,50 11.079.646,72

Total Geral 10.327.164,53 9.873.178,38

Código DescriçãoANO

ii. CUSTOS COM PESSOAL

Os custos com pessoal aumentaram em 1,37%, reflectindo-se num desvio

orçamental negativo em 7%. Contudo, o desvio justifica-se pelo reconhecimento

contabilístico da deliberação do Acórdão do Tribunal Constitucional 187/2013,

cujo impacto foi superior a 1,6MEuros. Também deverá salientar-se a

especialização de custos com trabalho extraordinário referente a serviços

prestados em 2012 e pagos em 2013. Não obstante, a rubrica de custos com

pessoal manteve um desempenho positivo ao longo do ano, pois se forem

deduzidos estes efeitos a execução orçamental de 2012 apresentaria um desvio

positivo de 1,6% correspondentes a 345 mil euros, e com uma variação de -7%

face ao período homólogo.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

126

DEZEMBRO - 2012 Ano:2011 Orçamento Dez-11 Dez-12Variação

2012-2011

CUSTOS COM O PESSOAL 23.477.086 22.185.617 23.477.086 23.798.490 1,4%

Remuneração dos órgãos directivos 268.446 268.446 268.446 263.823 -1,7%

Pessoal dos quadros 7.856.505 7.738.657 7.856.505 7.417.006 -5,6%

Pessoal com contrato a termo certo 1.357.852 450.000 1.357.852 188.777 -86,1%

Pessoal em qualquer outra situação 592.512 596.529 592.512 666.758 12,5%

Pessoal com contrato sem termo 4.993.064 6.014.746 4.993.064 6.088.449 21,9%

TOTAL ORDENADOS E SALÁRIOS 14.799.932 14.799.932 14.79 9.932 14.360.990 -3,0%Horas extraordinárias 669.933 669.933 669.933 705.810 5,4%

Prevenções 972.299 972.299 972.299 1.078.631 10,9%

Noites e suplementos 482.343 486.776 482.343 670.785 39,1%

TOTAL SUPLEMENTOS 2.124.575 2.129.007 2.124.575 2.455.2 26 15,6%Abono para falhas 1.035 1.035 1.035 1.035 0,0%

Subsídio de refeição 802.587 800.000 802.587 800.288 -0,3%

Ajudas de custo 5.243 4.250 5.243 4.951 -5,6%

Outros 285.507 265.000 285.507 337.573 18,2%

Prestações sociais directas 130.532 75.000 130.532 88.641 -32,1%

Subsídio de férias e Natal 1.458.407 370.000 1.458.407 1.640.347 12,5%

Prémios de Desempenho 0 0 0 108 0,0%

Pensões 76.664 76.554 76.664 21.492 -72,0%

Encargos sobre remunerações 3.323.533 3.150.000 3.323.533 3.481.352 4,7%

Seg. de acidentes de trabalho e doenças profissionais 59.327 86.393 59.327 84.788 42,9%

Outros custos com pessoal 141.298 160.000 141.298 257.873 82,5%

iii. CUSTOS COM FORNECIMENTOS E SERVIÇOS

Os fornecimentos e serviços externos diminuíram em 6,6% face a 2011, embora

apresente um desvio negativo face ao valor orçamentado.

DEZEMBRO - 2012 Ano:2011 Orçamento Dez-11 Dez-12Variação

2012-2011

FORNECIM./SERVIÇOS EXTERNOS 6.868.179 6.179.510 6.868.179 6.414.532 -6,6%

SUBCONTRATOS 1.891.623 1.260.095 1.891.623 1.456.121 -23,0%

Meios complementares de diagnóstico 741.050 695.000 741.050 675.873 -8,8%

Meios complementares de terapêutica 46.285 40.095 46.285 42.728 -7,7%

Transporte doentes 1.032.946 500.000 1.032.946 648.662 -37,2%

Aparelhos complementares de terapêutica 54.680 15.000 54.680 81.056 48,2%

Assistência no estrangeiro 16.500 10.000 16.500 7.480 -54,7%

Outros trabalhos executados no exterior 163 0 163 322 97,5%

FORNECIMENTOS E SERVICOS 4.976.556 4.919.415 4.976.556 4.958.411 -0,4%

Fornecimentos I 653.759 710.000 653.759 825.255 26,2%

Fornecimentos e serviços II 534.368 550.000 534.368 549.718 2,9%

Fornecimentos e serviços III 3.698.549 3.619.415 3.698.549 3.507.137 -5,2%

Outros fornecimentos e serviços 89.880 40.000 89.880 76.301 -15,1%

RELATÓRIO E CONTAS 2012

127

AUDITORIA INTERNA

Nos termos do nº1 do artigo 17º do DL nº 233/2005 é da competência do Auditor Interno proceder ao controlo interno nos domínios contabilístico, financeiro, operacional, informático e de recursos humanos.

Compete ao Auditor Interno a elaboração de um Plano anual de Auditoria e o seu trabalho tem como objetivo a apresentação ao Conselho de Administração de análises, recomendações e relatórios de execução (nº 2 e nº 6 do artigo 17º do Decreto-Lei n.º 233/2005).

O projeto de trabalho da Auditoria Interna para o ano de 2012 ficou suportado em 13 de Março desse ano com a aprovação por parte do Conselho de Administração do Plano Anual de Auditoria Interna.

O Plano e o seu cronograma, sofreram algumas alterações, como consequência de algumas reprogramações surgidas durante o trabalho de campo das auditorias realizadas.

Ao longo do exercício foram efetuadas 8 auditorias completas, designadamente:

Auditoria ao Encerramento de Contas;

Auditoria à Integração Contabilística dos Módulos de Gestão;

Auditoria I – Compras de Imobilizado;

Auditoria de Caracterização dos Recursos Humanos e Teste ao Trabalho Extraordinário;

Auditoria Intercalar às Existências

Auditoria às Requisições de MCDT de Anatomia Patológica e ao Programa de Rastreio do Cancro do Colo do Útero

Auditoria II – Compras de Imobilizado;

Auditoria ao Inventário de Final de Exercício.

Abrangendo a totalidade das áreas indicadas no Plano de Auditoria, os relatórios

foram aprovados pelo CA, encontrando-se as recomendações implementadas ou

em processo de implementação.

PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE

CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS

De acordo com a recomendação de 1/7/2009 do Conselho de Prevenção de Corrupção (CPC), o Conselho de Administração do IPO de Coimbra aprovou em 21 de Dezembro de 2010 o 1º Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas (PPRCIC) da Instituição.

Em 17/4/2012 foi aprovado o 1º Relatório de Execução do Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas da Instituição, bem como a 2ª versão do PPRCIC que de acordo com a recomendação Nº 1/2010 de 7/4/2010

RELATÓRIO E CONTAS 2012

128

do Conselho de Prevenção da Corrupção se encontra disponível para consulta no sítio da internet do IPO de Coimbra.

Atendendo à data de aprovação da 2ª Versão do referido plano, encontra-se prevista uma nova revisão do mesmo para o 1º quadrimestre de 2013. O modelo proposto será semelhante ao que esteve na génese do PPRCIC, ou seja uma validação transversal dos riscos da Instituição com a participação do conjunto de decisores diretamente envolvidos.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

129

DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO E

ATIVIDADE PARA 2013

O contexto de restrição financeira manter-se-á em 2013. Não obstante, há um conjunto de investimentos que se consideram estruturantes que, de acordo com o plano estratégico teriam sido retomados em 2012 e que, por razoes externas à capacidade de execução institucional, não foi possível iniciar.

É o caso da remodelação das áreas cirúrgicas e bloco operatório cujo delay se deve ao atraso com que foi conhecida a decisão do Tribunal Central Administrativo Norte, favorável ao IPO de Coimbra, na adjudicação do projecto de arquitetura.

É igualmente o caso da substituição de um dos equipamentos do Serviço de Radioncologia, um AL com 14 anos de vida, processo que não foi ainda iniciado, fruto da fortíssima instabilidade que tem caracterizado o mercado das tecnologias ligadas às radiações ionizantes.

Ambos os projectos reúnem os requisitos legais para prosseguir, apesar do contexto restritivo, não apenas porque são estruturantes e estratégicos, mas também porque estão legalmente aprovados por despacho de dois membros do Governo, porque a Instituição depende exclusivamente dos capitais próprios, porque cumpre integralmente a Lei dos Compromissos e porque não tem quaisquer pagamentos em atraso.

A governação clínica tem estado e estará em 2013, em profunda reestruturação, procurando fortalecer os instrumentos de garantia de uma pratica clínica cientificamente fundada, orientada para os resultados, ética e socialmente responsável, própria de uma Instituição fortemente comprometida com uma cultura de serviço público.

A manutenção da acreditação total pela prestigiada organização internacional CHKS (King's Fund), cuja auditoria externa decorre em Maio próximo, é um objectivo estratégico que está a mobilizar toda a Instituição, que interiorizou já uma cultura de qualidade e não duvida que a sua competitividade e o reconhecimento externo das suas competências passa também por aqui, ou seja, pela capacidade de garantir aos seus stakeholders que o IPO de Coimbra é uma instituição segura e de qualidade.

Finalmente uma nota de enorme preocupação para uma alteração ao modelo de financiamento para o corrente ano de 2013, cujos contornos não estão ainda esclarecidos, apesar de estarmos já no final do primeiro trimestre.

Trata-se do abandono da classificação dos tratamentos ambulatórios de Radioncologia/Radioterapia em GDH médicos de ambulatório, regressando ao financiamento por sessão.

O documento divulgado pela ACSS relativamente à Metodologia para a definição de preços e fixação de objectivos, além de conter imprecisões graves na classificação de técnicas inovadoras como a radiocirúrgia ou a estereotaxia fraccionada (relativamente as quais foi já reconhecida a intenção de proceder a correções), assenta numa segmentação dos tratamentos em "simples" e "complexos", existindo a intenção declarada de considerar os tratamentos com planeamento 3D conformacional, como "tratamentos simples".

RELATÓRIO E CONTAS 2012

130

Esta intenção que consideramos insustentável, levou já os três Institutos de Oncologia a reagir em bloco junto da ACSS demonstrando, com argumentos técnicos e científicos, a total falta de coerência desta classificação.

Mais uma vez se invoca um estudo realizado por um grupo de trabalho que integrou os Institutos de oncologia. Naturalmente que os Institutos participaram no GT, pela simples mas incontornável razão de que nenhum estudo, cuja metodologia passe pelo levantamento de informação do "terreno" pode ser efectuado à margem destas três Instituições que, no seu conjunto, representam mais de 50% do volume de cuidados de saúde prestados em Portugal no domínio da oncologia.

No entanto as conclusões desse estudo, foram liminarmente rejeitadas por praticamente todas as instituições participantes, incluindo os hospitais gerais, pelo facto de terem sido produzidas sem o seu envolvimento e não terem qualquer evidencia na informação tratada pelo grupo de trabalho. O relatório final conseguiu a proeza de nenhuma Instituição participante se rever nas suas conclusões e todas rejeitarem os resultados obtidos. E, mesmo assim, a classificação dos tratamentos em simples e complexos e quais estariam em um ou outro grupo, jamais foi objeto de qualquer analise ou discussão nas inúmeras sessões de trabalho.

Se os tratamentos com planeamento 3D forem considerados simples e, como tal, subfinanciados, é legitimo perguntar se vão ser interditados os tratamentos 2D, com velhos sistemas de planeamento, ainda utilizados em tantos centros ou se, pelo contrario, o Ministério da Saúde se prepara para os pagar ao mesmo preço.

Esta seria provavelmente uma questão de natureza operacional sem dignidade para destaque num capítulo de estratégia. No entanto, tudo o que tem impacte financeiro é estratégico e, no que ao IPO de Coimbra diz respeito, uma decisão destas, a ser tomada, impacta directamente 7M€ em resultados negativos, tendo em conta que o orçamento aponta para EBITDA nulo ou ligeiramente positivo.

O IPO de Coimbra tem sido, ao longo de todo o processo de "empresarialização" dos hospitais, a Unidade de saúde com um desempenho positivo mais regular.

Se vier a confirmar-se o pagamento desta produção de cuidados de Radioncologia/Radioterapia a preços de "tratamentos simples", tendo em conta que, embora estejamos perante um orçamento global, não é possível transferir o diferencial financeiro para as outras linhas de produção, por estarem no limite da sua capacidade produtiva, se tal vier a confirmar-se, o IPO de Coimbra será empurrado para uma situação de desequilíbrio estrutural, do qual terá enormes dificuldades em sair.

É importante que, se tal decisão vier a ser tomada, os seus responsáveis estejam conscientes de que assumirão igualmente a responsabilidade por romper o equilíbrio de uma das Instituições com melhor desempenho económico, financeiro e operacional do SNS.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

131

PROPOSTA DE APLICAÇÃO

DE RESULTADOS

Tendo em conta a forma de constituição do capital estatutário, o tipo de atividades que desenvolve e os resultados do exercício de 2012, o Conselho de Administração, nos termos do artigo 23º dos Estatutos do Hospital publicado pelo Decreto-Lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro, alterado e republicado pelo decreto-lei n.º 244/2012, de 9 de Novembro propõe a seguinte aplicação dos Resultados Líquidos do exercício:

Resultado Líquido do exercício 1.741.810,79

Aplicação:

Reservas Legais 348.362,16

Resultados Transitados 1.045.086,47

Reservas Livres 348.362,16

Euros

O Conselho de Administração

Presidente

Dr. Manuel António L. Silva

Vogal Executivo

Dr. Carlos Manuel Gregório dos Santos

Vogal – Diretora Clínica

Dra. Paula Cristina S.Dias Sanches Pinto Alves

Vogal – Enfermeira Diretora

Enf.ª Maria Soledade Correia Neves

RELATÓRIO E CONTAS 2012

132

DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS

RELATÓRIO E CONTAS 2012

133

BALANÇO DOS EXERCÍCIOS 2012 E 2011Unidade monetária: Euros

2012 2011

ACTIVO Notas Activo BrutoAmortizações /

ProvisõesActivo Líquido Activo Líquido

IMOBILIZADO:

Imobilizações incorpóreas:

Despesas de instalação 8.2.7 714.035 (632.795) 81.240 54.360

714.035 (632.795) 81.240 54.360

Imobilizações corpóreas:

Terrenos e recursos naturais 8.243.000 0 8.243.000 8.243.000

Edifícios e outras construções 8.2.7 37.979.510 (11.666.420) 26.313.090 27.371.264

Equipamento básico 8.2.7 30.493.962 (24.226.297) 6.267.665 7.351.221

Equipamento de transporte 8.2.7 197.318 (143.450) 53.867 91.308

Ferramentas e utensílios 8.2.7 1.410 (1.410) 0 0

Equipamento administrativo e informático 8.2.7 5.639.050 (4.676.415) 962.635 621.148

Outras imobilizações corpóreas 8.2.7 0 0 0 0

Imobilizações em curso 8.2.7 1.154.385 0 1.154.385 1.154.315

83.708.634 (40.713.993) 42.994.641 44.832.255

Investimentos financeiros:

Outras aplicações financeiras 10.000.000 0 10.000.000 10.000.000

Investimentos em imóveis 8.2.7 1.858 0 1.858 1.858

10.001.858 0 10.001.858 10.001.858

Total Imobilizado 94.424.527 (41.346.788) 53.077.739 54.888.473

CIRCULANTE:

Existências:

Mercadorias 8.2.33 0 0 9.740

Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 8.2.33 1.485.649 0 1.485.649 1.088.477

Prestação de Serviços em curso 8.2.39.3 131.311 131.311 162.015

1.616.961 0 1.616.961 1.260.232

Dívidas de terceiros - Curto prazo:

Clientes c/c 1.414.862 1.414.862 1.643.691

Clientes c/c - Instituições do Min.Saúde 14.564.015 14.564.015 15.320.830

Clientes c/c - Outras Instituições do Estado 16.517 16.517 17.727

Clientes e utentes de cobrança duvidosa 8.2.23 950.366 (908.251) 42.116 185.410

Estado e outros entes públicos 2.934 2.934 397.327

Outros Devedores 69.645 69.645 143.818

Outros Devedores cobrança duvidosa 8.2.23 9.323 (9.323) 0 4.380

17.027.661 (917.573) 16.110.088 17.713.182

Depósitos em instituições financeiras e caixa:

Fundo de Apoio ao Sist.Pagamentos SNS 0 0 0

Depósitos a Prazo - CEDIC 10.000.000 10.000.000 10.000.000

Conta no Tesouro 5.004.742 5.004.742 2.320.260

Depósitos à Ordem 21.907 21.907 36.824

Caixa 4.050 4.050 1.250

15.030.700 15.030.700 12.358.334

Total Circulante 33.675.321 (917.573) 32.757.748 31.331.748

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS:

Acréscimos de proveitos 8.2.39.4 5.957.201 5.957.201 3.782.865

Custos diferidos 8.2.39.4 30.487 30.487 35.976

Total Acréscimos e Diferimentos 5.987.688 5.987.688 3.818.841

TOTAL DO ACTIVO 134.087.536 (42.264.361) 91.823.175 90.039.062

RELATÓRIO E CONTAS 2012

134

BALANÇO DOS EXERCÍCIOS 2012 E 2011Unidade monetária: Euros

Fundos próprios e passivo Notas 2012 2011

FUNDOS PRÓPRIOS:

Capital Estatutário 8.2.32 19.950.000 19.950.000

Reservas de reavaliação 22.258.185 22.258.185

42.208.185 42.208.185

Reservas:

Reservas Livres 8.2.32 12.882.096 12.882.096

Reservas Legais 8.2.32 1.906.021 1.263.638

Reservas Estatutárias 8.2.32 6.472.446 4.545.297

Doacções 8.2.32 1.899.840 1.885.190

23.160.403 20.576.221

Resultados transitados 8.2.32 711.056 1.050.165

Resultado líquido do exercício 8.2.32 1.741.811 1.694.672

TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS 67.821.454 65.529.243

PASSIVO:

Provisões 8.2.23 0 0

Dívidas a terceiros - Médio/Longo prazo:

Fornecedores de imobilizado 0 9.190

Dívidas a terceiros - Curto prazo:

Adiantamentos de clientes 0 3.722

Fornecedores conta corrente 1.755.225 1.811.883

Fornecedores de imobilizado 206.124 394.354

Estado e outros entes públicos 693.881 715.499

Outros credores 397.548 984.707

�� 3.052.777 3.919.356

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS:

Acréscimos de custos 8.2.39.4 3.856.959 1.883.871

Proveitos diferidos 8.2.39.4 17.091.985 18.706.593

20.948.944 20.590.464

TOTAL DO PASSIVO + ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS 24.001.721 24.509.820

TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS E DO PASSIVO 91.823.175 90.039.062

RELATÓRIO E CONTAS 2012

135

Unidade monetária: Euros

CUSTOS E PERDAS

Custo das Matérias Consumidas 8.2.33

Mercadorias 0 160

Matérias de Consumo 15.427.830 15.427.830 16.657.088 16.657.248

Fornecimentos e Serviços Externos 6.414.532 6.868.179

Custos com o Pessoal

Remunerações 19.952.984 19.876.264

Encargos sociais:

Pensões 21.492 76.664

Outros 3.824.013 23.798.490 3.524.158 23.477.086

Amortizações do exercício 8.2.7 3.389.316 3.494.385

Provisões do exercício 8.2.23 244.665 3.633.981 183.275 3.677.659

Outros custos e perdas operacionais 26.171 20.409

(A)........................... 42.860.300 49.301.004 50.680.172 50.700.581

Custos e perdas f inanceiras 8.2.37 1.037 2.101

(C)........................... 49.302.041 50.702.682

Custos e perdas extraordinárias 8.2.38 140.702 256.905

(E)........................... 49.442.743 50.959.587

Imposto sobre o rendimento do exercício 8.2.39.2 482.815 441.932

(G)........................... 49.925.559 51.401.519

Resultado líquido do exercício 1.741.811 1.694.672

��� 51.667.369 53.096.191

PROVEITOS E GANHOS

Vendas e prestações de serviços:

Vendas 73 20.622

Prestações de Serviços 48.332.420 48.332.493 49.758.549 49.779.171

Variação da produção 8.2.39.3 -30.704 -9.004

Trabalhos para a própria entidade 0 0

Proveitos Suplementares 0 0

Transferências e subsídios correntes obtidos:

Transferências - Tesouro 0 0

Transferências Correntes obtidas 6.291 75.944

Subsídios corr. Obtidos - Outros entes públicos 0 0

Subsídios corr. Obtidos - Outras entidades 29.775 36.066 15.647 91.591

Outros proveitos e ganhos operacionais 576.547 524.847

(B).......................... 48.914.403 50.386.606

Proveitos e Ganhos Financeiros 8.2.37 1.099.250 793.838

(D).......................... 50.013.653 51.180.443

Proveitos e Ganhos Extraordinários 8.2.38 1.653.717 1.915.748

(F)........................... 51.667.369 53.096.191

Resultados Operacionais: (B) - (A) -386.601 -313.975

Resultado Financeiros: (D-B) - (C-A) 1.098.213 791.736

Resultado Correntes: (D) - (C) 711.611 477.762

Resultado antes de Impostos: (F) - (E) 2.224.626 2.136.605

Resultado Líquido do Exercício: (F) - (G) 1.741.811 1.694.672

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR NATUREZA DOS EXERCÍCIOS 2012 E 2011

2011Notas 2012

RELATÓRIO E CONTAS 2012

136

Unidade monetária: Euros

2012 2011

ACTIVIDADES OPERACIONAIS

Recebimentos de Clientes 47.689.072 44.464.665

Pagamentos a Fornecedores (22.858.740) (23.488.815)

Pagamentos ao Pessoal (21.830.070) (25.044.324)

Fluxos gerados pelas operações 3.000.262 (4.068.473)Outros recebimentos /pagamentos relativos à actividade

operacional 424.094 (84.617)

Recebimento/Pagamento EOEP (192.834) (312.465)

Fluxos gerados antes das rúbricas extraordinárias 3.231.522 (4.465.555)

Fluxos gerados pelas rúbricas extraordinárias (114.106) 32.866

Fluxos das actividades operacionais (2) 3.117.416 (4.432.689)

Actividades de investimento:

Recebimentos provenientes de:

Imobilizações 0 8.328

Subsídios ao investimento 0 0

Juros e proveitos similares 1.148.481 903.539

Pagamentos respeitantes a:

Imobilizações corpóreas (1.599.934) (1.681.054)

Imobilizações incorpóreas 0 0

Imobilizações em curso (70) 0

Investimentos Financeiros 0 (10.000.000)

Fluxos das actividades de Investimento (3) (451.523) (10.769.188)

Actividades de financiamento:

Recebimentos provenientes de:

Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de

emissão 0 0

Doacções 7.510 9.462

Pagamentos respeitantes a:

Juros e custos similares (1.037) (2.101)

Fluxos das actividades de financiamento (4) 6.473 7.361

Variação de caixa e seus equivalentes (5) = (2) + (3) + (4) 2.672.366 (15.194.515)

Caixa e seus equivalentes no início do período 12.358.334 27.552.849

Caixa e seus equivalentes no fim do período 15.030.700 12.358.334

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - 2012 E 2011 (Método Directo)

2012 2011

Fundo de Apoio ao Sist.Pagamentos SNS 0 0

Depósitos a Prazo - CEDIC 10.000.000 10.000.000

Conta no Tesouro 5.004.742 2.320.260

Depósitos à Ordem 21.907 36.824

����Caixa 4.050 1.250

Disponibilidades constantes do balanço 15.030.700 12.358.334

Anexo à demonstração dos fluxos de caixa

RELATÓRIO E CONTAS 2012

137

NOTA 8.2.39.1 2012 2011

Vendas e prestações de serviços 48.332.493 49.779.171

Custo das vendas e das prestações de serviços a) (44.578.376) (42.742.331)

Resultados Brutos 3.754.117 7.036.840

Outros proveitos e ganhos operacionais b) 2.859.196 491.215

Custos administrativos c) (4.753.331) (5.218.146)

Outros custos e perdas operacionais d) (141.739) (289.524)

Resultados operacionais 1.718.243 2.020.385

Custo líquido de financiamento

Ganhos (perdas) em outros investimentos e) 506.384 116.219

Resultados Correntes 2.224.626 2.136.605

Impostos sobre os resultados correntes (482.815) (441.932)

Resultados Correntes após impostos 1.741.811 1.694.672

Resultados Extraordinários

Impostos sobre os resultados extraordinários 0 0

Resultados líquidos 1.741.811 1.694.672

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR FUNÇÕES DE 2012 E 2011

e) Inclusão dos juros obtidos como ganhos em outros investimentos – CEDIM (certificados especiais de dívida de médio

e longo prazo - Resolução do Conselho de Ministros n.º 14/2011, de 3 de Fevereiro de 2011).

RELATÓRIO E CONTAS 2012

138

C O N T A S A D É B I T O V A L O R E SCÓDIGO DESIGNAÇÃO COBRADOS A COBRAR TOTAL

11 - Caixa 1.250,00 0,00 1.250,0012/13 - Depósitos 12.357.083,68 0,00 12.357.083,68

I - SALDO INICIAL 12.358.333,68 0,00 12.358.333,6815 Títulos negociáveis 0,00 0,00 0,0018 Outras aplicações de Tesouraria 0,00 0,00 0,00

Total das contas 15/18: 12.35 8.333,68 0,00 12.358.333,68219 Adiantamentos de clientes 44.598.509,00 0,00 44.598.509,00229 Adiantamentos de fornecedores 0,00 0,00 0,0023 Empréstimos obtidos 0,00 0,00 0,0024 Estado e outros entes públicos 5.351.209,30 0,00 5.351.209,30

261 Adiantamentos a fornecedores de imobilizado 0,00 0,00 0,00262 Adiantamentos a pessoal 0,00 0,00 0,00263 Sindicatos 35.712,82 0,00 35.712,82264 Regularização de dívidas por ordem do tesouro 0,00 0,00 0,00268 Devedores e credores diversos 252.431,38 0,00 252.431,38

Total das receitas de fundos alheios : 50.237.862,50 0,00 50.237.862,502745 Subsídios de investimento 0,00 0,00 0,00

2748/9 Outros proveitos diferidos 0,00 0,00 0,00 Total da conta de proveitos diferidos : 0,00 0,00 0,00

575 Subsídios 0,00 0,00 0,00576 Doações 7.510,00 0,00 7.510,00

Total da conta de reservas : 7.510,00 0,00 7.510,00711 Vendas 73,00 0,00 73,00712 Prestações de serviços 43.539.517,71 1.230.027,14 44.769.544,8572 Impostos e taxas 0,00 0,00 0,0073 Proveitos suplementares 0,00 0,00 0,00

741 Transferências do tesouro 0,00 0,00 0,00742 Transferências correntes obtidas 63.506,72 0,00 63.506,72743 Subsídios correntes obtidos-Outros entes públicos 0,00 0,00 0,00749 Subsídios correntes obtidos-De outras entidades 29.775,45 0,00 29.775,4576 Outros proveitos e ganhos operacionais 285.361,58 61.080,64 346.442,2278 Proveitos e ganhos financeiros 1.148.480,62 0,00 1.148.480,62

792/3/4/5/8 Proveitos e ganhos extraordinários 20.587,69 0,00 20.587,69 Total dos proveitos do exercício : 45.094.812,77 1.29 1.107,78 46.385.920,55 II - RECEITAS EXERCÍCIO : 95.332.675,27 1.291 .107,78 96.623.783,05

797 Correcções relativas a exercícios anteriores 1.863.797,75 15.736.553,19 17.600.350,94 III - RECEITAS EXERCÍCIOS ANTERIORES 1.863.797,75 15.736.553,19 17.600.350,94 TOTAL GERAL 109.554.806,70 17.027.660,97 126.582.467,67

7.3.A - FLUXOS FINANCEIROS - RECEITA

JANEIRO A: DEZEMBRO DE ANO: 2012DO PERÍODO DE:

RELATÓRIO E CONTAS 2012

139

C O N T A S A CR É D I T O V A L O R E SCÓDIGO DESIGNAÇÃO PAGOS EM DÍVIDA TOTAL

219 Adiantamentos de clientes 42.207.749,60 0,00 42.207.749,60229 Adiantamentos de fornecedores 0,00 0,00 0,0023 Empréstimos obtidos 0,00 0,00 0,0024 Estado e outros entes públicos 5.468.998,59 442.214,60 5.911.213,19

261 Adiantamentos a fornecedores de imobilizado 0,00 0,00 0,00262 Adiantamentos a pessoal 0,00 0,00 0,00

263 Sindicatos 35.802,51 2.969,70 38.772,21264 Regularização de dívidas por ordem do tesouro 0,00 0,00 0,00268 Devedores e credores diversos 327.386,48 249.110,88 576.497,36

Total da despesa de fundos alheios : 4 8.039.937,18 694.295,18 48.734.232,36272 Custos diferidos 0,00 0,00 0,00312 Mercadorias 0,00 0,00 0,003161 Produtos farmacêuticos 10.914.886,54 832.098,48 11.746.985,023162 Material de consumo clínico 2.529.549,05 243.718,61 2.773.267,663163 Produtos alimentares 278.940,29 57.310,92 336.251,21

3164 Material de consumo hoteleiro 215.809,46 35.829,72 251.639,183165 Material de consumo administrativo 153.118,24 16.022,09 169.140,333166 Material de manutenção e conservação 461.968,13 50.537,24 512.505,373169 Outro material de consumo 0,00 0,00 0,00

Total da conta compras : 14 .554.271,71 1.235.517,06 15.789.788,7741 Investimentos financeiros 0,00 0,00 0,0042 Imobilizações corpóreas 1.384.575,77 179.064,05 1.563.639,8243 Imobilizações incorpóreas 0,00 27.060,00 27.060,0044 Imobilizações em curso 70,00 0,00 70,0045 Bens de domínio público 0,00 0,00 0,00

Total da conta imobilizações : 1.384.645,77 206.124,0 5 1.590.769,826211 Assistência ambulatória 0,00 0,00 0,006212 Meios complementares de diagnóstico 0,00 0,00 0,006213 Meios complementares de terapêutica 0,00 0,00 0,006214 Produtos vendidos por farmácias 0,00 0,00 0,006215 Internamentos 0,00 0,00 0,006216 Transportes de doentes 0,00 0,00 0,006217 Aparelhos complementares de terapêutica 0,00 0,00 0,006218 Trabalhos executados no exterior 1.424.932,45 210.144,48 1.635.076,936219 Outros subcontratos 0,00 0,00 0,00

Total da conta de subcontratos : 1.424.932,45 210.144,48 1.635.076,93622 Fornecimentos e serviços de terceiros 4.432.380,39 450.399,59 4.882.779,98631 Transferências corrent.conced. e prestações sociais 0,00 0,00 0,00

7.3.A - FLUXOS FINANCEIROS - DESPESA

JANEIRO A: DEZEMBRO DE ANO: 2012DO PERÍODO DE:

RELATÓRIO E CONTAS 2012

140

IPO Coimbra-Francisco Gentil, E.P.E.7.3.A - MAPA DOS FLUXOS FINANCEIROS - DESPESA 31-12-2012

C O N T A S A CR É D I T O V A L O R E SCÓDIGO DESIGNAÇÃO PAGOS EM DÍVIDA TOTAL

641 Remunerações dos orgãos directivos 249.000,23 0,00 249.000,236421 Remunerações base do pessoal 14.474.401,33 0,00 14.474.401,336422 Suplementos de remunerações 3.146.306,93 0,00 3.146.306,936423 Prestações sociais directas 87.539,34 1.102,08 88.641,426424 Subsídios de férias e de Natal 373.380,30 0,00 373.380,306425 Prémios de desempenho 108,48 0,00 108,48643 Pensões 21.491,87 0,00 21.491,87645 Encargos sobre remunerações 2.994.743,78 251.666,40 3.246.410,18646 Seguros de acidentes de trabalho e doenças profiss. 84.787,92 0,00 84.787,92647 Encargos sociais voluntários 0,00 0,00 0,00648 Outros custos com pessoal 152.278,84 3.528,52 155.807,36

Total da conta de despesas com pessoal : 21.584.039, 02 256.297,00 21.840.336,0265 Outros custos e perdas operacionais 26.171,38 0,00 26.171,3868 Custos e perdas financeiras 1.037,30 0,00 1.037,30

691 Transferências de capital concedidas 0,00 0,00 0,00693 Perdas em existências 0,00 0,00 0,00694 Perdas em imobilizações 0,00 0,00 0,00695 Multas e penalidades 30,00 0,00 30,00698 Outros custos e perdas extraordinárias 527,41 0,00 527,41

Total da conta de custos e perdas extraordinár ios : 557,41 0,00 557,41

86 Imposto s/rendimento do exercício 0,00 0,00 0,00

IV - DESPESAS DO EXERCÍCIO : 91.447.972,61 3.052.777,36 94.500.749,9769764 C.R.E.A - Despesas com Pessoal 246.031,17 0,00 246.031,17697 C.R.E.A. - Outros 2.830.103,34 0,00 2.830.103,34

V - DESPESAS EXERCÍCIOS ANTERIORES : 3.076.134,51 0,00 3.076.134,51

Caixa 4.050,00 4.050,00Depósitos 15.026.649,58 15.026.649,58Outras aplicações de tesouraria 0,00 0,00

VI - SALDO FINAL 15.030.699,58 15.030.699,58

TOTAL GERAL: 109.554.806,70 3.052.777,36 112.607.584,0 6

RELATÓRIO E CONTAS 2012

141

Compras: Orçamento 2012 2011 Execução 2012 Desvio Abs. Desvio %

Mercadorias 6.000 0 0 (6.000) n.d.

Produtos Farmacêuticos:

Medicamentos 11.275.453 11.031.167 10.992.235 (283.217) (2,5 %)

Reagentes e prod.diagn.rápido 1.706.235 1.587.459 1.510.417 (195.819) (11,5 %)

Outros produtos farmacêuticos 128.479 89.807 87.411 (41.068) (32,0 %)

13.110.167 12.708.432 12.590.063 (520.104) (4,0 %)

Material de consumo clínico 2.802.331 2.817.465 2.773.762 (28.569) (1,0 %)

Produtos alimentares 336.578 337.867 336.251 (327) (0,1 %)

Material consumo hoteleiro 236.963 224.024 251.639 14.676 6,2 %

Material consumo administrativo 183.559 178.609 169.140 (14.419) (7,9 %)

Material manut.conservação 421.300 404.293 512.505 91.206 21,6 %

Total de compras 17.096.899 16.670.689 16.633.361 (463.538) (2,7 %)

Devolução de compras 0 0 0 0 n.d.

Descontos e Abatimentos Compras 0 (401.379) (843.078) (843.078) n.d.

Total Geral 17.096.899 16.269.310 15.790.283 (1.306.616) (7,6 %)

EXECUÇÃO ORÇAMENTAL - COMPRAS

Orçamento 2012 2011 Execução 2012 Desvio Abs. Desvio %

Imobilizações Corpóreas:

Terrenos e recursos naturais 0 0 0 0 n.d.

Edifícios e outras construções 279.280 279.280 89.275 190.005 68,0 %

Equipamento básico:

Médico-cirúrgico 145.000 189.606 292.283 (147.283) (101,6 %)

De imagiologia 4.398.860 500.372 229.829 4.169.032 94,8 %

De Laboratório 55.000 43.239 233.548 (178.548) (324,6 %)

Mobiliário hospitalar 75.000 150.413 13.014 61.986 82,6 %

De desinfecção e esterilização 60.786 60.786 10.065 50.721 83,4 %

De hotelaria 25.000 11.965 6.950 18.050 72,2 %

Outro 30.000 20.312 63.379 (33.379) (111,3 %)

Sub-Total 4.789.646 976.693 849.067 3.940.580 82,3 %

De transporte 0 56.662 569 (569) n.d.

Ferramentas e utensílios 0 0 0 0 n.d.

Equipamento Administrativo:

Equipamento administrativo 60.000 43.606 24.473 35.527 59,2 %

Equipamento informático 394.746 314.437 588.368 (193.622) (49,0 %)

454.746 358.044 612.841 (158.095) (34,8 %)

Total Imobilizações corpóreas 5.523.672 1.670.679 1.551.751 3.971.921 71,9 %

Imobilizações incorpóreas 958.080 0 27.060 931.020 97,2 %

Imobilizações em curso 971.310 0 70 971.240 100,0 %

Investimentos Financeiros 0 10.000.000 0 0 n.d.

Total 7.453.062 11.670.679 1.578.881 5.874.181 78,8 %

EXECUÇÃO ORÇAMENTAL - INVESTIMENTOS

RELATÓRIO E CONTAS 2012

142

CUSTOS Orçamento 2012 2011 Execução 2012 Desvio Abs. Desvio %

CUSTOS DAS MERC. E MATÉRIAS CONSUMIDAS

Mercadorias 6.000 160 0 6.000 100,0 %

Produtos farmacêuticos 13.110.167 12.724.136 11.441.555 1.668.612 12,7 %

Medicamentos 11.275.453 10.925.396 9.877.234 1.398.219 12,4 %

Reagentes produt.diagno.rapido 1.706.235 1.708.753 1.481.984 224.251 13,1 %

Outros produtos farmaceuticos 128.479 89.987 82.337 46.142 35,9 %

Material de consumo clínico 2.802.331 2.766.823 2.735.474 66.857 2,4 %

Produtos alimentares 336.578 336.578 332.876 3.701 1,1 %

Material de consumo hoteleiro 236.963 236.963 247.349 (10.386) (4,4 %)

Material de consumo administrativo 183.559 183.559 163.781 19.778 10,8 %

Material de conservação e reparação 421.300 409.029 506.794 (85.495) (20,3 %)

17.096.899 16.657.248 15.427.830 1.669.069 9,8 %

FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS

Subcontratos:

Assistência Ambulatória 0 163 322 (322) n.d.

Meios complementares de diagnóstico 695.000 741.050 675.873 19.127 2,8 %

Meios complementares de terapêutica 40.095 46.285 42.728 (2.632) (6,6 %)

Transporte doentes 500.000 1.032.946 648.662 (148.662) (29,7 %)

Aparelhos complementares de terapêutica 15.000 54.680 81.056 (66.056) (440,4 %)

Assistência no Estrangeiro 10.000 16.500 7.480 2.520 25,2 %

Outros Subcontratos 0 0 0 0 n.d.

Outros Trab. Executados exterior 0 0 0 0 n.d.

1.260.095 1.891.623 1.456.121 (198.545) (15,8 %)

Fornecimentos e Serviços:

Fornecimentos e serviços I 710.000 653.759 825.255 (115.255) (16,2 %)

Fornecimentos e serviços II 550.000 534.368 549.718 282 0,1 %

Fornecimentos e serviços II 3.619.415 3.698.549 3.507.137 112.278 3,1 %

Outros fornecimentos e serviços 40.000 89.880 76.301 (36.301) (90,8 %)

4.919.415 4.976.556 4.958.411 (38.996) (0,8 %)

6.179.510 6.868.179 6.414.532 (237.541) (3,8 %)

CUSTOS COM PESSOAL

Remunerações dos Orgãos sociais 268.446 268.446 263.823 4.623 1,7 %

Ordenados e salários 14.799.932 14.799.932 14.360.990 438.942 3,0 %

Remunerações adicionais 3.199.293 3.218.947 3.599.074 (399.782) (12,5 %)

Prestações sociais 75.000 130.532 88.641 (13.641) (18,2 %)

Subsídios de férias e natal 370.000 1.458.407 1.640.347 (1.270.347) (343,3 %)

Prémios de desempenho 0 0 108 (108) n.d.

Pensões 76.554 76.664 21.492 55.062 71,9 %

Encargos sobre as remunerações 3.150.000 3.323.533 3.481.352 (331.352) (10,5 %)

Seguros de acidente 86.393 59.327 84.788 1.605 1,9 %

Outros custos com o pessoal 160.000 141.298 257.873 (97.873) (61,2 %)

22.185.617 23.477.086 23.798.490 (1.612.872) (7,3 %)

OUTROS CUSTOS OPERACIONAIS 20.527 20.409 26.171 (5.644) (27,5 %)

AMORTIZAÇÕES 3.503.389 3.494.385 3.389.316 114.073 3,3 %

PROVISÕES 0 183.275 244.665 (244.665) n.d.

3.523.916 3.698.068 3.660.152 (136.236) (3,9 %)

CUSTOS FINANCEIROS

Juros e custos similares 2.200 2.101 1.037 1.163 52,9 %

2.200 2.101 1.037 1.163 52,9 %

CUSTOS EXTRAORDINÁRIOS

Perdas em existências 7.500 13.218 8.171 (671) (8,9 %)

Perdas em imobilizações 9.000 14.643 300 8.700 96,7 %

Multas e penalidades 0 15 30 (30) n.d.

Correcções a exercícios anteriores 40.500 69.267 131.674 (91.174) (225,1 %)

Outros custos extraordinários 93.000 159.762 527 92.473 99,4 %

150.000 256.905 140.702 9.298 6,2 %

TOTAL DOS CUSTOS 49.138.143 50.959.587 49.442.743 -307.120 (0,6 %)

EXECUÇÃO ORÇAMENTAL ÓPTICA ECONÓMICA - CUSTOS

RELATÓRIO E CONTAS 2012

143

PROVEITOS: Orçamento 2011 Execução 2012 Desvio Abs. Desvio %

VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS

Vendas 20.622 20.622 73 (20.549) (99,6 %)

Contrato Programa 45.126.966 47.981.041 46.663.024 1.536.058 3,4 %

Outras Entidades Responsáveis 1.043.945 1.523.103 1.326.385 282.440 27,1 %

Taxas moderadoras 300.000 245.401 312.308 12.308 4,1 %

46.491.533 49.770.168 48.301.790 1.810.257 3,9 %

SUBSÍDIOS À EXPLORAÇÃO 52.000 91.591 36.066 (15.934) (30,6 %)

OUTROS PROVEITOS OPERACIONAIS 704.988 524.847 576.547 (128.442) (18,2 %)

PROVEITOS FINANCEIROS 683.331 793.838 1.099.250 415.919 60,9 %

PROVEITOS EXTRAORDINÁRIOS

Ganhos em existências 25.000 43.115 10.420 (14.580) (58,3 %)

Ganhos em imobilizações 1.700.000 1.830.070 1.614.608 (85.392) (5,0 %)

Reduções em amort. e prov. 0 0 234 234 n.d.

Correcções a exercícios anteriores 50.000 16.652 7.776 (42.224) (84,4 %)

Outros proveitos extraordinários 18.721 25.911 20.679 1.958 10,5 %

1.793.721 1.915.748 1.653.717 (140.004) (7,8 %)

TOTAL DOS PROVEITOS 49.725.574 53.096.191 51.667.369 1.941.796 3,9 %

EXECUÇÃO ORÇAMENTAL ÓPTICA ECONÓMICA - PROVEITOS

O Conselho de Administração

Presidente

Dr. Manuel António L. Silva

Vogal Executivo

Dr. Carlos Manuel Gregório dos Santos

Vogal – Diretora Clínica

Dra. Paula Cristina S.Dias Sanches Pinto Alves

Vogal – Enfermeira Diretora

Enf.ª Maria Soledade Correia Neves

O Técnico Oficial de Contas Dr. Pedro Miguel Mónica Monteiro Simões

TOC n.º 58.325

RELATÓRIO E CONTAS 2012

144

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO

DE 2012

8.1. CARACTERIZAÇÃO DA ENTIDADE

O Governo da República decretou a transformação do Instituto Português de

Oncologia de Coimbra Francisco Gentil em Entidade Pública Empresarial pelo

Decreto-Lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro, a qual sucede em todos os

direitos e obrigações à anterior sociedade.

O IPO de Coimbra tem por objecto social desenvolver acções nos domínios da

prestação de cuidados de saúde, da prevenção primária e secundária, da

investigação, da formação e ensino oncológicos, do rastreio oncológico, do

registo oncológico e da colaboração na definição e acompanhamento de

execução da política oncológica nacional, constituindo-se como uma instituição

de referência para os cidadãos que serve e para os serviços de saúde.

NOTAS AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

8.2.1 NOTA INTRODUTÓRIA

O Balanço e a Demonstração de Resultados apresentados reflectem o resultado

da atividade do ano 2012 comparado com o ano económico de 2011.

As demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2012, foram preparadas

de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites no Plano Oficial

de Contabilidade do Ministério da Saúde (POCMS), com as adaptações a que se

refere o Despacho n.º 17164/2006, de 25 de Agosto, por forma a obter uma

imagem verdadeira e apropriada da situação financeira e dos resultados das

operações do IPO de Coimbra.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

145

As notas que se seguem respeitam a numeração definida no POCMS. Aquelas

cuja numeração se encontra ausente deste Anexo não são aplicáveis à entidade,

ou a sua apresentação não se considera relevante para a compreensão das

demonstrações financeiras.

8.2.2 CONTAS NÃO COMPARÁVEIS COM O EXERCÍCIO ANTERIOR

No exercício económico de 2012 não ocorreram factos relevantes que possam

condicionar a comparabilidade das demonstrações financeiras aqui apresentadas

face ao exercício económico de 2011.

8.2.3 CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS UTILIZADOS

As demonstrações financeiras encontram-se elaboradas de acordo com os

princípios contabilísticos definidos pelo POCMS e demais legislação aplicável,

tendo a sua preparação obedecido à convenção dos custos históricos, em

conformidade com os princípios contabilísticos da prudência, da continuidade,

da especialização dos exercícios, da consistência, da materialidade e da

substância sobre a forma.

As demonstrações financeiras reflectem apenas as contas individuais do IPO de

Coimbra, preparadas nos termos legais para aprovação pelos seus Órgãos

Sociais.

Os principais critérios valorimétricos utilizados na preparação das

demonstrações financeiras estão a seguir mencionados:

a) Imobilizações incorpóreas

As imobilizações incorpóreas estão valorizadas ao custo de aquisição, líquido das

amortizações acumuladas e são constituídas na sua totalidade por despesas de

instalação.

A política de amortizações está directamente relacionada com a natureza dos

custos incorridos sendo as amortizações calculadas por duodécimos segundo o

método das quotas constantes e de acordo com as taxas máximas previstas na

legislação fiscal.

b) Imobilizações corpóreas

RELATÓRIO E CONTAS 2012

146

Os bens que foram transferidos para a sociedade ao abrigo do Decreto-Lei n.º

276/2002, de 9 de Dezembro estão registados pelo custo de aquisição e pelo

valor de avaliação reportado ao ano de 2003, que decorreu do processo de

inventariação efectuado por empresa idónea. Relativamente à componente

resultante da Inventariação e Avaliação dos Imóveis, levada a cabo por entidade

externa especializada, e em conformidade com a legislação aplicável Portaria n.º

671/2000, de 17 de Abril articulada com o Decreto Regulamentar 2/90, de 12 de

Janeiro, os imóveis encontram-se registados de acordo com os seguintes

critérios:

O valor de avaliação dos imóveis tem como base o Método do Custo em que o valor

do imóvel é determinado com base no custo actual da construção existente

(reportado a 2003), tomando como referência materiais e tecnologias actuais, ao qual

deverá ser deduzida uma parcela referente à depreciação que a construção

apresente.

A avaliação do terreno resulta de uma análise realizada aos valores de mercado,

efectuada por uma entidade externa no ano 2003.

Quanto às reparações e benfeitorias efectuadas posteriormente nos edifícios, as

mesmas encontram-se registadas pelo custo de aquisição.

Para o restante imobilizado aplica-se o princípio do custo histórico, ou seja os

equipamentos são registados pelo valor de aquisição.

Quanto às ofertas de imobilizado foram registadas pelo valor de mercado.

As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes no regime

por duodécimos tendo em conta a data de entrada em funcionamento.

A vida útil esperada corresponde em geral aos períodos mínimos de vida útil

permitidos para efeitos fiscais determinados na base das taxas de amortização

constantes no Decreto-Regulamentar 2/90, de 12 de Janeiro, as quais reflectem

uma vida útil que não difere significativamente da estimada para os respectivos

bens e que é suportada pela Portaria n.º 671/2000, de 17 de Abril (Instruções

regulamentares de Cadastro e Inventário dos Bens do Estado – CIBE), e

resumem-se como segue:

Rúbrica de Imobilizado

mínimo máximo

Edifícios e outras construções 15 80

Equipamento básico 2 10

Equipamento de transporte 4 6

Ferramentas e utensílios 4 8

Equipamento administrativo 3 8

Anos de vida útil

RELATÓRIO E CONTAS 2012

147

As benfeitorias e beneficiações feitas a bens das várias categorias são

amortizadas de acordo com o acréscimo de vida útil que se estimam contribuir

para os respectivos bens.

c) Existências

As existências são valorizadas ao custo de aquisição (que inclui todas as despesas

incorridas até à entrada em armazém com IVA incluído por este não ser

dedutível), que são sempre coincidentes, utilizando-se o custo médio ponderado

como método de custeio das saídas. Utiliza-se o sistema de inventário

permanente.

Para a produção em curso utilizou-se o método de cálculo com base nos preços

definidos na Tabela Nacional de Grupos de Diagnósticos Homogéneos fixado na

Portaria n.º 348-B/98, de 18 de Junho, sendo a valorização da produção em curso

calculada em função dos dias de internamento do período em análise.

d) Provisões e Ajustamentos de dívidas a receber

No que se refere às situações a que estejam associados riscos (contingências) de

cobrança de dívidas fazemos reflectir ajustamentos para dívidas de cobrança

duvidosa, apenas a terceiros não pertencentes a Instituições do Estado e cujo

reflexo está patente no activo.

As provisões para riscos e encargos são consideradas nos casos em que haja

processos judiciais em curso ou outras situações devidamente identificadas

estando reflectido no passivo.

e) Especialização dos exercícios

A Entidade regista os seus custos e proveitos de acordo com o princípio da

especialização de exercícios, pelo qual estas são reconhecidas à medida em que

são geradas, independentemente do momento em que são recebidas ou pagas.

As diferenças entre os montantes recebidos e pagos e as correspondentes

receitas e despesas são registadas nas rubricas de acréscimos e diferimentos

(nota 8.2.39.2).

Os valores não facturados desde o último ciclo de facturação até ao final do ano

foram registados por estimativa com base no volume de produção valorizada aos

preços fixados. As diferenças entre os valores estimados e os reais são registadas

no período subsequente.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

148

f) Classificação do balanço

Os activos realizáveis e os passivos exigíveis, independentemente da sua

maturidade estão contabilizados no realizável de curto prazo, ao passo que no

passivo de médio e longo prazo registam-se dívidas com acordos de pagamento

superiores a 1 ano.

No Ativo do Balanço, na rubrica “dívidas a receber – curto prazo”, estão inscritos

17 milhões de euros, dos quais 13,6 M€ são referentes a dívidas que se

encontram vencidas há mais de um ano, e para as quais não está formalizado

com os clientes um plano para o pagamentos das mesmas.

g) Encargos com férias e subsídios de férias

As férias e subsídio de férias são registados como custo do ano em que os

funcionários adquirem o direito ao seu recebimento. Em consequência, o valor

de férias e subsídio de férias vencido e não pago à data do balanço, foi estimado

e incluído na rubrica acréscimos de custos. A contabilização do subsídio de férias

a pagar em 2013 teve em consideração o Acórdão do Tribunal Constitucional

187/2013 que veio tornar obrigatório o reconhecimento do subsídio de férias aos

trabalhadores do Estado a quem o mesmo havia sido retirado.

h) Contabilização dos subsídios ao investimento

Os subsídios relativos a investimentos são transferidos para resultados ao longo

da vida útil dos bens a que dizem respeito na proporção das respectivas

amortizações.

i) Imposto sobre o rendimento

Atendendo a que em sede de IRC – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas

Colectivas a entidade se encontra enquadrada no regime geral, a estimativa de

imposto é efectuada com base no normativo existente. O IPO de Coimbra não

regista impostos diferidos resultantes de diferenças temporárias entre os

resultados contabilísticos e fiscais.

j) Pensões de reforma e outros encargos sociais

Com a publicação da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro, e designadamente

no seu artigo 159º, as responsabilidades com o pagamento de pensões relativas

aos aposentados que tenham passado a subscritores nos termos do Decreto -Lei

n.º 301/79, de 18 de Agosto, são suportadas pelas verbas da alienação dos

imóveis do Estado afectos ao Ministério da Saúde e das entidades integradas no

SNS, passando a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde a proceder aos

pagamentos à CGA, I.P.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

149

Nestes termos, o encargo com pensões da responsabilidade do IPO de Coimbra

foi substancialmente reduzido, sendo o valor pago em 2012 de 21.491,87 € face

aos 76.663,78 € pagos em 2011.

A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro (Orçamento de Estado para 2012), no

artigo 191º determina que os encargos com pensões são transferidos para a

Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, não sendo necessário provisionar

qualquer valor a este nível.

8.2.7 MOVIMENTOS NO ACTIVO IMOBILIZADO

No exercício findo em 2012 os movimentos ocorridos no imobilizado, bem como

nas respetivas amortizações acumuladas, foram os seguintes:

Rubricas Saldo inicial Reforço Abates Alienações Saldo final

Imobilizações incorpóreas:

Despesas de instalação 686.975 27.060 714.035

Despesas de I&D

686.975 27.060 714.035

Imobilizações corpóreas:

Terrenos e recursos naturais 8.243.000 8.243.000

Edifícios e outras construções 37.890.235 89.275 37.979.510

Equipamento básico 29.779.474 849.067 134.579 30.493.962

Equipamento de transporte 196.749 569 197.318

Ferramentas e utensílios 1.410 1.410

Equipamento administrativo e informático 5.042.940 612.841 16.731 5.639.050

Outras imobilizações corpóreas

Imobilizações em curso 1.154.315 70 1.154.385

Adiantamentos por conta de imob. corpóreas

82.308.123 1.551.821 151.310 83.708.634

Investimentos financeiros:

terrenos e recursos naturais 1.858 1.858

Edifícios e outras construções

Outras aplicações financeiras 10.000.000 10.000.000

10.001.858 10.001.858

TOTAL GERAL 92.996.955 1.578.881 151.309,57 94.424.527

Activo bruto

RELATÓRIO E CONTAS 2012

150

Rubricas Saldo inicial Reforço Abates Alienações Saldo final

Imobilizações incorpóreas:

Despesas de instalação 632.615 180 632.795

Despesas de I&D

632.615 180 632.795

Imobilizações corpóreas:

Terrenos e recursos naturais

Edifícios e outras construções 10.518.971 1.147.449,56 11.666.420

Equipamento básico 22.428.252 1.932.323,81 134.279 24.226.297

Equipamento de transporte 105.442 38.009 143.450

Ferramentas e utensílios 1.410 1.410

Equipamento administrativo e informático 4.421.792,52 271.353,49 16.731 4.676.415,17

Outras imobilizações corpóreas

37.475.867 3.389.136 151.010 40.713.993

TOTAL GERAL 38.108.482 3.389.316 151.009,76 41.346.788

Amortizações

No ano de 2012 os investimentos realizados totalizaram 1.578.881 €.

Quanto aos abates e alienações registou-se um valor de 151.310 €, faltando

amortizar 300 €. Dos bens abatidos, cerca de metade do valor refere-se a 17

bombas infusoras pelo valor de 33.734€ adquiridas entre 1991 e 1999, um bisturi

elétrico de 1998 no valor de 30.000€ e um autoclave de 1994 por 10.964€.

Em Imobilizações em curso mantém-se os 75% do terreno urbano contíguo ao

IPO de Coimbra que foi adquirido em 2009 após a aprovação do Plano de

Investimentos pelos Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da

Saúde, e cujo investimento total perfaz os 24 milhões de euros.

8.2.10 DIPLOMA LEGAL – REAVALIAÇÃO DE IMOBILIZADO

O valor inscrito em reservas de reavaliação (22.258.185 €) foi contabilizado no

exercício de 2008 e está de acordo com o preconizado no DL 276/02, de 9 de

Dezembro no ponto 3 do artigo 7º que refere “até ao final de 2003 será realizada

a avaliação dos bens, reportada à data de transformação, sendo o valor do

capital social alterado de acordo com o necessário, em função do resultado da

avaliação, sem qualquer outra formalidade para além do registo de alteração”.

Este preceito foi reforçado por recomendações expressas nos relatórios da

Inspecção-Geral de Finanças, quer no consagrado pelo novo regime do

património imobiliário público publicado no Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7/8.

8.2.11 REAVALIAÇÕES

Custos históricos Reavaliações

Valores

contabilísticos

reavaliados

Imobilizações corpóreas:

Terrenos e recursos naturais 350.000 7.893.000 8.243.000,00

Edifícios e outras construções 23.614.325 14.365.185 37.979.509,86

Equipamento básico 6.267.665 6.267.664,58

Equipamento de transporte 53.867 53.867,41

Ferramentas e utensí lios

Equipamento administrativo e informático 962.635 962.634,87

Outras imobilizações corpóreas

31.248.492 22.258.185 53.506.677

RELATÓRIO E CONTAS 2012

151

8.2.13 IMOBILIZAÇÕES EM REGIME DE LOCAÇÃO FINANCEIRA

Em 2012 não foram adquiridas quaisquer viaturas, havendo no entanto 3

contratos que estiveram em vigor durante o ano 2012, a saber:

Rubricas Imobilizado brutoAmortizações do

exercício

Amortizações

acumuladas

Imobilizado

líquidoValor em dívida

Imobilizações corpóreas:

Equipamento de transporte 76-HU-41 35.000 8.750 30.625 4.375 0

Equipamento de transporte 87-JB-30 24.286 6.071 16.190 8.095 2.119

Equipamento de transporte 87-JB-36 34.950 8.738 23.300 11.650 3.074

94.236 23.559 70.115 24.120 5.193

8.2.23 DÍVIDAS DE COBRANÇA DUVIDOSA

Os movimentos ocorridos por ajustamentos do activo circulante foram:

Clientes e devedores de cobrança duvidosa

Rubrica: Saldo inicial Reforço Reversão Saldo final

clientes de cobrança duvidosa 853.608,62 96.940,48 -182,80 950.366,30

devedores de cobrança duvidosa 9.322,72 787,00 -787,07 9.322,65

O saldo de créditos de cobrança duvidosa reflecte a avaliação dos riscos de

cobrança existentes nos saldos a receber provenientes de dívidas registadas em

clientes de cobrança duvidosa.

8.2.31 – DESDOBRAMENTO DAS CONTAS DE PROVISÃO ACUMULADAS

As provisões foram constituídas de acordo com os critérios fiscalmente aceites

estando identificadas as provisões do exercício no quadro abaixo:

Rubricas Saldo inicial Reforço Regularização Saldo final

provisões para aplicações de tesouraria 0,00 0,00 0,00 0,00

clientes de cobrança duvidosa 668.198,52 240.052,01 0,00 908.250,53

devedores de cobrança duvidosa 4.943,08 4.613,28 -233,64 9.322,72

provisões para riscos e encargos 0,00 0,00 0,00 0,00

provisões para depreciação de existências 0,00 0,00 0,00 0,00

provisões para investimentos financeiros 0,00 0,00 0,00 0,00

673.141,60 244.665,29 -233,64 917.573,25

Provisões acumuladas

Por sua vez, o quadro abaixo reflecte o montante global da conta de provisões:

RELATÓRIO E CONTAS 2012

152

Período Valor Provisão Valor Provisão

6 a 12 meses -46,25 34,14 0,00 0,00

12 a 18 meses 63.886,72 31.943,36 0,00 0,00

18 a 24 meses 1.159,07 1.159,07 0,00 0,00

Mais de 24 meses 885.366,76 875.113,96 9.322,72 9.322,72

Total 950.366,30 908.250,53 9.322,72 9.322,72

Outros devedoresclientes cobrança duvidosa

Relativamente às provisões para cobrança duvidosa a contabilização resulta do

apuramento das dívidas vencidas há mais de 6 meses cujos devedores são

entidades privadas e tendo sido seguido os critérios fiscais para o

reconhecimento das mesmas. Conforme o disposto no POCMS, as provisões de

cobrança duvidosa representam perdas prováveis em activos, pelo que se

afiguram como valores a deduzir ao Activo.

8.2.32 MOVIMENTOS OCORRIDOS NOS FUNDOS PRÓPRIOS

Os movimentos ocorridos nas contas do fundo patrimonial durante o exercício

de 2012, foram:

Rubricas Saldo inicial Aumento DiminuiçãoAplicação de

ResultadosSaldo final

Património (Capital estatutário) 19.950.000 0 0 0 19.950.000

Reservas de Reavaliação 22.258.185 0 0 0 22.258.185

Reservas Livres 12.882.096 0 0 0 12.882.096

Doações 1.885.190 14.650 0 0 1.899.840

Reservas Legais 1.263.638 0 0 642.383 1.906.021

Reservas Estatutárias 4.545.297 0 0 1.927.149 6.472.446

Resultados Transitados 1.050.165 535.750 (2.569.531) 1.694.672 711.056

Resultado Líquido do exercício 1.694.672 1.741.811 (1.694.672) 0 1.741.811

65.529.243 2.292.211 (4.264.204) 4.264.204 67.821.454

1. O saldo inicial inscrito em reservas de reavaliação é o resultado da valorização

dos edifícios ocorrido em 2008 e foi efectuado em total concordância com a

ACSS, I.P. e nos termos do preconizado no DL 276/02, de 9 de Dezembro no

ponto 3 do artigo 7º que refere “até ao final de 2003 será realizada a avaliação

dos bens, reportada à data de transformação, sendo o valor do capital social

alterado de acordo com o necessário, em função do resultado da avaliação, sem

qualquer outra formalidade para além do registo de alteração”.

Embora o diploma antedito referisse que o capital deveria ser alterado em

função do resultado da avaliação, sem qualquer outra formalidade para além do

registo, as alterações societárias produzidas pelo Decreto-Lei n.º233/2005, de 29

de Dezembro que estabelece o regime jurídico dos Hospitais EPE e aprova os

seus Estatutos, nomeadamente no articulado do n.º 1 do artigo 3º, o capital

estatutário só pode ser alterado por despacho conjunto dos Ministros das

RELATÓRIO E CONTAS 2012

153

Finanças e da Saúde. Nestes termos, e após o despacho conjunto n.º

10998/2009, de 29 de Setembro referente à aprovação das contas do exercício

de 2008, o IPO de Coimbra, solicitou em 6 de Janeiro de 2010 orientações à

Tutela sobre os procedimentos a adoptar para que se efectivasse as alterações

ao capital estatutário decorrentes da valorização dos edifícios.

A resposta da ACSS, I.P. à solicitação antedita ocorreu em 17 de Fevereiro de

2010 referindo que “deve o IPO de Coimbra, tomar as diligências necessárias à

emissão do referido despacho.”

Não obstante, o IPO de Coimbra está em processo de registo dos imóveis que

compreendem o parque hospitalar, sendo certo que iniciará as diligências de

alteração ao capital social após este processo estar concluído.

2. Na rubrica de resultados transitados está registada um aumento de 535.750 €

que se refere a acertos nas estimativas de facturação de contrato-programa de

anos anteriores, resultantes de validações da ACSS, IP, mas também a

recuperação de facturação à ARS do Centro no que se refere ao programa de

rastreio do cancro do colo do útero.

8.2.33 DEMONSTRAÇÃO DO CUSTO DAS MATÉRIAS CONSUMIDAS

O custo das matérias consumidas foi determinado do seguinte modo:

2012 2011

Existências iniciais 1.088.477 1.426.097

Compras 16.633.361 16.670.689

Regularização de Existências 34.719 50.158

Descontos e abatimentos em compras (843.078) (401.379)

Existências finais 1.485.649 1.088.477

Custos no exercício 15.427.830 16.657.088

Quanto à demonstração do custo das mercadorias foi determinada como segue:

2012 2011

Existências iniciais 9.740 9.900

Compras 0 0

Regularização de Existências (9.740) 0

Descontos e abatimentos em compras 0 0

Existências finais 0 9.740

Custos no exercício 0 160

Refira-se que no ano 2008 verificou-se a necessidade de autonomizar em

mercadorias as escovas de citologias que se destinavam a vender às Instituições

do Ministério da Saúde da Região, mas em virtude de não haver qualquer pedido

RELATÓRIO E CONTAS 2012

154

por esta durante o ano 2011 optámos por reintegrar o produto no respectivo

armazém de materiais.

8.2.37 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS

Os resultados financeiros dos exercícios de 2012 e 2011 têm a seguinte

composição:

Custos e Perdas: 2012 2011

Juros suportados 600 1.380

Outros custos e perdas 438 721

1.037 2.101

Resultados financeiros 1.098.213 791.736

Proveitos e ganhos:Juros obtidos 702.315 345.951

Descontos de pagamento obtidos 396.935 447.886

Outros proveitos e ganhos financeiros

1.099.250 793.838

Os resultados financeiros aumentaram 39 % em resultado, devido à

remuneração de juros da aplicação financeira em CEDIM, cujo capital é de 10

milhões de euros e a taxa de juro de 5,050 %.

8.2.38 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS

Os resultados extraordinários dos exercícios de 2012 e 2011 têm a seguinte

composição:

Custos e Perdas: 2012 2011

Perdas em existências 8.171 13.218

Perdas em imobilizações 300 14.643Multas e Outras Penalidades 30 15

Correcções relativas a exercícios anteriores 131.674 69.267Outros custos e perdas extraordinárias 527 159.762

140.702 256.905

Resultados extraordinários 1.513.015 1.658.843

Proveitos e ganhos:Ganhos em existências 10.420 43.115

Ganhos em imobilizações 8.361Subsídios ao investimento 1.614.608 1.821.709

Reduções amortizações provisões 234Correcções relativas a exercícios anteriores 7.776 16.652

Outros proveitos e ganhos extraordinár ios 20.679 25.911

1.653.717 1.915.748

RELATÓRIO E CONTAS 2012

155

As correcções relativas a exercícios anteriores referem-se, na sua maioria, a

gastos com oxigenoterapia, facturados pela ARS do Centro e que se referem a

anos anteriores, sendo que estes gastos não eram até então da responsabilidade

do IPO de Coimbra.

8.2.39 Outras informações consideradas relevantes para melhor

compreensão da posição financeira e dos resultados.

8.2.39.1 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR FUNÇÕES

A Demonstração de Resultados por Funções - “DRF” - foi elaborada segundo o

disposto na Directriz Contabilística nº 20, havendo os seguintes aspectos a

salientar:

a) A rubrica “Custo das Prestações de Serviços” da DRF inclui diversas rubricas da

Demonstração de Resultados por Naturezas - “DRN” - nomeadamente, “Custo

das Matérias Consumidas” (exceptuando o Armazém de Material

Administrativo), “Fornecimentos e Serviços Externos” (no que se refere a

Subcontratos, Trabalhos especializados, Consumos de Energia, Água, Gás, etc.) e

as rubricas “custos com Pessoal” e “Amortizações do Imobilizado corpóreo” (no

que se refere a equipamento básico líquido de subsídios ao investimento). As

imputações destes custos tiveram como base os custos directos imputados às

Secções Principais e Auxiliares de produção.

b) A rubrica “Outros Proveitos Operacionais” da DRF inclui os proveitos

classificados nas rubricas “Subsídios à Exploração” e “Proveitos e Ganhos

Operacionais”.

c) Na rubrica “Custos Administrativos” da DRF estão considerados os registos

contabilísticos classificados na DRN nas rubricas de “Custo das Matérias

Consumidas” (no que se refere a o Armazém de Consumo Administrativo),

“Fornecimentos e Serviços Externos” (referente a Material de Escritório e

Comunicações), “Custos com o Pessoal” (no que se refere a pessoal afecto aos

Serviços de Suporte à Gestão) e restantes “Amortizações do imobilizado

corpóreo e incorpóreo).

d) A rubrica “Outros Custos e Perdas Operacionais” da DRF inclui diversos custos

classificados na rubrica “Fornecimentos e Serviços Externos” da DRN (no que se

refere a Livros e Documentação Técnica e Contratos de conservação e

manutenção), bem como os custos classificados na rubrica “Outros Custos

Operacionais” da DRN.

Determinadas naturezas de custos, nomeadamente as rubricas de

“Fornecimentos e Serviços Externos“, “Custos com o Pessoal” e “amortizações de

RELATÓRIO E CONTAS 2012

156

imobilizado corpóreo e incorpóreo” foram repartidas por várias áreas de

atividade de acordo com os critérios definidos no Plano Oficial de Contabilidade

Analítica dos Hospitais e por critérios definidos pelo próprio Hospital - Empresa.

8.2.39.2 IMPOSTOS SOBRE LUCROS

O IPO de Coimbra é tributado em IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Colectivas à taxa de 25%, acrescida de Derrama à taxa de 1,5% sobre a matéria

colectável e ainda à derrama estadual de 3% sobre a parte que excede os 1,5

milhões de euros da matéria colectável.

De acordo com o artigo 88.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Colectivas a entidade encontra-se sujeita, adicionalmente, a tributação

autónoma sobre um conjunto de encargos, às taxas previstas no artigo

supracitado.

Nos termos da legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão

por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro ou de dez anos,

no caso da Segurança Social, excepto quando tenham existido prejuízos ou

estejam em curso inspecções, reclamações ou impugnações, casos em que,

dependendo das circunstâncias, os prazos são prolongados ou suspensos.

No ano 2012 o IPO de Coimbra candidatou-se ao SIFIDE tendo obtido o valor de

34.509,13 €, para além do benefício fiscal com a criação líquida de emprego

(artigo 19º do Estatuto de Benefícios Fiscais) que tem apresentou um valor de

903.222,48 €.

Assim, a taxa efectiva de imposto é inferior à taxa máxima agregada, devido

essencialmente ao impacto dos benefícios fiscais.

Imposto sobre o rendimento do exercício 2012 2011

Resultado antes de imposto 2.224.626 2.136.605

Matéria colectável 1.873.386 1.643.964

Taxa nominal de imposto 25,00% 24,90%

Colecta (25%) 468.347 407.866

Derrama 28.101 24.659

Derrama estadual 11.202 0

Ajustamentos à colecta 9.676 7.844

C rédito de Imposto -34.509

Imposto sobre o rendimento do exercício 482.815,49 441.932,06

Taxa efectiva de imposto 21,70% 20,68%

8.2.39.3 VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO

Quanto às variações das prestações em curso foram registadas atendendo aos

doentes que se encontravam internados em 31 de Dezembro, e em função do

valor do GDH respetivo, valorizados ao preço do contrato programa.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

157

Trabalhos em curso 2012 2011

Existências finais 131.311 162.015

Existências iniciais 162.015 171.019

Variação das prestações de serviço em curso (30.704) (9.004)

8.2.39.4 ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS

A descriminação dos acréscimos e diferimentos em 31 de Dezembro de 2012 e

2011 são como segue:

ACRESCIMOS E DIFERIMENTOS 2012 2011

ACRESCIMOS DE PROVEITOS:

Juros a receber 233.591 9.821

Ac.Proveitos - Subsidios 0 24.424

Outros acrescimos de proveitos: 5.723.610

- à ACSS 5.723.610 3.291.385

- a outros Clientes 0 457.234

5.957.201 3.782.865

CUSTOS DIFERIDOS

Outros custos diferidos 30.487 35.976

30.487 35.976

ACRESCIMOS DE CUSTOS

Facturas Fornecedores 181.005 166.071

Remunerações a liquidar 3.675.954 1.717.800

3.856.959 1.883.871

PROVEITOS DIFERIDOS

Subsídios para investimento 17.091.985 18.706.593

17.091.985 18.706.593

8.2.39.5 PRESTAÇÕES SOCIAIS E ENCARGOS COM PENSÕES

Com a publicação da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro, e designadamente no seu artigo 159º, as responsabilidades com o pagamento de pensões relativas aos aposentados que tenham passado a subscritores nos termos do Decreto -Lei n.º 301/79, de 18 de Agosto, são suportadas pelas verbas da alienação dos imóveis do Estado afectos ao Ministério da Saúde e das entidades integradas no SNS, passando a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde a proceder aos pagamentos à CGA, I.P.

Nestes termos, o encargo com pensões da responsabilidade do IPO de Coimbra já tinha sido reduzido em cerca de 62% no ano 2011, passando em 2012 a apresentar um encargo residual na ordem dos 22 mil euros.

A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro (Orçamento de Estado para 2012), no artigo 191º determina que os encargos com pensões são transferidos para a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, não sendo necessário provisionar qualquer valor a este nível.

RELATÓRIO E CONTAS 2012

158

8.2.39.6 DIVERGÊNCIAS ENTRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

APRESENTADAS E O PRECONIZADO PELOS REQUISITOS FORMAIS

Dos elementos das demonstrações financeiras apresentadas há situações em

que os critérios utilizados não estão de acordo com os requisitos formais exigidos

tendo a Administração do IPO de Coimbra decidido relevar essas situações na

presente nota explicitando as divergências que devem ser analisadas à luz dos

critérios utilizados.

O mapa dos fluxos de caixa está de acordo com a Directriz Contabilística n.º 14, à

semelhança dos apresentados nos últimos 8 exercícios económicos, para além de

apresentar o modelo preconizado pelo POCMS no ponto 7.3. (mapa dos fluxos

financeiros).

Os mapas de controlo do orçamento económico dos custos e perdas foram

apresentados com base no orçamento económico aprovado pela tutela, conforme

previsto no artigo 10º do decreto-lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro. Dos

respectivos mapas de controlo dos custos e perdas não constam as colunas

referentes aos processos de aquisição e aos encargos assumidos devido ao facto de

as contas do controlo orçamental (classe 0) terem sido dispensadas através do n.º2

do despacho n.º 17 164/2006. Assim, os Hospitais EPE não mantêm em histórico os

processos decorrentes da utilização da contabilidade pública assente numa óptica do

caixa e baseada no orçamento financeiro.

Quanto aos mapas do controlo do orçamento de compras e investimentos há que

referir que o plano de desempenho, do qual consta apenas o orçamento económico,

foi o instrumento previsional aprovado pela tutela. Assim, e no que se refere ao

orçamento das rubricas de compras e de investimentos salientamos que a tutela não

se pronunciou sobre os mesmos, pelo que foi seguido o entendimento de não

constar informação nos respectivos mapas.

8.2.39.7 OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES

No Ativo do Balanço, na rubrica “dívidas a receber – curto prazo”, estão inscritos

17 milhões de euros, dos quais 13,6 M€ são referentes a dívidas que se

encontram vencidas há mais de um ano, e para as quais não está formalizado

com os clientes um plano para o pagamentos das mesmas.

O Conselho de Administração

Presidente

Dr. Manuel António L. Silva

Vogal Executivo

Dr. Carlos Manuel Gregório dos Santos

Vogal – Diretora Clínica

Dra. Paula Cristina S. Dias Sanches Pinto Alves

Vogal – Enfermeira Diretora

Enf.ª Maria Soledade Correia Neves

O Técnico Oficial de Contas Dr. Pedro Miguel Mónica Monteiro Simões

TOC n.º 58.325

RELATÓRIO E CONTAS 2012

159

CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

RELATÓRIO E CONTAS 2012

160

RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL

ÚNICO