relatÓrio e contas consolidadas - 30 junho de 2013 - … · operações tiveram como objetivo...
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EDIA
RELATÓRIO E CONTAS
CONSOLIDADAS - 30 JUNHO DE 2013
1 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
EDIA
Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A.
Capital Social 387.267.750,00 €
Capital Próprio Negativo 462.429.633,00 €
Número de Pessoa Coletiva 503 450 189
Matrícula 01 084/950316 da Conservatória do Registo Comercial de Beja
Sede Social Rua Zeca Afonso, N.º 2 -7800 - 522 - Beja
Delegação de Lisboa Avenida da República, N.º 83, 4.º Dtº - 1050 - 243 Lisboa
Delegação de Alqueva Apartado 126 - 7860 - Moura
Delegação de Pedrógão Apartado 126 - 7860 - Moura
Delegação de Mourão Rua Marcos Gomes V. Rosado, 15 - 7240 - Mourão
Parque de Natureza de Noudar Apartado 5 - 7230 - Barrancos
Museu da Luz Largo da Igreja Nossa Sr.ª da Luz - 7240 - 100 - Luz - Mourão
Site: www.edia.pt
Fotografias António Cunha/EDIA
2 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
ÍNDICE
1. RELATÓRIO DE GESTÃO A 30 DE JUNHO DE 2013 ......................................................... 6
1.1. Apresentação do GRUPO ................................................................................................... 6
1.2. Atividades Desenvolvidas pela EDIA ................................................................................ 9
1.2.1. Infraestruturas em Exploração ..................................................................................... 9
1.2.2. Infraestruturas em Construção ................................................................................... 17
1.2.3. Projetos em Curso ...................................................................................................... 20
1.2.4. Ambiente, Património e Ordenamento do Território ................................................. 24
1.2.5. Projetos Especiais ...................................................................................................... 31
1.2.6. Estrutura de Suporte ................................................................................................... 37
1.3. Atividades Desenvolvidas pela GESTALQUEVA........................................................... 42
1.4. Atividades Desenvolvidas pela GESCRUZEIROS .......................................................... 42
1.5. Breve Descrição da Demonstração da Posição Financeira e da Demonstração do
Rendimento Integral ................................................................................................................ 44
2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS EM 30 DE JUNHO DE 2013 ... 50
2.1. Demonstração Consolidada da Posição Financeira .......................................................... 50
2.2. Demonstração Consolidada do Rendimento Integral ....................................................... 51
2.3. Demonstração Consolidada das Alterações no Capital Próprio ....................................... 52
2.4. Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa ............................................................. 53
2.5. Anexo ............................................................................................................................... 54
1. Identificação do Grupo .................................................................................................... 54
2. Referencial Contabilístico de Preparação das Demonstrações Financeiras ..................... 56
3. Principais Políticas Contabilísticas .................................................................................. 58
4. Fluxos de Caixa................................................................................................................ 76
5. Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros ................. 77
6. Ativos Fixos Tangíveis .................................................................................................... 80
7. Ativos Intangíveis ............................................................................................................ 82
8. Partes Relacionadas ......................................................................................................... 85
9. Imposto sobre o Rendimento ........................................................................................... 86
10. Depósitos Cativos .......................................................................................................... 87
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11. Inventários...................................................................................................................... 87
12. Clientes, Vendas e Prestação de Serviços ...................................................................... 89
13. Estado e Outros Entes Públicos ..................................................................................... 92
14. Outras Contas a Receber ................................................................................................ 93
15. Diferimentos .................................................................................................................. 96
16. Capital Próprio ............................................................................................................... 97
17. Imparidade de Ativos ..................................................................................................... 98
18. Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes ............................................ 101
19. Financiamentos Obtidos ............................................................................................... 106
20. Fornecedores e Outras Contas a Pagar ......................................................................... 109
21. Trabalhos para a própria Entidade ............................................................................... 110
22. Variação nos Inventários da Produção ......................................................................... 110
23. Fornecimentos e Serviços Externos ............................................................................. 111
24. Gastos com o Pessoal ................................................................................................... 112
25. Outros Rendimentos e Ganhos ..................................................................................... 113
26. Outros Gastos e Perdas ................................................................................................ 114
27. Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização ....................................................... 114
28. Juros e Rendimentos Similares Obtidos e Juros e Gastos Similares Suportados ......... 115
29. Interesses Minoritários ................................................................................................. 116
30. Segmentos Operacionais .............................................................................................. 116
Declaração de Conformidade do Conselho de Administração .................................................. 124
Relatório de Revisão Limitada Elaborado por Auditor Registado na CMVM sobre Informação
Semestral Consolidada .............................................................................................................. 125
Relatório de Revisão Limitada sobre Informação Semestral Consolidada Elaborado por Auditor
Externo ...................................................................................................................................... 131
SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................................................................. 135
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5 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
6 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1. RELATÓRIO DE GESTÃO A 30 DE JUNHO DE 2013
1.1. Apresentação do GRUPO
EDIA
Criada pelo Decreto-Lei N.º 32/95, de 11 de fevereiro, no âmbito do qual lhe foi acometida a
titularidade dos direitos e obrigações que anteriormente pertenciam à sua comissão instaladora,
a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A. (EDIA), empresa de capitais
exclusivamente públicos, teve como objeto social a conceção, execução, construção e
exploração do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) e a promoção do
desenvolvimento económico e social da sua área de intervenção, que corresponde total ou
parcialmente, a 20 concelhos do Alentejo.
Com a entrada em exploração de algumas infraestruturas do Empreendimento, o Decreto-Lei
N.º 42/2007, de 22 de fevereiro, vem definir o regime jurídico aplicável à gestão, exploração,
manutenção e conservação das infraestruturas que integram o EFMA, modifica os estatutos da
EDIA, revoga os Decretos-Lei N.º 32/95, de 11 de fevereiro, N.º 33/95, de 11 de fevereiro e N.º
335/2001, de 24 de dezembro, concretizando, desta forma, a recentralização dos objetivos da
EDIA, enquanto entidade gestora do EFMA e definindo-lhe o seguinte objeto social:
A utilização do domínio público hídrico afeto ao Empreendimento para fins de rega e
exploração hidroelétrica, mediante contrato de concessão celebrado nos termos da Lei
N.º 58/2005, de 29 de dezembro;
A conceção, execução e construção das infraestruturas que integram sistema primário
do Empreendimento, bem como a sua gestão, exploração, manutenção e conservação;
A conceção, execução e construção das infraestruturas que integram a rede secundária
afeta ao Empreendimento, em representação do Estado, e de acordo com as instruções
que lhe sejam dirigidas pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
Pescas; e
A promoção, desenvolvimento e prossecução de outras atividades económicas cujo
aproveitamento contribua para a melhoria das condições de utilização de recursos afetos
ao Empreendimento.
Posteriormente ao Decreto-Lei N.º 42/2007, de 22 de fevereiro, foi publicado o Decreto-Lei N.º
313/2007, de 17 de setembro, que aprovou as bases do contrato de concessão entre a EDIA e o
Estado Português, com vista à utilização do domínio público hídrico afeto ao EFMA, para fins
de rega e exploração hidroelétrica, tendo sido atribuída à EDIA a concessão da gestão e
exploração do Empreendimento e a titularidade, em regime de exclusividade, dos direitos de
utilização privativa do domínio público hídrico afeto ao EFMA para fins de rega e exploração
hidroelétrica, por um período de 75 anos.
Ao abrigo do disposto neste Decreto-Lei, os poderes e competências da EDIA abrangem:
A administração do referido domínio público hídrico no âmbito da sua atividade;
A atribuição dos títulos respeitantes à captação de água para rega e para produção de
energia elétrica; e
Poderes de fiscalização da sua utilização por terceiros, bem como a competência para a
instauração, a instrução e o sancionamento dos processos de contraordenação nesse
âmbito.
7 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
No decurso de 2007 foi igualmente formalizado o acordo com a EDP com vista à exploração
das centrais hidroelétricas de Alqueva e Pedrógão, tendo sido assinado, a 25 de outubro, o
contrato de exploração das centrais hidroelétricas de Alqueva e de Pedrógão e de subconcessão
do domínio público hídrico. Este documento veio formalizar, por um período de 35 anos, as
condições que regem a exploração da componente hidroelétrica das infraestruturas que integram
o sistema primário do EFMA, bem como a subconcessão dos direitos de utilização privativa do
domínio público hídrico associado, para fins de produção de energia elétrica e para implantação
de infraestruturas de produção de energia elétrica.
A entrada em exploração dos primeiros perímetros de rega veio manifestar a necessidade de
harmonizar o tarifário a aplicar no âmbito do sistema, em função das diferentes condições de
fornecimento de água. É neste âmbito que surge o Decreto-Lei N.º 36/2010, de 16 de abril, que
altera o Decreto-Lei N.º 42/2007, de 22 de fevereiro, e que aclara aspetos da envolvente
económica e financeira do empreendimento, com vista à otimização da gestão de recursos e à
garantia da sustentabilidade económica futura da empresa, adequando ainda o enquadramento
legal do EFMA ao novo quadro legal da gestão e utilização dos recursos hídricos constante na
Lei da Água, no regime de utilização dos recursos hídricos (Decreto-Lei N.º 226-A/2007, de 31
de maio) e no regime económico e financeiro dos recursos hídricos (Decreto-Lei N.º 97/2008,
de 11 de junho).
A fixação de um tarifário diferenciado e dotado de uma maior flexibilidade, quer em função das
distintas condições de fornecimento da água pela EDIA, quer em função do uso a que se destina
a água fornecida, veio assim a possibilitar a aferição do valor a fixar, não apenas em função das
diferentes condições de exploração e fornecimento de água, mas também do respetivo ajuste à
medida da entrada em funcionamento de cada uma das componentes da rede secundária.
O Despacho N.º 9000/2010, publicado a 26 de maio, aprovou o tarifário que estabelece o preço
da água destinado à rega para uso agrícola fornecida pela EDIA no âmbito do serviço público de
águas do EFMA, com efeitos a partir de 01 de junho. O valor do tarifário pelo fornecimento de
água para uso agrícola no primeiro ano é reduzido a 30% dos valores indicados, aumentando
anual, automática, progressiva e linearmente a partir do ano subsequente, até perfazer os 100%
no oitavo ano. Em 2012, o tarifário de rega para Alqueva foi atualizado com base no Índice de
Preços ao Consumidor (3,72%).
Já em 2013, a 8 de abril, é celebrado com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento
Rural (DGADR), do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do
Território (MAMAOT), o contrato de concessão relativo à gestão, exploração, manutenção e
conservação das infraestruturas da rede secundária do EFMA.
GESTALQUEVA
A GESTALQUEVA – Sociedade de Aproveitamento das Potencialidades das Albufeiras de
Alqueva e do Pedrógão, S.A., cujo capital social é detido em 51% pela EDIA, foi constituída a 7
de março de 2003 e tem por objeto social:
A conceção, promoção e execução de projetos de desenvolvimento e valorização das
potencialidades das albufeiras de Alqueva e Pedrógão e das respetivas envolventes,
nomeadamente nas áreas do ambiente, qualidade urbana, turismo e património;
8 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
A gestão de utilizações dos planos de água, nomeadamente em regime de concessão,
empreendimentos, equipamentos e infraestruturas associadas às albufeiras de Alqueva e
de Pedrógão e às áreas envolventes;
A prestação de serviços nos domínios do planeamento, ordenamento, monitorização e
gestão de equipamentos e infraestruturas de natureza ambiental na área compreendida
pelas albufeiras de Alqueva e Pedrógão e dos concelhos do regolfo daquelas albufeiras;
e
A sociedade poderá, desde que para o efeito esteja habilitada, exercer outras atividades
para além das referidas nos números anteriores, desde que consideradas acessórias ou
complementares daquelas.
Na assembleia extraordinária de 15 de junho de 2012 foi decidida a dissolução da
GESTALQUEVA, S.A., em curso.
GESCRUZEIROS
A GESCRUZEIROS – Sociedade de Aproveitamento da Atividade Marítimo - Turística no
Grande Lago Alqueva, S.A., nasceu das sinergias entre as empresas Gestalqueva e Nautialqueva
– Serviços Náuticos, Lda. O capital social da Gescruzeiros, constituída a 16 de março de 2006, é
detido em 51% pela Gestalqueva e tem como objeto social:
Desenvolvimento de atividades Marítimo – Turísticas;
Operador Marítimo – Turístico; e
Animação turística nas albufeiras de Alqueva e de Pedrógão e na área correspondente
aos municípios envolventes.
9 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1.2. Atividades Desenvolvidas pela EDIA
1.2.1. Infraestruturas em Exploração
Observação do Comportamento de Barragens
Em cumprimento do disposto nos Planos de Observação das barragens constituintes das
infraestruturas primárias do EFMA, realizaram-se as campanhas previstas de leitura da
aparelhagem de observação instalada, continuando-se a verificar o bom estado dos
equipamentos de segurança hidráulico-operacional e o bom comportamento evidenciado pelas
diversas estruturas.
No final de março, a barragem de Alqueva atingiu a cota máxima pela terceira vez desde o
encerramento das suas comportas, em 8 de fevereiro de 2002. Procedeu-se a descargas
controladas através dos seus descarregadores: um de meio fundo e um de superfície. Estas
operações tiveram como objetivo controlar o volume de água armazenada na albufeira de
Alqueva, uma vez que o nível de enchimento (151,98 m) se aproximou da sua cota máxima
(152 metros).
Manutenção e Exploração
Rede Primária
No decurso do primeiro semestre de 2013, desenvolveram-se fundamentalmente atividades de
manutenção e de conservação. No mesmo período, foram também realizadas algumas
intervenções de reparação no âmbito das garantias das obras, nomeadamente nos Canais
Loureiro - Monte Novo e Alvito - Pisão e nos Adutores do Enxoé, Serpa e Laje. Há também a
registar a contratação de trabalhos de manutenção preventiva das instalações de alta, média e
baixa tensão e de manutenção corretiva dos motores dos grupos da Estação Elevatória dos
Álamos. Foi igualmente contratada a realização de uma auditoria energética a esta mesma
estação elevatória, dado tratar-se de uma instalação grande consumidora de energia, dando-se
assim cumprimento ao estabelecido no DL N.º 71/2008, de 15 de abril.
Neste período deu-se também início às atividades de exploração associadas à campanha de rega
em curso.
Rede Secundária
No primeiro semestre de 2013, decorreram trabalhos de manutenção condicionada,
principalmente nas estações elevatórias. Foram ainda sincronizados os dados das leituras de
campo realizadas no final do ano anterior com os sistemas de telegestão.
Decorreu igualmente a manutenção do sistema de telegestão. Realizou-se um conjunto de
manutenções preventivas, corretivas e condicionadas tendo em conta as necessidades dos
equipamentos instalados. Com o arranque da campanha de rega iniciaram-se as operações de
exploração e gestão das estações elevatórias, reservatórios e rede de condutas, mantendo o apoio
aos agricultores, com particular incidência no registo e acompanhamento das inscrições para a
presente campanha.
10 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Promoção do Regadio
Com a entrada em exploração dos blocos do Pedrógão 1 e 3, Selmes e de Ervidel 2 e 3, a adesão
registada até 30 de junho de 2013 nos perímetros sob gestão da EDIA foi a seguinte (sem
captações diretas):
Comparando a adesão entre junho de 2012 e junho de 2013, regista-se um aumento de 28,2%
(6.083 ha), muito próximo do aumento na área infraestruturada (29,4%):
2010 2011 2012 2013
Monte Novo 3.078 3.808 4.769 5.071
Alvito - Pisão 3.081 4.410 4.853 5.403
Pisão 615 683 750 812
Alfundão - 961 1.503 1.175
Ferreira, Figueirinha e Valbom - 765 1.787 1.603
Orada - Amoreira - 857 2.442 2.254
Brinches - 1.640 2.424 1.733
Brinches - Enxoé - 1.992 2.343 3.157
Serpa - 957 1.809 2.151
Loureiro - Alvito - - 205 356
Ervidel - - 1.431 3.224
Pedrógão Margem Direita - - - 729
Área Inscrita 6.774 16.073 24.316 27.668
Área Total Infraestruturada 18.754 45.171 49.135 58.465
Perímetros de RegaÁrea Inscrita (ha)
2012 2013
Monte Novo 4.823 5.071
Alvito - Pisão 4.834 5.403
Pisão 869 812
Alfundão 2.371 1.175
Ferreira, Figueirinha e Valbom 1.109 1.603
Orada - Amoreira 1.235 2.254
Brinches 1.725 1.733
Brinches - Enxoé 2.494 3.157
Serpa 2.125 2.151
Loureiro - Alvito - 356
Ervidel - 3.224
Pedrógão Margem Direita - 729
Área Inscrita 21.585 27.668
Área Total Infraestruturada 45.171 58.465
Perímetros de RegaÁrea Inscrita (ha) - 1.º Semestre
11 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
No início do ano, foi atualizado o tarifário de água para rega para a Campanha de 2013 no
EFMA. Esta tarifa foi estabelecida para os perímetros de rega (conservação e exploração), para
as captações diretas e para os regantes precários. Na aplicação do tarifário manter-se-á a
redução das tarifas conforme os anos de exploração de cada um dos perímetros de rega.
Relativamente ao modelo técnico-económico para monitorização e gestão da componente
hidroagrícola de Alqueva, foi realizada uma reunião no dia 8 de janeiro, onde foram
identificados os diversos pontos ainda em aberto. Neste âmbito realizou-se uma lista de todas as
dúvidas, erros e alterações, que foi alvo de análise pelo consultor. Posteriormente foi solicitada,
pela EDIA, aos consultores, a realização de um adicional ao referido modelo, por forma a poder
incluir as novas realidades de exploração da rede de abastecimento de água de Alqueva. Os
trabalhos relativos a este modelo encontram-se na sua fase final.
Tiveram seguimento as ações de divulgação do programa SISAP. Os resultados deste programa
têm vindo a ser utilizados na elaboração de dossiers para investidores e outras entidades, e para
alguns produtores individuais como ferramenta de apoio à gestão da sua exploração. Assim,
foram acrescentadas novas culturas ao portfolio existente, e atualizadas outras, capacitando a
empresa para uma resposta mais pronta e eficaz junto dos seus clientes e potenciais investidores.
A EDIA tem apostado na maximização desta ferramenta, nomeadamente como suporte à
avaliação de uma série de prédios rústicos afetados pelas obras da EDIA. De destacar também a
sua utilização, por solicitação de um agricultor, e recorrendo ao roteiro técnico utilizado pelo
próprio, no apuramento do balanço de carbono para a cultura da beterraba de regadio.
Com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço prestado aos seus clientes, a EDIA
continuou o processo de realização de inquéritos junto dos proprietários/beneficiários para
posterior tratamento e análise através da base de dados CIEFMA – Comercial. Apresentam-se
nos quadros seguintes um resumo dos resultados obtidos no final do primeiro semestre de 2013.
Área Total
dos Prédios
(ha)
Área
Beneficiada
EFMA
(ha)
Monte - Novo 21 11 49 44
Alvito - Pisão 193 51 807 605
Loureiro - Alvito 15 11 3.020 584
Brinches 103 17 736 576
Brinches-Enxoé 24 12 2.500 1.788
Serpa 44 13 668 342
Orada-Amoreira 13 10 816 470
Pisão 11 10 9 8
Ferreira 126 35 862 439
Ervidel 198 26 1.402 992
Alfundão 49 11 529 495
Pedrógão 21 42 4.199 1.925
Total 818 249 15.597 8.267
Perímetros de Rega
N.º
Inquéritos
Efetuados
Área Contatada
N.º
Beneficiários
Inquiridos
12 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Neste período, e na sequência de uma proposta da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches,
teve início o processo de identificação de proprietários e a sua disponibilidade para a
reconversão de olival numa mancha de 2.000 ha situada entre Brinches e Pias e a identificação
de manchas homogéneas em estrutura fundiária de minifúndio, nos diferentes perímetros.
No âmbito do programa de captação de investimento agrícola e agroindustrial estrangeiro para a
região de Alqueva destaque-se, neste período, a elaboração de um dossier de apoio à
Conferência do Agronegócio, que se realizou a 8 de abril de 2013, em São Paulo, Brasil.
Através da ADRAL refira-se também a reunião com um representante de unidades de
distribuição no Reino Unido, interessado em importar produtos hortícolas frescos da região de
Alqueva, a quem foi disponibilizada uma lista de contactos de produtores de hortícolas frescos
da zona de Alqueva.
Foi igualmente efetuado um trabalho de levantamento de informação de apoio e suporte à
captação de investimento. Procedeu-se, por outro lado, à colaboração e participação na
apresentação e desenvolvimento de diversos projetos, e à elaboração de vários relatórios e
dossiers técnicos, para investidores nacionais e internacionais. Teve ainda continuidade o
desenvolvimento de contactos, preparação e acompanhamento de visitas ao campo com
empresas e particulares e a prestação de informação e apoio a agricultores, investigadores e
estudantes. Foram igualmente promovidos encontros entre proprietários disponíveis para
arrendamento, compra e/ou parcerias, tendo em vista a promoção do regadio na zona do EFMA.
Neste período, realizou-se uma sessão de esclarecimentos sobre instrumentos financeiros
disponibilizados pelas instituições bancárias (CCAM, BPI, BES e Banco Popular), na sequência
dos Protocolos assinados com a EDIA, para apoio à instalação de projetos agrícolas na zona de
influência de Alqueva, com condições financeiras especiais. Neste evento, realizado no dia 5 de
fevereiro nas instalações da EDIA, em Beja, participaram igualmente a Gestora do PRODER,
Dra. Gabriela Ventura, e o Prof. José Epifâneo da Franca, Presidente do Conselho de
Administração da Portugal Ventures, tendo ambos apresentado as linhas de financiamento
públicas disponíveis para o setor. A primeira, no âmbito dos fundos comunitários do FEADER.
O segundo, através dos instrumentos de capital de risco governamentais.
É igualmente de referir as participações da EDIA na apresentação do projeto “Prove”, no IX
Congresso Nacional do Milho, no SISAB, e no Colóquio “Desafios para a Agricultura
Portuguesa – O caso da Romã”, em Aljustrel. A convite da Agromais, a EDIA participou numa
visita técnica relativa ao “Projeto de Emparcelamento e Participação na 14.ª edição de
Agricultores Agromais” (Golegã). Colaborou-se ainda com a Associação Nacional dos
Área Classificada
Venda 2%
Arrendamento c/prazo 10%
Arrendamento m/prazo 4%
Arrendamento l/prazo 0%
Parceria 26%
Permuta 1%
Área não disponível 57%
Total 100%
Disponibilidade do
ProprietárioÁrea Beneficiada
EFMA
(%)
13 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS) na divulgação das ações de formação prática “O
milho nas primeiras fases do seu desenvolvimento”.
Neste período prosseguiram os contactos com representantes de agrupamentos de agricultores
nomeadamente: Cooperativa de Beringel, Associação de Regantes da Margem Esquerda,
Associação de Regantes do Monte Novo, Cooperativa de Beja e Brinches, Associação de Jovens
Agricultores de Portugal (AJAP) de Cuba, entre outros.
Na segunda metade do semestre, foi ainda assegurada a coordenação do Projeto “Banco de
Terras” inaugurado, a nível nacional, no dia 29 de maio, tendo sido a EDIA, a primeira entidade
a submeter/inserir prédios, como proprietária e como agente facilitador de outros proprietários.
Decorreu igualmente uma ação de formação neste âmbito. A candidatura da EDIA como gestora
operacional foi submetida à DGADR aguardando-se uma resposta para o princípio de julho.
A dinamização do regadio na pequena propriedade tem sido uma das prioridades da EDIA.
Nesse sentido, permite-se destacar o início das atividades referentes à ‘Academia das Hortícolas
de Alqueva’, com particular destaque para a organização dos dias abertos na exploração
agrícola, com ampla publicitação na página de facebook criada especificamente para esta
iniciativa. Com a Academia pretende-se criar um polo que funcione como unidade de
experimentação e demonstração do potencial de produção e comercialização de hortícolas numa
zona de pequena propriedade (Beringel) no sentido de contribuir para a dinamização do regadio,
potenciando alternativas rentáveis para as explorações de menor dimensão económica.
Em conjunto com o Centro de Excelência para a Valorização dos Recursos Mediterrânicos
(CEVRM) e a Sociedade Agrícola Monte do Pardieiro, a EDIA foi impulsionadora da criação
da ‘Academia de Produção de Plantas Aromáticas e Medicinais’. O protocolo de constituição
desta Academia foi assinado no dia 6 de junho, em Almodôvar. Com esta iniciativa pretende-se
incentivar um novo conjunto de alternativas para a pequena propriedade do EFMA,
assessorando os potenciais interessados, contribuindo, desta forma, para a dinamização do
regadio de Alqueva.
14 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Albufeiras do EFMA – Gestão e Exploração dos Recursos Naturais
Gestão da Água – Estado das Massas de Água e Gestão de Albufeiras
Relativamente à Coordenação Luso-Espanhola, foi efetuado o acompanhamento do
cumprimento das conclusões operacionais definidas no “Estudo das Condições Ambientais no
Estuário do Rio Guadiana e Zonas Adjacentes - Conclusões Operacionais - Fevereiro de 2005”.
No mês de fevereiro, foi concluído o relatório anual referente à análise do cumprimento das
condições operacionais estabelecidas para o sistema Alqueva-Pedrógão para o período
compreendido entre outubro de 2011 e setembro de 2012.
Foi efetuado o acompanhamento do cumprimento das medidas referentes ao regime de
manutenção dos caudais ecológicos da rede primária, em exploração. No dia 29 de janeiro, a
estação udométrica de Portel foi reposta em funcionamento. No entanto, a falta de manutenção
periódica desta estação dificulta, com alguma frequência, a obtenção de dados. Por este motivo,
o cálculo do caudal ecológico a assegurar pelo sistema Alqueva-Pedrógão continua a ser
realizado com base nos registos da estação meteorológica da EDIA (estação Alqueva-Ilha).
No que respeita à gestão do plano de água, decorreram os trabalhos de manutenção da
sinalização de segurança das albufeiras de Alqueva e de Pedrógão, os quais abrangem a
sinalização associada à zona de navegação interdita junto à barragem de Alqueva, junto à
tomada de água dos Álamos e junto à barragem de Pedrógão. Estes trabalhos tiveram início
durante o mês de maio de 2012 e têm uma duração de 24 meses. Durante o semestre decorreu a
manutenção da sinalização de segurança nas barragens dos Álamos I, II e III, do Loureiro, do
Pisão, da Amoreira, de Brinches e de Serpa, sinalizadas desde 2010. Encontram-se também com
sinalização de segurança os reservatórios 1 e 4 do Perímetro de Rega do Monte Novo, os
reservatórios 1 e 3 do Perímetro de Rega de Alvito-Pisão, os reservatórios da Orada e de
Ferreira do Alentejo e as barragens do Penedrão e da Laje. Neste período foram ainda
elaboradas as especificações técnicas para a sinalização de segurança da barragem de Cinco
Reis, tendo igualmente decorrido o procedimento de ajuste direto para a execução deste
trabalho.
No âmbito da candidatura ao LIFE + “INVASEP - Lucha contra espécies invasoras en las
cuencas hidrográficas del Tajo y Guadiana en la Península Ibérica” foi adjudicada a
elaboração do plano de gestão monitorização de espécies exóticas na área de influência do
EFMA. No final de semestre, em Mérida, decorreu uma reunião de coordenação deste projeto,
na qual foi assegurada a presença da EDIA. Também no contexto do combate às espécies
invasoras, em especial associada à planta aquática Jacinto de Água, foi realizado um
procedimento para a reparação da barreira flutuante instalada a montante da ponte da Ajuda,
uma vez que os fortes caudais que atravessaram essa secção do rio Guadiana, durante a primeira
metade do semestre, provocaram danos consideráveis, resultantes da circulação de objetos de
grandes dimensões, como árvores trazidas pela força do rio.
Estratégia para a Conservação e Valorização de Ilhas e Penínsulas de Alqueva
No âmbito da candidatura apresentada ao INALENTEJO - “Estratégia para a conservação e
valorização de ilhas e penínsulas de Alqueva” – foi aprovado:
Adquirir informação sobre a biodiversidade;
15 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Criar um instrumento de ordenamento específico, enquadrando as ilhas em diferentes
tipos de utilização viáveis (lazer, educacional, científica, proteção ambiental, cultural,
etc.);
Identificar e definir ações que facilitem os diferentes usos; e
Divulgar o projeto como exemplo de gestão sustentada e integrada de uma área com
elevado potencial para a conservação da natureza.
A inventariação biológica permitiu adquirir informação fundamental sobre a biodiversidade nas
ilhas de Alqueva, atualizando a informação existente e permitindo conhecer a distribuição e
abundância de espécies. Foi entregue a versão preliminar do relatório final.
No âmbito da candidatura referida, e na sequência dos trabalhos de inventariação biológica em
curso, foi previsto o desenvolvimento de um instrumento de gestão das ilhas, que permita
ordenar e valorizar este espaço. No princípio do semestre decorreu a abertura de propostas do
processo de contratação pública, tendo sido publicada a intenção de adjudicação, no dia 25 de
março. O contrato para a elaboração do plano foi assinado a 13 de maio, encontrando-se a
decorrer a sua primeira fase, designadamente, a construção de uma base de informação
geográfica, a análise dos dados de inventariação biológica fornecidos, entrevistas e inquéritos
para caraterização da oferta e da procura, bem como uma avaliação das questões jurídicas
associadas à utilização das ilhas.
No âmbito do projeto “Proteção de penínsulas e ilhas na albufeira de Alqueva” foram
implantadas, em 2012, passagens canadianas e vedações em zonas de acesso a algumas
penínsulas da envolvente de Alqueva. Esta medida foi importante para afastar o gado de áreas
do domínio público e que, com a subida da cota, por vezes se tornam ilhas, evitando também
desta forma que o gado permaneça temporariamente isolado. Para verificar o estado de
conservação desta medida, é realizado periodicamente o acompanhamento das diferentes
penínsulas intervencionadas para aferir o seu estado de conservação e respetiva eficácia.
Como consequência das observações entretanto realizadas, constata-se uma recuperação da
vegetação destas ilhas e penínsulas, que se fará numa fase inicial através da vegetação herbácea,
mas que progredirá para a vegetação arbustiva (caso não ocorram ações destrutivas de pastoreio
ou desmatação), que por sua vez promoverá a regeneração arbórea, reabilitando a fitocenose
associada às áreas de montado de azinho e sobro, que enquadra, para além das azinheiras e
sobreiros, um conjunto variado de outras espécies, tais como catapreiros, pilriteiros, aroeiras,
16 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
zambujeiros, tamargueiras, giestas, e eventualmente vegetação ripícolas nas zonas mais
húmidas, potenciadas pela presença da albufeira de Alqueva.
Gestão das Áreas Sobrantes
Em termos de gestão do património rústico, realizaram-se neste semestre diversas atividades:
Manutenção do alfarrobal da Herdade dos Bravos
Continuação do processo de permuta de terrenos da aldeia da Luz
Venda de lenha e árvores secas
Reparação da jangada de rega da envolvente da marina de Alqueva
Levantamento e avaliação das parcelas sobrantes com potencialidade de alienação
Cedência de pastagens e cinegéticas
Retancha de azinheiras na herdade dos Estevais
Elaboração de projeto PRODER, Ação 2.3.2, para a herdade das Piteiras
Prosseguiu-se a elaboração do projeto de arborização e beneficiação da envolvente ao
ancoradouro da aldeia da Luz
Execução de aceiros em diversas parcelas rústicas
Controle de infestantes (destroçador) na Defesa – margem esquerda
Venda de feno proveniente das áreas ripícolas
Controle de infestantes (gradagem) de 8,8 ha da parcela ripícola da Defesa S. Brás
Continuação do levantamento de zonas com potencial apícola e elaboração de contatos
No final de junho de 2013, o património rústico compunha-se por 348 prédios (713,8941 ha),
estando disponíveis para arrendamento 303 prédios (325 ha), dos quais 207 (245 ha) encontram-
se arrendados, 173 na totalidade e 34 parcialmente. Dos 45 prédios não arrendáveis (389 ha), 15
(3 ha) estão afetos à obra e 30 encontram-se em gestão. Existem ainda 7 cedências a que
corresponde a área de 13,5403 (ha).
No âmbito do património urbano, finalizou-se o procedimento do ajuste direto para celebração
de contrato de prestação de serviços de controlo de pragas nos edifícios da EDIA. É de referir,
igualmente, a adjudicação de uma nova central de alarmes, no edifício sede. No final do
semestre, iniciou-se o levantamento e atualização dos edifícios da herdade dos Bravos em
Alqueva.
Utilização Privativa do Domínio Público Hídrico
Ao longo deste período, continuou-se a prestar apoio aos requerentes na instrução dos pedidos
de Licença e Concessão de Captação de Águas Superficiais e analisou-se os processos
apresentados à EDIA. Foram recebidos 17 novos pedidos de captação de água e emitidos três
(3) títulos, com validade superior a um ano, designadamente nas herdades de Corte Serrão
(Albufeira de Pedrógão), Lobata (Albufeira de Alqueva) e Serra de Baixo (Reservatório 1 -
Bloco do Monte Novo).
No primeiro semestre procedeu-se à emissão das notas de liquidação da taxa dos recursos
hídricos, referentes aos títulos de utilização privativa dos recursos hídricos para as captações de
água para rega existentes na rede primária do EFMA.
No âmbito das atividades da Equipa de Fiscalização e Vigilância (EFV), foram efetuadas
diversas visitas de campo às zonas de instalação de algumas das captações requeridas, com o
17 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
objetivo (i) de caracterizar a situação inicial, previamente à emissão dos títulos de utilização
privativa pela EDIA e (ii) de acompanhar a evolução dessas zonas após a atribuição dos títulos.
Foram elaborados os respetivos relatórios de visita. Durante este semestre teve continuidade a
elaboração de relatórios semanais da EFV.
Para além das atividades relacionadas com o processo de licenciamento de captações de água, a
EFV realizou ainda:
Registo de ocorrências e comunicação, quando necessário, a entidades externas, tais
como a APA/ARH do Alentejo e SEPNA, para respetiva resolução;
Identificação de áreas em que se observem não conformidades ambientais com
relevância para os objetivos da EDIA na área da concessão do EFMA;
Verificação do estado das áreas de beneficiação do coberto vegetal;
Visitas pontuais ao Pulo do Lobo, para registo do caudal do rio;
Verificação mensal das cotas e possíveis ocorrências existentes nas albufeiras do
EFMA, que estão concluídas e em fase de enchimento ou em fase de exploração;
Acompanhamento dos trabalhos de manutenção das estações automáticas;
Manutenção do equipamento das jangadas solares;
Recolha de peixes no canal Alvito-Pisão (janeiro) e junto ao descarregador da barragem
do Pisão (fevereiro);
Manutenção e limpeza da barreira de contenção de plantas aquáticas;
Acompanhamento dos trabalhos de recolha de ictiofauna existente nas imediações da
horta da Várzea, Moura;
Acompanhamento de visitas às ilhas no âmbito da candidatura “Estratégia para a
conservação e valorização de ilhas e penínsulas de Alqueva”; e
Levantamento do estado de conservação dos abrigos dos morcegos existentes na
envolvente da albufeira de Alqueva e de Pedrógão.
1.2.2. Infraestruturas em Construção
Redes Primária e Secundária
Subsistema Alqueva
No Circuito Hidráulico de Vale de Gaio procedeu-se à realização dos trabalhos de proteção
das condutas em algumas das suas travessias de linhas de água e à conclusão da construção das
linhas de abastecimento de energia, o que permitiu concluir a obra com a realização dos ensaios
de comissionamento dos seus equipamentos.
Na empreitada do Bloco de Aljustrel, do Perímetro de Rega Roxo – Sado, prosseguiram os
trabalhos na estação elevatória e na rede de rega, designadamente ao nível da realização de
ensaios de comissionamento e de vistorias para efeitos de receção provisória, assim como a
retificação de alguns trabalhos identificados nas vistorias. Procedeu-se ainda à assinatura de um
auto de receção provisória parcial. Na rede de drenagem decorreram também vistorias para
efeito de receção provisória, assim como a assinatura do auto de receção provisória parcial. Foi
ainda adjudicada a empreitada de construção da rede viária de Aljustrel, cuja execução deverá
decorrer nos próximos meses, prevendo-se a conclusão ainda este ano. Esta componente é
necessária para o pleno funcionamento e exploração do Perímetro de Aljustrel.
18 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Relativamente aos Blocos 2 e 3 de Ervidel decorreu a conclusão dos trabalhos de instalações
elétricas e de comissionamento dos equipamentos eletromecânicos da estação elevatória. No
reservatório procedeu-se à conclusão do comissionamento dos equipamentos eletromecânicos e,
na rede de rega, do comissionamento dos hidrantes. Teve ainda lugar a realização de vistorias
para efeitos de receção provisória destes equipamentos e infraestruturas. Na rede viária
decorreram trabalhos de colocação de tout-venant nos caminhos agrícolas CA1, CA2, CA3 e
CA4, e pavimentação em betuminoso dos caminhos agrícolas. Procedeu-se igualmente à
execução de passagens hidráulicas e valetas e à execução de serventias, tendo sido iniciados os
trabalhos de sinalização horizontal e vertical. Na rede de drenagem foi realizada vistoria e
formalizado o respetivo auto, para efeitos de receção provisória.
Neste subsistema foi ainda adjudicada, no final do semestre, a empreitada de construção do
Bloco de Rega de Cinco Reis – Trindade.
Subsistema Ardila
Neste período (no mês de abril), foram adjudicadas as empreitadas de construção dos Circuitos
Hidráulicos de Amoreira – Caliços e de Caliços – Pias.
Subsistema Pedrógão
A empreitada de construção do Sistema Elevatório de Pedrógão – Margem Direita foi
concluída no início do ano.
No que respeita ao Bloco de Pedrógão 3 (rede de rega, sistema de telegestão e estação
elevatória), refira-se a conclusão de ensaios e comissionamento e a realização de ações de
formação e vistorias para efeitos da sua receção provisória.
O Sistema Elevatório de Pedrógão – Margem Direita e as infraestruturas que constituem o
perímetro de rega englobadas nos blocos de Pedrógão 1 e 3, e de Selmes, foram inaugurados a
17 de abril, na presença da Senhora Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território.
19 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Na empreitada de construção do Adutor de Pedrógão – Margem Direita e Barragem de S.
Pedro prosseguiram os trabalhos de betão armado na descarga de superfície, na tomada de água
e na descarga de fundo da barragem. Prosseguiram, igualmente, os trabalhos de exploração das
manchas de empréstimo, bem como a execução dos aterros do corpo da barragem. No canal de
adução iniciaram-se os trabalhos de selagem das juntas. No adutor continuaram os trabalhos, de
assentamento da tubagem em betão armado com alma de aço DN2150, de aterros das valas,
quer da tubagem em betão armado com alma de aço, quer da tubagem em PEAD, e prosseguiu a
construção dos órgãos de exploração dos adutores que abastecem a herdade do Peso, o monte
das Aldeias, a herdade de Cortes de Cima, o monte do Paço e o monte do Malheiro, tendo sido
possível abastecer as herdades do monte do Malheiro e do monte das Aldeias. Foi igualmente
executada a travessia da EN 258. Dificuldades financeiras crescentes do consórcio conduziram à
paralisação quase total dos trabalhos a partir de finais do mês de abril.
Neste semestre foram ainda adjudicadas, na rede primária, as empreitadas de construção dos
Circuitos Hidráulicos de S. Pedro – Baleizão e de Baleizão – Quintos.
Ainda na rede secundária, referencie-se a adjudicação das empreitadas de construção do Bloco
de Rega de S. Pedro – Baleizão, dos Blocos de Rega 1, 2 e 3 de Baleizão – Quintos e dos
Blocos de Rega 4 e 5 de Baleizão – Quintos.
No período em análise, realizaram-se, em simultâneo com as empreitadas de construção das
redes primária e secundária, as atividades de acompanhamento ambiental em obra e respetivos
trabalhos arqueológicos de minimização de impactes em diversas ocorrências patrimoniais de
situações desconhecidas identificadas na fase prévia às obras ou no decurso das mesmas.
20 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1.2.3. Projetos em Curso
Redes Primária e Secundária
Subsistema Alqueva
Durante o segundo trimestre procedeu-se ao lançamento do concurso para a elaboração do
Projeto de Execução para a instalação grupos 3 e 4 da estação elevatória dos Álamos.
Foi ainda entregue o projeto de execução da reabilitação do canal condutor geral do Roxo, do
Circuito Hidráulico de Roxo – Sado e respetivo bloco de rega. Em termos ambientais
procedeu-se ao envio dos “Elementos Adicionais” do EIA para a APA e rececionou-se resposta
da APA relativamente à análise de conformidade do EIA, em cumprimento com o disposto no
N.º 4 do Artigo 13.º do Decreto-lei N.º 69/2000, de 3 de maio. Em resposta à solicitação desta
entidade – pedido de Elementos Complementares, a EDIA procedeu ao envio posterior dos
elementos complementares solicitados.
No Circuito Hidráulico de Ligação ao Sistema de Adução de Morgavel, procedeu-se ao
envio do segundo pedido de Elementos Adicionais do EIA para a APA, em cumprimento com o
disposto no N.º 5 do Artigo 13.º do Decreto-lei N.º 69/2000, de 3 de maio. No âmbito do
procedimento formal de AIA efetuou-se, a 17 de maio, a visita com a Comissão de Avaliação à
área afeta pelo projeto. Foi ainda enviada resposta da EDIA para a APA, relativamente ao
parecer enviado pela Associação de Beneficiários do Roxo.
Teve ainda lugar a preparação dos termos de referência para o procedimento de ajuste direto no
âmbito da revisão do projeto de execução do Perímetro de Rega de Vale de Gaio. Continua a
aguardar-se resposta das entidades competentes relativamente ao documento enviado pela EDIA
sobre “Condicionantes ao Licenciamento e Elementos a Apresentar”, de acordo com a resposta
dada pela APA. Aguarda-se igualmente resposta desta entidade ao ofício enviado pela EDIA
relativo ao pedido de prorrogação do prazo de validade da DIA.
Quanto ao Perímetro de Rega de Pisão – Beja, e no que respeita aos blocos de rega de
Beringel – Beja, aguarda-se resposta da APA, no que respeita aos elementos enviados no âmbito
do Procedimento de AIA (resposta de Elementos a Apresentar e Condicionantes da DIA).
No que respeita ao Modelo de Simulação e Otimização do Funcionamento do Subsistema de
Alqueva (ALWAYS), decorreu a entrega do programa, tendo-se procedido à instalação do
mesmo na EDIA, e à execução de diversas simulações para sua análise e calibração.
Subsistema Ardila
No que respeita aos Circuitos Hidráulicos de Amoreira – Caliços e de Caliços - Pias, foram
rececionadas, por parte da Autoridade de AIA, respostas positivas aos pedidos de prorrogação
das respetivas DIA’s.
Relativamente ao Circuito Hidráulico de Caliços – Machados recebeu-se, da Secretaria de
Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, a resposta do pedido de reapreciação da
DIA - Processo N.º 04.05.034 (2011), datado de 06/03/2013. Encontra-se em curso a elaboração
de documento de resposta às “Condicionantes e Elementos Apresentar” da DIA.
21 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
No projeto do Bloco de Rega de Pias e respetivo EIA, rececionou-se resposta da APA
relativamente à prorrogação do prazo de validade da DIA, a deferir a prorrogação da validade da
DIA. A EDIA formalizou resposta à APA relativamente às “Condicionantes e Elementos a
Apresentar”.
Quanto ao Bloco de Rega de Moura Gravítico registou-se igualmente resposta da APA ao
ofício enviado pela EDIA relativamente aos “Elementos a Apresentar e Condicionantes” da
DIA.
Subsistema de Pedrógão
No âmbito da revisão do projeto de execução do Circuito Hidráulico de S. Matias e respetivo
bloco de rega, foi entregue o relatório de revisão do projeto e procedeu-se à discussão do seu
conteúdo com o projetista. Na componente ambiental efetuou-se o pedido de prorrogação do
prazo de validade da DIA à APA, e foi rececionada a resposta da APA aos “Elementos a
Apresentar e Condicionantes da DIA”, a comunicar que a informação enviada se encontra em
análise por parte das entidades competentes na matéria. Foi ainda recebida resposta da DGADR
a informar que a documentação enviada pela EDIA foi aprovada.
No Circuito Hidráulico de S. Pedro – Baleizão e respetivo bloco de rega, recebeu-se
resposta da APA, relativo às condicionantes 1 e 2 da DIA, a informar que o documento se
encontra em análise por parte das entidades competentes.
No Circuito Hidráulico de Baleizão – Quintos foi igualmente rececionada a resposta da APA,
relativamente aos “Elementos a Apresentar e Condicionantes” da DIA, a referir que a
documentação se encontra em análise por parte das entidades competentes. Recebeu-se resposta
da DAGDR a informar da aprovação da documentação enviada pela EDIA.
Procedimentos Expropriativos
Durante este período, tiveram lugar várias atividades com a finalidade de assegurar os
procedimentos expropriativos associados aos projetos em curso, com intervenções em várias
áreas geográficas do Empreendimento.
Relativamente aos projetos em fase final do processo expropriativo teve lugar o
acompanhamento de comissões arbitrais e peritagens, a regularização de situações de registo e o
acompanhamento de situações resultantes das obras. Nos projetos em curso, salientem-se os
trabalhos de levantamentos de campo, avaliações, negociações, vistorias ad perpetuam rei
memoriam, autos de posse administrativa e de expropriação amigável, registos e o
acompanhamento de situações resultantes de obra.
Em termos de intervenção, e de acordo com a fase em que se encontram os respetivos processos
expropriativos, destacam-se, neste semestre, os seguintes projetos:
Projetos em fase inicial:
Circuito hidráulico Caliços-Machados
Projetos em curso:
Bloco de rega Cinco Reis-Trindade
22 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Bloco de rega S. Pedro-Baleizão
Bloco de rega Baleizão-Quintos
Circuito hidráulico S. Pedro-Baleizão
Circuito hidráulico Baleizão-Quintos
Circuito hidráulico Amoreira-Caliços e barragem dos Caliços
Circuito hidráulico Caliços Pias e barragem de Pias
Bloco de rega de Pias
Bloco de rega de Vale de Gaio
Projetos em fase final:
Circuito hidráulico de Pedrógão Margem Direita
Bloco de rega de Selmes e Pedrógão
Bloco de rega de Aljustrel
Bloco de rega de Ervidel
Adutor Pisão-Beja
Adutor Pisão-Roxo
Canal Alvito-Pisão
Circuito hidráulico de Vale de Gaio
Bloco de rega Orada-Amoreira
Bloco de rega de Serpa
Bloco de rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom
Bloco de rega Alvito-Pisão
Aguarda-se a publicação das seguintes declarações de utilidade pública:
Circuito de Segregação de Caudais da barragem do Roxo
Circuito de Segregação de Caudais da barragem de Odivelas
No quadro seguinte apresenta-se a execução de cada projeto durante o período, nomeadamente,
o número de prédios avaliados, aprovados e acordados e número de autos de expropriação
efetuados:
Projeto Prédios Avaliados Prédios Aprovados Prédios Acordados Autos Efetuados Litígios
Rede Primária
Barragem de Alqueva 2 2 0 0 1
Adutor Pisão-Beja 0 0 0 1 0
Circuito Hidráulico de Pedrógão 9 10 10 5 1
Circuito Hidráulico S. Pedro-Baleizão 6 11 2 0 0
Circuito Hidráulico Baleizão-Quintos 32 42 23 23 0
Circuito Hidráulico Amoreira-Caliços 1 2 0 4 0
Circuito Hidráulico Caliços-Pias 2 7 2 9 0
Total Rede Primária 52 74 37 42 2
Rede Secundária
Bloco de Rega Ferreira, Figueirinha e
Valbom 1 1 2 3 0
Bloco de Rega de Ervidel 18 18 18 15 0
Bloco de Rega de Aljustrel 0 0 1 4 0
Bloco de Rega de Cinco Reis-Trindade43 147 120 95 0
Bloco de Rega de S.Pedro-Baleizão 76 118 84 66 0
Bloco de Rega Baleizão-Quintos 195 446 345 40 0
Total Rede Secundária 333 730 570 223 0
TOTAL 385 804 607 265 2
23 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Prestações de Serviços:
Águas Públicas do Alentejo, S.A.
No âmbito da prestação de serviço para a empresa Águas Públicas do Alentejo, S.A. (AgdA)
procedeu-se à elaboração de minutas de resposta a erros e omissões no âmbito do anúncio de
procedimento n.º 5329/2012, designado “Prestação de Serviços de Execução de Expropriações e
Servidões para a Águas Públicas do Alentejo, S.A. – 1º Grupo de Parcelas”.
Procedeu-se à elaboração de relatórios de avaliação prévia, referentes às parcelas a sujeitar a
servidão e a ocupar temporariamente para execução das obras, designadamente: adutora ETA do
Monte da Rocha ao Reservatório de Panoias, drenagem do Reservatório da Atalaia, sistema
intercetor de Beja, descarregador da estação elevatória de Beja, ETA do Monte da Rocha ao
Reservatório de Garvão, adutora a Vila Nova de São Bento e adutora Alvito-Monteza.
Procedeu-se igualmente à elaboração do relatório de avaliação prévia referente à parcela a
adquirir para a estação elevatória do sistema intercetor, e à elaboração de minutas de cartas de
proposta de valores referentes a todas as parcelas originadas pelos projetos atrás referidos, bem
como contactos e negociações e recolha de todos os elementos necessários à outorga das
escrituras. Foram ainda identificados os prédios e proprietários dos terrenos necessários à
implantação dos reservatórios do Cabeço do Bacalhau, Gizo, Faro do Alentejo e Água
Derramada (Grândola).
Relativamente à empreitada da adutora Moura/Safara, elaboraram-se plantas com identificação
dos terrenos disponíveis para execução da obra, e decorreu a recolha e compilação de elementos
necessários à preparação dos processos de declaração de utilidade pública da Adutora Alvito-
Monteza, da adutora a Vila Nova de São Bento, do sistema intercetor de Beja e descarregador
da estação elevatória e da estação elevatória de Beja. Teve ainda lugar o acompanhamento dos
trabalhos de vetorização do cadastro geométrico da propriedade rústica, realizados
internamente.
Quanto aos reservatórios do sistema de abastecimento do Guadiana Sul, deu-se continuidade aos
contactos com os demais interessados nos prédios a intervencionar. No caso do reservatório de
Serpa, e após acordo quanto ao valor a pagar pela referida aquisição, preparou-se toda a
documentação necessária à realização da escritura de compra e venda. Forneceu-se cadastro dos
prédios limítrofes ao prédio onde está projetado o reservatório de A do Pinto.
No que diz respeito ao caminho de acesso ao reservatório de Vila Verde de Ficalho, elaborou-se
novo traçado, no seguimento do acordado in loco com o proprietário e AgdA. Posteriormente
efetuou-se a avaliação prévia da parcela a intervencionar e preparou-se minuta de proposta de
valores.
Simarsul
No início deste período concluiu-se a prestação de serviços relativa à ETAR de Águas de
Moura. Foi elaborada uma proposta de prestação de serviços de execução de servidões para a
conduta elevatória da Carrasqueira do subsistema Lagoa-Meco e Santo António. No final do
semestre concluiu-se a prestação de serviços para a Simarsul, tendo-se desenvolvido as
seguintes atividades relativamente à construção da ETAR de Canha: formalização do acordo
24 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
com o proprietário, atualização dos registos de propriedade e elaboração e assinatura do contrato
promessa de compra e venda.
1.2.4. Ambiente, Património e Ordenamento do Território
Património Cultural
Teve lugar o acompanhamento, no âmbito do protocolo celebrado entre a EDIA e a Direção
Regional de Cultural do Alentejo (DRCALEN), dos trabalhos de arranjo gráfico e impressão
das monografias relativas aos trabalhos arqueológicos realizados no âmbito do “Plano de
minimização de impactes arqueológicos no regolfo de Alqueva”. Foram já impressos, e
entregues à EDIA, os exemplares referentes a quatro das monografias previstas (volumes 1, 2, 3
e 6 da coleção). Encontram-se em curso os trabalhos de preparação de uma exposição dedicada
ao sítio pré-histórico da Barca do Xerez, a realizar nas instalações da sede da EDIA, em Beja.
Foram realizados trabalhos preparatórios, com vista à elaboração do Plano de monitorização do
património cultural localizado em área afeta às infraestruturas integradas no EFMA.
Foram também analisados e remetidos para a DRCALEN quarenta e cinco (45) relatórios
técnicos de trabalhos arqueológicos (escavações e acompanhamentos) realizados em fase de
obra, referentes a quatro (4) processos distintos. No âmbito de pedidos de entidades externas, foi
ainda dada resposta a uma solicitação da Câmara Municipal do Alandroal sobre publicações da
EDIA, na vertente de património cultural.
Em termos de atividades pedagógicas teve início, no dia 3 de junho, um novo ciclo de
exposições/atividades subordinado ao tema “Aprender com a História”. Neste âmbito, foi
desenvolvida a atividade intitulada “Potes e fornos do tempo dos romanos”. Pretendeu-se com
esta primeira atividade, partindo de vestígios concretos de época romana (potes descobertos no
sitio monte do Bolor – reservatório do Álamo), dar a conhecer os princípios gerais da atividade
arqueológica, bem como a ocupação da região em época romana. De salientar que foi
assegurado internamente a conceção, produção e execução desta atividade. Nos próximos meses
prevê-se dar continuidade a este ciclo, com novas atividades já em planeamento.
25 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Medidas de Minimização Prévias à Obra
Redes Primária e Secundária
Circuito Hidráulico Amoreira - Caliços
A aguarda-se a entrega dos relatórios finais das intervenções arqueológicas realizadas em duas
ocorrências patrimoniais a afetar pela construção da barragem de Caliços.
Circuito Hidráulico Caliços - Machados
Concurso Público N.º 02/2013, para execução de trabalhos arqueológicos no sítio Monte dos
Coteis 3, a afetar pela construção da Estação Elevatória de Caliços. Encontra-se em fase de
análise de propostas.
Circuito Hidráulico de Caliços - Pias
Aguarda-se a entrega dos relatórios finais das intervenções arqueológicas de minimização de
impactes sobre o património cultural definidos na DIA do projeto, cujos trabalhos de campo já
foram concluídos.
Circuito Hidráulico de S. Pedro - Baleizão e Bloco de Rega
Em curso os trabalhos de execução das medidas de minimização de impactes sobre o
património cultural prévias à obra (CP 09/2012), definidos na DIA do projeto. Foram também
executados, internamente, trabalhos de prospeção arqueológica definidos na DIA. Neste
âmbito, encontra-se a ser elaborado o respetivo relatório técnico dos trabalhos, para posterior
envio à DRCALEN.
Circuito Hidráulico de Baleizão – Quintos e Blocos de Rega
Foram concluídos os trabalhos de campo associados ao CP N.º 08/2012 e referentes à
implementação de medidas de minimização de impactes sobre o património cultural definidas
na DIA do projeto. Face aos resultados das intervenções executadas ao abrigo do CP N.º
08/2012 e tendo em conta o elevado volume de trabalhos de minimização a realizar, foi
lançado um novo procedimento (CP N.º 07/2013) para a realização de trabalhos arqueológicos
de minimização de impactes.
Blocos de Rega de Pias
Aguarda-se a entrega dos relatórios finais das intervenções arqueológicas de minimização de
impactes sobre o património cultural definidos na DIA do projeto, cujos trabalhos de campo já
foram concluídos.
Blocos de Rega de Cinco Reis - Trindade
Aguarda-se a entrega dos relatórios finais das intervenções arqueológicas de minimização de
impactes sobre o património cultural definidos na DIA do projeto, cujos trabalhos de campo já
foram concluídos.
26 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Ambiente
Atividades Prévias à Obra
De modo a cumprir integralmente as disposições das diferentes DIA´s e pareceres ao RECAPE,
procedeu-se à preparação e envio de resposta aos elementos condicionantes e apresentar, bem
como pedidos de alteração de redação de medidas de DIA’s, nomeadamente:
Elementos Condicionantes do Troço de Ligação Pisão Roxo, requeridos em sede de
Parecer ao RECAPE; e
Pedido de alteração da medida ECO3 da DIA relativa ao Projeto do Troço de Ligação
Pisão-Roxo e Pisão-Beja.
Documentação enviada às Entidades Competentes (Procedimento de AIA)
Por forma a dar cumprimento às exigências da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e de
modo a cumprir na íntegra as disposições das Medidas de Minimização das DIA´s, procedeu-se,
no âmbito dos processos Pós – Avaliação previstos na legislação em vigor, à preparação e envio
de relatórios demonstrativos e circunstanciados sobre as medidas da fase de construção das
empreitadas.
Para este efeito, procedeu-se ao envio do Relatório relativo ao “Cumprimento das Medidas de
Minimização da DIA - Fase de Construção” do Projeto do Bloco de Rega de Monte Novo.
No decorrer do semestre, procedeu-se ainda à preparação dos seguintes documentos de resposta:
Cumprimento das Medidas de Minimização da DIA e Parecer ao RECAPE (Fase de
Obra) da Ligação Pisão – Roxo do Subsistema Alqueva (empreitadas de construção dos
1.º troço, 2.º troço e 3.º troço do adutor Pisão Roxo);
Cumprimento das Medidas de Minimização da DIA (Fase de Obra) da ligação Pisão-
Beja do Subsistema Alqueva (empreitadas de construção dos 1.º troço, 2.º troço e 3.º
troço do adutor Pisão-Beja);
Cumprimento das Medidas de Minimização da DIA (Fase de Obra) da estação
elevatória de Pedrogão (Margem Esquerda) do Subsistema Ardila (empreitada de
fornecimento dos equipamentos da estação elevatória de Pedrógão – Margem
Esquerda);
Cumprimento das Medidas de Minimização da DIA (Fase de Obra) do adutor Brinches-
Enxoé do Subsistema Ardila (empreitada de construção dos adutores do Enxoé, Serpa e
Laje e Barragem da Laje; empreitada de construção da conduta elevatória e reservatório
de Brinches Sul e Empreitada de construção da estação elevatória de Brinches e Central
Mini-Hídrica de Serpa);
Cumprimento das Medidas de Minimização da DIA (Fase de Obra) da estação
elevatória da Torre do Lóbio, adutor de Serpa e reservatório Serpa Norte do Subsistema
Ardila (empreitada de construção da estação elevatória da Torre do Lóbio, adutor de
Serpa e reservatório de Serpa Norte); e
Cumprimento das medidas de minimização da DIA (fase de obra) do adutor de
Pedrógão e reservatório da Orada do Subsistema Ardila (empreitada de construção do
adutor de Pedrógão – Margem Esquerda e reservatório da Orada).
27 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
No âmbito da pós-avaliação ambiental dos projetos e na sequência do envio dos planos de
desativação de estaleiro para a entidade licenciadora (CCDR-Alentejo), foi solicitada a presença
da EDIA numa visita (a 30 de maio), em sede de auditoria, às áreas de implantação dos
estaleiros das Empreitadas de Ligação do Pisão-Beja (1.º e 2.º troços) e do circuito hidráulico de
Vale do Gaio. Esta visita teve como objetivo principal a verificação, por parte da entidade
fiscalizadora, do cumprimento das diversas medidas ambientais em obra, para as quais a EDIA é
obrigada a evidenciar a sua correta implementação.
Atividades decorrentes da fase de exploração
Para a fase de exploração dos diferentes projetos, existe a necessidade de se proceder ao
desenvolvimento e implementação de medidas específicas constantes nas DIA´s, que aludem
fundamentalmente para a minimização e compensação de impactes ambientais. Para este efeito,
encontram-se em fase de preparação e alguns deles concluídos, os processos seguintes:
‘Programa de Medidas Compensatórias para a Ictiofauna Autóctone e Continental da
Bacia Hidrográfica do Sado (PMC Sado). A ação 2 - Criação de Bypass a obstáculo
transversal (que integra o PMC Sado)’: em licenciamento junto da ARH-Alentejo, com
objetivo de iniciar obra no segundo semestre de 2013;
‘Charcos Temporários Mediterrânicos’: por forma a dar cumprimento ao estabelecido
em medidas de DIA’s de alguns projetos do EFMA, este estudo está a ser desenvolvido
em colaboração com uma estagiária de biologia da Universidade de Aveiro, tendo neste
período sido efetuado o trabalho de campo necessário à concretização dos relatórios de
monitorização, a enviar à Autoridade de AIA; e
‘Brochuras e Boletins de Rega para Agricultores’: no âmbito da fase de exploração das
infraestruturas de rega e dando resposta às medidas de minimização, relativas às ações
de sensibilização aos agricultores, foram desenvolvidos neste trimestre folhetos onde
constam orientações para a gestão de água, conservação dos solos, gestão da vegetação
das margens das linhas de água e aplicação de fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos,
entre outras.
Relativamente ao ‘Relatório de Monitorização do Açude do Monte da Azinheira’ (processo pós
avaliação N.º 456 do circuito hidráulico de adução à barragem de Odivelas) foi rececionada pela
EDIA a resposta da APA a informar que o referido documento se encontra em apreciação.
No âmbito das medidas para a fase de exploração constam ainda diretrizes que espelham a
minimização e compensação dos principais impactes ambientais e paisagísticos decorrentes da
implementação dos projetos. De modo a garantir a implementação destas diretrizes têm-se
desenvolvido diferentes processos, entre os quais se identificam os seguintes:
Relatório de Avaliação da Envolvente Biofísicas das Infraestruturas do EFMA
(barragens, reservatórios, açudes e estações elevatórias);
Projeto de Compensação de Quercíneas; e
Projeto de Recuperação Paisagística para a Albufeira do Pisão.
28 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Outros
Neste período foi prestado apoio à monitorização dos morcegos cavernícolas nos abrigos de
Alqueva, Pedrógão, Mina da Preguiça (Sobral da Adiça – Serpa) e Mina dos Mociços (Rosário-
Alandroal), no seguimento da colaboração entre a EDIA e o ICNF.
Monitorização Ambiental
No domínio da monitorização ambiental, e face ao número de programas de monitorização em
curso, optou-se por sistematizar a informação relativa aos diferentes programas por sistema
(Alqueva-Pedrógão) e por rede primária e rede secundária de rega, efetuando um ponto de
situação do estado de execução de cada um dos programas, sem prejuízo de ser apresentado uma
descrição mais exaustiva dos trabalhos que decorreram ao longo do semestre.
PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO DO SISTEMA ALQUEVA – PEDRÓGÃO E
REDE PRIMÁRIA
Sistema Alqueva - Pedrógão e Rede Primária
Programas de Monitorização
Estado das Águas de Superfície e Estado das Águas Subterrâneas
Recursos Hídricos Superficiais da Rede Primária do EFMA (Ano Hidrológico 2010/2012) Em fase de conclusão
Recursos Hídricos Superficiais da Rede Primária do EFMA (Ano Hidrológico 2012/2014) Em curso
Potenciais Impactes da Transferência da Água Guadiana-Sado na Ictiofauna (2012) Em fase de conclusão
Potenciais Impactes da Transferência da Água Guadiana-Sado na Ictiofauna (2014) Em preparação
Recursos Hídricos Superficiais da Estação Elevatória e do Circuito Hidráulico do Pedrógão – Fase de ConstruçãoConcluido, aguarda entrega do
relatório final
Recursos Hídricos na área dos Circuitos Hidráulicos de Amoreira - Caliços e Caliços - Pias - Fase de Construção Em curso
Fauna, Flora e Vegetação
Inventariação biológica nas Ilhas de Alqueva Em fase de conclusão
Eficácia das Medidas de Minimização do Efeito Barreira e do Efeito Armadilha Em curso
Levantamento de Condições de Funcionamento do Dispositivo de Passagem de Peixes de Pedrógão Em curso
Avaliação da eficácia do dispositivo de passagem de peixes da barragem de Pedrógão (monitorização) Em curso
Avifauna na área do Sistema Alqueva - Pedrógão Em curso
Acompanhamento das caixas para morcegos na envolvente de Alqueva e Pedrógão Em curso
Ponto de Situação
29 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO DA REDE SECUNDÁRIA
1
No início do ano foram assegurados os trabalhos associados à prestação de serviços referente ao
concurso público n.º 3/2012 para “Manutenção das Estações Automáticas Integradas na Rede
Específica de Monitorização do Sistema Alqueva – Pedrógão (2012/2013)”. As terceira e quarta
ações de manutenção associadas a esta prestação de serviços decorreram nos meses de março e
maio, respetivamente.
Decorre, ainda, o trabalho de levantamento das estações hidrométricas existentes na bacia
hidrográfica do Guadiana, estando em curso a elaboração do relatório referente à identificação
das necessidades de informação no âmbito da gestão e exploração das albufeiras de Alqueva e
Pedrógão. No mês de março foi elaborado o processo de contratação para execução dos
trabalhos de monitorização dos potenciais impactes da transferência de água Guadiana-Sado
sobre a ictiofauna.
Sistemas de Gestão na Área Ambiental
Sistemas de Informação de Recursos Hídricos de Alqueva (SIRHAL)
Ao longo deste período manteve-se a divulgação diária de um Boletim com informação sobre a
evolução do volume armazenado e a variação diária das cotas das albufeiras de Alqueva e de
1A área a monitorizar abrange cerca de 55.000ha e corresponde aos blocos de rega Monte-Novo, Alvito-Pisão, Pisão, Alfundão,
Ferreira-Valbom, Ervidel, Aljustrel, Orada-Amoreira, Brinches e Brinches-Enxoé. 2 A área monitorizada abrange cerca de 60.000ha e corresponde aos blocos de rega: Monte-Novo, Alvito-Pisão, Pisão, Alfundão,
Ferreira-Valbom, Ervidel, Orada-Amoreira, Briches, Brinches-Enxoé, Selmes, Pedrógão e S. Pedro Norte.
Rede Secundária de Rega
Programas de Monitorização
Estado das Águas de Superfície e Estado das Águas Subterrâneas
Recursos Hídricos Superficiais e Qualidade Ecológica na Área dos Blocos de Rega em fase de exploração - 2012/20131 Em curso
Recursos Hídricos na Área dos Blocos de Rega de Cinco Reis e Trindade - Fase de Construção Em curso
Recursos Hídricos Subterrâneos na Área dos Blocos de Rega em fase de exploração - 2012/20132 Em curso
Fauna, Flora e Vegetação
Avifauna na Barragem do Pisão (2011/2012) Em fase de conclusão
Ictiofauna e dos Recursos Hídricos Superficiais no Bloco de Rega do Monte Novo (2010/2011) Em fase de conclusão
Aves Estepárias e de Rapina nos Blocos de Rega do Monte Novo, Alvito-Pisão e Pisão (2009/2010) Concluido
Aves Estepárias e de Rapina nos Blocos de Rega do Monte Novo, Alvito-Pisão e Pisão (2010/2011) Em fase de conclusão
Aves Estepárias nos Blocos de Rega de Alfundão e de Ferreira e Valbom (2010/2011) Concluido
Aves Estepárias nos Blocos de Rega de Alfundão e de Ferreira e Valbom (2012/2013) Em curso
Aves estepárias nos Blocos de Rega de Ervidel (2010/2011) Concluido
Aves estepárias nos Blocos de Rega de Selmes, S. Pedro Norte e Pedrógão (2010/2011) Em fase de conclusão
Aves estepárias nos Blocos de Rega de Pias (2011) Em fase de conclusão
Aves estepárias nos Blocos Sul e Oeste do Subsistema do Ardila Concluido
Linaria ricardoi na rede secundária de rega 2013 Avaliação de propostas
Solos
Solo nos Blocos de Rega de Selmes, S. Pedro Norte e Pedrógão Concluido
Caraterização da situação de referência do solo nos blocos de rega de Aljustrel, Ervidel, Beringel - Beja e S. Pedro - Baleizão Em curso
Ponto de Situação
30 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Pedrógão, caudais registados a montante e jusante do sistema Alqueva-Pedrógão. O Boletim
atualizado é disponibilizado diariamente no site da EDIA.
Com o objetivo de efetuar o controlo do caudal registado versus o caudal ecológico necessário a
assegurar no Sistema Alqueva-Pedrógão é efetuada a análise diária dos caudais descarregados e
dos valores registados na estação hidrométrica do Pulo do Lobo. Mensalmente é divulgado
internamente o valor de caudal ecológico assegurado pelo Sistema Alqueva-Pedrógão no mês
anterior, bem como o valor do caudal ecológico a cumprir no mês seguinte.
Procedeu-se ainda à divulgação interna do regime de caudais ecológicos para a rede primária do
EFMA, atualmente em exploração. Esta divulgação tem uma periodicidade mensal. No mês de
março foi disponibilizado o boletim de rega com os resultados das campanhas promovidas no
mês de janeiro.
Ordenamento do Território
A EDIA participou em reuniões enquanto membro da comissão de acompanhamento da revisão
dos seguintes instrumentos de gestão territorial:
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Alandroal – 4 de janeiro
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Beja – 15 de janeiro
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Moura – Workshop participativo – 5 de
fevereiro
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Moura – 14 de fevereiro
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Aljustrel – 14 de maio
Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Serpa – 6 de junho
Foram emitidos pareceres relativos aos PDM de Beja, Serpa e Aljustrel.
Na sequência da reunião entre a Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do
Grande Lago (ATMTGLA), a EDIA e a APA, no dia 7 de janeiro de 2013, em que foi decidida
a necessidade de elaborar um documento, com casos concretos, que justifique a abertura de um
processo de modificação do Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrogão
(POAAP) em vigor, a EDIA assinou um protocolo de cooperação com a ATMTGLA para a
elaboração do referido documento. Tendo em conta este processo, e ao longo do 1.º semestre,
realizaram-se reuniões de trabalho, entre os técnicos da EDIA e os técnicos dos municípios
pertencentes à ATMTGLA. Neste contexto, realizaram-se ainda algumas saídas de campo para
reconhecimento, no terreno, das áreas recreativas e de lazer previstas no POAAP. No
seguimento das anteriores reuniões e da informação enviada pelos municípios, a EDIA
compilou os contributos recebidos e elaborou um documento de “Proposta de modificação do
Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrogão”, que estabelece uma
caracterização da situação atual de implementação do mesmo, um conjunto de propostas de
modificação face ao atual Plano, e uma análise de compatibilização entre as propostas
apresentadas e a legislação em vigor. A 21 de junho realizou-se uma reunião com a APA, a
CCDR-A, a ATMTGLA e os técnicos dos municípios para apresentação do documento acima
referido.
A EDIA participou na reunião da Comissão Nacional de Coordenação do Programa de Ação
Nacional de Combate à Desertificação, no dia 1 de fevereiro.
31 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1.2.5. Projetos Especiais
Parque de Natureza de Noudar
O Parque de Natureza de Noudar (PNN) constitui-se como um projeto de desenvolvimento
regional que tem como objetivo a qualificação do território através da promoção da
biodiversidade. Neste período, tiveram continuidade as atividades agro-silvo-pastoris,
fomentando a multifuncionalidade e sustentabilidade da exploração agro-florestal e
contribuindo, simultaneamente, para a conservação dos valores naturais. Os trabalhos
agroflorestais decorrem de acordo com o estipulado no Plano de Exploração Agro-Florestal.
No que respeita à gestão pecuária, realizaram-se contactos com potenciais fornecedores na
região de Moura-Barrancos, para aquisição de novo macho reprodutor, e consequente aquisição
de um novilho de raça Limousine. Relativamente ao efetivo bovino, deu-se continuidade ao seu
maneio, suprindo todas as suas necessidades; no início de janeiro, decorreu o rastreio de
tuberculose. Procedeu-se ainda ao licenciamento da montanheira 2012-2013 e respetiva
contratação, após lançamento do convite à apresentação de propostas, e respetiva articulação
com o proponente para estabilizar os termos de concretização do contrato. Destaque,
igualmente, para a análise da performance reprodutiva da vacada através do software Genbeef, a
elaboração e entrega da candidatura ao pedido único 2013, a tuberculinização, vacinação e
desparasitação do efetivo e o nascimento de um macho e três fêmeas. A 30 de junho o efetivo
bovino existente no Parque era de 143 (116 fémeas e 27 machos).
Relativamente à gestão de hortas e pomares (rega diária por gota a gota), teve lugar a
eliminação de infestantes nas hortas do Monte e do Pomar. Na horta do Monte, no talhão das
aromáticas, fez-se o corte de algumas aromáticas para que brotem e depois possam ser
recolhidas, secas e por fim embaladas, para venda na loja.
No que respeita à componente cinegética, aguarda-se a alteração da lei da pesca em águas
interiores, que permitirá a elaboração dos processos de concessão da pesca desportiva no rio
Ardila e na ribeira da Múrtega. Foi elaborado um novo regulamento e nova lista de preços para
esperas ao javali (e realizada uma espera a 20 de junho), e efetuado o controlo de predadores,
com a aquisição de quatro novas gaiolas. Foi ainda obtida a licença para dez armadilhas e
adquirido cereal para coelhos.
Relativamente à gestão florestal, deu-se início à limpeza de matos, à avaliação de um novo
calendário para a realização das podas das azinheiras e continuação da realização do inventário
florestal, com o qual se pretende reavaliar o estado sanitário das quercíneas. Evidencie-se o
levantamento dos espaços com aptidão apícola, no sentido de preparar contratos de exploração,
a preparação e estabelecimento do sistema de vigilância 2013, com aquisição de carta de rumos,
e o pedido e obtenção da licença para abate de azinheiras secas.
Noutras atividades, indique-se o processo de integração das condicionantes decorrentes da
gestão para a conservação da biodiversidade e o licenciamento para a construção da charca das
Eiras Queimadas, e o início dos estudos para vulgarizar a distribuição de água pelos diferentes
parques de bovinos e para vedar charcas. Refiram-se ainda os procedimentos de ajuste direto
para a construção de marouços e parque de coelhos e fornecimento de ração especial para
coelho-bravo no âmbito do Iberlinx II, assim como a instalação de vedação da Umbria das
Boticas.
32 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Procedeu-se ainda à abertura dos procedimentos de consulta ao mercado para a limpeza de todos
os telhados do monte e manutenção preventiva dos equipamentos instalados no monte, e
abastecimento de gás propano. Em termos de manutenção de espaços exteriores, procedeu-se,
por outro lado, à limpeza de ervas dos percursos e envolventes das construções agrícolas, ao
esvaziamento e limpeza dos três poços, à pintura do interior da casa da Torre de Vigia e ao
levantamento e sinalização dos poços da mina abandonada.
No período em análise e relativamente à exploração turística, prosseguiram os serviços de
refeições e alojamento, e foram desenvolvidos trabalhos no âmbito das “Publicações de
Noudar”, designadamente o acompanhamento da produção de guias de bolso de fauna e flora.
Realizou-se ainda o programa “Páscoa em Noudar”, de 20 a 23 de março. No final do semestre
realizaram-se, mais uma vez, os campos de férias no parque de natureza de Noudar 2013. O ano
escolar terminou, disponibilizando-se uma semana de férias em plena natureza, recheada de
muitas atividades divertidas e pedagógicas. Estão divididos em dois períodos: de 30 de junho a
6 de julho (10 aos 16 anos) e de 14 a 20 de julho (7 aos 12 anos). Cabe ainda referenciar a
atividade com o grupo 140 caminheiros de Évora, o curso da AdcMoura referente à cultura de
plantas medicinais (20-23 junho), e o evento CCDRAlentejo e Câmara Municipal de Barrancos
(17 maio).
Quanto às atividades de divulgação e promoção mencione-se, no início do ano, a preparação do
procedimento de concurso para o novo site do PNN e criação do logotipo do restaurante
Pançonas e Voltas d’Alqueva. É igualmente de destacar a conceção de pacotes turísticos
incluindo o museu da Luz e Alqueva.
Relativamente ao tanque lúdico, é de referir o acabamento do seu espaço envolvente, com
enchimento de terras, e a aquisição de placas necessárias para essa área, e a colocação de uma
passadeira com pedra da ribeira local.
Neste período o PNN participou nas diversas ações no âmbito do projeto Life + Iberlince, de
grande relevância à escala europeia. Os beneficiários em Portugal são o ICNF e a Associação
Iberlinx, competindo, a esta associação a operacionalização do projeto no terreno. A EDIA,
enquanto sócia fundadora e atual presidente da Direção da Associação Iberlinx, tem envidado
todos os esforços no sentido de promover a viabilização e implementação deste projeto em
Portugal.
33 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Museu da Luz
Num ano em que se comemoram dez anos de existência do Museu da Luz, a requalificação do
seu património edificado, para melhor servir os seus diversos públicos-alvo e propósitos, tem
sido uma das principais linhas de atuação seguidas. Ao longo do semestre, o Museu da Luz deu
continuidade à sua aposta na qualidade e diversidade programática dos conteúdos e eventos
museológicos.
No âmbito do programa expositivo e intervenções artísticas, o Museu prosseguiu com as
exposições de longa e curta duração. Na exposição de longa duração: “A terra: ocaso de uma
relação milenar” são evocadas as profundas alterações sociais e patrimoniais associadas ao
processo de construção da barragem de Alqueva.
A exposição de curta duração “É um mundo novo”, de Carlos Noronha Feio, foi inaugurada a 5
de janeiro. É na sala da luz que podemos ver o tapete de Arraiolos, com 30 metros quadrados.
Referencie-se, igualmente, a exposição “ Alqueva paisagem como tema”, presente no Museu até
7 de julho.
No âmbito do ciclo expositivo ‘Dar Voz aos Objetos’ prosseguiu a exposição “A Cachamorra”,
pelo pastor Jacinto Suzano: onde é que hoje há os pastores?’, tendo-se procedido à preparação
em torno de novos objetos (pote de azeite e burra). Esteve igualmente patente, na sede da EDIA,
em Beja, primeiramente a exposição itinerante ”Dar voz aos objetos – a tarrafa de Francisco
Capucho” e de momento “A lancheira”, de Domingos Godinho.
Avançou-se na preparação de parcerias com agentes de turismo locais, através da campanha
“Um lago, duas aldeias, um museu – Páscoa 2013”, e com a participação na BTL com
promoção do projeto ‘Voltas de Alqueva’, que integra atividades do Museu da Luz. Procedeu-se
igualmente à promoção de iniciativas para o público escolar. Destaque-se assim a preparação de
34 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
participação na programação das atividades de ocupação das férias escolares, em parceria com a
EBI de Mourão, a Câmara Municipal de Mourão e a Câmara Municipal de Reguengos de
Monsaraz, e a participação do Museu da Luz na Feira de São João de Évora, através da
divulgação e de atividades lúdico-educativas em torno do livro infantil ‘O que vês dessa
janela?’.
No âmbito das atividades para o público geral, referencie-se a participação do Museu da Luz na
Feira do Livro de Reguengos de Monsaraz, com divulgação de publicações próprias, em
parceria com a Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, a comemoração do Dia
Internacional dos Monumentos e Sítios, com programação específica (18 de abril) e a
organização do dia comemorativo ‘Viagem-Passeio Alqueva, a paisagem como tema’ (29
junho). Na vertente turística, foi preparada a difusão da campanha ‘Um lago, duas aldeias, um
museu – Verão 2013’ com reforço de parcerias na zona de influência da barragem.
Durante este período, decorreram obras de melhoramento e de preparação do Monte dos
Pássaros para a utilização pelo público e para as residências artísticas. Procedeu-se, igualmente,
à preparação do Monte da Julioa para acolhimento das reservas arqueológicas e etnográficas
anteriormente instaladas nos espaços do Monte dos Pássaros e na casa da rua do Montinho.
Evidenciem-se, neste período, a inauguração do programa de residências do Museu, com
destaque para a atividade LUZ3, residência artística para a intervenção gráfica na antiga estrada
de acesso à aldeia da Luz, com alunos do Departamento de Artes Visuais e Design da
Universidade de Évora, orientados pelo artista Pedro Portugal. A inauguração contou com a
performance no local do Grupo Coral da Luz, numa parceria entre o Museu da Luz, a
Universidade de Évora e a Câmara Municipal de Mourão. Teve ainda lugar o planeamento da
residência de Catarina Mourão e de Pedro Duarte, no âmbito do workshop de realização de
filme documental, e da residência artística com a curadora Maria do Mar Fazenda.
De comunicação e plataformas, referência para a reformulação gráfica e estrutural do site do
Museu e para a produção de conteúdos para esta plataforma em renovação. No que respeita às
redes sociais, teve continuidade a promoção dos espaços e experiências com imagens
fotográficas e textos na conta facebook do Museu da Luz.
Sistemas de Informação Geográfica e Cartografia
O Centro de Cartografia tem dado especial atenção às necessidades internas da EDIA,
acompanhando as mais modernas tecnologias da informação geográfica, cartográfica e
cadastral, desenvolvendo no período em análise as seguintes atividades:
Execução de altimetria vetorial à escala 1:10.000 para a área de influência do EFMA de
acordo com as necessidades internas da EDIA;
Resposta a solicitações na componente topográfica a várias direções da empresa;
Manutenção do sistema de gestão da qualidade de acordo com a Norma ISO 9001:2008;
Monitorização geodésica das Barragens dos Álamos I, II e III, Vale de Carro, Penedrão,
Brinches, Serpa, Reservatório de Ferreira, Amoreira, Loureiro, Reservatório 4 do
Monte-Novo, Cinco Reis, Reservatório da Orada e Laje;
Fiscalização de cartografia e ortofotocartografia à escala 1:2.000 para os municípios de
Aljustrel, Barrancos, Almodôvar, Ourique, Ferreira do Alentejo, Castro Verde e
Mértola;
Conclusão do projeto externo de vectorização do cadastro geométrico da propriedade
rústica do concelho de Beja e Almodôvar;
35 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Execução do cadastro geométrico da propriedade rústica dos concelhos de Ourique e
Almodôvar;
Elaboração do relatório para a renovação do Alvará de cadastro predial;
Acompanhamento da coleção dos marcos de propriedade no bloco de rega de Ervidel;
Levantamento arquitetónico das construções existentes na Herdade dos Bravos, no
âmbito da legalização das construções provenientes da EDP; e
Contribuição na exposição “Potes e fornos do tempo dos Romanos” na cubicagem e
modelação 3D do Pote.
Teve continuidade o cálculo dos valores a faturar das taxas de conservação anuais para 2013 e
os valores relativos aos consumos efetuados no 4.º trimestre de 2012. Foram também elaborados
diversos relatórios de resumos englobando todos os valores faturados e agrupando-os por bloco,
por regime de pressão, entre outros fatores.
Este semestre, em termos de aplicação webgis, foi migrada toda a aplicação para a nova base de
dados SIG. Esta aplicação permite desenhar a área inscrita com recurso a diversas ferramentas
de desenho, calcular a área inscrita com base no seu desenho, permitindo a validação da
informação dada pelo beneficiário no ato de inscrição. É também possível atualmente incluir
áreas precárias diretamente na aplicação. Foram ainda produzidos diversos relatórios por
solicitação de vários sectores na Empresa. Por motivos técnicos, a componente geográfica desta
aplicação foi desativada, tendo-se optado pelo desenvolvimento de um componente genérico,
que será a base de todas as aplicações geográficas. Este facto permitirá reduzir o elevado
esforço de manutenção da mesma, dado o número de diferentes aplicações deste género
desenvolvidas ao longo dos últimos anos, e renovar o portal de mapas no site da Empresa.
Durante o período em análise, no modelo de monitorização e gestão da componente
hidroagrícola de Alqueva (ALWAYS), tal como previsto, prosseguiu o esforço de detetar
incongruências entre os dados originais presentes no SIG e os dados apresentados pelo modelo.
Foram também desenvolvidos os esforços necessários para que este sistema se possa sincronizar
de forma automática com a base de dados geográfica, sem necessidade de intervenção humana
morosa.
A EDIA tem vindo a desenvolver competências na área do desenho técnico para apoio ao
projeto de engenharia hidroagrícola e ao sector de construção. Neste âmbito, podem destacar-se
algumas atividades que revelam já um grau de autonomia significativo, como seja o apoio ao
projeto da albufeira de Ferreira onde se efetuou o cálculo de volume de escavação, o traçado de
perfis longitudinais, de diretrizes e rasantes. Pretende-se contribuir para o desenvolvimento de
projetos de execução que a empresa possa desenvolver no futuro.
36 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Foram efetuados melhoramentos à aplicação Sistema de Informação de Cadastro e
Expropriações (SICE), designadamente, nos relatórios de gado e de rendeiros e integração com
SAP. Foi também desenvolvida uma aplicação web que permite a visualização das faixas de
expropriação e servidão nas infraestruturas da rede primária. Foram ainda introduzidas
alterações a alguns projetos, com a consequente atualização da informação (faixas, parcelas,
cadastro), especificamente nos casos dos blocos de rega de Baleizão-Quintos, S. Pedro-
Baleizão, Cinco Reis -Trindade e Beringel – Beja.
Relativamente à gestão de ativos foram criados identificadores geográficos únicos e sequenciais
de forma geográfica (de montante para jusante e por segmento da rede primária) para os nós da
rede primária do sistema Alqueva a jusante da Barragem do Loureiro e os equipamentos da rede
primária já construída do sistema Ardila. Estes identificadores estão a ser introduzidos no SAP,
interligando-se assim estes 2 sistemas.
Durante o período continuaram os esforços de migração para a nova base de dados Open Source
que foi adotada como base do SIG da Empresa. Concluíram-se os desenvolvimentos relativos
aos componentes geográficos das aplicações cujas componentes alfanuméricas já foram
migradas, nomeadamente a gestão de licenciamento de captações, e a gestão de património, e
foram iniciados os esforços para migração do Sistema de Monitorização do Guadiana, e das
aplicações envolvidas nas prestações de serviços de expropriações. Na introdução massiva do
produto destinado a utilizadores de PC, denominado Quantum GIS, foi desenvolvido um
módulo específico que permite um acesso rápido à informação geográfica, em tudo similar
disponibilizado no software comercial existente na Empresa. Também se produziram os
modelos para impressão em A4 e A3. Realizaram-se sessões de formação para 40 técnicos da
EDIA, tendo sido instalado o QGIS em cerca de 30 computadores, e concluídos os
procedimentos necessários à sua implementação interna, com o intuito de reduzir o custo de
licenciamento deste software.
Por solicitação da Associação Iberlinx foi desenvolvido um estudo de quatro pontos alternativos
para colocação de um observatório junto ao cercado para o lince Ibérico, a instalar no PNN. Esta
análise baseou-se no cálculo de bacias de visão, considerando três situações: pontos de
observação colocados à cota do terreno, pontos colocados a três metros acima da cota do
terreno, pontos colocados a três metros acima da cota do terreno e também considerando que, no
contorno da cerca, existe um obstáculo visual com três metros.
Refira-se que, por solicitação do IFAP, a EDIA procedeu ao envio de informação das áreas onde
já colocou marcos de propriedade e onde existem infraestruturas visíveis no ortofortomapa
atual, permitindo assim uma atuação mais expedita deste instituto aquando das renovações de
candidaturas.
37 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1.2.6. Estrutura de Suporte
Recursos Humanos
Decorreu o processo de revisão de descrição de funções existentes na Empresa, agora na
vertente de qualificação e avaliação. Foi também dado apoio aos programas de estágios
profissionais e curriculares em curso, com especial ênfase para o programa de estágios
profissionais das aldeias ribeirinhas. De referir a implementação de diversas alterações no
sistema informático (SAP R3/HR), resultantes das normas inseridas no Orçamento de Estado
para 2013 e que implicaram um trabalho conjunto de grande complexidade.
Fruto da importância da EDIA no desenvolvimento da região e do impacto potencial da sua
intervenção junto das comunidades locais foi lançado o Programa EDIA Voluntário. Realce
para a 1ª edição do Evento Interno da EDIA “Partilha de Informação”, que se pretende com uma
periodicidade quadrimestral e que tem como principal objetivo a partilha da informação entre
todos os colaboradores relativamente à formação que cada um frequenta e dos “inputs” que isso
pode trazer para a empresa.
No final de junho de 2013, a Empresa contava com um total de 189 trabalhadores permanentes,
distribuídos pelas diferentes categorias profissionais:
No início do semestre, foi assinado um protocolo com o Centro de Paralisia Cerebral de Beja
com o objetivo de acolher um formando do curso de assistente administrativo, por um período
de 9 meses. Este protocolo tem como objetivo proporcionar uma formação em contexto real de
trabalho, facilitando a integração na vida ativa através da participação nas diversas atividades
desenvolvidas no departamento, na área funcional em causa e de acordo com as competências
do formando.
Sistemas de Informação
Como atividades mais relevantes no primeiro semestre de 2013, destacou-se:
A realização do site das www.voltasdalqueva.pt, que suporta a estratégia da EDIA de
valorização do seu património (PNN, Museu Luz), lançado na BTL de fevereiro deste
ano;
Com o intuito de promover a utilização de documentos digitais assinados
eletronicamente e obter as vantagens daí inerentes, foi difundido pela empresa a
Categorias Colaboradores
Técnico Especialista 28
Técnico Superior 100
Técnico 61
Total 189
38 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
utilização de um software gratuito de assinatura de pdfs, permitindo que ofícios e
relatórios de concursos públicos sejam assinados digitalmente;
No Museu da Luz, realizou-se o upgrade do circuito de internet e a atualização do
software POS para sua gestão;
A reparametrização do software SAP R/3 de forma a refletir as novas imposições legais
ao nível de salários, feriados e retenções;
O lançamento de um portal interno que permite ao colaborador a colocação e consulta
dos seus pedidos de intervenção, o acesso a uma base de dados de soluções
desenvolvida internamente e o conhecimento dos equipamentos informáticos que lhe
estão afetos;
A implementação do portal alqueva.com.pt;
O ajustamento do ERP SAP, de forma a suportar alterações legais (SAFT, modelo 10) e
requisitos de negócio;
O desenvolvimento do modelo de gestão de indicadores; e
Colaboração no projeto LIFE Iberlince, através da participação em todas as
componentes informáticas (escolha de software, desenvolvimento de site, administração
de sistemas e helpdesk).
Desenvolvimento, Promoção e Divulgação
Continuou-se a acompanhar os trabalhos e iniciativas em curso da constituição da Reserva Dark
Sky em Alqueva, sendo de salientar a aprovação de candidatura ao Inalentejo para a
dinamização deste Projeto. Destaca-se o facto da Citroen Holandesa ter usado uma imagem do
Dark Sky Alqueva (Via Láctea no Convento da Orada em Monsaraz) para publicitar o
passatempo que está a fazer sobre o espaço, com o novo Citroen C4, cujo prémio, é uma viagem
a Portugal para observação das estrelas.
Durante o período, e ao nível da coordenação do projeto “Aldeias Ribeirinhas de Alqueva”,
foram efetuadas reuniões periódicas e diversas interações com outras instituições, tais como o
IAPMEI, BCSD, CEBAL, Instituto Politécnico de Beja e Escola Superior Agrária de Beja.
Deste último contacto resultou um acordo específico de colaboração entre a EDIA e o IPB, que
visa a possibilidade de utilização dos laboratórios desta instituição para testes laboratoriais
associados ao desenvolvimento de novos produtos alimentares.
Foi atribuído por parte do Ministério da Economia do selo +e+i ao Projeto “Aldeias Ribeirinhas
de Alqueva” (31 de janeiro). Ainda durante este período realizaram-se diversas atividades
promovidas pelos 15 jovens afetos ao projeto, e envolvendo as comunidades locais, com
particular destaque para a elaboração de uma caminhada aberta à população e à sociedade, uma
largada de falcões, uma mostra gastronómica, participação nas Jornadas de Empreendedorismo
Turístico na Escola de Hotelaria do Estoril e a Feira das Flores e Sabores que decorreu na aldeia
da Luz, a 5 de maio. Realce-se ainda a realização do primeiro Encontro Náutico de Alqueva das
Aldeias Ribeirinhas de Alqueva (ARA), a 1 de junho, entre Campinho, Luz e Estrela, e o
lançamento da primeira edição do concurso de fotografia que, através do trabalho e
envolvimento dos concorrentes, procurou alavancar a dinamização e promoção do projeto.
39 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
No dia 17 de junho, o projeto ARA foi um dos selecionados para beneficiar do apoio do
programa “EDP Solidária 2013” atribuído pela Fundação EDP. O projeto foi um dos 51 projetos
selecionados a nível nacional, entre mais de 1211 candidaturas.
A EDIA esteve presente em reunião na sede das ‘Terras Dentro’, em Alcáçovas, no âmbito da
elaboração do “Estudo Prospetivo para a Identificação de Fileiras Produtivas no Alentejo”.
Relativamente ao Centro de Documentação assegurou-se, neste período, a gestão e manutenção
do acervo documental da empresa, bem como apoio a estudantes, investigadores e potenciais
investidores. Deu-se início ao projeto de recuperação e transferência para formato digital da
informação relativa à Empresa e ao projeto, atualmente registada em formato de vídeo VHS, a fim de a preservar.
Ao longo do período, continuou-se a efetuar o acompanhamento, em reportagem, de diversos
órgãos de Comunicação Social (OCS), na realização do “cliping” diário aos vários OCS
nacionais, regionais e online, com registo para a publicação de notícias com referência à EDIA
e/ou ao EFMA, e na produção e distribuição de notas de imprensa.
Em termos de relações públicas, registou-se a receção personalizada, no Centro de Informação
Alqueva (CIAL) de grupos organizados e outras visitas, maioritariamente portugueses, mas
também dos seguintes países: Holanda, Noruega, Brasil, Suíça, Espanha, Inglaterra, França e
Alemanha. No período em análise, é de referir o apoio dado à administração na receção das
seguintes entidades em visita à EDIA e infraestruturas do EFMA e outras ações:
Preparação e acompanhamento da visita da Srª Ministra da Agricultura e do seu
homólogo Finlandês, dia 4 de janeiro, a infraestruturas de Alqueva;
Apoio à receção de delegação angolana com deputado do PSD, na EDIA, dia 8 de
janeiro;
Acompanhamento de comitiva de jornalistas a Infraestruturas de Alqueva aquando da
inauguração da Central de Alqueva II, dia 23 de janeiro;
40 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Participação no projeto “Voltas de Alqueva” e respetivo lançamento na BTL, dia 28 de
janeiro.
Realização do evento “A importância do financiamento para o investimento no setor
agroalimentar”, no auditório da EDIA, dia 5 de fevereiro;
Acompanhamento a um grupo de agricultores associados da Torriba, dia 22 de
fevereiro;
Organização e acompanhamento da visita ao EFMA com o Vice Ministro Chinês e
respetiva delegação, dia 27 de maio;
Organização e acompanhamento da visita do Exmo. Sr. Secretário Executivo das
Nações Unidas responsável pelo combate à desertificação, acompanhado pelo Exmo Sr.
Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, a 30 de maio;
Organização e acompanhamento da visita dos responsáveis da Central de Cervejas, dia
30 de maio;
Apoio à organização do encontro com os agricultores do aproveitamento hidroagrícola
de Alvito/Pisão, dia 12 de junho; e
Organização e acompanhamento da visita ao EFMA dos responsáveis da SUGALIDAL,
dia 19 de junho.
No que respeita a realizações de destaque, evidencie-se o procedimento de ajuste direto para a
“Potenciação de Alqueva enquanto Marca Territorial: Imagem e Estratégia”, cuja apresentação
teve lugar a 22 de maio, no âmbito da Estratégia e Suportes de Comunicação para a Promoção
do Potencial Agrícola de Alqueva. Neste particular, referencie-se igualmente a organização da
sessão pública de apresentação da Marca Alqueva aos colaboradores da EDIA e às forças vivas
da região.
Esteve em destaque, igualmente, a realização do Seminário Internacional “Investir no Potencial
Agrícola do Alqueva”, em parceria com o BES, AICEP e jornal Expresso, evento realizado dia
24 de maio no hotel Tivoli, em Lisboa, e que contou com cerca de 350 convidados, nacionais e
estrangeiros. Esta realização implicou ainda uma ação específica para jornalistas estrangeiros
(23 de maio), e outra ação dirigida a potenciais investidores estrangeiros (25 de maio). Foi ainda
produzido o filme “Marca Alqueva”, lançado no supra citado seminário.
Assinale-se também a participação da EDIA em inúmeros certames, como (i) a “Fruit
Logistica”, Berlim – Alemanha (6 - 8 de fevereiro), integrando o pavilhão de Portugal
organizado pela Portugal Fresh; (ii) o SISAB, em Lisboa (25 - 27 de fevereiro); (iii) a BTL,
realizada em Lisboa, integrando o espaço “Alentejo” e apresentando o projeto “Voltas de
Alqueva” (27 de fevereiro - 3 de março); (iv) “AcqualiveExpo”, em Lisboa (21 - 23 de março);
(v) Ovibeja (24 a 28 de abril); (vi) Feira do Campo de Aljustrel (7 a 10 de junho); e (vii) Feira
Nacinal da Agricultura (8 a 16 de junho).
Destaquem-se ainda, por outro lado, as inaugurações das seguintes infraestruturas:
Estação Elevatória de Pedrógão - Margem Direita e blocos de rega de Pedrógão e
Selmes, com presença da Exma. Sr.ª Ministra da Agricultura do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território, Assunção Cristas, (17 de abril); e
Aproveitamento hidroagrícola de Ervidel, com a presença do Exmo. Sr. Aziz
Akhannouch, Ministro da Agricultura e Pesca Marítima de Marrocos, da Exma. Sr.ª
Karima Benyaich, Embaixadora de Marrocos em Portugal, e do Exmo. Sr. Eng. José
Diogo Albuquerque, Secretário de Estado da Agricultura (05 de Junho).
41 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Sustentabilidade nos Domínios Económicos, Social e Ambiental
No final do semestre foi concluída a impressão gráfica do Relatório de Sustentabilidade para o
período 2009-2011. De igual forma, neste período, decorreram os trabalhos de preparação da
‘Agenda para a Sustentabilidade’ para o período 2013-2015, tendo sido ainda aprovada uma
ação de formação nas Global Reporting Initiative - GRI´S para os elementos do grupo de
trabalho da Sustentabilidade, por forma a que o relatório de 2012-2013 possa ser desenvolvido
integralmente a nível interno.
42 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
1.3. Atividades Desenvolvidas pela GESTALQUEVA
O período a que se refere o presente Relatório e Contas corresponde fundamentalmente a
questões relacionadas com:
Os Colaboradores;
A alienação do património, especialmente com os 51% do capital da Gescruzeiros.
No que respeita aos dois colaboradores que continuaram em funções em 2013, não foi possível
a sua integração nos quadros de pessoal dos associados da Gestalqueva, pelo que se procedeu ao
respetivo processo de despedimento, por extinção do posto de trabalho, com o pagamento das
respetivas indemnizações.
Em relação ao património, concluiu-se a alienação dos bens de equipamento e iniciou-se o
processo de concurso público para alienação dos 51% do Capital Social da Gescruzeiros. Este
processo não foi concluído porque o concurso ficou deserto e houve necessidade de recorrer à
negociação direta com a Nautialqueva, SA, na qualidade de sócio da Gescruzeiros, com direito
de opção, para a aquisição dos 51% do capital da empresa, procedimento que ainda não foi
concluído.
O Apoio Técnico e Administrativo à Comissão Liquidatária foi garantido pelos dois
colaboradores em funções, até à extinção do respetivo posto de trabalho. Posteriormente esse
apoio tem sido assegurado pela EDIA e pelas Câmaras Municipais, através da ATMTGLA –
Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago Alqueva.
1.4. Atividades Desenvolvidas pela GESCRUZEIROS
A missão da Gescruzeiros é o aproveitamento da atividade marítimo-turística no Grande Lago
do Alqueva, e tem como vocação estratégica o desenvolvimento de passeios marítimo-turísticos.
Para este efeito, foram adquiridas três embarcações. A primeira, denominada “Guadiana Rio”,
foi comprada em 2006/07 e tem uma capacidade de transporte de cento e vinte passageiros. As
outras duas embarcações, “Alcarrache” e “Degebe”, adquiridas à Gestalqueva S.A., com
capacidade para vinte e cinco passageiros cada, destinam-se a passeios de curta duração, em
geral, de cerca de sessenta a noventa minutos.
Até 30 de junho de 2013, a Gescruzeiros transportou 7.314 passageiros, mais 1.096 passageiros
do que aqueles que transportou, no ano anterior, em igual período.
Importa, no entanto, evidenciar que se trata do segundo pior ano de sempre em termos de
número de passageiros transportados pela Empresa, e o pior ano de sempre em termos de valor
absoluto de vendas.
Analisando o gráfico seguinte, com o total de passageiros transportados ao longo dos últimos
cinco anos, verifica-se que o ano de 2009 foi o melhor, tendo-se vindo a registar reduções ao
longo dos anos subsequentes. O ano de 2012 transportou menos passageiros do que 2013, mas o
ano de 2013 revelou as vendas mais baixas de sempre.
43 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Para explicar este ligeiro aumento em termos de número de passageiros transportados pode-se
apontar, por um lado, a grande aposta efetuada no telemarketing, nomeadamente, junto das
juntas de freguesia, câmaras municipais, agências de viagem, lares, escolas, entre outros.
Indique-se, por outro lado, a contratação, a tempo parcial, de um delegado comercial no início
do ano de 2013, o que permitiu a divulgação da Empresa em novos mercados, alcançando novos
clientes.
Evidencia-se também o facto de o preço médio por passageiro ter decrescido em relação ao ano
transato, o que explica a redução do valor das vendas.
As embarcações “Alcarrache” e “Degebe” transportaram neste período (de 01 de janeiro de
2013 a 30 de junho de 2013) 874 passageiros, contra 149, em 2012, 1.611, em 2011, 2.719, em
2010, e 2.449, em 2009. A embarcação “Guadiana” transportou, no mesmo período, 6.440
passageiros, contra 6.069, em 2012, 10.573, em 2011, 11.356, em 2010, e 12.749, em 2009.
Em termos de objetivos e áreas estratégicas referencie-se que, apesar da conjuntura económica
nacional se ter agravado de forma significativa no último ano, a Gescruzeiros definiu o objetivo
de 30.000 passageiros para 2013, reduzindo-o assim pelo segundo ano consecutivo, mas
mantendo-o elevado, dado que só o regresso ao patamar dos 30.000 passageiros permitirá a
sustentabilidade da Empresa. Contudo, no final do primeiro semestre de atividade, torna-se
evidente que 20.000 passageiros será um objetivo realista para o ano de 2013.
A estratégia mantém-se na aposta de estabilização dos seus horários e passeios e nas ações de
angariação de mais passageiros, designadamente, através de telemarketing, da participação em
feiras da especialidade e no novo delegado comercial.
A estabilização dos horários e passeios do barco cruzeiro “Guadiana” permitiu a captação de
grupos para passeios semanais (estratégia que remonta ao ano de 2009), facto que permite uma
otimização dos recursos, em especial em termos de recursos humanos.
44 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Por outro lado, e à semelhança do que ocorreu no ano de 2012, também em 2013 se destaca a
presença, no mês de janeiro, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) e na Feira Internacional de
Turismo de Madrid (FITUR). No ano de 2013 manteve-se a estratégia delineada nos anos
anteriores para os barcos de cruzeiro “Alcarrache” e “Degebe”. Nesse sentido, as duas
embarcações permaneceram na Amieira Marina para realizar, preferencialmente, passeios de 90
minutos até à barragem e, a pedido de pequenos grupos, até à aldeia da Estrela. Uma vez que o
resultado obtido junto das agências de viagem foi bastante positivo durante o ano de 2011,
manteve-se a aposta neste segmento de mercado, personalizando-se, cada vez mais os contactos
efetuados.
1.5. Breve Descrição da Demonstração da Posição Financeira e da Demonstração do
Rendimento Integral
Ativo
Durante o primeiro semestre de 2013, verificou-se uma diminuição dos ativos não correntes em
cerca de M€ 1,98, justificado pela amortização dos ativos intangíveis.
Relativamente aos ativos correntes, a sua variação negativa é justificada por: (i) desvios nas
rubricas ‘inventários’ em M€ 409,43 (desvio negativo) e ‘outras contas a receber’ em M€ 84,61
(desvio positivo), que se justificam pelo movimento contabilístico que foi efetuado ao abrigo do
contrato de concessão relativo à gestão, exploração, manutenção e conservação das
Valores em milhares de Euros
Rubricas 30-Jun-13 31-Dez-12
Ativo Não Corrente
Ativos fixos tangíveis 16.603 16.618
Ativos intangíveis 362.059 364.023
Participações financeiras 276 276
Depósitos Cativos 8.534 8.534
387.471 389.451
Ativo Corrente
Inventários 14.407 423.839
Clientes 1.869 1.746
Adiantamentos a fornecedores 1.050 1.058
Estado e outros entes públicos 595 591
Outras contas a receber 161.415 76.804
Diferimentos 452 500
Caixa e depósitos bancários 46.130 59.460
225.919 563.998
TOTAL 613.390 953.449
45 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
infraestruturas do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, assinado a 8 de abril de 2013
entre a EDIA e a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural; como consequência
foi transferido para a conta ‘outras contas a receber’ o valor líquido do investimento da rede
secundária (inventários deduzidos dos proveitos diferidos – subsídios do estado); (ii) desvios na
rubrica ‘caixa e depósitos bancários’ (diminuição em M€ 13,33) justificados particularmente
pelo pagamento a fornecedores e expropriações e pelo atraso no recebimento de reembolsos de
IVA.
Capital Próprio e Passivo
Durante o primeiro semestre de 2013 verificou-se uma variação negativa dos capitais próprios,
em cerca de M€ 8,81, justificado essencialmente pelo resultado líquido negativo do período.
Neste semestre verificou-se uma diminuição dos passivos em cerca de M€ 331,25 (23,40%),
justificados, essencialmente: (i) pela diminuição em cerca de M€ 336,57 na rubrica de
‘Proveitos diferidos – Subsídios do Estado’ devido ao movimento contabilístico associado ao
contrato de concessão relativo à gestão, exploração, manutenção e conservação das
infraestruturas do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva; e (ii) pelo aumento em cerca
de M€ 5,31 na rubrica de ‘Financiamentos Obtidos’, decorrente dos empréstimos de curto prazo
obtidos da banca portuguesa desde 30 de setembro de 2011 e que a 30 de junho de 2013
ascendem a M€ 136,45.
Valores em milhares de euros
Total do Capital Próprio do Grupo -471.195 -462.446
Interesses minoritários -40 17
Total do Capital Próprio -471.235 -462.430
Passivo Não Corrente
Empréstimos obtidos 540.565 543.919
Proveitos diferidos - Subsídios do Estado 148.313 475.884
Outros 193.529 199.169
882.407 1.218.972
Passivo Corrente
Empréstimos obtidos 157.354 147.981
Fornecedores e Outras contas a pagar 27.519 32.646
Outros 17.346 16.279
202.219 196.906
Total do Passivo 1.084.626 1.415.879
Total do Capital Próprio e do Passivo 613.390 953.449
Rubricas 30-Jun-13 31-Dez-12
46 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Indicadores Financeiros
Em junho do ano de 2013 o Grupo EDIA apresenta um resultado líquido negativo de cerca de
M€ 8,80. No mesmo período de 2012, o resultado foi de M€ -12,93. Este facto deve-se
essencialmente:
Ao aumento do volume de negócios em 26,15%;
Ao acréscimo do reconhecimento de provisões para substituições e grandes reparações,
no montante de M€ 0,50;
Aumento dos gastos com o pessoal devido ao pagamento dos subsídios de férias e
Natal, no montante de M€ 0,84;
À variação negativa na rubrica ‘Outros gastos e perdas’ (M€ 0,40) pela faturação da
taxa de recursos hídricos de 2012, faturada em 2013;
A rubrica ‘Imparidade de ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis’ apresenta uma
diminuição de cerca 23,10% pois o investimento realizado na área de negócios “água”
foi muito inferior ao realizado no mesmo período de 2012, justificando assim a redução
do EBIT negativo em cerca de M€ 2,63 (-38,09%); e
Os resultados financeiros apresentaram uma diminuição face ao período homólogo
essencialmente pelo facto da taxa média indexante (Euribor) no primeiro semestre de
2013 se apresentar inferior à do mesmo período de 2012.
Os meios libertos líquidos, por sua vez, apresentam um aumento de M€ 2,48. Esta variação
justifica-se, essencialmente, pelo aumento do volume de negócios e pela diminuição dos
resultados financeiros.
Volume de Negócios 8.422 6.676
EBITDA 5.776 5.483
EBIT -4.271 -6.899
Resultados Financeiros -4.487 -6.034
Resultados Líquidos -8.797 -12.933
Meios Libertos Líquidos 2.121 -355
Indicadores Financeiros 30-Jun-13 30-Jun-12
Valores em milhares de Euros
47 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Beja, 29 de agosto de 2013
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Eng.º João Basto
(Presidente)
Eng.º Jorge Vazquez
(Vogal)
Dr.ª Augusta de Jesus Cachoupo
(Vogal)
48 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
49 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
50 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS EM 30 DE JUNHO DE 2013
2.1. Demonstração Consolidada da Posição Financeira
A Técnica Oficial de Contas O Conselho de Administração
Euros
ATIVO
Ativo Não Corrente
Ativos Fixos Tangíveis 6 e 17 16.602.559 16.618.164
Ativos Intangíveis 7 e 17 362.058.753 364.023.276
Participações Financeiras 8 276.001 276.001
Depósitos Cativos 10 8.533.529 8.533.529
387.470.842 389.450.970
Ativo Corrente
Inventários 11 14.407.285 423.838.551
Clientes 12 e 17 1.869.261 1.745.517
Adiantamentos a Fornecedores 1.050.282 1.058.345
Estado e Outros Entes Públicos 13 595.154 591.471
Outras Contas a Receber 14 161.415.277 76.804.002
Diferimentos 15 451.961 500.100
Caixa e Depósitos Bancários 4 46.130.040 59.460.257
225.919.259 563.998.243
Total do Ativo 613.390.100 953.449.213
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio
Capital Realizado 16 387.267.750 387.267.750
Outras Reservas 16 9.202.700 9.202.700
Resultados Transitados 16 e 17 -858.925.413 -866.619.849
Resultado Líquido do Exercício Atribuível aos Acionistas da Empresa-Mãe -8.740.451 7.703.003
Total do Capital Próprio do Grupo -471.195.415 -462.446.396
Interesses Minoritários 29 -39.997 16.763
Total do Capital Próprio -471.235.411 -462.429.633
Passivo Não Corrente
Provisões 18 13.062.919 11.915.833
Financiamentos Obtidos 19 540.565.164 543.919.376
Outras Contas a Pagar 20 15.517.311 15.517.311
Diferimentos - Subsídios do Estado 15 148.313.062 475.883.853
Outros Diferimentos 15 164.948.387 171.736.064
882.406.843 1.218.972.437
Passivo Corrente
Fornecedores 20 5.208.210 7.288.553
Adiantamento de Clientes 38.167 8.290
Estado e Outros Entes Públicos 13 226.244 245.339
Financiamentos Obtidos 19 157.353.606 147.980.818
Outras Contas a Pagar 20 22.310.457 25.357.920
Diferimentos - Subsídios do Estado 15 2.697.135 1.816.051
Outros Diferimentos 15 14.384.848 14.209.439
202.218.669 196.906.409
Total do Passivo 1.084.625.512 1.415.878.847
Total do Capital Próprio e do Passivo 613.390.100 953.449.213
Demonstração Consolidada da Posição Financeira Notas 30-Jun-13 31-Dez-12
51 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2.2. Demonstração Consolidada do Rendimento Integral
A Técnica Oficial de Contas O Conselho de Administração
Euros
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral Notas 30-Jun-13 30-Jun-12
Vendas 12 15.965 54.142
Prestações de Serviços 12 8.405.536 6.621.862
Subsídios à Exploração 15 315.396 22.123
Trabalhos para a Própria Entidade 21 1.276.272 1.243.276
Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (2.627) (5.943)
Variação nos Inventários da Produção 22 7.971.871 23.415.399
Fornecimentos e Serviços Externos 23 (9.877.917) (25.367.883)
Gastos com o Pessoal 24 (3.477.768) (2.640.875)
Imparidade de Dívidas a Receber (Perdas/Reversões) 17 (173.152)
Provisões (Aumentos/Reduções) 18 (697.660) (195.400)
Outros Rendimentos e Ganhos 25 2.584.541 2.498.095
Outros Gastos e Perdas 26 (564.823) (161.673)
Resultado antes de Depreciações, Gastos de Financ. e Impostos 5.775.635 5.483.123
Gastos/Reversões de Depreciação e de Amortização 27 (2.909.165) (3.099.789)
Imparidade de Ativos Fixos Tangíveis e Ativos Intangíveis 17 (7.137.790) (9.282.362)
Resultado Operacional (antes Gastos de Financ. e Impostos) (4.271.319) (6.899.029)
Juros e Rendimentos Similares Obtidos 28 26.194 2.389
Juros e Gastos Similares Suportados 28 (4.513.338) (6.036.304)
Resultado antes de Impostos (8.758.463) (12.932.943)
Imposto sobre o Rendimento do Período 9 (38.361)
Resultado Líquido do Período (8.796.823) (12.932.943)
Outros Rendimentos e Gastos reconhecidos em Capital Próprio
Outro Rendimento Integral do Período
Rendimento Consolidado Integral do Período (8.796.823) (12.932.943)
Resultado Líquido do Período atribuível a:
Detentores do Capital da Empresa-Mãe (8.740.451) (12.866.939)
Interesses Minoritários 29 (56.372) (66.005)
(8.796.823) (12.932.943)
Rendimento Consolidado Integral do Período atribuível a:
Detentores do Capital da Empresa-Mãe (8.740.451) (12.866.939)
Interesses Minoritários 29 (56.372) (66.005)
(8.796.823) (12.932.943)
Resultado Líquido por Acção:
Básico (em euros) (0,114) (0,167)
Diluído (em euros) (0,114) (0,167)
52 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2.3. Demonstração Consolidada das Alterações no Capital Próprio
Euros
Saldo em 1 de janeiro de 2012 387.191.750 9.202.700 -844.139.367 -22.650.195 -470.395.112 -335 -470.395.447
Aplicação do Resultado Líquido Consolidado de 2011 -22.650.195 22.650.195
Outras alterações reconhecidas no Capital Próprio 169.713 169.713 169.713
Aumento de Capital Próprio 76.000 76.000 76.000
Resultado Líquido Consolidado 7.703.003 7.703.003 7.703.003
Outro Rendimento Integral 17.098 17.098
Saldo em 31 de dezembro de 2012 387.267.750 9.202.700 -866.619.849 7.703.003 -462.446.396 16.763 -462.429.633
Saldo em 1 de janeiro de 2013 387.267.750 9.202.700 -866.619.849 7.703.003 -462.446.396 16.763 -462.429.633
Aplicação do Resultado Líquido Consolidado de 2012 7.703.003 -7.703.003
Outras alterações reconhecidas no Capital Próprio -8.567 -8.567 -8.567
Aumento de Capital Próprio
Resultado Líquido Consolidado -8.740.451 -8.740.451 -8.740.451
Outro Rendimento Integral -56.760 -56.760
Saldo em 30 de junho de 2013 387.267.750 9.202.700 -858.925.413 -8.740.451 -471.195.415 -39.997 -471.235.411
Capital Próprio
atribuível aos
Acionistas da
Empresa-Mãe
Interesses
MinoritáriosTOTAL
Demonstração Consolidada das Alterações no Capital
Próprio
Capital
Realizado
Outras
ReservasResultados Transitados
Resultado
Líquido do
Periodo
53 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2.4. Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa
Euros
Atividades Operacionais:
Recebimentos de Clientes 2.025.714 3.276.269
Pagamentos a Fornecedores (12.642.529) (27.078.372)
Pagamentos ao Pessoal (2.547.097) (1.760.783)
Caixa Gerada pelas Operações (13.163.912) (25.562.886)
Pagamento/Recebimento de Imposto sobre o Rendimento (2.726) (1.498)
Outros Recebimentos /Pagamentos relativos à Atividade Operacional 438.063 914.869
Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais (12.728.575) (24.649.515)
Atividades de Investimento:
Recebimentos Provenientes de:
Ativos Fixos Tangíveis 112
Subsídios ao Investimento 14.033.125 54.623.130
Juros e Proveitos Similares 27.410
14.060.647 54.623.130
Pagamentos respeitantes a:
Ativos Fixos Tangíveis (276.741) (571.183)
Ativos Intangíveis (11.497.931) (30.003.882)
(11.774.673) (30.575.065)
Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento 2.285.974 24.048.065
Atividades de Financiamento:
Recebimentos Provenientes de:
Financiamentos Obtidos 250.220.028 278.315.000
250.220.028 278.315.000
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos Obtidos (244.285.888) (249.974.906)
Contratos de Locação Financeira (4.599) (1.668)
Juros e Custos Similares (8.817.158) (11.320.365)
Outras Operações de Financiamento (913)
(253.107.645) (261.297.851)
Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento (2.887.616) 17.017.149
Variações de Caixa e seus Equivalentes (13.330.217) 16.415.698
Caixa e seus Equivalentes no Início do Período 4 59.460.257 6.359.713
Caixa e seus Equivalentes no Fim do Período 4 46.130.040 22.775.411
Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa Notas 30-Jun-13 30-Jun-12
54 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2.5. Anexo
1. Identificação do Grupo
O Grupo tem as atividades principais relacionadas com o EFMA, designadamente na conceção,
execução e construção das infraestruturas e a promoção, desenvolvimento e prossecução de
outras atividades económicas com elas conexas, que contribuam para a melhoria das condições
de utilização dos recursos afetos ao Empreendimento.
A descrição mais detalhada das atividades do negócio do Grupo consta no anexo na Nota 28 -
Segmentos Operacionais.
As Demonstrações Financeiras consolidadas anexas são apresentadas em Euros por ser a moeda
principal das operações do Grupo.
EDIA - Empresa-Mãe
A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (adiante “EDIA”,
“Empresa” ou “Empresa-Mãe”) é uma sociedade anónima, constituída pelo Decreto - Lei N.º
32/95, de 11 de fevereiro, segundo o qual passou a ser titular de todos os direitos e obrigações
que pertenciam à Comissão Instaladora da Empresa do Alqueva. O seu capital social é
integralmente detido pelo Estado Português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças
(DGTF). A 31 de dezembro de 2012, o capital encontrava-se subscrito e realizado em 100%.
Nos termos do disposto no artigo 2.º daquele diploma, com a redação que lhe foi dada pelos
Decretos-Lei N.º 232/98, de 22 de julho, N.º 335/01, de 24 de dezembro e N.º 42/07, de 22 de
fevereiro, a EDIA tem atualmente por objeto social:
A utilização do domínio público hídrico afeto ao Empreendimento de Fins Múltiplos de
Alqueva (EFMA), para fins de rega e exploração hidroelétrica, nos termos do contrato
celebrado com o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e
Desenvolvimento Regional, em representação do Estado;
A conceção, execução e construção das infraestruturas integrantes do sistema primário
de rega do EFMA, bem como a sua gestão, exploração, manutenção e conservação;
A conceção, execução e construção das infraestruturas integrantes da rede secundária
afeta ao EFMA, em representação do Estado e de acordo com as instruções que lhe
forem dirigidas pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento
do Território; e
A promoção, desenvolvimento e prossecução de outras atividades económicas cujo
aproveitamento contribua para a melhoria das condições de utilização dos recursos
afetos ao EFMA.
GESTALQUEVA - Subsidiária
A GESTALQUEVA – Sociedade de Aproveitamento das Potencialidades das Albufeiras de
Alqueva e Pedrógão S.A., com um capital social de € 500.000, maioritariamente subscrito pela
55 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
EDIA (51%), sendo o restante valor assumido em partes iguais pelos municípios das áreas do
regolfo das albufeiras de Alqueva e do Pedrógão (Alandroal, Moura, Mourão, Serpa, Portel,
Reguengos de Monsaraz e Vidigueira), foi constituída a 7 de março de 2003 e tem por objeto
social:
A conceção, promoção e execução de projetos de desenvolvimento e valorização das
potencialidades das albufeiras de Alqueva e Pedrógão e das respetivas envolventes;
A gestão de utilizações dos planos de água;
A prestação de serviços nos domínios do planeamento, ordenamento, monitorização e
gestão de equipamentos e infraestruturas de natureza ambiental na área compreendida
pelas albufeiras de Alqueva e Pedrógão e dos concelhos do regolfo daquelas albufeiras;
e
A exploração de empreendimentos turísticos e de empreendimentos de turismo no
espaço rural e de turismo da natureza.
GESCRUZEIROS - Subsidiária
A GESCRUZEIROS – Sociedade de Aproveitamento da Atividade Marítimo-Turística no
Grande Lago Alqueva S.A., nasceu das sinergias entre as empresas Gestalqueva S.A. e
Nautialqueva – Serviços Náuticos, Lda. O capital social da Gescruzeiros S.A., constituída a 16
de março de 2006, é detido em 51% pela Gestalqueva S.A. e tem como objeto social:
Desenvolvimento de atividades Marítimo - Turísticas;
Operador Marítimo – Turístico; e
Animação turística nas albufeiras de Alqueva e de Pedrógão e na área correspondente
aos municípios envolventes.
Relativamente ao resultado do Grupo refere-se que as contas da Gestalqueva S.A., refletidas nas
demonstrações financeiras consolidadas da EDIA, foram preparadas numa ótica de liquidação.
Tratando-se a Gestalqueva S.A. de uma sociedade constituída nos termos da lei comercial, na
qual o Estado pode exercer uma influência dominante, ainda que de forma indireta via
participação maioritária detida pela EDIA, a Gestalqueva S.A. é considerada empresa pública,
nos termos do disposto no regime jurídico do setor empresarial do Estado.
No atual contexto, e seguindo orientação superior que vinha sendo assumida em diversos
momentos pelo Estado, até mas não só na qualidade de acionista da EDIA, em 15 de junho de
2012 foi deliberada por unanimidade, em Assembleia Geral da Gestalqueva S.A., a dissolução
da sociedade, sem prejuízo dos sócios considerarem fundamental a concertação de ações por
forma a garantir a gestão integrada do Grande Lago Alqueva e a promoção do desenvolvimento
económico e social deste território.
Na mesma Assembleia Geral foi eleita, nos termos legalmente previstos, a respetiva Comissão
Liquidatária e foi considerado fundamental a existência de uma ação concertada entre os
diversos intervenientes no desenvolvimento desta zona, por forma a garantir a gestão integrada
56 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
do Grande Lago Alqueva e promover o seu desenvolvimento económico e social através da
concretização de algumas condições:
Aumentar a parceria para o aproveitamento das potencialidades associadas aos regolfos
de Alqueva e Pedrógão, especialmente junto da EDP para que a sua ação em Alqueva
seja, pelo menos, semelhante à desenvolvida noutras zonas onde têm barragens
instaladas;
Apresentar uma proposta de Programa de Ação para o Desenvolvimento das Terras do
Grande Lago Alqueva, no qual estejam previstos os projetos e ações consideradas
estruturantes para o futuro da zona, no contexto do EFMA.
Em 13 de agosto de 2012, e cumprindo com o disposto no artigo 149.º, N.ºs 1 e 2 do Código das
Sociedades Comerciais (CSC), foram aprovadas as contas da Gestalqueva SA à data da
dissolução (15 de junho de 2012).
Em 12 de outubro, e no âmbito do processo de liquidação em curso, foi equacionada a alienação
da participação social de 51% detida pela Gestalqueva S.A. na empresa Gescruzeiros S.A. Nesta
Assembleia Geral ficou deliberada a alienação da referida participação social, tendo ficado
claramente assumida a opção pela respetiva alienação através de concurso público.
Estando em causa a alienação de uma participação social por um ente público, a EDIA levou ao
conhecimento da Direção-Geral do Tesouro e Finanças a intenção de proceder à alienação da
participação detida pela Gestalqueva S.A. na Gescruzeiros S.A., no âmbito do processo de
liquidação daquela.
Em janeiro de 2013, a EDIA teve conhecimento do despacho exarado pela Exma. Senhora
Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, de que nada há
a opor a que se confira autorização à alienação da participação da Gestalqueva S.A. na
Gescruzeiros S.A., desde que seja concretizada por valor igual ou superior ao valor da
avaliação, apresentado num estudo elaborado por uma entidade externa e independente.
Conforme Assembleia Geral realizada em 07 de maio de 2013, em relação ao património da
Gestalqueva S.A, concluiu-se a alienação dos bens de equipamento e iniciou-se o processo de
concurso público para alienação dos 51% do capital social da Gescruzeiros S.A. Este processo
não foi concluído porque o concurso ficou deserto e houve necessidade de recorrer à negociação
direta com a Nautialqueva S.A, na qualidade de sócio da Gescruzeiros, S.A, com direito de
opção, para a aquisição dos 51% do capital da empresa. Este procedimento ainda não foi
concluído à data de 30 de junho de 2013, prolongando-se para além das previsões iniciais, que
apontavam para a resolução definitiva até dezembro de 2012.
Os acionistas da Gestalqueva estão convocados para uma Assembleia Geral, no dia 2 de
setembro, a fim de analisar-se a contraproposta da Nautialqueva para aquisição da participação
da Gestalqueva na Gescruzeiros.
2. Referencial Contabilístico de Preparação das Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras consolidadas do Grupo são preparadas de acordo com as Normas
Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), tal como adotadas pela União Europeia. As
IAS/IFRS incluem as normas (standards) emitidas pelo International Accounting Standards
57 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Board (IASB) e as respetivas interpretações emitidas pelo International Financial Reporting
Interpretations Committee (IFRIC) e pelos respetivos órgãos antecessores.
As demonstrações financeiras consolidadas intercalares para o semestre findo em 30 de junho
de 2013 foram preparadas de acordo com o disposto na IAS 34 – Relato Financeiro Intercalar.
Na sua globalidade, as políticas contabilísticas e critérios de mensuração adotados são
consistentes com os seguidos na preparação das demonstrações financeiras anuais do exercício
de 2012.
As demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas no pressuposto da continuidade e
tomando por base o custo histórico, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa e
das empresas incluídas na consolidação.
À data da aprovação destas Demonstrações financeiras, encontram-se emitidas e adotadas pela
União Europeia as seguintes novas normas e interpretações ou suas alterações, com aplicação
obrigatória em exercícios futuros, que se prevê que não tenham impacto relevante nas
Demonstrações financeiras consolidadas da EDIA:
Alterações à IAS 1 – “Apresentação de Demonstrações financeiras” - Apresentação de
itens do Outro Rendimento Integral (exercícios iniciados em ou após 1 de julho de
2012);
Alterações à IFRS 1 - “Adoção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato
Financeiro” – Hiperinflação (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2013);
Alterações à IAS 12 – “Impostos sobre o Rendimento” – Recuperação de ativos por
impostos diferidos (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2013);
Alterações à IAS 19 – “Benefícios dos Empregados” – Relato de planos de benefícios
definidos (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2013);
Alterações à IFRS 7 – “Instrumentos Financeiros: Divulgações” – Divulgações
adicionais sobre instrumentos financeiros sujeitos a acordos de compensação ou
similares (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2013);
IFRS 13 – Mensuração de Justo Valor (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de
2013);
IFRIC 20 – Registo de custos de remoção na fase de produção de uma mina a céu
aberto (exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2013);
IAS 27 (revista em 2011) – “Demonstrações financeiras separadas” – Revista após a
emissão da IFRS 10, contém os requisitos de contabilização e divulgação para
investimentos em participações financeiras, quando as Entidades apresentam
demonstrações financeiras separadas;
IAS 28 (revista em 2011) – “Investimentos em associadas e empreendimentos
conjuntos” - prescreve o tratamento contabilístico dos investimentos em associadas,
estabelecendo ainda os princípios da aplicação do método da equivalência patrimonial
para esta natureza de investimentos;
Alterações à IAS 32 – “Instrumentos Financeiros” - compensação de ativos e passivos
financeiros’- clarifica que o direito legal de compensação, para ser efetivo, tem de ser
atual e tem de ser imputável a todas as partes no decurso normal do negócio, e elucida
em que circunstâncias alguns sistemas de regularização pelos montantes brutos
(câmaras de compensação) satisfazem os requisitos de compensação exigidos pela IAS
32.
58 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
IFRS 10 – “Demonstrações financeiras Consolidadas” - substitui todos os princípios
associados ao controlo e consolidação incluídos na IAS 27 e SIC 12, alterando a
definição de controlo e os critérios aplicados para determinar o controlo (o princípio
base de que as demonstrações financeiras consolidadas apresentam a empresa mãe e as
subsidiárias como uma entidade única mantém-se inalterado);
IFRS 11 – “Acordos Conjuntos” centra-se na identificação e classificação dos acordos
conjuntos com base nos direitos e obrigações inerentes aos acordos estabelecidos, em
vez da sua forma legal. A consolidação proporcional de empreendimentos conjuntos
deixa de ser permitida;
IFRS 12 – “Divulgação de interesses em outras entidades” – contempla os requisitos de
divulgação para todos os tipos de interesses em outras entidades (incluindo-se
associadas e entidades estruturadas), de forma a avaliar a natureza, os riscos e os
impactos financeiros associados aos interesses de cada Entidade sobre estes
investimentos.
Alterações às IFRS 10, 11 e 12 – “Regime de transição” - estas alterações clarificam os
procedimentos de transição da IFRS 10 - "Demonstrações financeiras consolidadas" e
proporcionam uma redução das exigências nos procedimentos de transição, para as
normas IFRS 10, IFRS 11 e IFRS 12, limitando as exigências de prestar informação
comparativa ajustada, apenas para o período anual imediatamente anterior à data da
aplicação inicial destas normas.
Na preparação das demonstrações financeiras, o Conselho de Administração da EDIA adotou
pressupostos e estimativas que afetam os ativos e passivos reportados, bem como os
rendimentos e gastos incorridos relativos ao período reportado, os quais estão descritos na nota
seguinte “Principais Políticas Contabilísticas”.
3. Principais Políticas Contabilísticas
Não foram reconhecidos erros materiais relativos a estimativas efetuadas na preparação das
demonstrações financeiras de exercícios anteriores.
As estimativas e os pressupostos subjacentes foram determinados com base no melhor
conhecimento existente à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos e
transações em curso, assim como na experiência de eventos passados e/ou correntes. Contudo,
poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à data de
aprovação das demonstrações financeiras, não foram consideradas nessas estimativas. As
alterações às estimativas que ocorram posteriormente à data das demonstrações financeiras
serão corrigidas de forma prospetiva. Por este motivo, e dado o grau de incerteza associado, os
resultados reais das transações em questão poderão diferir das correspondentes estimativas.
As principais políticas contabilísticas adotadas pelo Grupo na preparação das demonstrações
financeiras consolidadas são as abaixo mencionadas:
3.1. Princípios de Consolidação
As demonstrações financeiras consolidadas do Grupo são apresentadas como as de uma única
entidade económica.
59 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
As demonstrações financeiras consolidadas refletem os ativos, passivos e resultados da EDIA e
de todas as suas subsidiárias, tendo sido preparadas usando políticas contabilísticas uniformes
para as transações e para os outros acontecimentos idênticos em circunstâncias semelhantes.
As demonstrações financeiras da EDIA e das suas subsidiárias, usadas na preparação das
presentes demonstrações financeiras consolidadas, foram preparadas a partir das mesmas datas
de relato.
Concentrações de Atividades Empresariais
As demonstrações financeiras consolidadas incorporam os resultados de concentrações de
atividades empresariais usando o método de compra. Os resultados das operações das adquiridas
são incluídos na demonstração consolidada dos resultados a partir da data em que o controlo é
obtido.
Subsidiárias
Foram consideradas subsidiárias todas as entidades controladas pelo Grupo.
A EDIA consolida integralmente as demonstrações financeiras das empresas subsidiárias em
que o Grupo exerce o controlo. Presume-se a existência de controlo quando o Grupo detém mais
de metade dos direitos de voto.
Existe também controlo quando o Grupo detém o poder, de direta ou indiretamente, gerir a
política financeira e operacional de determinada empresa.
As entidades incluídas na consolidação pelo método integral, que incluem a Empresa-Mãe e
todas as entidades que se qualificam como Subsidiárias, são as seguintes:
As demonstrações financeiras da Empresa-Mãe do Grupo e das suas subsidiárias foram
combinadas linha a linha. De acordo com o método da consolidação integral são consolidados
os ativos, passivos, rendimentos, gastos e fluxos de caixa das empresas do Grupo, sendo as
transações, saldos e fluxos significativos entre essas empresas eliminados no processo de
consolidação. As mais e menos valias decorrentes das transações entre empresas do Grupo são
igualmente anuladas. Sempre que necessário, são efetuados ajustamentos às demonstrações
financeiras das empresas subsidiárias, tendo em vista a uniformização das respetivas políticas
contabilísticas com as do Grupo.
A participação de terceiros no capital próprio e no resultado líquido das empresas incluídas na
consolidação é apresentada na rubrica ”Interesses minoritários” na demonstração da posição
financeira consolidada, identificada separadamente do capital próprio e na demonstração
consolidada do rendimento integral.
% do Capital
Detido
% do Capital
Detido
2013 2012
EDIA
Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A.Beja Estado Português 100% 100%
GESTALQUEVA
Sociedade de Aproveitamento das Potencialidades das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão, S.A.Beja EDIA, S.A. 51% 51%
GESCRUZEIROS
Sociedade para o Aproveitamento da Actividade Marítimo - Turística no Grande Lago Alqueva, S.A.Portel Gestalqueva, S.A. 51% 51%
FIRMADetentores
de Capital
60 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Os excessos de perdas aplicáveis às partes minoritárias sobre os respetivos interesses são
imputados, sempre que aplicável, ao interesse maioritário. Se estas subsidiárias
subsequentemente relatarem lucros, esses lucros são imputados ao interesse maioritário até que
as partes minoritárias das perdas, previamente absorvidas pela maioria, tenham sido
recuperadas.
Associadas
Uma empresa associada é uma entidade na qual o Grupo exerce influência significativa, através
da participação nas decisões relativas às suas políticas financeiras e operacionais, mas não
detém controlo ou controlo conjunto, o que em geral acontece quando a participação financeira
se situa entre os 20% e os 50%.
Presume-se que existe influência significativa quando a EDIA detém, direta ou indiretamente,
20% ou mais do poder de voto da investida. Nesse sentido, e tendo em consideração que não
existe qualquer entidade (para além das subsidiárias que integram a consolidação pelo Método
Integral) em que a EDIA detenha, direta ou indiretamente, 20% ou mais do respetivo poder de
voto, não existe qualquer entidade que se qualifique como associada.
Entidades Conjuntamente Controladas
As participações financeiras em entidades conjuntamente controladas são consolidadas pelo
método de consolidação proporcional, desde a data em que o controlo conjunto é adquirido. De
acordo com este método, os ativos, passivos, rendimentos e gastos destas empresas são
integrados e ou eliminados, nas demonstrações financeiras consolidadas, rubrica a rubrica, na
proporção do controlo atribuível ao Grupo.
A classificação dos investimentos financeiros em entidades conjuntamente controladas é
determinada com base na existência de acordo contratual que demonstre e regule o controlo
conjunto.
De acordo com a definição acima apresentada, não existe atualmente, no Grupo, qualquer
empreendimento conjunto ou entidade conjuntamente controlada.
Os saldos apresentados nas Demonstrações financeiras do Grupo refletem, na sua maioria, os
movimentos registados e mensurados da Empresa-Mãe.
3.1.a. Ativos Fixos Tangíveis
Ativos fixos tangíveis são itens tangíveis que:
Sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e
Se espera que sejam usados durante mais do que um período.
Os ativos fixos tangíveis do Grupo encontram-se valorizados ao custo de aquisição deduzido
das respetivas depreciações acumuladas e perdas por imparidade acumuladas, quando aplicável.
No reconhecimento inicial de um ativo, o Grupo considera no respetivo custo de aquisição:
61 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
O preço de compra do ativo;
Os gastos diretamente imputáveis à compra, para colocar o ativo na localização e
condições necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela
Administração; e
Os custos estimados de desmantelamento, remoção dos ativos e restauração do local.
Os gastos diretos relacionados com as áreas técnicas envolvidas na construção de ativos fixos
tangíveis do Grupo são capitalizados no ativo fixo tangível. Esta capitalização é efetuada em
função dos recursos internos utilizados e dos tempos despendidos, por contrapartida da rubrica
de “Trabalhos para a Própria Entidade”.
Os encargos com manutenção e reparação de natureza corrente são registados como gastos do
período em que são incorridos, de acordo com o regime de acréscimo.
As grandes reparações que originem acréscimo de benefícios ou de vida útil esperada são
registadas como ativos tangíveis e depreciadas às taxas correspondentes à vida útil esperada. A
componente substituída é identificada e abatida.
As políticas de depreciação dos ativos fixos tangíveis a seguir apresentadas vigoraram até 2009,
inclusive.
No âmbito da IFRIC 12 - Acordos de Concessão de Serviços, os bens que estão afetos à
concessão estão evidenciados na rubrica de “Ativos Intangíveis”.
Política de Depreciação
As depreciações dos bens do “Ativo Fixo Tangível” não afetos à concessão, são calculadas de
acordo com o método da linha reta (método das quotas constantes), a partir do mês em que se
encontram disponíveis para utilização, durante a vida útil dos ativos, a qual é determinada em
função da utilidade esperada. As taxas de depreciação praticadas correspondem, em média, às
seguintes vidas úteis estimadas para as diversas classes de ativos:
3.1.b. Ativos Intangíveis
Um ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. Um ativo
intangível é reconhecido se, e apenas se:
For provável que os benefícios económicos futuros esperados que sejam atribuíveis ao
ativo fluam para a Empresa; e
(Anos)
Terrenos e Recursos Naturais -
Edifícios e Outras Construções 50
Equipamento Básico 2 - 32
Equipamento de Transporte 2 - 8
Equipamento Administrativo 1 - 16
Outros Ativos Fixos Tangíveis 1 - 24
Conta Vida Útil
62 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
O custo do ativo possa ser fiavelmente mensurado.
Os ativos intangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, deduzido das amortizações
e acumuladas e das perdas de imparidade acumuladas, quando aplicável. Os ativos intangíveis
apenas são reconhecidos quando for provável que deles advenham benefícios económicos
futuros para o Grupo, que os mesmos possam ser mensurados com fiabilidade e se o Grupo
possuir o controlo sobre os mesmos.
Bens Afetos à Concessão
A generalidade dos bens registados nos “Ativos Intangíveis” estão afetos ao contrato de
concessão do EFMA que entrou em vigor em 1 de novembro de 2007, revertendo para o Estado
no final do período da concessão (75 anos). Os bens que, estando afetos à concessão, entraram
em funcionamento até 1 de novembro de 2007, foram depreciados com base em critérios
diferentes até 31 de outubro de 2007 e a partir de 1 de novembro 2007, uma vez que o referido
contrato de concessão alterou de forma significativa a forma esperada de utilização desses bens.
Em 1 de novembro de 2007, entraram em vigor:
O Contrato de concessão relativo à utilização dos recursos hídricos para captação de
água destinada a rega e à produção de energia elétrica no sistema primário do
Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, celebrado em 17 de outubro de 2007
entre a EDIA e o Estado; e
O Contrato de exploração das centrais hidroelétricas de Alqueva e de Pedrógão e de
subconcessão do domínio público hídrico, celebrado a 24 de outubro de 2007 entre a
EDIA e a EDP – Gestão da Produção de Energia, SA, que atribui a esta última a
exploração, pelo período de 35 anos, das centrais hidroelétricas de Alqueva (260 MW),
em regime de mercado, e de Pedrógão (10MW), em regime especial, assim como todos
os direitos de utilização privativa do respetivo domínio hídrico.
Estes dois contratos alteraram decisivamente o modelo pelo qual se espera que os benefícios
económicos futuros dos bens afetos à concessão (e nomeadamente os afetos à produção de
energia elétrica, que já estão a ser depreciados) serão obtidos pela EDIA, o que motivou a
revisão do modelo de depreciações adotado, nos termos definidos na IAS 16 - Ativos Fixos
Tangíveis.
Assim, a EDIA recalculou todas as amortizações dos ativos que revertem para o Estado no final
do período da concessão (75 anos), tendo esses ativos passado a ser depreciados pelo método
das quotas constantes, ao longo do período de concessão.
As despesas subsequentes de substituição de componentes de ativos incorridas pela Empresa
são adicionadas aos respetivos ativos. As despesas de conservação e reparação que não
aumentem a vida útil nem resultem em benfeitorias ou melhorias significativas nos elementos
dos ativos fixos tangíveis são registadas como gasto do exercício em que ocorrem.
Bens Não Afetos à Concessão
Os ativos intangíveis não afetos à concessão são constituídos, basicamente, por licenças de
exploração de concessões, as quais são amortizadas pelo método das quotas constantes durante
63 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
o período de vigência das mesmas, e por “software”, o qual é amortizado pelo método das
quotas constantes durante um período entre três e seis anos.
Eventuais despesas de investigação são reconhecidas como gasto do exercício em que são
incorridas, enquanto as despesas com aumentos de capital são deduzidas ao capital próprio.
3.1.c. Imparidades de Ativos Tangíveis e Intangíveis
Uma perda por imparidade é a quantia pela qual o valor escriturado de um ativo excede a sua
quantia recuperável.
A avaliação da existência de indícios de imparidade e a quantificação de eventuais
perdas de imparidade seguem os termos da ‘IAS 36 - Imparidade de Ativos’, sendo
efetuado um estudo de imparidade para todos os ativos individuais relevantes e/ou
unidades geradoras de caixa relativamente aos quais existam indicações de que a sua
quantia recuperável (determinada, neste caso, pelo seu valor de uso) pode ser inferior à
respetiva quantia escriturada.
Quando existe indicação de que um ativo possa estar em imparidade, a ‘IAS 36 - Imparidade de
Ativos’ exige que o seu valor recuperável seja estimado, sendo reconhecida uma perda por
imparidade sempre que o valor líquido de um ativo exceda o seu valor recuperável. O Grupo
EDIA reconhece as perdas por imparidade em resultados do período.
A reversão de eventuais perdas é igualmente registada nos resultados do período.
A quantia recuperável é o valor mais elevado entre o preço de venda líquido e o valor de uso. O
preço de venda líquido é a quantia a obter da venda de um ativo ou unidade geradora de caixa
numa transação entre partes conhecedoras e dispostas a isso, sem qualquer relacionamento entre
elas, menos os custos de alienação. O valor de uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros
que se espera que sejam derivados de um ativo ou unidade geradora de caixa. A quantia
recuperável é estimada para cada ativo, individualmente ou, no caso de não ser possível, para a
unidade geradora de caixa à qual o ativo pertence.
A quantia escriturada de um item dos ativos fixos tangíveis e intangíveis é desreconhecida pelo
Grupo EDIA nas seguintes situações:
No momento da alienação; e
Quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.
O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo tangível ou intangível:
É incluído nos resultados quando o item é desreconhecido; e
É determinado como a diferença entre os réditos líquidos da alienação, se os houver, e a
quantia escriturada do item.
O Grupo avalia a necessidade de efetuar os testes de imparidade aos seus ativos fixos tangíveis e
intangíveis sempre que haja indícios, isto é, que ocorra algum evento ou alteração nas
circunstâncias que indique que o montante pelo qual um ativo se encontra mensurado possa não
ser recuperado. Em caso da existência de tais indícios, o Grupo procede à determinação do valor
recuperável do ativo, de modo a determinar a extensão da perda por imparidade. Quando não é
possível determinar a quantia recuperável de um ativo individualmente é estimada a quantia
recuperável da unidade geradora de caixa a que esse ativo pertence.
64 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Sempre que a quantia pelo qual um ativo se encontra reconhecido ou da unidade geradora de
caixa é superior à sua quantia recuperável, é reconhecida uma perda de imparidade, registada na
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral na rubrica de “Imparidade de Ativos Fixos
Tangíveis e Intangíveis”.
A reversão de perdas de imparidade reconhecidas em exercícios anteriores é registada quando
há evidências de que as perdas por imparidade reconhecidas já não existem ou diminuíram,
sendo a reversão das perdas de imparidade reconhecida na Demonstração Consolidada do
Rendimento Integral como resultados operacionais, dedução à rubrica “Imparidade de Ativos
Fixos Tangíveis e Intangíveis”. Contudo, a reversão da perda por imparidade é efetuada até ao
limite da quantia que estaria reconhecida (líquida de depreciações ou amortizações) caso a perda
por imparidade não tivesse sido registada em anos anteriores.
A 30 de junho de 2013 e nos exercícios anteriores (2009 a 2012), tendo-se identificado duas
unidades geradoras de caixa, a “distribuição de água” e a “energia”, foram efetuados testes de
imparidade aos ativos intangíveis, calculando-se o valor presente dos fluxos de caixa futuros
associados a esses ativos líquidos sendo que, apenas uma se encontra em imparidade: a
“distribuição de água”.
Desreconhecimento
Os ativos intangíveis do Grupo são desreconhecidos nas seguintes situações:
Quando ocorram alienações;
Quando não se esperam benefícios económicos futuros do seu uso ou alienação; e
O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do ativo intangível.
O valor do ativo cujo item é desreconhecido é determinado pela diferença entre os proveitos
líquidos da alienação, se os houver, e a quantia escriturada do item e é incluído nos resultados.
3.1.d. Investimentos em Curso
Os Investimentos em Curso representam os ativos fixos tangíveis e intangíveis ainda em fase de
construção/desenvolvimento, encontrando-se os mesmos registados ao custo de aquisição
deduzido das perdas por imparidade acumuladas. Estes ativos são depreciados a partir do mês
em que se encontrem em condições de ser utilizados nos fins pretendidos.
Em virtude da EDIA se encontrar ainda numa fase de investimento, têm vindo a ser
capitalizados:
Os gastos financeiros diretamente relacionados com o financiamento do investimento
que ainda se encontra em fase de construção/desenvolvimento, até ao momento em que
cada infraestrutura esteja substancialmente concluída;
Os gastos com o pessoal diretamente relacionado com a atividade de planeamento e
obra; e
Os fornecimentos e serviços externos que são, pela sua natureza, registados nos centros
de custos diretamente relacionados com a construção das infraestruturas.
65 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
3.1.e. Política de Capitalização de Encargos de Estrutura e Financeiros
Os encargos financeiros relacionados com empréstimos obtidos são reconhecidos como gasto de
acordo com o regime do acréscimo, com exceção dos encargos financeiros com empréstimos
obtidos diretamente relacionados com a construção de ativos fixos, ou associados às concessões,
que são capitalizados, fazendo parte do custo do ativo. A capitalização destes encargos começa
após o início da preparação das atividades de construção ou desenvolvimento do ativo e termina
quando a construção se encontra substancialmente concluída, sendo interrompida sempre que o
projeto em causa se encontre suspenso.
Os gastos de estrutura da Empresa e os gastos financeiros que têm ligação direta com o
Empreendimento em fase de construção têm vindo a ser capitalizados, de forma consistente ao
longo do tempo.
Com a conclusão das obras e a entrada em exploração das barragens e centrais hidroelétricas de
Alqueva (em dezembro de 2005) e Pedrógão (em 2006), também com a entrada em exploração
dos perímetros de rega do: (i) Monte - Novo (1.º semestre de 2009), (ii) Alvito - Pisão e Pisão
(2010), (iii) Orada Amoreira, Brinches, Brinches-Enxoé, Serpa, Blocos de Ferreira, Figueirinha
e Valbom, Alfundão e Infraestrutura 12 (2011), (iv) Loureiro-Alvito (1.º semestre de 2012) e o
do Ervidel 1 (2.º semestre de 2012), os custos afetos a essas infraestruturas passaram a ser
considerados diretamente como gastos do exercício.
No primeiro semestre de 2013, ficaram substancialmente concluídos dois novos perímetros de
rega, o Ervidel 2 e 3 e o Pedrogão 1 Margem Direita, pelo que os gastos afetos a essas
infraestruturas passaram a ser considerados diretamente como gastos do exercício, e os custos
financeiros a eles associados deixaram de ser capitalizados.
Segundo a política de capitalização definida, não são capitalizados os gastos relativos: a) aos
órgãos sociais, secretariado e gabinetes de apoio; b) à Direção de Administração e Finanças,
com exceção do Departamento de Planeamento e Controlo de Investimentos e do Departamento
de Sistemas de Informação; c) à Direção de Gestão do Património, com exceção do
Departamento de Expropriações; d) à Direção de Economia da Água e Promoção do Regadio; e
e) ao Departamento de Manutenção, Exploração e Segurança, que pertence à Direção de
Infraestruturas Primárias e de Energia.
A chave de repartição para os custos de funcionamento imputados ao investimento tem em
conta o seguinte:
Os gastos de funcionamento dos serviços são distribuídos pelas direções capitalizáveis
com base no número de colaboradores;
Os gastos das direções são imputados da seguinte forma:
Direção de Infraestruturas de Rega: 100% para a rede secundária
Direção de Infraestruturas Primárias e de Energia: 100% para a rede primária
Direção de Engenharia, Ambiente e Planeamento: 50% para a rede primária e
50% para a rede secundária
3.1.f. Participações Financeiras
As participações detidas no capital de entidades que não conferem à EDIA uma influência
dominante ou significativa (participações participativas de menos de 20% do respetivo capital)
66 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
encontram-se registadas ao custo de aquisição deduzido de eventuais perdas por imparidade
acumuladas.
Conforme previsto nas ‘IAS 32 - Instrumentos Financeiros-Apresentação’ e ‘IAS 39 -
Instrumentos Financeiros-Reconhecimento’, à data do relato, a EDIA avalia a imparidade de
todos os ativos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de resultados. Se
existir uma evidência objetiva de imparidades, é reconhecida uma perda por imparidade na
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral.
3.1.g. Locações
A classificação das locações é feita em função da substância e não da forma do contrato, dando
cumprimento ao estabelecido na IAS 17 – Locações.
As locações são classificadas como financeiras sempre que nos seus termos ocorra a
transferência substancial, para o locatário, de todos os riscos e vantagens associados à
propriedade do bem.
As locações operacionais são aquelas em que não forem transferidos substancialmente todos os
riscos e vantagens inerentes à posse do ativo sob locação, para o locatário.
Os ativos adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes
responsabilidades, são contabilizados pelo método financeiro, reconhecendo os ativos fixos
tangíveis e as depreciações acumuladas correspondentes e as dívidas pendentes de liquidação de
acordo com o plano financeiro contratual.
Os pagamentos de locações financeiras são repartidos entre encargos financeiros e redução da
responsabilidade, por forma a ser obtida uma taxa de juro constante sobre o saldo pendente da
responsabilidade.
Os juros incluídos no valor das rendas e as depreciações dos ativos fixos tangíveis são
reconhecidos como gastos na Demonstração dos Resultados do Rendimento Integral do
exercício a que respeitam.
Nas locações consideradas como operacionais, os pagamentos (rendas) devidos são
reconhecidos como gasto na Demonstração Consolidada do Rendimento Integral numa base
linear durante o período do contrato de locação.
A Empresa-Mãe mantém responsabilidades de médio e longo prazo em contratos de locação
operacional de viaturas.
Por seu turno, os bens reconhecidos em regime de locação financeira são equipamentos
administrativos (fotocopiadoras e impressoras) e uma viatura ligeira de passageiros, cujo
contrato terminou em maio de 2013.
Relativamente às divulgações requeridas pela ‘IAS 17 -– Locações’, dada a reduzida expressão
dos contratos de locação financeira e operacional em vigor em 2013 e anos anteriores, não se
procedeu à divulgação completa da informação no que respeita à divulgação dos montantes dos
pagamentos mínimos, ou que lhe possam ser exigidos (todos os pagamentos, incluindo
eventualmente o valor da opção de compra), em virtude da sua imaterialidade e de se considerar
que não proporciona informação adicional relevante, para o conhecimento da posição financeira
67 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
e desempenho financeiro da Empresa e para a tomada de decisões dos diversos utilizadores da
informação.
3.1.h. Instrumentos Financeiros - Ativos e Passivos Financeiros
Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos na Demonstração da Posição Financeira
quando o Grupo se torna parte das correspondentes disposições contratuais do respetivo
instrumento financeiro.
Os ativos financeiros do Grupo são basicamente os “Clientes”, “Outras Contas a Receber” e
“Caixa e equivalentes de caixa”.
Os passivos financeiros do Grupo são fundamentalmente os “Financiamentos Obtidos”,
“Fornecedores” e “Outras Contas a Pagar”.
Se o pagamento for devido dentro de um ano ou menos, são classificadas como “Passivo
Corrente”, caso contrário, são classificadas como “Passivo não Corrente”.
Em relação à alínea e) do parágrafo 20 da IFRS 7-Instrumentos Financeiros, salientamos que no
primeiro semestre de 2013, foram reconhecidas perdas por imparidade para os ativos financeiros
(Clientes) tal como aconteceu em 2012. Em relação ao parágrafo 25, consideramos que, para
todas as classes de ativos financeiros da EDIA, se aplica a exceção do parágrafo 29 da mesma
norma, i.e. não é necessário divulgar o justo valor pois a quantia escriturada é uma aproximação
razoável do justo valor.
Ativos Financeiros que estão vencidos ou com imparidades:
Há data de 30 de junho de 2013, os ativos financeiros vencidos, com exceção das
dívidas da DGADR, que está devidamente divulgada (Nota 14 - Outras Contas a
Receber), não tinham qualquer materialidade, sendo considerada irrelevante a sua
divulgação para a melhoria da informação financeira; e
Divulgação efetuada na ‘Nota 17 - Imparidade de Ativos’.
Depósitos Cativos
O prazo de resolução dos processos aos quais se encontram afetos os depósitos cativos, pode
abranger vários exercícios, pelo que a Empresa considera que não é possível estimar
fiavelmente a data de ocorrência dos fluxos de caixa associados e consequente aplicação do
custo amortizado.
Clientes e Outras Contas a Receber
As dívidas evidenciadas em “Clientes” e “Outras Contas a Receber” não têm implícito o
vencimento de juros e são registadas pelo seu valor nominal, de acordo com as condições
normais de crédito de curto prazo, pelo que são mensuradas pelo valor não descontado dos
fluxos de caixa a receber, deduzido de eventuais perdas por imparidade. As perdas por
imparidade correspondem à diferença entre a quantia inicialmente registada e o seu valor
recuperável, sendo este o valor presente dos “cash-flows” esperados (descontados à taxa efetiva
68 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
sempre que o efeito do valor temporal do dinheiro for significativo), as quais são reconhecidas
na Demonstração Consolidada do Rendimento Integral do período em que são estimadas.
Para efeitos de determinação das perdas por imparidade, consideram-se créditos de cobrança
duvidosa, aqueles que o risco de incobrabilidade esteja devidamente justificado com base numa
análise específica dos créditos que estão em mora há mais de seis meses desde a data do
respetivo vencimento.
Os saldos de clientes traduzem os valores a receber por serviços prestados pelo Grupo no
decurso normal da sua atividade e, sendo expectável que a sua cobrança ocorra dentro de um
ano ou menos, são registados em Ativo Corrente.
O saldo da rubrica de “Outras Contas a Receber” reflete essencialmente a dívida da DGADR
(ver Nota 14) mas também: (i) Fundos Comunitários e (ii) Devedores por Acréscimos de
Rendimentos.
Os Fundos Comunitários são recebidos num curto prazo após a data da Demonstração da
Posição Financeira pelo que são mensuradas pelo valor não descontado dos fluxos de caixa a
receber (não há perdas por imparidade neste caso, pois só são reconhecidos como dívidas a
receber os subsídios que satisfazem os critérios de reconhecimento estabelecidos na ‘IAS 20 -
Contabilização de subsídios do governo e divulgação de apoios do governo’, ou seja, quando
existe segurança de que a EDIA cumprirá as condições a eles associadas e de que os subsídios
serão recebidos).
Quanto aos “Devedores por Acréscimos de Rendimentos”, os mesmos são regularizados no
curto prazo, sendo reconhecidos pelo valor não descontado dos rendimentos reconhecidos no
exercício.
Assim, a EDIA considera que o impacto que o critério do custo amortizado teria nas suas contas
seria nulo.
Caixa e Depósitos Bancários
Na Demonstração da Posição Financeira, os montantes incluídos na rubrica de “Caixa e
Depósitos Bancários” correspondem aos valores de caixa e aos depósitos à ordem ou a prazo.
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, a rubrica “Caixa e seus equivalentes” inclui os valores
em caixa e depósitos à ordem, bem como os investimentos financeiros a curto prazo (incluindo
os depósitos a prazo) que possam ser imediatamente mobilizáveis com risco insignificante de
alteração de valor.
Para efeitos de Demonstração dos Fluxos de Caixa, a rubrica de “Caixa e seus equivalentes” é
deduzida dos descobertos bancários incluídos na rubrica de “Financiamentos Obtidos” na
Demonstração da Posição Financeira.
Financiamentos Obtidos
Os financiamentos obtidos são registados no Passivo pelo custo amortizado, sendo os
correspondentes encargos financeiros calculados de acordo com a taxa de juro efetiva e,
registados em resultados de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.
69 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
São expressos no Passivo Corrente ou não Corrente, dependendo do seu vencimento ocorrer a
menos ou mais de um ano, respetivamente. O seu desreconhecimento só ocorre quando cessam
as obrigações decorrentes dos contratos, designadamente quando tenha havido lugar a
liquidação, cancelamento ou expiração.
Os encargos financeiros relacionados com empréstimos obtidos para financiamento do
investimento em curso são capitalizados até ao momento em que a infraestrutura esteja
substancialmente concluída.
Contas a Pagar
Os saldos de “Fornecedores”, “Fornecedores de Investimento” e “Outros Credores” (não
incluindo portanto os financiamentos obtidos, que tem uma secção autónoma) respeitam à
generalidade das aquisições de bens e serviços contratadas pela Empresa, no decurso normal da
sua atividade e de acordo com as condições normais do mercado, que correspondem a um
crédito de curto prazo.
Assim, estas contas a pagar são mensuradas pelo seu valor nominal, que corresponde ao valor
não descontado dos fluxos de caixa a pagar.
Acresce referir que as condições normais de mercado correspondem a um crédito de curto prazo
(prazo médio de pagamento: 83 dias), pelo que não se justifica proceder ao respetivo desconto.
Pelo enquadramento no âmbito do disposto na ‘IAS 8 - Politicas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros’, a política do custo amortizado não precisa de ser aplicada
uma vez que o efeito da sua aplicação é imaterial.
Se o pagamento for devido dentro de um ano ou menos, são classificadas como “Passivo
Corrente”; caso contrário, são classificadas como “Passivo não Corrente”.
3.1.i. Inventários
O valor dos inventários inclui todos os gastos de compra, gastos de conversão e outros gastos
incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição atual.
No âmbito do Contrato de Concessão relativo à Gestão, Exploração, Manutenção e Conservação
das Infraestruturas da Rede Secundária do EFMA, assinado em 8 de abril de 2013, pela EDIA e
pelo Estado, representado pela DGADR, a EDIA entregou ao Estado as infraestruturas relativas
à rede secundária, já concluídas. Assim o investimento realizado nestas infraestruturas da rede
secundária que já estavam substancialmente concluídas, antes evidenciado na subconta de
“Produtos Acabados e Intermédios” (num total de € 417.414.028) foi transferido para a conta da
DGADR, na rubrica de “Outras Contas a Receber”, para onde foram também transferidos os
correspondentes subsídios ao investimento (€ 329.910.214), resultando num montante líquido
de € 87.503.814 (ver nota 14).
Deste modo, a 30 de junho, o saldo da rubrica de “Inventários” traduz essencialmente o valor da
subconta de “Produtos e Trabalhos em Curso”, referente aos investimentos afetos aos blocos de
rega ainda em construção (€ 14.317.486).
70 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
3.1.j. Especialização de Gastos e Rendimentos
Os gastos e rendimentos são registados à medida que são gerados, no período a que se referem,
independentemente do momento em que são pagos ou recebidos, de acordo com o regime
contabilístico do acréscimo.
3.1.k. Provisões
São reconhecidas ou divulgadas provisões quando, e somente quando, o Grupo tem uma
obrigação presente (legal, implícita ou construtiva) resultante de um acontecimento passado,
seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e exista uma estimativa fiável da quantia
dessa obrigação. Quando alguma destas condições não é preenchida, o Grupo procede à
divulgação dos eventos como passivo contingente, a menos que a possibilidade de uma saída de
fundos seja remota.
As provisões são revistas na data de cada Demonstração da Posição Financeira, aprovadas pelo
Conselho de Administração e são ajustadas de modo a refletir a melhor estimativa a essa data,
tendo em consideração os riscos e incertezas inerentes a tais estimativas.
São constituídas provisões para processos judiciais em curso e para expropriações litigiosas
quando existe uma estimativa fiável de custos a incorrer decorrentes de ações interpostas por
terceiros, com base na avaliação da efetivação da probabilidade de pagar tendo por base o
parecer de advogados e peritos dos Tribunais Arbitrais.
Na sequência do Contrato de concessão celebrado com o Estado, em outubro de 2007, e da
entrada em vigor da ‘IFRIC12 -Acordos de Concessão de Serviços’, o Grupo regista também
uma provisão para encargos futuros com grandes reparações e investimentos de substituição de
ativos afetos à concessão, uma vez que no termo da concessão, os bens afetos a esta, revertem
sem qualquer indemnização para o Estado, livres de quaisquer ónus ou encargos mas têm que
estar em perfeitas condições de operacionalidade, utilização e manutenção. As manutenções e
conservações correntes desses ativos são reconhecidas como gastos nos exercícios em que
ocorrem.
Neste sentido, são constituídas provisões para os gastos com a manutenção e conservação dos
ativos, responsabilidade da EDIA relativos à obrigação contratual de manter/conservar as
infraestruturas da rede secundária ao longo do período da concessão.
As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras do Grupo são
continuamente avaliados, representando à data de cada relato a melhor estimativa do Grupo
EDIA, tendo em conta o desempenho histórico, a experiência acumulada e as expectativas sobre
eventos futuros, que nas circunstâncias em causa, se acreditam serem razoáveis.
3.1.l. Subsídios
Os subsídios ao investimento, concedidos pelo Estado e pela União Europeia a fundo perdido, a
projetos apresentados pelo Grupo são reconhecidos numa rubrica do Passivo (Diferimentos -
Subsídios do Estado) e subsequentemente reconhecidos como “Outros Rendimentos e Ganhos”
na mesma proporção dos gastos com as amortizações dos ativos subsidiados e respetiva
percentagem de comparticipação.
71 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Os subsídios destinados à construção da rede secundária de rega serão deduzidos ao
investimento evidenciado na rubrica de “Inventários”, quando os respetivos ativos forem
transferidos para a entidade a indicar pelo MAM, uma vez que este valor líquido corresponde ao
montante que a Empresa-Mãe tem a receber, por ter financiado parte destes investimentos com
fundos próprios, por conta do Estado.
Os subsídios associados à atividade de distribuição de água, cujos ativos se tem vindo a concluir
(nos testes de imparidade efetuados a 30 de junho de 2013 e em anos anteriores) que estão em
imparidade total, têm vindo a ser desreconhecidos no âmbito do registo das perdas de
imparidade dos respetivos ativos, isto é, estas perdas são reconhecidas na Demonstração
Consolidada do Rendimento Integral pelo valor líquido dos respetivos investimentos.
Os subsídios à exploração são reconhecidos na Demonstração Consolidada do Rendimento
Integral como rendimentos durante os mesmos períodos necessários para os balancear com os
gastos incorridos que os mesmos se destinam a apoiar.
Os subsídios apenas são reconhecidos quando exista uma garantia razoável de que irão ser
efetivamente recebidos e de que o Grupo irá cumprir com as condições exigidas para a sua
atribuição, sendo entretanto registados em “Outras Contas a Pagar”.
3.1.m. Rédito
O rédito é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente do curso das
atividades ordinárias do Grupo EDIA quando esses influxos resultam em aumentos de capital
próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital
próprio.
Venda de Bens e Prestação de Serviços
O rédito é mensurado pelo justo valor da contraprestação recebida ou a receber.
O rédito proveniente da venda de bens e prestação de serviços é reconhecido quando: (i) o
montante pode ser mensurado com fiabilidade, (ii) é provável que benefícios económicos
futuros associados à transação fluam para o Grupo EDIA.
O rédito compreende o justo valor da venda de bens e prestação de serviços, líquido de impostos
e descontos e após a eliminação das vendas internas.
Na atividade de “distribuição de água” a Empresa-Mãe reconhece o rédito que resulta da
aplicação das tarifas aprovadas pelo Estado.
A 26 de maio de 2010 foi publicado o Despacho N.º 9000/2010, que aprovou o tarifário que
estabelece o preço da água destinado à rega para uso agrícola fornecida pela EDIA no âmbito do
serviço público de águas do EFMA, com efeitos a partir de 01 de junho. O preço da água
destinada a rega para uso agrícola, estabelecido no referido Despacho, é o seguinte:
À saída da rede primária, para fornecimento de água às entidades que tenham a seu
cargo a gestão, exploração, manutenção e conservação das infraestruturas integradas na
rede secundária adstrita a cada perímetro: € 0,042/m3;
72 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
À saída da rede secundária, para fornecimento de água em alta pressão às explorações
agrícolas: € 0,089/m3;
À saída da rede secundária, para fornecimento de água em baixa pressão às explorações
agrícolas: € 0,053/m3; e
Fornecimento de água captada diretamente no sistema primário: € 0,053/m3.
O valor do tarifário pelo fornecimento de água para uso agrícola no primeiro ano é reduzido a
30% dos valores indicados, aumentando anual, automática, progressiva e linearmente a partir do
ano subsequente, até perfazer os 100% no oitavo ano.
O rédito é reconhecido com base nos valores do preço da água e nos consumos, ou seja, o rédito
regista-se pelo resultado da multiplicação dos valores do preço da água aprovado pelos
consumos verificados no período.
O rédito do serviço disponibilizado pela EDIA relacionado com a distribuição de água é
calculado de acordo com os preços da água definidos pelo Estado, que por sua vez, na sua
definição, consideram um conjunto de pressupostos que extravasam o interesse económico dos
investimentos realizados.
O preço da água destinado à rega para uso agrícola foi atualizado com base na taxa de variação
média anual do índice de preços ao consumidor exceto habitação para Portugal, em 2012, de
2,75%.
Em 2013, face a esta atualização, os valores aplicados para a componente de conservação são de
€ 53,50/ha/ano para a adução em alta pressão e de € 16,05/ha/ano para a adução em baixa
pressão. No que respeita à componente de exploração os valores aplicados para alta e baixa
pressão são de 0,0735€/m3 e 0,0475€/m
3, respetivamente.
Juros
O rédito de juros é reconhecido utilizando o método do juro efetivo, desde que seja provável
que benefícios económicos fluam para a Empresa e o seu montante possa ser mensurado com
fiabilidade.
Estes juros são registados no período a que respeitam, de acordo com o regime do acréscimo.
3.1.n. Imposto sobre o Rendimento
As empresas do Grupo estão sedeadas em Portugal e encontram-se sujeitas a imposto sobre os
lucros em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) à taxa normal de
25%, sendo a Derrama fixada a uma taxa máxima de 1,5% do lucro tributável.
O imposto sobre o rendimento corresponde à soma dos impostos correntes com os impostos
diferidos.
O imposto corrente é a quantia a pagar ou a recuperar de impostos sobre o rendimento
respeitante ao lucro ou à perda tributável de um período, ajustado de acordo com a legislação e
as regras fiscais. O lucro tributável difere do resultado contabilístico, uma vez que exclui
73 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
diversos gastos e rendimentos que apenas serão dedutíveis ou tributáveis noutros exercícios. O
lucro tributável exclui ainda gastos e rendimentos que nunca serão dedutíveis ou tributáveis.
Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base na
Demonstração da Posição Financeira, sobre as diferenças temporárias entre os valores
contabilísticos dos ativos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto
aprovadas ou substancialmente aprovadas à data da Demonstração da Posição Financeira em
Portugal e que se espera que venham a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se
reverterem.
Diferenças temporárias são diferenças entre os montantes registados dos ativos e passivos para
efeitos de relato contabilístico e os respetivos montantes para efeitos de tributação.
Ativos por Impostos Diferidos
Ativos por impostos diferidos são as quantias de impostos sobre o rendimento recuperáveis em
períodos futuros respeitantes a:
Diferenças temporárias dedutíveis;
O reporte de perdas fiscais não utilizadas; e
O reporte de créditos tributáveis não utilizados.
Um ativo por impostos diferidos é reconhecido para todas as diferenças temporárias dedutíveis
até ao ponto em que seja provável que exista um lucro tributável ao qual a diferença temporária
dedutível possa ser usada, a não ser que o ativo por impostos diferidos resulte do
reconhecimento inicial de um ativo ou passivo numa transação que:
Não seja uma concentração de atividades empresariais; e
No momento da transação, não afete o lucro contabilístico nem o lucro tributável.
Passivos por Impostos Diferidos
São geralmente reconhecidos Passivos por Impostos Diferidos para todas as diferenças
temporárias tributáveis, exceto quando esse imposto diferido resultar de:
Reconhecimento inicial do goodwill; ou
Reconhecimento inicial de um ativo ou passivo numa transação que não seja uma
concentração de atividades empresariais e não afete, no momento dessa transação, nem
o lucro contabilístico nem o lucro tributável.
Os ativos e passivos por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores são mensurados
pela quantia que se espera que seja recuperada ou paga às autoridades fiscais, usando as taxas
fiscais que tenham sido decretadas ou substantivamente decretadas à data da Demonstração da
Posição Financeira.
Os ativos e passivos por impostos diferidos são mensurados pelas taxas fiscais que se espera que
se apliquem no período em que seja realizado o ativo ou em que seja liquidado o passivo, tendo
como base as taxas fiscais que tenham sido decretadas ou substantivamente decretadas à data da
Demonstração da Posição Financeira.
74 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Os impostos correntes e diferidos são reconhecidos como um rendimento ou como um gasto e
incluídos no resultado líquido do período, exceto quando o imposto provenha de uma transação
ou acontecimento que seja reconhecido, no mesmo ou num diferente período, diretamente no
capital próprio, caso em que o respetivo imposto é diretamente debitado ou creditado ao capital
próprio.
Os ativos por impostos correntes são compensados com passivos por impostos correntes apenas
quando:
O Grupo tiver um direito legalmente executável para compensar as quantias
reconhecidas; e
Pretenda liquidar numa base líquida, ou realizar o ativo e liquidar simultaneamente o
passivo.
Os ativos por impostos diferidos e os passivos por impostos diferidos são compensados apenas
quando:
O Grupo tiver um direito legalmente executável de compensar ativos por impostos correntes
contra passivos por impostos correntes; e
Os ativos por impostos diferidos e os passivos por impostos diferidos se relacionarem com
impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre:
A mesma entidade tributável ou
Diferentes entidades tributáveis que pretendam ou liquidar passivos e ativos por impostos correntes numa base líquida, ou realizar os ativos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em que as quantias significativas de passivos ou ativos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidadas ou recuperadas.
3.1.o. Resultado por Ação
Os resultados por ação básicos são calculados dividindo o lucro atribuível aos detentores de
capital próprio ordinário da Entidade-Mãe do Grupo pelo número médio ponderado de ações
ordinárias em circulação durante o período.
O resultado por ação diluído, em que o número médio de ações ordinárias emitidas é ajustado
para assumir a conversão de todas as potenciais ações ordinárias tratadas como diluidoras, é
idêntico ao resultado por ação básico uma vez que a Empresa-Mãe não possui ações diluidoras.
3.1.p. Operações Descontinuadas
Sempre que operações e fluxos de caixa que sejam claramente individualizáveis dentro do
Grupo sejam alienadas ou sejam classificadas como ativos disponíveis para venda ou grupos
para alienação são consideradas “Operações Descontinuadas” desde que:
Representem uma linha de negócio relevante ou uma área geográfica separada;
Façam parte de um plano global para a alienação de uma linha de negócio relevante ou
uma área geográfica separada; ou
Sejam uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda. O impacto na
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral dos ativos e passivos classificados
75 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
como “Operações Descontinuadas” são apresentados numa única linha, pelo seu
montante líquido de impostos.
3.1.q. Ativos e Passivos Contingentes
Os ativos e passivos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, mas
divulgados nas notas anexas. Nos casos em que a possibilidade de um exfluxo de recursos que
incorporem benefícios económicos for remota ou se for pouco provável que ocorra o influxo de
benefícios económicos, os respetivos passivos contingentes ou ativos contingentes não são
divulgados.
3.1.r. Acontecimentos Subsequentes
Os acontecimentos subsequentes são aqueles que ocorrem entre a data das demonstrações
financeiras e a data de autorização da sua emissão.
Os acontecimentos corridos após a data da Demonstração Consolidada da Posição Financeira,
até à data de aprovação das demonstrações financeiras pelo Conselho de Administração, e que
proporcionem informação adicional sobre condições que existiam à data do relato financeiro,
dão lugar a ajustamentos, sendo refletidos nas demonstrações financeiras.
Os acontecimentos ocorridos após a data da Demonstração Consolidada da Posição Financeira
que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do relato financeiro são divulgados
no anexo às demonstrações financeiras, se forem considerados materiais.
3.1.s. Estimativas e Julgamentos
As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras são continuamente
avaliados, representando à data de cada relato a melhor estimativa da Administração da
Empresa – Mãe do Grupo, com base no melhor conhecimento existente e na experiência
acumulada de eventos passados e /ou correntes considerando determinados pressupostos
relativos a eventos futuros que, nas circunstâncias em causa, se acreditam serem razoáveis.
No entanto, poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à
data de aprovação das demonstrações financeiras, não foram consideradas nessas estimativas.
As alterações que ocorram posteriormente à data das demonstrações financeiras serão corrigidas
de forma prospetiva.
Os principais juízos de valor e estimativas efetuadas na preparação das demonstrações
financeiras a 30 de junho de 2013, ocorrem nas seguintes áreas: (i) Imparidades de ativos fixos
tangíveis e intangíveis e (ii) Provisões.
3.2. Políticas de Gestão do Risco Financeiro
O Conselho de Administração da EDIA providencia os princípios gerais para a gestão de riscos
bem como os limites de exposição aos mesmos.
As atividades do Grupo acarretam exposição a riscos financeiros, nomeadamente:
76 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Risco de mercado - fundamentalmente o das taxas de juro e o das taxas de câmbio, os
quais estão associados, respetivamente, ao risco do impacto da variação das taxas de
juro de mercado nos ativos e passivos financeiros e nos resultados e ao risco de
flutuação do justo valor dos ativos e passivos financeiros em resultado de alterações nas
taxas de câmbio;
Risco de crédito - risco dos seus devedores não cumprirem com as suas obrigações
financeiras; e
Risco de liquidez - risco de que se venham a encontrar dificuldades para satisfazer
obrigações associadas a passivos financeiros.
As atividades do Grupo estão expostas fundamentalmente ao risco da taxa de juro que advém
essencialmente da contratação de empréstimos de longo prazo com taxas de juro variáveis
(sendo os indexantes mais utilizados a Euribor a 3 meses e a 6 meses), não sendo utilizados
quaisquer instrumentos financeiros derivados na gestão desses riscos.
Esta situação prende-se com a necessidade da Empresa-Mãe financiar as atividades de
investimento do EFMA com o recurso a capitais alheios, através da contratação de empréstimos
bancários. A obtenção de recursos financeiros por esta via (empréstimos obrigacionistas, contas
correntes caucionadas e outros) resulta de uma política financeira definida pelo único acionista,
assente na contratação de empréstimos com garantia do Estado, e da não disponibilização de
dotações de capital suficientes para acompanhar o ritmo dos investimentos do EFMA.
Por outro lado, a Empresa não tem gerado os meios necessários, não só para fazer face ao
volume de investimentos que vem realizando, como também não dispõe de liquidez suficiente
para satisfazer os encargos financeiros decorrentes da política de financiamento adotada.
Na ‘Nota 19 - Financiamentos Obtidos’ encontra-se apresentado o detalhe da dívida bancária
remunerada com a indicação da entidade financiadora e respetivo indexante.
Considera-se que, em virtude de não existirem instrumentos financeiros em moeda estrangeira e
das dívidas de clientes serem reduzidas e recentes, não existem até à presente data riscos de
outra natureza considerados relevantes que mereçam uma divulgação mais detalhada com vista
a melhorar a informação e respetiva compreensão dos utilizadores sobre os riscos a que Grupo
se encontra exposto.
4. Fluxos de Caixa
Para efeitos da Demonstração dos Fluxos de Caixa, a “Caixa e seus Equivalentes” engloba o
dinheiro em caixa e em depósitos à ordem e também os investimentos financeiros a curto prazo,
altamente líquidos, que sejam prontamente convertidos para quantias conhecidas de dinheiro e
que estejam sujeitas a um risco insignificante de alterações de valor.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa é preparada segundo o método direto, através da qual são
divulgados os recebimentos e pagamentos de caixa em atividades operacionais, de investimento
e de financiamento.
77 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Todos os saldos significativos de caixa e seus equivalentes estão disponíveis para uso, não
apresentando qualquer restrição à data da Demonstração da Posição Financeira.
Em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012, a rubrica de “Caixa e Depósitos Bancários”
em Ativo Corrente, que inclui numerário, depósitos bancários imediatamente mobilizáveis e
outros equivalentes, detalha-se como segue:
Todas as contas de depósitos à ordem foram reconciliadas, com referência a 30 de junho de
2013 e 31 de dezembro de 2012.
5. Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros
À data de junho de 2013, ocorreram alterações de políticas contabilísticas face às consideradas
na preparação da informação financeira relativa aos períodos anteriores, apresentada para efeitos
comparativos. Atendendo que se trata de alterações com alguma relevância nas demonstrações
financeiras, a EDIA efetuou as seguintes reexpressões dos valores comparativos de 2012:
Euros
Depósitos a Prazo 28.240.000
Depósitos à Ordem 45.985.480 31.180.637
Numerário 144.560 39.620
46.130.040 59.460.257
Caixa e Depósitos Bancários 30-Jun-13 31-Dez-12
78 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
(i) O valor registado na conta de “Outras Contas a Receber-depósitos cativos” no Ativo
Corrente foi reclassificado na sua maioria para uma conta de ”Depósitos Cativos” no Ativo
não Corrente, uma vez que só é expectável que os processos associados fiquem
solucionados a médio e longo prazo. Espera-se que os montantes dos depósitos cativos só
sejam realizados num período superior a doze meses após a data da Demonstração da
Posição Financeira para liquidar um passivo, tendo em conta a habitual morosidade do
desenvolvimento dos processos judiciais em curso.
(ii) Foram transferidos da conta de “Diferimentos” no Passivo não Corrente para “Outras
Contas a Pagar” no Passivo Corrente, os fundos já recebidos, a título de adiantamentos,
afetos à rede secundária, em que a despesa ainda não está realizada, prevendo-se que estes
valores venham a ser devolvidos até final do ano de 2013.
Euros
31-Dez-12 31-Dez-12
(aprovado) (reexpresso)
ATIVO
Ativo Não Corrente
Ativos Fixos Tangíveis 6 e 17 16.618.164 16.618.164
Ativos Intangíveis 7 e 17 364.023.276 364.023.276
Participações Financeiras 8 276.001 276.001
Depósitos Cativos 10 8.533.529 8.533.529 (i)
380.917.441 8.533.529 389.450.970
Ativo Corrente
Inventários 11 423.838.551 423.838.551
Clientes 12 1.745.517 1.745.517
Adiantamentos a Fornecedores 1.058.345 1.058.345
Estado e Outros Entes Públicos 13 591.471 591.471
Outras Contas a Receber 14 85.337.531 -8.533.529 76.804.002 (i)
Diferimentos 15 500.100 500.100
Caixa e Depósitos Bancários 4 59.460.257 59.460.257
572.531.772 -8.533.529 563.998.243
Total do Ativo 953.449.213 0 953.449.213
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital Próprio
Capital Realizado 16 387.267.750 387.267.750
Outras Reservas 1 9.202.700 9.202.700
Resultados Transitados 16 e 17 -866.619.849 -866.619.849
Resultado Líquido do Exercício Atribuível aos Acionistas da Empresa - Mãe 7.703.003 7.703.003
Total do Capital Próprio do Grupo -462.446.396 -462.446.396
Interesses Minoritários 16.763 16.763
Total do Capital Próprio -462.429.633 -462.429.633
Passivo Não Corrente
Provisões 18 11.915.833 11.915.833
Financiamentos Obtidos 19 543.919.376 543.919.376
Outras Contas a Pagar 20 15.517.311 15.517.311 (iii)
Diferimentos - Subsídios do Estado 15 503.733.883 -27.850.030 475.883.853 (ii)+(iii)
Outros Diferimentos 15 171.736.064 171.736.064
1.231.305.156 -12.332.719 1.218.972.437
Passivo Corrente
Fornecedores 20 7.288.553 7.288.553
Adiantamento de Clientes 8.290 8.290
Estado e Outros Entes Públicos 13 245.339 245.339
Financiamentos Obtidos 19 147.980.818 147.980.818
Outras Contas a Pagar 20 13.025.201 12.332.719 25.357.920 (ii)
Diferimentos - Subsídios do Estado 15 1.816.051 1.816.051
Outros Diferimentos 15 14.209.439 14.209.439
184.573.690 12.332.719 196.906.409
Total do Passivo 1.415.878.846 0 1.415.878.847
Total do Capital Próprio e do Passivo 953.449.213 0 953.449.213
NotasImpacto da
reexpressãoDemonstração Consolidada da Posição Financeira
79 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
(iii) Foram transferidos da conta de “Diferimentos” no Passivo não Corrente para “Outras
Contas a Pagar” no Passivo não Corrente, os adiantamentos recebidos de financiamentos
comunitários no âmbito do PRODER, em que só é expectável a sua utilização, por dedução
da despesa a realizar, a mais de doze meses. Estas candidaturas foram aprovadas no final de
2012, e o seu encerramento está previsto para o final de 2015.
(i) O valor evidenciado na conta “Juros concessão exploração da CHA e CHP” corresponde à
parcela da remuneração (estabelecida no contrato com a EDP) que traduz a atualização do
capital (justo valor da subconcessão calculado à data da celebração do contrato), com base
numa taxa implícita de 5,5%. Este valor não deve afetar os gastos líquidos de financiamento
e sim os resultados operacionais, pelo que foi reclassificado e feita a sua reexpressão no
período homólogo de 2012, da rubrica “Juros e Rendimentos Similares Obtidos” para
“Outros Rendimentos e Ganhos”.
Euros
Demonstração Consolidada do Rendimento Integral Notas30-06-2012
(aprovado)
Impacto da
reexpressão
30-06-2012
(reexpresso)
Vendas 12 54.142 54.142
Prestações de Serviços 12 6.621.862 6.621.862
Subsídios à Exploração 15 22.123 22.123
Trabalhos para a Própria Entidade 21 1.243.276 1.243.276
Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (5.943) (5.943)
Variação nos Inventários da Produção 22 23.415.399 23.415.399
Fornecimentos e Serviços Externos 23 (25.367.883) (25.367.883)
Gastos com o Pessoal 24 (2.640.875) (2.640.875)
Provisões (Aumentos/Reduções) 18 (195.400) (195.400)
Outros Rendimentos e Ganhos 25 984.400 1.513.695 2.498.095 (i)
Outros Gastos e Perdas 26 (161.673) (161.673)
Resultado antes de Depreciações, Gastos de Finan. e Impostos 3.969.428 1.513.695 5.483.123
Gastos/Reversões de Depreciação e de Amortização 27 (3.099.789) (3.099.789)
Imparidade de Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis 17 (9.282.362) (9.282.362)
Resultado Operacional (antes Gastos de Finan. e Impostos) (8.412.724) (6.899.029)
Juros e Rendimentos Similares Obtidos 28 1.516.084 1.513.695 2.389 (i)
Juros e Gastos Similares Suportados 28 (6.036.304) (6.036.304)
Resultado antes de Impostos (12.932.943) 1.513.695 (12.932.943)
Imposto sobre o Rendimento do Período
Resultado Liquido do Período (12.932.943) (12.932.943)
Outros Rendimentos e Gastos reconhecidos em Capital Próprio
Outro Rendimento Integral do Período
Rendimento Consolidado Integral do Período (12.932.943) (12.932.943)
Resultado Líquido do Período atribuível a:
Detentores do Capital da Empresa-Mãe (12.866.939) (12.866.939)
Interesses Minoritários 29 (66.005) (66.005)
(12.932.943) (12.932.943)
Rendimento Consolidado Integral do Período atribuível a:
Detentores do Capital da Empresa-Mãe (12.866.939) (12.866.939)
Interesses Minoritários 29 (66.005) (66.005)
(12.932.943) (12.932.943)
Resultado Líquido por Acção:
Básico (em euros) (0,167) (0,167)
Diluído (em euros) (0,167) (0,167)
80 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
As estimativas e os pressupostos subjacentes foram determinados com base no melhor
conhecimento existente à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos e
transações em curso, assim como na experiência de eventos passados e/ou correntes. Contudo,
surgiram novas interpretações dos factos, no período corrente que, não sendo previsíveis à data
de aprovação das demonstrações financeiras anteriores, não foram consideradas nessas
estimativas. As alterações às estimativas que ocorram posteriormente à data das demonstrações
financeiras foram corrigidas de forma retrospetiva.
6. Ativos Fixos Tangíveis
No ano de 2012 e no primeiro semestre de 2013, os movimentos ocorridos na rubrica de “Ativos
fixos tangíveis”, bem como nas respetivas depreciações e nas perdas de imparidade acumuladas,
foram os seguintes:
Euros
Terrenos e
Recursos
Naturais
Edifícios e
Outras
Construções
Equipamento
Básico
Equipamento
de Transporte
Equipamento
Administrativo
Outros
Ativos Fixos
Tangíveis
Ativos Fixos
Tangíveis
em Curso
Adiantamentos
por conta de
Investimentos
Total
Ativo Bruto
Saldo Inicial 4.759.366 11.840.483 2.278.149 809.865 2.351.855 512.558 573.960 (23.409) 23.102.826
Adições 3.979 2.082 2.524 147.770 117.685 274.040
Outras Transferências/Abates 19.033 (107.778) 3.773 100.802 (123.608) (107.778)
Saldo Final 4.759.366 11.863.495 2.170.371 809.865 2.357.710 515.082 822.532 (29.332) 23.269.088
Depreciações Acumuladas
Saldo Inicial 5 2.165.074 1.071.273 774.624 2.160.676 287.307 - - 6.458.958
Adições 1 135.036 88.722 10.093 32.478 23.315 289.645
Alienações/Abates/Transferências (82.030) (44) (82.074)
Saldo Final 6 2.300.110 1.077.965 784.717 2.193.154 310.578 - - 6.666.529
Perdas de Imparidade Acumuladas
Saldo Inicial 25.704 25.704
Perdas Imparidade Revertidas (25.704) (25.704)
Saldo Final 0 0
Valor Líquido 4.759.361 9.563.385 1.092.406 25.148 164.556 204.504 822.532 (29.332) 16.602.559
Ativos Fixos Tangíveis
30-Jun-13
Euros
Terrenos e
Recursos
Naturais
Edifícios e
Outras
Construções
Equipamento
Básico
Equipamento
de Transporte
Equipamento
Administrativo
Outros
Activos
Fixos
Tangíveis
Activos Fixos
Tangíveis
em Curso
Adiantamentos
por Conta de
Investimentos
Total
Activo Bruto
Saldo Inicial 4.759.366 11.670.652 2.290.919 890.051 2.450.656 451.972 496.183 55.200 23.064.999
Adições 186 25.555 28.481 63.395 660.828 100.331 878.776
Alienações (87.852) (102.379) (52.738) (2.810) (245.778)
Outras Transferências/Abates 169.831 74.896 (3.362) (74.543) (583.052) (178.940) (595.171)
Saldo Final 4.759.366 11.840.483 2.278.149 809.865 2.351.855 512.558 573.960 (23.409) 23.102.826
Depreciações Acumuladas
Saldo Inicial 3 2.056.308 971.264 849.423 2.160.237 238.099 - - 6.275.334
Variação do perímetro de consolidação
Adições 2 278.946 183.021 30.942 121.215 52.017 - - 666.142
Alienações/Abates/Transferências (170.180) (83.012) (102.379) (46.443) (2.810) (404.824)
Outras Transferências/ abates (3.362) (74.332) (77.694)
Saldo Final 5 2.165.074 1.071.273 774.624 2.160.676 287.307 - - 6.458.958
Perdas de Imparidade Acumuladas
Saldo Inicial -
Perdas Imparidade Reconhecidas 25.704 25.704
Saldo Final 25.704 25.704
Valor Líquido 4.759.362 9.675.409 1.181.173 35.241 191.179 225.251 573.960 (23.409) 16.618.164
Activos Fixos Tangíveis
31-Dez-12
81 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
6.1. Terrenos e Recursos Naturais, Edifícios e Outras Construções e Equipamento Básico
Os principais investimentos que se encontram registados como ativos fixos tangíveis na
Empresa- Mãe são os terrenos sobrantes de expropriações, o edifício da sede da Empresa-Mãe,
o Museu da Luz, o Parque de Natureza de Noudar e o Centro de Cartografia, os quais não se
encontram afetos à concessão, pelo que não revertem para o Estado no final do período de
concessão do contrato.
À semelhança de anos anteriores, foi efetuada a transferência desses investimentos de em curso
para a devida rubrica de “Ativos fixos tangíveis”, e iniciado o processo de depreciação, bem
como o reconhecimento como rendimentos (na mesma proporção em que são depreciados) dos
subsídios que lhes estão associados.
6.2. Investimentos em Curso
No planeamento das suas atividades, a EDIA dispõe de um modelo de codificação que
possibilita a alocação dos investimentos em rubricas associadas, entre si, permitindo um leque
alargado de outputs e de mapeamentos necessários à boa gestão e controlo dos contratos
celebrados.
De acordo com o que está definido em Decreto-Lei relativo ao EFMA, as atividades da EDIA
centram-se em 6 grandes infraestruturas (barragem de Alqueva, central de Alqueva, barragem e
central de Pedrógão, estação elevatória dos Álamos, rede primária e rede secundária).
A disponibilização destas 6 infraestruturas pretende criar condições de negócio que permitam
melhorar os indicadores económicos e financeiros de várias áreas económicas com fortes
possibilidades de crescimento após concretização dos investimentos do Alqueva.
Foi definido que em algumas dessas áreas a EDIA participaria diretamente (energias renováveis;
ambiente e património; água; inovação e tecnologia), enquanto em outras criaria apenas as
condições necessárias à alavancagem das diversas possibilidades (turismo; agricultura).
À medida que se vão concluindo os investimentos nos 6 programas infraestruturais, entrando as
infraestruturas em exploração, é revista periodicamente a classificação das despesas em
investimento acessório ou complementar registados em “Investimentos em Curso”. São também
analisados os projetos em curso por forma a concluir se terão seguimento, ou não, e se se
continua a prever que vão gerar benefícios económicos futuros.
À data de 30 de junho de 2013, o valor registado nesta rubrica traduz os investimentos das
empreitadas em curso, essencialmente com imóveis próprios, investimentos complementares
relacionados com a sede da EDIA, o Parque de Natureza de Noudar e o Museu da Luz, sendo
que o valor das transferências resulta dos custos das obras concluídas, e como tal, transferidos
para as correspondentes rubricas de “Ativos fixos tangíveis”.
82 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
7. Ativos Intangíveis
O saldo desta rubrica reflete na sua globalidade os ativos intangíveis registados na Empresa-
Mãe.
Os ativos intangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição deduzido das respetivas
amortizações acumuladas e das perdas por imparidade, conforme se apresenta:
7.1. Terrenos e Recursos Naturais, Edifícios e Outras Construções e Equipamento Básico
Em resultado da entrada em funcionamento pleno da barragem e da central hidroelétrica de
Alqueva, em dezembro de 2005, e da barragem e central hidroelétrica de Pedrógão, no início de
2006, foi iniciado nessas datas o respetivo processo de amortização (incluindo a parte das
barragens afeta à produção de energia, que se estima em 35,1% do investimento total das
barragens), bem como o reconhecimento como rendimentos (na mesma proporção em que são
amortizados) dos subsídios que lhes estão associados.
A partir de 1 de novembro de 2007 (com a entrada em vigor do contrato de concessão), essas
infraestruturas, tal como os restantes bens afetos à concessão, passaram a ser amortizadas pelo
método das quotas constantes ao longo do período de 75 anos da concessão, que termina em
outubro de 2082.
Nos exercícios de 2009 até ao primeiro semestre de 2013 ficaram substancialmente concluídas e
entraram em exploração vários perímetros de rega, podendo as percentagens de afetação das
infraestruturas primárias a cada um dos perímetros ser resumida da seguinte forma:
Euros
Terrenos e
Recursos
Naturais
Edifícios e
Outras
Construções
Equipamento
Básico
Projectos de
Desenvolvimento
Programas de
Computador
Outros
Direitos
Activos
Intangíveis em
Curso
Adiantamentos
por conta de
Investimentos
Total
Activo Bruto
Saldo Inicial 217.160.922 1.036.789.271 136.928.293 230.058 2.748.653 195.007.459 156.741.659 368.543 1.745.974.860
Adições 14.453.830 410.039 14.863.869
Outras Transferências/Abates 7.785.380 37.732.598 2.805 - - - -45.317.114 -203.669 0
Saldo Final 224.946.303 1.074.521.869 136.931.098 230.058 2.748.653 195.007.459 125.878.376 574.913 1.760.838.729
Amortizações Acumuladas
Saldo Inicial 5.805.441 20.192.982 9.648.130 212.777 2.739.050 7.459 - - 38.605.840
Adições 425.176 1.545.987 641.195 7.162 2.619.519
Saldo Final 6.230.617 21.738.968 10.289.325 212.777 2.746.212 7.459 - - 41.225.359
Perdas de Imparidade Acumuladas
Saldo Inicial 152.011.341 801.399.366 37.824.834 - - 195.000.000 156.741.659 368.543 1.343.345.744
Perdas Imparidade Reconhecidas 7.762.394 37.100.588 2.805 206.370 45.072.156
Perdas Imparidade Revertidas -30.863.283 -30.863.283
Saldo Final 159.773.734 838.499.954 37.827.639 - - 195.000.000 125.878.376 574.913 1.357.554.616
Saldo Final 58.941.951 214.282.947 88.814.134 17.281 2.441 - - - 362.058.753
Activos Intangíveis
30-Jun-13
Euros
Terrenos e
Recursos
Naturais
Edifícios e
Outras
Construções
Equipamento
Básico
Projectos de
Desenvolvimento
Programas de
Computador
Outros
Direitos
Activos
Intangíveis em
Curso
Adiantamentos
por conta de
Investimentos
Total
Activo Bruto
Saldo Inicial 217.005.848 1.005.200.922 136.929.571 230.058 2.748.653 195.007.459 145.436.455 371.745 1.702.930.712
Adições 41.336.453 1.708.195 43.044.648
Outras Transferências/Abates 155.074 31.588.350 (1.278) (30.031.249) (1.711.396) (499)
Saldo Final 217.160.922 1.036.789.271 136.928.293 230.058 2.748.653 195.007.459 156.741.659 368.543 1.745.974.860
Amortizações Acumuladas
Saldo Inicial 4.955.438 17.110.168 8.365.743 195.497 2.493.598 7.459 - - 33.127.902
Adições 850.003 3.082.814 1.282.387 17.281 245.452 5.477.937
Saldo Final 5.805.441 20.192.982 9.648.130 212.777 2.739.050 7.459 - - 38.605.840
Perdas de Imparidade Acumuladas
Saldo Inicial 151.885.390 769.913.228 37.825.663 - - 195.000.000 145.436.455 272.244 1.300.332.981
Perdas Imparidade Reconhecidas 125.950 31.486.138 11.305.204 96.299 43.013.592
Perdas Imparidade Revertidas (829) (829)
Saldo Final 152.011.341 801.399.366 37.824.834 - - 195.000.000 156.741.659 368.543 1.343.345.744
Saldo Final 59.344.140 215.196.923 89.455.329 17.281 9.603 - - - 364.023.276
Activos Intangíveis
31-Dez-12
83 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
As infraestruturas relativas às utilizações do domínio público hídrico afetas ao EFMA, objeto do
contrato de concessão, celebrado entre a EDIA e o Estado, e que fazem parte do sistema
primário (barragens; centrais hidroelétricas e rede primária) do Empreendimento, enquanto
durar a concessão, são propriedade da concessionária.
No termo da concessão, os bens referidos anteriormente revertem, sem qualquer indemnização,
para o Estado, livres de quaisquer ónus ou encargos e em perfeitas condições de
operacionalidade, utilização e manutenção.
Data de Entrada em exploração /áreas/ Infraestruturas da
rede primária
Área
Beneficiada
(hectares)
Perímetro
Monte Novo
Perímetro
Alvito-Pisão
Perímetro
do Pisão
Blocos de
Ferreira,
Figueirinha e
Valbom
(Perímetro Pisão-
Roxo)
Perímetro
de Alfundão
Infra-
estrutura
12
Perímetro
Loureiro-Alvito
Bloco de Ervidel
1 (Perímetro
Pisão-Roxo)
Bloco de Ervidel
2 e 3 (Perímetro
Pisão-Roxo)
Bloco de Aljustrel
(Perímetro Roxo
Sado)
Perímetro Pisão
Beja
2.ºBlocos Roxo
Sado
Perímetro de
Vale de Gaio
Área Beneficiada (hectares) - 7.714 10.058 2.588 5.118 4.216 5.980 470 2.914 3.508 1.300 10.585 1.949 3.290 59.690
Barragens de Alqueva e Pedrógão (64,9%) 110.203 7,00% 9,13% 2,35% 4,64% 3,83% 5,43% 0,43% 2,64% 3,18% 1,18% 9,61% 1,77% 2,99% 54,16%
Estação Elevatória dos Álamos 59.690 12,92% 16,85% 4,34% 8,57% 7,06% 10,02% 0,79% 4,88% 5,88% 2,18% 17,73% 3,27% 5,51% 100,00%
Barragens dos Álamos 59.690 12,92% 16,85% 4,34% 8,57% 7,06% 10,02% 0,79% 4,88% 5,88% 2,18% 17,73% 3,27% 5,51% 100,00%
Ligação Álamos - Loureiro 59.690 12,92% 16,85% 4,34% 8,57% 7,06% 10,02% 0,79% 4,88% 5,88% 2,18% 17,73% 3,27% 5,51% 100,00%
Barragem do Loureiro 59.690 12,92% 16,85% 4,34% 8,57% 7,06% 10,02% 0,79% 4,88% 5,88% 2,18% 17,73% 3,27% 5,51% 100,00%
Ligação Loureiro - Monte Novo 7.714 100,00% - - - - - - - - - - - - 100,00%
Túnel Loureiro-Alvito 51.976 - 19,35% 4,98% 9,85% 8,11% 11,51% 0,90% 5,61% 6,75% 2,50% 20,37% 3,75% 6,33% 100,00%
Tomada de Água do Alvito 51.976 - 19,35% 4,98% 9,85% 8,11% 11,51% 0,90% 5,61% 6,75% 2,50% 20,37% 3,75% 6,33% 100,00%
Segregação de Água do Alvito 51.976 - 19,35% 4,98% 9,85% 8,11% 11,51% 0,90% 5,61% 6,75% 2,50% 20,37% 3,75% 6,33% 100,00%
Ligação Alvito-Pisão 42.236 - 23,81% 6,13% 12,12% 9,98% - - 6,90% 8,31% 3,08% 25,06% 4,61% - 100,00%
Derivação a Odivelas 9.270 - - - - - 64,51% - - - - - - 35,49% 100,00%
Ligação Pisão-Beja 10.585 - - - - - - - - - - 100,00% - - 100,00%
Ligação Pisão-Roxo 14.789 - - - 34,61% - - - 19,70% 23,72% 8,79% - 13,18% - 100,00%
Ligação Roxo Sado 1.949 - - - - - - - - - - - 100,00% - 100,00%
Barragem do Pisão 6.804 - - 38,04% - 61,96% - - - - - - - 100,00%
TOTAL
Su
bsis
tem
a A
lqu
ev
a
Perímetros em exploração Outros Perímetros
Subsistema Alqueva
Data de Entrada em exploração /áreas/Infraestruturas da
rede primária
Área
Beneficiada
(hectares)
Perímetro
Orada
Amoreira
Perímetro
de Brinches
Perímetro
de Brinches-
Enxoé
Perímetro
de Serpa
Perímetro
Caliços
Machados
Perimetro
Caliços
Moura
Perímetro
de Pias
Perímetro
de Brenhas
Subsistema Ardila
Área Beneficiada (hectares) - 2.522 5.463 4.698 4.400 5.000 2.136 4.614 745 29.578
Barragens de Alqueva e Pedrógão (64,9%) 110.203 2,29% 4,96% 4,26% 3,99% 4,54% 1,94% 4,19% 0,68% 26,84%
Estação Elevatória de Pedrógão e Adutor de Pedrógão 29.578 8,53% 18,47% 15,88% 14,88% 16,90% 7,22% 15,60% 2,52% 100,00%
Barragem da Amoreira e Brinches 29.578 8,53% 18,47% 15,88% 14,88% 16,90% 7,22% 15,60% 2,52% 100,00%
CH Amoreira-Caliços 12.495 - - - - 40,02% 17,09% 36,93% 5,96% 100,00%
CH Caliços-Pias 4.614 - - - - - - 100,00% - 100,00%
CH Caliços-Machados 5.000 - - - - 100,00% - - - 100,00%
Estação Elevatória de Brinches 14.561 - 37,52% 32,26% 30,22% - - - - 100,00%
Adutor Brinches Enxoé 14.561 - 37,52% 32,26% 30,22% - - - - 100,00%
Barragem de Serpa 4.400 - - - 100,00% - - - - 100,00%
Est.Elev.Torre Lóbio, Adutor Serpa e Res. Serpa Norte 4.400 - - - 100,00% - - - - 100,00%
TOTAL
Su
bsi
stem
a A
rdil
a
Perímetros em exploração Outros Perímetros
Perímetros
em exploração
Data de Entrada em exploração /áreas/Infraestruturas da rede primária
Área
Beneficiada
(hectares)
Perímetro
Pedrógão-MD
Perímetro
S.Pedro Baleizão
Quintos
Perímetro
S.Matias
Subsistema Pedrógão
Área Beneficiada (hectares) - 4.800 11.270 4.865 20.935
Barragens de Alqueva e Pedrógão (64,9%) 110.203 4,36% 10,23% 4,41% 19,00%
Estação Elevatória de Pedrógão e Adutor de Pedrógão-Margem Direita 20.935 22,93% 53,83% 23,24% 100,00%
CH S. Pedro Baleizão Quintos 11.270 - 100,00% - 100,00%
CH S. Matias 4.865 - - 100,00% 100,00%
Outros Perímetros
TOTAL
Su
bsi
stem
a
Ped
róg
ão
84 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Uma vez que estas infraestruturas se encontram afetas ao segmento “água”, e como tal já foram
objeto de ajustamento por perdas por imparidade, sendo o seu valor líquido contabilístico nulo
(ver Nota 7.3 adiante), não se efetua qualquer amortização destes investimentos.
Assim, o cálculo do valor das amortizações, que seriam refletidas nas demonstrações financeiras
se não tivessem reconhecidas anteriormente as perdas por imparidade, serve apenas para
determinar a parte das perdas por imparidade que é aceite como gasto fiscal de cada período,
nos termos do artigo 35.º do Código do IRC.
7.2. Outros Direitos
O montante da rubrica “Outros Direitos” corresponde, essencialmente, à compensação
financeira inicial paga pela EDIA ao Estado, no montante de € 195.000.000, resultante do
“Contrato de Concessão da Utilização do Domínio Público Hídrico afeto ao EFMA”, de 17 de
outubro de 2007, celebrado entre a EDIA e o Estado, com a duração de 75 anos. Este Contrato
concretiza os termos e condições a que obedecerá a relação concedente - concessionária,
precisando o conteúdo da missão associada à exploração do Empreendimento e definindo as
regras para o exercício dos referidos direitos de utilização privativa do domínio púbico hídrico.
Estando esta verba diretamente relacionada com a atividade de distribuição de água (e não com
a atividade de produção de energia subconcessionada à EDP), que se encontra em imparidade
total, os referidos € 195.000.000 encontram-se cobertos por perdas por imparidades acumuladas
de igual montante (ver Nota 7.3 adiante).
7.3. Perdas por Imparidade
Na sequência da definição, em 2010, do tarifário de fornecimento de água a partir do sistema
primário, a Empresa-Mãe estimou a quantia recuperável dos ativos do segmento “água” através
da determinação do respetivo valor de uso, tendo concluído, nos testes de imparidade efetuados
com referência a 30 de junho de 2013 e anos anteriores (2012, 2011, 2010 e 2009), que o valor
presente dos fluxos de caixa futuros associados a este segmento é negativo, pelo que a perda por
imparidade nas referidas datas corresponde ao valor total dos ativos (líquido dos passivos
indissociáveis - subsídios) afetos a este segmento.
Assim, os ativos líquidos de amortizações afetos a este segmento registados em “Ativos
Intangíveis”, com valor bruto € 1.357.554.616 em 30 de junho de 2013 (€ 1.343.345.743 em 31
de dezembro de 2012) encontram-se totalmente compensados por perdas de imparidade
acumuladas de igual montante.
Euros
Ativo Intangivel Segmento Água Segmento Energia Outros Segmento Água Segmento Energia Outros
Projetos Desenvolvimento 116.949 116.949
Programas de Computador 1.805.861 935.569 1.805.861 935.569
Outros Direitos 195.000.000 0 100 195.000.000 0 100
Terrenos e Recursos Naturais 159.773.713 65.172.589 152.011.319 65.149.603
Edificios e Outras Construções 838.499.605 236.022.263 801.399.018 235.390.254
Equipamento Básico 37.826.996 99.104.102 37.824.191 99.104.102
Ativo Intangivel em Curso 125.879.388 136.830 156.742.672 136.830
Adiantamentos por conta de Investimentos 574.913 368.543
Total 1.357.554.616 402.104.816 1.189.448 1.343.345.743 401.449.819 1.189.448
30-Jun-13 31-Dez-12
85 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
De igual modo, os subsídios associados à atividade de distribuição de água, cujos ativos se tem
vindo a concluir (nos testes de imparidade efetuados em 2013 e anos anteriores) que estão em
imparidade total, têm vindo a ser desreconhecidos no âmbito do registo das perdas de
imparidade dos respetivos ativos, isto é, estas perdas são reconhecidas na Demonstração
Consolidada do Rendimento Integral pelo valor líquido dos respetivos subsídios.
8. Partes Relacionadas
8.1. Participações Financeiras
A 30 de junho de 2013, a Empresa-Mãe detém as mesmas participações financeiras do que em
31 de dezembro de 2012. Estas participações encontram-se registadas ao custo de aquisição,
pois a EDIA não detém uma participação dominante ou significativa em nenhuma das
sociedades abaixo identificadas.
Sempre que existam indícios de que o ativo possa estar em imparidade, é efetuada uma
avaliação destes investimentos e registada a perda por imparidade que se revele existir.
Não existem saldos (contas a receber ou a pagar) em 30 de junho de 2013, nem em 31 de
dezembro de 2012, com estas entidades relacionadas. Não ocorreram, de igual modo, quaisquer
transações com essas entidades, em 2012 e 2013.
8.2. Remuneração do Pessoal Chave da Gestão da Empresa - Mãe
Euros
Denominação SocialCapital
Social% Partic
N.º Ações/
Un. Particip.Valor Nominal
Custo de
Aquisição
Valor da Participação
em 30 junho 2013
Valor da Participação
em 31 dezembro
2012
Centro Operativo e de Tecnologia do Regadio 62.500 8,8 11 UP 500 5.500 5.500 5.500
Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, S.A. 499.000 4,11 4 110 A 4,99 20.501 20.501 20.501
Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, S.A. 4.000.000 1,25 50 000 A 1 50.000 0 0
Águas do Centro Alentejo, S.A. 5.000.000 5,00 50 000 A 5 250.000 250.000 250.000
Lusofuel - Produção de Biocombustíveis e Derivados, S.A. 500.000 10,00 10 000 A 5 50.000 0 0
376.001 276.001 276.001
Viatura de Serviço; Motorista; Telemóvel; Seguro de Saúde; Seguro de Acidentes Pessoais
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
(Administradores Executivos)
PRESIDENTE
Remuneração de 5.465,43€ (14 vezes no corrente ano) (*)
Remuneração com redução de (5% ) - 5.192,16€
Remuneração com redução de (5% +10% ) - 4.672,94€
VOGAIS
Remuneração de 4.675,41€, (14 vezes no corrente ano) (*)
Remuneração com redução de (5% ) - 4.441,64€
Remuneração com redução de (5% +10% ) - 3.997,48€
Viatura de Serviço; Telemóvel; Seguro de Saúde; Seguro de Acidentes Pessoais
86 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
(*) O Estatuto Remuneratório Fixado para os Membros dos Órgãos Sociais manteve-se em
2013, relativamente aos valores das remunerações. No âmbito da aprovação de um conjunto de
medidas adicionais de consolidação orçamental que visam reforçar e acelerar a redução de
défice excessivo e o controlo do crescimento da dívida pública previstos no Programa de
Estabilidade e Crescimento (PEC), a redução dos vencimentos dos gestores públicos e
equiparados, prevista no N.º 1, do Artigo 12.º, da Lei N.º 12-A/2010, de 30 de junho e no Art.º
19.º da Lei 55-A/2010 de 31 de dezembro de 2010, veio estabelecer que a remuneração fixa
mensal ilíquida dos gestores públicos executivos e não executivos, incluindo os pertencentes ao
sector público local e regional, e dos equiparados a gestores públicos, é reduzida, a título
excecional, em 5% e 10%, respetivamente. No entanto, e nos termos do previsto no Artigo 28.º
da Lei N.º 66-B/2012 de 31 de dezembro, foi reposto o pagamento do subsídio de Natal, em
duodécimos. Posteriormente, e por força do Acórdão nº 187/2013 do Tribunal Constitucional,
que declarou a inconstitucionalidade do artº. 29º - Suspensão do pagamento dos subsídios de
férias ou equivalente - da Lei nº66-B/2012, de 31 de dezembro, foi também reposto o
pagamento dos subsídios de férias.
9. Imposto sobre o Rendimento
O gasto (rendimento) com impostos sobre o rendimento em 30 de junho de 2013, estimado, e 31
de dezembro de 2012 tem a seguinte composição:
Na Empresa-Mãe, em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012, existiam diferenças
temporárias dedutíveis e prejuízos fiscais reportados relativamente aos quais não foi
reconhecido qualquer ativo por imposto diferido por não existir expectativas razoáveis quanto à
geração de lucros fiscais futuros suficientes para a sua utilização:
Euros
30-Jun-13 31-Dez-12
Impostos Correntes
- IRC (tributação autónoma) 38.361 79.403
38.361 79.403
Total 38.361 79.403
Euros
Diferenças Temporárias Dedutíveis
- Perdas de Imparidade nos Ativos Intangíveis 830.194.851 826.444.181
- Perdas de Imparidade em Investimentos não Depreciáveis/Amortizáveis 100.000 100.000
- Provisões não dedutíveis em IRC (IFRIC 12) 1.871.056 1.173.396
832.165.907 827.717.577
Prejuízos Fiscais reportados ainda não utilizados
- Exercício de 2011 10.612.823 31-dez-15 10.612.823 31-dez-15
- Exercício de 2012 13.934.121 31-dez-16 13.934.121 31-dez-16
24.546.944 24.546.944
Total 856.712.851 852.264.520
30-Jun-13 31-Dez-12
QuantiaData de
ExtinçãoQuantia
Data de
Extinção
87 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
10. Depósitos Cativos
A rubrica de “Depósitos Cativos”, no Ativo não Corrente, corresponde aos depósitos de caução
constituídos pela EDIA, a médio e longo prazo, em instituições bancárias, concretamente a
favor dos Tribunais Judiciais, no âmbito de processos judiciais em curso e processos de
expropriação litigiosos, apresentando, a 30 de junho de 2013 e a 31 de dezembro de 2012, o
valor de € 8.533.529.
Os depósitos cativos no Millennium BCP e no Banco Espírito Santo, nos montantes de €
8.280.914 e € 161.870 respetivamente, foram constituídos através da contração de empréstimos
de igual montante, registados em “Financiamentos Obtidos”.
O valor mais significativo desta rubrica (€ 8.280.914) resulta do processo judicial a decorrer
com a Portucel Recicla, no âmbito do desmantelamento da fábrica, iniciado em outubro de 2003
e o montante de € 161.870 refere-se a um processo de expropriação litigiosa ainda em curso.
No âmbito de uma inspeção tributária em sede de IRC, a EDIA teve de constituir um depósito
cativo no Banco BPI no valor de € 68.985 a favor da Autoridade Tributária e Aduaneira, em que
esta entidade propõe uma correção, nos exercícios de 2008, 2009, 2010 e 2011, ao montante das
amortizações efetuadas de terrenos submersos, uma vez que considera que nem todos os
investimentos efetuados pela EDIA são passíveis de depreciação ao abrigo da lei fiscal, pelo que
exclui a possibilidade de depreciar fiscalmente o investimento na aquisição dos terrenos
submersos, por entender que os mesmos não sofrem de qualquer perecimento, não
considerando, assim, que os mesmos integraram o total de investimentos necessários para a
concretização do EFMA e que revertem para o Estado no final do período da concessão.
O depósito cativo no Banco BPI, no valor e € 21.759, a favor das Estradas de Portugal, respeita
a uma caução prestada no âmbito de um projeto na área da cartografia.
11. Inventários
A composição dos Inventários do Grupo, em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012, é
a seguinte:
Na sequência da publicação do Decreto-Lei N.º 335/2001, de 24 de dezembro, que, com
exceção da Infraestrutura 12, prevê a transferência para o Estado das infraestruturas integrantes
Euros
Inventários 30-Jun-13 31-Dez-12
Inventários (DCPF)
Produtos Acabados e Intermédios 355.001.498
Produtos e Trabalhos em Curso 14.317.486 68.758.146
Mercadorias 47.274 46.597
Matérias Subsidiárias 42.525 32.310
14.407.285 423.838.551
88 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
da rede secundária de rega afeta ao EFMA, a EDIA, a partir do exercício de 2002, passou a
evidenciar o custo das obras com as infraestruturas da rede secundária de rega na rubrica de
”Inventários”.
Assim, em 31 de dezembro, o saldo de “Inventários” correspondia essencialmente aos
investimentos da rede secundária, concluídos e em curso, respetivamente registados nas rubricas
de “Produtos Acabados e Intermédios” e “ Produtos e Trabalhos em Curso”.
Uma vez que a rede secundária tem vindo a ser explorada pela EDIA, concluiu-se, em 2012, que
a Empresa tem vindo a explorar a rede secundária em cumprimento, quer de um poder/dever
decorrente da necessidade de preservar a integridade das infraestruturas e de lhe dar o uso para
que foram construídas, quer por direito próprio que está abrangido na concessão da gestão e
exploração do EFMA e de utilização do domínio público hídrico afeto ao Empreendimento que
foi atribuída à EDIA em outubro de 2007. Assim, a partir de 2012, os gastos e rendimentos
associados à exploração dos perímetros, na parte imputável à rede secundária de rega, foram
imputados às respetivas contas de gastos e rendimentos, de acordo com a sua natureza, em vez
de serem imputados à DGADR.
Em 8 de abril de 2013, foi celebrado o Contrato de Concessão relativo à Gestão, Exploração,
Manutenção e Conservação das Infraestruturas da Rede Secundária do Empreendimento de Fins
Múltiplos de Alqueva (EFMA), entre a EDIA e a DGADR, que vigorará até 31 de dezembro de
2020, em que a EDIA (entidade concessionária) procede à entrega ao Estado (entidade
concedente), aqui representado pela DGADR, das infraestruturas relativas à rede secundária de
rega, drenagem e caminhos agrícolas, dos bens e equipamentos necessários à sua operação e
exploração, bem como das áreas adquiridas e expropriadas para a implementação das
infraestruturas dos aproveitamentos hidroagrícolas do EFMA.
Como consequência deste Contrato, foram transferidos da subconta de “Produtos Acabados e
Intermédios” os investimentos: (i) no perímetro de rega do Monte Novo, que entrou em
exploração no início de 2009; (ii) nos perímetros de rega do Alvito-Pisão e Pisão, que entraram
em exploração no início de 2010; (iii) nos perímetros de rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom,
Orada-Amoreira, Brinches, Brinches-Enxoé, Serpa e Alfundão, concluídos em 2011; (iv) nos
perímetros de rega do Loureiro-Alvito e Ervidel 1, que ficaram substancialmente concluídos em,
e (v) nos perímetros de rega do Ervidel 2 e 3 e Pedrogão 1 margem direita, que ficaram
substancialmente concluídos no 1primeiro semestre de 2013.
A estes investimentos, no valor de € 401.264.950, foram adicionados os custos capitalizados
dessas infraestruturas (€ 16.149.078) que foram transferidos para a rubrica de “Outras Contas a
Receber”, para a entidade Estado (DGADR), que tem a propriedade de todas as infraestruturas
da rede secundária, construídas pela EDIA em sua representação, sendo também transferidos
para esta conta todos os subsídios que lhes estavam associados no montante de € 329.910.214,
adotando-se assim, um tratamento similar ao que foi adotado em anos anteriores para a
Infraestrutura 12. Esta conta passa a refletir o valor que a EDIA espera vir a receber do Estado,
a título de ressarcimento da parte não subsidiada do investimento na rede secundária (€
87.503.814).
A 30 de junho de 2013, na sequência deste Contrato, o Balanço da EDIA integra no Ativo, na
rubrica de “Inventários”, na subconta de “Produtos e Trabalhos em Curso”, somente os
investimentos em curso das infraestruturas da rede secundária de rega, no montante de €
14.317.486. Estes investimentos correspondem essencialmente a projetos afetos aos blocos de
rega ainda em construção, nomeadamente ao bloco de Aljustrel.
89 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Esta alteração, dada a sua materialidade, teve um impacto significativo nas rubricas de
“Fornecimentos e Serviços Externos” e “Variação da Produção”.
12. Clientes, Vendas e Prestação de Serviços
O rédito é mensurado pelo justo valor da contraprestação recebida ou a receber.
12.1. Clientes
O Saldo de “Clientes” traduz na sua maioria os valores a receber, pela EDIA, pelos serviços de
distribuição de água prestados, que resultam do cumprimento do Despacho N.º 9000/2010, de
27 de abril, que fixou os preços da água destinada a rega para uso agrícola, no âmbito do serviço
público de águas do EFMA.
12.2. Vendas
O valor de €15.965 registado em “Vendas”, no primeiro semestre de 2013, traduz
essencialmente os montantes associados à venda da energia emitida para a rede pela central
fotovoltaica de Alqueva (€ 7.559), assim como às vendas dos bens de merchandising do Parque
de Natureza de Noudar (€ 7.848). O valor remanescente (€ 558) corresponde à venda de artigos
de merchandising das empresas Gescruzeiros e Gestalqueva.
12.3. Prestações de Serviços
Produção de Energia
Na conta de “Produção de energia” foi reconhecido o montante de € 5.986.794, no âmbito do
Contrato de concessão de exploração das centrais hidroelétricas de Alqueva e Pedrógão, por 35
anos, celebrado entre a Empresa-Mãe e a EDP. Neste Contrato, a EDP obriga-se a proporcionar
à EDIA uma compensação financeira nos seguintes termos:
Um montante inicial no valor de € 195.000.000, acrescido de IVA à taxa legal e pago na
data de entrada em vigor do presente contrato; e
Euros
Prestações de Serviços 30-Jun-13 30-Jun-12
Produção de Energia 5.986.794 6.232.309
Distribuição de Água 2.256.908 149.642
Passeios turísticos 70.775 86.619
Cartografia 73.614 73.573
Parque de Natureza de Noudar 17.444 14.973
Outras Prestações de Serviços 64.745
Total 8.405.536 6.621.862
90 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Ao longo do período de vigência do contrato (35 anos), um montante anual periódico de
€ 12.670.000 acrescido de IVA à taxa legal e pago anualmente no mesmo dia e mês da
entrada em vigor do contrato, sendo a primeira prestação devida no ano de 2008.
No âmbito do Contrato de exploração das centrais de Alqueva e Pedrógão e de subconcessão do
domínio hídrico público, e de acordo com o estabelecido no N.º 2 do Anexo VII, foram
faturados à EDP, em 2013, em resultado da alteração dos volumes de retiradas de água das
albufeiras de Alqueva e Pedrógão, o montante de € 484.042 referente a 2012 (sendo que o valor
de rendimentos especializados nas contas em 31 de dezembro de 2012, que correspondia à
melhor estimativa disponível à data de encerramento de contas de 2012, foi de € 393.530).
Em 30 de junho de 2013, a EDIA, segundo o regime do acréscimo, especializou o montante de
€ 479.151, que representa o valor estimado da compensação financeira para o ano de 2013, e
que resulta da revisibilidade decorrente da alteração dos volumes anuais das retiradas de água
das albufeiras de Alqueva e Pedrógão.
Distribuição de Água
A transposição da Diretiva Quadro da Água foi operada pela Lei N.º 58/2005, de 29 de
dezembro, e desenvolvida pelo Decreto-Lei N.º 226-A/2007, de 31 de maio, e pelo Decreto-Lei
N.º 97/2008, de 1 de junho, tendo consagrado o princípio do valor económico da água, por força
do qual se consagra o reconhecimento da escassez atual ou potencial deste recurso e a
necessidade de garantir a sua utilização economicamente eficiente, com a recuperação dos
custos dos serviços de águas, mesmo em termos ambientais e de recursos.
Em cumprimento do Despacho N.º 9000/2010, de 27 de abril, que fixou os preços da água
destinada a rega para uso agrícola, no âmbito do serviço público de águas do EFMA, a EDIA no
2.º semestre de 2010 iniciou o processo de faturação, cuja desagregação legalmente prevista
(Art.º 23, N.º 2 do Decreto-Lei N.º 97/2008, de 11 de junho) obedece aos seguintes termos:
Os valores do preço da água aprovados pelo Despacho N.º 9000/2010, de 27 de abril, €
0,089/m3 e € 0,053/m3 já refletem a repercussão, legalmente exigida, sobre o utilizador
final, do encargo económico representado pela taxa de recursos hídricos (TRH) e as
componentes de conservação e exploração, e são reduzidos em 70% no 1.º ano,
aumentando anual, automática, progressiva e linearmente a partir do ano subsequente e
até ao 8.º ano, perfazendo nesse ano os valores indicados.
Os valores fixados para a componente de conservação são de € 50,00/ha/ano para a
adução em alta pressão e de € 15,00/ha/ano para a adução em baixa pressão. Estes
valores sofrem reduções conforme indicado no parágrafo anterior.
O valor unitário do m3 de consumo de água faturado resulta das tarifas fixadas
deduzidas da componente relativa à conservação. A componente de conservação
unitária considera um consumo médio anual de 3.000 m3/por hectare.
O preço da água destinado à rega para uso agrícola foi atualizado com os índices de preços ao
consumidor exceto habitação para Portugal em 2012 (taxa de variação média anual) de 2.75%.
Em 2013, face a esta atualização, os valores aplicados para a componente de conservação são de
€ 53,50/ha/ano para a adução em alta pressão e de € 16,05/ha/ano para a adução em baixa
pressão.
91 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Para base de cálculo é considerada a área beneficiada pelas infraestruturas de rega e o volume
de água fornecido.
Segundo o princípio do acréscimo, foi diferido o valor da componente de conservação
correspondente ao segundo semestre de 2013 (€492.580), uma vez que o valor anual desta
componente é integralmente faturado no mês de abril.
Em relação ao montante da prestação de serviços no âmbito da “distribuição de água”,
aplicando a tarifa reduzida aos valores a faturar de 70% para o 1.º ano de funcionamento de
cada perímetro de rega, diminuindo anual, automática, progressiva e linearmente a partir do ano
subsequente e até 8.º ano, no primeiro semestre de 2013 foram registados os seguintes valores
relativos à distribuição de água aos perímetros de rega e a captações diretas, tendo em conta as
diversas componentes (taxa de recursos hídricos, exploração, conservação e recargas de
albufeira):
Como a especialização dos rendimentos com o consumo de água e TRH no primeiro semestre
de 2013 foi de € 1.189.393, o diferimento de rendimentos referente à componente conservação
foi de € 492.580 e verificaram-se, ainda, outros acertos/especializações no montante de € 92.784
o total da conta de “distribuição de água” é de € 2.256.908.
A faturação emitida referente à prestação de serviços no âmbito da “distribuição de água” é feita
em dois momentos:
Início de abril:
Faturação da conservação do ano em curso;
Faturação da exploração e taxa de recursos hídricos (TRH) referente ao 4º trimestre do
ano anterior.
Início de outubro:
Faturação da exploração e TRH referente aos 1.º, 2.º e 3.º trimestres do ano em curso.
As faturas são emitidas com base nas contagens reais de consumo. Os rendimentos respeitantes
à componente da “distribuição de água” a faturar por consumos ocorridos, não lidos ou
validados até à data da Demonstração Consolidada da Posição Financeira, são registados por
estimativa. No primeiro semestre de 2013, o valor estimado registado ascende a € 1.189.393. As
diferenças entre os valores estimados e os reais são registados nos períodos subsequentes.
Ao abrigo do disposto no Decreto-Lei N.º 313/2007 de 17 de setembro, que aprovou as bases de
concessão, a EDIA detém, enquanto concessionária da gestão, exploração e utilização privativa
do domínio público hídrico afeto ao EFMA, os poderes de administração do referido domínio
no âmbito da sua atividade, as competências para atribuição dos títulos respeitantes à captação
de água para rega e para a produção de energia elétrica e ainda os poderes de fiscalização da sua
utilização por terceiros, bem como a competência para a instauração, a instrução e o
Euros
Faturação
albufeira do
Monte -
Novo
PisãoMonte -
Novo
Alvito -
Pisão
Ferreira,
Figueirinha
e Valbom
BrinchesBrinches -
Enxoé
Orada -
AmoreiraSerpa Alfundão Ervidel
Loureiro-
AlvitoExploração Total
TRH 715 1.342 1.733 374 712 1.126 484 299 224 8.844 2.945 17.762 36.559
Exploração 11.458 20.740 32.741 6.333 14.185 21.626 9.728 5.674 2.936 0 0 217.302 342.726
Conservação 50.009 148.609 245.641 101.890 125.282 107.376 67.825 80.456 40.479 12.158 5.435 0 985.159
Recarga de albufeira do Monte -Novo 288.435 288.435
Total 288.435 62.182 170.691 280.115 108.597 140.179 130.128 78.037 86.428 43.640 21.002 8.380 235.064 1.652.879
92 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
sancionamento dos processos de contra ordenação nesse âmbito (artigo 7.º). Conjugando o N.º 3
do artigo 5.º do mesmo Diploma, a TRH é repercutida nos respetivos utilizadores finais.
Conforme o exposto, com base nos títulos emitidos para captações diretas e de acordo com os
consumos de água indicados (origem de água no sistema primário), a EDIA emitiu as respetivas
faturas aos consumidores, cujo valor faturado, à data do relato, foi de € 235.064.
Outras Prestações de Serviços
O valor remanescente (€ 161.833) na rubrica de “Prestação de serviços”, reflete: (i) os serviços
prestados pela EDIA no âmbito da cartografia, expropriações e do Parque de Natureza de
Noudar (€ 91.058); e (ii) os serviços prestados pela empresa Gescruzeiros S.A., no âmbito dos
passeios turísticos (€ 70.775).
13. Estado e Outros Entes Públicos
Esta rubrica inclui, em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012, os seguintes saldos:
No “Ativo Corrente”, o saldo da conta de “Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA” inclui
essencialmente os montantes de reembolsos pedidos, pela Empresa-Mãe, relativos aos meses de
outubro de 2012 (€ 71.619), abril e maio de 2013 (€ 215.829), decorrente da fase de
investimento em que ainda se encontra. Considerou-se também o montante a recuperar de €
128.276, referente a junho de 2013, embora este valor, à data de 30 de junho, ainda não tinha
sido objeto de pedido de reembolso.
O saldo da rubrica de “Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas - IRC” (€ 143.506),
apresentado no “Ativo Corrente”, refere-se essencialmente (€ 124.716) aos pagamentos
especiais por conta de IRC (PEC) da EDIA dos anos de 2009 a 2013.
Euros
30-Jun-13 31-Dez-12
Ativo Corrente
IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado 451.648 468.473
IRC - Imposto sobre o Rendimento 143.506 122.998
Restantes Impostos 1.293.750 1.293.750
1.888.903 1.885.221
Ajustamento de Imparidade (1.293.750) (1.293.750)
595.154 591.471
Passivo Corrente
Retenções de Impostos sobre o Rendimento 55.585 51.102
Contribuições para a Segurança Social 131.878 112.749
IRC - Imposto sobre o Rendimento 38.781 79.664
IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado 1.824
226.244 245.339
93 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Nos termos do disposto do Código da Contribuição Autárquica e nos termos do disposto do
Código do Imposto Municipal sobre Transações de Imóveis, o Estado está isento do pagamento
de impostos sobre os imóveis integrados no seu património.
A EDIA, ao abrigo do disposto no Decreto-Lei N.º 21-A/98, de 6 de fevereiro, considera os
bens imóveis que expropriou para implementação do EFMA imediatamente integrados no
domínio público do Estado após a sua adjudicação à entidade expropriante. O montante de €
1.293.750, apresentado no “Ativo Corrente” na rubrica de “Restantes Impostos”, corresponde ao
Imposto Municipal de Sisa (atualmente Imposto sobre Transações de Imóveis - IMT) pago
indevidamente pela EDIA no âmbito de processos de expropriação, e cuja restituição a EDIA
veio a requerer junto das autarquias, solicitando ainda que relativamente aos prédios em causa
seja reconhecida a citada isenção, evitando-se futuros atos de liquidação.
Em 2008, para fazer face à possibilidade de não recebimento deste valor (por eventual
intempestividade do requerimento de restituição do referido imposto, tendo presente o
indeferimento, em janeiro de 2008, da reclamação graciosa que a EDIA tinha apresentado), a
EDIA constituiu um ajustamento de imparidade por forma a cobrir a totalidade do referido valor
de € 1.293.750.
Os saldos do “Passivo Corrente” (€ 226.244) incluem essencialmente os montantes em dívida
da Empresa-Mãe à Segurança Social (€ 127.797), a pagar até ao dia 20 de julho, à Autoridade
Tributária (IRS - €53.965), referentes aos vencimentos de junho de 2013 dos funcionários da
EDIA, bem como o valor de IRC que resulta do valor estimado das tributações autónomas a
suportar (€ 38.781).
14. Outras Contas a Receber
Esta rubrica tem o seguinte detalhe, em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012:
DGADR – IE 12
Em fevereiro de 2007, através do Decreto-Lei nº 42/2007 concretizou-se a recentralização dos
objetivos da EDIA, enquanto entidade gestora do EFMA, sendo revogado entre outros, o
Decreto-Lei N.º 335/01, de 24 de dezembro, mantendo-se no entanto, um dos objetos sociais da
EDIA, a conceção, execução e construção das infraestruturas que integram a rede secundária
afeta ao empreendimento, em representação do Estado, e de acordo com as instruções que lhe
sejam dirigidas pelo Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Euros
Correntes Não Correntes Correntes Não Correntes
DGADR_IE12 70.809.521 72.130.845
DGADR_CC_RS 87.503.815
Devedores por Acréscimo de Rendimentos 1.697.460 499.557
Outros Devedores 1.017.327 1.005.570
Fundos Comunitários 259.108 3.078.852
Depósitos Cativos 128.048 89.178
161.415.277 76.804.002
Outras Contas a Receber30-Jun-13 31-Dez-12
94 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Exceciona-se a Infraestrutura 12, que se mantém propriedade da EDIA sob o regime de
concessão ao MAM, na sequência da formalização com o Instituto de Desenvolvimento Rural e
Hidráulica (atualmente Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Regional - DGADR),
em abril de 2006, do contrato de cessão da gestão, exploração, manutenção e conservação da
Infraestrutura 12 por um prazo de 30 anos, este investimento deduzido dos subsídios associados
tem vindo a ser registado, desde 2006, em ”Outras Contas a Receber”, pois a EDIA aguarda o
ressarcimento do valor líquido do investimento efetuado nesta infraestrutura, por parte da
DGADR.
É de salientar que o Tribunal de Contas, no seu relatório de fevereiro de 2005 intitulado
“Auditoria de follow-up à EDIA - Projeto EFMA”, recomenda que o Estado, mais propriamente
o Ministério da Agricultura, “assegure o financiamento das infraestruturas integrantes da rede
secundária (de rega) e reembolse anualmente a EDIA pela transferência (de propriedade) da
Infraestrutura 12”.
Assim, no caso do saldo da conta “DGADR_IE 12” (€ 70.809.521), o Conselho de
Administração tem vindo sempre a concluir, no encerramento de contas de cada exercício, que
espera que o ativo seja realizado num período inferior a doze meses após a data da
Demonstração Consolidada da Posição Financeira, isto é, no exercício seguinte, pelo que tem
vindo a considerar que esta dívida se encontra corretamente refletida no Ativo Corrente (por se
encontrar cumprida a condição da alínea c) do parágrafo 66 da ‘IAS 1- Estrutura e Conteúdo das
Demonstrações financeiras’) e, por outro lado, que não se justifica o reconhecimento de perdas
de imparidade para fazer face a uma eventual incobrabilidade desse valor.
Em abril de 2013, é acordado e reciprocamente aceite um acordo entre a EDIA e o consórcio
Edifer/Obrecol/Opway, decorrente do litígio emergente do contrato da ”Empreitada de
Construção da Totalidade do Canal de Adução da IE12, Reabilitação da Barragem do Monte do
Marmelo, Estação Elevatória do Monte do Marmelo e Rede Secundária do 1º Bloco de Rega da
mesma infraestrutura”, que se traduz na anulação da provisão constituída deste processo arbitral,
no valor de € 1.321.324 e consequentemente o montante da dívida da “DGADR_IE 12”diminui
de € 72.130.845, valor à data de dezembro de 2012, para € 70.809.521.
DGADR - CC – Rede Secundária
Em 8 de abril de 2013, foi assinado o Contrato de Concessão relativo à Gestão, Exploração,
Manutenção e Conservação das Infraestruturas da Rede Secundária do Empreendimento de Fins
Múltiplos de Alqueva (EFMA), pelo Presidente do Conselho de Administração da Empresa de
Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A (EDIA) e pelo Diretor-Geral da Direção-
Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), que vigorará até 31 de dezembro de
2020, em que a EDIA (entidade concessionária) procede à entrega ao Estado (entidade
concedente), aqui representado pela DGADR, das infraestruturas relativas à rede secundária de
rega, drenagem e caminhos agrícolas, dos bens e equipamentos necessários à sua operação e
exploração, bem como das áreas adquiridas e expropriadas para a implementação das
infraestruturas dos aproveitamentos hidroagrícolas do EFMA, estando por clarificar e
concretizar o estipulado no n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 42/2007, de 22 de fevereiro,
conjugado com o disposto na alínea c) do n.º 1 deste mesmo artigo, no que se refere ao Estado
assegurar o financiamento e demais condições relativas à conceção, execução e construção
destas infraestruturas.
Segundo o acionista, "só depois da conclusão de todas as infraestruturas", prevista para 2015, e
"subsequente período de consolidação do seu funcionamento, de cinco anos, estará disponível o
quadro de indicadores necessários para aferir do melhor modelo para prosseguir com a gestão, a
95 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
exploração, a manutenção e a conservação do empreendimento. A concessão pelo prazo de sete
anos, isto é, até 2020, garantirá um período de consolidação adequado, fundamental para a
gestão da garantia das obras, a estabilização tendencial do tarifário e a perceção e otimização do
funcionamento do empreendimento na sua plenitude, visando a sua efetiva contribuição e
integração das diversas valências no desenvolvimento sustentado da região".
Estando as seguintes infraestruturas terminadas, contempladas no respetivo Contrato de
Entrega, foram transferidos da subconta de “Produtos Acabados e Intermédios” os respetivos
investimentos: (i) no perímetro de rega do Monte Novo, que entrou em exploração no início de
2009; (ii) nos perímetros de rega do Alvito-Pisão e Pisão, que entraram em exploração no início
de 2010; (iii) nos perímetros de rega de Ferreira, Figueirinha e Valbom, Orada-Amoreira,
Brinches, Brinches-Enxoé, Serpa e Alfundão, concluídos em 2011; (iv) nos perímetros de rega
do Loureiro-Alvito e Ervidel 1, que ficaram substancialmente concluídos em 2012 e (v) nos
perímetros de rega do Ervidel 2 e 3 e Pedrogão 1 margem direita, que ficaram substancialmente
concluídos no primeiro semestre de 2013.
Ao valor do investimento (€ 401.264.950) foram adicionados os custos capitalizados nestas
infraestruturas, no montante de € 16.149.078, valores estes transferidos para a rubrica de
“Outras Contas a Receber- Estado (DGADR)”, que tem a propriedade de todas as infraestruturas
da rede secundária, construídas pela EDIA em sua representação, sendo também transferidos
para esta conta, todos os subsídios que lhes estavam associados provenientes do Orçamento do
Estado e da União Europeia que se encontram registados na rubrica de “Diferimentos”, no
montante de € 329.910.214, adotando assim um tratamento similar ao que foi adotado em anos
anteriores para a Infraestrutura 12, passando esta conta a refletir o valor que a EDIA espera vir a
receber do Estado, a título de ressarcimento da parte não subsidiada do investimento na rede
secundária (€ 87.503.815).
Devedores por Acréscimo de Rendimentos
No âmbito do Contrato de exploração das centrais de Alqueva e Pedrógão e de subconcessão do
domínio público hídrico, e de acordo com o estabelecido no N.º 2 do Anexo VII, segundo o
regime do acréscimo, em 30 de junho de 2013, a EDIA registou em “Devedores por Acréscimo
de Rendimentos” os montantes de: (i) € 1.218.309 que corresponde na sua globalidade à
especialização da componente de exploração dos perímetros de rega, no primeiro semestre e (ii)
€ 479.151 em 30 de junho de 2013 que representa o valor da estimativa, para o ano de 2013, da
compensação financeira resultante da revisibilidade da alteração dos volumes anuais das
retiradas de água das albufeiras de Alqueva e Pedrógão, a faturar à Empresa Hidroelétrica do
Guadiana (do grupo EDP).
Outros Devedores
O valor de € 1.017.327 registado em “Outros Devedores” reflete na sua maioria, o redébito de
custos no âmbito da gestão e fiscalização das empreitadas, imputados aos consórcios,
suportados inicialmente pela EDIA mas cuja responsabilidade não é do dono de obra, mas sim
dos empreiteiros, uma vez que correspondem a um período fora da prorrogação legal concedida.
Fundos Comunitários
O montante de € 259.108 corresponde aos valores de pedidos de pagamento de financiamento
comunitário, ainda não liquidados, mas que a EDIA estima com um grau elevado de certeza vir
a receber.
Depósitos Cativos
96 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
O valor de € 128.048 corresponde a depósitos cativos de curto prazo, constituídos com fundos
próprios, no âmbito de processos de expropriação litigiosos e outros custos judiciais.
15. Diferimentos
15.1.Diferimentos (Ativo Corrente)
Os diferimentos apresentados no Ativo Corrente (gastos a reconhecer) incluem, essencialmente
os prémios dos seguros pagos até 30 de junho de 2013 mas correspondentes a períodos de
vigência posteriores (€ 450.581), sendo que os prémios de seguros com valor mais significativo
se referem aos ramos “All Risks Industrial”, “Responsabilidade Civil Geral e de Exploração”
das infraestruturas do EFMA e também “Saúde Grupo”.
15.2.Diferimentos (Passivo Corrente e Não Corrente)
Esta rubrica (rendimentos a reconhecer) apresenta a seguinte repartição entre Passivo Corrente e
Passivo não Corrente:
15.2.1. – Diferimentos - Subsídios do Estado
Os subsídios do Estado evidenciados nesta rubrica do Passivo correspondem a subsídios ao
investimento, atribuídos a fundo perdido.
Os investimentos obtiveram financiamentos comunitários, sobretudo, no âmbito do QCA II
(FEDER, FEOGA e Fundo de Coesão), QCAIII (FEDER e FEOGA-O), QREN (FEDER e
Fundo de Coesão) e PRODER (FEADER).
Alguns desses investimentos foram também financiados pelo PIDDAC para fazer face à
contrapartida nacional dos projetos apoiados pelo FEOGA no QCA III, e pelo FEADER no
PRODER.
Em 31 de dezembro de 2012 o valor dos subsídios ao investimento reconhecido no Passivo
incluía todos os subsídios relativos à rede secundária de rega (€ 371.626.214). No primeiro
semestre de 2013, na sequência da assinatura do “Contrato de Concessão relativo à Gestão,
Exploração, Manutenção e Conservação das Infraestruturas da Rede Secundária do
Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA)” os subsídios associados às
infraestruturas da rede secundária já concluídas, no montante de € 329.910.214, foram
transferidos para a conta a receber da DGADR, na rubrica de “Outras Contas a Receber” (ver
Euros
Correntes Não Correntes Correntes Não Correntes
Diferimentos - Subsídios do Estado 2.697.135 148.313.062 1.816.051 475.883.853
Outros Diferimentos 14.384.848 164.948.387 14.209.439 171.736.064
17.081.984 313.261.449 16.025.490 647.619.917
Rendimentos a Reconhecer30-Jun-13 31-Dez-12
97 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Notas 11 e 14). Esta transferência justifica a significativa redução no valor de “Diferimentos –
Subsídios do Estado” no primeiro semestre de 2013.
No caso dos subsídios relativos ao segmento “água” (€ 508.032.120), o respetivo montante tem
vindo a ser sucessivamente desreconhecido no âmbito do registo das perdas por imparidade dos
ativos afetos a este segmento.
Os subsídios do Estado apenas são reconhecidos quando existe uma certeza razoável de que a
Empresa irá cumprir com as condições de atribuição dos mesmos e de que os mesmos irão ser
recebidos.
15.2.2. – Outros Diferimentos
O valor de rendimentos diferidos do contrato de concessão da exploração das centrais
hidroelétricas de Alqueva e Pedrógão com a EDP, evidenciado em 30 de junho de 2013 no
Passivo não Corrente (€ 164.948.387) e no Passivo Corrente (€ 14.384.848), decorre do
recebimento de € 195.000.000, em 1 de novembro de 2007, nos termos da alínea a) do N.º 1 da
cláusula 6.ª do “Contrato de exploração das centrais hidroelétricas de Alqueva e Pedrógão e de
Subconcessão do Domínio Público Hídrico”, celebrado com a EDP. Os montantes recebidos e a
receber da EDP no âmbito deste contrato serão reconhecidos como rendimentos ao longo do
período de duração do contrato (35 anos), com início de 1 de novembro de 2007.
Assim, as referidas contas de rendimentos a reconhecer traduzem: (i) parte dos € 195.000.000
que ainda não foi reconhecida em rendimentos; e (ii) o diferencial entre os valores recebidos
anualmente da EDP e o valor do rédito já reconhecido da atualização dos fluxos de caixa futuros
à taxa efetiva de 5,5%.
A 30 de junho, foram reconhecidos € 7.104.592 de rendimentos, referentes a 2013, dos quais €
5.507.643 se referem a prestação de serviços e € 1.596.949 a juros.
16. Capital Próprio
No período compreendido entre 31 de dezembro de 2012 e 30 de junho de 2013, os capitais
próprios da EDIA tiveram a seguinte evolução:
Euros
Capital Realizado 387.267.750 387.267.750
Outras Reservas 9.202.700 9.202.700
Resultados Transitados -866.619.849 7.703.003 8.567 -858.925.413
Resultado Líquido do Período 7.703.003 16.443.454 -8.740.451
Interesses Minoritários 16.763 56.760 -39.997
-462.429.633 7.703.003 16.508.781 -471.235.411
Contas Saldo Inicial Aumentos Diminuições Saldo Final
98 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
16.1. Capital Realizado
A Empresa-Mãe é uma sociedade anónima em que o capital social é detido na sua totalidade
pelo acionista Estado Português, através da DGTF.
O Capital inicial da EDIA (€ 2.493.990) foi sucessivamente aumentado, no período de 1996 a
2009.
Em 30 de junho de 2013, o capital social da Empresa, integralmente subscrito e realizado, de
€ 387.267.750 é composto por 77.453.550 ações com o valor nominal de € 5 cada.
16.2. Outras Reservas
A rubrica “Outras Reservas” inclui, essencialmente:
€ 8.479.554 de subsídios recebidos em 1995, no âmbito da transferência para a EDIA
das verbas incluídas no Orçamento de Estado para a extinta Comissão Instaladora do
Alqueva;
€ 592.267 relativos à transferência para a EDIA do ativo da referida Comissão;
€ 9.975 referentes à doação de mural para o edifício da sede da EDIA; e
€ 120.904 de subsídios afetos às áreas sobrantes (que não configuram investimentos
amortizáveis).
Estas reservas não foram impostas pela lei ou pelos estatutos, nem constituídas de acordo com
contratos firmados pela Empresa.
16.3. Resultados Transitados
O resultado desta rubrica em 30 de junho de 2013 (€ 858.925.413 negativos) está
essencialmente relacionado com o reconhecimento de perdas por imparidade nos “Ativos
Intangíveis” do segmento “água”, cujo valor acumulado (líquido dos respetivos subsídios que
têm vindo a ser desreconhecidos) ascende a € 849.522.496.
17. Imparidade de Ativos
17.1. Imparidade de Ativos Intangíveis
Na sequência da cedência à EDP, pelo período de 35 anos, da exploração das centrais
hidroelétricas de Alqueva e de Pedrógão e dos direitos de utilização privativa do respetivo
domínio público hídrico, encontravam-se já definidas, desde outubro de 2007, a generalidade
das receitas de exploração associadas à componente hidroelétrica do EFMA até ao ano de 2042.
No entanto, à data do encerramento das contas de 2009 e das de anos anteriores, ainda não havia
sido definido, pelo MAM, o tarifário de fornecimento de água a partir do sistema primário do
Empreendimento, o qual iria influenciar de forma determinante as receitas de exploração
esperadas da Empresa e permitiria avaliar em que medida as receitas totais de exploração
esperadas com a utilização do domínio público hídrico afeto ao EFMA (as associadas ao
fornecimento de água para rega e abastecimento humano, e as decorrentes da exploração
99 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
hidroelétrica) permitiriam recuperar o investimento global previsto no âmbito do
Empreendimento.
No entanto, seria já possível, à data de encerramento das contas, quer de 2009 quer de anos
anteriores, prever que os investimentos realizados no EFMA implicariam a necessidade de
reconhecimento de perdas de imparidade.
No entanto, é importante ter presente que o EFMA foi concebido como um instrumento de
desenvolvimento regional de uma zona deprimida do interior do país, com especial enfoque na
conversão do sector agrícola de sequeiro para regadio.
O EFMA representa uma obra de aproveitamento de recursos hídricos associados ao Rio
Guadiana e que garante uma reserva estratégica de água, contribuindo para inverter as
tendências de declínio populacional e económico de uma vasta região do Alentejo, revestindo-
se, assim, de um enorme interesse nacional, com os consequentes benefícios que advêm da sua
concretização, ao nível da melhoria da qualidade de vida da população da região do Alentejo,
bem como à promoção económica, social e ambiental.
Este investimento destinou-se, desde sempre, a suprimir enormes carências existentes na região
relacionadas com a disponibilidade de água para fins de abastecimento humano, agrícolas e
industriais. Nesse sentido, e considerando também as externalidades positivas geradas para a
económica nacional, nunca esteve em causa o retorno financeiro dos ativos do EFMA,
exclusivamente decorrente das receitas geradas pela atividade da EDIA. O pressuposto
fundamental consistia em garantir que os benefícios económicos futuros tivessem capacidade de
cobrir os custos de exploração das atividades (sem considerar a amortização dos investimentos),
gerando expectavelmente resultados de exploração são positivos.
O Estado Português assumiu desde a sua génese o caráter de fins múltiplos deste
Empreendimento, cuja concretização decorreria da utilização plena e eficiente da enorme
“reserva estratégica de água” a armazenar nas albufeiras de Alqueva e Pedrógão. Sendo detentor
único do capital da EDIA, o Estado Português sempre assumiu, como consequência, a
necessidade de assegurar a dotação dos fundos necessários à prossecução do seu objeto, criando
as condições para a Empresa honrar os compromissos assumidos no decorrer da execução do
projeto.
O rédito do serviço disponibilizado pela EDIA relacionado com a distribuição de água é
calculado de acordo com a tarifa definida pelo Estado, que por sua vez, no seu cálculo,
considera um conjunto de pressupostos que extravasam o interesse económico dos
investimentos realizados.
Existindo (desde anos anteriores) indícios de que os ativos do segmento “água” estariam em
imparidade mas não sendo possível calcular a quantia recuperável de ativos individuais afetos a
este segmento, dada a forte interligação dos influxos de caixa dos vários ativos ou grupos de
ativos do segmento, a EDIA determinou a quantia recuperável da unidade geradora de caixa
(“mais pequeno grupo identificável de ativos que seja gerador de influxos de caixa e que seja
em larga medida independente dos influxos de caixa de outros ativos ou grupos de ativos”) que
corresponde a todo o segmento “água”.
Na sequência da definição, em 2010, do tarifário de fornecimento de água do sistema primário,
a EDIA estimou a quantia recuperável dos ativos do segmento “água” através da determinação
do respetivo valor de uso, tendo-se concluído, nos testes de imparidade efetuados com
referência a 30 de junho de 2013 e em anos anteriores (2009 a 2012), que o valor presente dos
fluxos de caixa futuros associados a este segmento é negativo, pelo que a perda de imparidade
100 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
nas referidas datas corresponde ao valor total dos ativos (líquido dos passivos indissociáveis)
afetos a este segmento.
Para este efeito, foram considerados fluxos de caixa até o ano de 2082, ano em que termina
contrato de concessão à EDIA que contempla a gestão, exploração e utilização privativa do
domínio público hídrico afeto ao EFMA, ao abrigo do disposto no Decreto - Lei N.º 313/2007.
Para a atualização dos fluxos de caixa futuros foi utilizada uma taxa de desconto de 5,49%
baseada no custo médio ponderado do capital (Weighted Average Cost of Capital - WACC), por
forma a refletir: (i) o valor temporal do dinheiro para os períodos até 2082; (ii) as expectativas
acerca das variações possíveis na quantia ou tempestividade dos fluxos de caixa; (iii) o preço de
suportar a incerteza inerente ao ativo; e (iv) outros fatores que os participantes no mercado
refletiriam ao apreçar os fluxos de caixa futuros que a Empresa espera obter dos ativos.
Tendo presente que todas as projeções futuras foram elaboradas com base em pressupostos
considerados razoáveis e suportáveis, tendo em conta o mercado presente e futuro e que as
decisões tomadas nas últimas projeções/estudos foram aprovadas por parte da administração da
EDIA, os principais pressupostos adotados são os seguintes:
Taxa de adesão ao recurso água crescente em 10 anos;
Consumo médio de água de 4.000 m3/ha, em 80% da área coberta;
Preço unitário de referência para fornecimento de água destinada a rega para fins
agrícolas, à saída da rede primária, de 0,042€/m3, sendo que os valores no 1.º ano
correspondem a 30% desse valor, aumentando anual, automática, progressiva e
linearmente até atingirem o mencionado valor de referência no 8.º ano (conforme
Despacho N.º 9000/2010, de 26 de Maio); e
Taxa de atualização de preços de 2%.
Na medida em que as condições e pressupostos contemplados nos estudos de imparidade
reportados a 31 de dezembro de 2009 já existiam ou eram previsíveis à data do encerramento
das contas do exercício de 2008, no âmbito da reexpressão das demonstrações financeiras do
exercício de 2009, foram imputadas a Resultados Transitados as perdas de imparidade
correspondentes à totalidade dos ativos afetos ao segmento “água”, à data de 31 de dezembro de
2008.
Os ativos e passivos do segmento “água”, assim como as perdas de imparidade reconhecidas
com referência a 30 de junho de 2013 e a 31 de dezembro de 2012, podem ser apresentadas da
seguinte forma:
No Subsistema de Alqueva, encontram-se integradas e em exploração as centrais mini-hídricas
de Alvito, Pisão, Roxo, Odivelas e, no Subsistema do Ardila, a central mini-hídrica de Serpa.
Estas infraestruturas, tendo sido transferidas de “Ativos Intangíveis em Curso” para firme e
consideradas unidades geradoras de caixa ao abrigo da ‘IAS 36 - Imparidade de Ativos’, foram
Euros
Segmento "água" 30-Jun-13 31-Dez-12 30-Jun-12
Ativos Intangíveis 1.357.554.616 1.343.345.743 1.328.069.780
Subsídios ao Investimento (508.032.120) (500.986.741) (460.081.427)
Imparidade Acumulada 849.522.496 842.359.002 867.988.353
Perdas por Imparidade Reconhecidas no Período 7.163.494 (16.346.989) 9.282.362
101 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
alvo de testes de imparidade que permitissem concluir sobre a parte do investimento efetuado
em imparidade, especificamente para as componentes “elétrica” e “rega”.
Este estudo, como todos os estudos de índole prospetiva, tem os seus resultados estritamente
ligados à validade das diferentes hipóteses de evolução que nele se consideram,
designadamente, e entre outros pressupostos, no que concerne aos volumes efetivamente
turbinados e aos custos unitários da energia, no horizonte de projeto.
A subdivisão destes custos pelas componentes “elétrica” e “rega” foi obtida pela
individualização dos valores correspondentes aos investimentos diretamente afetos à produção
de energia, tendo em consideração os valores de obra e do equipamento existentes nestas
infraestruturas e que se encontram diretamente relacionadas com as funções “produção de
eletricidade” e “rega”.
Tendo presente estes pressupostos e o objetivo do estudo, face ao conjunto de análises
efetuadas, a conclusão foi de que estas unidades geradoras de caixa originam benefícios
económicos futuros suficientes para assegurar o retorno do investimento, isto é, não se
encontram em imparidade.
De salientar que, de igual modo, de acordo com os estudos e melhores projeções da EDIA, não
existe qualquer imparidade ao nível dos ativos do segmento “energia”.
Às perdas por imparidade do segmento “água” reconhecidas no período findo em 30 de junho
de 2013, acima descriminadas, de € 7.163.494, é deduzido, na determinação do valor de
“Imparidade de Ativos Fixos Tangíveis e Ativos Intangíveis” evidenciado na Demonstração
Consolidada do Rendimento Integral (€ 7.137.790), uma reversão de perdas por imparidade de €
25.704 referente à Gestalqueva.
17.2. Imparidade de Dívidas a Receber
O valor de € 173.152 registado na rubrica de “Imparidades de Dívidas a Receber” reflete as
imparidades que resultam dos indícios de incobrabilidade, isto é, dos créditos em mora pelos
serviços de distribuição de água prestados pela EDIA, quando os clientes não respeitam o prazo
contratualizado entre a Empresa e o adquirente.
Os créditos de cobrança duvidosa, após avaliação por parte do Grupo, são objeto de
reconhecimento contabilístico das respetivas imparidades.
18. Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
O Grupo analisa de forma periódica eventuais obrigações que resultem de eventos passados e
que devam ser objeto de reconhecimento ou divulgação.
São reconhecidas provisões apenas quando o Grupo tem uma obrigação presente (legal ou
implícita) resultante de um acontecimento passado e que seja provável que, para a liquidação
dessa obrigação, ocorra uma saída de recursos e o montante da obrigação possa ser
razoavelmente estimado.
A subjetividade inerente à determinação da probabilidade e montante de efluxo de recursos
necessário para a liquidação das obrigações poderá conduzir a ajustamentos significativos, quer
102 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
por variação daquele pressuposto, quer pelo futuro reconhecimento de provisões anteriormente
divulgadas como passivos contingentes.
A EDIA considerou, com base no julgamento do Conselho de Administração e na análise
aprofundada de cada um dos processos por parte do Gabinete Jurídico interno e de advogados
externos, que estavam cumpridas as condições para o reconhecimento das provisões, referidas
no parágrafo 14 da ‘IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes’.
Em particular no que respeita à condição de que “seja provável que um exfluxo de recursos que
incorporem benefícios económicos será necessário para liquidar a obrigação”, foi utilizado o
critério definido no parágrafo 23 da referida ‘IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes’, considerando como provável o exfluxo “se o acontecimento for mais
propenso do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o acontecimento ocorrerá for
maior do que a probabilidade de isso não acontecer”.
Esta estimativa baseia-se numa análise técnica aprofundada do Gabinete Jurídico que emite,
para o efeito, um documento em que determina qual a sua melhor estimativa dos valores a
provisionar, com base na experiência da EDIA quanto ao desfecho de processos semelhantes e
com base nas informações dos advogados externos que colaboram com a Empresa.
Nos períodos findos em 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2012, para fazer face aos
processos judiciais e outras obrigações presentes decorrentes de acontecimentos passados, a
EDIA constituiu provisões mas também fez reversões que respeitam a anulações por as quantias
provisionadas se revelarem desnecessárias ou porque os processos findaram.
18.1. Provisão para Processos Judiciais em Curso e Expropriações Litigiosas
Em 30 de junho de 2013, são conhecidos vários processos litigiosos resultantes, quer de
processos judiciais em curso, quer de expropriações, associados ao investimento do EFMA, que
poderão resultar em encargos e responsabilidades adicionais para a EDIA, tendo a Empresa
constituído provisões para cobrir estas responsabilidades, com base na sua melhor estimativa do
valor dos encargos futuros a suportar.
Euros
Saldo Inicial Aumentos Reduções Saldo Final
Provisões
Provisão para Processos Judiciais em Curso e Expropriações Litigiosas 10.742.437 2.837.868 2.388.441 11.191.863
Provisão IFRIC 12 1.173.396 697.660 1.871.056
11.915.833 3.535.528 2.388.441 13.062.919
Provisões (DCPF)30-Jun-13
Euros
Saldo Inicial Aumentos Reduções Saldo Final
Provisões Provisão para Processos Judiciais em Curso e Expropriações Litigiosas 10.363.061 386.553 7.177 10.742.437
Provisão IFRIC 12 1.269.089 95.693 1.173.396
11.632.150 386.553 102.870 11.915.833
Provisões (DCPF)31-Dez-12
103 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
O montante (€ 11.191.863) refletido na rubrica de “Provisões - Processos judiciais e de
expropriação litigiosa” a 30 de junho de 2013, decorre dos seguintes processos judiciais em
curso e processos a decorrer no âmbito de expropriações litigiosas:
A Portucel Recicla intentou contra a EDIA uma ação para pagamento de quantia certa, sob a
forma de processo ordinário, onde reclama o pagamento de € 8.280.914 (correspondendo ao
valor já faturado de € 7.832.833 acrescido de juros de mora). A EDIA respondeu a esta ação
com “embargos de executado”, alegando que nada deve à Portucel Recicla por se terem alterado
os pressupostos que presidiram à outorga do auto de expropriação. Para fazer face às eventuais
responsabilidades decorrentes deste processo, a EDIA constituiu, em anos anteriores, uma
provisão de € 4.140.457, que foi estimada em metade do valor reclamado pela Portucel Recicla.
Em dezembro de 2011 a EDIA reforçou esta provisão pelo valor de € 1.388.625 (50% do
montante de € 2.777.250), valor este, destinado a garantir o reforço da quantia exequenda no
processo judicial da Comarca de Reguengos de Monsaraz, em que é exequente a Portucel
Recicla S.A. Em junho de 2013, a EDIA reforçou esta provisão pelo valor de € 2.837.868 (50%
do montante de € 5.675.736), que corresponde ao total de juros vencidos (atualizado à data de
junho de 2013), destinado a garantir o reforço da quantia exequenda no processo judicial da
Comarca de Reguengos de Monsaraz, em que é exequente a Portucel Recicla S.A. e que se
mantém provisionado à data deste relato.
A EDIA interpôs uma ação contra o consórcio Edifer/Obrecol/Opway, reclamando o pagamento
de € 4.233.022, acrescido de juros de mora, a título de ressarcimento pelas verbas despendidas
na reparação do canal da Infraestrutura 12 e ainda indemnização por danos na imagem. O
consórcio, em sede de reconvenção, reclama o pagamento de € 2.642.648 a título de juros de
mora por atrasos nos pagamentos e na libertação da caução. Em 2010 constituiu-se uma
Euros
Processos Judiciais 30-Jun-13 31-Dez-12
Portucel Recicla (Empreitada de Desmantelamento) 8.366.950 5.529.082
Processo Arbitral EDIA/Consórcio EDIFER/OBRECOL/SOPOL (Empreitada IE12) - 1.321.324
Processo Arbitral EDIA/Consórcio EDIFER/OBRECOL/SOPOL (Empreitada Equip.Colectivos nova Aldeia da Luz) - 917.117
Processo Arbitral EDIA/Tecnasol FGE 726.343 726.343
Processo Arbitral EDIA/Alexandre Barbosa Borges SA 604.005 604.005
Processo Arbitral EDIA/Teixeira Duarte SA/EPOS SA 490.430 490.430
Geraldo Magela Assis 488.852 488.852
Municípios de Reguengos de Monsaraz, Mourão, Portel, Moura e Alandroal 190.000 190.000
Monte Adriano SA 185.155 185.155
Herdeiros de Luís Soares da Cunha Florim - 150.000
Império Bonança 65.748 65.748
Outros 10.270 10.270
11.127.752 10.678.326
Processos de Expropriação Litigiosas
Herdade dos Bacelos 55.068 55.068
Joaquim Conceição Rato 4.737 4.737
Outros 4.306 4.306
64.111 64.111
11.191.863 10.742.437
104 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
provisão no montante de € 1.321.324 que corresponde a 50% do pedido formulado pelo
consórcio.
Em abril de 2013, é acordado e reciprocamente aceite um acordo entre a EDIA e o consórcio
Edifer/Obrecol/Opway, decorrente do litígio emergente do contrato da “Empreitada de
Construção da Totalidade do Canal de Adução da IE12, Reabilitação da Barragem do Monte do
Marmelo, Estação Elevatória do Monte do Marmelo e Rede Secundária do 1º Bloco de Rega da
mesma infraestrutura”, que se traduz na anulação da provisão constituída, no valor de €
1.321.324, deste processo arbitral.
Em relação ao processo interposto pelo consórcio Edifer/Obrecol/Opway, relativo à Empreitada
das habitações e comércios da construção da nova aldeia da Luz (provisão de € 917.117), é de
salientar que, nos termos de sentença proferida pelo Tribunal Arbitral em setembro de 2006,
ratificada em reunião de 24 de abril de 2007, a EDIA foi condenada a pagar € 710.015 mais
revisões de preços e juros, e paralelamente, o consórcio foi condenado ao pagamento de €
85.894. A EDIA impugnou o acórdão proferido, junto do Tribunal Administrativo.
Em abril de 2013, é acordado e reciprocamente aceite um acordo entre a EDIA e o consórcio
Edifer/ Obrecol/Opway, no âmbito da Empreitada das habitações e comércios da construção da
nova aldeia da Luz decorrente do litígio a título de trabalhos adicionais e custos de estaleiro e
correspondentes revisões de preços e juros de mora, que se traduz na anulação da provisão
inicialmente constituída deste processo arbitral, no valor total de € 917.117.
No que concerne ao processo intentado pela Tecnasol-FGE à EDIA, referente à Empreitada de
tratamento de fundações e de implementação do plano de observação do aproveitamento de
Pedrógão, a autora reclama, a título de trabalhos a mais e indemnização de maior onerosidade
na realização dos trabalhos, a quantia de € 1.198.090 acrescida de juros no montante de €
254.596. A EDIA constituiu, em anos anteriores, uma provisão (€ 726.343) que corresponde a
50% dos valores reclamados.
Em 2010 a EDIA foi citada para contestar uma ação judicial interposta pelas empresas Teixeira
Duarte, S.A. e EPOS, S.A. onde é reclamado o pagamento de € 671.983 a título de juros de
mora por atraso no pagamento de faturas vencidas no âmbito da Empreitada de Construção do
Túnel Loureiro-Alvito. A EDIA contestou por exceção e impugnação e atendendo à matéria em
discussão, constituiu uma provisão no valor de € 490.430, correspondente ao valor mínimo que
a EDIA terá que pagar se não vingar a defesa por exceção.
Em 2011, na sequência da ação de condenação (ainda na fase dos articulados) intentada pela
empresa Alexandre Barbosa Borges S.A., contratada pela EDIA para a execução da
“Empreitada de construção das centrais mini-hídricas do Alvito e de Odivelas do EFMA”, a
Autora peticiona o pagamento de € 1.208.009. Este montante é a título de trabalhos a mais
titulados em contrato adicional, acrescido de juros vencidos, custos indiretos de produção e
juros de mora sobre a faturação paga em atraso. A provisão constituída (€ 604.005) corresponde
a 50% do pedido formulado pelo Consórcio.
Em 2012, cinco municípios da área do regolfo de Alqueva (Reguengos de Monsaraz, Mourão,
Portel, Moura e Alandroal) interpuseram uma ação que respeita ao pagamento de rendas
alegadamente em dívida pela EDIA àqueles municípios, nos termos do disposto no Decreto-Lei
N.º 424/83, de 6 de dezembro, que obriga a EDP, enquanto titular de centros electroprodutores,
ao pagamento de determinadas verbas anuais aos municípios afetados. Não é formulado pedido
exato por alegada falta de elementos para aplicar a fórmula de cálculo do valor das rendas
legalmente previstas. A EDIA vai contestar, mas a sua direção operacional de infraestruturas
105 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
primárias e de energia estimou um valor de rendas na ordem dos € 190.000, valor pelo qual foi
constituída a provisão para este processo.
No ano de 2012, foi interposta uma ação pela empresa de construção Monte Adriano SA, no
âmbito da Empreitada de construção do 3.º troço do adutor Pisão-Roxo (Penedrão-Roxo) e da
barragem do Penedrão. O empreiteiro reclama o pagamento de trabalhos no valor de € 370.310,
alegando que esse montante não lhe foi pago por incorreta interpretação da EDIA a respeito do
âmbito de trabalho de determinada rubrica do mapa de quantidades. A EDIA vai contestar e
provisionou 50% (€ 185.155) do montante pedido pelo empreiteiro.
Numa ação de condenação decorrente de um acidente que vitimou um particular, ocorrido em
Alqueva, foi interposto um recurso para o Tribunal da Relação, o Acórdão foi proferido e a
EDIA foi absolvida do pedido, anulando-se a provisão no valor de € 150.000€, no primeiro
semestre de 2013.
Os processos que resultam de expropriações litigiosas foram na sua generalidade remetidos aos
Tribunais Judiciais e estão suspensos a aguardar sentença sobre: (i) o valor da indemnização, (ii)
os autos de identificação atualizada dos proprietários, (iii) a habilitação de herdeiros e (iv) o
impulso dos expropriados e/ou citação de todos os interessados.
De salientar que o facto das provisões para vários dos processos judiciais em curso terem sido
quantificadas em 50% dos valores reclamados pelos autores dos processos decorre do processo
de mensuração da provisão, ou seja, foi considerado que 50% do valor reclamado seria a melhor
estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação no fim do período de relato, nos
termos do parágrafo 36 da ‘IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes’.
18.2. Provisão IFRIC 12
As infraestruturas relativas às utilizações do domínio público hídrico afeto ao EFMA objeto do
respetivo contrato de concessão, celebrado entre a EDIA e o Estado, e que fazem parte do
sistema primário (barragens; centrais hidroelétricas e rede primária) do Empreendimento,
enquanto durar a concessão, são propriedade da concessionária.
A rubrica “Provisão-IFRIC 12” reflete o valor presente da estimativa de encargos relativos à
obrigação contratual de manter/conservar, ao longo do período da concessão, as infraestruturas
afetas às atividades de produção de energia e de distribuição de água, que revertem para o
Estado no final do período da concessão. Esta provisão engloba apenas as grandes reparações e
substituições que se prevê venham a ser efetuadas ao longo do período da concessão, não
incluindo, a manutenção e a conservação correntes desses ativos, as quais são reconhecidas
como gastos nos exercícios em que ocorrem.
Esta provisão foi reconhecida e mensurada, com base nos pressupostos do estudo de viabilidade
económico e financeiro utilizado:
Valor total dos investimentos em exploração, nomeadamente os equipamentos e a
construção civil, sem considerar o valor dos terrenos submersos e sobrantes;
Aplicação de uma taxa estimada de 0,2% aos investimentos da atividade de distribuição
de água, para apuramento do custo médio das grandes reparações anuais;
Não se consideram custos de grandes reparações para a atividade produção de energia,
uma vez que, ao abrigo do contrato de subconcessão celebrado com a EDP, estes custos
são da sua responsabilidade;
106 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Prazo estimado para fazer face a grandes reparações, nos equipamentos e na construção
civil, de 20 e 30 anos respetivamente;
Taxa média de financiamento de 7,90% para o período de 2013-2082; e
A previsão da Euribor é feita com base nas taxas spot da Bloomberg.
No âmbito da aplicação da IFRIC12 - Acordos de Concessão de Serviços, à data de 30 de junho
de 2013, em relação às infraestruturas que já se encontram em exploração, foi registado um
reforço de provisão no valor de € 697.660, dado o aumento das taxas de desconto consideradas
para o respetivo cálculo.
19. Financiamentos Obtidos
Os “Financiamentos Obtidos” respeitam essencialmente a obrigações não convertíveis e
financiamentos contraídos junto de instituições de crédito nacionais e estrangeiras, da Empresa-
Mãe.
O financiamento dos investimentos realizados nas várias infraestruturas do EFMA envolveu, até
à presente data, a contratação de vários empréstimos por obrigações, de um empréstimo do
Banco Europeu de Investimento (BEI) e de diversos empréstimos bancários de curto prazo. Em
30 de junho de 2013, estão em vigor os seguintes financiamentos obtidos:
BEI - € 135 000 000
Data de início do contrato: 1999
Prazo: 20 anos
Período de carência: 7 anos
O montante de € 135.000.000,00, refletido na conta de empréstimos, resulta da
utilização total das tranches A, B, C e D
O reembolso deste empréstimo será efetuado da seguinte forma:
€ 35.000.000 - Tranche A - 18 amortizações anuais e consecutivas com início em
Setembro de 2007
€ 35.000.000 - Tranche B - 23 amortizações anuais e consecutivas com início em
Setembro de 2007
€ 32.500.000 - Tranche C - 18 amortizações anuais e consecutivas com início em
Março de 2009
€ 32.500.000 - Tranche D - 23 amortizações anuais e consecutivas com início em
Março de 2009
Taxa Juro: taxa determinada pelo BEI em conformidade com os procedimentos
estabelecidos pelo seu Conselho de Administração e que não poderá exceder a taxa
Euribor 3 meses acrescida de 0,15%
Euros
Correntes Não Correntes Correntes Não Correntes
Empréstimos por Obrigações 418.698 449.140.043 449.552.403 418.698 449.053.348 449.472.046
Empréstimos Bancários 156.904.027 91.425.121 248.329.147 69.872.540 94.866.028 164.738.567
Contas Correntes Caucionadas - 77.600.000 77.600.000
Locações Financeiras 30.882 30.882 35.481 35.481
Depósitos à Ordem-Saldos Credores - 54.099 54.099
157.353.606 540.565.164 697.912.432 147.980.818 543.919.376 691.900.194
Financiamentos Obtidos30-Jun-13
Total31-Dez-12
Total
107 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Reembolsos até 30-06-2013: € 36 890 097
Montante em Dívida: € 98 109 903
Empréstimo Obrigacionista - € 300 000 000
Data de início do contrato: 2003
Prazo: 15 anos
Reembolso: total no final do contrato (2018)
Este empréstimo obrigacionista foi celebrado junto do BNP Paribas e do Caixa-Banco
de Investimento, S.A.
Os cupões são trimestrais e o seu reembolso é “bullet”
Taxa Juro: Euribor 3 meses + Spread 0,10%
Empréstimo Obrigacionista - € 56 180 000
Data de início do contrato: 2007
Prazo: 20 anos
Reembolso: total no final do contrato (2027)
Este empréstimo obrigacionista foi contraído junto do Millennium BCP e do BPI
Os cupões são semestrais e o seu reembolso é “bullet”
Taxa Juro: Euribor 3 meses + Spread 0,005%
Empréstimo Obrigacionista - € 94 350 000
Data de início do contrato: 2010
Prazo: 20 anos
Reembolso: a partir de fevereiro de 2017, inclusive, em 28 prestações semestrais, iguais
e sucessivas
Este empréstimo obrigacionista foi contraído junto do Sindicato Bancário constituído
por Banco Infrastrutture Innovazione e Sviluppo, SpA (BIIS); Banco BPI, S.A. (BPI);
Banco Santander Totta, S.A. (Santander); Caixa - Banco de Investimento, S.A.
(CaixaBI); Dexia Sabadell, S.A. – Sucursal em Portugal (Dexia)
Taxa Juro: Euribor 6 meses + Spread 2,65%
Conta Corrente Caucionada Santander-Totta - € 5 000 000
Data de início do contrato: 02/05/2013
Data do fim do contrato: 02/11/2013
Taxa de juro: Euribor a 3 meses + Spread 6,75%
Conta Corrente Caucionada BES – € 45 000 000
Data de início do contrato: 20/05/2013
Data do fim do contrato: 19/08/2013
Taxa de juro: Euribor a 3 meses + Spread 8%
Conta Corrente Caucionada BES – € 27 600 000
Data de início do contrato: 20/05/2013
Data do fim do contrato: 19/08/2013
Taxa de juro: Euribor a 3 meses + Spread 8%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) Millennium BCP – € 32 657 000
Data de início do contrato: 06/06/2013
Data do fim do contrato: 08/07/2013
Taxa fixa: 4,40%
108 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) BPI – € 5 025 000
Data de início do contrato: 14/06/2013
Data do fim do contrato: 14/09/2013
Euribor a 3 meses + Spread 7%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) CGD – € 15 225 000
Data de início do contrato: 15/04/2013
Data do fim do contrato: 15/07/2013
Euribor a 3 meses + Spread 5,75%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) CGD – € 2 700 000
Data de início do contrato: 04/05/2013
Data do fim do contrato: 04/08/2013
Euribor a 3 meses + Spread 5,75%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) CGD – € 2 700 000
Data de início do contrato: 17/05/2013
Data do fim do contrato: 17/08/2013
Euribor a 3 meses + Spread 5,75%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) CGD – € 3 729 000
Data de início do contrato: 13/06/2013
Data do fim do contrato: 13/09/2013
Euribor a 3 meses + Spread 5,75%
Empréstimo Bancário (Curto Prazo) CGD – € 1 815 000
Data de início do contrato: 14/06/2013
Data do fim do contrato: 14/09/2013
Euribor a 3 meses + Spread 5,75%
Os financiamentos obtidos no Millennium BCP (€ 8.280.914) e no Banco Espírito Santo
(€ 166.528) correspondem aos empréstimos destinados a financiar a constituição de depósitos
caução, ambos à ordem do Tribunal de Reguengos de Monsaraz, no âmbito do processo judicial
a decorrer com a Portucel Recicla e de processos litigiosos de expropriação, respetivamente.
O escalonamento das dívidas constantes da Demonstração da Posição Financeira em 30 de
junho de 2013 e em 31 de dezembro de 2012, com vencimento a mais de 5 anos, ascende a:
Euros
30-Jun-13 31-Dez-12
Empréstimos por Obrigações Não Convertiveis
Empréstimo Obrigacionista de 2003 (300 M€) 300.000.000 300.000.000
Empréstimo Obrigacionista de 2007 (56,18 M€) 56.180.000 56.180.000
Empréstimo Obrigacionista de 2010 (94,35 M€) 84.241.071 87.610.714
Dívidas a Instituições de Crédito
Banco Europeu de Investimento (135M€) 64.685.990 67.904.589
Total 505.107.062 511.695.303
109 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Para cumprimento do definido na ‘IAS 23 - Custos de Empréstimos Obtidos’, nomeadamente
quanto ao dever da entidade divulgar a quantia de gastos com os empréstimos obtidos,
capitalizada durante o período e a taxa de capitalização usada para determinar a quantia dos
gastos dos empréstimos obtidos elegíveis para capitalização, indica-se que, no primeiro
semestre de 2013, foram capitalizados os gastos a uma taxa média de 50,55% perfazendo o
valor de € 4.602.985.
20. Fornecedores e Outras Contas a Pagar
20.1. Fornecedores c/c e Fornecedores de Investimentos
Os saldos dos fornecedores associados aos investimentos na rede secundária, evidenciados na
rubrica de “Inventários”, são registados na rubrica “Fornecedores C/C”, em vez de
“Fornecedores de Investimento”, pois não decorrem de investimentos em ativos fixos tangíveis
ou intangíveis mas de trabalhos de construção relevados na rubrica de “Fornecimentos e
Serviços Externos”.
20.2. Fundos Comunitários
Esta conta inclui: (i) no Passivo Corrente, os fundos já recebidos, afetos à rede secundária, em
que a despesa ainda não foi realizada, prevendo-se que estes valores venham a ser devolvidos
até final do ano de 2013, (ii) no Passivo não Corrente, os adiantamentos recebidos de
financiamentos comunitários, no âmbito do PRODER, em que só é expectável a sua utilização,
por dedução a despesa a realizar, a mais de doze meses. Estas candidaturas foram aprovadas no
fim do ano de 2012 e o seu encerramento está previsto para o final de 2015
20.3. Credores por Acréscimos de Gastos
A conta de “Credores por Acréscimos de Gastos” reflete essencialmente o valor especializado
dos gastos com os juros de financiamentos obtidos (essencialmente empréstimos obrigacionistas
e contas correntes caucionadas): € 3.312.599, em 30 de junho de 2013, e € 3.600.076, em 31 de
dezembro de 2012.
Euros
Correntes Não Correntes Correntes Não Correntes
Fornecedores
Fornecedores C/C 5.208.210 7.288.553
5.208.210 7.288.553
Outras Contas a Pagar
Fundos Comunitários 12.332.719 15.517.311 12.332.719 15.517.311
Credores por Acréscimos de Gastos 4.670.097 4.138.982
Fornecedores de Investimento 3.265.527 7.589.443
Outros Credores 2.033.129 1.274.910
Pessoal 8.985 21.866
22.310.457 15.517.311 25.357.920 15.517.311
Fornecedores e Outras Contas a Pagar30-Jun-13 31-Dez-12
110 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Esta conta inclui também: (i) o montante estimado de gastos com férias e subsídio de férias
adquiridos pelos funcionários da EDIA: € 1.002.345, em 30 de junho de 2013, e € 408.408, em
31 de dezembro de 2012; e (ii) outros valores especializados (€ 348.960), nomeadamente gastos
com eletricidade, que são faturados no mês seguinte àquele a que os consumos se referem.
21. Trabalhos para a própria Entidade
Os trabalhos para a própria entidade registam a imputação ao investimento em curso (rubricas
de “Ativos Fixos Tangíveis” e “Ativos Intangíveis”) dos gastos afetos às áreas operacionais da
Empresa ligadas diretamente à construção das infraestruturas do EFMA. Estes gastos estão
diretamente afetos à rede primária e ao centro de cartografia, efetuados sob administração direta
da Empresa.
22. Variação nos Inventários da Produção
A variação nos inventários da produção a 30 de junho de 2013 e a 31 de dezembro de 2012
discrimina-se da seguinte forma:
Na sequência da publicação do Decreto-Lei N.º 335/2001, de 24 de dezembro, que, com
exceção da Infraestrutura 12 e do Perímetro de Rega da Luz, prevê a transferência para o Estado
(MAM) das infraestruturas integrantes da rede secundária de rega afeta ao EFMA, a EDIA
passou, a partir do exercício de 2002, a evidenciar o gasto das obras com as infraestruturas da
rede secundária de rega na rubrica de” Inventários”.
Euros
Produtos Acabados e Intermédios 30-Jun-13 30-Jun-12
Inventário Final 0 333.495.109
Transferências 408.437.337
Inventário Inicial -355.001.498 -332.850.998
Variação nos Inventários da Produção 53.435.839 644.111
Produtos e Trabalhos em Curso 30-Jun-13 30-Jun-12
Inventário Final 14.317.486 73.863.426
Transferências 8.976.692
Inventário Inicial -68.758.146 -51.092.138
Variação nos Inventários da Produção -45.463.968 22.771.288
7.971.871 23.415.399
111 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Em 2013, com a entrada em exploração de mais dois perímetros de rega, Ervidel 2 e 3 e
Pedrogão - Margem Direita, e conforme tratamento dado em anos anteriores a outras
infraestruturas da mesma natureza, procedeu-se à transferência dos investimentos que estão
associados a essas infraestruturas, que se encontravam na conta “Produtos e Trabalhos em
Curso” para a conta “Produtos Acabados e Intermédios”.
Na sequência do contrato celebrado com o Estado (DGADR), em abril de 2013, o saldo à data
do relato da conta de “Produtos Acabados e Intermédios”, relacionado com a rede secundária,
investimentos nos perímetros de rega substancialmente concluídos e já em exploração, foi
transferido para a rubrica de “Outras Contas a Receber” (conta da DGADR), tendo presente que
é o Estado que tem a propriedade de todas as infraestruturas da rede secundária que a EDIA
construiu, em sua representação.
Os investimentos em curso das infraestruturas da rede secundária de rega, que correspondem
essencialmente a projetos afetos aos blocos de rega ainda em construção, continuam a ser
registados na subconta de “Produtos e Trabalhos em Curso”.
A rubrica “Variação nos Inventários da Produção” apresenta uma variação negativa face ao
período homólogo, justificada essencialmente pela reduzida taxa de realização de investimentos
na rede secundária no primeiro semestre de 2013.
23. Fornecimentos e Serviços Externos
Euros
Subcontratos 6.815.553 22.401.139
Electricidade 900.056 1.203.528
Trabalhos Especializados 555.363 334.483
Conservação e Reparação 389.913 295.387
Contencioso 268.014 155.883
Seguros 222.873 195.161
Vigilância e Segurança 137.459 165.546
Rendas e Alugueres 115.210 127.310
Combustíveis 102.984 103.225
Honorários 97.121 115.154
Comunicação 61.216 63.802
Publicidade e Propaganda 57.702 56.051
Limpeza e Higiene 52.255 44.789
Ferramentas e Utensílios 18.628 24.705
Deslocações e Estadas 18.534 10.902
Despesas de Representação 11.633 6.400
Material Escritório 8.193 11.010
Outros 45.210 53.408
Total 9.877.917 25.367.883
Fornecimentos e Serviços Externos 30-Jun-13 30-Jun-12
112 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
A rubrica de “Fornecimentos e Serviços Externos” apresenta uma variação negativa
significativa, em termos homólogos, devendo-se essencialmente à variação negativa da conta de
“Subcontratos”, decorrente do volume reduzido do investimento em curso na rede secundária de
rega (evidenciados na rubrica “Inventários”), sendo esta diminuição de gastos compensada por
uma redução de montante similar na conta de “Variação dos Inventários da Produção”.
Os aumentos mais significativos ocorreram nas rubricas de “Trabalhos Especializados” e
“Conservação e Reparação”, uma vez que o número de infraestruturas em exploração aumentou,
pelo que os gastos com pessoal técnico especializado na manutenção preventiva dos
equipamentos nessas infraestruturas dos perímetros de rega também subiram. A consequente
cessação de capitalização dos gastos inerentes às infraestruturas da rede primária a montante é
também um dos fatores decisivos para este acréscimo de gastos.
24. Gastos com o Pessoal
O número de trabalhadores do Grupo em 2013 e 2012 foi de 189 e 195, respetivamente.
Os “Gastos com o Pessoal” do Grupo EDIA tiveram a seguinte composição:
Face ao período homólogo, esta rubrica apresenta um aumento significativo, apesar de se ter
verificado uma redução dos gastos com os órgãos sociais, uma vez que o número de membros
do Conselho de Administração da Empresa-mãe passou de quatro para três. Essa variação
resulta sobretudo da reposição em 2013 das remunerações referentes aos 13.º e 14.º meses, não
pagas em 2012.
No final do primeiro semestre, as demonstrações financeiras refletem não só os duodécimos dos
subsídios de férias de 2013 (a pagar em 2014) e do subsídio de Natal (que tem vindo a ser
processado e pago em duodécimos em 2013), mas também o subsídio de férias de 2012 a pagar
no segundo semestre de 2013, na sequência do Acórdão n.º 187/2013, de 5 de abril, do Tribunal
Constitucional, que declarou a inconstitucionalidade de alguns artigos da Lei do Orçamento do
Estado para 2013, nomeadamente o artigo 29.º da Lei n.º 66-B/2012 de 31 de dezembro,
referente à suspensão do pagamento do subsídio de férias ou equivalente.
Em 2013 mantiveram-se em vigor algumas das medidas de redução de custos do Sector
Empresarial do Estado (SEE) aprovadas nos anos anteriores:
Euros
Gastos com o Pessoal 30-Jun-13 30-Jun-12
Remunerações 2.741.051 2.053.310
Encargos Sociais 614.320 518.269
Outros Gastos com o Pessoal 122.397 69.296
3.477.768 2.640.875
113 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Isenção de redução remuneratória para os trabalhadores que auferem uma remuneração
total ilíquida igual ou inferior a € 1.500 mensais;
Manutenção da redução efetiva de remuneração para todos os trabalhadores que
auferem uma remuneração total ilíquida calculada nos termos do N.º 1 do Art.º 20 da
Lei N.º 64-B/2011, de 30 de dezembro, superior a € 1.500 mensais;
Proibição de atribuição de prémios de desempenho ou outras prestações pecuniárias de
natureza afim;
Progressividade da redução remuneratória, de modo a assegurar maior redução por parte
e quem aufira uma redução total ilíquida mais elevada; e
Proibição de atribuição de quaisquer benefícios geradores de encargos, designadamente
subsídios, ajudas de custo ou quaisquer outros suplementos pecuniários com a
finalidade de compensar, direta ou indiretamente, as reduções remuneratórias.
Foram atribuídas, no decorrer dos anos de 2013 e 2012, aos membros dos órgãos sociais do
Grupo, as seguintes remunerações relacionadas com o exercício das suas funções:
As senhas de presença da Mesa da Assembleia Geral foram processadas e pagas em julho de
2013, após a realização da respetiva Assembleia Geral.
25. Outros Rendimentos e Ganhos
Euros
30-Jun-13 30-Jun-12
Conselho de Administração 107.549 161.749
Revisor Oficial de Contas 20.000 20.000
Conselho Fiscal 14.081 14.457
Mesa da Assembleia Geral - 388
Euros
Outros Rendimentos e Ganhos Operacionais 30-Jun-13 30-Jun-12
Juros Concessão Exploração da CHA e CHP 1.596.949 1.513.695
Imputação de Subsídios ao Investimento 955.309 937.082
Outros Rendimentos Suplementares 32.283 47.318
2.584.541 2.498.095
114 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
25.1. Juros
No âmbito do Contrato de concessão de exploração das centrais hidroelétricas de Alqueva
(CHA) e Pedrógão (CHP) celebrado com a EDP, a EDIA recebeu um montante inicial de €
195.000.000 e irá receber, por um período de 35 anos, um montante anual periódico de €
12.380.000 (valor atualizado em 2011).
Os montantes evidenciados na conta “Juros concessão exploração da CHA e CHP”
correspondem à parcela da remuneração (estabelecida no contrato com a EDP) que traduz a
atualização do capital (justo valor da subconcessão calculado à data da celebração do contrato),
com base numa taxa implícita de 5,5%.
25.2. Imputação de Subsídios ao Investimento
A rubrica “Imputação de Subsídios ao Investimento” reflete o reconhecimento em rendimentos
dos subsídios associados aos investimentos, na medida em que estes últimos são depreciados.
Não inclui:
Os subsídios destinados à construção da rede secundária de rega, que estão
evidenciados em “Diferimentos”, no Passivo não Corrente, uma vez que os ativos
correspondentes são propriedade do Estado. Estes subsídios foram deduzidos ao
investimento evidenciado na rubrica de “Inventários” quando foi celebrado o Contrato
de Concessão em abril de 2013 com a DGADR, por ter executado estes investimentos
com fundos próprios, em representação do Estado; e
Os subsídios associados à atividade de distribuição de água, cujos ativos se tem vindo a
concluir (nos testes de imparidade efetuados em 2013 e anos anteriores) e que estão em
imparidade total, pelo que têm vindo a ser desreconhecidos no âmbito do registo das
perdas de imparidade dos respetivos ativos, isto é, estas perdas são reconhecidas na
Demonstração dos Resultados pelo valor líquido dos respetivos subsídios.
26. Outros Gastos e Perdas
O saldo da rubrica “Outros Gastos e Perdas” é composto na sua maioria pelo valor referente ao
pagamento de taxas (Taxa de Recursos Hídricos - TRH) pelas utilizações dos recursos hídricos
em várias infraestruturas da EDIA, tais como Alqueva, Pedrógão, Cais da Barragem de
Alqueva, furo da Herdade da Coitadinha.
27. Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização
Os gastos/reversões de depreciação e amortização, em 2013 e 2012, discriminam-se da seguinte
forma:
115 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
28. Juros e Rendimentos Similares Obtidos e Juros e Gastos Similares Suportados
28.1. Rendimentos e Ganhos Financeiros
A conta “Outros Juros Obtidos” traduz, fundamentalmente, os juros de depósitos à ordem e a
prazo.
Euros
Ativos Fixos Tangíveis
Terrenos e Recursos Naturais 1 1
Edifícios e Outras Construções 135.036 141.231
Equipamento Básico 88.722 90.479
Equipamento de Transporte 10.093 17.351
Ferramentas e Utensílios 299 488
Equipamento Administrativo 32.179 68.487
Outros Ativos Tangíveis 23.315 27.112
289.645 345.149
Ativos Intangíveis
Terrenos e Recursos Naturais 425.175 424.817
Edifícios e Outras Construções 1.545.988 1.541.277
Equipamento Básico 641.195 641.199
Outros Ativos Intangíveis
Projetos de Desenvolvimento - 17.280
Programas de Computador 7.162 130.067
2.619.520 2.754.640
2.909.165 3.099.789
Gastos/Reversões de Depreciação e de Amortização 30-Jun-13 30-Jun-12
Euros
Rendimentos e Gastos Financeiros 30-Jun-13 30-Jun-12
Rendimentos e Ganhos Financeiros
Outros Juros Obtidos 26.194 2.389
26.194 2.389
Gastos e Perdas Financeiros
Juros e Gastos Similares Suportados 3.137.746 4.846.045
Outros Gastos e Perdas Financeiros 1.374.915 1.189.346
Outros Juros 677 913
4.513.338 6.036.304
116 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
28.2. Gastos e Perdas Financeiros
O decréscimo ocorrido na conta “Juros e Gastos Similares Suportados” deveu-se à diminuição
dos juros suportados associados aos empréstimos contraídos pela Empresa, dado que a taxa de
juro média real foi inferior à taxa de juro média em 2012, essencialmente em resultado da
descida da Euribor.
Os “Outros Gastos e Perdas Financeiros” incluem essencialmente serviços bancários e
comissões de garantia dos empréstimos obrigacionistas e bancários.
29. Interesses Minoritários
Os interesses minoritários na Demonstração da Posição Financeira discriminam-se como segue:
Os interesses minoritários na demonstração de rendimento integral têm a seguinte composição:
30. Segmentos Operacionais
A atividade do grupo EDIA está centrada em dois segmentos de negócio (Água e Energia). As
restantes áreas de negócio tais como o turismo, o ambiente, a cultura e a produção cartográfica,
devido à sua dimensão, foram agrupadas num único segmento (Projetos Especiais).
O segmento Água está relacionado com a gestão da utilização do domínio público hídrico afeto
ao EFMA com vista a garantir a sua distribuição através de critérios de rigor e sustentabilidade,
sendo constituído por duas vertentes: a do Armazenamento de Água, onde se destacam os
Euros
Interesses Minoritários de Capital Próprio
Gestalqueva (469) 10.597
Gescruzeiros (39.528) 6.166
(39.997) 16.763
Interesses minoritários-Posição financeira 30-Jun-13 31-Dez-12
Euros
Interesses Minoritários de Resultado Líquido
Gestalqueva (11.066) (24.982)
Gescruzeiros (45.306) (41.023)
(56.372) (66.005)
Interesses minoritários - Rendimento integral 30-Jun-13 30-Jun-12
117 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
grandes reservatórios (albufeiras de Alqueva e de Pedrógão), e a da Adução de Água, traduzida
pelos diversos subsistemas de abastecimento de água (Alqueva, Pedrógão e Ardila).
A atividade de Armazenamento de Água tem como fim o fornecimento de água, quer para fins
agrícolas, industriais ou abastecimento populacional, quer para produção hidroelétrica. Esta
“subatividade” apresenta réditos, essencialmente, internos.
Após a entrada em exploração de diversos perímetros de rega e da resolução administrativa por
parte do Estado, através do Despacho nº 9000/2010 dos Ministérios das Finanças e da
Administração Pública, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente
e do Ordenamento do Território, sobre o preço a aplicar à distribuição da água, o grupo EDIA
iniciou verdadeiramente a atividade de exploração da componente Adução de Água, prevendo-
se a breve prazo, um aumento gradual dos ganhos devido à entrada em exploração de novos
perímetros, ao aumento de adesão ao regadio agrícola e à utilização da água para fins industriais
e turísticos.
O segmento Energia é constituído pela produção de eletricidade através das centrais
hidroelétrica de Alqueva e Pedrógão, Mini-hídricas de Alvito, Odivelas, Pisão, Roxo e Serpa e
pela Central Fotovoltaica de Alqueva. O volume de negócio resulta, essencialmente do
recebimento da renda relativa ao contrato de concessão das centrais hidroelétricas de Alqueva e
Pedrógão à EDP, por um período de 35 anos. No entanto, refere-se também a exploração neste
período de todas as centrais mini-hídricas e da central fotovoltaica, sendo essa atividade
remunerada pelo fornecimento da eletricidade entregue na rede elétrica nacional.
O segmento Projetos Especiais, como referido anteriormente, abrange diversas áreas das quais
se destacam:
Centro de Cartografia, projeto originalmente criado como um apoio ao investimento
realizado pelo grupo EDIA, quer a nível cartográfico quer a nível topográfico, e que
surge como uma oportunidade de negócio;
O PNN que surgiu como um projeto de minimização ambiental em consequência da
construção da albufeira Alqueva, mas que se complementa com as áreas agrícolas e
turísticas;
O Museu da Luz consubstancia-se num espaço de memória e de interpretação de todos
os inéditos processos da recolocação da Aldeia da Luz e aparece como um projeto
cultural crescente na nova aldeia.
Os resultados de exploração por segmentos no primeiro Semestre de 2013 e de 2012 são os
seguintes:
118 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Os principais indicadores da posição financeira por segmentos no final do primeiro semestre de
2013 e final do ano de 2012 são os seguintes:
RUBRICAS Água EnergiaProjetos
especiais
Não
alocadosTotal
Réditos Externos 2.371.802 5.994.353 299.154 (243.808) 8.421.502
Gastos Operacionais de Exploração (2.615.991) (40.297) (509.374) (1.363.365) (4.529.027)
Réditos / Gastos Intersegmentos 97.617 (13.300) (84.318) - 0
Margem Bruta (146.571) 5.940.756 (294.537) (1.607.174) 3.892.474
Outros Rendimentos e Ganhos 6.565 2.473.673 220.958 600.878 3.302.075
Outros Gastos e Perdas (1.200.380) (311) (4.841) (213.382) (1.418.914)
Resultado Antes de Depreciações e Gastos Financeiros (1.340.386) 8.414.119 (78.420) (1.219.678) 5.775.635
Depreciações e Amortizações (16.040) (2.623.493) (156.231) (113.400) (2.909.165)
Perdas por Imparidade (7.137.790) - - - (7.137.790)
Resultado Operacional (8.494.216) 5.790.626 (234.651) (1.333.077) (4.271.319)
Juros e Rendimentos Financeiros Obtidos - - - 26.194 26.194
Juros e Gastos Financeiros Suportados (4.237.591) (87.291) (137) (188.319) (4.513.338)
Resultado por Segmento de Negócio
(12.731.807) 5.703.335 (234.789) (1.495.202) (8.758.463)
(38.361)
(8.796.823)
euros
1º Semestre 2013
Imposto Sobre o
Resultado Liquído Exercicio
RUBRICAS Água EnergiaProjetos
especiais
Não
alocadosTotal
Réditos Externos 149.642 6.250.405 129.623 168.456 6.698.126
Gastos Operacionais de Exploração (2.111.226) (81.278) (497.648) (939.093) (3.629.246)
Réditos / Gastos Intersegmentos 234.924 (386.122) 151.197 - 0
Margem Bruta (1.726.660) 5.783.005 (216.827) (770.637) 3.068.881
Outros Rendimentos e Ganhos 13.848 2.397.805 202.393 133.337 2.747.382
Outros Gastos e Perdas (51.336) (192.222) (11.394) (78.187) (333.140)
Resultado Antes de Depreciações e Gastos Financeiros (1.764.148) 7.988.588 (25.829) (715.488) 5.483.123
Depreciações e Amortizações (14.777) (2.716.571) (172.850) (195.591) (3.099.789)
Perdas por Imparidade (9.282.362) - - - (9.282.362)
Resultado Operacional (11.061.287) 5.272.017 (198.679) (911.079) (6.899.028)
Juros e Rendimentos Financeiros Obtidos - - 2.389 2.389
Juros e Gastos Financeiros Suportados (5.548.675) (350.423) (11) (137.195) (6.036.304)
Resultado por Segmento de Negócio (16.609.962) 4.921.594 (198.690) (1.045.886) (12.932.943)
- (12.932.943)
Imposto Sobre o
Resultado Liquído Exercicio
euros
1º Semestre 2012
RUBRICAS Água EnergiaProjetos
Especiais
Não
alocadosTotal
Ativos 226.206.950 362.407.307 14.936.775 9.839.070 613.390.100
Passivos 852.262.511 232.092.252 - 270.749 1.084.625.512
RUBRICAS Água EnergiaProjetos
Especiais
Não
alocadosTotal
Ativos 561.908.845 364.375.053 15.159.289 12.006.027 953.449.213
Passivos 1.175.189.884 240.435.334 - 253.628 1.415.878.846
1º Semestre 2013
2012
euros
euros
119 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Outras Informações Relevantes
Esta nota, contempla a divulgação de outras informações não previstas nas notas anteriores e
que se consideram necessárias para melhor compreender a posição financeira e os resultados do
Grupo.
Inspeção Tributária
De acordo com a legislação em vigor, as declarações de rendimentos para efeitos fiscais são
passíveis de revisão e correção pela Administração Tributária durante um período de quatro
anos. Com base neste pressuposto, as declarações fiscais da Empresado de 2008 até 2011 foram
sujeitas a revisão por parte da Autoridade Tributária Aduaneira (AT).
Em outubro de 2012, no âmbito de uma inspeção tributária em sede de IRC, propõe a AT uma
correção, nos exercícios de 2008 a 2011, ao montante das amortizações efetuadas de terrenos
submersos, uma vez que considera que nem todos os investimentos efetuados pela EDIA são
passíveis de depreciação ao abrigo da lei fiscal pelo que exclui a possibilidade de depreciar
fiscalmente o valor dos terrenos submersos, por entender que os mesmos não sofrem de
qualquer perecimento.
A generalidade dos bens atualmente registados nos “Ativos Intangíveis” encontravam-se, até à
data da entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística, em 1 de janeiro de 2010,
evidenciados na rubrica de “Ativos Fixos Tangíveis”, sendo então reclassificados para Ativos
Intangíveis, conforme previsto na IFRIC 12 – “Acordos de Concessão de Serviços”, aplicável
ao Contrato de concessão celebrado com o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do
Território e do Desenvolvimento Regional, conforme expressamente reconhecido pela
Comissão de Normalização Contabilística em 20 de janeiro de 2011.
Sucede que os terrenos submersos em questão, e que foram amortizados pela EDIA, estão
incluídos no EFMA e são objeto do Contrato de concessão, celebrado em 17 de outubro de 2007
entre a EDIA e o Estado Português designado por “Contrato de concessão relativo à utilização
dos recursos hídricos para captação de água destinada a rega e à produção de energia elétrica no
sistema primário do EFMA”, com a duração de 75 anos.
Nos termos das Cláusulas 8.ª e 9.ª deste Contrato, todos os bens incluídos no EFMA, incluindo
os terrenos submersos objeto de amortização, reverterão para o Estado Português no termo do
respetivo Contrato de concessão.
Pelo exposto, nos termos: (i) do artigo 13.º do Decreto Regulamentar N.º 2/90, de 12 de janeiro,
em vigor no período a que se refere a inspeção tributária: “Os elementos do ativo imobilizado
adquiridos ou produzidos por entidades concessionárias e que nos termos das cláusulas do
Contrato de concessão sejam revertíveis no final desta podem ser reintegrados ou amortizados
em função do número de anos que restem do período de concessão quando aquele for inferior ao
seu período mínimo de vida útil” e (ii) das Cláusulas 8.ª e 9.ª do Contrato de concessão,
considerando que os terrenos amortizados, bem como todos os bens integrados no EFMA,
reverterão para o Estado no final do Contrato; estão cumpridos todos os requisitos legais para a
aceitação da amortização como custo fiscal, não devendo pois, ser efetuada qualquer correção
em sede de IRC, sendo esta a posição defendida pela Empresa.
Em maio de 2013, a EDIA apresenta Impugnação Judicial da decisão de indeferimento da
Reclamação Graciosa da demonstração de liquidação de IRC referente aos exercícios de 2008,
120 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
2009, 2010 e 2011, e, desta forma, requer ao Exmo. Sr. Juiz de Direito do Tribunal Tributário
de Beja a anulação total das demonstrações de liquidação de IRC e de juros, assim como a
reposição dos prejuízos fiscais prejudicados com esta correção efetuada em sede de inspeção
tributária, para os quatro exercícios.
À data de relato, não houve qualquer alteração da situação atrás exposta.
Matérias Ambientais
As matérias ambientais devem ser objeto de divulgação na medida em que sejam materialmente
relevantes para avaliação do desempenho financeiro ou para a posição financeira da entidade.
O Contrato de concessão da utilização do domínio público hídrico afeto ao EFMA, de 17 de
outubro de 2007, celebrado entre a EDIA e o Estado, concretizou os termos e condições a que
obedecerá a relação concedente - concessionária, precisando o conteúdo da missão associada à
exploração do Empreendimento e definindo as regras para o exercício dos referidos direitos de
utilização privativa do domínio púbico hídrico.
A atividade da Empresa é de natureza essencialmente “não industrial”, sendo relativamente
reduzida a incorporação de inputs materiais nos seus processos. O peso dos impactes ambientais
da atividade da Empresa é, em termos relativos, bastante inferior ao seu contributo para geração
de valor no tecido económico e social da região.
No entanto, para além de garantir a implementação das medidas de minimização definidas no
Plano de Gestão Ambiental, a concessionária obriga-se a implementar, durante a fase de
construção, um conjunto de medidas que, após a execução das intervenções nas áreas afetadas,
eliminem quaisquer sinais de intervenção, repondo a situação original.
Em termos de política ambiental, a Empresa pretende ter cobertos e dominados todos os aspetos
da conformidade legal, tendo assumido compromissos em termos da melhoria continuada do
desempenho ambiental em que se destaca o cumprimento da legislação, a análise dos impactes
ambientais derivados da atividade da Empresa e a formação e sensibilização dos trabalhadores.
As despesas de carácter ambiental são as identificadas e incorridas para evitar, reduzir ou
reparar danos de carácter ambiental, que decorram da atividade ambiental normal da Empresa.
Neste sentido, tendo em conta a natureza e a dimensão da atividade da Empresa e os tipos de
problemas ambientais associados a essa atividade (tais como redução das emissões atmosféricas
ou remoção de resíduos), não existe qualquer responsabilidade de carácter ambiental que deva
dar origem à constituição de provisões, uma vez que não o entendemos como materialmente
relevante.
Dívidas à Administração Fiscal e ao Instituto de Solidariedade e Segurança Social
Das informações legalmente exigidas noutros diplomas, designadamente nos artigos 66.º, 324.º,
397.º, 447.º e 448.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), das disposições legais
decorrentes do Decreto-Lei N.º 534/80, de 7 de novembro emanado pelo Ministério das
Finanças e do Plano e das disposições referidas no Decreto-Lei N.º 411/91, de 17 de outubro
emanado pelo Ministério do Emprego e da Segurança Social, importa referir que a EDIA,
através dos documentos de prestação de contas, vem divulgar que não está em incumprimento
das suas obrigações, nem perante o sector estatal nem perante a segurança social.
121 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Garantias Prestadas
A Portucel Recicla S.A. intentou contra a EDIA uma ação para pagamento de quantia
certa, sob a forma de processo ordinário, onde reclama o pagamento de € 8.280.914
(correspondendo ao valor já faturado de € 7.832.833 acrescido de juros de mora). A
EDIA respondeu a esta ação com “embargos de executado”, alegando que nada deve à
Portucel Recicla por se terem alterado os pressupostos que presidiram à outorga do auto
de expropriação.
Em dezembro de 2011, a EDIA prestou uma garantia bancária no montante de €
2.777.250, destinado a garantir o reforço da quantia exequenda no processo judicial de
execução ordinária que corre termos pelo Tribunal Judicial da Comarca de Reguengos
de Monsaraz, em que é exequente a Portucel Recicla S.A.
À data do relato financeiro esta garantia ainda se encontra vigente.
No âmbito das empreitadas da rede primária e da secundária, a EDIA tem que realizar
perfurações horizontais nas estradas. Para isso, tem que fazer pedidos de licenciamento
à empresa Estradas de Portugal, S.A. a qual exige que a EDIA, por cada
atravessamento, preste uma garantia bancária a seu favor (Estradas de Portugal, SA),
pelo prazo de cinco anos. A 30 de junho de 2013 o montante constituído é de € 182.671.
No âmbito da adjudicação do Concurso Público Internacional CP008/DSIC/2009
“Aquisição de Serviços de Execução do Cadastro Predial” ao consórcio
CME/EDIA/RZMAPA/GEOGLOBAL/SIGMAGEO, definiu-se uma emissão de
Garantia Bancária conjunta, em que cada um dos consorciados será responsável pela
sua proporção. A participação da EDIA, com o seu centro de Cartografia, resultou na
prestação de uma garantia bancária no valor de € 163.910.
Em outubro de 2012, no âmbito de uma inspeção tributária em sede de IRC, propõe a
AT uma correção, nos exercícios de 2008 a 2011, ao montante das amortizações
efetuadas de terrenos submersos, uma vez que considera que nem todos os
investimentos efetuados pela EDIA são passíveis de depreciação ao abrigo da lei fiscal
pelo que exclui a possibilidade de depreciar fiscalmente o valor dos terrenos submersos,
por entender que os mesmos não sofrem de qualquer perecimento. A EDIA contestou e
teve que prestar a favor da AT-Autoridade Tributária e Aduaneira, garantias bancárias
no valor de € 20.138, destinadas a caucionar a suspensão dos processos de execução
fiscal que correm termos nos Serviços de Finanças.
No âmbito do contrato celebrado com a Galp Energia, Petróleos de Portugal-Petrogal,
S.A, a EDIA prestou uma garantia bancária a seu favor, destinada a “caucionar o bom
pagamento dos consumos relativos ao cartão GALP frota.” A 30 de junho de 2013 o
montante constituído ascende a € 1.746.
Compromissos
Os compromissos assumidos pela EDIA que não figuram na Demonstração Consolidada da
Posição Financeira, em 30 de junho de 2013, são as garantias prestadas pela EDIA nos termos
122 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
do disposto no N.º 2 do artigo 56.º do Regulamento (CE) N.º 1974/2006 da Comissão, de 15 de
dezembro.
A competência para a prestação de garantias pela Empresa cabe nas competências do Conselho
de Administração, quer por via do disposto no artigo 15.º dos estatutos da EDIA, em particular
por via da alínea c) do N.º 1 e, em especial, pelo disposto na alínea f) do artigo 406.º do Código
das Sociedades Comerciais, aplicável por via do disposto no artigo 7.º do Decreto-Lei Nº
558/99, de 17 de dezembro.
No âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PRODER), e nos termos e
ao abrigo do disposto no n.º 4 do Art.º 18º da Portaria N.º 820/2008, de 8 de agosto, a EDIA
formulou vários pedidos de pagamento a título de adiantamento dentro do montante permitido
pelos referidos normativos:
Perímetro de Pedrógão-Margem Direita: 30% do valor do investimento elegível
aprovado - € 7.777.661,89
Blocos de Ervidel: 30% do valor do investimento elegível aprovado - € 12.527.548,98
Perímetro de São Pedro-Baleizão-Quintos: 15% do valor do investimento elegível
aprovado - € 13.333.000,00
Perímetro de Cinco Reis Trindade: 7% do valor do investimento elegível aprovado -
€2.184.310,82
Nestes casos, e conforme disposto no Artº 56º do Regulamento (CE) n.º 1974/2006 da
Comissão, de 15 de dezembro, o Conselho de Administração (através de garantia escrita emitida
ao organismo pagador competente do PRODER - Instituto de Financiamento da Agricultura e
Pescas, IP) garantiu o ressarcimento num montante correspondente a 110% do valor do
adiantamento, caso não se prove o direito ao montante adiantado.
Esta faculdade é permitida à EDIA por se tratar de um beneficiário público, nos termos da
legislação comunitária.
123 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
124 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Declaração de Conformidade do Conselho de Administração
Senhores Acionistas
Nos termos previstos na alínea c) do N.º 1 do artigo 246.º do Código dos Valores Mobiliários
informamos que, tanto quanto é do nosso conhecimento:
(i) A informação constante no relatório de gestão intercalar expõe fielmente os
acontecimentos importantes ocorridos no primeiro semestre de 2013 e o impacto nas
respetivas demonstrações financeiras, contendo uma descrição dos principais riscos e
incertezas com que se defrontam e
(ii) A informação constante nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas,
assim como nos seus anexos, foi elaborada em conformidade com as normas
contabilísticas aplicáveis, dando uma imagem verdadeira e apropriada do ativo e do
passivo, da situação financeira e dos resultados da EDIA – Empresa de
Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A. e das empresas incluídas no
perímetro da consolidação.
Beja, 29 de agosto de 2013
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Eng.º João Cláudio Cabral de Oliveira Basto
(Presidente)
Eng.º Jorge Manuel Vazquez Gonzalez
(Vogal)
Dr.ª Augusta Manuel Pereira de Jesus Cachoupo
(Vogal)
125 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Relatório de Revisão Limitada Elaborado por Auditor Registado na CMVM sobre
Informação Semestral Consolidada
130 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
131 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
Relatório de Revisão Limitada sobre Informação Semestral Consolidada Elaborado por
Auditor Externo
I BJ:D Tel: +351 217 990 420 Av. da República, 50 - 10Fax: +351 217990439 1069-211 Lisboawww.bdo.pt
RELATÓRIO DE REVISÃO LIMITADASOBRE INFORMAÇÃO SEMESTRAL CONSOLIDADA
Introdução
1. Apresentamos o nosso Relatório de Revisão Limitada sobre a informação consolidada dosemestre findo em 30 de junho de 2013, da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, SA (adiante também designada por EDIA ou Empresa), incluída: noRelatório consolidado de gestão, na Demonstração consolidada da posição financeira em30 de junho de 2013 (que evidencia um total de 613 390 100 euros e um capital próprionegativo de 471 235 411 euros, incluindo um resultado líquido negativo atribuível aosacionistas da Empresa de 8 740 451 euros), na Demonstração consolidada do rendimentointegral, na Demonstração consolidada das alterações no capital próprio e na Demonstraçãoconsolidada dos fluxos de caixa, do semestre findo naquela data, e no correspondenteAnexo.
ResponsabiLidades
2. É da responsabilidade do Conselho de Administração: (i) a preparação de informaçãofinanceira consolidada que apresente de forma verdadeira e apropriada a posiçãofinanceira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, o resultado e o rendimentointegral consolidado das suas operações, as alterações no capital próprio consolidado e osfLuxos de caixa consolidados; (ii) a informação financeira histórica, que seja preparada deacordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro, tal como adotadas na UniãoEuropeia, em particular com a Norma InternacionaL de Contabilidade n° 34 - RelatoFinanceiro Intercalar; (iii) a adoção de políticas e critérios contabilísticos adequados; (iv) amanutenção de um sistema de controlo interno apropriado; e (v) a informação de qualquerfacto relevante que tenha influenciado a atividade do conjunto de empresas incLuídas naconsoLidação, a sua posição financeira ou resultados.
3. A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nosdocumentos acima referidos, emitindo um relatório profissional e independente com baseno nosso exame simpLificado daquelas demonstrações financeiras.
Âmbito
4. O trabalho que desenvolvemos teve como objetivo obter uma segurança moderada sobrese a informação financeira anteriormente referida está isenta de distorções materialmenterelevantes. Exceto quanto ao mencionado no parágrafo 7 abaixo, o nosso trabalho foiefetuado com base nas Normas Técnicas e Diretrizes de Revisão/Auditoria emitidas pelaOrdem dos Revisores Oficiais de Contas, foi planeado de acordo com aquele objetivo econsistiu, principalmente, em indagações e procedimentos analíticos destinados a rever: (i)a fiabiLidade das asserções constantes da informação financeira; (ii) a adequação daspoLíticas contabilísticas adotadas, tendo em conta as circunstâncias e a consistência da suaaplicação; (iii) a apLicabilidade, ou não, do princípio da continuidade; e (iv) a apresentaçãoda informação financeira.
5. O nosso trabalho abrangeu também a verificação da concordância da informaçãoconstante do relatório de gestão com os restantes documentos anteriormente referidos.
a Associados, SROC, Lda., Sociedade por quotas, Sede Av. da República, 50- 10, 1069-211 Lisboa, Registada na Conservatória do Registo Comercial deLisboa, NIPC 501 340 467, Capital 100000 euros. Sociedade de Revisores Oficiais de Contas inscrita na OROC sob o número 29 e na CMVM sob o número 1122.
A BDO & Associados, SROC, Lda., sociedade por quotas registada em Portugal, é membro da BDO International Limited, sociedade inglesa limitada porgarantia, e faz parte da rede internacionaL BDO de firmas independentes.
IBDO
6. Entendemos que o trabalho efetuado proporciona uma base aceitável para a emissão dopresente relatório sobre a informação financeira semestraL consolidada.
Reserva
7. As “Outras contas a receber” integram 158,3 milhões de euros a receber da DireçãoGeral de Agricultura e Desenvolvimento Regional (DGADR). Este montante inclui:(i) 70,8 milhões de euros referentes à denominada “Infraestrutura 12”, relativamente àqual a EDIA formaLizou com a DGADR, em abril de 2006, um contrato de cessão da gestão,exploração, manutenção e conservação por um prazo de 30 anos; e (ii) 87,5 milhões deeuros correspondentes ao valor dos investimentos efetuados pela EDIA nas infraestruturasda rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) que já seencontram concLuídas, Líquidas dos subsídios associados a esses investimentos, na sequênciada entrega formal dessas infraestruturas à DGADR e do contrato, celebrado em 8 de abrilde 2013, que atribui à EDIA a concessão da gestão, exploração, manutenção e conservaçãodestas infraestruturas até 31 de dezembro de 2020. Não está ainda esclarecida qual aforma de ressarcimento da EDIA pela parte do investimento que não foi subsidiada, queestá dependente de decisão do Estado português, subsistindo assim uma importanteincerteza quanto à forma e ao vaLor de realização dos referidos 158,3 milhões de euros,bem como dos ativos (“Inventários”) e passivos (“Outras contas a pagar” e “Diferimentos”)associados às infraestruturas da rede secundária ainda por executar ou concLuir, no valor de14,3 milhões de euros e 39,6 milhões de euros, respetivamente.
Parecer
8. Com base no trabalho efetuado, o qual foi executado tendo em vista a obtenção de umasegurança moderada, exceto quanto aos efeitos dos ajustamentos que poderiam reveLar-senecessários caso não existisse a Limitação descrita no parágrafo anterior, nada chegou aonosso conhecimento que nos leve a concluir que a informação financeira consolidada dosemestre findo em 30 de junho de 2013 da EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, SA, não esteja isenta de distorções materialmente relevantes queafetem a sua conformidade com as normas internacionais de relato financeiro, tal comoadotadas na União Europeia, para efeitos de relato intercalar.
nfase
9. Sem afetar a opinião expressa no parágrafo anterior, salientamos que do investimentototal previsto no EFMA (de acordo com Plano de Investimento aprovado em março de 2013 -
sem custos de estrutura e financeiros capitaLizáveis) ainda faLta reaLizar, em 30 de junho de2013, um total de 498,8 milhões de euros, estando a sua concretização dependente dosfinanciamentos que a Empresa venha a obter junto da União Europeia, do acionista Estadoe/ou de outros fundos. Nesse âmbito, é de saLientar que, em 30 de junho de 2013, o totaLdo capital próprio se apresenta negativo em 471,2 milhões de euros.
Lisboa, 30 de agosto de 2013
2
134 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
135 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
SIGLAS E ABREVIATURAS
ACOS - Associação de Criadores de Ovinos do Sul
ADLA – Ações para o Desenvolvimento das Terras do Grande Lago
ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo
AgdA – Águas Públicas do Alentejo, S.A.
AIA - Avaliação de Impacte Ambiental
AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
ANPC – Autoridade Nacional de Proteção Civil
ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo
APA – Associação Portuguesa do Ambiente
AJAP - Associação de Jovens Agricultores de Portugal
ARA – Aldeias Ribeirinhas de Alqueva
ALWAYS – Modelo de Simulação e Otimização do Funcionamento do Subsistema de Alqueva
ARH - Administração da Região Hidrográfica
ARH - Alentejo - Administração da Região Hidrográfica do Alentejo
ATMTGLA – Associação Transfronteiriça dos Municípios das Terras do Grande Lago - Alqueva
BEI – Banco Europeu de Investimentos
BES - Banco Espírito Santo
BPI – Banco Português de Investimento
BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa
CC – Centro de Cartografia
CCP – Código dos Contratos Públicos
CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
CE – Comunidade Europeia
CERCIBEJA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados
CEVRM - Centro de Excelência para a Valorização dos Recursos Mediterrânicos
CCP – Código dos Contratos Públicos
CIAL - Centro de Informação de Alqueva
CIEFMA - Aplicação web para consulta do Cadastro de Infraestruturas do EFMA e Gestão de Regantes
CMC - Comissão Ministerial de Coordenação
CMVM – Comissão do Mercado de valores Mobiliários
COTR – Centro Operativo de Tecnologia de Regadio
CRHA – Conselho de Região Hidrográfica do Alentejo
DGAF - Departamento de Gestão Administrativa e Financeira
DGADR – Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
DGTF – Direção-Geral do tesouro e Finanças
DIA – Declaração de Impacte Ambiental
DN – Diâmetro Nominal
DRAAlentejo – Direção Regional de Agricultura do Alentejo
DRCALEN – Direção Regional de Cultura do Alentejo
DUP – Declaração de Utilidade Pública
EBIT – Earnings Before Interest and Taxes
EBITDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization
EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A.
EDP – Energias de Portugal
EFMA - Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva
136 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
EFV – Equipa de Fiscalização e Vigilância
EIA – Estudo de Impacte Ambiental
ELD – The Economics of Land Degradation (Iniciativa ELD)
ESAB – Escola Superior Agrária de Beja
ETA – Estação de Tratamento de Águas
ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais
EURIBOR – Euro Interbank Offered Rate
EUROSTAT – Estatísticas da Comissão Europeia
FEADER – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural
FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
FEHISPOR – Feira Hispano Portuguesa
FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola
FIL – Feira Internacional de Lisboa
FSC – Forest Stewardship Council
FITUR – Feira Internacional de Turismo de Madrid
FMI – Fundo Monetário Internacional
FSE – Fornecimentos e Serviços Externos
GESCRUZEIRO – Sociedade de Aproveitamento da Atividade Marítimo Turística
no grande Lago Alqueva
GESTALQUEVA – Sociedade de Aproveitamento das Potencialidades das albufeiras
de Alqueva e Pedrógão, S.A.
GRI - Global Reporting Initiative
IAS – International Accounting Standard
IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação
IASB – Internacional Accounting Standard Board
ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Floresta
ICOMOS – Internacional Council on Monuments and Sites
IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas
IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional
IFRIC – International Financial Reporting Interpretations Committee
IMT - Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis
INAG – Instituto da Água, I.P.
INE – Instituto Nacional de Estatística
IPC – Índice de Preços no Consumidor
IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera
IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas
IRS – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
IS – Imposto de Selo
ISSO - International Organization for Standartization
IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado
KWh – kilo Watt Hora
LGT – Lei Geral Tributária
LIFE + INVASEP - Lucha contra espécies invasoras en las cuencas hidrográficas
del Tajo y Guadiana en la Península Ibérica
LOE – Lei do Orçamento de Estado
LUSOFUEL – Produção de Biocombustíveis e Derivados, S.A.
137 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
MAMAOT – Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
MAM – Ministério da Agricultura e do Mar
MW/h - MEGA WATT hora
NCRF – Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
OCS – Órgãos de Comunicação Social
OE – Orçamento de Estado
OTALEX – Observatório Territorial e Ambiental do Alentejo e Extremadura
PAEF - Programa de Ajustamento Económico e Financeiro PDM – Plano Diretor Municipal
PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento
PEGLA – Projeto Estruturante para o Desenvolvimento das Terras do Grande Lago de Alqueva
PERP – Projeto de Enquadramento e Recuperação Paisagística
PGBH – Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas
PIB – Produto Interno Bruto
PIDDAC - Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central
PMP – Prazo Médio de Pagamentos
PMC Sado – Programa de Medidas Compensatórias para a Ictiofauna Autóctone e Continental da Bacia
Hidrográfica do Sado
PNN – Parque de Natureza de Noudar
POAAP – Planos de Ordenamento das Albufeira de Águas Públicas
POC – Plano Oficial de Contabilidade
POCTEP – Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha
POVT – Programa Operacional Temático de Valorização do Território
PRC – Plano de Redução de Custos
PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural
PROVE - Promover e Vender (Iniciativa Comunitária EQUAL)
QCA - Quadro Comunitário de Apoio
QGIS – Quantum GIS, software SIG, de licença aberta (www.qgis.org)
QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional
RECAPE – Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução
RCM – Resolução de Conselho de Ministros
ROC – Revisor Oficial de Contas
S.A. – Sociedade Anónima
SAF-T PT - Standard Audit File for Tax purposes
SAP - Sistemas, Aplicativos e Produtos Para Processamento de Dados
SEE – Setor Empresarial do Estado
SEPNA – Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente
SIRHAL – Sistema de Informação de Recursos Hídricos de Alqueva
SICE – Sistema de Informação de Cadastro e Expropriações
SIG – Sistemas de Informação Geográfica
SIMARSUL – Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal
SISAP – Elaboração de Cartas de Aptidão Cultural para o Perímetro de Rega do Alqueva
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
SNC – Sistema de Normalização Contabilística
SNCP – Sistema Nacional de Compras Públicas
138 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
TRH – Taxa de Recursos Hídricos
tva – Taxa de Variação Anual
VAB – Valor Acrescentado Bruto
VAB cf - Valor Acrescentado Bruto a Custo de Fatores
vma - Valor Medio Anual
WACC - Weighted Average Cost of Capital
139 RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS – 30 DE JUNHO DE 2013
EDIA
Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A.
Capital Social 387.267.750,00 €
Capital Próprio Negativo 462.429.633,00 €
Número de Pessoa Coletiva 503 450 189
Matrícula 01 084/950316 da Conservatória do Registo Comercial de Beja
Sede Social Rua Zeca Afonso, N.º 2 -7800 - 522 - Beja
Delegação de Lisboa Avenida da República, N.º 83, 4.º Dtº - 1050 - 243 Lisboa
Delegação de Alqueva Apartado 126 - 7860 - Moura
Delegação de Pedrógão Apartado 126 - 7860 - Moura
Delegação de Mourão Rua Marcos Gomes V. Rosado, 15 - 7240 - Mourão
Parque de Natureza de Noudar Apartado 5 - 7230 - Barrancos
Museu da Luz Largo da Igreja Nossa Sr.ª da Luz - 7240 - 100 - Luz - Mourão
Site: www.edia.pt
Fotografias António Cunha/EDIA