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Relatório do Estudo sobre a Política Demográfica de Macau Governo da Região Administrativa Especial de Macau Gabinete de Estudo das Políticas Julho de 2015

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Relatrio do Estudo sobre a Poltica Demogrfica de Macau

Governo da Regio Administrativa Especial de MacauGabinete de Estudo das Polticas

Julho de 2015

Relatrio do Estudo sobre a Poltica Demogrfica de Macau

Governo da Regio Administrativa Especial de MacauGabinete de Estudo das Polticas

Julho de 2015

ndice

Prembulo ...................................................................................................................... 1

Primeira parte - Metodologia de Estudo ........................................................................ 7

Segunda parte - Principais Documentos de Referncia ................................................. 9

Terceira parte - Estudos comparativos de polticas demogrficas de pases estrangeiros

...................................................................................................................................... 24

Quarta parte - Estudo Bsico ....................................................................................... 43

I. Caractersticas da populao de Macau ............................................................ 43

II. A situao da mo-de-obra .............................................................................. 47

III. Fecundidade ................................................................................................... 50

IV. Segurana social ............................................................................................. 55

V. Medidas para garantir o direito habitao .................................................... 57

VI. Sade.............................................................................................................. 62

VII. Qualificao da populao ........................................................................... 69

VIII. Capacidade de carga demogrfica ............................................................... 75

Quinta parte - Estudo de Polticas ................................................................................ 82

I. Segurana Social............................................................................................... 82

II. Natalidade dos residentes ................................................................................ 85

III. Cuidados mdicos e sade ............................................................................. 87

IV. Proteco no direito habitao..................................................................... 90

V. Educao .......................................................................................................... 92

VI. Formao de quadros qualificados ................................................................ 94

VII. Gesto de trabalhadores no residentes ........................................................ 96

VIII. Capacidade de carga demogrfica ............................................................... 98

Sexta parte - Concluso ............................................................................................. 102

Eplogo ....................................................................................................................... 110

Anexo Relatrio e opinies da Consulta Pblica sobre o Enquadramento da Poltica

Demogrfica da RAEM ................................................................................. 112

Referncias Bibliogrficas ......................................................................................... 129

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Prembulo

A implementao firme do 12. Plano Quinquenal Nacional e do Esquema do Planeamento de Reforma e Desenvolvimento do Delta do Rio das Prolas (2008 a 2020) trouxeram a Macau oportunidades de desenvolvimento sem precedentes. Actualmente, Macau tem como principal objectivo estabelecer-se e desenvolver-se como Centro Mundial de Turismo e Lazer e como Plataforma de Servios para a Cooperao Econmica e Comercial entre a China e os Pases de Lngua Portuguesa (a seguir designados centro e plataforma), tendo como foco a promoo da diversificao adequada da economia e a entrada da Regio Administrativa Especial de Macau num novo perodo de desenvolvimento.

Um territrio limitado e com falta de recursos naturais faz com que a populao seja um recurso crucial para o desenvolvimento econmico e social. Assim, Macau dever criar condies para a construo de um centro e de uma plataforma, para continuamente elevar a qualidade de vida dos residentes, atingir um desenvolvimento sustentvel, possuir uma populao com qualificaes adequadas e uma composio equilibrada e, ainda, implementar polticas que garantem a qualidade de vida dos residentes. I. Importncia da Poltica Demogrfica

A poltica demogrfica relaciona-se no s com o desenvolvimento econmico e

social de Macau, mas tambm com a qualidade de vida dos residentes, sendo essencial para o desenvolvimento sustentvel de Macau. Nos ltimos quinze anos, Macau tem mantido um desenvolvimento estvel e contnuo, um estado de harmonia e tolerncia gerais; no entanto, tm surgido novos e diferentes conflitos, alguns dos quais so problemas demogrficos internacionais: envelhecimento da populao, insuficincia de recursos humanos, tendncia para ter menos filhos, etc. evidente que, por um lado, a limitao de espao do Territrio, recursos humanos, e outros, iro constituir um desafio que ter que ser enfrentado no prximo ciclo de desenvolvimento de Macau; por outro lado, o aumento da populao resulta em maior presso na procura de servios educativos, sade, transporte, entre outros, mas, tambm cria novas possibilidades de construo de uma cidade habitvel para os seus residentes.

O desenvolvimento ocorrido no passado preparou o progresso que se quer no

futuro, tendo proporcionado a Macau vrias vantagens para o seu desenvolvimento.

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Ao planear o futuro, deve-se pensar em aproveitar as condies favorveis e solucionar os factores desfavorveis, acumular potencialidades e energia para o futuro desenvolvimento e, assim, alcanar o desenvolvimento econmico e social sustentvel de Macau a fim de construir uma cidade habitvel.

Portanto, o Governo da RAEM presta uma ateno especial elaborao da

poltica demogrfica, considerando essenciais os trabalhos realizados pelo Gabinete de Estudo das Polticas do Governo da RAEM (adiante designado GEP). II. Processo do Estudo da Poltica Demogrfica

Desde a sua criao, o GEP tem assumido como sua principal tarefa o estudo da

poltica demogrfica, nomeadamente, levando muito a srio os trabalhos de consulta pblica e a pesquisa de polticas e, simultaneamente, analisando as opinies da populao, oriundas de todos os sectores sociais, sobre este tema.

No processo de estudo, o GEP tem dado primazia combinao de estudos

cientficos com a anlise das opinies da sociedade. A recolha de opinies junto da sociedade em simultneo com estudos preliminares permite melhorar os mtodos de estudo e chegar a concluses de orientao de poltica mais adequadas realidade.

De um modo geral, o processo de estudo divide-se em seis fases: 1. Preparao

da consulta sobre o enquadramento da poltica demogrfica; 2. Elaborao do texto de consulta sobre o enquadramento da poltica demogrfica; 3. Consulta pblica e anlise de opinies sobre o enquadramento da poltica demogrfica; 4. Estudo aprofundado sobre as dificuldades surgidas na elaborao da poltica demogrfica; 5. Adaptao de contedo de estudo em concordncia com as alteraes verificadas; 6. Publicao do relatrio de estudo.

A partir de 2011, o GEP iniciou os trabalhos preparatrios da consulta sobre o

enquadramento de poltica demogrfica, incluindo vrias reas, tais como, tendncia do desenvolvimento da populao, nvel de qualificaes da populao, sistema de penses, avaliao profissional, ensino tcnico- profissional, etc. Sobre essa base, formou-se o texto de consulta sobre o Enquadramento da poltica demogrfica da RAEM, e realizou-se uma consulta pblica, durante 90 dias, com incio em Novembro de 2012. A recolha de opinies do pblico despertou uma enorme ateno por parte de toda a sociedade e resultou em 527 documentos com 2.102 opinies, a partir das quais foi elaborado o Relatrio e Opinies da Consulta Pblica sobre o

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Enquadramento da Poltica Demogrfica da RAEM (em anexo o relatrio de anlise de recolha de opinies). Entretanto, foi efectuado o estudo das opinies recolhidas atravs da consulta pblica sendo que estas abrangem temas como o incentivo natalidade, polticas de habitao, polticas favorveis famlia e qualidade de vida. De seguida, o GEP finalizou os estudos bsicos relativos poltica demogrfica tendo como base os resultados do Estudo da Poltica Demogrfica de Macau, feito pela Universidade de Pequim, do Estudo da Capacidade de Carga Demogrfica de Macau no Campo das Condies Sociais Gerais, e do Estudo das Polticas Favorveis Famlia, da Universidade de Macau, entre outros.

Em Novembro de 2014, o GEP concluiu a anlise de 120.000 opinies

recolhidas durante a eleio do quarto Chefe do Executivo, avanando mais um passo na familiarizao com as opinies da sociedade sobre poltica demogrfica, tendo esta sido considerado o melhor caminho a seguir para melhorar o estudo sobre a poltica demogrfica. No entanto, face ao ajustamento do desenvolvimento econmico de Macau, foram tomadas medidas no sentido de fazer as adaptaes necessrias para que o relatrio retrate a situao actual.

Aps estudos e investigao aprofundados sobre as opinies da sociedade, o

GEP concluiu o Relatrio dos Estudos da Poltica Demogrfica. Esse relatrio tem como base os estudos contnuos realizados pelo prprio GEP nos ltimos quatro anos, tomando como referncia os resultados de estudos realizados localmente e no estrangeiro, e um conjunto de sugestes oriundas da sociedade e que reflectem a ateno e permitiram incluir a sabedoria do povo.

III. Ambiente Objectivo da Poltica Demogrfica de Macau

Na elaborao e implementao da poltica demogrfica de Macau, existem

condies favorveis, incluindo vantagens em termos de sistemas, a cultura e regional, mas tambm temos que ter em conta os factores desfavorveis.

As vantagens em termos de sistemas, a Poltica de Um Pas, Dois Sistemas e a

Lei Bsica de Macau constituem a base constitucional e legal para a formulao da poltica demogrfica. Na observncia da Poltica de Um Pas, Dois Sistemas, manter-se- em Macau, durante cinco dcadas, o sistema capitalista e o estilo de vida anteriormente existente, no sendo aplicadas as polticas socialistas desenvolvidas no Interior da China. Os artigos 38. e 39. da Lei Bsica de Macau, determinam que A liberdade de contrair casamento e o direito de constituir famlia e de livre procriao

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dos residentes de Macau so legalmente protegidos, Os legtimos direitos e interesses das mulheres so protegidos pela RAEM, Os menores, os idosos e os deficientes gozam do amparo e proteco da Regio Administrativa Especial de Macau, Os residentes de Macau gozam do direito a benefcios sociais nos termos da lei. O bem-estar e a garantia de aposentao dos trabalhadores so legalmente protegidos. No sexto captulo dessa mesma lei, define-se especificamente que a RAEM goza de um alto grau de autonomia em termos dos assuntos de educao e social, incluindo a definio, por si prpria, das polticas de educao, da poltica respeitante promoo dos servios da assistncia mdica e sade, entre outras. De facto, desde o estabelecimento da RAEM, o Governo e a Assembleia Legislativa tm reforado a comunicao e colaborao, promovido a legislao das polticas acima mencionadas, fornecer a base legal para a construo de vrios mecanismos de longo prazo na rea do bem-estar dos residentes, fundamentando a base para a elaborao da poltica demogrfica da RAEM. Entretanto, o estabelecimento pelo terceiro Governo da RAEM do sistema da reserva financeira permitiu acumular um nmero considervel de recursos financeiros, criando uma boa garantia para a promoo do bem-estar dos residentes de Macau.

Em termos de vantagem cultural, o ambiente cultural nico de Macau bem como

o nvel elevado de formao dos profissionais da sade e a qualidade dos servios de sade contribuem para uma populao saudvel e criam condies para a poltica demogrfica. Macau tem uma herana cultural preciosa, adquirida atravs do convvio com outras culturas, o que fez com que, em 2005, o Centro Histrico de Macau passasse a estar inscrito na Lista do Patrimnio Mundial da UNESCO. Esta cultura nica, formada na coexistncia multicultural e na harmonia social, d a Macau caractersticas favorveis ao estabelecimento de um centro e de uma plataforma; Macau a primeira cidade, entre as regies da Grande China, onde existe educao gratuita de quinze anos, garantia de igualdade no acesso educao, cujos resultados da construo da rede de educao universal so notrios; sobre os servios de assistncia mdica e sade, a Organizao Mundial de Sade (doravante designada por OMS) classificou o sistema de sade pblica como uma extensa cobertura e elevada qualidade, a disponibilidade e o acesso situam-se nos elevados nveis internacionais e os indicadores de sade como a expectativa de vida dos residentes de Macau.

Em termos de vantagens regionais, a RAEM aproveita o mais possvel as

polticas do Governo Central, promove a cooperao regional, criando um ambiente externo favorvel resoluo dos problemas da populao de Macau. Nestes ltimos

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anos, Macau tem reforado a colaborao regional, procurando uma ligao activa com o Interior da China e as regies vizinhas; o Governo Central tem aplicado em Macau polticas e medidas de apoio, como, por exemplo, o Dcimo Segundo Plano Quinquenal Nacional, o Acordo de Parceria Econmica Reforada (CEPA) e os acordos complementares, a poltica de vistos individuais, e as trocas comerciais em Renminbi, polticas e medidas que promovem uma adequada diversificao econmica e a integrao regional, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel de Macau.

Macau tem vantagens que influenciam o seu sucesso, como o sistema, o

ambiente cultural, integrao regional, e a poltica demogrfica. O aproveitamento dessas vantagens ir permitir que Macau mantenha um desenvolvimento saudvel e, ao mesmo tempo, possa satisfazer as exigncias do seu prprio desenvolvimento e do pas, optimizando a situao demogrfica, formando talentos locais, melhorando a estrutura da populao, dando benefcios aos residentes de todas as classes sociais, e permitindo a utilizao mxima das potencialidades de cada um dos residentes.

evidente que existem alguns aspectos desfavorveis ao desenvolvimento da

populao de Macau, designadamente dois: escassez de terreno e a estrutura do tecido industrial.

Para enfrentar os desafios, so imprescindveis certos recursos de terreno, sendo

a escassez de terreno um dos a enfrentar para que se possa alargar o espao necessrio para o aumento populacional. Relativamente estrutura do tecido industrial este relativamente limitado ficando a populao de Macau sujeita a influncias internas e externas, tornando difcil a resoluo dos problemas de populao, gerando incerteza relativamente ao planeamento dos recursos da populao.

IV. Viso da Poltica Demogrfica

O estudo da poltica demogrfica tem como ponto de partida o melhoramento do

bem-estar dos residentes e, visa, principalmente, a resoluo de problemas antigos e novos relativos ao desenvolvimento de populao. O conceito de base do estudo so ter por base a populao, tomar deciso de forma cientfica e construir Macau atravs da formao de talentos, considerando a exigncia da qualidade de vida dos residentes de Macau, responder aos interesses individuais dos residentes e aproveitar as potencialidades dos cidados de Macau.

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Portanto, a poltica demogrfica deve concentrar-se nos estudos sobre as exigncias de melhoramento do bem-estar e da qualidade de vida dos residentes, da construo de uma cidade habitvel e, tambm, sobre a manuteno e alargamento das suas vantagens especficas e no estudo da forma como estas podem transformar-se em motor de desenvolvimento, fazendo de Macau uma casa agradvel para todos os residentes.

Atravs de estudo e da recolha de opinies dos vrios sectores sociais,

consideramos que os objectivos da poltica demogrfica de Macau so: Tomar como ltima finalidade os interesses dos residentes locais, criar

qualidade de vida, melhorar gradualmente o nvel de vida dos residentes, definir uma direco clara para elevar as qualificaes da populao e melhorar a estrutura da populao, a fim de promover o desenvolvimento sustentvel da sociedade e aumentar a competitividade geral de Macau.

Para atingir esses objectivos, toda a comunidade deve fazer uma profunda

reflexo sobre dois problemas: Primeiro, os residentes esperam usufruir de uma vida com qualidade, por isso,

deve pensar como que, em Macau, se pode atingir qualidade de vida. Segundo, qual pode ser o contributo para fazer de Macau um centro e uma

plataforma e manter o desenvolvimento sustentvel e estvel da RAEM, e elevar a competitividade de Macau?

Actualmente, Macau est empenhada em se desenvolver num Centro e numa

Plataforma e a promover o desenvolvimento de uma adequada diversificao econmica.

No futuro, o estudo da poltica demogrfica dever focar-se no reforo da

competitividade dos residentes, atravs da promoo das suas potencialidades, elevar o nvel geral da vida dos residentes atravs de garantias sociais, de educao, servio de assistncia mdica e sade, habitao, construo de sistemas, de longo prazo, de formao de quadros qualificados, a fim de desenvolver a qualidade de vida dos residentes e estabelecer uma cidade de alta qualidade no que refere habitao, emprego, transporte, turismo e lazer.

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Primeira parte - Metodologia de Estudo

Tendo como finalidade obter um conhecimento e uma compreenso abrangente e aprofundada sobre o estado da populao, o contexto poltico, a dinmica da populao e as polticas demogrficas de diferentes regies e pases, o presente estudo recorreu a vrios mtodos de estudo, entre os quais: I. Anlise de documentao

Para a anlise das polticas demogrficas procedeu-se, com recurso a meios

tradicionais e virtuais, recolha de documentos sobre poltica demogrfica, tais como, documentos oficiais, estudos especializados, artigos acadmicos e aplicados, publicaes peridicas, entre outros. Tendo como objectivo analisar os resultados e as opinies e desenvolver um estudo aprofundado sobre os estudos demogrficos, recorreu-se a especialistas de Macau e do estrangeiro.

II. Estudos Comparativos

Procurmos obter um conhecimento profundo sobre as caractersticas de alguns

aspectos da poltica demogrfica, comparando os aspectos comuns e divergentes entre os de Macau e outros pases.

Assim, durante este processo de estudo, concentrmo-nos na identificao e

anlise de semelhanas e diferenas. A comparao das semelhanas permitiu encontrar as similaridades entre as polticas demogrficas, podendo assim utiliz-las como referncia. A anlise comparativa das diferenas tornou possvel uma compreenso dos resultados obtidos, no campo prtico, por diferentes polticas. III. Mtodos de estudo

Para este estudo recolhemos o mximo de opinies e sugestes da sociedade,

desenvolvemos uma pesquisa por inqurito, versando questes demogrficas. Assim, definimos o modo de estudo, procedemos recolha e anlise de dados, elabormos um relatrio de apresentao de resultados e efectumos o acompanhamento dos assuntos mais destacados pela sociedade.

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IV. Anlise quantitativa e qualitativa Durante o processo de estudo procedemos anlise e estudo de um elevado

nmero de informaes demogrficas e de estatsticas s quais aplicmos teorias e metodologias usadas na investigao sobre demografia e no estudo de polticas pblicas.

A partir dos resultados da anlise quantitativa e qualitativa do fenmeno

demogrfico e da relao das caractersticas e do ritmo de evoluo de diferentes populaes, procurmos encontrar uma relao essencial entre o fenmeno demogrfico de Macau e o desenvolvimento da sociedade. Atravs desta anlise quantitativa e qualitativa global da poltica demogrfica de Macau caracterizou-se o estado demogrfico de Macau, definiu-se uma orientao das polticas e medidas a tomar no futuro, e investigou-se a aplicabilidade das medidas de diferentes polticas demogrficas.

Para alm de estudos bsicos e tcnicos, de modo a tornar o estudo mais

cientfico, pragmtico e direccionado anlise das polticas demogrficas, contmos com a colaborao de inmeras instituies especializadas (Universidade de Pequim e Universidade de Macau, entre outras). Estas instituies realizaram um estudo das polticas, aprofundando reas especficas, tais como, capacidade de carga demogrfica, habitao, famlia, educao, regime de penses.

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Segunda parte - Principais Documentos de Referncia

O estudo da poltica demogrfica indispensvel para a actual sociedade. A poltica demogrfica vai sofrendo alteraes de forma a adaptar-se realidade do desenvolvimento da populao e em concordncia com as leis desse mesmo desenvolvimento. Em Macau, nos dias de hoje, o desenvolvimento social e econmico tem sido acompanhado pelo emergir, gradualmente, de vrios problemas relacionados com a populao, alguns dos quais tm merecido um especial destaque: aumento da consciencializao da sociedade face poltica demogrfica e, tambm, um aumento exponencial de opinies e de estudos sociais, alguns dos quais apresentam grande relevncia para futuros estudos e, por isso, merecem a nossa ateno.

No estudo da poltica demogrfica tem-se recorrido a relatrios e documentos

sobre o estudo especfico da populao de Macau, temos como referncia os seguintes: Estudo da Poltica Demogrfica de Macau feito pela Universidade de Pequim, Estudo da Capacidade de Carga Demogrfica de Macau no Campo das Condies Sociais Gerais e Estudo das Polticas Favorveis Famlia pela Universidade de Macau, Estudo da Entrevista-Foco sobre a Cognio do Ensino Tcnico-Profissional em Macau pelas Partes Interessadas e as suas Expectativas das Polticas pela Universidade de Cincia e Tecnologia de Macau, Ultrapassar o Desafio de uma Sociedade em Envelhecimento: o Estudo do Servio de Enfermagem e a Anlise do Status Quo dos Recursos Humanos pelo Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau, Estudo da Poltica de Habitao de Macau pelo Centro Pesquisado de Governana Pblica de Macau, e Estudo da Capacidade de Carga Demogrfica de Macau no Campo de Planeamento Urbano pelo Instituto de Planeamento Urbano de Macau; bem como os relatrios das Linhas da Aco Governativa dos anos anteriores e os documentos do Governo relacionados com esta rea, tais como Texto de Consulta pblica sobre a proposta da Lei de Bases dos Direitos e Garantias dos Idosos, Tendncias e os Desafios do Envelhecimento da Populao, Projecto de Melhoramento das Infra-estruturas do Sistema de Sade, Caracterizao social das Mulheres de Macau, Planeamento para os Prximos Dez Anos para o Desenvolvimento do Ensino No Superior (2011 a 2020), Poltica de Juventude de Macau (2012 a 2020), Poltica Geral de Trnsito e Transporte Terrestre de Macau (2010 a 2020), e Planeamento da Proteco Ambiental de Macau (2010 a 2020). Alm disso, consultmos tambm uma massa de textos e dados, divulgados pelos governos dos pases e regies vizinhos, pelas instituies de pesquisa privadas, e pelos estudiosos e especialistas.

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No seguinte texto, encontra-se uma sistematizao e uma exposio dos pontos de vista e das concluses dos relatrios de investigao, acima mencionados, relativos populao de Macau e que se reveleram de grande importncia.

I. Situao da populao e poltica demogrfica

O Estudo da Poltica Demogrfica de Macau, desenvolvido pela Universidade

de Pequim, procedeu a uma investigao sobre a situao demogrfica de Macau e tem as seguintes concluses:

1. Macau uma regio com uma taxa de natalidade relativamente baixa.

2. A esperana mdia de vida, em Macau, ocupa uma das posies mais altas no

mundo.

3. A migrao surge como o principal factor para o crescimento da populao de Macau.

4. Existe um contraste claro entre os trabalhadores no residentes e os trabalhadores locais.

5. A importao da mo-de-obra jovem pode atenuar a situao de envelhecimento de populao em Macau e cria oportunidades para ultrapassar os desafios do envelhecimento favorecendo o desenvolvimento econmico e para um rcio demogrfico mais equilibrado e consistente.

6. A percentagem de analfabetismo no elevada e o mesmo se verifica com a populao com idade superior a 15 anos e com habilitaes acadmicas superiores ao ensino secundrio.

O relatrio da Universidade de Pequim aponta alguns princpios gerais que devem ser tidos em conta na elaborao da poltica demogrfica de Macau. O primeiro consiste em garantir e melhorar o nvel do bem-estar dos residentes de Macau e, o segundo diz respeito necessidade de um desenvolvimento econmico sustentvel. Tendo por base os princpios de dedicao causa do povo e tendo por base a populao, o primeiro e o segundo princpio, acima referidos, so a finalidade e o meio para atingir tal finalidade, respectivamente; o primeiro como o alvo e o segundo como a condio para atingir tal alvo. Entre os dois termos, a

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populao desempenha um papel decisivo, sendo, ao mesmo tempo, o ponto crucial para atingir o objectivo e o ponto inicial para concretizar o meio atravs do qual se chega finalidade. Portanto, a formulao de uma poltica racional e efectiva tem uma importncia crtica para o desenvolvimento econmico sustentvel, para elevar e garantir bem-estar aos residentes e para melhorar a qualidade de vida da sociedade de Macau. A fim de elaborar esta poltica, so imprescindveis duas condies: a primeira compreender e conhecer a tendncia de desenvolvimento demogrfico no futuro e, a segunda, consiste em satisfazer as expectativas dos residentes de Macau.

O relatrio da Universidade de Pequim indica tambm que a demografia, um dos

recursos mais importantes para o desenvolvimento econmico, ir desempenhar um papel essencial e influenciador do crescimento sustentvel da economia de Macau, sendo um factor decisivo para o progresso ou declnio, a nvel geral, de Macau. Os seguintes princpios so fundamentais para a elaborao da poltica demogrfica de Macau:

1. Poltica fundamentada pela realidade de Macau A poltica demogrfica de Macau tem que ser fundamentada nas actuais

condies. A condio vantajosa de Macau possuir um sistema econmico saudvel e elevados rendimentos financeiros; as desvantagens tm a ver com o espao diminuto e a baixa qualificao dos seus recursos humanos. Todas essas condies so fundamentais para a elaborao de poltica demogrfica de Macau.

2. Equilbrio entre desenvolvimento econmico e desenvolvimento social Em geral, a elaborao de poltica demogrfica tem duas finalidades, sendo a

primeira fornecer recursos humanos adequados. Adequados significa que a quantidade, a qualidade e a estrutura dos recursos humanos devem satisfazer as necessidades do desenvolvimento econmico e industrial. A quantidade insuficiente e baixa qualificao dos recursos humanos de Macau tm sido apontadas como o principal factor que limita o desenvolvimento econmico de Macau, portanto, sugere-se, como aspectos chave da poltica demogrfica, a entrada de imigrantes e a contratao de trabalhadores no residentes qualificados e, ainda, elevar o nvel educacional da populao de Macau. A segunda finalidade consiste em responder s demandas, em constante crescimento, de bem-estar e garantias dos residentes. A formulao de polticas de migrao, bem-estar da populao, garantias dos idosos, sade pblica, educao, e habitao devem ter em considerao, para alm das

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mudanas da estrutura demogrfica, o aumento demogrfico rpido, que se prev ir acontecer no futuro. No possvel formular polticas demogrficas e sociais sem ter em conta as mudanas que se iro registar a nvel da populao. Assim, deve dar-se uma especial ateno no sentido de manter um equilbrio entre ambos, podendo mesmo significar um sacrfico de algum aspecto do desenvolvimento econmico.

3. Compensar a falta de espao com funes No planeamento regional estratgico deve-se promover uma maior preocupao

com a partilha das funes da populao e ajustar a distribuio da populao de forma a recompensar a falta de espao com funes. Na realidade, existe em Macau um conflito em termos da diviso do espao entre reas indstriais e residenciais. Como resultado dos planeamentos anteriores, no existe uma separao, a nvel de espao, reservando reas especficas para cada funo. Alm disso, em Macau, nos ltimos anos, com o vigoroso desenvolvimento econmico, surgiu um novo fenmeno visto que o alargamento do espao industrial resultou numa compresso do espao destinado s pessoas.

Tendo presente a pequena dimenso do territrio de Macau e a dificuldade em

determinar qual o espao mais importante, deve encarar-se o aperfeioamento da alocao destes dois espaos como algo de especial importncia. Alm disso, as zonas novas da cidade, fundamentalmente constitudas por aterros, iro aumentar a rea de Macau, devendo ser, tambm, objecto de planeamento. A escassez de espao um problema que Macau tem que enfrentar constantemente, no entanto, o principal meio para o resolver ultrapassar os seus territrios limitados, procurando espaos em Hengqin ou noutras regies.

4. Aperfeioar o sistema de segurana social com base nas condies

sociais e econmicas Para o estudo de poltica demogrfica, deve-se fundamentar a orientao do

desenvolvimento do sistema de segurana social s condies sociais e econmicas. As polticas demogrficas no mundo podem-se dividir em dois sistemas: um a generalizao do sistema de regalias sociais, praticado pelos pases nrdicos, outro o sistema orientado pelo mercado, como nos Estados Unidos da Amrica.

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O primeiro tipo de sistema, que ocorre, em geral, com base numa condio econmica consistente e vigorosa, e qualidade elevada de vida, acentua benefcios recebidos pelo cidado em geral e amplas regalias sociais baseadas em impostos elevados, as reas de segurana social incluindo, por exemplo, procriao, servios de assistncia mdica e sade, educao, cuidados aos idosos, falecimento, etc.

O segundo tipo aplica-se, normalmente, num contexto econmico favorvel,

empresas e residentes possuem certa capacidade econmica, destacando a combinao das responsabilidades do Governo e dos residentes. Sob esse mesmo sistema, as contribuies da segurana social so pagas, principalmente, pelos empregadores e empregados, com o Governo fornecendo apoio financeiro para as pessoas invalidez e os idosos. S se teria acesso s vrias penses, atribudas de acordo com a lei, depois do cumprimento de dever de pagar para o alcance do direito de gozar do benefcio. As reas abrangidas so, em termos gerais, procriao, cuidados aos idosos, servios de assistncia mdica e sade, falecimento, desemprego, invalidez, etc.

Ambos os sistemas acima mencionados tm vantagens e desvantagens, na

generalizao do sistema de regalias sociais embora os residentes recebam mais facilmente vrios tipos de segurana social e regalias, os enormes encargos que acarreta colocam uma pesada carga economia; no sistema de investimento pelo indivduo, os residentes s tm acesso s regalias depois de satisfazer alguns requisitos, a cobertura de segurana social limitada, mas esse sistema acentua a relao entre deveres e direitos, aumentando a sua eficcia.

Nota-se, portanto, que apesar de nenhum dos sistemas existentes ser perfeito,

Macau deve recorrer s experincias doutros sistemas e tentar adaptar sua prpria realidade actual, procurando estabelecer, dentro da sua capacidade real, um sistema de segurana social que satisfaa as exigncias especficas de Macau.

5. Aderir ao princpio de cooperao e abertura Face diminuta extenso geogrfica de Macau torna-se imprescindvel alargar a

viso de desenvolvimento e implementar o princpio desenvolver Macau ir para alm das suas fronteiras e no ficar confinado ao seu limitado espao terrestre. Para tal, deve ter em conta as condies de desenvolvimento das regies vizinhas e assentar o progresso no conceito de Grande Macau. Tanto o planeamento do governo como a formulao de polticas devem basear-se neste conceito de Grande Macau. Este processo teve iniciado com a aprovao do projecto e a construo da

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Ponte que liga Hong Kong-Zhuhai-Macau que ir favorecer a rpida integrao de Macau na rede de transportes do Delta do Rio das Prolas o que, consequentemente ir resultar numa expanso do espao de vida dos residentes. A elaborao e o ajustamento das polticas desta rea devem ter lugar mesmo antes da concretizao prtica do princpio Grande Macau, porque esta espera pode resultar na perda de oportunidades e colocar Macau numa posio desvantajosa no processo de pleno desenvolvimento da China. Alm disso, o desenvolvimento da economia e da populao, a melhoria da qualidade de vida dos cidados de Macau exigem uma consolidao da colaborao com zonas vizinhas. O desenvolvimento de Macau deve, para alm das bases presentes, aproveitar a sua localizao e o seu lugar no Delta do Rio das Prolas. Este deve ser o entendimento, em termos de poltica, para reforar a cooperao entre Macau e a Provncia de Guongdong de forma a oferecer aos cidados, que vivem fora de Macau, mais servios e garantias. Para que haja uma compatibilidade de sistemas entre Macau e a Provncia de Guongdong, a cooperao deve iniciar-se pela prestao de servios pblicos, tais como, sade, penses, educao, proteco ambiental, gua e electricidade, confeco de infra-estruturas, facilitao do processo de alfndega, fornecimento de produtos alimentares, regulao do sector imobilirio e garantia de habitao. No processo de compatibilizao de polticas e dos planeamentos actuais da colaborao entre Macau e a Provncia de Guongdong, estes so aspectos que precisam de ser claramente equacionados e solidamente fundamentados.

II. Capacidade de carga demogrfica

Alm das condies da populao e das directivas das polticas em geral, a

poltica demogrfica alvo de um grande interesse por parte dos residentes de Macau, nomeadamente, a problemtica da capacidade de carga demogrfica. No texto a seguir, apresenta-se um resumo dos contedos principais de investigao do Estudo da Capacidade de Carga Demogrfica de Macau no Campo das Condies Sociais Gerais, elaborado pela Universidade de Macau e do Estudo da Capacidade de Carga Demogrfica de Macau no Campo de Planeamento Urbano, realizado pelo Instituto de Planeamento Urbano de Macau.

No primeiro relatrio, a Universidade de Macau analisa indicadores e sistemas

de avaliao, focando-se na anlise do ndice do Desenvolvimento Humano e na Capacidade de Acumulao de Riqueza Social.

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1. ndice do Desenvolvimento Humano O ndice do Desenvolvimento Humano uma medida global de avaliao usada

para explorar e classificar o desenvolvimento humano, a partir do crescimento econmico e o desenvolvimento social. A estatstica formada com base nos dados de expectativa de vida (ao nascer), educao (mdia e expectativa de anos de escolaridade) e nvel de vida (rendimento nacional bruto per capita), recolhidos a nvel nacional.

A introduo de ndice de Desenvolvimento Humano no estudo de capacidade de

carga demogrfica favorece identificar, num sentido global, o efeito que o pas ou a regio repercute na utilizao e gesto de recursos em geral e o nvel e a capacidade de desenvolvimento sustentvel da populao, recursos em geral e ambiente.

O estudo revela que Macau uma regio com um desenvolvimento humano mais

elevado (very high) no mundo e que este se encontra numa fase ascendente. Na ltima dcada, o ndice de Desenvolvimento Humano de Macau tem-se situado num nvel elevado, tendo atingido um pico de 0,906 em 2001 e s registado com o valor inferior a 0,8, durante o perodo de 2002 a 2004. Tendo em conta a tendncia verificada a nvel geral, podemos ver que a distncia entre o desempenho de Macau e o dos pases ou regies com mais elevados valores de ndice de Desenvolvimento Humano tem registado uma diminuio. Em 2011, o ndice de Desenvolvimento Humano de Macau foi de 0,868, ocupando o vigsimo quinto local, inferior as de Hong Kong (0,898, dcimo terceiro) mas superior ao de Singapura (0,866, vigsimo stimo).

A anlise acima apresentada mostra a robustez do nvel global de

desenvolvimento e a capacidade de desenvolvimento sustentvel, reflectindo o aumento contnuo do desenvolvimento saudvel e da qualidade de vida de Macau.

2. Capacidade de Acumulao de Riqueza Social Acumulao de Riqueza Social a manifestao em espcie da riqueza social

que um pas produz num certo perodo que se mede tendo como critrios as condies econmicas e sociais do desenvolvimento demogrfico, incluindo infra-estruturas, instalaes pblicas e sociais e o nvel de desenvolvimento econmico. As instalaes e a capacidade de desenvolvimento social e econmico de longo prazo so bases e recursos importantes da capacidade de carga demogrfica de uma regio.

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A avaliao do nvel de infra-estruturas toma como indicadores o comprimento de faixas e estradas per capita, nmero de telefones per capita e a percentagem de tratamento de resduos slidos. A avaliao do nvel de instalaes pblicas e sociais toma como indicadores o nmero de mdicos por cada mil habitantes e a proporo entre alunos e docentes; a avaliao do nvel de desenvolvimento econmico baseia-se em indicadores como PIB per capita, rendimento mdio mensal dos habitantes e taxa de desemprego. Baseado nos dados apresentados em cima, o estudo refere Singapura, Canto, Shenzhen, Shanghai, Pequim, Hong Kong, etc. como objectos de comparao e atravs do tratamento e anlise de dados, chega s seguintes concluses:

(1) Em 2011, a Capacidade de Acumulao de Riqueza Social precedeu as regies referenciadas acima, representando a capacidade mais elevada de acumulao de riqueza social de Macau.

(2) Para melhorar esta capacidade de acumulao de riqueza social aconselha-se o investimento no desenvolvimento estvel e sustentvel de economia e o aumento contnuo da qualidade de vida dos residentes.

(3) As infra-estruturas j atingiram um bom nvel, aps um longo perodo de investimento nesta rea, no entanto, o progresso futuro ir encontrar constrangimentos causados pela falta de espao e pelo aumento das necessidades de mercado.

(4) O aumento contnuo do nvel de instalaes pblicas e sociais no s revela a necessidade de melhoria e ateno qualidade de vida dos residentes, mas tambm a de apoio para o desenvolvimento econmico no futuro.

Em geral, a capacidade de acumulao de riqueza social de Macau tem vindo a

usufruir dos resultados do progresso tcnico e desenvolvimento econmico e do constante investimento e construo pelo que tm registado um crescimento contnuo e resultando num forte apoio capacidade de carga demogrfica actual.

O relatrio do Instituto de Planeamento Urbano de Macau apresenta um estudo da perspectiva de desenvolvimento sustentvel. Este estudo refere algumas medidas que foram ou vo ser implementadas, tais como, abertura das fronteiras entre Macau e Zhuhai durante vinte e quatro horas, desenvolvimento dos distritos novos de Hengqin e Cuiheng, em Zhongshan, e construo de infra-estrutura: rede de transportes entre

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Canto e Zhuhai, Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau, novo tnel entre a provncia de Guongdong e Macau. Face a este novo contexto necessrio prestar especial ateno aos desenvolvimentos que estas medidas podem ter na mobilidade da populao e na capacidade de carga demogrfica.

O estudo revela que a capacidade de carga demogrfica de recursos naturais e o desenvolvimento econmico e social de Macau possuem caractersticas bem distintas, tal como a seguir se refere:

(1) Na perspectiva dos recursos naturais, o factor chave que limita a capacidade de carga demogrfica o recurso terrestre. A partir da anlise em termos de acumulao de riqueza social, terra, gua, electricidade e outros recursos de energia, Macau, em teoria, j est a sofrer uma enorme presso nesta rea, no entanto, Macau como ser uma economia aberta e em franco desenvolvimento, pode recorrer a fontes externas para preencher as lacunas de recursos locais.

(2) Na base de acumulao de riqueza social, o desenvolvimento econmico regista uma situao muito positiva, com PIB elevado, desenvolvimento estvel e taxa de desemprego baixa, podendo considerar-se ser este um dos principais motores impulsionadores da capacidade de carga demogrfica.

(3) O desenvolvimento da rede de apoio e de instalaes pblicas e sociais est, de um modo geral, num nvel razovel, no entanto, existe uma certa presso relativamente assistncia mdica e ao sistema de penses. Com a insuficincia do recurso terrestre, elevar o nvel das instalaes pblicas ser o factor crucial para aumentar a capacidade de carga demogrfica. (4) O desenvolvimento econmico e social ir resultar numa inevitvel intensificao dos problemas do crescimento demogrfico. Se, no futuro, houver uma melhoria das instalaes pblicas e sociais (nomeadamente nas reas dos transportes, sade e penses), ainda existe espao para alargar a carga demogrfica.

De uma forma geral, para garantir o desenvolvimento econmico e social ser

necessrio elevar, gradualmente, a capacidade de carga demogrfica. Os dois relatrios apresentam um conjunto de princpios orientadores de

polticas pblicas, como referncia, e que a seguir se enumeram:

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(1) Expandir o espao urbano, procurando um equilbrio entre populao e recursos terrestres. (2) Alargar a cooperao com o exterior de forma a estabelecer um equilbrio entre populao e recursos.

(3) Ajustar a estrutura interna, procurando equilibrar a populao e o desenvolvimento econmico e social.

III. Polticas favorveis famlia

No campo de estudo sobre famlias e mulheres, os estudos Caracterizao

social das Mulheres de Macau, da Direco dos Servios de Estatstica e Censos, e Estudo das Polticas Favorveis Famlia, da Universidade de Macau, apresentam anlises profundas sobre estas temticas.

Em Caracterizao Social das Mulheres de Macau afirma-se que graas

poltica de educao gratuita, as mulheres tm vindo a aumentar, de forma evidente, o seu nvel de habilitaes acadmicas e a adiar o seu ingresso no mercado de trabalho. Vinte anos atrs, o nmero de mulheres interessadas em frequentar o ensino superior no era to elevado como hoje em dia e, a maioria, comeava a trabalhar bastante cedo, como forma de apoiar nas despesas familiares. Tambm era frequente, depois do casamento, abandonarem o mercado de trabalho para se dedicar apenas famlia. Nestes ltimos anos, o melhoramento de economia, o aumento de oportunidades de emprego e a importao de mo-de-obra estrangeira para a prestao de servios domsticos, so factores que contribuem para que cada vez mais mulheres continuem a desempenhar uma actividade profissional ou voltem ao mercado de trabalho. Para alm disso, o desenvolvimento social e o aumento do nvel de escolaridade das mulheres contribuem para o aumento de oportunidades da sua promoo profissional.

No Estudo das Polticas Favorveis Famlia, da Universidade de Macau, tem

as seguintes sugestes:

1. A procura de recursos humanos por parte das empresas faz com que exista um maior dinamismo destas para implementar as polticas favorveis famlia, em comparao com a poltica de apoio financeiro, como por exemplo, baixar os impostos.

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2. Primeiro, recolher informaes e formular orientaes para, depois, legislar e definir disposies.

3. A avaliao dos empregadores em termos de prticas favorveis famlia

deve ser aplicada de forma sria, transparente e justa, isto favorece as empresas a recrutar talentos.

IV. Ensino Tcnico-Profissional

No Estudo da Entrevista-Foco sobre a Cognio do Ensino

Tcnico-Profissional em Macau pelas Partes Interessadas e as suas Expectativas das Polticas, da Universidade de Cincia e Tecnologia de Macau, sugerem-se as seguintes medidas para desenvolvimento do ensino tcnico- profissional de Macau:

1. Definir o posicionamento do ensino tcnico- profissional

Tendo como linha orientadora a previso de desenvolvimento da indstria,

Macau deve definir um ensino tcnico- profissional adequado aos pilares de apoio da indstria. Isto ir permitir o estabelecimento de um centro de formao de talentos para suporte a esses pilares, que ajudar a elevar a concorrncia dos seus pilares, e oferecer oportunidades de promoo aos residentes ao mesmo tempo.

2. Introduzir mais organizaes para assumir o ensino

tcnico-profissional Para se conseguir atingir o objectivo definido no ponto 1 necessrio aumentar o

nmero de instituies de ensino tcnico-profissional, nomeadamente, envolvendo as instituies de ensino superior. Pois, claro que no se pode depender apenas das escolas de ensino tcnico-profissional, da formao por parte das associaes comunitrias e das empresas. No entanto, isso no significa a substituio das actuais escolas de ensino tcnico-profissional por aquelas instituies mas, sim, a exigncia de solucionar a falta de candidatos para os cursos oferecidos por estas escolas.

3. Aprofundar o conceito do ensino tcnico-profissional Aprofundar o conceito do ensino tcnico-profissional orientar o ensino

tcnico-profissional na procura de talentos para assistir construo de um centro, uma plataforma, e definir um conjunto de competncias nucleares a desenvolver

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nos alunos. Este ncleo de competncias tem a ver com capacidades profissionais fundamentais, incluindo aplicao de informao, lnguas estrangeiras, a capacidade de comunicao e cooperao humanas e de resoluo de problemas, atitudes de estudo e trabalho, etc. Para aprofundar o conceito do ensino tcnico-profissional, todas as instituies de ensino tcnico-profissional devem melhorar em todos os aspectos, tais como, currculo, qualidade de corpo docente, mtodos de ensino, oportunidades de prtica, etc.

4. Impulsionar a competio entre instituies de formao comunitrias Instituies de formao comunitrias constituem um suplemento eficiente do

ensino tcnico-profissional. As instituies oficiais ou sob a tutela do Governo no conseguem dar resposta a todas as necessidades nesta rea, pelo que as lacunas devem ser integradas atravs as instituies de formao comunitrias.

5. Estabelecimento gradual de um sistema de avaliao e de licenciamento

do ensino tcnico-profissional O ensino profissional e tcnico de Hong Kong j atingiu a maturidade, tendo

assim vrios aspectos que valem a pena estudar e tomar como referncia. Por exemplo, o estabelecimento do sistema de avaliao do ensino tcnico-profissional; departamentos do Governo colaboram com as empresas a fim de elaborar regras desabalar e autorizar as qualificaes em diferentes reas e nveis. O Governo, as empresas e as instituies de ensino colaboram uns com outros, especificando, de forma detalhada, junto das instituies de ensino a procura por parte das empresas, permitindo uma atitude pr-activa na actualizao dos currculos escolares.

6. Sugestes para a deciso poltica (1) Formular um esquema prprio para o desenvolvimento do ensino tcnico-profissional.

(2) Combinar os recursos de ensino tcnico-profissional do Governo.

(3) Desenvolver o corpo docente de ensino tcnico-profissional.

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(4) Resolver o problema da falta de apetncia, por parte dos alunos, pelo ensino tcnico-profissional e encorajar a vulgarizao do certificado de qualificao profissional.

(5) Encorajar as empresas a cooperar com as instituies de ensino tcnico-profissional, nomeadamente, admitindo alunos dessas mesmas instituies para estgios profissionais e de especializao.

(6) Recolha e divulgao, por parte do Governo, de informao sobre a procura de talentos tcnico-profissionais e orientao das instituies de ensino tcnico-profissional na preparao de currculos escolares que satisfaam a procura real.

(7) Incentivar as instituies de ensino tcnico-profissional a participar na cooperao regional, recorrendo a instituies similares para colmatar as suas deficincias.

(8) Construir, gradualmente, um sistema de avaliao e de licenciamento do ensino tcnico-profissional.

V. Habitao O estudo sobre a habitao surge no Estudo da Poltica Demogrfica de

Macau, da Universidade de Pequim e no Estudo da Poltica de Habitao de Macau, do Centro Pesquisado de Governana Pblica de Macau.

O relatrio da Universidade de Pequim indica que no futuro Macau preciso

estabelecer um sistema gradual de garantia de habitao, procurando a adaptao flexvel a vrios tipos de exigncias especficas dos diversos destinatrios residentes. Alm disso, o planeamento e a construo da habitao de garantia social devem ser integrados no planeamento urbano de Macau de longo prazo. O territrio de Macau muito limitado, e precisa assim de um planeamento refinado de longo alcance. Se a colaborao entre Macau e Zhuhai for bem-sucedida, elaborando polticas com interesses mtuos e oferecendo um ao outro privilgios apropriados, ser possvel ao Governo da RAEM expandir o seu espao de desenvolvimento, podendo os residentes de Macau ajustar-se a esta nova realidade. No futuro desenvolvimento de Macau, especialmente no que concerne ao planeamento do desenvolvimento urbano, preciso praticar o princpio ver Macau a partir de fora.

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O relatrio do Centro Pesquisado de Governana Pblica de Macau tem as seguintes sugestes:

1. Definir finalidades da poltica de habitao As finalidades da poltica de habitao devem ser fundamentadas na procura de

pessoas de diferentes classes sociais, estabelecendo uma escala, de baixo para cima, por garantia de hbitao econmica e social, para alugar e para venda.

2. Estabelecer medidas de curto prazo No que diz respeito a medidas de curto prazo, o Governo deve ter um bom

conhecimento da estrutura da oferta de terrenos e da procura de habitao, a fim de avaliar a situao da oferta e da procura; entretanto, deve recomear a cobrar contribuio predial s habitaes desabitadas, ajudando a aumentar a oferta de hbitao no mercado de arrendamento.

3. Estabelecer medidas a mdio e longo prazo Em termos de medidas a mdio e longo prazo, o Governo deve desenrolar a

adaptao a partir da poltica demogrfica, fornecimento terrestre, hbitao pblica, hbitao privada, e mercado de arrendamento; e demais, acelerar o mecanismo de actualizao urbana, renovao dos zonas antigas, e cooperao regional, a fim de equilibrar a relao entre a oferta e a procura de hbitao.

VI. Servio de Sade

O Estudo da Poltica Demogrfica de Macau, da Universidade de Pequim

analisa, tambm, o servio de sade, indicando que, como parte das polticas pblicas, a poltica de sade pblica merece ateno especial.

Dividem-se em geral em dois tipos as polticas pblicas do Governo: uma

poltica generalizada de preferncias, visando todos, independente de casos individuais; outro a poltica com efeito de rede de segurana, apontando para grupos especiais, sobretudo grupos mais carenciados. Nesse ltimo caso, devem ser considerados na elaborao da poltica de sade pblica, em primeiro lugar, objectos de poltica e os seus estados de sade. Objectos de poltica devem ser residentes locais, que costumam ser divididos em ricos e pobres, jovens e idosos. Os grupos de pobres

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so a primeira prioridade na garantia do Governo; em termos de riscos sade, os idosos devem receber um destaque especial. Portanto, uma poltica de sade pblica qualificada deve consistir em polticas visando a populao em geral e, em especial, polticas dirigidas a pessoas com necessidades especiais. Para o primeiro grupo, cada indivduo deve assumir mais responsabilidade; para o segundo, tal responsabilidade deve ser assumida pelo Governo.

A mdia da expectativa de vida dos residentes de Macau est numa posio de

liderana no mundo. Porm, convm salientar que a mortalidade no reflecte necessariamente o estado de sade dos residentes, ou seja, o nvel de sade no obrigatoriamente sincronizado com o nvel de mortalidade. De acordo com estudos mundiais sobre a expectativa de sade, nalguns pases ou regies, o prolongamento da expectativa de vida acompanhado pela extenso de perodos com doena ou no saudveis, existindo, consequentemente, situaes de longevidade mas no saudvel.

O factor essencial para elevar o nvel de sade reside, finalmente, em estilos e

hbitos de vida saudveis, estrutura da dieta alimentar razovel, e estado psiquitrico saudvel. Somente com a mudana completa dos estilos e hbitos de vida insalubres e a advocao dessa mesma teoria, melhoraria verdadeiramente o nvel de sade dos residentes de Macau. aconselhvel iniciar aces para promover uma vida saudvel dos residentes de Macau, fazer planos de aco. Antes de tudo, dever lanar uma pesquisa geral sobre sade e nutrio dos residentes de Macau; em segundo lugar, estabelecer arquivos de sade da populao de Macau; por fim, elaborar o Guia da Sade com orientaes sobre alimentao, nutrio, desporto, tabagismo, consumo de lcool, sade oral, sade materna e infantil, sade mental, etc. Com esse fim, o Governo deve criar instituies, por exemplo comisses, para a instruo e promoo da sade e centros nas comunidades que divulguem e apoiem a sade dos residentes.

Alm dos relatrios mencionados acima, para o estudo da poltica demogrfica,

tem-se recorrido a relatrios e dados sob essa mesma temtica e realizada uma anlise profunda desses documentos, que devido ao espao limitado, no esto todos apresentados neste relatrio.

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Terceira parte - Estudos comparativos de polticas demogrficas de pases estrangeiros

A fim de que a sociedade de Macau possa conhecer e colher inspirao de outras

experincias, sobre uma problemtica que desperta grande interesse do pblico, procedemos a uma anlise comparativa sobre as polticas demogrficas de outros pases assente no estudo de uma significativa quantidade de documentos e dados.

Esta parte trate-se dos resultados do estudo comparativo dos principais tpicos

sobre as experincias exteriores relativas poltica demogrfica, incluindo a poltica demogrfica, a proteco aos idosos, sade, famlia, habitao, educao e emprego, regresso de quadros qualificados, entre outros domnios.

I. Comparao das polticas demogrficas

1. Princpios orientadores da poltica demogrfica Singapura publicou, em 2013, Uma populao sustentvel para uma Singapura

dinmica, onde define como princpios fundamentais a sustentabilidade da populao, a manuteno do dinamismo da economia e a criao de boas condies de vida.

Taiwan publicou, em 2013, o Livro Branco da Poltica Demogrfica: Tendncia

de Menos Filhos, Envelhecimento e Emigrao, onde prope a criao de um ambiente propcio procriao, mantendo uma estrutura demogrfica adequada; a promoo dos valores da famlia, permitindo aos idosos usufruir de uma vida saudvel, digna e activa; o respeito pela diversidade cultural, criando um lugar de felicidade e convvio harmonioso; entre outros princpios.

A Regio Administrativa Especial de Hong Kong publicou, em 2015, Poltica

Demogrfica Estratgias e Medidas, onde prope, como ideologia central, o princpio optimizao da populao, construo do futuro e manifesta o desejo de que se concretize o desenvolvimento e formao de quadros qualificados, para que a populao de Hong Kong acompanhe, de forma contnua, o desenvolvimento econmico de Hong Kong como cidade internacional da sia. Deve, ainda, apostar-se na criao de uma sociedade harmoniosa e coesa em que todos contribuam com o seu talento, permitindo aos residentes e suas famlias usufruir de um elevado nvel de qualidade de vida.

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2. Desafios a nvel demogrfico Singapura e a Regio Administrativa Especial de Hong Kong enfrentam questes

como o envelhecimento da populao e a insuficincia de mo-de-obra, enquanto Taiwan est perante questes de baixa natalidade, envelhecimento da populao e emigrao, entre outras.

3. Ponto-chave da poltica O Governo de Singapura props as seguintes medidas e polticas para combater

os problemas demogrficos: (1) Optimizar as polticas de apoio ao casamento e natalidade O Governo est empenhado em dar apoio aos singapurenses casados no sentido

de obteno mais rpida e fcil de alocao da habitao pblica, atribuir mais subsdios s mulheres grvidas e, tambm, de maternidade, investir mais no apoio s despesas com os filhos, como, por exemplo, despesas de sade, com o intuito de encorajar os singapurenses a casar-se e a ter filhos mais cedo.

Apoiar com medidas que possibilitem a compatibilizao entre famlia e trabalho

dos casais empregados; atravs do plano da licena de paternidade e licena parental, encorajar o desempenho de um papel mais importante da figura paterna na criao dos filhos.

(2) Integrar os emigrantes Simultaneamente atraco de jovens emigrantes, o Governo de Singapura

proceder ao controlo do nmero de emigrantes, tendo uma atitude prudente relativamente ao ritmo de crescimento do nmero de emigrantes. Para alm disso, continuar a encorajar e auxiliar estes novos cidados a integrar-se na sociedade, de modo a adaptarem-se ao estilo de vida local.

(3) Criar boas oportunidades de emprego para os residentes O Governo de Singapura criou oportunidades de melhoria de competncias dos

residentes e garantir-lhes tratamento equitativo, para que aps aquisio de um nvel mais elevado de competncias, possam usufruir de uma remunerao correspondente.

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Devido ao facto de cada vez mais singapurenses terem adquirido conhecimentos de tcnicas mais avanadas e ao consequente abandono de trabalhos que exigem um nvel tcnico inferior, necessrio recrutar trabalhadores no residentes, como complemento mo-de-obra local, para preencher essas vagas, satisfazendo a necessidade do mercado por trabalhadores com competncias de nvel inferior. Em geral, os trabalhadores no residentes prestam vrios servios como, por exemplo, cuidados de sade, assistncia aos idosos e trabalho domstico, prestando auxlio aos idosos e casais locais que se encontram a desempenhar uma actividade profissional.

(4) Criar boas condies de vida e bom ambiente para os residentes O Governo investir em infra-estruturas, proporcionando aos cidados

instalaes, rede de transportes; e servios mais acessveis, construindo mais habitao pblica; hospitais e outros equipamentos de sade, e criando um ambiente urbano de alta qualidade.

Para alm disso, atravs das novas tecnologias e reformas e da reflexo sobre a

utilizao responsvel de recursos terrestres, pretende-se criar espaos novos, propcios ao investimento econmico, para obter um melhor aproveitamento dos terrenos.

A poltica demogrfica da regio de Taiwan indica que para aliviar a situao de

baixa natalidade, necessrio ter polticas favorveis famlia, tais como, sistemas integrais que asseguram a natalidade, os cuidados de sade e a proteco das crianas, proporcionar aos residentes um ambiente profissional favorvel famlia, introduzir novas medidas de licena de maternidade e licena sem vencimento para acompanhamento do lactente e atribuir abonos de famlia.

Atravs do apoio famlia nos cuidados aos idosos, ser optimizado o sistema de

sade e assistncia social aos idosos, aumentado o apoio financeiro da segurana social aos idosos, promovida a empregabilidade e o aproveitamento de recursos humanos de meia idade e idosos, e criado um sistema integral de educao snior, no sentido de atenuar questes de envelhecimento.

H tambm medidas para conhecer a tendncia de emigrao, apoiar a integrao

dos emigrantes, atrair profissionais e investidores emigrantes, atrair estudantes de mrito de Taiwan que residem no estrangeiro, construir uma sociedade de diversidade

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cultural, prevenir a entrada de emigrantes ilegais e para diminuir as influncias negativas provocadas pelo fenmeno da emigrao.

A Regio Administrativa Especial de Hong Kong, face s questes do

envelhecimento demogrfico, insuficincia de mo-de-obra e outras, props as seguintes estratgias e medidas:

(1) Aumentar o leque de mo-de-obra local O Governo da Regio Administrativa Especial de Hong Kong props o

prolongamento da vida laboral; reforo da assistncia na educao e empregabilidade dos idosos, mulheres e grupos vulnerveis; apoio prestado s mulheres que acumulam funes na casa e no trabalho, encorajando-as a voltar ao mercado do trabalho atravs de polticas favorveis famlia, de modo a aproveitar a mo-de-obra potencial local.

(2) Elevar a qualificao da populao Elevar a qualidade da educao, conceder mais bolsas de estudo, atribuir mais

vagas subsidiadas no ensino superior, promover activamente o desenvolvimento da educao profissional so medidas para formar a gerao jovem e elevar a qualificao da populao.

(3) Atrair quadros qualificados do exterior Define-se o Esquema de Admisso para Quadros Qualificados e Profissionais do

Exterior, para estimular o regresso da 2 gerao dos emigrantes de Hong Kong, melhorar as medidas da autorizao de permanncia, entre outras medidas para atraco de quadros qualificados excelentes do exterior e dos investidores estrangeiros que pretendam abrir negcios em Hong Kong. Est a ser estudada a viabilidade da implementao da lista de quadros qualificados.

(4) Estudos sobre medidas benficas natalidade O Governo da Regio Administrativa Especial de Hong Kong est empenhado

em construir um ambiente favorvel educao das crianas, apoiando os residentes na concretizao do seu desejo de constituir famlia e ter filhos.

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(5) Construir um ambiente favorvel aos idosos Promove-se um envelhecimento activo e o mercado de trabalho para o idoso, de

modo a usufruir e aproveitar a rica experincia social dos idosos, permitindo-lhes uma vida produtiva e com qualidade.

II. Comparao dos sistemas de proteco aos idosos

O sistema de proteco aos idosos na Coreia do Sul inclui principalmente trs

sistemas: de penso nacional, penso para profisses com regime especial e de indemnizao por cessao de contrato de trabalho. Entre estes, o sistema principal o de penso nacional que engloba os trabalhadores de regime geral entre os 18 e 60 anos. No caso de profisses de alto risco e de forte intensidade de trabalho, os trabalhadores tm direito a requerer a penso aos 55 anos enquanto outros em regime geral tm o direito aos 60 anos. A conta da penso divide-se em conta bsica e conta complementar, sendo a primeira para efeitos de reforma e invalidez, e a segunda para efeitos de abonos familiares. A penso para profisses com regime especial destinada a funcionrios pblicos, militares e professores de escolas privadas, cuja contribuio de 5.5% sobre a remunerao mensal, pagando o Governo 5.5% da remunerao de funcionrios pblicos e militares e encargos para efeitos de indemnizao por danos; no caso dos professores, pagando a escola 3.5% e o Governo 2% e os custos de operao. Sendo, o sistema de indemnizao por cessao de contrato de trabalho de natureza obrigatria, todas as empresas com mais de 5 empregados tm de criar um Fundo de indemnizao por cessao de contrato de trabalho, pago pelo empregador. Quando o empregado se reforma ter direito a uma indemnizao no valor correspondente aos anos de servio.

O sistema de proteco aos idosos no Japo constitudo principalmente por

penso nacional, penso do Regime de Previdncia ou do Fundo de Penso Mtuo, e por diferentes tipos de penses de empresas e seguros de companhias de seguros. A penso nacional uma penso bsica de proteco aos idosos de cariz pblico, encarregando-se o Governo do Japo das despesas de gesto administrativa e de metade das despesas do seguro, engloba a penso os agricultores e trabalhadores independentes entre os 20 e os 60 anos, os beneficirios da penso bsica nacional ou Fundo de Penso Mtuo e os seus cnjuges, tendo direito ao seguro de penso bsica aqueles que tenham contribuio durante 25 anos ou aqueles que completem os 65 anos de idade; a penso do Regime de Previdncia destinada a empregados de grandes e mdias empresas; enquanto a do Fundo de Penso Mtuo destinado a

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funcionrios pblicos, trabalhadores de empresas pblicas, empregados nas reas da agricultura, silvicultura, pesca e docentes. O prmio do seguro da penso do Regime de Previdncia e do Fundo de Penso Mtuo est ligado ao rendimento do tomador de seguro, cujo encargo suportado pelo empregado e empregador, 50% para cada um, responsabilizando o Governo apenas pelas despesas de gesto administrativa, cuja adeso obrigatria para os residentes com menos de 65 anos e que estejam empregados. As despesas com o seguro do trabalhador pagas pela empresa esto isentas de imposto. Os diferentes tipos de penses de empresas e seguros de companhias de seguros so considerados seguros privados de proteco de idosos, disponibilizando um maior leque de escolhas, geridos pela prpria empresa e sem apoio financeiro do Governo.

O sistema de proteco aos idosos em Singapura constitudo principalmente

pelo Fundo de Previdncia Central, cuja contribuio obrigatria e isenta de imposto. O Governo responsabiliza-se pela gesto e administrao, e os empregadores e empregados pela sua contribuio, 40% do salrio mensal do trabalhador, numa proporo de 20% para cada parte. Os beneficirios quando mudam de emprego, podem transferir as contas que tambm fazem parte da sua herana, mas no podem levantar dinheiro antes de se reformar. O Fundo de Previdncia investe principalmente pelo investimento nas obrigaes do Governo, de modo a garantir aos participantes um retorno de investimento sem riscos e isento de imposto. O Fundo de Previdncia inclui conta ordinria, conta de poupana mdica e conta especial. A conta ordinria serve para adquirir habitao, seguros e fazer investimentos nas aces autorizadas pelo Governo, em fundos de investimento, entre outros, ou efectuar o pagamento das despesas com educao do prprio trabalhador ou dos seus filhos; a conta de poupana mdica serve para efectuar o pagamento das despesas de sade, prmio de seguro de doenas graves e despesas de cuidados mdicos autorizados, do prprio beneficirio e seus familiares; enquanto a conta especial serve para efeitos de penso para idosos e para emergncias. Os trabalhadores por conta prpria tambm tm de contribuir para a conta de poupana mdica do Fundo de Previdncia, sendo a contribuio 7% do rendimento anual e efectuada uma vez por ano, enquanto a contribuio da conta ordinria e da conta especial voluntria.

O sistema de proteco aos idosos na regio de Taiwan apresenta uma estrutura

diversificada, sendo que o sistema no est unificado. Devido insuficincia da legislao e sua cobertura limitada, a contribuio e a concesso da previdncia social aos idosos varia diferentes grupos sociais, existindo grande desigualdade. De momento, o regime de penses apenas se atribui a trs grandes grupos, funcionrios

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pblicos, militares e outros trabalhadores, sendo que os militares e funcionrios pblicos tm direito a melhores benefcios e os trabalhadores no residentes recebem uma proteco menor ou no usufruem de qualquer tipo de proteco.

III. Comparao das polticas de sade

No domnio das polticas de sade, proceder-se- comparao entre os sistemas

e servios de sade de Inglaterra, Singapura e da Regio Administrativa Especial de Hong Kong.

1. Sistemas de sade A Inglaterra, atravs do sistema de sade pblico, oferece servios de sade a

todos os cidados, promovendo a garantia de sade a toda a sociedade. O Governo encarrega-se dos cuidados de sade e os cidados optam livremente pelo mdico abrangido por um determinado esquema de sade ou podem integrar o Sistema de Sade Britnico (National Health Service, NHS na sua abreviatura) e ser paciente privado dos mdicos responsveis dos principais hospitais.

O Ministrio da Sade de Singapura responsabiliza-se pela elaborao da

legislao relativa sade e pela inspeco dos fornecedores de servios de sade pblicos e privados, com o objectivo de garantir servios de sade de boa qualidade e acessveis a todos os residentes. As polticas desta rea normalmente estabelecidas pela legislao que regula todo o sistema de sade.

O Departamento de Alimentao e Sade da Regio Administrativa Especial de

Hong Kong responsabiliza-se pelo estabelecimento das polticas e pela distribuio dos recursos, e os Servios da Sade responsabiliza-se pela execuo das polticas de sade do Governo e pela gesto da sade pblica. Sendo um rgo estaturio, o Departamento da Gesto de Hospitais responsabiliza-se pela gesto dos hospitais pblicos e prestao de servios pblicos de cuidados de sade, de modo a garantir que em caso de necessidade, o residente receba servios de preveno, tratamento e reabilitao. Os servios privados de sade so principalmente os prestados pelos hospitais privados e os de cuidados primrios. Os residentes podem optar pelo estabelecimento de sade mais adequado, consoante a sua situao.

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2. Servios de sade O NHS da Inglaterra constitudo por:

(1) Cuidados primrios: servios prestados por mdicos de clnica geral, dentistas, optometristas e farmacuticos nas situaes no urgentes. (2) Servios hospitalares: servios de especialidade, cirurgia e de urgncia. (3) Servios de sade comunitria: destinados a pacientes com doenas menos graves e crnicas. (4) Servios de sade subsidiados pelo NHS: servios prestados pelas entidades do sistema NHS, e por outras organizaes como instituies de caridade, institutos privados e empresas sociais que atinjam os nveis do NHS.

Os servios de sade de Singapura incluem:

(1) Servios de cuidados primrios: prestados por mdicos de clnica geral em clnicas gerais ou clnicas privadas. (2) Servios hospitalares: prestados por vrios hospitais pblicos e diversos centros nacionais de especialidade. (3) Servios de sade oral: prestados por centros de medicina dentria nacionais e algumas clnicas ou hospitais gerais. (4) Cuidados de mdio nvel e longo prazo: destinado a pacientes que necessitam de cuidados de sade a longo prazo, mas no precisam de internamento. (5) Servios de assistncia: incluindo servios de medicina legal, servios farmacuticos e servios de doao de sangue, entre outros. (6) Servios de medicina tradicional chinesa: tendo como base os servios de cuidados de sade em Singapura a medicina ocidental, o Governo tambm est empenhado em desenvolver e optimizar os servios de medicina chinesa, permitindo aos residentes usufruir de um servio de alta qualidade.

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O Departamento de Alimentao e Sade da Regio Administrativa Especial de Hong Kong classifica os servios de sade em servios de sade de nvel bsico, servios de sade de nvel mdio e servios de sade de terceiro nvel.

(1) Servios de sade de nvel bsico: prestados por mdicos de famlia, enfermeiros, farmacuticos, entre outros. (2) Servios de sade de nvel mdio: normalmente transferidos pelos mdicos de servios bsicos e prestados por hospitais. (3) Servios de sade de terceiro nvel prestados por mdicos de especialidade de hospitais. Os servios de sade da Regio Administrativa Especial de Hong Kong ainda

incluem servios de urgncia prestados pelas entidades de servios de sade de nvel bsico, de nvel mdio ou de terceiro nvel; servios de reabilitao em internamento ou ambiente comunitrio, e servios de internao de longo prazo, destinados a pessoas incapacitadas, pacientes de longo prazo e idosos.

3. Outros

No que diz respeito ao sistema de gesto de seguros de sade, os Estados Unidos

da Amrica praticam a total liberalizao do mercado, sendo a angariao de fundos para os servios de sade feita segundo as regras de mercado livre e os cuidados de sade prestados por instituies privadas, sem interveno do Governo.

Os pases como a Inglaterra, Sucia e Dinamarca, praticam o sistema de planeamento, onde o Governo angaria fundos e presta servios de sade atravs de organismos pblicos. Os fundos provm essencialmente da receita fiscal. Desempenhado dum papel primordial, o Governo responsabiliza-se pela construo e gesto das instituies de servios de sade, prestam servios pblicos de sade e promovem medidas de preveno de doenas.

O sistema de gesto de sade no Canad a combinao entre o planeamento e o mercado livre. Deste modo, cabe aos Servios da Sade definir estratgias de desenvolvimento dos cuidados de distribuir recursos, sendo os fundos de sade provenientes essencialmente da receita fiscal. No entanto, os servios de sade so prestados por instituies privadas.

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Pases como Alemanha, Frana e Holanda, praticam tambm um sistema combinado entre mercado livre e planeamento, em que cabe ao Governo definir e optimizar o quadro jurdico do sistema de sade, sendo a angariao de fundos de responsabilidade da sociedade, enquanto os servios de sade prestados por instituies privadas. O seu sistema de seguros de sade inclui o sistema de seguros de sade social e o sistema de seguros de sade comercial. A angariao e gesto dos respectivos fundos da responsabilidade das instituies pblicas independentes. Os servios de sade so prestados pelos hospitais pblicos e instituies privadas que operam independentemente segundo o quadro jurdico estabelecido pelo Governo.

IV. Comparao das polticas favorveis famlia

No domnio das polticas favorveis famlia, procedemos essencialmente

comparao entre os pases nrdicos, Estados Unidos da Amrica, Japo e Taiwan. Face questo da descida contnua da taxa de fecundidade, os 4 pases nrdicos

esto empenhados na promoo de polticas favorveis famlia, apoiando os pais dos recm-nascidos. Na licena parental e no subsdio de nascimento, a grande maioria optou por um sistema abrangente de subsdios suportados pelo Governo. Por exemplo, na Dinamarca, a licena parental legal de 52 semanas, incluindo 18 semanas de licena de maternidade, 2 semanas de licena de paternidade e 30 semanas de licena no remunerada para cuidados ps maternidade, sendo o subsdio de nascimento de 100% do rendimento; por outro lado, para as crianas de 24 semanas a 6 anos, o Governo dinamarqus presta servios especializados de cuidados infantis, pagando a famlia apenas 25% das despesas. O modelo poltico da Finlndia e Sucia assenta no apoio financeiro contnuo s famlias com filhos. Desde o nascimento at ao ensino bsico, o Governo presta um apoio financeiro contnuo aos pais de modo a permitir-lhes acompanhar os seus filhos, mesmo no caso de trabalhadores em regime de tempo inteiro.

Os Estados Unidos da Amrica , actualmente, o nico pas industrializado a no

estipular a obrigatoriedade de o empregador conceder licena de maternidade. No entanto, muitas empresas reconhecem que as polticas favorveis famlia ajudam na elevao de produtividade e no moral dos empregados, diminuindo a perda de recursos humanos. Para conseguir mais quadros qualificados, as empresas tomam as suas prprias medidas, o que compensa, de alguma forma, essa lacuna do Governo.

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O Japo enfrenta as situaes de envelhecimento da populao, baixa natalidade e de falta de mo-de-obra, tendo vindo a definir como prioridade das linhas de aco governativa o esbater do conflito entre famlia e trabalho. Para alm de elaborar uma srie de leis e polticas, recorreu, tambm, comunicao social para divulgar o conceito de compatibilizao entre trabalho e famlia. Em 1992, atravs da Lei da Licena-Parental, estabeleceu-se que o empregador obrigado a conceder, aos trabalhadores femininos 14 semanas de licena de maternidade, a pagar 60% do seu salrio e a conceder um ano de licena parental. Ainda, os subsdios do Japo so bastante abrangentes, incluindo: subsdio de nascimento, licena parental e subsdio de lactente, subsdio infantil e subsdio para criao dos filhos. Alm disso, para as crianas com mais idade, o Governo dispe de creches pblicas e presta apoio pr-escolar.

As polticas favorveis famlia de Taiwan esto definidas, sobretudo, na Lei

da equidade de gneros. De acordo com a referida lei, as licenas relativas s responsabilidades familiares dividem-se principalmente em 3 partes: licena de maternidade/paternidade, licena parental e licena de cuidados familiares: as mulheres empregadas antes e aps o parto tm direito a 8 semanas de licena de maternidade, e no perodo do parto o cnjuge tem direito a 3 dias de licena remunerada; quando algum membro da famlia sofrer de doena ou acontecimento grave, os empregados tm direito a um mximo de 7 dias de licena por ano e a remunerao nesses dias ser calculada nos mesmos termos de licena por motivos pessoais. No entanto, esta lei no estabelece as penalidades em caso de no cumprimento das polticas favorveis famlia, portanto se o empregador decidir no cumprir o legislado no ser penalizado.

V. Comparao das polticas de garantia de habitao

1. Destinatrios da garantia As polticas de garantia de habitao nos Estados Unidos da Amrica, Alemanha,

Coreia do Sul e Hong Kong destinam-se sobretudo a pessoas com rendimentos mdios e baixos, enquanto na Inglaterra e Singapura so dirigidas a todos os cidados.

2. Medidas das polticas A poltica de construo de habitao pblica nos Estados Unidos da Amrica

teve incio em 1937. O Governo federal alocou fundos especficos para a construo

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de habitao pblica. O Governo Estatal responsabiliza-se pela opo da localizao, pela inspeco e pelo estabelecimento dos princpios de distribuio, e detm os direitos de propriedade das habitaes pblicas. O Governo cobra um tero do rendimento das famlias desfavorecidas como renda, enquanto s famlias com rendimentos mais elevados cobra um valor um pouco superior ao tero do rendimento da famlia. Ainda, para aumentar o fornecimento de arrendamento de habitaes a baixo custo, o Governo, desde 1961, tem vindo a encorajar, atravs de diferentes medidas, a prtica de arrendamentos a baixo custo pelos proprietrios de habitaes privadas, e os a compensar (garantia de hipotecas, apoio financeiro em manuteno e operao); tambm a encorajar a construo de habitaes privadas de baixo preo que renem os requisitos estabelecidos pelo Governo, cujos proprietrios podem usufruir dedues do imposto de rendimento durante 10 anos, e cujos inquilinos podem receber do Governo vales para rendas. A particularidade da poltica de garantia de habitao dos Estados Unidos da Amrica est em manter o bom funcionamento do sistema de garantia de habitao, atravs do sistema financeiro de emprstimo, poltica de deduo apropriada do imposto e proteco jurdica slida.

A particularidade da poltica de garantia de habitao da Alemanha est na

combinao entre a poupana-habitao, benefcios na construo de habitaes e aquisio aps locao, a sua ideologia que o Governo e os cidados assumam, em conjunto, a responsabilidade de garantia de habitao. Na poupana-habitao, as pessoas com baixo e mdio rendimento podem assinar com o banco o contrato de crdito de poupana, Primeiro poupana, depois crdito, consoante a sua capacidade de poupana e de reembolso, primeiro poupam e depois reembolsam e o Governo atribuir taxas de juro reduzidas ou iseno de imposto como encorajamento aos participantes na poupana-habitao. Para alm disso, a sociedade cooperativa de habitao a coluna vertebral da resoluo das necessidades de habitao ps-guerra, que formada inicialmente por trabalhadores industriais, desenvolveu-se para a actual construtora, cujo capital vem de scios, apoio financeiro do Governo, e emprstimos bancrios com taxas de juros reduzidas. Aps a construo da habitao, esta distribuda pelos scios para arrendar, sendo eles inquilinos e accionistas em simultneo. O Governo ainda encoraja instituies privadas e sem fins lucrativos a construir ou adquirir habitaes. Neste caso, o Governo encarrega-se dos custos do terreno e atribui um emprstimo de quase 50% das despesas de construo sem juros; o governo, atravs da elevao da taxa de depreciao diminui a base fiscal, e isenta imposto sobre os terrenos e imposto de sisa durante 10 anos, reduzindo os impostos a pagar pelos construtores, resolvendo assim a questo de habitao de pessoas com rendimento mdio e baixo. Mais, a aquisio aps locao um mtodo de compra

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e venda de habitao nico praticado na Alemanha. O comprador de habitao, quando no tem ainda capacidades para a aquisio, pode requerer ao banco ou agncia imobiliria para adquirir primeiro comprometendo-se locao da habitao, e quando ganhar capacidades para reembolso do emprstimo adquire ao banco ou agncia imobiliria a posse da habitao.

A poltica de habitao da Inglaterra reveste-se na transformao de habitao

pblica em habitao comercial. A particularidade do sistema de garantia de habitao est no mtodo de combinar o subsdio aos direitos de propriedade, destinado s pessoas com rendimento mdio e baixo e com capacidades econmicas relativamente melhores, em que o residente adquire a propriedade parcialmente e vai pagando as rendas at aquisio total. Ainda, o Governo pratica o sistema de benefcios de habitao em diferentes nveis de acordo com os rendimentos dos cidados, fornecendo os respectivos apoio poltico e benefcios a quem arrende habitaes pblicas ou privadas e aos proprietrios das habitaes, fornecendo em simultneo benefcios adicionais s famlias carenciadas.

As habitaes em Singapura so constitudas por habitaes pblicas e

habitaes privadas. O Governo garante a habitao de todos os nacionais, sobretudo atravs da vende e do arrendamento das habitaes pblicas, atribuindo em simultneo, subsdios de aquisio de imvel para as famlias com rendimento mdio e baixo. Na perspectiva de quantidade de habitaes construdas e de entidades construtoras, verifica-se que o Departamento de Desenvolvimento de Habitao a maior construtora de Singapura, o que assegura um sistema de oferta de habitaes com primazia no planeamento e o mercado funciona como complemento. Em Singapura o controlo dos recursos terrestres rigoroso. O Governo pode no s requisitar terrenos privados para construes nacionais mas tambm pode fixar o valor do terreno requisitado, garantindo assim recursos terrestres suficientes para a construo de habitaes pblica. O fundo para construo de habitaes pblicas provm de impostos gerais e do Fundo de Previdncia Central, cuja adeso obrigatria, de modo a garantir fundos para a construo de habitaes pblicas. A distribuio de habitaes pblicas funciona sob a forma da economia planificada. O requerente primeiro tem que se registar na lista de espera para poder participar no sorteio, depois de sorteado que pode celebrar contrato. Normalmente, este processo demora cerca de 2 anos, desde o registo at entrada na habitao. O preo das habitaes pblicas fixado de acordo com a capacidade financeira do residente e no com custo. Por outro lado, o Governo elaborou legislao de controlo rigoroso da especulao de habitaes pblicas, garantindo um regime de equidade.

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A garantia de habitao do Governo da Coreia do Sul pode ser considerada uma combinao entre o sistema de poupana-habitao da Alemanha e o sistema de habitao pblica de Singapura. Tal como na Alemanha, promove-se a poltica de primeiro a poupana, depois o emprstimo. As diferenas, em comparao com a Alemanha, consistem na obrigatoriedade da poupana dos residentes num determinado banco e quando reunida a condio financeira, lhes concedido o direito aquisio da habitao, sendo a forma de apoio do Governo no pelo emprstimo sem juros, mas pela concesso da habitao pblica. Em simultneo, o Governo est empenhado em tomar medidas de restrio de especulao de imveis, praticando a poltica de uma famlia, uma habitao, garantindo que todas as famlias tenham habitao, mas no mais que uma. O sistema de declarao de transaces imobilirias controla rigorosamente a compra e venda de habitaes em segunda mo, sobre as quais, cobrando um elevado imposto sobre as mais-valias.

A Regio Administrativa Especial de Hong Kong pratica o sistema dual na oferta

de habitao, sendo a sua ideologia de no interferir no mercado imobilirio privado, mas exercer as funes controladoras do Governo para, em simultneo, resolver o problema de habitao de diferentes classes sociais, sobretudo das pessoas com rendimento mdio e baixo, atravs de polticas de garantia de habitao pblica. Em Hong Kong quase metade dos residentes vivem nas habitaes pblicas. O Governo de Hong Kong apresenta planos diferentes conforme a situao econmica e necessidades dos residentes. O Governo cede terrenos suficientes e gratuitos Autoridade para a Habitao para a construo de habitao pblica, de acordo com avaliaes peridicas e precisas feitas sobre as necessidades de habitao.

VI. Comparao das polticas de educao profissional

1. Direco de desenvolvimento Singapura valoriza muito a educao profissional, cujo programa est

intrinsecamente ligado s necessidades do mercado de trabalho. A educao profissional na cidade de Xangai est concentrada nas necessidades

industriais e directamente ligado aos programas relacionados e s profisses pblicas provenientes do seu desenvolvimento.

O desenvolvimento da educao profissional e o desenvolvimento da sociedade

diversificada da Regio Administrativa Especial de Hong Kong esto interligados.

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Hong Kong estabeleceu o Sistema de Enquadramento de Qualificaes da Educao e Formao Profissional, com o objectivo de permitir que Hong Kong tenha um sistema econmico tendo o conhecimento como base, reforando a capacidade dos recursos humanos e elevando a produtividade e a competitividade.

2. Institutos de formao profissional Em Singapura, a escola do ensino secundrio tcnico-profissional instalado no

Instituto de Educao Tcnica (Institute of Technical Education, abreviado para ITE), uma instituio de ensino superior subordinada ao Ministrio da Educao. O Governo de Singapura estabeleceu o Sistema de Enquadramento de Competncias da Mo-de-Obra, equacionando a educao e formao profissional e valoriza o desenvolvimento da educao profissional de nvel superior em institutos de ensino superior.

Os cursos da educao profissional na cidade de Xangai esto ministrados tanto

no ensino secundrio como no ensino superior, permitindo aos alunos uma progresso de estudos sem interrupo e a obteno do diploma de ensino superior, sendo o modelo de funcionamento o seguinte: h escolas que ministram cursos tcnico-profissionais do ensino secundrio e do ensino superior, (ou seja, dispe na mesma escola da educao profissional secundria e superior, permitindo aos alunos uma progresso de estudos sem interrupo e a obter, no final, o diploma de ensino superior).

Na Regio Administrativa Especial de Hong Kong a formao profissional

oferecida por diferentes instituies, como escolas secundrias, Instituto de Formao Vocacional, Instituto Politcnico de Hong Kong, etc. Actualmente, o Instituto de Formao Vocacional j se tronou numa principal e maior instituio de educao e formao profissional em Hong Kong, prestando apoio e dando sugestes para a definio da poltica do sistema de formao profissional, atravs das 13 instituies sob a sua dependncia, conferindo a qualificao do ensino secundrio complementar e o grau de licenciado.

3. Participao dos sectores de actividade O ITE de Singapura est empenhado na colaborao com as empresas,

convidando-as a definir, em conjunto, os objectivos dos cursos. As empresas tambm

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intervm activamente no estabelecimento e alterao dos padres tcnicos e fornecem oportunidades de estgio aos estudantes.

Na Regio Administrativa Especial de Hong Kong, a participao da sociedade e

dos sectores de actividade muito presente, tanto no estabelecimento das competncias profissionais, padro do sistema de enquadramento de qualificaes, como no fornecimento de professores do tempo parcial, estgio e espaos de formao. O programa curricular, o nvel profissional e o estgio dos cursos da educao profissional ministrados no Instituto de Formao Vocacional so bastante flexveis, e respondem s necessidades em constante mudana do mercado.

Muitas escolas profissionais de Xangai esto empenhadas em colaborar com

empresas e grandes corporaes multinacionais na organizao de cursos e no fornecimentos de estgios profissionais, aumentando a competitividade dos seus estudantes no mercado de trabalho. Muitas grandes empresas oferecem formao interna como uma extenso da educao profissional.

4. Papis de liderana Em Singapura, a iniciativa de promoo da educao profissional provm, por

um lado, das necessidades das empresas, por outro lado, depende do planeamento sci