relatório de impacto ambiental - rima (barragem do rio guapiaçu)

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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - obras para Implantação da Barragem do Rio Guapi-Açu com vistas à ampliação da oferta de Água para a região do Conleste fluminense, localizado no Município de Cachoeiras de Macacu/RJ.

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  • 1. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 1 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Sumrio Apresentao, Identificao do Empreendedor e da Empresa Consultora......................................5 Apresentao..............................................................................................................................6 Quem o empreendedor ............................................................................................................6 Quem a empresa consultora ....................................................................................................7 Equipe Tcnica responsvel pelo Estudo de Impacto Ambiental.................................................8 O que o Empreendimento? ..........................................................................................................9 Caracterizao do empreendimento..........................................................................................10 Objetivos e justificativas do projeto............................................................................................10 Localizao da Barragem..........................................................................................................11 Sobre a Construo ..................................................................................................................13 Canteiro de Obras.....................................................................................................................13 Resduos ...............................................................................................................................15 Origem e estimativa da mo de obra empregada......................................................................16 Previso de trfego de veculos na fase de construo.............................................................16 Estudo de Alternativa ................................................................................................................16 rea Afetada pelo Empreendimento .............................................................................................17 Definio da rea Afetada pelo Empreendimento .....................................................................18 Meios Fsico e Bitico................................................................................................................18 rea de Influncia Indireta AII.............................................................................................18 rea de Influncia Direta........................................................................................................18 rea de Interveno ou rea Diretamente Afetada................................................................19 Meio Socioeconmico ...............................................................................................................19 rea de Influncia Indireta .....................................................................................................20 rea de Influncia Direta........................................................................................................20 rea de Interveno (rea Diretamente Afetada) ..................................................................20 Caracterizao Ambiental da rea Afetada pelo Empreendimento...............................................25

2. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 2 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Meio Fsico................................................................................................................................26 Caracterizao Geolgica......................................................................................................26 Caracterizao Geomorfolgica.............................................................................................28 Solos......................................................................................................................................31 Recursos Minerais (AID / ADA)..............................................................................................38 Recursos Hdricos..................................................................................................................39 rea de influncia direta e rea diretamente afetada.............................................................39 Aspectos Climticos...............................................................................................................41 guas Subterrneas ..............................................................................................................41 Meio Bitico...............................................................................................................................42 Vegetao .............................................................................................................................42 Fauna ....................................................................................................................................45 Meio Socioeconmico ...............................................................................................................48 rea Diretamente Afetada .........................................................................................................50 Avaliao dos Impactos Ambientais..............................................................................................55 Meio Fsico................................................................................................................................57 Impactos da Fase de Implantao .........................................................................................57 Impactos da Fase de Operao.............................................................................................60 Meio Bitico...............................................................................................................................64 Impactos da Fase de Implantao .........................................................................................64 Impactos da Fase de Operao.............................................................................................67 Meio Socioeconnico ................................................................................................................70 Impactos da Fase de Planejamento.......................................................................................70 Impactos da Fase de Implantao .........................................................................................71 Impactos da Fase de Operao.............................................................................................77 Proposta de Medidas Mitigadoras.................................................................................................80 Meio Fsico................................................................................................................................81 Meio Bitico...............................................................................................................................83 3. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 3 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Meio Socioeconmico ...............................................................................................................85 Proposta de Medidas Compensatrias .........................................................................................88 Reduo da cobertura vegetal em funo da supresso vegetal ...........................................89 Reduo do nmero de espcimes das espcies nativas......................................................89 Prognstico da Qualidade Ambiental ............................................................................................90 Sem o empreendimento ............................................................................................................91 Com o empreendimento............................................................................................................93 Plano de Gesto Ambiental ..........................................................................................................95 Plano de Controle da Eroso e Recuperao de reas Degradadas (PCRA) ...........................96 Objetivos................................................................................................................................96 Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos e Carreamento de Sedimentos (PMPE) .....................................................................................................................................97 Objetivos................................................................................................................................97 Programa de Proteo dos Taludes Marginais do Reservatrio (PPTM)...................................98 Objetivos................................................................................................................................98 Programa de Acompanhamentos dos Direitos Minerrios (PADM)............................................99 Objetivos Gerais ....................................................................................................................99 Programa de Monitoramento da Qualidade das guas (PMQA)................................................99 Objetivos................................................................................................................................99 Programa e Reflorestamento da APP do Lago da Barragem (RAPP)...................................... 100 Objetivos..............................................................................................................................100 Programa de Enriquecimento e Ampliao da rea da Vegetao do Refgio da Vida Silvestre de Macacu (EARV)..................................................................................................................100 Objetivos..............................................................................................................................101 Programa de Resgate da Flora Nativa dos Fragmentos Florestais (RFNFF)........................... 101 Objetivos..............................................................................................................................101 Programa de Resgate, Aproveitamento Cientfico e Monitoramento da Fauna da Barragem Guapi-Au (PRMF)..................................................................................................................101 Objetivos..............................................................................................................................102 4. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 4 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Programa de Comunicao Social (PCS)................................................................................102 Objetivos..............................................................................................................................103 Programa de Educao Ambiental (PEAM).............................................................................104 Objetivo Geral......................................................................................................................105 Programa de Preveno de Acidentes de Transito (PPAT) .....................................................105 Objetivo Geral......................................................................................................................105 Programa de Negociao e Realocao (PNRE) ....................................................................105 Objetivos..............................................................................................................................106 Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconmico Sustentvel do Territrio (FDSS) ................................................................................................................................................106 Objetivos..............................................................................................................................107 Programa de Apoio ao Empreendedorismo (PAE) ..................................................................107 Objetivos..............................................................................................................................107 Programa de Implemento aos Fornecedores (PIMF)...............................................................108 Objetivos..............................................................................................................................108 Programa de Recrutamento e Capacitao de Mo de Obra (PRCM)..................................... 108 Objetivos..............................................................................................................................108 Programa de Apoio ao Planejamento das Atividades Agropecurias (PAAA).......................... 109 Objetivos..............................................................................................................................109 Programa de Monitoramento dos Indicadores Socioeconmicos (PMIS)................................. 109 Objetivos..............................................................................................................................109 ANEXOS.....................................................................................................................................110 Glossrio.................................................................................................................................111 Equipe Tcnica........................................................................................................................117 5. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 6 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Apresentao Em funo do desenvolvimento econmico e crescimento populacional dos municpios presentes na bacia hidrogrfica dos rios Guapi-Macacu, esta regio na atualidade j se encontra sob estresse hdrico. Estudos hidrolgicos tambm mostraram que as vazes naturais das bacias hidrogrficas locais so insuficientes para atender as demandas plenas da regio. Uma prova dessa assertiva so os recorrentes problemas na captao do sistema Imunana-Laranjal que nos perodos muito secos no consegue funcionar a plena carga por falta de gua no Canal do Imunana. Esse panorama tende a se agravar com o advento da implantao do Complexo Petroqumico da Petrobrs que deve se constituir em um forte indutor econmico para a regio e consequentemente concorrendo para a intensificao dos problemas relacionados aos dficits hdricos hoje j ocorrentes. O sistema hdrico Imunana-Laranjal da CEDAE (Companhia de guas e Esgotos), abastecido pela Bacia Guapi-Macacu, responsvel pelo fornecimento de gua para os municpios de Niteri, So Gonalo, Itabora e Ilha de Paquet, atualmente opera em seu limite, cuja vazo de 6,0 m/s. Estudos mostraram que para um cenrio relativo ao ano de 2035 ocorrer dficit de 5,0 m3 /s no sistema Imunana, o que corresponde ao no atendimento de cerca de 1.177.000 habitantes. O principal objetivo da Barragem do Guapi-Au aumentar a disponibilidade hdrica, de forma a assegurar, sobretudo, o abastecimento da populao, bem como garantir aos demais usurios existentes na bacia, um desenvolvimento sustentvel, para os diversos usos dos recursos hdricos. Quem o empreendedor O empreendedor a SEA (Secretaria de Estado do Ambiente), com sede na Rua Venezuela, n 110, Sade/Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) constitui rgo de primeiro nvel hierrquico da administrao estadual, e tem como misso formular e coordenar a poltica estadual de proteo e conservao do meio ambiente e de gerenciamento dos recursos hdricos, visando ao desenvolvimento sustentvel do Estado do Rio de Janeiro. A gesto ambiental pblica no Estado do Rio de Janeiro apoia-se no sistema estadual de meio ambiente, coordenado por esta Secretaria da qual fazem parte: O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) Criado atravs da Lei n 5.1010, de 04 de outubro de 2007, o INEA tem como misso proteger, conservar e recuperar o meio ambiente para 6. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 7 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro promover o desenvolvimento sustentvel. O novo instituto, instalado em 12 de janeiro de 2009, unifica e amplia a ao dos trs rgos ambientais vinculados Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): a Fundao Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA), a Superintendncia Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Comisso Estadual de Controle Ambiental (CECA), rgo colegiado diretamente vinculado ao Secretrio, a quem compete, entre outras atribuies, baixar as normas ambientais e outros atos complementares necessrios ao funcionamento do licenciamento ambiental; aplicar as penalidades cabveis aos infratores da legislao de controle ambiental, mediante apreciao dos Autos de Constatao lavrados pelos rgos fiscalizadores; e dar soluo final aos processos de licenciamento ambiental; Conselho Estadual de Meio Ambiente (CONEMA), rgo deliberativo e normativo a quem cabe o estabelecimento das diretrizes da Poltica Estadual de Controle Ambiental; Fundo Estadual de Controle Ambiental (FECAM), fundo de natureza contbil que tem por objetivo financiar projetos de apoio execuo da Poltica Estadual de Meio Ambiente. Os recursos so provenientes, principalmente, da arrecadao de multas e indenizaes por infrao legislao ambiental estadual e de royalties de petrleo. Quem a empresa consultora A empresa responsvel pela elaborao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental (RIMA) a Ambiental Engenharia e Consultoria Ltda. 7. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 8 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Equipe Tcnica responsvel pelo Estudo de Impacto Ambiental Equipe Tcnica Gerenciamento e Coordenao Tcnica Geral Formao Nome Registro IBAMA Coordenao Geral Engenheiro Sanitarista Jos Eduardo Ramalho Ortigo 207577 Coordenao Tcnica de Meio Ambiente Biloga Marcia Panno 22030 Meio Fsico Coordenao Geologia/Geomorfologia/Recursos Minerrios Gelogo Antonio Ivo Medina 50157 Solos / Pedologia Engenheiro Agrnomo Ari Dlcio Cavedon 36537 Aspectos Climticos Gegrafa Fernanda Vieira Santos 5572845 Recursos Hdricos/Fitoplncton Bilogo Jorge Rogrio Pereira Alves 221419 Recursos Hdricos/Fitoplncton Bilogo Fernando Neves Pinto 263986 Meio Bitico Coordenao Bilogo Osny Pereira Filho 1643689 Cobertura Vegetal Bilogo Marco Aurlio Passos Louzada 200887 Fauna Terrestre/Ictiofauna Bilogo Renato Balieiro Pineschi 38322 Meio Socioeconmico Coordenao Sociloga Lucia Luiz Pinto 2018 Infraestrutura Urbana/Uso e Ocupao do solo Socilogo Andr Limoeiro Roth 5434069 Arqueologia Arqueloga Dorita Maria da Conceio Rodrigues 4688046 8. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 10 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Caracterizao do empreendimento Esse relatrio apresenta a caracterizao do Empreendimento, sendo importante ressaltar que algumas informaes, com um maior detalhamento, s sero obtidas aps o desenvolvimento do Projeto Executivo. Objetivos e justificativas do projeto O principal objetivo da Barragem do Guapi-Au aumentar a Disponibilidade Hdrica, de forma a assegurar, sobretudo, o abastecimento da populao, bem como garantir aos demais usurios existentes na bacia, um desenvolvimento sustentvel, para os diversos usos dos recursos hdricos. Em funo do desenvolvimento econmico e crescimento populacional dos municpios presentes na bacia hidrogrfica dos rios Guapi-Macacu, esta regio na atualidade j se encontra sob estresse hdrico. Estudos hidrolgicos tambm mostraram que as vazes naturais das bacias hidrogrficas locais so insuficientes para atender as demandas plenas da regio. Uma prova dessa assertiva so os recorrentes problemas na captao do sistema Imunana-Laranjal que nos perodos muito secos no consegue funcionar a plena carga por falta de gua no Canal do Imunana. Esse panorama tende a se agravar com o advento da implantao do Complexo Petroqumico da Petrobrs que deve se constituir em um forte indutor econmico para a regio e consequentemente concorrendo para a intensificao dos problemas relacionados aos dficits hdricos hoje j ocorrentes. O sistema hdrico Imunana-Laranjal da CEDAE, abastecido pela Bacia Guapi-Macacu, que responsvel pelo fornecimento de gua para os municpios de Niteri, So Gonalo, Itabora e Ilha de Paquet, atualmente opera em seu limite, cuja vazo de 6,0 m/s. Estudos mostraram que para um cenrio relativo ao ano de 2035 ocorrer dficit de 5,0 m3 /s no sistema Imunana, o que corresponde ao no atendimento de cerca de 1.177.000 habitantes. A anlise de entrevistas concedidas em 2009 por tcnicos da CEDAE do sistema Imunana- Laranjal indica que o principal conflito com a irrigao ocorre nos perodos de estiagem, quando possvel notar o rebaixamento do nvel do canal devido s captaes a montante deste. Alm da irrigao, outra demanda de gua verificada na bacia para piscicultura. As alternativas para confrontar esse dficit hdrico regional projetado passam pela transposio de guas de outra bacia hidrogrfica ou ainda, pela implantao dos reservatrios estudados com o objetivo de armazenar a gua no perodo mido para ento ofert-la quando necessria. A opo de transposio de bacias hidrogrficas na atualidade, se mostra uma alternativa de difcil 9. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 11 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro implementao porque envolve questes legais (outorgas, conflitos de interesse entre os diversos atores estratgicos presentes nas bacias, entre outras) e questes econmicas, uma vez que as transposies normalmente envolvem elevados custos de operao face aos custos de energia envolvidos. Assim, a alternativa da construo de barragens com vistas a aumentar a oferta hdrica regional ganha fora e merece a devida ateno que o problema requer. Estudos mostraram que apenas o eixo Guapi-Au Jusante, possui um incremento de vazo suficiente para o atendimento da demanda at 2035. Com a implementao da barragem do Guapi-Au Jusante, a regio poder dispor de um aporte incremental de cerca de 5,0 m3 /s, vazo esta, capaz de zerar o dficit projetado para o cenrio estudado. Localizao da Barragem A barragem ser localizada no municpio de Cachoeiras de Macacu, distrito de Subaio, no estado do Rio de Janeiro. O uso do solo na regio predominantemente agrcola, com presena de stios e chcaras para fins de lazer. A rea do stio da barragem do Guapi-Au e do seu reservatrio de armazenamento de gua atinge um permetro de aproximadamente 176 km, com uma rea equivalente a 20,98 km. A figura 2.1, apresenta a localizao da barragem no seu contexto regional. 10. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 12 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 11. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 13 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Sobre a Construo Objetivando facilitar o estudo do plano de ataque, a obra ser dividida em setores de atuao denominados de frentes. As frentes de trabalho atuaro no decorrer do prazo da obra de maneira a liberar as reas de trabalho em tempo suficiente e adequado. Pode-se dividir as obras em cinco frentes: servios preliminares, movimento de terra, tratamentos de fundaes, estruturas de concreto e servios complementares. Com a liberao da ordem de incio dos servios, sero iniciados os trabalhos de implantao do canteiro de obras e mobilizao de pessoal e equipamentos. Paralelamente sero executados os trabalhos de levantamento topogrficos e investigaes geotcnicas necessrias para o detalhamento do projeto executivo. Sero tambm implantados os caminhos de servios necessrios para a execuo das obras. Com isto sero iniciados os trabalhos de implantao de duas ensecadeiras, uma na margem direita e outra na margem esquerda, que possibilitaro os trabalhos de escavao, tratamento de fundaes e construo da barragem de terra da margem direita e os trabalhos de construo das estruturas de desvio em concreto na margem esquerda. Concludas estas obras, as ensecadeiras sero relocadas, de forma a desviar o rio pelas estruturas de concreto do canal de desvio, permitindo a construo das estruturas de vertedouro, barragem de gravidade e a complementao da barragem de terra. Paralelamente concluso das obras de barramento ser realizada a limpeza da rea do reservatrio. Juntamente com a execuo das obras do barramento principal, sero executadas as obras de construo dos diques de conteno, com os servios de escavao, tratamento das fundaes e construo dos macios. Os diques sero implantados em sequncia, do dique 1 ao 9. Estas obras permitiro a retirada das ensecadeiras e o fechamento do canal de desvio para o incio do enchimento do reservatrio. Canteiro de Obras O canteiro de obras ter dimenso prevista de 250m x 300m (frente x comprimento). A seguir apresenta-se a planta baixa com a localizao exata do canteiro central. Sero construdas estradas para acesso aos diques e tambm para acesso s jazidas de areia. 12. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 14 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 13. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 16 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Mo de obra direta ser obtida, preferencialmente, tanto na cidade de Cachoeiras de Macacu quanto das cidades circunvizinhas: Itabora, Guapimirim, Terespolis, Nova Friburgo, Silva Jardim e Rio Bonito. A construtora responsvel ceder um veculo para deslocamento da mo de obra at o canteiro de obras em um local definido pela mesma. A mo de obra indireta ser constituda pelos contratos da construtora e pela empresa fiscalizadora, que contar com sua prpria mo de obra. A seguir apresenta-se uma tabela com a programao de mo de obra necessria a cada ms, durante a execuo da obra. A maior demanda de mo de obra ser de 692 colaboradores, sendo esses 109, mo de obra indireta e 583 mo de obra direta. Os caminhes vo trafegar em pistas executadas em solos argilosos arenosos construdos com inclinao de 2% para evitar acumulo de gua, com largura de seo transversal em torno de 7,50m. Sero escavadas valetas conduzindo as guas provenientes da pista de trfego para bacias de sedimentao com posterior encaminhamento para corpo hdrico existente. Sero monitorados os gases expelidos pelos veculos movidos a diesel. Sero utilizados caminhes pipa para a umectao da pista a fim de controlar a expanso de partculas em suspenso devido trfego de equipamentos. Caso ocorra de algum veculo trafegar fora do site do empreendimento os mesmos devero ser lonados a fim de evitar disperso do material ao longo da via. Os caminhes que entrarem no empreendimento sero verificados quanto e existncia de vazamentos, caso ocorram, no podero acessar a rea do empreendimento. Foram estudados os reservatrios propostos no rio Guapi-Au (Eixo EA-19) e o Guapi-Au Jusante (GAJ). Alm destes, foram estudados os reservatrios EA-05 no rio Soarinho, EA-20 no rio Caceribu e o EA-23 no rio Tangu. Diante das alternativas estudadas, pode-se constatar que a barragem do Guapi-Au Jusante foi a nica que mostrou aporte para disponibilizar a vazo suficiente para atender a demanda futura. A alternativa de no implantao do empreendimento est apresentada no Captulo 8 Prognstico da Qualidade Ambiental. 14. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 18 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Definio da rea Afetada pelo Empreendimento Conceitualmente, a rea de influncia abrange o espao suscetvel s aes indiretas e diretas de um determinado empreendimento, sejam elas relacionadas s etapas de implantao e operao. A adequada delimitao das reas de influncia de empreendimento essencial, pois permite definir o referencial espacial para o levantamento e anlise de informaes que conduziro caracterizao ambiental da regio de insero para antes das obras e, descrevendo o territrio onde ocorrero os impactos positivos e negativos decorrentes da implantao. Meios Fsico e Bitico rea de Influncia Indireta AII A conceituao da rea de Influncia Indireta (AII) relaciona a rea sujeita aos impactos indiretos da implantao e operao do empreendimento, representado pela construo da barragem e consequente formao do lago. A definio da AII dos meios fsico e bitico para o empreendimento vincula-se a delimitao da Bacia Hidrogrfica do rio Guapi-Au a partir do eixo do barramento, uma vez que esse o corpo dgua no qual foi projetado o empreendimento (figura 3.1). Essa rea de Influncia definida como um espao mnimo onde todos os estudos dos meios fsico e bitico sero realizados reunindo a grande maioria de fenmenos ambientais que se refletiro no empreendimento. A partir da, possvel uma anlise integrada dos fatores ambientais e a proposio de solues setorizadas para melhorias ambientais. A ttulo de exemplo, pode-se definir, em funo de uma anlise do potencial erosivo, onde se usam os critrios de integrao entre temas como solos, relevo, uso da terra, chuvas, aspectos hidrolgicos e vegetao. A AII ser estabelecida no entorno da rea de Influncia Direta envolvendo toda a bacia hidrogrfica j referenciada. rea de Influncia Direta A rea de Influncia Direta do empreendimento aquela sujeita aos impactos diretos da implantao e operao do barramento e de seu lago. A determinao da AID relaciona-se ao entorno imediato a partir da cota 18,5, limite da faixa de segurana do empreendimento (figura 3.2). 15. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 19 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Para estabelecer a rea da AID recomendvel diferenciar o trecho da rea do lago da barragem e as microbacias que sero alagadas parcialmente, e ainda as unidades de conservao situadas a pelo menos 500 metros de distncia da cota 18,5, cenrio que deve ser includo de forma integral nessa categoria. Outro aspecto a se considerar para a AID so os trechos a montante e a jusante do lago, recomendando-se que a definio da zona de entorno deve compreender uma largura mnima de 500m para ambas as questes. A recomendao apresentada relaciona-se a caracterstica do empreendimento que se situa sobre o leito e a plancie do rio Guapi-Au. Os estudos abordaro o meio terrestre e aqutico, destacando que um dos impactos negativos est relacionado supresso de habitat da flora e fauna a partir da instalao do empreendimento, e ainda associando-se negativamente ao Efeito de Borda, que ocorre quando os ambientes florestais so fragmentados e submetidos s aes antrpicas. claro que o meio aqutico sofrer uma modificao significativa e seus impactos relacionam-se a biota e a qualidade da gua, ressaltando-se que, por se tratar de um empreendimento para a captao de gua para consumo humano, o tema da qualidade da gua deve ser minuciosamente estudado para que no surjam surpresas que possam inviabilizar o tratamento da gua ou tornar seu tratamento com um custo elevado. rea de Interveno ou rea Diretamente Afetada A determinao da rea Diretamente Afetada considera a poro da rea a ser inundada pelo lago a ser formado em decorrncia do fechamento das comportas do barramento a ser construdo para obteno de gua para o consumo humano. Esse alagamento corresponde ao trecho do leito do rio Guapi-Au e de suas margens, atingindo a cota 18, e ainda o alcance da cota 18,5 ao se contemplar a margem de segurana para a formao do lago (figura 3.2). Nessa rea a vegetao dos fragmentos florestais foi estudada em parcelas amostrais para compor o inventrio florestal e o conhecimento dos reais impactos sobre as espcies atingidas negativamente em seu habitat, visando assim dimensionar os impactos negativos e suas medidas mitigadoras quando cabveis, e principalmente as medidas compensatrias, visando buscar um equilbrio para os impactos e melhorar a qualidade ambiental. Meio Socioeconmico O presente item refere-se a definio da rea de influencia do meio socioeconmico, para a elaborao dos estudos ambientais em sua fase de diagnstico, das atividades da barragem de Guapi-Au localizada no Estado do Rio de Janeiro, Municpio de Cachoeiras de Macacu. 16. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 20 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Para a delimitao das reas de influncia do empreendimento a serem abordados no diagnstico do meio socioeconmico, foram consideradas as diretrizes da Instruo Tcnica CEAM n 18/2012, as normas tcnicas para a elaborao de estudos de impacto ambiental, a legislao pertinente a empreendimentos dessa natureza, a localizao de suas estruturas e a abrangncia do permetro de desapropriao. rea de Influncia Indireta A rea de Influncia Indireta (AII) do Meio Socioeconmico composta pelos municpios de So Gonalo, Itabora, Rio Bonito, Mag, Guapimirim e Tangu localizados no Estado do Rio de Janeiro, integrantes do CONLESTE (Consrcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense), e beneficirios da gua potvel a ser obtida pelo empreendimento, alm de Niteri e Rio de Janeiro, que fazem parte do sistema Imunana-Laranjal (figura 3.3) . rea de Influncia Direta A rea de Influncia Direta (AID) composta pelo municpio de Cachoeiras de Macacu localizado no Estado do Rio de Janeiro - RJ, por sofrer diretamente os impactos de alterao permanente em seu uso e ocupao do solo, nas atividades produtivas do setor primrio, uma vez que contem a rea de interveno em sua rea, no distrito de Subaio (figura 3.4). rea de Interveno (rea Diretamente Afetada) Como rea de Interveno do empreendimento, para fins deste estudo, considerou-se o permetro de desapropriao conforme o projeto at agora apresentado. Esta rea, foi definida aqui como a poro composta pelo terreno que comportar a rea do reservatrio, a rea de proteo permanente e domiclios, ncleos /comunidades situados em at 1km cujas terras esto dentro da rea do reservatrio e/ou podem ser afetadas diretamente pela alterao no uso do solo e nas vias de acesso internas (figura 3.3). Assim, o diagnstico socioeconmico foi estruturado, inicialmente, apresentando os municpios da rea de Influncia Indireta (AII) considerando sua dinmica populacional, atividades do setor primrio, com respectivo uso e ocupao, infraestrutura viria, organizao social; educao e sade. Em seguida, tem-se a caracterizao da rea de Influncia Direta (AID) com especial interesse em sua produo, dinmica demogrfica, acesso a infraestrutura, entre outros. Na rea de Interveno (ADA) ser apresentado o perfil socioeconmico da populao residente, e os dados, sobre as propriedades, acesso e utilizao da infraestrutura disponvel, caracterizao da atividade agrcola e demais informaes relevantes, que permitam construir o cenrio atual desta regio, das propriedades nela localizadas e de seus moradores atuais. 17. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 21 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 18. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 22 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 19. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 23 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 20. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 24 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro 21. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 26 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Meio Fsico Caracterizao Geolgica A rea de Influncia Indireta - AII est inserida em terrenos geolgicos diversos, apresentando conjuntos de rochas de idades bastante variadas. As rochas mais antigas pertencem a pocas geolgicas com mais de 500 milhes de anos, de idade pr-cambriana, enquanto que as mais novas so representadas por sedimentos no consolidados de idades mais recentes, relacionadas ao perodo Quaternrio. Tais sedimentos vm sendo formados desde 1,5 milhes anos atrs at os dias de hoje. Na plancie predominam, atualmente, processos de acumulao de sedimentos. Esses so formados por areias, argilas e cascalhos. As colinas, morros e serras da rea so sustentados por gnaisses e granitos pr- cambrianos. O regime de chuvas, por vezes intenso, um dos mais importantes fatores determinantes do elevado estgio de alterao encontrado nesses terrenos geolgicos rochosos, onde ocorre um significativo manto de alterao das rochas, formado por solos, cujas espessuras variam com a topografia. Como decorrncia da desagregao e transporte dos solos, ocorrem depsitos coluviais de consistncia areno-argilosa, incluindo blocos de rochas de dimenses variadas e depsitos aluviais preenchendo os leitos e vales dos rios. Tanto os conjuntos de rochas quanto os depsitos de material recente foram divididos nas seguintes unidades geolgicas: Complexo Paraba do Sul/Unidade So Fidlis, Sute Serra dos rgos/Unidade Santo Aleixo, Diques de Diabsio, Depsitos Colvio-Aluvionares, Depsitos Flvio-Marinhos, Depsitos de Tlus. Essas unidades foram reconhecidas no campo atravs de observaes em afloramentos, blocos ou mataces de rocha, cortes de estradas, em antigas reas de emprstimo, vales e plancies fluviais. As rochas gnissicas predominantes nas duas primeiras unidades compem terrenos onde so encontrados variados tipos de rocha com composies minerais diferentes. Essa diversidade resulta em comportamentos geotcnicos diferentes. A resistncia da rocha aos agentes do intemperismo (chuva, calor, frio, vento) diferenciada em funo das variaes na composio e na sua estrutura. Os solos so, em geral, areno-argilosos, de escavao fcil, apresentando alta capacidade de carga e se representam com espessuras variadas. Os gnaisses, em geral, apresentam um baixo potencial de suscetibilidade a eventos de eroso e movimentos de massa, devido s altitudes baixas e ao gradiente suave do relevo colinoso 22. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 27 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro dominante. Entretanto o desaparecimento da cobertura vegetal e da intensificao da ocupao humana vem aumentando a suscetibilidade de processos erosivos localizados. Podem surgir problemas de estabilidade em taludes de corte, principalmente quando alteradas pelo tempo (intemperismo). Os granitos da unidade Sute Serra dos rgos/Unidade Santo Aleixo so mais coesos e menos fraturados que os gnaisses o que confere maiores resistncias da rocha. Necessitam de explosivos para o desmonte. Possuem moderada a alta resistncia ao intemperismo. As rochas alteram-se para solos argilo-silto-arenosos, em geral pouco profundos e bastante sensveis eroso. Sofrem bastante eroso quando submetidos a chuvas intensas, no sendo, nesse caso, adequados para uso como material de emprstimo, no entanto, solos mais espessos podem ser utilizados como material de emprstimo. A ocorrncia de blocos soltos de rocha pode dificultar os trabalhos de escavao e perfurao. So pouco estveis em taludes de corte. A capacidade de carga dos solos , em geral, alta. O comportamento geotcnico dos Depsitos Colvio-Aluvionares e Flvio-Marinhos bastante varivel. O elevado nvel do lenol fretico potencializa problemas geotcnicos diversos, principalmente aqueles relacionados estabilidade dos taludes laterais em escavaes. A abertura de canais (drenagem artificial) tem rebaixado o nvel dgua na plancie e melhorado a estabilidade dos taludes. Os depsitos arenoso-argilosos com predominncia de areia fina a mdia podem apresentar alta capacidade de carga. As reas de mangues e outras reas alagveis sob influncia das mars apresentam terrenos com baixa capacidade de carga e so permanentemente ou parcialmente inundados. Os terrenos mais prximos do litoral, que ocorrem parcial ou permanentemente saturados de gua, podem conter nveis e depsitos de argilas moles de muito baixa capacidade de carga, alm de apresentar problemas de escavao devido a pouca consistncia desse material. Tais unidades apresentam-se com areias, argilas e cascalhos fluviais com espessuras diversas em depsitos de calha dos rios e nos terraos. A capacidade de carga varivel, de muito baixa, nos terrenos com nveis de argila mole onde podem ocorrer recalques; a mdia a alta nos trechos arenosos e com nveis de cascalhos. A escavao nos materiais desta unidade fcil nos locais de maior espessura de material arenoso, como ao longo dos terraos aluvionares. Mas, como so pouco coesivos, pode exigir implantao de estruturas de conteno das paredes das cavas. Em geral, os depsitos colvio-aluvionares e flvio-marinhos apresentam alta suscetibilidade a inundaes e terrenos suscetveis eroso devido ao solapamento apenas ao longo das margens dos canais fluviais. 23. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 28 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro A rea de influncia Direta AID est inserida principalmente, na unidade litoestatigrfica Depsitos Colvio Aluvionares de idade quaternria, correspondendo s partes baixas ou baixadas onde se desenvolve a plancie fluvial do rio Guapi-Au. Esses depsitos so constitudos por sedimentos quaternrios (neocenozicos) inconsolidados compostos de areias, siltes, argilas e cascalhos aluviais e materiais coluviais representado por detritos rochosos, angulosos e sem classificao nas proximidades das encostas. Nessa plancie ocorrem colinas isoladas que se destacam na paisagem. medida que essas baixadas se aproximam das escarpas serranas, as superfcies planas das baixadas vo sendo substitudas por um relevo de colinas e morrotes isolados por sedimentos fluviais ou rampas de colvio. Essa morfologia demonstra uma grande variedade de ambientes de acumulao de sedimentos. O processo erosivo dominante na plancie o de solapamento das margens dos rios. Nas plancies sobressaem terrenos colinosos de baixa amplitude topogrfica que foram modelados at o Tercirio superior e, posteriormente, dissecados durante o perodo quaternrio. Ao longo da margem direita do rio Guapi-Au, em reas de cota mais elevada representadas por colinas ou morrotes isolados, predominam rochas do Complexo Rio Negro/Unidade Rio Negro contendo, principalmente, gnaisses bandados, de granulao grossa. A ombreira da barragem nessa margem ser apoiada em um morrote sustentado por esses gnaisses. J na margem esquerda onde ser apoiada a ombreira esquerda - destaca-se a Unidade So Fidelis (Complexo Paraba do Sul) sustentando pequenas colinas isoladas e morrotes. A unidade composta por ouro tipo de gnaisse, o biotita gnaisse associados a quartzitos. Caracterizao Geomorfolgica Aspectos da Geomorfologia Regional A geomorfologia da regio o resultado da interao entre aspectos geolgicos, estruturais e climticos. A ocorrncia de escarpas imponentes com grandes altitudes reflete uma notvel influncia das estruturas geolgicas na compartimentao do relevo. As serras e montanhas com escarpas so, por exemplo, condicionadas a grandes falhas regionais. As escarpas serranas apresentam, em geral, desnveis topogrficos, por vezes, superiores a 1500 metros com vertentes muito ngremes e rochosas. As formas das escarpas so variadas, devido, principalmente a influncias dos diferentes tipos de rocha e estruturas. 24. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 29 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Expressivos depsitos de sedimentos grosseiros mal selecionados (blocos de rocha e areias grossas) de encosta e dos altos cursos fluviais documentam o transporte em condies de chuvas torrenciais e o acelerado recuo erosivo das escarpas. As reas de baixada situadas especialmente no baixo-mdio vale do rio Guapi-Au inclui um relevo de colinas e morrotes isolados com desnveis topogrficos entre 30 e 120m. Essas eleaes apresentam encostas predominantemente convexas com formas cncavas embutidas. So bordejadas pelas plancies fluviais do Guapi-Au ocorrendo, por vezes, como ilhas de colinas afogadas em meio aos depsitos sedimentares. A formao desse relevo de colinas no sop da Serra dos rgos est relacionada ao contnuo recuo e rebaixamento das escarpas das serras, devido dinmica erosiva das encostas e da inciso dos canais fluviais. Tais reas mais baixas so caracterizadas por plancies fluviais amplas e encostas cobertas por rampas de colvios no sop dos paredes rochosos e escarpas. No sentido das cabeceiras de drenagem, as plancies so restritas e encaixadas com predomnio de depsitos de colvios sobre os leitos fluviais. Geomorfologia na rea de Influncia Indireta - AII Na AII predominam superfcies planas e quase planas representadas por Plancies Colvio- Aluvionares e Flvio-Marinhas, e superfcies de relevo ondulado representadas por Morros Baixos, Morrotes Isolados e Colinas Isoladas. A feio de relevo dominante consiste nas extensas plancies conhecidas como baixadas, podendo ocorrer colinas isoladas entremeadas. Tais plancies desenvolvem-se sobre um pacote de sedimentos arenosos e argilosos tanto de origem fluvial como flvio-marinha. As colinas isoladas inseridas na baixada apresentam-se com altitudes entre 30 e 50m formando relevos residuais, com vertentes e topos arredondados. Os morros apresentam altitudes entre 50 e 200m. Sobressaem no relevo da AII serras de grandes alturas com desnveis na topografia superiores a 500 metros. Foram identificadas e delimitadas oito unidades ou sistemas de relevo existentes na AII - Plancies Fluviais, Rampas de Alvio-Colvio, Rampas de Colvio-Tlus, Colinas Isoladas, Morrotes Isolados, Morros Baixos, Morros Altos e Serras. As plancies situadas em altitudes prximas ao nvel do mar apresentam alta suscetibilidade a inundaes sendo, tambm, inundveis sob a influncia da mar. Na maior parte da rea, o 25. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 30 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro alagamento de reas proveniente da elevao e afloramento do lenol fretico e do transbordamento dos rios durante perodos de chuvas intensas ou mais prolongadas. Nos terraos fluviais livres das inundaes pelo transbordamento dos rios, a suscetibilidade eroso baixa, exceto nos pontos onde o uso e a ocupao humana degradaram os solos. As plancies so suscetveis eroso apenas ao longo das margens (solapamento) dos canais fluviais. As formas colinosas no oferecem, via de regra, restries quanto ao uso e ocupao, pois se trata de elevaes com poucos desnveis e declividades suaves a mdias. De um modo geral, apesar de existirem setores de relevo de serras e morros altos, onde a eroso pode ser mais significativa, a regio estudada apresenta, em geral, evidncias de que os processos de acumulao de sedimentos so predominantes em relao aos processos de eroso, pois h mais superfcies de relevo suave, planos ou quase planos. Assim, a maior parte das reas estudadas pode ser classificada como estvel do ponto de vista geomorfolgico. Secundariamente, onde ocorrem colinas, morros baixos e isolados, j podem ocorrer processos erosivos. Geomorfologia na rea de Influncia Direta - AID A AID abrange as unidades de relevo Plancie Fluvial, Colinas Isoladas, Morros Baixos, Morrotes Isolados e Rampas de Colvio. Os processos de eroso e acumulao de sedimentos se diferenciam em funo da diversidade das rochas, estrutura geolgica, formas de relevo, tipos de solos e cobertura vegetal. Na baixada do rio Guapi-Au onde predomina a Plancie Fluvial a eroso muito fraca devido ao baixo ou inexistente desnvel topogrfico e as baixas declividades. So reas de baixada ou plancies de acumulao de sedimentos. O lenol fretico pouco profundo, sendo que, s vezes, pode aflorar. As unidades de relevo Colinas Isoladas, Morros Baixos, Morrotes Isolados oferecem, via de regra, poucas restries quanto ao uso e ocupao, pois se trata de formas de relevo convexas de topos arredondados com poucos desnveis, declividades suaves a mdias, com moderada suscetibilidade eroso. Nessas unidades podem surgir sulcos e ravinas a partir de escoamentos concentrados localizados. Ocorrem, tambm, rastejo e pequenos deslizamentos de terra a partir de cortes efetuados junto base dessas colinas e morros baixos. As Rampas de Colvio ocorrem, em geral, em contato direto com a rocha s ou pouco alterada, ou capeando horizontes de solo residual. Distribuem-se ao longo das encostas, apresentando variadas espessuras, depositados nas 26. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 31 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro pores mais distantes da encosta e na base do relevo movimentado. So reas mais sensveis aos processos de eroso. Em sntese, pode-se dizer que na AID ocorrem terrenos com duas classes de suscetibilidade eroso diferenciada: Baixa e mdia suscetibilidade eroso. As reas de baixa suscetibilidade eroso situam-se nas Plancies Colvio-Alvionares onde ocorrem depsitos sedimentares com areias, siltes, cascalhos e argilas compondo, em geral, solos profundos. Podem ocorrer solos compressveis com baixa capacidade de suporte. A eroso laminar quando ocorre no mostra evidncias erosivas marcantes. So comuns eroses laterais e verticais do canal; eroso em sulcos e desbarrancamentos na margem dos canais. Os materiais so fceis de escavar principalmente nos locais de maior espessura de material arenoso. Como se trata de uma rea de acumulao de sedimentos a propenso a assoreamentos considervel. Podem ocorrer inundaes irregulares em alguns anos. Durante episdios de chuvas intensas comum a ocorrncia de enchentes na bacia hidrogrfica do rio Guapi-Au. A classe de mdia suscetibilidade eroso distribui-se em terrenos de relevo ondulado a forte ondulado, como Colinas Isoladas, Morrotes Isolados e Morros Baixos. So formas de relevo com encostas convexas, por vezes retilneas, de declividades entre 10-20, topos arredondados e amplitudes topogrficas entre 30 e 120m. O substrato composto por gnaisse ou granitide. Ocorrem, eventualmente, mataces imersos no solo. Os solos so medianamente profundos. Ocorrem, tambm, Afloramentos de Rocha. O solo de alterao quando siltoso e micceo torna-se mais suscetvel eroso. As feies erosivas mais comuns so sulcos e ravinas formadas pelo escoamento concentrado das guas pluviais. reas de solo exposto pela eroso laminar so observadas nas encostas sujeitas ao escoamento difuso e concentrado das guas de chuva, principalmente em locais onde houve retirada de material para obras civis. Ambos os tipos de escoamento proporcionam a remoo parcial dos horizontes superficiais dos solos. Podem ocorrer cicatrizes de deslizamentos localizados em solos superficiais de textura argilosa. Nos setores menos declivosos a intensidade dos processos erosivos se equivalem aos processos formadores de solo. Solos Solos da rea de Influncia Direta A principal feio da rea de Influncia Direta uma extensa vrzea, com tendncia a alagamentos frequentes nas reas mais baixas durante os perodos chuvosos, que entremeada por colinas e morros com relevo suavemente ondulado a montanhoso. 27. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 32 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 01 - Paisagem tpica da regio. Vrzea entremeada com colinas e morros. Local prximo de onde ser construda a barragem. Vista da estrada, a partir do local de Coordenadas UTM 722298E/7503733S. Os solos que ocorrem na rea que ser inundada, so aluviais, formados por deposies de sedimentos do rio Guapi-Au e seus afluentes. Ao longo do tempo, foram se acumulando camadas diferenciadas e sobrepostas, de forma que os solos so ora argilosos, ora arenosos ou siltosos, com uma grande variao na composio granulomtrica. Os solos aluviais esto includos no Sistema Brasileiro de Classificao de Solos, sob a denominao de Neossolos Flvicos. Figura 02 - Solo aluvial (Neossolo Flvico) em vrzea margem esquerda do rio Guapi-Au. UTM 724266E/7509990S. 28. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 33 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Algumas reas so rebaixadas e eram ocupadas por antigos afluentes que acumulavam gua em seus remansos, formando charcos alagados. A vegetao adaptada a esses locais, medida em que se renova, deposita restos que vo se acumulando e, com o tempo, formando uma camada superficial chamada horizonte H (Hstico, do grego histos=tecido) de cor preta, rica em humus muito cido e matria orgnica. Abaixo dessa camada costumam ocorrer depsitos de argila de cor cinza que, com a flutuao do lenol fretico, ora esto alagados, ora acham-se sob a influncia de um clima do solo mais seco. Formam-se ento ndulos de cor vermelha, devidos oxidao do material antes submerso. Essas camadas, ou horizontes, formam um solo denominado Gleissolo, devido presena dessas argilas acinzentadas e com pontuaes vermelhas de xidos de ferro. Os gleissolos ocorrem associados aos solos aluviais. Quando possuem o horizonte superficial com pequena espessura so chamados de Gleissolos Hplicos. Figura 03 - Local das amostras coletadas de Gleissolo Hplico. Trata-se de rea rebaixada em relao ao relevo plano onde predominam solos aluviais. Local prximo ao Areal Santo Estevo. Coordenadas UTM 723568E/7506706S. O solo amostrado na rea Diretamente Afetada est num local situado em parte abaciada e bastante alagadia do relevo, em cota inferior a 10 metros e numa drenagem natural que desgua no rio Guapi-Au. As anlises revelaram que so solos naturalmente pobres em nutrientes, que necessitam de adubao para renderem colheitas razoveis. Quando os Gleissolos tem um horizonte ou camada superficial espessa, de cor preta no qual a matria orgnica se transformou em humus e se mistura com argila e silte, so chamados Gleissolos Melnicos, antigamente 29. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 34 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro denominados Gleis Hmicos.Os Gleissolos Melnicos tambm so solos muito pobres em nutrientes, so cidos e necessitam de adubao e calagem para render boas colheitas. Figura 04 - Gleissolo Melnico em vrzea drenada na estrada do Funchal. Coordenadas UTM 730329E/7513640S. Quanto ao uso agrcola e pecurio, as reas planas de vrzea que sero alagadas so intensamente cultivadas principalmente com mandioca, milho, coqueiros, goiabeiras e citrus. As pastagens com braquiria para criao de gado principalmente leiteiro, tambm ocupam reas extensas na regio. Figura 05 - Plantio de milho na Colnia Agrcola Knust em solos aluviais. Coordenadas UTM 723522E/7510687S. 30. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 35 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figuras 06 e 07 - Cultivo de mandioca e terreno preparado para plantio, em rea de solos aluviais, margem direita do rio Guapi-Au, a jusante de onde ser construda a barragem. Local de Coordenadas UTM 722372E/7504985S. Figuras 08 e 09 - Plantio de goiabeiras em rea de solos aluviais, no local de coordenadas UTM 727783E/7512127S e de coqueiros em rea tambm de solos aluviais eutrficos, mais frteis do que os demais. Coordenadas UTM 722210/7504547. Com a criao da represa, as reas agrcolas e pastagens situadas nas reas mais baixas sero alagadas e, em consequncia, haver perda de produo e de renda dos agricultores, impactos negativos do futuro reservatrio. 31. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 36 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 10 - Pastagem para gado leiteiro e de corte na Fazenda Carrazal, em rea de solos aluviais (Neossolos Flvicos). Local de Coordenadas UTM 722972E/7508327S. Outra classe de solos presentes em baixadas, mais jusante da futura barragem, a dos Gleissolos Tiomrficos, com morfologia semelhante aos demais Gleissolos, porm, com presena de um horizonte sulfrico e/ou materiais sulfdricos dentro de 100 cm da profundidade do solo. Esses solos so muito cidos em razo da presena desses materiais. O pH alcana valores em torno de 3,4 e 3,8 em subsuperfcie. O horizonte sulfrico altamente txico para a maioria das plantas cultivveis e pode estar ou vir a ser trazido superfcie por escavaes, dragagens ou outras operaes de movimentos de terra. Os Gleissolos Tiomrficos se situam na regio da confluncia dos rios Guapi-Au e Macacu. Nessa regio houve alagamentos com guas marinhas que influram na constituio qumica e fsica desses solos. Solos da rea de Influncia Indireta Na rea de Influncia Indireta, que no ser alagada, tambm ocorrem os solos acima descritos, com exceo do Gleissolo Tiomrfico. Parte da rea contgua ao reservatrio est ocupada por colinas isoladas e morros, nos quais foram identificados solos das classes Latossolo Vermelho- Amarelo e Argissolo Vermelho-Amarelo. Os Latossolos so profundos e mais resistentes ao de processos erosivos. Os Argissolos so mais suscetveis eroso. Ambos esto ocupados em grande parte por vegetao florestal, portanto, protegidos da eroso. A suscetibilidade eroso dos Argissolos mais alta do que a dos Latossolos, em primeiro lugar, porque so mais arenosos em superfcie, em segundo lugar, porque os horizontes superficiais esto assentados sobre horizontes mais argilosos em profundidade cuja permeabilidade e 32. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 37 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro infiltrao dgua so mais lentas. A suscetibilidade eroso mais alta quanto maior a declividade e a inclinao das encostas. Esses fatores, quando no h proteo suficiente da vegetao, favorecem a ao das guas da chuva podendo provocar eroso laminar ou a formao de sulcos profundos e deslizamentos. Quando o reservatrio for criado, tambm ocorrer o embate de ondas nas vertentes das colinas e morros podendo provocar deslizamentos e escorregamentos, formando cicatrizes nas encostas e contribuindo para assoreamento do reservatrio. Figura 11 - Colinas na Fazenda Carrazal, onde ocorrem Latossolos e Argissolos. Estes so erodveis e suscetveis a desbarrancamentos. Local de Coordenadas UTM 722517E/7508589S. A rea de Influncia Indireta compreende a bacia hidrogrfica do rio Guapi-Au cujas nascentes e as de seus afluentes se situam em serras, especialmente na Serra do Mar. Os solos presentes na regio serrana, de relevos montanhosos e escarpados so Latossolos Vermelho-Amarelos, Argissolos Vermelho-Amarelos e, principalmente, Cambissolos e Neossolos Litlicos. Os Cambissolos so pouco profundos e esto em evoluo e por isso, so chamados solos com horizonte B incipiente. Os Neossolos Litlicos so rasos e constitudos por um horizonte A assentado diretamente sobre rocha. As duas classes associam-se a afloramentos de rochas granticas e gnissicas que formam belas paisagens nos limites entre os municpios de Cachoeiras de Macacu, Friburgo e Terespolis. 33. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 38 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 12 - Em primeiro plano, as vrzeas do rio Guapi-Au e seus afluentes. Ao fundo, os limites da bacia hidrogrfica do mesmo rio, onde ocorrem Afloramentos Rochosos, Cambissolos e Neossolos Litlicos em relevo montanhoso e escarpado. Local de Coordenadas UTM 729090E/7512835S. Recursos Minerais (AID / ADA) Na rea de estudo h registros de uma srie de bens minerais onde se destacam a explorao de areia e outros materiais de uso direto na construo civil (brita e rocha para cantaria), alm de gua mineral. Extraes paralisadas de argila e saibro tambm esto presentes. As reas de extrao de areia na regio se do em geral sob o regime de licenciamento. No entanto, comum a extrao ilegal de areais devido variao da disponibilidade de material no leito dos rios. Os areais explorados ilegalmente situam-se nas margens e nos leitos ativos de rios. Essa atividade depende diretamente dos perodos de chuva que pode intensificar a capacidade de transporte de sedimento nos leitos dos rios, alm dos atributos fsicos das drenagens como largura e profundidade. Por esse motivo, essa atividade tem um carter intermitente e raramente deixa vestgios ao final do processo. Em geral, extraem o material com ferramentas manuais ou com auxlio de balsa e bomba de suco de forma artesanal destinando-se ao consumo local. Os recursos minerais presentes na rea de Diretamente Afetada - ADA so representados, principalmente por areias para construo civil, seguido de argila de uso industrial. Outros recursos so representados por gua mineral e granito. Foram requeridas 15 (quinze) reas ao DNPM (Departamento Nacional de Produo Mineral), tanto para fins de pesquisa como para explorao. Dessas reas, 11 (onze) encontram-se em fase de autorizao de pesquisa (Alvar de Pesquisa), 1 (uma) na fase de Licenciamento, 3 (trs) em requerimento para pesquisa. Os 34. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 39 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro recursos minerais que suscitaram interesse para autorizaes e concesses minerais so: areia (10 reas), argila industrial (1 rea), granito (1 rea) e gua mineral (3 reas). Recursos Hdricos A rea de estudo do presente relatrio encontra-se localizada na Regio Hidrogrfica V, Baa de Guanabara, que compreende o conjunto de bacias situadas na sua parte oriental e que abrange os municpios de Cachoeiras de Macacu, Rio Bonito, Tangu, Itabora, So Gonalo, Guapimirim e Mag, pertencendo tambm regio metropolitana do Rio de Janeiro (JUNIOR et al., 2009). O municpio de Cachoeiras de Macacu, devido localizao geogrfica privilegiada, apresenta grande variedade de recursos hdricos. A regio est inserida em duas grandes bacias hidrogrficas, a do rio So Joo e a dos rios Guapi-Macacu. rea de influncia direta e rea diretamente afetada A amostragem dos corpos hdricos da futura barragem do Guapi-Au foi realizada atravs da utilizao de dados primrios coletados em trabalho de campo, atravs do posicionamento de 5 pontos amostrais apresentados na figura 13. Figura 13 - Distribuio dos pontos amostrais para coleta de dados. 35. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 40 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Os parmetros coletados para qualidade das guas foram divididos em duas etapas: anlise in situ (Temperatura, Condutividade, pH, Totais de Slidos Suspensos (TDS) e Oxignio Dissolvido) e anlise em laboratrio (Nitrognio amoniacal, Nitrito, Nitrato, Nitrognio Total, Ortofosfato, Fsforo Total, Silicato, Clorofila a e Coliformes fecais e totais). As anlises de oxignio dissolvido indicaram que as guas estavam bem oxigenadas caracterizando uma boa qualidade das guas. O pH apresentou valores caractersticos de guas doces. Porm nos pontos 03, 04 e 05 os valores obtidos violaram o limite mnimo (pH=6,0) estabelecido pela Resoluo CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) 237, apresentando-se um pouca mais cidas do que os valores registrados para os pontos 01 e 02. Para os nutrientes (compostos fosforados e nitrogenados) os valores registrados em todos os pontos amostrais indicaram baixas concentraes, podendo-se caracterizar as guas como oligotrficas, que indicam que no h contaminaes no local. A caracterstica oligotrfica das guas corroborada pelos baixos teores de Clorofila a e Feofitina. Os slidos totais dissolvidos apresentaram baixas concentraes, sendo o valor mximo registrado no ponto 04. Com relao aos coliformes, no houve violao do limite estabelecido pela Resoluo CONAMA 237 para Coliformes Fecais. Os valores obtidos para Coliformes Totais indicam uma baixa contaminao das guas por coliformes. Para caracterizao da qualidade dos sedimentos foram utilizados os mesmos pontos para a coleta de gua. No sedimento foram analisados parmetros diferentes da coluna dgua, complementando a caracterizao dos corpos hdricos da rea da futura instalao do reservatrio. Foram analisados compostos inorgnicos metais pesados (Cdmio, Chumbo, Cromo, Mercrio, Nquel, Zinco e Arsnio) e compostos orgnicos agrotxicos (BHC (Alfa, beta, delta e gama), DDT e metablitos, Dieldrin, Endrin e PCBs Totais). Nos sedimentos a anlise dos compostos inorgnicos (metais pesados) indicou que arsnio, cdmio e mercrio apresentaram na maioria dos pontos amostrais concentraes abaixo do limite do mtodo analtico. A exceo para arsnio e cdmio ocorreu no ponto 05 onde registrou-se teores destes metais no sedimento. Para chumbo, cobre, cromo, nquel e zinco foram registrados teores no sedimento da maioria dos pontos amostrais. Comparando-se os resultados de todos os metais em todos os pontos amostrais, os dados indicaram que cromo e zinco apresentaram as concentraes mais elevadas no sedimento de todos os pontos amostrais. Apesar desta constatao ressalta-se que nenhum dos metais 36. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 41 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro analisados ultrapassou os limites estabelecidos pela Resoluo CONAMA 344. O elemento que mais se aproximou do limite foi cromo no ponto 05. O ponto 05 foi o que apresentou as maiores concentraes para todos os metais estudados. Os resultados de metais pesados sugerem um gradiente de concentrao do ponto 02 ao ponto 05, este fato pode estar relacionado a lixiviao desses compostos associado as partculas sedimentares, ficando depositadas em reas de baixo hidrodinamismo. O fato do rio Guapi-Au apresentar vrios pontos de extrao de areia a montante do ponto 05 pode justificar as maiores concentraes no ponto mais a jusante. Com relao aos compostos orgnicos (agrotxicos), todos os elementos estudados apresentaram concentraes abaixo do limite de deteco do mtodo, sugerindo que no sedimento dos pontos amostrais no h contaminao destes elementos. Apesar deste resultado, cabe ressaltar que existem na rea de estudo inmeras propriedades voltadas para a agricultura. Aspectos Climticos O clima do municpio de Guapimirim apresenta vero quente, mido e muito chuvoso, e inverno frio e seco. J o clima de Cachoeiras de Macacu do tipo tropical, com vero mido e chuvoso e inverno frio, com pouca chuva. A temperatura mdia anual de 21 C, e a precipitao mdia anual varia de 1.700 mm a 2.600 mm. guas Subterrneas O cultivo e manejo do solo exercem grande influncia na qualidade das guas subterrneas e nas taxas de recarga de alguns aquferos. Algumas prticas agrcolas so capazes de causar contaminao difusa por nutrientes e pesticidas, especialmente em reas com solos pouco espessos com boa drenagem, e ocasionar um aumento da salinidade das guas, especialmente em regies mais ridas. Os tipos de atividade agrcola que geram contaminao difusa mais preocupante das guas subterrneas so as relacionadas com extensas reas de monocultura. Como na regio do empreendimento ocorre a presena de vrias reas de agricultura e com o objetivo de se avaliar o potencial de contaminao do futuro reservatrio pelo uso de agrotxicos foram selecionados alguns stios produtores de frutos (jil e quiabo) que costumeiramente fazem uso de agrotxicos e que possuem uma expressiva rea plantada. Nestes stios foram obtidas amostras de solo e da gua de poos existentes. Em nenhum deles, aps anlise destas amostras, foi detectada a presena de pesticidas. 37. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 42 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Meio Bitico Vegetao As florestas da regio do rio Guapi-Au originalmente recobriam os vales e morros, e atualmente esto alteradas pela ocupao humana e o uso do solo, o que no Estado do Rio de Janeiro so muito antiga. Dessa forma, a vegetao foi quase que totalmente destruda e substituda pela construo de moradias, cultivos, criao de animais, etc. Nesse contexto, informa-se que a regio onde se pretende construir a barragem ainda coberta pela Mata Atlntica, que hoje se encontra reduzida a praticamente topos de morros e em alguns locais nos fundos de vales. Observou-se tambm que o poder pblico vem envidando esforos no sentido da proteo e conservao ambiental com a criao de unidades de conservao como o Refgio da Vida Silvestre de Macacu. As figuras de 14 a 19 apresentam a paisagem da rea do empreendimento e alguns detalhes de suas matas, pastagens e agricultura. Figura 14 Vista do interior do fragmento amostral 1. Figura 15 Vista do fragmento amostral 4. Figura 16 Vista do vale do rio Guapi Au. Figura 17 Vista do vale do rio Guapi Au. 38. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 43 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 18 Vista do fragmento amostral 6. Figura 19 Vista do fragmento amostral 12. Foi estudado um total de 16 trechos de florestas dentro da rea de possvel alagamento e, apesar de apresentarem sinais de perturbao, como a presena excessiva de algumas espcies, como a palmeira iri e pindoba, e terem sinais de serem usados pelo gado, apresentaram variao no nmero de espcies de rvores, mas comparveis ao encontrado em outros estudos feitos na regio. A figura 20 permite observar a disposio dos trechos das matas estudadas no presente estudo, nas quais foram avaliadas suas caractersticas peculiares e projetados os impactos ambientais decorrentes do empreendimento para o caso de seu licenciamento. 39. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 44 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 20 Localizao das reas visitadas durante os levantamentos de campo. Durante os estudos foram encontrados exemplares de palmito doce, de brana, de marmelinho e de alguns outras espcies ameaadas, mas no exclusivas da rea, estando presentes em outras florestas da regio (tabela 1). Conforme apresentado no EIA, so propostas solues para evitar a perda de tais espcies e esta prevista a recuperao da vegetao no entorno do espelho de gua. 40. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 45 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Tabela 1 - Espcies ameaadas de extino presentes na rea de estudo. Espcie FAMLIA BOTNICA Indivduos Status Fonte Astronium graveolens Jacq. (=Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.) ANACARDIACEAE 27 Dados Insuficientes IN 06/2008 Euterpe edulis Mart. (palmito, palmito doce) ARECACEAE 1 Ameaada IN 06/2008 Melanoxylon brauna Schott. (brana, barana) FABACEAE 1 Ameaada IN 06/2008 Ocotea odorfera (Velloso) Rohwer (canela) LAURACEAE 26 Ameaada IN 06/2008 Brosimum glasiovii Taub. (marmelinho) MORACEAE 2 Dados Insuficientes IN 06/2008 Sorocea guilleminiana Gaudich. MORACEAE 9 Vulneravel IUCN, 2012* Eugenia villae-novae Kiaerskov MYRTACEAE 3 Ameaada IN 06/2008 A avaliao de impacto identificou impactos negativos sobre a vegetao que podem ser mitigados a mdio e longo prazo, para tanto, medidas como reflorestamentos e recuperao de reas degradadas devem ser iniciadas com brevidade. Concluso da avaliao da vegetao Um aspecto que merece precauo o fato da rea escolhida para a instalao da barragem no rio Guapi-Au situar-se no trecho da bacia hidrogrfica, praticamente circundada por um conjunto de reas que fazem parte ou esto sendo cogitadas para a formao de Unidades de Conservao, em virtude da relevncia de suas coberturas vegetais. Nesse momento vale enfatizar que a Baa da Guanabara e suas cercanias esto indicadas como reas prioritrias para conservao de ecossistemas naturais, situao definida pelo Ministrio do Meio Ambiente em 2002. Fauna Em relao presena de espcies indicadoras de qualidade ou degradao ambiental, no foi encontrada nenhuma espcie endmica restrita regio do empreendimento. Os endemismos referem-se presena apenas no territrio brasileiro. Espcies cinegticas ou com valor comercial Na ADA foram registradas 78 espcies da fauna terrestre que possuem interao com humanos. Destas, 18 so cinegticas utilizadas como alimento, 43 so capturadas como animais de estimao, 2 so pescadas acidentalmente e morrem em redes e 15 possuem conflito por 41. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 46 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro predarem animais domsticos ou serem peonhentos. Todas as espcies da ictiofauna so utilizadas de alguma forma seja para alimentao ou como espcie ornamental. Figura 21 Armadilha artesanal em remanescente florestal. Frugvoros especialistas Foram encontrados apenas 2 frugvoros especialistas. O tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus) e o araari-de-bico-branco (Pteroglossus aracari). Ambas espcies so resistentes a alteraes ambientais resistindo em remanescentes de menor porte. No foram encontradas as espcies mais sensveis e dependentes de reas bem conservadas como por exemplo os cotingdeos florestais. Grandes carnvoros No foram encontrados grandes carnvoros na rea. Entre as aves foram registrados o gavio- pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e o gavio-pombo (Leucopternis lacernulata). Porem, as duas espcies so grandes voadores se deslocando por reas considerveis e nenhuma das duas espcies dependente de um remanescente especfico da ADA utilizando a regio como um todo para forrageamento. Espcies exticas na ADA Foram encontradas 18 espcies exticas na rea sendo um mamfero, 5 aves, 1 rptil e o restante peixes. Espcies de colonizao pioneira 42. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 47 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Foram encontradas 6 espcies de colonizao pioneira que chegaram ao Estado do Rio devido a mudanas ambientais. As espcies encontradas foram a gara-vaqueira (Bubulcus ibis), o pombo (Patagioenas picazuro), pomba-vermelha (Patagioenas cayenensis), o arapau-de- cerrado (Lepidocolaptes angustirostris), o casaca-de-couro-da-lama (Furnarius figulus) e a lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta). Figura 22 - Pombo (Patagioenas picazuro) espcie de colonizao pioneira. Espcies ameaadas de extino Foram encontradas 7 espcies ameaadas de extino sendo duas espcies da lista oficial brasileira e as restantes da lista oficial estadual: Figura 23 Choquinha-pequena (Myrmotherula minor) que figura na lista federal de ameaados. 43. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 48 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 24 Maguari (Ciconia maguari) que figura na lista estadual de ameaados. Espcies migratrias Foram observadas 5 espcies migratrias de aves que realizam deslocamentos no interior do Brasil: a tesourinha (Tyrannus savanna), o bem-te-v-rajado (Myiodynastes maculatus), o andorinho-do-temporal (Chaetura meridionalis), a primavera (Xolmis cinereus) e a noivinha- branca (Xolmis velata). Vrias espcies de aves da famlia Tyrannidae possuem modificaes na populao podendo ser migrantes que tomam o lugar dos residentes quando estes se dirigem ao norte no inverno meridional. Esse movimento citado na bibliografia, mas no devidamente registrado (SICK, 1997). Foram ainda registrados 4 migrantes setentrionais: a andorinha-tesoura- americana (Hirundo rustica), a guia-pesqueira (Pandion haliaetus), o falco-peregrino (Falco peregrinus) e o maarico (Tringa solitaria). Meio Socioeconmico Dinmica populacional Verificou-se que a populao dos municpios que formam a rea de Influencia Indireta entre 1970 at 2010 teve um acrscimo populacional de 61% no perodo. O municpio que apresentou o maior crescimento populacional foi Itabora - que neste perodo apresentou uma variao de 231%%, com populao de 65.912 habitantes em 1970 contra 218.008 habitantes no ano de 2010. Economia e Mercado de Trabalho 44. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 49 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro No aspecto econmico importante destacar a diversidade encontrada entre os municpios sendo possvel encontrar cidades com pesos importantes na economia do Estado, como a cidade do Rio de Janeiro, Niteri, So Gonalo e Itabora, e outros, como os casos de Tangua e Guapimirim, que apresentam economias pequenas. Esta situao tambm encontrada nos dados do PIB per capita sendo os nmeros da cidade do Rio de Janeiro superiores aos encontrados no Estado do Rio de Janeiro e em contra partida Tango, Guapimirim e Itabora possuem PIBs per capita e entre os dez menores do estado. Conta com rea de 955, 806 km para uma populao de 54 273hab. (IBGE/2010), o que d uma taxa de 18hb/ km. Administrativamente est dividido em trs distritos: Primeiro distrito Cachoeiras do Macacu (sede) (Figura xxx) Segundo distrito- Japuiba Terceiro distrito Subaio Figura 25- Avenida Roberto Silveira - Primeiro Distrito de Cachoeiras de Macacu Fonte: Ambiental Engenharia Jun/2013 Dinmica populacional A observao sobre a populao e sua dinmica entre as ltimas duas dcadas verificou que entre os anos de 1991 e 2010, o municpio teve um acrscimo populacional de 14.065 pessoas, passando de 40.208 moradores em 1991 para 54.273 habitantes em 2010. 45. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 50 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Sade A rede das unidades de sade no municpio de Cachoeiras de Macacu composta por sessenta e nove estabelecimentos, sendo que segundo o Ministrio da Sade sete esto desativados, em 15/04/2013. Quanto aos nveis de ateno a sade, ateno bsica ofertada por 31 unidades, os atendimentos de mdia complexidade so realizados por 34 unidades de sade e somente duas unidades de sade atendem as demandas por procedimentos de alta complexidade. Educao A rede de educao na AID composta por 57 unidades de ensino sendo 77% pertencentes rede pblica. Entre os ciclos educacionais, 30 escolas respondem pela educao infantil, 50 pelo ensino fundamental e 10 unidades pelo ensino mdio. De acordo com o Censo de 2010, a taxa de alfabetizao para pessoas de 10 anos ou mais no municpio de Cachoeiras de Macacu prxima encontrada no estado do Rio de Janeiro. rea Diretamente Afetada Propriedades No trabalho de campo, foram identificadas 281 propriedades e aplicados 200 questionrios. Desta forma, a ADA possui 281 propriedades de vrios portes como: as grandes e mdias propriedades (0,7%), as pequenas propriedades (31%) e os minifndios (63,8%). Foi observado que quanto origem das propriedades alm dos registros de compra e venda, tm-se unidades com documentao do INCRA (Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria), do Banco da Terra e de inventrios, entre outros. Os grandes proprietrios tem gado, haras, e via de regra no residem no local. A maioria dos pequenos proprietrios reside no local, tem empregados fixos, plantam, e so originrios dos projetos do INCRA e Banco da Terra. Os meeiros plantam e moram e tambm se encontram arranjos de parceria familiar. Na figura abaixo esta uma das propriedades da ADA. 46. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 51 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Figura 26 - Propriedade na ADA com produo de Goiaba. Fonte: pesquisa de campo ambiental jan/fev de 2013 Quanto ao tipo de uso destas propriedades, os resultados encontrados, indicam que em 98% das propriedades residem pessoas moradoras e que o principal uso o residencial com atividade agropecuria representando 57% das propriedades. Com uso somente residencial so 34% do total. Estes resultados, onde um grande nmero de propriedades moradia e com funo de produo agropecuria pode ser explicado pelo grande nmero de pequenas propriedades. No que tange aos principais produtos, o levantamento aferiu cinquenta e duas variedades de produtos, que tem como principal destino o CEASA (Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro). Quanto aos produtos mais produzidos verificou-se que a produo de aipim a mais expressiva, a segunda o milho e em terceiro lugar, o inhame. A EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria) vem desenvolvendo, na rea do futuro reservatrio, trabalhos de sustentabilidade com integrao mata/agricultura e alm da agropecuria, como resultado de alguns programas estaduais de outros perodos, encontrou-se alguns stios que desenvolvem criao de peixes ornamentais, sendo que um deles exportador internacional, uma fazenda de jacars, ranrio e algumas que comercializam plantas ornamentais. Os empregados nas propriedades dividem-se em temporrios e fixos, estes com domiclios nas propriedades, assim tambm como nas residncias de veraneio, onde os empregados residem e tem pequenas plantaes de subsistncia. Em relao ao extrativismo, ocorre na beira-rio, extrao de areia de grande proprietrio extrativista licenciado, e foram vistas algumas menores, conhecidas por usarem mulas. No 47. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 52 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro foram encontrados ribeirinhos, pescadores, quilombolas ou quaisquer outras populaes tradicionais na ADA. Domiclios e populao presente na ADA. Os dados levantados na ADA indicam que existem 998 moradores em 322 domiclios. Sobre a condio de ocupao destes domiclios, os dados apontam que 55% das residncias da rea de interveno so cedidos aos seus moradores e nestes casos se destacam os de familiares que moram em casas construdas por parentes ou em terrenos de parentes. Tambm se encontram os empregados de propriedades, como os caseiros. Sobre a renda domiciliar, a situao encontrada na ADA indica que cerca de 80% dos domiclios, a renda familiar mensal de at 3 salrios mnimos. No que tange a populao da ADA importante comentar suas caractersticas quanto a escolaridade e as formas de trabalho. Os dados referentes escolaridade dos moradores da ADA apontam para uma escolaridade muito baixa da populao pesquisada, uma vez que mais de 60% dos moradores da ADA com vinte anos ou mais no terminaram o ensino fundamental. Quanto s ocupaes profissionais dos moradores da ADA, as informaes coletadas informam que a maior parte destes trabalhadores considerada Trabalhadores Rurais (46%) e exercem atividades ligadas ao trabalho no campo como lavradores, vaqueiros entre outros. Os demais grupos distribuem-se em donas de casa que compreendem 18% dos moradores; caseiros que comparecem com 5% dos trabalhadores e 4% exercem atividades ligadas ao comrcio e outros 4% so empregados. Quanto ao local do trabalho (figura 27) importante frisar que 91% das pessoas que exercem atividades profissionais na rea de Interveno exercem-nas em sua localidade. Desta forma, possvel apontar que 56% dos moradores trabalham na prpria localidade e 35% no prprio domiclio. 48. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 53 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Fonte: pesquisa de campo ambiental jan/fev de 2013 Presena de Stios Arqueolgicos O diagnstico arqueolgico realizado objetivou determinar a possibilidade de ocorrncia de vestgios ou stios arqueolgicos na rea do empreendimento Barragem do Rio Guapi-Au a ser implantada no municpio de Cachoeira de Macacu, atendendo as diretrizes da portaria 230/2002 do IPHAN (Instituto de Patrimnio Histrico e artstico Nacional).A metodologia utilizada visando atingir este objetivo envolveu: Reviso da bibliografia disponvel; Contextualizao arqueolgica e paisagstica; Avaliao a partir de entrevistas com os moradores e frequentadores da rea de estudo; Reviso dos arquivos do IPHAN; Caminhamento de campo em que, foram vistoriadas todas as diferentes reas do terreno do empreendimento, visando verificar a presena de vestgios arqueolgicos em superfcie e em cortes/escavaes do terreno, bem como evidncias indiretas de vestgios arqueolgicos, como alteraes de cor ou microtopografia do terreno; Avaliao de Atratividade da rea para as diversas culturas que habitaram a regio a partir da presena de recursos naturais relevantes, da acessibilidade do compartimento a outros compartimentos com variedade de recursos naturais, e da posio estratgica/defensiva do compartimento; Como resultado das avaliaes realizadas chegou-se as seguintes concluses: Avaliao dos processos destrutivos atuantes na rea; e Avaliao da possibilidade de presena de vestgios arqueolgico. Durante o perodo de tempo arqueolgico considerado (a partir de 10.000 a.C) com os nveis de mar mais altos que os atuais, a rea apresentava problemas de drenagem mais intensos, portanto com uma maior incidncia de rea alagadas e alagveis, que muito dificultaram sua ocupao. No entanto, esta situao mais difcil de ocupao no significa a impossibilidade de assentamentos humanos; Para o perodo histrico, at a dcada de 1950, a presena de reas alagveis se configurava como uma forte limitao a ocupao, 35% 56% 6% 2%1% Figura 27- Distribuio de moradores da ADA por local do trabalho No prprio domiclio Na prpria localidade Cachoeiras de Macacu Outro Municpio Outros 49. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 54 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro pois dificultava a agricultura intensiva e extensiva e a pecuria; at a dcada de 1950 a ocupao humana concentrava-se a norte e a sul da rea analisada, com as principais vias de acesso fugindo das reas Moradores do local no apontaram a existncia de registros arqueolgicos no alagveis, seguindo pelas baixas encostas dos divisores leste e oeste; A partir de dcada de 1950 se iniciaram trabalhos de grandes dimenses voltadas para a dragagem de rea, representados pela retificao do rio Guapi-Au e seus afluentes. Estes processos destrutivos foram posteriormente reforados pela ocupao agrcola intensiva e pastoril; A atratividade da rea como um todo pode ser considerada alta, devido a presena de recursos em todo territrio, porm a rea central da bacia apresenta menor acessibilidade e um posio estratgica pior,e m relao as reas laterais da bacia, mais prxima aos divisores; Durante o caminhamento de campo no foram encontrados vestgios de runas histricas ou evidncia de materiais arqueolgicos na rea analisada; e as entrevistas realizadas com a rea; Desta forma pode-se afirmar que: A possibilidade de existncia de runas histricas na rea do reservatrio muito pequena. Existe evidencias da existncia de stio histrico a noroeste da rea do reservatrio; A possibilidade de existncia de conjuntos arqueolgicos significativos e com contextos preservados bastante remota, principalmente na zona central do futuro reservatrio; A possibilidade de existncia de vestgios arqueolgicos significativos sem contexto preservado baixa, mas no pode ser descartada; A possibilidade de existncia de vestgios arqueolgicos dispersos ou isolados no pode ser descartada; Desta maneira, a perda de vestgios arqueolgicos na rea pode ser mitigada e compensada por um programa de prospeces e sondagens arqueolgicas, associado a programa de resgate arqueolgico (se necessrio). Estes projetos, e a implantao de um programa de educao patrimonial tende a valorizar a pr-histria e histria locais, ainda pouco difundidas, contribuindo para a valorizao do patrimnio cultural das comunidades. 50. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 56 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro A Avaliao de Impacto Ambiental (AIA) um instrumento da poltica nacional do meio ambiente para gesto de planos, programas e projetos em nvel federal, estadual e municipal. As linhas metodolgicas de avaliao so mecanismos estruturados para comparar, organizar e analisar informaes sobre impactos ambientais de uma proposta, incluindo os meios de apresentao escrita e visual dessas informaes. Devido diversidade de mtodos de AIA existentes, onde muitos no so compatveis com nossas condies socioeconmicas e polticas, faz-se necessrio que sejam selecionados sob nossas prprias condies, muitas vezes at adaptando-os, atravs de modificaes e/ou revises, para que sejam realmente teis na tomada de deciso de um projeto. Fica, ento, a critrio de cada equipe tcnica usuria a seleo daquele(s) mtodo(s) mais apropriado(s), ou parte(s) dele(s), de acordo com as atividades propostas. Desta forma, definir uma metodologia de avaliao de impactos ambientais consiste em definir os procedimentos lgicos, tcnicos e operacionais capazes de permitir que o processo, antes referido, seja completado. De acordo com os estudos analticos de metodologias de AIA propostos nacional e internacionalmente, de fundamental importncia a incorporao de um conjunto de critrios bsicos por parte dos atuais mtodos de anlise, tais como: integrao dos aspectos fsicos, biolgicos e socioeconmicos; incluso do fator tempo; utilizao de indicadores que facilitem a tarefa de prospeco e setorizao do territrio; um mecanismo que permita somar os impactos parciais para se obter o impacto total sobre o local; capacidade de extrapolao e arquivamento de dados para aplicao em outras reas a serem estudadas; aplicao em diferentes escalas, e participao pblica nas tomadas de decises. A seguir apresentam-se os impactos positivos e negativos identificados, descritos por fase e por meio, referentes implantao e operao do empreendimento. 51. 0307CT0023-0 - 16/09/2013 AMBIENTAL 0307CT0023-0 RIMA 57 FUNDAO BIO-RIO Gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro Meio Fsico Impactos da Fase de Implantao Carreamento de Sedimentos Durante a Movimentao de Terras/Assoreamento da Rede de Drenagem Previamente aos trabalhos de terraplenagem, toda a vegetao existente dever ser removida e separada de acordo com a destinao final. Esse impacto ocorre, principalmente, durante a poca das obras em funo da remoo da vegetao e dos trabalhos de terraplenagem necessrios implantao do empreendimento. Ser necessria a retirada, lanamento e transporte de sedimentos e fragmentos de rocha, alm da execuo de canteiros de obras e alojamentos na fase de construo. O carreamento de sedimentos se dar de maneira mais significativa durante a fase inicial do empreendimento, quando os movimentos de terra so maiores. Durante a construo o movimento de terras poder acarretar a necessidade de reas temporrias para bota-fora de material. Nessas reas poder se verificar um carreamento de slidos, notadamente durante perodos chuvosos. Esse material carreado poder assorear a rede de drenagem local, principalm