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MARÇO/2010

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Brasília, 31 de março de 2010

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MINISTRO DA FAZENDA Guido Mantega SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DA FAZENDA Nelson Machado PRESIDENTE DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS Antonio Gustavo Rodrigues SECRETÁRIO-EXECUTIVO Milton Nunes Toledo Junior CHEFE DE GABINETE Bernardo Antonio Machado Mota DIRETOR DE ANÁLISE E FISCALIZAÇÃO Antonio Carlos Ferreira de Sousa COORDENADOR-GERAL DE ANÁLISE Joaquim da Cunha Neto COORDENADOR-GERAL DE FISCALIZAÇÃO Cesar Almeida de Meneses Silva ASSESSOR DO SECRETÁRIO-EXECUTIVO Responsável pela Área Administrativa Marcelo Silva Pontes CONSOLIDAÇÃO, DIAGRAMAÇÃO e ARTE (CAPA E FOLHA DE ROSTO): Divisão de Planejamento, Administração e Infraestrutura Edson Rodrigo Toledo Neto Antonio Francisco Cruvinel Susane Pereira Ilha

CONSELHEIROS DO COAF EM 31/12/2010 MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Romeu Tuma Júnior MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Roger Odillo Klafke MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Virgínia Bernardes de Souza Toniatti CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO Marcelo Stopanovski Ribeiro BANCO CENTRAL DO BRASIL Ricardo Liáo DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL Luís Flávio Zampronha de Oliveira AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA Ricardo Zonato Esteves PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL Francisco Targino da Rocha Neto SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL José Ildomar Uberti Minuzzi COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS Waldir de Jesus Nobre SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS Paulo Coutinho Dutra Filho CONVIDADOS: ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Danielle Aleixo Reis do Valle Souza CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS – COFECI José Augusto Viana Neto

Permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte. COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras SAS – Quadra 3, Bloco O, 7º andar – Ed. Órgãos Regionais do Ministério da Fazenda 70079-900 – Brasília – DF Telefone: +55 (61) 3412-4746 – Fax: (61) 3412-4752 Correio eletrônico: [email protected] – Internet: www.coaf.fazenda.gov.br

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1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................9

2. DESCRIÇÃO DA UNIDADE JURISDICIONADA..............................................................10

2 OBJETIVOS E METAS DA UNIDADE DE INTELIGÊNCIA FINANCEIRA BRASILEIRA12

2.1 RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS ......................................................................12

2.2 ESTRATÉGIA DE ATUAÇÃO NA EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ................13

2.2.1 AÇÕES DE GESTÃO ESTRATÉGICA..............................................................................14

2.2.2 GESTÃO COMPARTILHADA DA POLÍTICA DE COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO

............................................................................................................................................15

2.2.3 ÓRGÃOS COLEGIADOS ..................................................................................................16

2.2.4 CURSOS OFERECIDOS, PALESTRAS, SEMINÁRIOS E REUNIÕES OPERACIONAIS

............................................................................................................................................16

2.2.5 ACORDOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA E CONVÊNIOS ............................................18

2.2.6 ESTRUTURA ORGÂNICA.................................................................................................18

2.2.7 GESTÃO DAS AÇÕES MULTISSETORIAIS DO COAF NO PPA 2008-2011 .................19

2.3 PROGRAMA 0910 – OPERAÇÕES ESPECIAIS: GESTÃO DA PARTICIPAÇÃO EM

ORGANISMOS INTERNACIONAIS ..................................................................................19

COMISSÃO INTERAMERICANA PARA O COMBATE AO ABUSO DE DROGAS

(CICAD) E COMISSÃO INTERAMERICANA CONTRA O TERRORISMO

(CICTE)............................................................................................................................20

SUBGRUPO DE TRABALHO Nº 4 (ASSUNTOS FINANCEIROS) DO MERCOSUL......20

COOPERAÇÃO BILATERAL E MULTILATERAL............................................................20

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO BRASIL-EUA.......................................................21

2.3.1 AÇÃO 0368 – CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA CONTRA A

LAVAGEM DE DINHEIRO – GAFI/FATF ..........................................................................22

PRESIDÊNCIA BRASILEIRA DO GAFI/FATF.................................................................23

AÇÕES DO GAFI/FATF PARA ATENDER DEMANDA DO G-20...................................23

2.3.2 AÇÃO 0366 - CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA DA AMÉRICA DO

SUL CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO - GAFISUD .................................................24

2.3.3 AÇÃO 008F - CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE EGMONT.............................................25

2.4 PROGRAMA 1164 – PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO ............25

2.4.1 AÇÃO 4946 – INTELIGÊNCIA FINANCEIRA PARA A PREVENÇÃO DA LAVAGEM DE

DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO ................................................26

INTELIGÊNCIA FINANCEIRA.........................................................................................27

PROCESSO DE TRABALHO..........................................................................................28

GESTÃO DE RISCOS E PRIORIDADES........................................................................29

2.4.1.2 DESEMPENHO OPERACIONAL DA INTELIGÊNCIA FINANCEIRA..............................31

COMUNICAÇÕES DOS SETORES ECONÔMICOS OBRIGADOS................................31

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RELATÓRIOS DE INTELIGÊNCIA FINANCEIRA...........................................................32

BLOQUEIO DE RECURSOS...........................................................................................33

INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES..............................................................................35

AVALIAÇÃO TÉCNICA DO SISTEMA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO -

FEEDBACK AOS SETORES

OBRIGADOS...................................................................................................................38

RELATÓRIO ANUAL DE AVALIAÇÃO DOS BANCOS – SETEMBRO 2009..................38

2.4.2 AÇÃO 8959 REGULAÇÃO PARA PREVENÇÃO DA LAVAGEM DE DINHEIRO E DO

FINANCIAMENTO DO TERRORISMO .............................................................................43

REGULAÇÃO E SUPERVISÃO.......................................................................................44

PROCESSO DE TRABALHO NA SUPERVISÃO............................................................45

2.4.2.1 DESEMPENHO OPERACIONAL DA REGULAÇÃO E SUPERVISÃO............................46

2.5 DESEMPENHO OPERACIONAL DA GESTÃO................................................................48

2.5.1 EVOLUÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA/FINANCEIRA – 2007 A 2009 .............49

3. GESTÃO DE PESSOAS E FORÇA DE TRABALHO........................................................50

3.1 AÇÕES DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO DOS SERVIDORES/EMPREGADOS.51

TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA...........................................................................52

AÇÕES DISCIPLINARES OU CORRECIONAIS.............................................................53

3.2 GESTÃO PATRIMONIAL...................................................................................................53

3.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO

COAF/SISCOAF.................................................................................................................53

4. RECONHECIMENTO DE PASSIVOS POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITOS................54

5. RESTOS A PAGAR DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.....................................................54

6. DEMONSTRATIVO DE TRANSFERÊNCIAS NO EXERCÍCIO........................................55

7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PATROCINADA.......................................................55

8. FLUXO FINANCEIRO DE PROJETOS FINANCIADOS COM RECURSO EXTERNO ...55

9. RENÚNCIA TRIBUTÁRIA..................................................................................................55

10. RESULTADOS DE IMPACTO SÓCIO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES DE FUNDOS

............................................................................................................................................55

11. CUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO TCU...................55

12. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO CONTROLE INTERNO QUANTO A ATOS DE

ADMISSÃO, DESLIGAMENTO E CONCESSÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES

............................................................................................................................................55

13. DECLARAÇÃO DE REGISTRO DE CONTRATOS NO SIASG E SICONV.....................55

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................55

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LISTA DE SIGLAS

ABIN - Agência Brasileira de Inteligência AGU - Advocacia-Geral da União BCB - Banco Central do Brasil CGU - Controladoria-Geral da União CRGP - Central de Gerenciamento de Riscos e Prioridades CVM - Comissão de Valores Mobiliários DPF - Departamento de Polícia Federal DRCI - Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da

Secretaria Nacional de Justiça/MJ EGMONT - Grupo de Egmont ENCCLA - Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro GAFI/FATF - Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro – Financial Action Task

Force GAFISUD - Grupo de Ação Financeira da América do Sul contra a Lavagem de Dinheiro SNJ - Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça SPC - Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social SRFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil SUSEP - Superintendência de Seguros Privados TCU - Tribunal de Contas da União SIGPlan - Sistema de Informações de Gestão e Planejamento

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LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS, TABELAS E ANEXOS

FIGURAS Figura 1 - Estrutura Orgânica da Inteligência Financeira no Brasil Figura 2 - Processo de Trabalho da Inteligência Financeira Figura 3 - Gerenciamento de Riscos na Inteligência Figura 4 - Gerenciamento de Riscos na Supervisão

GRÁFICOS Gráfico 1 - Percentual de treinados por setor/órgão de origem Gráfico 2 - Percentual de treinados por setores obrigados a se reportar ao COAF Gráfico 3 - Distribuição de Casos por Faixa de Risco Gráfico 4 - Incremento anual de Comunicações recebidas Gráfico 5 - Quantidade Anual de Relatórios de Inteligência Produzidos Gráfico 6 - Quantidade Anual de Comunicações Relacionadas aos RIF Gráfico 7 - Quantidade Anual de Pessoas Relacionadas aos RIF Gráfico 8 - Bloqueios judiciais por ano (R$ milhões) Gráfico 9 - Participação por Comunicante Bancário Gráfico 10 - Distribuição da amostra de comunicações avaliadas quanto a nota Gráfico 11 - Percentual de empresas que comunicam operações ao COAF em 2009 Gráfico 12 - Evolução das principais Naturezas de Despesas do COAF (2007-2009) Gráfico 13 - Evolução percentual das Despesas Orçamentárias do COAF (2007-2009) Gráfico 14 - Variação anual e número total de horas x homem de treinamento no período de 2006

a 2009 Gráfico 15 - Instituições reguladas pelo BACEN cadastradas no SISCOAF Gráfico 16 - Instituições reguladas pelo BACEN que encaminharam comunicações

TABELAS Tabela 1 - Informações sobre o COAF Tabela 2 - Treinamentos Oferecidos pelo COAF em 2009 por Público-alvo Tabela 3 - Treinamentos Oferecidos aos Setores Obrigados Tabela 4 - Eventos de treinamento realizados com Unidades de Inteligência Financeira e

Instituições de Pesquisa da América do Sul e de língua portuguesa da África em 2009.

Tabela 5 - Estrutura Organizacional do COAF em 2009 Tabela 6 - Descrição do Programa 0910 Tabela 7 - Memorandos de Entendimento firmados com outras UIFs Tabela 8 - Descrição da Ação 0368 Tabela 9 - Descrição da Ação 0366 Tabela 10 - Descrição da Ação 008F Tabela 11 - Descrição do Programa 1164 Tabela 12 - Descrição da Ação 4946 Tabela 13 - Indicador de Desempenho da Inteligência Financeira - PPA 2009 Tabela 14 - Comunicações Recebidas dos Setores Obrigados Tabela 15 - Bloqueios Judiciais de Recursos por Estado da Federação Tabela 16 - Intercâmbios com UIFs (2003/2009) Tabela 17 - Intercâmbios com Autoridades Internas Tabela 18 - Comunicações Recebidas (ago 2009) Tabela 19 - Participação por quantidade de bancos e valor

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Tabela 20 - Matriz de Avaliação de Comunicações Recebidas Tabela 21 - Amostra das comunicações por enquadramento Tabela 22 - Descrição da Ação 8959 Tabela 23 - Indicador de Desempenho da Inteligência Financeira - PPA 2009 Tabela 24 - Procedimentos concluídos Tabela 25 - Processos Administrativos Julgados Tabela 26 - Número de empresas que encaminharam comunicações Tabela 27 - Despesas do COAF em 2009 Tabela 28 - Capacitações recebidas por servidores/empregados do COAF em 2009 Tabela 29 - Restos a Pagar Processados Pagos de Exercícios Anteriores e Inscritos em 2009

ANEXOS Anexo 1 - Portaria Gabin./MF nº 137, de 10/07/2008 Anexo 2 - Declaração do Contador responsável pela UG do COAF - Memorando nº

111/2010/SPOA/SE/MF-DF, de 10/02/2010. Anexo 3 - Declaração da Coordenação-Geral de Recursos Humanos – COGRH/SPOA/SE/MF Anexo 4 - Quadro de servidores, empregados, terceirizados e estagiários no exercício de 2009

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1. Introdução

O Brasil, em decorrência dos avanços alcançados na prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, assumiu, na pessoa do Presidente do COAF, a presidência do principal organismo internacional dedicado ao tema, o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI) no período de julho de 2008 a junho de 2009.

Para identificar as principais carências no combate àquela modalidade criminosa, o GAFI promove avaliações mútuas dos seus membros, com base em metodologia que examina o arcabouço legal e operacional dos países. O Brasil submete-se a essas avaliações mútuas, tendo recebido, em novembro de 2009, a visita de peritos do GAFI, que elaborarão relatório de avaliação do país a ser aprovado pelo plenário da força-tarefa internacional em junho de 2010. Tal relatório fornecerá uma fotografia do grau de aderência do País às diretrizes internacionais de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, cujos reflexos alcançam vários setores econômicos. Dentre as principais realizações do COAF no ano de 2009, destacam-se: ??Participação ativa em deliberações no âmbito do GSI/PR, que culminaram com a definição

de nova estrutura para a Política Nacional de Inteligência, mediante a criação de quatro Subsistemas, um dos quais, o de Inteligência Econômico-Financeiro, que será coordenado pelo COAF;

??Aprovação e publicação de nova regulamentação para o setor de loterias, na forma da Resolução COAF nº 18/2009;

??Encaminhamento de comunicações de operações atípicas pelas instituições reguladas pelo Banco Central diretamente pelo SISCOAF, e não mais pelo SISBACEN, como faziam desde 1999;

??Coordenação das atividades do Grupo de Trabalho interministerial constituído especificamente para preparar o Brasil para a avaliação mútua e periódica do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI/FATF) em 2010;

??Continuidade da cooperação direta com o Uruguai, na condição de tutor da candidatura desse país para seu ingresso no Grupo de Egmont;

??Cooperação direta com o Paraguai, em apoio ao aperfeiçoamento de seu arcabouço jurídico de PLD/FT com vistas a evitar sua suspensão do Grupo de Egmont; e

??Oferta de treinamento operacional em PLD/FT aos setores de compliance de 12 grandes instituições financeiras.

Entre os anos de 2003 e 2009, o Brasil participou ativamente da elaboração de políticas e melhores práticas para a desarticulação de organizações criminosas envolvidas em crimes de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Presidiu, também, os principais organismos internacionais que tratam do tema: GAFISUD, em 2006, e o GAFI, entre 2008 e 2009. Em seus 11 anos de existência, o COAF realizou cerca de 1,6 mil intercâmbios de informações com 73 UIFs de diferentes países via Rede do Grupo de Egmont, sendo 573 somente nos últimos três anos. Os países com os quais houve um maior intercâmbio de informações foram Portugal, Estados Unidos da América, Suíça e Uruguai.

Para 2010, pretende-se intensificar as ações de assistência técnica a países da América do Sul e de língua portuguesa. No campo legislativo, espera-se que haja avanços no que respeita à revisão da legislação brasileira sobre prevenção e combate à lavagem de dinheiro, para torná-la mais aderente aos padrões internacionais, em particular, tipificando o crime de financiamento do terrorismo, na forma proposta pelo Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 3.443/2008.

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Outro ponto merecedor de destaque é a expectativa de que, em 2010, o novo Plano Nacional de Inteligência seja regulamentado.

No que tange à estrutura, o presente Relatório de Gestão está organizado em capítulos

que resumidamente contextualizam a atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF nos cenários nacional e internacional e caracterizam as ações de governo sob sua responsabilidade, concluindo com a demonstração do seu desempenho operacional e gestão administrativa. Essa estrutura segue as diretrizes contidas no Anexo II da Decisão Normativa nº 100, de 7 de outubro de 2009, a qual orienta tecnicamente a elaboração do processo anual de tomada de contas dos gestores de órgãos e entidades sujeitos ao controle interno do Poder Executivo Federal, ano-base 2009.

Destaca-se que os itens 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14, da letra A – Conteúdo Geral, do Anexo II, da DN TCU nº 100/2009, não se aplicam à gestão do COAF, de modo que não foram incluídos no corpo do presente Relatório de Gestão, tampouco os itens 3, 4 e 5, elencados na letra B, do supramencionado Anexo II. 2. Descrição da Unidade Jurisdicionada Na Tabela 1, são relacionados os dados gerais sobre a unidade jurisdicionada.

Tabela 1 - Informações sobre o COAF Poder e Órgão de vinculação Poder: Executivo Órgão de Vinculação: Ministério da Fazenda Código SIORG: 16646 Identificação da Unidade Jurisdicionada Denominação completa: Conselho de Controle de Atividades Financeiras Denominação abreviada: COAF Código SIORG: 16646 Código LOA: 25101 Código SIAFI: 170401 Situação: Ativa Natureza Jurídica: Órgão Público Principal Atividade: Administração Pública em Geral Código CNAE: 8411-6 Telefones/Fax de contato: (61) 3412-4746 Endereço eletrônico: www.coaf.fazenda.gov.br Página da Internet: http://www.coaf.fazenda.gov.br Endereço Postal: SAS, Quadra 3, Bl. “O”, Ed. Órgãos Regionais do MF, 7º andar – CEP: 70079-900 – Brasília – DF Normas de criação e alteração da Unidade Jurisdicionada: Lei nº 9.613, de 3/3/1998, publicada no D.O.U. de 4/3/1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.799, de 8/10/1998 Decreto nº 5.101, de 8/6/2004, que deu nova redação ao art. 2º do Decreto nº 2.799/98 Outras normas infralegais relacionadas à gestão e estrutura da Unidade Jurisdicionada: Decreto nº 7.050, de 23/12/2009, publicado em 24/12/2009. Portaria MF nº 330, de 18/12/1998. Manuais e publicações relacionadas às atividades da Unidade Jurisdicionada: RESOLUÇÕES: Resolução nº 1, de 13 de ABRIL de 1999 - REVOGADA; Resolução nº 2, de 13 de ABRIL de 1999 - REVOGADA; Resolução nº 3, de 2 de JUNHO de 1999; Resolução nº 4, de 2 de JUNHO de 1999; Resolução nº 5, de 2 de JULHO de 1999; Resolução nº 6, de 2 de JULHO de 1999;

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Resolução nº 7, de 15 de SETEMBRO de 1999; Resolução nº 8, de 15 de SETEMBRO de 1999; Resolução nº 9, de 05 de DEZEMBRO de 2000; Resolução nº 10, de 19 de NOVEMBRO de 2001; Resolução nº 11, de 16 de MARÇO de 2005; Resolução nº 13, de 30 de SETEMBRO de 2005; Resolução nº 14, de 23 de OUTUBRO de 2006; Resolução nº 15, de 28 de MARÇO de 2007; Resolução nº 16, de 28 de MARÇO de 2007; Resolução nº 17, de 13 de MAIO de 2009 - REVOGADA; e Resolução nº 18, de 26 de AGOSTO de 2009. INSTRUÇÕES NORMATIVAS: Instrução Normativa nº 1, de 26 de JULHO de 1999 - REVOGADA; e Instrução Normativa nº 2, de 18 de JULHO de 2005. CARTAS-CIRCULARES: Carta-Circular nº 1/01; Carta-Circular nº 2/01; Carta-Circular nº 3/02; Carta-Circular nº 4/02; Carta-Circular nº 5/02; Carta-Circular nº 6/02; Carta-Circular nº 7/03; Carta-Circular nº 8/03; Carta-Circular nº 9/03; Carta-Circular nº 10/04; Carta-Circular nº 11/04; Carta-Circular nº 12/05; Carta-Circular nº 13/05; e Carta-Circular nº 14/06. INSTRUÇÕES NORMATIVAS INTERNAS: Instrução Normativa Interna nº 1, de 15 de MAIO de 2006 (Confidencial); Instrução Normativa Interna nº 2, de 15 de MAIO de 2006 (Confidencial); Instrução Normativa Interna nº 3, de 30 de DEZEMBRO de 2006; Instrução Normativa Interna nº 4, de 15 de AGOSTO de 2007 (Confidencial); Instrução Normativa Interna nº 5, de 15 de AGOSTO de 2007 (Reservada); Instrução Normativa Interna nº 6, de 22 de AGOSTO de 2007 (Reservada); Instrução Normativa Interna nº 7, de 23 de AGOSTO de 2007 (Reservada); Instrução Normativa Interna nº 8, de 18 de NOVEMBRO de 2008 (Reservada) - REVOGADA; Instrução Normativa Interna nº 9, de 30 de JUNHO de 2008 (Reservada) - REVOGADA; Instrução Normativa Interna nº 10, de 24 de JULHO de 2008; Instrução Normativa Interna nº 11, de 6 de NOVEMBRO de 2008 (Reservada); Instrução Normativa Interna nº 12, de 19 de JANEIRO de 2009 (Confidencial); Instrução Normativa Interna nº 13, de 1 de DEZEMBRO de 2009 (Reservada); e Instrução Normativa Interna nº 14, de 1 de DEZEMBRO de 2009 (Reservada). MANUAIS: Manual de Procedimentos Internos da Diretoria de Análise e Fiscalização; e Manual de Orientação do Sistema Eletrônico de Intercâmbio de Informações – SEI.

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2 Objetivos e Metas da Unidade de Inteligência Financeira Brasileira

A UIF brasileira, criada pela Lei nº 9.613/1998, tem a missão de “prevenir a utilização dos setores econômicos para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, promovendo a cooperação e o intercâmbio de informações entre os Setores Público e Privado” visando “ser um órgão de estado moderno, eficiente e eficaz, com pessoal qualificado e bem treinado, utilizando tecnologia de ponta”.

As atribuições do COAF podem ser divididas em três grupos principais: inteligência financeira, regulação e supervisão. O COAF adota como princípios básicos de gestão a transparência, a conduta ética, a criatividade, o sigilo, a responsabilidade e credibilidade, desenvolvendo suas atividades com o espírito cooperativo do seu corpo funcional. Em consonância com as mudanças inseridas no PPA 2008-2011 e em continuidade ao desenvolvimento da gestão institucional do COAF para o exercício de 2010, o Planejamento Estratégico de Longo Prazo contempla os objetivos estratégicos permanentes listados abaixo: ??Produzir Inteligência Financeira de modo eficiente e eficaz; ??Supervisionar e Regular os Segmentos Econômicos de modo eficiente e eficaz; ??Utilizar Tecnologia da Informação eficiente e eficaz; ??Gerir a Instituição de forma impessoal, transparente e desburocratizada; ??Gerir Pessoas assegurando oportunidade profissional e liberdade de expressão, com

respeito e responsabilidade, em um ambiente pluri-institucional e multidisciplinar; e ??Desempenhar papel ativo e cooperativo no plano internacional.

2.1 Responsabilidades Institucionais

De acordo com as normas relacionadas à criação, estrutura orgânica e regimento interno, o COAF é uma Unidade de Inteligência Financeira – UIF, do tipo administrativo, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei nº 9.613/1998 e comunicá-las às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.

O espectro de atividades desenvolvidas pela UIF do Brasil envolve também a coordenação e proposição de mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações tempestivas e eficientes para o combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores. Nesse sentido, incluem-se ações de cooperação internacional relacionadas ao combate à “lavagem” de dinheiro, aos crimes de tráfico de entorpecentes, à corrupção, ao terrorismo e seu financiamento, ao contrabando ou tráfico de armas e materiais voltados à sua produção, dentre outros.

O cruzamento de informações dos órgãos reguladores e fiscalizadores do Sistema Financeiro Nacional, captadas e gerenciadas pelo Banco Central do Brasil – BCB, Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB e Secretaria de Previdência Complementar – SPC demandam, além de recursos tecnológicos em constante desenvolvimento, intensa articulação institucional junto aos referidos órgãos do Ministério da Fazenda e Ministério da Previdência Social, assim como junto àqueles relacionados ao processo de investigação e repressão, dentre os quais o Ministério Público, a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, o Departamento de Polícia Federal e as Polícias Estaduais, bem como a Controladoria-Geral da União, o Tribunal de Contas da União e o Poder Judiciário.

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Por determinação legal, os Conselheiros do COAF são servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, designados por ato do Ministro da Fazenda dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do Departamento de Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União, e dos Ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e da Previdência Social, nestes seis últimos casos, atendendo a indicação dos respectivos Ministros de Estado. O Presidente do COAF é nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Ministro da Fazenda.

Apesar do nome, o COAF não tem a atribuição legal de controlar a ampla gama de atividades financeiras que acontecem diariamente no Brasil, não recebe ou analisa contratos e tampouco tem acesso às contas ou investimentos dos cidadãos. É um órgão eminentemente de prevenção e não de repressão, atuando como auxiliar das autoridades responsáveis pela persecução criminal. O COAF, portanto, não detém poderes de investigação.

Os relatórios produzidos pelo COAF, denominados Relatórios de Inteligência Financeira – RIF, contêm informações de inteligência, são protegidos por sigilo, inclusive bancário, e têm como destinatários autoridades de persecução criminal, as quais adotarão os procedimentos que julgarem cabíveis, dentro de suas respectivas competências. A violação do sigilo desses relatórios, além de constituir crime, causa transtornos às entidades obrigadas por lei a fornecer informações ao COAF, às próprias autoridades de persecução criminal e, em última análise, ao sistema de prevenção à lavagem de dinheiro como um todo.

O COAF possui, adicionalmente às atribuições já descritas, a competência para regulamentar e penalizar as pessoas mencionadas no art. 9º da Lei nº 9.613, para as quais não exista órgão fiscalizador ou regulador próprio, entre as quais estão as empresas atuantes nos segmentos de fomento mercantil (factoring), comércio de obras de arte, antiguidades, jóias e metais preciosos, sorteios e cartões de crédito. Nesses casos, compete-lhe a definição das pessoas abrangidas e dos meios e critérios para envio de comunicações ao COAF, a expedição das instruções para a identificação de clientes e manutenção de registros de transações, assim como a aplicação das sanções enumeradas no art. 12 da mencionada Lei.

2.2 Estratégia de Atuação na Execução das Políticas Públicas O COAF adota modelo de gestão focado na gestão por resultados, com o objetivo de

buscar eficiência e eficácia para as ações governamentais sob sua responsabilidade. Nesse sentido, foi iniciado em 2008 e implementado em 2009 o processo de modernização do Planejamento Estratégico, no intuito de contemplar horizonte temporal compatível com a maturação dos projetos em curso. Incorporou-se também metodologia de gestão de riscos nos fluxos de trabalho finalísticos do Órgão.

As competências e atribuições do COAF estão estruturadas em processos de trabalho e desenvolvidos por sua Secretaria Executiva e pela Diretoria de Análise e Fiscalização, que realizam os trabalhos operacionais do Conselho. Seu quadro de profissionais é composto por servidores de diversas carreiras de Estado, entre servidores do próprio MF, servidores cedidos, além de conveniados oriundos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal em capacitação no COAF por período determinado.

As características estruturais do Órgão e o Sistema de Informações do COAF - SISCOAF permitem grande agilidade de resposta e flexibilidade no intercâmbio de informações com autoridades brasileiras e estrangeiras. Os resultados podem ser observados pelo considerável aumento do número de comunicações recebidas dos setores obrigados, pelo expressivo

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incremento das estatísticas de intercâmbios de informações realizados e de Relatórios de Inteligência Financeira produzidos e encaminhados às autoridades competentes.

O crescimento do número de registros da base de dados pelo ingresso diário médio de 1300 comunicações de operações financeiras oriundas dos diversos setores econômicos reflete a crescente participação do COAF na produção de informações de inteligência financeira para as autoridades de persecução criminal, bem como seus esforços de sensibilização e conscientização dos segmentos da economia obrigados a comunicar.

A melhoria da qualidade do produto entregue pelo COAF às autoridades resulta da integração de novas bases de dados para consulta, do aperfeiçoamento constante do seu sistema de informações, o SISCOAF, do investimento na qualificação da equipe de profissionais em exercício no Órgão e da importância atribuída à cooperação com os demais órgãos de governo nacionais, com UIFs de outros países e com organismos internacionais envolvidos na luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

Num retrospecto histórico, em 1999, o Brasil, por meio do COAF, tornou-se membro do Grupo de Egmont, organismo internacional composto por cento e dezesseis países voltado ao intercâmbio de informações entre unidades de inteligência financeira. Em 2000, o Brasil tornou-se membro pleno do Grupo de Ação Financeira - GAFI, principal organismo internacional de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. No mesmo ano, o Brasil liderou o processo de criação do Grupo de Ação Financeira da América do Sul - GAFISUD, organismo regional para a América do Sul criado nos mesmos moldes do GAFI, do qual o País é membro pleno. 2.2.1 Ações de Gestão Estratégica

No ambiente interno, o COAF participou ativamente da elaboração da Política Nacional de Inteligência e das Diretrizes para o Sistema Brasileiro de Inteligência, a serem sancionadas pelo Presidente da República.

As diretrizes apontam para um novo modelo de sistema, criando um comitê executivo e quatro subsistemas coordenados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Dentre os subsistemas, aprovou-se a proposta de criação do Subsistema de Inteligência Econômico-Financeira, marco histórico que possibilitará um melhor ordenamento dessa atividade no Estado.

O COAF tem intensificado a integração com órgãos supervisores e entidades

representativas de diversos segmentos, tais como: Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Secretaria de Previdência Complementar – SPC, Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, Conselho Federal de Corretores de Imóveis - COFECI, Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços - ABECS, Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada – ABRAPP, Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, dentre outros, com a finalidade de prevenir a utilização desses setores para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Além da cooperação institucional com setores econômicos, fazem parte da pauta dessa

integração assuntos como modernização e adequação dos atuais atos normativos, disseminação das melhores práticas, difusão do modelo institucional e operacional do COAF, bem como a sintonia das obrigações das instituições brasileiras com os princípios e diretrizes internacionais relacionados ao tema.

No ambiente externo, 2009 foi marcado como um ano em que a comunidade internacional buscou implementar ações urgentes e emergenciais para mitigar os danos causados pela crise

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financeira mundial. Nesse contexto, os líderes do G-20 assumiram o compromisso de buscar soluções efetivas no sentido de preservar a integridade e a transparência do sistema financeiro internacional, identificando as ameaças ao sistema como um todo, seja nas desigualdades de transações e fluxos de capitais entre os países, seja nas políticas tributárias protecionistas ou mesmo na aplicação deficiente ou inexistente, por parte dos países, de medidas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Esse compromisso resultou em uma mobilização imediata das economias mais importantes do mundo, dentre as quais o Brasil, compromisso este que suscitou no país o dever e a oportunidade de incorporar aos seus instrumentos internos as diretrizes e recomendações destinadas ao controle e proteção dos setores econômicos e à mitigação de riscos sistêmicos provocados pelos crimes transnacionais e pela circulação dos ativos por eles transacionados, mormente em situações de crise de liquidez. 2.2.2 Gestão compartilhada da Política de Combate à Lavagem de Dinheiro

O COAF tem contribuído ativamente para o efetivo cumprimento das ações da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro – ENCCLA, quer seja no apoio às ações institucionais, quer seja na produção de conhecimento de inteligência financeira. Dois temas macro orientaram a atuação das instituições envolvidas na ENCCLA 2009: ”improbidade administrativa” e “lavagem de dinheiro por meio do comércio”. Como temas específicos foram definidos “métodos e procedimentos de identificação e investigação” assinado aos Grupos Jurídico e de Tecnologia da Informação, e “matriz de risco” , endereçado ao Grupo Operacional e Estratégico.

As contribuições do COAF para a ENCCLA 2009 envolveram ações no âmbito do Grupo Jurídico e Operacional e Estratégico, enumeradas a seguir: ??Fazer diagnóstico sobre a lavagem de dinheiro por meio de futebol e de organizações

não-governamentais; ??Compilar tipologias de utilização e desvio de recursos públicos por meio de patrocínio a

atividades desportivas, especialmente nos municípios; ??Analisar a lavagem de dinheiro associada ao comércio de semoventes; ??Analisar a lavagem de dinheiro associada à importação e à exportação fictícias; ??Analisar ilícitos associados à contratação e execução de obras públicas; ??Promover a hierarquização de vulnerabilidades à lavagem de dinheiro e corrupção (Matriz

de Risco); e ??Enfrentar a lavagem de dinheiro do crime organizado na Bahia por meio de ações

integradas. A sétima edição anual da ENCCLA foi realizada em Salvador entre os dias 17 e 20 de

novembro de 2009, momento em que se declarou interesse e apoio à iniciativa da Controladoria-Geral da União de criar uma Estratégia Nacional Anticorrupção. Dessa forma, definiu-se um conjunto de 21 ações para 2010. As ações nas quais está prevista a participação do COAF são: Grupo Jurídico: ??Analisar os projetos de lei que tratam sobre bingos e jogos eletrônicos (o COAF atua

como coordenador da ação); ??Elaborar proposta de tipos penais ainda não existentes no ordenamento jurídico brasileiro,

a fim de atender aos Tratados e Convenções já internalizados; ??Retomar a análise do anteprojeto de Extinção de Domínio; ??Analisar a regulamentação do fluxo financeiro envolvendo instituições offshore; ??Acompanhar a análise da Lei nº 7.170/1983 a fim de verificar a adequação às

Recomendações do GAFI; ??Acompanhar a tramitação de projetos de lei existentes sobre a Lei Complementar nº

105/2001.

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Grupo Operacional e Estratégico: ??Compilar as políticas públicas de combate à corrupção à lavagem de dinheiro,

desenvolvidas no âmbito ou em decorrência da ENCCLA; e ??Analisar a atuação de milícias nos estados na prática de corrupção e de lavagem de

dinheiro dela decorrente. 2.2.3 Órgãos Colegiados

O COAF, na qualidade de órgão de inteligência, é membro do Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN e participa dos seguintes órgãos colegiados:

??Conselho Consultivo do SISBIN – CONSISBIN; ??Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas – CONAD ; ??Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual –

CNPC; ??Gabinete de Gestão Integrada de Prevenção e Combate à Corrupção e à Lavagem de

Dinheiro – GGI-LD; ??Grupo de Gestão Integrada sobre Segurança no Estado de São Paulo – GGI-SP; e ??Sistema Integrado de Segurança Pública - SISP.

2.2.4 Cursos Oferecidos, Palestras, Seminários e Reuniões Operacionais

Novas técnicas de lavagem de dinheiro cada vez mais sofisticadas e complexas são detectadas constantemente, exigindo preparo permanente dos técnicos que atuam na área, com uso e domínio de tecnologias inovadoras que sirvam de ferramentas para o acompanhamento, tratamento e utilização das informações obtidas.

Em 2009, o COAF realizou cursos, palestras, encontros e reuniões operacionais visando à sensibilização e disseminação das práticas metodológicas e de aplicação das normas e procedimentos relativos a setores específicos definidos pela Lei nº 9.613/1998. Participaram desses treinamentos integrantes dos seguintes segmentos dos setores público e privado: autoridades policiais, Ministério Público, órgãos do Governo, Poder Judiciário, setores obrigados (Cooperativas de Crédito, Mercado de Câmbio e Setor Bancário), outras entidades nacionais (Federações e Associações de Bancos e Instituições de Ensino e Pesquisa), Unidades de Inteligência Financeira de outros países e outras entidades estrangeiras (Federações e Associações de Bancos e Instituições de Ensino e Pesquisa estrangeiras).

Um dos resultados alcançados com a realização de reuniões operacionais foi o incremento das relações institucionais com os órgãos reguladores e com as empresas supervisionadas. Outro resultado que se pode observar foi a melhoria na qualidade dos dados e informações prestadas não só pelos setores regulados pelo COAF, como pelas empresas de factoring, imobiliárias e outras, como também pelos órgãos reguladores e fiscalizadores: BCB, CVM, SUSEP e SPC.

Visando sensibilizar e disseminar as melhores práticas adotadas pelo COAF na prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, foram treinadas 3.744 pessoas, conforme Tabela 2, o que representou incremento de 28% em relação a 2008. Desse total, 24% eram provenientes dos setores obrigados por lei a reportar ao COAF (gráficos 1 e 2), entre os quais foram contemplados o setor bancário, o mercado de câmbio e as cooperativas de crédito (tabela 3).

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Gráfico 1 – Percentual de treinados por setor/órgão de origem Gráfico 2 – Percentual de treinados por setores obrigados a se reportar ao COAF

O COAF tem promovido a integração e o desenvolvimento de ações em países africanos de língua portuguesa, entre os quais: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique, além de alguns países da América do Sul como o Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Paraguai e Uruguai, fornecendo suporte técnico e operacional em matéria de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, conforme detalhamento na tabela 4 a seguir.

Tabela 4 – Eventos de treinamento realizados com Unidades de Inteligência Financeira e

Instituições de Pesquisa da América do Sul e de língua portuguesa da África em 2009.

Autoridades Policiais

12%

Ministério Público

10%

Órgãos de Governo

10%

Poder Judiciário

15%

Setores Obrigados

24%

Outras Entidades Nacionais

11%

Unidades de Inteligência Financeira

4%

Outras Entidades

Estrangeiras14%

Setor Bancário

55%

Cooperativas de Crédito

38%

Mercado de Câmbio

7%

CLASSE PÚBLICO-ALVO

Nº DE TREINANDOS

Autoridades Policiais 440

Ministério Público 375

Órgãos de Governo 365

Poder Judiciário 575

Setores Obrigados 904

Outras Entidades Nacionais

400

Unidades de Inteligência Financeira

165

Outras Entidades Estrangeiras

520

TOTAL 3.744

Tabela 2 - Treinamentos Oferecidos pelo COAF em 2009 por Público-alvo

CLASSE PÚBLICO-ALVONº DE

TREINANDOSSetor Bancário 496

Cooperativas de Crédito 343Mercado de Câmbio 65

TOTAL 904

Tabela 3 - Treinamentos Oferecidos aos Setores Obrigados

ÓRGÃO BENEFICIÁRIO CURSONº DE

TREINANDOS

UIF Cabo Verde Capacitação do Banco Mundial a Países membros da CPLP 40

UIF - PARAGUAICooperação Técnica para Treinamento Operacional paraDirigentes e Analistas da UIF do Paraguai

20

FAPLA - Fundação Argentina para o Estudo e a Análise de PLD/CFT

V Encontro Nacional sobre Prevenção e Controle daLavagem de Ativos

150

UIF - PARAGUAI Treinamento Operacional para analistas da UIF paraguaia 12

UIF - CABO VERDE Programa de Apoio ao Estabelecimento e Fortalecimento deUIF nos Países de Língua Potuguesa

5

Associação Bancária da Colômbia IX Congresso Panamericano de Riscos de Lavagem deAtivos e Financiamento do Terrorismo

220

UIF - PERU Programa de Apoio ao Fortalecimento da UIF do Peru 5

UIF - PARAGUAIPrograma de Apoio ao Estabelecimento e Fortalecimento deUIF do Paraguai

3

UCA - Universidade Católica Argentina Seminário sobre Prevenção à Lavagem de Dinheiro 150

UIF - BOLÍVIASeminário internacional "Estratégias de Luta Contra aLavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo"

80

TOTAL 10 685

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2.2.5 Acordos de Cooperação Técnica e Convênios

Para a análise do expressivo volume de informações que o COAF recebe diariamente e a consequente produção dos Relatórios de Inteligência Financeira – RIF, que dirigidos às autoridades investigativas, a Coordenação-Geral de Análise do COAF dispõe de 11 servidores, dos quais 10 analistas que se dedicam à elaboração dos RIFs. No decorrer de 2009, com o objetivo de incrementar a qualidade de suas análises, o COAF expandiu os acordos de cooperação com órgãos do setor público e bancos estatais, que vêm proporcionando importante reforço ao corpo técnico e ao conjunto de informações disponíveis para consulta.

Um dos eixos de sustentação da atividade de inteligência financeira é a ampliação das bases de dados e o intercâmbio de informações entre os diversos componentes do sistema de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo. Para isso, além das bases disponíveis, o COAF vem conduzindo as negociações para firmar novos convênios junto às seguintes instituições, com destaque para o acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Mercantis - CNE: ??Departamento Nacional de Registro Comercial – DNRC/MDIC; ??Polícia Civil dos Estados do Acre, , Maranhão, Santa Catarina, Sergipe e Rondônia; e ??Governo do Estado de São Paulo.

2.2.6 Estrutura Orgânica

O COAF vem desenvolvendo ações continuadas há mais de três anos, conforme

Relatórios de Gestão de exercícios anteriores, voltadas à reorganização de sua estrutura orgânica. No entanto, mudanças em sua estrutura ainda não foram realizadas. Atualmente, a estrutura organizacional do COAF está regulamentada pelo Decreto nº 7.050, de 23/12/2009, conforme tabela 5 – Estrutura Organizacional do COAF em 2009.

Tabela 5 – Estrutura Organizacional do COAF em 2009

UNIDADE/SUBUNIDADE CARGO/FUNÇÃO

(Nº) DENOMINAÇÃO

CARGO/FUNÇÃO DAS/FG*

1 Presidente 101.6 1 Assessor Técnico 102.3

CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

1 Assistente 102.2 Gabinete 1 Chefe 101.4 Divisão 2 Chefe 101.2 Serviço 2 Chefe 101.1 Secretaria Executiva 1 Secretário-Executivo 101.5 9 Assessor 102.4 1 Assessor Técnico 102.3 Diretoria de Análise e Fiscalização 1 Diretor 101.5 Coordenação-Geral de Análise 1 Coordenador-Geral 101.4 Coordenação 2 Coordenador 101.3 Coordenação-Geral de Fiscalização 1 Coordenador-Geral 101.4 Coordenação 2 Coordenador 101.3 5 FG-1 1 FG-2

Convênios para capacitação firmados com o Banco do Brasil S/A e a Caixa Econômica

Federal – CEF têm permitido que funcionários dessas instituições financeiras oficiais recebam

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treinamento “in loco” no COAF por um ano, renovável por igual período. Tal iniciativa traz benefícios para ambos os convenentes à medida que o empregado, ao deixar o Órgão, retornará à área de origem com a experiência de examinar, sob a ótica da Unidade de Inteligência Financeira, as comunicações de operações suspeitas efetuadas pela instituição financeira da qual faz parte, proporcionando o aumento da qualidade das informações prestadas ao COAF na forma da Lei.

2.2.7 Gestão das Ações Multissetoriais do COAF no PPA 2008-2011

Sob o aspecto da consistência dos atributos qualitativos das ações multissetoriais sob a gestão do COAF, foi desenvolvido debate e análise crítica quanto à atuação deste Conselho vis-à-vis o cenário de ampliação da participação social na gestão pública e maior celeridade no monitoramento dos órgãos de fiscalização/regulação do Sistema Financeiro Nacional.

Em 2009, o COAF executou ações multissetoriais que integram os Programas 0910 “Operações Especiais: Gestão da Participação em Organismos Internacionais”, Encargos Financeiros da União – EFU sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Programa 1164 “Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro” sob a responsabilidade do Ministério da Justiça, conforme Lei nº 11.653, de 7/4/2008, que dispõe sobre o PPA 2008-2011.

Em 2009, as atribuições do COAF relacionadas à inteligência financeira e supervisão foram executadas no PPA 2008-2011 na Ação 4946 “Inteligência Financeira para a Prevenção da Lavagem de Dinheiro e do Financiamento do Terrorismo” e na Ação 8959 “Regulação para Prevenção da Lavagem de Dinheiro e do Financiamento do Terrorismo”, inseridas no supramencionado Programa 1164. As atribuições relacionadas à representação internacional foram desenvolvidas pelas Ações 0368 “Contribuição ao Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro – GAFI/FATF”, 0366 “Contribuição ao Grupo de Ação Financeira da América do Sul contra a Lavagem de Dinheiro” e 008F “Contribuição ao Grupo de Egmont”, que integram o supracitado Programa 0910. 2.3 Programa 0910 – Operações Especiais: Gestão da Participação em Organismos Internacionais

O ano de 2009 foi, mais uma vez, um ano em que o COAF exerceu plenamente suas atividades internacionais no âmbito do Programa 0910 sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, descrito na Tabela 6, quer seja na coordenação da participação brasileira em reuniões e foros multilaterais, ou na coordenação e execução de ações ou trabalhos internacionais com impacto no ordenamento jurídico brasileiro, na designação de especialistas, ou mesmo na participação ativa em eventos estratégicos bilaterais, além de colaborar, no âmbito de sua competência, com a atuação internacional de outros órgãos do Governo brasileiro.

Tabela 6 – Descrição do Programa 0910

Tipo de Programa Operações Especiais Objetivo de Governo SIGPlan não apresenta objetivo de governo

Objetivo Setorial SIGPlan não apresenta objetivo de governo

Objetivo Geral Assegurar a manutenção dos escritórios de organismos internacionais dos quais o Brasil participe por meio do pagamento de contribuições governamentais.

Público-alvo Governo e sociedade brasileiros

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Nesse sentido, diversos resultados foram obtidos tanto no aprimoramento de suas atividades e rotinas de trabalho, quanto na adequação e aprimoramento de suas normas e procedimentos, de sua capacidade tecnológica, da qualidade das informações produzidas e de seu estreitamento das relações institucionais, em função da integração realizada por seus representantes junto a organismos internacionais relacionados com a prevenção e combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Ao longo do ano de 2009, o COAF teve participação direta, ativa e decisiva em atividades e reuniões dos principais organismos multilaterais afetos ao tema da luta contra LD/FT, quais sejam: ??GAFI e Grupos regionais ao estilo GAFI, tais como GAFISUD – Grupo de Ação Financeira

da América do Sul, GIABA – Grupo Intergovernamental da África Ocidental, ESAAMLG - Grupo de Ação Financeira do Sudeste da África;

??Grupo de Egmont; ??CICAD e CICTE da OEA; ??Subgrupo de Trabalho nº. 4 (SGT-4 Assuntos Financeiros) do MERCOSUL; ??Comissões Mistas Bilaterais e outras atividades bilaterais.

O COAF deu continuidade à sua atuação direta com Unidades de Inteligência Financeira

de outros países, não somente no intercâmbio de informações, mas também na cooperação ágil para o congelamento de recursos de origem supostamente ilícita. Além disso, o COAF seguiu provendo assistência técnica a outras Unidades da América do Sul, em específico do Uruguai.

Comissão Interamericana para o Combate ao Abuso de Drogas (CICAD) e Comissão Interamericana contra o Terrorismo (CICTE)

Nos âmbitos da CICAD e da CICTE, sob a coordenação, no Brasil, do Ministério das Relações Exteriores, o COAF teve participação no Grupo de Peritos em Lavagem de Dinheiro da Unidade Antilavagem de Dinheiro. O principal objetivo é buscar o intercâmbio de experiências com outras UIFs, provendo ou recebendo assistência tanto na execução de projetos de modernização tecnológica quanto na capacitação de pessoal, bem como discutindo potenciais trabalhos conjuntos com unidades de investigação criminal, tais como Ministérios Públicos e Polícias

Subgrupo de Trabalho nº 4 (Assuntos Financeiros) do MERCOSUL

O COAF permaneceu apoiando o desempenho do Banco Central, coordenador brasileiro junto ao SGT-4, participando dos trabalhos realizados pela Comissão de Prevenção a Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, de modo especial nos assuntos referentes à atualização de normas e procedimentos aplicados ao tema no âmbito do setor financeiro.

Cooperação Bilateral e Multilateral

Bilateralmente, foi assinado Memorando de Entendimento (MOU) com a UIF dos Emirados Árabes Unidos. A tabela abaixo relaciona os 28 Memorandos assinados até 2009. Além disso, essa intensificação das relações bilaterais do COAF rendeu frutos importantes como ações em conjunto com outras UIF que visaram, dentre outros propósitos, o bloqueio de recursos até tramitar o pedido de assistência jurídica mútua.

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Tabela 7 – Memorandos de Entendimento firmados com outras UIFs

PAÍS ANO PAÍS ANO Bélgica 1999 Ucrânia 2004 Portugal 2000 Chile 2005 Espanha 2000 México 2005 França 2000 África do Sul 2005 Rússia 2000 Antilhas Holandesas 2006 Colômbia 2000 Canadá 2006 Bolívia 2001 Bulgária 2007 Paraguai 2001 Japão 2007 Panamá 2001 Equador 2007 Guatemala 2002 Rússia 2008 Tailândia 2003 Polônia 2008 Coréia do Sul 2003 Bahamas 2008 Argentina 2003 EUA 2008 Portugal 2004 Emirados Árabes Unidos 2009

Foi implementado um trabalho de cooperação mais estreito com as UIFs de Cabo Verde,

Paraguai e Peru, com o objetivo de fornecer assistência técnica em sistema de informações e rotinas e procedimentos de análise de inteligência financeira, envolvendo os processos de trabalho e seu fluxo, a gestão de riscos e, ainda, a regulação de setores supervisionados. Representantes das três Unidades fizeram visita ao COAF, com o intuito de conhecer in situ o trabalho que o Conselho realiza naquelas frentes, bem como aprender as técnicas usadas, para poder implementá-las, na forma mais abrangente possível, em suas respectivas jurisdições.

Essas ações voltadas ao provimento de assistência técnica em seu sentido mais

abrangente demonstram que o COAF ampliou e diversificou seu espectro de atuação internacional, principalmente no que diz respeito ao intercâmbio de informações e ao processo de análise e tomada de decisões com base no risco. Além disso, essa assistência inclui ações voltadas ao desenvolvimento e ao aprimoramento das respectivas estruturas legislativas e institucionais de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo daqueles países.

Memorando de Entendimento Brasil-EUA

Dando execução ao Memorando de Entendimento celebrado com os Estados Unidos da América, o COAF adquiriu equipamentos para aprimoramento de seu parque tecnológico e implementou programa de visita de seus servidores à Unidade de Inteligência Financeira daquele país (FinCEN).

O objetivo da visita foi o de aprofundar o intercâmbio de experiências no que diz respeito à prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Na oportunidade, foram realizadas análises de casos específicos e troca das experiências entre as Unidades de Inteligência. Esse trabalho revelou-se como um grande instrumento para troca de conhecimento e de visualização das melhores práticas em temas como análise de inteligência financeira, análises estratégicas em LD/FT, regulação de setores obrigados, ferramentas de TI, planejamento estratégico, gestão orçamentário-financeira e segurança orgânica.

Para abarcar as diferentes áreas do conhecimento previstas na capacitação, a delegação foi composta por técnicos egressos das áreas de Análise, de Supervisão, de Tecnologia da Informação e de Gestão Institucional.

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A agenda de trabalhos contemplou, ainda, visitas a outras agências de aplicação da lei

(law enforcement agencies) dos EUA, Federal Bureau of Investigation (FBI), Drugs Enforcement Agency (DEA), Fusion Center e a ONG International Center For Missing & Exploited Children.

No campo específico da produção de Inteligência Financeira e TI, foram apresentados em detalhes a utilização de ferramentas de análise, (Visual Links, MapInfo, Analyst Notebook, Excell, Access, e ASIS - Analytical System for Investigative Support etc.) algumas já em uso no COAF, bem como a forma de produção dos respectivos relatórios de inteligência, com destaque para as análises estratégicas (ou de fenômenos), levando-se em conta a realidade de cada área de interação do FinCEN com o mundo, casos e/ou fenômenos em ambos países, com suas respectivas críticas, providências e mecanismos de cooperação instituídos. Neste aspecto o COAF apresentou sua estrutura, processos de trabalho, sistemas de análise e gerenciamento de risco, sendo este último objeto de grande interesse pelo FinCEN, já que permite ordenar todo o trabalho da Unidade de Inteligência com base na exposição ao risco existente no caso.

Foi também detalhada a atuação do FinCEN na sua atribuição regulatória dos setores obrigados, com ênfase na utilização dos órgãos reguladores na fiscalização do cumprimento das obrigações de comunicar, bem como a inteligente forma de punir eventuais violações às normas, com a fase prévia de acordo entre as partes, no sentido de assumir um ajustamento de conduta com o decorrente pagamento de multa, evitando-se, assim, um longo e dispendioso processo administrativo punitivo.

No âmbito da Gestão Institucional, foram apresentados métodos e ferramentas utilizados na elaboração do Planejamento Estratégico da agência, que segue os métodos consagrados, também utilizados no Brasil.

As interações com outras agências investigativas foram bastante proveitosas, no sentido de demonstrar a realização do trabalho em conjunto com o FinCEN, potencializando os resultados. Cabe ressaltar a bem sucedida experiência demonstrada pelo Fusion Center, onde foi possível materializar a soma de esforços das diversas agências envolvidas, com resultados consideráveis, demonstrando a integração de todos com objetivo comum.

No âmbito específico do Acordo de Cooperação em Matéria de Corrupção, foram apresentado pelo FinCEN e COAF relatórios prévios contendo informações atinentes às pessoas relacionadas nos casos previamente enviados por ambas as agências. 2.3.1 AÇÃO 0368 – CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO – GAFI/FATF

Tabela 8 – Descrição da Ação 0368

Tipo de Ação Operações Especiais

Finalidade Proporcionar a atualização e o aprimoramento profissional no combate à lavagem de dinheiro.

Descrição Pagamento de cota contributiva ao Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro - GAFI/FATF.

Unidade Responsável Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF Coordenador da Ação Marcelo Silva Pontes Área responsável pelo

gerenciamento Secretaria Executiva

Produto Sem produto associado

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Em 2009, o COAF chefiou as delegações brasileiras em todas as Reuniões Plenárias do GAFI, além de ter dado continuidade ao trabalho de assessoramento à Presidência do Grupo a cargo do Brasil, pondo em prática o estabelecido no Plano de Ação da Presidência brasileira, cujo mandato encerrou-se em 30/06/2009.

Presidência brasileira do GAFI/FATF

O mandato do GAFI para o período 2004-2012 tem como macro-objetivos:

??Aprimorar os padrões e medidas de combate à lavagem de dinheiro e financiamento

do terrorismo; ??Promover a implementação desses padrões; ??Identificar e reagir a novas ameaças; ??Colaborar com membros e parceiros.

Dentro desse escopo, um dos objetivos-chave da Presidência brasileira foi ampliar a

cooperação com países não-membros comprometidos com PLD/CFT.

Foi reforçada, também, a cooperação com os Grupos regionais ao estilo GAFI por meio da presença na maioria de suas reuniões, ratificando a importância desses grupos no sentido de garantir uma aplicação consistente das normas internacionais.

O GAFI está empenhado, ainda, em ampliar o diálogo com o setor privado. Em 2009, foi elaborada uma série de documentos de orientação sobre a abordagem baseada no risco de PLD/CFT para diversos setores da economia.

Ações do GAFI/FATF para atender demanda do G-20

O Plenário do GAFI/FATF deu novos passos importantes para a proteção do sistema financeiro internacional. Dentre outras medidas, destaca-se a implementação de medidas para atender à demanda feita pelos líderes do G-20 no sentido de identificar as jurisdições de alto risco, que representem potenciais ameaças à integridade e transparência do sistema financeiro internacional.

Avaliação Mútua do Brasil

O ano de 2009 foi marcante também pelo fato de ter sido o ano em que teve início a terceira rodada processo de avaliação mútua do Brasil pelo GAFI/FATF. O trabalho de preparação do país foi iniciado com a edição da Portaria Interministerial n.º 145, de 26 de março, que estabeleceu que a coordenação interna do trabalho de avaliação estaria a cargo do COAF.

Nesse contexto, o COAF coordenou várias reuniões com os outros membros do Grupo para traçar a estratégia para o processo. Em agosto, foi encaminhado o questionário sobre todos os aspectos normativos, institucionais e operativos do sistema brasileiro de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, acompanhado de todas as leis, códigos e outras normas pertinentes ao tema. Em outubro, o COAF organizou, em suas instalações, o recebimento da missão de especialistas do GAFI/FATF que teve reuniões com 41 entidades públicas e privadas envolvidas com o tema no país. O processo de avaliação do Brasil estender-se-á até junho de 2010.

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2.3.2 AÇÃO 0366 - CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA DA AMÉRICA DO SUL CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO - GAFISUD

Tabela 9 – Descrição da Ação 0366

Tipo de Ação Operações Especiais

Finalidade Proporcionar a atualização e o aprimoramento profissional no combate à lavagem de dinheiro.

Descrição Pagamento de cota contributiva para promover a participação brasileira no Grupo de Ação Financeira da América do Sul contra a Lavagem de Dinheiro.

Unidade Responsável Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF Coordenador da Ação Marcelo Silva Pontes Área responsável pelo

gerenciamento Secretaria Executiva

Produto Sem produto associado

Em 2009, o COAF continuou exercendo ativamente sua atribuição de coordenador nacional junto ao GAFISUD, tendo participado de todas as Reuniões Plenárias, bem como dos Grupos de Trabalho e Comitês, notadamente:

??do Comitê de Gestão Estratégica - CGE, na discussão sobre a reestruturação do GAFISUD, visando adequar a quantidade de funcionários, o orçamento e a modelagem dos Grupos de Trabalho em temas estratégicos;

??da Comissão de Análise da Adesão de Novos Membros, na decisão de solicitar à Secretaria do Grupo que prepare uma proposta de processo e requisitos de admissão de novos países para que possa ser considerado pelo CGE e, posteriormente, apresentado à sessão plenária do GAFISUD;

??do Grupo de Trabalho de Atividades e Profissões Não Financeiras Designadas (APNFD), coordenando-o de 2008 a 2009. Com o objetivo de avançar a atuação dos países membros na regulação e supervisão das Atividades e Profissões Não-Financeiras Designadas na Recomendação 12 do GAFI (APNFD), em 2008, o GAFISUD criou este grupo de trabalho adhoc para analisar a situação desses setores e identificar melhores práticas no seu tratamento. Após levantamento inicial das normas em vigor em cada país para cada um dos setores, o grupo de trabalho dedicou-se à elaboração e ao preenchimento de extenso questionário, detalhando a realidade econômico-financeira, o arcabouço normativo e a abrangência da supervisão sobre os agentes que operam em cada uma das atividades e profissões. Para o COAF, o preenchimento do questionário representou uma oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre os setores. O trabalho, que terá sequência dentro do Grupo de Trabalho de Capacitação, deverá produzir um documento sobre boas práticas.

Ainda no âmbito das atividades do GAFISUD, foi realizado, no mês de agosto, no Rio de Janeiro, o IX Curso de Capacitação de Especialistas em Avaliações Mútuas. Sob a organização do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e coordenação conjunta do COAF e do GAFISUD, houve a participação de 20 treinandos brasileiros de diversos órgãos públicos: COAF, MP/RJ, JF/RJ, BACEN, CVM, SUSEP, AGU, MJ e DPF.

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2.3.3 AÇÃO 008F - CONTRIBUIÇÃO AO GRUPO DE EGMONT

Tabela 10 – Descrição da Ação 008F

Tipo de Ação Operações Especiais

Finalidade

Assegurar a presença do governo brasileiro junto aos organismos internacionais que tratam de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo e promover o intercâmbio de informações, metodologias e tecnologia.

Descrição Pagamento de cota contributiva para promover a participação brasileira no Grupo Egmont.

Unidade Responsável Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF Coordenador da Ação Marcelo Silva Pontes Área responsável pelo

gerenciamento Secretaria Executiva

Produto Sem produto associado

Criado em 1995, o Grupo de Egmont tem proporcionado a padronização dos procedimentos para um intercâmbio ágil entre as Unidades de Inteligência Financeira no que se refere a informações sobre lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Atualmente, o Grupo congrega 117 membros, sendo o Brasil representado pelo COAF desde 1999.

Dentre os resultados obtidos em 2009, frutos dessa participação, destacam-se: o

incremento das relações diretas com um número crescente de Unidades de Inteligência Financeira de outros países; o intercâmbio de experiências no campo tecnológico e de procedimentos de segurança da informação; a capacitação de pessoal, tanto ofertando quanto demandando conhecimento técnico e de rotinas de trabalho; o aprimoramento dos procedimentos de análise financeira; e o compartilhamento de experiência e capacidade técnica com vistas a auxiliar países que estejam buscando estabelecer uma Unidade similar.

Para tanto, o COAF participou ativamente dos Grupos de Trabalho Legal, Tecnológico e de Assistência à criação de novas UIFs. Neste último, atuou como tutor, juntamente com Portugal, da candidatura das UIFs dos países de língua portuguesa (Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Angola, Timor Leste e São Tomé e Príncipe) ao ingresso no Grupo de Egmont.

Deu continuidade, ainda, à tutoria da candidatura do Uruguai, por meio do

acompanhamento dos progressos legislativos e institucionais do país, avaliando a operacionalidade (legalidade) da UIF, apresentando o relatório de avaliação ao GT e atuando como facilitador entre o país e o Grupo de Egmont. A candidatura do Uruguai deverá ser avaliada em 2010. 2.4 PROGRAMA 1164 – PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO

O programa 1164 é coordenado pelo Ministério da Justiça e está sob a responsabilidade do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional – DRCI, da Secretaria Nacional de Justiça. O DRCI faz a gestão multissetorial do programa junto ao COAF, órgão do Ministério da Fazenda.

Tabela 11 – Descrição do Programa 1164

Tipo de Programa Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais

Objetivo de Governo Promover um ambiente social pacífico e garantir a integridade dos cidadãos

Objetivo Setorial Fortalecer e integrar as instituições de segurança pública e justiça

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Objetivo Geral Cortar o fluxo financeiro que mantém as organizações criminosas

Público-alvo Autoridades públicas de investigação, Ministério Público e Poder Judiciário

Índice de Bloqueio de Contas no Exterior Fonte: Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional/SNJ

Indicadores do Programa

Valor de Ativos Preservados Fonte: Sistema de Alienação Eletrônica (Leilão.ENCCLA.GOV)

O programa visa cortar o fluxo financeiro que mantém as organizações criminosas e impedir a compensação financeira da atividade criminosa organizada, reduzindo o estímulo à formação e manutenção de organizações criminosas, no intuito de diminuir as ocorrências de crimes antecedentes como corrupção, tráfico de drogas e armas, entre outros.

As ações sob a responsabilidade do COAF, Ações 4946 e 8959, estão inseridas em um programa do tipo apoio às políticas públicas. Contudo, a referida ação possui características diferenciadas daquelas relacionadas ao suporte da gestão de políticas públicas, ou seja, é possível estabelecer metas físicas que podem ser medidas por unidade de produtos gerados ou de serviços prestados como resultado, de modo que o Órgão vem, desde 2007, construindo indicadores de produção para as ações, refletindo-se no estabelecimento de produtos mensuráveis e compatíveis com a missão institucional.

Dessa forma, o perfil dos gastos realizados, conforme descrito no item 2.4 “Desempenho Operacional da Gestão”, estão concentrados em despesas de manutenção e ampliação da infraestrutura e do parque tecnológico, de diárias e de passagens aéreas, de modo que a natureza do gasto não apresenta correlação direta com os resultados obtidos no desempenho operacional das referidas ações. 2.4.1 AÇÃO 4946 – INTELIGÊNCIA FINANCEIRA PARA A PREVENÇÃO DA LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

Tabela 12 – Descrição da Ação 4946

Tipo de Ação Ação Orçamentária

Finalidade Aplicar a inteligência financeira na prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo nos setores econômicos.

Descrição

Recebimento, registro e processamento das comunicações de operações suspeitas ou de natureza automáticas, realizadas pelas pessoas obrigadas pela Lei nº. 9.613/1998; análise das comunicações recebidas, levando em consideração informações disponíveis com o objetivo de identificar situações que ensejem a elaboração de Relatório de Inteligência Financeira; coordenação e proposta de mecanismos de cooperação técnica e troca de informações que viabilizem a rápida e eficiente análise das comunicações; requisição aos órgãos da Administração Pública das informações necessárias às análises das comunicações; obtenção ou aquisição de informação de entidades privadas que auxiliem na análise das comunicações recebidas; disseminação dos Relatórios de Inteligência Financeira às autoridades competentes, para instauração de procedimentos cabíveis; solicitação às Unidades de Inteligência Financeira estrangeiras informações necessárias à análise das comunicações.

Unidade Responsável Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF Coordenador da Ação Marcelo Silva Pontes

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Área responsável pelo gerenciamento

Secretaria Executiva

Produto Caso examinado

Fórmula de cálculo do Produto

O indicador é composto da soma de dois produtos: (a) a quantidade de casos analisados ex officio (a partir das comunicações de operações recebidas pelo COAF dos diversos segmentos econômicos) ou mediante proposição de autoridade competente; (b) a quantidade de Intercâmbios de Informação analisados a partir do uso, pelas autoridades competentes, do Sistema Eletrônico de Intercâmbio do COAF.

Inteligência Financeira

O COAF, Unidade de Inteligência Financeira Brasileira – UIF do Brasil, vem desenvolvendo importante trabalho no apoio às autoridades competentes na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Para isso, além do forte empenho do Plenário e a fundamental execução da função de regulação e supervisão dos setores econômicos obrigados, por força da Lei nº 9.613/1998, sua estrutura orgânica conta, ainda, com a Diretoria de Inteligência, com a função de receber, analisar e disseminar as informações de interesse das autoridades.

Nos últimos anos, em especial em 2009, essa Diretoria se dedicou ao fortalecimento das suas ferramentas e seus processos de trabalho, à consolidação dos conceitos de gestão baseados no grau de exposição ao risco e às inovações nas soluções de Tecnologia da Informação. Tais avanços podem ser mais bem analisados pelos resultados obtidos por um time de servidores públicos de alto nível técnico e engajamento absoluto com as diretrizes institucionais.

Com o objetivo permanente de institucionalizar o conhecimento, as melhores práticas e técnicas para fortalecimento da transparência e a modernização da governança, em 2009 foram consolidados processos de trabalho, ratificando a gestão por riscos como instrumento fundamental para o exercício da atividade de inteligência financeira.

Ainda em 2009, o COAF instrumentalizou a área de inteligência com a modernização do Sistema Eletrônico de Intercâmbio – SEI, que permite a troca de informações com as autoridades competentes de forma ágil e confiável, preservadas as condições de sigilo inerentes à matéria.

A partir do sistema de avaliação das comunicações recebidas, o COAF apresentou ao Banco Central do Brasil e à Superintendência de Seguros Privados os relatórios de qualidade das informações recebidas dos setores regulados por esses órgãos, destacando, por cada instituição comunicante, os aspectos normativos, quantitativos e qualitativos.

A cooperação institucional também foi fundamental no processo de migração do sistema de comunicações dos bancos. A partir de setembro de 2009, os bancos, que antes comunicavam operações atípicas ou suspeitas por meio do sistema do Banco Central, passaram a comunicar suas ocorrências diretamente ao COAF por meio do seu Sistema de Informações - SISCOAF.

Como resultado do esforço institucional, observa-se um incremento qualitativo no número de Relatórios de Inteligência Financeira do COAF – RIF, o que materializa o fortalecimento sustentado da atividade de inteligência financeira para o País.

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.1 Figura 1 - Estrutura Orgânica da Inteligência Financeira no Brasil

Processo de Trabalho

O COAF instituiu um sólido processo de trabalho, baseado nos princípios de gestão de riscos, governança corporativa e forte investimento em pessoas e sistemas. Nesse processo, as comunicações recebidas são integralmente analisadas, seja por regras de inteligência de sistema, seja individualmente pelos analistas de inteligência, obedecidas regras de segregação de competências, de distribuição aleatória e de conformidade.

A atividade de inteligência financeira, estruturada sobre forte plataforma tecnológica, o

Sistema de Informações do COAF – SISCOAF, recebe, integra e trata diversas bases de dados, contando, ainda, com outras modernas ferramentas de análise de dados, tais como I2 e Visualinks.

Dentre as fontes de informações, pode-se citar: Rede Infoseg (base de inquéritos), Cadastro de Pessoas Físicas - CPF, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ, Declaração de Operações Imobiliárias - DOI, Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos – SIAPE, Sistema de Informações Rurais – SIR, Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, Cadastro Nacional de Empresas – CNE, Análise das Informações de Comércio Exterior - Alice Web - Base de Grandes Devedores da União, Bases do TSE, dentre outras. Todas fazem parte das bases integradas ao SISCOAF e se mostram importantes instrumentos na produção de inteligência financeira pelo COAF.

Por meio dessa metodologias, são detectados sinais de alerta, que propiciam a abertura

de pastas virtuais (casos) para aprofundamento da análise e elaboração de Relatórios de Inteligência Financeira – RIF.

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Tanto na fase de abertura como na fase de execução do Relatório de Inteligência

Financeira, são considerados os atributos de exposição ao risco, materializados e institucionalizados pela Central de Riscos – instrumento que gerencia o risco de cada caso e hierarquiza, sistemicamente, por ordem decrescente de grau de exposição, a produção dos respectivos relatórios de inteligência financeira.

Ao ser concluído, o RIF é submetido às instâncias internas, para avaliação e decisão pelas alçadas adequadas, sendo, ao final, disponibilizado às autoridades competentes, via sistema, por meio da ferramenta e-ofício, ou físicamente, quando for o caso, com as devidas cautelas de segurança, garantindo a proteção da informação.

O processo de trabalho, em sua totalidade, é executado eletronicamente no âmbito do Sistema de Informações do COAF - SISCOAF, assegurando transparência, impessoalidade, conformidade e decisão pelos adequados níveis de alçada em todas as fases.

.2 Figura 2 - Processo de Trabalho da Inteligência Financeira

Gestão de Riscos e Prioridades

A abertura de casos pressupõe avaliação dos sinais de alerta presentes, por meio da

Central de Gerenciamento de Riscos e Prioridades - CRGP, onde são considerados múltiplos atributos de riscos, levando-se em conta aspectos criminais, regionais, estratégicos, de relação com o setor público, de envolvimento em múltiplas comunicações dos setores obrigados e de prazos.

Após a qualificação do caso, a CGRP, automaticamente, calculará o nível de risco, distribuindo-o quanto ao grau (alto, médio e baixo), ranqueando-o dentre os demais, e definindo

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a ordem de distribuição aos analistas, também aleatória, para produção do respectivo conhecimento.

.3 Figura 3 - Gerenciamento de Riscos na Inteligência Financeira

No início de 2008, a CGRP continha 998 casos para serem analisados, destes, 149

considerados de alto risco, numa gradação de baixo, médio e alto risco. Ao final de 2009, o universo de casos no âmbito da CGRP se resumia a 62, somente 14 de alto risco, conforme gráfico 3. A ferramenta permite uma melhor gestão dos casos no âmbito do COAF, desde a abertura, onde concentra o trabalho nas situações que envolvam maior risco, até a definição da ordem de distribuição para análise e envio às autoridades competentes.

Gráfico 3 - Distribuição de Casos por Faixa de Risco

448

1

401

47149

14

998

62

Baixo Médio Alto Total

2008 2009

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2.4.1.2 DESEMPENHO OPERACIONAL DA INTELIGÊNCIA FINANCEIRA

A inteligência financeira do COAF tem como indicador de desempenho, definido no Plano Plurianual – PPA 2008-2011, a quantidade de casos examinados, que é o somatório do número de relatórios de inteligência financeira produzidos e a quantidade de intercâmbios eletrônicos realizados com autoridades competentes. Anualmente, a meta é acrescida em 15% em relação ao ano anterior.

Tabela 13 - Indicador de Desempenho da Inteligência Financeira - PPA 2009

2009 Resultado

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Meta %

384 304 470 370 490 340 482 448 357 357 308 289 4.599 3.862 119

O resultado obtido reflete a melhoria do processo produtivo do COAF, bem como o significativo aumento da demanda de intercâmbio de informações pelas autoridades competentes. Esse esforço da equipe de trabalho justifica sua credibilidade e revela o seu compromisso com o interesse público.

Cabe ressaltar que os valores constantes do SIGPlan não correspondem aos indicados na

tabela 13, em virtude de ajustes no SISCOAF que permitiram um levantamento mais preciso dos dados posteriormente à data limite para registro no SIGPlan. Não obstante, os dados corrigidos foram encaminhados à Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do MP.

Comunicações dos Setores Econômicos Obrigados

A Lei nº 9.613/1998 define, para os setores econômicos obrigados, o dever de manter

cadastros atualizados, de registrar as operações e de comunicar ao COAF, quando forem detectadas situações atípicas. No Brasil, a obrigação de comunicar operações também se estende a determinadas operações automáticas, não necessariamente atípicas, definidas pelos órgãos supervisores desses setores.

Entre 1998 e 2009, o COAF recebeu cerca de 3,2 milhões de comunicações dos setores obrigados, nas modalidades atípicas e automáticas. Apenas em 2009, o montante de 1,8 milhão de comunicações foi recebido, ou seja, 45% da quantidade total de comunicações recebidas em todo o período. O forte incremento no número de comunicações recebidas em 2009 está impactado pelas ocorrências oriundas do mercado de seguro, previdência aberta e títulos de capitalização, supervisionados pela Superintendência de Seguros Privados, que definiu como critérios obrigatórios para comunicação ao COAF situações de baixo valor agregado para a inteligência, mas importantes para a supervisão.

Em que pese à concentração quanto à utilidade das comunicações estarem diretamente

relacionadas àquelas oriundas do sistema financeiro e do mercado de capitais, setores de maior concentração de operações financeiras e, sobretudo, de risco de lavagem de dinheiro, cabe destacar a baixa participação dos setores regulados pelo COAF, à exceção dos setores de loterias, de factoring e imobiliário, conforme tabela 14. Os setores engajados em comunicar são os mesmos que tiveram suas normas (Resoluções COAF) modernizadas para um conceito que apresenta critérios mais objetivos como dever de comunicação.

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Tabela 14 - Comunicações Recebidas dos Setores Obrigados

Setores Obrigados 1998-2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total

Setores regulados pelo COAF

Bingos 2.454 19 7 0 0 0 0 0 2.480Bolsa de Mercadorias 0 0 0 0 0 0 2 0 2Cartões de Crédito 101 88 4 3 0 70 96 452 814Compra e Venda de Imóveis 2.287 619 630 750 747 1.736 2.766 3.142 12.677Factoring 84 1 27 12.892 7.610 8.828 12.462 15.849 57.753Jóias, Pedras e Metais Preciosos 9 0 1 0 0 4 23 23 60Loterias e Sorteios 382 140 84 101 101 197 261 881 2.147Objetos de Arte e Antiguidades 1 1 2 0 0 2 0 2 8Transferências de Numerários 1 1 0 1 0 1.033 992 1279 3.307

Subtotal(1) 5.319 869 755 13.747 8.458 11.870 16.602 21.628 79.248

Setores com órgão regulador próprio

Sistema Financeiro (BACEN) - Atípicas 12.096 5.405 7.086 12.593 10.942 15.842 17.389 22.042 103.395Sistema Financeiro (BACEN) - Espécie 0 33.358 76.102 129.489 171.107 193.788 284.486 1.392.597 2.280.927Mercado de Seguros (SUSEP) 275 879 1.169 2.505 3.100 112.856 305.498 1.264 427.546Mercado de Capitais (CVM) 20 13 12 178 192 287 821 6106 7.629Previdência Fechada (SPC) 9 2 28 105 201 721 20.989 359.228 381.283

Subtotal(2) 12.400 39.657 84.397 144.870 185.542 323.494 629.183 1.781.237 3.200.780

Total (1+2) 17.719 40.526 85.152 158.617 194.000 335.364 645.785 1.802.865 3.280.028

Fonte: SISCOAF, 31.12.2009

Gráfico 4 – Incremento anual de Comunicações recebidas Relatórios de Inteligência Financeira

O Desempenho do COAF na área de Inteligência Financeira é medido pelo indicador de

Casos Examinados, que tem como principal produto o Relatório de Inteligência Financeira – RIF. Esse relatório é a peça de inteligência produzida pelo COAF com base nas comunicações dos setores obrigados, bancos de dados e demais fontes disponíveis.

Entre 2003 e 2009 o COAF produziu 8,3 mil RIFs, relacionando 171,7 mil comunicações e

mais de 60,7 mil pessoas. Apenas em 2009, foram produzidos 1.524 RIFs, número que tem se mantido como média de produção nos últimos anos. A credibilidade crescente dos RIFs deriva da boa qualidade técnica e da amplitude das fontes de informações utilizadas, o que tem contribuído sobremaneira com as autoridades competentes no exercício de suas funções. Tais relatórios são

17.719 40.526 85.152 158.617 194.000

335.364

645.785

1.802.865

1998-2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

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encaminhados, via de regra, ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público nos Estados e ao Departamento de Polícia Federal, sem prejuízo do envio a outras autoridades competentes e Unidades de Inteligência Financeira estrangeiras.

Gráfico 5 - Quantidade anual de Relatórios de Inteligência produzidos

Gráfico 6 - Quantidade anual de Comunicações relacionadas aos RIF

Gráfico 7 - Quantidade anual de Pessoas relacionadas aos RIF

Bloqueio de Recursos

Em decorrência exclusiva de ações de monitoramento e análises realizadas pelo COAF, no período entre 2003 e 2009, as autoridades de persecução (Ministério Público e Polícia Federal) bloquearam, com autorização judicial, cerca de R$ 1,9 bilhão em contas-correntes, fundos de investimentos e previdências privadas pertencentes a pessoas investigadas por crimes de lavagem de dinheiro ou outros crimes conexos, no Brasil e no exterior.

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Tabela 15 - Bloqueios Judiciais de Recursos por Estado

Estado Valor (R$) Rio de Janeiro Outros Países São Paulo Ceará Bahia Minas Gerais Pernambuco Paraná Roraima Santa Catarina Goiás Mato Grosso

1.036.381.173,00 792.612.000,00

23.266.419,00 18.000.000,00 13.240.000,00 12.023.923,00 10.000.000,00

1.418.628,30 1.408.500,00

618.692,90 214.240,00 181.696,94

Total 1.909.365.273,14

Gráfico 8 – Bloqueios judiciais por ano (R$ milhões)

1,08 16,22 14,78 7,43 17,62

658,53

1.193,50

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Os bloqueios foram desencadeados por comunicações dos setores obrigados (bancos, administradoras de fundos e entidades de previdências privadas), bem como pela atuação de Unidades de Inteligência Financeira estrangeiras que, no exercício de suas funções de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, identificaram e comunicaram ao COAF movimentações financeiras suspeitas. Após análise, constataram-se fundados indícios que, comunicados às autoridades, permitiram a atuação em tempo hábil.

Os bloqueios efetuados em outros países (R$ 792,51 milhões)

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representaram 41% do total, o que demonstra sincronismo da atuação do COAF com UIFs estrangeiras. Internamente, as localidades onde se verificaram os maiores volumes de recursos bloqueados foram Rio de Janeiro (R$ 1, 36 bilhão) e São Paulo (R$ 23,26 milhões).

Além das informações dos setores obrigados, outro fator que facilitou a pronta atuação do COAF foi a divulgação das operações da Polícia Federal, o que permitiu promover ações junto às autoridades de persecução, em tempo hábil, para requerimento de bloqueio judicial.

O êxito alcançado no bloqueio de recursos, traduzido pelo montante bloqueado, expressa a crescente integração entre os diversos elos que integram o sistema de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, quais sejam: setores obrigados, órgãos reguladores, Unidades de Inteligência Financeira, autoridades de repressão e judiciário.

O engajamento dos setores obrigados, especialmente do setor bancário, tem contribuído para que as autoridades dedicadas ao combate à lavagem de dinheiro possam agir tempestivamente, consagrando, dessa forma, a diretriz internacional de cooperação das instituições na luta contra o crime organizado, privando-o da sua capacidade econômico-financeira como medida essencial para o sucesso da missão.

Intercâmbio de Informações

Por ser um crime transnacional, a detecção da lavagem de dinheiro, em muitos casos, depende da troca de informações entre as UIFs de diferentes países, o que torna a cooperação institucional rápida e eficaz um importante instrumento na produção de inteligência financeira.

Cada UIF deve estar autorizada por lei a trocar informações de inteligência financeira com as congêneres estrangeiras. Em particular, deve ter a capacidade de cooperar e trocar informações, por iniciativa própria ou a pedido das autoridades competentes.

Isso se dá com base no princípio da reciprocidade, preconizado pelo Grupo de Egmont

que atualmente reúne Unidades de Inteligência Financeira de 116 países, e por acordos formais de auxílio mútuo.

Cada UIF deve possuir salvaguardas adequadas — incluindo disposições de confidencialidade — para assegurar que as trocas de informações entre elas estejam de acordo com os princípios fundamentais, nacionais e internacionais, e em conformidade com as suas obrigações em matéria de proteção do sigilo do dado ou informação.

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As informações obtidas por esse canal têm enriquecido o conteúdo dos relatórios de inteligência do COAF e, por consequência, auxiliado autoridades em investigações que envolvam operações efetuadas em países estrangeiros.

Neste sentido, já foram realizados 1,6 mil intercâmbios de informações entre o COAF e congêneres estrangeiras no período de 2003 a 2009, 573 nos últimos três anos. Os países que mais intercambiaram informações foram Estados Unidos da América, Portugal, Uruguai e Suíça, representando, juntos, 37,5% do total.

Tabela 16 - Intercâmbios com UIFs (2003-2009)

Unidades de Inteligência Financeira nos Países

Intercâmbios (quantidade)

Unidades de Inteligência Financeira nos Países

Intercâmbios (quantidade)

Estados Unidos da América 207 Canadá 4 Portugal 192 Costa Rica 4 Uruguai 109 Finlândia 4 Suíça 89 Guatemala 4 Luxemburgo 78 Hungria 4 Ilhas Virgens Britânicas 75 Antigua e Barbuda 4 Bélgica 60 Bermuda 3 Ilhas Cayman 58 Chipre 3 Itália 48 Cingapura 3 Inglaterra 44 Emirados Árabes Unidos 3 Argentina 42 Gibraltar 3 Bolívia 38 Japão 3 Espanha 37 Noruega 3 Bahamas 35 Bósnia Hezergovina 2 Panamá 33 Croácia 2 França 32 Dinamarca 2 Alemanha 23 Equador 2 Paraguai 23 Geórgia 2 Venezuela 21 Líbano 2 Colômbia 20 Malta 2 Holanda 20 Mônaco 2 Peru 17 Saint Vincent 2 Liechtenstein 15 Ucrânia 2 México 14 Belize 1 Jersey 11 Coréia 1 África do Sul 10 Eslovênia 1 Guernsey 10 Grécia 1 Israel 10 Hong Kong 1 Áustria 9 Ilhas Cook 1 Chile 9 Ilhas Niue 1 Bulgária 8 Índia 1 Irlanda 8 Indonésia 1 Austrália 6 Islândia 1 Eslováquia 6 Letônia 1 Ilhas Man 6 Macedônia 1 Nova Zelândia 6 Nigéria 1 Rússia 6 Sérvia 1 Reino Unido 5 Turquia 1 Romênia 5 China 1

Sub-Total 1.445 Total Geral 1.526

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No ambiente interno, a cooperação entre o COAF e outras instituições resultou em mais

de 10,5 mil e intercâmbios de informações, no período entre 2003 e 2009, com destaque para o Ministério Público (3,5 mil), Polícias (3,3 mil), Judiciário (1,3 mil) e Unidades de Inteligência Financeira (1,3 mil). Esses intercâmbios foram realizados por meio do Sistema Eletrônico de Intercâmbios do COAF (SEI) ou por meio de papel (PAP).

O desafio de migrar o intercâmbio de informações para o meio eletrônico tem sido

cumprido. Apenas 28,9% das solicitações de intercâmbios ainda utilizam meios físicos para sua consecução.

Tabela 17 – Intercâmbios com Autoridades Internas

PAP SEI PAP SEI PAP SEI PAP SEI

Departamento de Polícia Federal 544 448 197 356 260 378 164 691 3.038Polícia Civil/Militar 20 11 20 52 24 53 42 46 268

Subtotal 564 459 217 408 284 431 206 737 3.306

Ministério Público Federal 372 347 113 58 101 116 51 77 1.235Ministério Público Estadual 99 516 57 451 57 472 65 555 2.272Ministério Público Militar 0 0 0 1 0 1 0 1 3Procuradoria-Geral da República 0 0 0 0 0 0 0 3 3

Subtotal 471 863 170 510 158 589 116 636 3.513

Banco Central do Brasil 8 0 1 0 0 0 0 139 148Receita Federal do Brasil - RFB 12 96 1 56 5 49 3 73 295CGU - Controladoria-Geral da União 3 242 1 51 1 23 0 46 367CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito 30 0 0 0 20 0 5 0 55Agência Brasileira de Inteligência 4 11 0 10 0 3 0 8 36Diversos 33 26 8 8 5 1 10 3 94

Subtotal 90 375 11 125 30 76 18 269 994

Pessoas Naturais e Jurídicas 3 0 3 0 1 0 5 0 12Diversos 0 0 1 0 0 0 1 0 2

Subtotal 3 0 4  0 1 0 6 0 14

Justiça Federal 280 12 139 4 174 4 133 3 749Justiça Estadual 86 1 89 0 93 0 158 0 427Outros - Poder Judiciário 11 0 11 0 29 0 11 0 62Conselho Nacional de Justiça 0 0 0 0 0 0 54 0 54Diversos 0 0 11 0 11 0 10 0 32

Subtotal 377 13 250 4 307 4 366 3 1.324

Unidades de Inteligência Financeira 0 808 0 195 0 160 0 218 1.381

Total Ano/Tipo 1.505 2.518 652 1.242 780 1.260 712 1.863

Total Geral 10.532

2003-2006

4.023 2.575

2007 2008 2009

1.894 2.040

Autoridades Policiais

Ministério Público

Órgãos do Governo

Outras

Poder Judiciário

Unidades de Inteligência Financeira

Total

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Avaliação Técnica do Sistema de Prevenção à Lavagem de Dinheiro - Feedback aos Setores Obrigados O aperfeiçoamento do sistema de prevenção à lavagem de dinheiro depende fortemente do engajamento dos setores econômicos obrigados, bem como da qualidade das informações por eles prestadas. Para a avaliação desse esforço, o COAF instituiu diversos instrumentos e metodologias de gestão, para dar retorno aos setores obrigados sobre os aspectos quantitativos e qualitativos das comunicações recebidas. São técnicas de feedback que o COAF institucionalizou: a) Relatório Anual de Avaliação dos Bancos – que apresenta para o Banco Central do Brasil

uma avaliação das comunicações recebidas dos bancos, quanto aos aspectos de forma e conteúdo;

b) Relatório Anual de Avaliação do Mercado Segurador – que apresenta para a Superintendência de Seguros Privados uma avaliação quantitativa e qualitativa dos mercados de seguros, previdência privada e capitalização;

c) Relatório Sazonal de avaliação das corretoras de câmbio – que apresenta para o Banco Central do Brasil uma avaliação das comunicações recebidas que envolvam corretoras de câmbio, quanto aos aspectos de forma e conteúdo;

d) Relatório Sazonal de avaliação das cooperativas de crédito – que apresenta para o Banco Central do Brasil uma avaliação das comunicações recebidas que envolvam cooperativas de crédito, como comunicantes ou relacionadas em comunicações dos bancos, quanto aos aspectos de forma e conteúdo;

e) Relatório Sazonal de avaliação das empresas de cartões de crédito – que apresenta uma avaliação das comunicações recebidas do segmento, quanto aos aspectos de forma e conteúdo;

f) Relatório Sazonal de avaliação sobre as organizações sem fins lucrativos – que apresenta para o Ministério da Justiça uma avaliação das comunicações recebidas dos bancos, quanto aos aspectos de forma e conteúdo;

g) Relatórios de Tipologias – que apresentam tipologias de lavagem de dinheiro relacionadas a diversos setores – tipologias de lavagem de dinheiro no futebol, envolvendo ONGs, envolvendo desvio de recursos públicos, dentre outras, foram produzidas e publicadas por meio da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, e também publicadas internamente como técnica de construção do conhecimento;

h) Reuniões, palestras e seminários temáticos com os setores econômicos não-financeiros obrigados, tais como factoring, loterias, jóias e metais preciosos e setor imobiliário, dentre outros – essa metodologia tem como principais objetivos a disseminação conceitual da temática “prevenção à lavagem de dinheiro” e o engajamento dos agentes econômicos;

i) Reuniões operacionais com instituições financeiras com foco na melhoria da qualidade das informações prestadas – reuniões técnicas no COAF, bem como na Federação Brasileira de Bancos têm apresentado importantes resultados.

Para destacar algumas dessas técnicas de feedback, cabe apresentar um resumo do Relatório Anual dos Bancos – 2009 e o sistema de avaliação da qualidade das comunicações recebidas do setor.

Relatório Anual de Avaliação dos Bancos – Setembro 2009

O Relatório visa apresentar, anualmente, ao Banco Central do Brasil, uma visão sistêmica sobre as comunicações recebidas pelo COAF oriundas do sistema bancário. Esse documento amplia e atualiza (até agosto de 2009) as informações já encaminhadas àquela instituição em setembro de 2008, abordando aspectos quantitativos e qualitativos, bem como demonstrando a efetiva utilidade das comunicações na atividade de inteligência financeira.

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Até agosto de 2009, o COAF recebeu cerca de 3,05 milhões de comunicações, sendo o seu armazenamento e tratamento instrumentalizado pelo SISCOAF, que tem como lógica de funcionamento a integração com diversas outras bases de dados de interesse público. No ano de 2009, uma única instituição comunicante efetuou cerca de 1 milhão de registros de operações automáticas em vista das alterações normativas do segmento.

O sistema PLD/FT, como já citado, tem na cooperação e na integração os seus principais eixos de sustentação, sendo o sistema bancário sua principal fonte de informações. Para a análise, o COAF levou em conta as Comunicações de Operações Suspeitas (COS) e as Comunicações de Operações Automáticas - Espécie (COA), recebidas do sistema bancário. O universo utilizado das 159 instituições bancárias consta do Sistema de Informações sobre Entidades de Interesse do Banco Central (UNICAD):

Tabela 18 - Comunicações Recebidas (Ago 2009)

Gráfico 9 - Participação por Comunicante Bancário

Regulador Setor1998-2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL

Sistema Financeiro (COA) 0 33.358 76.102 129.489 171.107 193.788 284.486 210.836 1.099.166Sistema Financeiro (COS) 12.096 5.405 7.086 12.593 10.942 15.842 17.389 13.860 95.213Bingos 2.454 19 7 0 0 0 0 0 2.480Bolsas de Mercadorias 0 0 0 0 0 0 2 0 2Cartões de Crédito 101 88 4 3 0 70 96 330 692Compra e Venda de Imóveis 2.287 619 630 750 747 1.736 2.766 1.772 11.307Factoring 84 1 27 12.892 7.610 8.828 12.462 9.706 51.610Jóias, Pedras e Metais Preciosos 9 0 1 0 0 4 23 18 55Loterias e Sorteios 382 140 84 101 101 197 261 514 1.780Objetos de Arte e Antiguidades 1 1 2 0 0 2 0 2 8Transferência de Numerários 1 1 0 1 0 1.033 992 747 2.775

CVM Mercado de capitais 20 13 12 178 192 287 821 605 2.128SPC Previdência Fechada 9 2 28 105 201 721 20.989 4.155 26.210

SUSEP Mercado de Seguros 275 879 1.169 2.505 3.100 112.856 305.498 1.333.543 1.759.82517.719 40.526 85.152 158.617 194.000 335.364 645.785 1.576.088 3.053.251

BACEN

COAF

Total

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Até 31 de agosto de 2009, do total de instituições bancárias (159), 111 (69,81%) efetuaram 1.146.994 comunicações ao COAF, representando 37,56% de toda a base de comunicações recebidas (3.053.251). Registre-se que, dessas 111 instituições, 5 foram liquidadas ou incorporadas.

Tabela 19 - Participação por quantidade de bancos e valor

Quantidade de Bancos

Faixa por quantidade de Comunicações

Quantidade Total de Comunicações

Participação do Total (%)

Participação Acumulada do

Total (%)

4 Acima de 100 mil 667.395 58,19 58,19

10 De 10 mil a 100 mil 432.808 37,73 95,92

22 De 100 a 10 mil 45.215 3,94 99,86

76 Até 100 1.576 0,14 100

Subtotal 1.146.994

Outros 47.385

Total 1.194.379 Em resumo, 14 bancos respondem por 92,09% (1.100.203) das comunicações recebidas.

Por outro lado, 76 bancos fizeram menos de 100 comunicações cada, de 1998 a 31 de agosto de 2009.

Outro aspecto a ser analisado é a proporção entre comunicações atípicas em relação às comunicações de operações em espécie, respondendo esta última por 92,01% (1.099.166) do total de 1.194.579, expurgadas as comunicações pelo enquadramento de pedido de provisionamento para saque em espécie, comunicações das cooperativas de créditos e demais instituições não-bancárias. As comunicações atípicas, por sua vez, representam 7,97% (95.213).

A concentração do volume de comunicações num pequeno número de bancos pode estar relacionada ao porte dessas instituições e suas estratégias de incorporações, aquisições e fusões dos últimos anos proporcionando incremento substancial no número de pontos de atendimentos bancários com suas mais variadas formas de prestação de serviços.

Analisando as ocorrências comunicadas pelos 111 bancos, observou-se que 17 dessas instituições nunca fizeram qualquer comunicação de operação suspeita (COS). Das 159 instituições, constata-se que 48 (30,18%) nunca enviaram comunicações ao COAF. Entretanto, num segundo nível de análise, verificou-se que, dessas, várias compõem algum conglomerado financeiro, o que pode indicar, inicialmente, que os controles internos podem estar na unidade central.

Essas situações poderão ser aprofundadas pelo Banco Central do Brasil, dentro de suas funções de supervisão e fiscalização do setor, para que se possa conhecer o eventual grau de risco relacionado, bem como as medidas de mitigação.

Quanto à análise qualitativa, por sua natureza, leva em conta o valor agregado das

informações recebidas dos bancos nos atributos de forma e conteúdo, pautados pelos princípios universais relacionados ao acesso, manuseio, guarda e difusão de inteligência financeira, fundamentais para o sucesso do seu emprego pelas autoridades competentes.

Para a vertente qualitativa, o COAF instituiu um sistema eletrônico de avaliação de cada comunicação analisada por seus técnicos, estabelecendo para o seu uso, uma matriz que define a obrigação de se atribuir uma nota a toda a comunicação examinada individualmente. A matriz está definida com dois atributos (forma e conteúdo), atribuindo a cada um deles uma avaliação

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positiva ou negativa. O resultado é uma combinação com quatro possíveis notas (1 a 4). Importa destacar que esse sistema de avaliação busca analisar as comunicações recebidas para orientar os setores comunicantes quanto à qualidade almejada pelo COAF.

Tabela 20 - Matriz de Avaliação de Comunicações Recebidas

Gráfico 10 - Distribuição da amostra de comunicações avaliadas quanto à nota

O COAF avaliou 67.824 comunicações (COS e COA) no período de 1º de agosto de 2007

a 31 de agosto de 2009, sendo 30.870 atípicas e 36.954 automáticas. A metodologia permite avaliar o conjunto de comunicações de uma mesma instituição ou de todas, dentro de uma mesma nota, não se prestando, entretanto à avaliação comparativa entre notas distintas. O propósito é verticalizar a análise para identificação e proposição corretiva das ocorrências que possam comprometer qualitativamente cada dimensão. Nota 4 – Forma e conteúdo adequados. Considerando às comunicações de operações atípicas, 50% receberam nota 4 (15.559), 87% dos bancos avaliados receberam pelo menos uma nota 4. Nota 3 – Forma inadequada e conteúdo adequado. Aqui, das 75 instituições que tiveram comunicações de operações atípicas avaliadas, 46 bancos receberam nota 3 (19,07%) totalizando 5.888 comunicações, despertando para a necessidade de foco mais ajustado para as correções quanto à forma. Nota 2 – Forma adequada e conteúdo inadequado. Nessa, 55 bancos receberam nota 2 (27,75%) totalizando 8.567 comunicações. Essa nota requer do comunicante melhor exposição

FORMA

Requisitos normativos obrigatórios. Campos preenchidos de maneira clarae objetiva. - + - +

CONTEÚDOQualidade das informações com substância suficiente para permitir aoanalista de inteligência uma visão imediata dos fatores que levaram obanco a fazer a comunicação. Destacados os sinais de alerta derivadosdo princípio "Conheça o seu Cliente".

+

MATRIZ DE AVALIAÇÃO

- - +

Nota

1 2 3 4

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da ocorrência, valorizando um dos pilares fundamentais do sistema PLD que é o princípio Conheça seu Cliente. Nota 1 – Forma e conteúdo inadequados. Cerca de 3.000 comunicações entre COS e COA receberam esta nota. O grande desafio a ser perseguido é identificar e qualificar ocorrências dessa natureza e interagir cooperativamente para que os bancos corrijam seus mecanismos internos, uma vez que comunicações com essa característica pouco contribuem para a inteligência financeira. Além disso, imputam ao sistema significativo custo operacional, uma vez que, desde sua origem, são tratadas individualmente, como se valor agregado possuíssem.

Ainda quanto à qualidade, observa-se que 20,71% (16.562) do total de 79.815 comunicações atípicas e 8,82% (93.962) do total de 1.064.845 comunicações de operações em espécie foram utilizadas em algum caso analisado. Constata-se, assim, a elevada utilidade das comunicações atípicas, confirmando serem os elementos basilares do sistema PLD/FT. Elas traduzem a assertividade da devida diligência da instituição e, consequentemente, apresentam sinais de alerta de maior eficácia para o sistema. Não obstante, as comunicações em espécie propiciam ações complementares fundamentais, principalmente, na orientação para bloqueios de recursos pelas autoridades competentes.

As comunicações recebidas dos bancos são integralmente analisadas, quer seja por regras de inteligência de sistema, quer seja individualmente pelos analistas do COAF. Sobre isso, o COAF instituiu um sólido processo de trabalho, baseado nos princípios de gestão de riscos e governança corporativa, sustentado por uma robusta plataforma de sistemas informáticos e, sobretudo, pela experiência e qualidade técnica de sua equipe.

Ressalte-se que as Operações Atípicas (COS) são as ocorrências que mais contribuem na elaboração dos RIF. Cerca de 20,71% dessa modalidade recebida dos bancos, até agosto, constaram de algum caso examinado pelo COAF e, da mesma forma, 8,82% das Operações Automáticas (COA) constataram de algum caso examinado.

Analisando uma amostra de 98.046 COS recebidas das instituições financeiras comunicantes, com base nas orientações normativas o Banco Central do Brasil, que definem os enquadramentos obrigatórios a serem utilizados pelos bancos para reportarem suas ocorrências ao COAF, conclui-se que 59.254 (60%) foram comunicadas pelo enquadramento “...incompatibilidade entre a capacidade econômico-financeira informada...” (Carta-Circular nº 2826/98 – BCB) e a movimentação identificada. Esse tipo de enquadramento revela, após análise, em alguns casos, a falta de atualizações cadastrais relacionadas ao cliente comunicado.

Da mesma forma, a comunicação de 16.916 (17% do total de COS) “operações que não demonstram relação com atividade ou negócios normais” (Carta-Circular nº 2826/1998 – BCB) remete-se à necessidade de reflexão sobre o princípio da devida diligência na abertura e manutenção dos negócios do cliente com a instituição.

Não menos importante, o enquadramento em “situações não previstas” (Carta-Circular nº 2826/1998 – BCB), que representa cerca de 14% dos registros recebidos, imputa à Unidade de Inteligência Financeira um oneroso custo operacional na adequada identificação dos sinais de alerta relacionados à comunicação, fato que, pelo princípio Conheça seu Cliente, seria de melhor percepção por parte da instituição comunicante.

O desafio é qualificar ao máximo essas ocorrências quanto aos seus devidos enquadramentos, bem como identificar as lacunas de ineficiência na apuração e registro do dado atualizado, eliminando custos e replicação de atividades em benefício de um sistema ainda mais ajustado em relação a suas fontes primárias.

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A qualidade da informação favorece sobremaneira a consolidação do sistema de inteligência financeira, à medida que a expressão do ambiente de certeza contribui para uma melhor atuação do Estado no tratamento de cada caso examinado, reduzindo custo e tempo tão preciosos a todos.

Tabela 21 - Amostra das comunicações por enquadramento

Enquadramento Total 2A - Movimentação de recursos incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II a

59.254

A - Movimentação de valores superiores a R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou de quantias inferiores que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício para a burla do referido limite. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I a / Circular nº 3461 - 13 I

21.180

2E - Contas que não demonstram ser resultado de atividades ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II e

16.916

9A - Situação não prevista no item 1 da Carta-Circular 2826/98 - Banco Central. 13.3051E - Depósitos mediante numerosas entregas, de maneira que o total de cada depósito não é significativo, mas o conjunto de tais depósitos o é. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I e 10.160

2C - Atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem a revelação da verdadeira identidade do beneficiário. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II c 5.168

2B - Resistência em facilitar as informações necessárias para a abertura de conta, oferecimento de informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa verificação. Banco Central do Brasil -Carta-Circular nº 2826 - II b

4.836

1L - Movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I L 4.513

1I - Depósitos de grandes quantias mediante a utilização de meios eletrônicos ou outros que evitem contato direto com o pessoal do banco. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I. 4.463

1C - Movimentações feitas por pessoa física ou jurídica cujas transações ou negócios normalmente se efetivam por meio da utilização de cheques ou outras formas de pagamento. Banco Central do Brasil -Carta-Circular nº 2826 - I c

4.033

2.4.2 AÇÃO 8959 REGULAÇÃO PARA PREVENÇÃO DA LAVAGEM DE DINHEIRO E DO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO

Tabela 22 – Descrição da Ação 8959

Tipo de Ação Ação Orçamentária

Finalidade Regular os setores econômicos obrigados para prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Descrição

Emissão de normas destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º da Lei nº. 9.613/1998 para as quais não existam órgãos fiscalizadores ou reguladores próprios em relação a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, compreendendo atualmente os seguintes setores: ?? Pessoas naturais ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos; ?? Entidades que efetuem, direta ou indiretamente, distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis ou imóveis, mediante sorteio ou método assemelhado; ?? Administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito; ?? Bolsas de mercadorias e corretoras que nelas atuam; ?? Pessoas naturais ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie; ?? Pessoas jurídicas não financeiras prestadoras de serviços de transferência de numerários; ?? Empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring); ?? Pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; Emissão de normas para pessoas físicas ou jurídicas reguladas pelo COAF: ?? Relativamente a operações ou propostas de operações com suspeita de ligação

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com o terrorismo ou seu financiamento; e ?? Relativamente a operações ou propostas de operações realizadas por pessoas politicamente expostas. Monitoramento do cumprimento, pelas pessoas reguladas pelo COAF, de suas obrigações de conformidade, nos termos da Lei nº. 9.613/1998 e normas aplicáveis, ressaltando a inexistência de competência legal para o exercício da atividade de fiscalização.

Unidade Responsável Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF Coordenador da Ação Marcelo Silva Pontes Área responsável pelo

gerenciamento Secretaria Executiva

Produto Procedimento administrativo concluído

Fórmula de cálculo do Produto

O produto expressa o esforço de regulação dos setores obrigados pela Lei nº 9.613/1998 e leva em consideração o somatório das variáveis: (a) Número de Aver iguações Prel iminares concluídas no exercíc io; (b) Número de Processos Administrat ivos ju lgados no exercíc io; e (c) Número de Recursos preparados no exercício para decisão do Ministro da Fazenda.

Regulação e Supervisão

Além do seu papel como Unidade de Inteligência Financeira, o COAF atua também na regulação e supervisão dos setores econômicos que não possuem órgão supervisor próprio, em sintonia com sua missão de proteger esses setores contra seu uso por quem deseja lavar ou ocultar ativos.

O desafio é estimular a participação dos setores sob a regulação do COAF na prevenção à lavagem de dinheiro, focando no princípio de que a empresa, ponta do sistema, é quem conhece o seu cliente e, por isso, deve estar mais atenta ao possível uso indevido dos seus serviços para lavagem de dinheiro. Caso não mantenha controles adequados para detectar comportamentos atípicos dos seus clientes, a empresa não apenas expõe a sua reputação, mas também torna mais vulnerável o ambiente de negócios no seu setor e na sua comunidade.

Como um dos seus eixos estratégicos, o COAF tem intensificado os investimentos em

recursos humanos, tecnologia, normas e procedimentos internos, com o objetivo de aprimorar o seu desempenho nessa atividade.

Na regulação, o COAF edita normas que orientam os setores obrigados na adoção das

medidas previstas na Lei nº 9.613/1998. A elaboração das normas inclui a participação das empresas dos setores alcançados, por meio das suas entidades de classe.

Em 2009, o COAF aprovou a Resolução nº 18, aplicável ao setor de loterias, que, além de

modificar a Resolução nº 3, aperfeiçoou os mecanismos de acompanhamento e controle. Esse novo ato normativo traduz a preocupação do COAF em abordar os eventuais riscos presentes ao longo de todo o processo, desde o acolhimento das apostas até o pagamento dos prêmios. Além disso, traz importantes inovações, tais como a obrigação de implementar mecanismos de controle interno para detectar situações atípicas e a exigência de Declaração Negativa semestral quando a Loteria não houver encaminhado comunicação de operação no período.

Na atividade de supervisão, o COAF realiza Averiguações Preliminares com o objetivo de verificar o cumprimento, por parte das empresas sob sua regulação, das obrigações descritas na Lei nº 9.613/1998 e nas Resoluções do COAF. Para aperfeiçoar o mecanismo de seleção das empresas a serem objeto de Averiguação Preliminar, o COAF desenvolveu, em 2009, uma matriz de riscos, visando priorizar a análise das empresas que, potencialmente, mais tornam vulnerável

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o ambiente de negócios se seus controles forem inadequados. Foram ainda aperfeiçoados os indicadores de desempenho dessa atividade, favorecendo uma melhor aferição dos seus resultados.

Processo de Trabalho na Supervisão

Assim como na atividade de inteligência financeira, a atuação do COAF na Supervisão

dos setores obrigados é marcada pela gestão de riscos, governança corporativa e o investimento em pessoas e tecnologia. A necessidade de supervisionar milhares de empresas que atuam nos setores obrigados, valendo-se de um quadro técnico reduzido, exige uma atuação focada na eficiência.

Figura 4 - Gerenciamento de Riscos na Supervisão

A partir de uma base de dados contendo todas as empresas que atuam nos setores regulados pelo COAF, a matriz de riscos indica aquelas empresas sobre as quais uma análise mais detalhada é necessária. Os diversos componentes da matriz ajudam a avaliar o risco de que uma eventual desconformidade por parte da empresa represente uma fragilidade ao restante do sistema econômico, o que é feito por meio de uma Averiguação Preliminar. Esse importante instrumento deve ajudar a empresa averiguada no aprimoramento dos seus controles.

No curso da Averiguação Preliminar, a empresa é avaliada em relação: ?? a seus procedimentos de identificação e conhecimento de clientes; ?? a seu sistema de registro e controle de operações; ?? a sua política de seleção e treinamento de funcionários; e ?? a sua governança corporativa.

Obs.: sempre com foco na prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Nos casos em que a desconformidade não infringir obrigação legal, o COAF expede

recomendação à empresa para que aprimore seus procedimentos. Em caso de descumprimento

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de obrigação definida na Lei nº 9.613/1998, o COAF instaura Processo Administrativo contra a empresa averiguada, que tem direito à ampla defesa. O processo poderá culminar na aplicação de penalidade (advertência, multa, inabilitação temporária, cassação da autorização de funcionamento), da qual cabe recurso ao Ministro da Fazenda.

2.4.2.1 DESEMPENHO OPERACIONAL DA REGULAÇÃO E SUPERVISÃO

A regulação e a supervisão exercida pelo COAF têm como indicador de desempenho definido no Plano Plurianual – PPA 2008-2011, até o exercício de 2009, o produto “Comunicações Recebidas”. Em 2009, o produto da ação foi alterado para “Procedimento administrativo concluído”, de modo a refletir com maior clareza a missão do COAF. O indicador anterior não refletia adequadamente as atividades desenvolvidas pelo COAF no âmbito da supervisão e regulação conforme a Lei nº 9.613/1998, por duas razões: ??o número a que se refere diz respeito às comunicações recebidas dos setores

econômicos que, por determinação legal, são obrigados a reportar determinados tipos de transações ao COAF. O número, portanto, reflete mais o trabalho das empresas comunicantes do que o do COAF; e

??o COAF tem competência legal para regular o intercâmbio de informações de pessoas e setores obrigados pela Lei nº 9.613/1998, a fim de subsidiar as autoridades responsáveis pela investigação e persecução criminal, mediante o fornecimento de informações de inteligência.

Diferentemente do produto “Comunicações Recebidas”, o novo produto afere diretamente

o esforço empreendido pelo COAF em busca de cumprir a finalidade representada pela Ação, à medida que a aplicação de sanções administrativas por descumprimento das normas relacionadas ao tema contribui para maior aderência dos agentes privados ao sistema de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Não obstante as alterações inseridas, a tabela 23 apresenta o desempenho das “Comunicações Recebidas” em 2009.

Tabela 23 - Indicador de Desempenho da Inteligência Financeira - PPA 2009

A Tabela 24 apresenta dados das atividades realizadas pelo COAF, no âmbito da supervisão, comparando 2009 aos anos anteriores. Destaque deve ser dado ao número de Processos Administrativos julgados pelo Conselho, 11 no total, o maior número anual até o presente.

Tabela 24 - Procedimentos concluídos

Quantidade Procedimento Até 2008 2009 TOTAL

Averiguação Preliminar (concluída) 70 7 77 Processo Administrativo (julgado) 17 11 28 Recurso ao Ministro da Fazenda - COAF (encaminhado) 5 6 11 Recurso ao Ministro da Fazenda - Outros órgãos (encaminhado) 30 4 34

TOTAL 115 28 151

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Meta %56.712 76.393 218.549 1.036.373 48.210 43.176 54.634 42.041 43.122 43.298 52.131 88.226 1.802.865 256.565 702,7%

2009 Resultado

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A Tabela 25 detalha os 28 Processos Administrativos julgados pelo COAF – desde 2006, indicando o volume de multas aplicadas às empresas e a seus sócios, pelo descumprimento das obrigações estabelecidas pela Lei nº 9.613/1998.

Tabela 25- Processos Administrativos Julgados

Segmentos Nº de Processos Administrativos

julgados Multa (R$ 1,00)

Empresas 1.440.246,59Factoring 23 Sócios e/ou Responsáveis 1.330.951,89

Jóias, pedras e metais preciosos 2 - - Empresas 910.694,80Promoção imobiliária ou compra e

venda de imóveis 4 Sócios e/ou Responsáveis 474.419,80

TOTAL 28 - 4.156.313,08

A efetividade da atividade regulatória e supervisora do COAF, como instrumento de

conscientização dos setores obrigados, pode ser medida pelos números apresentados na Tabela 26, que informa a quantidade de pessoas obrigadas que efetivamente encaminharam comunicações ao COAF em 2009, em comparação a 2008.

Tabela 26 - Número de empresas que encaminharam comunicações

Segmentos 2008 2009

Bolsas de mercadorias 1 - Cartões de crédito 3 11 Fomento Mercantil (Factoring) 250 275 Jóias, pedras e metais preciosos 6 7 Loterias e Sorteios 2 2 Objetos de arte - 2 Remessas Alternativas de Recursos 2 1 Promoção imobiliária, compra/venda de imóveis 351 411

Total geral 1.207 1.536

Em especial, os setores de fomento mercantil e de promoção imobiliária, cujos níveis de

conscientização foram elevados a partir do trabalho de revisão e divulgação das respectivas normas, ocorrido entre 2005 e 2007, apresentaram crescimentos significativos no número de empresas que comunicaram operações, conforme apresenta o Gráfico 11.

Gráfico 11 – Percentual de empresas que comunicam operações ao COAF em 2009

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2.5 DESEMPENHO OPERACIONAL DA GESTÃO A partir do mês de agosto de 2008, a execução das atividades orçamentária, financeira e

patrimonial do COAF passou a ser realizada pela Coordenação-Geral de Recursos Logísticos – COGRL/SPOA/SE/MF, nos termos da Portaria Gabin./MF nº 137, de 10/07/2008, conforme anexo 1.

Em 2009, foram realizados gastos envolvendo créditos orçamentários liberados pela Lei

nº 11.897/2008 (LOA 2009) no valor de R$ 1.857.980,00 na ação 4946 “Inteligência Financeira para a Prevenção da Lavagem de Dinheiro e do Financiamento do Terrorismo”, e R$ 295.120,00, na ação 8959 “Regulação para Prevenção da Lavagem de Dinheiro e do Financiamento do Terrorismo”.

Os créditos em favor da Unidade Gestora - UG 170401 do COAF foram executados por

meio de descentralizações de crédito realizadas pela UG 170013 da Coordenação-Geral de Orçamento, Finanças e Análise Contábil – COGEF/SPOA/MF em favor da UG 170016 da Coordenação-Geral de Recursos Logísticos – COGRL/SPOA.

No entanto, considerando o valor definido no Decreto de Programação Orçamentária e

Financeira, a SPOA/SE/MF estabeleceu para o Órgão o limite para empenho de R$ 1.113.963,39 na ação 4946, e R$ 220.120,00 na ação 8959, conforme tabela 27.

Tabela 27 – Despesas do COAF em 2009

(valores em R$)

Ação 4946 (PTRES-021215) Natureza de Despesa

Limite Orçamentário1

Execução 20092

%3 Saldo Remanescente

%3

Despesas Correntes Diárias 347.533,35 117.670,71 33,9 229.862,64 66,1

Passagem/Locomoção 352.698,38 157.752,59 44,7 194.945,79 55,3Serviços de Terceiros/Pessoa Jurídica 146.569,93 42,9Serviços de Terceiros/Pessoa Física 7.256,20 2,1

Material de Consumo 230,97 0,1Desp. Exerc. Anter/Indenizações/Restituições 830,24 0,2

Obrig. Tribut. Contrib. Intra-orçamentária

341.951,66

200,00 0,1

186.864,32 54,6

SUB-TOTAL 1.042.183,39 430.510,64 41,3 611.672,75 58,7 Despesas de Capital / Investimento

Máquinas e Equip. diversos 71.780,00

0,00 0,0 0,00 0,0 SUB-TOTAL 71.780,00 0,00 0,0 71.780,00 0,0

TOTAL 1.113.963,39 430.510,64 38,6 683.452,75 61,4

Ação 8959 (PTRES - 021212) Natureza de Despesa

Limite Orçamentário1

Execução 20092

%3 Saldo Remanescente

%3

Despesas Correntes Diárias 84.300,00 14.588,53 17,3 69.711,47 0,8

Passagem/Locomoção 77.020,00 15.612,06 20,3 61.407,94 79,7Serviços de Terceiros/Pessoa Jurídica 58.800,00 37.682,68 64,1 21.117,32 35,9

TOTAL 220.120,00 67.883,27 30,8 152.236,73 69,2

TOTAL DAS DESPESAS 1.334.083,39 498.393,91 37,4 835.689,48 62,6

Fonte: SIAFI Gerencial 1 - Limite Orçamentário definido pela SPOA/SE/MF. 2 - Execução da Lei Orçamentária nº 11.897, de 30/12/2008, conforme valores registrados no SIAFI Gerencial. 3 - Relação entre o valor executado/limite orçamentário e saldo remanescente/limite orçamentário.

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A cópia da Declaração do Contador responsável pela UG deste Conselho, em consonância com a solicitação do item B1 da Decisão Normativa TCU Nº 100, de 7 de outubro de 2009, encontra-se no Anexo 2, encaminhada por meio do Memorando nº 111/2010/SPOA/SE/MF-DF, de 10/02/2010.

Já no Anexo 3 consta a cópia da Declaração da Coordenação-Geral de Recursos

Humanos – COGRH/SPOA/SE/MF de que os servidores com perfil de Ordenador de Despesas da UG 170401 entregaram cópia das Declarações de Imposto de Renda, referente ao ano-base 2008, exercício 2009, assim como a Declaração do COAF quanto à fidedignidade das informações constantes do SIAFI relativas ao rol de responsáveis do Órgão.

Destaca-se que os Demonstrativos de Balanço Patrimonial, Orçamentário e Financeiro

serão encaminhados diretamente à CGU pelo supracitado Contador da UG do COAF, conforme orientação da COGEF/SPOA/SE/MF.

2.5.1 EVOLUÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA/FINANCEIRA – 2007 A 2009

O período de 2007 a 2009 apresentou uma média anual de R$ 540.461, o que representou uma pequena variação em relação à média verificada de R$ 535.633 para o período de 2006 a 2008.

O período foi marcado por uma ampliação na representatividade da UIF do Brasil nos organismos internacionais (GAFI, GAFISUD e EGMONT), o que culminou com a Presidência do GAFI exercida pelo Sr. Presidente do COAF, Dr. Antonio Gustavo Rodrigues, no período entre julho de 2008 e junho de 2009. Esses fatos responderam pela elevação das despesas em 2008, as quais, retornaram a seus valores históricos em 2009 (gráfico 12).

Gráfico 12 – Evolução das principais Naturezas de Despesas do COAF – 2007/2009

A presidência do GAFI, como já mencionado, foi o fator preponderante para a elevação de 36,7% para 53,3% na participação das despesas com passagens e locomoções.

125.686

174.980

108.591

68.881

478.137

161.323

462.119

50.244

124.119

797.806

132.259

173.365

192.770

0

498.394

2007 2008 2009

(R$)

Diárias Passagens e locomoções Serviços de Terceiros - PJ/PN

Equipamentos e Mat. Perm. Total

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Outra razão para o aumento das despesas com diárias e passagens foi a intensificação da difusão de informações relacionadas ao tema da prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo junto aos setores obrigados pela Lei nº 9.613/1998 durante eventos de treinamento, seminários e congressos no Brasil e exterior. Destaca-se a elevação da participação dos serviços de terceiros (pessoas jurídicas e naturais) devido à realização de obras e reformas nas instalações do COAF (gráfico 13).

Gráfico 13 – Evolução percentual das Despesas Orçamentárias do COAF (2007-2009)

26,3% 20,2% 26,5%

36,6%57,9%

34,8%

22,7%

15,6%

38,7%6,3%

0,0%14,4%

2007 2008 2009

Diárias Passagens e locomoções

Serviços de Terceiros - PJ/PN Equipamentos e Material Permanente

3. GESTÃO DE PESSOAS E FORÇA DE TRABALHO

O COAF vem realizando gestões junto às autoridades competentes para ampliar seu quadro funcional, conforme já destacado na Seção 2 – Estrutura Orgânica. Atualmente, a força de trabalho do COAF é composta de 41 pessoas, sendo 9 servidores do Ministério da Fazenda, 15 cedidos de outros órgãos, 4 nomeados para cargos em comissão, 3 empregados do Banco do Brasil e 5 da Caixa Econômica Federal em capacitação mediante convênio, 4 terceirizados em funções administrativas e 1 estagiário de nível superior.

As origens dos servidores requisitados são as mais variadas: Advocacia-Geral da União, Banco Central do Brasil, Polícia Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Secretaria do Tesouro Nacional, Secretaria da Receita Federal do Brasil, Controladoria-Geral da União, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, além de servidores fazendários do Plano Especial de Cargos do Ministério da Fazenda – PECFAZ (Anexo 4).

A força de trabalho entre 2006 e 2009 cresceu 32%, passando dos 28 servidores, em

2006, para 41 servidores em 2009, incluindo 1 estagiário de nível superior. Os ganhos de infraestrutura física e o aumento da força de trabalho dotaram o COAF de maior capacidade operacional, além de viabilizar maior flexibilidade para ajustes e realização de novos projetos.

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3.1 AÇÕES DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO DOS SERVIDORES/EMPREGADOS O COAF iniciou, em 2009, a formulação do Plano Anual de Capacitação de 2009, em

cumprimento à Portaria do Ministério do Planejamento nº 208, de 25/7/2006, e em consonância com o Decreto nº 5.707/2006 (base para a política de desenvolvimento de pessoal da Administração Pública Federal), o que envolve o mapeamento de processos das áreas do Órgão como subsídio para a definição dos conhecimentos e habilidades necessários ao adequado desempenho de suas atribuições, assim como oficinas e dinâmicas de debate para homologação do mapa de processos e homologação das competências definidas.

No que tange a treinamento de servidores no exterior ou no Brasil, o COAF beneficiou-se

significativamente de cursos e seminários sobre lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo, análise e técnicas de inteligência e investigação, regulação de setores, análise de informações, elaboração de normas, dentre outros temas. As atividades de treinamento realizadas, conforme tabela 28, tinham o objetivo de adequar os perfis de servidores/empregados e desenvolver habilidades e competências inerentes às atividades específicas do COAF.

Tabela 28 – Capacitações recebidas por servidores/empregados do COAF em 2009

EVENTO PROMOTOR LOCAL Carga horária (horasxhomens)

Mercados Financeiros e Novos Instrumentos Financeiros ESAF / FMI Brasília -DF 72

Juri Simulado MJ Brasília -DF 120 Estágio Especial de Inteligência para Órgãos Públicos

Civis EsIMEx - Exército

Brasileiro Brasília -DF 280

I Curso de Capacitação Profissional da AGU para a Atuação no Âmbito da Probidade Administrativa e da

Defesa do Patrimônio Público AGU Brasília -DF 40

Curso de Formação de Avaliadores GAFI Paris - França 40 Introdução à Inteligência Tecnológica ABIN Brasília -DF 192

Treinamento SIAFI SPOA/MF Brasília -DF 16 Treinamento BlackBerry SPOA/MF Brasília -DF 8

Foro sobre Estrategias Nacionales en la Lucha contra el Lavado de Dinero y el Financiamiento del

Terrorismo ESAF / FMI Brasília -DF 160

Ensino à Distância, Nova Regra Ortográfica ESAF Brasília -DF 40 Programa de Apoio ao Fortalecimento de UIFs - Cabo

Verde COAF Brasília - DF 32

International Tools of the Trade Workshop Governo dos EUA Washington D.C. - USA

48

Curso Sobre Gestão da Ética Pública - Turma 2 ESAF Brasília -DF 16 Treinamento em Analyst's Notebook e Text Chart

(Pacote I2) DRCI/MJ (Lab-LD) Brasília -DF 432

Metodología para Evaluar el Cumplimento Com Las 40+9 Recomendaciones del GAFI

GAFISUD Rio de Janeiro - RJ

40

Capacitação Operacional Banco Rural COAF Brasília -DF 8 Programa de Apoio ao Fortalecimento de UIFs - Peru COAF Brasília -DF 48

Proteção ao Conhecimento Sensível (DISBIN) ABIN Brasília -DF 16 Ameaças Cibernéticas ABIN Brasília -DF 16

I Seminário Regional de Inteligência de Segurança Pública da Região Sudeste

SENASP Belo Horizonte - MG

24

Programa de Pasantías do SGT-4/Mercosul CPLDFT - Mercosul Buenos Aires -Argentina

40

Estágio Especial de Inteligência para Órgãos Públicos Civis

EsIMEx - Exército Brasileiro

Brasília -DF 80

Análise de Risco em Infraestrrutura Crítica ABIN Brasília -DF 16 SUBTOTAL 1.784

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EVENTO PROMOTOR LOCAL Carga horária (horas.homem)

Programa de Apoio ao Fortalecimento de UIFs - Peru COAF Brasília -DF 24

Fórum Internacional de Gestão por Processos no Setor Público

CONEXXÕES Educação

Empresarial Brasília - DF 32

Sistema de Conhecimento de Segurança Pública SENASP/MJ Brasília -DF 40 Curso Básico de Inteligência - CBI ABIN Brasília -DF 72

Sistema de Demanda MF Brasília -DF 6

Projeto de Cooperação Técnica com foco em Corrupção Pública FinCEN - USA

Washington D.C. - USA 240

Seminário Internacional "Informação de Custos no Setor Público"

DIGES/SE/MF Brasília -DF 8

Seminário Sub-regional sobre Transporte Transfronteiriço de Dinheiro em Espécie e Instrumento

Financeiro ao Portador UIF - Peru Lima - Peru 32

TOTAL 2.238

Os referidos treinamentos no exterior têm por objetivo, como já mencionado anteriormente, adquirir, usar e dominar tecnologia de ponta para atuar diante das novas técnicas de lavagem de dinheiro, cada vez mais sofisticadas e complexas. Nesse quadro, os cursos no exterior envolveram cerca de 45% dos treinamentos, enquanto os cursos nacionais corresponderam a 55% desse total.

Os treinamentos oferecidos aos servidores do COAF atenderam 78% da força de trabalho, ou seja, somente 22% dos servidores não receberam algum tipo de treinamento em 2009. As atividades de treinamento envolveram um total de 2.238 homens x horas, número 21,6% superior ao obtido em 2008, 7% superior ao realizado em 2007 e 7,5% acima do número total de 2006, conforme gráfico 14.

Gráfico 14 – Variação anual e número total de horas x homens de treinamento no período de 2006 a 2009

1.600 1.720 1.840

2.238

7,0%

7,5%

21,6%

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

2006 2007 2008 2009

Nº. Horas

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Nº. horas de treinamento Variação anual

TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA

O COAF conta com quatro empregados terceirizados, na qualidade de Auxiliares, disponibilizados por meio de empresas que mantêm contrato com a Coordenação-Geral de

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Recursos Logísticos da SPOA/MF. Três empregados exercem atividades administrativas e um é motorista.

AÇÕES DISCIPLINARES OU CORRECIONAIS

Não houve, no período de janeiro a dezembro de 2009, incidentes que justificassem tais

procedimentos. 3.2 GESTÃO PATRIMONIAL

Em decorrência da desativação da Unidade Gestora do COAF, de acordo com a Portaria Gabin/MF nº 137, de 10/7/2008, conforme Anexo 1, e assunção das atividades orçamentária, financeira e patrimonial pela Coordenação-Geral de Recursos Logísticos – COGRL/SPOA, nos termos da referida Portaria, o Órgão transferiu a gestão patrimonial para a supracitada Coordenação-Geral, cabendo ao COAF somente a guarda e monitoramento das mudanças de local dos bens.

3.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO COAF/SISCOAF

O mês de setembro de 2009 representou um marco na história do SISCOAF. Em decorrência de parceria entre o COAF, o Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN, a partir do dia 14 daquele mês, as instituições reguladas pelo Banco Central passaram a encaminhar as comunicações de operações atípicas não mais pelo SISBACEN, como faziam desde 1999, mas diretamente pelo SISCOAF. A medida, fruto de convênio celebrado em 2008 entre COAF e BCB, conciliou a interface amigável do SISCOAF com a elevada segurança do SISBACEN. Com essa importante mudança, aprimora-se a capacidade operacional de todo o sistema de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, proporcionando maior agilidade no aproveitamento das informações.

A importância, para as instituições reguladas pelo Banco Central, dessa evolução e da

parceria que a tornou possível está refletida no significativo incremento tanto do número de instituições cadastradas no SISCOAF, quanto do número delas que efetivamente encaminharam comunicações.

Ao final de 2008, 499 instituições desse setor estavam cadastradas no SISCOAF como

pessoas obrigadas. Com a mudança, em especial o trabalho de divulgação feito pelo Banco Central ao segmento não bancário, o número de instituições cadastradas triplicou, alcançando o total de 1530 instituições.

Gráfico 15 - Instituições reguladas pelo BACEN cadastradas no SISCOAF

499

1.530

2008 2009

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Outro aspecto que evidencia a importância da modificação é o número de instituições que

efetivamente encaminharam comunicações ao COAF. Enquanto, em 2008, 375 instituições desse setor comunicaram operações realizadas por seus clientes, em 2009, esse número foi de 516 instituições.

Gráfico 16 - Instituições reguladas pelo BCB que encaminharam comunicações

375

516

2008 2009

4. RECONHECIMENTO DE PASSIVOS POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITOS Não se aplica ao COAF.

5. RESTOS A PAGAR DE EXERCÍCIOS ANTERIORES Os recursos orçamentários e inscritos em Restos a Pagar - RAP de 2009 referentes ao

exercício de 2008 compreendem uma inscrição inicial de R$ 238.760,16. Desse valor, R$ 2.747,66 foram RAP processados cancelados e o montante líquido inscrito e pago efetivamente foi de R$ 202.642,45, conforme dados do SIAFI Gerencial.

Tabela 29 - Restos a Pagar Processados Pagos de Exercícios Anteriores e Inscritos em 2009

(valores em R$)

Despesas CorrentesPassagem/Locomoção - 71.954,50 194.945,79

Serviços de Terceiros/Pessoa Jurídica 850,00 - 4.754,60 SUBTOTAL 850,00 71.954,50 199.700,39

Despesas de Capital / InvestimentoMáquinas e Equipamentos diversos 373,59 120.059,57

TOTAL 1.223,59 192.014,07 199.700,39

Despesas CorrentesPassagem/Locomoção - 8.882,02 61.340,17

Serviços de Terceiros/Pessoa Jurídica - 1.746,36 3.990,15 TOTAL 0,00 10.628,38 65.330,32

TOTAL DAS AÇÕES 1.223,59 202.642,45 265.030,71

Fonte: SIAFI Gerencial.

Ação 8959 (PTRES - 021212) Natureza de Despesa

Restos a Pagar de

2007

Restos a Pagar de

2008

Restos a Pagar

Inscritos em 2009

Ação 4946 (PTRES-021215) Natureza de Despesa

Restos a Pagar de

2007

Restos a Pagar de

2008

Restos a Pagar

Inscritos em 2009

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6. DEMONSTRATIVO DE TRANSFERÊNCIAS NO EXERCÍCIO Não se aplica.

7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PATROCINADA

Não se aplica. 8. FLUXO FINANCEIRO DE PROJETOS FINANCIADOS COM RECURSO EXTERNO

Não se aplica. 9. RENÚNCIA TRIBUTÁRIA

Não se aplica.

10. RESULTADOS DE IMPACTO SÓCIO-ECONÔMICO DAS OPERAÇÕES DE FUNDOS Não se aplica.

11. CUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO TCU

Não se aplica. 12. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES AO CONTROLE INTERNO QUANTO A ATOS DE ADMISSÃO, DESLIGAMENTO E CONCESSÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES

Não se aplica. 13. DECLARAÇÃO DE REGISTRO DE CONTRAT OS NO SIASG E SICONV

Não se aplica.

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 2009, o COAF seguiu exercendo a coordenação da participação brasileira em diversos organismos internacionais, dentre os quais o GAFI/FATF. Os resultados dessa coordenação estão refletidos no compromisso do COAF em atuar como o catalisador e disseminador nacional dos principais avanços nas tendências e recomendações internacionais, tendo a missão de articular com os diversos órgãos governamentais envolvidos no tema e entidades do setor privado, de modo a promover avanços, na busca por um cumprimento mais adequado e eficiente dessas novas regras

Não obstante as dificuldades, como a inadequação de seu espaço físico, inclusive sob o

aspecto da segurança da informação, patrimonial e das pessoas, escassez de pessoal, dentre outras, foi possível alcançar resultados significativos, consonantes com as metas propostas para o exercício de 2009.

Brasília, 31 de março de 2010.

ORIGINAL ASSINADO

ANTONIO GUSTAVO RODRIGUES

Presidente

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