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FACULDADE ASSIS GURGACZ
BRUNA BRASIL RODRIGUES FURTADOJOSICLEIA GARBIN LOCATELLILUCIMARA BOLSONI BOEIRA
LUÍS FERNANDO NAVA FERROPATRÍCIA CRISTINA RAUBER
SHEILA DANUZA OENNING
RELATÓRIO DE FITOQUÍMICA: PESQUISA DE FLAVANÓIDES EM Malva sylvestris
CASCAVEL2008
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BRUNA BRASIL RODRIGUES FURTADOJOSICLEIA GARBIN LOCATELLILUCIMARA BOLSONI BOEIRA
LUÍS FERNANDO NAVA FERROPATRÍCIA CRISTINA RAUBER
SHEILA DANUZA OENNING
RELATÓRIO DE FITOQUÍMICA: PESQUISA DE FLAVANÓIDES EM Malva sylvestris
Relatório apresentado como requisito de avaliação parcial da disciplina de Análise Instrumental e Orgânica do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz.
Professora Orientadora: Jane de Jesus da Silveira Moreira
CASCAVEL2008
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1. INTRODUÇÃO
Como derivados das vias biossintéticas do acetato e chiquimato, os flavanóides
compreendem uma série de compostos secundários que ocorrem exclusivamente em
plantas superiores, sendo responsáveis, na planta, pela coloração das flores.
O termo flavanóide deriva do latim flavus, que significa amarelo, em virtude da
cor que conferem as flores. As antocianinas (uma das classes de compostos
flavanóides), por exemplo, são correntes vegetais com ampla distribuição nas plantas.
Os flavonóides concentram-se mais na parte aérea das plantas, ocorrendo em menor
proporção nas raízes e nos rizomas. A grande vantagem dos flavanóides ou
bioflavanóides é sua baixíssima toxicidade. São essenciais para a completa absorção
de vitamina C, ocorrendo normalmente onde haja esta vitamina. Na figura 01 observa-
se o esqueleto básico dos flavanóides:
Figura 01: Esqueleto básico de compostos flavanóides (Retirado de: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000400014&lng=en&nrm=iso)
Nos últimos anos, um grade interesse tem sido voltado para o papel das ERRO
(Espécies Radicalares Reativas de Oxigênio) na etiologia de várias doenças. As
propriedades antioxidantes que os flavanóides têm, assim atraído a atenção para a
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nutrição preventiva, pois eles protegem os constituintes alimentares contra o dano
oxidativo, podendo também contribuir para a prevenção de importantes patologias,
como doenças cardiovasculares, envelhecimento, cânceres, e outras. Existem vários
relatos de que os flavonóides exibem uma grande variedade de efeitos biológicos,
incluindo ação antibacteriana, antiviral, antiinflamatória, antialérgica e vasodilatadora.
Alem disto, eles inibem in vitro a peroxidação lipídica, a agregação plaquetária, a
permeabilidade e a fragilidade capilar, e a atividade de enzimas, como a ciclo-
oxigenase e a lipoxigenase. Os flavonóides exercem esses efeitos como antioxidantes
seqüestradores de ERRO, quelantes de cátions divalentes, proteção ao DNA e também
como scavengers de peroxinitrilo (ONOO). Estudos clínicos e epidemiológicos tem
demonstrado uma significativa correlação inversa entre o consumo de flavanóides e a
mortalidade por doenças cardiovasculares
Os flavanóides, biossintetizados a partir da via dos fenilpropanóides, constituem
uma importante classe de polifenóis, presentes em relativa abundância entre os
metabólitos secundários de vegetais e também é mais conveniente empregar-se uma
definição que leva em conta também a origem biogenética. Os flavanóides representam
um dos grupos fenólicos mais importantes e diversificados entre os produtos de origem
natural. Essa classe de compostos é amplamente distribuída no reino vegetal. Quase
ausente em algas, alguns representantes foram identificados em briófitas, existindo
somente um relato de ocorrência em fungos. Em pteridófitas também foram
encontrados, mas sua variabilidade estrutural é pequena. Todavia, estão presentes em
abundância nas angiospermas, apresentando nesse grupo enorme diversidade
estrutural.
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Podem-se encontrar flavanóides em diversas formas estruturais. Entretanto, a
maioria dos representantes dessa classe possui 15 átomos de carbono em seu núcleo
fundamental, constituídos de duas fenilas ligadas por uma cadeia de 03 átomos entre
elas. Nos compostos tricíclicos, as unidades são chamadas núcleos A, B e C e os
átomos de carbono recebe a numeração com números ordinários para os núcleos A e C
e os mesmos números seguidos de uma linha (‘) para o núcleo B.
São conhecidos até o presente mais de 4.200 flavanóides diferentes, sendo que
o número de novas estruturas identificadas praticamente dobrou nos últimos 20 anos.
Levando-se em consideração sua distribuição nas angiospermas, o presente
trabalho destina-se a apresentar os resultados obtidos da pesquisa de flavanóides na
planta herbácea da família das angiospermas conhecida popularmente como malva
(Malva sylvestris), da família das Malvaceaes, que possui ampla distribuição e
adaptação no globo terrestre. Os empregos terapêuticos da malva, contudo, estão
relacionados a outras substâncias de seu metabolismo, como as mucilagens (agentes
poliurônicos), que apresentam leve efeito laxativo e protetor de mucosas inflamadas.
Daí seu tão aclamado uso no tratamento de afecções bucais, como aftas, sob as mais
diversas preparações. Contudo, desejou-se verificar realmente a presença de
compostos flavanóides nesta planta através de metodologias de fitoquímica clássica
para a extração, identificação e caracterização da atividade biológica (como
antioxidante) desses compostos retirados de Malva sylvestris (figura 02).
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Figura 02: Espécie vegetal de Malva sylvestris (Retirado de: http://www.marysplantfarm.com/_photos/perennials/malva%20sylvestris%20zebrinus.jpg).
2. METODOLOGIA
Para a extração de flavanóides a partir de Malva sylvestris foi realizada infusão a
frio (maceração) durante 07 dias com solução hidroalcoólica na proporção de 80% de
etanol para 20% de água.
Para identificar a presença de flavanóides foi realizada a reação de Shinoda que
consiste na reação entre a amostra na qual se pesquisa, 50 mg de limalha de magnésio
e 0,5 mL de HCl fumegante, obtendo assim uma reação exotérmica.
Para a determinação da atividade antioxidante de extrato de Malva sylvestris foi
realizado método espectrofotométrico com o radical livre DPPH (1,1-difenil-2-picril-
hidrazil).
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3. PROCEDIMENTO
Inicialmente adquiriram-se folhas secas de Malva sylvestris em loja especializada
em produtos naturais do comércio local do município de Cascavel (PR). Estas folhas já
estavam previamente secas e limpas para o consumo, devidamente embaladas.
Levou-se o pacote de folhas de Malva sylvestris para o laboratório de Química da
Faculdade Assis Gurgacz, realizando o procedimento necessário para a obtenção de
flavanóides que, iniciou-se com a moagem total da droga vegetal seca em liquidificador
até obter-se 30 gramas da mesma. Em seguida, transferiram-se essas 30 gramas de
droga vegetal moída para um balão de fundo chato de 500 mL, previamente aferido
(peso do balão vazio: 295,28 gramas) e, pesado novamente após a adição da planta
moída (peso do balão com a planta: 327,25 gramas). Feita a adição da planta ao balão,
preparou-se 400 mL de solução extratora para a realização da infusão a frio
(maceração) da planta. Essa solução extratora foi feita com 80% de etanol (equivalente
a 320 mL) e 20% de H2O (80 mL); a composição extratora é feita com dois solventes
com grande polaridade em função de que flavanóides são compostos fenólicos de alta
polaridade.
Após a preparação da solução extratora, transferiu-se a mesma para o balão que
continha à planta moída e envolveu-se esse balão em papel alumínio, para proteger o
conteúdo do mesmo da luz durante 07 dias, que foi o tempo necessário para a
realização da infusão a frio. Entretanto, após 30 minutos de maceração, retirou-se 02
mL do extrato para realizar identificação prévia de flavanóides, guardando novamente
sob proteção da luz o balão com a planta em infusão a frio. A identificação de
flavanóides consistiu em diluir esses 02 mL de extrato com 04 mL de água e, a partir
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dessa solução diluída, foi retirado 0,5 mL e colocado em tubo de ensaio, adicionando
em seguida 0,5 mg de magnésio (Mg) em raspas a esse tubo e após, adicionou-se a
esse tubo 0,5 mL de HCl fumegante gota a gota pela parede do tubo, observando a
variação de cor. Notou-se uma suave mudança da coloração da solução para um tom
rose bem suave, indicando presença de flavanóides.
Após 07 dias de infusão, realizou-se a filtração gravimétrica do extrato. Desse
filtrado, seria necessário retirar 04 mL para serem colocados em tubo de centrífuga,
contudo, como esse extrato estava bastante concentrado de clorofila retirou-se apenas
01 mL e diluiu-se em 09 mL de água destilada, para que dessa solução diluída, fosse
retirado 04 mL para daí realizar a centrifugação durante 20 minutos. Do sobrenadante
da solução centrifugada, retirou-se 0,5 mL para proceder novamente a identificação de
flavonóides, conforme descrito no parágrafo anterior. A cor observada foi semelhante
ao teste feito anteriormente, ou seja, houve uma mudança para uma cor rose suave
bem clara, sendo positiva para a presença de flavanóides.
Com o restante do sobrenadante da fração centrifugada fez-se cromatografia de
camada delgada (CCD) com 03 mL de fase móvel contendo as seguintes frações: 15%
de hexano (0,45 mL), 25% de metanol (0,75 mL), 30% de acetato de etila e 30% de
clorofórmio (0,9 mL). Obteve-se a placa representada na figura 01:
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Figura 01: Placa de CCD com o extrato bruto (sem adição de solventes orgânicos) diluído centrifugado
Como se pode observar na figura 01, a fase móvel utilizada não foi adequada
para a separação de possíveis flavanóides presentes no extrato bruto (sem adição de
outros solventes após a filtração gravimétrica) diluído centrifugado, pois os solventes
utilizados possuíam um caráter bastante apolar e o extrato permaneceu no ponto onde
foi aplicado, não havendo, portanto, corrida de quaisquer compostos polares presentes.
Com o restante do filtrado do infuso de 07 dias, transferiu-se para um balão de
fundo redondo que foi em seguida levado a rota-evaporador até total evaporação do
solvente. O resíduo que ficou no balão foi diluído com 100 mL de água destilada. Dessa
solução aquosa foram retirados 30 mL e extraiu-se 03 vezes com os seguintes
solventes: éter etílico, acetato de etila e hexano, usando sempre de 10 a 15 ml de
solvente por vez. Essa extração foi realizada da seguinte forma:
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Transferiram-se para um funil de separação os 30 mL da solução aquosa
e adicionou-se 10 mL de éter etílico e agitou-se suavemente o funil até a
retirada total dos gases formado; essa primeira fase orgânica foi
descartada, porque o éter etílico ficou com uma coloração verde bastante
acentuada (excesso de clorofila), o que não seria necessário para a
extração de flavanóides. Em seguida fez-se a extração com éter etílico por
mais 03 vezes, novamente com 10 mL de solvente, sempre se agitando
suavemente até a retirada dos gases formados. A fase aquosa de cada
uma das três extrações não foi descartada como costumeiramente, mas
guardada para a extração com acetato de etila. A fase orgânica com éter
etílico foi guardada em um béquer devidamente identificado e guardada
com a proteção de uma folha de papel alumínio;
Com a fase aquosa que restante da extração com éter etílico, se fez 03
extrações com acetato de etila, sempre no volume de 10 mL por extração,
agitando-se suavemente até a retirada total dos gases formados. A fase
orgânica dessa extração foi guardada em béquer devidamente identificado
e com folha de papel alumínio e a fase aquosa foi guardada para a
próxima extração.
Com a fase aquosa da extração com acetato de etila, procedeu-se a
extração com hexano durante 03 vezes, sempre com 10 mL de solvente,
agitando suavemente. A fase orgânica foi guardada em béquer
identificado e com papel alumínio para minimizar a evaporação do
solvente e a fase aquosa foi descartada.
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Com esses três extratos prontos (cada um com aproximadamente 30 mL de
volume total), retirou-se de cada um deles 0,5 mL e transferiu para tubos de ensaios
individuais para cada extrato e os mesmos foram levados a banho-maria até completa
evaporação do solvente. Paralelamente, a secagem dos solventes realizou-se a CCD
dos três extratos, com a mesma fase móvel utilizada para a realização da CCD do
extrato bruto.
Após a evaporação total do solvente, reconstituiu-se o resíduo do tubo com 0,5
mL de água e procedeu-se com o teste para a detecção de flavanóides. O teste
apresentou resultado positivo somente para a solução reconstituída do extrato de
acetato de etila. A CCD apresentou um resultado, no mínimo curioso, levando-se em
consideração o resultado do teste qualitativo para flavanóides, como pode ser
visualizado na figura 02.
Figura 02: Placas de CCD da esquerda para a direita, extratos de: éter, acetato de etila e hexano.
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O extrato etéreo apresentou quatro manchas distintas com boa resolução,
enquanto que o extrato acetilado apresentou duas manchas bem suaves (uma quase
imperceptível na fotografia) e o extrato de hexano também apresentou uma mancha
bem marcante. Provavelmente a fração etérea conseguiu isolar outros compostos
polares que não fossem flavanóides, explicando o porquê da apresentação das 04
manchas. Fez se o fator de resolução de cada uma das manchas:
Éter Acetato de etila Hexano
Rf1- 0,98 Rf1-0,96 Rf1-0,71
Rf2-0,85 Rf2-0,84
Rf3-0,80
Rf4-0,75
Com o extrato que apresentou resultado positivo para o teste qualitativo (extrato
de acetato de etila), retirou-se 01 mL e fez-se a secagem total do solvente,
reconstituindo-se após isso, com 04 mL de água. Com essa solução fez-se a leitura
espectrofotométrica de 200 nm até 400 nm. Obtiveram-se as absorbâncias descritas No
gráfico 01.
00,20,40,60,8
11,21,4
COMPRIMENTO DE ONDA (λ)
ABS
Gráfico 01: Curva de calibração do extrato de Malva sylvestris com acetato de etila
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Através da observação do gráfico pode presumir-se que há uma quantidade e
variedade de flavanóides muito grande no extrato de Malva sylvestris com acetato de
etila, em diversos comprimentos de onda (λ).
Feito a curva de calibração do extrato de malva com acetato de etila, era
necessário avaliar a atividade antioxidante do mesmo. Para tanto se utilizou o reativo
de DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil), que é uma espécie radical livre que deve ser
reduzida (através da doação de um hidrogênio) pela substância antioxidante, ou seja, a
espécie flavanóide da Malva sylvestris (BONANI, et al 2006). Inicialmente fez-se a
curva de calibração de soluções de DPPH sob o comprimento de onda (λ) de 515 nm,
como mostra o gráfico 02.
Gráfico 02: Curva de calibração com soluções de DPPH a 515 nm.
Em seguida, preparou-se 02 mL de extrato nas concentrações de 250 µg/mL,
150 µg/mL e 25 µg/mL para a realização da determinação da atividade antioxidante do
extrato de malva nessas concentrações.
Para tanto, inicialmente pesou-se um tubo de ensaio vazio (23,1843 g) e
colocou-se o extrato de malva com acetato de etila dentro desse tubo e levou-se a
00,20,40,60,8
11,2
15 20 25 30 35CONCENTRAÇÃO (mg/mL)
AB
S
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banho-maria até completa evaporação do solvente, para posterior re-diluição. Quando
houve a evaporação e secagem total do tubo, pesou-se o mesmo para verificar a
quantidade de resíduo presente. O peso do tubo com resíduo foi de 23, 2007 g;
subtraindo-se o peso do tubo vazio (23,1843 g), obteve-se de resíduo 0,01640 g de
resíduo, ou 16,4 mg. Ressuspendeu-se esse resíduo com 05 mL de metanol. A partir
dessa solução, calculou-se a quantidade necessária da mesma para a preparação de
solução de 02 mL contendo 250 µg/mL de extrato a partir do seguinte cálculo
(lembrando que cada 01 mg equivale a 1000 µg, e 16,4 mg de resíduo equivale a
portanto 16.400 µg):
M1V1 = M2V2
16.4000.V1 = 250.2
V1 = 0,030 mL
Completou-se o volume com 1,97 mL de água destilada e assim obteve-se 02
mL de solução contendo o extrato obtido na concentração de 250 µg/mL.
A partir dessa solução, foi realizado o primeiro teste de avaliação da atividade
antioxidante de flavanóides presentes na malva. Para tanto, montou-se um dois tubos,
cada um contendo 0,3 mL dessa solução, porém, um deles foi completado com 2,7 mL
de metanol (tubo branco dessa solução) e o outro tubo foi completado com 2,7 mL de
solução de DPPH a 40 µg/mL, que é uma substância radical livre e conforme seu perfil
de absorbância espectrofotométrico decrescesse, indicaria a complexação dessa
substância com substâncias antioxidantes (flavanóides) presentes no extrato. Após a
adição de DPPH ao tubo contou-se 1 minuto e fez se a leitura no espectrofotômetro UV-
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VIS em 515 nm, tanto do branco quanto da amostra. O conteúdo desses dois
preparados não foi descartado, sendo observada a absorbância novamente dos
mesmos após 10, 20, 30 e 60 minutos. Os resultados obtidos podem ser observados no
gráfico 03, sendo que a absorbância do branco está em rosa e a absorbância da
solução com DPPH está em amarelo.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 10 20 30 60
TEMPO (MINUTOS)
ABS
Gráfico 03: Perfil espectrofotométrico de absorção da solução de Malva sylvestris 250 µg/mL, em 515 nm.
Pode se observar que não houve uma variação significativa entre as três leituras
intermediárias, mas houve uma redução final de 0,917 de absorbância inicial (1 minuto)
até 0,845 de absorbância final (60 minutos).
Com esse resultado fez se o mesmo procedimento para a concentração de 150
µg/mL, ou seja, fez se um cálculo para obter o valor de extrato ressuspendido a ser
utilizado na preparação dessa solução e também fez se um tubo branco e um tubo com
DPPH, utilizando 0,3 da solução feita com mais 2,7 mL de metanol para o tubo branco
e, 0,3 da solução com 150 µg/mL mais 2,7 mL de DPPH para avaliar a atividade
antioxidante. Obteve-se o gráfico a seguir (série rosa indica absorbância do tubo branco
e série amarela indica absorbância da amostra):
15
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1 10 20 60
TEMPO (MINUTOS)
ABS
Gráfico 03: Perfil espectrofotométrico de absorção da solução de Malva sylvestris 150 µg/mL, em 515 nm.
Observa-se que a variação foi ínfima, ou seja, não houve atividade antioxidante
significativa nessa concentração. Com isso não se fez a solução de Malva sylvestris na
concentração de 25 µg/mL.
4. CONCLUSÃO
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Ao finalizar o presente trabalho pode-se afirmar que a malva possui flavanóides,
porém, com baixa atividade biológica antioxidante (conforme verificado pela reação com
DPPH) e com pouca concentração (observado pela intensidade da reação de Shinoda).
No entanto, apresenta uma variedade de compostos polares como pôde ser visualizado
nas placas de cromatografia de camada delgada com éter, acetato de etila e hexano.
Quanto à realização da atividade, a mesma foi muito exaustiva e minuciosa,
exigindo muito tempo e vidrarias. Isso sem dúvida alguma acaba refletindo na pesquisa
científica do país, pois os pesquisadores muitas vezes não possuem recursos
financeiros para estudos de bioprospecção e muitas vezes, nem disponibilidade grande
para tal atividade possuem, devido a demais atividades que devem realizar em função
de seu próprio sustento. Há, portanto, uma necessidade na modernização das técnicas
de fitoquímica, ao mesmo tempo em que deve se buscar desenvolver métodos
alternativos econômicos para instituições de fomento e pesquisadores da mesma forma
em que esses métodos devem minimizar resíduos de grande impacto ambiental.
5. BIBLIOGRAFIA
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1. BONANI, V. F. L.; HESS, S. C.; PERES, M. T. L. P.; FARIAS, C. C.; FEDÉL, L. E.
S.; PERUZZO, G. M. PROSPECÇÃO DE AGENTES ANTIOXIDANTES DE
VEGETAIS DE MATO GROSSO DO SUL. In: Anais da 58ª Reunião Anual da
SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006. Retirado de
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_3291.html.
2. SILVA, Tania Maria Sarmento da et al . Ocorrência de flavonas, flavonóis e
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Nova , São Paulo, v. 26, n. 4, 2003 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422003000400014&lng=en&nrm=iso>.
3. SIMÕES, CLÁUDIA MARIA OLIVEIRA et al. Farmacognosia: da planta ao
medicamento. 5ª Ed. Editora UFSC/UFRGS, Porto Alegre/Florianópolis, 2003.
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