relatÓrio de estÁgio supervisionado obrigatÓrio ...veterinaria.jatai.ufg.br/up/178/o/william...

43
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ UNIDADE JATOBÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO - TCCG RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO: UTILIZAÇÃO DE FONTES DE NITROGÊNIO NÃO PROTÉICO (NNP) NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES Aluno: William Fayad Dib Pereira Orientador: Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz Jataí 2010

Upload: lamnguyet

Post on 09-Dec-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ – UNIDADE JATOBÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO - TCCG

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO: UTILIZAÇÃO DE FONTES DE NITROGÊNIO NÃO PROTÉICO

(NNP) NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES

Aluno: William Fayad Dib Pereira

Orientador: Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz

Jataí

2010

ii

WILLIAM FAYAD DIB PEREIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO:

UTILIZAÇÃO DE FONTES DE NITROGÊNIO NÃO PROTÉICO (NNP) NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES

Trabalho apresentado junto à disciplina de Estágio supervisionado obrigatório sob a orientação do Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz para obtenção do titulo de graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Goiás – Campus Jatai.

Jataí

2010

iii

iv

WILLIAM FAYAD DIB PEREIRA

Trabalho de conclusão de graduação defendido e aprovado em 30 de

novembro de 2010, pela seguinte Banca Examinadora:

__________________________________________________

Prof. Dr. Edgar Alain Collao Saenz

Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí

Presidente da banca

__________________________________________________

Prof. Dr. Marco Antônio de Oliveira Viu

Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí

Membro da Banca

__________________________________________________

Prof.ª Drª Vera Lúcia Banys

Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí

Membro da Banca

v

“Portanto meu Deus, cabes tu no céu e na terra, visto que os enches com a tua

presença? Ou, enchendo-os, resta ainda alguma parte de ti , por não te conterem? Por

onde difundes o que resta de ti, depois de repletos o céu e a terra? Ou não tem

necessidade de ser contido em alguma coisa, tu que tudo conténs, visto que as coisas

que enches, as ocupas contendo-as? Não são, pois, os vasos cheios de ti que te tornam

estável porque, ainda que quebrem, não te derramas; e quando te derramas sobre nós

não és tu que te abaixas, más nós que somos elevados a ti; não te dispersas mas nos

recolhes a nós.”

Confissões, Santo Agostinho.

vi

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus motor imóvel que na gratuidade me deu vida e

saúde para chegar até aqui, também pela sabedoria dada a mim que

possibilitou essa conquista. A Jesus Cristo, filho unigênito do Pai que deu a sua

vida por mim antes mesmo da minha existência no mundo carnal.

Aos meus pais Fábio Marcelo Claret Pereira e Adélia Fayad Dib Pereira

que lutaram dia e noite passando por inúmeras provações e nunca desistiram,

anularam seus desejos e vontades para me dar o melhor. Muito obrigado a

vocês meus pais eu só consegui porque me deram seu apoio incondicional

nesta caminhada. Ao meu irmão, Thiago Fayad Dib Pereira, sou muito grato a

você por ter confiado em mim e tantas vezes me ajudado. Aos meus avós

paternos Joaquim Jerônimo Pereira (Vô Quinca) e Maria de Lourdes Goulart

Pereira aos meus avós maternos Mounif Nicolas Dib e Odete Fayad Dib (Vó

Detinha). Estendo ainda esta gratidão aos meus tios e primos. Em especial

meu primo Adib Elias Junior e Nelson Martins Fayad que ajudaram minha

família no momento em que mais precisamos.

A minha noiva Naiara Dalcin Tonini por esses mais de dois anos em que

esteve ao meu lado me reanimando todas as vezes que o cansaço e a tristeza

me atormentaram e esta luta se fez tão penosa, você foi indispensável meu

amor.

Aos meus amigos e colegas que confiaram em mim quando muitos

foram os que duvidaram da minha capacidade e disposição para vencer. Cito

aqui alguns já me desculpando dos que eventualmente esquecer: Haroldo

Mesquita Rocha, quantas vezes dividimos nossos sonhos e frustrações meu

irmão. Edval Soares de Azevedo, Marta Jacinto de Oliveira e Joel Divino de

Oliveira obrigado pelo apoio incondicional desde muito tempo. Aos meus avós

por laços de sentimento Ilda de Oliveira e João Jacinto de Oliveira. Aos amigos

que caminharam ao meu lado nestes cinco anos: Antunes Murilo de Deus

Paranhos (Tutu), Fausto Carrijo Carvalho (Faustim), Juliano Pereira Terra

(Tubaba), Miguel Aurione (Tchôla), William Martins (Chará), Rômulo Pereira

(Romim), Lucas Machado dos Santos (Luquinha), Magnus Guimarães Brandão

da Silva, Rafael Macedo (Capacete) e todos os meus colegas de sala, esses

cinco anos foram os mais felizes da minha vida, mas sem vocês eles seriam

vii

insuportáveis. Agradeço também ao meu grande amigo e conselheiro, Sr.

Haley Margom Vaz por suas sábias palavras e seus conselhos de grande valia.

Aos professores e demais funcionários dessa instituição, principalmente

ao meu orientador Dr. Edgar Alain Collao Saenz.

Ao paraninfo da nossa turma e meu grande amigo que prontamente

aceitou nosso convite Dr. Velomar Gonçalves Rios.

Aos profissionais que me deram a oportunidade de aprimorar meus

conhecimentos me concedendo estágio: Thiago Salviano, Humberto Cocatto

Fialho, Kemel Nadaf, Fausto Francisco Rosa, Juliana Rosa, Patrícia Rosa de

Assis, Múcio Vieira César e Maxwell Martins Ribeiro.

E, finalmente, a todos aqueles que de alguma forma me ajudaram.

viii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ........................................................ 2

2.1 Resumo quantificado das atividades ......................................................... 3

2.1.1 Atividades relacionadas à área de Medicina Veterinária Preventiva ... 3

2.1.2 Atividades relacionadas à área de Reprodução e Obstetrícia ............ 5

2.1.3 Atividades relacionadas à área de Clínica Cirúrgica ........................... 6

2.1.4 Atividades relacionadas à área de Clínica Médica.............................. 8

2.1.5 Atividades relacionadas à área de Zootecnia ..................................... 9

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 11

3.1 Introdução ............................................................................................... 11

3.1.2 Fermentação da proteína no rúmen.................................................. 12

3.1.3.Fermentação dos carboidratos estruturais ........................................ 13

3.1.4.Fermentação de carboidratos não-estruturais .................................. 15

3.1.5.Digestão das proteínas ..................................................................... 15

3.1.6 Importância entre o sincronismo da degradação de compostos

nitrogenados e carboidratos ...................................................................... 16

3.1.7. Reciclagem da uréia: ....................................................................... 17

3.2 Principais fontes de NNP usadas na pecuária ........................................ 18

3.2.1 Uréia ................................................................................................. 18

3.2.2 Amiréia .............................................................................................. 19

3.2.4 Optigen® ........................................................................................... 20

3.3 Análise econômica: .............................................................................. 21

3.4. Relação entre proteína dietética e reprodução ...................................... 22

3.4.1Proteína e reprodução ....................................................................... 22

3.4.2. Intensificação do Balanço Energético Negativo ............................... 23

3.4.3 pH e fluído uterino............................................................................. 24

3.4.4. Efeitos da proteína sobre a dinâmica folicular ................................. 25

3.5.Correto balanceamento da dieta e fertilidade: ......................................... 25

3.6. Intoxicação por uréia .............................................................................. 26

4. CONCLUSÃO ............................................................................................... 29

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 30

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS.............................................................. 31

1. INTRODUÇÃO

Objetivou-se com este relatório descrever as atividades

desenvolvidas no estágio curricular supervisionado (ECS) para conclusão do

curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás - Campus

Jataí/Unidade Jatobá (UFG – Jataí).

O ECS foi realizado na Comercial Vetmaster Ltda da cidade de

Pontalina – GO, tendo início no dia 02 de agosto e conclusão no dia 13 de

outubro de 2010, totalizando 400 horas, sob a orientação do Professor Dr.

Edgar Alain Collao Saenz e tendo como supervisor de estágio o Médico

Veterinário Maxwell Martins Ribeiro.

Durante o estágio foram realizadas diversas visitas em fazendas nos

municípios de Pontalina, Vicentinópolis, Edéia, Edealina, Cromínia e

Maripotaba. O foco principal da Comercial Vetmaster é a venda de produtos e

serviços veterinários e a assistência técnica em fazendas visando a maior

eficiência produtiva Tal acompanhamento inclui formulação de ração, manejo

de lotes, manejo reprodutivo e medicina preventiva. Além do atendimento

clínico e a realização de cirurgias.

A rotina do estágio não seguiu cronograma pré-definido. O médico

veterinário fica na loja a disposição para tirar dúvidas dos produtores com

relação aos medicamentos, ração e manejo. Nos casos em que se fez

necessária a presença do mesmo como cirurgias, consultas, vacinações, coleta

de material para exames e demais atendimentos de emergência foi realizado

atendimento a campo. Algumas fazendas, no entanto, contam com

acompanhamento mensal que inclui manejo nutricional, reprodutivo, produtivo,

sanitário e planejamento em produção de volumoso e acompanhamento do

fluxo de caixa e custos de produção.

Todas as atividades aqui relatadas ou citadas foram efetivamente

desenvolvidas.

2

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

A Comercial Vetmaster Ltda localiza-se na Av. Comercial Nº 1280

Setor Central, Pontalina GO. A empresa conta com um quadro de mais ou

menos 25 funcionários entre técnicos agropecuários, vendedores, secretárias e

motoristas. O estabelecimento conta ainda com uma fábrica, com uma ampla

variedade de rações e sal mineralizado para aves, suínos, bovinos leiteiros e

de corte.

A loja conta com completa linha de medicamentos e vacinas da linha

veterinária além de ferramentas, rações diversas e selaria. Conta ainda com

assistência veterinária do proprietário e profissionais de empresas parceiras,

que dão suporte para a realização de diversas cirurgias, atendimento clínico de

qualidade, e orientação em relação ao manejo sanitário, reprodutivo e

nutricional.

Por contar com fábrica de ração própria desenvolve-se um sistema

de parceria com os produtores no qual são realizadas periodicamente análises

bromatológicas do volumoso para, a partir daí, com a ajuda dos profissionais

especializados, saem formuladas rações personalizadas que atendam as

necessidades dos animais. Para adequar o manejo nutricional são orientados

manejos de lotes, de cocho.

No que diz respeito ao manejo reprodutivo e obstétrico, vários são

os serviços oferecidos, entre eles: diagnóstico de gestação, IATF (inseminação

artificial em tempo fixo), vacinação contra doenças que afetam a reprodução.

Os serviços na área de clínica e cirurgia também são muito

requisitados pelos produtores da região e incluem desde procedimento

cirúrgico simples, como rufiões por aderência, até procedimentos mais

sofisticados como amputação de membros. No que se refere à clínica médica,

a casuística é grande destacando-se doenças como pneumonia, diarreia,

mastite.

3

2.1 Resumo quantificado das atividades

Durante o período de estágio foram realizados procedimentos clínicos,

cirúrgicos, de reprodução e obstetrícia, atividades zootécnicas e medicina

veterinária preventiva, quantificadas na Tabela 1.

TABELA 1 - Casos atendidos, por área de atuação durante o estágio curricular supervisionado realizado na Vetmaster, no período de 02 de agosto a 13 de outubro de 2010, conforme nº casos e percentagem

Área de atuação Nº casos Porcentagem (%)

Clínica médica 90 3,69

Clínica cirúrgica 227 9,30

Reprodução e obstetrícia 741 30,36

Zootecnia 348 14,26

Medicina veterinária preventiva 1035 42,40

Total 2441 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro de 2010

2.1.1 Atividades relacionadas à área de Medicina Veterinária Preventiva

A Medicina Veterinária Preventiva é importante para garantir a sanidade

e a saúde dos animais. Durante o estágio foram realizadas diversas atividades

ligadas à prevenção e identificação de possíveis enfermidades, a everminação

de bezerras e novilhas, vacinação contra brucelose, inoculação de tuberculina

para exame de tuberculose, coleta de sangue para o exame de brucelose, CMT

(Califórnia Mastite Teste) e secagem de vacas. As atividades realizadas estão

resumidas na Tabela 2.

Em todas as propriedades atendidas foi executado o exame de

brucelose com o Card Test (Teste do Antígeno Acidificado Tamponado) e os

animais positivos foram descartados, medida que atendendo as questões

sanitárias, e para ser de grande importância para a diminuição da infertilidade

dos rebanhos, uma vez que a brucelose é uma das principais causas de aborto

4

em vacas, além de impedir a propagação dessa enfermidade que também é

uma zoonose.

TABELA 2 - Atendimentos em medicina veterinária preventiva em valores numéricos e percentagem, durante o estágio curricular supervisionado realizado na Vetmaster, no período de 02 de agosto a 13 de outubro de 2010

Procedimentos Nº casos Percentagem (%)

Vacinação contra brucelose 311 30,04

Vermifugação 76 7,34

Exame para brucelose

Controle de células somáticas

550

20

53,14

1,93

Exame para tuberculose 78 7,54

Total 1035 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro de 2010

Em parte das propriedades também foi feito o exame de CCS (Controle

de Células Somáticas) que avalia a qualidade do leite e a saúde da glândula

mamária dos animais. O exame não é realizado na empresa, as amostras

coletadas são enviadas de Pontalina para a Escola de Veterinária da UFG

localizada no município de Goiânia. Esse exame possibilita o controle individual

das vacas, podendo identificar a mastite subclínica, avaliar, tratar e descartar

animais com alto CCS e com isso aumentar a qualidade do leite.

O exame de tuberculose, feito por inoculação cutânea de tuberculina

bovina, foi realizado em algumas propriedades com o intuito de atender

requisitos sanitários. Nas fazendas onde foi realizado o exame, os técnicos

orientaram os produtores para a importância e riscos que esta zoonose

representa para a saúde humana e dos animais.

Outras medidas como a vacinação contra brucelose e a everminação de

bezerras e demais animais foram importantes nas propriedades visitadas, pois,

praticamente, eliminam possíveis casos de brucelose e a presença de

endoparasitas nos animais.

5

2.1.2 Atividades relacionadas à área de Reprodução e Obstetrícia

Durante o estágio curricular, as principais atividades realizadas foram na

área de reprodução animal. O diagnóstico de gestação foi realizado por

palpação retal, que é ferramenta utilizada para melhorar os índices

reprodutivos e produtivos. Vacas com dificuldade de emprenhar foram tratadas

com hormônios e quando a prenhez permaneceu negativa as vacas foram

descartadas para diminuir a proporção de animais com sub-fertilidade ou

inférteis, possibilitando a permanência no rebanho apenas de animais férteis

aumentando a lucratividade do produtor.

Outro procedimento bastante utilizado para aumentar a taxa de prenhez

nos rebanhos é o tratamento de cistos foliculares, uma vez que vacas com

cistos não ovulam e não emprenham. O tratamento de cistos foliculares foi

realizado através de protocolos de sincronização de cio, utilizando-se

hormônios como GNRH, PGF2α, Progesterona, Cipionato e Benzoato de

Estradiol,proporcionando o retono ao ciclo reprodutivo regular.

Nos casos de distocia nos quais as manobras obstétricas não foram

efetivas foi realizada a cesariana.

Piometra, metrites e retenção de placenta também eram observadas

com frequência após o parto de alguns animais, principalmente naqueles que

apresentaram alguma distocia, (Tabela 3).

6

TABELA 3 - Casos atendidos na área de reprodução e obstetrícia em valor numérico e percentagem, durante o estágio curricular supervisionado, realizado na Vetmaster no período de 02 de agosto a 13 de outubro de 2010

Procedimentos Nº casos Percentagem (%)

Diagnóstico de gestação (palpação retal) 620 83,7

Cesariana 9 1,21

Distocia 12 1,62

Sincronização de cio 54 7,29

Piometra 5 0,69

Cistos ovarianos 10 1,39

Metrite 15 2,02

Retenção de placenta 16 2,16

Total 741 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro de 2010 2.1.3 Atividades relacionadas à área de Clínica Cirúrgica

Foram realizados vários procedimentos cirúrgicos durante o estágio,

sendo o casqueamento Figura 3, tanto preventivo quanto curativo, a atividade

mais realizada. A claudicação foi frequentemente observada entre os animais,

o que dificulta a locomoção e diminui o consumo de alimento e a produção. Por

isso nesses animais, foi realizado o casqueamento curativo.

7

FIGURA 3. Toalete de casco em bovino utilizando tronco de contenção para casqueamento

A mochação de bezerros foi outro procedimento freqüentemente

realizado. A técnica é simples e previne a necessidade da descorna futura,

porém, muitas fazendas não a realizavam, sendo nessas propriedades,

realizada a descorna plástica, técnica mais complicada e com mais riscos de

complicações.

Outros casos cirúrgicos foram realizados, como castração de machos,

enucleação do globo ocular, amputação de falange e preparação de rufião. Na

tabela 4 são quantificadas esses casos.

8

TABELA 4 – Casos atendidos na área de clinica cirúrgica e expressos numericamente e em percentagem, durante o estágio curricular supervisionado realizado na Vetmaster no período de 02 de agosto a 13 de outubro de 2010

Procedimentos Nº casos Percentagem (%)

Amputação distal de falange 2 0,88

Toalete de casco 100 44,05

Amputação de membro pélvico 2 0,88

Ruminotomia 3 1,32

Descorna plástica 20 8,81

Castração de macho

Enucleação de globo ocular

Mochação de bezerros

Rufião por aderência

Hérnias

30

2

60

5

3

13,21

0,88

26,43

2,20

1,32

Total 227 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro 2010

2.1.4 Atividades relacionadas à área de Clínica Médica

Os casos mais corriqueiros observados foram diarréia, pneumonia e

hemoparasitoses e envolviam bezerros. Na maioria das propriedades não havia

estrutura adequada para a recria, e isso refletil principalmente, na saúde dos

bezerros, que a fase que apresenta maior susceptibilidade as doenças

ocasionando grande número de óbitos.

Os quadros de diarreia acometiam bezerros entre zero a três meses de

idade que são criados sem divisão de lotes em áreas úmidas, sujas e com

excesso de animais. Além disso, a assepcia de umbigo não é feita de maneira

correta, tornando o umbigo porta de entrada para infecção e,

consequentemente, diarreia.

A mastite foi o caso clínico mais observado e de maior impacto

econômico, porém doenças reprodutivas também com alto impacto econômico

9

como a leptospirose, IBR e BVD foram comumente suspeitadas. No entanto

não houve confirmação laboratorial de IBR ou BVD, sendo assim, mesmo com

suspeitas muito fortes não houve confirmação laboratorial das doenças.

Durante o estágio foram presenciados os mais diversos casos clínicos,

conforme mostra a tabela 5.

TABELA 5 - Número de casos atendidos na área de clínica médica e expressos em percentagem; Durante o estágio curricular supervisionado realizado na Comercial VetMaster Ltda, no período de 18 de agosto a 30 de outubro de 2010

Casos Clínicos Nº casos Percentagem(%)

Mastite 20 22,22

Hipocalcemia puerperal 5 5,56

Botulismo (Suspeita) 1 1,11

Tristezinha Parasitária Bovina 20 22,22

Poliencefalomalácia 2 2,22

Diarréia 20 22,22

Pneumonia

Leptospirose (Suspeita)

IBR e BVD (Suspeita)

5

10

7

5,56

11,11

7,78

Total 90 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro 2010.

2.1.5 Atividades relacionadas à área de Zootecnia

Em fazendas leiteiras medidas simples de manejo são de fundamental

importância para o sucesso da atividade. A formulação de ração que atenda

todas as necessidades do animal é importante para a expressão da capacidade

de produção e reprodução.

Na maioria das propriedades, as vacas foram manejadas em piquetes

rotacionados. Cada dia um piquete era utilizado e abrigava todas as vacas em

lactação. Após a saída dos animais a área era totalmente adubada para a

reposição dos nutrientes do solo e crescimento do capim. A separação de

10

lotes, onde vacas mais produtivas e em início de lactação irão ter acesso a

alimentação mais farta e balanceada. O manejo de recria e vacas secas

também teve atenção especial do técnico embora os produtores

negligenciassem muito, não dando atenção especial a esses animais.

A produção de silagem visou qualidade e quantidade e neste contexto,

quase todos os produtores reservaram uma área da propriedade para a

plantação de milho ou sorgo, para a confecção de silagem. A silagem

produzida no período de chuvas foi usada na seca para substituir ou

complementar o volumoso escasso no período seco do ano.

Pesagem de bezerros, novilhas e separação de lotes homogêneos, uma

manobras importantes observadas nas fazendas, possibilita acompanhar o

desenvolvimento do animal, e evitar a competição por alimento. O manejo de

cocho também é importante nesse contexto e consiste na observação da

higiene, adequação da área de cocho por animal e na homogeneização da

mistura de volumoso e concentrado, evitando, respectivamente, a

contaminação dos cochos e a decomposição de alimentos, minimizando os

efeitos da competição por alimentos.

O cadastro do rebanho possibilita ao produtor o controle da atividade e

através dessa ferramenta é possível fazer uma análise de rentabilidade e

conhecer a vida produtiva e reprodutiva de cada animal da propriedade.

A tabela 6 refere-se a atividades relacionadas à área de Zootecnia.

TABELA 6 – Atendimentos em Zootecnia numericamente e em percentagem; durante o estágio curricular supervisionado realizado na Vetmaster no período de 02 de agosto a 13 de outubro de 2010.

Atendimentos Nº casos Percentagem (%)

Separação de lotes 15 4,57

Cadastro de rebanho 5 1,52

Manejo de cocho 15 4,57

Pesagem de bezerros e novilhas 200 60,98

Formulação de ração 93 28,35

Total 328 100

Fonte: Relatório Veterinário Vetmaster – agosto/setembro/outubro de 2010.

11

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Introdução

Em um cenário pecuário cada vez mais competitivo, com constante

instabilidade dos preços pagos ao produtor, faz-se necessário uma constante

busca por tecnologias que diminuam os custos de produção sem interferir na

produtividade dos animais. Em função disso, é que as fontes de Nitrogênio Não

Proteíco (NNP), começaram a ser usadas na alimentação dos ruminantes

ainda no século XX, mais precisamente na Alemanha na primeira guerra

mundial devido à escassez de alimentos que tornava impensável a alimentação

de ruminantes com alimentos que poderiam servir para a alimentação humana.

Até os dias de hoje as fontes de NNP são amplamente usadas visando também

melhor produtividade com menor custo (SANTOS et al., 2001).

Durante vários anos a uréia era indicada apenas para reduzir os custos

com alimentação. No entanto, hoje com o avanço no conhecimento da nutrição

dos ruminantes vê-se a importância da uréia. Pois é uma fonte altamente

degradável no rúmen, fornecendo quantidades expressivas de NH3 essenciais

a síntese proteica dos microrganismos ruminais (TOMICH et al., 2003; NEIVA

& NEIVA 2006).

Os ruminantes necessitam de dieta balanceada em energia, proteínas,

minerais e vitaminas para promover desempenho satisfatório das funções

produtivas. Segundo NEIVA & NEIVA (2006) estudos demonstram que de 60 a

70% dos custos de um sistema de produção de bovinos são compostos pela

alimentação, sendo que os concentrados protéicos são os ingredientes mais

caros de uma dieta. Por isso, faz-se necessário o uso de fontes cada vez mais

baratas e que, ao mesmo tempo, atendam as necessidades produtivas dos

bovinos.

Neste contexto, o NNP é uma opção, por serem, fontes de baixo custo e

apresentam níveis de até 291,9 % de proteína bruta (PB) como é o caso da

uréia. Tal fato deve-se a capacidade dos microrganismos ruminais, serem

capazes, na presença de energia, de sintetizar proteínas. As proteínas

possuem em média 16% de nitrogênio na sua estrutura, a divisão de 100 por

esse valor média resulta em média a 6,25. Desta maneira, a utilização deste

12

fator multiplicado pelo conteúdo de nitrogênio da uréia (média de 46,7) resulta

no valor de PB de 291,9% SOUSA & MARQUES (2003).

O NNP não se apresenta como aminoácidos reunidos por vínculo

formando peptídeos, mas consiste em fonte de nitrogênio, que juntamente com

substratos presentes no rúmen, principalmente energia, se transforma em

proteína através da fermentação realizada pelos microrganismos ruminais.

Existe uma grande variedade de compostos caracterizados como NNP, tais

como, os compostos de purinas e pirimidinas, uréia, amiréia, biureto, ácido

úrico, glicosídeos nitrogenados alcalóides, sais de amônio e nitratos. (SANTOS

et al., 2001).

Objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão de literatura

descrevendo ingredientes alternativos como fonte de NNP. Suas vantagens

econômicas e produtivas. Assim como, suas limitações e desvantagens em

relação às proteínas verdadeiras de origem vegetal, tanto no que diz respeito

ao custo quanto aos aspectos produtivos, reprodutivos e patológicos.

3.1.2 Fermentação da proteína no rúmen

O complexo rúmen-retículo é povoado por microrganismos que na

presença de substratos energéticos e nitrogênio, seja ele proveniente de

proteína verdadeira ou NNP são capazes de sintetizar proteínas (LANA, 2005).

As proteínas dos alimentos, mais as proteínas endógenas da saliva, as

células epiteliais descamadas e os restos dos microrganismos lisados, juntos,

constituem o pool de proteínas potencialmente fermentáveis no rúmen (NOLAN

1993.

De acordo com LEEK, (2006) para que os compostos nitrogenados

orgânicos sejam corretamente utilizados para a síntese protéica, há

indispensavelmente a necessidade da degradação protéica. As proteínas

passam por um processo que envolve solubilização, hidrólise extracelular,

transporte para o interior da célula, desaminação que por sua vez acabam por

gerar; amônia, ácidos graxos voláteis (AGVs), bióxido de carbono e metano

(RUSSELL et al., 1991).

13

De acordo com COTTA & HESPELL (1986) tanto bactérias como

protozoários tem capacidade proteolítica, no entanto, as primeiras tem

capacidade até 10 vezes maior que os protozoários. Tal fato é atribuído às

particularidades no processo de degradação, já que os microrganismos

seguem rotas diferentes no processo os protozoários necessitam-se engolfar

as partículas que serão degradadas e as bactérias podem aderir-se às

partículas e liberar enzimas para a degradação. Além das particularidades no

que diz respeito à degradação protéica entre bactérias e protozoários há

também uma diferença numérica dos mesmos no ambiente ruminal, sendo as

bactérias bem mais abundantes que os protozoários no rúmen (TAMMINGA,

1979).

De acordo com KOZLOSKI (2002) as características físico-químicas das

proteínas são aspectos importantes a serem considerados em estudo de

degradação protéica, pois, grande parte da velocidade e extensão da

degradação das mesmas depende disso. Um ponto importante diz respeito à

solubilidade das proteínas. É fato que as proteínas solúveis são mais

acessíveis a microbiota ruminal e difundem-se melhor no meio, o que

determina maior velocidade e extensão de degradação. No entanto, as

proteínas não precisam necessariamente, passar pelo estado solúvel para ser

degradadas (NRC 1986).

A proteólise ruminal é efetuada por sistemas enzimáticos associados à

membrana celular bacteriana. Inicialmente, as moléculas protéicas são

hidrolisadas em oligopeptídeos, e estes são hidrolisados liberando peptídeos

menores e aminoácidos que podem ser utilizados para a síntese protéica

bacteriana ou podem ser hidrolisados formando α- cetoácidos e amônia. A

amônia pode ser usada para a síntese protéica (KOZLOSKI, 2002).

3.1.3.Fermentação dos carboidratos estruturais

A fermentação de carboidratos estruturais (CE) dá-se por sistemas

enzimáticos presentes nos microrganismos que habitam o complexo rúmen-

retículo. Dentre os CE de maior destaque para a alimentação de ruminantes

14

destacam-se, celulose, hemicelulose e pectina (VAN SOEST, 1994; SOUSA &

MARQUES, 2003; LANA, 2005).

A celulose é importante na estrutura celular das plantas sendo composta

por ligações β-1,4 entre unidades de glicose, e corresponde de 20 a 40% do

peso seco das forragens e 96% da fibra de algodão. Só os microrganismos tem

sistema enzimático capaz de quebrar a celulose. A hemicelulose é o principal

componente da parede celular, correspondendo de 10 a 40% do peso seco das

forragens. A hemicelulose é um heteropolissacarídeo (constituído de glicose,

xilose, manose, arabinose e galactose), sendo a xilose e glicose (xiloglucans) o

componente predominante (LANA 2005).

A molécula de celulose é fermentada pelas bactérias do rúmen que

secretam a enzima celulase (1,4-glucosidase), que provoca a ruptura da

parede celular vegetal e aumenta a superfície e a exposição de substrato para

a colonização e fermentação. A fermentação inicial da celulose provoca a

liberação de dímeros (duas moléculas) de glicose, a celobiose, que é

hidrolisada, liberando as duas moléculas de glicose, essa finalmente até AGVs

(SOUSA & MARQUES, 2003). De acordo com D’ARCE (1995) a maior parte

dos AGVs são absorvidos pela parede ruminal a outra parte é absorvida pelo

omaso e pelo intestino grosso e delgado.

Os AGVs produzidos pela fermentação ruminal em maiores quantidades

são respectivamente acetato, propionato e butirato. Sendo que o acetato

sempre será o AGV mais abundante, no entanto, a relação acetato: propionato

é variável de acordo com o tipo de alimentação sendo que essa relação

aumenta em dietas ricas em volumosos e diminui em dietas ricas em

concentrado (VAN SOEST, 1994; D’ARCE, 1995). Em dietas ricas em

volumoso a relação acetato: propionato: butirato gira em torno de 60 a 70%, 15

a 20% e de 10 a 15% respectivamente (D’ARCE 1995).

A fermentação da celulose e hemicelulose é lenta, porque as bactérias

possuem baixa taxa metabólica. As bactérias celulolíticas e hemicelulolíticas

não requerem aminoácidos, no entanto necessitam de NH3 para a síntese

proteica (LEEK, 2006).

15

3.1.4.Fermentação de carboidratos não-estruturais

Os principais carboidratos não estruturais presentes na alimentação de

ruminantes são: amido e os açúcares solúveis (NEIVA & NEIVA, 2006). A

degradação do amido e dos açúcares solúveis é realizada por várias espécies

de bactérias amilolíticas primárias. Diferente das bactérias que degradam CNE

as que degradam CE tem taxas de fermentação rápida e promovem aumento

nas relações relativas de propionato (D’ARCE, 1995; LEEK, 2006;).

Diferente das bactérias que degradam CE as bactérias que degradam

CNE dependem não apenas de NH3, como também de alguns aminoácidos

para a síntese proteica. Em dietas com altos níveis de concentrado e açúcares

solúveis a relação acetato/propionato/butirato é em média 70:25:5 (VAN

SOEST, 1994; LEEK, 2006).

3.1.5.Digestão das proteínas

A proteína microbiana é fruto do crescimento da população de bactérias,

protozoários e fungos dentro do rúmen, que passa para o trato digestivo

posterior (abomaso e intestino delgado) para ser digerido e absorvido na forma

de aminoácidos, atendendo as necessidades de proteínas dos bovinos para a

produção de leite e de carne (SOUSA & MARQUES, 2003). A forma de

crescimento exponencial dos microrganismos transcorre quando todas as

condições de crescimento são favoráveis isto é, exigências atendidas,

consequentemente haverá expressiva produção de massa microbiana que será

digerida pelo animal, tornando-se fonte a principal fonte de proteína para o

animal ruminante (KOZLOSKI, 2002). Acrescida a proteína microbiana,

proteínas de origem endógena e proteínas não degradáveis no rúmen (PNDR)

de origem alimentar, também fazem parte da porção proteica que sofre a

digestão pós ruminal (D’ARCE, 1995; LANA, 2005; NEIVA & NEIVA, 2006).

O abomaso é o órgão secretor de ácido clorídrico e pepsinogênio,

embriológica e funcionalmente análogo ao estômago dos não ruminantes

(LEEK, 2006). A digestão pós-ruminal das proteínas inicia-se no abomaso pela

atividade pepsinogênica e das lisozimas presentes na secreção gástrica. O

16

pâncreas e o trato entérico secretam varias enzimas que tem efeito proteolítico

hidrolisando as proteínas que serão convertidas a peptídeos e aminoácidos

absorvidos pelo trato intestinal (KOSLOSKI, 2002).

3.1.6 Importância entre o sincronismo da degradação de compostos

nitrogenados e carboidratos

A velocidade da liberação da amônia no rúmen é fator determinante na

transformação do nitrogênio alimentar em proteína microbiana, pois, a maior

eficiência de síntese ocorre quando a taxa de degradação das proteínas e

carboidratos é semelhante (LANA, 2005). Já que as proteínas degradas

fornecem aminoácidos ou amônia (NH3) e os carboidratos energia e

esqueletos de carbono necessários para que ocorra a síntese de proteínas

(D’ARCE, 1995).

O processo catabólico (fermentação de carboidratos) é completamente

vinculado ao processo anabólico (síntese proteica microbiana) via adenosina

trifosfato (ATP). Pois quando a produção de ATP excede a taxa de utilização

ou quando o nitrogênio é o fator limitante, ocorre desacoplamento energético, e

a energia da ATP é dissipada na forma de calor ou usada na síntese de

lipídeos (NOCEK & RUSSEL, 1988). Ao contrário, MAGGIONI et al. (2008)

afirmam que a presença abundante de nitrogênio no ambiente ruminal, sem um

substrato energético também prejudica o animal, pois, leva ao maior gasto

energético para a conversão da amônia a uréia e excreção da uréia circulante.

Um exemplo de manejo errôneo comum notado na rotina de campo é o

fornecimento de sal proteinado com altos níveis de NNP ao gado quando não

se têm massa forrageira suficiente (no mínimo 2,5 toneladas de matéria seca

disponível por hectare) disponível ao animal. Disponibiliza-se amônia no

rúmen, mas não há síntese por falta do substrato energético aos

microrganismos. Já que mesmo em forragens com avançado grau de

envelhecimento, há uma quantidade mínima de carboidratos solúveis capazes

de juntamente com a amônia promover um start para a síntese de proteínas.

Por outro lado o fornecimento de sal proteinado no período de chuvas quando

ocorre a rebrota da forragem também é errado. Já que forragens jovens são

17

ricas em NNP e o fornecimento de outra fonte também rica em NNP pode

saturar a capacidade de síntese microbiana levando a uma alta perda de

nitrogênio e um gasto energético para conversão da amônia em uréia no fígado

e excreção desta por via renal (NEIVA & NEIVA, 2006).

Assim é de fundamental importância o conhecimento da dinâmica de

degradação ruminal dos carboidratos e do nitrogênio dos alimentos, seja ele

proteína verdadeira ou NNP para a formulação de dietas, para a formulação de

dietas com o máximo sincronismo de degradação de carboidratos e compostos

nitrogenados.

3.1.7. Reciclagem da uréia:

Segundo NELSON & COX (2002) os mamíferos são capazes de

absorver amônia pelo trato gastrintestinal, que na corrente sanguínea, passa

pelo sistema porta hepático e é convertida a uréia, composto menos tóxico

excretado por via renal. No entanto, VAN SOEST (1994) cita que os ruminantes

têm capacidade ímpar de destinação da uréia, num sistema de reciclagem,

onde a uréia circulante retorna ao rúmen por difusão ou pela saliva. De volta ao

rúmen a uréia é atacada por bactérias ureolíticas, abundantes na parede do

compartimento e será, novamente, convertida em amônia que na presença de

energia pode ser aproveitada pelos microrganismos para a síntese de

proteínas.

As trocas de uréia e amônia entre a corrente sanguínea e o trato

gastrointestinal é possível graças às diferenças entre as concentrações dos

compostos na corrente sanguínea e no trato gastrintestinal, criando, dessa

maneira, um potencial de transferência mútua por difusão entre os dois

compostos (LEEK, 2006). Este mecanismo fisiológico é de fundamental

importância em ruminantes com severos déficits proteicos na dieta, como no

caso de ruminantes selvagens ou domésticos submetidos à dieta com privação

de alimentos ou com baixos teores de proteína. A utilização de fontes de NNP

exógenas mimetiza os processos descritos e aproveita a capacidade particular

dos ruminantes, já que a uréia exógena segue a mesma rota metabólica para a

18

síntese proteica por parte dos microrganismos (D’ARCE, 1995; NEIVA &

NEIVA, 2006).

3.2 Principais fontes de NNP usadas na pecuária

3.2.1 Uréia

Segundo AQUINO et al. (2009) a uréia é quimicamente classificada

como amida, possui pequenas quantidades de ferro e chumbo, é solúvel em

água, álcool, composto orgânico sólido, possui cor branca e é cristalizada

através de um sistema prismático.

É a fonte de NNP mais conhecida e começou a ser fabricada

industrialmente em 1870 quando BASSAROW promoveu sua síntese através

da amônia com o gás carbônico, em um reator, sob condições, de elevada

temperatura e pressão (SANTOS et al., 2001).

A uréia é uma fonte de NNP altamente solúvel no rúmen, fornecendo

num curto período de tempo grandes quantidades de amônia, a qual na

presença de um substrato energético pode ser amplamente utilizada pelos

microrganismos para a síntese proteica. O equivalente proteico da uréia chega

em média a 287%. Vale ressaltar que para se alcançar níveis como esse de

proteína, deve haver um perfeito sincronismo entre a degradação da uréia e do

substrato energético fornecido aos animais, além da adaptação prévia a esse

alimento (VAN SOEST, 1994; SOUSA & MARQUES, 2003; TOMICH et al.,

2003).

No Brasil, a uréia é amplamente utilizada na alimentação de bovinos,

sendo exemplo clássico a mistura de cana com uréia utilizada pelos produtores

para a redução dos custos com a alimentação na época de escassez de

forragem de qualidade. A cana é rica em carboidratos solúveis, mas pobre em

proteínas, por isso cana + uréia leva ao rúmen uma fonte de NNP e de

carboidratos, principalmente sacarose de rápida degradabilidade possibilitando

a síntese protéica microbiana. Além disso, e como fonte de NNP em sais

proteinados e rações concentradas (TOMICH et al., 2003).

19

3.2.2 Amiréia

Um dos fatores que limita a utilização da uréia é baixa aceitação, pelos

animais, devido ao seu sabor amargo rápida e total solubilidade no ambiente

ruminal, o que motivou STILES et al. (1970) e HEMER e BARTLEY (1971)

citados por EZEQUIEL et al. (2001) a estudarem processos que minimizassem

essas duas características. A amiréia passa por uma combinação de grãos

cereais ou amido de mandioca e uréia num processo de extrusão, combinação

de calor, umidade, e pressão, que provoca a gelatinização do amido,

hidratação das proteínas e mudanças na estrutura e viscosidade do grão

(HUBER, 1995).

A combinação amido e uréia gera maior sincronismo na liberação do

amido e da hidrólise na uréia á amônia no rúmen favorecendo a síntese

microbiana e diminuindo a toxicidade da amônia. Além disso, com esse

processo a aceitação da uréia aumenta, devido à melhora da palatabilidade, a

digestibilidade do amido pela gelatinização e consequentemente o

desempenho produtivo dos animais (EZEQUIEL et al., 2001; GONÇALVES et

al., 2004). Segundo (EZEQUIEL et al., 2001) a digestibilidade da fibra em

detergente neutro (FDN) melhorou em ovinos cujas dietas continham amiréia.

Provavelmente pelo aumento da população de microrganismos digestores de

fibras. Devido ao maior sincronismo entre a liberação de amônia e

carboidratos. No entanto, MENDES et al. (2010) o usando uréia in natura e na

forma extrusada (amiréia) não mostrou diferenças significativas, na

produtividade de cabras leiteiras. Em trabalho realizado por GONÇALVES et al.

(2004) trabalhando com bovinos mestiços, observam que o fornecimento da

amiréia só apresentou superioridade produtiva em relação à uréia no período

de seca, provavelmente porque no período de chuvas as forragens apresentam

altas taxas de NNP, sendo que o nitrogênio não é o fator limitante para a

síntese proteica, enquanto no período de seca fontes de NNP com maior

sincronismo de degradação de carboidratos levam a melhores desempenhos

produtivos, mostrando que não há unanimidade em relação a real

superioridade da amiréia quando comparada a uréia no que tange ao

desempenho produtivo dos animais.

20

3.2.4 Optigen®

É uma das mais novas fontes de NNP a entrar no mercado. A uréia de

liberação lenta Optigen® é pelitizada e recoberta por um polímero

biodegradável apresentando-se como fonte altamente concentrada de

nitrogênio e com liberação mais constante e lenta no rúmen (GONÇALVES,

2006).

Segundo GONÇALVES (2006) a substituição da uréia tradicional pelo

Optigen® melhora a digestibilidade aparente da PB. Estudos in vitro

conduzidos por MERAZ, (2010) revelou que o polímero de revestimento do

Optigen®, favorece a lenta liberação da uréia no líquido ruminal, e esta

combinada com a uréia pecuária na proporção de 1:1 melhora a fermentação

das forragens e favorece o crescimento de bactérias celulolíticas. Avaliando o

mesmo tratamento in situ usando vacas leiteiras observou-se que quando

comparado à torta de soja em dietas isoprotéicas a mesma combinação de

uréia pecuária e Optigen® aumentou a digestibilidade ruminal e a porcentagem

total de digestão da MS, matéria orgânica, FDN e compostos nitrogenados.

Além disso, houve um aumento na concentração de ácidos graxos voláteis no

rúmen. Segundo AKAY et al. (2004), o uso de uréia de liberação lenta resultou

em aumento na porcentagem de gordura no leite sem alterar a produção,

provavelmente pela maior taxa de crescimento de bactérias celulolíticas que

aumentam a produção de acetato que é precursor das gorduras no leite.

No entanto, segundo GONÇALVES (2006) a substituição da uréia

pecuária por Optigen® resultou em poucos efeitos sobre o padrão de

fermentação ruminal em bovinos submetidos a dietas à base de forragem de

baixa qualidade. Resultado semelhante foi observado por AZEVEDO et al.

(2010) em novilhos alimentados com feno de baixa qualidade, já que a

suplementação com uréia pecuária e de liberação lenta não foram capazes de

aumentar a degradabilidade da parede celular do volumoso utilizado.

Sendo assim, ainda há uma controvérsia em relação a real superioridade

da uréia de liberação lenta em relação à pecuária. Sendo ainda, necessários

mais estudos para quantificar e qualificar todas as vantagens da uréia de

liberação lenta em relação à pecuária.

21

3.3 Análise econômica:

A partir dos preços médios de mercado podem ser feitas algumas

considerações sobre o custo por kg e o equivalente protéico de cada

ingrediente proteico. Por exemplo, caso uma vaca leiteira esteja consumindo

200 g de uréia por dia com 287% de PB, considerando que o preço desta seja

de R$ 1,5/kg o custo por animal é de R$ 0,30 e o equivalente proteico de 574 g

de PB. Se a opção fosse a amiréia com 180% de PB para fornecer as mesmas

574 g de PB teríamos que fornecer 319 g do produto que custa R$ 1,69/Kg,

sendo assim o custo para a alimentação seria de R$ 0,54/animal, ou seja, 80%

maior do que o da uréia. No caso do Optigen® que apresenta equivalente

proteico de 274% de PB e o preço médio é de R$ 1,83/Kg deveriam ser

oferecidos 210 g por animal e o custo por animal seria de R$ 0,38/dia, 28%

maior do que o da uréia. Em função desses aspectos uma análise criteriosa

dos ingredientes deve ser feita antes da escolha da fonte de NNP, tanto no que

diz respeito aos custos e a segurança de uso do produto quanto a intoxicações

e incremento produtivo de cada um. Talvez essa diferença considerável nos

preços das fontes de NNP assim como a não unanimidade quanto à

quantificação dos ganhos produtivos dos animais que receberam fontes mais

novas de NNP faça com que a uréia ainda seja a fonte mais usada entre os

produtores brasileiros.

No entanto, mesmo havendo diferenças em relação aos preços das

fontes de NNP se substituídos por concentrados proteicos como o farelo de

soja, o preço seria superior a qualquer uma dessas fontes. Considerando o

preço médio de mercado do farelo de soja de R$ 0,96/kg, com 90% de MS e

48% de PB. Então para suprir os mesmos 574g de proteína, deve-se oferecer

1,320 kg de farelo por animal, o custo por animal será então de R$ 1,26, 390%,

237,8 % e 293,6% mais caros do que uréia, amiréia e Optigen®

respectivamente.

22

3.4. Relação entre proteína dietética e reprodução

3.4.1Proteína e reprodução

A nutrição é de fundamental importância sobre os aspectos reprodutivos

nos animais (FERNANDES et al., 2008). Estudos comprovam que o excesso

de proteína na dieta pode, via vários mecanismos diminuir os índices

reprodutivos dos rebanhos (BUTLER, 2008). No caso do NNP o efeito pode se

intensificar já que apresenta degradabilidade muito rápida no rúmen,

aumentando rapidamente as taxas de amônia circulante (TOMICH et al., 2003).

Os extremos no nível de alimentação são prejudiciais para a

sobrevivência embrionária, assim como também os extremos no suprimento de

nutrientes dietéticos específicos (JAINUDEEN & HAFEZ, 2004). Estudos

(MAGGIONI et al., 2008; BUTLER, 2008; FERREIRA, 2008) comprovaram que

dietas com excesso de PB levam a alta taxa de amônia no rúmen que por sua

vez resultam em altas taxas de Nitrogênio Ureico no Plasma (NUP) e no Leite

(NUL) e estão correlacionadas com a queda na fertilidade, principalmente, em

vacas leiteiras. O excesso de amônia circulante passa pelo metabolismo

hepático (ciclo da uréia) e pela excreção renal, ambos elevando o gasto

energético o que intensifica o balanço energético negativo (BEN) em vacas de

alta produção leiteira no periparto. Além disso, mudanças no pH e fluido

uterino, mudanças na concentração de hormônios e metabólitos sanguíneos

também foram registrados em vacas com altas taxas de NUP e NUL. Os

mecanismos pelos quais o excesso de proteínas na dieta podem interferir

negativamente na reprodução podem ser: a intensificação do BEN, mudanças

no pH e na composição do fluido uterino, a baixa nos níveis circulantes de

glicose, insulina, e progesterona e o aumento da produção de β-hidroxibutirato

e ácidos graxos não esterificados (AGNE´s) (SANTOS et al., 1998, BUTLER

2008, SARTORI & GUARDIEIRO, 2010).

A glicose é o principal precursor energético utilizado pelas células

foliculares. Contudo, sua disponibilidade no início da lactação é baixa, devido

ao alto gasto energético (CARVALHO, 2009). Além disso, é considerado

indicador do metabolismo energético no sistema nervoso central. Sendo que

baixas concentrações plasmáticas podem suprimir a liberação de hormônios

sexuais (DISKIN et al., 2003).

23

A insulina é o principal hormônio metabólico, sendo responsável pelo

estímulo celular a captação de glicose (EILER 2006). No fígado tem ação na

produção do fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1). No ovário,

observam-se receptores de insulina nas células da teca, da granulosa e no

estroma ovariano (PORESTKY & KALIN, 1987). No folículo, a insulina é

potente estimulador da esteroidogênese e proliferação celular, sendo

importante para a maturação folicular (PORESTKY & KALIN, 1987).

Devido à correlação positiva entre os níveis de PB na dieta e a produção

de leite, dietas com alto teor de PB (>18%) são comumente utilizadas em

dietas pós-parto para vacas de alta produção leiteira (SARTORI &

GUARDIEIRO 2010), atuando como importante fator na queda dos índices

reprodutivos em rebanhos leiteiros de alta produção. Em vacas leiteiras, altos

suprimentos de proteína degradável no rúmen podem levar á mortalidade

embrionária (BUTLER et. al., 1996; PEREIRA et al., 2005;).

3.4.2. Intensificação do Balanço Energético Negativo

De acordo com DIAS (2007), o BEN ocorre naturalmente em vacas no

final da gestação e início de lactação já que por fatores físicos (diminuição do

espaço do rúmen devido ao aumento do útero) e fisiológicos (mudanças nas

concentrações de hormônios) a vaca diminui seu CMS e, paralelamente, mais

nutrientes são destinados à síntese láctea. Então, a quantidade de alimento

ingerida não é suficiente para atender as necessidades de nutrientes para a

mantença e a produção de leite e a vaca passa a usar suas reservas corporais,

para compensar o déficit nutricional.

Segundo (SARTORI & GUARDIEIRO 2010) o excesso de amônia no

rúmen leva a intensificação desse evento que ocorre naturalmente nos animais

devido ao alto gasto energético para converter o excesso de amônia circulante

em uréia no fígado e promover excreção renal. Vacas em BEN apresentam

altas concentrações sanguíneas de AGNEs, β-hidroxibutirato e uréia, enquanto

as taxas de glicose, insulina e IGF-1 estão baixas, pois são destinados a

síntese láctea. Tais alterações estão comumente associadas à falha

reprodutiva devido ao comprometimento da função ovariana e da fertilidade. Os

24

AGNEs tem ação sobre o hipotálamo e hipófise, atuando como mensageiros

metabólicos, afetando a secreção de gonadotrofinas (CANFIELD & BUTLER,

1990). Segundo MARR et al. (2002) β-hidroxibutirato resulta da neoglicogênese

em vacas em BEN e tem a capacidade de agir inibindo a produção folicular de

estradiol e a ovulação e são, assim como os AGNEs sinais metabólicos que

agem no hipotálamo reduzindo a frequência dos pulsos de LH, nos ovários

diminuem a sensibilidade ao IGF-1 e a insulina.

Segundo (FERREIRA, 2007; MAGGIONI et al., 2008) pesquisas

demonstram que o desenvolvimento embrionário fica comprometido quando os

ovócitos são maturados em um meio rico em AGNEs e pobre em glicose. O

mesmo ocorre em ovócitos submetidos a baixas concentrações de IGF-1. O

balanço energético negativo parece diminuir a liberação de LH em vacas

diminuindo assim os índices reprodutivos já que a manutenção da prenhez

depende desse hormônio. O IGF-1 tem função amplificadora do estímulo

provocado pelo hormônio folículo estimulante (FSH), permitindo

desenvolvimento folicular mesmo sob baixas concentrações plasmáticas desse

hormônio, durante a transição da dependência de gonadotrofinas, do FSH para

o LH. Sendo de fundamental importância para o estabelecimento de

dominância (MIHM et al., 2002; MAZERBOURG et al., 2003). Vacas em BEN

voltam a ciclar tardiamente aumentando assim o Intervalo de Partos (IEP). Já

que o BEN age negativamente a nível de hipotálamo, hipófise e ovários

(SARTORI & GUARDIEIRO, 2010).

Em situações onde ocorrem baixas taxas de degradação dos

carboidratos em relação às proteínas, o acúmulo de amônia ruminal é maior, e

consequentemente as concentrações de NUL e NUP aumentam muito, o que

piora o BEN (BUTLER, 2008; TOMICH et al., 2003).

3.4.3 pH e fluído uterino

Segundo SANTOS et al. (2001), evidências demonstram que vacas

submetidas a dietas com alta quantidade de proteínas degradáveis no rúmen,

apresentam baixo pH uterino durante a fase luteínica do ciclo, período no qual

o embrião deve crescer. Também há diminuição nas concentrações de P, Mg e

25

K no fluido uterino na fase luteal. Essa alteração nas concentrações minerais

no útero leva a baixa na secreção uterina e aumento da concentração de uréia

no mesmo. Levando a morte embrionária devido ao comprometimento do

desenvolvimento do mesmo, pelo baixo pH e pela falta de secreção uterina que

nesta fase em que deve haver o reconhecimento materno da gestação, e

também é primordial para a nutrição embrionária já que o embrião não sofreu

placentação. A acidez do muco cervical também parece diminuir a motilidade

dos espermatozoides assim como a habilidade em penetrar o muco cervical.

Parece haver resposta rápida em relação ao aumento do NUP,

diminuindo o pH uterino. O mesmo ocorre com as concentrações de amônia e

uréia no fluido uterino que são diretamente proporcionais as concentrações do

NUP. Alterando significativamente o ambiente uterino, comprometendo a

implantação do embrião e diminuindo as taxas de prenhez (BUTLER 2008).

Segundo OLIVEIRA et al. (2004), possivelmente a alteração no pH é mediada

por um sinal metabólico, reconhecido especificamente pela mucosa

endometrial, gerando uma mudança nas concentrações de minerais no útero, o

que acabou por atrair íons hidrogênio para o meio intra-uterino.

3.4.4. Efeitos da proteína sobre a dinâmica folicular

Os folículos apresentam duas ou três ondas foliculares até atingirem um

estado de dominância folicular (HAFEZ et al., 1996). Segundo MAGGIONI et.

al.(2008) estudos conduzidos por GARCIA - BAJALIL et al. (1998) notaram que

vacas submetidas a dietas com alta densidade protéica apresentam folículos

menores. Provavelmente não por efeitos diretos na dinâmica folicular, mas pela

interferência no metabolismo energético devido ao excesso de amônia.

3.5.Correto balanceamento da dieta e fertilidade:

A quantidade da amônia incorporada na proteína microbiana depende da

concentração de energia fermentável da dieta. Os carboidratos, mediante o

fornecimento de energia e esqueletos de carbono, possibilitam a síntese

proteica. A fonte e a quantidade dos carboidratos são os fatores mais

26

importantes, capazes de influenciar decisivamente a eficiência de utilização da

uréia pelos microrganismos do rúmen (TOMICH et al., 2003). Portanto a

maximização da sincronização de proteína e carboidratos dietéticos no rúmen

resulta na minimização das perdas de nitrogênio e aumento da produção

microbiana (PEREIRA et al., 2005). A melhor eficiência de utilização do

nitrogênio reduz os picos de NUP e diminui as perdas energéticas em

conversão, de amônia a uréia, podendo colaborar decisivamente, com a

eficiência reprodutiva em bovinos de corte e leiteiros criados sob manejo

intensivo e extensivo (FERNANDES et al., 2005).

De acordo com TOMICH et al. (2003) as dietas devem ser balanceadas

com quantidades corretas de PNDR de alta qualidade é essencial para que não

haja acúmulo de amônia no rúmen e para fornecer aminoácidos que escapem

a degradação ruminal e possam ser absorvidos nos intestinos e serem

prontamente utilizados pelos animais. BUTLER et al. (1996); PEREIRA et al.

(2005) afirmam que os maiores problemas com relação a desordens

reprodutivas ocorrem não devido ao fornecimento de NNP nas dietas, más as

formulações inadequadas das mesmas, principalmente no que diz respeito a

densidade energética e a quantidade mínima de PNDR.

3.6. Intoxicação por uréia

Uma das principais limitações para o uso da uréia é o potencial tóxico da

mesma, pois apesar de esporádicos, os casos de intoxicação por uréia são,

geralmente, de curso clínico rápido e, segundo ANTONIELLI et al. (2009)

podem levar o animal a morte dentro de 30 minutos. Na prática nota-se que tal

fato leva muitos criadores a não utilizar a uréia como alimento no seu rebanho

temendo eventual intoxicação dos animais.

A intoxicação ocorre, em geral, quando o animal tem acesso a grandes

quantidades deste produto (dose tóxica: de 0,3 a 0,5 g de ureia por kg de peso

corporal, e a dose letal em torno de 1,0 a 1,5 g de uréia por kg de peso

corporal) e o ingere sem estar adaptado (Ex: rações saborosas ricas em uréia).

Outras circunstâncias que podem levar à intoxicação por uréia são as misturas

ou formulações inadequadas de alimentos que contêm NNP (Ex: misturas de

27

rações ou minerais não homogêneas); consumo, no pasto, quando utilizada

como adubo e misturada com farinha de soja, pois a uréase contida na soja

induz à formação de amônia. O uso de soja integral com uréia pode levar a

intoxicação mesmo em dietas com as quantidades recomendadas de uréia e o

animal seja adaptado, já que a soja in natura possui altas quantidades de

uréase que acelera substancialmente a degradação ruminal da uréia a amônia

(PEREIRA, 1992).

A uréia por si só não é tóxica. Em condições naturais é transformada no

rúmen em amônia, a qual é prontamente absorvida (BARBOSA, 2005).

Segundo PEREIRA (1992) a amônia (NH3) recombina com o CO2 formando

carbamato de amônia (NH2CO.ONH4 de pH alcalino), que é, absorvido pela

parede do rúmen-retículo e ganha rapidamente a corrente circulatória. O

carbamato de amônia libera ácido fórmico (HCOOH), que age com nitratos,

molibdatos, cálcio e magnésio e é oxidado, passando a ácido oxálico. Portanto,

primeiro observa-se, alcalose e depois acidose metabólica. Parece haver

inibição do ciclo de Krebs, resultando em glicólise anaeróbica compensatória.

O acúmulo de amônia, afeta fatores neurogênicos e adrenérgicos, atuando na

permeabilidade dos capilares pulmonares, no sangue, causa inconsciência e

relaxamento dos músculos voluntários.

Os sinais de toxicidade podem se iniciar 10 minutos após a uréia ter sido

ingerida e consistem em dor abdominal intensa, formação de espuma na boca

e narinas, hipersensibilidade a movimentos, a ponto de ficarem agressivos,

tremor muscular, incoordenação, fraqueza, dispnéia, meteorismo e o animal

muge e se debate de forma violenta e podem chegar a morrer (RADOSTITS,

2002). Em casos menos graves os animais apresentam-se sonolentos e em

decúbito. O índice de mortalidade dos animais acometidos é alto.

O tratamento preconizado é a administração oral de ácido fraco como

vinagre (4 litros por vaca) ou ácido acético a 5 %. Esses tratamentos podem

reduzir a quantidade mínima de amônia absorvida, mas devem ser

administrado tão logo apareçam os primeiros sinais clínicos, podendo ser

necessárias repetições das administrações, uma vez que os sinais clínicos

tendem a reincidir a cada 30 min após o tratamento (RADOSTITS, 2002).

Segundo (PEREIRA, 1992) o tratamento com cálcio e magnésio pode

ser eficaz já que alta concentração de amônia sanguínea leva a hipocalcemia e

28

hipomagnesemia. Em caso de convulsões e espasmos musculares

tetaniformes graves o uso de bloqueadores adrenérgicos, como ergotamina e

os depressores do Sistema Nervoso Central, (Ex: Barbitúricos) são indicados

no tratamento.

O único tratamento realmente eficaz é o esvaziamento rápido e eficiente

do rúmen, quer por meio de sonda de grande calibre para lavagem gástrica,

quer mediante rumenotomia, mas os resultados não fazem diferença, uma vez

que as lesões geralmente já ocorreram (RADOSTITS, 2002).

A adaptação dos animais é indispensável. O fornecimento gradual do

NNP faz com que haja um crescimento dos microrganismos ureolíticos e os

que usam a amônia na síntese proteica no rúmen aproveitando melhor a

amônia gerada no seu metabolismo. O aumento gradual dos níveis de amônia

circulante estimula uma maior metabolização hepática da amônia à uréia

aumentando a tolerância e a aceitação do animal a essas dietas. Geralmente a

adaptação é realizada em pelo menos 10 dias, fornecendo-se 35% da

quantidade final que o animal vai ingerir nos primeiros 5 dias 70% do sexto ao

décimo dia e no décimo primeiro dia a quantidade final de consumo por animal.

A quantidade máxima de uréia adicionada na dieta é de 1% do consumo total

de matéria seca da dieta (TOMICH et al. 2003; PEREIRA, 1992).

29

4. CONCLUSÃO

O uso das fontes de NNP é recomendado e permite diminuição de

custos com alimentação de ruminantes desde que sejam usadas de maneira

correta e em quantidades adequadas.

Devido ao sincronismo necessário na degradação de carboidratos e

compostos nitrogenados no rúmen, fontes de NNP deveriam ser usadas

mesmo que seu custo fosse mais elevado.

Existem diversas fontes de NNP alternativas à uréia, no entanto, análise

da relação custo X benefício é essencial levando em consideração o preço de

cada fonte, melhoria no desempenho animal e margem de segurança em

relação à toxicidade ou efeitos negativos para a reprodução.

30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em função da diversidade casuística nas diversas áreas de atuação da

medicina veterinária ocorridas por época do estágio os conhecimentos técnicos

foram colocados em prática e solidificados proporcionando segurança e

confiança para o adequado desempenho quando profissional.

Dentre todas as atividades executadas durante o estágio a área de

nutrição animal foi de maior interesse, devido, provavelmente a afinidade

pessoal pela área, possibilidade de incrementar a receita do produtor com

medidas simples e, principalmente, a pouca importância dada por parte de

muitos produtores menos esclarecidos.

31

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AKAY, V.; TIKOFSKY, J.; HOLTZ, C.; DAWSON, K. Optigen® 1200:

controlled release of non-protein nitrogen in the rumen. In:Nutritional

biotechnology in the feed and food industries, Alltech’s. Nottingham.

Proceedings... Nottingham: Nottingham University Press, p.179-185,

2004.

2. ANTONELLI, A.C.; TORRES, G.A.S.; MORI, C.S.; SOARES, P.C.;

MARUTA, C.A.; ORTOLANI, E.L.; Intoxicação por amônia em bovinos que receberam uréia extrusada ou granulada: alterações em alguns componentes bioquímicos do sangue. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Sciense, São Paulo, v.46, n.1, p.69-76, 2009

3. AQUINO, A.A.; JÚNIOR, J.E.F.; GANDRA, J.R.; PEREIRA, A.S.C.;

RENNÓ, F.P.; SANTOS, M.V.; Utilização de nitrogênio não protéico na alimentação de vacas leiteiras: metabolismo, desempenho produtivo e composição do leite. Veterinária e Zootecnia, p.575-591, v.16, n.4,

dez., 2009.

4. AZEVEDO, E.B.; PATIÑO, H.O.; SILVEIRA, A.L.F.; LOPÉZ, J.; NÖRNBERG J.L.; BRÜNING G.; Suplementação nitrogenada com ureia comum ou encapsulada sobre parâmetros ruminais de novilhos alimentados com feno de baixa qualidade. Ciência Rural, Santa Maria,

v.40, n.3, p.622-627, 2010.

5. BARBOSA, J. D. Intoxicações com manifestações neurológicas em ruminantes. Simpósio Mineiro de Buiatria. Anais... Uberlândia: 2005

6. BUTLER, W.R. Efeito do balanço energético negativo na fertilidade de

vacas leiteiras. In: Curso de Novos Enfoques na Reprodução e Produção de Bovinos. Anais… Uberlândia: p.26-36, 2008.

7. BUTLER, W.R.; CALAMAN, J.J.; BEAM, S.W. Plasma and Milk Urea Nitrogen in Relation to Pregnancy Rate in Lactating Dairy Cattle. Department of Animal Science, Ithaca: Cornell University,1996.

8. CANFIELD, R. W.; BUTLER, W. R. Energy balance and pulsatile luteinizing hormone in early postpartum dairy cows. Domestic Animal Endocrinology, v.7, p. 323-330, 1990.

9. CARVALHO, B.C. Parâmetros reprodutivos, metabólitos e produção de leite de vacas mestiças Holandês X Zebu submetidas a dois manejos pré-parto. 2009. 196p. Tese (Doutorado em Ciência Animal) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

32

10. COTTA, M.A., HESPELL, R.B. Protein and amino acid metabolism of rumen bacteria. In: MILLIGAN, L.P., GROVUM, W.L., DOBSON, A. Control of digestion and metabolism in ruminants. Prentice-hall,

Englewood Cliffs, New Jersey, USA, p.122-136, 1986.

11. D’ARCE, R.D., Fisiologia da Digestão. In: PEIXOTO, A.M.; Nutrição de Bovinos: conceitos básicos e aplicados. 5ª Ed. Piracicaba: FEALQ, 563p. 1995.

12. DIAS, C. E. Efeito do balanço energético negativo na eficiência reprodutiva de vacas. 2007. 53p. Monografia, (Graduação em Medicina

Veterinária). Pontifícia Universidade Católica-MG. Poços de Caldas.

13. DISKIN, A.G.; MACKEY, D.R.; ROCHE, J.F. Effects of nutrition and metabolic status on circulationg hormones and ovarianfollicle development in cattle. Animal Reproduction Science., v.78, p. 345-370, 2003.

14. EILER, H. Glândulas Endócrinas. In: In: REECE, W.O., Dukes: Fisiologia dos Animais Domésticos. 12ª Ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 926 p. 2006.

15. EZEQUIEL, J.M.B.; MATARAZZO, S.V.; SALMAN, A.K.D.; JÚNIOR, A.P.M.; SOARES, W.V.B.; SEIXAS, J.R.C.; Digestibilidade Aparente da Energia e da Fibra de Dietas para Ovinos Contendo Uréia, Amiréia ou Farelo de Algodão. Revista Brasileira de Zootecnia, Brasília: v.30 n.1

p.231-235, 2001.

16. FERNANDES, R.H.R.; NETO, A.R.; MADUREIRA, E.H.. Nitrogênio dietético e eficiência reprodutiva em bovinos: Revisão. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, São Paulo: v.12, Nº. 2, 2008.

17. FERREIRA, A.F. Alimentação de novilhas com uréia por curto prazo

afeta a qualidade de complexos cumulus oócito e o desenvolvimento de embriões In vitro. Tese (Doutorado em

Reprodução Animal) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo: 2007.

18. GARCIA-BAJALIL, C.M., STAPLES, C.R., RISCO, A.A. et al, Protein degradabillty and calcium salts of long-chain fatty acids in the diets of lactating dairy cows: productive responses. Journal Dairy Science,v.8 p.1374-1384, 1998.

19. GONÇALVES, A.P., Uso de uréia de liberação lenta em suplementos

protéico-energeticos fornecidos a bovinos recebendo forragens de baixa qualidade. Dissertação (Mestrado em Nutrição Animal) Faculdade

de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo. Pirassununga: 2006

33

20. GONÇALVES, C.C.M.; TEIXEIRA. J.C.; EVANGELISTA, A.R.; PÉREZ

J.R. O.; MUNIZ, J.A.; Desempenho em bovinos de corte no pasto suplementado com misturas múltiplas de uréia e amiréia. Revista de Ciências e agrotecnologia, Lavras, v.28, n.1, p.174-181, jan./fev., 2004

21. HAFEZ, E.S.E. Reprodução dos animais domésticos, 6ª Edição,

Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1996, 726p.

22. HUBER, J.T. Substituição da proteína dietética pelo nitrogênio não-protéico. In: PEIXOTO, A.M.; Nutrição de bovinos: Conceitos básicos e aplicados. Piracicaba: FEALQ, 563 p. 1995.

23. JAINUDEEN, M.R., HAFEZ, E.S.E., Falha reprodutiva em Fêmeas. In:

HAFEZ, E.S.E., HAFEZ B., Reprodução Animal. 7. Ed. Barueri: Manole, 513p. 2004.

24. KOSLOSKI, G.V.; Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: UFSM,

139 p. 2002.

25. LEEK, B.F., Digestão no estômago do ruminante. In: REECE, W.O., Dukes: Fisiologia dos Animais Domésticos. 12ª Ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 926 p. 2006.

26. MAGGIONI, D.; ROTTA, P.P.; MARQUES;J.A.; ZAWADZKI, F.; PRADO, R.M.; PRADO, I.N. Influência da proteína sobre a reprodução animal: Uma revisão. Revista Campo Digital., Campo Mourão, v.1, n.2, p.105-110, jan/out. 2008

27. MARR, A.L.; PIEPENBRINK, M.S.; OVERTON, T.R.; LUCY, M.C.; BUTLER, W.R. The somatotrophic axis and lipid metabolism in transition dairy cows in relation to timing of first postpartum ovulation. Journal Dairy Science, v.85, suppl.1, p.66, 2002.

28. MAZERBOURG, S. The Insulin-like growth factor system: a key determinant role in the growth and selection of ovarian follicles? A comparative species study. Reproduction Domestic Animal, v.38, p.247-258. 2003.

29. MENDES, C.Q.; FERNANDES, R.H.R.; SUSIN, I.; PIRES, A.V.; GENTIL,

R.S.; Substituição parcial do farelo de soja por ureia ou amiréia na alimentação de cabras em lactação. Revista Brasileira de Zootecnia.,

v.39, n.8, p.1818-1824, 2010

30. MERAZ, J.A.S., Evaluación de efectos biológicos y mecanismos de accíon de laurea protegida para rumiantes. Tese (Doutorado em Recursos genéticos e produtividade). Montecillo: Colegio de Postgraduados, 2010. 78p.

34

31. MIHM, M.; CROWE, M. A.; KNIGHT, P. G. Follicle wave growth in cattle. Reproduction Domestic Animal, v.37, p.191-200, 2002.

32. NEIVA, A.C.G.R.; NEIVA, J M.N. Do Campus para o Campo. Fortaleza:

Expressão, 2006. 320p.

33. NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger – Princípios de bioquímica.

3.ed. São Paulo: Sarvier, 2002. 1532p.

34. NOCEK, J.E.; RUSSELL, J.B. Protein and energy as an integrated system. Relationship of ruminal protein and carbohydrate availability to microbial synthesis and milk production. Journal of Dairy Science,

Champaign, v.71,n.8, p.2070-2107, 1988.

35. NOLAN, J. V. Nitrogen Kinetics. In: FORBES, J. M.; FRANCE, J. Quantitative aspects of ruminant digestion and metabolism.

Wallingford: Cambridge University, p.123-144,1993.

36. NRC – National Research Council. Ruminant nitrogen usage.

Washington, DC: 138p. 1985,

37. OLIVEIRA, M.N.; TORRES, C.A.A.; COSTA, A.P.; CARVALHO, G.R.; Uréia para vacas leiteiras no pós-parto: Teor plasmático de uréia e pH uterino. Revista Brasileira de Zootecnia. Brasília, v.33, n.1, p.123-127, 2004.

38. PEREIRA, C.A. Plantas tóxicas e intoxicações na veterinária.

Goiânia: UFG 253p. 1992.

39. PEREIRA, E.S.; ARRUDA, A.M.V.; MIRANDA; L.F.; MIZUBUTI, I.Y.; MUNIZ, E.B.; PINTO, A.P.; Importância da inter-relação carboidrato e proteína em dietas de ruminantes. Semina: Ciências Agrárias,

Londrina, v.26, n.1, p.125-134, jan./mar. 2005.

40. PORETSKY, L. e KALLIN, M.F. The gonadotrophic function of insulin. Endocrinology Reviews., v.8, p. 132, 1987.

41. QUINTÃO, F.A., PERÉZ, J.R.O.; SALVADOR, F.M.; SIQUEIRA, B.G.; GERASEEV, L.C.; Desempenho de borregas Santa-inês alimentada com duas fontes de nitrogênio não-protéico em dietas formuladas estimulando a síntese de proteína microbiana ruminal. Revista de Ciências e Agrotecnologia. Lavras, v.33, n.1, p. 279-284, jan./fev.,

2009

42. RADOSTITS, O.M.; GAY, O.C.; BLOOD, D.C.; HINCHILIFF, K.W., Clínica veterinária, tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9º Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

1825p.

35

43. SANTOS, G.T.; CAVALIERI, F.L.B.; MODESTO, E.C. Recentes avanços em nitrogênio não protéico na nutrição de vacas leiteiras. In: Simpósio Internacional em Bovinocultura de Leite: Novos conceitos em Nutrição. Anais...Lavras: UFLA, p.199-228, 2001.

44. SANTOS, J.E.P. Efeitos da nutrição na reprodução bovina. In: Uberaba: Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas 1998. Disponivel em: http://www.abcz.org.br/site/eventos/anais/1998/conferencias.php

45. SARTORI, R.; GUARDIEIRO, M.M. Fatores nutricionais associados à reprodução da fêmea bovina. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39,

p.422-432, 2010.

46. SOUSA, B.M.; MARQUES, D.C., Alimentação dos Bovinos. In: MARQUES, D.C., Criação de bovinos. Belo Horizonte: CVP, 535p.

2003.

47. TAMMINGA, S. Protein degradation in the forestomachs of ruminants. Jounal of Animal Science, V.49 p.1615-1630, 1979.

48. TOMICH, T.R. LOPES, H.O.S. GONÇALVES, L.C.; Uréia para Ruminantes. In: MARQUES, D.C., Criação de bovinos. Belo Horizonte: CVP, 535p. 2003.

49. VALADARES, R.F.D.; GONÇALVES, L.C.; RODRÍGUEZ, N.M. Níveis de

proteína em dietas de bovinos. Consumo e digestibilidade aparente totais e parciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.6, p.1252-

1258,1997.

50. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2ª. Ed. Ithaca: Cornell University Press, 476p.1994.