relatório de estágio romário milhomem da cruz técnico em agropecuária - ifma 2015

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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO CAMPUS SÃO LUÍS MARACANÃ REDE E-TEC BRASIL CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO NO SETOR DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO INTENSIVA DE LEITE NAS UNIDADES DEMONSTRATIVAS ATENDIDAS PELO PROGRAMA BALDE CHEIO NO MUNICÍPIO DE PORTO FRANCO ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ PORTO FRANCO 2015

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Page 1: Relatório de estágio romário milhomem da cruz   técnico em agropecuária - ifma 2015

INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO CAMPUS SÃO LUÍS – MARACANÃ

REDE E-TEC BRASIL

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO NO SETOR DE TRANSFERÊNCIA DE

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO INTENSIVA DE LEITE NAS UNIDADES

DEMONSTRATIVAS ATENDIDAS PELO PROGRAMA BALDE CHEIO NO

MUNICÍPIO DE PORTO FRANCO

ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ

PORTO FRANCO

2015

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ROMÁRIO MILHOMEM DA CRUZ

RELATÓRIO DE ESTÁGIO NO SETOR DE TRANSFERÊNCIA DE

TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO INTENSIVA DE LEITE NAS UNIDADES

DEMONSTRATIVAS ATENDIDAS PELO PROGRAMA BALDE CHEIO NO

MUNICÍPIO DE PORTO FRANCO

Relatório apresentado ao IFMA Campus São Luís –

Maracanã, à disciplina de Estágio para conclusão do

curso Técnico em Agropecuária.

Técnico Responsável: Wanderlan Parreão de Moura

Médico Veterinário

CRMV-MA 0768

PORTO FRANCO

2015

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4

2. IFMA ......................................................................................................................................... 6

2.1 Ensino industrial e agrícola ............................................................................................... 6

2.2 Ampliação no Estado do Maranhão ............................................................................... 6

2.3 Criação dos Institutos Federais ....................................................................................... 7

3. SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, PRODUÇÃO

E MEIO AMBIENTE ...................................................................................................................... 8

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ....................................................................................... 8

4.1 Metodologia, visitas e acompanhamento das propriedades ......................................... 9

4.2 Planejamento de um sistema de produção de leite em pasto rotacionado ................ 11

4.2.1 Localização da Unidade Demonstrativa acompanhada ............................................ 11

4.2.2 Quantidade e tipo de animais utilizados observados ................................................ 12

4.2.3 Instalações e equipamentos utilizados ...................................................................... 12

4.2.4 Os módulos de Piquetes ........................................................................................... 12

4.2.5 Espécie Forrageira escolhida .................................................................................... 13

4.2.6 Irrigação em pastejo rotacionado ............................................................................. 14

5. PALESTRA SOBRE MASTITE NO LEITE ...................................................................... 15

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 16

REFERÊNCIA ................................................................................................................................. 18

ANEXOS.......................................................................................................................................... 20

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil detém o maior rebanho de bovinos para comércio no mundo,

graças às suas vantagens naturais, possuindo a maior área agricultável e o maior

reservatório de água doce do mundo, condições edafoclimáticas e topografia diversificada,

boa luminosidade, fatores que favorecem o potencial da produção leiteira.

Sendo o país um dos principais exportadores de alimentos do mundo, produzindo

alimentos como o milho e a soja, proteína animal, carne bovina, suína e de aves, ainda

deixa a desejar na produção de leite. Em relação à produção de leite, o Brasil tem muito

que melhorar no que diz respeito à qualidade, quantidade e também na viabilização

econômica. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e

Agricultura (FAO), aponta que;

Entre 2003 e 2013 a produção de leite brasileira cresceu 49,3% passando de 22,943

bilhões de litros, a sexta maior do mundo, para 34,255 milhões, a quarta maior do

planeta, mas que esse aumento ocorreu principalmente em razão da ampliação do

rebanho bovino e em menor proporção de aumento de produtividade

(AGRODEBATE, 2015).

A bovinocultura de leite é um dos segmentos mais importantes da agropecuária

do país e hoje, passa por uma grande transformação. Em virtude da nova realidade

econômica mundial, com adoção de modernas tecnologias, só quem produzir com maior

eficiência e qualidade estará em condições de competir no mercado. Isso implica não

somente no melhoramento do nível genético dos planteis e na alimentação dos animais,

mas também na construção de instalações adequadamente projetadas, baseada no conforto

animal, além dos custos e facilidades para o produtor no tocante ao manejo, a limpeza e o

aproveitamento da mão de obra, independentemente do sistema de criação adotado

(Perissionotto, 2007).

O leite é um produto importante em todos os países do mundo. Além do alto valor

nutritivo, o leite e seus derivados participam da geração de renda de muitos países gerando

empregos diretos e indiretos contribuindo com a redução da migração de pessoas do meio

rural para os centros urbanos.

No período de julho de 2015 em detrimento da exigência do curso técnico em

agropecuária do IFMA, realizei o estágio supervisionado em uma das unidades demonstrativa

(local onde ocorre a capacitação e a troca de informações, com as aulas teóricas e práticas) do

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Projeto Balde Cheio no município de Porto Franco MA. Foi uma oportunidade ímpar, pois

através deste passei a conhecer o Programa Balde Cheio, e como foi sua implantaçao em

Porto Franco – MA. Em agosto de 2008 o Médico Veterinário Wanderlan Parreão de

Moura, em parceria com o SEBRAE, assumiu formalmente a responsabilidade pela a

implantação e acompanhamento do Programa no município. Parceria esta que oportunizou

alguns produtores da região a participarem e ou implantarem o projeto em suas

propriedades. Mediante os resultados apresentados pelo técnico citado a Secretaria

Municipal de Agricultura de Porto Franco, firma convênio ao projeto e passa a prestar

assistência aos produtores cadastrados no respectivo município.

Convém ressaltar que alguns proprietários também foram assistidos por técnicos da

Embrapa após a implantação do projeto “Balde Cheio” neste município o que viabilizou o

aumento da produção de leite, resgatou a motivação do produtor rural, e conscientizou-os

da importância de sua permanência no meio rural para o fortalecimento da extensão rural

como instrumento econômico para a agricultura. Este projeto da Embrapa Pecuária Sudeste

tem a finalidade de instruir o pequeno produtor a produzir mais de acordo com os recursos

disponíveis em suas propriedades.

Atualmente o projeto está em funcionamento em várias propriedades, sendo a

Fazenda SOLPA, propriedade do Sr. Gentil Marinho de Moura, uma das fazendas

“modelos”, mas há perspectivas de que mais propriedades adotem o projeto pelo fato do

mesmo está mostrando resultados satisfatórios a cadeia produtiva.

O projeto “Balde Cheio” da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, São Paulo) é

um projeto que demonstra viabilidade técnica e econômica da propriedade familiar para a

produção de leite. Alguns de seus resultados é a obtenção de lucro nesse tipo de

propriedade antes deficitária, o aumento de produção de leite, por hectare/ano.

O programa Balde Cheio foi escolhido para o trabalho desenvolvido em detrimento de

sua grande importância para o desenvolvimento do agronegócio da região e a metodologia

adotada para fortalecer a produção leiteira, principalmente dos pequenos produtores da

agricultura familiar, contribuindo com o desenvolvimento da pecuária de leite por meio da

transferência de tecnologias, capacitação de profissionais extensionistas rurais e dos produtores,

através de troca de informações sobre tecnologias aplicadas na região, acompanhamento e

monitoramento dos impactos ambientais, econômicos e sociais nas unidades demonstrativas

que adotaram a metodologia proposta pelo programa.

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2. IFMA

A história do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

(IFMA) começou a ser construída no início do século XX. No dia 23 de setembro de 1909,

por meio do Decreto nº 7.566, foram criadas as Escolas de Aprendizes Artífices nas

capitais dos Estados. Elas surgiram com o intuito de proporcionar às classes

economicamente desfavorecidas uma educação voltada para o trabalho. A Escola de

Aprendizes Artífices do Maranhão foi instalada em São Luís no dia 16 de janeiro de 1910.

Em meio a mudanças provocadas pelas disposições constitucionais que remodelaram a

educação do país, no ano de 1937 a Escola de Aprendizes Artífices do Maranhão passou a

ser chamada de Liceu Industrial de São Luís. Nesse período, a instituição funcionava no

bairro Diamante (Fonte: IFMA, 2015).

2.1 Ensino industrial e agrícola

Em 1936, foi lançada a pedra fundamental do prédio que atualmente abriga a sede

do Campus São Luís-Monte Castelo. Foi também no início dessa década que foi criado o

Ministério da Educação e Saúde, a quem o ensino industrial ficou vinculado. O ensino

agrícola, por sua vez, permaneceu ligado ao Ministério da Agricultura, Indústria e

Comércio.

Em 30 de janeiro de 1942, com a necessidade de responder às novas demandas

educacionais no setor industrial em face da intensificação do processo de substituição das

importações, o Decreto-lei nº 4.073 instituiu a Lei Orgânica do Ensino Industrial. Nesse

contexto, criaram-se as Escolas Técnicas Industriais e o então Liceu Industrial de São Luís

transformou-se na Escola Técnica Federal de São Luís.

A exclusão do ensino agrícola de um tratamento legal gerou muito protesto dos

trabalhadores do campo e dos setores produtivos rurais. Assim, em 20 de agosto de 1946,

aprovou-se por meio do Decreto-Lei nº 9613, a Lei Orgânica do Ensino Agrícola. Com a

nova lei, em 20 de outubro de 1947, o Decreto nº 22.470 estabeleceu a criação de uma

escola agrícola no Maranhão (Fonte: IFMA, 2015).

2.2 Ampliação no Estado do Maranhão

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No ano de 1989, a Escola Técnica Federal do Maranhão foi transformada pela Lei

nº 7.863 em Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (CEFET-MA),

adquirindo também a competência para ministrar cursos de graduação e de pós-graduação.

Esse período de transformação em CEFET propiciou o crescimento da instituição no

Estado e levou à criação da Unidade de Ensino Descentralizada de Imperatriz

(UNED). No ano de 1994, a Lei Federal nº 8.984 instituiu no país o Sistema Nacional de

Educação Tecnológica, abrindo caminho para que as Escolas Agrotécnicas Federais

também reivindicassem sua integração ao sistema, o que efetivamente só ocorreu em 1999.

Em 2006, na intenção de alavancar o desenvolvimento do interior do país, por meio do

incremento dos processos de escolarização e de profissionalização de suas populações, o

governo federal criou o Plano de Expansão da Educação Profissional – Fase I, com a

implantação de escolas federais profissionalizantes em periferias de metrópoles e

municípios distantes dos centros urbanos.

No ano seguinte, veio à fase II, com o objetivo de criar uma escola técnica em cada

cidade-polo do país. A intenção era cobrir o maior número possível de mesorregiões e

consolidar o compromisso da educação profissional e tecnológica com o desenvolvimento

local e regional (Fonte: IFMA, 2015).

2.3 Criação dos Institutos Federais

O crescimento do sistema trouxe a necessidade de sua reorganização. Para isso

foram criados em dezembro de 2008 os Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia. No Maranhão, o Instituto integrou o Centro Federal de Educação Tecnológica

do Maranhão (CEFET-MA) e as Escolas Agrotécnicas Federais de Codó, São Luís e São

Raimundo das Mangabeiras.

Hoje, o IFMA possui 26 campi (três em fase de implantação), três campi

avançados, três núcleos avançados e um Centro de Vocação Tecnológica (em fase de

implantação) distribuídos por todas as regiões do Maranhão. A instituição oferece cursos

de nível básico, técnico, graduação e pós-graduação para jovens e adultos (Fonte: IFMA,

2015).

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3. SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA, ABASTECIMENTO,

PRODUÇÃO E MEIO AMBIENTE

A Secretaria municipal de Agricultura, Abastecimento, Produção e Meio Ambiente

de Porto Franco – SAAPROMA tem a competência de planejar, coordenar e executar

programas que objetivam o desenvolvimento da agropecuária e das atividades rurais do

município e região, sempre visando à melhoria das condições socioeconômicas do

produtor, estimulando e implantando novas práticas e tecnologias acessíveis ao produtor.

São promovidas atividades como a recuperação das matas ciliares e nascentes da

região, facilitação da comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar. Fazem

parte das ações propostas da Secretaria: oportunizar o incentivo da profissionalização ao

agricultor, promover feiras, reuniões e associativismo entre os produtores rurais, além de

administrar e controlar os subsídios, subvenções, incentivos governamentais, manter e

estabelecer novos convênios com entidades parceiras, desenvolvendo atividades junto à

comunidade em busca de melhores resultados através da ação conjunta.

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio foi de grande valia acompanhar o atendimento que

vem sendo realizado nessas propriedades, por meio dos técnicos extensionistas locais,

sendo dois desses técnicos formados em Técnico em Agropecuário, um em Zootecnia e

outro em Medicina Veterinária.

As metodologias de trabalho desenvolvido nas propriedades não preconizaram

porte ou volume da produção do leite, desta maneira adaptaram-se as atividades à realidade

do produtor e das propriedades da região. Algumas características são exigidas no perfil

dos produtores para que elesfossem incorporados ao sistema do programa.

- Ter como principal atividade a produção leiteira;

- Ser o gestor da propriedade sem interferência de terceiros;

- Estar flexível e concordar em adotar novas técnicas de trabalho sugeridas pelo

Programa, realizado o registro de receitas, orçamentos, entre outros dados exigidos.

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4.1 Metodologia, visitas e acompanhamento das propriedades

Durante o acompanhamento do Programa, no período de estágio foram realizadas

várias visitas técnicas nas Unidades Demonstrativas com os técnicos locais e o

Coordenador Técnico, momento de capacitação e de realizar o acompanhamento dos

técnicos na atividade leiteira, avaliando junto com a equipe técnica o desempenho das

propriedades e do grupo de produtores da região.

Além de acompanhar os trabalhos da SAAPROMA nas avaliações e aferição dos

resultados técnicos e econômicos provenientes das propriedades assistidas, além de

auxiliar como suporte aos técnicos na coleta e processamento de dados para alimentação

do Sistema de Avaliação de Desempenho do Projeto. Também estive presente em todas as

visitas dos Técnicos que acompanharamos produtores nas anotações de despesas, controle

leiteiro, registro de animais, dados climatológicos entre outras informações exigidas pelo

Programa. Também na oportunidade do respectivo período, realizamos junto com técnicos

pesquisadores da UEMA, o controle sanitário dos rebanhos, através de exames de

brucelose e tuberculose além da vacinação contra a aftosa.

Após serem realizados os exames para detecção de brucelose e tuberculose, tive a

oportunidade de acompanhar as técnicas e metodologias propostas pelo programa, sendo

que em cada propriedade visitada as atividades foram adaptadas de acordo com a sua

realidade, tornando assim produção mais viável economicamente, além de que em cada

visita os problemas encontrados foram solucionadosvislumbrando novas perspectivas para

o proprietário.

Conforme as orientações da Embrapa Pecuária Sudeste (2015), alguns instrumentos

e metodologia de manejo foram necessários para que as propriedades acompanhadas

adquirisse eficácia na evolução do trabalho, são elas;

Planilhas para preenchimento no campo pelo produtor, referentes aos controles

climáticos, econômicos e zootécnicos.

Análise do solo.

Exames para detecção de brucelose e tuberculose.

Levantamento plani-altimétrico detalhado da propriedade.

Identificação dos animais com brincos numerados.

Fita para pesagem de animais.

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Pluviômetro.

Termômetro de máxima e mínima.

Quadro circular para gerenciamento da reprodução do rebanho.

Quadro circular para gerenciamento do desenvolvimento das fêmeas em

crescimento.

As planilhas referentes aos controles climáticos, econômicos e zootécnicos e a

analise do solo, são da responsabilidade do proprietário da unidade demonstrativa, e as

demais responsabilidades listadas acima ficam a cargo das entidades parceiras ou do

técnico, como contrapartida por utilizar a propriedade como uma espécie de “sala de aula”.

O principal foco do programa é a pecuária leiteira, mais o programa atende também

a diversas áreas, como por exemplo, o controle reprodutivo e avaliação econômica da

produção. O SEBRAE é uma das principais Instituições parceiras que esteve apoiando o

trabalho de aplicação das tecnologias da metodologia do Programa Balde Cheio, por meio

de capacitação dos pequenos e médios produtores rurais.

As principais tecnologias que estão sendo utilizado pelo programa Balde Cheio são;

Agropecuárias:

Uso intensivo de pastagens, em sistema de pastejo rotacionado;

Uso de sistemas de irrigação;

Sobre-semeadura de aveia ou de azevém em pastagens tropicais durante o

período da seca;

Fornecimento de cana-de-açúcar com ureia como suplementação alimentar no

período da seca;

Controle reprodutivo;

Controle sanitário no rebanho;

Uso de técnicas de melhoria do conforto e do bem-estar dos animais.

Ambientais:

Recuperação e conservação da fertilidade do solo;

Plantio de árvores para formação ou renovação de matas ciliares;

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Preservação de áreas de proteção permanente;

Controle de efluentes;

Ações de melhoria da qualidade da água.

Gerenciais:

Controle zootécnico do rebanho;

Análise econômica da produção;

E acompanhamento contábil das propriedades participantes. (Fonte:

SEBRAE, 2015)

4.2 Planejamento de um sistema de produção de leite em pasto rotacionado

Um dos objetivos do programa Balde Cheio é a transferência de tecnologia para os

produtores de leite, melhorando a produtividade da propriedade, durante o período de

estágio foi possível fazer o acompanhamento do planejamento de uma das etapas que está

sendo de fundamental importância para o sucesso realizado em uma das propriedades. O

planejamento é por sua vez o instrumento que direciona as decisões e atitudes a serem

seguidas, além de projetar o potencial e a avaliação das tecnologias apresentadas.

Uma observação importante é de que são diversas as maneiras de realizar o

planejamento da propriedade, uma premissa que leva os técnicos a ter tendência de iniciar

um planejamento pensando no volume/dia de leite e a estimativa da produção por vaca em

lactação. Algo que segundo os orientadores pode ser prejudicial ao produtor uma vez que

não consiga obter as expectativas de produtividade almejadas por mês.

4.2.1 Localização da Unidade Demonstrativa acompanhada

A Fazenda acompanhada no período de estágio está localizada no município de

Porto Franco, interior do Maranhão, no povoado Coité a 10 km da sede.

A região apresenta condições favoráveis para a produção de pasto, com boa

luminosidade, clima tropical e temperatura ambiente. Somando as tecnologias e as técnicas

de manejo de pastagensusados no programa, associando aos genótipos de forrageiras,

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qualidade genética do rebanho e as práticas de controle sanitárias, patrocinam o

fortalecimento do potencial para conquistar índices produtivos desejados.

Infelizmente os índices médios da região ainda não são os ideais, onde a média de

produção por animal usuários das tecnologias disponíveis está em torno de 1000 a 1200

litros/vaca/lactação. Analisando a região e o seu potencial, esses índices não são

significantes quando comparados a potencialidades tecnológicas do sistema.

4.2.2 Quantidade e tipo de animais utilizados observados

Na fazenda são utilizadas 50 vacas em lactação, onde todos os animais pertencem à

raça Girolando.

4.2.3 Instalações e equipamentos utilizados

Na Unidade Demonstrativa existe uma sala de ordenha composto por 04 conjuntos

de teteiras, vindo à ordenhar 04 animais por vez. Além da ordenha a propriedade dispõe de

cochos para alimentação com sal mineral, piquetes divididos por cerca elétrica, cocheiras

para fornecer alimentação no período seco, galpão para armazenamento de insumos (sal

mineral, rações, medicamentos, entre outros), irrigação por aspersão, maquina forrageira,

trator e implementos agrícolas para o manejo das pastagens e produção de silagem. Isso

favoreceu o processo de aprendizagem de maneira prática sobre instalações rurais e

mecanização agrícola na respectiva fazenda.

4.2.4 Os módulos de Piquetes

Uma das atividades que fortaleceram o meu conhecimento prático sobre

forragicultura, foi o acompanhamento do manejo dos 3 (três) módulos de piquetes

rotacionado e irrigado existentes na propriedade.

Conforme o número de animais, a oferta de forragem, o período de ocupação e a

área disponível para a implantação foram os fatores decisivo para definir o tamanho de

cada piquete. Em outras propriedade foi observado que geralmente os produtores

trabalham somente com um lote do sistema de pastejo rotacionado, nesse caso se calcula o

numero de piquetes pelo quociente do PD (Período de descanso) e pelo PO (Período

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Ocupação), somado a 1 (um).Uma das orientações são a preferencia por piquetes nas

formas geométricos quadrados ou retangulares, com a largura mínima igual a um terço do

comprimento (CORSI, 2003).

4.2.5 Espécie Forrageira escolhida

O sucesso da produção a pasto nessa propriedade está relacionado com a qualidade

e com o potencial da forrageira, sua adaptabilidade, digestibilidade, palatabilidade e o

manejo.

Um dos fatores determinantes da degradação de pastagens é a implantação de

espécies forrageiras não adaptadas às condições de solo, clima e manejo. Desta

forma, para a escolha da espécie forrageira a ser implantada deve-se levar em

consideração fatores como histórico da área, clima e solo (CAMARGO, 2009).

Nos 3 (três) módulos da propriedade foram implantados duas espécies forrageiras,

sendo 2 (dois) da espécie Mombaça e 1 (um) de estrela africana. Essas espécies foram

escolhidas por apresentarem as seguintes características;

I. Panicummaximumcv. Mombaça;

Palatabilidade: excelente

Capacidade Suporte/Lotação: 2,3 U.A./ha

Produção de Matéria Seca: 20 a 28 t/ha/ano

Resistência à Seca: média

Proteína Bruta: 12 a 16%

Digestibilidade: Excelente

Percentagem de Folhas: 82%

Exigência em Solo: média a alta (MUNIZ etal., 2011).

II. Cynodonplectostachyus - capim (grama) estrela africana

É perene, prostrada, estolonífera com estolões arqueados, não possui rizomas,

apresenta colmos grossos, com folhas largas e coloração mais verde claro, e a

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inflorescência com espigas (mais longa) e disposição digitada no extremo do

colmo.

Exigência: elevada em fertilidade de solos.

Adubação: especialmente a nitrogenada.

Propagação: por mudas, estolões.

Utilização: mais recomendado para a fenação e menos utilizado em pastagens

(MOREIRAet al., 2006).

4.2.6 Irrigação em pastejo rotacionado

Uma das práticas desenvolvidas e acompanhadas na propriedade, foi airrigação

como garantia da produção planejada de pastagens, tecnologia que faz com que mesmo

fora do período das chuvas os índices de produtividade e de rentabilidade sejam

previamente estabelecidos.

A irrigação é uma tecnologia agrícola, ao implantarmos na atividade pecuária foi

necessário antes aplicar tecnologias que viabilizassem e elevassem a produção de

forragem, como o preparo, correção e melhoramento da fertilidade do solo conforme

análise química, escolher a espécie que melhor se adapte ao ambiente.

A irrigação utilizada na propriedade acompanhada foi desenvolvida em sistema de

aspersão em malha, distribuídos geometricamente em toda área e interligados por

tubulações. Esse sistema é fixo onde se muda somente o lugar dos aspersores.

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5. PALESTRA SOBRE MASTITE NO LEITE

Durante a XX Exposição Agropecuária de Porto Franco, a SAAPROMA junto a

Associação dos Produtores Rurais de Porto Franco, promoveram uma palestra sobre a

Mastite no Leite, a qual teve como palestrante o renomado Professor Manoel de Oliveira

Dantas, que está atualmente lecionando na UEMA de Imperatriz.

A palestra teve como foco apresentar os tipos de mastite, o impacto da mastite

sobre a composição do leite, descrever os prejuízos de ordem econômica e social que essa

infecção da glândula mamária pode causar a produção leiteira, quais são os sinais visíveis

da Mastite no animal, e as praticas que se pode adotar na prevenção ou combate da doença.

Além disso, foram realizados exames no leite e em alguns animais para identificar

se há presença ou não da doença.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Balde Cheio vem apresentando resultados positivos desde a sua implantação,

tanto para a economia da região como para a vida dos pequenos produtores, devido o

projeto apresentar uma metodologia que maximiza a produção do rebanho em pequenas

áreas, elevando o nível da produtividade da pecuária leiteira. O projeto tornou-se uma

experiênciade sucesso, pois em seu sistema a produção de forragens ganha com a alta

qualidade e um manejo correto, permitindo assim o aumento da renda do agricultor

familiar.

É importante frisar o impacto econômico que o projeto trás para a pecuária de leite,

podendo ver casos de produtores que tinha renda inferior a um salário mínimo, passar a

produzir mais de R$ 10.000,00 ao mês, utilizando uma área pequena. Outro fator

importante desenvolvido nas atividades do Balde Cheio é o fato de produzir o máximo

possível em áreas pequenas, evidenciando importantes conceitos de trabalho,

produtividade e sustentabilidade.

O programa é uma verdadeira escola no campo, pois além de transferir tecnologias

e conhecimentos técnicos que viabilizam o aumento da renda do pecuarista sem prejudicar

o meio ambiente, transmite aos técnicos e produtores importantes conceitos de

sustentabilidade na produção de alimentos. O projeto proporcionou um melhor

entendimento acerca da pecuária de leite do Brasil, destacando práticas positivas como a

manutenção dos recursos naturais em longo prazo e da produtividade agrícola, reduzindo

os impactos ao meio ambiente, além do retorno financeiro adequado aos produtores e a

maximização da produção e redução do uso de insumos externos, propiciando a melhoria

da renda familiar.

Faz-se necessário uma intervenção no desenvolvimento rural considerando a

diferenças entre os produtores e suas propriedades, atendendo as particularidades de cada

categoria, identificando alternativas adequadas a realidade de cada um, de forma que

atenda os seus interesses, possibilidades e potencialidades, solucionando os problemas que

serão enfrentados.

Portanto o foco no processo produtivo deve sem ampliado através de programas de

capacitação, a introdução de novas tecnologias de produtos, processos e de gerenciamento

organizacional de forma ativa na produção, para que o agricultor e o pecuarista superem as

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deficiências e os atrasos que se encontram, para que estes sejam inseridos no mercado

competitivo.

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REFERÊNCIA

AGRODEBATE. Agro é 1º do mundo, mas produção de leite é 5ª divisão, diz especialista. Junho

de 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/mato-

grosso/agrodebate/noticia/2015/06/agro-e-1-do-mundo-mas-producao-de-leite-e-5-divisao-

diz-especialista.html>. Acesso em: 30 de Julho de 2015

CAMARGO, Artur Chinelatode, CAMARGO, André Luiz Monteiro Novo. MANEJO

INTENSIVO DE PASTAGENS. EMBRAPA Pecuária Sudeste. São Carlos - SP, 2009.

CORSI, M. & AGIJIAR, R. N. Sistema de manejo de pastagem e sustentabilidade.

EVANGELISTA, A. R.; REIS, S. T.; GOMIDE, E. M. Forragicultura e pastagens,

Temas em evidência: sustentabilidade. Lavras: Editora UFLA, 2003.

EMBRAPA, Pecuária Sudeste. Balde Cheio. São Carlos – SP, 2015. Disponível em:

<http://www.cppse.embrapa.br/balde-cheio>. Acesso em: 30 de Julho de 2015

EMBRAPA, Pecuária Sudeste. Metodologia do Balde Cheio. São Carlos – SP, 2015.

Disponível em: <http://www.cppse.embrapa.br/metodologia-balde-cheio>. Acesso em: 25

de Julho de 2015

IFMA, Instituto Federal do Maranhão, Ministério da Educação. Histórico. São Luis – MA,

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Julho de 2015

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ANEXOS

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ANEXO A – Pastagem em sistema rotacionado

ANEXO B – Divisão dos Piquetes com Cerca Elétrica

ANEXO C – Produção do Rebanho no sistema rotacionado de pastagens

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ANEXO D – Irrigação para pastagens

ANEXO E – Instalações da Propriedade

ANEXO F – Produção de Silagem

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ANEXO G – Período de Ocupação de Animais programado

ANEXO H – Palestra Sobre Mastite com o Prof. Manoel Dantas