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Relatório de Estabilidade Financeira I Semestre 2013

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Relatório de Estabilidade Financeira I Semestre 2013

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3 I Semestre 2013

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Relatório de Estabilidade Financeira

Publicação semestral do Banco Nacional de Angola (BNA)

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório de Estabilidade Financeira, volume x, nº x.Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola.

Banco Nacional de AngolaAv. 4 de Fevereiro nº 151 - Luanda - Angola Caixa Postal 1243 Tel.: (+244) 222 679200 www.bna.ao

IMAGEM

Objectivo Do Relatório De Estabilidade FinanceiraNo âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola, por intermédio da sua Lei Orgânica, Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, para a prossecução da política económica do Executivo, compete-lhe, além da condução, execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, financeira, cambial e de crédito, velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância. Assim, em virtude desta prerrogativa, impende sobre o mesmo o dever de elaborar e publicar, com periodicidade regular, Relatórios relativos às suas atribuições, entre os quais o Relatório de Estabilidade Financeira.

O presente relatório tem como objectivo principal identificar potenciais riscos para o sistema financeiro angolano e dar a conhecê-los ao mercado. Tendo presente que não é a única instituição financeira com influência na estabilidade do sistema financeiro angolano, o conteúdo deste documento reflecte apenas as análises e opiniões do Banco Nacional de Angola.

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5 I Semestre 2013

SUMÁRIO EXECUTIVO 101. Enquadramento Macro económico-financeiro 12

1.1. Apreciação Global 121.2. Contextualização Internacional 141.3. Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro 181.4. Perspectivas para o Segundo Semestre de 2013 26

2. Operações dos Mercados Monetário e Cambial 272.1. Operações de Regulação Monetária 272.1.1. Emissão de Títulos do Banco Central 272.1.2. Operações de Mercado Aberto (OMA) 282.1.3. Grau de Execução das Operações de Regulação de Liquidez 282.2. Outras Operações Monetárias 282.2.1. Facilidades Permanentes de Liquidez 282.2.2. Redesconto 292.3. Evolução das Taxas de Juro e de Câmbio 292.3.1. Taxas de Juro da Política Monetária 292.3.2. Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário 302.3.3. Taxa LUIBOR 31 2.4. Operações Cambiais 322.4.1. Taxas de Câmbio 332.5. Evolução da Liquidez 342.6. Base Monetária 35

3. Sector Externo 353.1. Grau de Abertura da Economia 363.1.1. Taxa de Cobertura Global das Importações 363.2. Conta de Bens 373.2.1. Reservas Brutas 38

4. Sistemas de Pagamentos 384.1. Disponibilidade 384.2. Distribuição das operações ao longo do dia 384.3. Exposição ao Risco 394.4. Desempenho do Serviço de Compensação de Valores (SCV) 394.5. Desempenho do Subsistema Multicaixa - Terminais de Pagamento Automático 404.6. Desempenho do Subsistema de Transferências a Crédito 404.7. Concentração do Suporte Tecnológico a nível dos Sistemas de Pagamento 41

Índice Geral

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5. Organização do Sistema Financeiro 415.1. Estrutura e Composição 415.2. Localização de Rede de Agências e Dependências 43

6. Supervisão Prudencial 446.1. Sistema Bancário - Visão Geral 446.1.1. Activo 446.1.2. Passivo 456.1.3. Capital Próprio 476.2. Adequação do Capital 476.3. Qualidade dos Activos e Risco de Crédito 486.4. Rendibilidade 536.5. Liquidez e Gestão de Fundos 556.6. Sensibilidades a Variação de Mercado 596.7. Estabilidade Financeira 606.8. Testes de Sensibilidade do Sistema Bancário 616.8.1. Análise de Cenário 616.8.2. Análise de Sensibilidade da Taxa de Câmbio 62

7. Supervisão Comportamental 637.1. Educação Financeira 637.1.1. Taxa de Bancarização 667.2. Processos de Reclamação 677.2.1. Reclamações por tipo de cliente 687.2.2. Reclamações por matérias 687.2.3. Estado dos processos de Reclamações 697.2.4. Reclamações por resultados 697.2.5. Reporte estatístico de reclamações dos Bancos 707.2.6. Portal do Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros 717.3. Processos de Condições Contratuais 717.3.1. Estado das Condições Contratuais 727.3.2. Tipologia dos Cartões 727.3.3. Condições Contratuais por Bancos 73

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO BNA 74SIGLAS 74ANEXO : 74Anexo 1: Liquidez (analise de cenário) – Tipologia de Activos 74Anexo 2 - Balanço 74Anexo 3 - Demonstração de Resultados 74

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7 I Semestre 2013

Índice de GráficosGráfico 1 - Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola 12Gráfico 2 – Evolução dos Indicadores que compõem a Cobweb 13Gráfico 3 – Índice de Vulnerabilidade da Actividade Internacional 14Gráfico 4 – Índice de Clima Económico Mundial 15Gráfico 5 – Índice de Volatilidade - VIX 16 Gráfico 6 – Yields das obrigações de Governos internacionais a 10 anos 16Gráfico 7 – Cor Tier 1 do Sistema Bancário Internacional 17Gráfico 8 – Índice de Preços das Commodities 18Gráfico 9 – Crescimento Económico do Sector Petrolífero e não Petrolífero 18 Gráfico 10 – Evolução da Estrutura do PIB 19Gráfico 11 – Produção de Petróleo vs. Preço de Ramas Angolanas 19Gráfico 12 – Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal KZ/USD 20Gráfico 13 – Indicadores Cambiais 20Gráfico 14 - Inflação 21Gráfico 15 – Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 90 dias 22Gráfico 16 – Crédito à Economia e Depósitos 22Gráfico 17 – índice de Vulnerabilidade Financeira 23Gráfico 18 – Índices de Herfindall Hirschman: Concentração das Quotas de Mercado e Concentração Sectorial23Gráfico 19 – Componente do M2 por níveis de Liquidez 24Gráfico 20 – Multiplicador Monetário 24Gráfico 21 – Grau de Aprofundamento Financeiro 25Gráfico 22 – Indicadores Crescimento de Crédito 25Gráfico 23 – Evolução da Taxa de Câmbio 33Gráfico 24 – Grau de Abertura da Economia 36Gráfico 25 – Taxa de Cobertura das Importações 36Gráfico 26 – Conta de Bens 37Gráfico 27 – Conta Corrente vs. PIB 37Gráfico 28 – Reservas Brutas e Meses de Importação de Bens e Serviço 38Gráfico 29 – Indisponibilidade SPTR por Sessão (em hh:mm) 38Gráfico 30 – Distribuição dos Pagamentos no SPTR 39Gráfico 31 – Montante dos Cheques e Ordens de Saque Compensados 40Gráfico 32 – N.º TPA Activos versus Não Activos 40Gráfico 33 – Numero das Transferências efectuadas no STC 41Gráfico 34 – Activo Total por Controlo Accionário 42Gráfico 35 – Crédito Total por Controlo Accionário 42Gráfico 36 – Crédito Mal Parado por Controlo Accionário 42Gráfico 37 – Depósitos Totais por Controlo Accionário 42Gráfico 38 – Resultado Liquido por Controlo Accionário 43Gráfico 39 – Quota de Mercado por Número de Agências 43

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Gráfico 40 – Composição do Activo em Junho de 2012 44Gráfico 41 – Composição do Activo em Junho de 2013 44Gráfico 42 – Activo por Moeda 44Gráfico 43 – Composição Passivo em Junho de 2012 46Gráfico 44 – Composição do Passivo em Junho de 2013 46Gráfico 45 – Passivo por Moeda 46Gráfico 46 – Solvabilidade 48Gráfico 47 – Rácio de Solvabilidade por nº de Bancos 48Gráfico 48 – Crédito Total/Activo 49Gráfico 49 – Crédito por Sector de Actividade Económica 50Gráfico 50 – Crédito Mal Parado/ Crédito Total 50Gráfico 51 – Provisões Crédito Mal Parado/ Crédito Mal Parado 51 Gráfico 52 – Crédito Mal Parado na Africa Subsariana 51Gráfico 53 – Activo Remunerado / Activo Total 53Gráfico 54 – ROA e ROE 53Gráfico 55 – Rentabilidade dos Activos 54Gráfico 56 – Rentabilidade dos Capitais Próprios 54Gráfico 57 – Composição da Margem Financeira em Junho de 2013 55Gráfico 58 – Margem Financeira/ Resultado Liquido 55Gráfico 59 – Evolução dos Níveis de Liquidez 56Gráfico 60 – Disponibilidades e Aplicações de Liquidez 56Gráfico 61 – Desfasamento por prazo no sistema financeiro 57Gráfico 62 – Composição da Liquidez 58Gráfico 63 – Crédito Total/Depósito Total 58Gráfico 64 – Activos Líquidos sem Títulos/ Activo Total 58Gráfico 65 – Activos Remunerados / Passivo Remunerados 59Gráfico 66 – Exposição Cambial Aberta Líquida/ Fundos Próprios Regulamentares 60Gráfico 67 – Índice de Estabilidade Financeira 60Gráfico 68 – Matriz de Risco 61Gráfico 69 – Estrutura de Liquidez 62Gráfico 70 – Estrutura de Liquidez 62Gráfico 71 – Volatilidade de Taxa de Câmbio 63Gráfico 72 – Evolução Homóloga das Contas e Cartões 63Gráfico 73 – Evolução Homóloga das Contas por Bancos 64Gráfico 74 – Contas por Províncias (Iº Trimestre e IIº Trimestre 2013) 64Gráfico 75 – Tipologia de Documentos – IIº Trimestre 2013 65Gráfico 76 – Tipologia de Movimentos em contas Bankita – 65Gráfico 77 – Estrutura por Género – IIº Trimestre 2013 65Gráfico 78 – Estrutura Etária – IIº Trimestre 2013 66Gráfico 79– Estrutura por Actividade Profissional – 66

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9 I Semestre 2013

Gráfico 80 – Evolução da Taxa Estimada de Bancarização – 67Gráfico 81 – Contribuição das Contas Bankita para a Bancarização – IIº Trimestre 2013 67Gráfico 82 – Reclamações por Tipo de Bancos 68Gráfico 83 – Reclamações por Tipo de Cliente 68Gráfico 84 – Reclamações por Matéria 69Gráfico 85 – Estado dos Processos de Reclamações 69Gráfico 86 – Estado das Condições Contratuais 72Gráfico 87 - TIPOLOGIA DOS CARTÕES 72Gráfico 88 – Condições Contratuais por Bancos 73

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Crescimento do PIB 26 Tabela 2 – Operações no Mercado Aberto e TBC 28Tabela 3 - Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight 29Tabela 4 – Taxas de Juro Médias – Politica Monetária 30Tabela 5 – Taxas de Juro – Mercado Primário 30Tabela 6 – Taxa Luibor 31Tabela 7 – Venda de Divisas 32Tabela 8 – Evolução da Liquidez 34Tabela 9 – Stock Base Monetária 35Tabela 10 – Listagem de Bancos 41Tabela 11 - Crédito por Sector Institucional 49Tabela 12 – Crédito por Sector de Actividade Económica 50Tabela 13 – Crédito Vencido por Sector de Actividade Económica 52Tabela 14 – Depósitos por Sector de Actividade 52Tabela 15 – Gaps de Liquidez 57Tabela 16 – Gaps de Liquidez por Moeda 57Tabela 17 – Reclamações por Resultados 70Tabela 18 – Reporte Estatístico por Tipos de Bancos 70Tabela 19 – Visitantes do Portal por Países 71

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SUMÁRIO EXECUTIVONo primeiro semestre de 2013, apesar dos níveis de vulnerabilidade fiscal e cambial ligeiramente superiores aos registados no semestre homólogo do ano precedente, os riscos subjacentes ao sistema financeiro angolano associados ao seu enquadramento macroeconómico situaram-se em níveis reduzidos, devido à tendência favorável das condições macroeconómica e financeira dos seguintes factores: i) da actividade internacional por via de uma menor incerteza, que tem influenciado a recuperação da economia mundial, ii) do sector real e estabilidade de preços em virtude do maior poder multiplicador da moeda através do crédito e iii) da desaceleração progressiva da evolução do índice de preços internos.

O canal de transmissão dos riscos para o sistema financeiro angolano continua a observar-se pela dependência que as contas externas têm face às exportações petrolíferas do impacto da sua variabilidade nas receitas fiscais e, consequentemente, nas necessidades de financiamento do Estado, nas taxas de juro e nos recursos disponíveis dos bancos comerciais para a expansão e diversificação do crédito à economia.

Nessa perspectiva, o Estado angolano visando uma maior estabilidade macroeconómica, tem em curso a implementação de um conjunto de medidas, para atenuar os impactos fiscais e económicos dos choques externos, em que se destacam i) a constituição do Fundo Soberano, ii) a criação de condições para a constituição de um mercado secundário de dívida pública para promover a diversificação das fontes de financiamento à economia, bem como, iii) a criação de condições para o aumento do nível de produção de petróleo para compensar a diminuição do preço desta commodity no mercado internacional, que se prevê ocorrer no ano de 2013.

No âmbito da programação fiscal, está prevista uma maior arrecadação de recursos, resultantes do diferencial do preço de petróleo e espera-se que a obrigação de movimentação de contas em moeda nacional para liquidação de bens e serviços fornecidos por entidades residentes, em decorrência da nova Lei cambial para o Sector Petrolífero, reforce a utilização da moeda nacional, estimule a criação de novos produtos financeiros; bem como o crescimento e diversificação do sistema financeiro.

A regulação de liquidez, através das Operações de Mercado Aberto, foi o principal instrumento de controlo da liquidez utilizado pelo BNA, permitindo a esterilização de excedentes de liquidez e a evolução equilibrada dos agregados monetários, tendo a Base Monetária se situado em nível compatível com os objectivos da sua programação. O equilíbrio da evolução dos agregados influenciou por outro lado a inflação no período, que se situou em 9,19%, próximo da meta estipulada no programa macro executivo para este ano, de 9,00%.

O Sistema de Pagamentos de Angola- SPTR manteve a sua regularidade funcional e disponibilidade no primeiro semestre de 2013, não obstante eventuais situações de risco potencial inerente à própria actividade, relativas à exposição ao risco operacional no SPTR e a dependência acentuada dos participantes dos subsistemas da SPA a um número reduzido de fornecedores de “software” de sistemas de pagamentos e “core banking”, bem como, as falhas de energia e de rede de internet.

Relativamente à estabilidade do sistema financeiro, destaca-se a publicação, de normas sobre a Governação Corporativa e o Controlo Interno, e a submissão à consulta pública de propostas de normas sobre i) Grandes Riscos e Limites de Concentração, ii) Risco País e Garantias Recebidas, bem como, o lançamento de um estudo de impacto de uma possível revisão das regras prudenciais sobre provisões.

O volume de negócios da banca continuou a expandir-se, com o crescimento dos índices de depósitos e créditos. Contudo, a actividade bancária continua concentrada em 5 (cinco) Bancos.

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11 I Semestre 2013

1A metodologia do IVF é fornecida pela caixa 1.

Os Bancos de capitais privados nacionais registaram maior volume de negócio, maior captação de depósitos e maiores resultados, enquanto, os Bancos de capitais privados estrangeiros foram os que mais financiaram a economia e registaram menores níveis de atrasos no reembolso do crédito. Por sua vez, os Bancos de capitais públicos nacionais apresentaram menor volume de negócio, captaram menos depósitos, influenciando deste modo o seu nível de intermediação financeira.

O agregado de bancos revelou capacidade adequada de cumprir com as suas obrigações de curto prazo. Contudo, a qualidade dos activos deteriorou-se devido ao aumento considerável do crédito vencido e dos níveis altos de concentração do crédito por sector de actividade económica. Os níveis de rentabilidade, por seu lado, apesar de favoráveis, diminuíram comparativamente ao período homólogo.

Na generalidade, o sistema bancário angolano continua a demonstrar nível de capitalização suficiente para suportar os riscos económicos e financeiros, proporcionado pela acumulação das reservas e pelos resultados transitados, o que se reflecte no alto nível de solvabilidade do sistema bancário, 17,98%. Os resultados das análises de sensibilidade revelam a permanência de um rácio acima dos 10%, nos choques de apreciação e depreciação da taxa de câmbio, bem como nos cenários de migração 1 (um) e 2 (dois) níveis de risco de crédito, com excepção do cenário extremo de uma migração para 3 (três) níveis de risco, em que o sistema bancário apresentaria um rácio de solvabilidade de 1,67% muito abaixo do limite mínimo regulamentar.De igual modo, o sistema bancário demonstra resiliência a um cenário de levantamentos de 50% do total de depósitos e na eventualidade de um cenário extremo de levantamentos de moeda (corrida aos Bancos), necessitaria de apenas Kz 1.114.000 milhões, cerca de 26,35% dos depósitos.

No primeiro semestre, o Índice de Estabilidade Financeira, revelou maior estabilidade do sistema financeiro em relação ao período homólogo, influenciado pelo aumento dos activos líquidos e pela maior capacidade de os Bancos honrarem os seus compromissos de curto prazo com terceiros, bem como pela maior estabilidade cambial reflectida na diminuição dos níveis de variação da taxa de câmbio face o dólar.

Relativamente à inclusão financeira, o primeiro semestre foi caracterizado pelo contínuo aumento dos níveis de inclusão financeira, consubstanciados no crescimento das contas Bankita, em todo o território nacional e do nível de bancarização da economia angolana. Destaca-se para o efeito o sucesso da campanha Bankita, bem como maior nível de penetração da rede bancária a nível nacional.

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1. Enquadramento Macro económico-financeiro

1.1. Apreciação Global

O desempenho registado no PIB não petrolífero em 2012, tal como nos sectores dos Transportes, Energia, Construção e Obras Públicas, induziu o crescimento real da economia angolana em cerca de 5,18%, que representou uma ligeira aceleração relativamente ao período anterior. Já em 2013, está projectado um abrandamento do nível de actividade económica real, esperando-se uma taxa de crescimento em torno de 5,14%.

Tal como no ano anterior, é expectável que este crescimento seja impulsionado por um desenvolvimento contínuo do sector não petrolífero, subjacente a um programa de investimentos públicos destinado a estimular a diversificação da economia.

Estas perspectivas favoráveis pesaram na manutenção da classificação da dívida pública angolana em BB-, atribuída pela Fitch em Maio do presente ano, assim como o outlook em positivo, sugerindo que existem perspectivas favoráveis à sua evolução e consequentemente uma melhoria do rating na próxima avaliação.

Esta tendência é também justificada pela Agência de rating que aponta a redução da vulnerabilidade externa, a implementação de reformas macroeconómicas e adopção de medidas preventivas pelo Executivo. Adicionalmente foram identificadas melhorias na política monetária e na estabilidade da taxa de câmbio no mercado oficial, como factores importantes que contribuíram para que o crescimento anual do IPC tenha permanecido num dígito.

Segundo as projecções mais recentes do FMI, os preços internacionais do petróleo deverão registar uma redução anual de 4,70% nos próximos dois anos. O governo pretende aumentar a produção média diária de 1,78 milhões de barris (mdb) registados em 2012 para 1,84 mdb em 2013. Portanto, o aumento da produção petrolífera em Angola poderá compensar parte da alteração dos preços desta matéria-prima, esperada para 2013. De referir que, segundo o Banco Mundial, a actividade associada à inauguração da produção de gás natural liquefeito em Junho de 2012 poderá adicionar 2 pontos percentuais (p.p.) ao crescimento do PIB em 2013, caso a produção atinja o máximo da capacidade instalada.

Em termos gerais, a partir do mapa de estabilidade macroeconómica, Cobweb, infere-se que os riscos subjacentes ao sistema financeiro angolano associados ao seu enquadramento macroeconómico situam-se em níveis bastante reduzidos face aos seus respectivos referenciais históricos. De facto, o desempenho dos indicadores macroeconómicos mais relevantes demonstrou uma crescente estabilidade, facto que tem caracterizado a economia angolana. Todavia, os níveis de vulnerabilidade fiscal e cambial são superiores aos registados no semestre homólogo.

Gráfico 1 - Cobweb da Estabilidade Macroeconómica em Angola

Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco de Portugal.

Vulnerabilidade Actividade Internacional

Vulnerabilidade Externa

Vulnerabilidade Cambial

Vulnerabilidade do Sector Real Vulnerabilidade da Estabilidade de Preços

Vulnerabilidade Fiscal

5 Vulnerabilidade De CondiçõesMonetárias e Financeiras

2009 - II Semestre 2008 - II Semestre 2011 - I Semeste 2012 - I Semestre 2013- I Semestre

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13 I Semestre 2013

A redução acentuada dos níveis de risco, no primeiro semestre de 2013, deveu-se sobretudo ao desempenho macroeconómico do País, resultante da recuperação da produção petrolífera, proporcionando elevadas receitas que contribuíram para o aumento das reservas internacionais, bem como do crescimento contínuo do sector não petrolífero.

Por outro lado, a inflação decresceu para 9,19%, no final do período em análise, na vizinhança da meta estipulada pelas autoridades para este ano (9,00%). Apesar de uma magnitude menor do risco cambial, a Cobweb evidencia um agravamento do mesmo, motivado fundamentalmente pelo spread entre as taxas de câmbio no mercado formal e informal, e uma maior vulnerabilidade fiscal devido à expansão dos gastos do executivo programados para 2013. Pode-se visualizar a evolução dos indicadores subjacentes ao mapa da Cobweb, no gráfico abaixo. Gráfico 2 – Evolução dos Indicadores que compõem a Cobweb

Índice de Vulnerabilidade da Actividade Internacional

Índice de Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço

Índice de Vulnerabilidade do Sector Real Índice de Vulnerabilidade Fiscal

Índice de Vulnerabilidade de Condições Monetarias e Financeiras

Vulnerabilidade de Condições Monetárias e Financeiras

Vulnerabilidade do Sector Real

Vulnerabilidade da Estabilidade de Preço

Vulnerabilidade da Actividade Internacional

Vulnerabilidade Fiscal

Vulnerabilidade Cambial

Vulnerabilidade Externa

Média Amostral

Média Amostral

Média Amostral

Média Amostral

Média Amostral

Média Amostral

Média Amostral

Índice de Vulnerabilidade Externa

Índice de Vulnerabilidade Câmbial

Fonte: Bloomberg, BNA, FMI, AIA, MINFIN, INE-Angola, Ministério do Planeamento, Ministério dos Petróleos, CESifo, SNL, Thomson Reuters, Banco de Portugal. Cálculos efectuados pelo BNA.

0

1,5

3,0

4,5

6,0

Fev-06 Set-06 Abr-07 Nov-07 Jun-08 Jan-09 Ago-09 Mar-10 Out-10 Mai-11 Dez-11J ul-12F ev-13

0,00

0,75

1,50

2,25

3,00

Jan-07 Set-07 Mai-08 Jan-09 Set-09 Mai-10 Jan-11 Set-11 Mai-12 Jan-13

0

1,25

2,50

3,75

5,00

Mar-07 Set-07 Mar-08 Set-08 Mar-09 Set-09 Mar-10 Set-10 Mar-11 Set-11 Mar-12 Set-12 Mar-13

0

1,25

2,50

3,75

5,00

Ago-07 Jan-08 Jun-08 Nov-08 Abr-09 Set-09 Fev-10 Jul-10 Dez-10M ai-11O ut-11M ar-12A go-12J an-13J un-13

0

1

2

3

4

Fev-06 Set-06 Abr-07 Nov-07 Jun-08 Jan-09 Ago-09 Mar-10 Out-10 Mai-11 Dez-11J ul-12F ev-13

0

1,25

2,50

3,75

5,00

Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13

1,00

1,75

2,50

3,25

4,00

Dez-06 Fev-07 Abr-07 Jun-07 Ago-07 Out-07 Dez-07 Fev-08 Abr-08 Jun-08 Ago-08 Out-08 Dez-08 Fev-09 Abr-09 Jun-09 Ago-09 Out-09 Dez-09 Fev-10 Abr-10 Jun-10 Ago-10 Out-10 Dez-10 Fev-11 Abr-11 Jun-11 Ago-11 Out-11 Dez-11 Fev-12 Abr-12 Jun-12 Ago-12 Out-12 Dez-12 Fev-13 Abr-13 Jun-13

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1.2. Contextualização Internacional

O primeiro Semestre de 2013 foi caracterizado por uma diminuição acentuada nos riscos que se podem materializar a nível global. A menor incerteza, que tem minado a recuperação da economia mundial, contribuiu para que a vulnerabilidade financeira associada à actividade internacional se situasse em níveis mais confortáveis relativamente ao período homólogo (gráfico 4).

De realçar, que houve uma diminuição acentuada na percepção de riscos a nível global, em especial, à redução da incerteza sobre a política fiscal nos Estados Unidos da América e à expectativa de continuidade do Banco Central Europeu (BCE) em fornecer apoio necessário se as condições de financiamento na área do euro piorarem.

As projecções de Abril do FMI apontaram uma ligeira melhoria do crescimento em 2013 e um reforço gradual do crescimento a partir de 2014. Conquanto, apesar das projecções referidas denotarem uma ligeira recuperação da actividade económica mundial, estas foram revistas em baixa, face às perspectivas macroeconómicas apresentadas no início do ano. Importa destacar a heterogeneidade no desempenho das diversas economias, a que surgem associados riscos de natureza diferente.

Por um lado, a divergência entre os EUA e a Zona Euro tem-se acentuado, visto que, a economia norte-americana continuou a crescer a um ritmo moderado, superior ao observado nas economias avançadas, num contexto em que a conduta de política monetária teve em grande parte do semestre, um carácter expansionista.

Por outro lado, no que respeita às economias emergentes e em desenvolvimento, as projecções apontam para níveis de crescimento robustos, embora inferiores às previsões anteriores. Acredita-se que este abrandamento, particularizando a China, poderá atrasar a recuperação do crescimento económico mundial.

Tal contexto, a agudizar-se, representaria uma situação tendente a desencadear riscos para o sector financeiro angolano. Apesar de a China ser actualmente uma das forças mais influentes da procura global pelo crude, a relevância da adversidade deste cenário torna-se maior, se considerarmos que a economia chinesa é responsável por mais de 50% da procura que satisfaz a oferta de ramas angolanas.

Deste modo, num contexto de internacionalização, os principais riscos para a economia angolana estariam associados não só a um potencial agravamento da crise da dívida soberana na Zona do Euro, como também a um pior desempenho económico dos países que compõem a procura pelas ramas angolanas.

O canal de transmissão dos riscos para o sistema financeiro angolano continua a passar pela dependência que as contas externas têm face às exportações petrolíferas, do impacto da sua variabilidade nas receitas fiscais, e, consequentemente, nas necessidades de financiamento do Estado, nas taxas de juro e nos recursos disponíveis dos bancos comerciais para a expansão e diversificação do crédito à economia.

Gráfico 3 – Índice de Vulnerabilidade da Actividade Internacional

Fonte: FMI, Bloomberg, CESIfo, SNL, Thomson Reuters. Cálculos efectuados pelo DEE/BNA

Vulnerabilidade Actividade Internacional Média Amostral

0

1

2

3

4

5

6

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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15 I Semestre 2013

Do Indicador de Clima Económico produzido pelo CESifo pode-se inferir que apesar da situação actual da economia global ainda se considerar frágil, esta apresentou melhorias relativamente ao período homólogo, e que as expectativas económicas para os próximos 6 meses podem ser consideradas positivas, com o valor mais elevado (108,8 pontos) desde o 1.º trimestre de 2011. A média dos dois primeiros trimestres sinaliza um nível mais elevado em 7,61% comparativamente ao período homólogo (+95,5 p. p. neste semestre, em relação aos 88,7 pontos do semestre homólogo).

A implementação do programa Outright Monetary Transactions (OMTs), programa de compra de dívida soberana de curto prazo emitida por alguns países da Zona Euro, que foi anunciado em Setembro de 2012, ajudou a diminuir as preocupações do mercado sobre alguns aspectos de riscos soberanos, como o risco de redenominação cambial. O spread entre as yields exigidas às obrigações de 10 anos dos títulos das economias da periferia com as da Alemanha reduziram, possibilitando àquelas economias a beneficiarem das melhores condições de mercado para emitirem dívida.

Convém referir que esta evolução favorável na percepção de riscos associados ao recente histórico da Zona Euro ocorrida neste semestre é contemporânea a acontecimentos potencialmente desestabilizadores. Como exemplo, no semestre em foco, o Chipre entrou numa crise bancária e soberana que poderia ter efeitos de contágio à saúde de muitos outros bancos europeus. Contudo, tal como referenciado supra, a demonstração credível das autoridades da zona monetária europeia em fornecer todo o apoio necessário para evitar que os cenários mais pessimistas se materializem, garantiu a confiança dos participantes dos mercados financeiros.

Num contexto de desaceleração de preços na Zona Euro, em Maio o BCE reduziu a taxa de juros de referência para as suas operações de refinanciamento em 25 pontos base para 0,50%, e a taxa de facilidade de cedência de liquidez em 50 pontos base para 1,00%. O Banco do Japão, também optou por um novo pacote de estímulos à economia num conjunto mais amplo de medidas de política que envolve simultaneamente uma expansão orçamental do Governo e reformas estruturais.

Já nos Estados Unidos da América, desde o final de 2012, a Fed manteve a taxa dos Fed Funds entre 0,00% e 0,25%, e comprometeu-se a adoptar continuamente os seus programas de Quantative Easing até existir uma melhoria substancial nas perspectivas para o mercado de trabalho norte-americano e sob a condição de que as expectativas inflacionárias permaneçam ancoradas. Contudo a evolução favorável no mercado de trabalho fez a Fed anunciar que não daria seguimento à sua recente conduta expansionista.

No Reino Unido, a variação anual do IPC atingiu 2,70% em Maio, retornando ao nível médio do período entre Outubro de 2012 e Março de 2013, após declínio para 2,4% em Abril. O Banco de Inglaterra manteve a taxa de juros de renumeração das reservas de bancos comerciais (official bank rate) em 0,50%, e o programa de compra de activos através da emissão de reservas bancárias em GBP 375,00 mil milhões.

Gráfico 4 – Índice de Clima Económico Mundial

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Índice de Clima Económico Mundial Situação Presente Expectativa dos Próximos 6 Meses

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16

Esta combinação de factores foi de extremo alívio para os mercados financeiros. Neste contexto, observou-se uma acentuada redução da percepção de risco, medida pelo Chicago Board Options Exchange Volatility Index (VIX), que atingiu o nível de 11,3 pontos em 14 de Março, o menor valor desde o início da crise do subprime nos EUA. Neste contexto, tal como ilustrado no Gráfico 5, as yields da dívida soberana dos EUA, Reino Unido e da Alemanha permaneceram perto de níveis historicamente baixos, reflectindo uma maior procura por títulos de dívida soberana nas economias consideradas mais seguras.

Gráfico 5 – Índice de Volatilidade - VIX

Gráfico 6 – Yields das obrigações de Governos internacionais a 10 anos

De referir, que a Autoridade Bancária Europeia recomendou para 2012 que os bancos europeus devessem aumentar o seu rácio core Tier 1 para além dos 10%, sendo esta recomendação executada pelos principais sistemas bancários europeus e pelos Estados Unidos da América. Este aumento reflecte, particularmente, as operações de recapitalização dos principais grupos bancários. Contudo, apesar dos níveis de solvabilidade serem maiores nos sistemas bancários, as preocupações sobre a resiliência desses sistemas permaneceram.

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VIX

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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ALEMANHA EUA JAPÃO INGLATERRA

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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17 I Semestre 2013

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14%

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20082009201020112012

8,59%10,16%11,10%11,30%12,89%

8,53%10,25%11,47%11,54%13,88%

6,74%8,29%8,95%9,97%11,46%

8,53%11,83%12,52%12,39%13,27%

8,53%11,83%12,52%12,39%13,27%

10,29%11,29%12,37%12,73%13,14%

6,80%7,90%8,10%9,60%10,00%

França Alemanha Itália Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal

Rácio

Cap

ital T

ier 1

Na Zona Euro, as operações de recapitalização têm sido essencialmente executada pela redução dos activos ponderados pelo risco e um processo de desalavancagem, cujos custos associados reflectiram parcialmente numa fraca rentabilidade desses sistemas bancários e na capacidade dos bancos em acumular lucros. A rentabilidade dos bancos dos Estados Unidos da América e do Reino Unido também foi limitada.

Particularizando os indicadores de estabilidade financeira para o sistema bancário português, ao qual o Sistema Financeiro Angolano (SFA) detém elevada exposição, na sua carteira de activos internacionais, estes sugerem uma melhoria substancial nos seus níveis de liquidez. Todavia, embora os maiores níveis de solvência e para além da rentabilidade limitada, o ano de 2012 também ficou caracterizado pela materialização do risco de crédito, com o rácio de crédito mal parado a subir.

Gráfico 7 – Cor Tier 1 do Sistema Bancário Internacional

A China, país que possuí a maior parcela de investimento em Angola, registou uma desaceleração no seu crescimento, o que teve um impacto não só sobre os mercados asiáticos, mas também sobre os preços globais das commodities. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas da China, o crescimento homólogo da economia chinesa abrandou para 7,60% no primeiro semestre de 2013, uma descida de 0,90 pontos percentuais em relação ao crescimento do período homólogo e 0,20 pontos percentuais em relação à média de crescimento do ano passado.

Com a inflação sob controlo, o Banco da República Popular da China (BOC) tomou em 2012 medidas para estimular a economia, numa tentativa de suavizar o processo de desaceleração do crescimento económico. Posto que, no período analisado, o BOC conservou a taxa da política monetária em 6,00% e as taxas das reservas obrigatórias em 18,00% para os bancos de pequena dimensão e 20,00% para os bancos de grande dimensão.

O final do 1.º semestre de 2013 foi marcado por oscilações nos índices de preços das principais commodities, registando-se uma tendência decrescente. Com o nível confortável de reservas petrolíferas dos EUA e com as perspectivas do abrandamento da procura global, influído pela redução da procura chinesa em importar produtos energéticos, influenciaram a descida do preço do crude.

A média do índice do preço do petróleo, calculado pelo FMI no 1.º Semestre de 2013, registou uma diminuição de 5,12% relativamente ao semestre homólogo. Enquanto, em termos médios, o índice de preços das commodities excluindo o petróleo subiu 0,38% em relação ao período homólogo. Já a média do índice de preços das commodities alimentares cresceu 6,80%.

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18

Gráfico 8 – Índice de Preços das Commodities

1.3. Condições Macroeconómicas Internas e Desenvolvimento Financeiro

Apesar dos riscos globais que podem afectar o preço do petróleo e concludentemente a economia angolana, existem factores suficientemente robustos que suportam as previsões de forte aceleração do crescimento do País.

As últimas estimativas do PIB efectuadas pelo Ministério do Planeamento apontam para um crescimento real de 5,14% para 2013, sinalizando um abrandamento da actividade económica quando comparado com ano anterior (5,18%), mas superior ao crescimento verificado no ano de 2011. Neste ano, enfatiza-se o desempenho do sector da agricultura, em virtude de se observar uma recessão sectorial de 22,50%, em 2012, para uma recuperação de 8,60%, em 2013.

Apesar de se prever uma desaceleração na taxa de crescimento real do PIB petrolífero em 1,72p.p., de 2012 para 2013, contudo o PIB não petrolífero continuará a ter um crescimento real notável de 6,49%, evidenciando uma aceleração de 0,85p.p. justificado pelo desempenho do sector da Energia (22,40%). Progressivamente, a actividade económica continua a diversificar-se, visando a redução da dependência das importações, o que é positivo para a saúde do sistema bancário, pois permitiria um maior enriquecimento das fontes de financiamento.

Gráfico 9 – Crescimento Económico do Sector Petrolífero e não Petrolífero

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2010 2011 2012 2013 (p) PIB petrolífero -2,87 -5,57 4,31 2,59

PIB não petrolífero 7,80 9,74 5,64 6,49

PIB pm 3,45 3,86 5,18 5,14

-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00

10,00 12,00

(%)

Crescimento Económico Angolano

0

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Commodities Preço do Barril (Brent) Preço dos Alimentos

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19 I Semestre 2013

Gráfico 10 – Evolução da Estrutura do PIB

Em termos acumulados, registou-se uma produção total de 303,25 milhões de barris, o que perfaz uma produção média diária de 1,68 mbd durante o semestre. De referir que o petróleo continua a ser o produto mais representativo do total das exportações (96,95%).

Simultaneamente, o preço das ramas angolanas, contribuiu positivamente para o aumento das receitas petrolíferas. No período em análise, registou-se uma diminuição no preço da matéria-prima, tendo passado de uma média de USD 113,70/barril no primeiro trimestre de 2012 para USD 106,69/barril.

Gráfico 11 – Produção de Petróleo vs. Preço de Ramas Angolanas

Apesar de se ter continuado a viver num clima de incerteza na arena internacional, no final do semestre, o saldo da conta de bens foi favorável para a acumulação das Reservas Internacionais Líquidas (RIL). As receitas provenientes do sector petrolífero possibilitaram o aumento das RIL para USD 32.443,13 milhões, em Junho de 2013, uma variação de 6,92% face ao período homólogo. Tal posição traduz o reforço crescente da solvabilidade externa e preservação da estabilidade cambial, como pode ser observado pela evolução da taxa de câmbio Kz/USD.

60

38

15

-8

-30

2006

Agricultura Pescas e derivados Diamantes e outros Petróleo Indústria trasnformadora

Construção Energia Serviços mercantis Outros

Peso dos Sectores de Actividade Económica no PIB

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Produção de Petróleo Preços das Ramas

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500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

0,00

20,00

40,00

60,00

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100,00

120,00

140,00

Milh

ões

de

Bar

ril/

dia

$/B

arri

l

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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20

Gráfico 12 – Reservas Internacionais Líquidas e Variação Mensal KZ/USD

Em relação à evolução da taxa de câmbio, assistiu-se a uma depreciação da taxa média de referência, passando de Kz/USD 95,359 em Junho de 2012 para Kz/USD 96,311 em Junho de 2013, correspondendo a uma depreciação de 1,00%.

Porém, apesar da baixa volatilidade da taxa de câmbio de referência, nota-se um maior spread do valor do Kwanza face ao Dólar Norte-americano, entre o mercado formal e informal. Em economias como a angolana, devido às distorções que causam no lado real da economia, este spread costuma ser um importante factor de risco a considerar. A taxa de câmbio de referência, do mercado secundário de notas e a do mercado informal registaram depreciações de 1,00%, 1,02%e 2,47%, respectivamente, o que evidencia a evolução desproporcional das diferentes taxas de câmbio.

Gráfico 13 – Indicadores Cambiais

60,0000 65,0000 70,0000 75,0000 80,0000 85,0000 90,0000 95,0000

100,0000

Tx CÂMBIO Nominal de Referencia Kz/ Us$

- 10,0000 20,0000 30,0000 40,0000 50,0000 60,0000 70,0000 80,0000 90,0000

100,0000

Taxa de Câmbio Real Efectiva

0,00

2,00

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6,00

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Volatilidade da Taxa de Câmbio

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15,0000

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25,0000

Diferencial das taxas de Câmbio

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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3.500.000

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RIL Variação Mensal da Taxa de Câmbio Nominal de Referência

Milh

ões d

e KZ

KZ, USD (Taxa de Variação Mensal)

500.000 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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21 I Semestre 2013

No primeiro semestre de 2013, registou-se uma desaceleração progressiva da evolução do índice de preços internos, conduzindo a uma inflação média mensal de 0,61%, tendo-se registado no final de Junho uma inflação homóloga de 9,19%, próxima da meta projectada até ao final do ano.

A estabilidade do crescimento dos preços tem efeitos positivos sobre a economia, uma vez que garante maior solidez e confiança na moeda nacional, aumentando os níveis de poupança e estimulando os agentes económicos a investir. Este contexto permitiria uma melhoria na gestão eficiente da política monetária, um dos requisitos desejáveis para o desenvolvimento do sistema financeiro em Angola.

As taxas de juro activas em moeda nacional (MN) do crédito ao sector empresarial registaram um aumento em todas as maturidades. Quanto às taxas de juro em moeda estrangeira (ME), a sua evolução foi em sentido contrário em todas as maturidades, excepto na maturidade de até 180 dias, na qual observou-se um aumento de 3,71 p.p., passando de 8,94%, no final do ano de 2012, para 12,64% em Junho de 2013.

Em relação às taxas de juro do crédito a particulares observou-se uma redução na maturidade de até 180 dias, enquanto as demais maturidades aumentaram. Quanto às taxas de juro em moeda estrangeira (ME), a sua evolução foram no mesmo sentido, com excepção da maturidade a mais de 1 ano, que registou uma diminuição de 1,57 p.p., passando de 5,71%, em Dezembro de 2012 para 4,14% no final de Junho. Consequentemente, continuou a verificar-se uma diminuição nos custos de financiamento do sector empresarial, justificando os esforços de promover a diversificação da actividade económica registada.

Gráfico 14 - Inflação

No período em análise as receitas fiscais arrecadadas situaram-se Kz 1.171.171,50 milhões correspondendo a um aumento de 10,47% em relação ao valor observado no período homólogo, contribuindo assim para um aumento dos depósitos do Governo Central no BNA. O crédito líquido ao Governo Central registou uma diminuição de cerca de 95,42% contra uma diminuição de 75,36%, no período homólogo do ano anterior. Na análise deste quadro pode-se inferir uma maior capacidade do Estado em autofinanciar-se, o que reflecte um indicador positivo de estabilidade orçamental.

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I II III

2011

Taxa

de

Varia

ção

Hom

ólog

a

2012 2013

IV I II III IV I II I IIIII IV

Variação Homóloga Índice dos Alimentos (ELD) Variação Homóloga IPG Variação Homóloga IPC

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22

Gráfico 15 – Crédito Líquido ao Governo Central e BT de 90 dias

Continua a observar-se uma redução das necessidades de financiamento do Governo, criando oportunidades para o sistema bancário canalizar recursos que alavanquem a economia. A média do semestre em análise implicou uma taxa de transformação de 74,9%, superior em 5,57 pontos percentuais face à média do período homólogo. De referir que no mês de Junho o Comité de Política Monetária (CPM) do BNA reduziu o coeficiente de reservas de caixa incidente sobre os depósitos em moeda nacional, de 20% para 15%, visando a redução do custo do capital para os agentes que recorrem ao crédito bancário.

Gráfico 16 – Crédito à Economia e Depósitos

No primeiro semestre de 2013 o Índice de Vulnerabilidade das Condições Monetárias e Financeiras registou menor vulnerabilidade para a economia de Angola, baseado nas condições monetárias e no desenvolvimento financeiro. Pode ser verificado que, em geral, ao longo do ano o índice tem evoluído de forma oscilatória, mas abaixo da sua média amostral. Comparativamente ao ano 2011 infere-se que as condições monetárias e financeiras em Angola continuam a estar mais favoráveis.

0,40

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III

Taxa de Transformação

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

0,00%

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1000000

Crédito líquido ao Governo Central Bilhetes do Tesouro 91 dias

IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

2008 2009 2010 2011 2012 2013

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23 I Semestre 2013

0,0000

0,0500

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HH DO CRÉDITO POR SECTOR DE ACTIVIDADE ECONÓMICA

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Jun/

13

Índice de Herfindall

Gráfico 17 – índice de Vulnerabilidade Financeira

Para avaliar o grau de concentração do sector bancário, utilizou-se o índice de Herfindall Hirschman . Tal como ilustra o gráfico 18, o índice demonstra um menor grau de concentração das quotas de mercado no sector bancário, sugerindo uma maior concorrência no mesmo, comparativamente aos períodos anteriores. Adicionalmente, apesar do crédito ainda estar concentrado em 61,34% em quatro sectores de actividade económica, tem-se verificado uma maior diversificação de crédito aos sectores de actividade económica relativamente aos anos anteriores. Tal constatação está subjacente no Índice de Concentração Sectorial (Gráfico 18).

Em Junho de 2013, o crédito seguiu concentrado em alguns sectores de actividade, destacando-se os sectores de Outras Actividades de Serviços Colectivos Sociais e Pessoais (20,71%), Particulares (17,63%), Comércio por Grosso ou a Retalho (16,33%) e Construção (10,23%). Este cenário sugere a existência de um elevado rácio do crédito por alguns sectores sobre a carteira de crédito total, o que pode vulnerabilizar o sector bancário perante abrandamentos dessas indústrias.

A existência de um possível risco de concentração, implícito no crédito concedido aos referidos sectores, pode dar origem a um pêndulo desproporcional entre a necessidade de crédito para esses sectores e seu preço, sob pena do valor real deste último ser distorcido.

Gráfico 18 – Índices de Herfindall Hirschman: Concentração das Quotas de Mercado e Concentração Sectorial

Em relação à detenção de moeda por níveis de liquidez, pode-se comprovar com o gráfico 19, que os agentes económicos preferiram deter moeda na sua forma mais líquida. A componente do M2 que permite efectuar gastos de consumo na forma mais directa foi superior à do semestre homólogo. Particularizando, o grau de preferência por liquidez, quando definido como o rácio de notas e moedas em circulação com M2, aumentou em 0,72%, enquanto o rácio de depósitos à ordem com M2 aumentou em 8,84%.

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Vulnerabilidade De Condições Monetárias e Financeiras Média Amostral

III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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24

Gráfico 19 – Componente do M2 por níveis de Liquidez

Em Junho, o multiplicador monetário aumentou face ao período homólogo, passando de um rácio de 3,42 para 3,86, podendo significar um maior poder multiplicador da moeda através do crédito, como consequência do aumento do M3 (8,98%) e redução da Reserva Monetária (3,40%). Concomitantemente, este indicador poderia ressaltar uma maior capacidade dos bancos na criação de moeda (através do crédito) para um determinado número de depósitos comparativamente ao período homólogo.

Gráfico 20 – Multiplicador Monetário

A relação existente entre o M2 e o PIB não petrolífero, medida pelo grau de aprofundamento financeiro, evoluiu para cerca de 60,73%. Este baixo nível de aprofundamento financeiro indicia necessidade de maior sofisticação financeira. Tal como referido no Relatório de Estabilidade Financeira de 2012, os preceitos da nova Lei Cambial aplicável ao sector petrolífero poderão impor uma outra dinâmica na criação das condições necessárias para um maior aprofundamento financeiro, através de uma rápida expansão de liquidez dos bancos.

Prop

orçã

o do M

2

M1/M2 QUASE Moeda/M2

0

1,25

2,5

3,75

5

0

1250000

2500000

3750000

5000000 m

m

Milh

ões

de K

z

M3 RM MULTIPLICADOR MONETÁRIO

2008 2009 2010 2011 2012 2013

10

08

06

04

02

00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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25 I Semestre 2013

-150000

-100000

-50000

0

50000

100000

150000

0

500000

1000000

1500000

2000000

2500000

3000000

dez/

07

mar

/08

jun/

08

set/0

8 de

z/08

m

ar/0

9 ju

n/09

se

t/09

dez/

09

mar

/10

jun/

10

set/1

0 de

z/10

m

ar/1

1 ju

n/11

se

t/11

dez/

11

mar

/12

jun/

12

set/1

2 de

z/12

m

ar/1

3 ju

n/13

Crédito à Economia E Tendência Hiato

-40

-20

0

20

40

60

80

0

50

100

150

200

250

300

dez/

07

mar

/08

jun/

08

set/0

8 de

z/08

m

ar/0

9 ju

n/09

se

t/09

dez/

09

mar

/10

jun/

10

set/1

0 de

z/10

m

ar/1

1 ju

n/11

se

t/11

dez/

11

mar

/12

jun/

12

set/1

2 de

z/12

m

ar/1

3 ju

n/13

Rácio Crédito à Economia_PIB Tendência Hiato

Gráfico 21 – Grau de Aprofundamento Financeiro

Ao longo do primeiro semestre de 2013 o hiato do rácio crédito/PIB, uma medida de índole macroprudencial, foi oscilante. Uma variação positiva desse hiato sugere um crescimento do crédito superior ao crescimento da riqueza gerada pela economia, o que terá exacerbado as pressões sobre o aumento do crédito vencido observado. Outra medida de natureza macroprudencial é o desvio da evolução do crédito face à sua evolução de equilíbrio de longo prazo. Esta relação registou ao longo do ano desvios positivos.

Deste modo, sendo o hiato do rácio do crédito ao sector privado com o PIB positivo, pode ser inferido que o papel da intermediação financeira não esteja a acompanhar o potencial do crescimento económico. Interpretada a outra medida, o hiato do crédito à economia, infere-se que o semestre finaliza com a taxa de crédito a ser ligeiramente inferior ao seu valor óptimo (definido como uma tendência retirada pelo filtro Holdrick- Prescott).

Gráfico 22 – Desvio crédito/PIB Face ao seu Potencial

0,20

0,35

0,65

0,80

500 000,00

1 500 000,00

2 500 000,00

3 500 000,00

4 500 000,00 De

z/06

M

ar/0

7 Ju

n/07

Se

t/07

Dez/

07

Mar

/08

Jun/

08

Set/0

8 De

z/08

M

ar/0

9 Ju

n/09

Se

t/09

Dez/

09

Mar

/10

Jun/

10

Set/1

0 De

z/10

M

ar/1

1 Ju

n/11

Se

t/11

Dez/

11

Mar

/12

Jun/

12

Set/1

2 De

z/12

M

ar/1

3 Ju

n/13

M2/

PIB

não

Petro

lifer

o

Milh

ões

de K

z

M2 Aprofundamento Financeiro

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26

1.4. Perspectivas para o Segundo Semestre de 2013

As projecções mais recentes do FMI apontam um crescimento um pouco acima dos 3,00% para 2013, continuando abaixo da previsão de 3,30%, divulgada em Abril. O Fundo também reduziu a sua previsão de crescimento em 3,80% (para 2014). Este valor é inferior ao previsto nas projecções de Abril, em grande parte devido à queda da procura interna, do crescimento em várias economias consideradas críticas, e ao prolongamento da recessão na Zona Euro.

Algumas das economias dos BRICS, que tinham sido até então o motor da recuperação a nível global, contribuíram para agravar a situação, devido a uma redução do crescimento potencial destas economias, pela desaceleração do crédito e pela possibilidade das condições financeiras mundiais se tornarem menos acomodatícias. A África do Sul, o Brasil e a Rússia foram as economias emergentes que sofreram maiores revisões em baixa. Prevê-se que estas cresçam 2,5% em 2013.

O crescimento económico da China foi também revisto em baixa, passando de uma previsão de 8,00% para 7,80% em 2013, em resultado de uma diminuição da procura, de uma desaceleração da produção industrial, dos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e por apresentar condições de mercado monetário mais rígidas.

A nível regional, espera-se que neste ano a África Subsaariana continue a crescer fortemente devido ao facto da procura interna e dos preços das commodities apresentarem níveis relativamente elevados. Prevê-se que esses factores, juntamente com o fortalecimento da procura externa projectada, assegurem que o crescimento da região da SADC seja em média 4,90% em 2013 e 5,70% em 2014.

Tabela 1 – Crescimento do PIB

O agravamento das perspectivas para a economia mundial penaliza os preços do petróleo, principal canal de transmissão da evolução da actividade económica global para Angola, os quais foram revistos em baixa, prevendo-se uma redução anual de 4,70% nos próximos dois anos (de USD 100,09/barril em 2013 para USD 95,36/barril em 2014).

Para o caso de Angola, o Banco Mundial e a OCDE, prevêem respectivamente que o País crescerá a 7,20% e 8,20% em 2013. Estas previsões assentam numa expectativa de crescimento do sector petrolífero e da exploração de gás natural liquefeito, no aumento do consumo privado e na implementação do programa de investimentos públicos em infra-estruturas, que possibilitará o crescimento da actividade da construção civil, na produção de energia eléctrica e no desenvolvimento do sector de transportes e comunicação. No entanto, refira-se que o sector petrolífero continuará a ser um importante factor no crescimento do país, representando 45% do produto total.

2012 2013 2012 2013 2012 2013 2014

ECONOMIA MUNDIAL 3,20 3,50 3,20 3,30 3,20 3,10 3,80ECONOMIAS AVANÇADAS 1,30 1,40 1,20 1,20 1,20 1,20 2,10

EUA 2,30 2,00 2,20 1,90 2,20 1,70 2,70REUNO UNIDO -0,201 ,000 0,20 0,70 0,20 0,90 1,50ZONA EURO -0,40- 0,20 -0,60- 0,30 -0,60 -0,60 0,90JAPÃO 2,00 1,20 2,00 1,60 2,00 2,00 1,20

ECONOMIAS EMERGENTES E EM DESENVOLVIMENTO

5,10 5,50 5,10 5,30 5,10 5,30 5,40

CHINA 7,80 8,20 7,80 8,00 7,80 7,80 7,70ÍNDIA4 4,50 5,90 4,00 5,70 4,00 5,60 6,30BRASIL1 1,00 3,50 0,90 3,00 0,90 2,50 3,20RUSSIA3 3,60 3,70 3,40 3,40 3,40 2,50 3,30NIGÉRIA0 - - 6,30 7,10 6,30 7,20 -ÁFRICA DO SUL 2,30 2,80 2,50 3,00 2,50 2,50 2,90

SADC 4,86 4,79 4,76 5,10 4,76 4,2 5,90

JunAbrJan

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27 I Semestre 2013

Actualmente, Angola tem feito um esforço em aumentar a produção de petróleo para compensar parte da queda dos preços no mercado internacional prevista para o ano de 2013. O potencial de produção petrolífera crescerá tendencialmente à medida que os projectos transitem da fase de investimento para a fase de produção. O país produziu cerca de 1,78 mbd em 2012 e um dos objectivos do governo é atingir os 1,84 mbd no final de 2013, através da atribuição de licenças para a exploração de novos campos petrolíferos.

Para o ano de 2013, prevê-se que o saldo global da balança de pagamentos seja superavitário na ordem de USD 3.503,40 milhões, representando uma redução de 24,00% comparativamente ao período homólogo. No âmbito da programação fiscal, estão previstos uma maior arrecadação de recursos, resultantes do diferencial do preço de petróleo, estimados em USD 1.120,30 milhões.

Por outro lado, espera-se que a nova Lei Cambial para o Sector Petrolífero (Lei Nº 2/12, de 13 de Janeiro) poderá reforçar a moeda nacional, estimulando a actividade do sistema financeiro e criando novos produtos financeiros fornecidos pelo sistema bancário.

A programação monetária do BNA prevê uma expansão dos meios de pagamento. Para o último trimestre de 2013, prevê-se que os agregados M3 e M2 registem uma expansão anual de 17,11% e 17,05%, respectivamente. Esse crescimento ficar-se-á a dever ao crescimento dos depósitos a ordem e a prazo, tanto em Moeda Nacional quanto em Moeda Estrangeira. Projecta-se um crescimento de 6,34% na Base Monetária em MN explicado sobretudo pelo crescimento das Notas e Moedas em Circulação numa magnitude aproximada de 16,64%.

Por fim, a constituição do Fundo Soberano de Angola representa um desenvolvimento muito importante em termos da política orçamental e do planeamento de despesas do país. O Fundo poderá constituir um dos pilares da estabilidade macroeconómica ao amortecer as flutuações dos preços das matérias-primas, estabilizando as despesas públicas e atenuando os impactos fiscais e económicos dos choques externos. Está-se ainda a estudar a possibilidade de diversificar as fontes de financiamento da economia angolana através da criação do mercado de dívida secundária, com o objectivo que no início do ano de 2014 entre em funcionamento o mercado de dívida pública e privada, para depois em 2016 abrir a bolsa de valores.

2. Operações dos Mercados Monetário e Cambial

No primeiro semestre de 2013, manteve-se como enfoque da condução da política monetária a regulação dos fluxos excedentários de liquidez, tendo como objectivo primário de estabilidade de preços e manutenção do poder de compra da moeda nacional.

A sua operacionalização manteve como suporte os instrumentos do quadro operacional de política monetária instituído em Outubro de 2011, com particular destaque para as operações de mercado aberto, a disponibilização das facilidades permanentes de liquidez e a monitorização das taxas de juro de referência.

2.1. Operações de Regulação Monetária

2.1.1. Emissão de Títulos do Banco Central

A emissão de Títulos do Banco Central (TBC) no primeiro semestre de 2013, foi de Kz 21.008.335 milhões, o efeito líquido das emissões sobre a liquidez foi de expansão de cerca de Kz 86.627.503 milhões. Comparativamente, ao período homólogo de 2012,em que a emissão foi de Kz 629.818.837 milhões, observou-se em 2013 uma redução significativa das emissões do Banco Central.

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28

O volume de emissão no período no primeiro semestre de 2013 esteve influenciado pelo contexto de execução coordenada de políticas fiscal e monetária, com enfoque nos factores autónomos de impacto na liquidez. No primeiro semestre de 2013, as emissões ficaram concentradas nos meses de Janeiro e Abril, tendo nos restantes períodos do semestre, sido substituídas por Operações de Mercado Aberto (OMA). Comparativamente, no primeiro semestre de 2012 a emissão de TBC distribuiu-se por todo o semestre.

2.1.2. Operações de Mercado Aberto (OMA)

No primeiro semestre de 2013 as Operações de Mercado Aberto (OMA) para absorção de liquidez ascenderam a Kz 367.146.058 milhões e o efeito líquido sobre a liquidez foi de expansão de Kz 12.199.828 milhões. Comparativamente ao período precedente, em que o efeito líquido foi igualmente de expansão de Kz 31.296.721 milhões, observou-se em 2013 uma redução do volume de operações, de cerca de 61,02%.

2.1.3. Grau de Execução das Operações de Regulação de Liquidez

O grau de execução das operações com Títulos do Banco Central no período em análise foi de 33,41% da projecção para este período, pelo facto dessas operações terem sido substituídas pelas operações de mercado aberto. Em compensação, o grau de execução das Operações de Mercado Aberto foi de 111,35% da projecção do período. No período homólogo a execução alcançou os níveis de 99,15% e 125,42%, respectivamente para a emissão de TBC e Operações de Mercado Aberto.

A utilização conjunta dos dois instrumentos, emissão de TBC e Operações de Mercado Aberto, no primeiro semestre de 2013 induziu expansão da liquidez no montante de Kz 98.827.332 milhões, em resultado do elevado volume de resgate de TBC face à emissão, nos dois trimestres e do significativo volume de retorno de Operações de Mercado Aberto no segundo trimestre, que cumulativamente superaram o volume das operações de absorção.

Tabela 2 – Operações no Mercado Aberto e TBC

2.2. Outras Operações Monetárias

2.2.1. Facilidades Permanentes de Liquidez

As operações de Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight (FAO) no primeiro semestre de 2013 ascenderam ao montante acumulado de Kz 255.996.437 milhões, registando-se uma média diária no semestre de Kz 42.666.073 milhões. Comparativamente, no mesmo período de 2012, estas operações autónomas dos bancos, de aplicação de recursos excedentários em depósitos overnight no Banco Central, foram no montante acumulado de Kz 378.873.713 milhões, com uma média diária no semestre de Kz 63.145.619 milhões.

Em milhões

Execução ProjecçãoGrau

Execução Execução ProjecçãoGrau

Execução Execução

Janeiro 1 467 059 257,21 2 588 000 000,00 56,69% 88 622 925 286,18 65 226 833 869,63 135,87% (22 051 177 161,52)

Fevereiro - 41 822 543 000,00 - - 9 431 909 128,21 - 50 774 192 649,93

Março - 1 100 000 000,00 - 71 134 363 198,34 55 561 610 362,32 128,03% (7 908 393 793,41)

Abril 19 541 276 163,75 17 377 557 000,00 112,45% 100 740 672 360,61 45 089 602 210,96 223,42% (7 361 835 316,13)

Maio - - - 83 484 255 029,94 105 709 116 456,11 78,98% 15 070 506 209,20

Junho - 44 747 588 000,00 - 23 163 842 895,73 48 693 074 250,04 47,57% 70 304 039 280,69

Iº Semestre 21 008 335 420,96 107 635 688 000,00 19,52% 367 146 058 770,80 329 712 146 277,27 111,35% 98 827 331 868,76

Janeiro 132 424 085 759,66 94 073 000 000,00 140,77% 101 418 283 093,72 89 712 447 738,31 113,05% (50 146 401 033,27)

Fevereiro 76 522 387 178,26 66 523 519 000,00 115,03% 92 500 827 201,16 47 865 576 000,00 193,25% (2 892 174 205,05)

Março 134 766 422 652,17 144 129 455 000,00 93,50% 96 019 149 478,17 56 021 498 000,00 171,40% 6 073 907 193,50

Abril 114 209 662 373,78 70 237 000 000,00 162,61% 28 383 527 730,01 74 729 798 426,51 37,98% 37 410 273 531,01

Maio 142 035 849 629,13 93 466 592 000,00 151,96% 85 816 714 155,01 87 888 000 000,00 97,64% (44 200 027 508,34)

Junho 29 860 429 833,63 166 790 842 000,00 17,90% 55 417 457 640,52 10 191 375 710,58 543,77% 90 453 780 521,99

Iº Semestre 629 818 837 426,63 635 220 408 000,00 99,15% 459 555 959 298,59 366 408 695 875,40 125,42% 36 699 358 499,84

2012

TBC OMA EF.LIQ TOTAL (TBC+OMA)

2013

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29 I Semestre 2013

Relativamente às operações inversas, de Facilidade de Cedência de Liquidez Overnight (FCO), no mesmo período de 2013, o recurso dos bancos a estas operações ascendeu ao montante acumulado de Kz 281.210.209 milhões, com igual retorno no mesmo período e impacto nulo na gestão da liquidez.

Observou-se uma tendência de redução do recurso à esse instrumento ao longo do semestre, como reflexo do nível de liquidez em cada um dos períodos cuja tendência foi inversa. Comparativamente ao período homólogo observou-se um aumento de 123,82%.

Tabela 3 - Facilidade de Absorção de Liquidez Overnight

2.2.2. Redesconto

No primeiro semestre de 2013 não foram realizadas operações de redesconto. Comportamento semelhante ocorreu no período homólogo de 2012, traduzindo, de certo modo, um adequado nível de liquidez na economia.

2.3. Evolução das Taxas de Juro e de Câmbio

2.3.1. Taxas de Juro da Política Monetária

No primeiro semestre de 2013, as taxas de juro da política monetária mantiveram tendência de estabilidade, registando variações apenas em alguns momentos, em harmonia com a evolução dos agregados monetários e, com base nisso, nas decisões do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola.

Nesse contexto, por decisão do Comité de Política Monetária a taxa de juro básica do BNA, taxa BNA, manteve-se em 10,00% ao longo do semestre e igual desempenho se observou para a Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCO), como reflexo do elevado grau de liquidez da economia. Ainda no mesmo sentido, foi reduzida a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (FAO) de 1,25% para 1,00%. Paralelamente, as taxas de juro das operações do BNA, de regulação de liquidez, reduziram-se de 5,00% para 3,00% nos três últimos meses do semestre.

Em milhões

FAO M.diária FCO M. diária FAO M.diária FCO M. diária

Jan 43 953 - 66 300 31 001

Fev 25 123 71 535 32 331 23 401

Mar 18 939 56 956 73 412 24 307

Abr 82 393 53 511 106 400 31 000

Mai 57 534 46 429 47 608 7 027

Jun 28 054 52 780 52 824 8 908

2013 2012

Iº Semestre 255 996 281 210 378 874 125 643

Méd. Diária 42 666 46 868 63 146 20 941

Var. % 2013 -32,43% 123,82%

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30

Tabela 4 – Taxas de Juros Médias - Política Monetária

2.3.2. Taxas Nominais de Juro de Títulos do Mercado Primário

No período em análise, as taxas de juro dos TBC foram fortemente influenciadas pelo nível de liquidez da economia, que por sua vez influenciou a competitividade das instituições participantes no mercado monetário. Igual comportamento se observou no segmento das emissões de títulos públicos, num ambiente de reduzida necessidade de financiamento interno. O nível de liquidez induziu a redução das taxas de juro dos títulos do Tesouro de curto prazo.

Em Janeiro de 2013, a taxa de juro do TBC com maturidade de 182 dias situava-se em 5,07% ao ano. Em Abril o TBC com a maturidade de 63 dias era remunerado em 3,62% ao ano. Comparativamente, no período homólogo de 2012, as taxas de juro situavam-se em 3,94% e 3,21% ao ano, respectivamente, tendo ocorrido emissões, ao longo do semestre.Relativamente aos Bilhetes do Tesouro (BT), no mês de Maio as taxas de juro situaram-se 2,95%, 3,57% e 4,16%, respectivamente para as maturidades de 91, 182 e 364 dias. Em Junho as taxas de juro aumentaram para 3,00%, 4,31% e 5,96%, respectivamente. Em relação a 2012,observou-se uma variação de redução na maturidade de 91 dias e de aumento nas maturidades de 182 e 364 dias.

Tabela 5 – Taxas de Juro – Mercado Primário

Tabela 563 dias 182 dias 91 dias 182 dias 364 dias

Jun/13 -- 3,00% 4,31% 5,96%

Mai/13 --

--

-- 2,95% 3,57% 4,16%

Abr/13 3,62% -- -- -- -

Mar/13 -- -- -- -

Fev/13 -- -- -- -

Jan/13 5-- ,07% --

--

--

-- -

2013

TBC BT

Jun/12 3,21% 3,94% 3,29% 3,57% 3,68%

Mai/12 4,93% 3,91% 3,53% 3,83% 3,96%

Abr/12 6,55% 6,80% 3,91% 4,00% 4,96%

Mar/12 6,77% 6,80% 3,91% 4,01% 4,56%

Fev/12 6,93% 6,80% 3,94% 4,82% 5,18%

Jan/12 7,08% 6,80% 3,94% 4,82% 5,18%

2012

Tabela 4

TAXA BNA

FCO FAO OMA TBC 63 REDESC.

Jun/13 10,00% 11,25% 1,00% 3,00% - 20,00%

Mai/13 10,00% 11,25% 1,00% 2,00% - 20,00%

Abr/13 10,00% 11,25% 1,00% 5,00% 3,62% 20,00%Mar/13 10,00% 11,25% 1,25% 5,00% - 20,00%Fev/13 10,00% 11,25% 1,25% 5,00% - 20,00%Jan/13 10,00% 11,25% 1,25% 5,00% 5,07% 20,00%

Taxas de Juros Médias - Política Monetária

2013

Jun/12 10,25% 11,75% 1,50% 3,56% 3,21% 20,00%Mai/12 10,25% 12,00% 2,00% 5,14% 4,93% 20,00%Abr/12 10,25% 12,00% 2,00% 5,00% 6,55% 20,00%

Mar/12 10,25% 12,00% 2,00% 5,00% 6,71% 20,00%Fev/12 10,25% 12,00% 2,00% 5,00% 6,93% 20,00%Jan/12 10,50% 12,50% 2,00% 5,00% 7,08% 20,00%

2012

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31 I Semestre 2013

2.3.3. Taxa LUIBOR

A LUIBOR overnight, que reflecte o custo das transacções diárias de liquidez, sem colateral, realizadas entre os bancos reduziu-se no primeiro semestre de 2013, em 0,07 pontos percentuais, passando de 6,20% em Janeiro para 6,13% em Junho e contrariando o ligeiro aumento, de 0,74 pontos percentuais, observado em base homóloga.

Nas restantes maturidades as cotações da LUIBOR tiveram aumentos no semestre entre 0,26 pontos percentuais, na maturidade de 1 mês a 0,04 pontos percentuais na maturidade de 12 meses.O custo das transacções neste segmento de mercado interbancário traduziu os níveis de liquidez na economia, que se reduziu significativamente nos últimos dois meses e, consequente aumento e a necessidade de financiamento por parte das instituições bancárias.

Comparativamente no período homólogo de 2012, a LUIBOR teve tendência de redução em todas as maturidades, reflectindo igualmente as condições de liquidez naquele período.

Tabela 6

OVERN. 1 MÊS 3 MESES 6 MESES 9 MESES 12 MESES

Jun/13 6,13% 8,03% 8,87% 9,42% 9,98% 10,43%

Mai/13 6,14% 8,03% 8,91% 9,40% 9,81% 10,25%

Abr/13 6,17% 8,01% 8,90% 9,40% 9,82% 10,25%Mar/13 6,16% 8,00% 8,89% 9,38% 9,79% 10,23%Fev/13 6,16% 7,94% 8,85% 9,39% 9,86% 10,24%Jan/13 6,20% 7,77% 8,70% 9,40% 9,93% 10,39%

TAXA LUIBOR

2013

Jun/12 5,39% 7,59% 8,65% 9,25% 10,24% 10,76%Mai/12 5,64% 7,86% 8,99% 9,79% 10,74% 11,15%Abr/12 6,23% 8,21% 9,40% 10,48% 11,35% 11,80%

Mar/12 6,50% 8,23% 9,83% 10,66% 11,47% 12,04%Fev/12 6,42% 8,29% 9,61% 10,63% 11,55% 12,31%Jan/12 6,37% 8,22% 10,20% 10,69% 11,37% 12,39%

2012

Tabela 6 – Taxa Luibor

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32

2.4. Operações Cambiais

A venda de divisas no primeiro semestre de 2013 foi de USD 9.685 milhões, com um aumento de 17,02%, comparativamente ao primeiro semestre de 2012, cujo volume de vendas foi de USD 8.276 milhões. A evolução do volume de venda de divisas em 2013, visou fundamentalmente o provimento de recursos financeiros para a cobertura das necessidades da economia relacionadas com a importação de bens e serviços, tendo-se, em harmonia com a sua evolução, consentido aumentos regulares na oferta de divisas por parte do Banco Central.O aumento do volume de venda de divisas, paralelemente a ajustamentos recentemente implementados na regulação sobre o sector cambial, permitiu a realização de operações com o exterior com melhor oportunidade a eficiência. Estes factores associados induziram um aumento na execução de pagamentos sobre o exterior de cerca de 64,45%, em operações de mercadorias, invisíveis e capitais., O volume de execução destas operações no primeiro semestre de 2013, foi de USD 11.739 milhões, com um crescimento de 36,07% comparativamente ao período homólogo de 2012. Nesse período, o volume de operações executadas com o exterior do país foi de USD 8.627 milhões. A média mensal de execução de operações no primeiro semestre de 2013 foi de USD 1.956 milhões, significativamente superior ao observado no primeiro semestre de 2012, de USD 1.438 milhões.

Tabela 7 – Venda de Divisas

2012

2013

Em milhões USD

Nº Leilões Vendas BNA Executado Bancos Executado (MIC) Executado/

Vendas

Janeiro 15 1 347 500 000,00 2 476 394 008,10 1 740 862 238,28 83,78%

Fevereiro 20 1 459 500 000,00 2 280 459 403,23 1 694 298 621,91 56,25%

Março 14 1 445 000 000,00 2 697 663 000,35 1 829 947 631,18 86,69%

Abril 17 1 980 000 000,00 2 950 249 851,95 2 159 883 502,22 49,00%

Maio 14 1 800 000 000,00 3 025 754 550,78 2 186 074 533,58 68,10%

Junho 15 1 652 500 000,00 2 495 720 595,70 2 128 126 339,12 51,03%

Iº Semestre 95 9 684 500 000,00 15 926 241 410,11 11 739 192 866,29 64,45%

Janeiro 12 1 300 000 000,00 1 850 017 117,71 1 521 561 344,50 42,31%

Fevereiro 13 1 430 000 000,00 1 692 468 590,13 1 560 227 736,88 18,35%

Março 13 1 278 594 042,57 1 782 995 933,32 1 480 556 262,13 39,45%

Abril 12 1 300 000 000,00 1 235 056 719,05 1 065 469 152,58 -5,00%

Maio 13 1 415 000 000,00 1 857 957 425,08 1 444 941 805,37 31,30%

Junho 13 1 552 193 112,51 2 029 624 988,18 1 554 252 479,62 30,76%

Iº Semestre7 68 275 787 155,08 10 448 120 773,46 8 627 008 781,08 26,25%

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33 I Semestre 2013

100,000

99,000

98,000

97,000

96,000

95,000

94,000

Jan/1

2

98,435

97,653

95,530

97,592 97,890

99,041

96,065

96,201

96,223

96,271

96,566

99,21999,517

Jan/1

3

Mai/12

Mai/13

Set/12

Fev/12

Fev/13

Jun/1

2Ju

n/13

Out/12

Mar/12

Mar/13

Jul/1

2

Nov/12

Abr/12

Abr/13

Aug/12

Dec/12

Taxa Primária

Fonte DES

Taxa Secundária (Divisas) Taxa Secundária (Nota)

2.4.1. Taxas de Câmbio

No final do primeiro semestre de 2013, a taxa de câmbio média do mercado primário situou-se em 96,566 KZ/USD, com uma variação acumulada no semestre de 0,522%. Esta variação foi significativamente superior à observada no período homólogo de 2012, de 0,082%, em que a taxa de câmbio se situou em KZ/USD 95,598.

No mercado secundário, a taxa de câmbio média para operações de divisas situou-se em 99,375 KZ/USD no primeiro semestre de 2013, e no período homólogo de 2012, em 98,349 KZ/USD. A variação acumulada no primeiro semestre de 2013 foi de 0,508% e no período homólogo de 2012, de 0,090%. A variação acumulada no ano foi de 1,043%.

Gráfico 23 – Evolução da Taxa de Câmbio

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34

O crescimento da procura por divisas, num contexto de crescimento da economia, induziu à pressão observada nas taxas de câmbio em alguns momentos, apesar do aumento da oferta de divisas por parte do Banco Central.

Ao longo do primeiro semestre de 2013, observou-se uma tendência consolidada de depreciação na paridade Kz/USD nos dois segmentos, primário e secundário, de divisas. Igual comportamento se observou no período homólogo de 2012, sendo este facto intrinsecamente relacionado com a característica eminentemente importadora da economia angolana.

2.5. Evolução da Liquidez

O nível de liquidez medido pelo volume das reservas livres dos bancos e da Facilidade de Absorção Overnight (FAO) no BNA, ao final do mês de Junho de 2013 foi de Kz 91.706.369 milhões, com redução de 31,16%, face ao período homólogo de 2012, em que se situava em Kz 133.219.788 milhões.

Tabela 8 – Evolução da Liquidez

Em milhões Kz

MONTANTE VARIAÇÃO%

Janeiro 45 305 200 000,00 96,67%Fevereiro 53 385 000 000,00 17,83%Março 57 813 814 949,49 8,30%Abril 76 878 841 261,57 32,98%Maio 38 018 698 834,95 -50,55%Junho 91 706 369 643,12 141,21%Iº Semestre 91 706 369 643,12 141,21%

Janeiro 52 389 237 390,22 62,95%Fevereiro 104 052 271 438,65 98,61%Março 129 485 867 017,61 24,44%Abril 119 899 266 875,08 -7,40%Maio 41 629 627 940,39 -65,28%Junho 133 219 788 928,44 220,01%Iº Semestre 133 219 788 928,44 220,01%Fonte:DSP

2013

2012

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35 I Semestre 2013

2.6. Base Monetária

No período em análise o stock da Base Monetária, resultante da execução coordenada dos principais factores de impacto na liquidez, ficou abaixo do nível da programação monetária em cerca de 5,55%, inferior ao observado no mesmo período em 2012 de cerca de 10,02%, mas em harmonia com os objectivos de política do Banco Central para 2013. Em base homóloga observou-se um crescimento de 8,78%.

Tabela 9 – Stock Base Monetária

3. Sector Externo

Sendo a economia angolana fortemente aberta ao exterior está sujeita a choques externos provocados pela alteração dos preços das principais Commodities no mercado Internacional. Porém, a carteira de exportações do país depende praticamente de um único produto (Petróleo) que teve uma participação de 98,07% em 2012, tornando pouco significativa a influência dos demais produtos, o que leva muitos analistas a classificar como economia mono exportadora.

Os problemas gerados por esses choques tendem a afectar inicialmente as contas externas, com a probabilidade de provocar défices na conta corrente e na Balança de Pagamentos, tornando-se assim um factor de debilidade para a capacidade de resposta da nossa economia.A estabilidade externa de uma economia depende necessariamente dos fluxos de exportação de bens e serviços, bem como, dos fluxos financeiros e de capitais, pelo que, quanto maior for o défice da balança corrente maior será a vulnerabilidade do país aos choques externos.

EXEC/PROJ DEE

BM Restrita EXECUÇÃO

BM Restrita Projecção DEE2013

Em milhões

Jan Fev Mar Abr Mai Jun

0,00% 0,00% -9,81% -6,26% -4,34% -5,55%

673 353 642 039 644 727 671 491 683 669 686 653

673 353 642 039 714 825 716 341 714 703 727 034Var. % no mês Exec.

Var. % no ano Exec.

EXEC/PROJ DEE

BM Restrita EXECUÇÃO

BM Restrita Projecção DEE

2013

2012

-7,41% -4,65% 0,42% 4,15% 1,81% 0,44%

-7,41% -11,72% -11,35% -7,67% -5,99% -5,58%

-12,96% -11,92% -14,76% -10,26% -11,34% -10,02%

596 514 605 013 590 470 625 344 620 398 631 258

685 310 686 902 692 736 696 808 699 742 701 581Var. % no mês Exec.

Var. % no ano Exec.

2012

-14,10% 1,42% -2,40% 5,91% -0,79% 1,75%

-14,10% -12,87% -14,97% -9,95% -10,66% -9,09%

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36

3.1. Grau de Abertura da Economia

As trocas de mercadorias registadas na conta de bens constituem uma das componentes mais importantes da conta corrente. Essas trocas estabelecem-se em dois sentidos, nomeadamente, compras e vendas de mercadorias.A magnitude do comércio externo reflecte o grau de abertura do país ao exterior, consubstanciado na relevância das importações e exportações de bens e serviços no PIB durante um determinado período, em regra um ano.De acordo com a metodologia do Banco Mundial, um país é considerado aberto comercialmente quando atinge um grau de abertura de 30,00%. O grau de abertura da economia angolana para o ano de 2013, foi projectado para 118,11% contra os 103,07% do ano de 2012, reflectindo um possível aumento ao nível das receitas de exportação de petróleo e das importações de bens de consumo corrente e intermédio do país.

Gráfico 24 – Grau de Abertura da Economia

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00

1,80

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00

1,24

2009

2009

Expo

rtaçã

o/Im

porta

ção

2010 2011 2012 2013

2010 2011 2012 2013

1,05 1,081,03

1,18

3.1.1. Taxa de Cobertura Global das Importações

A taxa de cobertura global das importações representa o valor das importações que o país paga com o valor das exportações efectuadas para os outros países.

A taxa de Cobertura Global das importações de Angola para o ano de 2013, foi projectada para 137,05% contra os 156,80% de 2012. Uma taxa de cobertura superior a 1 (um), indica que o país detém uma posição comercial forte (Competitividade comercial), ou seja, o valor realizado nas exportações pode cobrir as importações efectuadas.

Apesar da ligeira redução deste indicador, as exportações de bens e serviços continuam a ser suficientes para cobrir a importação de unidade de bens e serviços e aprovisionando um excedente para cobertura de outras despesas.

Porém, uma situação inversa, indica uma posição fraca ou dependência comercial (saldo comercial negativo), onde as receitas das exportações não são suficientes para cobrir as importações efectuadas. Importa salientar que, a taxa de cobertura global das importações em Angola tem sido dominada pelas exportações de petróleo.

Gráfico 25 – Taxa de Cobertura das Importações

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37 I Semestre 2013

3.2. Conta de Bens

A conta de bens no primeiro semestre de 2013, apresentou um superavit de USD 23.009,49 milhões, comparativamente aos USD 24.153,34 milhões do período homólogo, reflectindo um decréscimo de 4,74%, influenciado principalmente pela redução das receitas das exportações, apesar do decréscimo das importações.

Gráfico 26 – Conta de Bens

As receitas das exportações passaram de USD 36.341,40 milhões, no primeiro semestre de 2012, para USD 33.342,41 milhões no primeiro semestre de 2013, registando uma redução absoluta de USD 2.998,99 milhões (8,25%), derivada fundamentalmente do decréscimo da exportação de petróleo bruto, de 7,93%, ao passar de USD 35.111,71 milhões em 2012 para USD 32.326,89 milhões em 2013, resultante da redução do volume de 308,31 milhões de barris em 2012 para 303,25 milhões de barris em 2013, bem como, do preço, em 6,39 %, ao passar de USD/barril 113,88 no primeiro semestre 2012 para USD /barril 106,60 no período em análise.

A redução do volume de exportação de petróleo bruto está associada a restrição de produção em alguns blocos por razões operacionais. Contudo, apesar da redução do preço no período em análise, o mesmo mantém-se acima do estabelecido no OGE para 2013 (96 USD/barril), o que continua sendo exequível para sustentabilidade do mesmo.De salientar que os restantes produtos que compõem a estrutura das exportações angolanas tiveram comportamento idêntico, ou seja, apresentaram redução das suas receitas de exportação, nomeadamente, os diamantes e os outros produtos (refinados do petróleo, gás, café e pescados, etc.) em 4,79% e 29,65%, respectivamente.

A semelhança das exportações, as importações sofreram uma redução ao passar de USD 12.188,05 milhões no primeiro semestre de 2012 para USD 10.332,92 milhões no primeiro semestre de 2013, correspondendo a um decréscimo de cerca de 15,22%, considerado razoável se comparado com a queda das exportações no mesmo período.

Gráfico 27 – Conta Corrente vs. PIB

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

40.000,00

I semestre 2009 I semestre 2010 I semestre 2011 I semestre 2012 I semestre 2013

Milh

ões

Usd

Conta de Bens Exportação Importação

-15,00

-10,00

-5,00

0,00

5,00

10,00

15,00

-10.000,00

-5.000,00

0,00

5.000,00

10.000,00

15.000,00

2009 2010 2011 2012 2013

%

MIL

ES

Usd

Conta Corrente Conta Corrente/PIB

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38

3.2.1. Reservas Brutas

No final do mês de Junho do corrente ano, as reservas brutas cifraram-se em USD 34.723,39 milhões contra os USD 33.034,81 milhões no final do período de 2012, que resultou numa acumulação de reservas brutas de USD 1.688,58 milhões, um incremento de 5,11%, que representou um nível de cobertura de aproximadamente 8,27 meses de importação de bens e serviços, contra os cerca de 8,28 meses em Dezembro de 2012.

Gráfico 28 – Reservas Brutas e Meses de Importação de Bens e Serviço

40,00

37,00

35,00

32,50

30,00

27,50

25,00

9,00

8,50

8,00

7,50

7,50

6,50

6,00

29/Ju

n/12

Jan

18 - Jan0:18

6 - Fev0:12

13 - Fev0:12

30 - Abr0:13

17- Abr0:01

27 - Mar0:01

20 - Fev0:01

30 -Mai0:01

8 - Mai0:22

Fev Mar Abr Mai Jun

31/Ju

l/12

Reservas Brutas (Stock) Res. Brutas / Meses de Import. de B&S

30/A

go/12

28/Set/

12

31/O

ut/12

31/D

ez/12

28/M

ar/13

14/Ju

n/13

21/Ju

n/13

28/Ju

n/13

Em M

ilhõe

s de

Us$

Mes

es d

e Im

porta

ção

4. Sistemas de Pagamentos 4.1. Disponibilidade

A disponibilidade do SPTR, enquanto veículo de circulação da moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno funcionamento do sistema de pagamentos e para a estabilidade do sector financeiro.Considerando que o BNA deve ambicionar um nível de disponibilidade superior a 99,9% (ou seja, uma indisponibilidade média claramente inferior a 1 minuto/dia), verifica-se que tal objectivo não foi alcançado nos meses de Fevereiro e Maio, com índices de 99,78% e 99,83% respectivamente, tendo sido obtidos resultados muito positivos em Março (99,99%) e Junho (100,00%).

Gráfico 29 – Indisponibilidade SPTR por Sessão (em hh:mm)

4.2. Distribuição das operações ao longo do dia

A distribuição dos pagamentos efectuados pelos participantes no SPTR (excluindo o BNA) ao longo do dia espelha que, depois de picos iniciais relacionados com as operações comunicadas em dias anteriores e com saldos de compensação, o número de pagamentos é claramente crescente ao longo do dia até à hora de fecho da sessão inicial do SPTR, às 15h30.

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39 I Semestre 2013

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

,0

35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

,07:40 8:40 9:40 10:40 11:40 12:40 13:40 14:40 15:40 16:40 17:40

15:308h:00

18:40

Núm

ero

Milh

ões

de K

wan

zas

Em termos de montantes, os valores estão concentrados próximo das 9h00, quando se verificam pagamentos elevados entre participantes, e na sessão final, entre as 16h00 e as 17h00, quando os pagamentos têm por destinatário o BNA.

Gráfico 30 – Distribuição dos Pagamentos no SPTR

4.3. Exposição ao Risco

O SPTR é o subsistema do Sistema de Pagamentos de Angola utilizado pelos bancos comerciais para liquidar pagamentos entre si, bem como pelo banco central para liquidar operações dos seus sistemas internos e ordenadas ou destinadas pelo MINFIN, constituindo o centro do SPA.

Em termos de continuidade de negócio, existe actualmente o centro de processamento de backup localizado nas instalações da EMIS, mas o SPTR não possui um segundo centro operacional, nem plano de continuidade de negócios de acordo com os Princípios para Infra-estruturas de Mercados Financeiros publicados pelo BIS em Abril de 2012.

4.4. Desempenho do Serviço de Compensação de Valores (SCV)

No primeiro semestre de 2013, 80% do montante dos cheques e 89% do montante das ordens de saque compensados corresponderam a documentos de valor unitário igual ou superior a 5 milhões de Kwanzas. Nesse período foram compensados 21 cheques de valor unitário superior a mil milhões de Kwanzas. Em resultado desta compensação de instrumentos de pagamento de elevado montante ocorreram quatro situações de falta de fundos no SCV que adiaram a liquidação dos saldos de compensação.

Foi publicado o Aviso n.º 05/13, de 22 de Abril, que estabelece a eliminação dos Documentos de Crédito, pelo que as transferências até agora efectuadas com base neste instrumento de pagamento devem passar a ser efectuadas através do Subsistema de Transferências à Crédito (STC).

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40

Gráfico 31 – Montante dos Cheques e Ordens de Saque Compensados

250.000

200.000

150.00

100.000

50.000

0

1.600.000

1.400.000

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0

OS*

CH*5

OS<5

CH<5

2012

2013

Jan

Jan

Fev Mar Abr Mai Jun

4.5. Desempenho do Subsistema Multicaixa - Terminais de Pagamento Automático

A rede de TPA Multicaixa é uma infra-estrutura essencial para a promoção e facilitação dos pagamentos electrónicos de retalho.

Não obstante as taxas de crescimento das compras Multicaixa nos últimos anos terem sido significativas, correspondendo a 69,77%, 87,45% e 74,14%, em 2010, 2011 e 2012, respectivamente, passados quase 10 anos do arranque da rede, os níveis de utilização de TPA são ainda reduzidos face ao objectivo de ter mais compras do que levantamentos em caixas automáticos.

Os custos inerentes à disponibilização do serviço e a falta de atendimento adequado aos comerciantes têm sido invocados como sendo os principais factores inibidores do desenvolvimento da rede.

Gráfico 32 – N.º TPA Activos versus Não Activos

Fev Mar Abr Mai Jun

4.6. Desempenho do Subsistema de Transferências a Crédito

O STC é um subsistema direccionado para compensação interbancária de transferências a crédito de retalho (até Kz 5 milhões, exclusive). Durante o primeiro semestre de 2013, foram processadas 132.464 transferências no montante de 82.982 milhões de Kwanzas.

A operação do sistema tem revelado estabilidade com cumprimento dos horários definidos.

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41 I Semestre 2013

5,0%

4,5%

4,0%

3,5%

3,0%

2,5%

2 ,0%

1,5%

1,0%

0,5%

0,0%

Feb

- 12

Feb

- 13

Mar

- 12

Mar

- 13

Apr -

12

Apr -

13

May

- 12

May

- 13

Jun

- 12

Jun

- 13

Jul-

12

Jul-

13

Aug

- 12

QTD

MT

Sep

- 12

Out -

12

Nov-

12

Dez-

12

Jan-

12

Gráfico 33 – Numero das Transferências efectuadas no STC

4.7. Concentração do Suporte Tecnológico a nível dos Sistemas de Pagamento

Relativamente à dependência dos participantes do subsistemas do SPA, constata-se uma concentração acentuada a nível de fornecimento de software de suporte tecnológico à um número reduzido de fornecedores de software, o que representa um risco para o sistema financeiro.

5. Organização do Sistema Financeiro 5.1. Estrutura e Composição

A semelhança de Junho de 2012, em Junho de 2013, estavam em funcionamento 22 (vinte e duas) instituições, das 23 (vinte e três) instituições financeiras bancárias autorizadas a funcionar em Angola, sendo que, 3 (três) são Bancos públicos, 12 (doze) são Bancos privados, 7 (sete) são filiais de Bancos estrangeiros.

Tabela 10 – Listagem de Bancos

Nº Banco Sigla Início de Actividade Participação accionista1 BANCO DE POUPANÇA E CRÉDITO, S.A.R.L. BPC 1976 Público2 BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA, S.A.R.L. BCI 1991 Público3 BANCO CAIXA GERAL TOTTA DE ANGOLA, S.A. BCGTA 1993 Privado Estrangeiro4 BANCO DE FOMENTO ANGOLA, S.A. BFA 1993 Privado Estrangeiro5 BANCO ANGOLANO DE INVESTIMENTOS, S.A. BAI 1997 Privado Nacional6 BANCO COMERCIAL ANGOLANO, S.A. BCA 1999 Privado Nacional7 BANCO SOL, S.A. SOL 2001 Privado Nacional8 BANCO ESPÍRITO SANTO ANGOLA, S.A. BESA 2002 Privado Estrangeiro9 BANCO REGIONAL DO KEVE, S.A. KEVE 2003 Privado Nacional

10 BANCO BAI MICRO-FINANÇAS, S.A. BMF 2004 Privado Nacional11 BANCO BIC, S.A. BIC 2005 Privado Nacional12 BANCO PRIVADO ATLÂNTICO, S.A. BPA 2006 Privado Nacional13 BANCO MILLENNIUM ANGOLA, S.A. BMA 2006 Privado Estrangeiro14 BANCO DE NEGÓCIOS INTERNACIONAL, S.A. BNI 2006 Privado Nacional15 BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA BDA 2007 Público16 BANCO VTB-ÁFRICA, S.A. VTB 2007 Privado Estrangeiro17 BANCO ANGOLANO DE NEGÓCIOS E COMÉRCIO, S.A. BANC 2007 Privado Nacional18 FINIBANCO ANGOLA, S.A. FNB 2008 Privado Estrangeiro19 BANCO KWANZA DE INVESTIMENTO, S.A. BKI 2008 Privado Nacional20 STANDARD BANK, S.A. SBA 2010 Privado Estrangeiro21 BANCO COMERCIAL DO HUAMBO BCH 2010 Privado Nacional22 BANCO PARA PROMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO, S.A. BPD 2010 Público23 BANCO VALOR, S.A. BVB 2010 Privado Nacional

**Regional Economic Outlook, FMI, Maio de 2013.

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42

Os Bancos privados nacionais demonstraram maior volume de negócio, maior captação de depósitos e maiores resultados, enquanto, os Bancos privados estrangeiros foram os que mais financiaram a economia com créditos e tiveram menor nível de incumprimento de crédito. Por sua vez, os Bancos públicos apresentaram menor volume de negócio, captaram menos depósitos, influenciando deste modo o nível de intermediação financeira e apresentaram níveis de incumprimento de crédito mais alto, desencadeando assim rendimentos mais baixos.

Gráfico 34 – Activo Total por Controlo Accionário

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

0

1.200

1.000

800

600

400

200

0

140

120

100

80

60

40

20

0

Jun-12

Jun-12

Jun-12

79

20 20

5358

49 48 64

33

23 2532

4046

12121111141213161415131314

72 73

94 92 93

71

119113 109

87

120113

862

814

666 661 677708 736 752 751 753 761 756 754 760 768

825 825 832 866 867 875 884

861 887 886 896930 971 977 985 999 1.008 1.016 1.032

2.304

2.228

1.3211.163 1.191

1.269 1.277 1.265 1.2091.288

1.447

1.218 1.208 1.235 1.264

2.214 2.149 2.179 2.208 2.253 2.293 2.235 2.223 2.227 2.267 2.301 2.341

2.312 2.330 2.319 2.324 2.3462.482 2.464 2.428 2.381 2.400 2.416

2.609

Jul-12

Jul-12

Jul-12

Aug-12

Aug-12

Aug-12

Banco Privados Estrangeiros Banco Privados Nacional Banco Públicos

Set-12

Set-12

Set-12

Oct-12

Oct-12

Oct-12

Nov-12

Nov-12

Nov-12

Dec-12

Dec-12

Dec-12

Jan-13

Jan-13

Jan-13

Feb-13

Feb-13

Feb-13

Mar-13

Mar-13

Mar-13

Apr-14

Apr-14

Apr-14

May-13

May-13

May-13

Jun-13

Jun-13

Jun-13

Mil

Milh

ões

de K

zM

il M

ilhõe

s de

Kz

Mil

Milh

ões

de K

z

Gráfico 35 – Crédito Total por Controlo Accionário

Gráfico 36 – Crédito Mal Parado por Controlo Accionário

Gráfico 37 – Depósitos Totais por Controlo Accionário

836 844 860 866 854

Banco Privados Estrangeiros Banco Privados Nacional Banco Públicos

Banco Privados Estrangeiros Banco Privados Nacional Banco Públicos

1.196 1.229 1.258 1.260 1.284 1.305 1.325 1.318 1.312 1.308 1.315 1.332 1.366

1.892 1.891 1.875 1.874 1.884 1.901 1.934 1.990 1.958 1.926 1.933 1.949 2.136

652 642 669 691 673 677 699 677 678 688 704 707 725

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13

mil

milh

ões

de

Kz

Bancos Privados Estrangeiros Bancos Privados Nacional Bancos Públicos

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43 I Semestre 2013

60

50

40

30

20

10

0

-10 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Set-12 Oct-12 Nov-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13 Apr-14 May-13 Jun-13

Mil

Milh

ões

de K

z

Gráfico 38 – Resultado Liquido por Controlo Accionário

5.2. Localização de Rede de Agências e Dependências

Apesar de no período em análise não ter sido constituído nenhum Banco novo, a actividade bancária continuou a expandir-se com a abertura de agências e dependências disponíveis aos cidadãos e às empresas, apostando-se numa maior abrangência a nível nacional.

Ao nível de cobertura geográfica da rede de agências bancárias pelo território nacional, em Junho de 2013, o sistema bancário angolano possuía um total de 1.314 (mil e trezentos e catorze) agências e dependências, tendo aumentado 227 (duzentos e vinte e sete) agências e dependências em relação ao período homólogo, evidenciando maior concentração nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Cabinda representando cerca de 52,97%, 9,06%, 5,63%, 4,03% e 3,27% do total, respectivamente, sendo que as províncias de Luanda, Benguela e Huila registaram um maior número de abertura de novas agências e dependências ao longo do período em análise com aumentos de 102 (cento e duas), 32 (trinta e duas) e 14 (catorze), respectivamente.

Em termos de número de agências e dependências em funcionamento o Banco BPC lidera a quota de mercado com cerca de 20,09% do total, seguido pelos Bancos BIC, BFA, SOL e BAI com 13,39%, 12,86%, 8,52% e 7,99%, respectivamente.

Gráfico 39 – Quota de Mercado por Número de Agências

Banco Privados Estrangeiros Banco Privados Nacional Banco Públicos

Dec-12

2932

3437 39

42

51

46

4

5

7118

465

3 -0,2

6

5

10

1

14

3 4

15

14

6

20

38

2932

2924

21

729

19

2

Relativamente as instituições financeiras não bancárias, das 71 (setenta e uma) casas de câmbio autorizadas a funcionar, estavam em funcionamento apenas 53 (cinquenta e três) casas de câmbio, com um total de 138 (cento e trinta e oito) agências e dependências em todo o território nacional, havendo uma concentração de mais de metade (60,14%) na província de Luanda com 83 (oitenta e três) agências, seguida da província da Huíla com 21 (vinte e uma) agências (15,22%).

BAI7,99%

BANC1,22%

BMF1,29%

BIC13,39%

BCGTA2,05%

BCA1,67%

BCH0,23%

BDA0,08%

BCI7,15%

BFA12,86%BNI

5,10%

BPC20,09%

BMA6,01%

BPA3,04%

BKI0,08%

KEVE2,89%

BESA2,89%

BVB0,23%

VTB0,15%

FNB1,07% SBA

1,98%

SOL8,52%

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44Estavam também em funcionamento 3 (três) instituições financeiras de micro-crédito, com 16 (dezasseis) agências distribuídas por 9 (nove) províncias e 1 (uma) instituição prestadora de serviços de pagamentos com 15 (quinze) agências distribuídas por 5 (cinco) províncias. Em relação ao período homólogo foram abertas mais 12 (doze) agências de Casas de Câmbio, 2 (duas) agências de Sociedades de Microcrédito e 1 (uma) agência de Sociedade de Remessa de Valores.

Figura 1 – Agências e Dependências por Províncias e Agência e Dependências Por Bancos

6. Supervisão Prudencial 6.1. Sistema Bancário - Visão Geral

6.1.1. Activo

No final do segundo trimestre de 2013, o volume de negócios da banca angolana somou cerca de Kz 6.214.495 milhões contra os cerca de Kz 5.852.204 milhões de Junho de 2012, um aumento de aproximadamente Kz 362.291 milhões (6,19%), impulsionado pelo aumento dos créditos em Kz 300.878 milhões (13,84%), disponibilidades em Kz 246.607 milhões (28,02%) e operações no mercado interfinanceiro em Kz 189.065 milhões (25,48%). O crédito líquido de provisões manteve-se como a rubrica de maior peso no activo total, representando cerca de 39,83% do activo total, seguindo-se as disponibilidades, aplicações de liquidez e os títulos e valores imobiliários, com cerca de 18,13%, 17,88% e 14,13%, respectivamente.

Gráfico 40 – Composição do Activo em Junho de 2012

Disponibilidades

Aplicaçõesde liquidez

Títulos e valoresmobiliários

Instrumentos financeiros derivados

Créditos no sistemade pagamentos

Operações cambiais

Outros valores

Imobilizações

Créditos

27

11

Bancos

Casas de Câmbio

Sociedade de Microcrédito

Sociedade de Remessa de Pagamentos

119

696

31

34

74

2153

40

26

22

20

18

18

17

1

5

92

4

3

21

83

1

1

1

1

2

7

28

27

11

1

11

11

43 4

4

1 1

0,44%

4,14%

0,30%

18,40%

15,30%

15,03%

37,15%

5,06%

4,12%

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45 I Semestre 2013

Gráfico 41 – Composição do Activo em Junho de 2013

Do montante total do Activo cerca de Kz 3.196.539 milhões (51,44%) correspondiam aos activos em moeda nacional, revelando ligeira predominância do volume de transacções realizadas em Kwanzas face a moeda estrangeira.

Gráfico 42 – Activo por Moeda

120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%Disponibilidade Aplicações de

LiquidezTítulos e Valores

Mobiliários

Instrumentos FinanceirosDerivados

Créditos no Sistema de Pagamentos

OperaçõesCambiais

Créditos Líquidos Cliente Comerciais e

Industriais

Adiantamento a Fornecedores

Imobilizações

43,22%

56,78% 56,47%

25,25% 22,40%

59,86%

41,80%56,14%

54,54% 2,87%

43,53%

74,75%

moeda estrangeira moeda nacional

100,00%

77,60%

40,41%

58,20%

43,86%

95,46%

97,13%

Em Junho de 2013, o activo do sistema bancário estava concentrado em 5 (cinco) Bancos, os quais representavam 77,1% dos activos do sistema bancário, registando um aumento de 3,4 pontos percentuais no nível de concentração da banca relativamente a Junho de 2012. Por sua vez, os 10 (dez) maiores Bancos detinham 92,9% dos activos do sistema, um nível de concentração superior em 1,4 pontos percentuais em relação a Junho 2012.

6.1.2. Passivo

No período em análise, o Passivo total da Banca cifrou-se em Kz 5.586.418 milhões, representando uma expansão de Kz 309.643 milhões (5,87%), face aos Kz 5.276.775 milhões do período homólogo. Esta variação resultou do aumento dos depósitos em cerca de Kz 486.705 milhões, ou seja, 13,01% em relação a Junho de 2012, constituindo a maior fonte de captação de recursos das instituições bancárias, representando cerca de 75,66% do passivo total. A segunda maior

moc oriecnanfiretni oirátenom odacrem on zediuqil arap seõçatpac sa marof socnab sod sosrucer ed oãçatpac ed etnof14,24% das exigibilidades.

Disponibilidades

Imobilizações

Outros valores

Créditos Aplicaçõesde liquidez

Títulos evalores

mobiliários

Instrumentosfinanceiros derivados

Operações cambiais

Créditos no sistemade pagamentos

3,93%

5,07%

18,13%

17,87%

14,32%

39,83%

0,45%

0,35%

0,00%

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46

Gráfico 43 – Composição Passivo em Junho de 2012

Gráfico 44 – Composição do Passivo em Junho de 2013

Em termos de moeda, ao contrário do Activo, o Passivo estava maioritariamente constituído em moeda estrangeira com uma cifra de Kz 2.823.351,43 milhões (50,54%) e cerca de Kz 2.763.066,69 milhões (49,46%) representavam os passivos em moeda nacional.

Gráfico 45 – Passivo por Moeda

120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%Depósitos

50,86%38,29%

60,13%

15,62%

79,92%

47,79%

90,00%

64,30%

10,00%

35,70%52,21%

100%

0,00%0,00%

moeda estrangeira moeda nacional

49,14%61,71%

100% 100%

39,87% 84,38%

20,08%

Captação para

liquidez

Captações com títulos e valores

mibiliários

Instrumentos financeiros derivados

Obrigações no sistema de pagamentos

Obrigações cambiais

Outras operações

Adiantamentos de clientes

Outras obrigações

Fornecedores comerciais e industriais

Provisões para responsabilidades

provaveis

Depósitos

Provisões pararesponsabilidades

prováveis

Outras obrigações

Adiantamentosde clientes

Operaçõescambiais

Obrigaçõesno sistema

de pagamentos

Instrumentosfinanceiros

drivados

Captações comtítulos e valores

mobiliários

Captaçõespara liquidez

Outrascaptações

Provisões pararesponsabilidades

prováveis

Outrasobrigações

Adiantamentosde clientes

Operaçõescambiais

Obrigaçõesno sistema

de pagamentos Instrumentos

financeirosdrivados

Captações comtítulos e valores

mobiliários

Captações

para liquidez

Outrascaptações

Depósitos

70,88%

0,40%

5,17%0,05%

4,08%

1,53%

4,930%

0,04%

0,02%

12,86%

75,66%

0,40%

2,19%0,03%4,71%

1,18%

1,47%

0,02%

0,08%

14,23%

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47 I Semestre 2013

Os depósitos somaram Kz 4.226.913,63 milhões, dos quais, cerca de Kz 2.149.850,30 milhões (50,86%) eram depósitos em moeda nacional e Kz 2.077.063,33 milhões (49,14%) em moeda estrangeira. Ao longo do período em análise os depósitos em MN cresceram Kz 235.821,30 milhões (12,32%) enquanto os depósitos em ME cresceram Kz 250.883,70 milhões (13,74%).

Com relação a maturidade, os depósitos à ordem constituíam a maior fonte de captações do sistema bancário com 54,59% do total de depósitos, ou seja, Kz 2.307.489,28 milhões, tendo aumentado Kz 503.780,06 (27,93%), enquanto os depósitos a prazo somaram Kz 1.913.977,85 milhões, cresceram Kz 10.949,35 milhões (0,58%) e representavam 45,28% do total de Depósitos. Por sua vez, os outros depósitos somaram Kz 5.446,50 milhões, representavam 0,13% da totalidade de depósitos e reduziram-se em 83,73%.

Em termos de distribuição de depósitos na banca, os cinco maiores bancos detêm cerca de 75% do total, no entanto observou-se também maior agressividade por parte de alguns bancos com menos tempo de actividade, pois registaram no final do período em análise, maior volume de depósitos em relação a alguns bancos com mais tempo de actuação no mercado, consequência do aumento da competitividade interbancária e melhoria da oferta dos seus serviços aos clientes.

6.1.3. Capital Próprio

Em Junho de 2013, os capitais próprios do sistema bancário totalizaram Kz 628.077,55 milhões, um aumento absoluto de Kz 52.647,95 milhões (9,15%), face aos Kz 575.429,59 milhões registados em Junho de 2012, resultante, sobretudo da expansão das reservas e fundos que registaram um incremento de Kz 59.972,81 milhões (22,00%). Do total de capitais próprios cerca de Kz 46.569,33 milhões (7,41%) correspondiam ao resultado líquido do exercício.

6.2. Adequação do Capital

É obrigação dos Bancos manter capitais suficientemente fortes para suster perdas operacionais e ainda honrar os compromissos com os depositantes e outros credores, funcionando como uma margem de segurança para colmatar prejuízos inesperados.

O Comité de Basileia recomenda a constituição dos fundos próprios regulamentares como forma de classificar os elementos de capital próprio das instituições financeiras de acordo com a qualidade e capacidade de absorção de perdas. Os fundos próprios de base correspondem aos elementos de capital de maior qualidade, os quais são totalmente absorventes de perdas, daí a importância de estarem sempre disponíveis.

Tendo em conta o desenvolvimento do sistema financeiro angolano, as práticas internacionais, bem como as directrizes recentemente emitidas por organismos internacionais de referência, está em curso um novo pacote de normas, dentre as quais a norma sobre o rácio de solvabilidade e composição dos fundos próprios regulamentares, cujo teor cinge-se na ampliação das categorias de risco consideradas no seu cálculo, tornando necessário o estabelecimento dos requisitos de fundos próprios não só para cobertura do risco de crédito, como também para o risco de mercado e o risco operacional.

Apesar de alguns bancos apresentarem rácio de solvabilidade inferior ao mínimo regulamentar, no período em análise, de um modo geral o sistema bancário angolano continua a demonstrar capitalização suficiente para suportar os riscos económicos e financeiros, em decorrência da acumulação das reservas e dos resultados transitados, o que melhorou a capacidade de investimento e absorção de perdas prováveis inerentes a actividade de intermediação financeira.

No período em análise, o conjunto de Bancos possuía fundos próprios regulamentares (FPR) avaliados em Kz 777.221,39 milhões, sendo 71,98% fundos próprios de base e 28,02% fundos próprios complementares. Os activos ponderados pelo risco (APR) somaram Kz 3.973.199,23 milhões e representavam 63,93% do activo total, enquanto a exigência de capital para o risco cambial (ECRC) totalizou Kz 34.964,67 milhões. A conjugação das três variáveis proporcionou um rácio de solvabilidade de 17,98%, contra 17,63% registados em Junho de 2012, permanecendo acima do limite mínimo de 10% estabelecido no Aviso nº05/07, de 12 de Setembro.

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48

O ligeiro aumento do rácio de solvabilidade regulamentar deve-se ao aumento em maior magnitude dos fundos próprios regulamentares comparativamente aos activos ponderados pelo risco, influenciado pelo aumento das reservas.

Gráfico 46 – Solvabilidade

Jun - 12 Jun - 13

RS<10% 10%< = RS < = 12% 12%< = RS < = 20% RS >20%

2

4

7

5

98

7

2

Em termos de ranking, de modo geral os Bancos que posicionaram-se nos primeiros lugares em termos de activos e passivos, apresentam rácios mais próximo do mínimo regulamentar, evidenciando maior apetite ao risco e por conseguinte maior rentabilidade.

Gráfico 47 – Rácio de Solvabilidade por nº de Bancos

6.3. Qualidade dos Activos e Risco de Crédito

Relativamente à qualidade dos Activos, destaca-se a necessária prudência e diversificação na concessão de crédito, pois a existência de activos de má qualidade e concentração das aplicações pode acarretar problemas de insolvência, a ponto de comprometer as expectativas de crescimento, competição e a continuidade da instituição.

17,00%

17,20%

17,40%

17,60%

17,80%

18,00%

18,20%

18,40%

18,60%

18,80%

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

4.000.000,00

4.500.000,00

Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13

ECRC FPR APR rácio de solvabilidade

17,63%

18,07%

18,55%

18,70%

18,42%

18,62%

18,11% 18,13%

18,02%

18,62%

18,69% 18,68%

17,98%

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49 I Semestre 2013

No primeiro semestre de 2013, a qualidade dos activos deteriorou-se devido ao crescimento considerável do crédito vencido e dos níveis altos de concentração do crédito por sector de actividade económica, apesar da sua diminuição se compararmos com o período homólogo.

O sistema bancário angolano confirmou a tendência ascendente do crédito face ao período homólogo, com uma expansão de Kz 341.770,79 milhões (14,59%) ao passar de Kz 2.342.315 milhões em Junho de 2012 para Kz 2.684.086 milhões em Junho de 2013.

Gráfico 48 – Crédito Total/Activo

Em termos de moeda, o crédito total foi concedido maioritariamente em moeda nacional com Kz 1.574.988,81 milhões (58,68%) e Kz 1.109.097,55 milhões (41,32%) em moeda estrangeira.

Em Junho de 2013, o crédito concedido ao sector privado representava cerca de 96,14% da carteira, ao sector público empresarial 3,54% e ao sector público administrativo 0,32%, tendo estes dois últimos sectores institucionais, apresentado diminuições nos seus volumes de endividamento.

Tabela 11 - Crédito por Sector Institucional

Descrição Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 AHSector Privado Empresárial 1 786 068,61 1 995 496,54 2 013 379,73 2 095 282,76 2 138 827,33 19,75%Sector Privado Particular 428 329,88 259 176,71 467 188,83 437 380,14 441 730,23 3,13%Sector Público Administrativo 24 519,69 19 101,57 13 543,94 8 151,89 8 497,11 - 65,35%Sector Público Empresarial 103 397,39 152 505,00 87 530,90 79 978,61 95 031,70 -8,09%Crédito a Economia 2 342 315,57 2 426 279,82 2 581 643,40 2 620 793,40 2 684 086,37

37,00%

38,00%

39,00%

40,00%

41,00%

42,00%

43,00%

44,00%

45,00%

46,00%

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

ráci

o

milh

ões

Kz

Activo Total Crédito Total Crédito Total / Activo Total

40,02%

41,24%

42,14% 42,07% 42,50%

43,08% 43,15% 43,35%

42,63%

44,98% 44,76%

44,53%

43,19%

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50

Em Junho de 2013, o risco de concentração do crédito era alto. O crédito por sector de actividade económica estava maioritariamente concentrado no sector de “Outras actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais” representando 21,24% da carteira e registou um crescimento na ordem dos 43,96% em relação a Junho de 2012. Por sua vez, o crédito ao sector do “Comércio a Grosso e a Retalho” perdeu a predominância na carteira de crédito ao diminuir de 18,36% em Junho de 2012 para 16,74% em Junho de 2013. Importa destacar o crescimento significativo do sector de “Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura” e o abrandamento do crédito para os sectores de “Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas” e “Industria Extractivas”.

Tabela 12 – Crédito por Sector de Actividade Económica

Gráfico 49 – Crédito por Sector de Actividade Económica

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%Outras Actividades

de serviços colectivos e pessoais

Particulares Construção Activ. Imobil,Alugueres e reserv.Prest. às empresas

Agricultura,Produção animal,caça e silvicultura

Indústrias transfrmadoras

*Outros sectoresComércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens

de uso pessoal e doméstico

21,20%18,10%

16,70%

10,50%9,30%

6,40% 6,30%

11,40%

O crédito vencido totalizou Kz 312.926,24 milhões representando um aumento de Kz 59.486,08 milhões (23,47%) comparativamente aos Kz 253.440,16 milhões registados em Junho de 2012. Apesar do aumento considerável do crédito em atraso, o impacto no rácio do crédito vencido sobre o crédito total foi de apenas 0,84 pontos percentuais, ao passar de 10,82% em Junho 2012 para 11,66% em Junho 2013, devido ao aumento em grande escala do crédito total. Por seu turno, o crédito vencido mal parado (acima de 60 dias) também aumentou de Kz 113.583,10 milhões para Kz 170.160,71 milhões, representando 6,34% do crédito total.

Gráfico 50 – Crédito Mal Parado/ Crédito Total

0,00%

1,00%

2,00%

3,00%

4,00%

5,00%

6,00%

7,00%

8,00%

0,00

5.000.000,00

10.000.000,00

15.000.000,00

20.000.000,00

25.000.000,00

30.000.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

ráci

o

milh

ões

Kz

Crédito Total Crédito Vencido mal parado Crédito Vencido mal parado/Crédito Total

4,85%

4,50%

5,83%

6,85%

6,33%6,21% 6,34%

5,70% 5,78%5,52%

4,93%

6,51%6,34%

SECÇÃO DESCRIÇÃO Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun/13 A.V A.H ACTIVIDADES FINANCEIRAS 54 188,62 89 454,85 65 998,00 49 099,48 39 759,02 1,48% -26,63% ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS 261 511,49 330 857,25 285 451,56 274 463,78 250 016,25 9,31% -4,40% AGRICULTURA, PRODUÇÃO ANIMAL, CAÇA E SILVICULTURA 43 142,41 36 401,08 74 348,45 161 133,92 172 743,42 6,44% 300,40% ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO (RESTAURANTES E SIMILARES) 27 562,65 30 266,70 34 654,04 38 813,95 47 869,77 1,78% 73,68% COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, MOTOCICLOS E DE BENS DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO 430 049,07 475 704,38 451 674,95 420 732,48 449 433,65 16,74% 4,51% CONSTRUÇÃO 279 446,84 283 230,49 268 588,93 256 010,72 281 593,75 10,49% 0,77% EDUCAÇÃO 10 665,31 9 404,23 8 684,37 9 053,11 8 782,22 0,33% -17,66% FAMÍLIAS COM EMPREGADOS DOMÉSTICOS 316,32 310,33 3 282,22 4 007,11 4 512,96 0,17% 1326,69% INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 112 669,90 120 630,97 111 296,24 89 144,70 99 693,22 3,71% -11,52% INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 207 191,06 245 496,91 220 366,89 167 101,38 169 487,89 6,31% -18,20% ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA-TERRITORIAIS 13 170,37 12 355,71 2 348,38 2 869,94 319,84 0,01% -97,57% OUTRAS ACTIVIDADES DE SERVIÇOS COLECTIVOS, SOCIAIS E PESSOAIS 396 070,32 407 860,67 481 933,24 578 818,62 570 175,80 21,24% 43,96% PARTICULARES 404 259,09 284 844,19 483 823,12 479 188,79 485 272,36 18,08% 20,04% PESCA 2 145,16 2 777,76 3 628,32 5 039,84 5 225,91 0,19% 143,61% PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ELECTRICIDADE, DE GÁS E DE ÁGUA 2 314,89 3 347,01 2 043,63 3 058,88 2 642,45 0,10% 14,15% SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL 8 666,67 10 651,23 9 271,77 9 233,29 10 481,43 0,39% 20,94% TRANSPORTES, ARMAZENAGEM E COMUNICAÇÕES 88 945,39 82 686,05 74 249,26 73 023,41 86 076,40 3,21% -3,23%TOTAL 2 342 315,56 2 426 279,82 2 581 643,39 2 620 793,40 2 684 086,36 100,00% 14,59%

Valores em milhões de Kwanzas

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51 I Semestre 2013

Gráfico 51 – Provisões Crédito Mal Parado/ Crédito Mal Parado

Com vista a fazer face às perdas potenciais da carteira de crédito foram constituídas provisões inerentes ao crédito vencido na ordem de Kz 100.009,67 milhões contra Kz 35.372,64 milhões no período homólogo, um aumento de cerca de Kz 64.637,03 milhões (182,73%). Por conseguinte, o rácio de cobertura do crédito vencido por provisões relativas ao crédito vencido também aumentou de 13,96% em Junho de 2012 para 31,96% em Junho de 2013.

Importa dizer que, as provisões constituídas para o crédito vencido registaram um excesso de Kz 10.429,36 milhões face as provisões necessárias, contrariamente, as provisões constituídas para o crédito vincendo foram deficientes em Kz 1.257,26 milhões. Comparativamente a alguns países da África Austral como a África do Sul, Namíbia e Moçambique, o sistema bancário angolano continua a apresentar maior índice de crédito mal parado, ou seja de 4,8% em Junho de 2012 e 6,3% em Junho 2013.

Gráfico 52 – Crédito Mal Parado na Africa Subsariana

8,00%

6,00%

4,00%

2,00%

0,00%

Jun - 12

Angola Namíbia África do Sul Moçambique

4,80%

6,30%

1,40% 1,50%

4,50%3,90%

3,20% 3,00%

Jun -13

ráci

o

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00

120.000,00

140.000,00

160.000,00

180.000,00

200.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago

/12

Set

/12

Out

/12

Nov

/12

Dez

/12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr

/13

Mai

/13

Jun/

13

milh

ões

Kz

Crédito vencido mal parado Provisões p Crédito Vencido mal parado Prov Crédito Vencido mal parado/ Crédito vencido mal parado

27,88% 26,91%

23,41%

31,64% 35,16%

44,41%

59,71%

51,04%

59,42%

64,36%

74,86%

54,50% 56,50%

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52

Ç

A relevância do crédito vencido não provisionado sobre os fundos próprios de base (Core Tier 1) diminuiu de 42,48% em Junho de 2012 para 38,06% em Junho de 2013.

O agregado dos cinco sectores de actividade económica com maior peso sobre o crédito vencido diminuiu de 83,3% para 82,5% do total. Nesta ordem, os cinco sectores de actividade económica com maior peso sobre o crédito vencido foram os sectores de “Comércio” com 41,5%, “Particulares” com 15,5%, “Construção” com 12,1%, “Transporte, armazenagem e comunicação” com 6,8%, e “Outras actividades de colectivos, sociais e pessoais” com 6,6%.

Tabela 13 – Crédito Vencido por Sector de Actividade Económica

A principal fonte de financiamento das operações de crédito continua a ser os depósitos, com maior predominância para os recursos captados junto dos “Particulares” (27%), “actividades imobiliárias alugueres e serviços prestados às empresas” com 15%, “comércio por grosso e a retalho” com 12%, “outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais” com 11% e “indústrias extractivas” com 10%.

Tabela 14 – Depósitos por Sector de Actividade

Junho de 2013

Seccao descriccaoJun/12 Jun/13 Jun/12 Jun/13 Jun/12 Jun/13 Jun/12 Jun/13

ACTIVIDADES FINANCEIRAS5 ,70% 4,77% 5,38% 5,28% 5,93% 4,00% 10,36% 55,85%ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS9 ,64% 15,25% 10,97% 11,29% 8,56% 20,07% 0,00% 0,04%AGRICULTURA, PRODUÇÃO ANIMAL, CAÇA E SILVICULTURA 1,32% 1,31% 1,55% 1,27% 1,13% 1,36% 0,01% 0,03%ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO (RESTAURANTES E SIMILARES) 0,56% 0,43% 0,43% 0,51% 0,68% 0,34% 0,00% 0,01%COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, MOTOCICLOS E DE BENS DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO 11,31% 12,23% 13,09% 10,82% 9,82% 13,97% 0,41% 1,15%

CONSTRUÇÃO 8,87% 6,87% 7,96% 6,51% 9,89% 7,33% 0,00% 0,01%EDUCAÇÃO 0,34% 0,42% 0,43% 0,48% 0,26% 0,34% 0,00% 0,00%FAMÍLIAS COM EMPREGADOS DOMÉSTICOS 0,07% 0,09% 0,03% 0,16% 0,11% 0,01% 0,00% 0,00%INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS4 ,95% 9,55% 6,23% 14,65% 3,81% 3,43% 0,01% 0,00%INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 7,59% 3,78% 6,45% 4,72% 8,80% 2,66% 0,01% 0,10%ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA-TERRITORIAIS0 ,34% 0,17% 0,19% 0,13% 0,48% 0,22% 0,00% 0,00%OUTRAS ACTIVIDADES DE SERVIÇOS COLECTIVOS, SOCIAIS E PESSOAIS 15,11% 10,86% 15,10% 13,06% 15,38% 8,22% 0,01% 5,06%PARTICULARES 25,52% 26,48% 24,38% 24,52% 25,49% 28,81% 89,18% 37,55%PESCA 0,13% 0,14% 0,19% 0,18% 0,08% 0,09% 0,00% 0,02%PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ELECTRICIDADE, DE GÁS E DE ÁGUA 1,93% 1,25% 2,33% 1,30% 1,59% 1,19% 0,00% 0,01%SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL 1,03% 0,44% 0,95% 0,48% 1,11% 0,39% 0,01% 0,04%TRANSPORTES, ARMAZENAGEM E COMUNICAÇÕES 5,59% 5,96% 4,33% 4,64% 6,88% 7,57% 0,00% 0,12%Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100% 100,00% 100,00% 100,00%

Milhões de Kz

Depósitos Depósitos à Ordem Depósitos a Prazo Outros depósitos

Fonte: BNA/DMA/DSI/DES

* Informação obtida a partir do SSIF

Anterior ao mês de Março, as taxas do mercado secundário foram calculadas com

base no método manual.

AHACTIVIDADES FINANCEIRAS 915,41 0,81% 1 014,35 0,61% 1 445,39 0,98% 3 506,13 2,42% 3 537,08 2,1% 286,4%ACTIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUERES E SERVI OS PRESTADOS ÀS EMPRESAS 5 341,28 4,70% 3 924,51 2,36% 2 435,75 1,66% 4 397,12 3,04% 5 007,22 2,9% -6,3%AGRICULTURA, PRODUÇÃO ANIMAL, CAÇA E SILVICULTURA 3 660,05 3,22% 3 318,06 2,00% 5 024,38 3,42% 3 636,67 2,51% 3 794,95 2,2% 3,7%ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO (RESTAURANTES E SIMILARES) 2 106,40 1,85% 5 337,56 3,21% 1 338,93 0,91% 2 821,45 1,95% 2 929,47 1,7% 39,1%COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, MOTOCICLOS E DE BENS DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO 38 088,17 33,53% 84 564,82 50,86% 89 815,20 61,06% 57 417,35 39,71% 70 640,95 41,5% 85,5%

CONSTRUÇÃO 13 097,58 11,53% 18 415,69 11,08% 7 165,15 4,87% 13 057,90 9,03% 20 598,85 12,1% 57,3%

EDUCAÇÃO 626,34 0,55% 402,43 0,24% 783,76 0,53% 1 827,32 1,26% 1 861,04 1,1% 197,1%INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS 1 452,45 1,28% 1 121,29 0,67% 1 586,68 1,08% 2 731,27 1,89% 2 852,85 1,7% 96,4%INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS 11 885,75 10,46% 13 663,15 8,22% 12 522,26 8,51% 9 167,95 6,34% 8 792,77 5,2% -26,0%OUTRAS ACTIVIDADES DE SERVIÇOS COLECTIVOS, SOCIAIS E PESSOAIS 8 830,48 7,77% 9 456,07 5,69% 5 263,38 3,58% 13 132,61 9,08% 11 271,81 6,6% 27,6%PARTICULARES 22 824,09 20,09% 20 532,89 12,35% 19 609,41 13,33% 27 439,42 18,98% 26 352,73 15,5% 15,5%PESCA 209,55 0,18% 213,40 0,13% - 550,74 -0,37% 409,18 0,28% 392,01 0,2% 87,1%PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ELECTRICIDADE, DE GÁS E DE ÁGUA 19,21 0,02% 74,18 0,04% 31,25 0,02% 337,44 0,23% 329,14 0,2% 1613,4%SAÚDE E ACÇÃO SOCIAL 96,98 0,09% 123,39 0,07% - 1 850,37 -1,26% 135,25 0,09% 164,74 0,1% 69,9%TRANSPORTES, ARMAZENAGEM E COMUNICAÇÕES 4 429,37 3,90% 4 104,58 2,47% 2 482,59 1,69% 4 316,25 2,98% 11 623,80 6,8% 162,4%FAMÍLIAS COM EMPREGADOS DOMÉSTICOS 0,00% 0,00% 0,00% 1,98 0,00% 11,30 0,0% 100,0%ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA-TERRITORIAIS 0,00% 0,00% 0,00% 269,29 0,19% 0,0% 0,0%Total 113 583,11 100,00% 166 266,37 100,00% 147 103,02 100,00% 144 604,58 100,00% 170 160,71 100,00% 49,8%

Secção descricção Jun/12 Set/12 Dez/12 Mar/13 Jun13

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53 I Semestre 2013

Os activos remunerados representavam 80,28% do activo total e registaram um aumento absoluto de Kz 530.987,85 milhões (11,91%) ao passar de Kz 4.457.751,19 milhões em Junho de 2012 para Kz 4.988.739,04 milhões em Junho de 2013, tendo contribuído para este aumento as aplicações de crédito e de liquidez.

Gráfico 53 – Activo Remunerado / Activo Total

6.4. Rendibilidade

O sistema bancário encerrou o primeiro semestre de 2013, com um resultado favorável na ordem de Kz 46.569,33 milhões. Contudo, houve uma diminuição de Kz 8.704,66 milhões face aos Kz 55.273,99 milhões alcançados no período homólogo, motivado pelo aumento dos custos de exploração em Kz 14.929 milhões (20,24%), pela diminuição dos resultados de prestação de serviços financeiros em Kz 5.074,14 milhões (14,20%) e dos proveitos de aplicações de títulos em 7.895 milhões (22,50%). Com efeito, o ROA e o ROE diminuíram de 0,96% para 0,74% e de 7,98% para 5,86%, respectivamente. Gráfico 54 – ROA e ROE

73,00%

74,00%

75,00%

76,00%

77,00%

78,00%

79,00%

80,00%

81,00%

82,00%

83,00%

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00 Ju

n/12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

ráci

o

milh

ões

Kz

Activos Remunerados Activo Total Activo remunerado/Activo total

76,17% 76,75%

78,96% 78,57%

79,02% 78,41%

80,56%

81,28%

79,82%

81,77% 81,48%

79,78% 80,28%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

8.000.000,00

9.000.000,00

10.000.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

ráci

o

milh

ões

Kz

Resultado Líquido do Exercício ROE ROA

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54

Em comparação com a África do Sul, Namíbia e Moçambique, o agregado de bancos nacionais, evidencia índices de rendibilidade mais baixos. Gráfico 55 – Rentabilidade dos Activos

2,50%

2,00%

1,50%

1,00%

0,50%

0,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

Angola

Angola

Namíbia

Namíbia

África do Sul

África do Sul

ROE

ROA

Moçambique

Moçambique

0,56%

7,98%

20,20%21,10%

23,30%

5,86%

22,00%

19,10%

22,40%

2,00%

1,50%

2,20%

0,74%

2,10%

1,50%

2,00%

Gráfico 56 – Rentabilidade dos Capitais Próprios

Jun - 12

Jun - 12

Jun -13

Jun -13

A redução dos proveitos de títulos e valores mobiliários é resultante do efeito volume e efeito taxa de juros, pois houve uma diminuição do total de aplicações de títulos e valores mobiliários na ordem de Kz 186.700,99 milhões (17,33%) bem como das taxas de juros dos títulos do Banco Central e Bilhetes do Tesouro.

A relevância dos custos administrativos e de comercialização no produto bancário aumentou de 42,72% para 53,26%, reduzindo a eficiência operacional dos Bancos em 10,54 pontos percentuais.

Apesar da margem financeira ter diminuído cerca de Kz 3.342,59 milhões (3,12%), o seu peso sobre o produto bancário aumentou ligeiramente de 62,08% em Junho de 2012 para 62,36% em Junho de 2013, em função da redução em maior proporção do produto bancário, isto é, Kz 6.147,62 milhões (3,56%).

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55 I Semestre 2013

-100

Milh

ões

de K

z

Ráci

o

-50 0

#Proveito de Aplicações de Liquidez

*Proveitos de Títulos e Valores Mobiliários

/Proveitos de Instrumentos Financeiros Derivados

Proveitos de Créditos

50 100 150

Gráfico 57 – Composição da Margem Financeira em Junho de 2013

Custos de Depósitos

!Custos de Captação para Liquidez

5 Custos de Captações com títulos e valores mobiliários

Custos de instrumentos Financeiros Derivados

Custos de Outras Operações

Gráfico 58 – Margem Financeira/ Resultado Líquido

6.5. Liquidez e Gestão de Fundos

No âmbito da actividade de intermediação financeira, as instituições financeiras devem estar dotadas, a tempo integral, de recursos financeiros para honrar os seus compromissos de curto prazo, neste sentido, é imprescindível a existência de uma gestão adequada dos fundos disponíveis, apoiada numa maior diversidade de produtos de captação, incluindo soluções acessíveis de investimento de poupanças, bem como a mobilização de recursos.

Em Junho de 2013, de um modo geral, o agregado de Bancos revelou capacidade razoável de cumprir com as suas obrigações de curto prazo.

Os rácios de liquidez imediata em moeda nacional e estrangeira registaram uma melhoria em relação ao período homólogo, tendo aumentado de 46,51% para 47,85%% e de 18,89% para 26,53%, respectivamente. Esta melhoria é resultante sobretudo do aumento considerável das disponibilidades e aplicações de liquidez. Contrariamente, o rácio de liquidez geral medido pela relação entre os activos líquidos mais os activos remunerados sobre os passivos remunerados diminuiu ligeiramente de 109,33% em Junho de 2012 para 106,98% em Junho de 2013, porém, mantendo-se acima dos 100%.

193,89% 189,47%

202,48% 196,82%

229,18% 220,76%

227,10%

171,28%

289,10% 266,16%

237,50% 248,93%

229,81%

0,00%

50,00%

100,00%

150,00%

200,00%

250,00%

300,00%

350,00%

0,00

50.000,00

100.000,00

150.000,00

200.000,00

250.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

Margem financeira (MF) Resultado Liquido (RL) MF/RL

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56

Gráfico 59 – Evolução dos Níveis de Liquidez

Relativamente ás disponibilidades e aplicações de liquidez por países, obviamente a maior quota encontrava-se no mercado nacional, ou seja 73,50% e 62,31%, respectivamente. Quanto as disponibilidades no exterior, destaca-se os Estados Unidos de América (EUA) com cerca de 18,97%, Portugal com cerca de 2,82% e os restantes que inclui 18 países com 4,71%. Em termos de aplicações de liquidez no exterior, destaca-se Portugal com cerca de 26,93%, EUA com cerca de 0,24% e os restantes países representaram 10,52%.

Gráfico 60 – Disponibilidades e Aplicações de Liquidez

1,4

1,2

1

0,8

0,6

0,4

0,2

0

900.000,00

800.000,00

700.000,00

600.000,00

500.000,00

400.000,00

300.000,00

200.000,00

100.000,00

0,00

Jun/12 Ago/12 Set/12 Out/12

Liquides Geral MN e ME Liquides Geral ME Liquides Geral MN

Liquides Imediata Liquides Imediata MN

Angola Portugal

Disponibilidades Aplicações de Liquidez

EUA Restantes *

Liquides Imediata MN e ME

Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13

73,50%

2,82%

18,97%

4,71%

62,31%

26,93%

0,24%

10,52%

A análise da liquidez considerando os prazos de maturidade, evidencia desfasamentos significativos entre o financiamento de curto-prazo e uma alocação de recursos de longo-prazo do SFA, o que resulta em significativos gaps negativos nas bandas até aos seis meses .

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57 I Semestre 2013

Tabela 15 – Gaps de LiquidezValores em milhões de Kwanzas, Sistema Financeiro

- < 1m (1m, 3m) (3m, 6m) (6m, 1a) > 1a Prazo indeterminado Com atraso

Activo 1.539.360 537.963 196.309 218.436 655.051 2.304.773 320.237 236.341

Passivo -2.329.652 -821.880 -709.675 445.101 636.411 313.569 -133.604 -278

Situação Líquida -618.301

Gap simples -1.408.593 -283.916 -513.366 -226.665 18.640 1.991.204 186.634 236.063

Gap acumulado -1.692.510 2.205.876 -2.432.540 -2.413.901 422.696 236.063 0

Valores em milhões de Kwanzas, Sistema Financeiro

Activo - Passivo (Gap acumulado) - < 1m (1m, 3m) (3m, 6m) (6m, 1a) > 1a Prazo

indeterminado Com atraso

AOA -213.940 556.326 643.995 -426.890 868.267 574.690 616.149 819.574

USD -51.918 229.430 364.470 -572.885 109.319 -355.224 -225.631 -193.189

EUR -21.991 -15.346 -19.401 -9.230 4.847 -25.900 -10.372 -10.141

Outras 3.931 3.820 3.919 3.919 3.698 3.464 2.092 2.057

Em termos de distribuição de moedas, as operações em moeda nacional apresentam gaps negativos nos primeiros períodos temporais até aos 3 (três) meses, enquanto, em USD apresentam gaps negativos até aos seis meses.

Tabela 16 – Gaps de Liquidez por Moeda

Gráfico 61 – Desfasamento por prazo no sistema financeiro

1.400.000

1.200.000

1.000.000

800.000

600.000

400.000

200.000

0

-200.000

-400.000

-600.000 AOA

<1m- [1m, 3m] [3m, 6m] [6m, 1a]

USD EUR Outras

>1a Prazo indeterminado Com atraso

Enquanto no activo destacam-se os créditos e as disponibilidades, em termos de relevância, no passivo os depósitos e captações para liquidez revelam o seu domínio ao nível das exigibilidades. Portanto, a maior parte das operações activas da banca angolana continua a ser fortemente financiada com depósitos de clientes.

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58

Gráfico 62 – Composição da Liquidez

7.000.000

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0

Disponibilidades

18,6%

Aplicações de Liquidez

16,9%

Créditos

39,8%

TVM

14,7%

Imobilizações Situação Líquida

OutrosOutras Captações

Captações para liquidez

Depósitos a Ordem

42,8%

Depósitos a Prazo

35,5%

Todavia, a intermediação financeira dos Bancos continua com tendência ascendente, sendo que o rácio de transformação aumentou de 62,63% em Junho de 2012 para 63,50% de Junho de 2013.

Gráfico 63 – Crédito Total/Depósito Total

Milh

ões

de K

z

Milh

ões

de K

z

Ráci

o

Ráci

o

Os activos líquidos totais sem títulos aumentaram de Kz 880.061,63 milhões em Junho de 2012 para Kz 1.126.669,02 milhões em Junho de 2013, isto é, Kz 246.607,39 milhões (28,02%), os quais representavam apenas 18,13% do activo total e eram maioritariamente constituídos em moeda estrangeira (56,78%).

Gráfico 64 – Activos Líquidos sem Títulos/ Activo Total

62,63% 62,38%

62,84% 63,43%

64,27%

65,04% 65,24% 65,12%

65,84%

66,82% 66,53% 66,47%

63,50%

60,00%

61,00%

62,00%

63,00%

64,00%

65,00%

66,00%

67,00%

68,00%

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

3.500.000,00

4.000.000,00

4.500.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

Crédito Total Depósito Total Crédito Total/Depósito Total

15,04% 15,74% 15,26%

15,81% 15,49% 16,00%

16,81% 15,59%

15,06% 14,93% 15,16% 15,37%

18,13%

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

16,00%

18,00%

20,00%

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

Activos Líquidos sem títulos Activo Total Activos Líquidos sem títulos/Activ o Total

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59 I Semestre 2013

Milh

ões

de K

z

Ráci

o

Os activos remunerados somaram Kz 4.988.739,03 e milhões cobriam 92,81% dos Kz 5.375.265,17 milhões de passivos remunerados. Comparativamente ao período homólogo, este indicador aumentou apenas 1,86 pontos percentuais, sendo que, os activos remunerados de maior peso continuam a ser os créditos, enquanto os passivos remunerados de maior peso foram os Depósitos.

Gráfico 65 – Activos Remunerados / Passivo Remunerados

6.6. Sensibilidades a Variação de Mercado

A maior integração económica entre países e mercados, obriga necessariamente a realização de operações cambiais à escala mundial. Todavia, é imprescindível que as operações cambiais sejam supervisionadas e acauteladas, atendendo ao impacto que podem ter sobre as contas externas e a estabilidade macro económica. Face a esta realidade, o BNA, como autoridade cambial do país, tem vindo a implementar um conjunto de reformas ao quadro legislativo, normativo e regulamentar, visando uma maior eficácia dos procedimentos para o licenciamento, registo, monitoramento e controlo das operações cambiais, garantindo estabilidade cambial e o processo de acumulação sustentável de reservas.

A estabilidade cambial depende também de uma maior diversificação da economia interna, considerando que a economia angolana apesar de ter crescido consideravelmente nos últimos tempos, ainda é fortemente dependente do sector petrolífero. Estudos realizados pelo Banco Nacional de Angola apontam a taxa de câmbio como a variável que mais influencia a inflação, daí a necessidade da continuação do processo de desdolarização da economia.

É expectável que o novo regime cambial para o sector petrolífero, contribua também para a estabilidade cambial, pois obrigar-se-á que os pagamentos do sector petrolífero no mercado interno apenas sejam feitos em moeda nacional.

Em Junho de 2013, o sistema bancário totalizou Kz 3.017.959 milhões de activos em moeda estrangeira e Kz 2.823.351 milhões de passivos em moeda estrangeira, resultando numa posição cambial líquida longa de Kz 194.604 milhões, tendo aumentado significativamente em cerca de 128% (Kz 109.101 milhões) em relação a Junho de 2012.

Consequentemente, o sistema apresentou uma exposição cambial longa de 14,64% em Junho de 2013 situando-se dentro do limite máximo 20% para a posição longa estabelecida no Aviso nº05/10, de 10 de Novembro.

90,95%

89,32%

92,44% 92,38% 92,81%

91,98%

95,62

94,03%

91,81%

94,51% 94,46%

92,41% 92,81%

86,00%

87,00%

88,00%

89,00%

90,00%

91,00%

92,00%

93,00%

94,00%

95,00%

96,00%

97,00%

0,00

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

Activos Remunerados Passivos Remunerados Activos remunerados/Passivos remunerados

Page 60: Relatório de Estabilidade Financeira I Semestre 2013b7434c1c-e3f9-4edd-b03a-29bf8bee8c6f}.pdf · Gráfico 52 – Crédito Mal Parado na Africa Subsariana 51 Gráfico 53 – Activo

60

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

2008

- 0

1 (J

anei

ro)

2008

- 0

2 (F

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) 20

08 -

03

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2008

- 0

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2008

- 0

5 (M

aio

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08 -

06

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2008

- 0

7 (J

ulh

o)

2008

- 0

8 (A

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08 -

09

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2008

- 1

0 (O

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) 20

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11

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08 -

12

(Dez

emb

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2009

- 0

1 (J

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ro)

2009

- 0

2 (F

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09 -

03

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2009

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2009

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2009

- 0

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ulh

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2009

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go

sto

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09

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emb

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2009

- 1

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11

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bro

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09 -

12

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ro)

2010

- 0

1 (J

anei

ro)

2010

- 0

2 (F

ever

eiro

) 20

10 -

03

(Mar

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2010

- 0

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2010

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5 (M

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10 -

06

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2010

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2010

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go

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09

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emb

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2010

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11

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bro

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12

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ro)

2011

- 0

1 (J

anei

ro)

2011

- 0

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) 20

11 -

03

(Mar

ço)

2011

- 0

4 (A

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l)

2011

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5 (M

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11 -

06

(Ju

nh

o)

2011

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7 (J

ulh

o)

2011

- 0

8 (A

go

sto

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11 -

09

(Set

emb

ro)

2011

- 1

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utu

bro

) 20

11 -

11

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vem

bro

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11 -

12

(Dez

emb

ro)

2012

- 0

1 (J

anei

ro)

2012

- 0

2 (F

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12 -

03

(Mar

ço)

2012

- 0

4 (A

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l)

2012

- 0

5 (M

aio

) 20

12 -

06

(Ju

nh

o)

2012

- 0

7 (J

ulh

o)

2012

- 0

8 (A

go

sto

) 20

12 -

09

(Set

emb

ro)

2012

- 1

0 (O

utu

bro

) 20

12 -

11

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bro

) 20

12 -

12

(Dez

emb

ro)

2013

- 0

1 (J

anei

ro)

2013

- 0

2 (F

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eiro

) 20

13 -

03

(Mar

ço)

2013

- 0

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bri

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2013

- 0

5 (M

aio

) 20

13 -

06

(Ju

nh

o)

Gráfico 66 – Exposição Cambial Aberta Líquida/ Fundos Próprios Regulamentares

Milh

ões

de K

z

Ráci

o

Valor do índice - Percentis Linear.(Valor do índice - Percentis)

6.7. Estabilidade Financeira

A estabilidade do sistema financeiro deve ser permanentemente monitorada, por forma a garantir a identificação atempada de riscos. É neste sentido que foi desenvolvido o índice de estabilidade financeira que para além de permitir avaliar o desempenho do sistema bancário num dado momento presente ou passado, também permite presumir a sua estabilidade financeira em momentos futuros.

O índice de estabilidade financeira apresentou uma tendência decrescente. Apesar desta tendência ao longo do período em análise, o índice aumentou de 34,02% em Junho de 2012 para 47,52% em Junho de 2013, cerca de 13,50 pontos percentuais, ilustrando maior estabilidade do sistema bancário face ao período homólogo, devido ao aumento dos activos líquidos e da maior capacidade dos Bancos honrarem os seus compromissos de curto prazo com terceiros (liquidez imediata), bem como a maior estabilidade cambial decorrente da diminuição dos níveis de variação da taxa de câmbio face o dólar.

Gráfico 67 – Índice de Estabilidade Financeira

0,91%

3,93%

2,57%

5,81%

8,17%

0,28%

14,27%

11,19%

6,48%

4,62% 05,02%

10,04%

14,64%

0,00

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

16,00%

0,00

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

700.000,00

800.000,00

900.000,00

Jun/

12

Jul/1

2

Ago/

12

Set/1

2

Out/1

2

Nov

/12

Dez/

12

Jan/

13

Fev/

13

Mar

/13

Abr/1

3

Mai

/13

Jun/

13

Exposição cambial aberta líquida Fundos Próprios Totais Exposição Cambial aberta liquida / fundos próprios totais

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61 I Semestre 2013

6.8. Testes de Sensibilidade do Sistema Bancário

Ao longo dos anos a análise de sensibilidade tem-se tornado uma ferramenta importante, na medida em que permite prever e avaliar a resistência dos sistemas financeiros a choques extremos de cenários de deterioração de variáveis económico-financeiras.

Com o objectivo de identificar potenciais vulnerabilidades no agregado do sistema bancário e nos seus principais intervenientes, foram efectuados choques individualmente em cada banco e no agregado do sistema.

Entretanto, os impactos dos choques no sistema poderão não ser totalmente capturados pelos modelos, uma vez que os resultados deste estudo são baseados em efeitos de primeira ordem e não têm em consideração os impactos secundários no sistema, bem como pelo facto dos balanços serem estáticos e os choques instantâneos no sistema, não permitirem tempo para eventuais mitigantes.

6.8.1. Análise de Cenário

Nos últimos tempos o crédito concedido à economia angolana tem aumentado progressivamente, porém o nível de incumprimento aumentou significativamente, o que representa um risco para o sistema na medida em que pode desencadear a insolvência do sistema.

Neste sentido, desenvolveu-se choques na carteira de crédito, considerando a probabilidade da transição do actual nível de risco para os níveis seguintes.

Gráfico 68 – Matriz de Risco

Níveis de RiscoInício

Após choque

A

B

C

D

E

F

G

B

C

D

E

F

G

Descida de um nível

Num cenário em que é reduzida a classificação da carteira para 1 (um) nível de risco o rácio de solvabilidade do sistema financeiro diminuiria de 17,98% para 15,86%% acima do limite mínimo regulamentar (10%).

Um agravamento da classificação da carteira para 2 (dois) níveis de risco, o rácio de solvabilidade do sistema financeiro diminuiria consideravelmente de 17,98% para 11,00% muito próximo do limite mínimo regulamentar

Entretanto, num cenário extremo de uma redução dos níveis de risco para 3 (três) níveis de risco, o sistema bancário apresentaria um rácio de solvabilidade de1,67% muito abaixo do limite mínimo regulamentar e quase insolvente.

Relativamente ao choque na liquidez, num cenário em que os aforradores efectuam levantamentos de 50% do total de depósitos, o agregado do sistema financeiro registaria uma necessidade de liquidez no valor de Kz 2.113.457 milhões, sendo que o sistema financeiro conseguiria cobrir a necessidade de liquidez com activos de nível I, II e lII, tendo deste modo de recorrer as disponibilidades, títulos e valores mobiliários (Bilhetes de Tesouro, Obrigações de Tesouro e Títulos do Banco Central) emitidas em Angola e aplicações no mercado interbancário, porém, dois bancos, que representam 19,85% da quota de mercado em termos de activos, não conseguiriam cumprir com as suas responsabilidades quando estas se tornassem exigíveis.

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62

Gráfico 69 – Estrutura de Liquidez

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0

4.5000.000

4.0000.000

3.5000.000

3.0000.000

2.5000.000

2.0000.000

1.5000.000

1.0000.000

5000.000

0

Necessidadeliquidez

(6 depósitos)

Necessidadeliquidez

(6 depósitos)

2.113.457

1.126.669

53,31% 41,08% 5,6% 0,00% 0,00%

1.126.669

1.994.917

Activos nível I

Activos nível I

Activos nível II

Activos nível III

Activos nível III

Activos nível IV

Activos nível IV

Défice liquidez

Défice liquidez

Milh

ões

de K

zM

ilhõe

s de

Kz

Num cenário extremo de crise financeira em que suceda uma corrida aos Bancos por parte dos clientes, o agregado do sistema financeiro teria uma necessidade de liquidez no valor de Kz 4.226.914 milhões e cerca de Kz 3.112.914 milhões (73,65%) dos activos líquidos para cobrir esta necessidade, sendo necessário mais 1.114.000 milhões (26,35%) para cobrir o défice de liquidez. Em termos individuais, apenas 1 (uma) instituição, que representa cerca de 0,06% da quota de mercado em termos de activos, conseguiria cumprir as suas responsabilidades quando estas se tornassem exigíveis (ver tipologia de activos no anexo 1).

Gráfico 70 – Estrutura de Liquidez

4.226.914

1.126.669

26,65% 20,54%

1.126.669

26,28%

1.994,917

0,17%

6.998

26,35%

1.114.000

6.8.2. Análise de Sensibilidade da Taxa de Câmbio

Para a presente análise, foram construídos modelos que permitem prever, a partir de variações positivas e negativas na taxa de câmbio, o comportamento de algumas variáveis económico-financeiras do sistema bancário.

No primeiro semestre de 2013, a taxa de câmbio apresentou-se mais estável, com uma volatilidade anual (desvio padrão) de 15%, muito inferior em relação aos anos de 2011 e 2010 em que a taxa de câmbio apresentou volatilidade muito elevada de 90% e 115%, respectivamente.

A taxa de câmbio média ponderada no mercado primário em Junho de 2013, foi de 96,326 Kwanza face ao Dólar, o que representa uma depreciação do Kwanza de 0,52% face a Dezembro de 2012. Se aplicarmos um choque na taxa de câmbio (apreciação/depreciação) do Kwanza face ao Dólar, tendo como base as variações históricas dos períodos de Janeiro de 2010 a Junho de 2013, onde o ano de 2010, foi considerado o pior momento.

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63 I Semestre 2013

120000

100000

80000

60000

40000

20000

0

250000

200000

150000

100000

50000

0

44.920107.259

202.942

Iº Semestre 2012 Iº Semestre 2012Iº Semestre 2013 Iº Semestre 2013

Acumulado de cartõesnº acumulado de contas a Ordem

112.038

Gráfico 71 – Volatilidade de Taxa de Câmbio

Considerando um choque ao sistema bancário de depreciação de 3,63% da taxa de câmbio Kz/USD que foi a desvalorização anual Kz/USD mais alta verificada desde 2010, o rácio de solvabilidade do agregado do sistema bancário diminuiria ligeiramente em 0,19%, Contrariamente, uma apreciação de 3,68% do Kwanza face ao USD, resultaria num impacto positivo no rácio de solvabilidade de 0,21 p.p. ao passar 17,98% para 18,19%.

7. Supervisão Comportamental

7.1. Educação Financeira

Até ao primeiro semestre de 2013, foram abertas um total de 202.942 contas Bankita contra 107.259 registadas no período homólogo, apresentando um crescimento na ordem de 89,21%.

Relativamente aos saldos acumulados pelas contas Depósito Bankita e Bankita Poupança à Crescer, registou-se no período em referência o montante de Kz 1.029,4 milhões e USD 676,6 mil contra Kz 426,9 milhões e USD 286.2 mil registados no período homólogo, apresentando um crescimento na ordem de 141,11% e 136,41% respectivamente, em moeda nacional e em moeda estrangeira.

Foram atribuídos um total de 112.038 cartões de débito Multicaixa até primeiro semestre de 2013, contra 44.920 cartões registados no período homólogo, representando um crescimento na ordem de 149,42%.

Gráfico 72 – Evolução Homóloga das Contas e Cartões

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64

Das contas Bankita abertas até ao primeiro semestre de 2013, o BFA, BIC e BPC destacam-se como instituições financeiras bancárias que mais captaram depósitos desta natureza, com um total de 62.919, 38.864 e 28.574 contas, tendo crescido em termos homólogos na ordem de 171,17%, 99,59% e 95,97%, respectivamente. Gráfico 73 – Evolução Homóloga das Contas por Bancos

Os dados estatísticos referentes ao período em análise, demonstram que a Província de Luanda apresentou o maior número de contas Bankita abertas, representando 28,89%, seguindo-se a Província do Cunene com 14,53% e Benguela com 10,34% do total de contas abertas.

Relativamente ao crescimento de contas abertas, destaca-se a Província do Cunene com um aumento de 221 em Março para 2.905 em Junho do corrente ano, perfazendo um crescimento de 13,41 pontos percentuais, devido as acções de sensibilização desenvolvidas pela Delegação Regional da Huíla, no âmbito da terceira fase da campanha de Educação Financeira que decorreu no mês de Maio naquela parcela do território angolano.

Outrossim, o Bilhete de Identidade prossegue como o documento mais utilizado no acto da abertura de contas Bankita.

70.000

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0 B.KEVE

13.25614.581

23.203

19.472 18.639

9.492

3.424 1.4153.777

18.147

28.574

62.910

38.864

9.328

22.776

10.322

2.507

9.741

BPC BFA BIC BMF BSOL BCI BCA BNI

Nº Acumulado de contas B. Oedem IIº Trimestre 2012 Nº Acumulado de contas B. Oedem IIº Trimestre 2013

Gráfico 74 – Contas por Províncias (Iº Trimestre e IIº Trimestre 2013)

Bengo2,51%

Benguela10,19%

Bie0,72%

Cabinda2.51%

Cunene1,12%

Huambo5,25%

Huíla8,50%

K.Sul10,79%

Luanda34,32%

L.Norte5,66%

L.Sul0,57%

Malange2,04%

Moxico0,17

Uíge1,02%

Záire2,51%

Namibe8,14%

K.Norte3,18%

K.Kubango0,73%

Bengo2,37%

Benguela10,33%

Bie0,58%

Cabinda1,84%

Cunene14,52%

Huambo4,88%

Huíla6,68%

K.Sul9,96%

Luanda28,89%

L.Norte1,23%

L.Sul0,37%

Malange1,23%

Moxico1,98%

Uíge1,19%

Záire0,61%

Namibe009%

K.Norte2,98%

K.Kubango1,03%

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65 I Semestre 2013

No que concerne, a média de movimentos nas contas de depósito à ordem, a população utilizou preferencialmente os ATM´s em detrimento de levantamentos ao balcão, o que demonstra que este público-alvo está paulatinamente a familiarizar-se com esta opção.

Gráfico 75 – Tipologia de Documentos – IIº Trimestre 2013

Gráfico 76 – Tipologia de Movimentos em contas Bankita – IIº Trimestre 2013

No período em análise, o género masculino continua a apresentar o maior número de contas abertas, com 67,78% em relação ao género feminino que apresentou 32,22%.Todavia, relativamente a estrutura etária, no período em análise, a maior adesão aos produtos Bankita situa-se nos intervalos dos 18 aos 34 anos de idade, sendo que 78,12% das contas Bankitas foram abertas por indivíduos desta faixa etária, demonstrando assim maior interesse desse segmento da população em aderir ao produto Bankita. Gráfico 77 – Estrutura por Género – IIº Trimestre 2013

Passaporte0,71%

Cedula Pessoal2,83%

B.I86,37%

ATM37,47%

Levantamentos9,16%

Depósitos53,36%

Outros Doc.s10,07%

Femenino32,22%

Masculino67,78%

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66

Gráfico 78 – Estrutura Etária – IIº Trimestre 2013

O gráfico abaixo, revela que neste período existe um certo equilíbrio entre os clientes identificados por Outros com 37,69% e Estudantes com 29,99%.De acordo a justificação apresentada pelos bancos aderentes ao produto Bankita, ao descritivo “Outros” estão associados todas as profissões que não se enquadram nos descritivos (Mercado Informal, Doméstica, funcionários de Micro/Pequena/Média Empresa e Estudantes), ou seja enquadram-se no presente descritivo uma panóplia de actividades, tais como: operários, canalizadores, electricistas, mecânicos, motoristas, carpinteiros, pedreiros, pintores, agricultores, marceneiros, policia, forças armadas, funcionários públicos, professores, profissionais da saúde e educação, quadros da administração pública, etc.

Gráfico 79 – Estrutura por Actividade Profissional – IIº Trimestre 2013

18-34 78,11%

55-64 2,17%

45-54 6,31%

65> 0,84%

35-44 12,54%

Estudantes29,99%

Outros37,69%

Mercado informal18,45%

Micro/Pequena/Média empresa 9,73%

Doméstica 4,13%

7.1.1. Taxa de Bancarização

A bancarização da economia angolana insere-se na temática da promoção de um sistema financeiro acessível e inclusivo que constitui um dos principais desafios, por um lado, dos agentes implementadores de políticas monetárias e financeiras, nomeadamente o BNA, e por outro lado, dos agentes do sistema financeiro, os bancos comerciais. No passado, o fraco desenvolvimento de infra-estruturas, tais como estradas, electricidade, telecomunicações e outras, constituiu um dos principais entraves à expansão da banca angolana. Com a actual dinâmica de crescimento da economia angolana tais constrangimentos que representavam o principal impedimento para a penetração da rede bancária pelo interior do país têm vindo a diminuir.

Todavia, factores relacionados a falta de documentos oficiais (Bilhete de Identidade), o baixo nível de literacia financeira da população, a que se pode acrescer o forte peso da economia informal, constituem actualmente as principais barreiras para o crescimento da população bancarizada em Angola, principalmente o segmento de baixa renda.

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67 I Semestre 2013

As Contas Bankita vêm precisamente para contrapor as barreiras acima identificadas, pela via da adopção de requisitos mínimos bancários para abertura de contas, constituindo assim a premissa para a promoção de um sistema financeiro mais inclusivo visando o aumento da taxa de bancarização nacional. O critério adoptado para o cálculo da taxa de bancarização consubstancia-se na relação entre o número de Depósitos a Ordem titulados por Particulares Residentes Cambiais em Moeda Nacional sobre o número total da população adulta. De acordo com esse critério, no primeiro semestre de 2013, foram apuradas no sistema financeiro 5.063.355 contas abertas, nesta conformidade a taxa de bancarização estimada para o período em análise foi de 49,98%, contra 44,94% estimada no período homólogo, apresentando um crescimento de 5,04p.p.

Gráfico 80 – Evolução da Taxa Estimada de Bancarização – IIº Trimestre 2013

Considerando o total de 202.942 contas Bankita abertas até ao primeiro Semestre de 2013, a percentagem estimada para taxa de bancarização neste segmento foi de 4,01%.

Gráfico 81 – Contribuição das Contas Bankita para a Bancarização – IIº Trimestre 2013

Taxa de bancarização 49,98%

Contribuição Bankita p/ bancarização 4,01%

7.2. Processos de Reclamação

No primeiro semestre de 2013, o BNA recepcionou 52 (cinquenta e dois) documentos respeitantes à reclamações, registando um crescimento de 4,08% em relação ao período homólogo.

No percentual de reclamações por grupo de bancos, ressaltam os bancos privados estrangeiros, como as instituições financeiras bancárias mais reclamadas no final do Iº semestre do corrente ano, representando 50,98% do total, assinalando uma redução pouco expressiva de aproximadamente 1,84%, comparativamente ao período homólogo. Na sequência, surgem os bancos privados nacionais com 39,22%, seguindo-se por último os bancos públicos com 9,80%.

Taxa estimada de Bancarização - Grupo etário +15 anos

27,00%

26,00%

25,00%

24,00%

23,00%

22,00%

21,00%1º Semestre 2012

23,10%

26,54%

1º Semestre 2013

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68

Gráfico 82 – Reclamações por Tipo de Bancos

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0

Bancos Públicos

9,80%

39,22%

50,98%

B. Priv. Nacional B. Priv. Estrangeiros

7.2.1. Reclamações por tipo de cliente

Relativamente ao tipo de clientes, permanecem em destaque as reclamações efectuadas por pessoas singulares com 64,15% das reclamações recebidas, representando um crescimento de 9,59%. Por sua vez, as pessoas colectivas registaram 35,85%, das reclamações, evidenciando uma redução de 14,64%.

Gráfico 83 – Reclamações por Tipo de Cliente

Pessoa Colectiva35,85%

Pessoa Singular64,15%

7.2.2. Reclamações por matérias

Nos produtos e serviços financeiros sobre os quais incidiram as reclamações, destacam-se os débitos indevidos com 29,41%, seguindo-se as transferências bancárias com 23,53% e o crédito com 5,88%.

No entanto, comparativamente ao período homólogo, destaca-se uma redução do nível de reclamação de 5,47% relativo a operações de transferências e um crescimento de 15,41% por débitos indevidos

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69 I Semestre 2013

Encerramento de conta3,92%

Gráfico 84 – Reclamações por Matéria

Créditos5,88%

Fraude3,92%

Abertura de conta3,92%

Devolução3,92%

Comições e encargos3,96%

Tranferências23,53%

Disponibilização de valor1,96%

Legitimidade p/ Mov. de conta1,96%

Notas de USD em mauestado de conservação

1,96%

Juros remunerados3,92%

Habilitação de herdeiro1,96%

Garantia Bancária3,92%

Operações ATM1,96%

Depósito3,92%

Cartões de crédito1,96%

Débito indevido29,41%

7.2.3. Estado dos processos de Reclamações

No período em análise, foram concluídas 78,43% do total de reclamações remetidas ao BNA pelos clientes bancários, relacionados com transferências bancárias, crédito bancário, débitos indevidos, juros remuneratórios, cartões, entre outros. Relativamente aos restantes 21,57 % processos, persiste o grau de complexidade, bem como a morosidade no respaldo da informação proveniente de algumas instituições financeiras.

Gráfico 85 – Estado dos Processos de Reclamações

Em análise21,57%

Concluído78,43%

7.2.4. Reclamações por resultados

O BNA tem analisado os processos de reclamações apresentados pelos consumidores de produtos e serviços financeiros, e tem verificado dois cenários:

Após apreciação dos processos de reclamação e tem-se aplicado medidas adequadas às instituições financeiras, emitindo para o efeito Cartas-recomendação ou Cartas-circular, conforme a especificidade da reclamação.

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70

Tabela 17 – Reclamações por Resultados

7.2.5. Reporte estatístico de reclamações dos Bancos

Na generalidade, as instituições financeiras bancárias reportaram para o BNA o volume total de reclamações recepcionadas junto das mesmas. Tais informações, revelaram ser incoerente do ponto de vista de precisão da informação para medir o nível de satisfação dos consumidores bancários. Assim, pelas razões acima apontadas, o BNA submeteu as instituições financeiras bancárias a Directiva n.º 01/DSC/2013, datada de 08 de Julho para complementar o Instrutivo n.º 06/12, de 18 de Setembro, para o reporte da informação necessária a análise estatística, bem como a preparação da constituição de um fluxo documental via Portal do Consumidor para o envio daquela informação, de modo a evitar constrangimentos e distorções de informação, bem como permitir maior precisão e celeridade ao expediente documental.

Tabela 18 – Reporte Estatístico por Tipos de Bancos

Repartiçãopercentual

I Semestre 2013Reclamações concluídas por iniciativa da instit. Financeira 50,00%Reclamações concluídas por intervenção do BNA 42,11%Reclamação que origiranaram carta-recomendação 5,26%Reclamações que originaram Carta-Circular 2,63%

Total 100,00%

RESULTADOS DOS PROCESSOS DE RECLAMAÇÃO

Concluído Em curso Total Estrutura Percentual

Públicos 189 23 212 8,95%Privados Nacionais 554 485 1039 43,86%

Privados Estrangeiros 896 222 1118 47,19%TOTAL 1639 730 2369 100,00%

TIPO DE BANCOSN.º de reclamações recebidas pelas IFB

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71 I Semestre 2013

7.2.6. Portal do Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros

O Portal do Consumidor de Produtos e Serviços Financeiros registou 3.829 visitas no Iº semestre de 2013, dos quais 3.035 são visitantes únicos.

Para além das visitas ao Portal provenientes de Angola com 47,96%, as restantes visitas são oriundas maioritariamente de Portugal com 18,94%, do Brasil com 11,76%, seguindo-se as visitas não identificadas com 9,46%. Provenientes de outros países como EUA, Reino Unido, Moçambique, Alemanha, aparecem com um percentual relativamente abaixo de 2,00%, conforme ilustra o quadro n.º 3:

Tabela 19 – Visitantes do Portal por Países

7.3. Processos de Condições Contratuais

No período em análise, o BNA, recepcionou um total de 24 (vinte e quatro) minutas de contrato de adesão aos cartões de pagamento bancário, conforme o estabelecido no Aviso n.º 10/12, de 2 de Abril.

Figura 2 – Condições Contratuais

N.º País/Território Visitas %Visitas1. Angola 1836 47,96%2. Portugal 725 18,94%3. Brasil 450 11,76%4. Não definido 362 9,46%5. EUA 98 2,56%6. Reino Unido 51 1,33%7. Moçambique 49 1,28%8. Alemanha 41 1,07%9. França 31 0,81%10. Espanha 25 0,65%11. Outros 160 4,18%

3828 100,00%Total

TOTAL TANSITADAS

CONDIÇÕES CONTRATUAIS

RECEPCIONDAS

TOTAL DE CONDIÇÕESCONTRATUAIS

24

49

25

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72

7.3.1. Estado das Condições Contratuais

No período em referência, foram aprovados 8 (oito) processos referentes a condições contratuais relativas a cartões de pagamento bancários, representando 20,51%, relacionados com cartões de crédito, débito e pré-pago.Porém, registou-se um total de 30 (trinta) processos de condições contratuais por aprovar, representado 76,92%, devolvidas aos bancos para a devida adequação ao normativo.

Salienta-se que as condições contratuais não concluídas, deveu-se ao facto de registar-se alguma morosidade por parte das instituições financeiras em harmonizar as cláusulas contratuais de acordo com as recomendações emitidas pelo organismo supervisor do sistema financeiro, e por outro lado, denota-se alguma divergência na interpretação das disposições estabelecidas no Aviso n.º 10/2012, de 02 de Abril, nomeadamente:

Constatou-se ainda, a retirada de circulação de 1 (um) contrato referente a emissão de cartão de crédito emitido em Euros, por deliberação de um banco privado estrangeiro. Gráfico 86 – Estado das Condições Contratuais

Recomendados76,92%

Concluidos20,51%

FORA DE CIRCULAÇÃO 2,58%

7.3.2. Tipologia dos Cartões

Relativamente a tipologia de cartões ao dispor dos clientes bancários no mercado financeiro angolano, o cartão de crédito foi o produto mais solicitado, com um total de 22 cartões perfazendo 61,11% do total de cartões, seguindo-se o cartão de débito com 9 perfazendo 25,00%, e por último o pré-pago com 5 cartões representado 13,89%.

Gráfico 87 - Tipologia dos cartões

Débito25,00%

Pré-pago13,89%

Crédito61,11%

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73 I Semestre 2013

7.3.3. Condições Contratuais por Bancos

Em termos de representatividade de pedidos de aprovação de cartões por bancos, destacaram-se os bancos privados estrangeiros com 17 cartões, seguindo-se os bancos privados nacionais com 14 e, por último, os bancos públicos com 5 cartões. Gráfico 88 – Condições Contratuais por Bancos

18

16

14

12

10

8

6

4

2

0Bancos Públicos

Pré-pago Débito Crédito

Bancos Privados Nacionais Bancos Privados Estrangeiros

4

8

4

2

3

4

10

1

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74

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO BNA

José de Lima MassanoGovernador

Ricardo Viegas de AbreuVice-Governador

António André LopesVice-Governador

António Ramos da CruzAdministrador

Victor Costa e SilvaAdministrador

Cristina Van-DúnemAdministradora

Manuel AntónioAdministrador

SIGLAS

ANEXO :Anexo 1: Liquidez (analise de cenário) – Tipologia de Activos Anexo 2 - BalançoAnexo 3 - Demonstração de Resultados

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75 I Semestre 2013

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76

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77 I Semestre 2013

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