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Secretaria Federal de Controle Interno Unidade Examinada: SAO JOAO DE MERITI PREFEITURA GAB DO PREFEITO Introdução 1. Introdução Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas no município de São João de Meriti, apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo 00218.000364/2014-58. A fiscalização teve como objetivo avaliar a aplicação de recursos públicos repassados ao município relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando o período de 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, que teve R$ 11.977.502,20 repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 30 de outubro de 2014 a 21 de janeiro de 2015, tendo por objeto a aplicação de recursos federais do Programa 2030 - Educação Básica / 8744 - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica no município de São João de Meriti/RJ. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental e realização de entrevistas. Houve atraso na apresentação de documentos e informações, configurando restrição à atividade da fiscalização da CGU, em virtude da limitação ao trabalho. Relatório de Demandas Externas Número do relatório: 201410704

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Page 1: Relatório de Demandas Externas - Pesquisa · Os executores dos recursos federais oram previamentef informados sobre os fatos relatados, ... de forma a assegurar o adequado andamento

Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Examinada: SAO JOAO DE MERITI PREFEITURA GAB DO PREFEITO

Introdução 1. Introdução Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas no município de São João de Meriti, apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº 00218.000364/2014-58. A fiscalização teve como objetivo avaliar a aplicação de recursos públicos repassados ao município relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando o período de 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, que teve R$ 11.977.502,20 repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 30 de outubro de 2014 a 21 de janeiro de 2015, tendo por objeto a aplicação de recursos federais do Programa 2030 - Educação Básica / 8744 - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica no município de São João de Meriti/RJ. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental e realização de entrevistas. Houve atraso na apresentação de documentos e informações, configurando restrição à atividade da fiscalização da CGU, em virtude da limitação ao trabalho.

Relatório de Demandas Externas Número do relatório: 201410704

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Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados, tendo encaminhado manifestação a respeito de parte dos itens relatados, em 30 de maio de 2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. 1.1. Informações sobre a Ação de Controle

Ordem de Serviço: 201410704 Número do Processo: 00218.000364/2014-58 Município/UF: São João de Meriti/RJ Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: SAO JOAO DE MERITI PREFEITURA GAB DO PREFEITO Montante de Recursos Financeiros: R$ 11.977.502,20

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria. 2.1 Parte 1 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2 Nesta parte, a competência primária para adoção de medidas corretivas dos fatos apresentados a seguir pertence ao executor do recurso federal descentralizado. Esclarece-se que as situações relatadas são decorrentes de levantamentos necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Destinam-se, ainda, para ciência dos Órgãos de Defesa do Estado com vistas à tomada de providências no âmbito das respectivas competências. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

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2.2.1. Atraso na apresentação de documentos e informações, configurando restrição à atividade da fiscalização da CGU, em virtude da limitação ao trabalho. Fato A atividade de fiscalização realizada teve por objeto a verificação da aplicação de recursos públicos federais relativos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), considerando o período de 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, que teve R$ 11.977.502,20 em recursos repassados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para o município no período. O deslocamento da equipe para as verificações de campo na Prefeitura de São João de Meriti teve início em 30 de outubro de 2014, com a apresentação da equipe por meio do Ofício nº 28.878/2014/GAB/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, no qual foi solicitado o fornecimento aos servidores de todos os documentos, informações ou recursos necessários ao desenvolvimento de suas atividades, observando os prazos estipulados, no estrito cumprimento ao art. 26 da Lei nº 10.180/2001:

“Art. 26 Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores dos Sistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercício das atribuições inerentes às atividades de registros contábeis, de auditoria, fiscalização e avaliação de gestão.”

Todavia, houve atraso na apresentação de documentos e informações, em especial quanto aos processos de pagamento relativos às contratações realizadas para aquisição de gêneros alimentícios no âmbito do PNAE, cujo detalhamento apresentamos a seguir:

Solicitação de Fiscalização Data Itens com atraso Prazo

201410704/001 24/10/2014

09 – Disponibilizar processos de aquisição e de pagamento que fundamentaram os débitos da conta específica do Programa no período de 01/01/2013 a 15/10/2014

30/10/2014

201410704/002 04/11/2014

01 - Disponibilizar processos de aquisição e de pagamento que fundamentaram os débitos da conta específica do Programa no período de 01/10/2010 a 31/12/2012

06/11/2014

201410704/003 07/11/2014 Reitera a solicitação de processos de pagamento 07/11/2014

- 11/11/2014 13/11/2014 14/11/2014

Disponibilização de processos de pagamento pela Secretaria Municipal de Fazenda, por meio de diversos documentos, listando 563 processos, sendo 50 apresentados no dia 11; 352, no dia 13; e 161, no dia 14.

-

201410704/007 19/11/2014

Solicitação de apresentação de cópia digitalizada de todos os processos de pagamento relativos aos Contratos 50/2011 e 64/2013. Na data, houve a devolução dos processos de pagamento disponibilizados, sendo parte deles sem análise, tendo em vista a disponibilização tardia.

12/12/2014

201410704/008 16/12/2014 Reitera todos os itens pendentes 19/12/2014

- 07/01/2015 Mensagem de correio eletrônico, enviada para o Secretário de Controle Interno da Prefeitura, em

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07/01/2015, informando itens pendentes de atendimento, entre eles a digitalização dos processos.

- 15/01/2015 19/01/2015

Ofício nº 810/2015/NAE/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 15/01/2015, enviado para a Secretária de Gabinete da Prefeitura, para a Prefeitura e para o Secretário de Controle Interno da Prefeitura, na mesma data, informando o retorno à atividade de campo decorrente da não disponibilização dos documentos de pagamento digitalizados e de falta de resposta a Solicitações de Fiscalização. Solicita a disponibilização aos servidores, no dia 19/01/2015, de todos os documentos e informações pendentes.

- 19/01/2015

Deslocamento da equipe para a Prefeitura, no dia 19/01/2015. Embora tenha sido informado que o CD/DVD com a digitalização dos processos estaria pronto, não houve a disponibilização.

- 21/01/2015

Nova ida à Prefeitura, no dia 21/01/2015 para buscar a digitalização solicitada, na parte da manhã, conforme solicitado. Informações novamente não disponibilizadas, com saída às 12 horas. Posteriormente, houve entrega de CD na sede da CGU-Regional/RJ, no final da tarde do mesmo dia.

Todas as Solicitações de Fiscalização emitidas pela CGU tiveram a seguinte informação:

“No caso de impossibilidade de atender a esta solicitação, total ou parcialmente, pedimos a gentileza de nos apresentar justificativa por escrito.”

Outrossim, na reunião de abertura dos trabalhos, a equipe solicitou especial atenção aos prazos indicados, de forma a assegurar o adequado andamento do trabalho e se colocou à disposição para eventual necessidade de avaliação dos prazos, caso houvesse alguma dificuldade ou impossibilidade de disponibilizar documentos ou informações. Apesar disso, não houve nenhum pedido de prorrogação de prazo para disponibilizar os processos de pagamento ou apresentação de justificativa para a não disponibilização nos prazos indicados, tanto por parte do Secretário Municipal de Fazenda como pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Da análise de pagamentos relacionados aos Contratos nº 63/2013, 64/2013, 167/2013 foi possível verificar a realização de diversos pagamentos para os quais não houve a disponibilização de processo de pagamento à equipe, totalizando R$ 2.297.998,69 em recursos cuja aplicação não foi comprovada, conforme itens específicos deste relatório. Não houve análise dos processos de pagamento referentes aos demais contratos e, consequentemente, não houve conciliação bancária completa, tendo em vista a inviabilidade de análise no período disponível para a realização da fiscalização, mesmo após prorrogação do trabalho decorrente do atraso na disponibilização de documentos e informações. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

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Não houve manifestação da Prefeitura em relação ao fato apresentado. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A disponibilização intempestiva de processos de pagamento inviabilizou a realização da análise de parte dos processos de pagamento, prejudicando o conjunto da análise, ao passo que configura inobservância do disposto no art. 26 da Lei nº 10.180/2001. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Ausência de justificativa para utilização do pregão presencial em detrimento do pregão eletrônico nas aquisições de gêneros alimentícios realizadas pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Fato A Administração Municipal tem a obrigação legal de utilizar o pregão na forma eletrônica para aquisição de merenda escolar com recursos federais oriundos do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Caso não haja a possibilidade de utilização do pregão na forma eletrônica, o dirigente, ou autoridade competente, deve justificar o emprego da forma presencial, o que não foi feito pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Vejamos o que prescreve a legislação pertinente: Decreto n° 5.450, de 31/05/2005, que regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns:

“Art. 1° A modalidade de licitação, na forma eletrônica, de acordo com o disposto no § 1° do art. 2° da Lei n° 10.520, de 17/07/2002, destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União, e submete-se ao regulamento estabelecido neste Decreto. [...] Art. 4° Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. § 1° O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente. (Original sem grifo)”

Decreto n° 5.504, de 05/08/2005, que estabelece a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizados em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres.

“Art. 1o Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de convênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam repasse voluntário de recursos públicos da União

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deverão conter cláusula que determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizadas por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados voluntariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licitação pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente. § 1° Nas licitações realizadas com a utilização de recursos repassados nos termos do caput, para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigatório o emprego da modalidade pregão, nos termos da Lei n° 10.520, de 17/07/2002, e do regulamento previsto no Decreto n° 5.450, de 31/05/2005, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica, de acordo com o cronograma a ser definido em instrução complementar. § 2° A inviabilidade da utilização do pregão na forma eletrônica deverá ser devidamente justificada pelo dirigente ou autoridade competente. (Original sem grifo)”

Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201410704/004, de 12/11/2014, solicitamos informar a razão para a utilização de pregão presencial em detrimento da utilização de pregão eletrônico, nas compras de gêneros alimentícios realizadas entre 01/01/2010 e 15/10/2014, tendo em vista o disposto no art. 4º do Decreto nº 5.450/2005 e art. 1º, §§ 1º e 2º do Decreto nº 5.504/2005. Os pregões analisados foram: Pregões presenciais analisados

Modalidade Contrato Empresa Vencedora/Contratada Pregão Presencial N°

26/2010 N° 54 de

15/09/2010 Home Bread CNPJ 00.768.165/0001-08 Pregão Presencial N° 76/2010

N° 84 de 31/12/2010

Pregão Presencial N° 36/2011

N° 50 de 21/10/2011

RJ Frutas e Legumes CNPJ 12.239.947/0001-39

Fonte: processos analisados Em resposta, por meio do Ofício nº 226/2014 – SEMCI, de 13/11/2014, o Secretário de Controle Interno encaminhou o Memorando nº 191/2014 – LICITAÇÃO/SEMAD com a seguinte manifestação:

“Senhor Secretário, Em resposta ao Ofício nº 224/2014-SEMCI sirvo-me do presente para informar esclarecimentos conforme solicitado pela CGU. A Lei 10.520/2002, que institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, em seu artigo 2º, § 1º aduz que faculta a cada Ente federativo a realização do pregão por meio

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da utilização de recursos de tecnologia da informação, que deverá sofrer regulamentação específica. Assim sendo, aos municípios é conferida autonomia para regulamentar tal lei. No caso do Município de São João de Meriti foi expedido o Decreto 4550/2006 no qual não se previu a forma eletrônica para o Pregão em função de questões ligadas a falta de estrutura de equipamentos de informática do Município e limitações financeiras para adquiri-los, somada à instabilidade da velocidade e do próprio acesso a internet na área. Por oportuno, cumpre destacar que atualmente se estuda a viabilidade financeira de aquisição dos equipamentos necessários para sua implantação progressiva, além de imprimir esforços no sentido de solucionar os constantes problemas de ordem técnica relacionados ao acesso à internet, para então efetuar a devida alteração do aludido decreto. No que toca o disposto no art. 4º do Decreto 5.450 e o Decreto 5.504/2005, esclarecemos que esse último torna obrigatória a realização de licitação na modalidade pregão, preferencialmente, mas não exclusivamente, na forma eletrônica para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizados em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos. Em outras palavras, o decreto regulamentador da modalidade licitatória pregão no âmbito da Administração Pública Federal Direta e Indireta obriga a utilização do processo licitatório, no intento de desestimular a dispensa, mas não obrigando a utilização de nenhuma modalidade, sendo que o socorro ao pregão eletrônico é meramente indicativo, além de que a própria norma regulamentar federal mencionada permite o rechaço do manuseio do pregão eletrônico caso ocorra fundamentação bastante. Nesta esteira, impende esclarecer que a Prefeitura da Cidade de São João de Meriti realizou licitação na modalidade pregão, embora na forma essencial, nas compras de gêneros alimentícios realizadas entre 01/01/2010 e 15/10/2014 pelas seguintes razões: 1. Ausência de equipamentos eletrônicos face ao elevado investimento necessário para a estruturação do sistema eletrônico necessário somado à problemas de ordem técnica relacionadas ao acesso à internet, apesar de a Administração Pública Municipal empreender esforços diuturnos no intento de viabilizar progressivamente a sua implementação; 2. A possibilidade de esclarecimentos imediatos durante o pregão presencial e facilidade na negociação de preços, verificação das condições de habilitação e execução da proposta; 3. Melhor adequação da forma presencial ao Decreto Municipal nº 4550/2006 à legislação municipal e à realidade do município suscitada no item 1, considerando a prerrogativa de escolha da Administração fixada pela Lei nº 10.520/02, que neste caso, com a

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devida vênia, se mostra compatível com o Decerto 5.450 e, em especial, o Decreto 5.504/2005, haja vista que na forma eletrônica é meramente indicativa.”

No que tange às alegações apresentada pelo gestor, inicialmente temos a esclarecer que os recursos do PNAE são federais e, nesse contexto, devem ser executados de acordo com a legislação federal. Vejamos o entendimento do Tribunal de Contas da União: ACÓRDÃO Nº 5593/2012 SEGUNDA CÂMARA:

“Trata-se de auditoria realizada em cumprimento ao Acórdão nº 3.187/2011 - Plenário, nas Prefeituras Municipais de Porto Ferreira/SP, Tietê/SP e Tatuí/SP, no período compreendido entre 15/3/2012 e 23/5/2012, para verificar a regularidade da aplicação de recursos federais repassados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE nos três municípios citados. [...] 2.1 - Descumprimento da obrigatoriedade de uso da modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrônica, na aquisição de bens e serviços comuns. A Prefeitura Municipal de Tatuí promove as contratações de empresa para prestação de serviços no preparo e fornecimento da merenda escolar por meio de concorrências públicas. As Prefeituras Municipais de Porto Ferreira e Tietê têm adotado a modalidade Pregão, porém não na forma eletrônica. De acordo com o art. 1º do Decreto 5.504, de 5/8/2005, os "instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de convênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam repasse voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusula que determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizados por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados voluntariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licitação pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente", e que, em se tratando de bens e serviços comuns, "será obrigatório o emprego da modalidade pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 17/7/2002, e do regulamento previsto no Decreto nº 5.450, de 31/5/2005, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica". Os recursos do PNAE são transferidos automaticamente aos municípios, visto que não há necessidade de se firmar convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, nos termos do art. 19 da Resolução - FNDE 32/2006. Dessa forma, como o caput do art. 1º, c/c o § 1º do Decreto 5.504/2005 estabelece a obrigatoriedade de realização de pregão somente nos repasses de recursos que se deram com base em convênios, instrumentos congêneres ou consórcios públicos, tem-se que, partindo de uma interpretação literal e restritiva, não haveria obrigatoriedade de utilização dessa modalidade na aquisição dos gêneros alimentícios relativos ao

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PNAE, mesmo sabendo que se trata de aquisição de bens comuns. Nada obstante, a utilização da modalidade pregão para o caso em epígrafe mostra-se mais vantajosa para a Administração Pública, por privilegiar princípios da Administração Pública, mormente os da economicidade e eficiência. Nesse contexto, este Tribunal recomendou ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, por meio do Acórdão 2.663/2010, item 9.12, que: "(...) oriente as Entidades Executoras do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE para que adotem o pregão, preferencialmente na sua forma eletrônica, como modalidade licitatória para compra dos gêneros alimentícios do referido programa, em obediência aos princípios da economicidade e eficiência." [...]”

ACÓRDÃO Nº 2368/2013 PLENÁRIO:

“VOTO [...]

2. Versam os autos, originalmente, sobre representação, com pedido de adoção de medida cautelar, formulada pela empresa Iaccino e McGrif Indústria, Comércio de Importação e Exportação Ltda. em decorrência de possíveis irregularidades no Pregão Presencial para Registro de Preços 20/SME/DME/2012, promovido pelo Departamento da Merenda da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo (DME/SME/PMSP). [...] 4. Do que ressai dos autos, restaram apuradas as seguintes irregularidades: a) realização de pregão presencial em vez de pregão eletrônico, em infringência ao art. 4º do Decreto Federal 5.450/2005 e aos arts. 1º e 2º do Decreto Municipal de São Paulo 45.689/2005; [...] 12. Segundo apurou a Secex/SP na instrução constante da peça 6, as dotações orçamentárias indicadas no edital do pregão sob exame referiam-se a recursos do Programa Municipal de Alimentação Escolar e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), este último regido pela Lei 11.947/2009. 13. Observa-se, de início, que os pontos principais a serem esclarecidos, e que permitirão saber se as determinações efetuadas ao DME/SME/PMSP são pertinentes ou não, dizem respeito à (i) definição da modalidade de transferência que envolve os recursos do PNAE – obrigatória ou voluntária; e à (ii) natureza dos recursos repassados – receita própria do ente beneficiário ou recursos da União a serem aplicados por outros entes. [...]

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24. A meu ver, o PNAE é um exemplo de que nem toda transferência prevista em lei possui natureza obrigatória. Prova disso é que a Lei 11.947/2009 (que rege o programa) fixa exigências mínimas típicas da essência de uma transferência voluntária, sendo que a realização dos repasses pode ser suspensa se Estados, Distrito Federal e Municípios não as cumprirem. Vejamos: “Art. 20. Fica o FNDE autorizado a suspender os repasses dos recursos do PNAE quando os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios: I - não constituírem o respectivo CAE ou deixarem de efetuar os ajustes necessários, visando ao seu pleno funcionamento; II - não apresentarem a prestação de contas dos recursos anteriormente recebidos para execução do PNAE, na forma e nos prazos estabelecidos pelo Conselho Deliberativo do FNDE; III - cometerem irregularidades na execução do PNAE, na forma estabelecida pelo Conselho Deliberativo do FNDE. § 1º Sem prejuízo do previsto no caput, fica o FNDE autorizado a comunicar eventuais irregularidades na execução do PNAE ao Ministério Público e demais órgãos ou autoridades ligadas ao tema de que trata o Programa. § 2º O restabelecimento do repasse dos recursos financeiros à conta do PNAE ocorrerá na forma definida pelo Conselho Deliberativo do FNDE.” 25. Assim sendo, creio que os aportes federais de recursos para educação, por meio do PNAE, consistem em transferências voluntárias, uma vez que são recursos transferidos a título de cooperação e mediante o atendimento de diversos requisitos impostos pelo ente concedente. 26. O PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. É um programa a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e cujos valores são transferidos por meio do instrumento congênere “fundo a fundo” e, por isso, submetem-se à fiscalização dos órgãos federais, dentre eles o TCU (art. 71, inciso VI, da Constituição Federal c/c arts. 8º, § 2º, 9º e 10 da Lei 11.947/2009). 27. Vale mencionar que o fato de a Lei 11.947/2009 estabelecer que “a transferência dos recursos financeiros, objetivando a execução do PNAE, será efetivada automaticamente pelo FNDE, sem necessidade de convênio, ajuste, acordo ou contrato, mediante

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depósito em conta corrente específica” não deve conduzir à conclusão de que se trata de uma transferência obrigatória. Consoante já dito, as duas modalidades de cooperação entre os entes federativos são as transferências obrigatórias e as transferências voluntárias, sendo o repasse automático apenas um instrumento congênere ao convênio utilizado para a viabilização dessas transferências intergovernamentais. Em outras palavras, ser a transferência automática e dotada de regularidade não significa ser ela obrigatória e incondicional. A distinção fundamental entre esses dois gêneros de transferência, como visto, é a exigência ou não de condição para a entrega dos recursos. 28. Aliás, a existência ou não de convênio, acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento congênere (fundo a fundo, termo de compromisso, etc) para a realização de repasse da União a Estado, Distrito Federal ou Município não é importante para a definição da natureza da transferência. Isso porque estes instrumentos traduzem tão somente o meio de se materializar a entrega dos recursos. 29. Ultrapassada essa primeira questão, creio não haver dúvidas de que a natureza dos recursos repassados pela União por conta do PNAE permanece sendo federal, e não se torna receita própria do ente beneficiário. 30. Logo, entendo que a aplicação de recursos do PNAE deve seguir as regras gerais estabelecidas pela União, cabendo aos Estados e Municípios apenas ditar normas específicas. [...] Acórdão 2368/2013 – Plenário [...] 3. Recorrente: Departamento da Merenda Escolar da Secretaria de Educação do Município de São Paulo (DME/SME/PMSP) [...] 9. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Pedido de Reexame interposto pelo Departamento da Merenda Escolar da Secretaria de Educação do Município de São Paulo (DME/SME/PMSP) contra o Acórdão 3.269/2012-Plenário. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1 conhecer do presente Pedido de Reexame, nos termos dos arts. 285 e 286 do RITCU c/c o art. 48 da Lei 8.443/1992, para, no mérito, negar-lhe provimento; 9.2 manter inalterados os termos do Acórdão recorrido; e 9.3 dar ciência do inteiro teor desta deliberação à recorrente, remetendo-lhe cópia do Relatório e do Voto que a fundamentarem. 10. Ata n° 34/2013 – Plenário.

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11. Data da Sessão: 4/9/2013 – Ordinária. [...]” Quanto à alegada ausência de estrutura eletrônica, temos a informar que o pregão eletrônico é viabilizado pelo Sistema de Compras Eletrônicas do Governo Federal, cujas principais características são: (Fonte: http://www.comprasnet.gov.br) “O sistema de compras eletrônicas do Governo Federal - Comprasnet - está disponível para estados e municípios e entidades da Administração Federal Indireta. A iniciativa visa facilitar à adesão dos órgãos à modalidade pregão cuja obrigatoriedade está prevista nas alterações da Lei Geral de Licitações 8.666/9. As mudanças integram o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e aguardam apreciação do Congresso Nacional. Essas modificações tornam obrigatório o uso do pregão também para estados e municípios, já que no Governo Federal essa exigência existe desde julho de 2005. Assim como já ocorre na esfera federal, o pregão eletrônico terá preferência nas aquisições e a forma presencial deverá ser justificada. O pregão é destinado à contratação de bens e serviços considerados comuns. Ou seja, aqueles com especificação (requisitos exigidos no edital) amplamente conhecida no mercado como, por exemplo, computadores, materiais de escritório e medicamentos.

Atualmente está mais fácil aderir ao sistema federal. Em 2005 o Governo federal editou uma portaria para simplificar a adesão ao seu sistema de compras eletrônicas e, com isso, o tempo médio desses procedimentos que antes eram de dois meses, em média, caíram agora para cerca de 20 dias.

Atualmente 310 instituições municipais, estaduais e órgãos federais que não integram o Sistema de Serviços Gerais (Sisg) da União realizam suas aquisições eletrônicas por meio do Comprasnet de forma totalmente gratuita.

Entre os usuários do sistema federal estão a Prefeitura e o Governo do Estado de São Paulo, as Prefeituras de Belo Horizonte, Belém, Ribeirão Preto, Maceió, Vitória e Secretarias estaduais da Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Ceará, entre outros exemplos. Outros 133 órgãos aderiram ao sistema apenas para realizar consultas na área de compras, como por exemplo, a situação de fornecedores da União. A utilização do Comprasnet é obrigatória para órgãos da Administração Federal direta, autárquica e fundacional que integram o Sisg. Esse sistema organiza a gestão das atividades de serviços gerais, compreendendo licitações, contratações, transportes, comunicações administrativas, documentação, entre outras atividades.

Já os órgãos estaduais, municipais e mesmo as entidades da Administração Federal Indireta poderão utilizar seus próprios sistemas de pregão eletrônico ou de outros órgãos.” ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

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Por intermédio do Ofício n.º 10338/2016/GAB/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 19 de abril de 2016, reiterado por meio do Ofício n.º 11666/2016/GAB/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 17 de maio de 2016, foi enviado o Relatório Preliminar à Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ para apresentação de justificativas ou esclarecimentos que a Prefeitura entendesse pertinentes.

Em resposta, por meio de e-mail de 30 de maio de 2016, o Secretário Municipal de Controle Interno encaminhou o Memorando n.º 079/2016 – LICITAÇÃO/SEMAD, de 05 de maio de 2016, cujo teor relacionado a esta constatação está transcrito a seguir:

(...)

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Entendemos que a Prefeitura Municipal de São João de Meriti deve utilizar o pregão eletrônico nas aquisições de merenda escolar com recursos federais oriundos do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. O pregão eletrônico proporciona maior divulgação, maior participação de interessados, maior transparência na fase de lances, dentre outras vantagens. Tais fatores potencializam a competitividade do certame licitatório, proporcionando a proposta mais vantajosa para a Administração. A respeito da característica competitiva do certame licitatório, vejamos o entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, nas palavras do então Ministro Eros Grau, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.716-6, de 29/11/2007: (Fonte: http://redir.stf.jus.br)

“A licitação é um procedimento que visa à satisfação do interesse público, pautando-se pelo princípio da isonomia. Está voltada a um duplo objetivo: o de proporcionar à Administração a possibilidade de realizar o negócio mais vantajoso --- o melhor negócio --- e o de assegurar aos administrados a oportunidade de concorrerem, em igualdade de condições, à contratação pretendida pela Administração. Imposição do interesse público, seu pressuposto é a competição. Procedimento que visa à satisfação do interesse público, pautando-se pelo princípio da isonomia, a função da licitação é a de viabilizar, através da mais ampla disputa, envolvendo o maior número possível de agentes econômicos capacitados, a satisfação do interesse público. A competição visada pela licitação, a instrumentar a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração, impõe-se seja desenrolada de modo que reste assegurada a igualdade (isonomia) de todos quantos pretendam acesso às contratações da Administração. [...]”

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Aquisição de gêneros alimentícios por meio de dispensa emergencial de licitação sem a caracterização de situação calamitosa ou emergencial realizada pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Fato Verificamos que a Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ celebrou o Contrato nº 31, de 25/08/2011, Dispensa Emergencial nº 06/2011, com a empresa ERMAR, CNPJ 27.051.838/0001-60, com fundamento no inciso IV do artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sem a caracterização de situação calamitosa ou emergencial. Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201410704/008, de 16/12/2014, solicitamos elencar a situação calamitosa ou emergencial que justificou a celebração do Contrato n° 31, de 25/08/2011, bem como informar se foi instaurado processo administrativo com o intuito de apurar a responsabilidade do agente causador da situação calamitosa ou emergencial.

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Em resposta, por meio do Ofício nº 13/2015 – SEMCI, de 20/01/2015, o Secretário de Controle Interno encaminhou o Ofício nº 20/GAB-SEME/2015, de 19/01/2015, com a seguinte manifestação:

“[...] Segue em anexo Ofício nº 636/GASEME/2011, Memorando nº 75/2011-SEMPLAG e Parecer referente ao Processo Administrativo 13.808/2011.” “[...] De acordo com Parecer da Douta Procuradoria (em anexo) não houve a necessidade de ser instaurado processo administrativo. [...]”

A manifestação do gestor coincide com a única justificativa encontrado no processo, ou seja, o Ofício nº 636/GAB-SEME/2011, de 15/08/2011, em que a então Secretária Municipal de Educação e Cultura, CPF xxx.354.757-xx, requisita a compra de gêneros alimentícios em caráter de urgência, tendo como base o memorando nº 75/2011 – SEMPLAG, de 12/08/2011, do então Secretário Municipal de Planejamento e Gestão, CPF xxx.954.697-31, cujo teor transcrevemos a seguir:

“Senhora Secretária, Considerando que os processos administrativos nº 874/2009 (contrato nº 16/2009) e nº 1606/2010 (contrato nº 54/2010) com a Home Bread Indústria e Comércio Ltda de fornecimento de gêneros alimentícios foram suspensos, por determinação do Exmo. Sr. Prefeito; Considerando que o processo nº 9748/2010 atende as escolas públicas municipais com “alimentação seca”; Considerando que a Secretaria Municipal de Controle Interno já iniciou uma auditoria, cuja Ordem de Serviço do processo nº 874/2009 é a nº 006/2011, do processo nº 1606/2010 é a Ordem de Serviço nº 005/2011 e do processo nº 9748/2010 é a Ordem de Serviço nº 007/2011, conforme determinação do Exmo. Prefeito; Considerando que o Pregão Presencial nº 036/2011, referente ao processo administrativo nº 8191/2011, que seria realizado no dia 15/08/2011 foi remarcado para o dia 30/08/2011, às 11:00h, para correções no Edital em virtude de impugnações ao mesmo; E considerando ainda, que a merenda escolar é um serviço que não pode deixar de ser prestado por um dia sequer, solicitamos a esta Secretaria que informe à SEMPLAG quanto à necessidade de uma compra em caráter emergencial, conforme previsto no Art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, visando o não comprometimento da qualidade da merenda escolar para os alunos da Rede Municipal de Ensino.

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Caso seja necessário, favor informar os gêneros alimentícios e as respectivas quantidades a serem entregues semanalmente, além da relação das escolas. [...]”

Quanto à instauração de processo administrativo com o intuito de apurar a responsabilidade do agente causador da situação calamitosa ou emergencial, a manifestação encaminhada alega que, “de acordo com Parecer da Douta Procuradoria não houve a necessidade de ser instaurado processo administrativo”. Em suma, depreendemos da manifestação que a justificativa determinante para a realização da aquisição emergencial foi o fato de o Prefeito ter mandado suspender os contratos nº 16/2009 e nº 54/2010, ambos celebrados com a Home Bread Indústria e Comércio Ltda de fornecimento de gêneros alimentícios. Contudo, não foram apresentados os motivos que levaram o Prefeito a suspender os referidos contratos. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da unidade examinada para esse item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Entendemos que a Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ não esclareceu os motivos determinantes da aquisição emergencial, ou seja, a suspenção dos contratos nº 16/2009 e nº 54/2010, ambos celebrados com a Home Bread Indústria e Comércio Ltda bem como o então Prefeito de São João de Meriti/RJ não instaurou processo administrativo com o intuito de apurar a responsabilidade do agente causador da situação calamitosa ou emergencial. Vejamos o que diz a jurisprudência e a doutrina a respeito das dispensas de licitação fundamentadas no inciso IV do artigo 24 da Lei 8.666/93:

“Decisão TCU nº 347/1994 Plenário: [...] Ao concluir suas análises, a instrução considera que a presente solicitação preenche os requisitos de admissibilidade previstos no art. 210 do Regimento Interno do TCU, para ser conhecida como consulta (fls. 28, itens 48 e 49, I), e propõe que o Tribunal: II - responda à Autoridade interessada: a) que, além da adoção das formalidades previstas no art. 26 e seu parágrafo único da Lei nº 8.666/93, são pressupostos da aplicação do caso de dispensa preconizado art. 24, IV, da mesma Lei: a.1) que a situação adversa, dada como de emergência ou de calamidade pública, não tenha se originado, total ou parcialmente, da falta de planejamento, da desídia administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis, ou seja, que ela não possa, em alguma medida, ser atribuída à culpa ou dolo do(s) agente(s) público(s) que tinha(m) o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação; a.2) que exista urgência concreta e efetiva do atendimento a situação decorrente do estado emergencial ou calamitoso, visando afastar risco de danos a bens ou à saúde ou à vida de pessoas; [...]” “Decisão TCU nº 138/1998 Plenário: [...] Diante do exposto, forçoso é reconhecer que a ausência de planejamento e a dispensa de licitação devem

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ser tratadas como irregularidades independentes e distintas. Sob essa ótica, é aconselhável examinar se a dispensa da licitação se deu em observância aos requisitos exigidos pelo inciso IV do art. 24 da Lei 8.666/93 e em seguida analisar o contexto em que a mesma ocorreu, ou seja se aconteceu em razão de fatos supervenientes causados ou não por incúria do administrador. [...]” “Acórdão TCU nº 3267/2007 Primeira Câmara: [...] A contratação direta com fundamento em situação emergencial deve decorrer de evento incerto e imprevisível, e não da falta de planejamento ou desídia administrativa do gestor. [...]” “Acórdão TCU nº 1.876/2007 Plenário: [...] De fato, se caracterizada a existência de situação em que a demora no atendimento possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, faz-se não apenas recomendável, mas imperativa a adoção de imediata solução, ainda que implique na realização de contratação direta, sem licitação. Consoante bem definiu o Voto acima referenciado que sustentou a Decisão nº 138/1998 – Plenário, a ausência de planejamento e a contratação direta fundamentada em situação de emergência caracterizam situações distintas, não necessariamente excludentes. Estará incorrendo em duplo erro o administrador que, ante a situação de iminente perigo, deixar de adotar as situações emergenciais recomendáveis, ainda que a emergência tenha sido causada por incúria administrativa. Há que se fazer a clara definição da responsabilidade: na eventual situação aludida, o responsável responderá pela incúria, não pela contratação emergencial. [...]” “Acórdão TCU nº 798/2008 Primeira Câmara: [...] Com efeito, esta Corte de Contas firmou entendimento, por meio da Decisão nº 347/1994 – Plenário, proferida em sede de Consulta, de que as dispensas de licitação, por motivo de emergência ou de calamidade pública, somente são admissíveis quando, cumpridas outras exigências, não se tenham originado, total ou parcialmente, da falta de planejamento, da desídia administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis ou, em outras palavras, desde que não possam, em alguma medida, ser atribuídas à culpa ou dolo do gestor público, que tinha o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação. [...]” “NIEBHUR, Joel de Menezes Fernandes, in J.U. Jacoby. Contratação direta sem licitação. 8ª Ed. Belo Horizonte: Fórum, 2009: A priori, a situação de urgência não deve ser provocada pela incúria da Administração Pública, que tem o dever de planejar e prever todas as suas demandas. É obrigatório que ela controle todos os seus estoques, procedendo à licitação pública antes que os produtos visados corram o risco de faltar. No entanto, se o interesse público demanda realizar a contratação direta, sem que se possa aguardar a conclusão da licitação, é forçoso reconhecer a licitude da dispensa, mesmo que a desídia do agente administrativo tenha dado causa à demanda. Não é razoável desautorizar a dispensa e, com isso, prejudicar o interesse público que, sem o objeto a ser contratado, acabaria desatendido. Tudo mais, para evitar tais situações, é imperativo que sobre os ombros do agente administrativo relapso, recaia reprimenda, para efeito de desencorajar comportamentos similares [...]”

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“Orientação Normativa AGU nº 11, de 01/04/2009: [...] A contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, exige que, concomitantemente, seja apurado se a situação emergencial foi gerada por falta de planejamento, desídia ou má gestão, hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma da lei. [DOU de 07.04.2009, S. 1, p. 14] Referências: art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666, de 1993; Acórdão TCU 1.876/2007-Plenário. [...]”

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Ocorrência de restrição à competitividade nas aquisições de gêneros alimentícios realizadas pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Fato No que tange ao início da fase externa dos pregões analisados, quanto à convocação dos interessados, identificamos as seguintes impropriedades adotadas pela comissão de licitação da Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ:

1) Publicações de abertura de processo licitatório com previsão de que os editais só seriam disponibilizados mediante a entrega de 2 (duas) resmas de papel A4 e um pendrive ou compact disc para gravação do referido edital.

2) Publicações de abertura de processo licitatório em jornais que não são de grande circulação e ausência de publicação em determinados diários oficiais. Vejamos as publicações correspondentes a cada processo no quadro a seguir, que deverá ser interpretado de acordo com a seguinte legenda:

*1 – Diário Oficial da União – DOU *2 – Diário Oficial do Estado – DOE *3 – Diário Oficial do Município – DOM *4 – Jornal de Grande Circulação – JGC

Publicações dos processos de aquisição de merenda escolar

Processo Modalidade DOU*1 DOE*2 DOM*3 JGC*4

Nº 1606/2010 Pregão

Presencial Nº 026/2010

N° 91 de 14/05/2010 - N° 2976 de

13/05/2010

Jornal Hora H de Nova Iguaçu de

15/05/2010

Nº 9748/2010 Pregão

Presencial Nº 076/2010

- - N° 3092 de 04/11/2010

Jornal HORAHZINHO de Belford Roxo de 04/11/2010

Nº13808/2011 Dispensa Nº 006/2011 - - N° 3302 de

08/09/2011 -

Nº8191/2010 Pregão

Presencial Nº 036/2011

N° 148 de 03/08/2011 - N° 3275 de

02/08/2011

Jornal HORAHZINHO de Belford Roxo de 02/08/2011

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Nº17141/2011 Pregão

Presencial Nº 04/2012

10/05/2012 - 10/05/2012 Jornal Hora H de 11/05/2012

Nº 6178/2013 Pregão

Presencial Nº 28/2013

28/05/2013 - 28/05/2013 Jornal Hora H de 28/05/2013

Nº10397/2013 Pregão

Presencial Nº 50/2013

- - 18/10/2013 Jornal Hora H de 18/10/2013

Nº10398/2013 Dispensa Nº 01/2014 13/02/2014 13/02/2014 13/02/2014

Jornal Hora H não anexado ao

processo

Nº 2664/2014 Pregão

Presencial Nº 13/2014

13/05/2014 13/05/2014 16/05/2014 Jornal Hora H

não anexado ao processo

Fonte: processos analisados A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a seleção da proposta mais vantajosa para a administração, dentre outras garantias constitucionais. Nesse sentido, é vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, ressalvadas as disposições legais. Vejamos o que prescreve a lei nº 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências:

“Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (original sem grifo) II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (original sem grifo) III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da

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licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (original sem grifo)”

Vejamos, agora, o que prescreve a lei n° 10.520/02, que institui o pregão presencial no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios:

“Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º; (original sem grifo) II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital; [...]”

Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201410704/009, de 17/12/2014, solicitamos informar o motivo da cobrança de 2 (duas) resmas de papel A4 e um pendrive ou compact disc para gravação dos editais de licitação analisados, bem como o motivo pelo qual os editais de licitação analisados não foram publicados em jornais do Município de São João de Meriti e porque não foram publicados em jornais de grande circulação do Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista o vulto das licitações. Em resposta, por meio do Ofício nº 005/2015 – SEMCI, de 09/01/2015, o Secretário de Controle Interno encaminhou a seguinte documentação: Memorando nº 05/2015 – LICITAÇÃO/SEMAD, de 09/01/2015, com a seguinte manifestação:

“Em atenção ao Memorando nº 334/2014-SEMCI, sirvo-me do presente para esclarecer a V. Exa. Que a cobrança de duas resmas de papel A4 e um pendrive ou compact disc para a gravação dos editais e publicações justifica-se para cobrir os custos de reprodução dos editais. Em que pese à redação do item, na prática trata-se de uma opção. Ou seja, os interessados podem optar em fornecer as resmas de papel e receber o edital impresso, ou trazer uma das mídias eletrônicas supramencionadas para cópia do arquivo digital do edital sem qualquer outro custo, sendo certo que essa mídia é imediatamente devolvida aos mesmos. Por oportuno, informo que esta Subsecretaria entende que o procedimento acima descrito não compromete, restringe ou frustra o seu caráter competitivo dos certames.”

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Memorando nº 03/2015 – LICITAÇÃO/SEMAD, de 07/01/2015, com a seguinte manifestação:

“Em resposta ao Memorando nº 335/2014-SEMCI e Memorando nº 008/2015-SEMCI, sirvo-me do presente para esclarecer a V.S.ª que os extratos dos editais dos processos analisados, referentes ao Programa Nacional de Alimentação, foram devidamente publicados no Diário Oficial da União – DOU, Diário Oficial do Município – DOM e no Jornal Hora H, sendo certo que este último se trata de jornal de grande circulação no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o entendimento do Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE/RJ, conforme voto do eminente Conselheiro Aluísio Gama de Souza exarado nos autos do Processo nº 200.292-6/11, cuja cópia acompanha o presente.”

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por intermédio do Ofício nº 10338/2016/GAB/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 19 de abril de 2016, reiterado por meio do Ofício nº 11666/2016/GAB/CGU-Regional/RJ/CGU-PR, de 17 de maio de 2016, foi enviado o Relatório Preliminar à Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ para apresentação de justificativas ou esclarecimentos que a Prefeitura entendesse pertinentes.

Em resposta, por meio do e-mail de 30 de maio de 2016, o Secretário Municipal de Controle Interno encaminhou o Memorando nº 079/2016 – LICITAÇÃO/SEMAD, de 05 de maio de 2016, cujo teor relacionado a esta constatação está transcrito a seguir:

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(...)

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Entendemos que a Prefeitura Municipal de São João de Meriti restringiu a competitividade dos processos licitatórios acima relacionados. Quanto à exigência editalícia da entrega de 2 (duas) resmas de papel A4 e um pendrive ou compact disc para gravação do referido edital, o gestor afirma que “na prática trata-se de uma opção”, uma vez que “os interessados podem optar em fornecer as resmas de papel e receber o edital impresso, ou trazer uma das mídias eletrônicas supramencionadas para cópia do arquivo digital do edital sem qualquer outro custo”. Contudo, “na prática”, o leitor que não conhece o modo de trabalho da Comissão de Licitação da Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ entende que, além de ter que levar o dispositivo para gravação do edital, tem que dar 1000 folhas de papel A4 para a Prefeitura. No que tange as publicações não ocorrerem em meios de comunicação de grande circulação, o gestor afirma que o Jornal Hora H “se trata de jornal de grande circulação no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o entendimento do Egrégio Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE/RJ, conforme voto do eminente Conselheiro Aluísio Gama de Souza exarado nos autos do Processo nº 200.292-6/11”. Ao analisarmos o teor do referido processo, verificamos que o entendimento do “eminente Conselheiro Aluísio Gama de Souza exarado nos autos do Processo nº 200.292-6/11” não é pacífico. Quanto ao Jornal HORAHZINHO de Belford Roxo o gestor não apresenta qualquer manifestação.

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Tendo em vista o contexto apresentado, entendemos que a Prefeitura Municipal de São João de Meriti restringiu a competitividade dos processos licitatórios analisados, uma vez que não divulgou adequadamente a abertura dos pregões e impôs condições desproporcionais para a retirada do edital.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Conselho de Alimentação Escolar (mandato 2010-2014) com baixa atuação em visita às unidades escolares, mandato vencido, parte de conselheiros sem participação nas reuniões, substituição de conselheiros não informada no sítio do FNDE e atuação de conselheiros de forma concomitante na liquidação de notas fiscais relativas ao PNAE e na aprovação da prestação de contas da Prefeitura. Fato O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) no município de São João de Meriti foi instituído pelo Decreto Municipal nº 2.952, de 21 de janeiro de 1997. O atual Conselho foi nomeado pela Portaria nº 8.260/2010-SEMA, de 12 de novembro de 2010, publicada no Diário Oficial do Município de 17 de novembro de 2010. O CAE estabelece calendário anual para realização de reuniões e de visitas às unidades escolares, o qual possui publicidade ao ser divulgado no Diário Oficial do Município. No ano de 2014, houve previsão para a realização de 11 reuniões e de 21 datas para visitas de supervisão às escolas. De acordo com registros nos livros de atas disponibilizados, das 15 reuniões previstas no período de 01 de janeiro de 2014 a 08 de outubro de 2014, há registro para todas as datas no livro de atas. No saldo, houve mais reuniões que o previsto, em função da conversão de atividades de visita em reuniões para análise de prestação de contas e elaboração de documentos. Em relação às visitas nas escolas, de 16 programadas entre 01 de janeiro de 2014 e 08 de outubro de 2014, houve duas realizadas, cinco foram transformadas em reunião para análise de prestação de contas ou elaboração de documentos, três foram canceladas por questões de saúde da presidente do Conselho, duas não foram realizadas por antecipação do recesso escolar, em função da Copa do Mundo, três não foram realizadas por falta de quórum e uma por falta de veículo. Dessa forma, temos que foram realizadas 12,5% de 16 visitas programadas no período citado. Em consulta no sítio do FNDE, verificamos que o período de gestão do Conselho encontra-se vencido desde 13 de novembro de 2014. Verificamos a gestão mais recente, com mandato de 12 de novembro de 2010 a 12 de novembro de 2014. A composição apresenta a seguinte configuração: dois pais de alunos, dois representantes da sociedade civil, dois representantes da educação docente e um representante do Poder Executivo, além dos respectivos suplentes.

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A seguir, relação dos conselheiros, representatividade e informação sobre a existência de vínculo empregatício com a Prefeitura, considerando o Espelho do CAE disponível no sítio do FNDE e as informações constantes dos livros de atas do Conselho:

Tipo CPF Representação Vínculo

empregatício com Prefeitura

Participação Ativa

T ***.471.727-** Sociedade civil - S ***.331.827-** Sociedade civil Empregado T ***.121.207-** Sociedade civil Empregado X S ***.405.047-** Sociedade civil Empregado T ***.708.067-** Pais de alunos - X S ***.006.007-** Pais de alunos Empregado X T ***.576.137-** Pais de alunos - S ***.994.117-** Pais de alunos - T ***.028.057-** Educação Docente Empregado X S ***.788.217-** Educação Docente Empregado T ***.576.137-** (*) Educação Docente Empregado S ***.857.437-** (*) Educação Docente Ex-empregado T ***.458.927-** (*1) Educação Docente Empregado X S ***.692.447-** (*1) Educação Docente Empregado X T ***.774.567-** (*) Poder Executivo Empregado S ***.749.507-** (*) Poder Executivo Empregado T ***.645.407-** (*1) Poder Executivo Empregado X S ***.239.717-** (*1) Poder Executivo Empregado X

Legenda: T – Titular / S – Suplente (*) Minuta de Portaria nº 0849/2014-SEMAD, de 26/02/2014: Saída do CAE. (*1) Minuta de Portaria nº 0849/2014-SEMAD, de 26/02/2014: Entrada no CAE. Participação Ativa: presença em pelo menos quatro reuniões no período de 01/01 a 08/10/2014.

Quatro componentes foram substituídos por meio da Minuta de Portaria nº 0849/2014-SEMAD, de 26 de fevereiro de 2014: titular e suplente do Poder Executivo, titular e suplente representantes dos profissionais da área de Educação. De acordo com os registros em ata, há atuação a partir de 07 de maio de 2014. A portaria de substituição e a respectiva publicação não foram disponibilizados. A seguir, informações complementares a respeito das 18 pessoas listadas: - as quatro pessoas que ingressaram no CAE por meio da Minuta Portaria nº 0849/2014-SEMAD não constam da composição do Conselho de Alimentação Escolar cadastrado no FNDE, indicando que a alteração não foi registrada no sistema; - sete pessoas não possuem qualquer registro de participação, considerando-se as reuniões realizadas entre 01 de janeiro de 2014 e 08 de outubro de 2014. Destes, três são titulares e quatro são suplentes. Apenas dois foram substituídos; - dos 11 participantes, três estiveram presentes apenas na reunião referente à aprovação da prestação de contas do exercício de 2013; - na prática, apenas oito pessoas participaram das reuniões ocorridas durante o ano, com a seguinte representação: um da sociedade civil (titular), dois pais de alunos (um titular e seu suplente), três da educação docente (dois titulares e um substituto) e dois do poder executivo (um titular e um suplente).

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Assim sendo temos que, na prática, não houve paridade nas classes representadas durante a atuação do Conselho, com maior atuação de representantes da educação docente. Todos os oito participantes ativos são empregados da Prefeitura. Compete destacar que ao menos duas participantes ativas do conselho realizaram atesto de notas fiscais relativas à aquisição de gêneros alimentícios (***.645.407-** e ***.239.717-**), condição essencial para o pagamento às empresas fornecedoras. Todavia, o acompanhamento da execução contratual com atesto de notas fiscais se mostra incompatível com a atividade de conselheiro, visto que estes realizam a análise e aprovação de prestação de contas e, portanto, devem ser independentes da execução de recursos do programa. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, a Secretária Municipal de Educação apresentou as informações a seguir, relativas aos trechos destacados, por meio do Ofício nº 330/GAB-SEME/16, de 23 de maio de 2016: a) Período de gestão do Conselho vencido

O período da referida auditoria foi coincidente com o término do mandato do CAE em 12/11/2014. As equipes responsáveis pelos trabalhos de formação do novo Conselho estavam empenhadas em atender a solicitação de fiscalização 201410704/001 de 24/10/14. Tal fato veio a retardar o início dos trabalhos de formação do novo Conselho que foi retomado a contar de 11/11/14. A situação foi regularizada e o novo CAE foi nomeado através das Portarias nos. 786/15 e 1.267/15 (cópias em anexo), mandato 2015-2019 e a situação encontra-se regularizada junto ao FNDE-MEC.

b) Alteração na composição do CAE mandato 2010 - 2014

Segue em anexo cópia da Portaria nº 0849/2014-SEMAD e do DOM nº 3.939 de 11/04/14 que excluiu e incluiu membros do CAE no mandato 2010-2014. Esclarecendo que de acordo com o Art.34 da Resolução CD-FNDE Nº 26 de 17 de junho de 2013, o CAE é composto por sete (07) membros titulares e sete (07) membros suplentes. Participam das reuniões ordinárias os membros suplentes, sendo facultada a participação e realização das reuniões de eleição da presidência e apreciação da prestação de contas devem contar com um mínimo de 2/3 dos membros. No decorrer do ano de 2014, de acordo com o livro de atas do Conselho foram realizadas com o mínimo de 2/3 dos membros do CAE, como se verifica na listagem de assinaturas constantes às fls. 28v, 30, 30v, 31v, 32v, 33, 33v, 34, 35, 36, 36v, 37v, 38v, 39, 39v, 40 e 40v.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em relação à alteração na composição do CAE no curso do mandato 2010-2014, foi apresentada a minuta de portaria referente à substituição de componentes do CAE, acompanhada da publicação no Diário Oficial do Município. Todavia, ao consultar o sítio do

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FNDE, temos que não houve o registro das alterações de integrantes do CAE para o período informado, de forma que refletisse a alteração. Na ocasião da fiscalização, verificou-se a existência de conselho instituído, mas com mandato vencido. A respeito da regularização do CAE, verificamos no sítio do FNDES a existência de Conselho com mandato válido, com início em 24 de fevereiro de 2015. Assim, temos a regularização formal junto ao FNDE. A nova composição do CAE, com mandato a partir de 24 de fevereiro de 2015, manteve uma das pessoas vinculadas à Prefeitura e que atuava, à época da fiscalização, no atesto de notas fiscais, representante do Poder Executivo, CPF ***.239.717-**. Sobre a atuação do Conselho referente ao mandato 2010-2014, considerando a baixa efetividade na observação do calendário de visitas às unidades escolares, a existência de conselheiros que não frequentam reuniões, a participação como conselheiros ativos apenas de pessoas que possuem vínculo empregatício com a Prefeitura e a nomeação de conselheiros que atestam notas fiscais de pagamento de gêneros alimentícios e depois são responsáveis pela análise da prestação de contas, concluímos pela possível falta de independência do Conselho no monitoramento e na fiscalização do Programa Nacional de Alimentação Escolar no município. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Atuação deficiente do Conselho de Alimentação Escolar do município de São João de Meriti no acompanhamento da execução do PNAE, em relação à verificação de observação dos cardápios pelas escolas e à disponibilização adequada de gêneros alimentícios pela Prefeitura. Fato O Conselho de Alimentação Escolar apresentou Relatório das Ações, referente ao ano de 2014, em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201410704/001, de 24 de outubro de 2014, do qual destacamos os seguintes trechos:

“(...) o CAE-SJM no ano de 2014, realizou visitas às escolas municipais para avaliar as condições das cozinhas, as dispensas, os refeitórios para avaliar o gerenciamento de estoque, o cardápio, a higiene na preparação da merenda e o fornecimento da mesma. O trabalho in loco permitiu que os conselheiros acompanhassem se os alunos estão satisfeitos com a merenda e observassem outras falhas que possam vir a prejudicar o bom fornecimento da Merenda Escolar. Este Colegiado analisou se os alimentos comprados estão sendo utilizados no preparo da refeição. Complementarmente, conferiu nas visitas feitas o cumprimento do cardápio nas Escolas.

(...) O Colegiado sempre que solicitado também respondeu as solicitações provenientes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.”

A partir do registro de reuniões e visitas nos Livros de Atas, referente ao período de 01 de janeiro de 2010 a 08 de outubro de 2014, os conselheiros descrevem algumas dificuldades para a realização de suas atividades:

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- inexistência de sala disponível na Prefeitura/Secretaria de Educação para realizar as reuniões; - sala destinada às reuniões ocupada para outras finalidades; - demora na disponibilização de documentos relacionados à prestação de contas, em alguns momentos; - não disponibilidade de carro para realizar visita às escolas; - ausência de conselheiros nas reuniões previamente agendadas, inclusive ocasionando a não realização de visita às escolas por falta de quorum; e - não há regimento interno do CAE que esteja válido. Há minuta de Regimento Interno pendente de análise pela Procuradoria Geral do Município. Não obstante as dificuldades identificadas, as prestações de contas da Prefeitura referentes aos exercícios de 2010, 2011, 2012 e 2013 foram aprovadas pelo CAE e remetidas ao FNDE, conforme comprovantes apresentados. Realizamos visitas a dez unidades escolares do município nos dias 05, 06 e 17 de novembro de 2014: CSM Unidade Rosa Rasuck, CIEP 180 Presidente Joao Goulart, Creche Maria Alves Lavouras, E M Casimiro de Abreu, E M Padre Paul Jean Guerry, E M Francisco Agostinho da Costa, Assoc Educ Francisca Nubiana da Silva, Creche Municipal Favo de Mel, E M Dep Lucas de Andrade Figueira e Centro Municipal Educação Infantil Armando de Oliveira. Como resultado, identificamos falhas não mencionadas pelo Conselho, listadas a seguir. a) Cardápio 2014, elaborado por nutricionistas da Prefeitura, não é observado. Em visita às escolas, verificamos que o cardápio 2014 não é observado. Em algumas escolas, está afixado o cardápio de 2012 ou de 2013. Em geral, foi narrada necessidade de adaptação do cardápio, considerando os gêneros alimentícios disponíveis no dia. A seguir, fotos exemplificativas, apresentando cardápios de exercícios anteriores.

Cardápio 2012

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Cardápio 2013

Fonte: Fotos de visitas às unidades escolares. b) Entrega de gêneros não observa o cronograma estabelecido no edital e escolas desconhecem quais itens e em que quantidades serão entregues, com impacto à observância do cardápio Conforme descrito pela Secretaria Municipal de Educação, a solicitação de gêneros alimentícios aos fornecedores é realizada pela Secretaria Municipal de Educação (SEME). Semanalmente, as escolas devem encaminhar posição de estoque para a Coordenadoria de Nutrição Escolar. A partir dessa informação, a SEME solicita ao fornecedor a entrega de itens diretamente às escolas, os pedidos são semanais para os itens perecíveis (hortifrúti e proteínas) e quinzenais para os não perecíveis (estocáveis). Ocorre que a escola não recebe informação a respeito dos itens solicitados e da data prevista para entrega. Dessa forma, somente sabe quais itens e em que quantidades vai receber no momento da chegada do fornecedor com a nota fiscal. Na visita às escolas foi narrada a necessidade de alteração de cardápio pela não disponibilidade de itens necessários à refeição do dia, além a ocorrência de entrega de hortaliças, frutas e pães no final da semana (quinta-feira, por exemplo). As situações descritas resultam na necessidade de alterar o cardápio para utilizar os itens disponíveis e, no caso de hortaliças, frutas e pães entregues no final da semana, priorizar o consumo desses itens, para que não estraguem. c) Falta de gás nas escolas, com impacto no fornecimento de alimentação Em diversas escolas, houve necessidade de adaptação do cardápio em função da falta de gás de cozinha. A disponibilização seria em quantidade menor que a necessidade, de forma que restringe-se o fornecimento de feijão em alguns dias e, no caso de falta de gás, recorre-se à alimentação por biscoitos e frutas.

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De forma a obter informações junto ao Conselho a respeito de sua atuação e de eventuais dificuldades para o exercício de sua função, fomos à Secretaria Municipal de Educação no dia 12 de novembro de 2014, previsto no calendário divulgado para realização de reunião, no entanto estivemos no local no horário da reunião e outra vez durante a tarde, mas os conselheiros não haviam chegado para realizar a reunião prevista.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, a Secretária Municipal de Educação apresentou a seguinte informação, por meio do Ofício nº 330/GAB-SEME/16, de 23 de maio de 2016:

Convém esclarecermos que os cardápios elaborados dão origem ao processo licitatório específico e ambos ficam vinculados um ao outro. No período da fiscalização (2014), o cardápio vigente era o constante no Projeto Básico que deu início aos procedimentos licitatórios de nos. 6.178/13, 10.397013 e 10.398/13. Em 2015, o cardápio vigente foi o constante do Projeto Básico que deu início ao certame licitatório nº 2.664/14.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A respeito da informação apresentada pela Prefeitura, cabe considerar que as visitas às unidades escolares observaram: o cardápio disponível na escola, que indica a refeição servida naquele dia; o estoque de alimentos e sua compatibilidade com o cardápio; a refeição servida no dia da visita e sua compatibilidade com o cardápio. Entendemos que o cardápio disponível na escola deve ser compatível com a licitação vigente e os alimentos que estão sendo entregues, além de orientar as merendeiras e os alunos sobre a refeição que será disponibilizada a cada dia, o que se completa com a verificação pelo Conselho de Alimentação Escolar e pelas nutricionistas, quando em visitas às escolas. As inconsistências identificadas não tiveram informação complementar apresentada, mantido, portanto, o fato descrito. Pelo disposto no fato, conclui-se pela existência de prestações de contas aprovadas relativas ao PNAE no município. No entanto, mostrou-se insuficiente a atuação do CAE no acompanhamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar no município de São João de Meriti, não tendo verificado falhas no fornecimento de gêneros alimentícios e a necessidade das escolas de adaptação do cardápio previsto. Deve-se, considerar, no entanto, a ocorrência de falhas na disponibilização de adequada infraestrutura por parte da Prefeitura. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Insuficiência de mecanismos para acompanhamento do estoque nas unidades escolares, não permitindo identificar o recebimento dos itens e a posição de estoque. Fato No período de análise, a Prefeitura de São João de Meriti realizou processos centralizados de aquisição com entrega dos itens diretamente nas unidades escolares.

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Os editais apresentaram “Cronograma mensal com Entrega Semanal”, listando as quantidades para cada item e cronograma de entrega. Porém, a remessa não é automática. A Secretaria Municipal de Educação encaminha pedido aos fornecedores, tendo por base a posição de estoque informada pelas unidades escolares semanalmente e o fornecedor realiza a entrega diretamente nas escolas. Em visita às dez unidades escolares mencionadas anteriormente, nos dias 05, 06 e 17 de novembro de 2014, verificamos que não há sistema de controle de estoque que registre os recebimentos e a utilização de materiais, de forma a fornecer o histórico de entradas e saídas, bem como a posição de estoque em determinada data. Identificamos iniciativas das diretoras e das equipes responsáveis pela merenda de anotar as retiradas do estoque, com periodicidade diária ou semanal, em caderno. Verificamos, em alguns locais, a anotação de posição de estoque no dia da contagem, habitualmente semanal. A seguir, fotos exemplificativas de caderno contendo informações de estoque:

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Fonte: Fotos de cadernos identificados nas vistas a unidades escolares.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, a Secretária Municipal de Educação apresentou a seguinte informação, por meio do Ofício nº 330/GAB-SEME/16, de 23 de maio de 2016:

Informamos que no âmbito de atuação da Secretaria Municipal de Educação (SEME) e da Coordenadoria de Nutrição Escolar (CONE) existe sistema de controle oficial de estoque que registra o recebimento e a utilização dos gêneros alimentícios (entrada e saída de produtos) e controle dos cardápios diários servidos no Mapa de Controle Mensal da Merenda Escolar. Este documento é emitido pelas Unidades Escolares beneficiadas pelo Programa e enviado à SEME - CONE, para acompanhamento, controle, análise e verificação das informações.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A partir da visita às escolas e da interação realizada com a direção das unidades escolares e com a equipe da Secretaria Municipal de Educação, identificamos o procedimento de contagem manual do estoque com informação, habitualmente semanal, para a Secretaria Municipal de Educação, para lançamento em sistema e realização de pedido ao fornecedor. Todavia, as escolas não contam com registro de entrada de material e posição de estoque.

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Tendo em vista a ausência de controle de estoque que contenha os registros de entrada, com identificação de itens, quantidades e fornecedor, além das saídas por data e por item, não é possível certificar o adequado recebimento dos produtos pelas unidades escolares, bem como se torna de difícil operacionalização a verificação da movimentação de estoque.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.8. Ausência de designação de fiscais para o acompanhamento de parte dos contratos firmados e falhas na fiscalização, nos casos em que há fiscais designados, com reflexo no Programa e prejuízo potencial ao município pela entrega de itens em desacordo com a licitação. Fato Por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201410704/004, de 12 de novembro de 2014, solicitamos à Prefeitura informar os fiscais dos contratos relativos aos Pregões Presenciais 26/2010, 76/2010, 36/2011, 04/2012, 28/2013, 50/2013, 13/2014; e às Dispensas de Licitação 06/2011 e 01/2014 (chamamento público), bem como apresentar as portarias que os designa para a atividade de fiscalização contratual e o registro de acompanhamento da execução contratual, conforme previsto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993. A Secretária Municipal de Educação, por meio do Ofício nº 599/GAB-SEME/2014, de 13 de novembro de 2014, encaminhou a Ordem de Serviço nº 03, de 15 de maio de 2014 (Dispensa de Licitação nº 01/2014); Ordem de Serviço nº 01, de 20 de março de 2014 (Pregão Presencial nº 50/2013); e Ordem de Serviço nº 06, de 31 de outubro de 2011 (Pregão Presencial nº 36/2011). Desta forma, temos que não foram informados os responsáveis pelo acompanhamento da execução contratual referente a cinco pregões presenciais e a uma dispensa. No mesmo Ofício, apresentou a seguinte informação, quanto à disponibilização dos registros de acompanhamento da execução contratual:

Informamos que o registro de acompanhamento de execução contratual é um documento que o fiscal utiliza para controle pessoal.

A não disponibilização dos registros impossibilita certificar a atuação dos fiscais designados no sentido de assegurar a conformidade entre a contratação e a execução, envolvendo o cumprimento do cronograma de entrega, o faturamento pelo valor contratado e a conformidade dos itens entregues com os licitados, entre outras atividades. Tendo em vista a não apresentação dos registros, temos a inobservância ao disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993:

“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. § 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.”

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Outrossim, em visitas realizadas a unidades escolares atendidas pelo PNAE, citadas anteriormente, nos dias 05, 06 e 17 de novembro de 2014, observamos as falhas a seguir, que seriam passíveis de identificação pela fiscalização contratual: a) Gêneros alimentícios entregues pelo fornecedor em desacordo com o estipulado em contrato. Identificamos os itens a seguir em especificação não compatível com as licitações realizadas e os contratos firmados: - Carne bovina Os editais de licitação estabeleceram o fornecimento de carne bovina patinho para as escolas. Nas visitas, identificamos apenas músculo, conforme imagens a seguir:

Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. - Peixe Cação Em visita às escolas foi verificado o recebimento de file de peixe de merluza e não cação, conforme previsto nas licitações realizadas, conforme imagens exemplificativas a seguir:

Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. - Requeijão Os editais de licitação especificaram como “Requeijão cremoso, embal. mínimo 200g”, no entanto, em todas as escolas o requeijão identificado era de 180g. A seguir, imagens exemplificativas relativas ao item identificado:

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Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. - Biscoito doce rosquinha Item para compra definido como “biscoito doce, tipo rosquinha, embal. 400g”. Nas visitas identificamos tanto embalagens de 400g como de 350g, conforme fotos exemplificativas a seguir:

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Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. - Polpa de tomate Item comprado como “Polpa de tomate, embal. 520g”, no entanto identificamos, também embalagens de 340 g, conforme fotos exemplificativas a seguir:

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Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. - Vinagre Aquisição como vinagre tinto e identificação apenas de vinagre branco nas visitas, conforme fotos exemplificativas a seguir:

Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. Cabe destacar que as notas fiscais, em geral, não apresentam detalhamento adequado do item a ser entregue, visto que não detalha o tipo (carne bovina, vinagre) ou as especificações de embalagem, no caso de itens comprados por unidade (polpa de tomate, rosquinha). Em contrapartida, as escolas não possuem conhecimento sobre as descrições dos itens adquiridos em licitações e respectivos contratos, que lhes permitisse identificar se a entrega atende às características contratadas. b) Existência de alimentos vencidos Nas visitas realizadas, identificamos itens vencidos em algumas unidades (feijão, canjica e café), conforme fotos exemplificativas a seguir:

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Fonte: Fotos de visitas a unidades escolares. c) Ausência de tela milimétrica em parte das unidades escolares Três das nove unidades em que foram realizadas as verificações in loco não tinham tela milimétrica nos estoques. d) Insuficiência de Recursos Humanos para preparo e distribuição das refeições Foi identificada falta de merendeira na maior parte das unidades escolares, havendo necessidade de auxílio de outros profissionais para viabilizar o preparo das refeições. e) Indício de não entrega de gêneros alimentícios adquiridos Embora conste de notas fiscais, ao visitar as escolas anteriormente mencionadas, foi informado verbalmente não haver o recebimento dos seguintes itens: salsicha, iogurte (7 escolas não receberam, duas informaram “mais ou menos”), doce de leite e doce de goiaba (9 não receberam). As notas fiscais constantes dos processos de pagamento são assinadas por servidoras da Secretaria municipal de Educação e não consta informação no processo a respeito do recebimento pelas escolas (nota atestada pela escola, pedido com detalhamento dos itens e assinatura do funcionário da unidade escolar, por exemplo).

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f) Distribuição de alimentos às escolas pelos fornecedores não observou o calendário definido nos editais de licitação, resultando em dificuldade para observância aos cardápios estabelecidos, havendo falta de itens como feijão e frutas.

As escolas não sabem quais itens e quando serão entregues. Em visita às escolas anteriormente mencionadas, identificamos unidades sem frutas (teria recebido, pela última vez, há 10 dias, conforme informação verbal); falta de itens como polpa de tomate, feijão e sal; descontinuidade no fornecimento de frutas, legumes e verduras. Houve, também, informação verbal sobre falta de gás ou entrega de quantidade inferior à necessidade. Houve informação sobre a ocorrência de remanejamento de itens entre as escolas, com auxílio da Secretaria Municipal de Educação. A falta de periodicidade na entrega, descrita nas escolas, a ausência de alguns gêneros alimentícios em determinadas unidades e a falta do insumo necessário ao preparo do alimento (gás) resultam em necessidades de alteração no cardápio. Nos processos disponibilizados, não houve qualquer registro de notificação às empresas fornecedoras de gêneros alimentícios por atraso em entrega ou descumprimento de cronograma. As falhas identificadas na execução do programa, quando da visita às unidades escolares, seriam diretamente identificáveis pelas pessoas designadas para o acompanhamento da execução contratual, a quem compete anotar em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados; e solicitar aos seus superiores, em tempo hábil, a adoção de medidas convenientes para a solução das falhas, caso as decisões e providências ultrapassem a sua competência, conforme disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/1993.

A entrega de itens de especificação diferente dos termos contratados representa prejuízo potencial à Prefeitura Municipal de São João de Meriti e emprego inadequado do recurso do Programa. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, a Secretária Municipal de Educação apresentou a seguinte informação, por meio do Ofício nº 330/GAB-SEME/16, de 23 de maio de 2016:

Em março de 2013 a equipe de Nutricionistas da CONE-SEME elaborou o Manual de Boas Práticas na Manipulação da Merenda Escolar para a Rede Municipal de Ensino. O mesmo foi encaminhado a todos os Diretores das escolas municipais e municipalizadas. O manual foi desenvolvido com o objetivo de apoiar e fornecer subsídios as diretores e manipuladores de alimentos para o desenvolvimento do programa de Alimentação Escolar em suas Unidades. Os cuidados higiênicos sanitários necessários desde o recebimento dos alimentos na Unidade até o preparo e distribuição da alimentação aos alunos devem ser implementados e adotados pelos gestores escolares para garantir uma alimentação de qualidade e segura, a fim de promover a saúde dos estudantes.

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Quanto ao item salsicha, a sua utilização no cardápio está prevista para três (3) vezes ao ano. É utilizada em cardápio de festividades específicas e/ou culminância de projetos pedagógicos nas unidades escolares.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Verificamos que não houve designação de fiscais para o acompanhamento da execução de parte dos contratos, ao passo que não foi disponibilizado o registro de acompanhamento da execução contratual para aqueles que possuíam fiscais designados, contrariando o art. 67 da Lei nº 8.666/1993. Adicionalmente, foram identificadas falhas na execução dos contratos que seriam identificáveis pelos fiscais designados, a partir de visitas a unidades escolares: entrega de itens não compatíveis com os adquiridos, indício de não entrega de gêneros adquiridos e falha na periodicidade de fornecimento, além da presença de itens vencidos nos estoques. Dessa forma, temos a falha no acompanhamento da execução contratual, a iniciar pela designação de responsáveis, e com impacto na gestão de estoque de alimentos relacionados ao PNAE. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Existência de recursos disponíveis do PNAE no período analisado, em contraposição à realização de pagamentos parciais aos fornecedores, tempo entre o pedido de pagamento e a efetiva realização, e a falta de determinados gêneros alimentícios em unidades escolares visitadas. Fato De 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, o governo federal realizou transferências para o município de São João de Meriti, relativas ao PNAE, que somam R$ 11.977.502,20 (onze milhões, novecentos e setenta e sete mil, quinhentos e dois reais, vinte centavos).

2010 2011 2012 2013 2014 (até 30/10)

2.080.242,40 2.394.480,00 2.471.580,00 2.508.233,60 2.522.966,20 Fonte: FNDE – Liberações de Recursos PNAE. Os valores foram transferidos para a conta 672003-3, agência 0190 da Caixa Econômica, cadastrada junto ao FNDE para o recebimento dos valores. A seguir, uma síntese dos saldos mantidos na conta:

01/10/2010 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 30/10/2014 126.420,82 637,73 637,73 637,73 37.382,24 2.672.001,3

0 Fonte: Extrato da Conta Corrente do PNAE, no período de 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, disponibilizado pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Os recursos não utilizados são aplicados em conta poupança ou em CDB/RDB. A poupança é mantida na conta 0190/013/00672003-6, que apresentou os seguintes saldos:

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01/10/2010 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013 30/10/2014 1.244.497,0

4 2.526.199,7

6 3.268.359,9

1 3.434.014,5

9 261.789,35 0,00

Fonte: Extrato da Conta Corrente do PNAE, no período de 01 de janeiro de 2010 a 30 de outubro de 2014, disponibilizado pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti. Há, ainda, CDB/RDB operacionalizado na conta 0190/006/00672003-3, com informações a partir de fevereiro. Foi celebrado na modalidade CDB Flex Empresarial com saldo líquido em 28 de fevereiro de 2014 de R$ 1.874.782,02, tendo realizado resgate, em 12 de fevereiro de 2014, de R$ 2.906.114,80. Em junho de 2014 teve o saldo líquido zerado. Assim sendo, tem-se como disponibilidade de recursos do PNAE, em 30 de outubro 2014, o valor de R$ 2.672.001,30, disponível em conta corrente, de acordo com os extratos bancários apresentados pela Prefeitura, o que representa 21,06% do total repassado no período. É possível verificar que não houve insuficiência de recursos financeiros no período. Apesar disso, foi identificado lapso entre a nota fiscal e o pagamento, bem como pagamentos parciais, conforme registro em itens específicos deste relatório, referentes aos processos analisados. Não foi realizada a conciliação bancária completa da conta em função da restrição ao trabalho de fiscalização, decorrente da não disponibilização dos processos de pagamento nos prazos previstos, o que inviabilizou a conferência do conjunto de documentos de pagamento em confronto com a movimentação da conta corrente no período. Dessa forma, foi realizada apenas a verificação de pagamentos no âmbito de contratos específicos, com registro na análise da contratação. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da Prefeitura em relação ao fato apresentado. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Há utilização conta corrente específica do PNAE, cadastrada junto ao FNDE, com aplicação em poupança ou em CDB/RDB dos recursos enquanto não utilizados. Destaca-se a permanência de saldo disponível ao longo do período, situação que se contrapõe à falta de determinado gêneros alimentícios em algumas unidades escolares visitadas, à ocorrência de pagamentos em prazos longos em relação à emissão da nota fiscal pelo fornecedor e o seu pedido de pagamento e à realização de pagamento parcelado, considerando a existência de atesto integral da nota fiscal, questões tratadas em itens específicos do presente relatório. A situação indica necessidade de melhor gestão dos recursos do Programa. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.10. Aquisição de gêneros alimentícios por meio do Pregão Presencial para registro de preços nº 04/2012, que resultou em Ata de Registro de Preços, no valor de R$ 716.660,20, em processo licitatório com cobrança de custo superior ao de simples reprodução do edital. Fato

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O processo 17141/2011 teve início com a Requisição de Material nº 16001036/2011, emitida pela Secretária Municipal de Educação em 20 de outubro de 2011, detalhando no Termo de Referência que se refere ao Mais Educação/Educação Integral, no âmbito do PNAE, para o ano letivo 2011/2012, integralmente custeado com recursos do PNAE (Fonte 18 - FNDE). Em 12/03/2012, servidor da Superintendência de Licitações e Contratos encaminha o processo para a Secretaria Municipal de Educação, considerando que a contratação não foi efetuada no período e perguntando se permanece o interesse em prosseguir com o certame, obtendo resposta positiva. O Pregão Presencial para Registro de Preços nº 04/2012 foi agendado para 24 de maio de 2012, com aviso de licitação publicado em Diário Oficial da União, Diário Oficial do Município e no Jornal Hora H. Houve exigência de uma caixa de papel A4 e um pendrive ou CD para gravação do edital, conforme disposto no “RETIRADA DO EDITAL”, do Edital de Pregão Presencial para Registro de Preços nº 004/2012, processo administrativo nº 17141/2011. No tocante à exigência de caixa de papel A4, considera-se que foi definida exigência superior ao custo de reprodução do edital, conforme registro no item 3 do presente relatório, situação que contraria o art. 32, §5º, da Lei nº 8.666/1993, conforme item específico deste relatório (2.2.2.4). Cinco empresas retiraram o edital, mas apenas três participaram da licitação, conforme quadro a seguir:

Empresa CNPJ Edital Licitação Vencedora Comercial Milano Brasil Ltda 01.920.177/0001-79 X Com e Ind de Alimentos São Judas Tadeu Ltda

04.595.185/0001-85 X

Imediata Com. Dist. e Serviços Ltda

13.936.544/0001-01 X X

Jamar Comercio e Serviços Ltda ME

14.025.497/0001-07 X X X

Loal Com. e Serviços Ltda 13.667.192/0001-36 X X X Fonte: Retirada de Edital – fls. 193 a 197 do processo, Ata de Sessão (fls. 281 a 293). A Jamar venceu nove itens do Pregão Presencial, que somam R$ 201.407,45. A Loal venceu os outros oito itens, no montante de R$ 515.252,75. O valor total da contratação foi de R$ 716.660,20 e a Ata de Registro de Preços foi assinada em 06 de agosto de 2012. No razão contábil disponibilizado pela Prefeitura, referente à conta que movimenta recursos do PNAE, há lançamento para Jamar de R$ 201.407,45, em 08 de novembro de 2012, constando pagamento do extrato em 21 de novembro de 2012. Para a Loal, há dois registros: R$ 321.578,40, em 08 de novembro de 2012, com pagamento em 21 de novembro de 2012; e R$ 193.674,35, em 14 de agosto de 2013, com pagamento em 20 de agosto de 2013. Desta forma, temos que o valor total contratado foi pago à empresa. Em função da dificuldade de acesso aos processos de pagamento, resultando em restrição de escopo da presente atividade de fiscalização, os pagamentos decorrentes da licitação não foram objeto de análise. Não houve manifestação pela Prefeitura em relação ao item após o encaminhamento do Relatório Preliminar.

##/Fato##

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2.2.11. Falta de competitividade no Pregão Presencial 28/2013, resultando em contratação das duas únicas empresas participantes, sendo verificado pagamento de R$ 22.215,73 à empresa Mar do Sul sem apresentar processo ou documento que justifique a despesa. Fato O processo 6178/2013 teve início com a Requisição de Material nº 16001011/2013, emitida pela Secretária Municipal de Educação em 30 de abril de 2013, tendo por objetivo a compra de 68 itens de gêneros alimentícios para o ano letivo de 2013, com previsão de custeio com recursos do PNAE (Fonte 18 - FNDE) e recursos próprios (fonte 01 – recursos próprios). A pesquisa de preço para aquisição teve como base o Banco de Preços da FGV/TCE, na competência março de 2013. O Pregão Presencial para Registro de Preços nº 28/2013 foi agendado para 12 de junho de 2013, com aviso de licitação publicado em Diário Oficial da União, Diário Oficial do Município e no Jornal Hora H. Houve exigência de quatro caixas com 10 resmas de papel A4 cada e de um pendrive ou CD para gravação do edital, conforme disposto no item “RETIRADA DO EDITAL”, do Edital em referência, processo administrativo nº 6178/2013. No tocante à exigência de caixas de papel A4, considera-se que foi definida exigência superior ao custo de reprodução do edital, contrariando o art. 32, §5º, da Lei nº 8.666/1993, conforme item específico deste relatório (2.2.2.4). Apenas duas empresas retiraram o edital, as mesmas que participaram da licitação, conforme quadro a seguir:

Empresa CNPJ Edital Licitação Vencedora Mar do Sul Alimentos Ltda 01.157.519/0001-40 X X X RJ Frutas e Legumes Distr. de Alimentos Ltda

12.239.947/0001-39 X X X

Fonte: Retirada de Edital – fls. 207 e 208 do processo, Ata de Sessão (fls. 337 a 360). A sessão do pregão foi realizada em 12 de junho de 2013. A empresa Mar do Sul venceu os itens 5, 6, 7, 52, 55 e 61, no total de R$ 231.237,55. A empresa RJ Frutas e Legumes venceu os demais, totalizando R$ 5.597.761,65. Em 25 de julho de 2013 foram celebrados o Contrato nº 63/2013, com a Mar do Sul, e o Contrato nº 64/2013, com a RJ Frutas, ambos com vigência de 10 meses a partir da ordem de início para a execução. O Contrato com a RJ Frutas foi objeto de aditivo que prorrogou o fornecimento por mais quatro meses. O ônus excessivo para a retirada do edital é fator que influencia na baixa competitividade do certame. - Pagamento de R$ 22.215,73 à empresa Mar do Sul sem apresentar processo ou documento que justifique a despesa. No razão contábil disponibilizado pela Prefeitura, referente à conta que movimenta recursos do PNAE, considerando o período de 25 de julho de 2013 a 31 de outubro de 2014, foram identificados seis lançamentos para a empresa Mar do Sul, que somam R$ 29.609,25.

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Para comprovação dos lançamentos e verificação de conformidade dos pagamentos com base nos documentos fiscais competentes, solicitamos à Prefeitura disponibilizar todos os processos de pagamento referentes ao Pregão Presencial, obtendo os seguintes processos:

Quadro: Notas Fiscais da empresa Mar do Sul Processo

Pagamento Pedido da Empresa Período de Entrega Nota

Fiscal Data Valor (FNDE)

16127/2013 08/11/2013 14/09 a 23/09/2013 64.535 64.536

21/10/2013 21/10/2013

310,30 266,50

16317/2013 27/11/2013 26/09 a 27/09/2013 15/10 a 15/10/2013

66.765 66.764

26/11/2013 26/11/2013

722,70 525,60

16318/2013 27/11/2013 01/10 a 08/10/2013 01/10 a 08/10/2013

66.662 66.663

25/11/2013 25/11/2013

1.033,00 683,88

16321/2013 27/11/2013 25/10 a 29/10/2013 25/10 a 29/10/2013

66.766 66.775

26/11/2013 27/11/2013

879,86 279,62

17091/2013 17/12/2013 01/11 a 15/11/2013 67.759 16/12/2013 668,30 17629/2013 26/12/2013 01/11 a 15/11/2013 67.959 26/12/2013 2.023,76

Total 7.393,52 Em todos os processos de pagamento há notas fiscais atestadas por servidoras da Secretaria de Educação e nos processos consta romaneio de entrega. Pelo disposto, foram apresentadas notas fiscais que somam R$ 7.393,52, restando comprovar R$ 22.215,73 (75,03%). A análise de pagamentos realizados para a RJ Frutas consta em item específico deste relatório.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da Prefeitura em relação ao item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Conclui-se que houve falta de competitividade no Pregão Presencial 28/2013 e ocorreu pagamento de R$ 22.215,73 à empresa Mar do Sul sem apresentação dos documentos de suporte para a despesa. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.12. Falta de comprovação documental das despesas realizadas no que tange a pagamentos de R$ 2.017.058,86 à empresa RJ Frutas, no âmbito do Contrato nº 64/2013, decorrente do Pregão Presencial nº 28/2013. Fato A empresa RJ Frutas, no período de 01 de janeiro de 2010 a 31 de outubro 2014, vendeu gêneros alimentícios para a Prefeitura Municipal de São João de Meriti por força de dois contratos (50/2011 e 64/2013), que somam R$ 9.916.751,65, sendo a empresa com maior valor contratado no período mencionado, representando 42,76% do total contratado (R$ 23.188.915,58).

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De forma a verificar a realização de pagamentos com o adequado suporte documental, avaliamos os processos de pagamento disponibilizados relativos à empresa, no tocante ao contrato nº 64/2013, no valor de R$ 5.597.751,65, celebrado em 25 de julho de 2013, com vigência entre 25 de julho de 2013 e 24 de setembro de 2014. Foram consideradas informações dos 79 processos de pagamento disponibilizados pela Prefeitura, seus documentos de pagamento e os registros no razão contábil relativos à empresa. Vale destacar que o extrato da conta corrente não identifica os favorecidos dos pagamentos realizados utilizando a conta corrente relativa ao PNAE, somente sendo possível verificar a identificação do favorecido a partir dos documentos constantes dos processos de pagamento (transferência, DOC ou TED emitido para a empresa). O razão contábil, no período de 25 de julho de 2013 a 30 de outubro de 2014, totaliza R$ 2.602.800,81 em lançamentos registrados para a empresa. Todavia, os processos de pagamento disponibilizados pela Prefeitura somam apenas R$ 585.741,95 em valores relativos ao PNAE, identificados como recursos relacionados à Fonte 18 – FNDE na execução orçamentária e pagamentos realizados na conta corrente 672003-3 agência 0190 da Caixa Econômica, na qual são movimentados os recursos federais recebidos pelo município relativos ao Programa. Dessa forma, há R$ 2.017.058,86 em pagamentos à empresa sem a devida comprovação por meio de documento hábil (nota fiscal/fatura) no período avaliado. Os processos de pagamento têm início com a apresentação de solicitação de pagamento, nota fiscal e romaneio (roteiro de entrega) pela empresa fornecedora. A nota fiscal é atestada por funcionários da Secretaria Municipal de Educação e, após as verificações internas, é autorizado o pagamento com a emissão de Ofício para a Caixa Econômica, no qual são listados os processos para pagamento com os respectivos valores e o valor total a ser pago para a empresa. O documento é elaborado pelo Coordenador de Tesouraria e Finanças, tem o visto da Secretária Municipal de Educação e é autorizado pelo Prefeito de São João de Meriti. Observamos que há lapso entre a emissão da nota fiscal e o efetivo pagamento. Há situações de mais de três meses entre a emissão da nota e a realização do pagamento, como no processo 18621/2014, aberto em 08 de setembro de 2014, contendo a Nota Fiscal 8.655, emitida em 07 de agosto de 2014, no valor de R$ 11.941,37, que teve o atesto realizado por funcionárias da Secretaria Municipal de Educação em 05 de setembro de 2014 e foi paga em 30 de setembro de 2014. Os 79 processos de pagamento disponibilizados pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti, por meio da Secretaria Municipal de Fazenda, relativos ao Contrato nº 64/2013, apresentaram um total de 10 ofícios para pagamento a débito da conta do PNAE. No conjunto desses ofícios, foram listados 167 processos de pagamento, dos quais 88 não foram apresentados pela Secretaria Municipal de Fazenda. Pode haver mais processos de pagamentos não disponibilizados e não mencionados nestes ofícios. Assim, houve atraso para a disponibilização dos processos de pagamento sem pedido de prorrogação de prazo ou de justificativa para eventual dificuldade, resultando em não comprovação de valores liquidados e pagos à empresa contratada por documentos hábeis.

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##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da Prefeitura em relação ao item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Pelo disposto, temos que houve a realização de pagamentos sem a apresentação da correspondente comprovação documental, somando R$ 2.017.058,86. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.13. Aquisição de gêneros alimentícios por meio do Pregão Presencial nº 50/2013, que resultou no Contrato nº 167/2013, no valor de R$ 851.382,80, formalizado em valores desvantajosos em relação a contrato vigente com itens em comum, em processo de aquisição com ônus excessivo para obtenção do edital, além de falta de comprovação documental das despesas realizadas referentes ao valor de R$ 258.724,10 e pendência de pagamento de R$ 108.545,50, apesar de nota fiscal atestada. Fato O processo 10397/2013 teve início com a Requisição de Material nº 16001018/2013, emitida pela Secretária Municipal de Educação em 08 de agosto de 2013, destinado à aquisição de gêneros alimentícios para atender ao Programa Mais Educação, no âmbito do PNAE, integralmente custeado com recursos do PNAE (Fonte 18 - FNDE), para fornecimento por 10 meses a partir da emissão de ordem de fornecimento. O Pregão Presencial nº 50/2013 teve a sessão agendada para 05 de novembro de 2013, com aviso de licitação publicado no Diário Oficial do Município e no Jornal Hora H. Não identificamos a publicação em Diário Oficial da União. Houve exigência de um tonner preto original da HP Laser Jet P1102w e um pendrive para gravação do edital. No tocante à exigência de tonner, considera-se que foi definida exigência superior ao custo de reprodução do edital, contrariando o art. 32, §5º, da Lei nº 8.666/1993, conforme item específico deste relatório (2.2.2.4). Três empresas retiraram o edital, mas apenas duas participaram da licitação, conforme quadro a seguir:

Empresa CNPJ Edital Licitação Vencedora Horus Com. e Serviços Ltda ME 15.171.646/0001-09 X X X RJ Frutas e Legumes Dist. de Alim. Ltda

12.239.947/0001-39 X X

Sabor Carioca Comércio de Alimentos Ltda

14.184.366/0001-72 X

Fonte: Termos de Retirada de Edital (fls. 120 a 122 do processo), Ata de Sessão (fls. 171 a 180). A sessão do pregão presencial nº 50/2013 foi realizada em 05 de novembro de 2013, tendo como participantes as empresas Horus e a RJ Frutas, sendo que esta já era fornecedora do município, como vencedora do Pregão Presencial nº 28/2013, que deu origem ao Contrato nº 64/2013 vigente na data da sessão.

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Contratação desvantajosa em relação a contrato vigente Os pregões presenciais apresentaram 14 itens em comum, sendo que a RJ Frutas já era fornecedora de 12 itens, no Contrato nº 64/2013. No pregão em análise, ela apresentou valores superiores aos que já adotava no contrato vigente, realizando nenhum ou apenas um lance por item. Como resultado, a Horus venceu o pregão presencial nº 50/2013 com preços superiores aos já praticados pela RJ Frutas no Contrato nº 64/2013, decorrente do Pregão Presencial 28/2013, conforme quadro a seguir:

PP 28/2013 RJ Frutas

PP 50/2013 RJ Frutas

50/2013 Horus

Descrição Un. Lance inicial

Valor Contrato

lance inicial

lance final

Valor Contrato

Açúcar refinado Kg 1,93

1,81 1,77

1,75

1,73

Alimento achocolatado em pó 400g 3,65

3,44 3,60

3,60

3,59

Banana Prata Kg 2,98

2,35 2,80

2,80

2,78

Biscoito doce, tipo maisena 200g 1,67 - 1,65

1,65

1,64

Biscoito doce, tipo rosquinha 400g 2,57 - 2,57

2,55

2,54

Biscoito salgado, tipo cream cracker 200g

1,67

1,50 1,66

1,65

1,63

Café 500g 6,19

5,85 5,88

5,86

5,84

Leite em pó, integral 400g 7,26

6,85 7,95

7,95

7,93

Maçã nacional Kg 3,18

2,79 3,60

3,60

3,58

Margarina vegetal, cremosa, com sal 500g

2,76

2,62 2,78

2,76

2,75

Milho de canjica 500g 1,61

1,61 1,95

1,95

1,94

Pão careca 50g Kg 5,43

5,40 5,58

5,56

5,55

Suco de maracujá, natural, integral 500 ml 3,93

3,77 4,03

3,99

3,97

Suco de uva, natural, integral 500ml 3,76

3,45 4,02

3,98

3,97

Fonte: atas de sessão do pregão presencial nº 28/2013 e do pregão presencial nº 50/2013. É possível observar que, à exceção do açúcar refinado, nos outros 11 itens a RJ frutas somente efetuou lances em valores superiores aos que já praticava no contrato vigente. A licitação teve como vencedora a empresa Horus, com o valor total de R$ 851.382,30, com valores unitários por item que observaram os limites de preço obtidos na pesquisa de mercado realizada em 03 de setembro de 2013, tendo por base o Banco de Preços FGV/TCE-RJ, com mês de referência julho de 2013.

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Considerando que já havia contratação para os mesmos itens, em valor inferior aos obtidos no pregão presencial nº 50/2013, que resultou no Contrato nº 167/2013 com a empresa Horus, vigente de 24 de março de 2014 a 24 de janeiro de 2015, temos que a nova contratação foi desvantajosa para o município. Cabe destacar a falha de planejamento para a aquisição, que resultou em diferentes processos licitatórios para aquisição de gêneros alimentícios. Lapso entre o resultado da licitação e a ordem de início da prestação de serviços e designação de integrantes do CAE para atuarem na fiscalização do contrato A licitação foi homologada no dia 08 de novembro de 2013, com notas de empenho emitidas em 30 de dezembro de 2013, data de assinatura do Contrato nº 167/2013. A Ordem de Início dos Serviços foi emitida apenas em 20 de março de 2014, por meio da Ordem de Serviço nº 01, em que designou as servidoras matrícula nº 95631, ***.645.407-**, e matrícula nº 95371, ***.239.717-**, “para em conjunto, acompanharem a execução e fiscalização do objeto do contrato e a atestação dos serviços prestados na forma do contrato em tela”. As servidoras também são componentes do Conselho de Alimentação Escolar, responsável por analisar e julgar a prestação de contas do PNAE apresentadas anualmente pelo Prefeito, contrariando a segregação de funções, conforme disposto em item específico deste relatório. - Pagamento de R$ 258.724,10 à empresa Horus sem apresentar processo ou documento que justifique a despesa, existência de pagamento pendente com nota fiscal atestada e divergência de endereço da empresa comparando-se as notas fiscais emitidas com a Primeira Alteração Contratual, apresentada na licitação. No razão contábil disponibilizado pela Prefeitura, referente à conta que movimenta recursos do PNAE, considerando o período de 30 de dezembro de 2013 a 31 de outubro de 2014, foram identificados cinco seis lançamentos para a empresa Horus, que somam R$ 595.328,02. Para comprovação dos lançamentos e verificação de conformidade dos pagamentos com base nos documentos fiscais competentes, solicitamos à Prefeitura disponibilizar todos os processos de pagamento referentes ao Pregão Presencial, obtendo os seguintes processos:

Processo Pagamento

Data Período de Entrega Nota Fiscal Data Valor

6635/2014 23/05/2014 Não informado 099 21/05/2014 150.192,81 12697/2014 28/07/2014 Não informado 105 25/07/2014 147.411,11 18478/2014 04/09/2014 Não informado 108 04/09/2014 147.545,50

No processo 18478/2014 consta pagamento parcial, no valor de R$ 39.000,00, realizado em 15 de outubro de 2014. Nos processos outros dois processos, há o pagamento do valor integral, no entanto, os valores das notas fiscais foram pagos sempre de forma parcelada, em duas emissões de valor. O total dos valores pagos à empresa, de 01 de dezembro de 2013 a 30 de outubro de 2014 foi de R$ 336.603,92, compatível com o pagamento integral dos valores relativos aos processos 6635/2014 e 12697/2014, além do pagamento parcial identificado no processo 18478/2014. Dessa forma, restou pendente comprovar o pagamento de R$ 258.724,10, lançado no razão em 25 de abril de 2014, com débito autorizado na conta do PNAE em 25 de abril de 2014, visto que não houve a apresentação do correspondente processo de pagamento.

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Há, ainda, a diferença de R$ 108.545,50, relativos à nota fiscal 108, processo 18478/2014. A nota fiscal foi atestada, mas não há registro dessa parte do valor no razão contábil emitido pela Prefeitura, que apresenta lançamentos até 30 de outubro de 2014, ou comprovação de pagamento. Em todos os processos de pagamento há notas fiscais atestadas por servidoras da Secretaria de Educação e nos processos consta romaneio de entrega, à exceção do processo 18478/2014, sem romaneio. Todavia, não há, no processo, informação da quantidade de itens entregues por escola e o correspondente comprovante de recebimento dos gêneros alimentícios. Vale destacar que as notas fiscais emitidas pela empresa apresentam como endereço “Rua Brasilina, 345, Vila Verde - Belford Roxo/RJ”, assim como no carimbo constante do Termo de Retirada do Edital (fls. 120). Em contrapartida, a Primeira Alteração Contratual (fls. 148 a 150), de 01 de junho de 2013, que teve entre os objetos a alteração de endereço da empresa, e a consulta em sítio da Receita Federal do Brasil apresentam o endereço “Rua José Carlos Ribeiro Lopes, antiga Estrada do Capim Melado, 12, loja A, Maringá – Belford Roxo/RJ”.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, o Subsecretário de Licitações e Contratos apresentou manifestação, por meio do Memorando nº 079/2016-LICITAÇÃO/SEMAD, de 5 de maio de 2016, no qual se manifestou em relação ao ônus excessivo para a obtenção do edital e a respeito da contratação desvantajosa em relação ao contrato vigente, conforme disposto a seguir: - Ônus excessivo para a obtenção do edital

Noutro giro, tampouco houve exigências editalícias que restringiram a competitividade dos certames, como sugere o relatório em análise nos itens 3 e 13, posto que a cobrança de duas resmas de papel A4, ou tonner, seria exigível apenas na falta de um pendrive ou compact disc para cópia do arquivo digital do edital, que no caso seria realizada sem qualquer custo, e ainda assim, na prática a exigência desses insumos não foi materializada.

- Contratação desvantajosa em relação ao contrato vigente

Quanto ao item 13, que relata pretensos valores desvantajosos para a administração decorrentes do Contrato nº 167/2013, (Processo 10397/2013, Pregão Presencial nº 50/2013), em relação ao Contrato nº 63/2013 (Pregão Presencial nº 28/2013), deve-se esclarecer que, conforme cópias das pesquisas de preços balizadoras dos mesmos, realizadas junto a FGV/TCE/RJ, houve variação de preços dos mesmos no período, inclusive deflação em relação a alguns deles, vide planilha elaborada a partir da pesquisa de mercado:

Descrição Un.

PA 6978/2013 (PP 28/13)

PA 10397/2013 (PP 050/2013)

Valores em reais na tabela

FGV/TCE RJ de março de 2013

Valores em reais na tabela

FGV/TCE RJ de agosto de 2013

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Açúcar refinado Kg 1,94 1,78 Alimento achocolatado em pó 400g 3,66 3,62 Biscoito doce, tipo maisena 200g 1,68 1,66 Biscoito doce, tipo rosquinha 400g 2,58 2,58 Biscoito salgado, tipo cream cracker 200g

1,68 1,67 Café 500g 6,20 5,88 Leite em pó, integral 400g 7,26 7,97 Maçã nacional Kg 3,18 3,62 Margarina vegetal, cremosa, com sal 500g

2,77 2,80 Milho de canjica 500g 1,62 2,00 Pão careca 50g Kg 5,44 5,58

Suco de maracujá, natural, integral 500 ml 3,94 4,05

Sendo a variação de preços uma realidade de mercado, devidamente comprovada através das cópias supramencionadas, igualmente não há que se falar em desvantajosidade para a Administração.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em relação ao ônus excessivo para obtenção do edital, consta o seguinte, no item “RETIRADA DO EDITAL”, do Edital de Pregão Presencial nº 050/2013:

O Edital e seus anexos serão fornecidos mediante a entrega de 01 (um) tonner preto original da HP Laser Jet P1102w e 01 (um) Pen Drive para gravação do referido Edital e carimbo CNPJ da empresa.

Isto posto, temos que a manifestação apresentada não se mostra compatível com o observado, tendo em vista que o edital prevê a apresentação de pendrive para gravação do edital mas exige a entrega de tonner, caracterizando, portanto, o ônus excessivo. Em relação à contratação desvantajosa em relação ao contrato vigente, foi apresentada pesquisa realizada pela Prefeitura considerando os valores divulgados pelo banco de preços da FGV/RJ. Tal pesquisa demonstra a existência de variação de preços ao longo dos meses, que podem ser majorados ou diminuídos. Todavia, o apontamento realizado no fato indica a realização de novo contrato, com valores mais altos, para aquisição de itens para os quais a Prefeitura possuía contrato vigente, como resultado de planejamento inadequado, visto que seria possível a avaliação e aquisição em um único certame, prevendo as entregas parceladas. Adicionalmente, da análise do processo nº 10397/2013, temos que não houve registro de contato com o fornecedor que já possuía contrato, de forma a verificar a possibilidade do aproveitamento do contrato vigente, nos limites permitidos nos normativos, com o objetivo de comprar os itens por valor mais vantajoso, já obtido pela Administração Municipal.

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Em função do fato descrito, concluímos que o Pregão Presencial nº 50/2013 resultou em contratação menos vantajosa para a administração, que adquiria parte dos itens por valor inferior, tendo contrato vigente; além de ônus excessivo para obtenção do edital; pagamento no valor de R$ R$ 258.724,10 não comprovado por documentos hábeis; e pendência de pagamento de R$ 108.545,50, referente à nota fiscal 108, processo 18478/2014. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.14. Aquisição de produtos oriundos da agricultura familiar, por meio do Contrato nº 48/2014, no valor de R$ 892.307,28, em percentual abaixo de 30% dos recursos repassados e sem justificativa para o ocorrido, ausência da publicidade do edital exigida, ausência de competitividade no Chamamento Público, além da entrega de itens não produzidos pelos cooperativados relacionados e sim por empresas. Sobrepreço de R$ 47.472,00 e Superfaturamento no valor de R$ 38.541,33 (já incluído no sobrepreço). Fato Trata-se do processo 10398/2013, relativo à Chamada Pública nº 01/2013 destinada à aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar, realizada por dispensa de licitação, conforme permitido no art. 24 da Resolução FNDE nº 23/2013. Não foi observado o mínimo de 30% de recursos do programa para aquisição de gêneros alimentícios de agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, como previsto na Resolução, sendo a Chamada Pública nº 01/2013 a única realizada para a aquisição com este perfil no período de 01 de janeiro de 2010 a 31 de outubro de 2014. O processo teve início em 08 de agosto de 2013, com a Requisição de Material nº 16001019/2013, emitida pela Secretária Municipal de Educação. Não há, no processo, os parâmetros utilizados para indicar os itens e as quantidades a serem adquiridos. A dispensa resultou no Contrato nº 48/2014, no valor de R$ 892.307,28, celebrado em 12 de maio de 2014, com a Associação Brasileira de Fomento Agrícola (AFABRAS), CNPJ 07.488.057/0001-20. A seguir, as falhas identificadas decorrentes da análise dos processos de aquisição e de pagamentos disponibilizados, considerando: publicidade, conformidade de preço e pagamentos com suporte em notas fiscais atestadas. - Ausência da publicidade exigida referente ao Edital do Chamamento Público Do processo, consta informação de divulgação do Aviso de Chamada Pública nº 01/2013 no Diário Oficial da União (fls. 141), Diário Oficial do Estado (fls. 142) e Diário Oficial do Município (fls. 143). Às fls. 140 do processo consta a anotação “Jornal Hora H”, no entanto não foi anexada a correspondente publicação da Chamada Pública:

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Fonte: Processo 10.398/2013, fls. 140. A ausência de publicidade resulta em menor divulgação do certame e pode prejudicar a seleção da proposta mais vantajosa pela Administração, contrariando o disposto no art. 3º da Lei nº 8.666/1993. Outrossim, o art. 26 da Resolução FNDE nº 26/2013, na redação vigente à época, preconizava a publicação dos editais de chamada pública em jornal de circulação local, além de divulgação em local público de ampla circulação e no endereço da internet, caso haja. No caso de publicação no sítio, a Prefeitura costuma publicar o aviso, mas não a íntegra do Edital. Dessa forma, temos que o certame não observou os parâmetros definidos para a divulgação do edital de chamada pública. - Ausência de Competitividade do Chamamento Público Na etapa de pesquisa de preços foram apresentadas cotações de duas cooperativas e de uma associação, localizadas em Araruama/RJ, Paty do Alferes/RJ e Queimados/RJ. O Edital de licitação foi retirado pela Cooperativa localizada em Araruama/RJ, por uma cooperativa de Erechim/RS e pela AFABRAS, localizada em Catanduva/SP, distante 850 km do município de São João de Meriti/RJ, que foi a única a apresentar Projeto de Venda. Nos termos do art. 24, §2º, da Resolução FNDE nº 26/2013, com redação vigente à época, caso a Prefeitura não obtivesse as quantidades necessárias de produtos oriundos de produtores e empreendedores familiares locais, deveria haver complementação com propostas de grupos de produtores e empreendedores familiares do território rural, do estado e do país, nesta ordem. Tendo obtido cotações no estado do Rio de Janeiro e considerando o disposto na norma, que prioriza a aquisição junto aos produtores locais, complementadas pelos demais, temos que o Chamamento Público não atingiu o objetivo de buscar a participação da maior quantidade possível de interessados no intuito de selecionar a proposta mais vantajosa.

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- Alteração de valor para o referencial de mercado em item licitado, resultando em sobrepreço e superfaturamento O anexo IV da Chamada Pública n 001/2013 (fls. 137 a 138) definiu o preço de unitário de aquisição para cada item, sendo o referencial de valor máximo a serem pagos por item. O “Polpa frutas líq. Concentrada embal. 5 litros” teve o valor de R$ 46,78/un para as 1.600 embalagens previstas, totalizando R$ 57.520,00. O valor unitário considerou a média entre preços obtidos em três supermercados do município, considerando suco concentrado, em embalagem de 500ml ou 1l, no sabor maracujá ou goiaba, conforme quadro a seguir:

Descrição Valor unitário Local Valor proporcional (5 l)

Suco de maracujá 500ml 6,29 Supermercado 1 (fls. 50) 62,90 Suco de maracujá 1l 7,19 Supermercado 2 (fls. 52) 35,95 Suco de goiaba 500ml 4,15 Supermercado 3 (fls. 83) 41,50

Temos que foi utilizado produto diferente (suco e não polpa) e de embalagens de tamanhos diferentes da definida na chamada pública. Junto ao Projeto de Venda apresentado pela AFABRAS, há documento às fls. 183 e 183, no qual a Associação solicita alteração do valor unitário do item de R$ 28,33 para R$ 58,00 ou, se não for aceita a majoração, requer a retirada do item da proposta apresentada, permanecendo os demais. Tem como fundamentação o art. 29, §1º, da Resolução CD/FNDE n 26/2013, cuja redação vigente à época, indicava que o preço de aquisição seria o preço médio pesquisado por, no mínimo, três mercados em âmbito local, territorial, estadual ou nacional, nessa ordem, priorizando a feira do produtor da Agricultura Familiar, quando houver. A AFABRAS apresentou páginas impressas contendo tabela de preços de polpas de empresa distribuidora de produtos congelados, especialmente polpas de frutas. A distribuidora se localiza em São Paulo/SP e a tabela de preços foi obtida a partir do seu sítio eletrônico (fls. 184 e 185). Não há item contendo especificamente o valor de R$ 58,00 solicitado pela AFABRAS. A Associação fez crítica ao valor da polpa, mas não criticou os demais itens, embora a base da definição dos preços na Chamada Pública tenha sido a mesma: pesquisa pela Prefeitura de São João de Meriti em três supermercados no município. Na sequência, consta Termo de Justificativa (fls. 189 e 190) emitido pela equipe responsável pela licitação, no qual classifica a Associação para contratação, do qual destacamos os seguintes termos:

Com relação ao preço disposto no item 18 (29 do edital) do projeto de venda da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FOMENTO AGRÍCOLA – AFABRAS avaliamos conveniente a adequação do preço conforme justificativa apresentada em anexo ao projeto de venda pelo grupo formal, por não se tratar de um item de fácil cotação e em pesquisa no município não houve qualquer possibilidade de cotação do item, assim foi cotado em cooperativas do estado do Rio de Janeiro que apresentaram o preço disposto no edital.

A justificativa indica que o preço do edital seria baseado na cotação junto a cooperativas, no entanto o valor de referência foi estabelecido considerando pesquisas em supermercados de sucos e não de polpa, conforme descrito, ao passo que as pesquisas realizadas junto a cooperativas do estado do Rio de Janeiro (fls. 8 a 14) foi desconsiderada, embora apresentasse cotação para polpa, com os seguintes valores: R$ 25,00 (fls. 8), R$ 25,00 (fls. 11) e R$ 35,00, que resultaria em valor mínimo de R$ 25,00

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e valor médio de R$ 28,33 para o item, inferior ao valor proposto pela AFABRAS (R$ 58,00) em 51,15%. O item totalizou R$ 92.800,00, o que representa 10,40% do valor total contratado (R$ 892.307,28). Considerando-se o valor médio obtido junto a cooperativas do estado do Rio de Janeiro pela Prefeitura de São João de Meriti, o valor total para o item seria de R$ 45.328,00 e não R$ 92.800,00. Dessa forma, tem-se um sobrepreço de R$ 47.472,00 que representa 51,15% do valor contratado para o item. Nas notas fiscais apresentadas nos processos de pagamento disponibilizados, o item teve 1.299 unidades faturadas (NF 25, 33 e 67), que somaram R$75.342,00. Se considerado o valor médio obtido junto a cooperativas do estado do Rio de Janeiro, o valor seria de R$ 36.800,67. Dessa forma, podemos considerar que houve superfaturamento no valor de R$ 38.541,33, já considerado dentro do montante de sobrepreço. - Entregas anteriores à emissão de notas fiscais e pagamento de nota fiscal de beneficiário que não é a Prefeitura Municipal de São João de Meriti De quatro processos de pagamento à AFABRAS disponibilizados, em três o Mapa de Controle de Entrega de Gêneros da Agricultura Familiar, emitido pela Associação, indicava período de entrega anterior à data de emissão da nota fiscal, no último, não havia Mapa, apenas romaneio com o valor de cada escola, sem data, conforme quadro a seguir. O período de entrega foi identificado no Mapa de Controle de Entregas de Gêneros da Agricultura Familiar, emitido pela AFABRAS:

Processo Pagamento

Data Período de Entrega Nota Fiscal Data Valor

7529/2014 06/06/2014 28 a 30/05 e 01 a 05/06 007 06/06/2014 214.652,87 11576/2014 22/07/2014 14 a 16/07 025 21/07/2014 150.025,36 14056/2014 05/08/2014 28 e 29/07 033 30/07/2014 58.093,96 18078/2014 01/09/2014 Romaneio não informa 067 01/09/2014 122.268,97

As quatro notas fiscais somam R$ 545.041,16. O valor total contratado (R$ R$ 892.307,28) foi totalmente empenhado, em 08 de abril de 2014, por meio das notas de empenho 229, 233, 234 e 235/2014 utilizando a fonte 18 - FNDE. Deste valor, R$ 464.678,23 (85,25%) foi pago à AFABRAS até 30 de outubro de 2014, conforme dados disponíveis do razão contábil relativo à conta corrente do PNAE, não obstante o processo de solicitação de pagamento mais recente seja de 05 de agosto de 2014 e haja recursos financeiros disponíveis na conta do PNAE no período analisado. A NF 000.000.025, de 21 de julho de 2014, no valor de R$ 150.025,36 teve como destinatário a “Prefeitura Municipal de Pirapora do Bom Jesus”. No entanto, foi atestada e paga pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti, sem que haja qualquer observação no processo, situação que indica falha na conferência de pagamentos. Em todos os processos de pagamento há notas fiscais atestadas por servidoras da Secretaria de Educação e nos processos consta romaneio de entrega. No entanto, não há informação da quantidade de itens entregues por escola e o correspondente comprovante de recebimento dos gêneros alimentícios. - Fornecimento de produtos não fabricados pela própria Cooperativa Às fls. 175 do processo, consta declaração emitida pela AFABRAS na qual informa que “os gêneros alimentícios a serem entregues são produzidos pelos associados relacionados no projeto de venda, salvo em caso de ocorrência de caso fortuito ou força maior”.

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Todavia, no Projeto de Venda apresentado pela AFABRAS, às fls. 180 e 181 do processo, a “1ª OBs”, indica a utilização de empresa terceirizada para a produção do iogurte:

“Face ao fato da terceirizada que produz o iogurte para a proponente não produzir o item 16 na quantidade de 100g, originalmente solicitada na chamada, e apenas de 200g, fora inserido o item na quantidade de 200g, dobrado o preço de referência e dividido ao meio o quantitativo original.” (Original sem grifo)

O texto indica que a fabricação do iogurte se dá por meio de empresa terceirizada e não diretamente pelos cooperativados listados no projeto de venda, contrariando a declaração apresentada pela AFABRAS às fls. 175 do processo e o disposto no art. 14 da Lei nº 11.947/2009:

“Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.” (Original sem grifo)

Em visita a escolas e creches do município, identificamos “Preparado líquido para refresco de uva adoçado”, “Concentrado líquido para refresco de manga adoçado” e “Concentrado líquido para refresco de uva adoçado”, que corresponderia a “Polpa de fruta líquida concentrada embalagem 5 litros”, no entanto, as embalagens identificadas correspondem a duas empresas fabricantes diferentes, conforme fotos a seguir, indicando não serem os itens provenientes da AFABRAS.

Creche Favo de Mel – Foto 1 Creche Favo de Mel – Foto 2

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Creche Maria Alves Lavouras – Foto 1 Creche Maria Alves Lavouras – Foto 2

Escola Municipal Casemiro de Abreu – Foto 1

Os itens apresentados contrariam a declaração apresentada, visto que não correspondem a polpa e não são produzidos pelos cooperativados relacionados. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Em resposta ao Relatório Preliminar encaminhado para a Prefeitura, o Subsecretário de Licitações e Contratos apresentou a seguinte informação, por meio do Memorando nº 079/2016-LICITAÇÃO/SEMAD, de 5 de maio de 2016:

No item 14, referente ao Processo 2664/2014, que originou a Chamada Pública nº 001/2013, destaca-se que houve ampla publicidade no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal de São João de Meriti, de acordo com o art 26 da Resolução FNDE nº 26/2013, conforme cópia em anexo. Destaca-se que esse instrumento é bastante eficaz e flagrantemente cumpre seu papel, sendo, muitas vezes mais eficiente e eficaz que as publicações em diários oficiais

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Nesta esteira, mesmo que se entenda por irregular as questões relacionadas à publicidade e as exigências editalícias, fato é que não se observou prejuízo objetivo aos certames, haja vista que não foram afastados quaisquer prováveis concorrentes, preservando-se o equilíbrio, sendo certo que não houve qualquer impugnação ou reclamação, o que denota a suficiência dos meios de publicidade e termos fixados nos editais.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Temos que a manifestação apresentada pela Prefeitura foi restrita à questão da divulgação do edital, no tocante ao item. Foi disponibilizada cópia da página de divulgação do Chamamento Público no sítio da Prefeitura, datado de 12 de fevereiro de 2014. Entendemos que a divulgação no sítio cumpre exigência normativa, mas há espaço para melhoria na divulgação, inclusive com a disponibilização do Edital. Outrossim, destaque para a ausência de manifestação em relação às demais questões levantadas. Considerando-se que houve apenas um participante no certame, de outro estado, não obstante a realização de cotação junto a cooperativas no Estado do Rio de Janeiro, temos que não houve a adequada divulgação do processo de aquisição. Além disso, não ocorreu o acompanhamento devido da execução contratual, o que resultou em prejuízo para a Prefeitura Municipal. Destaque para o pagamento de R$ 150.025,36 relativo a nota fiscal emitida para outra Prefeitura.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.15. Ausência de competitividade no Pregão Presencial nº 13/2014, ausência de publicidade do edital exigida em lei e custo excessivo de obtenção do edital, referente ao Contrato nº 72/2014, de R$ 5.077.305,11. Fato O processo nº 2664/2014 teve início com a Requisição de Material nº 16001004/2014, emitida pela Secretária Municipal de Educação, em 24 de fevereiro de 2014, combinando recursos próprios e do FNDE para a aquisição de 69 itens de gêneros alimentícios, para atendimento a alunos no decorrer do ano letivo de 2014, conforme descrito no Termo de Referência anexo à Requisição. - Ausência de adequada publicação do Edital com comprometimento da competitividade do certame O Edital de Pregão Presencial nº 13/2014 teve aviso de licitação publicado no diário Oficial da União e Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro. Consta informação de publicação no Diário Oficial do Município (fls. 107), de 16 de maio de 2014, não confirmada em virtude de indisponibilidade do mesmo para consulta no sítio da Prefeitura Municipal de São João de Meriti (“Error 404 - Page Not Found”). Às fls. 108 consta informação de publicação do “Jornal Hora H”, mas não foi afixada a publicação, conforme imagem a seguir:

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Fonte: Processo 2664/2014, fls. 108. Houve exigência de uma caixa de dois tonners 85-A original para impressora HP LaserJet P1102w e um pendrive para gravação do edital, conforme descrito no item “RETIRADA DO EDITAL”, no Edital em referência. No tocante à exigência de tonner, considera-se que foi definida exigência superior ao custo de reprodução do edital, contrariando o art. 32, §5º, da Lei nº 8.666/1993, conforme item específico deste relatório. Cinco empresas retiraram o edital, mas apenas a empresa Sabor Carioca participou da sessão, realizada em 29 de maio de 2014, conforme quadro a seguir:

Empresa CNPJ Edital Licitação Vencedora RJ Frutas e Legumes Dist. de Alim. Ltda

12.239.947/0001-39 X X X

Sabor Carioca Comércio de Alimentos Ltda

14.184.366/0001-72 X

Mar do Sul Alimentos Ltda 01.157.519/0001-40 X Imediata Distribuição e Serviços Ltda 13.936.544/0001-01 X Horus Com. e Serviços Ltda ME 15.171.646/0001-09 X

Fonte: Termos de Retirada do Edital (fls. 164 a 168) e Ata de Sessão (fls. 215 a 221). Dada a ausência da publicação em jornal de grande circulação, verificamos que não houve adequada publicidade do edital no intuito de atrair possíveis fornecedores e buscar a aquisição mais vantajosa para a Administração. Cabe destacar que as empresas que retiraram o edital de licitação são contratadas da Prefeitura ou realizaram retirada de edital em outro certame. A empresa Sabor Carioca foi a única participante e, portanto, vencedora do certame, com o valor de R$ 5.077.305,11, obtendo uma diminuição de R$ 12.286,59, que representa 0,24% do valor estimado para a licitação (R$ 5.089.591,70).

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- Inconsistência em Informação Contábil apresentada pela Empresa Vencedora e Ausência de Registro de Verificação da Qualificação Econômico-Financeira Em função das exigências de qualificação econômico-financeira dispostas em edital, a empresa Sabor Carioca apresentou declaração emitida por empresa de contabilidade informando que a empresa “teve sua escrituração contábil conforme a documentação apresenta, do período de 02 de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012, não teve movimento operacional neste período”, às fls. 211, e outra, no mesmo teor, para o período de 02 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013, às fls. 212. Embora indique não ter ocorrido movimento operacional em 2013, foi apresentado Balanço Patrimonial do exercício, com a composição a seguir: ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES Bens Numerários ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Imobilizado Técnico TOTAL DO ATIVO

R$ 85.420,00 R$ 85.420,00 R$ 14.580,00 R$ 14.580,00 R$ 100.000,00

PASSIVO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social TOTAL DO PASSIVO

R$ 600.000,00 R$ 600.000,00 R$ 100.000,00

Fonte: Processo 2668/2014, fls. 213. Após a totalização, há a seguinte informação: “Reconhecemos a exatidão do presente balanço, realizado em conformidade com a documentação apresentada, cujo Ativo e Passivo somam R$ 100.000,00 (cem mil reais)”. Cabe destacar que, nos termos da Primeira Alteração Contratual (fls. 169 a 173), apresentada pela Sabor Carioca, a empresa trocou de sócios, mudou de endereço e aumentou o capital social de R$ 100.000,00 para R$ 600.000,00, porém não houve a integralização imediata do valor, restando pendentes R$ 50.000,00 a integralizar no período de 12 meses. A alteração contratual data de 07 de outubro de 2013, com registro na Junta Comercial em 25 de outubro de 2013. O Balanço Patrimonial não tem registro de apresentação na JUCERJA e, em princípio, não é compatível com a ausência de atividade operacional da empresa. Verifica-se a inconsistência entre o valor de capital social e o total do passivo. Outrossim, não há registro no processo referente à verificação dos índices para a qualificação econômica-financeira da empresa, apesar de previsto no item 12.5.1 do Edital. - Lapso superior a quatro meses entre a escolha da empresa vencedora e a assinatura do contrato, sem informação a respeito da data de início da execução A adjudicação à empresa vencedora foi realizada na mesma data da sessão, em 29 de maio de 2014. Teve despacho do Secretário Municipal de Controle Interno (fls. 230) cerca de um mês depois, em 02 de julho de 2014, que recomendou o prosseguimento natural do processo, submetendo à apreciação e decisão da autoridade competente para homologação e emissão de nota de empenho. Na mesma data, constam homologação e adjudicação à empresa vencedora, no valor de R$ 5.077.305,11, pelo Prefeito de São João de Meriti (fls. 231).

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A homologação, no entanto, só foi publicada no Diário Oficial do Município (fls. 232) em 23 de setembro de 2014. As notas de empenho foram emitidas em 26/09/2014 e o Contrato nº 72/2014 foi celebrado apenas em 08 de outubro de 2014, mais de quatro meses após a sessão do pregão presencial. Não consta do processo a Ordem de Início da execução do contrato. Todavia, verificamos em visita a escolas que a empresa já iniciou a execução do contrato. - Execução Contratual Em visita realizada a escolas do município, verificamos que teve início a execução contratual, embora o termo de início de fornecimento não tenha sido disponibilizado pela Prefeitura nem conste do processo licitatório. A partir dos dados do razão contábil, temos que não houve pagamento à empresa até 30/10/2014. - Divergência entre os itens identificados nas escolas e o material licitado Foi identificada divergência entre os itens entregues e aqueles identificados nas escolas, conforme item específico deste relatório.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Não houve manifestação da Prefeitura em relação ao item. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Pelo exposto, temos que a contratação da empresa Sabor Carioca teve publicidade restrita e custo excessivo de obtenção do edital. Fatos que combinaram com a ausência de competitividade, visto que apenas a empresa participou do pregão presencial. Essas informações, conjugadas com a relação entre a Sabor Carioca e a RJ Frutas, indicam a possibilidade de direcionamento do certame. ##/AnaliseControleInterno##

3. Consolidação de Resultados Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores municipais, conforme constatações a seguir: 2.2.1. Atraso na apresentação de documentos e informações, configurando restrição à atividade da fiscalização da CGU, em virtude da limitação ao trabalho.

2.2.2. Ausência de justificativa para utilização do pregão presencial em detrimento do pregão eletrônico nas aquisições de gêneros alimentícios realizadas pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti.

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2.2.3. Aquisição de gêneros alimentícios por meio de dispensa emergencial de licitação sem a caracterização de situação calamitosa ou emergencial realizada pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti.

2.2.4. Ocorrência de restrição à competitividade nas aquisições de gêneros alimentícios realizadas pela Prefeitura Municipal de São João de Meriti.

2.2.5. Conselho de Alimentação Escolar (mandato 2010-2014) com baixa atuação em visita às unidades escolares, mandato vencido, parte de conselheiros sem participação nas reuniões, substituição de conselheiros não informada no sítio do FNDE e atuação de conselheiros de forma concomitante na liquidação de notas fiscais relativas ao PNAE e na aprovação da prestação de contas da Prefeitura.

2.2.6. Atuação deficiente do Conselho de Alimentação Escolar do município de São João de Meriti no acompanhamento da execução do PNAE, em relação à verificação de observação dos cardápios pelas escolas e à disponibilização adequada de gêneros alimentícios pela Prefeitura.

2.2.7. Insuficiência de mecanismos para acompanhamento do estoque nas unidades escolares, não permitindo identificar o recebimento dos itens e a posição de estoque.

2.2.8. Ausência de designação de fiscais para o acompanhamento de parte dos contratos firmados e falhas na fiscalização, nos casos em que há fiscais designados, com reflexo no Programa e prejuízo potencial ao município pela entrega de itens em desacordo com a licitação.

2.2.9. Existência de recursos disponíveis do PNAE no período analisado, em contraposição à realização de pagamentos parciais aos fornecedores, tempo entre o pedido de pagamento e a efetiva realização, e a falta de determinados gêneros alimentícios em unidades escolares visitadas.

2.2.10. Aquisição de gêneros alimentícios por meio do Pregão Presencial para registro de preços nº 04/2012, que resultou em Ata de Registro de Preços, no valor de R$ 716.660,20, em processo licitatório com cobrança de custo superior ao de simples reprodução do edital.

2.2.11. Falta de competitividade no Pregão Presencial 28/2013, resultando em contratação das duas únicas empresas participantes, sendo verificado pagamento de R$ 22.215,73 à empresa Mar do Sul sem apresentar processo ou documento que justifique a despesa.

2.2.12. Falta de comprovação documental das despesas realizadas no que tange a pagamentos de R$ 2.017.058,86 à empresa RJ Frutas, no âmbito do Contrato nº 64/2013, decorrente do Pregão Presencial nº 28/2013.

2.2.13. Aquisição de gêneros alimentícios por meio do Pregão Presencial nº 50/2013, que resultou no Contrato nº 167/2013, no valor de R$ 851.382,80, formalizado em valores desvantajosos em relação a contrato vigente com itens em comum, em processo de aquisição com ônus excessivo para obtenção do edital, além de falta de comprovação documental das despesas realizadas referentes ao valor de R$ 258.724,10 e pendência de pagamento de R$ 108.545,50, apesar de nota fiscal atestada.

2.2.14. Aquisição de produtos oriundos da agricultura familiar, por meio do Contrato nº 48/2014, no valor de R$ 892.307,28, em percentual abaixo de 30% dos recursos repassados e sem justificativa para o ocorrido, ausência da publicidade do edital exigida, ausência de

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competitividade no Chamamento Público, além da entrega de itens não produzidos pelos cooperativados relacionados e sim por empresas. Sobrepreço de R$ 47.472,00 e Superfaturamento no valor de R$ 38.541,33 (já incluído no sobrepreço).

2.2.15. Ausência de competitividade no Pregão Presencial nº 13/2014, ausência de publicidade do edital exigida em lei e custo excessivo de obtenção do edital, referente ao Contrato nº 72/2014, de R$ 5.077.305,11.