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GOVERNO DO ESTADO DO CEARA SECRETARIA DOS RECURSOS HIDRICOS PROGERIRH - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRA,CAO DOS RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO CEARA Relatorio de Avalia9Ao Ambiental - Regras Ambientais para Construtoras F < ;hL-NE N N L CO I LEG s wit cl, 1' I slt M,,. I,;M n . D- rJr *d ;'CEt.rV'j} (rrt O'wr ci A inCld CoorlXi.in:lr;a i TOi~fu-o ~;e 42il.t / .A:lm. ABRIL/2000 *TC/BR PROGERIRH - Regras Ambientais para Constru9io E1932 v5 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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GOVERNO DO ESTADO DO CEARASECRETARIA DOS RECURSOS HIDRICOS

PROGERIRH - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRA,CAODOS RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO CEARA

Relatorio de Avalia9Ao Ambiental - Regras Ambientais

para Construtoras

F < ;hL-NE N N L CO I L EG s wit

cl, 1' I slt M,,. I,;M n .

D- rJr *d ;'CEt.rV'j} ,§ (rrt O'wr ci A inCld CoorlXi.in:lr;a i

TOi~fu-o ~;e 42il.t / .A:lm.

ABRIL/2000

*TC/BR

PROGERIRH - Regras Ambientais para Constru9io

E1932 v5

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PROGERIRH - PROJETO PILOTO

PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E INTEGRAQAODOS RECURSOS HIDRICOS

PLANO DE EDIqAO

1. Relat6rio de Avaiia,Ao Ambiental Regional - RAA

2. Relat6rio de Avaliagao Ambiental - Regras Ambientais para Construtoras

3. Estudos Econ6micos

4. Estudos Econ6micos - Anexos

5. Piano de Implementagao do Programa - PIP

6. Plano de Implementagao do Programa - PIP (Monitoramento AqufferosCariri e Litoral)

7. Proposta do Projeto Executivo para o PRODHAM/PROGERIRH

8. Plano de Agao para a implementagao do PRODHAM/PROGERIRH

9. Manual Tecnico Operativo do PRODHAM

10. PROGERIRH/PROJETO PILOTO - Manual Operativo

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APRESENTAqAO

j e Q O poder politico nunca conseguiu adequar, ao longo do tempo, regras

programaticas que viessem minorar os efeitos das secas no Semi-arido brasileiro,

nao obstante ter dotado esta regiao de uma politica de combate as estiagens. Isso

deve-se ao fato dessa politica ser calcada em modelos nacionais, nem sempre

adequados e que pouco contemplavam o carater peculiar do Nordeste. Os

programas federais, induzidos pelas regi6es mais poderosas, com concepq6es

voltadas para a realidade do centro sul do pais, foram introduzidos no Nordeste,

ora pela dependencia da regiao a verbas da Uniao, ora pela falta de projetos

estaduais mais consistentes e melhor direcionados para o semi-arido.

O presente documento estabelece novos e avanQados conceitos tecnol6gicos,

inovadores indices de avaliagao tecnica, social, econ6mica, financeira e ambiental,

consolidando modernos paradigmas de um amplo planejamento hidrico, visando

romper antigos preconceitos, ultrapassados modelos, vicios e equivocos, que

tanto integrador das politicas publicas de desenvolvimento do Semi-arido no piano

legal, institucional, tecnol6gico e cultural.

As ideias aqui apresentadas formulam a sintese de um projeto capaz de promover

um novo patamar de vida para o povo cearense, menos vulneravel ao clima no

piano econ6mico e mais sustentavel ao nivel do ambiente natural.

Hyondds Pereirade-NMhcedoSecretario dos Etecursos Hidricos do Estado do Ceara

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GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARA

Tasso Ribeiro Jereissati

SECRETARIO DOS RECURSOS HiDRICOS

Hyperides Pereira de Macedo

SUBSECRETARIO DOS RECURSOS HIDRICOS

Benedito Ferreira de Oliveira

COORDENADOR GERAL DOS PROJETOS ESPECIAIS

Francisco Jose Coelho Teixeira

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construao 3

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COORDENAQAO DE PROGRAMAS ESPECIAIS

Gerencia Geral Adjunta

Ramon FlIvio Gomes Rodrigues

Gerencia Financeira

Rosa Maria Chaves

Gerencia de Monitoramento e Desenvolvimento Institucional

Francisco Hoilton Araripe Rios

Gerencia de Planejamento Tecnico

Francisco de Assis Souza Filho

Gerencia de Obras

Edson Fontes

Gerencia de Aquisirao

Jose William Pinto Di6genes

Gerencia do PRODHAM

Joao Bosco de Oliveira

Gerencia Administrativa

Ricardo Ponte Costa

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construao 4

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EQUIPE INTEGRANTE DA UPEP (*)

. CoordenacaoFernando lrineu Pessoa (Coordenador da UPEP)

* Pessoal Tecnico- Emanuel Goncalves de Melo - Consultor em

Desenvolvimento Operacional- Francisco Humberto de Queiroz Filho - Consultor em S6cio-

Economia- Renato Herz - Consultor em Ecologia e Estudos Ambientais- Vicente de Paula Vieira - Consultor emGestao de Recursos

H idricos- Maria Glaucia de Carvalho Viana - Consultora em

Desenvolvimento Institucional- Fatima Catunda Rocha Moreira de Andrade - Consultora em

S6cio-Economia- Sila Xavier Gouveia - Consultor de Engenharia em Recursos

Hifdricos;- Dorian Ponte Lima - Consultor de Engenharia em Recursos

Hidricos;- Joao Bosco de Oliveira - Consultor em Ecologia e Estudos

Ambientais;- Joao Bosco Fernandes Alcoforado - Assitente Financeiro- Marcos Roberto Ferreira Costa - Assistente Administrativo

* Pessoal de APolo- Domicio Mattos Burmann- Aurelio Lima Vieira- Albeniza Barbosa Cavalcante- Luzia Karla Pinto Fernandes- Maria Celia Silva Sales- Maria Iracema de Alencar C6spedes- Maria Iracilda Ribeiro Couto

(*) UNIDADE DE PREPARACAO E EXECUCAO DO PROGERIRH

0

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construa&o 5

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APRESENTAQAO

O Nordeste brasileiro apresenta problemas criticos de escassez hidrica, com secas

peri6dicas prolongadas e severas, causando enormes problemas de ordem

econ6mica e social. 0 Estado do Ceara, por suas caracteristicas proprias e

particularmente penalizado pelas adversidades climaticas, pois alem de possuir mais

de 90 % de sua superficie territorial inserida na regiao semi-arida e nao possuir

nenhum rio perene, tem a maior parte de seu territ6rio assentado sobre a formac,es

geol6gicas cristalinas, nao sendo, por isso, rico em mananciais subterraneos. alem

disso, a deterioracao da qualidade das aguas em torno de importantes centros

industriais e agricolas, vem agravando o problema da disponibilidade de mananciais

adequados.

No que se refere ao gerenciamento das necessidades, percebe-se que ainda e

preciso quantificar com mais rigor as demandas requeridas e disciplinar mais

racionalmente o uso da agua, atrav6s da expedicao de outorgas. Igualmente,

necessita-se fomentar ainda mais a exigencia da licen,a pr6via para a construc,o de

obras hidricas e exercer um maior controle sobre estas obras atrav6s da fiscaliza,ao

e do uso do poder de policia do Estado.

Embora o Ceara tenha sido o primeiro Estado no pais a efetuar a cobranca pelo uso

da agua nao tratada, existe a consciencia de que ainda e necessario consolidar uma

politica de precos e tarifas voltadas a uma racionalizac,o da utiliza,co da agua entre

usos conflitantes. 0 Ceara iniciou em 1992, o processo de gestao das aguas sob

seu dominio, atrav6s do Plano Estadual de Recursos Hidricos, cujo enfoque foi a

amplia,ao de ac,es nao estruturais que resultassem em aumento da oferta d'agua.

Os pianos de gerenciamento dos recursos hidricos de bacias hidrograficas,

componentes do Plano Estadual, passaram a ter seu desenvolvimento efetivo a

partir de 1996, contando atualmente, as suas principais bacias hidrograficas com

Planos de Gerenciamento de seus recursos hidricos.

O processo de descentralizac,o do modelo de gestao publica tem-se consolidado

cada vez mais no setor dos recursos hidricos no Brasil. 0 Estado do Ceara, al6m de

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 6

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ter sido um dos primeiros estados do Nordeste a promulgar sua pr6pria Lei Estadual

de Recursos Hkdricos, e criar uma Secretaria Estadual de Recursos Hidricos, em

1987, tem demonstrado ao longo desta u[tima d6cada um comprometimento

crescente com a gestao e o gerenciamento dos recursos hidricos do Estado, o que

se traduz por uma Politica Estadual de Recursos Hidricos, a qual, vem sendo

implementada a partir de um detalhado Piano Estadual de Recursos Hidricos.

Instrumento importante para estas ac,es, tem sido o Programa de

Desenvolvimento e Gestao de Recursos Hidricos - PROURB - cujas

interven,ces no campo institucional criaram as condi,6es para o estabelecimento de

um arcabou,o juridico-legal e no campo ffsico a implanta,co de a,udes e adutoras

os quais possibilitaram a oferta de agua em regioes carentes. Vale ressaltar o

importante papel desempenhado pelo Banco Mundial em todo esse processo de

transformac,es porque passa o setor de recursos hidricos do Estado.

Com o PROURB praticamente concluido, o Governo do Estado do Ceara atrav6s do

PROGERIRH - Programa de Gerenciamento e Integragco de Recursos

Hidricos, que tamb6m recebera financiamento do Banco Mundial, da um novo e

decisivo passo no sentido de reverter a cr6nica situac,o do abastecimento deficitario

e irregular de grandes areas do Estado.

Antecedendo o PROGERIRH propriamente dito, o Projeto Piloto, tem seus principais

produtos agora editados. 0 Projeto Piloto se constitui num instrumento de

prepara,co para este Projeto, bem mais amplo e abrangente.

O PROGERIRH, em consonancia com a politica hidrica do Estado, tem como

objetivos principais:

- Ampliar a oferta e a garantia de agua para usos multiplos e aumentar a

eficiencia da gestao do sistema integrado de recursos hidricos

0 0 projeto devera apoiar as realiza,ces do Estado atraves de: (i) melhoramentos no

arcabouco institucional, legal, e administrativo-gerencial; (ii) implementa,co e

recupera,co de infra-estrutura hidrica existente; (iii) desenvolvimento e consolida,ao

de sistemas sustentaveis de gerenciamento, opera,co e manuten,co da infra-

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construcao 7

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estrutura hidrica; e, (iv) integrac,o das aco6es ambientais com a gestao dos recursos

hidricos.

- Promover o uso multiplo eficiente e a gestao participativa dos recursos

hidricos.

O projeto devera dar suporte as ac,es de: (i) apoio a organizacao e ao

fortalecimento de associac,es de usuarios da agua; (ii) apoio a implementacao e

difusao de tecnologias mais eficientes de manejo e uso da agua; e (iii) educa,co,

informac,o e treinamento de usuarios;

- Promover a melhoria do uso do solo, atraves do manejo adequado de micro-

bacias critcas.

O projeto devera promover a recuperacao hidroambiental de micro-bacias do Estado

atraves de ac,es que visam o aumento da cobertura do solo; controle do "run off",

aumentando o tempo de permanencia e consequentemente a infiltrac,o da agua no

solo; melhoria da infra-estrutura local e dos meios de produc,o; e a validacao de

novas opc,es tecnol6gicas.

Para que estes objetivos sejam alcancados foram instituidos os seguintes

componentes no desenvolvimento do PROGERIRH:

Processo de Gestao dos Recursos Hidricos

Que tem como pontos principais:

- Desenvolvimento Institucional

* lmplementac,o e Fortalecimento dos Comites de Gerenciamento das Bacias

Hidrograficas;

Consolidac,o e Desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento das Bacias

Treinamento e Capacitac,o dos Agentes Envolvidos no Programa

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 8

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* Apoio e Organizac,o dos Usuarios d'agua

- Instrumentos de Gerenciamento

* Coordenac,o dos mecanismos de direito do uso da agua

* Implementacao da Politica Tarifaria para a Agua Bruta

- Proteao e Conservacao Ambiental

. Implementac,o de medidas ambientais na zona Costeiras de Regiao

Metropolitana de Fortaleza;

* Conservac,o e Preservac,o dos Recursos Hidricos das Bacias Hidrograficas

- Gerenciamento da lnfraestrutura

* Opera,co Integrada da Infraestrutura Hidraulica

* Sistema de Suporte a Decisao para o Gerenciamento da Infraestrutura

Hidraulica;

* Inspe,co e Seguranca de Barragens.

- Desenvolvimento e Implantaao dos Pianos de Gerenciamento

* Implementac,o das aqces de rotina, definidas nos Planos de Gerenciamento

- Infraestrutura de Informacoes de Recursos Hidricos

* Sistema de Informac6es Hidricas e Meteorologicas do Estado

* Monitoramento das Aguas Superficiais e Subterraneas.

- Programa de Desenvolvimento Hidroambiental das Bacias Hidrograficas

(PRODHAM)

No ambiente de economia de baixa rentabilidade que atinge extensas areas do

Estado, 6 preciso criar, em bases cientificas e tecnol6gicas, programas de

recuperac,o dos recursos hidroambientais, principalmente para que o meio fisico

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 9

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possa oferecer condic,es de uso do solo sem os limites atualmente impostos pela

car6ncia de agua.

O PRODHAM utilizara um modelo de avaliacao ambiental o qual integrara os

indicadores s6cio-econ6micos ao arranjo geografico das areas de domfnio das

bacias hidrograficas que se adequem ao processo de recuperacao e conservacao

ambiental.

- Obras

O programa proposto, compreende a implementa9io de obras estrat6gicas de infra-

estrutura hfdrica, (basicamente de armazenamento e adu,ao de agua),

criteriosamente selecionadas, as quais irao aumentar a disponibilidade de agua,

minimizando os efeitos da ma distribuicao espacial das chuvas. Com o aumento da

garantia de sua oferta as populac6es carentes de todo o Estado. isto contribuira

significativamente para a descentralizac,o da economia estadual.

O Componente Obras 6 formado por dois conjuntos de infraestruturas: Os Acudes e

Os Eixos de Integrac,o. Com refer6ncia aos acudes foram selecionados 20 (vinte)

unidades as quais foram submetidas a crit6rios de hierarquizac,o.

O segundo grupo de obras sao os Eixos de Transposi,ao. E prevista a ligacao da

bacia do Rio Jaguaribe, com as bacias da Regiao Metropolitana, atrav6s de um

Canal, o qual esta previsto ser construido por etapas.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 1 0

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SUMARIO

Apresentagao .................................................................. 12

1- REGRAS AMBIENTAIS PARA CONSTRUQAO DE AQUDES ................................. 13

1 .1 - CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................. 13

1. 2 CONDIQC,ES DE SAUDE E SEGURANCA .................................................................................. 14

1 .3 - DESTINAQAO ADEQUADA DE EFLUENTES LiQUIDOS ............................................................. 15

1.4 - AREAS DE EMPRESTIMO .................................................................................. 15

1.5- ESTRADAS DE SERVIQO .................................................................................. 17

1.6 -B OTA-FORAS .................................................................................. 18

1.7- CONTROLE DE RUIDO .................................................................................. 18

1.8- PATIO DE EQUIPAMENTOS .................................................................................. 19

1.9 - MANEJO DE RESiDUOS SOLIDOS .................................................................................. 19

1.10 - DESMOBILIZAQAO DO CANTEIRO DE OBRAS . ........................................................................ 20

1.11 - REMOQAO DE INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE ...................................... ................................ 21

1.12- REGRAS PARA SALVAMENTO AO ACASO DE PATRIMONIO CULTURAL .......... .................... 22

2 - PLANO DE CONTROLE E RECUPERA,AO DAS AREAS DAS JAZIDAS DE

EMPRESTIMO .................................................................. 24

2.1 - PROCESSOS DE DESMATE, DECAPEAMENTO, ESCAVACAO, ETC ............. ........................... 24

2.2 - RECUPERAQAO DAS AREAS DEGRADADAS ............................................................................. 31

3. Plano de Desmatamento e LIMPEZA da Area de Inundagao .................................... 35

3.1 - INTRODUQAO .................................................................................. 35

3.2 - DIAGNOSTICO FLORiSTICO .................................................................................. 36

3.3 - SELEQAO E COLETA DE MATERIAL BOTANICO ........................................... ............................. 38

3.4 - DEMARCAQAO DAS AREAS PARA 0 DESMATAMENTO ...................... ...................................... 40

3.5 - DEFINIQAO DOS CORREDORES DE ESCAPE DA FAUNA .................... ..................................... 41

3.6 - DEFINIQAO DOS METODOS DE DESMATAMENTO .................................. .................................. 42

3.7 - RECURSOS FLORESTAIS APROVEITAVEIS ............................................................................... 44

3.8 - PROTEQAO CONTRA ACIDENTES .................................................... .............................. 47

3.9 - LIMPEZA DA BACIA HIDRAULICA E REMOQAO DE INFRAESTRUTURA ........... ....................... 50

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 11

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APRESENTAQAO

Considerando que a maior parte das questoes ambientais e legais para mitigagao de

impactos ocasionados pela execugao de empreendimentos hidricos, 6 passfvel de

ser implementado durante a execugao das obras e ter seus custos incorporados ao

custo principal da obra, o Plano de Manejo Ambiental - PMA do PROGERIRH

apresentou as principais regras ambientais a serem adotadas durante a construgao

dos acudes.

As medidas compreendem os seguintes itens:

* Regras Ambientais para Construgao de Agudes;

* Plano de Controle e Recuperagao de Areas de Jazidas de Empr6stimo - Termo

de Refer6ncia (TDR);

* Plano de Desmatamento e Limpeza da Area de Inundagao - Termo de

Referencia (TDR).

Essas regras deverao, de acordo com a proposicao constante do capftulo 5 do PMA

- Manual de Procedimentos e Crit6rios Ambientais para Projeto e Construcao de

Empreendimentos Hidricos, passar por um processo de discussao e consolidagao,

transformando-se em Manual de Normas e Especificaqbes Ambientais para

Construg5o de Obras Hidricas, tornando-se, tamb6m, posteriormente, refer6ncia

para todas os empreendimentos hfdricos no Estado do Ceara.

A emissao deste documento, separado do PMA, tem como objetivo permitir a sua

inclusao nos editais de licitagao das obras do PROGERIRH.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 12

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1 - REGRAS AMBIENTAIS PARACONSTRU(AO DE ACUDES

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1- REGRAS AMBIENTAIS PARA CONSTRUQAO DE AQUDES

A maior parte dos impactos ambientais provenientes de obras de construcao de

barragens pode ser evitada pela adoc,o de metodos e tecnicas de engenharia

adequados. Isso ocorre, em geral, para todos os impactos que se referem a fase de

implantac,o. Em funcao do porte da obra, alguns impactos podem apenas ser

compensados. As degradac6es impostas ao meio ambiente pela implantac,o e

operac,o do canteiro de obras e da explorac,o de jazidas minerais envolvem danos

a flora, deteriorac,o pontual dos solos, desencadeamento de processos erosivos e

de assoreamento dos cursos d'agua e redu,co na recarga dos aqufferos. Al6m

disso, ocorre gerac,o de poeira e ruidos provocados pelos desmatamentos e

terraplenagens, e pela opera,co da usina de concreto e da central de britagem.

O monitoramento ambiental dessas areas tem como objetivo (DNER, 1996): (i) evitar

acidentes com os operarios e com provaveis usuarios das areas em servico;(ii) evitar

a proliferac,o de vetores indesejaveis (principalmente de mosquitos transmissores

de malaria e caramujos que transmitem a esquistossomose, nas regioes endemicas,

e de outras doencas - dengue, febre amarela - e de r6pteis venenosos na area das

obras;(iii) proteger a saude dos trabalhadores, garantindo a higiene do

acampamento; (iv) evitar o entulhamento de talvegues e obras de drenagem, que

reduzem suas sec,es de vazao e causam inundac6es, erosoes e escorregamentos

que ameacam as propriedades vizinhas (v) recuperar as areas utilizadas nas

instalac,es provis6rias para seu uso original (pastagens, matas , etc).

1 .1 - CANTEIRO DE OBRAS

A escolha do local para implantac,o do canteiro de obras e dos alojamentos devera

ser feita considerando alguns aspectos: (i) o local deve ser de facil acesso, livre de

inundac,es, ventilado e com insolacao adequada;(ii) o desmatamento devera ser

* mfnimo, procurando-se preservar a arvores de grande porte; (iii) dever-se-a escolher

locais onde nao serao necessarios grandes movimentos de terra (aplainamento) (iv)

na instalac,o da usina de concreto e da central de britagem, levar em conta a

direcao dos ventos dominantes no caso do canteiro de obras se situar proximo a

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 13

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nucleos habitacionais; (v) adotar as normas do Ex6rcito na localizac,o de pai6is de

armazenamento de explosivos.

1. 2 CONDICOES DE SAUDE E SEGURAN,CA

Considerando a vinda de pessoas de outras areas e a aglomeracao das mesmas em

alojamentos, 6 necessario o desenvolvimento de um controle epidemiol6gico, com a

adoqc,o de medidas de saude publica visando evitar a proliferacao de doen,as. Entre

estas medidas incluem-se a vacinacao, a medicacao e a educac,o sanitaria dos

operarios para a ado,ao de habitos saudaveis de convivencia.

Os operarios deverao dispor dos equipamentos adequados de protec,o individual e

coletiva de seguran,a do trabalho. Na obra devera ser instalada uma Comissao

Interna de Preven,co de Acidentes (CIPA), com a incumbencia de promover a

seguranca do trabalhador.

Os operarios deverao ser orientados a adotar um comportamento adequado com as

comunidades locais, respeitando tradic,es e valores dos moradores da regiao,

evitando ainda a pesca, cac,a, captura de animais e a queima nao autorizada da

vegetac,o nativa.

A edificac6es deverao dispor das condic,es minimas de trabalho e habitacao, tais

como: (i) ventila,co e temperatura adequadas; (ii) abastecimento de agua potavel,

sendo que devem ser utilizados filtros e a cloracao da agua com hipoclorito; (iii)

instala,ces sanitarias adequadas, com a destina,ao dos dejetos para fossas; (iv)

destina,ao adequada para lixo (enterramento); (vi) medicamento para primeiros

socorros.

Ap6s o t6rmino das obras, caso as instalac,es de obras nao sejam aproveitadas

para o monitoramento do reservat6rio, a area ocupada pelo mesmo dever ser alvo

de tratamento paisagfstico, atraves da regularizagao do terreno e do reflorestamento

com gramineas e especies vegetais nativas.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construg3o 14

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1 .3 - DESTINAQAO ADEQUADA DE EFLUENTES LiQUIDOS

Na infra-estrutura de esgotamento sanitario do canteiro de obras deve ser adotado o

uso de fossas s6pticas, as quais devem ser localizadas distantes dos cursos d'agua

e de pocos de abastecimento de agua, a fim de se evitar a poluicao dos mesmos. 0

efluente liquido das fossas s6pticas, que apesar de ter sido submetido a tratamento

primario apresenta certo grau de contamina,ao, deve ser destinado a sistemas de

infiltrac,o no solo: sumidouros, valas de filtracao ou infiltracao, sendo que a soluqco

a ser adotada depende de condic,es topograficas e das caracterlsticas de absor,ao

do solo no local.

1.4 - AREAS DE EMPRESTIMO

As obras de emprestimo a serem exploradas para a construcao da barragem

constituem-se de jazidas de materiais terrosos, de jazidas de areia e de jazidas de

rocha (pedreira).

A explorac,o dessas areas deve ser feita de forma gradativa, a medida que se

necessitar do material. Com isso evitam-se desmatamentos, com a consequente

exposic,o do solo a processos erosivos, de extensas areas as vezes

desnecessarias.

As jazidas de rocha irao gerar materiais est6reis como rochas em decomposi,co,

cobertura de solo e restolhos de vegetais. As jazidas de areia, que encontram-se

geralmente locadas dentro da bacia hidraulica acompanhando o leito fluvial, irao

gerar um volume de est6ril ou rejeito irrelevante, constituido somente de materiais

sfitico-argilosos, depositados em finas camadas durante a estabilizac,o do fluxo

fluvial.

E preciso normatizar e orientar a utiliza,ao e a recuperacao das areas de

explorac,o de material de emprestimo e promover a recuperacao das areas que se

encontram degradadas ou que forem devastadas pela realizacao das obras.

Com o intuito de reduzir ao mfnimo o carreamento de sedimentos para as area

circunvizinhas as jazidas, evitando assim turbidez e assoreamento dos cursos

PROGERIRH - Regras Ambientais para ConstrugAo 15

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d'agua, deve ser implementado um sistema de drenagem, antes da operac,o das

mesmas, que possibilite a reten,ao destes sedimentos dentro da area das jazidas.

Todos os sistemas de encostas tais como taludes das frentes de lavras, das

encostas marginais, dos locais de deposicao de rejeitos e dos cortes de estradas,

devem ser protegidos, desviando-se as aguas por meio de canaletas.

Devem tambem ser abertas canaletas circundando as areas a serem mineradas,

evitando com isso que aguas pluviais de areas vizinhas venham atingir as jazidas,

carregando mais sedimentos.

Quanto as pedreiras, nao existem maiores medidas a se abordar no sentido de

minimizar os impactos causados por estas. No entanto deve-se cercar a area, a fim

de evitar acidentes e a popula,ao deve ser notificada dos horarios eu que serao

usados explosivos.

Em rela,ao a areas mineradas, recomenda-se apos o abandono das mesmas,

atraves da regularizac,o da superficie topografica, o espalhamento do solo vegetal

correspondente aos expurgos das jazidas e posterior reflorestamento com

gramineas e plantas nativas. Esse procedimento 6 sugerido como medida de

prote,co ambiental, o que cria condi,ces bastante favoraveis para uma invasao da

vegetacao circunvizinha nativa, trazida pelos passaros e animais.

Deve-se adotar cuidados especiais com rela,ao a retirada da areia, que podera

ocorrer no leito do rio: proteger a vegetac,o marginal (mata ciliar); recompor a

vegetacao degrada na execucao do acesso ao local; retirar area de refugos, para

evitar assoreamento; realizar acerto topografico da area, de forma a facilitar o

escoamento da agua.

Devera ser promovida a recuperacao de areas que ja se encontram degradadas,

especialmente ao longo dos cursos d'agua e do futuro reservat6rio, ou que foram

devastadas com a execu,co das obras.

Durante a realizacao das obras, as areas desmatadas devem ser temporariamente

cobertas com palhas, folhas, lascas de madeira, ou similares, de forma a protege-las

contra a erosao do solo.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 1 6

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Sempre que possivel deve-se preservar os caminhos naturais de agua. Se nao,

devem ser executadas obras corretivas, temporarias ou permanentes, de drenagem

e acumula,cao da agua, tais como: valetas, canais de escoamento, diques, terracos,

bacias de retencao, etc. Essas obras objetivam evitar os estragos causadas pelo

escoamento descontrolado da agua.

1.5 - ESTRADAS DE SERVI;O

As estradas de servico sao abertas para uso provisorio durante as obras, seja para

permitir uma operac,o mais eficiente das maquinas e equipamentos de construcjo,

seja para garantir o acesso a areas de explorac,o de materiais de construc,o (agua,

areia, pedra, etc.). Uma vez que sao feitas para uso provis6rio, e usual implanta-las

com o menor dispendio possivel de recursos, economizando-se na largura da faixa,

no movimento da terra, nas obras de transposic,o de talvegues, etc, o que tambem

minimiza a extensao das altera,ces no ambiente. Por outro lado, nao sao tomados

maiores cuidados quanto a sua localizacao, o que pode ser altamente prejudicial.

0 abandono dos caminhos de servico, a partir do momento em que se tornam

desnecessarios, causa problemas que chegam a comprometer ou ameacar at6

mesmo a obra que ajudaram a construir. Esses trechos de terra, desprovidos de

cobertura vegetal e com relativa compactac,o, tornam-se caminhos preferenciais

para o escorrimento de aguas superficiais, dando origem a eros6es e vocorocas. As

travessias de talvegues, sempre dimensionadas para cheias de baixos periodos de

retorno, tornam-se impedimentos ao fluxo natural das aguas superficiais. Em

decorrencia, os empo,amentos de agua que ocorrem permitem e favorecem a

proliferacao de insetos e caramujos, veiculadores e/ou hospedeiros de doen,cas

como a malaria, dengue, esquistossomose, etc.

Para que sejam evitados esses problemas, duas diretrizes basicas devem ser

seguidas. A primeira refere-se a localizac,o e dimensao dessas obras de apoio, que

devem ser projetadas com: o tracado evitando interferencias comr areas de interesse

ambiental e a fragmentac,o de habitats naturais; utilizando materiais de construcao

provenientes de jazidas que serao recuperadas ou locadas no interior da area de

inundac,o (como as das obras principais); dispositivos de drenagem e de controle

da erosao adequados.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 17

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A segunda diretriz consiste na recupera,ao das condi,ces originais de todos os

trechos de terreno afetados pela construc,o de estradas de servicos, permitindo que

as aguas superficiais percorram seus trajetos naturais, sem impedimentos ou

desvios.

No caso dessas estradas de servico passarem a integrar a rede de estradas vicinais

locais, devem ser tratadas como se fossem parte das obras principais, ou seja,

replanejadas e dotadas de todas as caracterfsticas que seriam exigidas

normalmente para a implantac,ao e manuten,co de rodovias vicinais.

1.6- BOTA-FORAS

De modo geral a forma,co ordenada de dep6sitos de est6ril deve compreender os

seguintes pontos basicos: (i) limpeza do terrenos de funda,co; (ii) colocac,o de uma

camada de material drenante entre o terreno de funda,co e a pilha; (iii) deposicao

do material em camadas com compactacao pelos pr6prios equipamentos de

transporte ou entao convencionais de compactac,o; (iv) drenagem superficial das

bermas e plataformas; (v) abertura de canais perif6ricos par evitar que aguas de

superficie drenem para o dep6sito; (vi) obedecer a geometria definida atraves de

analises de estabilidade; (vii) no caso de materiais erodfveis, proteger os taludes

com grama ou pelfcula de material impermeavel.

A deposicao dos rejeitos em locais adequados deve ser efetuado em curtos perfodos

de tempo, de forma a nao atrapalhar o desenvolvimento dos trabalhos na exploracao

da jazida.

1.7 - CONTROLE DE RUiDO

O ruido e vibrac,es provenientes da operac,o de maquinas e equipamentos

poderao ser minimizados ao se evitar a instalac,o pr6xima de aglomerados urbanos

e do pr6prio acampamento. E importante tamb6m exercer um controle a emissao de

rufdos por motores mal regulados ou com manutencao deficiente. Os silenciadores

dos equipamentos deverao receber manutenc,o rotineira para permanecer

funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horario noturno (das 22 ate

as 7 horas).

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 18

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1.8 - PATIO DE EQUIPAMENTOS

Deverao ser estabelecidos criterios de filtra,ao e recuperac,o de 6leos e graxas de

forma que os refugos ou perdas de equipamentos nao escoem, poluindo o solo e

sendo levados, principalmente na epoca de chuva aos cursos d'agua.

1.9 - MANEJO DE RESIDUOS S6LIDOS

No transporte de entulho e lixo, para evitar a perda do material transportado deve

ser evitado o excesso de carregamento dos vefculos, al6m de ser mantida uma

fiscaliza,co dos cuidados necessarios no transporte, como em rela,co a cobertura

das cac,ambas ou carrocerias dos caminhoes com lona.

O trafego de caminh6es provoca a gerac,o de poeira e rukdos, alem de contribuir

para deteriora,co das vias de acesso. Estes impactos deverao ser minimizados

durante a operacionaliza,ao das tarefas de minera,ao e construc,o do a,ude. 0

dimensionamento da carga ideal, a redu,co da velocidade de manobra e transporte

de materiais definidos de acordo com as normas t6cnicas e respeitadas pelos

motoristas, e ainda associadas a manutenc,o dos caminhoes e uma sinaliza,ao de

trafego adequada, minimizarao estes impactos.

Existem formas de se reaproveitar o entulho como mat6ria-prima (agregado,

ferragens) para novas construc,es e reformas. As prefeituras mais proximas

poderao ser incentivadas a favorecer seu beneficiamento, de modo a usa-lo como

material em canteiros, calcamentos, equipamentos urbanos de uso coletivo

(banheiros-publicos). Dependendo de sua qualidade, o entulho pode ser usado

como material de cobertura nos aterros sanitarios ou controlados da pr6pria obra,

como base ou sub-base de estradas ou na recuperac,o de areas degradadas.

Os materiais originados pela escavago e terraplenagem no eixo do barramento e

do canteiro de obra tamb6m deverao ser transportados para locais com estabilidade

hidrodinamica e de transporte, evitando a estocagem no leito a jusante e nas

encostas dos taludes.

Deve haver um perfeito controle sobre o lixo gerado nos acampamentos de obras,

sob pena de permitir a prolifera,ao de vetores indesejaveis (ratos, r6pteis,

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 19

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mosquitos, etc.). 0 lixo dos acampamentos deve ser recolhido separadamente

(organico/umido e inorganico/seco) para que possam ter destino final diferenciado. 0

lixo umido deve ser enterrado em valas, intercalado com camadas de terra

compactadas, sendo que a camada de recobrimento deve ser de no minimo 60 cm.

0 lixo seco (papel, papelao, vidro, plastico, etc) deve ser encaminhado ao servico de

limpeza urbana do municfpio mais pr6ximo ou negociado com terceiros para a sua

posterior reciclagem.

1.10 - DESMOBILIZA,CAO DO CANTEIRO DE OBRAS

Toda a infra-estrutura apresentada para ser utilizada durante a construcao do acude

caracterizada essencialmente por canteiro de obras e equipamentos de maquinaria,

deverao se relocados e removidos da area de influencia direta, exceto nos casos em

que estas estruturas forem aproveitadas na fase de operac,o do acude.

Para esta atividade deverao ser instrumentalizadas as etapas de remocao de

acampamento de operarios e equipamentos associados com depositos de

combustfvel (incluindo a camada de solo contaminada), equipamentos de oficinas e

garagem de caminhoes e tratores.

Durante e ap6s a durac,o das obras pode ocorrer a degradacao de uso do solo

causados pela explora,ao de ocorrencias de materiais de construcao, abandono de

areas utilizadas em instala,ces provis6rias, disposic,o inadequada de bota-fora de

materiais removidos, falta de limpeza das areas exploradas e/ou utilizadas em

instalac,6es. Diante disso nao sera permitido o abandono da area de acampamento

sem recuperac,o do uso original; bem como o abandono de sobras de materiais de

construcao, de equipamentos ou partes de equipamentos inutilizados. Os reskduos

de concreto devem ser acondicionados em locais apropriados, os quais devem

receber tratamento adequado.

0 tratamento paisagistico a ser dados As areas dos caminhos de servigos, ap6s a

conclusao das obras, consiste em espalhar o solo vegetal estocado durante a

construc,o dos mesmos, regularizar o terreno e reflorestar com gramineas e

especies nativas.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 20

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1.11 - REMOQAO DE INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE

Nas areas a serem inundadas observa-se geralmente a presen,ca de estruturas

caracteristicas de zonas rurais, compostas principalmente de edificac,es publicas,

casas residenciais, currais, pocilgas, cercas, etc.

Em geral, as edificac,es quando submersas tendem a constituir graves empecilhos

a pesca, as atividades balnearias e a navegac,o, al6m de prejudicar a livre

ocorrencia dos fen6menos inerentes a autodepura,cao do reservatorio, de forma a se

constituirem em obstaculos artificiais a livre migra,cao das massas de agua,

diminuindo a temperatura e a turbuilncia das camadas, prejudicando assim a

reaerac,o das aguas. Uma vez existindo dificuldade de penetra,ao do oxigenio

dissolvido a reoxigenac,o por fotossintese sera prejudicada, pois faItarao os

principais elementos necessarios a proliferac,o do fitoplancton (algas multicelulares

e unicelulares) responsavel por este processo. Serao tambem prejudicados pela

reduc,o do oxigenio dissolvido nas aguas os processo de depurac,o biologica

responscveis pela redu5o da populavo bacteriana e de outros seres patog6nicos.

Associada a estes fatores, a submersao de fossas, currais e pocilgas sem previa

limpeza e/ou tratamento tamb6m representa agentes potenciais de poluicao, pois a

depender da capacidade autodepurativa do reservat6rio podera haver propaga,ao

de agentes infecciosos e problemas relacionados a eutrofiza,ao do lago. A

permanencia de cercas de arame, quando submersas, pode constituir riscos a

recreac,o e a pesca, e quando semi-submersos comprometem os valores est6ticos

e paisagisticos.

Comprova-se portanto que a adoc,o de certas normas para limpeza elimina os

fatores ativos ou potenciais de poluic,o presentes na area a ser inundada, evitando

que o processo de conserva,co ambiental seja oneroso.

Os componentes da infra-estrutura publica e privada existentes na bacia hidraulica e

a serem removidos e/ou receberem tratamento adequado deverao ser quantificados

a partir dos dados levantados pelo cadastro. Com base nos dados do cadastro e da

pesquisa de campo, deverao ser adotadas as seguintes medidas: (i) demolicao de

todas as edifica,ces publicas e privadas (habitac6es, cercas, etc.) e remo,co do

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construao 21

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entulho para fora da area a ser inundada. 0 material reutilizavel deve ser separado e

os materiais restantes, nao combustfveis, devem ser enterrados a uma profundidade

minima de um metro. (ii) as fossas devem ser esgotadas, sendo o lodo transportado

para outros locais. 0 tratamento desse lodo pode ser feito com a simples adi,co de

cal hidratada e posterior aterramento com material argiloso. (iii) os detritos de hortas

e pocilgas, currais, etc., devem ser removidos para cavas abertas, contendo cal

hidratada e em seguida recobertos com material argiloso; (iv) o lixo dom6stico,

quando combustivel, devera ser recolhido e incinerado, sendo o material resultante

da queima, posteriormente enterrado em solo argiloso, de modo que o local fique

impermeabilizado; (v) os cemit6rios devem, ap6s a exuma,co dos cadaveres, ser

alvo de desinfec,co com cal virgem e posterior aterramento com material argiloso.

A remo,ao da infra-estrutura devera ser executada a medida que os trabalhos de

desmatamento forem avan,ando, fazendo uso sempre que possivel da mao-de-obra

local.

1.12 - REGRAS PARA SALVAMENTO AO ACASO DE PATRIMONIO CULTURAL

Dentro do programa de identifica,co e resgate pr6vio do patrim6nio cultural, nunca

se consegue detectar todo o material cientifico existente na area de um

empreendimento, mesmo se utilizando os mais avan,cados recursos tecnol6gicos.

Nao sao raras as chamadas descobertas ocasionais, ocultas as vezes em estratos

muito profundos de um terreno, que s6 sao encontrados em estagios muito

avan,ados das obras de engenharia.

Assim, um conjunto de procedimentos, descritos abaixo, se fazem necessarios para

uma interven,co de emergencia, seja no canteiro de obras, na area de alagamento

(quando for o caso) ou na zona de influencia direta e indireta do empreendimento:

1. Em todas as atividades do empreendimento, voltadas para a remo,ao ou

41 remobiliza,ao de materiais naturais, como os desmatamentos, sondagens,

terraplenagem, explota,ao das jazidas de empr6stimo, entre outras, devera ter o

acompanhamento de um tecnico da institui,co contratada, por uma periodicidade

a ser definida.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 22

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JUSTIFICATIVA: A descoberta de sftios arqueol6gicos e paleontologicos se da

muitas vezes pela presenca de fragmentos de objetos de tamanhos variados,

frequentemente disformes, como artefatos de pedra lascada ou polida,

estruturas biogenicas fossilizadas, ossos de vertebrados trabalhados, ceramicas,

Ioucas, entre outros, que so sao reconhecidos como material cientffico por um

profissional devidamente treinado e experiente.

2. No caso de alguma descoberta ocasional, que nao foi detectada no resgate

pr6vio, devera haver a paralisac,o momentanea da obra at6 a vistoria preliminar

da equipe cientifica, que estabelecera os procedimentos a serem executados

imediatamente. Em qualquer caso devera ser garantido o tempo mfnimo

necessario para uma intervencao de emergencia no local do achado.

JUSTIFICATIVA: Os procedimentos arqueol6gicos e paleontol6gicos sao por

natureza muito minuciosos, devido a grande quantidade de informagoes que se

precisa obter para uma interpretac,o segura do achado. Os trabalhos de engenharia

em um empreendimento precisam e devem ser realizados em sintonia com essa

necessidade. Esse fato devera ser previsto nos contratos com as empreiteiras, que

deverao ter direito a prorrogagoes de seus prazos para o cumprimento da obra em

um caso desses.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construsao 23

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0

2 - PLANO DE CONTROLE E RECUPERACAODAS AREAS DAS JAZIDAS DE EMPRESTIMO

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2 - PLANO DE CONTROLE E RECUPERACAO DAS AREAS DAS

JAZIDAS DE EMPRESTIMO

2.1 - PROCESSOS DE DESMATE, DECAPEAMENTO, ESCAVACAO, ETC

As areas de empr6stimo a serem explorados para constru,ao de barragem,

constituem-se de jazidas de materiais terrosos, de jazidas de areia e de jazidas de

rocha (pedreira).

A pesquisa de jazidas de materiais para uso nas obras (arenosos, petreos e

argilosos) devera ser efetuada, prioritariamente, no interior da bacia hidraulica.

Somente ap6s esgotadas as possibilidades de explorac,o das jazidas na area de

inunda,ao, devera ser feita a pesquisa em outras areas. A recuperacao total das

areas de empr6stimo, conforme citado neste documento, sera obrigat6ria para todas

as jazidas localizadas fora da area de inundacao e constara explicitamente da

documenta,co para licitac,o. Assim, em cada caso, devera ser avaliado se havera

diferenca significativa de custos entre explora,ao das jazidas no interior da bacia

hidraulica e fora da bacia - com seu correspondente custo de recupera,co -,

devendo-se optar, sempre que possivel, pelas areas no interior da area a ser

inundada.

As atividades de extrac,o deverao ser acompanhadas de um piano de controle

ambiental visando a manuten,co da qualidade ambiental da area e a compensacao

e atenuacao das adversidades geradas. E importante ainda considerar na

concep,co do plano de controle ambiental para as jazidas de emprestimo, que as

cavas a serem formadas ficarao, em media, com 1,5 m de profundidade.

a) Desmatamento das areas a serem exploradas ( limpeza do terreno)

- A cobertura vegetal devera ser removida somente na faixa prevista para a

execuc,o do decapeamento do esteril e em periodo precedente a esta operacao, de

forma que logo ap6s o desmatamento ocorra o decapeamento. A retirada da

vegetac,ao devera ocorrer a medida que for havendo necessidade de se explorar

cada jazida;

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 24

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- Evitar o desmatamento de todas as jazidas em um mesmo periodo;

- Delimitar previamente a area a ser desmatada, podendo-se utilizar piquetes de

madeira ou outro tipo de marco que possa servir como elemento de demarca,ao;

- Orientar os operarios quanto aos processos de retirada da vegetacao, no sentido

de reaproveitar os restolhos vegetais;

- Respeitar as areas de interesse ecologico (Area de Controle Ambiental e de

Preservacao Permanente), como forma de conservar as condic,es naturais desses

ambientes.

- Evitar a queima da cobertura vegetal, encontrando destino para os troncos vegetais

que forem cortados e estocar quando possivel os restolhos vegetais junatmente com

o solo para utilizac,ao na reabilitac,o de setores degradados fora da bacia hidraulica;

- Compensar o desmatamento com o plantio de uma cortina de prote,cao de contato

as margens da acesso principal a area da barragem e promover a densidade

floristica da faixa de preserva,cao permanente do a,cude. Essa cortina de vegeta,ao

podera ser formada por frutfferas regionais consorciadas

b) Decapeamento do esteril

- Orientar os trabalhos de decapagem em fun,co da espessura do capeamento de

solo organico, que servira para recobrimento das superffcies a serem recuperadas;

- Definir previamente a espessura do horizonte considerado como solo f6rtil, quando

este existir, e fazer o manejo para as areas delimitadas para a estocagem;

- 0 solo f6rtil removido, quando estocado, devera ser conservado para uso nos

setores degradados a serem reabilitados, podendo ser utilizado tambem na

cobertura da superficie final do bota-fora;

- Nas jazidas de rocha deve-se evitar depositar materiais nos limites exteriores dos

taludes, como tambem o estacionamento de maquinas, sem obedecer uma distancia

mfnima no sentido de evitar acidentes.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 25

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c) Estocamento do solo

- Para a estocagem do solo, 6 recomendavel fazer o dep6sito em local plano,

formando pilhas regulares nao superior a 2 metros de altura. No sentido de prevenir

a erosao e o carreamento de particulas mais finas, a base da pilha podera ser

protegida com troncos vegetais (do desmatamento da pr6pria area) e toda sua

superficie devera ser recoberta com restolhos vegetais;

- Procurar nao alterar as caracterfsticas do solo removido, evitando a compactacao

do material. 0 revolvimento peri6dico do solo ira facilitar o processo de aerac,o

promovendo uma melhor atividade biol6gica, o que aumenta a sua fertilidade.

d) Deposig5o do esteril (Bota-fora)

- promover as escavac,es das areas das jazidas de solo na bacia hidraulica, como

forma de recuperar a conformac,o do relevo, facilitando os trabalhos de recupera,ao

das areas degradadas;

- a superficie final das areas de bota-fora deverao ficar com topografia suavemente

inclinada em dire,ao a bacia hidraulica.

- implantar drenagem na superficie das areas de bota-fora;

- depositar o material em camadas compactando com o pr6prio equipamento de

transporte, devendo-se alternar camadas de rejeito dos materiais terrosos com

camadas de rejeitos do material rochoso; e

- colocar uma camada de material drenante (rejeito duas pedreiras) na superficie de

fundac,o para evitar futuros problemas geot6cnicos; e

- compactar a superficie de forma a atenuar os processos de itemperismo e erosao.

4D e) Escavagio / desmonte

As escavaco6es nas jazidas de solo e areia, ficarao com uma profundidade m6dia de

1,5m. Os materiais serao removidos mecanicamente, com uso de pa carregadeira.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construsao 26

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As jazidas de rocha locadas na encosta serao exploradas com uso de explosivos,

para o desmonte da rocha. Serao incluidas no item desmonte, as medidas propostas

para as opera,ces de perfura,co primaria, perfura,ao secundaria e fogacho,

considerando-se que o conjunto faz parte do desmonte de rocha na pedreira.

- evitar o derramamento de materiais combustiveis na area da bacia hidraulica;

- fazer manuten,co dos equipamentos para evitar emissoes abusivas de ruidos,

gases e poeiras;

- sinalizar as areas em opera,ao;

- cercar as areas em explora,ao para evitar acidentes com pessoas ou animais.

- a area da minera,co devera permanecer cercada com estacas de madeira e

arame farpado, recomendando-se que para melhor defini,ao de limites a

extremidade das estacas sejam pintadas na cor vermelha ou azul e que sejam feita

manuten,co peri6dica do cercamento.

- colocar na area da extra,ao de rocha uma placa indicativa informando a situacao

legal da atividade junto aos 6rgaos licenciadores;

- delimitar, cerca e sinalizar o limite da area de seguran,a da pedreira;

- durante as perfurac,es os equipamentos de porte, como compressor e trator,

devem guardar distancia das cristas das bancadas;

- durante a opera,ao da lavra, os trabalhadores deverao usar equipamentos de

prote,co individual (luvas, botas, capacetes e 6culos de prote,ao);

- o pessoal que ira trabalhar na perfura,co devera utilizar permanentemente protetor

auricular e mascara contra poeiras;

0 - elaborar previamente o Plano de Fogo para cada desmonte;

- na utilizacao de explosivos procurar adotar as seguintes recomendac,es t6cnicas:

a) evitar detonar explosivos dando-lhes peso ou engatamento inadequado;

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construao 27

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b) usar razao de carregamento adequada para o desmonte do quartzito;

c) nao adotar afastamento grande;

d) procurar utilizar malha adequada;

e) evitar uso do pr6-fissuramento;

f) evitar detonar furos de levante;

g) adotar retardos entre carreiras compativeis com a frequencia de vibrac,o;

h) evitar detonar explosivos nao confinados;

i) orientar as detonaco6es, adotar adequadamente o horario de fogo e procurar

manter regularmente esse horario para que as pessoas da regiao se acostumem

com os ruidos provocados. Deve-se evitar domingos, feriados e horarios de silencio;

j) o t6cnico encarregado do fogo, antes do infcio das detonac,es, devera recuar todo

o pessoal da area de risco, interditar a estrada de acesso a frente de desmonte,

avisar atrav6s de sirene, como forma de alertar quanto ao horario das detonac,es;

k) ap6s as detonac,es a area devera ser inspecionada para posterior liberacao as

operac6es de marroamento e carregamento;

I) aguardar tempo suficiente para que os gases sejam dissipados;

m) Nao deixar furos carregados de um dia para o outro.

- cabe a empresa executora da obra fazer cumprir as determinac6es contidas no

Codigo de Minera,ao, na Consolida,co das Leis Trabalhistas e nos demais

dispositivos vigentes no Pais, no que se refere as condic,es insalubres de trabalho

dos operarios durante a utilizacao de equipamentos pesados;

* - a manutenc,o peri6dica dos equipamentos utilizados nesta operacao devera

atenuar os gases e ruidos emitidos abusivamente;

- as areas e as instalac,es de risco potencial, assim como as frentes de lavra devem

permanecer adequadamente protegidas e sinalizadas;

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construgao 28

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- para minimizar a polui,co do ar e o impacto visual decorrente dos trabalhos de

lavra 6 importante manter a vegeta,co no entorno da area de lavra e das faixas de

controle ambiental; e

- deve-se evitar o uso de fogo secundario, recomendando-se que a fragmenta,co de

blocos seja feita atrav6s de m6todos mecanicos.

f) Manuseio de explosivos

- Seguir as normas de armazenagem de explosivos estabelecidas pelo Minist6rio do

Ex6rcito, ou seja, os dep6sitos devem ser localizados em terrenos firmes, secos,

salvo de inunda,ces e nao sujeitos a mudan,as frequentes de temperaturas ou a

fortes ventos. Deve ser mantida uma faixa de terreno limpo, com largura de (vinte)

metros em torno do dep6sito. A armazenagem de p6lvora, dinamites e estopins deve

ser feita em dep6sitos separados, desprovidos de instala,co de energia el6trica.

Entretanto 6 oportuno ressaltar algumas medidas de controle de acidentes no que

concerne a esta agao:

a) locar o dep6sito de explosivos em area que apresente seguran,a contra

incendios;

b) fazer manuten,co peri6dica do dep6sito de explosivos;

c) controlar a entrada e safda de explosivos, devendo ter acesso ao dep6sito

somente o pessoal autorizado pela empresa;

d) o manuseio de explosivos devera ser feito por um blaster, sob inspe,co de t6cnico

habilitado, devendo-se tomar precau,ces para o seu transporte at6 a frente de

desmonte, evitando choques, empilhamento e mistura de materiais como explosivos

e acess6rios;

e) os explosivos nao utilizados deverao retornar imediatamente ao dep6sito;

f) as embalagens dos explosivos utilizados deverao ser queimadas, guardando

distancia dos pai6is e da frente de lavra; e

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 29

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g) todos os explosivos comprometidos em seu estado de conservacao deverao ser

destruidos de forma adequada.

g) Transporte do produto

- Durante o transporte dos materiais ate a area do barramento ou at6 os dep6sitos

de estocagem de est6ril, aten,co especial devera ser dada as estradas de acesso

cont[nuo, procurando controlar a velocidade dos veiculos;

- Nao ultrapassar a carga maxima permitida por carrada;

- Recuperar os trechos deteriorados da estrada.

- Fazer o controle da manutencao e regulagem peri6dica dos caminhoes como forma

de evitar emissoes abusivas de ruidos e gases.

- Controlar a poeira durante a estiagem atraves da aspersao de agua ou umectac,o

no acesso dentro da area do projeto;

- Os ventos dissipam parcialmente as poeiras e gases, minimizando estes impactos;

- As estradas de acesso dentro da area do projeto devem receber sinaliza,co

adequada, compativel com a sinaliza,ao convencional de transito;

- Os veiculos utilizados para manuseio do est6ril e transporte do min6rio deverao ter

velocidade controlada e sua manutenc,o devera ser peri6dica.

h) Drenagem superficial

Os trabalhos de drenagem superficial das areas a serem exploradas se farao

necessarios somente se a operac,o ocorrer durante o periodo chuvoso, de forma

que, o objetivo principal da drenagem superficial nesse caso sera o de facilitar os

trabalhos de explora,co, uma vez que as areas a serem exploradas ficarao

submersas;

- Nas jazidas de solo, durante o periodo chuvoso, deverao ser abertas valetas de

drenagem no entorno da area de explorac,o visando controlar o fluxo superficial

para dentro da escava,cao;

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construrao 30

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- Na area de explorac,ao de solo, o piso devera ficar com superficie inclinada

possibilitando a acumulac,o d'agua e, apenas um setor;

- valetas longitudinais devem construidas para conduc,o das aguas pluviais;

- As pilhas de bota-fora e de estoque de solo acumulado, devem ser protegidas,

tanto em suas bases como na superficie. Deve colocar na base das pilhas troncos

de madeiras e recobri-la com restolhos vegetais, evitando-se dessa forma o

carregamento e transporte de sedimentos.

- Embora o escoamento superficial da area em apresso seja torrencial, nas areas de

exploracao de areia, locadas no leito fluvial, recomenda-se apenas a colocacao de

barreiras para minimizar a energia de fluxo.

- Nas areas das pedreiras recomenda-se que seja implantadas canaletas no entorno

da area em exploracao para direcionamento do fluxo, devendo nas extremidades

das canaletas serem construidas caixas de sedimentac,o, para contenc,o dos

sedimentos carreaveis das coberturas. Isto atenuara o transporte de sedimentos

para o interior da bacia hidraulica.

2.2 - RECUPERAQAO DAS AREAS DEGRADADAS

As jazidas de solo e areia locadas dentro da bacia hidraulica, nao necessitarao de

recuperacao ambiental, posto que estas serao inundadas, entretanto, recomenda-se

que ap6s a explorac,o, os taludes formados sejam suavizados e os terrenos

compactados, para evitar transporte de massa e mobilidade de sedimentos durante

o enchimento do reservat6rio. Ainda neste contexto, e essencial que seja recolhido

todos os restos de materiais como peca de reposi,co de maquinas e equipamentos,

cercas, placas e esteril ou rejeitados que tenham ficados no local.

Com rela,ao as jazidas de rocha, que ficara parcialmente submersas recomenda-se

que esta seja redimensionada para ficar totalmente submersa. Desse modo apenas

a parte do decapeamento das duas jazidas tera que ser recuperada. Os taludes do

capeamento de solo formado para explora,co das pedreiras deverao ficar

suavizados e estabilizado com plantio de esp6cies da regiao, sendo recomendadas

as seguintes ac,es:

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construq5o 31

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- suaviza,ao dos taludes do capeamento de solo com equipamentos manuais,

haja vista tratar-se de uma area com declividade acentuada;

- compactacao da superficie suavizada;

- recobrimento da superficie com urma camada de solo organico, proveniente

do estoque de solo formado durante o decapeamento;

- plantio de especies herbaceas com sistema radicular profundo, devendo

utilizar gramineas e cyperaceas das areas circunvizinhas;

- 6 recomendavel adotar o plantio por hidrosemeadura, dada a declividade do

terreno. Este m6todo consiste na mistura de sementes, fibras de madeira, adesivos

resinas, fertilizantes e agua. A mistura devera ser bobeada atrav6s de jateador e

aspergida sobre o terreno.

- construir sistema de drenagem no entorno dos setores em recupera,ao para

evitar processos erosivos decorrentes do escoamento superficial, podendo utilizar

barreiras de conten,co ou canaletas de drenagem.

Na parte rochosa, antes de abandonar a area, deverao ser removidos os blocos

soltos ou sujeitos a rolamento, bem como os restos de materiais est6reis ou rejeito.

Ainda, deverao ser recolhidos todos os equipamento utilizados durante a explorac,o

e materiais como cercas, estacas, placas e etc.

Tratamento diferenciado sera dado a areas que ficarao parcialmente submersas. Na

parte a ser indundada serao adotados apenas os m6todos fisicos para formacao

topografica do relevo e estabiliza,ao da superffcie. Ademais, as t6cnicas propostas

para a reabilitac,o serao genericamente aplicadas as demais areas.

Para recuperac,o das areas degradadas recomenda-se a aplicacao de m6todos

ffsicos e biol6gicos, sendo que os m6todo fisicos deverao ser executados tao logo

as areas sejam exploradas, e, os m6todos biol6gicos, deverao ser executados no

in[cio do periodo chuvoso.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 32

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- Metodos fisicos

-recomposic,o topografica das areas exploradas com a utiliza,co do material

de bota-fora estocado;

- sistematizac,o dos terrenos, os quais deverao ficar com inclina,ao

suavizada em direc,ao a bacia hidraulica,

- compacta,ao dos terrenos;

- recobrimento com camada superficial de solo organico, devendo a

espessura da camada ser definida em funcao do volume estocado.

- Metodos biol6gicos

Os m6todos biologicos contam das opera,ces de revegeta,ao das areas

recuperadas topograficamente, quais seja:

Aquisic,o de mudas de especies vegetais em estabelecimentos especializado. A

encomenda destas mudas devera ser feita, em periodo de no minimo 60 dias antes

do plantio, para que o produtor possa prepara-las adequadamente no quantidade

desejada. A quantidade de mudas deve ser calculada em funcao da area superficial

a ser reflorestada, considerando-se um espacamento de 6,0 m de equidistancia

entre as plantas.

A composicao de especies para o reflorestamento devera incluir esp6cies pioneiras(

de crescimento rapido), especies leguminosas e frutiferas. Esta consorciacao

otimizara o plantio, pois as especies pioneiras vao produzir sombra para as demais,

as leguminosas possuem a propriedade de fixar o nitrogenio no solo e as esp6cies

frutiferas atrairao a fauna mais rapidamente, principalmente as aves que por sua vez

agilizarao a disseminacao e o intercambio de sementes entre a mata da regiao e as

areas em recupera,co;

As mudas devem ser transportadas para a area na idade ideal para o plantio;

O terreno deve ser preparado antecipadamente para receber as mudas. Deve-se

preparar as covas e o adubo para enchimento das covas;

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O transplante das mudas deve ser feito de forma cuidadosa para que estas nao

sofram traumatismos;

- durante o transporte at6 a area, deve-se evitar a a,co direta do sol e dos

ventos;

- colocar tutores nas plantas para evitar a quebra dos galhos;

- apos o plantio fazer o acompanhamento do crescimento das plantas,

aplicando-se tratos culturais como elimina,co de ervas daninhas, combate a

formigas e etc.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 34

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3 - PLANO DE DESMATAMENTO E LIMPEZADA AREA DE INUNDAQAO

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3. PLANO DE DESMATAMENTO E LIMPEZA DA AREA DE

INUNDAQAO

3.1 - INTRODUQAO

O Piano de Desmatamento da bacia hidraulica deve constituir-se de um conjunto deac,es sequenciadas, definidas a partir do conhecimento do projeto e do diagn6sticoambiental da area, tendo dentre os muitos objetivos, os seguintes:

- remoc,o da cobertura vegetal da area da bacia hidraulica, comfins de manter o padrao de qualidade da area a ser acumulada;

- aproveitamento racional dos recursos florestais;

- preserva,co do patrimonio genetico da vegeta,co nativa(caatinga);

- protec,o a fauna;

- preservac,o das areas consideradas como reservas ecol6gicas,segundo a RESOLUQAO 004/85 do CONAMA;

- protec,o dos trabalhadores envolvidos com a operacao;

- protecao das popula,6es perif6ricas; e

- garantia da qualidade ambiental nas areas de entorno do a,cude.

Este plano integrara as atividades nao s6 da bacia hidraulica, mas tamb6m dasareas destinadas a jazidas de empr6stimo, acessos e canteiros de obras.

Sendo a Lei Federal no. 3.824, de 23 de novembro de 1960, torna-se obrigat6ria adestoca e consequentemente a limpeza das bacias hidraulicas do acudes, represasou lagos artificiais construidos pela Uniao, Estados e Municipios ou empresasparticulares que gozem de concessoes ou de qualquer favor concedido pelo poderpublico.

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A resolucao CONOMA 004/85, Art. 30 , reza que sao reservas ecol6gicas asflorestas e demais formas de vegeta,ao natural situadas ao redor de reservat6riod'agua natural ou artificial desde o seu nivel mais alto medindo horizontalmente, emfaixa marginal, largura minima de 100 metros para os que estejam em area rural.

0Nesse contexto 6 indispensavel a elaborac,o de um plano de desmatamento queintegre as seguintes a,oes:

- diagn6stico floristico da area da bacia hidraulica e seu entorno;

- selec,o de esp6cies e formacao de banco gen6tico;

- demarca,co das areas de desmatamento;

- definic,ao dos corredores de escape da fauna;

- defini,ao da area de preserva,co permanente;

- definic,ao dos m6todos de desmatamento;

- recursos florestais aproveitaveis;

- prote,co ao trabalhador; e

- prote,ao a populagao perif6rica.

3.2 - DIAGNOSTICO FLORiSTICO

O desmatamento gerard significativos efeitos adversos ao potencial biol6gico daarea, em especial a flora. As esp6cies aut6ctones, principalmente os animais depouca mobilidade poderao sofrer prejuizos. A flora sera completamente removida dabacia hidraulicas, sendo previsivel prejuizo ao patrimBnio gen6tico das esp6ciesamea,adas de extinc,o. De modo geral, ocorrera eliminac,o de habitats da area aser desmatada, sendo que as populac,oes de animais de maior porte migrarao paraareas contfguas, onde irao competir com a fauna ja em equilfbrio. 0 prejuizo afauna, quer seja pelo desmatamento seguido de enchimento do reservat6rio, querseja devido a competi,ao gerada nas zonas perif6ricas, podera causar a extingao dealgumas esp6cies menos resistentes, provocando quebra de elos na cadeia

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biologica do ambiente receptor. Com o fim de atenuar as adversidades a fauna seraproposto um plano de salvamento da fauna para ser aplicado antes e durante odesmatamento.

Muito embora a vegetacao nativa pode apresentar-se bastante degradada, torna-sede grande relevancia a elaborac,o de um diagn6stico floristico, no qual devera seratenqao especial as esp6cies de impotancia ecol6gica, de valor economico e devalor medicinal.

No EIA/RIMA deve ter sido realizado o levantamento da flora e da fauna da area dabacia hidraulica do reservat6rio e de seu entorno. Caso nao tenha sido realizado 6indispensavel o seu levantamento de modo a definir os trac,os fision6micos dacobertura vegetal e individualizadas as unidades geoambientais, levando-se emconsiderac,o a interrelacao das condic6es geomorfol6gicas, geol6gicas,pedalogicas e vegetais.

Dessa forma, deve ser elaborado um diagnostico mais detalhado da formag6esfloristicas para dar suporte a definigao da selec,o de especies de interesseecol6gico que fornecerao material para compor um banco gen6tico, bem comodelimitagao das areas de reserva ecologica, corredores faunisticos, salvamento dafauna e quantificagao e qualificac,o dos recursos vegetais a serem reaproveitados.

O diagn6stico floristico devera levar em consideragao as seguintes agoes:

- analise geral em fotografias a6reas complementada comverificac,o de campo, devendo ser elaborado um mapa decompartimentac,o florfstica da area a ser inundada e da area deentorno, devendo abranger no minimo a faixa de protegao doreservat6rio, onde deverao ser identificados e delimitadossobretudo, as areas de interesse ecol6gico, tais como reservaflorestais e alimentares, corredores de escape e zonas de refugioda fauna;

- realizagao de perfis de cada unidade vegetal identificada naarea do reservat6rio, com constatac,o de especies jarelacionadas no diagn6stico ambiental realizado;

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- determina,co de locais de pouso e de refugio de animais;

- definicao e caracteriza,co das esp6cies de interesse ecol6gico,considerando-se al6m do levantamento "in loco", os relatos de

moradores da regiao;

- identifica,co dos pontos de coleta de material floristico a ser

enviado para herbario;

- execucao de levantamento fitossociol6gico representativo

quanto a definicao do material a ser reaproveitado.

3.3 - SELE,CAO E COLETA DE MATERIAL BOTANICO

Ap6s o diagn6stico, ou mesmo durante a fase de campo desta ag,o, devera serrealizada a coleta de partes do tipos vegetais da flora nativa, que representeminteresse ecol6gico. 0 material botanico coletado( folhas, frutos/sementes e etc.)devera ser remetido para um herbario, uma vez que torna-se inviavel a instala,ao deum equipamento desta natureza no local.

Recomenda-se que as exicatas sejam enviadas aos herbarios Prisco Bezerra daUniversidade Federal do Ceara e Afranio Fernandes da Universidade estadual doCeara. Esta atividade devera ser precedida de um acordo com os respectivosherbarios.

Esta acao tem como objetivo:

- identificar esp6cies com potencialidade ao reflorestamento nas

areas de entorno do acude;

- incrementar o acervo botanico fornecendo materiais para

identifica,co de plantas, os quais servirao para ajudar na

elabora,ao de trabalhos sobre a flora da regiao;

- identificar plantas t6xicas, objetivando o seu controle ou, nocaso de intoxica,co, auxiliar na indica,co do rernmdio correto aser utilizado;

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- divulgar informa,co sobre as plantas medicinais e/ou uteis ao

homem.

A execucao da fase de campo desta acao consiste nas seguintes atividades.

a) coleta de especimes - deve-se coletar somente plantas ferteis, ou seja,com flores e/ou frutos, pois estes 6rgaos sao essenciais para classifica,ao dosvegetais. Deve-se elaborar uma caderneta de campo onde deverao serregistrado as informa,ces necessarias a elaborac,o das etiquetas, quais sejam,data da coleta, nome do coletor, local da coleta e altitude, tipo e estado davegeta,co, textura e drenagem do solo, e se possivel, o uso atual da area, e por fimdescri,co geral da planta. Apos a coleta, deve- se efetuar a desseca,co dasplantas coletadas a fim de evitar a quebra das folhas e estragos causados por

fungos e/ou bacterias.

b) acondicionamento das coletas - As plantas ja coletadas devem sercolocadas adequadamente em uma prensa de campo. Este equipamento consistede duas tabuas atadas com barbante, sendo que entre as mesmas, sao dispostasalternadamente uma folha de papel absorvente ( podendo-se utilizar jornais) e umaamostra de planta devidamente montada, ate que todas as plantas sejam colocadasna prensa. No final, amarra-se a prensa, de modo que o material fique sob pressao,e reserve-se para enviar ao herbario a medida que as plantas forem secando

convem apertar os barbantes para que as plantas nao enruguem.

Durante a coleta recomenda-se que seja feita a documentacao fotografica dasesp6cimes, bem como das parte coletas antes de serem prensadas, procurando-se

mostrar o maximo de detalhes.

No herbario serao realizadas as atividades de secagem em estufa, confec,co deetiquetas, identifica,ao e anotacoes das coletas, montagem de exicatas eincorpora,ao ao herbario.

Apos a identifica,co da flora devera ser efetuado material para formar um banco desementes que devera servir para o reflorestamento ou adensamento da vegeta,conas areas de preservacao permanente.

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Recomenda-se que a coleta de sementes seja feita durante um ano a mais, antes dodesmatamento, ampliando-se a possibilidade de coletar sementes da maiorias das

esp6cies de interesse ecol6gico. Estas sementes deverao ser postas a secar earmazenadas adequadamente para utiliza,ao posterior para produ,ao de plantas em

*D viveiros, ou mesmo para serem disseminadas nas areas de entorno do acude.

3.4 - DEMARCA,CAO DAS AREAS PARA 0 DESMATAMENTO

Para a constru,co do ac,ude podem ser realizados desmatamentos diversos,entretanto, o desmatamento mais significativo sera o da area a ser inundada,

sendo de grande importancia para atenuacao e controle dos impactos ambientais adelimita,co pr6via da area da bacia hidraulica.

Torna-se importamte ressaltar que a grande maioria dos desmatamentos a seremrealizados para infcio da constru,co da barragem serao dentro da bacia hidraulica, aexemplo das area das jazidas de empr6stimo, dos acessos internos e etc.

A demarca,co devera considerar a principio, os limites da faixa de protec,o doreservat6rio, tomando-se como base a defini,co das cota mcaxima 333, 60m, demodo que o desmatamento devera ser realizado apenas dentro da bacia hidraulicado reservat6rio, conforme Artigo 30 da Resoluc,o no 004/85 do CONAMA.

A partir do limite entre a cota maxima e a area de preserva,co, devera ser delimitada

uma faixa com largura mfnima de 100 metros que constituira envolt6rio de prote,codo reservat6rio.

A demarca,co de limites devera ser feita com piquetes de madeira, pintados devermelho e equidistantes 200 metros entre si, sendo que estes deverao ser locadoscom topografia.

A delimitac,o da faixa de preservacao devera tambem ser feita atrav6s delevantamento topografico, sendo que esta devera ser sinalizada, ressaltando-se queo cercamento da faixa de preserva,ao s6 podera ser executado apos a limpezacompleta da bacia hidraulica, permitindo a migrac,o dos animais.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construao 40

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Recomenda-se que apos a demarca,cao seja feito aceiro no perfmetro da baciahidraulica, evitando-se que ocorra perda ou retirada dos marcos por terceiros.

Considerando-se a area superficial do reservat6rio, bem como a conformacaotopografica da bacia hidraulica, o desmatamento devera ser realizado de formamodulada, de modo que a area devera ser compartimentada em setores, sendo queentre estes setores deverao ser definidos os corredores de escape.

A defini,co dos setores devera ter como parametro os eixos de drenagem.

3.5 - DEFINIQAO DOS CORREDORES DE ESCAPE DA FAUNA

A progressao das frentes de desmatamento na area do reservat6rio, devera ser feitade maneira a permitir a fuga do maior numero possfvel de animais que habitam asareas a serem desmatadas, para as areas contiguas, ou para as chamadas areas derefugio que constituem aquelas areas que permanecerao conservadas. Estas areasincluem a faixa de preserva,ao permanente, a reserva ecologica, a qual devera seradministrada pela Gerencia do reservat6rio.

Nas areas a serem desmatadas que fazem limite com a faixa de preserva,ao, odesmatamento devera iniciar nos limites opostos a esta faixa e progredir em dire,aoa ela, nunca permitindo a forma,co de "ilhas" de vegeta,co, onde os animaispossam se abrigar e ficarem encurralados.

Quando os terrenos que serao desmatados estiverem afastados das areas dereserva ecol6gica, deverao ser formados corredores de escape, constituidos porfaixas de vegeta,ao, que devera permanecer temporariamente intocada. Oscorredores deverao interligar a area objeto de desmatamento e as faixas deprote,cao do reservat6rio, durante o periodo de desmatamento. A largura destescorredores de escape devera ser de, no mfnimo 20 metros, de modo que os animaisde maior portes, possam migrar por estes ate as areas a serem conservadas.

0O tempo de durag5o dos corredores de escape dependera do rftmico dos trabalhosde desmatamento, de qualquer forma eles s6 poderao ser eliminados, ap6s ot6rmino dos trabalhos de desmatamento nos diversos setores da bacia hidraulica.

PROGERIRH - Regras Ambientais para Construqao 41

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Os trabalhadores envolvidos com a obra bem como os moradores da regiao,deverao ser prevenidos nos sentidos de nao adentrarem nos corredores de escape,pois correrao riscos de acidentes com os animais acuados.

O desmatamento dos corredores de escape devera ser feito do interior da baciahidraulica para a periferia, como forma de induzir os animais remanescentes amigrarem para as areas de preserva,co.

Durante o desmatamento devera ser feita fiscalizacao proibindo a ca,a a animaissilvestres.

3.6 - DEFINI;AO DOS METODOS DE DESMATAMENTO

Para defini,ao dos metodos de desmatamento e dos tipos de equipamentos a seremutilizados, devem ser considerados os seguintes aspectos:

- levantamento dos fatores negativos que afetam a capacidade detrabalho das maquinas, tais como: topografia, tipo de solo, condi,ces climaiticas,presenca de pedras, afloramentos e etc.;

- levantamento da tipologia florestal, observando-se o seguinte:densidade da vegeta,ao, diametro dos troncos das arvores, tipos de madeiras -duras ou moles, quantidade de arvores por hectares, etc.

Em todos os trabalhos de desmatamento, existem maneiras para o aproveitamento eretirada da vegeta,co, de acordo com a tipologia florestal e o estoque de madeiraexistente. Dentre os varios metodos de desmatamento, ressaltam-se os seguintes:

a) desmatamento parcial

Este tipo de desmatamento, aplica-se somente as estradas, acessos internos,aceiros e etc. Sao abertos com equipamentos mecanicos. Nestas areas que seraodesbravadas mecanicamente, serao derrubadas todas as arvores, havendo o totaldestocamento pelos tratores de esteiras equipados com lamina frontal e ancinho,sendo o material enleirado ao longo das estradas, aceiro etc.

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Ap6s o t6rmino da operac,o de desbravamento, todas as arvores e vegeta,coarbustiva serao abatidas com machados e foi,as, nao havendo a opera,co dedestocamento. Todo o material aproveitavel sera empilhado, medido e, se for o caso,comercializado no pr6prio local da explorac,o evitando-se os custos de transporte.

Os restolhos deverao ser removidos e estocados para utilizacao no recobrimentofinal das areas degradadas. Dessa forma ocorrera um aproveitamento quase total do

material lenhoso.

Esta 6 uma forma de desmatamento pouco onerosa, permitindo uma determinada

receita. E indicados para areas pequenas, onde necessite de urg6ncia da opera,ao.

b) desmatamento integral

Esta atividade operacional 6 totalmente mecanizada, utilizando-se marquinas eequipamentos especializados, onde toda a vegeta,ao existente 6 derrubada eenleirada, havendo a limpeza total do terreno, nao existindo o aproveitamento do

material lenhoso.

Neste tipo de desmatamento, usualmente utiliza-se os seguintes tipos dedesmatamento: tratores equipados com laminas frontais regulaveis ou nao,empurradores de arvores, laminas, rolo, faca, grade pesada e etc., os quais, emtermos econ6micos oneram bastante a operac,o.

c) desmatamento seletivo

Neste tipo de desmatamento parte da madeira 6 aproveitada, sendo que asoperac,es para o aproveitamento da vegetacao sao efetuadas em fase anterior aodesmatamento mecanizado.

E uma atividade que permite a antecipac,o de receitas atrav6s da comercializa,caoda madeira retirada. Sua viabilidade econ6mica, depende da exist6ncia de grandequantidade de madeiras aproveitaveis, da mao-de-obra existente na regiao, bemcomo, do mercado consumidor favoravel a comercializac,o dos produtos.

As operac6es mecanizadas sao efetuadas com tratores de esteiras equipados comlaminas frontais regulaveis ou nao e anchinhos enleiradores.

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d) desmatamento tradicional

Esta modalidade de desmatamento, requer grande disponibilidade de mao-de-obra e

oferece condicoes para o aproveitamento da madeira extraida.

Neste tipo de desmatamento todas as operac,es do desbravamento sao efetuadasmanualmente, onde a vegetac,o 6 derrubada e desdobrada com machados, foicas,etc. e empilhada para ser retirada da area.

As opera,6es de destoca, enco

varamento e corte das rafzes, sao efetuadas mecanicamente. Este tipo dedesmatamento 6 muito lenta, nao sendo aconselhavel sua pratica exclusiva paraareas muito extensas.

Ap6s definidos m6todos de desmatamento, deve-se definir o metodo dedesmatamento mais adequado.

O desmatamento da area inundavel devera ser realizado durante a 6poca deestiagem, quando havera maior disponibilidade de mao-de-obra para sua execucao,resultando no aumento de empregos temporarios, logo beneficiando o setor deservicos e melhorando o grau de aceita,co social do projeto, principalmente no casoda utilizac,o do processo manual.

Destaca-se tamb6m que durante o desmatamento devera ser feito o salvamento dafauna e devera ser respeitada a demarcacao pr6via dos setores a seremdesmatados.

3.7 - RECURSOS FLORESTAIS APROVEITAVEIS

Os recursos florestais existentes na area da bacia hidraulica do reservatorio podemser avaliados atrav6s do diagnostico floristico, onde conta, em itens especfficos, umadescric,o geral das caracteristicas comuns aos recursos da flora local, estandorelacionados inclusive varias esp6cies de valor econ6mico e/ou medicinal, al6m dasesp6cies fornecedoras de madeiras. Apesar destas especies poderem seencontrarem escassamente distribuidas na area a ser inundada, haja vista oextrativismo da madeira para lenha, bem como a transformac,o da mata primitiva

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em areas de culturas itinerantes ou areas com novas culturas e pecuariasextensivas, seu aproveitamento devera ser efetivado sob as seguintesrecomenda,ces:

- a,o direta dos 6rgaos envolvidos, no sentido de se aproveitarem osrecursos madereiros em obras publicas de ambito social ou mesmo nas obras dereassentamento da popula,co deslocada;

- concessao de franquia a popula,ao, para a explorac,ao de lenha e detipos vegetais 6teis a medicina caseira, como forma de se proporcionar o estimuloao replantio e/ou cultivo dos representantes mais utilizados.

- especies medicinais identificadas como raras, devem ser na medidado possivel replantadas em locais apropriados no interior da area de reserva

ecol6gica.

Em termos quantitativos, face ao carater abrangente desse estudo,recomenda-se a adoc,o de uma metodologia de quantifica,ao dos recursosflorestais aproveitaveis baseada nos seguintes aspectos:

- a quantificac,o do estoque de madeira existente na area a serdesmatada devera ser efetuada atrav6s de uma amostragem em blocos ao acasocom as seguintes dimens6es: 10,0 X 10,0m. Dentro de cada bloco deverao seranalisados os seguintes parametros:

. DAP de cada especie;

. DAP medio de cada bloco;

. H de cada especie;

. H de cada bloco;

0 . V das arvores de cada bloco;

. Fe - fator de empilhamento de cada bloco;

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. DAP - diametro da altura do peito, estimado a 1,30m acima dasuperficie do solo;

. H - altura m6dia;

V- volume m6dio.

-Para o ccAlculo do volume por bloco e a determinagAo do fatorde empilhamento, dever a ser processada a derrubada de todasas Arvores de cada bloco desdobradas em pequenos pedacos de1,2 metros de comprimento, e de cada peda9o, m6dio o maiordimmetro no meio de cada torete. Posteriormente, toda a madeiracortada deveri ser empilhada e mensurada, determinando-se o

volume de madeira empilhada, seja, o volume em metros

est6reos(st).

0 volume real de cada torete, dever: ser calculado atrav6s da f6rmula deHUBER, onde. V= gm x L, sendo:

V= volume real

gm= Area transversal no meio de cada torete

L = comprimento

Coin o c6lculo do volume real da madeira de cada bloco, estabelece-se ofator de empilhamento que 6 dado por:

FE = V.STI Vm3, sendo:

FE = fator de empilhamento

V.ST = volume em metros estereos

0Vm3 = volume em metros cubicos

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Os resultados da quantificac,o dos produtos florestais assim obtidos, sao muitoimportantes, tanto para a analise do crescimento florestal, como para a compra e

venda do estoque de madeira existente.

A disposi,co dos restolhos sera determinada durante a operac,o de enleiramento.

Na ocasiao dessa operac,o as leiras deverao ser formadas e removidas para fora daarea inundavel. Os restolhos vegetais deverao ser aproveitadas para recomposicao

da cobertura das areas a serem recuperadas.

Deve-se evitar a queima do material vegetal desmatado, porem caso venha a ser

utilizado o m6todo de queimadas, devera ser em area muito restrita e as cinzasresultantes deverao ser totalmente removidas da area da bacia hidraulica.

3.8 - PROTEQAO CONTRA ACIDENTES

Durante o desmatamento, os trabalhadores envolvidos com a operac,o ficaraoexpostos a acidentes com animais peconhentos. Ainda, com a derrubada davegetacao os moradores da regiao poderao sofrer agressoes por parte dos animaisem fuga. Dessa forma, medidas de prevencao e controle deverao ser adotadas

antes e durante a execucao do desmatamento.

Os animais peconhentos que podem oferecer perigo aos trabalhadores e apopulacao sao basicamente os seguintes:

- serpentes: jararaca (Bothrops erythomelas), animal de habitos variados, podeser encontrada enterrado a beira de rios, ou dentro d'agua; cascavel ( Crotalusdurissus), vive em campos abertos, regioes secas e pedregosas; coralverdadeira ( Micrurus ibiboboca), vive geralmente em buracos e sombra de

arvores, prefere ca,ar a noite, descansa e esconde-se durante o dia;

- aranhas: a maior parte das aranhas, como as que fazem teias aereasgeometricas. Sao inofensivas, mas algumas formas, como a caranguejeira,podem provocar acidentes, que felizmente s6 raramente sao fatais. As aranhassao encontradas no solo ou junto a vegetac,o, sendo as especies perigosas dehabito noturno;

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- escorpi6es: animais pouco agressivos e de habitos noturnos, procuram esconder-

se em pilhas de madeira, tabuas, pedras e cupinzeiros;

- lacraias: encontradas no solo em tronco ca[dos, nao representam grandes perigo.

Os acidentes provocados por aranhas, escorpioes e lacraias normalmente nao temmaior gravidade, necessitando apenas de tratamento a base de anest6sicos locais.No entanto, certas aranhas e escorpioes podem provocar acidentes graves e atemesmo fatais, principalmente se a vitima for crianca. 0 tratamento deve ser a basede soro antiaracnfdico ou de soro antiloxoscelico, contra acidentes provocadosrespectivamente por aranhas e escorpi6es.

Colmeias de abelhas e vespeiros representam, tambem riscos de acidentes para ostrabalhadores. No processo de desmatameto estes ninhos devem ser removidos porpessoal especializado e devidamente equipado, e transferidos para as areas dereserva ecol6gicas.

Os trabalhadores envolvidos na opera,ao de desmatamento deverao utilizar botasde cano alto, luvas de material resistente, e se for o caso, ainda perneiras e coletesde couro. Ressalta-se que 80% dos acidentes com serpentes atingem partes docorpo localizadas abaixo do joelho, e mais de 15% atingem a mao e o antebraco.

No local da operac,o devera permanecer pessoal treinado na identificac,o dosanimais peconhentos e na prestac,o de primeiros socorros.

No caso de acidentes com cobras durante os trabalhos de desmatamento,recomenda-se as seguintes medidas, a nfvel de primeiros socorros, at6 que se

chegue a uma unidade de saude para tratamento:

- nao amarrar ou fazer torniquete, pois estes impedem a circula,ao do sangue,podendo produzir necrose ou gangrena. 0 sangue deve circular normalmente.

- nao colar na picada folhas, p6 de cafe, terra ou fezes, pois podem provocarinfecg6es;

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- nao cortar o local da picada. Alguns venenos podem provocar hemorragias. Oscortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos nao desinfecc,o

favorecem hemorragias e infec,ces;

- deve-se evitar que o acidentado beba querosene, aIcool, urina e fumo, pois alemde nao ajudarem, podem causar intoxicac,o;

- manter o acidentado deitado em repouso, evitando-se que ele ande, corra ou selocomova por seus pr6prios meios. A movimenta,ao facilita a absor,co de veneno,em caso de acidentes com as jararacas, os ferimentos se agravam. No caso dapicada ser nas pernas ou nos bra,os, 6 importante mante-los em posi,ao maiselevada.

- ap6s os primeiros socorros, levar o acidentado imediatamente para o centro detratamento ou servi,o de saude para tomar o soro indicado. E recomendavel que nolocal da obra seja estocado em refrigerador, soros antiofidico, bem como deverater uma pessoa preparada para aplicacao do soro.

- a serpente agressora deve ser capturada para que se possa identificar comseguranca, possibilitando um diagn6stico certo e uso do soro especifico.

A empresa responsavel pela execu,co do desmatamento devera manter uma miniunidade de saude para atendimento preliminar aos casos de acidentes devendomanter um profissional capacitado para tal atividade. 0 local devera ser equipadocom medicamentos necessarios aos primeiros socorros e ter estoques de soros dostipos antibotr6pico, anticrotalico, antielpfdico, antiaracnidico e antiloxosc6lico, usadosnos casos de envenenamento por respectivamente, jararaca, cascavel, coral,aranhas e escorpi6es.

Devera ser realizado um trabalho de esclarecimento da popula,ao local sobremedidas de preven,ao de acidentes com animais pe,onhentos, com distribui,ao de

9 cartazes e folhetos explicativos.

Caso algum trabalhador seja mordido por mamrferos silvestres, no decorrer dostrabalhos de desmatamento as seguintes providencias devem ser tomadas:

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- lavagem da ferida com agua e sabao antiss6ptico;

- manutenc,o do animal agressor em cativeiro com suprimento de aguae alimenta,ao apropriada, durante, pelo menos, 10 dias, para que uma possivelcontaminacao pelo virus da raiva possa ser verificada. Se o animal se mostrar sadio,devera ser solto nas areas de reserva ecol6gica. Caso o animal apresente ossintomas de raiva, o trabalhador agredido devera ser levado para uma unidade desaude para receber tratamento antirabico. 0 animal doente devera ser sacrificado eposteriormente cremado.

Os restolhos vegetais devem ser depositados em locais distantes de residencias,pois servem de abrigo a muitos animais como serpentes, aranhas e lacraias, quepodem provocar acidentes.

3.9 - LIMPEZA DA BACIA HIDRAULICA E REMOQAO DE INFRAESTRUTURA

Nas areas a serem inundadas observa-se geralmente a presenca de estruturascaracteristicas de zonas rurais, compostas principalmente de edificac,es publicas,casas residenciais, currais, pocilgas, cercas, etc.

Em geral, as edificac,es quando submersas tendem a constituir graves empecilhosa pesca, as atividades balnearias e a navega,ao, al6m de prejudicar a livreocorrencia dos fen6menos inerentes a autodepura,co do reservat6rio, de forma a seconstitufrem em obstaculos artificiais a livre migrac,o das massas de agua,diminuindo a temperatura e a turbulencia das camadas, prejudicando assim areaera,ao das aguas. Uma vez existindo dificuldade de penetracao do oxigeniodissolvido a reoxigena,ao por fotossintese sera prejudicada, pois faltarao osprincipais elementos necessarios a prolifera,ao do fitoplancton (algas multicelularese unicelulares) responsavel por este processo. Serao tambem prejudicados pelareducao do oxigenio dissolvido nas aguas os processo de depuracao biol6gicaresponsaveis pela redu,co da populac,o bacteriana e de outros seres patogenicos.

Associada a estes fatores, a submersao de fossas, currais e pocilgas sem previalimpeza e/ou tratamento tambem representa agentes potenciais de polui,ao, pois adepender da capacidade autodepurativa do reservat6rio podera haver propaga,aode agentes infecciosos e problemas relacionados a eutrofizacao do lago. A

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permanencia de cercas de arame, quando submersas, pode constituir riscos arecrea,ao e a pesca, e quando semi-submersos comprometem os valores esteticose paisagfsticos.

Comprova-se portanto que a ado,co de certas normas para limpeza elimina osfatores ativos ou pontenciais de polui,ao presentes na area a ser inundada, evitandoque o processo de conserva,ao ambiental seja oneroso.

Os componentes da infra-estrutura publica e privada existentes na bacia hidraulica ea serem removidos e/ou receberem tratamento adequado deverao ser quantificadosa partir dos dados levantados pelo cadastro. Com base nos dados do cadastro e dapesquisa de campo, deverao ser adotadas as seguintes medidas: (i) demoli,co detodas as edificacoes publicas e privadas (habitacoes, cercas, etc.) e remo,cao doentulho para fora da area a ser inundada. 0 material reutilizavel deve ser separado eos materiais restantes, nao combustfveis, devem ser enterrados a uma profundidademfnima de um metro. (ii) as fossas devem ser esgotadas, sendo o lodo transportadopara outros locais. 0 tratamento desse lodo pode ser feito com a simples adi,ao decal hidratada e posterior aterramento com material argiloso. (iii) os detritos de hortase pocilgas, currais, etc., devem ser removidos para cavas abertas, contendo calhidratada e em seguida recobertos com material argiloso; (iv) o lixo domestico,quando combustfvel, devera ser recolhido e incinerado, sendo o material resultanteda queima, posteriormente enterrado em solo argiloso, de modo que o local fiqueimpermeabilizado; (v) os cemit6rios devem, apos a exuma,co dos cadaveres, seralvo de desinfec,ao com cal virgem e posterior aterramento com material argiloso.

A remo,co da infra-estrutura devera ser executada a medida que os trabalhos dedesmatamento forem avan,ando, fazendo uso sempre que possfvel da mao-de-obralocal.

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